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Aula 15 e 16- Ilicitude/Antijuridicidade

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  • Aula 15 e 16-

    Ilicitude/Antijuridicidade

  • Evoluo da Antijuridicidade na teoria do delito

    Em primeiro, faz parte da faceta objetiva do crime, emLiszt. Aps, com Beling, traduzida em categoriaprpria, ainda no causalismo naturalista.

    Em Mezger, h a formao do tipo total do injusto, e aantijuridicidade impregnada de valor

    Em Welzel, permanece impregnada de valor, e Em Welzel, permanece impregnada de valor, e concebida como injusto pessoal (Injusto pessoal: Avontade contraria a norma imperativa a ele dirigida, ouseja, as causas excludentes exigem que o agenteconhea a circunstncia que o permite agir sobautorizao)

    Em Roxin, a compreenso da antijuridicidade deve serfeita a partir das necessidades de preveno geralpositiva da pena

  • Conceito: aquela relao de antagonismo, decontrariedade entre a conduta do agente e oordenamento jurdico (RG)

    CRB distingue os conceitos:

    Antijuridicidade- (adjetivo) contradio da ao com anorma jurdica - Ilicitude- conceito adotado pelo CP apsnorma jurdica - Ilicitude- conceito adotado pelo CP apsreforma de 1984.

    Antinormatividade- realizao da conduta descrita notipo de uma norma proibitiva

    Injusto (substantivo) forma da conduta antijurdica

  • Tipicidade X AntijuridicidadeA)Tipo avalorado/Neutro/Acromtico tipicidadeno indica coisa alguma acerca da antijuridicidade

    B)Teoria da ratio essendi

    A tipicidade a razo de ser da antijuridicidade.A tipicidade a razo de ser da antijuridicidade.

    teoria dos elementos negativos do tipo ajustificao elimina a tipicidade

  • C)Teoria da ratio cognoscendi-

    Tipicidade indcio ou presuno deAntijuridicidade, se o fato tpico provavelmenteser antijurdico

  • Significado valorativo do tipo

    A tipicidade pode ser traduzida comoproibio a priori, desvalor a princpio. ,na sntese de Figueiredo Dias, o primeirodegrau valorativo na teoria do crime.degrau valorativo na teoria do crime.

    Conforme Roxin, a Tipicidade deve seranalisada antes da antijuridicidade, pois atipicidade avaliada a partir de umanecessidade abstrata de pena (isto ,independentemente da pessoa do agente eda situao concreta da ao).

  • Desvalor de ao e de resultadoFigueiredo Dias

    Desvalor de ao compreende o conjunto deelementos subjetivos que conformam o tipode ilcito e o tipo de culpa finalidadedelituosa, atitude interna e a expresso de taisdelituosa, atitude interna e a expresso de taiselementos

    Desvalor de resultado a criao de umestado juridicamente desaprovado, ou seja, oconjunto de elementos objetivos do tipo deilcito e do tipo de culpa

  • TIPICIDADE CONGLOBANTE

    Tipicidade

    Penal

    Tipicidade formal (legal)Tipicidade formal (legal)

    +

    Tipicidade Tipicidade conglobanteconglobante

    antinormatividadeantinormatividade Lesividade (significncia)Lesividade (significncia)Tipicidade materialTipicidade material

  • Antinormatividade

    Tradicional: no h antinormatividade quandoo ordenamento impe ou fomenta ocomportamento. Se apenas autoriza, h(Greco), tanto que a cirurgia esttica seriairrelevante penal em razo de justificante.irrelevante penal em razo de justificante.

    LFG: Se o ordenamento autoriza, tambm noh antinormatividade

    Entendemos que deve ser diferenciado aautorizao por tolerncia e ponderao debens (justificante) com a autorizao porirrelevncia para a sociedade (atipicidade)

  • TIPICIDADE CONGLOBANTE

    Alm da antinormatividade individual (afrontaa uma norma) necessrio que o fato tenhaantinormatividade conglobante, ou seja,contrarie todas as normas do ordenamento,contrarie todas as normas do ordenamento,salvo as justificantes(LFG), que tem contedoaxiolgico diverso da a compreenso datipicidade conglobante.

  • Justificante x Permissiva

    LFG distingue entre normas justificantes epermissivas: Justificantes so as que excluema antijuridicidade, enquanto que aspermissivas so as que afastam / impedem apermissivas so as que afastam / impedem atipicidade.

  • A grande caracterstica que marcavalorativamente a antijuridicidade, para Roxin, que em tal estrutura h sempre um conflitode interesses, que deve ser resolvido pelade interesses, que deve ser resolvido pelaponderao dos mesmos, prevalecendo o demaior valor. Na ausncia de tipicidade no hponderao ou sacrifcio (LFG).

  • Antijuridicidade formal e material

    A classificao foi feita inicialmente por Liszt,que entendia a formal como um problemajurdico, e a material como um problemapoltico-criminal, com o qual o juiz nopoltico-criminal, com o qual o juiz nopoderia se envolver.

    Baumann qualifica como formalmenteantijurdica a conduta tpica, e materialmenteaquela no autorizada por excludente.

  • Antijuridicidade formal e material em Roxin:

    Formal: afronta uma ordem legal

    Material: leso de bem jurdico socialmente nociva e que necessita dos instrumentos penais. penais.

  • Antijuridicidade formal contradio da ao com o mandamentoda norma. (CRB)

    Antijuridicidade material fere o interesse jurdico protegido.

    Conseqncias:

    a) permite a graduao do injusto, que influencia a culpabilidade. ;

    b) Permite a existncia de causas supra-legais de justificao,fundada na ponderao de bens.

    c) Para Roxin, permite interpretar corretamente as excludentes (atc) Para Roxin, permite interpretar corretamente as excludentes (atmesmo relativizando-as), alm de ser instrumento auxiliar para aprpria teoria do tipo

    Crtica: Desnecessria tal distino vlida apenas se contrapostaa viso positivista com a viso axiolgica ou constitucional.

  • Antijuridicidade como auxiliar na interpretao

    Como exemplo de auxiliar de interpretaodos tipos Roxin cita as aes socialmenteadequadas, como jogo de azar com pequenaquantia envolvida ou presente de ano novo aoquantia envolvida ou presente de ano novo aocarteiro: em tais hipteses a partir danocividade social que se vai compreender oalcance do tipo a antijuridicidade que vaiinfluir na tipicidade.

  • Antijuridicidade e totalidade do ordenamento

    As autorizaes do direito civil sempreafastam a antijuridicidade penal? Sim, sobpena de insuportvel contradio. (Roxin)

    Figueiredo Dias adverte que os efeitos s Figueiredo Dias adverte que os efeitos spodem ser considerados na negativa: No hunidade jurdica que permite concluir que oilcito para um ramo do direito sempre o serpara os demais, mormente em face dafragmentariedade do ordenamento.

  • Papel da Vtima na antijuridicidade Vitimodogmtica e injusto penal

    A vtima tem papel marcante na definio doinjusto. Basta lembrar do dolo bilateral noestelionato, ou na necessidade de ameaaobjetiva no crime de roubo, no bastando aobjetiva no crime de roubo, no bastando asubjetiva.

    Tambm necessrio lembrar da autocolocaoem risco, que afasta a imputao objetiva

    Na provocao da legtima defesa tambm perceptvel.

  • Quando exigvel uma autoproteo eficaz, avtima no merece proteo penal, pelaausncia de antijuridicidade penal material,bem como pela subsidiariedade.

    Papel da Vtima na antijuridicidade Vitimodogmtica e injusto penal

    Roxin discorda, pois o Estado no devefomentar a desconfiana mtua entre oscidados, bem como a subsidiariedade remeteao ltimo remdio do Estado, e no docidado.

  • Antijuridicidade objetiva e subjetiva

    Objetiva: independe da culpabilidade,devendo ser examinado o fato com abstraoa priori das condies pessoais do sujeitoquando realiza o fato. hoje a adotada emquando realiza o fato. hoje a adotada emtoda doutrina.

    Subjetiva: depende da culpabilidade ,devendo ser avaliadas tambm ascircunstncias do sujeito concreto quandopratica o fato (como a imputabilidade).

  • Antijuridicidade genrica e especfica

    Genrica a tradicional, que se refere totalidade do ordenamento.

    Especfica sempre que o tipo traz locuescomo injusta, indevida...como injusta, indevida...

  • Excluso de ilicitude/ causas de justificao:

    Requisito objetivo previso legal expressa ouimplicitamente.

    Requisito subjetivo quem a (as excludentes)invoca deve ter conhecimento de que se achainvoca deve ter conhecimento de que se achanuma situao justificante. (PQ). H divergnciaquanto a este requisito, e de acordo com aposio adotada o agente pode ou no responderpelo crime.

  • Desvalor do resultado = ofensa ao bemjurdico (CRB) leso ou exposio ao bemjurdico

    Desvalor da ao = forma ou modalidade deDesvalor da ao = forma ou modalidade deconcretizar a ofensa (CRB). Destaca as condutasintolerveis para o direito penal.

  • Grupo de casos: Mulher espanca ladropensando que o marido voltando da farra(legtima defesa prpria); sujeito empurraciclista por raiva, no momento em que este

    Requisitos subjetivos nas excludentes

    ciclista por raiva, no momento em que esteiria furtar idosa (legtima defesa de terceiro) esujeito grita fogo em igreja, gerando tumulto epequenas leses, imaginando ser apenas umafarra (estado de necessidade).

  • Requisitos subjetivos nas excludentes

    Spendel: basta a faceta objetiva. No seriapossvel legtima defesa contra quem age comlicitude objetiva, ou seja, a aoobjetivamente justa no pode ter relevnciaobjetivamente justa no pode ter relevnciapenal. Argumento contrrio: sem desaparecero desvalor de ao, deve permanecer arelevncia penal (Roxin), ainda que sejadiscutvel se deve responder pela formaconsumada ou tentada

  • (Hirsch e Jescheck): necessrio que tenhaconscincia da ilicitude e o fim desalvaguardar a norma, eis que o objetivo doDireito premiar a atitude interna correta,

    Requisitos subjetivos nas excludentes

    Direito premiar a atitude interna correta,orientando assim outras aes respeitosas aosbens jurdicos.

  • Roxin, Stratenwerth, Schunemann, Jakobs:apenas a conscincia de agir conforme oDireito afasta o desvalor da ao, ainda quesem o fim de fazer valer o Direito, mas sim a

    Requisitos subjetivos nas excludentes

    sem o fim de fazer valer o Direito, mas sim aira, dio, ou vontade de fugir da polcia (levaterceiro em alta velocidade ao hospital). Aindaque a letra da lei permita outra interpretao,a presente deve prevalecer por interpretaoteleolgica

  • No caso de ausncia do requisito subjetivo, o sujeito deve ser punido pela tentativa, eis que o desvalor do resultado no existe. Se no for punvel a tentativa, restar impunvel.

    Requisitos subjetivos nas excludentes

    punvel a tentativa, restar impunvel.

  • Classificao Fragoso:Classificao Fragoso:

    Necessidade (legtima defesa e estado de necessidade);Necessidade (legtima defesa e estado de necessidade);

    Adequao ao direito (estrito cumprimento do dever legal e Adequao ao direito (estrito cumprimento do dever legal e exerccio regular do direito);exerccio regular do direito);

    Falta de interesse (consentimento do ofendido)Falta de interesse (consentimento do ofendido)

    Efeitos: Efeitos: No h sano (pena ou medida de segurana)No h sano (pena ou medida de segurana) Pode afastar a ilicitude em outras reas do Direito (h Pode afastar a ilicitude em outras reas do Direito (h casos limite)casos limite) Afasta a possibilidade de participao punvelAfasta a possibilidade de participao punvel

  • Classificao das excludentes Claus Gunther (Roxin) classificava as causas como

    que apenas afastam a reprovao(consentimento) e outras que provocamaprovao, como a legtima defesa e o estado denecessidade). Roxin argumenta que a diviso estincorreta, e deveria ser feita dentro de cadanecessidade). Roxin argumenta que a diviso estincorreta, e deveria ser feita dentro de cadacausa, espao em que h hipteses de casoslimite de mera tolerncia, e outros em que apreponderncia de interesse e to clara que podeser falar em aprovao.

  • Causas legais de excluso de ilicitude

    Art. 23 - No h crime quando o agente praticao fato:

    I - em estado de necessidade;

    II - em legtima defesa;II - em legtima defesa;

    III - em estrito cumprimento de dever legal ou noexerccio regular de direito.

    OBS: Alm das causas legais RG e CRB, citado emFragoso enumera tambm o consentimento.

  • Legtima defesaReao natural ao injusto

    permite aos cidados a possibilidade de, emdeterminadas situaes, agir em sua prpriadefesa.RG

    Previso legal: art.25 do CP- Entende-se emlegtima defesa quem, usando moderadamentedos meios necessrios, repele injusta agresso,atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

  • Fundamento: princpio de que ningum pode serobrigado a suportar o injusto. (Zaffaroni). [...] duplofundamento: de um lado, a necessidade de defenderbens jurdicos perante uma agresso; de outro lado,defender o prprio ordenamento jurdico, que se vafetado ante uma agresso ilegtima (CRB)

    Bens defensveis qualquer bem tutelado pelo direito,desde que respeitada a proporcionalidade.

  • RequisitosA)Agresso injusta,

    Agresso ato de terceiro que lese ou ameace de lesobem jurdico prprio ou alheio PQ

    Distingue-se de provocao pela necessidade dos meiose da proporcionalidade da repulsa.e da proporcionalidade da repulsa.

    Injusta agresso no autorizada pelo ordenamentojurdico (pode no constituir infrao penal, como aproteo da posse)

  • A) Agresso Injusta

    No h agresso no ataque de animal, ou nomovimento humano que no configuraconduta (convulso, movimento durante osono).

    possvel contra condutas culposas (LRP possvel contra condutas culposas (LRPcontra) e omissivas imprprias. Caso limite:controverso se possvel legtima defesacontra omisso prpria (ROXIN, LRP), pois se aomisso no punvel como leso ao bem,no se justifica a agresso advinda dalegtima. Queiroz entende possvel.

  • Commodus discessus: ningum obrigado a sercovarde. Ainda que possvel a fuga, legtima areao.

    possvel a legtima contra aes inculpveis emgeral. Controversa a possibilidade de legtima contrainimputveis, pessoas em erro ou imprudentes:Hungria entende incabvel, pois iria configurar estado

    A) Agresso Injusta

    Hungria entende incabvel, pois iria configurar estadode necessidade. Prevalece ser cabvel, pois no ficaafastada a injustia da agresso. Em todo caso, ficaafastada a legtima se era possvel fuga (commodusdiscessus)

    A agresso provocada para permitir a reaoconfigura, para Munoz Conde, abuso de direito, poisa legtima defesa no pode ser manipulada(controverso).

  • B) Atual ou iminente

    Atual aquela que est acontecendo

    Iminente aquela que est prestes a acontecer

    Prevalece no ser possvel a legtima defesaantecipada / prvia. Se h certeza de ataqueantecipada / prvia. Se h certeza de ataquefuturo, as autoridades devem ser procuradas.

    Reao contra agresso passada vingana,podendo configurar o privilgio, mas no alegtima defesa.

  • C) Defesa de interesse prprio ou de 3

    A legtima defesa abrange direito prprio ou alheio,incluindo maus-tratos e tortura contra animais; honra,desde que com moderao; bem jurdicos do Estado;Bens jurdicos da pessoa jurdica.Deve haver proporo entre os bens, sob pena deDeve haver proporo entre os bens, sob pena deexcesso na causa.Exceo: no abrange inadimplemento contratual.Relativizao: Somente quando o titular do direitoofendido tiver interesse real ou presumido, na proteojurdica que se lhe quer prestar... (PQ). RG entende quepara bem disponvel de terceiro deve haver autorizao.

  • D) Meios NecessriosA reao deve ser proporcional ao ataque, bemcomo deve ser razovel (RG)

    A configurao de uma situao de legtimadefesa est diretamente relacionada com adefesa est diretamente relacionada com aintensidade da agresso, periculosidade doagressor e com os meios de defesa disponveis(CRB)

    Necessrios meios suficientes e indispensveis

  • E) Uso Moderado

    o emprego dos meios necessrios da formamenos lesiva, mas suficiente para afastar aagresso

    Na aferio da intensidade no necessria a Na aferio da intensidade no necessria apreciso da balana da farmcia, ou doourives.

  • Espcies de legitima defesaReal/ Prpria possui todos os requisitos legais da legtima defesa,propriamente a reao ao injusto

    Putativa ocorrer quando algum em erro se julga em legtimadefesa. Aplicam-se as disposies acerca do erro

    Sucessiva quando houver excesso, permite-se a legtima defesado agressor inicial como resposta ao excesso.

    Recproca inadmissvel, visto ser impossvel duas reaes lcitas,uma deve se agresso e a outra reao. Ex: duelo.

    SubjetivaSubjetiva: aquela em que h excesso por erro inevitvel

  • Ampara tambm o aberratio ictus decorrente dalegtima defesa.

    Ofendculos - artefatos de defesa, como cerca eltrica,arame farpado, alarmes, escudos, etc. So aceitos peodireito , mas alguns defendem que tem natureza delegtima defesa preordenada e outros entendem-oscomo exerccio regular de direito. Ressalte-se quecomo exerccio regular de direito. Ressalte-se queagente responde pelos resultados causados em caso deabuso.

    No ilcito civil a legtima defesa.

    No h legitima defesa em duelos, eis que ambosprovocam a agresso contrria conscientemente.

  • Excesso nas excludentesArt. 23 do CP

    Excesso punvel

    Pargrafo nico. O agente, em qualquer dashipteses deste artigo, responder pelo excessodoloso ou culposo.doloso ou culposo.

    H excesso nas causas de justificao quando osujeito , achando inicialmente em legtima defesaou em estado de necessidade etc., vai alm doslimites da justificativa, ultrapassando-a. (PQ)

  • Doloso Doloso valevale--se da vantagem da situao de defesa se da vantagem da situao de defesa para atacar (dio, vingana para atacar (dio, vingana afetos afetos estnicosestnicos) ) responde por doloresponde por dolo

    CulposoCulposo:: descuidodescuido nana reao,reao, querquer nana necessidadenecessidadedosdos meiosmeios ouou nono moderaomoderao dodo usouso (medo,(medo, pavor,pavor,

    Excesso nas excludentes

    dosdos meiosmeios ouou nono moderaomoderao dodo usouso (medo,(medo, pavor,pavor,afetosafetos astnicosastnicos)) responderesponde porpor culpa,culpa, sese houverhouverprevisopreviso

    ExculpanteExculpante: exagero na reao no deriva de dolo : exagero na reao no deriva de dolo ou culpa: legtima defesa subjetiva ou culpa: legtima defesa subjetiva afasta a afasta a relevncia penal. relevncia penal.

  • O excesso pode ser: O excesso pode ser:

    Intensivo: excesso na qualidade dos meios e Intensivo: excesso na qualidade dos meios e modos de defesamodos de defesa

    Extensivo: excesso na durao da defesaExtensivo: excesso na durao da defesa Extensivo: excesso na durao da defesaExtensivo: excesso na durao da defesa

  • Legtima defesa real Legtima defesa real Impossvel

    Legtima defesa real Legtima defesa putativa

    possvel

    Legtima defesa putativa

    Legtima defesa putativa

    possvel

    Legtima defesa real Excesso doloso ou culposo na legtima

    Possvel (legtima defesa sucessiva)culposo na legtima

    defesadefesa sucessiva)

    Legtima defesa real Legtima defesa subjetiva

    Controverso

    Legtima defesa putativa

    Legtima defesa real Possvel apenas se legtima defesa de terceiro

  • DTZ1047328 - LEGTIMA DEFESA. HOMICDIO.REPULSA AO ASSDIO SEXUAL. A repulsa ao assdiosexual, desferindo a ofendida, que se encontrava norecesso de seu lar, um s golpe de faca contra oagressor, conduta necessria e moderada, ajusta-se aoconceito da legtima defesa da honra, impondo-se oconceito da legtima defesa da honra, impondo-se oreconhecimento da legtima defesa (excludente deilicitude). (TJPR - Rec. Crime Ex Off. 38.697-4 - J. em08.06.1995 - Rel. Des. Freitas Oliveira)

  • DTZ1049288 - ECA (LEI 8.069/90). PRTICA DE ATOINFRACIONAL. HOMICDIO SIMPLES COMETIDO PORADOLESCENTE. LEGTIMA DEFESA NO CONFIGURADA.IMPOSIO DE MEDIDA SCIO-EDUCATIVA. INTERNAO PORPRAZO INDETERMINADO. 1 - No h como acolher o argumentode excludente de ilicitude se no caracterizada a ocorrncia deagresso atual ou iminente, de modo a configurar legtimadefesa, conforme dispe o art. 25 do CP. 2 - O Estatuto daCriana e do Adolescente (Lei 8.069/90) prev, em seu art. 122,Criana e do Adolescente (Lei 8.069/90) prev, em seu art. 122,I, que a medida de internao s poder ser aplicada quandotratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaaviolncia pessoa. a hiptese dos autos em face de atoinfracional anlogo ao crime previsto no art. 121 do CP(homicdio simples), devendo a medida ser reavaliada a cada 6meses. (STF - HC 78.439 - GO - J. em 16.03.1999 - Rel. Min.Maurcio Corra - 169/1021)

  • DTZ1053432 - PROCESSUAL PENAL. RECURSOCRIMINAL DE OFCIO. HOMICDIO SIMPLES.TENTATIVA. ABSOLVIO. EXCLUDENTE DE ILICITUDE.LEGTIMA DEFESA. CONFIRMAO DA DECISOMONOCRTICA.I - Revela-se acertada a absolvioque reconhece excludente de ilicitude da conduta doagente que imediatamente aps injusta provocaoda vtima, reage moderadamente.II - Reexameda vtima, reage moderadamente.II - Reexamenecessrio que ratifica integralmente a sentenamonocrtica. Unanimidade.(TJMA - RCr 1051/2003 -(44.125/2003) - 1 C. Crim. - Rel. Des. Benedito deJesus Guimares Belo - J. 08.04.2003)

  • Estado de NecessidadeConceito: Caracteriza-se pela coliso de interessesjuridicamente protegidos, devendo um deles sersacrificado em prol do interesse social. (CRB)

    Previso legal: Art. 24 - Considera-se em estado denecessidade quem pratica o fato para salvar de perigoatual, que no provocou por sua vontade, nem podia deatual, que no provocou por sua vontade, nem podia deoutro modo evitar, direito prprio ou alheio, cujosacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se. 1 No pode alegar estado de necessidade quem tinhao dever legal de enfrentar o perigo. 2 Embora seja razovel exigir-se o sacrifcio do direitoameaado, a pena poder ser reduzida de um a doisteros.

  • Exculpante X JustificanteTeoria Unitria Todo estado de necessidade justificante, tendo como finalidade de eliminar ailicitude do fato (RG) . a adotada pela leibrasileira.

    Teoria Diferenciadora Distingue estado denecessidade justificante (que afasta a ilicitude) eestado de necessidade exculpante ( que afasta aculpabilidade), de acordo com os bem jurdicosem conflito. Teoria adotada pelo CPM (arts 39 e43)

  • Espao fora do Direito

    Alm do jurdico e do antijurdico, Kaufmanndefende uma terceira hiptese, que a noregulao, em condutas como o estado denecessidade em que se sacrifica coisa de igualnecessidade em que se sacrifica coisa de igualvalor.

    Roxin discorda, pois se o fato tpico, tardepara que o Estado afaste sua regulao.

  • Requisitos:

    A)Situao de perigo atual no criada voluntariamente pelo sujeito

    Perigo atual no momento do fato ou na iminncia de. Somente afastar a referida causa de excluso da ilicitude o perigo passado, ou seja, o perigo j ocorrido, bem como o perigo remoto ou futuro, onde no haja uma possibilidade quase que imediata de dano. RG. H quem entenda que no compreende a imediata de dano. RG. H quem entenda que no compreende a iminncia.

    Controvrsia sobre o sentido do voluntria: prevalece ser doloso (Assis Toledo entende suficiente o culposo). Para Hungria, basta a culpa grave: Cumpre que a situao de perigo seja alheia vontade do agente, isto , que este no a tenha provocado intencionalmente ou por grosseira inadvertncia ou leviandade

  • B) Sacrifcio inevitvel e razovel.Inevitvel leso necessria , na medida da sua necessidade para salvar o bem ameaado (Assis Toledo). Se possvel fuga, no legtimo o sacrifcio.Razoabilidade do sacrifcio do bem orienta-se pelo princpio da proporcionalidade. No se configurar quando houver manifesta desproporo entre o perigo que se quer evitar e o dano que se quer justificar (PQ)que se quer evitar e o dano que se quer justificar (PQ)SeSe oo sacrifciosacrifcio nono forfor razovel,razovel, haverhaver reduoreduo dedepenapena.. (art(art.. 2424 2). Bittencourt comenta eu tal artigodificulta o reconhecimento do estado de necessidadeexculpante, mas no o inviabiliza.Bittencourt destaca o conflito de deveres entre ao eomisso, quando deve ser preferida a omisso.

  • Pode ser ameaa a direito prprio ou alheio

    Estado de necessidade prprio ou de 3

    Direito = qualquer bem ou interessejuridicamente protegido.

    Terceiro = no necessidade de qualquer relaopr-constituda

    Se se tratar de bem disponvel h que se terconsentimento do titular

  • Observaes Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo no pode

    alegar estado de necessidade, como bombeiro, salva-vidas.Queirz e Bittencourt advertem que tal vedao no absoluta.LRP adverte que no necessrio sacrifcio pessoal ou riscoexcessivo. Discute-se se aplica-se ao dever contratual,(Bitencourt entende que no) ex: segurana.

    Diferencia-se o estado de necessidade defensivo (dirige-se Diferencia-se o estado de necessidade defensivo (dirige-sediretamente ao produtor da situao de perigo, a fim deelimin-la RG) e estado de necessidade agressivo (a conduta donecessitado sacrifica bem de inocente, no provocador doperigo). O CC exclui a ilicitude daquele que age em estado denecessidade, porm faculta possibilidade de indenizao noestado de necessidade agressivo, com direito a regresso contraprovocador do perigo

  • Estado de necessidade putativo segue asmesmas regras das descriminantes putativas(art.201)

    Tribunais dificilmente reconhecem o estado denecessidade decorrente de dificuldadeseconmicas.econmicas.

    LRP entende que no h justificante no graveatentado a dignidade humana. No mximo hexculpante

  • Legtima defesa x Estado de Necessidade (Bittencourt)

    Legtima defesa Estado de Necessidade

    Interesse lcito x interesse ilcito

    Conflito entre interesses lcitos

    Preservao do interesse pela defesa

    Preservao do interesse pelo ataque

    ao reao

  • DTZ1047238 - PORTE ILEGAL DE ARMA - DISPAROS DE ARMADE FOGO - ESTADO DE NECESSIDADE Provado que o ruefetuou um disparo para cima a fim de afastar grupo, emtumulto, que impedia a sada, do local, de seu veculo, no qualestava sua esposa grvida de oito meses, caracterizado ficou oestado de necessidade, excluindo a ilicitude de sua conduta.Arma encontrada por acaso no porta-luvas do automvelcedido em emprstimo pelo pai no caracteriza o crime deporte ilegal de arma de fogo, o qual ficou, igualmente,porte ilegal de arma de fogo, o qual ficou, igualmente,subsumido na conduta de disparar abrigada pela excludenteem questo. O reconhecimento de causa excludente deilicitude conduz absolvio (art. 386, V, do CPP) e no extino da punibilidade (art. 107 do CP). Apelo ministerialimprovido. Dispositivo corrigido de ofcio. (TJRS - Absolviodecretada. Apelao Crime n 70002872778 - Esteio - Apelante: Ministrio Publico- Apelado: A. V. C. - Relatora: Dr Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak - J.28.11.2001)

  • DTZ1050070 - PENAL E PROCESSUAL PENAL. OMISSO DORECOLHIMENTO DE CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA.TIPOLOGIA CRIMINAL. DIFICULDADES FINANCEIRAS.DOSIMETRIA. PENABASE. [...]2. Dificuldades financeiraspor que passe a empresa no podem, em princpio, seralegadas com proveito como excludente de ilicitude, nonvel do estado de necessidade, pois a figura, tal comotraada pelo Cdigo Penal (art. 24), imprescinde de umconflito entre sujeitos de direitos legtimos, em que umtraada pelo Cdigo Penal (art. 24), imprescinde de umconflito entre sujeitos de direitos legtimos, em que umperece para que o outro sobreviva, situao inocorrentena espcie. [...]. 6. Apelao parcialmente provida. (TRF1R. - ACrim 1998.35.00.013878-3/GO - 3 T. - Rel. Des. Fed.Olindo Menezes - DJU 11.03.2005)

  • DTZ1051675 - DIREITO PENAL - ESTELIONATO CONTRAA PREVIDNCIA - ESTADO DE NECESSIDADE - I -Estando comprovado o estado de necessidade em queagiu o acusado, homem j de meia idade, pobre, seminstruo cultural e profissional alguma,desempregado, e cuja esposa encontrava-segravemente doente, internada em hospitalpsiquitrico, local onde posteriormente veio a falecer,psiquitrico, local onde posteriormente veio a falecer,absolutamente correta a sentena de primeiro grauque o absolveu acolhendo esta excludente deilicitude. II - Absolvio mantida. (TRF4 R. - ACrim n96.04.05919-0 - PR - 2 T. - Rel. Juiz Vilson Dars -Unnime - DJU 07.06.2000)

  • Estrito cumprimento de dever legal/ estrito cumprimento do dever legal

    quem pratica uma ao em cumprimento de umdever imposto por lei no comete crime (CRB).

    Conseqncia lgica, pois se a lei determina umaConseqncia lgica, pois se a lei determina umaconduta no poderia puni-la.

    Incongruncia esta que para Zaffaroni poderia serresolvia por tipicidade conglobante.

  • Requisitos do estrito cumprimento do dever legal

    Dever legal- necessrio dever imposto por

    norma jurdica (em sentido lato) ao agentepertencente Administrao Pblica ou queleque age sob imposio de um dever legal* (ex:que age sob imposio de um dever legal* (ex:pais).

    * H quem entenda ser exerccio regular de direito

    Estrito cumprimento aplica-se somente aosatos rigorosamente necessrios (CRB).Noaplica-se aos excessos dos agentes pblicos.

  • Requisitos do exerccio regular de direito

    regular ser o exerccio que se contiver noslimites objetivos e subjetivos, formais e materiaisimpostos pelo prprios fins do direito. (CRB) .No abrange abuso e nem justia pelas prpriasNo abrange abuso e nem justia pelas prpriasmos.

    Incluem: intervenes mdicas e a violnciadesportiva

  • Ofendculos

    Divergncia na doutrina se configuram exerccio regular de direito (majoritrio) ou legtima defesa preordenada (Damsio).

    LFG entende que, se colocados sem excesso e LFG entende que, se colocados sem excesso e na forma regulamentar, caso exista regulamento, so exerccio regular de direito. Se h irregularidade, pode configurar legtima defesa preordenada (no caso de reao a injusta agresso) ou crime, no caso de atingir terceiro inocente.

  • DTZ1047242 - PENAL E PROCESSUAL - PORTE ILEGAL DE ARMA -CONFISSO - NO INCIDNCIA DOS ARTIGOS 30 E 32 DA LEI N.10.826/2003 - PERCIA ATESTANDO A PONTENCIALIDADE DA ARMA- ESPINGARDA DESMUNICIADA - IRRELEVNCIA - ARMAREGISTRADA PORM SEM AUTORIZAO PARA PORTE - CRIME DEMERA CONDUTA - CONDENAO MANTIDA - RECURSODESPROVIDO O disposto no artigo 32 da Lei n. 10.826/2003 notornou temporariamente atpica a conduta dos artigos 12, 14 e 16da referida Lei. Apenas instituiu excludente de ilicitude peloda referida Lei. Apenas instituiu excludente de ilicitude peloexerccio regular do direito ali reconhecido, o qual s se configuraquando o agente detido no momento em que se dirige PolciaFederal para entregar a arma. O porte ilegal de arma crime demera conduta pouco importando estar, ou no, a armadesmuniciada ou registrada. (TJSC - Ap.C 2005026551-5 - 1 C.Crim.- Rel. Des. Amaral e Silva - DJSC 31.10.2005)

  • DTZ1047703 - RHC - CALNIA - ADVOGADOS - FALTA DE JUSTA CAUSA -DENNCIA QUE, EM TESE, DESCREVE FATO TPICO - A IMUNIDADE JUDICIRIANO APLICVEL AOS DELITOS DE CALNIA - PRERROGATIVAS DOADVOGADO QUE NO COMPORTAM SENTIDO ABSOLUTO E INCONTESTVEL -EXCLUDENTE DE ILICITUDE DO ART. 23, III, DO CP - INOCORRNCIA - EXAMERESTRITO DA CAUSA EM SEDE DE HABEAS CORPUS - SENDO A VTIMAMAGISTRADO, OFENDIDO EM SEU MBITO PROFISSIONAL E PBLICO,JUSTIFICADA A ATUAO DO PARQUET ESTADUAL, NA FORMA DO ART. 145,PARGRAFO NICO, DO CP - A imunidade judiciria contemplada no art. 133da Constituio Federal e no art. 142, inciso I, do Cdigo Penal, no alcana ocrime de calnia, mas to-somente a injria e a difamao. Precedentes.Incabvel acobertar a tese de excluso da ilicitude com base no art. 23, incisoIncabvel acobertar a tese de excluso da ilicitude com base no art. 23, incisoIII, do Cdigo Penal (estrito cumprimento do dever legal ou exerccio regulardo direito), ante a considerao sufragada por doutrina e jurisprudncia, deno serem absolutos e incontestveis os poderes do causdico na sua esfera deatuao profissional, sendo, evidentemente, punveis os eventuais excessos eabusos perpetrados. Tendo sido o Magistrado ofendido em seu mbitoprofissional, de funcionrio pblico, justifica-se o exerccio da ao penal peloMinistrio Pblico Estadual, na forma do art. 145, pargrafo nico, do CP.Recurso desprovido. (STJ - RHC 11.324 - SP - 5 T. - Rel. Min. Jos Arnaldo daFonseca - Unnime - DJU 12.11.2001)

  • DTZ1058931 - PENAL E PROCESSUAL PENAL. QUEIXA-CRIME. DECADNCIA.CRIMES CONTRA A HONRA. OFENSA "PROPTER OFFICIUM". LEGITIMIDADE.ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO. ANIMUS NARRANDI. DESCARACTERIZAO. I -Recebido o ofcio sobre a devoluo do prazo para apresentao de defesa prviade fatos que deram origem presente queixa-crime, o prazo de decadncia,previsto nos arts. 103 do Cdigo Penal e 38 do Cdigo de Processo Penal, nohavia ainda sido ultrapassado quando do ajuizamento desta. II - A admisso daao penal pblica, quando se tratar de ofensa propter officium, umaalternativa oferecida ao ofendido, no uma privao do seu direito de queixa.Legitimidade, pois, do servidor pblico, de ajuizar a ao penal para defesa deseus direitos. Precedentes do STF. III - A manifestao considerada ofensiva, feitacom o propsito de informar possveis irregularidades, sem a inteno deofender, descaracteriza o tipo subjetivo nos crimes contra a honra, sobretudocom o propsito de informar possveis irregularidades, sem a inteno deofender, descaracteriza o tipo subjetivo nos crimes contra a honra, sobretudoquando o ofensor est agindo no estrito cumprimento de dever legal.Precedentes. IV - As informaes levadas ao Corregedor-Regional do Trabalho porex-ocupante do mesmo cargo, ainda que deselegantes e com possveisconseqncias graves, praticadas no exerccio regular de um direito e sem ainteno de caluniar e injuriar o querelante, no podem ser consideradas tpicas,da porque ausente a justa causa para a ao penal. V - Queixa-crime rejeitada.(STJ - Apn .347/PA - Rel. Min. ANTNIO DE PDUA RIBEIRO - C. Esp.- - DJU14.03.2005, P. 179)

  • DTZ1059019 - SEQESTRO E CRCERE PRIVADO - COBRANA DE DVIDA -SENTENA CONDENATRIA - INSUFICINCIA DE PROVA - ABSOLVIO NOSTERMOS DO ART. 386, II, DO CPC - PROPOSTA DE SUSPENSO DOPROCESSO - ACEITAO PELO RU - CONFISSO DA CULPA - INEXISTNCIA- A aceitao, pelo ru, da proposta de suspenso do processo noimplica, isoladamente, confisso de culpa. O simples fato de a vtima serdevedora do ru, em cujo estabelecimento comercial adquiriramercadorias, pagas com cheque sem fundos, no constitui prova bastantedo seqestro nem do crcere privado. Cobrar dvidas impagas constitui,em tese, exerccio regular de um direito do credor, que tambm ageacobertado por tal excludente, quando convida a vtima ou a conduz at oacobertado por tal excludente, quando convida a vtima ou a conduz at oestabelecimento comercial, em busca de soluo para a quitao dodbito mercantil. Se a prova a respeito dos fatos tnue, frgil econtraditria, sendo o caderno probatrio uma coletnea de dvidas queno podem desfavorecer o ru, inexistindo prova judicial, mas apenascoleta probatria da fase extrajudicial, que no se fez sob o crivo docontraditrio, de se absolver o ru, nos termos do art. 386, II, do CPC.(TJMG - ACrim. 216.500-9/00 - 3 C. Crim. - Rel. Des. Roney Oliveira -DJMG 21.03.2002)

  • DTZ1210182 - CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. APELAO.RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAO POR DANOS MORAIS.ABSOLVIO DO AUTOR NA SEARA CRIMINAL. A absolvio dorecorrente se deu sob o plio do art. 386, inciso VI do CPP, o quepermite concluir que, em face da insuficincia de prova daculpabilidade do ru, a absolvio ocorreu sem negar a autoria e amaterialidade do fato. E assim, ao ser analisada a conduta dorecorrido quando fez denunciar o apelante pela prtica de roubo, ominudente crivo das provas indica que deva prevalecer a Decisode 1 Grau, a qual reconheceu inexistir abalo moral na conduta dode 1 Grau, a qual reconheceu inexistir abalo moral na conduta doapelado, pois tal procedimento no indica existncia dedenunciao caluniosa (art. 339 do Cdigo Penal), decorrendo semqualquer modalidade culposa ou ilicitude, sob o mero exerccioregular de um direito. Assim, estando o ato do agente albergadopela excludente do exerccio regular de um direito, este naconstitui ato ilcito indenizvel (art. 188, inciso I Cdigo Civil).Recurso conhecido e improvido. Unanimidade. (TJMA - AC0191512004 - 4 C. Civ. - Rel Des Etelvina Ribeiro Gonalves - DJ07.02.2006)

  • CONSENTIMENTO DO CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

  • Consentimento do ofendidoH que se ressaltar que o consentimento do ofendido,

    seja como causa que afaste a tipicidade, seja comoexcludente da ilicitude, no encontra amparoexpresso em nosso Direito Penal objetivo, sendoconsiderado, portanto, causa supralegal. (RG)

    Exclui a tipicidade sempre que o dissenso da vtima,expressa ou tacitamente, fizer parte do tipo penal(PQ). EX: invaso a domiclio

    Demais hipteses caso de excludente de ilicitude

  • Requisitos do consentimento

    Consentimento livre e consciente

    Ofendido tenha capacidade de consentir

    Que o bem jurdico sobre o qual recaia aconduta do agente seja disponvelconduta do agente seja disponvel

    Que seja expresso ou inquestionvel

    Que o consentimento tenha sido anterior ousimultneo conduta do agente

    Nexo entre o consentimento e a conduta

  • DTZ1049166 - DIREITO PENAL - CRIME DE CONTRABANDO PORASSIMILAO - CIGARROS - REINSERO DE MERCADORIABRASILEIRA DESTINADA EXPORTAO NO TERRITRIONACIONAL - PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA - INCIDNCIA - VALORINFERIOR A R$ 2.500,00, NOS TERMOS DA LEI N. 10.522/02.CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE. PRECEDENTESDO STJ. 1. Se a prpria Unio, na esfera cvel, a teor do art. 20 daLei n. 10.533/2002, entendeu por perdoar as dvidas inferiores aR$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), no faz sentido apenar oR$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), no faz sentido apenar orecorrente pelo crime de contrabando por assimilao, pelo fatode ter introduzido no pas mercadoria nacional sem orecolhimento de tributo inferior ao mencionado valor. 2. Aplicaodo princpio da insignificncia como causa supralegal de exclusoda tipicidade. Precedentes do STJ. 3. Recurso provido. (STJ - RESP308307 - 2001/0026505-7 - 5 T. - Rel. Min. Laurita Vaz - DJU12.04.2004, p. 00232)

  • Ulpiano: o que se realiza com a vontade do lesionado no constitui injusto (nulla injuria este, quae in volentem fiat)

    Direito Natural (hegelianos e, para Roxin, no direito atual): o consentimento afasta o injusto quando se renuncia a direito subjetivo, disponvel. renuncia a direito subjetivo, disponvel.

    Escola Histrica: o consentimento no tem valor, pois o interesse penal do Estado.

    Para a Escola sociolgica, para quem o delito apenas leso de interesses, o consentimento sempre afastaria o injusto

  • Diferenas entre acordo e consentimento para Roxin

    1- O acordo pode ser implcito ou explicito,enquanto o consentimento deve ser explcito

    2- O acordo depende apenas da vontade natural,enquanto o consentimento exige capacidade deenquanto o consentimento exige capacidade deautodeterminao (imputabilidade...)

    3- Os vcios de vontade (erro) no importam para oacordo, mas importam para o consentimento

  • Acordo x Consentimento

    (Roxin) Acordo exclui tipicidade, nos tipos emque a ao tpica pressupe, conceitualmente,um atuar contra ou sem a vontade dolesionado. A incidncia mais clara nos crimeslesionado. A incidncia mais clara nos crimesde coao, eis que, se h acordo, no hcoao, como no estupro, na invaso dedomiclio, no furto no h leso ao bemjurdico protegido.

  • Acordo x consentimento

    O consentimento, por outro lado, apenasafasta a antijuridicidade, nos casos em que,por se tratar de leso ou dano ao bem, a aodo portador do bem pode justificar, mas nodo portador do bem pode justificar, mas noafastar a ruptura.

  • Acordo x Consentimento

    O erro sobre a existncia do acordo afasta odolo, pois o sujeito no teria conscincia queinvade. O erro sobre o consentimento seriadescriminante putativa por analogia,exigindodescriminante putativa por analogia,exigindoa aplicao analgica das regras pertinentesao erro de tipo sobre descriminante, ou aindasobre a descriminante putativa por erro deproibio.

  • Consentimento e excluso do tipo

    Roxin afirma que a afirmao doconsentimento como causa que afasta atipicidade se radica na compreenso do bemjurdico voltado ao indivduo.jurdico voltado ao indivduo.

    A opinio contrria, para Roxin, confundeobjeto material com bem jurdico. Quemdestri algo com apoio de seu dono viola acoisa, mas refora a propriedade (que inclui adisposio).

  • Consentimento e excluso do tipo

    Para Roxin, todas as descriminantes tratam deconflito inevitvel e ponderao de interesses,o que no ocorre com o consentimento, peloque deve ser considerado na tipicidade.que deve ser considerado na tipicidade.

    Roxin acredita ser idntica a situao da cirurgiacurativa e da esttica, argumentando que em ambasno h verdadeira leso (na segunda seria necessrio oconsentimento), reforando que a melhora estticaafasta, tambm, a idia de ofensa integridade.

  • Impossibilidade de consentimento

    Leso contra a comunidade, como perjrio das duaspartes (lesada adm. da Justia).

    Se h leso contra a comunidade e contra oparticular, como em um crime de perigo concreto eindividual no trnsito que exija ademais perigocoletivo, compreendendo-se como necessria acumulao de leses, no haver tipicidade com oconsentimento. Se se faz apreciao alternativa hcrime, pois o passageiro no pode dispor de bem queno lhe pertence.

  • Crimes em que o consentimento da vtima, fruto deabuso de sua condio (violncia presumida, usura...) parte do tipo.

    A vida bem que no permite leso ainda que com

    Impossibilidade de consentimento

    A vida bem que no permite leso ainda que comconsentimento.

    Para Roxin, leses no graves ou que no tragamperigo de vida podem ser atpicas, se houverconsentimento (cita as sadomasoquistas, aesterilizao, a doao de rgos, mudana desexo...)

  • (leading case) )Notcia: Aborto de Feto Anencfalo: Possibilidade de Discusso porADPF e Interpretao ConformeO Tribunal iniciou julgamento de questo de ordem suscitada pelo Procurador-Geral daRepblica, quanto admissibilidade da ao, em argio de descumprimento depreceito fundamental ajuizada pela Confederao Nacional dos Trabalhadores na Sade- CNTS, em que se pretende obter posicionamento do STF sobre o aborto de fetoanencfalo. Inicialmente, o Min. Marco Aurlio, relator, admitiu a ao. Quanto a essaquesto, o Min. Carlos Britto pediu vista dos autos. Em seguida, o Pleno resolveususpender o julgamento da questo de ordem a fim de deliberar sobre a manutenoda liminar concedida pelo relator que, em 1.7.2004, sobrestara os processos edecises no transitadas em julgado e reconhecera o direito constitucional da gestantede se submeter operao teraputica de parto de fetos anencfalos a partir de laudode se submeter operao teraputica de parto de fetos anencfalos a partir de laudomdico que atestasse a deformidade. Referendou-se, por maioria, a primeira parte daliminar concedida (sobrestamento de feitos) e revogou-se a segunda (direito aoaborto), com efeitos ex nunc. Entendeu-se que no havia justificativa para manutenoda liminar, tendo em conta a pendncia de deciso quanto admissibilidade da ao.Salientou-se, ainda, o carter satisfativo da medida deferida e a indevida introduo,por meio dela, de outra modalidade de excludente de ilicitude no ordenamentojurdico. Vencidos, em parte, os Ministros Marco Aurlio, relator, Carlos Britto, Celso deMello e Seplveda Pertence, que referendavam integralmente a liminar, ressaltandosua vigncia temporal de quase quatro meses. Vencido, tambm, parcialmente, o Min.Cezar Peluso, que no referendava a liminar em sua totalidade.

  • [...] O Min. Seplveda Pertence, tambm acompanhando o voto do relator, mas,ressalvando a tese de que s o cabimento de um processo objetivo outro obstaria autilizao da ADPF, entendeu ser patente a relevncia da controvrsia constitucional e queapenas uma medida extrema, como a utilizada, com efeitos erga omnes e eficciavinculante, seria capaz de reparar a leso ocorrida ou obviar a ameaa identificada.Refutou, ainda, o fundamento de que a ADPF se reduziria a requerer que fizesse incluir uma3 alnea no art. 128 do CP, por considerar que a pretenso formulada no sentido de sedeclarar, em homenagem aos princpios constitucionais aventados, no a excluso depunibilidade, mas a atipicidade do fato. Por sua vez, o Min. Nelson Jobim, Presidente,ressaltou que o art. 128 e seus incisos pressupem sempre que h vida possvel do feto, eque essa potencialidade de vida nos conduz a examinar o art. 124 para discutir se, sob suagide, se inclui um tipo de feto que no tenha essa possibilidade, a fim de verificar se essainterpretao ou no compatvel com o caput do art. 5 da CF, que se refere inviolabilidade do direito vida. Concluiu estar tanto a quanto na insegurana jurdica dasinterpretao ou no compatvel com o caput do art. 5 da CF, que se refere inviolabilidade do direito vida. Concluiu estar tanto a quanto na insegurana jurdica dasdecises contraditrias a controvrsia constitucional posta. Vencidos os Ministros ErosGrau, Cezar Peluso e Ellen Gracie que no conheciam da ao por considerar, em sntese,que o pedido de interpretao conforme dos artigos implicaria ofensa ao princpio dareserva legal, criando mais uma hiptese de excludente de punibilidade. Vencido, da mesmaforma, o Min. Carlos Velloso que julgava incabvel a argio, em razo de a pretenso daargente equivaler, em ltima anlise, a uma declarao de inconstitucionalidade parcial,sem reduo de texto, de disposies legais pr-constitucionais. Determinou-se, por fim, oretorno dos autos ao relator para examinar se caso ou no da aplicao do art. 6, 1 daLei 9.882/99. (STF - ADPF 54 QO - DF - Plenrio - Rel. Min. Marco Aurlio - J. 27.04.2005)(Informativo n 385 do STF)

  • Magistratura GO/2006 .47. Acerca das causas excludentes deantijuridicidade, assinale a alternativa CORRETAa) No obstante no haver meno expressa no Cdigo Penal, oconsentimento do ofendido pode funcionar como causa dejustificao, excluindo a ilicitude nos casos em que o titular do bemjurdico protegido e disponvel assente de forma livre.b) Mesmo aquele que tinha o dever legal de enfrentar o perigopode alegar o estado de necessidade.c) O agente, em qualquer hiptese de excludente dec) O agente, em qualquer hiptese de excludente deantijuridicidade, no responde pelo excesso, seja doloso, sejaculposo.d) O esportista que causa leses corporais em adversrio respondepelo seu ato a ttulo de dolo ou culpa, mesmo se observou ocuidado objetivamente devido e agiu com nimo ou vontade deexercer a prtica de esporte, eis que nesses casos, pelo risco doesporte, inexiste o chamado exerccio regular de direito.Alternativa A

  • MPDF/2004

    10. Legtima Defesa: Estabelecer a diferena, sehouver, entre legtima defesa prvia e legtimadefesa sucessiva.defesa sucessiva.

  • MPMG/200526. Um oficial de justia no promove o despejo de pessoa pobre,no prazoestabelecido pelo juiz no mandado, por ficar com pena de seusfilhos menores que ficariam na rua. Depois de alguns dias, apsconstatar que a pessoa providenciou abrigo para seus filhos, ooficial cumpre o mandado. Considerando o no cumprimento domandado no prazo estabelecido, o promotor acusa o oficial porcrime de desobedincia. No caso, a acusao:a) deve ser acolhida, pois houve a inteno de contrariar oa) deve ser acolhida, pois houve a inteno de contrariar omandado do juiz.b) est errada, porque a ordem do juiz injusta e no deve ser

    cumprida.c) est correta, pois o oficial no pode alterar o prazo conferidopelo juiz.d) est errada, porque no caso o oficial no pode cometer

    desobedincia.e) no deve ser acolhida, se provada a inexigibilidade de condutadiversa.Alternativa D

  • MPSP/2002 45. Dentre as afirmaes abaixo, assinale a FALSA.(A) No estado de necessidade, o perigo pode advir de condutahumana, fora maior ou caso fortuito, a legtima defesa s possvel contra agresso humana ou ataque espontneo deanimal irracional.(B) No estado de necessidade h conflito entre bens jurdicos, nalegtima defesa h ataque ou ameaa de leso a um bem

    jurdico.(C) No estado de necessidade, o bem jurdico exposto a perigo(C) No estado de necessidade, o bem jurdico exposto a perigoatual ou iminente, na legtima defesa o bem jurdico sofre uma

    agresso.(D) Podem coexistir, num mesmo fato, a legtima defesa com oestado de necessidade.(E) No estado de necessidade h ao, e na legtima defesareao.

    Alternativa A

  • Delegado Pol MG/2007-34) Quanto s causas de justificao CORRETO afirmar que:

    A ( ) Pode ser causa de excluso da ilicitude o consentimentodo ofendido nos delitos em que ele o nico titular do bemjuridicamente protegido e pode dele dispor livremente.

    B ( ) Na administrao da justia por parte dos agentesestatais meio legitimo o uso de armas com o intuito dematar individuo que tenta evadir-se de cadeia pblica.matar individuo que tenta evadir-se de cadeia pblica.

    C ( ) O policial ao efetuar priso em flagrante tem sua condutajustificada pela excludente do exerccio regular de direito.

    D ( ) A obrigao hierrquica causa de justificao que excluia ilicitude da conduta de agente pblico.

    Alternativa A

  • Del Pol-MG/2007.35) Com relao s causas excludentes de ilicitude, CORRETO afirmar que:

    A ( ) No existem causas supralegais de excluso da ilicitude, uma vez que o art. 23 do Cdigo Penal pode ser entendido como numerus clausus.

    B ( ) No se reconhece como hiptese de legtima defesa a circunstncia de dois inimigos que, supondo que um vai agredir o outro, sacam suas armas e atiram pensando que esto se outro, sacam suas armas e atiram pensando que esto se defendendo.

    C ( ) Trata-se de estrito cumprimento de dever legal a realizao, pelo agente, de fato tpico por fora do desempenho de obrigao imposta por lei.

    D ( ) So requisitos para configurao do estado de necessidade a existncia de situao de perigo atual que ameace direito prprio ou alheio, causado ou no voluntariamente pelo agente que no tem dever legal de afast-lo. Alternativa C

  • Proc Fed/2006. As intervenes mdicas ecirrgicas constituem exerccio regular dedireito, sendo, excepcionalmente,caracterizadas como estado de necessidade.C

    145 Nos termos do Cdigo Penal e na descrio145 Nos termos do Cdigo Penal e na descrioda excludente de ilicitude, haver legtimadefesa sucessiva na hiptese de excesso, quepermite a defesa legtima do agressor inicial.C

  • Proc Fed/2004

    273 Um bombeiro que deixa de atender a um incndio, em que pessoas so lesionadas, para atender a outro sinistro, de maior gravidade, age em estado de necessidade. Certo