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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo SSE Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD ANEXO V ANÁLISE AMBIENTAL DAS AÇÕES DA PMSBC PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO NO PROGRAMA MANANCIAIS Junho de 2007 (Revisado em 02 de março de 2009) E1684 V.5 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – SSE

Banco Internacional para Reconstrução e

Desenvolvimento - BIRD

ANEXO V

ANÁLISE AMBIENTAL DAS AÇÕES DA PMSBC – PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO

CAMPO NO PROGRAMA MANANCIAIS

Junho de 2007

(Revisado em 02 de março de 2009)

E1684

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PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 2

ANEXO V ANÁLISE AMBIENTAL DAS AÇÕES DA PMSBC – PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO

BERNARDO DO CAMPO NO PROGRAMA MANANCIAIS

1. INTRODUÇÃO

Em atenção às diretrizes e políticas de salvaguarda do Banco Mundial, em especial a OP 4.01, é apontada no presente Anexo a análise dos impactos sócio-ambientais, medidas mitigadoras e compensatórias e o Plano de Gestão Ambiental – PGA pertinentes à implantação dos componentes e ações sob responsabilidade da PMSBC – Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, no âmbito do Programa Mananciais.

2. AÇÕES E IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS, MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

O Município de São Bernardo do Campo situa-se, integralmente, na Região Metropolitana de São Paulo, com extensão territorial total de 407,1 km2, sendo que quase 19% de sua área (75,82 km2) é ocupada pela represa Billings; pouco mais de 29% correspondem à área urbana (118,7 km2) e as áreas restantes (52,2% ou 212,5 km2) ocupadas pela zona rural (chácaras e demais áreas caracteristicamente rurais). O Censo do IBGE 2000 registrou uma população de 703.177 hab, com um elevado percentual de urbanização (98,3% ou 690.917 hab), tendência esta que deve se manter nos próximos anos segundo as projeções demográficas realizadas no âmbito da Preparação do Programa Mananciais.

As áreas de mananciais abrangem 52,3% do território municipal (212,9 km2) e a população que reside nessas áreas chega a pouco mais de 182 mil hab (cerca de 26% da população urbana), segundo estimativas baseadas nos dados censitários de 2001. Grande parte dessa população reside em áreas desprovidas de infra-estrutura, normalmente em favelas e loteamentos irregulares, cujas características de uso e ocupação do solo são incompatíveis com a preservação e a manutenção de condições ambientais e da qualidade das águas da represa Billings.

Entre os bairros mais urbanizados que se inserem nas áreas de mananciais (Montanhão, Botujuru, Balneária, Batistini, De Marchi, dos Casas, Cooperativa, Alvarenga, Finco e Rio Grande), os principais problemas correspondem, em sua maioria, à alta densidade habitacional e construtiva, comumente em situações inadequadas de habitabilidade; ao grande número de habitações precárias situadas nas faixas de preservação permanente e áreas de 1a categoria (15 m a 30 m dos córregos e da represa) e, também, em áreas de risco geotécnico; à supressão da vegetação e alterações do uso do solo em função das ocupações desordenadas; à falta ou deficiência na prestação de serviços públicos, por exemplo, relacionados à coleta do lixo; e a todas as formas de poluição decorrentes destes problemas e das cargas difusas, estas relacionadas ao run off urbano.

Na região do Grande Alvarenga (zona oeste do município, localizada à esquerda da Rodovia dos Imigrantes e na divisa com Diadema), esses problemas são bastante aparentes, tendo em vista que nos ribeirões das Lavras e do Alvarenga – braços da represa Billings – registra-se acentuada degradação da qualidade das águas e uma visível deterioração das matas ciliares na faixa linear e adjacente à represa. Situação ainda mais grave ocorre no bairro do Montanhão (margem direita da Rodovia Anchieta), cujas favelas e loteamentos clandestinos – notadamente o Núcleo do Areião, com aproximadamente 1.700 famílias – avançam em direção à captação da SABESP no braço

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 3

do Rio Grande, com toda a sorte de impactos ambientais decorrentes dessa ocupação descontrolada.

Figura 2.01 – Localização do Município de São Bernardo do Campo

Mesmo que o planejamento urbano municipal e a legislação de proteção dos mananciais disciplinem a ocupação dessas áreas ambientalmente mais frágeis, o ritmo e a condição de ilegalidade das ocupações é mais acentuado que a capacidade de investimentos e de atendimento por parte do poder público, o que reforça a necessidade de uma intervenção coordenada e orientada para a mitigação desses problemas.

Dos quatro componentes do Programa Mananciais, já apontados, a PMSBC realizará ações em três deles, quais sejam:

a) Instrumentos de Sustentação, Acompanhamento, Controle e Viabilização do Programa (Gestão);

b) Estruturação e Recuperação Urbana;

c) Ações de Preservação e Recuperação Ambiental; e

d) Ações de Saneamento Ambiental, compreendendo intervenções relacionadas, no caso de São Bernardo, à remediação do aterro sanitário do Alvarenga e ao controle de resíduos sólidos.

No primeiro componente, relativo aos instrumentos de sustentação e gestão, a PMSBC efetuará uma série de estudos e ações com o objetivo de ampliar e melhorar a capacidade de gestão ambiental e do uso e ocupação do solo, amparando e instrumentalizando os processos e sistemas de monitoramento e desenvolvimento local, em especial, para o atendimento da região do Grande Alvarenga, contribuinte do Braço

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 4

do Alvarenga e Lavras, e do Núcleo Montanhão, contribuinte da Bacia do Braço do Rio Grande, onde há a captação da Sabesp.

Neste componente não há obras estruturais previstas. Entre as ações a serem realizadas incluem-se: (i) capacitação de lideranças comunitárias na área do Grande Alvarenga, coincidente – daí sim – com a realização de intervenções e obras de recuperação urbana e ambiental; (ii) elaboração de diagnóstico sócio-ambiental da percepção da população, com vistas à identificação de melhorias e demandas de intervenção na região; (iii) elaboração de plano de monitoramento e fiscalização com capacitação da fiscalização, incluindo, também, a aquisição de instrumentos para apoio e melhoria dos processos e sistemáticas de fiscalização ambiental e de uso e ocupação do solo. Esta atividade se relaciona ao desenvolvimento de planos locais, ambientais e urbanísticos; (iv) elaboração de plano de controle de cargas difusas, tendo em vista que na área de mananciais do município de São Bernardo as cargas difusas (lixo, escoamento superficial, etc.) são relevantes no planejamento de retirada das cargas poluidoras; (v) elaboração de projeto geotécnico de controle de erosão, com o levantamento de áreas críticas, com o objetivo de subsidiar o planejamento de intervenções de redução do aporte de sedimentos para a Billings; (vi) elaboração de um plano de desenvolvimento sócio-econômico sustentável para geração de emprego e receitas visando a proteção ambiental; e (vii) plano de controle da disposição clandestina de resíduos sólidos, considerando ser este um dos problemas críticos na região de baixa renda do Grande Alvarenga e Núcleo Montanhão, que influem na qualidade dois córregos que afluem aos braços do Alvarenga-Lavras e no Braço do Rio Grande.

Com relação aos outros três componentes (estruturação e recuperação urbana, recuperação ambiental, ações de saneamento), apresenta-se, a seguir, a descrição das obras sob responsabilidade da PMSBC, seguida de uma análise dos principais impactos negativos e positivos e das medidas recomendadas para a atenuação, mitigação e compensação dos efeitos negativos, assim como sugestões para a potencialização dos efeitos positivos. Na seqüência, é apresentado o respectivo PGA.

2.1. Obras Previstas pela PMSBC

2.1.1. Urbanização de Favelas

- Descrição da Intervenção

A urbanização de favelas se insere no Programa de Saneamento Ambiental dos

Mananciais do Alto Tietê, como uma das ações mais relevantes, estruturada com os

seguintes objetivos:

- Mitigar os impactos negativos decorrentes da ausência ou precariedade da infra-

estrutura de saneamento dessas ocupações, especialmente no que diz respeito à

redução das cargas poluidoras provenientes de esgotos domésticos afluentes aos

reservatórios Guarapiranga e Billings;

- Melhorar as condições de vida da população residente nas favelas, especialmente

nos aspectos de salubridade, segurança em relação a riscos de desmoronamentos e

enchentes, acessibilidade, segurança pública, oferta de áreas de lazer e melhoria da

paisagem.

A precariedade física das favelas decorre da própria precariedade jurídica da forma de

acesso à terra, bem como da irregularidade urbanística dessas ocupações. Em outras

palavras, as favelas geralmente ocupam terrenos inadequados, como várzeas e encostas

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íngremes e seus moradores, no caso das áreas de mananciais, não dispõem de títulos ou

registros que lhes garantam a posse da terra que ocupam. Apesar dessa precariedade, o

número de famílias em favelas nas bacias dos reservatórios Guarapiranga e Billings é

muito significativo, exigindo a adoção de medidas emergenciais para reduzir seus

impactos negativos, tanto na qualidade das águas dos mananciais quanto na qualidade

de vida dos moradores. Por outro lado, as famílias dessas comunidades desenvolveram

dinâmicas sociais e mecanismos próprios de organização, ao assumir a iniciativa para

viabilizar o local de moradia, que podem, e deve, ser preservados e mobilizados no

sentido de garantir a conservação e sustentabilidade das melhorias que forem

executadas pelo Programa.

As ações propostas pelo Programa visam a qualificação dessas áreas como núcleos

urbanos inseridos funcionalmente à cidade, garantindo aos moradores o atendimento por

serviços públicos de saneamento e melhorando as condições de acesso aos demais

serviços e equipamentos urbanos essenciais. Tendo em vista o objetivo de reduzir as

cargas poluidoras lançadas nos corpos d’água e nos reservatórios, as ações propostas

deverão garantir principalmente a execução de redes de coleta e afastamento de

esgotos, o estabelecimento de condições para a coleta de lixo e o controle do

assoreamento dos corpos d’água. Em linhas gerais o escopo das ações abrange:

Estruturação e melhoria do sistema viário, possibilitando acesso a todas as moradias,

integração com a malha urbana do entorno, suporte adequado para as redes de água

e esgoto e condições de funcionamento para os serviços de coleta de lixo. A principal

diretriz referente ao sistema viário é a integração do núcleo de favelas à malha viária

urbana, garantindo o acesso a todas as unidades habitacionais. Este sistema será

hierarquizado, contemplando vias de circulação de veículos, vias de uso

compartilhado e vias exclusivas de pedestres. O sistema projetado também otimiza a

integração com os logradouros existentes, evitando ruas sem saída, dando

continuidade, na medida do possível, às ruas já reconhecidas e possibilitando um

sistema de nomenclatura de ruas e numeração de casas. A definição de vias de

circulação de veículos leva em consideração, sua funcionalidade, condições de

manutenção, implantação de infra-estrutura e de sistema de drenagem das águas

pluviais, para garantir a eficiência do sistema. O traçado e o greide, em pequenos

trechos, são também adequados quando necessário, respeitando os condicionantes

de ordem legal. O dimensionamento e trajeto prevêem a otimização da coleta de lixo

domiciliar. Quando necessário há a introdução de elementos físicos e de proteção de

pequenos taludes que configuram e delimitam o espaço das vias, escadas e rampas,

através de pavimentação ou outro tratamento adequado. Becos e vielas precisam,

sempre que possível, ser retificados e ampliados, observando a largura mínima de

1,20m para permitir a passagem de infra-estrutura evitando, no entanto, com a

possibilidade de remoção de moradias. Nos pavimentos para pedestres, é necessária

drenagem superficial para garantir o escoamento hidráulico e ampliar a vida útil do

pavimento. Quanto às edificações existentes, o projeto das vias, sempre que possível,

será adequado para preservar o maior número de moradias, limitando-se a demolir

edificações somente quando necessário. As alternativas de pavimentação levam em

consideração critérios técnicos, soluções de menor custo e fácil manutenção. Em

área de mananciais, como as que ora se apresentam, recomenda-se a substituição

de capa asfáltica para pavimentação de vias por elementos inter-travados de concreto

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 6

ou paralelepípedos que apresentam maior durabilidade e uma certa permeabilidade,

uma vez que a largura disponível para pavimentação no interior de favelas exige

espalhamento e compactação manual;

Atendimento de todos os domicílios por sistema público de abastecimento de água,

coleta, afastamento e tratamento de esgotos sanitários, com altos níveis de

desempenho, instalados em vias de circulação de pedestres e de veículos. O sistema

de abastecimento de água garante o atendimento integral a todas as habitações da

favela com água em quantidade e com qualidade necessárias, incluindo a previsão de

ligações e equipamentos sanitários intra-domiciliares e a reservação, quando

necessário. Os projetos incluem abrigos, cavaletes e instalação de hidrômetros

individualizados. Caso haja necessidade, deverá ser prevista a incorporação de novas

unidades ao sistema, como adutoras, reservatórios e redes de distribuição. Os pontos

de interligação, pressões dinâmicas e condições gerais de abastecimento seguirão as

especificações das concessionárias locais de abastecimento público, neste caso a

Sabesp. O encaminhamento das redes deve ser realizado preferencialmente pelas

vias de circulação de veículos, para garantir o acesso para manutenção. Os projetos

prevêem a instalação de válvulas na rede de abastecimento de forma que se possa

interromper o fornecimento em caso de necessidade de manutenção de qualquer

trecho da mesma. Deve-se, também, maximizar o fechamento de malhas e evitar

“pontas de rede”, facilitando a manutenção de condições adequadas á qualidade de

água distribuída. Os projetos de esgotamento sanitário adotarão para os sistemas

dinâmicos, o sistema separador absoluto, de forma a garantir a coleta dos esgotos

sanitários e a compatibilização com o destino final e o tratamento dos esgotos

utilizado em seu entorno. O projeto prevê a interligação dos efluentes provenientes

das favelas às redes existentes ou projetadas, indicando os pontos de interligação e

condições gerais de esgotamento. O projeto leva em consideração as edificações

limítrofes à área física da favela, que dependem deste sistema para seu esgotamento,

tanto em termos de vazão como de caminhamento dos efluentes. Quando for o caso,

o sistema capta os esgotos provenientes de montante. Em todas as unidades

habitacionais serão asseguradas as ligações e melhorias sanitárias. O caminhamento

de redes, sempre que possível, será efetuado pelas vias de circulação pública para

facilitar o acesso para a manutenção. Quando essa solução não for possível podem

ser utilizados ramais fisicamente similares aos condominiais. Esse tipo de solução

visa atender a um grupo pequeno de casas com um acesso comum. Todas as

soluções adotadas respeitarão as limitações estabelecidas em normas técnicas

criadas pelas concessionárias de saneamento público;

Execução de sistema de drenagem de águas pluviais e, quando necessário, de

canalização de córregos. Os serviços e obras a serem executadas dividem-se em

ações de micro e macrodrenagem, a saber:

o Microdrenagem: Os sistemas de micro drenagem levam em conta toda a

bacia de contribuição, evitando soluções isoladas que possam agravar

problemas em fundos de vales e processos erosivos. As soluções

propostas, para a drenagem superficial e subterrânea, guardam estreita

ligação com o plano urbanístico, com o arruamento, pavimentação, e com

o sistema de esgotamento sanitário a ser implantado na área. Será

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compatibilizado o lançamento final em sistemas já implantados no entorno

ou adotando soluções particulares, tecnicamente viáveis e aceitas pela

comunidade. Quando necessário será considerada a utilização de

sistemas de dissipação de energia para o lançamento dos efluentes da

rede nos corpos d’água. Os projetos prevêem: galerias, escadas

hidráulicas, canaletas, dispositivos de absorção, etc., de modo a garantir e

perenizar as demais obras necessárias à consolidação da ocupação da

favela e propiciar as condições hidráulicas para escoamento das águas

pluviais. Junto a escadarias e vielas de pedestres, prevêem-se elementos

de drenagem superficial, com perfil padrão, para evitar o acumulo de água

e prolongar a vida útil dos materiais e evitar escorregamento dos usuários.

A orientação técnica para os projetos tem por finalidade obter o máximo

aproveitamento da capacidade hidráulica das vias e demais elementos

constituintes, nos limites dos recursos disponíveis, com respeito a

exigências normativas. Naquelas favelas cujo entorno não se encontre

urbanizado (alguns trechos), será utilizada drenagem superficial evitando,

assim, o assoreamento de galerias de água pluviais e outras

singularidades. Os projetos de redes de drenagem subterrânea serão

compatibilizados com o traçado das redes de esgoto; observando o

alinhamento das redes, tanto na construção horizontal como vertical.

Também são previstas formas de afastamento do lixo de redes, ravinas e

pontos de confinamento criando, sempre que possível, uma via pública

sobre a rede pluvial para proteção e facilidade de manutenção. Quando for

necessária, será prevista a drenagem no interior dos lotes e sua

interligação à rede pública.

o Macrodrenagem: A canalização de córregos – efetuada geralmente a céu

aberto – permite o disciplinamento das águas, além de proporcionar uma

via de acesso para efetuar a manutenção, equacionando a questão dos

pontos constantes de alagamento. Nas áreas de favelas sujeitas a

inundações freqüentes, e onde houver área disponível que não implique

remoção significativa de famílias, será contemplada a possibilidade de

criação de bacias de retenção de cheias na própria área ou áreas à

jusante. São condicionantes das intervenções em córregos: a ocorrência

de inundações localizadas, provocadas por insuficiência de calha ou

presença de singularidades que reduzam a eficiência de escoamento de

córrego; a proteção emergencial de unidades habitacionais em risco; a

necessidade de linearizar do traçado para viabilizar ganho de espaço e/ou

a necessidade de implantação de vias de circulação laterais ao córrego,

consoantes com o sistema viário. Como principais diretrizes para a

recuperação dos cursos d’água, pode-se apontar a adoção de soluções

que envolvam o menor movimento de terra possível e impliquem em

menor número de remoções. A adoção de canalizações fechadas ou

abertas dependerá das condições de projeto. No momento de execução

das obras deve ser evitado, sempre que possível, o uso de equipamentos

pesados em face de limitação de espaço para a realização das obras e da

fragilidade das construções. Será também prevista a consolidação das

margens mediante tratamento adequado, impedindo ocupação por

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 8

moradias, devendo atender a necessidade de transposição de veículos

e/ou pedestres quando necessário.

Melhoria significativa dos serviços de coleta de lixo, promovendo o atendimento de

todos os domicílios. A coleta sistemática de lixo nessas áreas deve atender a toda a

população, compatibilizando as propostas com as soluções de coleta adotadas no

entorno. Os projetos viabilizarão a coleta domiciliar com caminhões compactadores

pelas concessionárias ou equipamentos de pequeno porte, como microtratores, etc.

Aonde isto não for possível, é necessário prever pontos de coleta estacionários, que

possam ser facilmente acessados pelos moradores. A localização destes pontos

idealmente, não será superior a 60m das vias principais por onde passa a coleta

regular. Os projetos indicam as formas e locais adequados parar a disposição de lixo

a ser coletado. Nesses locais há áreas para limpeza com ligação à rede de

drenagem, uma torneira de água e respectivo hidrômetro protegido para evitar o uso

indevido.

Controle de riscos geotécnicos, com execução de obras de contenção de encostas,

quando necessárias. Os projetos incluem estudos de opções de estabilização de

encostas visando eliminar áreas de risco, viabilizar o sistema viário e proteção das

margens e planícies aluvionares contra inundações, escorregamentos e erosões. As

intervenções também priorizam soluções como retaludamento, cobertura vegetal e

drenagem superficial, que não exigem estruturas de contenção. São importantes

soluções que não resultem em muitas remoções de famílias ou exijam grandes

movimentos de terra ou utilização de equipamentos de porte. As principais diretrizes

para a realização de obras de contenção referem-se a levar em conta as condições

locais das encostas e do seu entorno imediato, efetuando uma análise geológica e

geotécnica do conjunto e avaliando os demais projetos de intervenção previstos para

a área. Os projetos consideram o compartimento espacial das estruturas (foliações,

fratura e falhas), principalmente nos maciços originados de micaxistos e filitos; a

exposição de colúvio cujos contatos com o maciço subjacente comporta-se como

descontinuidade mecânica significativa e caminho preferencial para as águas de

infiltração; a presença de matacões e blocos de rochas descalçados por erosão ou

cortes em maciços residuais; a presença de aterros do tipo “bota-fora” em posições

geomorfológicas desfavoráveis, em solos impermeáveis e com nível d’água raso

propício a deslizamentos do tipo: “corrida de lama” e a análise da estabilidade em

cortes com altura acima de 2 m, considerando a litologia local, grau de intemperismo,

material exposto, altura do talude, presença de água e formas existentes do relevo.

Tratamento de áreas livres para uso comunitário, com a implantação de praças e

espaços para a prática de lazer e esportes. Para efetuar a melhoria das condições

sanitárias e ambientais nos núcleos é preciso reordenar o uso e ocupação do solo.

Estas intervenções dão origem a espaços livres em decorrência da remoção de

barracos, canalização de córregos e outras intervenções. Para garantir a utilização

adequada dessas áreas e evitar novas invasões, prevê-se a urbanização adequada

do espaço. A implantação de áreas de lazer, equipamentos infantis; mobiliário urbano

e/ou áreas para a prática de esportes, evitam novas ocupações. Para preservar estas

intervenções e garantir a boa utilização, é importante que as áreas fiquem vinculadas

a equipamentos públicos como creches, associação amigos do bairro e outros.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 9

Devido à limitação do espaço e relevo acidentado, comum nessas áreas de favela,

será aproveitada ao máximo a topografia natural do terreno, com a implantação de

equipamento adequados ao relevo; consolidação das encostas com o plantio de

espécies adequadas; utilização de elementos drenantes de baixo custo (gramados,

saibro, pedrisco, etc) para o tratamento de pisos; forração com vegetações de

crescimento rápido e espécies resistentes, utilizando também árvores frutíferas e de

rápida recomposição; realização de correções de solo, quando necessárias, sem o

uso de agentes agressivos ao meio ambiente.

Implantação de Iluminação Pública: refere-se ao atendimento de forma individualizada

a todas as moradias com a compatibilização dos projetos de urbanização às

necessidades apresentadas pelas concessionárias. Cabe a estas a responsabilidade

de elaboração dos projetos das redes e execução das obras (incluindo o cadastro das

redes de energia elétrica existente e o remanejamento dos postes em função dos

projetos de urbanização). Os projetos devem apenas definir locais onde é necessária

a instalação de iluminação pública, e indicar as residências que necessitem

regularização dos serviços de energia elétrica.

Remoção de unidades habitacionais para viabilizar a execução das obras e Provisão

habitacional para as famílias removidas. A implantação de novas unidades

habitacionais na favela está sendo tratada, no âmbito do Programa, em conjunto com

a CDHU, que será responsável pela construção dessas unidades no Município de

São Bernardo do Campo.

Na urbanização de favelas, há intenso trabalho social visa garantir a participação da

população em todas as fases do processo promovendo discussão das propostas de

intervenção. A democratização das informações garante o processo participativo,

possibilita o exercício da cidadania pela população como sujeitos do processo de

urbanização e conservação das melhorias conquistadas.

O trabalho social visa, também, acompanhar o processo de reassentamento das famílias

e constitui-se numa das etapas mais complexas e delicadas do processo. Algumas

moradias poderão ser removidas em razão dessas obras. As alternativas para estas

famílias são o reassentamento para novas unidades habitacionais na favela ou em áreas

próximas ao núcleo. O acompanhamento social tem como meta facilitar o relacionamento

com a comunidade para garantir a aceitação do Programa, a minimização de dificuldades

durante a execução das intervenções; garantir o cronograma de realização das obras e,

especialmente, o tratamento adequado a ser concedido às famílias afetadas por

remoções.

Além das intervenções de caráter estrutural, estão previstas ações não-estruturais,

voltadas, simultaneamente, a objetivos ambientais, sociais e de desenvolvimento urbano,

visando garantir a sustentabilidade das intervenções a curto, médio e longo prazo. Para

tanto estão previstas as seguintes ações:

Criação de canais institucionais de informação e participação, possibilitando às

comunidades contribuir na formulação de propostas em todas as etapas dos

empreendimentos;

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 10

Apoio ao processo de organização da comunidade e ao fortalecimento da cidadania

mediante a instalação de equipamentos comunitários e implementação de ações de

educação sanitária e ambiental;

Estimulo à auto-gestão buscando parceria com segmentos da sociedade civil, visando

a correta utilização e manutenção dos sistemas e serviços implantados, para

assegurar a conservação dos investimentos efetuados;

Promoção de nova forma de atuação das concessionárias de serviço público

garantindo a melhoria operacional e de manutenção das redes de esgotamento

sanitário, drenagem de águas pluviais e coleta de lixo de forma a adequá-lo às

necessidades de preservação dos mananciais;

Apoio e promoção a processos participativos de gestão urbana e ambiental, visando

maior efetividade nas ações de controle do uso do solo e da qualidade das águas dos

mananciais.

No caso do Município de São Bernardo, além da urbanização de favelas, está prevista a

elaboração de um plano de acompanhamento socio-ambiental das intervenções urbanas

e habitacionais. Também será coordenada pela Prefeitura a elaboração de um plano

habitacional para a bacia, aplicável, portanto, às áreas urbanas inseridas na região de

proteção dos mananciais.

Com respeito à urbanização de favelas, serão

executados projetos e obras em nove núcleos

habitacionais, atendendo 3.956 famílias, situadas,

todas, na região do Grande Alvarenga. Os Núcleos

abrangidos são: Jardim Ipê (749 famílias); Divinéia

I, Divinéia II e Pantanal (757 famílias); Sítio Bom

Jesus (foto ao lado) e Alvarenga Peixoto (1.008

famílias); Jardim Claudia (829 famílias);

Assentamento Batistini (557 famílias); e Núcleo

Rua Luiz Marçon (56 famílias). Os primeiros sete

núcleos acima enunciados coincidem com as áreas

atendidas pelo PAT-PROSANEAR, nos quais estão

previstas intervenções e melhorias associadas a

esgotamento sanitário, abastecimento de água,

sistema viário, coleta de resíduos sólidos,

drenagem, terraplenagem, contenção de encostas,

paisagismo, urbanismo, equipamentos comunitários

e iluminação pública. As Figuras seguintes

demonstram aspectos das áreas que serão beneficiadas com as obras de urbanização de

favelas.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 11

Figura 2.02 – Áreas Beneficiadas com as Obras de Urbanização de Favelas

Figura 2.03 – Área a ser Urbanizada no Alvarenga - Peixoto

- Impactos Negativos

O quadro abaixo apresenta as principais interferências negativas nos recursos

ambientais, bem como, riscos ambientais e sociais decorrentes das etapas de obras da

urbanização de favelas.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 12

Quadro 2.01 – Impactos Negativos das Obras de Urbanização de Favelas

INTERVENÇÕES

EFEITOS NEGATIVOS

Meio Físico-Biótico Meio Socioeconômico

Reestruturação do sistema viário

- Na etapa de obras, carreamento de terra para os cursos d’água,com piora da qualidade das águas; - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Acumulo de lixo e entulho nas ruas, com poluição visual; - Supressão vegetal para abertura de vias;

- Incômodo aos pedestres e moradores, dificultando acesso, inclusive, de veículos durante as obras (dada a largura das vielas) - Ruídos e Vibrações durante as obras, devido à movimentação de máquinas e equipamentos, podendo afetar a estrutura das residências - Odor desagradável durante as obras de construção das redes de esgoto, pela concentração das cargas em alguns pontos (antes das interligações)

Esgotamento Sanitário

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras devido à abertura de valas para instalação das redes; - Vazamento de esgoto por desalinhamento de redes ou extravazão de elevatória, com piora da qualidade das águas e poluição - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Acumulo de lixo e entulho nas ruas, com poluição visual, durante as obras;

Abastecimento público de Água

- Riscos de vazamentos de água durante as obras

Sistema de Drenagem

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras devido à abertura de valas para instalação das redes pluviais, escadarias, etc., com piora da qualidade das águas; - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Obstrução das redes de drenagem por terra, lixo ou entulho, com prejuízos ao sistema de escoamento das águas

Contenção de Encostas

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 13

- Impactos Positivos

A seguir, no Quadro adiante, demonstram-se os impactos positivos previstos.

Quadro 2.02 – Impactos Positivos das Obras de Urbanização de Favelas

INTERVENÇÕES

EFEITOS POSITIVOS

Meio Físico-Biótico Meio Socioeconômico

Reestruturação do sistema viário

- Possibilidade de escoamento parcial das águas da chuva, dada as soluções de permeabilidade adotadas (bloquetes, etc)

- Melhoria das condições de acessibilidade, pós-obra. - Melhoria do sistema de coleta de lixo e segurança, por meio da acessibilidade a locais antes não atendidos.

Esgotamento Sanitário

- Melhoria da qualidade das águas dos córregos, canais, etc., devido à retirada dos esgotos e cargas poluidoras (do núcleo atendido e das áreas de jusante) - Melhoria das condições de salubridade ambiental - Redução da poluição e dos fatores de degradação da fauna e da flora locais

- Melhorias sanitárias e de qualidade de vida da população - Redução dos índices de contaminação e doenças de veiculação hídrica, provocada pelos esgotos sanitários, com redução dos custos de saúde. - Elevação dos padrões de convívio social e de qualidade de vida da população beneficiada e das áreas de jusante

Abastecimento público de Água

- Melhorias das condições de salubridade ambiental

- Melhoria das condições de atendimento, de distribuição e da qualidade de água para abastecimento público. - Melhor controle das perdas de água

Sistema de Drenagem

- Melhoria e controle das condições de escoamento e drenagem, evitando acúmulo de água e lixo

- Redução de insetos e vetores atraídos pelo acúmulo de águas - Ordenamento do espaço físico, contribuindo para a elevação dos padrões de vida e habitabilidade.

Contenção de Encostas

- Eliminação das situações de risco geotécnico e ambiental

- Melhoria da qualidade de vida para todo o núcleo e maior segurança das habitações

Além dos impactos acima enunciados, o conjunto de intervenções – de modo integrado –

da urbanização de favelas tem reflexos bastante relevantes na melhoria da qualidade das

águas dos tributários e do próprio reservatório correspondente à micro-bacia onde se

localiza o núcleo, propiciando a redução dos processos de poluição e de degradação

ambiental. Além disso, contribuem para o incentivo para efetuar posteriores melhorias

nas residências (reformas, etc.) tendendo à consolidação urbana e à maior “formalização”

e inclusão social. Também são ganhos importantes desse processo, a melhoria de

assepsia e segurança, dada as melhorias na acessibilidade, e a conseqüente e inevitável

valorização imobiliária.

Destaca-se, ainda, a geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras,

podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno e beneficiários

diretos.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Para viabilizar um processo de urbanização de favelas de fato eficaz, o Programa

Mananciais estabelece condições para que a sua implementação produza menos

impactos ambientais e atenda, de modo pleno, os objetivos e condições para a execução

das obras nessas áreas. Desse modo, recomenda-se que os termos de referência

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 14

incluam em suas licitações diretrizes técnicas relativas à parte de projetos e executiva,

conforme apresentado, para aquelas obras que ainda não contam com projetos

elaborados. Este procedimento evita que projetos mal concebidos, que desconsiderem

condicionantes físicos e sociais ou apresentem soluções de infra-estrutura sem a

adequada especificidade técnica comprometam ou colaborem para gerar novas situações

de degradação ambiental, considerando serem essas áreas sensíveis e exigíveis de

cuidados específicos. A execução das obras, em particular, observa formas específicas

de atuação, principalmente nas etapas de: terraplanagem, abertura de valas para

implantação de infra-estrutura, geração e disposição entulho resultantes das remoções,

controle do processo erosivo de vertentes, construção de novas unidades habitacionais,

que podem gerar impactos ambientais que extrapolam a área de projeto.

Também se sugere garantir a sustentabilidade das intervenções a longo prazo mediante

um Plano de Gestão Ambiental de Áreas Urbanizadas, estipulando medidas para prevenir

impactos negativos, bem como, monitorar a execução das obras e a situação pós-obra.

Este plano, idealmente, deve contemplar (i) melhorias do padrão operacional dos

serviços públicos de saneamento básico nas favelas; (ii) Instituição de um fórum sócio

ambiental permanente que contemple a participação inter-institucional e da sociedade

civil; (iii) ações em educação sanitária e ambiental nas áreas urbanizadas; (iv) sistema de

fiscalização do uso e ocupação do solo em favelas; (v) elaboração de um Sistema de

Informações Gerenciais – SIG de apoio à fiscalização, inclusive com dados de cadastro

das famílias residentes em favelas; e (vi) apoio técnico às construções e ampliações em

áreas de favela.

Também, com relação às medidas mitigadoras, recomenda-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo

programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e

condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras (assegurando, este, a

varrição de ruas e retirada de entulho, durante as obras; a adequada manutenção e

operação dos sistemas de esgotamento sanitário, abastecimento de água e

drenagem; etc.);

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos e efluentes gerados

nas obras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Compensação das áreas sujeitas à supressão da vegetação, através de replantio

e/ou recomposição paisagística;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras de urbanização.

Para a potencialização dos impactos positivos, recomenda-se a contratação – caso seja

possível – de pessoal da própria comunidade, a fim de auferir benefícios à população

local. Também deve fazer parte das estratégias da PMSBC, um programa de

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 15

comunicação social e de orientação à comunidade, a fim de orientá-los sobre os

benefícios das obras.

A seguir, apresenta-se uma síntese dos cuidados e medidas recomendadas para as

obras de urbanização de favelas, segundo as diversas fases de execução.

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16

Quadro 2.03. Ações e Medidas Recomendadas para Intervenções de Urbanização de Favelas em Áreas de Mananciais

FASE 1: PLANEJAMENTO

ETAPAS ATIVIDADES AÇÕES E MEDIDAS RECOMENDADAS

Seleção de áreas de intervenção

Avaliação de Problemas Ambientais no local e entorno

Avaliar se o núcleo está inserido na malha urbana e quais as características ambientais da área; Avaliar a necessidade de intervenção em áreas de risco geotécnico ou de macro-drenagem.

Identificação da disponibilidade de infra-estrutura

Verificar a disponibilidade de infra-estrutura existente no entorno e assegurar a possibilidade de sua ampliação dá para atender a nova demanda com os órgãos competentes.

Estabelecer metas, prazos e sistema de monitoramento com órgãos competentes.

Identificação da Demanda da Comunidade

Adequação às necessidades da comunidade

Efetuar a caracterização socioeconômica da população mediante pesquisa amostral; Avaliar a expectativa dos moradores com relação às melhorias necessárias no núcleo; Avaliar grau de organização da comunidade e criar mecanismos de participação dos usuários em todas as etapas

de planejamento, obra e pós-obra.

Elaboração de Plano de Desenvolvimento

Integrado

Definição das diretrizes de intervenção em função das

especificidades da bacia hidrográfica onde se insere a favela

Elaborar plano de intervenção visando a qualificação ambiental do núcleo, integrando a proposta ao plano urbanístico da cidade e ao controle de cargas poluentes ao reservatório, apresentando as medidas para a instalação de infra-estrutura e serviços públicos;

Avaliar a questão jurídica da propriedade e fazer os encaminhamentos necessários para a sua regularização; Promover a organização e o envolvimento da comunidade no processo de urbanização, principalmente na

integração com a vizinhança e no trato dos espaços coletivos e públicos; Prever um plano de monitoramento e avaliações posteriores, em um processo contínuo de gestão urbana e

ambiental, estabelecendo-se co-responsabilidades.

FASE 2: PROJETO

Elaboração do Projeto

Adequação às características topográficas e geotécnicas da área

Especificar procedimento de proteção do sistema viário contra processos erosivos; Elaborar e adequar o projeto de movimentos de terra, cuidando da especificação de proteção superficial e/ou de

estruturas de contenção para taludes; Apresentar proposta para tratamento de áreas que ficarão expostas a processos de meio físico, tais como

erosões, assoreamento, inundações e escorregamentos, devendo-se evitar que obras de contenção necessárias fiquem a cargo dos moradores; e

Elaborar projeto de drenagem interno à favela, com terminações do sistema de drenagem e sua conexão com redes do entorno ou sistemas localizados de lançamento, assegurando a preservação de terrenos vizinhos. A especificação de cuidados na implantação do sistema de drenagem deve permitir que este, ao término das obras, esteja totalmente livre, desobstruído e desassoreado;

Adotar quando necessário, tipologias habitacionais inovadoras, capazes de inverter praticas comuns de adaptação do projeto às características do terreno, compatibilizando-as com o relevo, os processos do meio físico presentes ou potenciais e os parâmetros geotécnicos dos solos.

Infra-estrutura

Adotar redes de água, esgoto de alto desempenho técnico assegurando o atendimento adequado a todas as moradias da favela;

Verificar as possibilidades de implantar e/ou adequar sistema viária interno ao núcleo e bem como acesso à malha urbana do entorno;

Identificar a existência de redes locais de drenagem pública e verificar sua capacidade em receber os novos fluxos, obter compromisso documentado de sua adequação em tempo hábil;

Assegurar que a disposição do posteamento da rede elétrica não cause interferência em acessos, vielas e unidades habitacionais;

Adotar a iluminação pública nos arruamentos e áreas publicas previstas (incluindo sistema de lazer, áreas destinadas a equipamento públicos, comunitários e comércio), assegurando-se sua suficiência;

Coleta de lixo domiciliar

Calcular as dimensões das lixeiras destinadas ao lixo comum de acordo com o número previsto de moradores e a periodicidade da coleta pública;

Projetar a localização das lixeiras em local de fácil acesso pelos moradores e que sejam também adequadas à retirada pelas empresas coletoras; e

Prever espaços para coletores de recicláveis.

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17

FASE 2: PROJETO

Unidades Habitacionais

Observar se o sistema construtivo apresenta risco ambiental; Buscar informações que permitam analisar o desempenho ambiental dos componentes construtivos durante todo

o seu ciclo de vida; Observar se o sistema construtivo das unidades habitacionais se adapta, às características topográficas e

ambientais.

Previsão de equipamentos públicos e

comunitários Utilizar, nas áreas de lazer, massas de vegetação com características naturais do local.

FASE 3: OBRA

Terraplenagem

Movimentos de terra para a construção da rede de infra-estrutura

e edificações Reduzir a exposição do solo, evitando terraplenagem simultânea em toda a área e com proteção superficial

(vegetal e de drenagem), de acordo com as características geotécnicas do terreno; e Prever, em áreas de empréstimo, a recuperação e, eventualmente, a reabilitação do local. Exploração do material de

empréstimo

Sistema Viário, Infra-estrutura e Edificações

Execução das obras de edificação, contenção e construção da rede de

infra-estrutura

Monitorar a execução das obras, reduzindo a geração de resíduos sólidos, fiscalizando a qualidade do material utilizado e implementando todas as obras de contenção e drenagem necessárias.

Bota-fora Disposição de resíduos sólidos Reduzir a geração de resíduos e, se possível, tratá-los para diminuir seu volume; Evitar a disposição inadequada de entulho próximo a córregos e áreas inundáveis.

Paisagismo Cobertura vegetal Promover arborização de praças e áreas verdes; Recompor a vegetação integrando quando possível o núcleo no contexto geral da paisagem, além de participar da

engenharia da obra

FASE 4: PÓS-OBRA

Uso

Utilização das unidades habitacionais, redes de infra-

estrutura e demais equipamentos

Conscientizar os moradores da importância de participação comunitária permanente, estabelecendo normas e responsabilidades, envolvendo também, quando necessário, instituições governamentais e não governamentais;

Identificar os fatores técnicos, funcionais, econômicos, estéticos e comportamentais do ambiente em uso, pertinentes à especificidade de cada núcleo visando corrigir os problemas detectados, por meio de sistema de gestão ambiental e estabelecendo programas de participação comunitária;

Acompanhar junto aos órgãos competentes a implementação de serviços e infra-estruturas compromissadas nas fases anteriores do empreendimento, assegurando seu atendimento, e/ou obter o compromisso de novas medidas e ações necessárias, detectadas durante a utilização das benfeitorias instaladas (exemplo: iluminação pública);

Estabelecer padrões e normas de operação e manutenção da infra-estrutura instalada junto com concessionárias de serviços públicos (água, esgoto, coleta de lixo e sistema de drenagem).

Geração de resíduos

Manutenção e gerenciamento de riscos

Tratamento de questões ligadas com comportamento e satisfação dos

usuários

Ampliação das moradias

Controle do uso e ocupação do solo

Promover programas de orientação e reformas domiciliares, considerando sempre a necessidade de ligação à rede de infra-estrutura instalada;

Examinar a condição de risco na ampliação de moradias, caso sejam necessários cortes e aterros, indicar necessidade de obras de contenção adequadas e com acompanhamento especializado;

Integrar os novos moradores ao convívio da área urbanizada.

Gestão Ambiental Implantação de sistema de gestão

ambiental e urbana Promover ação inter-institucional e estabelecer parcerias com a sociedade civil.

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2.1.2. Relocação de Famílias e Recuperação Urbana de Áreas de 1ª categoria, na Região do Grande Alvarenga

- Descrição da Intervenção

O processo de ocupação irregular, principalmente de áreas de 1ª categoria, muitas vezes em situação de risco, necessita de mecanismos que não só impeçam seu crescimento geométrico, como também possibilitem a recuperação do ecossistema. As áreas que forem liberadas pela relocação de famílias só se manterão isentas de novas ocupações se forem recuperadas e ocupadas com usos adequados à promoção da qualidade ambiental e urbana, e com a participação da população do entorno envolvida ativamente no processo.

No que diz respeito à relocação de áreas de 1ª Categoria, está prevista a elaboração de projeto e execução de obras para relocação de famílias das áreas lindeiras aos córregos afluentes ao Ribeirão dos Alvarengas e Lavras, especificamente nas áreas do Jardim Detroit (adjacências do Jardim Ipê), Vila Vitória/Jardim Cláudia e Sitio Bom Jesus, perfazendo um total de 100 famílias relocadas. Essas famílias serão reassentadas em unidades habitacionais construídas pela CDHU no âmbito do Programa Mananciais, podendo se localizar dentro da própria favela ou núcleo (porém, fora dos limites das áreas de 1a categoria e APPs) ou para outras localidades disponíveis e definidas pela CDHU. A Figura seguinte ilustra a localização de tais áreas.

Figura 2.04 – Localização das Áreas a serem Atendidas com as Obras de Recuperação Urbana e Ambiental

Após a relocação das famílias, também está prevista a recuperação ambiental e urbana (projeto e obra) das áreas desocupadas, as quais devem chegar a quase 2 ha.

A principal função, neste caso, é evitar a reincidência de ocupações irregulares nas áreas de 1ª categoria, áreas de risco geotécnico e APP – áreas de preservação permanente,

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 19

possibilitando, por decorrência, a melhoria das condições de ocupação e de afluência de cargas poluidoras diretamente aos corpos d’água da região.

Ao promover tal procedimento de recuperação, pretende-se beneficiar toda a área da bacia do Alvarenga no município, com 213 Km² e a população, que hoje perfaz cerca de 200.000 habitantes.

Essas obras destinam-se, portanto, ao reequilíbrio do ecossistema; melhoria das condições de saneamento ambiental; redução da poluição dos cursos d’água e reservatório principalmente com cargas difusas, melhoria da paisagem urbana e bem-estar local. Assim, abrange-se um conjunto de intervenções bastante semelhante ao de urbanização de favelas, com ênfase ao tratamento paisagístico e recuperação ambiental das áreas que contaram com remoções de famílias. Essas intervenções contemplam:

(i) repovoamento vegetal e arborização, com plantio de espécies adequadas aos fundos de vale, margens dos córregos e da represa Billings e com a paisagem (prevendo-se a aquisição de mudas, adubação das áreas, plantio e monitoramento periódico do crescimento, possibilitando replantios, caso necessário);

(ii) implantação, conforme o caso, de praças e áreas verdes para a prática de recreação de baixo impacto, lazer contemplativo, trilhas interpretativas e educação ambiental, esportes, etc., cuja intensidade de atividades dê condições de manter a região em condições ambientalmente compatíveis com a vocação dessas áreas. Estas soluções dão origem a espaços livres em decorrência da remoção de barracos, canalização de córregos e outras intervenções, evitando novas invasões e a urbanização adequada do espaço. Podem ser criados, alternativamente, áreas de lazer dotadas de equipamentos infantis, mobiliário urbano e/ou áreas para a prática de esportes. Também há previsão de que a sustentabilidade dessas obras fiquem vinculadas a equipamentos públicos como creches, associação amigos do bairro e outros;

(iii) devido à limitação do espaço e relevo acidentado, comum nessas áreas de favela, será aproveitado ao máximo a topografia natural do terreno, com a implantação de equipamento adequados ao relevo;

(iv) consolidação das encostas com o plantio de espécies adequadas;

(v) utilização de elementos drenantes de baixo custo (gramados, saibro, pedrisco, etc) para o tratamento de pisos; forração com vegetações de crescimento rápido e espécies resistentes, utilizando também árvores frutíferas e de rápida recomposição; realização de correções de solo, quando necessárias, sem o uso de agentes agressivos ao meio ambiente.

As obras de saneamento restringem-se à limpeza do terreno e à adequação da topografia no sentido de evitar o acúmulo de água que possam trazer desconforto à população circunvizinha e/ou às próprias condições de salubridade ambiental. Também é prevista a adequação dos terrenos (mediante movimentação de terra) para melhoria das condições de drenagem e, ainda, a implantação de iluminação pública (nos moldes preconizados para as obras de urbanização de favelas).

- Impactos Negativos

Os impactos negativos, a exemplo do processo e urbanização de favelas, serão decorrentes, em sua maioria, pela execução das obras, destacando-se:

Meio Físico-Biótico:

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 20

o Carreamento de terra para os cursos d’água, durante a fase de obras e movimentação de solo,com piora da qualidade das águas;

o Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados), durante a movimentação de máquinas e equipamentos de grande porte;

o Acumulo de lixo e entulho nas ruas e geração de efluentes dos canteiros de obras, com poluição visual.

Meio Socioeconômico:

o Tensões sociais durante as remoções, por conta da perda dos vínculos e relações sociais existentes;

o Incômodo aos pedestres e moradores, dificultando acesso, inclusive, de veículos durante as obras (dada a largura das vielas)

o Ruídos e Vibrações durante as obras, devido à movimentação de máquinas e equipamentos, podendo afetar a estrutura das residências.

- Impactos Positivos

Entre os principais benefícios da implantação dessa intervenção incluem-se:

Meio Físico-Biótico:

o Redução das cargas poluidoras afluentes ao reservatório Billings, no Braço do Alvarenga-Lavras;

o Recuperação e restauração das funções ecológicas das áreas de 1a categoria e APPs – Áreas de Preservação Permanente, assegurando a melhoria da qualidade ambiental;

o Criação de ambientes favoráveis para a manutenção da biodiversidade e das condições de sustentabilidade ambiental, compatível com as condições de preservação das áreas de mananciais;

o Valorização dos recursos socioambientais da bacia e conscientização da comunidade quanto ao uso sustentável das áreas de mananciais.

Meio Socioeconômico:

o Melhoria da qualidade de vida da população removida e transferida, do ponto de vista das condições de habitabilidade;

o Modificação dos usos atuais nas margens do reservatório, propiciando a melhoria da qualidade de vida da população;

o Geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras, podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno das obras;

o Melhoria das condições de salubridade humana e ambiental.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

As medidas mitigadoras e compensatórias propostas referem-se, basicamente, aos impactos verificados durante as obras de relocação e de recuperação ambiental e urbana, destacando-se:

o Elaboração de plano de reassentamento, garantindo opções de atendimento habitacional às famílias e apoio durante a mudança;

o Regularização da ocupação desordenada do espaço;

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 21

o Envolvimento da comunidade em todas as fases das obras relacionadas às remoções, reassentamentos e recuperação das áreas;

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras e dos resultados.

Os impactos positivos podem ser potencializados efetuando-se, quando possível, a contratação de pessoal da própria comunidade, a fim de alocar os benefícios diretos das obras à população local, veiculando, ainda, programas de comunicação social e de orientação à comunidade, além de um intenso trabalho social para orientação das população removida, inclusive quanto à aferição dos níveis de satisfação pós-obra.

2.1.3. Readequação Ambiental e Urbana de Loteamentos

- Descrição da Intervenção

Os projetos e obras de recuperação ambiental, nos loteamentos, incluem melhorias no sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário, sistema de drenagem, pavimentação do sistema viário, implantação de equipamentos de lazer e recreação e tratamento paisagístico, urbanização e contenção geotécnica, nos mesmos moldes e com as mesmas características das obras de urbanização de favelas anteriormente mencionadas.

No município de São Bernardo do Campo, serão realizadas obras nos seguintes loteamentos: João de Barros; Jardim Laura, Laura I e II; Parque Alvarenga; Vila União; Jardim América do Sul; e Jardim Ana Faletti. Esses loteamentos situam-se, igualmente, na região do Grande Alvarenga e são contribuintes diretos do Ribeirão dos Alvarengas e da represa Billings, situação esta considerada crítica para a manutenção da qualidade ambiental dos recursos hídricos na região. A Figura seguinte apresenta o conjunto de áreas a serem beneficiadas.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 22

Figura 2.05 - Áreas a serem beneficiadas com a readequação ambiental e urbana de loteamentos

As obras nesses loteamentos devem beneficiar, ao todo, cerca de 22.000 hab (entorno de 5.800 famílias), os quais devem receber, ainda, benefícios indiretos das atividades de recuperação e preservação ambiental, mediante a criação de parques, implantação de bairros ecológicos (correspondentes a ações do Plano Emergencial) e repovoamento vegetal das margens do ribeirão e pequenos córregos afluentes.

- Impactos Negativos

De modo bastante similar às obras de urbanização de favelas, a recuperação de

loteamentos admite os seguintes impactos principais:

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 23

Quadro 2.04 – Impactos Negativos das Obras de Recuperação Urbana de

Loteamentos

INTERVENÇÕES

EFEITOS NEGATIVOS

Meio Físico-Biótico Meio Socioeconômico

Reestruturação do sistema viário

- Na etapa de obras, carreamento de terra para os cursos d’água,com piora da qualidade das águas; - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Acumulo de lixo e entulho nas ruas, com poluição visual; - Supressão vegetal para abertura de vias;

- Incômodo aos pedestres e moradores, dificultando acesso, inclusive, de veículos durante as obras (dada a largura das vias) - Ruídos e Vibrações durante as obras, devido à movimentação de máquinas e equipamentos, podendo afetar a estrutura das residências - Odor desagradável durante as obras de construção das redes de esgoto, pela concentração das cargas em alguns pontos (antes das interligações)

Esgotamento Sanitário

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras devido à abertura de valas para instalação das redes. - Vazamento de esgoto por desalinhamento de redes ou extravazão de elevatória, com piora da qualidade das águas e poluição. - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Acumulo de lixo e entulho nas ruas, com poluição visual, durante as obras;

Abastecimento público de Água

- Riscos de vazamentos de água durante as obras

Sistema de Drenagem

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras devido à abertura de valas para instalação das redes pluviais, escadarias, etc., com piora da qualidade das águas; - Piora da qualidade do ar (poeiras e particulados) - Obstrução das redes de drenagem por terra, lixo ou entulho, com prejuízos ao sistema de escoamento das águas.

Contenção de Encostas

- Riscos de carreamento de terra durante a etapa de obras

- Impactos Positivos

A seguir demonstram-se os impactos positivos previstos.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 24

Quadro 2.05. Impactos Positivos das Obras de Recuperação Urbana de

Loteamentos

INTERVENÇÕES

EFEITOS POSITIVOS

Meio Físico-Biótico Meio Socioeconômico

Reestruturação do sistema viário

- Possibilidade de escoamento parcial das águas da chuva, dada as soluções de permeabilidade adotadas (bloquetes, etc)

- Melhoria das condições de acessibilidade, pós-obra - Melhoria do sistema de coleta de lixo e segurança, por meio da acessibilidade a locais antes não atendidos

Esgotamento Sanitário

- Melhoria da qualidade das águas dos córregos, canais, etc., devido à retirada dos esgotos e cargas poluidoras (do núcleo atendido e das áreas de jusante) - Melhoria das condições de salubridade ambiental - Redução da poluição e dos fatores de degradação da fauna e da flora locais

- Melhorias sanitárias e de qualidade de vida da população - Redução dos índices de contaminação e doenças de veiculação hídrica, provocadas pelos esgotos sanitários, com redução dos custos de saúde - Elevação dos padrões de convívio social e de qualidade de vida da população beneficiada e das áreas de jusante

Abastecimento público de Água

- Melhorias das condições de salubridade ambiental

- Melhoria das condições de atendimento, de distribuição e da qualidade de água para abastecimento público - Melhor controle das perdas de água

Sistema de Drenagem

- Melhoria e controle das condições de escoamento e drenagem, evitando acúmulo de água e lixo

- Redução de insetos e vetores atraídos pelo acúmulo de águas - Ordenamento do espaço físico, contribuindo para a elevação dos padrões de vida e habitabilidade

Contenção de Encostas

- Eliminação das situações de risco geotécnico e ambiental

- Melhoria da qualidade de vida para todo o núcleo e maior segurança das habitações

Além dos impactos acima enunciados, o conjunto de intervenções tem reflexos bastante

relevantes na melhoria da qualidade das águas dos tributários e do próprio reservatório

correspondente à micro-bacia onde se localiza o núcleo, propiciando a redução dos

processos de poluição e de degradação ambiental. Além disso, contribuem para o

incentivo para efetuar posteriores melhorias nas residências (reformas, etc.) tendendo à

consolidação urbana e à maior “formalização” e inclusão social. Também são ganhos

importantes desse processo, a melhoria de assepsia e segurança, dada as melhorias na

acessibilidade, e a conseqüente e inevitável valorização imobiliária.

Destaca-se, ainda, a geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras,

podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno e beneficiários

diretos.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Para viabilizar um processo de recuperação urbana de loteamentos, o Programa

Mananciais estabelece condições para que a sua implementação produza menos

impactos ambientais e atenda, de modo pleno, os objetivos e condições para a execução

das obras nessas áreas. Desse modo, recomenda-se que os termos de referência

incluam em suas licitações diretrizes técnicas relativas à parte projetual e executiva,

conforme apresentado, para aquelas obras que ainda não contam com projetos

elaborados. Este procedimento evita que projetos mal concebidos, que desconsiderem

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 25

condicionantes físicos e sociais ou apresentem soluções de infra-estrutura sem a

adequada especificidade técnica comprometam ou colaborem para gerar novas situações

de degradação ambiental, considerando serem essas áreas sensíveis e exigíveis de

cuidados específicos. A execução das obras, em particular, observa formas específicas

de atuação, principalmente nas etapas de: terraplanagem, abertura de valas para

implantação de infra-estrutura, geração e disposição entulho resultantes das remoções,

controle do processo erosivo de vertentes, construção de novas unidades habitacionais,

que podem gerar impactos ambientais que extrapolam a área de projeto.

Também se sugere garantir a sustentabilidade das intervenções a longo prazo mediante

um Plano de Gestão Ambiental de Áreas Urbanizadas, estipulando medidas para prevenir

impactos negativos, bem como, monitorar a execução das obras e a situação pós-obra.

Este plano, idealmente, deve contemplar (i) melhorias do padrão operacional dos

serviços públicos de saneamento básico nos loteamentos; (ii) Instituição de um fórum

sócio-ambiental permanente que contemple a participação inter-institucional e da

sociedade civil; (iii) ações em educação sanitária e ambiental nas áreas urbanizadas; (iv)

sistema de fiscalização do uso e ocupação do solo; (v) elaboração de um Sistema de

Informações Gerenciais – SIG de apoio à fiscalização, inclusive com dados de cadastro

das famílias residentes nos loteamentos; e (vi) apoio técnico às construções e

ampliações.

Também, com relação às medidas mitigadoras, recomenda-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo

programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e

condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras (assegurando, este, a

varrição de ruas e retirada de entulho, durante as obras; a adequada manutenção e

operação dos sistemas de esgotamento sanitário, abastecimento de água e

drenagem; etc.);

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos e efluentes gerados

nas obras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Compensação das áreas sujeitas à supressão da vegetação, através de replantio

e/ou recomposição paisagística;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras de urbanização.

Para a potencialização dos impactos positivos, recomenda-se a contratação – caso seja

possível – de pessoal da própria comunidade, a fim de auferir benefícios à população

local. Também deve fazer parte das estratégias da PMSBC, um programa de

comunicação social e de orientação à comunidade, a fim de orienta-los sobre os

benefícios das obras.

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 26

2.1.4. Arborização Urbana nas Praças e Ruas de Loteamentos Irregulares e Repovoamento Vegetal

- Descrição da Intervenção

No quesito arborização urbana, deve ser elaborado um plano diretor de arborização urbana e executados projetos de arborização, em continuidade aos trabalhos já coordenados pela Prefeitura Municipal nos bairros ecológicos e demais áreas desflorestadas do Município. Ao todo, deve ser arborizada uma área de aproximadamente 36 ha, predominantemente nos loteamentos irregulares que já suprimiram a vegetação (como é o caso dos loteamentos João de Barro, Jardim Laura, Laura I e II e Ana Faletti). A PMSBC projeta, ao todo, 65 ha de áreas arborizadas, somente para o Grande Alvarenga, já contadas as intervenções previstas no Programa somadas às ações locais.

O principal objetivo da arborização é propiciar melhor qualidade de vida aos habitantes e contribuir com o aumento da permeabilidade do solo nessas áreas. Nessas intervenções, estão somente incluídas a implantação e plantio das espécies vegetais, não considerando a sua manutenção no longo prazo.

A implantação de arborização urbana será realizada na malha viária e praças existentes, visando (i) a melhoria da paisagem urbana e o conforto ambiental; (ii) sensibilização da população para a relação da arborização urbana com a qualidade de vida; (iii) promoção da valorização dos núcleos urbanos; (iv) ampliação da auto-estima de seus moradores, estimulando o sentimento de pertencimento e referência com o bairro e a cidade.

A adequada arborização da cidade tem relação direta com a melhoria da qualidade ambiental e bem estar urbano, constituindo-se num importante fator de sensibilização ambiental e de integração entre o meio ambiente construído e o natural. Promove, ainda a inclusão urbana dos bairros e sua população no contexto da cidade e o sentimento de pertencimento, ampliando a auto-estima e a qualidade de vida da população.

Além disso, propiciará melhores condições ambientais e de atração da fauna urbana (sobretudo avifauna), melhorando a sensação de conforto ambiental e de qualidade urbana dos assentamentos e da paisagem urbana.

As ações de repovoamento vegetal compreendem as mesmas estratégias de plantio do processo de arborização urbana, diferindo quanto à tipologia das espécies e áreas atendidas. Referem-se, com isso, ao plantio de espécies típicas de vegetação ripária, nas faixas lineares à represa Billings. Está previsto o repovoamento vegetal de 21,8 ha na porção territorial compreendida entre os braços do Alvarenga e Lavras, desde o limite do Parque Poney Club (projetado) até o limite inferior do Jardim das Orquídeas (bairro ecológico), melhorando – de modo pronunciado – a qualidade ambiental das áreas de 1a categoria e APPs – áreas de preservação permanente, impedindo invasões e o uso incompatível dessas áreas pela população de baixa renda.

Tanto as ações de arborização quanto de repovoamento vegetal terão seus projetos executivos e obras contratadas no âmbito do Programa Mananciais, sendo objeto de licenciamento ambiental específico e de análise e aprovação pelo BIRD, segundo critérios e as políticas de salvaguarda pertinentes.

A Figura apresentada adiante localiza as áreas a serem beneficiadas com as obras de arborização urbana e repovoamento vegetal.

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Figura 2.06 – Arborização Urbana e Repovoamento Vegetal Prevista no Programa

- Impactos Negativos

Os principais impactos dessas obras referem-se:

Meio Físico-Biótico:

o Carreamento de sedimentos, adubos e fertilizantes nas vias públicas, redes de drenagem (arborização urbana) ou na própria represa Billings (repovoamento) durante o plantio das espécies na área urbana (calçamento e praças) e áreas de 1a categoria - APPs, com degradação da qualidade das águas e piora da qualidade ambiental;

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes durante as obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos.

Meio Socioeconômico:

o Incômodo à população residente no entorno das obras, incluindo transtornos quanto à acessibilidade, conforto e convívio social.

- Impactos Positivos

Figuram entre os principais impactos positivos os seguintes:

Meio Físico-Biótico:

o Melhoria das condições urbano-ambientais, com atração de avifauna urbana, melhoria do sombreamento e conforto ambiental

o Melhoria das condições estético-paisagísticas e ambientais.

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Meio Socioeconômico:

o Prevenção contra invasão das áreas de 1a categoria e APPs;

o Valorização urbana e imobiliária;

o Ampliação e melhoria sócio-ambiental das áreas de recreação e lazer (praças e áreas livres arborizadas);

o Disseminação de práticas cidadãs de conscientização ambiental e de uso sustentável das áreas urbanas nas regiões de mananciais;

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Entre as medidas mitigadoras propostas, incluem-se aquelas pertinentes à fase de obras de plantio de mudas, incluindo:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração/aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes;

o Monitoramento do andamento das obras e dos resultados.

A potencialização dos impactos positivos pode ser alcançada vinculando-se as obras aos esforços da Prefeitura para a arborização urbana e repovoamento vegetal, aproveitando os recursos e o planejamento já realizado para atendimento a essas áreas, além de campanhas de educação ambiental e conscientização quanto ao uso dessas áreas e manutenção das plantas.

2.1.5. Urbanização de Áreas Públicas Livres - Criação de Praças e Equipamentos de Lazer

- Descrição da Intervenção

No âmbito do Programa Mananciais, a PMSBC contratará os projetos e a execução das obras para a implantação de praças e equipamentos de lazer em áreas públicas livres do Grande Alvarenga, região de extrema pobreza e que conta com um grande número de favelas e loteamentos irregulares, reunidos em áreas de alta densidade populacional e de moradias com a quase ausência de áreas públicas livres, para o lazer e recreação.

Nesse tipo de intervenção, serão promovidos levantamentos e diagnóstico físico-ambiental das áreas públicas livres, avaliando o seu estado de degradação e os focos geradores de conflitos; levantamentos planialtimétricos e cadastrais das áreas; identificação das carências e demandas locais por equipamentos públicos de recreação, lazer e prática esportiva; identificação das lideranças locais, movimentos sócio-culturais que poderão não só contribuir com a elaboração dos projetos, como na participação, gestão e manutenção das áreas; elaboração dos projetos básicos e executivos para urbanização das áreas, considerando a elaboração de orçamento, memoriais descritivos e especificações técnicas; elaboração de plano de sustentabilidade participativo, envolvendo comunidades, ong’s, associações e movimentos sócio-culturais locais.

A fase de obras contemplará a execução das soluções concebidas e planejadas nos projetos executivos, envolvendo movimentação de terra, pavimentação, paisagismo, implantação de equipamentos públicos e mobiliário urbano, drenagem, iluminação, rede de água e irrigação, saneamento, sinalização urbana, comunicação visual com linguagem

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única, identificando sua vinculação com o programa; e envolvimento social em todas as etapas de construção e implantação dos equipamentos públicos.

A necessidade de criação de mecanismos para evitar novas invasões de áreas públicas livres com usos adequados à melhoria do conforto ambiental e urbano dos bairros, bem como de ampliação da oferta de espaços públicos direcionados ao lazer, recreação, práticas esportivas e a convivência interpessoal, contribuirá para a agregação social, diminuindo os altos índices de violência urbana; estimulando o sentimento de pertencimento ao bairro e à cidade, possibilitando a criação de vínculo afetivo com o meio e a preocupação com sua manutenção e melhoria da qualidade de vida.

A ação será aplicada à uma área de 3,00 ha e beneficiando a população residente na área do Grande Alvarenga, preferencialmente nas regiões de favelas e loteamentos irregulares.

As obras propiciarão o equilíbrio ecológico através da ampliação de áreas verdes permeáveis, contribuindo para minimizar inundações em época de chuvas, melhorando as condições ambientais e do ecossistema local; melhoria da qualidade da água do manancial e reservatório pela redução das cargas difusas; a possibilidade de integração na criação de um sistema de parques e áreas verdes e de lazer para a área de manancial; melhoria das condições de salubridade local com a recuperação da área, valorização por parte da população dos espaços públicos como elementos importantes para o equilíbrio ambiental e seu reflexo na melhoria da qualidade de vida, fortalecimento da participação da sociedade nas intervenções, manutenção e preservação dos equipamentos públicos.

- Impactos Negativos

Os impactos negativos restringem-se, de modo geral, aos incômodos e transtornos atribuíveis à fase de construção, incluindo-se:

Meio Físico-Biótico:

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Assoreamento das porções de jusante, com o carreamento de sólidos durante as obras devido à movimentação de terra e solo;

o Poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos pesados.

Meio Socioeconômico:

o Incômodo à população residente no entorno das obras, incluindo transtornos quanto à acessibilidade, conforto e convívio social.

- Impactos Positivos

Meio Físico-Biótico:

o Equilíbrio ecológico através da ampliação de áreas verdes permeáveis, contribuindo para minimizar inundações em época de chuvas, melhorando as condições ambientais e do ecossistema local;

o Melhoria da qualidade da água do manancial e reservatório pela redução das cargas difusas;

Meio Socioeconômico:

o Melhoria das condições de convívio social e bem-estar, diminuindo os altos índices de violência urbana registrados na área do Grande Alvarenga;

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o Estímulo do sentimento de pertencimento ao bairro e à cidade, possibilitando a criação de vínculo afetivo com o meio e a preocupação com sua manutenção e melhoria da qualidade de vida;

o Possibilidade de integração na criação de um sistema de parques e áreas verdes e de lazer para a área de manancial;

o Melhoria das condições de salubridade local com a recuperação da área, valorização por parte da população dos espaços públicos como elementos importantes para o equilíbrio ambiental e seu reflexo na melhoria da qualidade de vida, com reflexos no fortalecimento da participação da sociedade nas intervenções e na manutenção e preservação dos equipamentos públicos;

o Geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras, podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno das obras.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Entre as medidas mitigadoras propostas, incluem-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento do andamento das obras e dos resultados.

Para a potencialização dos impactos positivos, recomenda-se a contratação – caso seja possível – de pessoal da própria comunidade, além de um programa de comunicação social e educação ambiental para uso e manutenção das áreas livres.

2.1.6. Recuperação de Áreas Degradadas (Intervenções de Baixo Custo em Encostas, Taludes e Áreas de Produção de Sedimentos - Bacia Rio Grande)

- Descrição da Intervenção

Serão implementadas ações de baixo custo em encostas, taludes e áreas de produção de sedimentos, especificamente no Núcleo do Areião, na bacia do Rio Grande - Billings. Este núcleo se encontra muito próximo do ponto de captação da SABESP, possuindo aproximadamente 1.700 famílias em condições inadequadas de ocupação e, com efeito, elevando os impactos potenciais à qualidade das águas dessa micro-bacia.

Nessa área localiza-se grande contingente de pessoas de baixa renda (portanto, densamente povoadas), ocupando vários trechos de APPs ou em situação de risco, ficando expostas a usos inadequados, como depósito de resíduos, como lixo e entulhos. Essas áreas necessitam de ações urgentes de recuperação ambiental de modo a promover a melhoria das condições de saneamento ambiental, redução da poluição por cargas difusas e melhoria da qualidade ambiental e urbana.

As ações da PMSBC incluem a contratação de projeto e obras para a recuperação dessas áreas degradadas no Núcleo Areião, compreendendo levantamento e diagnóstico físico e ambiental do estado de degradação das áreas, seu perímetro, localização, relevância no contexto local e uso atual; projeto básico e executivo de recuperação das áreas, com memoriais técnicos e orçamentos.

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As obras contemplam adequação geotécnica das áreas de risco de escorregamento e erosão (as contenções podem prever obras civis, quando for o caso); direcionamento do escoamento superficial das águas pluviais; impermeabilização de áreas sujeitas à erosão, associado ao plantio de grama e arbustos para fins de contenção de erosão e solapamentos; limpeza, remoção e destinação adequada de detritos existentes, recuperação de suporte de solo, paisagismo, revegetação, recuperação de APP, urbanização e saneamento, iluminação pública; e execução de plano de sustentabilidade para a manutenção das áreas recuperadas.

Essa ação integra-se com as ações de recuperação urbana e demais ações de recuperação ambiental anteriormente mencionadas e beneficiará parte do Núcleo Areião.

- Impactos Negativos

São impactos negativos dessas obras:

Meio Físico-Biótico:

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Assoreamento das porções de jusante, com o carreamento de sólidos durante as obras devido à movimentação de terra e solo e obras de contenção;

o Poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos pesados;

o Supressão de vegetação e mudança da paisagem, para a implantação das estruturas civis.

Meio Socioeconômico:

o Incômodo à população residente no entorno das obras, incluindo transtornos quanto à acessibilidade, conforto e convívio social;

o Tensões sociais quando da execução das obras de contenção.

- Impactos Positivos

Incluem-se entre os impactos positivos:

Meio Físico-Biótico:

o Recuperação das áreas degradadas, com a tendência de reequilíbrio das condições naturais dos ecossistemas afetados;

o Redução e/ou eliminação de processos de degradação ambiental (erosão, poluição, etc.).

o Redução das cargas difusas que contaminam os cursos d’ água e o reservatório;

o Melhoria das condições ambientais e estético-paisagísticas, contribuindo para a atração da fauna (sobretudo avifauna) e para o lazer contemplativo, compatível com a vocação das áreas de mananciais;

o Eliminação de situações de risco geotécnico e inundações, mediante obras de consolidação geotécnica e canalização de córregos ou retificação de suas margens.

o Promoção da conscientização da população envolvida sobre a importância da preservação e equilíbrio ambiental na manutenção da qualidade de vida da população;

o Melhoria da salubridade, bem-estar urbano e da paisagem urbana;

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Meio Socioeconômico:

o Melhoria dos usos, da ocupação do solo e das opções de recreação e convívio social, melhorando as condições de salubridade humana e ambiental;

o Geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras, podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno das obras.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Entre as medidas mitigadoras propostas, incluem-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos gerados durante as obras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras e para a operação e sustentabilidade das áreas recuperadas;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras e dos resultados.

Da mesma forma que no caso das áreas livres, as áreas recuperadas podem ter os seus efeitos positivos potencializados caso haja a contratação de pessoal da própria comunidade, além da veiculação de programas de comunicação social e educação ambiental para uso e manutenção dessas áreas recuperadas. Podem ser estabelecidas parcerias com ONGs e lideranças locais para a sustentabilidade dessas áreas.

2.1.7. Implantação de Parques

- Descrição da Intervenção

Com respeito à implantação de parques e unidades de conservação, está prevista a preparação de um plano diretor para a implantação de um sistema de parques municipais, além da elaboração de projetos executivos e implantação de parques em toda a área do Grande Alvarenga, totalizando 70,3 ha de novas unidades.

Os projetos e obras serão contratados – ambos – no âmbito do Programa Mananciais. Este Plano Diretor para implantação de um sistema municipal de parques e áreas verdes envolverá o levantamento das áreas sensíveis e importantes para a preservação integral, para a conservação (preservação passível de uso com atividades de lazer, práticas esportivas, educação ambiental, etc.) e levantamento de áreas degradadas, potencialmente utilizáveis para parques. Também incluirá um estudo dos meios institucionais e instrumentos urbanísticos e legais que viabilizem a preservação das áreas, sua aquisição (compensação ambiental, operações interligadas, etc.), adequação das leis de uso e ocupação do solo ao sistema, etc. Os projetos de engenharia, a seu tempo, consideram: a) levantamentos físicos e ambientais das áreas (planialtimétrico e cadastral, solo, hidrografia, declividades, vegetação, etc.); b) projeto urbanístico das áreas; c) projetos de infra-estrutura e de segurança; d) projetos das edificações e equipamentos; e) projeto de paisagismo; f) projetos de mobiliário urbano e sinalização; g) plano de manejo e de sustentabilidade das áreas desses parques municipais.

A importância da proteção ambiental dos mananciais e do reservatório, aliada a existência de aglomerados urbanos, fruto da ocupação desordenada e predatória, torna

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de extrema importância a necessidade da preservação da cobertura vegetal das áreas de preservação permanente e das áreas de 1ª categoria, de onde há preferência para a instalação dos parques. A implantação dessas áreas, nesse sentido, contribuirá para ampliação das áreas preservadas e permeáveis, melhorando a qualidade ambiental da área de proteção aos mananciais e, consequentemente, das águas.

Sendo a cobertura vegetal um dos principais componentes na manutenção do regime hidrológico que forma e mantém a APM, a preservação de áreas com maciço vegetal importante, através da implantação de parques e unidades de conservação, se constitui no principal benefício, promovendo, ainda, a conscientização da população, por meio de seus relacionamentos comunitários e a apropriação e uso adequado desses equipamentos, destacando a importância da proteção ambiental para sua qualidade de vida e saúde.

A execução das obras de parques prevê a implementação do plano de manejo idealizado na fase de projeto, considerando a realização de canteiros de obras de acordo com manuais técnicos e ambientais, manuais de paisagismo e plano manejo das unidades; observação das exigências técnicas quanto a possíveis impactos ambientais e cumprimento de ações mitigadoras; capacitação prévia da mão-de-obra envolvida na intervenção para a proteção das áreas de 1ª categoria, áreas de preservação permanente e áreas suscetíveis, tais como: encostas, nascentes, várzeas, bem como o cuidado com operacionalização das obras e seus reflexos, sobre o meio; e acompanhamento através de técnicos especializados na área ambiental de todas as etapas de implantação das obras.

Os parques a serem implantados, por fim, estão localizados na margem direita da Billings (tanto no braço do Alvarenga quanto das Lavras), estrategicamente selecionados para requalificar os usos lindeiros à represa, impedindo novas invasões e melhorando as condições ambientais dessas áreas mais vulneráveis. Deverão ser implantados os Parques Jardim Las Palmas (11,6 ha), Parque Poney Club (31,8 ha e cujas várzeas já se encontram assoreadas), Parque Nova Canaã (próximo ao Bairro Los Angeles e Jardim Nova Canaã, bairro ecológico projetado pela PMSBC, com área total de 4,8 ha), Parque Ecológico Linear (área de 7,5 ha e bastante próximo dos núcleos do PAT-PROSANEAR anteriormente mencionados); Parque Escola Museu do Meio Ambiente (9,5 ha correspondente à área do Falcão); e Parque Ecológico do Alvarenga (proximidades do antigo lixão, cuja área soma 63,2 ha, devendo ser implantada parte da área no âmbito do Programa). Na Figura seguinte, constam os parques a serem implantados no Programa.

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Figura 2.07 – Áreas para a Implantação de Parques

- Impactos Negativos

Meio Físico-Biótico:

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Assoreamento das porções de jusante, com o carreamento de sólidos durante as obras devido à movimentação de terra e solo;

o Poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos pesados;

o Supressão de vegetação e mudança da paisagem, para a implantação das estruturas civis.

Meio Socioeconômico:

o Incômodo à população residente no entorno das obras, incluindo transtornos quanto à acessibilidade, conforto e convívio social;

- Impactos Positivos

Meio Físico-Biótico:

o Valorização e ampliação das áreas verdes, de recreação e lazer contemplativo, das belezas cênicas e dos recursos ambientais locais;

o Melhoria das condições ambientais e estético-paisagísticas, com atração de fauna e flora típicas da região para os parques, com a tendência de reequilíbrio das condições naturais dos ecossistemas afetados;

o Redução e/ou eliminação de processos de degradação ambiental (erosão, poluição, etc.).

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o Promoção da conscientização da população envolvida sobre a importância da preservação e equilíbrio ambiental na manutenção da qualidade de vida da população;

Meio Socioeconômico:

o Melhoria dos usos, da ocupação do solo e das opções de recreação e convívio social, melhorando as condições de salubridade humana e ambiental;

o Geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras, podendo estender os benefícios às pessoas das comunidades do entorno das obras.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Entre as medidas mitigadoras propostas, incluem-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos gerados durante as obras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras e para a operação e sustentabilidade dos parques, de acordo com o plano de manejo;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras e dos resultados.

Os impactos positivos podem ser potencializados caso haja a contratação de pessoal da própria comunidade, além da veiculação de programas de comunicação social e educação ambiental para uso e manutenção dos parques.

2.1.8. Execução de obras para recuperação da área do Lixão do Alvarenga no município de São Bernardo do Campo

- Descrição da Intervenção

O Lixão do Alvarenga começou a ser usado no início da década de 70 e por muito tempo recebeu o lixo doméstico de São Bernardo, Diadema e São Caetano do Sul. A entrada para o lixão por São Bernardo foi interditada em 1987. Mesmo assim, continuou recebendo resíduos clandestinamente, até ser definitivamente fechado mediante ação da PMSBC – juntamente com o exército – em julho de 2001, retirando as famílias que ali se instalavam. O aterro possui área total de 750.000 m2 e já foi objeto de várias propostas de intervenção, entre elas, a de construção de um parque público de 280.000 m2 e reflorestamento de 470.000 m2.

A existência em APRM de uma área, embora atualmente desativada, de uma área como essa que já foi objeto de disposição irregular de resíduos sólidos afluentes gerados, torna-se um alto foco gerador de poluição para qualidade do manancial e da água do reservatório. Expõe a população do entorno e, principalmente daquelas moradias que estão dentro do seu raio de ação, a riscos de saúde. A mitigação dos impactos ambientais devido à disposição inadequada de resíduos sólidos é um importante fator para a melhoria da qualidade ambiental, evitando-se a presença de insetos, vetores e transmissores de doenças; melhoria da qualidade de vida da população, por meio da possibilidade de criação de um espaço de convivência urbana e social, de recreação e

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lazer, inclusive de espaço para educação ambiental, contribuindo de modo significativo para conscientização ambiental da população local e sob sua área de influência.

O município de São Bernardo do Campo, com base no histórico de degradação ambiental na região do aterro do Alvarenga, desenvolveu um programa de ação socioambiental denominado “Programa Lixo e Cidadania”, tendo como objetivo principal retirar crianças e adultos do trabalho em lixões do município, como o do Alvarenga, estimulando a coleta seletiva. O programa foi implantado pelo município em 1998 e é vinculado ao Fórum Nacional do Lixo & Cidadania, formado pela Unicef, ministérios, outros órgão federais, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organizações não-governamentais. Por conta desse trabalho, a PMSBC recebeu o prêmio “Programa Lixo e Cidadania” concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O prêmio foi entregue por um membro da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) a Joelcimara Miranda do Nascimento, ex-catadora do lixão do Alvarenga.

Como resultados alcançados pelo Programa Lixo e Cidadania, além da retirada de crianças e adultos dos lixões, podem ser citados:

a) alfabetização de adultos: O cadastro feito pela SEDESC em 1998 apontou a existência de 22 analfabetos. Em 1999 a SEC capacitou professores e repassou recursos financeiros para a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe que realiza os cursos, contratando o professor capacitado pela SEC e providenciando o espaço e outras providências. Parceiros internos: SEDESC e SEC; Parceiros externos: Igreja Nossa Senhora de Guadalupe;

b) creche e escola para as crianças de 0-6 anos: O cadastro feito pela SEDESC em 1998 apontou 53 crianças de 0 a 6 anos. As crianças, que não estavam freqüentando a escola, foram inseridas pela SEC nas Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEIs. O acompanhamento de freqüência das crianças é feito pela SEDESC e pela SEC. Em 1999 e 2000, participaram 67 crianças das atividades em creche e pré-escola. Parceiros internos: SEDESC e SEC;

c) Atividades complementares para crianças e jovens de 7-21 anos: No cadastramento realizado em 1998 a SEDESC levantou a população moradora no lixão do Alvarenga, além de promover (no barracão existente) atividades de treinamento e oficinas dirigidas à geração de renda (manicure e pedicure, pintura em tecidos, artesanato e bordado para jovens, corte e costura básico, enfeites de Natal, garçom, ajudante de cozinha, empacotador, desossador de frango, produtos de limpeza, artesanato em sabonete, latões de lixo decorados). Destas atividades participaram cerca de 81 pessoas das quais 25 jovens;

d)moradia para todas as famílias do lixão: Em 1998 já existia uma proposta de desenvolver um programa habitacional para a retirada de pessoas em situação de risco que contemplava também a população que ocupava o entorno do Lixão (segundo informações locais, não há residências sobre o aterro, somente no entorno). Para esta proposta já havia uma definição de áreas, a elaboração de um diagnóstico e o desenvolvimento de projetos, material este encaminhado para a Secretaria de Planejamento do Estado, órgão responsável pelo encaminhamento à União, que a avaliou favoravelmente, hierarquizando esta solicitação e publicando o resultado no Diário Oficial do Estado. Os recursos que seriam utilizados viriam do Programa Pró Moradia, mantido com empréstimos da União originados do FGTS, com contrapartida do município.

Todo o planejamento, no entanto, ficou comprometido em decorrência de política federal de não liberar verbas aos municípios, embora previstas no sistema de financiamento da CEF, provavelmente para não aumentar a dívida pública.

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Para sanar este problema foram avaliadas outras alternativas: implantar temporariamente alojamentos provisórios, no entanto foram encontradas sérias dificuldades na obtenção de áreas; pesquisar novas formas de financiamento, tal como o Morar Melhor, vinculado ao Orçamento Geral da União e avaliar outros sistemas de habitação, a exemplo do CDHU.

e) organização e capacitação dos alguns catadores: Para o atendimento deste resultado foi inicialmente negociada a absorção de alguns catadores na Casa de Reciclagem no Lar da Mamãe Clory, onde recebiam um salário mínimo pelo seu trabalho. A quantidade de catadores absorvidos era proporcional à quantidade de lixo a ser reciclado. A segunda etapa foi a implantação da coleta seletiva como forma de recolhimento de lixo já pré-selecionado, que alimentaria os centros de reciclagem. Por último foi a criação em fevereiro de 2001 de dois centros de reciclagem, que passaram a ser chamados de Centros de Ecologia e Cidadania, nos quais foram alocados os catadores. Futuramente deverão ser criados mais dois centros, atendendo aos vários limites da cidade, sendo que a coleta seletiva de cada região seria destinada ao respectivo centro. O Centro de Ecologia e Cidadania do Bairro Assunção é constituído pela Associação do Alvarenga – Refazendo e que absorveu os catadores vindos do lixão. Na data da entrevista (23.04.01) contava-se com apenas 23 catadores dos 48 inicialmente previstos. Esta evasão decorre de uma série de problemas, desde aspectos de segurança que obrigaram algumas pessoas a se mudarem em caráter de urgência do Alvarenga, até descrédito no projeto e saídas provisórias por motivos pessoais. Estão sendo convocados novos catadores para recompor o grupo.

Os catadores passaram por todo um processo de preparação inicial com reuniões sobre o assunto e o conhecimento de outras experiências, a seguir tiveram um treinamento organizado pelo IGC. Atualmente estão sendo treinados pelo SEBRAE, através do Projeto Catador – Empreendedor que aborda aspectos relacionados à associação e seus estatutos e pela USP – Escola Politécnica com um treinamento técnico sobre o funcionamento dos equipamentos e sobre os materiais a serem trabalhados. Os catadores que forem se integrando ao processo são absorvidos nas atividades de treinamento que estão em andamento e os conhecimentos já transmitidos serão repassados pelos colegas.

Durante sua permanência no centro o catador é uniformizado e recebe, inicialmente pelo período de três meses, vale transporte, cesta básica, lanche e marmita. Estão sendo analisadas as necessidades de saúde e de segurança no trabalho. Por ora foi descartada a idéia de concessão de um salário, por tempo determinado, considerando a fase de instalação dos centros.

f) requalificação e apoio sócio-familiar: Na elaboração do cadastro foi identificado que, das 92 famílias cadastradas, apenas cerca de 40 eram catadoras. As demais ou estavam sem trabalho, ou faziam bicos (faxina, servente, etc.). Para todas elas foi realizado o trabalho social básico com: registro e documentação, concessão de cestas básicas e reforço alimentar para as crianças, inclusão nas atividades de saúde, escolares, etc. Parceiros internos (previstos): SEDESC, SS, SG, SDET e SEC; Parceiros externos (previstos): Secretaria de Relações do Emprego e do Trabalho, Sindicatos, Entidades Patronais, UMES, UNIBAN, FAT e ONGs.

g) programa de coleta seletiva (garantindo recicláveis para 250 catadores) e adesão à coleta seletiva: Os materiais coletados são destinados aos Centros de Ecologia e Cidadania, construídos pela Prefeitura e operados por ex-catadores de materiais recicláveis do lixão e catadores de rua, respectivamente organizados em associações profissionais. Estes centros estão instalados nos bairros Assunção e

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do Vivaldi, e nestes locais os materiais passam por uma nova etapa de manejo da qual resulta a agregação de valor para posterior comercialização. As associações que atuam nos centros de triagem tornaram-se permissionárias da Prefeitura para a operação dos Centros de Ecologia que proporcionam uma renda média mensal de R$ 300,00 (novembro/2001) a cada trabalhador. Atualmente são atendidas 80 famílias e o crescimento da adesão voluntária da população na entrega de materiais nos ECOPONTOS, bem como a doação destes por empresas, é a condição para a inclusão de novas famílias, ou seja o aumento da quantidade de matéria-prima.

Para a implantação do sistema de coleta seletiva foram realizadas algumas atividades de divulgação com veiculação pela imprensa e a distribuição de folhetos e manuais orientando sobre o assunto.

h) introdução do Lixo e Cidadania como tema transversal no ensino Público: Este não foi um resultado previsto no planejamento, mas que se revelou uma importante ação empreendida pela SEC, com a participação do Instituto Pólis. Em 1999 foram realizadas duas dinâmicas no Teatro Lauro Gomes, coordenadas pelo Instituto Pólis e pela SEC, dirigidas a um total de 1100 professores. Inicialmente foi realizada uma atividade de sensibilização dos mesmos em torno do tema dos resíduos. A seguir foi realizada uma sessão de depoimentos, feitas por mulheres residentes no lixão do Alvarenga, em que expuseram as suas dificuldades, falta de opções, as situações de rejeição de seus filhos na escola, quando chegavam, eventualmente sujos de barro depois de atravessar a chuva para chegar na aula etc. Este foi um momento de muito impacto neste encontro, o que acabou trazendo resultados muito positivos: introdução do Lixo e Cidadania como tema transversal no plano pedagógico do ano. Para a preparação dos professores foi desenvolvido pelo Instituto Pólis um curso baseado nos conceitos dos "3Rs" – reduzir, reutilizar, reciclar, com atividades voltadas para a educação sócio-ambiental. Foram sensibilizados 120 diretores e capacitados 23 professores da rede de ensino pública, oportunidade em que se capacitou também as Professoras de Apoio aos Programas Educacionais - PAPES na metodologia desenvolvida pelo Instituto Pólis.

Ainda que a situação dos catadores tenha avançado a passos largos, a situação de degradação do lixão do Alvarenga e os riscos que isso representa para a manutenção do equilíbrio ambiental e a qualidade da água da represa Billings motivou a Prefeitura de São Bernardo a pleitear, no âmbito do Programa Mananciais, a elaboração de projeto básico e executivo e obras para a recuperação ambiental da área do lixão do Alvarenga, tratando de questões relevantes para a sua remediação, entre elas: a) sistema de contenção do depósito de resíduos, com tratamento de seus elementos e componentes impactantes e de risco do entorno, b) levantamento físico e ambiental de toda área impactada e seu entorno, c) saneamento dos problemas de instabilidade dos maciços, d) mecanismos de controle de líquidos percolados (chorume) e mecanismos de controle da emissão e combustão de gases; e) cobertura e revegetação da área mediante um projeto de zoneamento ambiental da área e projeto paisagístico que estabeleça possibilidades de uso a curto, médio e longo prazo; f) identificação junto a população alvo das demandas de uso para o local.

Embora o lixão esteja protegido com cobertura de solo que impede o revolvimento dos resíduos (evitando inclusive impactos sociais mais sérios), há que se agir sobre o processo de contaminação físico-ambiental do aterro, sobretudo subterrâneo, que certamente recebeu durante muitos anos uma grande diversidade de resíduos e líquidos percoláveis sem o controle sistemático do poder público.

Conforme noticiou o Jornal Diário do Grande ABC, em março de 2007, quem visita o local tem a falsa impressão de que o trabalho de descontaminação começou. Nem de longe a

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paisagem lembra os tempos do lixão. Segundo o Jornal “não existem mais as montanhas de dejetos nem o mau cheiro insuportável de outrora; o cenário é de uma área verde abandonada, com vegetação rasteira e pequenos arbustos por toda a extensão. Tudo ali reapareceu sem qualquer intervenção. A flora espontânea esconde o subsolo e os aqüíferos tomados pela contaminação. Em vinte metros de profundidade – a altura de um prédio de seis andares – é possível encontrar lixo”.

Figura 2.08 – Localização do Lixão do Alvarenga

A Secretaria de Habitação e Meio Ambiente e Secretaria de Serviços Urbanos da PMSBC, para tanto, apóia-se em estudos prévios realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, o qual efetuou um Plano de Recuperação do Lixão do Alvarenga, sobre o qual apóia-se toda a estratégia de contratações no Programa.

Assim, será desenvolvido pela PMSBC o projeto executivo e as obras para a remediação do Lixão do Alvarenga, sendo previstas:

(i) Drenagens de gases e líquidos percolados, visando dar destinação adequada aos gases gerados no processamento anaeróbio dos resíduos sólidos;

(ii) Execução de cercamento da área, com vistas à garantia da segurança patrimonial e, também, a não permanência de catadores, famílias ou crianças na área do lixão;

(iii) Construção da portaria, portões e guaritas;

(iv) Poços subterrâneos de monitoramento, visando monitorar e acompanhar a poluição local provocada pelo lixão, ainda que desativado;

(v) Adequação e implantação do sistema viário, para acessibilidade à área;

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(vi) Implantação ou adequação do sistema de drenagem superficial, evitando a lixiviação ou carreamento de materiais e resíduos para os canais de drenagem, obstruindo-os;

(vii) Reconformação geométrica e revegetação da área, visando promover a adequação paisagística e ambiental;

(viii) Implantação das edificações de apoio e iluminação do sistema viário; e

(ix) Implantação do sistema de monitoramento ambiental e dos sistemas de drenagem.

Algumas das recomendações elencadas pelos peritos do IPT, já foram implementadas. Entre elas destacam-se:

• a fiscalização e paralisação de descargas na área;

• a paralisação da ocupação bem como de atividades de catadores na área;

• o levantamento planialtimétrico da gleba;

• a orientação à população circunvizinha ao Aterro para não utilização da água de poços rasos.

- Impactos Negativos

São impactos negativos previstos dessas obras os seguintes:

Meio Físico-Biótico:

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Possibilidade de erosão do solo e o assoreamento dos canais urbanos, com a conseqüente alteração do sistema de drenagem das águas superficiais, em função das obras;

o Risco geotécnico de colapso e geológico de contaminação;

o Degradação e contaminação dos solos por resíduos e em áreas de botas-fora e empréstimo;

o Poluição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

o Alteração da qualidade do ar através de poeiras e particulados, e emissão de ruídos e vibrações.

Meio Socioeconômico:

o Atração de comunidade de catadores, famílias, etc., com possibilidade de criação de novo assentamento urbano;

o Atração de atividades econômicas informais;

o Incômodos aos transeuntes e tráfego local de veículos e pedestres, também associados às mudanças nos corredores de acesso, em função das obras;

o Possibilidade de ocorrência de acidentes de trabalho;

o Necessidade de áreas de bota-fora e atividades de transporte de material excedente;

o Aumento dos custos operacionais e de controle na fase de operação e de manutenção do aterro.

- Impactos Positivos

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Meio Físico-Biótico:

o Interrupção das atividades degradadoras;

o Melhoria das condições ambientais e de qualidade da água, com a melhoria das condições do reservatório Billings, por meio do manejo adequado dos líquidos percolados (chorume) bem como da contenção e/ou descontaminação dos resíduos dispostos irregularmente;

o Melhoria das condições estéticas e paisagísticas e da qualidade do ar;

o Redução da possibilidade de aparecimento de exploração clandestina de resíduos do lixão com reflexos positivos sobre a qualidade ambiental;

o Recuperação, manutenção e controle das condições físicas do aterro, para controle e eliminação dos focos de contaminação e poluição das águas e do solo;

Meio Socioeconômico:

o Melhoria dos aspectos operacionais da gestão de resíduos sólidos em São Bernardo do Campo;

o Geração de emprego e renda na fase de obras;

o Diminuição da presença de animais domésticos, famílias, crianças e catadores na região, por conta da vigilância e segurança da área;

o Maior controle de vetores de doenças (evitando-se a presença de insetos, vetores e transmissores de doenças);

o Melhoria da qualidade de vida da população, por meio da possibilidade de criação de um espaço de convivência urbana e social, de recreação e lazer, inclusive de espaço para educação ambiental, contribuindo de modo significativo para conscientização da população local e sob sua área de influência;

o Redução da violência e degradação social;

o Melhoria dos níveis de salubridade humana e ambiental e de convivência e bem-estar da população;

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Assim como previsto para as intervenções anteriores, as medidas mitigadoras propostas correspondem à fase de obras, abrangendo:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos gerados e efluentes gerados nas obras;

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras e dos resultados.

Os impactos positivos, a seu tempo, podem ser potencializados com ações de monitoramento da água, do solo e do ar, e a avaliação do nível de satisfação dos

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usuários e moradores do entorno. Também é recomendável veicularem-se programas de educação ambiental junto à população.

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2.1.9. Execução de obras para implantação dos Centros de Ecologia e Cidadania

- Descrição da Intervenção

No componente de ações de saneamento ambiental – item resíduos sólidos, a PMSBC reforçou a importância social para o trabalho junto à comunidade na redução da geração dos resíduos e no controle de sua destinação. Com isso, além da remedição do Lixão do Alvarenga, a PMSBC promoverá a aquisição de equipamentos para coleta de resíduos sólidos, em particular, para implantação de Ecopontos na área do Grande Alvarenga.

O objetivo é a inclusão dos bairros ecológicos no Programa Lixo e Cidadania, bem como dos catadores locais e do entorno, no processo de ampliação da rede de ecopontos para os bairros que sofreram intervenção com infra-estrutura urbana contemplada pelo Plano Emergencial, “Bairros Ecológicos”, e para aqueles que serão objeto das ações de recuperação urbana no âmbito do Programa Mananciais. Prevê, ainda, a instrumentalização dos catadores locais e do entorno com a aquisição de materiais e “carrinhos” adequados, uniformes, etc, articulando-se ao Programa de Educação Ambiental previsto no componente de instrumentalização da gestão do Programa.

Para dar sustentação a todo esse processo, a PMSBC vai realizar obras para a implantação de três Centros de Ecologia e Cidadania, que se constituirão em espaços de trabalho e convivência social para o desenvolvimento de atividades de triagem, organização, beneficiamento e comercialização de materiais recicláveis, gerenciado e operacionalizado pelas Associações de Catadores. O universo de catadores do município de São Bernardo do Campo envolve centenas de pessoas que, por contingência sócio-econômica, sobrevivem de atividades ligadas ao lixo, geralmente desqualificadas pela sociedade, resultando em baixa auto-estima. Para o desenvolvimento de uma proposta de gestão auto-sustentável, o primeiro passo é o reconhecimento e valorização profissional do catador como um agente no processo, propiciando sua valorização humana e o resgate de sua auto-estima. Os Centros de Ecologia e Cidadania viabilizam a inserção social, valorização profissional desses catadores, promovem a geração de renda, criam uma nova referência para uma população com relação a disposição adequada de seus resíduos e evidencia a importância dos catadores na gestão integrada dos resíduos sólidos e na dinâmica da cidade.

Portanto, os Centro acabam por promover a valorização humana e profissional dos catadores e o resgate de sua auto-estima, com a geração de emprego e renda e conscientização da população envolvida para a responsabilidade sócio-ambiental na recuperação, melhoria e manutenção de sua qualidade de vida.

Esses Centros terão seus projetos básicos e executivos e obras civis contratadas no âmbito do Programa Mananciais, envolvendo projetos civis completos (projetos de segurança e acessibilidade, iluminação interna e externa, lay-out e fluxograma de funcionamento do centro, comunicação visual interna e externa, articulada com a imagem do programa e projetos de licenciamento ambiental).

Ainda que não haja concepção dos projetos, prevê-se que esses centros contem com áreas não inferiores a 200 m2, os quais possuam baias de recepção de resíduos e carrinhos ou contenedores de lixo (de tamanhos e capacidades variadas), sendo, por isso, feito em concreto e com cobertura que protejam os resíduos das precipitações; um galpão dotado de equipamento para a separação dos resíduos recicláveis (esteira, mesa separadora, etc.), com espaço para armazenamento temporário, também em concreto e dotado de cobertura; baias para acomodação de equipamentos de pré-tratamento (enfardadeiras, picadeiras de matéria orgânica, trituradores de vidro, amassadores de latas de alumínio, etc.); e, por fim, um espaço para vestiário e sanitário e sala

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administrativa – escritório. Os Centros terão, ainda, sistema de iluminação interna e externa e sistema viário adaptado para o tráfego dos carrinheiros e catadores.

- Impactos Negativos

Os impactos negativos referem-se às obras civis, incluindo:

Meio Físico-Biótico:

o Acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso não sejam adequadamente coletados, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem;

o Assoreamento dos corpos d’água, com o carreamento de sólidos durante as obras devido à movimentação de terra e solo;

o Poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos;

o Supressão de vegetação, para a implantação das estruturas civis;

o Risco de mau cheiro e piora da qualidade do ar decorrente do manuseio do lixo durante a operação;

Meio Socioeconômico:

o Atração de insetos e vetores, principalmente na má operação dos resíduos, no acondicionamento e no armazenamento e transporte;

o Incômodo à população residente no entorno das obras, incluindo transtornos quanto à acessibilidade, conforto e convívio social.

- Impactos Positivos

Os impactos positivos correspondem:

Meio Físico-Biótico:

o Redução do lixo reciclável que se destina aos aterros e aumento do percentual de reaproveitamento e reciclagem de materiais, em sintonia com a melhoria da qualidade ambiental e dos processos de redução de poluição nas áreas de mananciais’;

o Melhoria da qualidade ambiental;

o Redução da poluição visual, do odor e dos demais fatores degradadores dos provocados pelo acúmulo inadvertido de lixo.

Meio Socioeconômico:

o Geração de renda e empregos diretos e indiretos durante as obras e na operação dos Centros de Cidadania;

o Melhoria das condições de salubridade humana e ambiental;

o Criação de alternativas para destinação adequada dos resíduos.

- Medidas Mitigadoras, Compensatórias ou de Potencialização

Entre as medidas mitigadoras propostas, incluem-se:

o Elaboração de estudos ambientais para o licenciamento das obras, incluindo programa ambiental da construção o qual disponha de procedimentos, normas e condições para a capacitação dos funcionários e empreiteiras;

o Elaboração de plano de destinação e gestão de resíduos sólidos gerados nas obras;

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 45

o Elaboração e aplicação de Manual Ambiental de Construção;

o Uso de equipamentos de proteção individual e demais procedimentos para garantia da segurança das obras;

o Compensação das áreas sujeitas à supressão da vegetação, através de replantio e/ou recomposição paisagística;

o Elaboração de plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras e para a operação dos Centros de Triagem;

o Monitoramento e fiscalização do andamento das obras e dos resultados.

Para a potencialização dos impactos positivos, recomenda-se a contratação – caso seja possível – de pessoal da própria comunidade para as obras, a fim de auferir benefícios à população local. Também deve fazer parte das estratégias da PMSBC, um programa de comunicação social e de orientação à comunidade e aos catadores, a fim de orientá-los sobre os benefícios das obras e sobre a operação dos Centros.

3. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

O Plano de Gestão Ambiental - PGA é um elemento norteador das ações de atenuação e prevenção dos efeitos ambientais adversos gerados pela implementação das ações no Programa Mananciais. O PGA reúne - na forma de programas, planos e ações integradas - as estratégias de recuperação e proteção ambiental, melhorias urbanas, desenvolvimento socioeconômico, etc., associadas à sustentabilidade ambiental das áreas de mananciais.

Uma vez que o Programa Mananciais possui um caráter eminentemente de recuperação ambiental e de melhoria da qualidade de vida da população, os próprios componentes e sub-componentes previstos podem ser assumidos como os programas do PGA, à medida que as atividades previstas possuem elevada importância na mudança e melhoria dos padrões urbanos e de qualidade ambiental das APRMs.

Desse modo, o presente PGA focaliza-se na descrição e na caracterização dos programas ambientais com base nos componentes sob responsabilidade da PMSBC no Programa, organizando-se a partir da apresentação de objetivos gerais e específicos de cada qual para, na seqüência, tratar dos projetos, atividades e ações circunscritas a cada componente, dos resultados esperados a partir de sua implementação e, por fim, do cronograma de execução e do orçamento, atrelados à responsabilidade institucional da Prefeitura e de seus órgãos e sub-divisões.

O Quadro seguinte apresenta os programas (componentes) e demais ações e projetos (sub-componentes, etc.) previstos no presente PGA.

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 46

Quadro 3.01. Descrição sintética da composição dos programas e ações que compõem o Plano de Gestão Ambiental

Programas Ações Valores

(US$ milhões)

Instrumentos de Sustentação, Acompanhamento, Controle, e Viabilização do Programa (Gestão)

Educação Ambiental Monitoramento e Fiscalização Planejamento Integrado Controle dos Processos Erosivos e de Produção de Sedimentos Programa de Desenvolvimento de Atividades Econômicas Compatíveis, Geração de Empregos e Gerenciamento de Receitas para Proteção Ambiental Controle da Disposição Clandestina de Resíduos Sólidos

2.339,75

Estruturação e Recuperação Urbana

Elaboração de Levantamentos e Programas para Adequação do Uso Habitacional / Reassentamentos Urbanização de Favelas Relocação de Áreas de 1ª Categoria e Recuperação das Áreas Desocupadas na Relocação de Áreas de 1ª Categoria Regularização e Readequação Urbana e Ambiental de Loteamentos Acompanhamento Sócio Ambiental das Intervenções Urbanas e Habitacionais

22.490,89

Ações de Preservação e Recuperação Ambiental

Arborização Urbana Urbanização de Áreas Públicas Livres - Criação de Praças e Equipamentos de Lazer Implantação de Parques e Unidades de Conservação Repovoamento Vegetal Recuperação de Áreas Degradadas (Intervenções de Baixo Custo em Encostas, Taludes e Áreas de Produção de Sedimentos - Bacia Rio Grande e Taquacetuba) Controle do Transporte de Cargas Perigosas

5.276,93

Ações de Saneamento Ambiental

Remediação do Lixão do Alvarenga Aquisição de Equipamentos para Coleta de Resíduos Sólidos Implantação de Centros de Ecologia e Cidadania Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

4.939,86

TOTAL* 35.047,43

(*) Total a Preços Correntes

De forma a garantir um bom desempenho na execução do Programa, em conformidade com as diretrizes do Governo Brasileiro e do Banco Mundial, será instituída para a PMSBC uma UGL – Unidade de Gerenciamento Local, de acordo com o sistema idealizado para o gerenciamento das ações do Programa Mananciais.

O Programa também contará com uma UGP – Unidade de Gerenciamento do Programa, vinculada à Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, com atribuições gerais para o Programa como um todo relativas à orientação, planejamento, coordenação, aprovação técnica, supervisão e fiscalização da implementação do Programa, de forma a acompanhar os trabalhos da UGL/PMSBC e das demais UGLs implementadas.

Na constituição da UGL/PMSBC serão consideradas as estruturas, departamentos, divisões, etc. da PMSBC responsáveis pela gestão ambiental de empreendimentos e projetos, sendo adequadas, adaptadas ou aproveitadas segundo os procedimentos e estratégias a serem definidas pela Prefeitura.

Idealmente, essa UGL deverá contar com uma Coordenadoria Técnico-Ambiental responsável pelo acompanhamento e gerenciamento das ações da PMSBC no Programa Mananciais. Portanto, todos os componentes do PGA terão a supervisão direta desta

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Coordenadoria Técnico-Ambiental. Essa coordenadoria também terá como função promover a interlocução entre as Secretarias e órgãos da Prefeitura e a própria UGP, Prefeituras Municipais, órgãos do Governo Estadual, Federal, BIRD e demais instituições e stakeholders envolvidos com o Programa. Entre as demais atribuições dessa coordenadoria ambiental, pode-se destacar:

Representar a PMSBC nas questões relacionadas às ações técnicas e ambientais resultantes do Programa, atuando como unidade de interface com a UGP;

Consolidar as análises efetuadas pelas demais coordenações;

Realizar a gestão e a coordenação técnica e ambiental das ações da PMSBC no Programa, bem como a supervisão da sua implementação;

Fazer com que sejam cumpridas as cláusulas e obrigações estabelecidas no Acordo de Empréstimo e demais documentos e políticas, entre elas as políticas ambientais de salvaguarda do BIRD (OP 4.01);

Assegurar o cumprimento das diretrizes e das metas técnicas e ambientais fixadas para a consecução dos objetivos do Programa de forma articulada com os demais intervenientes envolvidos;

Implementar as políticas e procedimentos técnicos e ambientais adequados, que possibilitem o monitoramento e a avaliação da execução das ações da PMSBC no Programa, com vistas ao alcance dos objetivos ambientais propostos;

Participar das reuniões periódicas com o Banco Mundial sobre a execução do Programa, com o objetivo de avaliar o progresso técnico e ambiental alcançado na implementação das atividades;

Coordenar a elaboração dos Relatórios e Pareceres Técnicos e Ambientais a constarem dos Relatórios de Execução do Programa;

Acompanhar, supervisionar e avaliar a execução físico-financeira, técnica e ambiental e os resultados do Programa;

Obter e guardar os registros históricos, relativos às questões ambientais, que preservem a memória da implementação do Programa;

Acompanhar, monitorar e apresentar resultados dos indicadores técnicos e ambientais que possam ser utilizados como orientação para implantação de novos projetos;

Elaborar instrumentos e procedimentos para acompanhamento e controle da execução das obras e estudos;

Coordenar a manutenção e atualização do Sistema de Informações Gerenciais – SIG do Programa;

Coordenar e acompanhar, do ponto de vista técnico e das diretrizes ambientais, a contratação de empresas para elaboração de projetos e estudos e dar suporte técnico ao longo da execução das obras e serviços, fornecimentos e estudos;

Mobilizar, sempre que necessário, com quantidade e perfil adequado, um corpo de especialistas para avaliar os impactos de fatos imprevistos sobre o andamento do Programa, ou realização de obras e serviços especiais e atividades afins;

Avaliar, mediante visitas periódicas aos canteiros de obras, o andamento das obras e sua compatibilidade com o planejamento técnico e ambiental geral do Programa.

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 48

A seguir é apresentado o arranjo para a Implementação do Programa, com os organogramas da UGP e das UGL.

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 49

Figura 3.01 – Arranjo Institucional para a Implementação do Programa

Acordo de

Empréstimo

Convênio

PMG PMSBC SABESP

GESP

BIRDUNIÃO

UGL

PMG

UGL

PMSBC

UGL

SABESP

UGP

SSE

CAT CDC

UGL

SMAUGL

CDHU

SES

Acordo de

Empréstimo

Convênio

PMG PMSBC SABESP

GESP

BIRDUNIÃO

UGL

PMG

UGL

PMSBC

UGL

SABESP

UGP

SSE

CAT CDC

UGL

SMAUGL

CDHU

SES

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 50

3.1. Programa de Instrumentalização, Sustentação, Acompanhamento, Controle e Viabilização do Programa Mananciais (Gestão)

3.1.1. Objetivos Gerais

O programa visa prover e ampliar as condições técnicas e instrumentais para a gestão e sustentabilidade das intervenções do Programa, na busca pela preservação e recuperação dos mananciais.

3.1.2. Objetivos Específicos

Promoção da conscientização da comunidade, através da educação sanitária e ambiental e ampliação da cooperação com a sociedade civil e com outros programas de governo locais e setoriais;

Melhoria nos processos locais de planejamento e gestão ambiental e do uso e ocupação do solo, contribuindo pata a maior efetividade e qualidade dos processos de monitoramento, controle e fiscalização urbana solo no município de São Bernardo do Campo;

Redução dos processos de degradação ambiental no município, mediante o controle de processos erosivos, planejamento da redução das cargas difusas, controle da disposição de lixo clandestino, etc;

Elevação da qualidade de vida da população, especialmente das áreas mais pobres, por meio da promoção de atividades econômicas compatíveis e geração de renda;

Contenção da ocupação inadequada e promoção de usos compatíveis com as necessidades ambientais

Melhoria dos processos de acompanhamento, gerenciamento, controle e avaliação dos resultados do Programa.

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3.1.3. Projetos, Atividades e Resultados Esperados

Componente Sub-Componentes e Ações Previstas Resultados Esperados (Benefícios e Beneficiários)

Educação Ambiental Programa de educação ambiental com capacitação de lideranças

Diagnóstico sócio ambiental por percepção da população

Capacitação de lideranças locais da região do Grande Alvarenga Identificação de questões e demandas ambientais associadas à manutenção da qualidade das águas da represa Billings, junto à comunidade, melhorando a capacidade de planejamento e gestão da Prefeitura ante as demandas verificadas.

Monitoramento e Fiscalização

Plano de monitoramento e fiscalização com capacitação da fiscalização

Aquisição de instrumentos para fiscalização

Melhoria da eficiência e desempenho do sistema e ampliação da rede de monitoramento e fiscalização da PMSBC, por meio da elaboração e implementação de plano de monitoramento e fiscalização, aderido a um programa de capacitação de agentes fiscalizadores (para ocupação e proteção ambiental) e à aquisição de instrumentos para fiscalização.

Planejamento Integrado

Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA): Gestão de Estudos, Serviços e Obras para Subsidiar PDPA de São Bernardo do Campo; e Plano de desenvolvimento local

Plano de Avaliação e Controle das Cargas Difusas

PDPA: sistematização e integração do planejamento socioambiental e urbano, com a realização de estudos de compilação e articulação dos planos existentes e/ou em elaboração pela PMSBC. Plano de Avaliação e Controle das Cargas Difusas: Maior eficiência na definição de prioridades futuras de intervenção e no planejamento integrado das ações do Programa Mananciais com o planejamento municipal, observadas os objetivos socio-ambientais e de diminuição das cargas difusas.

Controle dos Processos Erosivos e de Produção de Sedimentos

Projeto geotécnico de controle de erosão - levantamento de áreas críticas Diminuição dos riscos geotécnicos e eliminação das situações críticas, com base em planejamento e controle dos processos erosivos

Programa de Desenvolvimento de Atividades Econômicas Compatíveis, Geração de Empregos e Gerenciamento de Receitas para Proteção Ambiental

Elaboração de um plano de desenvolvimento sócioeconômico sustentável para geração de emprego e receitas visando a proteção ambiental

Melhoria das condições de cidadania e empregabilidade no município Aumento das receitas e melhoria na distribuição de renda Elevação da qualidade de vida da população, sobretudo das áreas mais pobres como a região do Grande Alvarenga (lindeiras à represa Billings)

Controle da Disposição Clandestina de Resíduos Sólidos

Plano de controle da disposição clandestina de resíduos sólidos

Maior efetividade no controle da disposição do lixo clandestino na cidade (terrenos baldios, lixões clandestinos, etc.) Redução do número de áreas e da quantidade de lixo disposto inadequadamente Diminuição do aporte de cargas difusas aos tributários e à própria represa Billings

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3.1.4. Cronograma

A implantação e a execução das intervenções ocorrerá durante os 06 (seis) anos de implantação do Programa.

3.1.5. Responsabilidade Institucional

Para o conjunto de ações, a Secretaria de Habitação e Meio Ambiente da PMSBC estará a frente, coordenando e supervisionando as ações que poderão articular-se a outras secretarias e órgãos da administração direta e indireta da Prefeitura.

3.1.6. Orçamento

Para a implementação do conjunto de ações deste programa, prevê-se o orçamento de US$ 2.339.750,00, conforme planilha demonstrativa abaixo.

DESCRIÇÃO

CA

TE

G.

TOTAL (US$ mil)

2 Programa de Recuperação Ambiental da Bacia Billings

2 1 Instrumentos de Sustentação, Acompanhamento, Controle e Viabilização do Programa (Gestão)

-x- 1.642,36

2 1 1 Educação Ambiental 581,16

2 1 1 1 Programa de educação ambiental com capacitação de lideranças 3 348,70

2 1 1 2 Diagnóstico sócio ambiental por percepção da população 3 232,46

2 1 2 Monitoramento e Fiscalização 290,58

2 1 2 1 Plano de monitoramento e fiscalização com capacitação da fiscalização 3 174,35

2 1 2 2 Aquisição de instrumentos para fiscalização 2 116,23

2 1 8 Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA) 116,23

2 1 8 1 Gestão de Estudos, Serviços e Obras para Subsidiar PDPA de São Bernardo do Campo

116,23

2 1 8 2 Plano de desenvolvimento local 3 116,23

2 1 9 Plano de Avaliação e Controle das Cargas Difusas, Drenagem e Várzeas 116,23

2 1 9 1 Plano de controle de cargas difusas 3 116,23

2 1 10 Controle dos Processos Erosivos e de Produção de Sedimentos 116,23

2 1 10 1 Projeto geotécnico de controle de erosão - levantamento de áreas críticas 3 116,23

2 1 12 Programa de Desenvolvimento de Atividades Econômicas Compatíveis, Geração de Empregos e Gerenciamento de Receitas para Proteção Ambiental

247,57

2 1 12 1 Elaboração de um plano de desenvolvimento sócio-econômico sustentável para geração de emprego e receitas visando a proteção ambiental

3 247,57

2 1 13 Controle da Disposição Clandestina de Resíduos Sólidos 174,35

2 1 13 1 Plano de controle da disposição clandestina de resíduos sólidos 3 174,35

2 6 Gerenciamento do Programa 697,39

2 6 1 Implementação da UGP Local 697,39

2 6 1 1 Contratação de consultoria 3 697,39

2 6 1 2 Aquisição de equipamentos para implantação da UGP local 2 0,00

Total a Preços Correntes 2.339,75

Categorias: 1: Obras e Serviços ; 2: Aquisições; 3 – Consultoria / Estudos

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 53

3.2. Programa de Estruturação e Recuperação Urbana

3.2.1. Objetivos Gerais

Os objetivos principais deste programa incluem a (i) melhoria dos padrões de ocupação urbana, através de intervenções em loteamentos irregulares e favelas; (ii) melhoria da qualidade de vida da população residente (atenuação da pobreza); e (iii) disciplinamento e ordenamento da ocupação, promovendo usos compatíveis com as necessidades urbanas e ambientais.

3.2.2. Objetivos Específicos

Reorganização do espaço e do padrão urbano nas áreas mais críticas (do ponto de vista social, econômico e ambiental);

Provisão de infra-estrutura e melhoria das condições de acessibilidade, habitabilidade e convivência/ bem-estar social e urbano;

Melhorias habitacionais, com a remoção e o reassentamento de famílias em situações críticas de ocupação (risco geotécnico e ambiental, etc.);

Redução ou eliminação de situações de risco ambiental;

Extensão dos serviços públicos e das ações de solidariedade social (justiça, segurança, saúde, educação e trabalho);

Ampliação de áreas de lazer e uso comunitário, melhorando a qualidade de vida da população;

Conscientização da comunidade;

Implantação e melhoria dos padrões de qualidade e de eficiência da operação dos sistemas de infra-estrutura (sobretudo sanitária) e serviços urbanos.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 54

3.2.3. Projetos, Atividades e Resultados Esperados

Componente Sub-Componentes e Ações Previstas Resultados Esperados (Benefícios e Beneficiários)

Elaboração de Levantamentos e Programas para Adequação do Uso Habitacional / Reassentamentos

Plano habitacional para a bacia

Projeto e Obras das Unidades Habitacionais (Intra Núcleo e Extra Núcleo)

Obras das Unidades Habitacionais (Intra Núcleo e Extra Núcleo)

Redução/ eliminação de situações de risco geotécnico e ambiental, por meio da remoção de 350 famílias Melhoria das condições urbanas e ambientais locais e das famílias removidas

Urbanização de Favelas

Projetos e obras de urbanização de favelas na região do Grande Alvarenga: Jardim Ipê (749 famílias); Divinéia I, Divinéia II e Pantanal (757 famílias); Sítio Bom Jesus e Alvarenga Peixoto (1.008 famílias); Jardim Claudia (829 famílias); Assentamento Batistini (557 famílias); e Núcleo Rua Luiz Marçon (56 famílias).

Melhorias habitacionais, ambientais, urbanas e de qualidade de vida a 3.956 famílias Melhorias associadas a esgotamento sanitário, abastecimento de água, sistema viário, coleta de resíduos sólidos, drenagem, terraplenagem, contenção de encostas, paisagismo, urbanismo, equipamentos comunitários e iluminação pública

Relocação de Áreas de 1ª Categoria e Recuperação das Áreas Desocupadas na Relocação de Áreas de 1ª Categoria

Projeto e obras para relocação de famílias de áreas de 1ª categoria [áreas lindeiras aos córregos afluentes ao Ribeirão dos Alvarengas, especificamente nas áreas do Jardim Detroit (adjacências do Jardim Ipê), Vila Vitória/Jardim Cláudia e Sitio Bom Jesus]

Projeto e obras para recuperação de áreas de 1ª categoria liberadas pela relocação

Relocações de 350 famílias Recuperação ambiental (projeto e obra) das áreas desocupadas, beneficiando cerca de 2 ha Prevenção contra a reincidência de ocupações irregulares nas áreas de 1ª categoria, áreas de risco geotécnico e APP

Regularização e Readequação Urbana e Ambiental de Loteamentos

Projetos e obras de readequação urbana e ambiental no Grande Alvarenga (João de Barro; Jardim Laura, Laura I e II; Parque Alvarenga; Vila União; Jardim América do Sul; e Jardim Ana Faletti)

Estudos para regularização Fundiária e Administrativa no Município de São Bernardo do Campo

Melhorias no sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário, sistema de drenagem, pavimentação, implantação de equipamentos de lazer e recreação, urbanização e contenção geotécnica Benefício a cerca de 22.000 hab (cerca de 5.800 famílias) Benefícios indiretos das atividades de recuperação e preservação ambiental, mediante a criação de parques, implantação de bairros ecológicos (correspondentes a ações do Plano Emergencial) e repovoamento vegetal das margens do ribeirão e pequenos córregos afluentes

Acompanhamento Sócio Ambiental das Intervenções Urbanas e Habitacionais

Elaboração de plano de acompanhamento social Famílias beneficiadas com o plano de acompanhamento social Melhoria das condições de transferência e relocações de familias

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 55

3.2.4. Cronograma

A implantação e a execução das intervenções ocorrerá durante os 06 (seis) anos de implantação do Programa.

3.2.5. Responsabilidade Institucional

Para o conjunto de ações, a Secretaria de Habitação e Meio Ambiente da PMSBC estará a frente, coordenando e supervisionando as ações que poderão articular-se a outras secretarias e órgãos da administração direta e indireta da Prefeitura.

3.2.6. Orçamento

O orçamento total das ações deste programa totaliza US$ 22.490.890,00, conforme planilha demonstrativa abaixo.

DESCRIÇÃO

CA

TE

G.

TOTAL (US$ mil)

2 Programa de Recuperação Ambiental da Bacia Billings

2 2 Ações de Recuperação Urbana 22.490,89

2 2 3 Elaboração de Levantamentos e Programas para Adequação do Uso Habitacional

174,35

2 2 3 1 Plano habitacional para a bacia 3 174,35

2 2 1 Urbanização de Favelas 15.923,78

2 2 1 1 Projetos executivos para urbanização de favelas 3 581,16

2 2 1 2 Execução das obras de urbanização de favelas 1 15.342,62

2 2 4 Relocação de Áreas de 1ª Categoria 843,20

2 2 4 1 Projeto executivo para relocação de famílias de áreas de 1ª categoria 3 43,00

2 2 4 2 Execução de obras para relocação de famílias de áreas de 1ª categoria 1 800,20

2 2 5 Recuperação das Áreas Desocupadas na Relocação de Áreas de 1ª Categoria

319,12

2 2 5 1 Projeto executivo para recuperação de áreas de 1ª categoria liberadas pela relocação

3 15,12

2 2 5 2 Execução de obras de recuperação de áreas de 1ª categoria liberadas pela relocação

1 304,00

2 2 6 Reassentamento 0,00

2 2 6 1 Projeto das Unidades Habitacionais (Intra Núcleo e Extra Núcleo) 3 0,00

2 2 6 2 Obras das Unidades Habitacionais (Intra Núcleo e Extra Núcleo) 1 0,00

2 2 7 Regularização e Readequação Urbana e Ambiental de Loteamentos 4.649,28

2 2 7 1 Projetos de readequação urbana e ambiental 3 232,46

2 2 7 2 Implantação das obras de readequação urbana e ambiental 1 4.358,70

2 2 7 3 Regularização Fundiária e Administrativa no Município de São Bernardo do Campo

3 58,12

2 2 8 Acompanhamento Sócio Ambiental das Intervenções Urbanas e Habitacionais

581,16

2 2 8 1 Elaboração de plano de acompanhamento 3 581,16

Total a Preços Correntes 22.490,89

Categorias: 1: Obras e Serviços ; 2: Aquisições; 3 – Consultoria / Estudos

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 56

3.3. Programa de Ações de Proteção e Recuperação Ambiental

3.3.1. Objetivos Gerais

Este programa tem por objetivo proteger os recursos naturais e as áreas ambientalmente sensíveis – particularmente nas áreas dos mananciais de captação de água – na sub-bacia Billings correspondente à área abrangida pelo município de São Bernardo do Campo e, também, recuperar as áreas degradadas, com a finalidade de melhorar a qualidade ambiental e propiciar condições mais sustentáveis para as áreas de mananciais.

3.3.2. Objetivos Específicos

Proteção das regiões ambientalmente sensíveis (áreas de 1a categoria e áreas de preservação permanente – APPS);

Redução das cargas poluidoras e da degradação ambiental nos afluentes e no próprio reservatório Billings;

Ampliação das áreas verdes, cuidando de proteger os remanescentes vegetais e áreas de relevância ambiental para a proteção dos mananciais de abastecimento público;

Recuperação de áreas degradadas e/ou sob intensa pressão urbana, propiciando a reversão dos quadros de deterioração dos recursos naturais e promovendo a melhoria dos padrões de qualidade ambiental;

Melhoria das condições de monitoramento e controle da qualidade ambiental.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 57

3.3.3. Projetos, Atividades e Resultados Esperados

Componente Sub-Componentes e Ações Previstas Resultados Esperados (Benefícios e Beneficiários)

Arborização Urbana Plano diretor de arborização urbana; projetos e implantação de ações de

arborização (continuidade aos trabalhos já coordenados pela Prefeitura Municipal nos bairros ecológicos e demais áreas desflorestadas do Município)

Arborização de área de aproximadamente 36 ha, predominantemente nos loteamentos irregulares que já suprimiram a vegetação (loteamentos João de Barro, Jardim Laura, Laura I e II e Ana Faletti) Obs.: A PMSBC prevê, ao todo, 65 ha de áreas arborizadas, somente para o Grande Alvarenga, já contadas as intervenções previstas no Programa e as ações locais.

Urbanização de Áreas Públicas Livres - Criação de Praças e Equipamentos de Lazer

Projetos executivos e obras para implantação de praças e áreas de lazer (exclui manutenção)

Ampliação dos espaços e áreas públicas livres, melhorando as condições de recreação e lazer da população, com a implantação de 3,0 ha de praças e equipamentos públicos na área do Grande Alvarenga

Implantação de Parques e Unidades de Conservação

Elaboração de plano diretor e projetos executivos de parques (exclui manutenção), localizados no braço do Alvarenga e Lavras: Parques Jardim Las Palmas (11,6 ha), Parque Poney Club (31,8 ha e cujas várzeas já se encontram assoreadas), Parque Nova Canaã (próximo ao Bairro Los Angeles e Jardim Nova Canaã, bairro ecológico projetado pela PMSBC, com área total de 4,8 ha), Parque Ecológico Linear (área de 7,5 ha e bastante próximo dos núcleos do PAT-PROSANEAR anteriormente mencionados); Parque Escola Museu do Meio Ambiente (9,5 ha, correspondente à área do Falcão); e Parque Ecológico do Alvarenga (proximidades do antigo lixão, cuja área soma 63,2 ha, devendo ser implantada parte da área no âmbito do Projeto)

Preparação de um plano diretor para a implantação de parque municipal Implantação de parques em toda a área do Grande Alvarenga, totalizando 70,3 ha de novas unidades.

Repovoamento Vegetal

Projeto e Implantação (Plantio de espécies típicas de vegetação ripária, nas faixas lineares à represa Billings, na porção territorial compreendida entre os braços do Alvarenga e Lavras, desde o limite do Parque Poney Club - projetado até o limite inferior do Jardim das Orquídeas - bairro ecológico)

Repovoamento vegetal de 21,8 ha, melhorando e ampliando as áreas verdes municipais, requalificando o uso e ocupação do solo e evitando invasões e usos inadequados.

Recuperação de Áreas Degradadas (Intervenções de Baixo Custo em Encostas, Taludes e Áreas de Produção de Sedimentos - Bacia Rio Grande e Taquacetuba)

Projeto e obras para recuperação de áreas degradadas (Núcleo do Areião, na bacia do rio Grande- próximo do ponto de captação da SABESP)

Benefício a 1.700 famílias em condições inadequadas de ocupação Redução dos impactos potenciais à qualidade das águas dessa micro-bacia e à captação da SABESP Melhoria da qualidade ambiental

Controle do Transporte de Cargas Perigosas

Estudos e projetos (nas principais rodovias que transpõem o território municipal - Imigrantes e Anchieta)

Melhoria das condições de transporte de cargas Maior agilidade e eficiência no tratamento e solução de problemas associados a acidentes com transporte de cargas Integração com órgãos ambientais

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 58

3.3.4. Cronograma

A implantação e a execução das intervenções ocorrerá durante os 06 (seis) anos de implantação do Programa.

3.3.5. Responsabilidade Institucional

Para o conjunto de ações, a Secretaria de Habitação e Meio Ambiente da PMSBC estará a frente, coordenando e supervisionando as ações que poderão articular-se a outras secretarias e órgãos da administração direta e indireta da Prefeitura.

3.3.6. Orçamento

Para o conjunto das intervenções deste programa, o montante previsto é de US$ 5.276.930,00, conforme orçamento adiante.

DESCRIÇÃO

CA

TE

G.

TOTAL (US$ mil)

2 Programa de Recuperação Ambiental da Bacia Billings

2 3 Ações de Preservação e Recuperação Ambiental 5.276,93

2 3 1 Arborização Urbana 1.162,32

2 3 1 1 Plano diretor de arborização urbana e projetos de arborização 3 58,12

2 3 1 2 Implantação da Arborização (Não Inclui Manutenção) 1 1.104,20

2 3 2 Urbanização de Áreas Públicas Livres - Criação de Praças e Equipamentos de Lazer

918,23

2 3 2 1 Projetos executivos para implantação de praças e áreas de lazer 3 46,49

2 3 2 2 Implantação (Não Inclui Manutenção) 1 871,74

2 3 3 Implantação de Parques e Unidades de Conservação 2.440,87

2 3 3 1 Plano diretor e projetos executivos de parques 3 122,04

2 3 3 2 Implantação (Não Inclui Manutenção) 1 2.318,83

2 3 4 Repovoamento Vegetal 116,23

2 3 4 1 Projeto e Implantação 1 116,23

2 3 5 Recuperação de Áreas Degradadas (Intervenções de Baixo Custo em Encostas, Taludes e Áreas de Produção de Sedimentos - Bacia Rio Grande e Taquacetuba)

581,16

2 3 5 1 Projeto para recuperação de áreas degradadas 3 29,06

2 3 5 2 Execução de obras para recuperação de áreas degradadas 1 552,10

2 3 6 Controle do Transporte de Cargas Perigosas 58,12

2 3 6 1 Estudos e projetos 3 58,12

Total a Preços Correntes 5.276,93

Categorias: 1: Obras e Serviços ; 2: Aquisições; 3 – Consultoria / Estudos

3.4. Programa de Ações de Saneamento Ambiental

3.4.1. Objetivos Gerais

O programa tem como principal objetivo melhorar a qualidade ambiental, corrigir os principais fatores de poluição dos corpos d’água naturais e elevar a qualidade de vida da população, mediante a retirada das cargas poluentes provocadas pela disposição do lixo.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 59

3.4.2. Objetivos Específicos

Melhoria dos padrões de ocupação urbana, através da provisão de infra-estrutura de saneamento em áreas pobres e degradadas (favelas, loteamentos irregulares, etc.);

Redução ou eliminação de situações de risco ambiental, provocadas pela má disposição de lixo, escoamento dos esgotos a céu aberto, etc;

Melhoria das condições operacionais dos serviços de infra-estrutura de saneamento, especialmente nas áreas de maior densidade urbana, elevando os padrões de qualidade e de eficiência;

Melhoria da qualidade das águas dos tributários e reservatórios e aprimoramento dos procedimentos e processos de monitoramento e controle ambiental;

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 60

3.4.3. Projetos, Atividades e Resultados Esperados

Componente Sub-Componentes e Ações Previstas Resultados Esperados (Benefícios e Beneficiários)

Remediação de Lixões

Projeto executivo e obras para recuperação da área do Lixão do Alvarenga no município de São Bernardo do Campo (Construção de um parque público de 280.000 m

2; reflorestamento de 470.000 m

2; implantação de ações de (i)

drenagens de gases e líquidos percolados; (ii) execução de cercamento da área, construção da portaria, portões e guaritas; (iii) poços subterrâneos de monitoramento; (iv) adequação e implantação do sistema viário; (v) implantação do sistema de drenagem superficial; (vi) reconformação geométrica e revegetação; (vii) implantação das edificações de apoio e iluminação do viário; e (viii) implantação do sistema de monitoramento ambiental e dos sistemas de drenagem)

Melhoria da qualidade ambiental e das águas, por meio da recuperação do lixão do Alvarenga

Aquisição de Equipamentos para Coleta de Resíduos Sólidos

Aquisição de equipamentos para implantação de Ecopontos na área do Grande Alvarenga e Instrumentalização dos catadores locais e do entorno com a aquisição de materiais e “carrinhos” adequados, uniformes, etc,

Inclusão dos bairros ecológicos no Programa Lixo e Cidadania Melhoria das condições de vida para os catadores locais e do entorno Ampliação da rede de ecopontos para os bairros que sofreram intervenção com infra-estrutura urbana contemplada pelo Plano Emergencial, “Bairros Ecológicos”, e que serão objeto das ações de recuperação urbana no âmbito do Programa Mananciais

Implantação de Centros de Ecologia e Cidadania

Projeto executivo e obras para implantação de 3 Centros de Ecologia e Cidadania (espaços de trabalho e convivência social para o desenvolvimento de atividades de triagem, organização, beneficiamento e comercialização de materiais recicláveis, gerenciado e operacionalizado pelas Associações de Catadores)

Melhoria das condições de vida dos catadores e promoção de atividades compatíveis com a promoção da cidadania, convivência social e desenvolvimento de atividades econômicas, visando a inclusão social

Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos

Melhoria das condições de planejamento e gerenciamento da coleta, processamento (inclusive reciclagem) e destinação de resíduos sólidos no município

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 61

3.4.4. Cronograma

A implantação e a execução das intervenções ocorrerá durante os 06 (seis) anos de implantação do Programa.

3.4.5. Responsabilidade Institucional

Para o conjunto de ações, a Secretaria de Habitação e Meio Ambiente da PMSBC estará a frente, coordenando e supervisionando as ações que poderão articular-se a outras secretarias e órgãos da administração direta e indireta da Prefeitura.

3.4.6. Orçamento

Para a execução das ações constantes deste programa, prevê-se o orçamento total de US$ 4.939.860,00, conforme tabela seguinte.

DESCRIÇÃO

CA

TE

G.

TOTAL (US$ mil)

2 Programa de Recuperação Ambiental da Bacia Billings

2 5 Ações de Resíduos Sólidos 4.939,86

2 5 2 Remediação de Lixões 3.951,89

2 5 2 1 Projeto executivo para recuperação da área do Lixão do Alvarenga no município de São Bernardo do Campo

3 232,46

2 5 2 2 Execução de obras para recuperação da área do Lixão do Alvarenga no município de São Bernardo do Campo

1 3.719,42

2 5 4 Aquisição de Equipamentos para Coleta de Resíduos Sólidos 464,93

2 5 4 1 Aquisição de equipamentos para implantação dos Ecopontos 2 464,93

2 5 5 Implantação de Centros de Ecologia e Cidadania 348,70

2 5 5 1 Projeto executivo para implantação dos Centros de Ecologia e Cidadania 3 17,43

2 5 5 2 Execução de obras para implantação dos Centros de Ecologia e Cidadania 1 331,26

2 5 6 Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos 174,35

2 5 6 1 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos 3 174,35

Total a Preços Correntes 4.939,86

3.5. Manual Ambiental de Construção

A maioria dos impactos promovidos pela implantação das ações sob coordenação da PMSBC no âmbito do Programa Mananciais, corresponderá à fase de obras, podendo estes impactos serem manejados com critérios e métodos adequados de construção. O manual ambiental de construção, apresentado no Anexo VIII deste Relatório Ambiental, apresenta diretrizes e procedimentos referentes à implantação e gerenciamento das obras.

Com efeito, a PMSBC deverá incluir nos editais de obras a obrigatoriedade de cumprimento destes procedimentos construtivos.

3.6. Sistema de Gestão Ambiental

Cada uma das UGLs e também a UGP – esta última na qualidade de coordenadora

executiva das ações sob responsabilidade da SSE – terão um Sistema de Gestão Sócio-

Ambiental – SGSA destinado a gerenciar todas as ações sócio-ambientais do Programa

Mananciais, com vistas ao atendimento da legislação ambiental, das diretrizes e

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 62

salvaguardas do Banco Mundial e, essencialmente, dos compromissos assumidos por

cada executor no cumprimento e implementação das medidas mitgadoras e atenuadoras

dos impactos ambientais identificados.

O SGSA da UGL/PMSBC estará integrado, a seu tempo, ao Sistema de Gestão do

Programa, sendo configurado a partir da seguinte estrutura:

Coordenação Técnico-Sócio-Ambiental, cujas atribuições principais incluem a

coordenação das ações técnicas e sócio-ambientais do Programa, sob sua

responsabilidade, além de supervisionar e acompanhar os processos de

licenciamento ambiental, atendimento às diretrizes, critérios e políticas de

salvaguarda do BIRD. Esta coordenação será responsável, em especial, pelas

seguintes ações:

o Processos de Desapropriação, Remoção, Indenização e Reassentamento

de Famílias, decorrentes das intervenções de recuperação urbana, que

estejam relacionados ao conjunto de intervenções sob responsabilidade da

UGL/PMSBC;

o Plano de Destinação e Gestão de Resíduos Sólidos durante a implantação

das intervenções;

o Coordenação da implantação e aplicação do Manual Ambiental de

Construção – MAC;

o Plano de atendimento a emergências e acidentes, durante as obras;

o Monitoramento e fiscalização ambiental das respectivas ações no

Programa Mananciais;

o Coordenação do Plano de Gestão Ambiental – PGA constante do presente

Anexo;

o Revisão e aprovação dos projetos e obras civis e de infra-estrutura

referentes às ações de urbanização de favelas e recuperação urbana de

loteamentos, revitalização urbana e remediação do lixão do Alvarenga,

cuidando: (i) da preservação, na medida do possível, dos cursos d’água e

das áreas de preservação permanente; (ii) da utilização racional e

sustentável dos territórios nas APRMs; (iii) da compatibilidade dos projetos

às exigências legais para o licenciamento e para a execução de obra,

especialmente relacionados às legislações específicas e demais normas

aplicáveis.

o Garantir o cumprimento dos requisitos sócio-ambientais previstos nos

contratos com as empresas construtoras; nos estudos de impacto

ambiental; e na legislação aplicável, nas licenças ambientais e diretrizes,

salvaguardas e regulamentos do BIRD; nas autorizações.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 63

Unidades Executivas, compreendendo os órgãos, divisões, departamentos e demais

entidades vinculadas a PMSBC que será responsável pela implantação e realização

dos estudos, projetos, obras, etc., a qual deverá atender todas as diretrizes, critérios e

requisitos sócio-ambientais exigíveis, pondo em prática, igualmente, as medidas e

normas ambientais aplicáveis;

Supervisão Ambiental de Obras responsável pela fiscalização, acompanhamento e

orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção –

MAC e às medidas mitigadoras referentes às obras indicadas nas licenças

ambientais.

3.7. Supervisão Ambiental de Obras

De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e a execução do

Programa, a função de supervisão das obras deverá ser realizada por entidade

supervisora (empresa, etc.) contratada no âmbito da UGL/PMSBC. À UGP, na condição

de coordenadora geral, caberá acompanhar o processo de supervisão de obras,

provendo o apoio necessário para contribuir no alcance das metas estabelecidas no

Programa Mananciais e no atendimento às legislações e às salvaguardas e

procedimentos do BIRD.

Entre as atividades da Supervisora de Obras deverá constar a atividade de supervisão

ambiental de obras. Para tanto esta deverá disponibilizar um profissional que será

responsável pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos ambientais que

constam do contrato de execução das obras.

Esse profissional será responsável por verificar e atestar que todas as atividades relativas

ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro

dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas especificações de construção e

montagem, nas licenças ambientais expedidas e o Manual Ambiental de Construção.

O Manual Ambiental de Construção – MAC apresenta um conjunto de atividades que

incluem desde aspectos considerados nas diretrizes para localização e operação de

canteiros até ações ao gerenciamento de resíduos, de saúde e segurança nas obras,

articulando-se com outros programas como o de Comunicação Social.

A supervisão ambiental deve trabalhar em coordenação permanente com os demais

integrantes da gestão ambiental do empreendimento, executando inspeções técnicas nas

diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento. À Supervisão

Ambiental cabe, especialmente:

Acordar e aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de

reuniões periódicas com a coordenação ambiental do Programa e os

responsáveis ambientais de cada construtora / lote de obras;

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 64

Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das

atividades executadas, em relação aos requisitos ambientais estabelecidos para

as obras e programas ambientais a elas ligados;

Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao

processo de licenciamento do empreendimento e às recomendações das

entidades financiadoras internacionais;

Inspecionar periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no

campo, para acompanhar a execução das obras e sua adequação ou não aos

programas de gestão ambiental;

Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;

Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar

impactos potenciais;

Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na

situação de configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas

no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento, penalidades contra a

empresa construtora.

Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de

continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a necessidade de

paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a

tempo, de medidas corretivas. Nesse caso, a supervisão deve preparar relatório

sintético à coordenação de gestão sócio-ambiental, informando das questões

envolvidas e da proposição de paralisação.

Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às

intervenções físicas previstas e propor os ajustes necessários;

Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao

empreendedor e às entidades financiadoras nacionais e internacionais. Os

relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, mensais.

O Plano Ambiental tem como característica relevante a análise prévia do dia-a-dia das

obras. O planejamento ambiental deve ser elaborado quinzenalmente.

4. Fortalecimento e Capacitação Institucional

Além dos Programas acima enunciados, o Programa Mananciais prevê uma série de ações para o fortalecimento institucional, no sentido de amparar os executores na ampliação de sua capacidade técnica e operacional para implementar as ações previstas nos programas acima apresentados e, propriamente, na condução do respectivo PGA – Plano de Gestão Ambiental (e, com efeito, do SGA correspondente). Para isso, estão previstas as seguintes atividades:

a) Implementação de um programa de capacitação continuada, destinado aos técnicos e profissionais das UGLs – em particular, à coordenação técnico-ambiental – e,

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 65

também, às empresas sub-contratadas, gerenciadoras, etc. que se relacionarem à execução e ao acompanhamento e monitoramento ambiental das intervenções do Programa Mananciais e do PGA respectivo;

b) Definição de políticas, procedimentos técnicos, normas, processos e regras ambientais para a implementação das intervenções sob responsabilidade do executor. Preferencialmente, essas ações serão reunidas na forma de um Manual Ambiental específico para as intervenções;

c) Fortalecimento da capacidade institucional do executor quanto ao planejamento e gestão ambiental, propiciando, ainda, maior envolvimento nas discussões colegiadas, no relacionamento com a comunidade diretamente e com os órgãos ambientais, com vistas ao atendimento dos requisitos e padrões ambientais e às demais demandas verificadas;

d) Estabelecimento de procedimentos de acompanhamento, monitoramento e gestão de processos e indicadores sócio-ambientais, com integração de sistemas de informações (GIS, MQUAL, PDPA, etc.) e demais instrumentos de apoio à gestão ambiental. Esses procedimentos levarão em conta os espaços interinstitucionais de comunicação e integração de informações coordenados pela UGP, tais como intranet, website do Programa, etc.

Todas essas ações terão a responsabilidade institucional da SSE – Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, que promoverá tais ações junto a cada executor, mediante o desenvolvimento das seguintes atividades:

Ações de Educação Ambiental e Monitoramento Pós-Obra;

Apoio técnico e transferência de conhecimentos e tecnologias aos municípios e executores;

Ações de Mobilização e Apoio a Projetos de Entidades Civis;

Operação do Sistema de Gestão;

Concepção, estruturação e implantação da rede de informações de apoio à gestão e capacitação técnica para a utilização da rede de informações de apoio à gestão;

Divulgação do Sistema de Gestão;

Seminários Internacionais Anuais sobre Recursos Hídricos e Desenvolvimento Urbano;

Ações integradas de monitoramento, controle e avaliação dos resultados do Programa.

Essas ações concentrar-se-ão no primeiro ano de implementação do Programa (capacitação continuada e definição de procedimentos, normas e do Manual Ambiental), mas deverão se estender ao longo dos seis anos de execução das intervenções, por conta da necessidade de apoiar técnica e institucionalmente os executores no acompanhamento, monitoramento e avaliação dos indicadores ambientais e no relacionamento destes com os diversos agentes intervenientes e stakeholders.

Os custos previstos estão agregados, prevendo-se que os cursos, treinamentos, suporte técnico e operacional, etc. sejam viabilizados a todos os executores. Prevê-se, para isso, o valor de US$ 2.772.270,00.

PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO ALTO TIETÊ

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ANEXO V - PMSBC 66

Mapa das Intervenções da PMSBC