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Hélio Manuel Gonçalves Jaco Porto, Dezembro de 2006

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Hélio Manuel Gonçalves Jaco

Porto, Dezembro de 2006

Televisão Digital DVB-H ______________________________________________________________________

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Televisão móvel – o futuro dos telemóveis

Nos dois últimos anos a Europa testemunhou muita competição entre os proponentes das diferentes tecnologias de transmissão de televisão móvel, na medida em que cada uma tenta alcançar uma posição de liderança.

A televisão móvel começou a ser implementada e testada em vários países do mundo estando previsto para breve que os fabricantes de telemóveis, os operadores de televisão móvel e os produtores de conteúdos iniciem os testes para equipamentos empresariais. Desta forma será apurado o tipo de assinantes dispostos a pagar o serviço e quais os anunciantes que pretendem investir neste novo mercado.

O padrão japonês, o Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB-T), é o preferido das emissoras de televisão porque permite que os telemóveis recebam e exibam as imagens dos canais sem que o sinal passe pelas operadoras de telefonia móvel – o que impede estas empresas de controlar a transmissão e cobrar por isso. Por esse motivo, há grande pressão das grandes redes de TV para a adopção desse sistema. Os outros padrões discutidos são: o americano Advanced Television System Comitee (ATSC), o europeu Digital Video Broadcasting (DVB) e o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Outros sistemas também apresentam bons resultados nos testes, como o Digital Media Broadcasting (DMB), que deriva do Digital Audio Broadcasting (DAB), que tem conhecido sucesso na Ásia.

Já, os serviços foram ou serão brevemente lançados usando as tecnologias de DVB-H, T-DMB ou DAB-IP. Cada tecnologia tem seus benefícios e inconvenientes.

As tecnologias que usam a plataforma do DAB são limitadas pelo número dos serviços vídeo disponíveis aos utilizadores quando comparadas com o DVB-H.

Entretanto, as tecnologias baseadas em DAB têm já atribuído frequências em todos os países. É por esta razão que será inicialmente mais fácil lançar as tecnologias baseadas em DAB, supondo que os fornecedores de serviços assim o desejem. Com a posição de primeiro no mercado, as tecnologias DAB podem prosperar baseando-se na credibilidade do consumidor e do mercado. Porem, melhor que servir como uma ameaça ao DVB-H, podem preferivelmente sublinhar o interesse do consumidor na televisão móvel e fornecer meios de abertura do mercado aos serviços de DVB-H.

Actualmente, os utilizadores que são familiares com a televisão móvel através de UMTS podem sentir que são serviços caros e não sempre da qualidade técnica adequada. O lançamento de serviços baseados em DAB permitirá que os visores se tornem acostumados aos serviços ilimitados da transmissão, ao novo esquema de pagamento e talvez ao uso da interactividade. Porque DVB-H pode fornecer um aumento no número dos serviços vídeo disponíveis, os utilizadores podem escolher adoptar os novos serviços, assumindo que o esquema de preço permanece similar. Para o consumidor, é o acesso móvel à televisão que é a chave, não obstante da tecnologia usada.

Os operadores de telecomunicações parecem favorecer o padrão de DVB-H. Fazendo exame do exemplo da Alemanha, quatro operadores estão a trabalhar em conjunto numa experimentação de DVB-H enquanto somente um operador escolheu oferecer serviços oficiais de T-DMB aos seus televisionadores.

Para já, o maior desafio para os operadores de televisão móvel é a aquisição do espectro necessário para a oferta dos serviços, um factor determinante quer na escolha dos padrões de transmissão utilizados quer para o impacto que a implementação da rede terá depois no negócio dos operadores.

Neste momento, estão a decorrer ensaios em cerca de 40 países para testar o melhor sistema de transmissão para os telemóveis. Na prática, estes sistemas vão

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permitir que os telemóveis se liguem directamente aos retransmissores de televisão que operam em via hertziana, permitindo ver a mesma TV disponível nas caixas tradicionais.

Finalmente, serão os consumidores e o mercado a decidir que tecnologia será usada para fornecer serviços de transmissão aos receptores móveis. Poderá ainda acontecer que os produtos do consumidor combinem muitas tecnologias e que o utilizador possa consumir televisão móvel independentemente da tecnologia particular utilizada. Histórico - O DVB Project

O Digital Video Broadcasting (DVB) Project é um consórcio organizado pelo próprio sector, com mais de 250 empresas difusoras, fabricantes, operadoras de rede, fabricantes de software, entidades reguladoras e outras instituições em mais de 35 países, comprometido com a elaboração de padrões mundiais para a geração de televisão digital e serviços de dados. Os padrões do DVB cobrem todos os aspectos de televisão digital, da transmissão à interface, interactividade e acesso condicional para dados, áudio e vídeo digital. Este consórcio surgiu em 1993 para estabelecer unidade na marcha em direcção à padronização mundial, interoperabilidade e preparação para o futuro.

Também no âmbito da OMA – Open Mobile Alliance, estão a ser desenvolvidas actividades relacionadas com aspectos a nível aplicacional nos serviços de transmissão móvel, fazendo convergir, em particular, empresas representantes da indústria wireless para o apoio ao desenvolvimento da TV móvel e outros serviços de difusão móvel.

Hoje em dia, existem vários serviços de difusão usando os padrões DVB. Existem centenas de fabricantes oferecendo equipamento compatível com DVB, que já está sendo usado no mundo todo. O DVB domina o mundo da difusão digital.

Vários outros serviços também estão no ar com DVB-T, DVB-H, DVB-S e DVB-C, incluindo dados em sistemas móveis e Internet de banda larga transmitida pelo ar. O DVB-H

Ao longo dos últimos dez anos, a tecnologia digital potenciou o rápido crescimento do consumo individual de media. Como parte desta tendência, e acompanhando o crescimento da telefonia móvel, foram desenvolvidas novas tecnologias de teledifusão digital, que permitem aos utilizadores aceder a serviços de televisão, através de streaming para os seus equipamentos móveis. À cabeça destas tecnologias, surge o standard designado Digital Video Broadcast – Handheld (DVB-H), que apresenta numerosas vantagens:

• Este standard baseia-se no bem conhecido standard DVB-T digital TV, e pode acompanhar o desenvolvimento de evoluções previstas no âmbito da teledifusão digital

• O standard foi intensamente testado em todo o mundo e várias empresas estão a desenvolver produtos DVB-H

• O standard possibilita baixos consumos de bateria, a par de uma funcionalidade robusta mesmo em ambientes de recepção difícil

• Permite uma implementação lucrativa e eficiente das redes de teledifusão

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• Tem capacidade de largura de banda adequada para conteúdo audiovisual de alta qualidade, tornando-se interessante para empresas de desenvolvimento de conteúdos e para anunciantes

• Utiliza o espectro UHF, que está reservado para a teledifusão a nível mundial • O DVB-H apresenta uma melhor qualidade de imagem e som que a chamada

terceira geração de telemóveis (UMTS ou 3G)

Dos pontos de vista técnico e financeiro, é exequível desenvolver redes DVB-H com cobertura semelhante à das redes de telefonia móvel. Para além disso, os equipamentos DVB-H podem usufruir de tecnologia já existente em terminais móveis. Consequentemente, faz sentido integrar a recepção de DVB-H em equipamentos móveis, daí resultando o benefício do acesso simultâneo a telecomunicações e a TV móvel. Esta característica representa um vasto leque de oportunidades para novos serviços multimédia, abrindo caminho a variados modelos de negócio.

Este sistema envia um sinal para todos os utilizadores de telemóveis com um receptor de TV digital, que, através de um guia de programação disponível no ecrã, seleccionam o programa desejado, que poderá ser visto quando emitido pela estação.

Para já, os telemóveis que incorporam o sistema DVB-H são maiores que o tamanho médio dos modelos actuais, mas a Nokia já comunicou a intenção de banalizar esta funcionalidade.

O sistema DVB-H parece ser o sistema melhor posicionado para assumir-se como standard.

Em contraponto, seis das maiores estações de televisão coreanas já anunciaram a intenção de começar a emitir para telemóveis das marcas Samsung e LG, sem qualquer custo para os utilizadores, passando por cima dos operadores móveis. No entanto, e sobretudo na Europa, os operadores móveis ainda têm alguma vantagem nesta «guerra», sobretudo porque têm o ‘know how’ para massificar os serviços móveis e é através deles que os telemóveis chegam às mãos dos utilizadores.

O DVB-H é baseado no DVB-T

As especificações do DVB-H baseiam-se no DVB-T e reutilizam os conceitos de DVB para procura de serviços e emissão de dados. Enquanto o DVB-T se destina essencialmente a captação por antena exterior, a rede DVB-H foi concebida para recepção em terminais portáteis, mesmo em interiores. Este aspecto determina uma diferente topologia de rede para DVB-T e DVB-H. Uma boa qualidade de recepção com uma pequena antena requer uma topologia de rede mais densa, com mais transmissores do que para a recepção com grandes antenas exteriores. Contudo, a altura e a energia de transmissão necessários serão menores.

Tipicamente, numa zona urbana com frequência única, uma célula de rede DVB-H utilizará 3-5 transmissores de baixa potência, cobrindo uma área de 60 quilómetros de raio.

Porem, compatibilidade com DVB-T pode ser alcançada em ambientes com canais de 6, 7 e 8 MHz. Uma característica inicial chave e surpreendente do DVB-H, é que pode coexistir com o DVB-T no mesmo multiplex. Assim, um operador pode escolher ter 2 serviços de DVB-T e um serviço de DVB-H no mesmo multiplex.

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Economia de Energia

O DVB-H utiliza uma técnica designada por segmentação de tempo (time-slicing). Com a utilização desta técnica, os dados de um serviço DVB-H não são radiodifundidos continuamente mas sim agregados em “picos”, a um débito elevado. Como ilustração deste aspecto, ao longo de um décimo de segundo são enviados ao receptor, dados que desencadeiam o processo para o segundo seguinte. Isto significa que a bateria pode ser desligada entre os “picos de dados”, ou seja, cerca de 90% do tempo, sem que o utilizador de tal se aperceba. Esta é uma vantagem considerável, atendendo à limitada capacidade energética de uma bateria de um telefone móvel. Com baterias standard, pode-se chegar a ter, aproximadamente, quatro horas de visionamento televisivo. Funcionalidade de eliminação de falhas

Considerando que os equipamentos portáteis são dotados de pequenas antenas e que as suas condições de recepção de sinal são variáveis, torna-se necessária a existência de um sistema de transmissão robusto, dotado de uma sólida protecção contra falhas. Tendo em vista uma melhor integração com o ambiente móvel, a tecnologia DVB-H apresenta uma robustez de transmissão optimizada, através da utilização de um nível suplementar de correcção de erros (FEC - Forward Error Correction) no layer MPE (Multi Protocol Encapsulation). Esta característica, a par do uso da opção do modo rádio 4K, permite uma melhor performance, o que resulta na recepção optimizada de sinal móvel, por exemplo em veículos em movimento. A utilização das soluções MPE-FEC optimiza também a tolerância ao ruído de sinal.

A melhor experiência de televisão possível

A teledifusão DVB-H torna-se atractiva através da utilização de canais de largura de banda elevada, com altas velocidades de transmissão. Isto significa que podem ser disponibilizadas, aos utilizadores móveis, uma elevada qualidade e uma vasta selecção de serviços de TV. Para além disso, a partir do momento em que os conteúdos são difundidos, não existe limite quantitativo para o número de potenciais receptores desse mesmo conteúdo, na abrangência da área de cobertura. A difusão one-to-many é um processo financeiramente eficiente de distribuição de media para grandes audiências, quando comparado com a difusão ponto-a-ponto.

A DVB-H permite igualmente a utilização de codecs avançados para vídeo e áudio. Com a utilização destes codecs, podem ser transmitidos até 50 canais de televisão ou dados, suportados por uma DVB-H multiplex.

As redes e os serviços celulares podem também ser utilizados vantajosamente com a transmissão DVB-H. Por exemplo, a recepção DVB-H, conjugada com a conectividade 3G/GPRS, cria a possibilidade de serviços interactivos relacionados com os programas de TV, tais como votações, fóruns de opinião, jogos e e-commerce. Poderão igualmente ser integrados vários modelos de pay-TV, através de subscrição de serviços e pay-per-view.

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Adoptado globalmente

O DVB-H está aparentemente posicionado para liderar a convergência entre as emissões televisivas digitais e os serviços móveis, nas zonas do Globo que adoptaram o standard DVB, o que inclui a maior parte da Ásia (excluindo o Japão), África, Austrália e Europa.

A maioria dos países da América do Sul, incluindo o Brasil, não optou ainda por um standard de teledifusão digital. Uma das principais razões que leva a acreditar que o Brasil optará pelo DVB-T é o facto de este se basear num standard aberto largamente adoptado, o que significa que a tecnologia e os produtos estão disponíveis a partir de várias fontes. A decisão do Brasil poderá influenciar a escolha de todo o continente sul-americano, no que respeita a um standard digital. Os broadcasters têm exercido alguma pressão no sentido da adopção do DVB-T. Muitos deles acreditam que é a escolha correcta, tanto do ponto de vista comercial, como do ponto de vista técnico. Um valor para todos

Os conteúdos são o combustível que alimentará a TV móvel. A adopção do DVB-H, como standard de plataforma de distribuição a nível mundial, seria vantajoso para todos os intervenientes da cadeia de valor, uma vez que determinará o crescimento do mercado e possibilitará o estabelecimento de preços de uma forma aberta e competitiva, no que se refere às várias tecnologias e aos componentes de serviços. Os actuais players do mercado, tanto dentro como fora da cadeia de valor dos conteúdos móveis, incluindo o mundo do entretenimento, das publicações, da área financeira/comércio e dos serviços móveis, procuram actualmente o equilíbrio das suas forças no âmbito do convergente mercado multimédia, tendo em vista a obtenção de segmentos do potencial de negócio disponível.

Para além disso, a cooperação entre os players do mercado móvel e da teledifusão de conteúdos faz todo o sentido. O broadcast de conteúdos permite uma distribuição lucrativa de multimédia de elevada qualidade. As redes móveis oferecem a possibilidade de implementar serviços interactivos, bem como os serviços de facturação necessários para os modelos de negócio baseados em pagamentos. Os difusores de conteúdos possuem actualmente conteúdos em que os consumidores estão interessados.

Por último, os operadores móveis têm uma relação directa de fidelização com milhões de utilizadores da rede móvel. Será necessária uma estreita cooperação que ultrapasse as tradicionais fronteiras da Indústria, uma vez que existe um grande potencial de retorno para todos os agentes deste mercado. Atribuição de uma banda de frequência

Uma das principais questões neste momento é a regulação e planeamento do espectro radioeléctrico, uma preocupação que requer decisões atempadas. O espectro de frequência para radiodifusão é gerido pelos países, em alinhamento com acordos internacionais da responsabilidade da União Internacional de Telecomunicações (ITU - International Telecommunications Union). A ITU está actualmente envolvida no processo de desenvolvimento de um novo plano de gestão de frequência para a Europa, África e Médio Oriente, tendo por horizonte um futuro completamente digital.

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Os designers do sistema DVB-H declararam já a sua preferência pelo espectro na banda UHF, entre os 470 MHz e os 746 MHz, de forma a minimizar a interferência com bandas de rádio utilizadas para a telefonia móvel. Verifica-se uma forte necessidade de coordenação, tendo em vista a criação de condições para a existência de um mercado global de equipamentos DVB-H, de modo a assegurar a competitividade da oferta de produtos e serviços. Testes-piloto

O DVB-H foi reconhecido como standard pelo ETSI (European Telecommunications Standards Institute), em Novembro de 2004. Experiências ou projectos-piloto de TV móvel baseada em DVB-H estão em curso nos cinco continentes, em países como a Holanda, a Finlândia, a Suíça, a França, o Reino Unido, a Espanha, a Alemanha, a Austrália, a África do Sul, Taiwan e os EUA.

Os analistas estimam que, em 2010, haja, a nível mundial, mais de 74 milhões de utilizadores da tecnologia DVB-H.

Vários projectos-piloto de fornecimento de serviços de teledifusão televisiva em tempo real foram concluídos ou estão actualmente em curso em muitos pontos do mundo.

A figura seguinte mostra o conjunto dos países onde se espera que a comercialização de serviços DVB-H seja iniciada em breve e onde se estavam a realizar testes em Setembro de 2006. É ainda possível observar que em Itália o serviço já é comercializado.

Figura 1 – DVB-H no mundo.

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A seguinte tabela mostra o estado do DVH-B no mundo:

Full Service Launch

Trial Service (O = completed or results available)

Information not provided

AUSTRALIA Sydney O

AUSTRIA Salzburg X

BELGIUM Ghent / Brussels / Mechelen X

CANADA Toronto X

CHINA X

CROATIA Zagreb X

CZECH REPUBLIC Brno X

DENMARK Lyngby X

FINLAND Nationwide 2006 Helsinki O

FRANCE Metz X Paris (TDF) X Paris (CANAL+) X Nationwide 2007

GERMANY Berlin (bmco) O Berlin (T-Systems) X Erlangen X Nationwide 2007

HONG KONG Hong Kong X

INDIA Dehli X

INDONESIA Jakarta X

IRELAND Dublin X

ITALY 3 Italia LAUNCHED TIM TV LAUNCHED Turin O Vodafone Q1 2007

MALAYSIA Kuala Lumpur X

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NETHERLANDS IBC 2006 X The Hague O

POLAND Warsaw O

PORTUGAL Lisbon (TVI & RETI) X Lisbon (SGC Telecom) O

QATAR Doha X

RUSSIAN FEDERATION Kaliningrad X Moscow X Sverdlovsk Oblast April '07

SINGAPORE Singapore X

SOUTH AFRICA

Johannesburg/Pretoria/Soweto/Capetown X

MTN Q1 2007

SPAIN Barcelona / Madrid O Nationwide 2007 Seville - Axion Technical Trial X Seville / Valencia O Zaragoza / Gijón X

SWEDEN Gothenburg & Stockholm (Teliasonera) X Stockholm (Teracom) X Stockholm (Viasat) X

SWITZERLAND Bern - (Customer Acceptance) X Bern - (Technical) O

TAIWAN Taipei X

UKRAINE Kiev X

UNITED KINGDOM Cambridge X Oxford O

USA NAB 2006 X Hiwire Q1 2007 X Modeo Q4 2006 Pittsburgh X

VIETNAM VTC Q4 2006

Tabela 1 – estado do DVB-H no mundo.

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Na próxima secção encontramos alguns dos projectos-piloto mais relevantes realizados, incluindo o caso do lançamento do primeiro serviço comercial (Itália) e também do caso Português.

DVB-H na Finlandia Em Helsínquia, a TV móvel finlandesa lançou o primeiro teste-piloto de âmbito

comercial para serviços DVB-H, entre Março e Junho de 2005. Como parte integrante deste teste, 500 utilizadores acederam a serviços de televisão utilizando terminais Nokia 7710. Os parceiros deste projecto foram a Nokia, na área tecnológica, os principais emissores de televisão pública e privada na área dos conteúdos, incluindo a YLE, a MTV3 e a TV4, dois representativos operadores de telecomunicações, Elisa e TeliaSonera, e a Digita, principal operador de rede de radiodifusão. Em Agosto de 2005, uma experiência semelhante foi levada a cabo durante o Campeonato Mundial de Atletismo da IAAF.

Em Março 2006 à Digita, uma subsidiária Finlandesa da TDF, foi concedido a licença de operador de rede DVB-H na Finlândia. A licença dita que a rede deve estar pronta para começar operações comerciais em Dezembro 2006. Inicialmente será disponibilizado o terminal N92 da Nokia.

Resultados: Cerca de 58% dos participantes nestas experiências acredita no seu potencial

futuro e 41% são potenciais compradores de futuros serviços de TV móvel. As três situações de maior utilização são deslocações em transportes públicos,

em casa e no trabalho. A tarifa fixa mensal é o modelo de pagamento mais bem aceite – os conteúdos

pay-per-view complementam a preferência pela oferta. Os participantes pagaram uma subscrição mensal de 4.90€ pelo acesso à TV

móvel. 4.90€ é um valor que se enquadra perfeitamente no leque de valores aceitáveis – mas metade dos participantes não consideraram uma subscrição mensal de 10€ como sendo cara demais.

Os participantes no teste-piloto puderam igualmente adquirir acesso por um dia (50 cêntimos/dia) a conteúdos, contemplando, por exemplo, sessões de treino, sessões para qualificação e o Grande-Prémio de Formula1 e GP2. O modelo pay-per-view foi bem aceite pelos participantes deste teste-piloto.

DVB-H na Alemanha

Mobiles Fernsehen Deutschland (MFD) lançaram a Watcha TV, que fornece

serviços de televisão do móbil usando o padrão de T-DMB. Outros operadores de telecomunicações parecem mais relutantes em se juntar

aos serviços de T-DMB, talvez preferindo suportar um eventual lançamento do serviço de DVB-H. No passado mês de Junho quatro operadores de telecomunicações, E-Plus, O2, T-Mobile e Vodafone, lançaram uma experiência de DVB-H no norte da Alemanha que se espera servir de precursor a um lançamento de DVB-H em 2007. Começando a par do campeonato do mundo da FIFA, a experiência funcionou até 31 de Agosto nas cidades de Berlim, Hamburgo e Hanover e 31 Julho em Munich. Os utilizadores

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puderam aceder a 14 canais de televisão e a 6 de rádio com receptores fornecidos por BenQ, Motorola, Nokia, Sagem e Samsung.

Resultados: Por um período de três meses, cerca de 1.000 dispositivos do teste foram

disponibilizados vindo de fabricantes diferentes. Os utilizadores relataram-se espantados pela excelente qualidade da imagem, pela boa recepção e por uma oferta extensiva de programas. A cooperação com os radiodifusores foi muito bem sucedida. Desenvolveram um largo espectro de produtos para a televisão móvel e uma infra-estrutura apropriada da rede deve ser criado e mantido. Os operadores de rede móveis alemães revelaram-se prontos para investir milhões para alcançar esse objectivo.

Entretanto, a fim assegurar uma introdução rápida e detalhada de DVB-H, devem-se disponibilizar as frequências de transmissão em toda a Alemanha e deve ser criada uma estrutura de regulamentação para este serviço inovador.

TV móvel no Reino Unido No Reino Unido foram empreendidas experimentações que usam diferentes

padrões de transmissão móvel. Em Oxford, o operador de rede Arqiva e o do operador de telecomunicações O2 empreenderam testes de DVB-H que mostraram níveis elevados do interesse do usuário na televisão móvel. O operador Arqiva participou também numa experiência do IP Datacasting em Cambridge enquanto a British Telecom (BT) experimentou serviços de DAB-IP na maior área de Londres. Mais recentemente, sócios do Reino Unido e Coreia, lançaram testes na plataforma DAB testando ambas as tecnologias, T-DMB e de DAB-IP.

No seguimento do sucesso da sua experiência de DVB-H conduzida em Oxford, a operadora móvel O2 e o operador de rede Arqiva anunciaram planos para estender a duração experimental.

Resultados: O visionamento semanal total aumentou com o passar do tempo, de

aproximadamente 3 horas na fase inicial para 4 horas por a semana mais para o fim. Havia uma larga escala da duração da visão com 24 minutos a sessão média. No início do teste o local com mais visionamento era em casa. Mais para o fim do teste passou a ser no trabalho e nas deslocações para o trabalho (37%). O serviço de 16 programas com canais de TV já conhecidos foi mais popular que os novos conteúdos criados para televisão móvel. 85% dos usuários ficaram satisfeitos com o serviço e 72% que indicaram que fariam exame subscreveriam o serviço dentro de 12 meses se o preço fosse aceitável.

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Austrália – Sydney Este teste comercial em grande escala terminou em Julho 2006 com os seguintes

resultados: -80% dos usuários ficou satisfeito com o serviço - uma maioria

significativa expressou o interesse em subscrever um serviço comercial similar; - O visionamento total aumentava ao fim de semana; - a sessão média da visão era 25 minutos, com 1-2 sessões de observação

por o dia; - havia picos de visionamento de manhã, ao almoço e à noite, assim

como nas tardes de domingo; - o serviço era o mais popular com subscritores de non-PayTV; - os programas de desportos eram particularmente populares ao lanche e

nas noites de sábado; - no total os programas mais populares eram entretenimento, notícias e

documentários gerais. Espanha – Barcelona e Madrid

O piloto envolveu 500 utilizadores em Madrid e em Barcelona. Os resultados do

estudo apontam claramente para um lançamento comercial viável do serviço no futuro, confirmando que os clientes estão procurando a televisão no seu telefone móvel e não numa TV portátil. 55% dos usuários disse que continuaria a usar o serviço mesmo que tivesse que pagar por ele. Estariam dispostos pagar até cerca de 5 euros por um pacote multi-canal, compostos por um pacote básico mais canais premium. Quase 75% disse que recomendaria o serviço. O tempo diário da visão da média era 16 minutos com os 71% dos utilizadores a dizer que tinham prestado atenção ao serviço digital nos seus telefones móveis por 15-20 minutos por dia, e 17% cerca de 25 minutos.

Estados Unidos da América – Las Vegas e Pittsburgh

Modeo, uma subsidiária da Crown Castle International Corp., assegurou direitos

de espectro e todos os requisitos e meios necessários para trazer este serviço inovador ao mercado. Durante 2005, a Modeo realizou vários pilotos com sucesso na sua rede móvel da transmissão de DVB-H em Pittsburgh. Modeo planeia lançar comercialmente o serviço durante 2006 em mercados principais dos ESTADOS UNIDOS, incluindo New York. A empresa está também a trabalhar actualmente numa distribuição de âmbito nacional da sua rede a 30 mercados mais influentes dos ESTADOS UNIDOS, com os lançamentos esperados durante todo ano de 2007.

A Hiwire LLC, companhia dos E.U. vai começar dia 15 de Dezembro

transmissões piloto de DVB-H em Las Vegas com vista a lançar serviços comerciais nesse mercado tão rapidamente como possível. Um lançamento bem sucedido em Las Vegas, será expandido aos mercados adicionais. Para o período experimental em Las Vegas a Hiwire trabalhará com o operador de rede móvel T-Mobil.

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DVB-H, o caso Português A TVI e a Vodafone já estão, a título experimental, a emitir televisão digital para

o telemóvel, PDA ou PC recorrendo à nova tecnologia DVB-H. Este piloto realizado em ambiente real, que já permite a recepção de canais em

DVB-H em várias zonas da grande Lisboa, é suportado na única plataforma privada de emissão televisiva em Portugal, a RETI (propriedade do Grupo Media Capital), com emissores semelhantes aos utilizados para difusão de serviços de televisão digital ou TDT (futura substituta da televisão analógica que hoje nos chega a casa).

O serviço de TV digital está a ser testado pela TVI e pela Vodafone em vários modelos de telemóveis de última geração com receptores DVB-H.

Refira-se que a atribuição de licenças para a televisão digital móvel (DVB-H) apenas será efectuada após o concurso de televisão digital terrestre. Só após a atribuição destas licenças será possível a disponibilização comercial de televisão digital móvel para os consumidores portugueses. (Queluz, 24 de Novembro de 2006)

Outro teste foi realizado em Junho e Julho de 2005 com participação da SGC Telecom, Siemens, Rohde&Schwarz.

Em ambos os casos não são conhecidos os resultados dos testes.

Resultados gerais dos teste-piloto

Os resultados gerais dos testes-piloto foram extremamente positivos e prometem um retorno atraente.

A TV móvel é claramente um serviço inovador e de interesse. A TV móvel desempenha um papel de relevo no entretenimento móvel, com

especial importância para o desporto e notícias, que poderão ser vistos por iniciativa própria, em qualquer altura e em qualquer lugar.

Os dados de um estudo efectuado pela empresa In-Stat revelam que cerca de 102 milhões de utilizadores estarão dispostos a subscrever os futuros serviços de TV Móvel dentro de quatro anos.

Entretanto, um estudo conjunto realizado pela Goldmedia e pela NBC revelou que 80% dos utilizadores de telemóvel estão disponíveis a gastar entre 5 e 12,5 euros por mês em serviços de televisão móvel.

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DVB-H em Itália – único país onde foi lançado o serviço comercial

3 Itália transformou-se no primeiro fornecedor de serviços a lançar serviços de DVB-H na Europa. As transmissões começaram no fim de Abril, embora o lançamento oficial da oferta completa do programa com 15 serviços, começasse em Junho. O pacote inclui a cobertura ao vivo do campeonato do mundo de futebol da FIFA assim como serviços dos principais rádio difusores tais como RAI, SKY, Mediaset, e La3. A oferta espera-se ascender aos 20 serviços para o fim do ano e 40 serviços por 2008.

Utilizadores Pay-as-you-go podem usufruir do serviço móvel de televisão por 3€ por o dia, 12€ por a semana ou 29€ por o mês. Alternativamente, os subscritores podem pagar 49€ por o mês que lhe dá o acesso a todos os serviços móveis de televisão, a uma hora das chamadas por o dia e a um GB de downloads da Internet por o mês. Desde o meio de Maio foram disponibilizados os receptores LG U900 e Samsung P910. Neste momento está também disponível o NOKIA N92. Os serviços estão actualmente disponíveis a 65% da população (cerca de 2000 vilas e cidades 22/07/2006).

O lançamento da televisão móvel em Itália podia levantar conflitos de interesses ao nível da regulamentação. Por exemplo, a aquisição das frequências necessárias da transmissão por um operador de telecomunicações pareceria sugerir que esse operador podia fornecer serviços de transmissão. Nos termos da licença da transmissão de DVB-H, os reguladores nacionais permitiram que a oferta de serviços de DVB-H caísse sob a licença da transmissão de DVB-T. Isto difere de outros países, tais como a Finlândia, cujos reguladores alocaram licenças específicas de DVB-H.

Serviços adicionais de DVB-H foram lançados pela TIM TV com participação da Mediaset e Nagravision no passado dia 9 de Setembro de 2006.

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Turin, o rádio difusor de serviço público RAI testou com sucesso os primeiros serviços de DVB-H na mesma banda UHF dos serviços HDTV usando a modulação hierárquica.

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De seguida expõe-se informação geral e técnica relativa ao serviço prestado pela 3 Italia:

GENERAL INFORMATION

LOCATION Italy (nationwide) - covering 2000 towns and cities as of 22/07/2006 PARTICIPATING COMPANIES RRD-Reti Radiotelevisive Digitali; H3G Italy CONTACT [email protected] http://www.tre.it/ SERVICE LAUNCH DATE

5 June 2006 SUBSCRIBERS / USERS 111,000 - up to 11/07/2006 BUSINESS MODEL PayTV, Free-to-Air, Pay.per-view SERVICE CONTENT 9 channels at the launch, plan to increase to 20 at the end of the year and 40 for 2008 TARIFFS / PRICING LEVELS Daily, weekly or monthly packages, with or without other services included.

TECHNICAL INFORMATION

TRANSMITTERS 1000 transmitters from 5 W to 2.5 KW Covering 75% of the country - about 40 million people BROADCAST BAND AND FREQUENCY 474-746 MHz CH 21-55 DVB-H PARAMETERS FFT=8k; Modulation QPSK; FEC=1/2; Guard Interval=1/8; MPE-FEC=3/4; Timeslice=2 sec; AMOUNT OF BANDWIDTH USED FOR DVB-H All - no heirarchical modulation VIDEO & AUDIO FORMAT H.264/AAC+ INTERACTIVITY PLATFORM FastESG from EXPWAY - compliant with DVB IPDC specifications. CONDITIONAL ACCESS / DRM TYPE AND PROVIDER CAS-Nagravision; Gemplus HEADEND EQUIPMENT RRD-Reti Radiotelevisive Digitali RECEIVER / TERMINAL EQUIPMENT LG U900 - Samsung Stealth

Tabela 2 – informação relativa aos serviços prestados pela 3 Italia.

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Equipamento e produtos

Os equipamentos actualmente disponíveis no mercado são:

NOKIA N92 Samsung SGH-P900 LG U900

Outras empresas fizeram uma diferente aproximação e chegaram a uma solução

completamente fora do comum: - um receptor de DVB-H com interface SDIO. Portanto, torna-se possível transformar quase todo o dispositivo com esta interface num receptor de televisão móvel.

Os produtos são:

AVerMedia E570 Spectec SDT-850 Philips TV1000

Televisão Digital DVB-H ______________________________________________________________________

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Há ainda alguns produtos em desenvolvimento como por exemplo os seguintes protótipos:

Siemens Sony-Ericsson-TV-Cell-Phone

Modeo LLC Panasonic P901iTV

Televisão Digital DVB-H ______________________________________________________________________

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Referências http://www.dvb.org/ http://www.dvb-h.org/ http://www.nokia.pt/ http://en.wikipedia.org http://www.afterdawn.com/