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Alunos: Flávio Ferreira Michael Paulo Paulo Ricardo Roberta Thainá

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Alunos: Flávio Ferreira

Michael Paulo

Paulo Ricardo

Roberta Thainá

Gama – DF2012

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RELATOR:

Flávio Ferreira Costa

PARTICIPANTES:

Michael Paulo

Paulo Ricardo

Roberta Thainá

Seminário em grupo como parte de requisito para obtenção de pontuação utilizada na Avaliação I, validado pelo professor Reilos Monteiro, responsável pela cadeira de Ciência Política do curso de Administração da Faculdade Fortium – Campus Gama.

Gama – DF2012

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Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Art. 5º / CF 88 - PRINCÍPIO DA ISONÔMIA – Será mesmo?

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Sumário1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................5

2. SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO....................................................................................6

2.1. Alguns dos Grandes Problemas do Sistema Brasileiro......................................................6

2.1.1. Problemas ligados à legitimidade democrática...........................................................7

2.1.2. Problemas ligados à governabilidade..........................................................................8

2.1.3. Problemas ligados às virtudes republicanas...............................................................9

3. A HISTÓRIA DO SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO..................................................11

3.1. Alguns dos Grandes Problemas do Sistema Brasileiro....................................................11

4. A CONSTITUIÇÃO DE 88 – DIREITOS POLÍTICOS..........................................................13

4.1. Legislação e Elegibilidade..................................................................................................13

4.2. Inegibilidade........................................................................................................................15

4.2.1. Por motivos funcionais e previsões legais..................................................................16

4.2.2. Por motivos de casamento, parentesco ou afinidade................................................16

4.2.3. Dos militares................................................................................................................17

5. VERTICALIZAÇÃO E CANDIDATURA NATA...................................................................19

5.1. Repetições das Alianças Partidárias..................................................................................19

5.2. A Proibição e a Obrigação na Verticalização...................................................................19

5.3. A Derrubada da Verticalização.........................................................................................19

5.4. Benefícios sobre a Verticalização.......................................................................................20

5.5. Candidatura Nata...............................................................................................................20

6. QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO.......................................................................21

7. PROPAGANDA ELEITORAL.................................................................................................22

7.1. Lei Eleitoral nº 9.504/97.....................................................................................................22

8. QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO.......................................................................23

9. CONCLUSÃO............................................................................................................................24

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................25

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1. INTRODUÇÃO

O objeto do nosso trabalho é o sistema eleitoral brasileiro, mostraremos a evolução do

voto em todas as fases importantes de nossa história até o tempo atual, destacando a

Legislação vigente na Constituição Federal, as Normas vigentes no Código Eleitoral e as

Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral. Convidamos o leitor para o debate sobre o atual

sistema e todas as suas implicações no âmbito da sociedade.

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2. SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO

O sistema eleitoral brasileiro é como chamamos o conjunto de sistemas eleitorais

utilizados no Brasil para eleger representantes e governantes. Nosso atual sistema é definido

pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737 de 1965), alem de

regulado pelo TSE no que lhe for delegado pela lei. Na própria constituição já são definidos

três sistemas eleitorais distintos, que são detalhados no código eleitoral: Eleições

Proporcionais para a Câmara dos Deputados, espelhado nos legislativos das esferas estadual e

municipal; Eleições Majoritárias com um ou dois eleitos para o Senado Federal e eleições

majoritárias em dois turnos para Presidente e demais chefes dos executivos nas outras esferas.

No Brasil adota-se o sistema majoritário simples para a eleição de Senadores (art. 46,

CF/88) e de Prefeitos em municipios com até duzentos mil eleitores (art. 29, II, CF/88). Já nas

eleições de Presidentes da Republica (art. 77, CF/88), Governador de Estado ou do Distrito

Federal (art. 28, CF/88), Prefeito em municipios com mais de duzentos mil eleitores (art. 29,

CF/88), o sistema vigente é o majoritário de dois turnos. O presente estudo não examinaria o

sistema eleitoral adotado para preenchimento desses cargos, cuidando tão somente da eleição

de Deputados Federais.

No Brasil adota-se o sistema proporcional de lista aberta nas eleições para Deputado

Federal, Deputado Estatual e Vereador (CF, art. 45, 27, 1º e 29). Nas eleiçoes para Deputado

Federal e Deputado Estadual, a circunscriçao correspondera ao Estado. Nas eleiçoes de

Vereador, a circunscriçao é o Municipio (Codigo Eleitoral, art. 86). O eleitor escolhe um

candidato da lista apresentada pelo partido, nao havendo uma ordem pre- determinada, como

ocorre no sistema de lista fechada.

2.1. Alguns dos Grandes Problemas do Sistema Brasileiro

Sem embargo dos pontos positivos e negativos que podem ser atribuídos ao sistema

proporcional abstratamente considerado, a verdade é que a realidade política brasileira, ao

longo da vigência da Constituição democrática de 1988, tem padecido de vicissitudes

diversas. Os problemas são tão graves, variados e numerosos que uma das dificuldades

existentes é a de sua sistematização em categorias que guardem coerência e identidade entre

seus elementos. Para fins da presente análise, procurou-se agrupá-los em três grandes tópicos,

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envolvendo: 1. A legitimidade democrática; 2. A governabilidade; 3. As virtudes

republicanas. A seguir, um breve comentário acerca de cada um.

2.1.1. Problemas ligados à legitimidade democrática

A democracia constitucional é o modelo político fundado na soberania popular, na

limitação do poder, na preservação e promoção dos direitos fundamentais e na instituição de

procedimentos que permitam o governo da maioria, a participação política das minorias e a

alternância do poder. Alguns problemas que afetam a legitimidade democrática no sistema

político-eleitoral brasileiro são: a) a desproporcionalidade da representação dos Estados e dos

partidos na Câmara dos Deputados; b) a baixa representatividade dos parlamentares que

integram o Parlamento; c) a influência determinante do poder econômico no processo

eleitoral.

A desproporcionalidade da representação liga-se às regras referentes à magnitude

distrital. No Brasil, há uma limitação máxima e mínima de representantes por Estado. A

Constituição Federal determina, no artigo 45, §1º, que nenhum dos Estados tenha mais de

setenta e menos de oito Deputados. De tal previsão resulta que Estados muito populosos,

como São Paulo, tenham uma sub-representação, e que Estados menos populosos sejam

super-representados. Isso faz com que o peso dos votos, por exemplo, de cidadãos de São

Paulo e de cidadãos de Roraima não seja o mesmo, não vigorando a máxima de “um homem,

um voto”. Esses limites poderiam ser justificados, em tese, por razões de equilíbrio federativo.

No entanto, sob o prisma da própria idéia de proporcionalidade, o problema está em que tal

regra de alocação de cadeiras também se reflete na distribuição partidária na Câmara de

Deputados, distorcendo a justa participação de cada um.

A baixa representatividade parlamentar é um problema grave devido ao fato de não

existir democracia sem Parlamento nem legitimidade sem identificação entre eleitores e

representantes. Conseqüência dessa distorção é o fato de ser comum que o eleitor, logo depois

das eleições, não saiba mais em quem votou e que não acompanhe a atuação do Deputado que

ajudou a eleger. O Deputado passa a possuir então uma procuração em branco. Por conta

disso, não é possível sustentar que o Parlamento efetivamente represente o que o povo pensa e

deseja, nada obstante o sistema seja o proporcional de lista aberta. Essa baixa

representatividade é uma das causas da grande rejeição que atinge o Parlamento, que é

considerada uma das instituições que merecem menor confiança popular.

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A influência determinante do poder econômico decorre, em meio a outras razões, dos

custos vultosos da eleição para Deputado. Tal circunstância afasta da atividade política o

cidadão comum, que não tenha recursos próprios para investir e não queira ou não possa ter

acesso aos financiadores privados. Daí resulta conseqüências negativas importantes, como a

captura da política pelos interesses econômicos, dando uma sobre-representação aos setores

mais poderosos, estímulo à arrecadação de recursos fora do quadro da legalidade vigente e o

desenvolvimento de um código de relação duvidoso entre os agentes públicos da política e os

agentes privados da economia, comprometedor das virtudes republicanas.

2.1.2. Problemas ligados à governabilidade

O sistema brasileiro supervaloriza a figura individual do parlamentar, tanto no

processo eleitoral como no desempenho do mandato, em detrimento do partido político.

O primeiro aspecto negativo associado à governabilidade: a fraqueza dos partidos

políticos e o excessivo poder pessoal de cada parlamentar. Desses fatores decorre, também,

outra disfunção: a fragmentação partidária. Se o fundamental é o voto nos indivíduos que são

candidatos, não nos partidos e nas idéias que eles representam, cria-se o contexto propício ao

surgimento de partidos meramente cartoriais, sem ideologia. Os partidos passam a ser, assim,

formas sem conteúdo. Os candidatos os utilizam apenas para cumprir requisitos formais de

filiação partidária.

Nesse universo de multiplicidade e fragilidade dos partidos políticos engendram-se as

negociações políticas não inteiramente republicanas. Todo governo necessita de apoio no

Legislativo para aprovação das deliberações de seu interesse e, para tal fim, desenvolve

articulações políticas para a formação de bases parlamentares de sustentação. É assim em toda

a parte. No entanto, à falta de partidos sólidos e ideologicamente consistentes, essas

negociações, freqüentemente, deixam de ser institucionais e programáticas e passam a ser

personalizadas e fisiológicas. Desfrutando de grande poder individual, o parlamentar irá atuar

em função dos interesses imediatos de sua base eleitoral, nas melhores hipóteses, ou no

interesse próprio, nas demais.

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2.1.3. Problemas ligados às virtudes republicanas

A ordem constitucional de um Estado democrático se funda sobre determinados

valores a serem preservados e fins públicos a serem realizados. Dentre eles se incluem a

dignidade da pessoa humana, a justiça, a segurança, a liberdade, a igualdade, o bem-estar

social. Esse conjunto expressa o interesse público primário, cuja realização é o fundamento de

legitimidade do poder político. A locução virtudes republicanas sintetiza a vinculação da ação

estatal a esses valores, expressando o sentimento da causa pública, do bem público, a

moralidade no exercício do poder. As pessoas trazem em si traços positivos e traços

negativos, próprios da condição humana. O processo civilizatório, as instituições políticas e as

normas jurídicas têm por objetivo extrair das pessoas o que elas têm de melhor e neutralizar o

que elas têm de ruins. Naturalmente, esse deve ser também, o papel de um sistema eleitoral.

Entre nós tem se passado de maneira inversa. O sistema eleitoral brasileiro tem estimulado

patologias como o clientelismo, o patrimonialismo e a corrupção.

O clientelismo é fruto da relação excessivamente personalizada que por vezes se

estabelece entre o eleitor e o candidato, sem a intermediação partidária. Assim, em lugar do

debate e do projeto de saneamento, vem à bica de água; em vez do projeto habitacional, o

fornecimento de tijolos; na falta do posto de saúde, a ambulância. Formas imediatas e

paliativas de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia, alimentando o populismo e a dependência

do eleitor. O patrimonialismo se traduz no exercício do cargo público para fins privados, para

realizar objetivos próprios de ascensão social ou financeira, inclusive na interação muitas

vezes promíscua com os interesses econômicos de grupos privados. A corrupção viceja nesse

mesmo ambiente de convívio inadequado entre público e privado, na busca pela indicação de

quadros para cargos na administração direta ou nas empresas estatais, para obtenção de

proveitos particulares e/ou recursos para campanhas eleitorais, freqüentemente ao custo de

procedimentos administrativos viciados (como licitações fraudulentas) ou desvios de verbas.

Os problemas que afetam a política brasileira não se limitam a espertezas pontuais.

Pelo contrário, decorrem de razões estruturais que se situam em diferentes graus de

profundidade. A crise política que assombrou o país nos anos de 2005 e de 2006 teve a

virtude de trazer à tona procedimentos que historicamente habitavam o subterrâneo das

instituições e de criar predisposição para que sejam feitas mudanças. Deve-se, todavia, partir

da premissa de que não há modelo perfeito. Sempre serão necessárias escolhas entre prós e

contras. Além disso, a sociedade brasileira atingiu um grau de complexidade que já não

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comporta soluções simplistas e imediatamente redentoras de todos os males. Pretender que

seja assim é nem começar. A opção por um sistema distrital misto não traz certeza de

resultados. Mas o sistema proporcional que tem vigorado no Brasil traz. E eles são

comprovadamente ruins. Um bom motivo para arriscar alternativas.

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3. A HISTÓRIA DO SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO

3.1. Alguns dos Grandes Problemas do Sistema Brasileiro

O sistema eleitoral brasileiro, ou o exercício do voto no Brasil colônia, obedecia às

Ordens do Reino sendo semelhantes às de Portugal.

¹[...] Em 1821 realizaram-se as primeiras eleições gerais do Brasil, sendo eleitos os deputados para as Cortes Gerais de Lisboa, responsáveis pela primeira Carta Constitucional da monarquia portuguesa. Nessas eleições foi adotada a lei eleitoral estabelecida pela Constituição espanhola de 1812, que estabelecia que cada província elegesse um deputado para cada trinta mil habitantes, cabendo ao Brasil eleger 72 parlamentares. As eleições foram realizadas em quatro etapas: o povo escolhia os compromissários, que elegiam os eleitores da paróquia, responsáveis pela escolha dos eleitores de comarca, e estes elegiam os deputados [...]. (SOUSA, Edvaldo Ramos. Livraria e Editora Infobook S/A, 1996, p. 17).

Ainda em 29 de setembro de 1821 D. João VI assinou um decreto alterando

provisoriamente a administração das capitanias, transformando-as em províncias brasileiras,

estabelecendo que a partir de então as províncias fosse governadas por JUNTAS

GOVERNATIVAS PROVISÓRIAS, compostas de cinco ou sete membros.

O Brasil já teve eleições indiretas, no Império e na República. Algumas eleições

tiveram o Congresso servindo de Colégio Eleitoral (1891, 1933, 1964, 1966), e no restante do

período militar, até a eleição de Tancredo Neves em 1985. De 1966 até 1982, as eleições para

governador também foram indiretas. Os municípios e capitais dos estados voltaram a ter

eleições diretas a partir de 1985, com regularidade até hoje, de 4 em 4 anos.

O corpo eleitoral se alarga com o passar da evolução histórica: Na República ganham

direito a voto os homens adultos, acima de 21 anos, independente de renda; as mulheres, em

1932; os analfabetos e maiores de 16 anos, a partir da Constituição de 88. O voto também é

secreto desde 1932, com a edição do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), que vem sendo

periodicamente revisado, e regulamenta todo o procedimento, desde o alistamento dos

eleitores, até a contagem dos votos, a fiscalização e participação dos partidos, a propaganda e

os crimes eleitorais.

___________________________________________________________________________¹ Trecho do livro "Projeto memória eleitoral: da justiça eleitoral de 1932 ao voto eletrônico"(SOUSA, Edvaldo Ramos. Livraria e Editora Infobook S/A, 1996, p. 17).

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Da mesma data é a criação da Justiça Eleitoral, cujo órgão máximo é o Tribunal

Superior Eleitoral (TSE) que organiza, dirige e coordena as eleições. Além do Código

Eleitoral, a Lei nº 9.504/97 (chamada a Lei das Eleições) é tida como ferramenta

regulamentadora do sistema eleitoral atual.

A partir de 1950 se utiliza uma cédula única, para marcar ou escrever o nome ou

número dos candidatos, depositadas em urnas manuais. Desde 1996, vem sendo implantado o

voto eletrônico. Este, nas eleições de 2008, é universalmente utilizado em todo o país e vem

sendo objeto de louvores por parte de muitos. As eleições federais atualmente coincidem com

as eleições estaduais e as eleições municipais são sempre realizadas dois anos após as eleições

federais. As eleições em dois turnos foram introduzidas pela Constituição de 1988, para os

cargos executivos (presidente e vice-presidente, governadores e vice-governadores, prefeitos e

vice-prefeitos). Se nenhum candidato obtiver a maioria dos votos válidos (isto é, excluídos os

votos brancos e nulos), quando da realização do primeiro pleito, haverá segundo turno (exceto

para as eleições municipais em municípios com duzentos mil eleitores ou menos). O voto em

trânsito foi permitido em casos excepcionais, até o advento do voto eletrônico, e hoje não

mais existe. O voto no exterior é possível, e brasileiros cadastrados em dezenas de

Embaixadas e Consulados brasileiros votam somente para as eleições presidenciais.

Eventualmente, são realizadas eleições suplementares, municipais ou estaduais, no caso de

anulação de mais de 50% dos votos, pela nulidade de alguma candidatura ou algumas

candidaturas que ultrapassem essa marca.

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4. A CONSTITUIÇÃO DE 88 – DIREITOS POLÍTICOS

4.1. Legislação e Elegibilidade

A Constituição atual declara no Capítulo IV os Direitos Políticos a todos e iremos

abordar os seus principais artigos (14, 15 e 16), que descrevem a elegibilidade e suas

condições. O artigo 14 diz:

[...] A soberania popular será exercida pelo SUFRÁGIO UNIVERSAL (faculdade de participação que não fica adstrita às condições de riqueza, instrução, nascimento, raça e sexo), e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante o PLEBISCITO, REFERENDO (o plebiscito e o referendo foram regulamentados através da Lei nº 9.709 de 18 de novembro de 1998 com a seguinte redação no Art. 2º, §§ 1º e 2º: Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.), e INICIATIVA POPULAR (de acordo com o Art. 61, § 2º, CF e regulamentado pela Lei nº 9.709/98, Art.13, §§ 1º e 2º e Art. 14, a iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional (de acordo com dados validados pelo TSE), distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.) [...]. (Constituição Federal de 1988)

No inciso primeiro do art. 14, a Constituição declara que o alistamento eleitoral e o

voto são obrigatórios para os brasileiros natos ou naturalizados, alfabetizados, maiores de 18

anos e menores de 70 anos de idade, sendo facultado aos analfabetos e os maiores de 16 até

18 e maiores de 70 anos. Pelo descumprimento desse dispositivo ocorrem sanções ao eleitor

imposta pela legislação eleitoral através do Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15 de julho de

1965, que institui o Código Eleitoral), essas sanções, além das multas, privam o eleitor de

vários direitos dependentes do gozo dos direitos políticos. No inciso segundo, a Carta Magna

determina que os estrangeiros e os conscritos durante o período do serviço militar obrigatório,

não podem se alistar como eleitores.

Segundo o inciso terceiro, do art. 14, são condições de elegibilidade a nacionalidade

brasileira; o pleno exercício dos direitos políticos; o alistamento eleitoral; o domicílio eleitoral

na circunscrição; a filiação partidária; e a idade mínima exigível. Além dessas condições

próprias, há outras quatro condições impróprias: a alfabetização (art. 14, § 4º, da CF); as

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especiais para militares (art. 14, § 8º, da CF); a indicação pelo partido em convenção (art. 94,

§ 1º, do Código Eleitoral) e a desincompatibilização (art. 14, §§ 6º e 7º, da CF).

A nacionalidade é o vínculo entre a pessoa e o Estado. O art. 12 da CF define quem

pode ser considerado brasileiro para todos os fins legais, quer de direito interno, quer de

direito internacional. Dessa forma, distingue os brasileiros natos dos naturalizados. De acordo

com o artigo, a lei não pode estabelecer distinção entre ambos, defendendo a elegibilidade,

exceto para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Presidentes das Câmaras

dos Deputados e Senadores, que apenas podem ser ocupados pelos natos.

O pleno exercício dos direitos políticos é observado pela soberania popular, o direito

de sufrágio, e a perda desses direitos é a perda de acesso a cargos e funções públicas. Os

artigos conexos aos 14 da CF, 15, 37 § 4º e 52, transcrevem as formas de perda ou suspensão

dos direitos políticos nos casos de: cancelamento da naturalização (art. 12, § 4º); incapacidade

civil absoluta,

[...] de acordo com o art. 3º do Código Civil Brasileiro ( Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil), são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: os menores de dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.[...]. (Código Civil Brasileiro)

...condenação criminal transitada em julgado; recusa de cumprir obrigação a todos

imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º da CF, com conexos os artigos 53, § 6º

e 143, §§ 1º e 2º; improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º e da Lei nº. 8.429, de

2 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de

enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração

pública direta, indireta ou funcional e dá outras providências.

O alistamento eleitoral é o ato jurídico pelo qual a Justiça Eleitoral qualifica e inscreve

o nacional no corpo de eleitores. Antes da imissão do nacional no corpo de eleitores inexistem

direitos políticos, não havendo cidadania. A cidadania é o direito de sufrágio em que o núcleo

fundamental dos direitos políticos consubstancia-se no direito eleitoral de votar e ser votado.

O requerimento de inscrição eleitoral deve ser realizado dentro do período de 100 dias

anteriores à data da eleição, quando não mais se admitirão pedidos de transferência de

inscrição para novo domicílio ou de segunda via de títulos eleitorais (art. 67 e 68, § 2º, do

Código Eleitoral). De acordo com o art. 42, parágrafo único do Código Eleitoral, O domicílio

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eleitoral para efeito de inscrição, é o lugar de residência ou moradia do requerente, e

verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.

A filiação partidária é um pressuposto constitucional relevante, pois indica a

impossibilidade de existirem candidaturas avulsas, independentes dos partidos políticos. No

art. 18 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, que dispõe sobre partidos políticos e

regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, V, da CF, lê-se que:

[...] para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritária ou proporciona [...]. (Constituição Federal de 1988)

O art. 20 da referida lei, faculta o prazo do partido para estabelecer a filiação dos

nacionais que desejarem concorrer a cargos eletivos. Tal prazo será então aferido por

intermédio das regras estatutárias de cada partido, as quais definirão o instante em que será

realizada a filiação.

A Lei nº 9.504/1997, que estabelece normas para as eleições, dispõe em seu art. 11, §

2º, a verificação da idade mínima exigível pela Carta Magna, tendo por referência a data da

posse no cargo para o qual concorrerá o candidato e não a idade completa para pleitear o

cargo em disputa. Para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador a idade mínima é

de 35 anos, para Governador e Vice-Governador é de 30 anos, para Deputado Estadual e

Distrital, Prefeito e Vice-Prefeito é de 21 anos e 18 anos para Vereador.

A CF/88 dita também em seu artigo 14 as implicações para o impedimento eleitoral

para qualquer cargo eletivo, sendo elas absolutas e relativas. A inelegibilidade absoluta

descrita no § 4º do mesmo artigo declara “são inelegíveis os inalistáveis (são os que não

podem inscrever-se, como eleitores. O Código Eleitoral exige do candidato, a certidão de que

é eleitor, para o registro de sua inscrição. Os menores de 16 anos (ou de 18 não alistados), os

conscritos e os que estiverem privados, temporária ou definitivamente, de seus direitos

políticos, são também inalistáveis), e os analfabetos” (que não podem pleitear eleição

alguma, e nem dispõem de prazo de cessação do impedimento, dependendo de si para tal).

4.2. Inegibilidade

As inelegibilidades relativas constituem restrições à elegibilidade para certos pleitos

eleitorais e determinados mandatos, em razão de situações especiais existentes, no momento

da eleição, em relação ao cidadão. A inelegibilidade relativa pode ser dividida em:

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4.2.1. Por motivos funcionais e previsões legais

Por motivos funcionais (art.14, §§ 5º e 6º) e Previsões Legais (art.14, § 9º) - A

Emenda Constitucional nº 16/97 (Emenda da Reeleição), dá nova redação ao § 5º do art. 14,

ao caput do art. 28, ao inciso II do art. 29, ao caput do art. 77 e ao art. 82 da CF, abriu a

possibilidade de titulares de mandatos executivos pleitearem um novo mandato sucessivo para

o mesmo cargo, mas só por mais um único mandato subseqüente, valendo dizer que a

inelegibilidade especial perdura para um terceiro mandato imediato. Assim, para que possam

candidatar-se a outros cargos, deverá o chefe do poder executivo afastar-se definitivamente,

por meio da renúncia. De acordo com o § 5º do art. 1º da Lei Complementar nº. 64, de 18 de

maio de 1990, que estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da CF, casos de inelegibilidade,

prazos de cessação, e determina outras providências;

[...] A renuncia para atender à desincompatibilização com vistas à candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará a inelegibilidade, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar [...]. (Constituição Federal de 1988)

A Lei Complementar nº. 135, de 04 de junho de 2010 (conhecida como a Lei da

Ficha Limpa), altera a Lei Complementar no 64/90, que estabelece, de acordo com o § 9o do

art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências e

passa a incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e

a moralidade no exercício do mandato.

4.2.2. Por motivos de casamento, parentesco ou afinidade

Por motivos de casamento, parentesco ou afinidade (art. 14, § 7º) - São inelegíveis, no

território de circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o

segundo grau ou por adoção, dos cargos executivos ou de quem os haja substituído dentro dos

seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. É

a denominada inelegibilidade reflexa.

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4.2.3. Dos militares

Dos Militares (art. 14, § 8º) – De acordo com a Carta Magna, o militar é alistável,

podendo se eleito, porém, o art. 142, § 3º, V, da CF, proíbe aos membros das Forças Armadas,

enquanto em serviço ativo estarem filiados a partidos políticos. Essa proibição, igualmente, se

aplica aos militares do Estado, do Distrito Federal e Territórios, em face do art. 42, § 1º. O

assunto já foi reiteradamente julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, na vigência da antiga

redação do art. 42, § 6º, substituído pela Emenda Constitucional nº 18/98, que dispõe sobre o

regime constitucional dos militares, por semelhante redação pelos atuais arts. 42, § 1º e 142, §

3º, V, da CF, que indica “como suprimento da prévia filiação partidária, o registro da

candidatura apresentada pelo partido e autorizada pelo candidato”. Assim, do registro da

candidatura até a diplomação do candidato ou seu regresso às Forças Armadas, o candidato é

mantido na condição de agregado, ou seja, afastado temporariamente, caso conte com mais de

dez anos de serviço, ou ainda, será afastado definitivamente, se contar com menos de dez

anos.

A inelegibilidade está disposta também no art. 14, §§ 10 e 11 da CF, ao instituir ação

de impugnação de mandato eletivo, aos que tenham tido julgada procedente, contra sua

pessoa, representação, com trânsito em julgado, em processo de apuração de abuso do poder

econômico ou político, em eleição na qual concorreram ou tenham tido diplomados.

É de mesma sorte a inelegibilidade a perda de mandato eletivo. O inciso primeiro do

art. 1º da Lei Complementar 64/90, diz respeito aos casos de cassação de mandatos eletivos de

membros do Congresso Nacional, de Deputados Estaduais e Vereadores, os Governadores e

Vice-Governadores de Estados, assim como do Distrito Federal, os Prefeitos e Vice-Prefeitos

que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do

art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das

Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as

eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram

eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da legislatura; O Presidente e o Vice-

Presidente ficaram excluídos desse tipo de inelegibilidade.

O art.16 da CF determina que a lei que altere o processo eleitoral, entre em vigor na

sua publicação, mas só aplique-se à eleição que ocorra até 01 ano de sua vigência. Por causa

da repercussão desse artigo, somente no dia 16 de fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal

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Federal decidiu que a lei da "Ficha Limpa" não desrespeitava a Constituição e que, portanto,

é válida para as eleições de 2012 e para os próximos pleitos eleitorais que estão por vir.

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5. VERTICALIZAÇÃO E CANDIDATURA NATA

É um processo de alianças que ocorre no Brasil surgindo em 1988.

5.1. Repetições das Alianças Partidárias

Os partidos políticos ficaram abrigados a reproduzir nas eleições estaduais, as mesmas

alianças partidárias que tiverem feito na eleição presidencial.

Isto ocorre devido a um entendimento do tribunal superior eleitoral sobre o artigo 6º

da lei federal de 9504 de 30 de setembro de 1997. Já agora recente, em 2006, e esse principio

político foi colocado em votação na Câmara Federal, tendo sido aprovado seu fim por 343

votos a favor e 143 contra.

5.2. A Proibição e a Obrigação na Verticalização

A verticalização impede que partidos adversários na eleição á presidência se aliem nos

Estados, como por exemplo: se apoiar Lula, o PMDB não poderá se aliar ao PSDB em

nenhum Estado.

Em 8 de junho de 2006 PT se recua em sua decisão e a regra da verticalização volta a

ser igual a de 2002, que partidos sem candidatos á presidência poderão formar coligações

regionais.

O que isso significa? Significa que a verticalização obriga a repetição das alianças

nacionais nos Estados, ou seja, a coligação que disputasse o cargo de presidente teria que

repetir em todos os níveis (estadual e municipal), a mesma aliança diminuindo o numero de

candidatos e fazendo uma coerência de campanha.

5.3. A Derrubada da Verticalização

Com o fim da verticalização, candidatos a presidente começaram a surgir aos poucos

de partidos de oposição, já que eles dependiam dela para formar aliança de campanha.

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5.4. Benefícios sobre a Verticalização

Se a manutenção da verticalização é boa ou ruim para o Brasil, isso não se limita do

sistema em si e sim nos candidatos que ocorrem.

A aliança pode ser benéfica ou não, de acordo com a qualidade política, visão,

honestidade, lealdade, amor pelos pais, principio e ética de seus candidatos. Assim podemos

concluir sobre a verticalização que ela é importante por questão de se manter uma harmonia

das alianças nas disputas.

5.5. Candidatura Nata

É o direito parlamentar detentor de mandato de oferecer candidatura do pleito

subseqüente independentemente da aprovação do partido a que se filia.

Criada a partir do Ordenamento Brasileiro por meio da lei 6.055 de 1974, a

candidatura nata consiste em um direito subjetivo de natureza e de ordem política, garantindo

aqueles que ocupam o cargo eletivo, o registro de candidatura para o mesmo cargo que

ocupam pelo partido a que estejam filiados.

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6. QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO

O quociente eleitoral é um mecanismo que possibilita a conversão dos votos dos

eleitores em cadeiras legislativas. Assegurando, na prática, que essa conversão seja feita de

modo proporcional de acordo com a constituição. O quociente eleitoral é uma espécie de

distrito informal que resulta da apuração informal de votos espalhados por todo o estado.

Podemos destacar José de Alencar (século XIX), que considerava o quociente eleitoral

como distritos voluntários, pois eleitores espalhados em um mesmo território poderiam eleger

através do voto, candidatos que compartilhavam a mesma opinião, com isso poderia expor

suas idéias e fazer valer os seus ideais.

Sendo um instrumento matemático utilizado para determinar o número de deputados

eleitos por cada partido é conhecido como quociente eleitoral. Esse número representa a cota

mínima de votos necessária para se eleger um parlamentar. Num estado hipotético com 15

deputados (A) e com 1,5 milhões de votos válidos (B), o quociente eleitoral será de 100 mil

votos (B dividido por A). Assim, um partido que, por exemplo, tenha alcançado 500 mil votos

nessa eleição imaginária terá atingido cinco vezes o quociente eleitoral. Portanto, essa sigla

elegerá cinco candidatos. Os eleitos serão os cinco que tiverem obtido as melhores votações

individuais. 

O quociente partidário é o método pelo qual ocorre a distribuição das vagas que não

foram preenchidas pela aferição do quociente partidário dos partidos ou coligações. A

verificação das médias é também denominada, de distribuição das sobras de vagas.

Os partidos elegem a quantidade de candidatos que o quociente partidário indicar. Para

chegar à quantidade de cadeiras que cada legenda ou coligação terá, ou seja, o quociente

partidário divide-se o número de votos que obteve pelo quociente eleitoral. Quanto mais votos

à legenda ou coligação conseguir, maior será o número de cargos destinados a ela. Os cargos

devem ser preenchidos pelos candidatos mais votados do partido ou coligação.

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7. PROPAGANDA ELEITORAL

7.1. Lei Eleitoral nº 9.504/97

Segundo o art. 36 da Lei citada, a propaganda eleitoral somente é permitida após o dia

5 de julho do ano da eleição. Permite-se antes dessa data, apenas, que o postulante à

candidatura promova propaganda intrapartidária, ou seja, propaganda interna vedada o uso de

rádio, televisão e outdoor.

Tais dispositivos têm o escopo de impedir que candidatos de maior poder econômico

promovam a propaganda antecipada, distorcendo o processo eleitoral. Está tal inibição tem

um papel fundamental de limitar o poder econômico e político proporcionando um principio

igualitário.

A publicidade institucional do Governo é seguramente uma forma sofisticada de

propaganda, pela qual busca exercer uma ação psicológica sobre o público (opinião pública),

A Lei Eleitoral norteou-se pelos princípios da liberdade de propaganda e da responsabilidade

ao disciplinar a distribuição de panfletos e impressos, assegurando: “Independe da obtenção

de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral

pela distribuição de folhetos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a

responsabilidade do partido, coligação ou candidato” (art. 38).

A propaganda eleitoral no rádio e na televisão somente é permitida no horário gratuito,

Como se sabe, a gratuidade se refere apenas aos partidos e coligações, já que as emissoras

fazem jus à compensação fiscal pela cadência do horário destinado à propaganda.

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8. QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO

Foi originado de um projeto de lei popular 519/19, com o objetivo de combater a

corrupção politica. Que só conseguiu ser aprovada após mobilização nacional através das

redes sociais (internet), e levou 1 ano para obter cerca de 1,3 milhão de assinaturas.

Ficha Limpa ou Lei Complementar nº. 135/2010 é uma legislação brasileira originada

de um projeto de lei de iniciativa popular que reuniu cerca de 1,3 milhões de assinaturas. A lei

torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar

a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo

que ainda exista a possibilidade de recursos.

O Projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 5 de maio de 2010 e também

foi aprovado no Senado Federal no dia 19 de maio de 2010 por votação unânime. Foi

sancionado pelo Presidente da República, transformando-se na Lei Complementar nº 135, de

4 de junho de 2010.pelo Presidente da República, transformando-se na Lei Complementar nº

135, de 4 de junho de 2010.

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9. CONCLUSÃO

Concluímos que o sistema eleitoral e um processo cujas normas e as leis

constitucionais são seguidas a risca para garantir a igualdade do direito e da qualidade de vida

com direitos iguais a todos, que está presente desde a colonização, império, republica velha,

revolução de 30 que foi o marco inicial para termos a constituição atual, seguindo pela

constituição de 34, ditadura militar e republica nova dando o inicio a constituição de 1988,

logo abordando os sistemas eleitorais, verticalização e candidatura nata e por fim o quociente

eleitoral e partidário (propaganda política), com o objetivo de proporcionar uma melhor

compreensão sobre o nosso sistema político, desde o inicio ate a atualidade.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Constituição da República Federativa do Brasil – 1988

Código Eleitoral – Atualizado

Código Civil – Atualizado

SOUSA, Edvaldo Ramos. Projeto memória eleitoral: da justiça eleitoral de 1932 ao

voto eletrônico. Livraria e Editora Infobook S/A, 1996, p. 17.

Fonte de pesquisas: http://www.planalto.gov.br

http://pt.wikipedia.org

http://bd.camara.gov.br

http://www.direitonet.com.br

http://www.institutoideas.org.br

http://www.institutoideas.org.br