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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS APLICADAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA ROBSON MARTINS DE OLIVEIRA A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO POLICIAL COMO FERRRAMENTA PARA CAPACITAR POLICIAIS MILITARES BELÉM 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS APLICADAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

ROBSON MARTINS DE OLIVEIRA

A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO POLICIAL COMO FERRRAMENTA PARA CAPACITAR POLICIAIS MILITARES

BELÉM

2016

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Aprovado em:

Conceito: _________________

Banca examinadora:

_____________________________________________

Prof. Dr. José Augusto Lacerda Fernandes (Orientador)

____________________________________________

Profª. Ma. Daniele Herondina Oliveira Pinheiro Nogueira

____________________________________________

Prof. Me. Luiz Carlos Freitas Rodrigues

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RESUMO

A pesquisa se propõe a investigar a relação entre Tecnologias de Informação e Comunicação e treinamento, no âmbito da Polícia Militar do Pará (PMPA), em específico no 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM), abrangendo o uso do Sistema de Gestão Policial (SIGPOL), pelos agentes de segurança pública no município de Barcarena, diagnosticando como o policial militar lida com esse sistema e em particular o preenchimento de Boletins de Atendimento Policial Militar (BAPM). O sistema já funciona há três anos, mas ainda existe dificuldade por parte dos quarteis no interior do estado pois existe a falta de qualificação de pessoal e até desconhecimento de seu funcionamento. O artigo questiona como as estatísticas colhidas pelo Policial Militar ao preencher um BAPM e ao inseri-lo no sistema pode ser transformada em informações uteis através das TICs para que os gestores da PMPA possam traçar diretrizes de ação, em particular para o treinamento desse mesmo Policial Militar que preencheu o BAPM. Foi revisado o ensino, o uso de TICs e estatísticas dentro da PMPA, para finalmente apresentar os resultados quanto ao SIGPOL, sua importância e seu acesso, assim como a mensuração de aplicação de técnicas do uso progressivo da força (técnica padrão do atendimento de ocorrências) nos últimos dois anos de 2014 e 2015, com o fito de averiguar como ele adquiriu esse conhecimento, e se os treinamentos e capacitações foram uteis no atendimento de ocorrências do seu dia a dia. Foram indicados temas para futuras pesquisas ligados a presente investigação, que não puderam ser abrangidas por delimitação de assunto e tempo.

Palavras chave: PMPA, SIGPOL, TICs, Treinamento e BAPM.

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1 - Introdução

As instituições públicas precisam acompanhar as mudanças da sociedade para

continuarem a servir com eficiência as demandas apresentadas. Vive-se em um mundo

globalizado e conectado, e acompanhando essa ligação dos indivíduos e instituições surgiram

desafios no planejar as ações inerentes a cada instituição. Dentro das instituições, as de

Segurança Pública são as que passam por mudanças e inovações constantes, pois a

criminalidade também muda, e este é o foco de combate da Segurança Pública como um todo.

Atualmente, os gestores de segurança pública, e em específico os das Polícias

Militares, não devem elaborar seus planejamentos estratégicos, que é compreendido como a

tomada de decisões sobre qual o padrão de comportamento que a organização pretende seguir,

de serviços que pretende oferecer, sem prever a utilização de ferramentas que facilitem o

emprego de recursos humanos e materiais, norteando assim, a eficiência do emprego desses

recursos (MAXIMIANO 2006 apud KENNETH CORRÊA 2008).

Desse olhar macro das estratégias de como atingir os resultados, muito se tem escrito

sobre capacitação e treinamento nas instituições, e em particular para as forças policiais

brasileiras. Com o advento da informatização do conhecimento juntamente com o surgimento

de várias ferramentas como a internet, onde se manipula aplicativos de toda natureza como

georeferenciamento, realidade virtual, gestão de dados, dentre outros, conhecidas como

Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), percebeu-se a necessidade de utilização

dessas ferramentas, sob pena de a segurança pública não fazer frente a criminalidade e não

acompanhar a dinâmica da sociedade, ALBERTINI (2012).

A criminalidade no Estado do Pará, em números absolutos, vem se mantendo em

patamares elevados nos últimos 05 anos e o Estado não consegue implementar políticas de

segurança para a diminuição desses números, muito embora o não aumentar seja digno de

registro (Tabela 1).

Tabela 1: Número de homicídios no Estado do Pará nos anos de 2011 a 2015.

Ano/mês Julho Agosto Setembro Outubro Total

2011 241 249 187 282 959

2012 242 248 265 298 1053

2013 241 301 263 247 1052

2014 254 272 244 264 1034

2015 216 258 282 305 1061

Fonte: Secretaria adjunta de Inteligência e Análise Criminal, Coordenadoria de Estatística.

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A Polícia Militar do Pará (PMPA), utiliza o Sistema de Gestão Policial (SIGPOL),

para trabalhar os dados que são colhidos diariamente através dos Boletins de Atendimento

Policial Militar (BAPM), com a finalidade de gerar estatísticas e relatórios que assessoram as

tomadas de decisão a nível estratégico e operacional dentro da PMPA, o SIGPOL foi criado a

três anos e hoje é a ferramenta de gestão em todos as atividades da PMPA. O BAPM é um

formulário impresso onde todos os dados de qualquer atendimento são registrados e

esmiuçados para que sejam inseridos apropriadamente no SIGPOL e assim possam ser

transformados em informação útil para os gestores da PMPA.

Esse sistema tem em seu banco de dados informações de efetivo, patrimônio,

confecção e trâmite de documentos, monitoramento de deslocamento de Viaturas de Polícia

Militar (VTRs) em tempo real, inserção de Boletins de Atendimento Policial Militar (BAPM),

feitos pelo policial militar dentre outras informações, além de poder gerar inúmeros relatórios

que cruzam, de informações pessoais do PM, até a quantidade de missões que ele cumpre

durante seus turnos de serviço. Um Sistema desses não serve somente para gerar estatísticas, e

sim pode subsidiar várias decisões do alto comando de forma técnica e científica

A pesquisa de campo foi feita com Policiais Militares pertencentes ao 14º Batalhão de

Polícia Militar (BPM), sediado no município de Barcarena que está localizado a uma latitude

01º30'21" sul e a longitude 48º37'33" oeste do Estado do Para, município este com 110.000

habitantes, estimativa de 2013, possuindo os distritos de Vila dos Cabanos, Vila do Conde e

Arapari, com mais de 50 ilhas pertencentes a sua circunscrição, sendo sua economia baseada

na indústria do alumínio, é um município que possui índices de criminalidade altos e

influenciados pela capital, Belém, em função da proximidade dos dois municípios e de sua

geografia que é cortada por vários rios e igarapés, dificultando fiscalizações e o policiamento

ostensivo

Então a finalidade do artigo é como usar as Tecnologia de informação e Comunicação

(TICs) na gestão desse conhecimento gerado e registrado no sistema SIGPOL para orientar a

capacitação/ treinamento dos Policiais Militares do Pará em particular Barcarena. A questão a

ser respondida no presente trabalho é: A utilização do Sistema SIGPOL oferece

possibilidades de planejamento de capacitações e treinamentos para o efetivo do 14º

BPM/ Barcarena?

1.2. Justificativa:

Por se tratar de um Sistema robusto, o SIGPOL, e que ainda não é utilizado na sua

plenitude pelos gestores, o apontar de uma relação lógica entre os dados informatizados de

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ocorrências com o desempenho do Policial Militar no seu dia a dia, cruzando informações do

sistema para utilizar melhor os recursos disponíveis, torna válida a justificativa de estudo do

assunto. Sabe-se que recursos públicos são sempre escassos, e comprovar que a questão do

treinamento/capacitação pode ser algo que se execute melhor, tendo bases científicas

apontadas pelo sistema SIGPOL. Na prática a pesquisa pode mostrar uma relação entre a

maneira de como se atende ocorrências e seus desfechos, com a falta ou não de capacitações

referentes ao atendimento dessas ocorrências, que são detalhadas pelo SIGPOL.

Sendo assim pode-se validar a ideia que treinamentos /capacitações influenciam no

desenrolar de atendimentos, mostrando que estes precisam de uma base de dados que

justifiquem sua execução (o que treinar). Não se estar a dizer que somente

treinamento/capacitação é o suficiente, mas que é uma das possíveis ações que colaboram no

atendimento correto das ocorrências por parte de PMs aumentando sua eficácia no dia a dia.

1.3. Objetivo geral:

Utilizar as informações inseridas no Sistema de Gestão Policial como parâmetro para

definir diretrizes de capacitação de Policiais Militares.

1.3.1. Objetivos específicos:

Mensurar a importância dada ao SIGPOL pelos Policiais Militares.

Investigar como o Policial Militar do 14º BPM age no atendimento de ocorrências.

2. Revisão da literatura

2.1. O uso de TI na Polícia Militar do Pará

O trato da informação é a maneira pela qual as empresas evoluem ou não atualmente, e

como empresas, estas estão associadas ao pensamento capitalista moderno, então quem tem a

informação e faz bom uso dela, vai estar na frente de seus concorrentes. Os governos do

Brasil desde das décadas de 70 e 80, tem falado nesse uso da informação, mas não tem

efetivamente usado a mesma em prol do crescimento econômico do país, e isso se deveu ao

pouco uso de tecnologias que ajudam a organizar essas informações.

Da década de 90 em diante percebeu-se que o Brasil perderia em competitividade na

economia mundial e também na sua gestão interna, caso não entendesse que a constituição de

recursos humanos capacitados na área de informações e o trato dela, não fosse uma política

agressiva pra se equiparar a outros países com um desenvolvimento melhor que o do Brasil. O

país não passaria de consumidor de tecnologias importadas em relação a informação, que

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muitas das vezes não eram aplicáveis na realidade do Brasil, era necessário o domínio dessas

tecnologias era necessário criar, produzir as mesmas (AUN, 1996).

Na PMPA a ideia de aplicação de TICs nasceu com a criação do SIGPOL que foi um

sistema concebido para reunir todas as informações uteis para o gerenciamento de todos os

setores da PM incluindo aí o gerenciamento de pessoal e logística, passando pelos tramites de

documentos na administração, registro de ocorrência, controle e produção de estatísticas,

georefenciamento de vtrs em tempo real, consulta e feitura de escalas, criação de indicadores

de produtividade, isso tudo interligado.

Com a política do governo de acompanhamento de criminalidade no estado do Pará foi

criado o Programa de Redução de criminalidade (PREC) onde todas as instituições de

segurança pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Detran, Corpo de Bombeiros, e Institutos de

Criminalística são integrados em indicadores produzidos por cada instituição (importância do

SIGPOL) para mensurar e analisar a criminalidade, baseados nesses dados, e daí criar

políticas públicas que façam frente a essa criminalidade.

Por se tratar de uma instituição hierarquizada, a PMPA, foi feito um trabalho de

conscientização através de palestras e do próprio portal da PMPA (o que já é uma solução de

comunicação via TICs entre os vários órgãos da PMPA e a população), para mostrar a

importância do sistema, pois a PM, oferece resistência para o novo em função de sua estrutura

(PEREIRA, et al, 2006).

A PMPA está indo para a versão 4.0 do SIGPOL, onde nessa versão, atualizações de

preenchimento de BAPM serão feitas, detalhando e facilitando o seu preenchimento online.

Batalhões situados na capital do estado, serão os laboratórios onde se colocará a disposição

das Guarnições de serviço de policiamento, smartphones com capacidade para baixar o

software que possibilita esse preenchimento, tendo então as informações das ocorrências em

tempo real, algo que ainda não se consegue atualmente.

Existem disponibilizados no site da PMPA tutoriais para utilização dos vários módulos

existentes para o acesso ao SIGPOL, dar-se-á ênfase ao módulo BAPM, pois esse é o alvo do

presente estudo em relacionar ocorrências registradas (estatísticas) como base de informações

para treinamentos com o objetivo de melhorar o serviço, que é o atendimento de outras

ocorrências, retroalimentando o sistema.

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O SIGPOL tem vários níveis de usuários, pois algumas informações são de uso

universal que é caso do acesso a fichas históricas dos Policiais Militares, onde se descreve

toda a vida do profissional, desde o seu ingresso, passando por movimentações, dados

pessoais, punições, elogios, condecorações, internações, afastamentos, férias, licenças, tempo

de serviço entre outros.

Possui o nível de operacionalização de seções onde apenas policiais do ambiente

administrativo tem acesso, sendo auxiliares dos chefes de seções, podendo ser exemplo, de

ação inerente a esse nível as inserções de BAPM, alterar as fichas históricas, cancelamento de

punições, protocolo de documentos, recebimento de documentos e etc. Em um nível de chefia

de seções existe o acesso aos despachos e feituras de documentos, canal direto com chefe de

outras seções , inclusive de outros batalhões, comando e sub comando, é o mais alto nível de

restrições de uma OPM operacional (unidade de atividade fim). E por último, o nível

estratégico onde tem acesso os diretores da PMPA e de Departamentos Gerais, além do

pessoal do Centro de Informática e Telecomunicações (CITEL) que são os administradores do

sistema, responsáveis pela parte de manutenção e aperfeiçoamento de mesmo.

Com relação ao tipo de ação que os Policiais Militares desempenham, essas são

dividas em dois grandes grupos, atividade FIM, que é o policiamento propriamente dito em

todas as suas modalidades que vai de policiamento a pé, passando pelo motorizado, com cães,

com cavalos, de motocicleta, em aeronaves e etc, e o de atividade MEIO, que são todas ações

burocráticas e logísticas que apoiam a atividade FIM, basicamente são as ações

administrativas tipo planejamento, disponibilização de meios para o policiamento, feitura de

relatórios , controle de pessoal e etc.

No módulo BAPM é onde o policial militar registra toda a sua ação durante seu turno

de serviço, podendo variar de uma simples abordagem de rotina até ocorrências mais graves

como homicídios e sequestros. Toda as ações são registradas, pois o BAPM se tornou um

indicador de produtividade da PMPA, e a inserção dos BAPMs são detalhadas a um nível que

pode-se gerar estatísticas importantes para o planejamento de operações.

Um campo importante do BAPM é o relato da ocorrência, nesse campo o modo de agir

do Policial é descrito conforme a ocorrência se desenrola, nessa descrição ele diz como

procedeu desde do recebimento da ocorrência, passando pela qualificação das pessoas

envolvidas, locais, condições de clima, tipo de crime e principalmente qual nível de força ele

utilizou com as consequências. Nas forças policiais segue-se um padrão de uso de força,

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denominado Uso Progressivo da Força, O conceito de força é o escalonamento de como o

Policial Militar age em face dos desdobramentos de uma ocorrência, é toda intervenção

compulsória sobre o indivíduo ou grupo de indivíduos, reduzindo ou eliminando sua

capacidade de auto decisão, já o nível de força é o emprego desta desde a simples presença

policial em uma intervenção, até a utilização da arma de fogo que é o seu extremo. Essa

seleção adequada de opções de força policial em resposta ao nível de submissão do indivíduo

suspeito ou infrator a ser controlado, iniciando-se pela simples presença do Policial Militar,

passando para um segundo nível que é a verbalização, seguindo da ação por contato (uso de

técnicas de imobilização), depois uso de equipamento não letal como tonfa (espécie de

cassetete em L com cabo) e algemas, uso de gás e elastômero (munição de borracha), e por

último o uso de armas de fogo (uso de força letal).

2.2. O Ensino na Polícia Militar do Pará

O ensino na Polícia Militar do Pará teve estrutura fundamentada em normas oriundas

do Exército Brasileiro (EB), assim como boa parte das Polícias Militares do Brasil (PPMM),

em virtude de serem consideradas forças reservas. O ensino herdado até antes de 1988, com a

volta a redemocratização também era voltado para a proteção do Estado.

Com a Constituição de 1988, as ações das polícias passaram a ser implementadas para

a proteção do cidadão, e com isso já não cabia mais as PPMM terem o mesmo formato. Nos

oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), foram criadas a Secretaria Nacional

de Segurança Pública (SENASP), que tenta estruturar políticas de segurança pública, através

de incentivos do Fundo Nacional de Segurança Pública o qual disponibilizou recursos para

atendimento dos estados que cumpriam metas estabelecidas pela SENASP. Tais ações foram

um primeiro momento de tornar a Segurança Pública uma política de estado (SOARES,

2007).

Nos anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi pensado o Plano Nacional de

Segurança Pública, o qual por não ter viés ideológico foi bem aceito por todos na política

nacional, por se mostrar como algo que poderia dar certo, se implementado os projetos de

segurança pública que o tornariam uma das principais políticas públicas daquele governo. No

ensino houve a percepção de que a capacitação do Policial Militar era necessária para que o

mesmo fosse moldado para os novos desafios que a sociedade colocava para a segurança

pública. Foi criado o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI),

que gerenciou os recursos para a capacitação de agentes de segurança pública, inclusive com

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bolsas de estudo e remuneração para os agentes que concluíam cursos em EAD, promovidos

pela SENASP (SOARES, 2007).

O Governo do Pará aderiu a tais políticas, se adequando ao atingimento de metas e

estruturação de sua Secretaria de Segurança Pública do Pará (SEGUP PA), e o ensino e

instrução passaram a ser pensados e implementados dentro das diretrizes do Plano Nacional

de Ensino (PNE), assim como das doutrinas militares inerentes a formação de agentes de

segurança pública. Dentro da Polícia Militar do Pará foram criadas a Academia de Polícia

Militar Coronel Fontoura (APM, criada pelo Decreto nº 3.626, de 30 de agosto de 1999),

assim como o Centro de Formação de Praças (CEFAP), além da Escola de Formação de

Praças (ESFORP), essa no Município de Conceição do Araguaia.

Ainda em 1999 houve uma integração no campo do ensino em segurança pública no

estado do Pará com a implementação do Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará

(IESP) que foi criado pela Lei nº 6.257, de 17 de novembro de 1999, que é um órgão de

atuação especial, subordinado diretamente ao Secretário de Estado de Segurança Pública, que

possui gestão acadêmica própria, autonomia didática, científica e disciplinar.

A finalidade do IESP é promover formação técnico-profissional, graduação,

qualificação permanente em nível de aperfeiçoamento e pós-graduação aos agentes do

Sistema de Segurança Pública e Defesa Social (Polícia Militar do Pará, Polícia Civil do Pará,

Corpo de Bombeiros Militar do Pará, Departamento de Trânsito do Estado do Pará,

Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará e Centros de Perícias Científicas.

(Secretaria de Segurança Pública do Pará)

Juntamente com os centros de formação da PMPA os planos pedagógicos de ensino

foram regulados segundo as NORMAS PARA O PLANEJAMENTO E CONDUTA DE

ENSINO E INSTRUÇÃO (NPCEI - Publicada em Aditamento ao Boletim Geral da

Corporação nº 234 de dezembro de 2002). Essa regulação indicava como os cursos deveriam

funcionar em toda a sua estrutura, tendo sofrido algumas adaptações em função da dinâmica

de mudanças na sociedade atual.

Essa estruturação foi formatada há mais de 15 anos e até hoje é o referencial utilizado

para as questões de ensino dentro da PMPA. A novidade é que com a utilização de

computadores, Sistemas de gerenciamento online, internet de banda larga, e outras

ferramentas associadas a tecnologias de informação, a PMPA foi obrigada a se reestruturar

em suas capacitações e cursos , tendo inclusive que criar novos blocos nos cursos de formação

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para acompanhar essa nova realidade, onde a informação transformada em objetos

mensuráveis, pudessem orientar o planejamento e as ações da PMPA, tanto na área

operacional como administrativa, buscando a eficiência e da eficácia nessas ações.

2.3. O uso de estatística na Polícia Militar do Pará

Antes da constituição de 1988, as PPMM eram vinculadas ao Exército Brasileiro e não

havia uma demanda da sociedade, como um todo, por mudanças em sua estrutura de

atendimento ao público, os estados não tinham autonomia para equipar, treinar ou conduzir

diretrizes para o emprego das PPMM. Já na década de 1990 com a constituição cidadã os

governadores passaram a ter esse controle de suas forças policiais, assim como a ideia da

sociedade de cobrar os direitos veio á tona em todo o Brasil, foi necessário então pensar em

políticas públicas referente a segurança pública, de uma maneira macro, onde a união

unificaria, mesmo que minimamente, ações que pudessem mensurar a atuação do sistema que

agora era pressionado a ter melhor desempenho pela sociedade (COSTA & GOSSI apud

DURANTE 2007, p 48).

Atualmente a SENASP, depois da definição de qual órgão ficaria na incumbência de

gestar o Sistema único de Segurança (SUSP) implementou uma coleta de estatísticas, onde

articulava e delimitava dentro de uma “democracia federativa”, quais informações deveriam

vir dos estados para que o banco de dados nacional pudesse ser montado. Foi criado então o

Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC), onde

dentro de uma discussão constantes com os entes federados, foi construído os indicadores

nacionais que dariam direcionamento as políticas de segurança pública.

Com esse balizamento foi criado também o Fundo Nacional de Segurança Pública

(FNSP), o qual era o braço financeiro para as ações da SINESPJC onde deliberava sobre

diagnósticos da situação de segurança pública, assim como ditava as diretrizes para a

resolução de problemas apontados, chegando ao ponto de criar políticas de fornecimento de

verbas para estados que cumprissem metas e atingissem seus objetivos em relação a segurança

pública traçados em projetos juntamente com a SENASP (COSTA & GOSSI apud

DURANTE 2007, p 49)

Em um primeiro momento foram criados seis módulos para a mensuração e

diagnóstico da situação de segurança pública nos estados, sendo eles: ocorrências criminais e

atividades de segurança pública, perfil das organizações de segurança pública, fluxo do

sistema de justiça criminal, pesquisa nacional de vitimização, monitoramento da ação policial,

cadastro nacional de mortes violentas. Cada tópico desse dividia-se em outros sub tópicos dos

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quais as informações seriam filtradas e tabuladas para a determinação das diretrizes da

SENASP no que tange a políticas de segurança pública nacional.

Na Polícia Militar do Pará essa cultura vem sendo implementada através do PREC,

que são indicadores que avaliam as instituições do sistema de segurança pública do Pará.

Vários dos dados dos indicadores da PMPA são tirados do sistema SIGPOL através do

módulo BAPM, onde o registro de ocorrências detalhados formou um banco de dados onde

pode ser trabalhada várias diretrizes de policiamento, e é possível produzir inúmeros

relatórios passando por manchas criminais, que é frequência com que determinado delito

acontece em uma determinada área, até a quantidade de ocorrências atendidas por policial

militar, inclusive fornecendo o histórico da ocorrência, sendo possível uma análise qualitativa

da ocorrência, podendo associar a maneira como os policiais militares atenderam essas

ocorrências, apontando para treinamentos possíveis no sentido de melhorarem esses

atendimentos das ocorrências.

Figura 3.1, fonte SIGPOL. Mancha criminal, Homicídios registrados no ano de 2015, na área do 14º BPM.

O CITEL da PMPA está gestando esse trabalho, gerando inúmeros relatórios que

ainda não são usados com eficiência pelos gestores das Unidades Operacionais, ora por

desconhecimento, ora por falta de apoio de pessoal qualificado para analisar e transformar em

informação útil para os gestores esses dados. Nessa situação a capacitação é necessária, tanto

no conhecer e operar a ferramenta, como utilizar as informações geradas de forma eficiente.

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Figura 3.3, fonte SIGPOL. Tela de registros de BAPMs com relato do fato.

Esse tipo de informação, o relato, pode gerar a análise qualitativa de como o PM está

agindo e como conduz uma ocorrência, e através desses dados pode-se programar

treinamentos específicos. Exemplo: se as guarnições estão atendendo ocorrências em demasia

de acidente de trânsito com vítimas, uma capacitação em primeiros socorros é salutar. Ou

ainda as guarnições estão abordando muitos veículos por suspeição, então técnicas de

abordagens a veículos é um treinamento a ser ministrado. Esses são exemplos de como os

dados, as estatísticas trabalhadas com ferramentas de TI podem auxiliar na capacitação dos

recursos humanos dentro da PMPA.

3 - Metodologia:

A pesquisa foi realizada no universo do 14º BPM/Barcarena, onde contou-se com uma

amostra de 40 (quarenta) Policiais Militares divididos em 02 (dois) Oficiais, 07 (sete)

Sargentos, 31 (trinta e um) Cabos e Soldados do 14º BPM Barcarena, e situado na Vila dos

Cabanos, Quartel esse que tem 22 anos de existência, na qual o pesquisador labuta desde de

fevereiro de 2015. Tem uma estrutura organizacional prevista com um TENENTE CORENEL

na função de Comandante, um MAJOR na função de Sub Comandante. Deveria ter 04

CAPITÃES nas funções de gerente de recursos humanos (P1), gerente de inteligência e

investigação (P2), gerente de planejamento e treinamento (P3), gerente de material e logística

(P4), além de Secretário e Comandantes de áreas de Policiamento. Em se tratando do 14º

BPM, o Sub Comandante acumula as funções dos 04 gerentes, tendo dois Capitães nos

comandos das duas áreas de policiamento existentes.

Existe ainda a parte operacional e administrativa preenchida por praças (Sub Tenentes,

Sargentos, Cabos e Soldados), que são em número de 135, que cobrem a área de Barcarena,

dividida em setores sendo eles a 1ª Companhia de policiamento, sub dividida em áreas da Vila

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dos Cabanos, Laranjal, Itupanema e Vila do Conde. A 2ª Companhia, sub dividida em

Barcarena Velha, Arapari, Ilha Trambioca, e demais ilhas. As praças ainda compõem o

quadro administrativo da seções das gerencias (P1,P2,P3,P4). A pesquisa, aplicação do

questionário, aconteceu no período de Dezembro de 2015 a Janeiro de 2016. No ano de 2014

e 2015 houve capacitações e treinamentos, sendo possível mensurar a percepção de melhora

ou não no desempenho da tropa de antes do treinamento e depois do treinamento, e esse é o

período da pesquisa.

A abordagem será com questões que abrangem o entendimento e uso do SIGPOL pelo

Policial Militar do 14º BPM, pela quantidade de capacitações, e se realmente aprendeu e

utiliza o conhecimento ou treinamento, sua opinião de como a Policia Militar disponibiliza

esse conhecimento de como ele é gerado, e se é aplicado realmente em sua atividade, questões

sobre a importância do sistema SIGPOL e Tecnologia de Informação e Comunicação,

finalizando com questões relativas ao uso progressivo da força pelo Policial Militar.

Os questionários foram aplicados no turno de serviço do policial militar,

individualmente, e com a explicação do que pediam as questões, anterior as respostas dos

pesquisados, caso houvesse dúvidas.

4. Apresentação de resultados

A amostra é formada de 5% de oficiais e 95% de sargentos cabos e soldados, com

idades concentradas entre 30 e 50 anos de idade e com mais de 10 anos de serviço; em se

tratando de escolaridade, 62% possuem nível médio completo e o restante estão distribuídos

em graduados, graduandos e pós-graduados.

Do conhecer o SIGPOL, 85% responderam que conhecem o sistema e 15%

responderam não conhecem o sistema. Da importância do SIGPOL, 78% responderam que o

sistema é importante e 22 % responderam que não é importante, desses que responderam sim

apontaram onde o SIGPOL é importante conforma o gráfico.

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Figura 4.1.2, fonte o autor

Sobre as participações em capacitações ou treinamentos nos anos de 2014 e 2015, 78%

dos entrevistados responderam que participaram de pelo menos uma capacitação e 22%

responderam que não participaram. Do total 27% passaram por capacitações de atividade

meio, 27% passaram por capacitações na atividade fim, 2,5% fizeram capacitações nas duas

atividades, o restante não respondeu.

Sobre o fazer uso das capacitações no dia a dia da vida profissional do Policial Militar,

67% responderam quem fazem uso, 30% disseram que não fazem uso e 3% não responderam.

Da Importância das TICs nas ações de Policia Militar, 55% entendem que as TICs são

importantes, 45% acham que não são importantes.

Sobre o utilização das técnicas do uso progressivo da força, quando se pergunta se os

entrevistados já utilizaram, tem-se que 87% já utilizaram, 10% não utilizaram e 3% não

responderam. Dos que responderam sim as técnicas mais usadas:

Figura 4.1.7, fonte o autor.

Sobre estar preparado ou não para agir segundo as técnicas de uso progressivo da

força, 65% responderam sim, 30% responderam não e 5% não responderam. Quando

perguntados sobre o que determina o uso de técnicas do uso progressivo da força com

segurança:

Figura 4.1.8, fonte o autor.

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16

Sobre o uso progressivo da força como o entrevistado utilizou o escalonamento e

como aprendeu a técnica:

4.1. Discussão dos resultados

Da importância do SIGPOL, dos que responderam sim, 40% entenderam que o acesso

as informações de toda ordem dentro da estrutura da PMPA é a importância do SIGPOL.

Informação atualmente, é o produto mais importante para as empresas que lidam com bancos

de dados, a PMPA é uma instituição que planeja e decide em cima de dados, e ainda, quanto

mais trabalhados esses dados, maior a possibilidade de acerto nas decisões a serem tomadas.

Outros grupos de entrevistados pensam que atualizações é a finalidade do SIGPOL, ou

seja, conhecer o que está acontecendo de forma macro na PMPA, sem ainda caracterizar a

elaboração e transformação de informações em algo útil para o planejamento.

Existem entrevistados que olham as estatísticas como a coisa mais importante do

SIGPOL, estatísticas, são dados não trabalhados que se transformam em informações uteis,

desde que processadas.

Observa-se que 27,5% dos entrevistados participaram de treinamentos para atividade

fim, e também 27,5% participaram de treinamentos para atividade meio, o que aponta para

que ambas as atividades são consideradas importantes. O grau de entrelaçamento entre as

atividades operacionais (fim) e burocráticas (meio) é considerável.

Sobre técnicas do uso da força, nos últimos dois anos (2014,2015), 87% dos

entrevistados usaram as técnicas do uso progressivo da força em ocorrências atendidas pelos

mesmos, e percentuais diferenciados usaram a combinação de duas ou mais. Percebe-se que

as combinações são muitas, o que aponta para a necessária capacitação dentro das unidades de

Polícia Militar no Pará.

Onde melhorou depois de uma capacitação feita: observa-se que 41% dos

entrevistados consideraram que as funções melhoraram após treinamento ou capacitações,

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isso aponta para a necessidade de treinamentos rotineiros para o aumento da habilidade dos

Policiais Militares no desempenho de sua função seja na atividade fim ou meio.

Outro dado importante é que 17% dos entrevistados afirmaram que aumentou a

confiança em executar as ações de policiamento. Outra razão para o aprimoramento constante

de Policiais Militares.

Sobre de onde vem as necessidades de capacitações: observa-se que 23% dos

entrevistados apontam para as demandas sociais, que são os problemas vindo do público

externo, são os motivos para capacitações, o que era de se esperar pois o produto que a

instituição PMPA vende é serviço, precisando ser avaliado por quem compra esse serviço, que

é a população. As informações vindas do público interno também são relevantes, pois 23,1%

dos entrevistados apontam que a experiência de como proceder nas ações da PMPA deve ser

alvo de observações para o aprimoramento dessas ações.

Os dados do sistema, com 12,8% na enquete, aparece como algo novo, pois ainda é

tímida a utilização do SIGPOL por quem deveria usar sempre, os administradores da

instituição, sendo assim é salutar que ao transformar em informação útil as estatísticas

inseridas no SIGPOL, passe a ser conveniente também que as capacitações para os Policiais

Militares estejam com base nessa informação trabalhada. Esse é o ponto que o pesquisador

está investigando no presente trabalho: a possível existência da relação TICs e treinamento de

Policiais Militares, com o resultado de melhoras em suas ações.

Quando perguntados do por que é importante as Tecnologias de informação: Percebe-

se que 45% entendem que não tem importância, apontando para o desconhecimento dos

conceitos de TICs, e sua funcionalidade no âmbito policial militar. Isso é preocupante, pois

toda grande empresa, que quer ser eficiente no serviço que presta não pode ficar alheia a essas

inovações que, quando bem aplicadas, podem potencializar o produto ou serviço que a

empresa entrega. A PM como mediadora de conflitos, que é, e esta balizada pela lei , precisa

tirar proveito do sistema que a gesta. Não só para mostrar competência, mas também para ser

respeitada quando aplica os conceitos gerenciais , de informática, de recursos humanos com

eficiência e eficácia. Já o percentual de entrevistados que apontam para o emprego de TICs

nas atividades é “facilitadora das atividades da Polícia Militar” foi de 17,5%, indicando que a

tecnologia começa a ser vista como algo necessário, pois tudo que aprimora a atividade de

Polícia Militar facilita a gestão da mesma. Outro percentual de 17,5% é vinculado a “melhoria

das ações de PM” que é o agir com segurança e conhecimento do que se está fazendo,

apontando para o vínculo com capacitação e uso dessas tecnologias para indicar a diretriz a

ser usada. Esse é o ponto que o pesquisador investiga com o presente artigo.

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Sobre o uso progressivo da força: observa-se que, dos entrevistados que responderam

sim, 65% ou 26 deles, afirmam que a capacitação foi a variável que influenciou no uso

progressivo da força com segurança, e o que determinou o não uso com segurança foi a falta

de capacitação, essas respostas sugerem novamente que o treinamento é necessário, mas

precisa ser eficiente e eficaz, e isso pode ser conseguido com a transformação em informação

útil dos dados trabalhados em um sistema como o SIGPOL.

Sobre Verbalização: observa-se que o arcabouço jurídico adquirido pelo Policial

Militar é no seu período de formação, ou seja, quando ele entra na instituição, e não poderia

ser diferente. Em segundo lugar vem o interesse próprio, que é a busca das habilidades e

competências fora da instituição, e finalmente, por capacitação, que é qualquer treinamento

após sua formação inicial. As opiniões dos que responderam como adquiriram tal treinamento

aponta que a reciclagem e capacitação são insuficientes dentro da PMPA, para um grau de

complexidade cada vez maior que a sociedade exige. Os que responderam que não usaram a

técnica ainda, sugere que o Policial Militar não foi exigido sobre esse conhecimento, o que

deveria ser raro, pois é o primeiro escalonamento no uso da força em atendimentos de

ocorrências.

Imobilizações: Observa-se que o percentual de quem faz uso da técnica é menor do

que quem ainda não a utilizou, sugerindo que se usa pouco, ou que não foi ministrada como

deveria essa instrução no período de formação, o que é grave, já que em ocorrências onde a

verbalização não é capaz de resolver, o Policial Militar precisa subir o grau de escalonamento

da força, que é justamente as técnicas de imobilização.

O percentual de interesse próprio e capacitação empatam em 5,1%, mostrando

novamente que a capacitação não acontece com a frequência necessária. O que o pesquisador

investiga é justamente esse elo entre ter uma informação útil de que treinamento é necessário

para melhorar o rendimento da tropa, usando para isso as TICs existentes no âmbito da

PMPA.

Equipamento: volta a lógica do Policial Militar em ter aprendido as técnicas de

emprego de equipamentos, no caso aqui algemas e tonfa (cassetete em L), no seu curso de

formação inicial. Observa-se porém, que ainda sim o fato de 18,4% dos entrevistados terem

respondido que não usaram a técnica, sugere que esses Policiais não foram acionados em

ocorrência onde foi necessário o uso da técnica com equipamentos. Aumenta-se o percentual

para 7,9% do entrevistados que tiveram uma capacitação nessa técnica, em relação a

verbalização.

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Arma de fogo: última opção no escalonamento do uso de força do Policial Militar, o

uso de arma de fogo requer adestramento constante, pois do seu uso resultará lesões ou

mortes, sendo assim é aceitável que 38% dos entrevistados, ainda não tenham utilizado a

técnica, e que tanto na formação o PM aprenda a manusear e utilizar com disparos reais, como

na capacitação, a habilidade com armas de fogo se perde caso não se treine.

Observa-se então em qualquer dos níveis de progressão do uso da força existe a

necessidade de reciclagens e capacitações, sob pena de o efetivo não se sentir seguro no uso

das técnicas, servindo não só para esse exemplo, mas também para funções burocráticas e

outras operacionais. O produto que a instituição vende é segurança pública, e isso tem

ligações com a sensação de segurança, que é a percepção da sociedade sobre estar segura ou

não. A PMPA, como instituição será respeitada e reconhecida por sua competência em

planejar e executar ações que deem á população essa sensação de segurança, e isso somente

será alcançado quando a instituição otimizar os meios que dispõem, para isso o uso de

ferramentas disponíveis, e aí entra as TICs, se faz imprescindível, pois a gama de dados que

se pode transformar em informação útil é robusta. Usando bases científicas se tem a

compreensão melhor dos problemas que podem ser resolvidos com o planejamento moldado

nessas informações, e um deles é o treinamento, a capacitação, orientada pelo que acontece na

realidade das ações de Policia Militar.

5 – Considerações finais e recomendações para futuras pesquisas.

A pesquisa foi idealizada em função de uma ferramenta de gestão da Polícia Militar

do Pará, o SIGPOL, que na visão do pesquisador ainda é subutilizada por desconhecimento e

capacitação na área de Tecnologias de Informação e Comunicação dos gestores da instituição.

O indivíduo que está na atividade fim é o que testa toda sorte de diretriz para melhorar

as ações da PM, então é um caminho lógico ter esse feedback constante do mesmo, mas

também é necessário dar condições mínimas para que ele retroalimente o sistema. Na PMPA

foi institucionalizado o BAPM, que é o registro de toda e qualquer atividade que esse policial

da atividade fim executa.

A grande ação é capacitar esse Policial da atividade fim para o preenchimento correto

desse documento, o BAPM, e também apresentá-lo ao sistema para, além de ter suas

informações pessoais, que o mesmo possa inserir também os dados do BAPM, e aí o

pesquisador percebeu o problema. A tropa da atividade fim ainda não viu essa importância

para a instituição, sendo raras as ações no sentido de fazer com que este PM possa se

familiarizar com o SIGPOL.

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O questionamento da pesquisa então é respondido da seguinte forma: Sim, existe a

relação entre estatísticas colhida pelo Policial da atividade fim ao preencher os BAPMs, com

o trato dessas informações através do sistema SIGPOL, e este transformar os dados em

informações uteis para direcionar treinamento e capacitações, e não somente para essa questão

da pesquisa, e sim para toda e qualquer política da instituição. Os resultados apresentados são

claros no que diz respeito a melhorar as ações da PM, aumentar a confiança em agir em

ocorrências, facilitar o uso de técnicas já apreendidas e com a experiência da atividade fim,

potencializa-las. A pesquisa mostrou o nó existente: O Policial da atividade fim não dá a

importância necessária a essa nova necessidade de coletar dados para planejamento das ações,

isso precisa ser corrigido pelos gestores, principalmente de unidades operacionais, pois já esta

em vigor na PMPA a cultura de metas, gestão por resultados.

No âmbito do 14º BPM, tal cultura iniciou-se no ano de 2015, quando houve

capacitações para preenchimento e inserção de BAPM para toda a tropa, e percebeu-se que a

falta de habilidade com computadores e programas simples, necessários para operar o

SIGPOL e inserir BAPM, foi a maior dificuldade, sendo necessário um “curso rápido e

prático” para apresentar o SIGPOL assim como operar os computadores. Feito isso o

entendimento da importância do Sistema começou a ficar claro para os policiais da atividade

fim.

Ainda da relação estatística , TICs e treinamentos, conclui-se que ela é nítida quando

se utilizou o procedimento “uso progressivo da força” como parâmetro para mensurar a

questão a ser respondida do artigo. Em todos os níveis de força (uso de verbalização, uso de

defesa pessoal, uso de equipamentos e uso de arma de fogo), foi possível notar que, quando o

policial militar não tem o treinamento devido, sua convicção e segurança de aplicar a técnica

é prejudicada. É possível medir essa falta de treinamento também pelos relatos dos BAPMs

que estão disponíveis no SIGPOL, sendo um trabalho mais árduo e qualitativo, porém

necessário para se diagnosticar o que precisa ser feito com a tropa do 14º BPM e

provavelmente de toda a PMPA.

Conclui-se que o aprendizado nas TICs é necessário para todo gestor de quarteis

dentro da PMPA, e que a utilização da ferramenta SIGPOL auxilia nas tomadas de decisões

de toda ordem, e em especial sobre treinamentos. É necessário alimentar o sistema com dados

os mais precisos possíveis (preenchimento e inserção de BAPM), para os gestores das

unidades possuírem informações que possam ser trabalhadas e estas nortearem a política de

policiamento e administração da PMPA como um todo.

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Como ideias para futuras pesquisas, que não foram contempladas nessa investigação

por questões de delimitação de assunto e tempo, pode-se sugerir o seguinte:

a- A PMPA está em fase final de planejamento e logística para executar um projeto

piloto de inserção de BAPMs em tempo real, com compra de smartphones e tabletes e

ajuste na plataforma de inserção para suportar o sistema “androide”, que é o mais

utilizado hoje nesses equipamentos. Mas percebe-se que existe uma resistência do

policial da atividade fim em utilizar computadores e o próprio SIGPOL. Para parte do

efetivo da atividade fim o Sistema não é importante (âmbito do 14º BPM), então cabe

uma investigação dos motivos do porquê não é importante, se o policial tem

conhecimento básico de informática, se não é necessário primeiramente essa

capacitação para depois lançar um projeto dessa envergadura sob pena de não

funcionar pois o policial da atividade fim não está familiarizado com o que ele vai ter

que fazer.

b- A PMPA gesta a sua área educacional com bases em diretrizes nacionais elaboradas

pela SENASP, isso é necessário para uniformizar as ações em âmbito nacional, mas

algumas mudanças são rápidas o suficiente para criar uma lacuna em como a Polícia

Militar deve proceder em determinadas situações, uma delas é o fazer uso de sistemas

novos para auxílio na administração da instituição. O sistema SIGPOL, seu

funcionamento, sua importância, poderiam ser explanados em disciplinas nos cursos

de formação, onde em aulas práticas os futuros policiais militares já vislumbrariam o

potencial do Sistema. Cabe então uma investigação de como fazer isso atualmente

junto aos centros de formação, junto a própria SENASP para deliberar sobre a entrada

desse conteúdo na grade curricular desses cursos iniciais de formação dos agentes de

segurança pública.

c- A pesquisa não abrangeu a percepção da população que é servida pela tropa do 14º

BPM/ Barcarena. Uma coisa é a instituição diagnosticar, consertar e aplicar diretrizes

para melhoras do desempenho do Policial Militar, outra coisa é ter a aprovação da

sociedade que é o cliente da PMPA. Cabe então a pesquisa junto a população, dessa

percepção, se são convidados a participar das resoluções dos problemas referentes a

segurança pública, e como isso pode moldar as ações da PM. Pesquisas de antes e

depois seriam auxiliadoras, se o que foi apontado pelas estatísticas foi trabalhado

dentro da PM amenizou ou resolveu o problema. É a retroalimentação do sistema,

diagnostico, aplicação, avaliação.

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6- Referências Bibliográficas

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TUTORIAL MÓDULO DOCUMENTOS. Disponível em: <http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Documentos.pdf>. Acesso em 01 nov 2015.

TUTORIAL MÓDULO PESSOAL. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Pessoal_v_1_1.pdf

TUTORIAL MÓDULO PROTOCOLO. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/tutorialprotocolo.pdf

TUTORIAL MÓDULO SISTEMAS. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Sistema.pdf

Uso progressivo da força, figura 4.1.7. disponível em: https://www.google.com.br/search?q=uso+progressivo+da+for%C3%A7a&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjBucTHxfPKAhVM1CYKHcPsAzAQ_AUICCgC&biw=1366&bih=635

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO Nº_______

PROJETO DE PESQUISA: “A utilização do Sistema SIGPOL oferece possibilidades de planejamento de capacitações e treinamentos para o efetivo do 14º BPM/ Barcarena? ”

I – DADOS GERAIS:

- PESQUISADO: ___________________________________________________________________________

- POSTO OU GRADUAÇÃO_____ FUNÇÃO__________TEMPO DE SERVIÇO NA PMPA______________

- TEMPO DE SERVIÇO NO 14º BPM_________________ DATA DE NASCIMENTO____ / ______ / _______

- NIVEL DE ESCOLARIDADE:_______________LOCAL E DATA DA PESQUISA: ____ / ______ / _______

II – ROTEIRO DA ENTREVISTA:

3.1. Você conhece o Sistema SIGPOL (Sistema de Gestão Policial), da PMPA (Polícia Militar do Pará)?

( ) SIM

( ) NÃO

3.1.1. Em caso positivo informe se já acessa com senha própria, e se utiliza o mesmo para auxiliar nas atividades fim e meio que desempenha no 14º BPM, como teve acesso ao mesmo e se foi capacitado para utiliáa-lo, ou se procurou tal conhecimento por interesse próprio.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.2. Saberia explicar a importância do Sistema SIGPOL para a Instituição, isso sob sua ótica particular?

( ) SIM

( ) NÃO

3.2.1. Em caso positivo descreva, com suas palavras, essa importância.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.3. Sobre treinamentos e capacitações, você já participou de algum nos anos de 2014 e 2015?

( ) SIM

( ) NÃO

3.3.1. Em caso positivo, qual foi (descreva o mesmo) e em que período, e se foi relevante nas ações que desempenha seja na atividade fim (policiamento ordinário propriamente dito em suas várias formas: a pé, em bicicletas, motos, carros utilitários, montado, com cães, helicópteros e outros), ou meio (atividades de logística como gestão de pessoal, inteligência, secretaria, material planejamento e outros) da instituição.

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________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.4. Saberia dizer que sente condições de aplicar o que foi ensinado nas capacitações e treinamentos, nas atividades meio e fim da instituição?

( ) SIM

( ) NÃO

3.4.1. Em caso positivo, descreva se atuou melhor depois das capacitações ou treinamentos nas atividades fim e meio da instituição.

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3.5. Quando as capacitações e treinamentos ocorrem, essa decisão de aplicar ao efetivo, é explicada pelo Comando da 14º BPM da sua necessidade?

( ) SIM

( ) NÃO

3.5.1. Em caso positivo, que tipo de informação ele fornece para justificar a capacitação ou treinamento (dados de sistema, estatísticas, ordens vindas do escalão superior, enquete com o próprio efetivo, demandas vindas da sociedade local ou outros).

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3.6. Você saberia dizer se as Tecnologias de Informação e Comunicação, TICs, são realmente aliadas para a melhora do serviço policial como um todo, seja na atividade fim ou na atividade meio?

( ) SIM

( ) NÃO

3.6.1. Em caso positivo, descreva como você vê a relação de Tecnologia de Informação X Treinamento X Melhora nas ações policiais da atividade fim e atividade meio.

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3.7. No caso do uso progressivo da força, você já passou por ocorrências em que precisou usar técnicas de verbalizações, de imobilizações com uso ou não de equipamento (tonfa, algema ou outro), e até uso da arma de fogo durante tais ocorrências?

( ) SIM

( ) NÃO

3.7.1. Em caso positivo, quantas técnicas e quais utilizou.

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3.8. Ainda sobre o uso progressivo da força, você se sentiu preparado, seguro para agir utilizando as técnicas mencionadas?

( ) SIM

( ) NÃO

3.8.1. Em caso positivo ou negativo, descreva o porquê.

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3.9. Com relação ao domínio da legislação vigente, você já passou por situações onde o conhecimento dessas leis foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, argumentar com as partes envolvidas na ocorrência e convence-las de qual seria o caminho correto a seguir, baseado nessas leis?

( ) SIM

( ) NÃO

3.9.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento por formação, por capacitação ( treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.

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3.10. Com relação ao domínio de técnicas de imobilizações sem uso de equipamentos (mãos livres), você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, imobilizou pessoas envolvidas na situação, usando essas técnicas?

( ) SIM

( ) NÃO

3.10.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.

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3.11. Com relação ao domínio de técnicas de imobilizações com uso de equipamentos (tonfa, algemas ou outros), você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, fez uso de equipamentos (tonfa, algemas ou outros) na condução da ocorrência?

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( ) SIM

( ) NÃO

3.11.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento de uso de equipamentos por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação, ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.

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3.12. Com relação ao domínio de técnicas no uso de armas de fogo, você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, fez uso de arma de fogo na condução da ocorrência?

( ) SIM

( ) NÃO

3.12.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento de uso de armas de fogo por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.

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III – INFORMAÇÕES ADCIONAIS: (Caso considere necessário use este espaço para completar suas informações sobre o assunto):

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