web view2015/11/01 · a pesquisa se propõem a investigar a relação estatísticas x tics x...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS APLICADAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO
PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
ROBSON MARTINS DE OLIVEIRA
O USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DO CONHECIMENTO COM A FINALIDADE DE DIRECIONAR O
TREINAMENTO / CAPACITAÇÃO DENTRO DA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ
Artigo apresentado para obtenção do título de Especialista em Gestão Pública da Universidade Federal do Pará.
Orientador: Prof. Dr. José Augusto Lacerda Fernandes.
BELÉM
2016
1
Aprovado em:
Conceito: _________________
Banca examinadora:
_____________________________________________
Prof. Dr. José Augusto Lacerda Fernandes (Orientador)
____________________________________________
Prof. XXX
____________________________________________
Prof. XXX
2
RESUMO
A pesquisa se propõem a investigar a relação estatísticas X TICs X treinamento e capacitações, no âmbito do 14º BPM, abrangendo o uso do Sistema de Gestão Policial (SIGPOL), pelos agentes de segurança pública no município de Barcarena, diagnosticando como o policial militar lida com esse sistema e em particular o preenchimento de Boletins de Atendimento Policial Militar (BAPM). O sistema já funciona a 03 anos, mas ainda existe dificuldade por parte dos quarteis no interior do estado por falta de qualificação de pessoal e até desconhecimento de seu funcionamento. O artigo questiona como as estatísticas colhidas pelo Policial Militar ao preencher um BAPM e inseri-lo no sistema pode ser transformada em informações uteis através das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para que gestores da PMPA possam traçar diretrizes de ação, em particular para o treinamento e capacitação desse mesmo Policial Militar que preencheu o BAPM. Foi revisado o ensino, o uso de TICs e estatísticas dentro da PMPA, para finalmente apresentar os resultados de percepção do policial quanto ao SIGPOL, sua importância e seu acesso, assim como a mensuração de aplicação de técnicas do uso progressivo da força (técnica padrão do atendimento de ocorrências) nos últimos dois anos de 2014 e 2015, com o fito de averiguar como ele adquiriu esse conhecimento, e se os treinamentos e capacitações foram uteis no atendimento de ocorrências do seu dia a dia. Foram indicados temas para futuras pesquisas ligados a presente investigação, que não puderam ser abrangidas por ela por delimitação de assunto e tempo.
Palavras chave: PMPA, SIGPOL, Estatísticas, Capacitação e Treinamento.
3
SIGLAS
TICs Tecnologias de informação e comunicações
SIGPOL Sistema de gestão Policial
BAPM Boletin de atendimento policial militar
PMPA Polícia Militar do Pará
PM Polícia Militar
PPMM Polícias Militares
BPM Batalhão de Polícia Militar
CIPM Companhia Independente de Polícia Militar
OPM Organização Policial Militar
UPM Unidade de Polícia Militar
TI Tecnologia de informação
CITEL Centro de informática e telecomunicações
PREC Programa de redução de criminalidade
VTRs Viaturas
EB Exército Brasileiro
SENASP Secretaria nacional de segurança pública
PRONASCI Programa nacional de segurança pública
EAD Ensino a distância
SEGUP PA Secretaria de segurança pública do Pará
PNE Plano Nacional de educação
APM Academia de Polícia Militar
CEFAP Centro de formação de praças
IESP Instituto de ensino de segurança pública
NPCEI Normas pra planejamento e conduta de ensino e instrução
EOPAS Estagio de operações policiais em área de selva
SUSP Sistema único de segurança pública
SINEPJC Sistema nacional de estatística de segurança pública e justiça
criminal
CompGU Componente de guarnição
P1 Gerente de pessoal
P2 Gerente de inteligência
P3 Gerente de ensino e instrução
P4 Gerente de logística e material
4
medcomp Médio completo
medinc Médio incompleto
supcomp Superior completo
supinc Superior incompleto
posgra Pós graduação
infoinst Informação institucional
demsoc Demanda Social
estat estatística
dadsiss Dados do sistema
defpess Defesa pessoal
LISTA DE TABELAS, FIGURAS E GRÁFICOS
5
pag
Tabela 1 Homicídios no estado do Pará no período de 2011 a 2015 10
Tabela 2 Roubos no estado do Pará no período de 2011 a 2015 10
Figura 3.1 1ª Tela de georeferenciamento do SIGPOL 21
Figura 3.2 2ª Tela de georeferenciamento do SIGPOL 22
Figura 3.3 Produtividade individual do Policial por período 22
Figura 3.4 Registros de BAPMs com relato de fatos 23
Gráfico 4.1 Distribuição por posto e graduação do 14º BPM 31
Gráfico 4.2 Funções desempenhadas por Policiais no 14º BPM 31
Gráfico 4.3 Distribuição por faixa etária de Policiais no 14º BPM 32
Gráfico 4.4.a Tempo de serviço do Policial na PMPA 32
Gráfico 4.4.b Tempo de serviço do Policial no 14º BPM 33
Gráfico 4.5 Nível de escolaridade do Policial do 14º BPM 33
Gráfico 4.6 Quesito – Conhece o SIGPOL? 34
Gráfico 4.6.1 Senha própria, acessa o SIGPOL, grau de interesse 34
Gráfico 4.7 Quesito – O SIGPOL é importante? 35
Gráfico 4.7.1 Onde o SIGPOL é importante 36
Gráfico 4.8 Quesito – Já participou de treinamentos em 2014 e 2015? 37
Gráfico 4.8.1 Áreas de treinamento e capacitações 37
Gráfico 4.9 Quesito – Aplica o que aprendeu nas capacitações? 38
Gráfico 4.9.1 Consequências do treinamento e capacitações no
desempenho do Policial do 14ºBPM
38
Gráfico 4.10 Quesito – Existe a justificativa do Comando da OPM para
treinamentos e capacitações?
39
Gráfico 4.10.1 Justificativa do Comando 39
Gráfico 4.11 Quesito – O entrevistado vê importância nas TICs nas
atividades da PMPA
40
Gráfico 4.11.1 Importância das TICs 41
Figura 4.12 Modelo de uso progressivo da força 42
Gráfico 4.12.1 Quesito – Sobre técnicas de uso progressivo da força, vc
já usou?
43
Gráfico 4.12.2 Técnica usad do uso progressivo da força 43
Figura 4.12.3 BAPMs pela natureza do fato 44
6
Gráfico 4.13 Quesito – Você se sente preparado e seguro para agir com
o que sabe do uso progressivo da força?
45
Gráfico 4.13.1 O que determina a aplicação das técnicas do uso
progressivo da força com segurança
45
Gráfico 4.14 Quesito – Sobre o uso de verbalização em ocorrência 46
Gráfico 4.14.1 Uso de verbalização, como recebeu esse conhecimento 46
Gráfico 4.15 Quesito – Sobre o uso de imobilizações em ocorrências 47
Gráfico 4.15.1 Uso de imobilizações, como recebeu esse conhecimento 48
Gráfico 4.16 Quesito – Uso de equipamento (algemas e tonfa) em
ocorrências
49
Gráfico 4.16.1 Uso de equipamentos (algemas e tonfa), como recebeu
esse conhecimento
49
Gráfico 4.17 Uso de arma de fogo em ocorrências 50
Gráfico 4.17.1 Uso de arma de fogo, como recebeu esse conhecimento 51
SUMÁRIO
Pagina
7
1. Introdução 09
1.1. Justificativa 13
1.2. Objetivo geral 13
1.3. Objetivos específicos 13
2. Ensino na Polícia Militar do Pará 14
3. O uso de estatísticas na Polícia militar do Pará 19
3.1. O uso de TICs na Polícia Militar do Pará 24
4. Estruturação da pesquisa e apresentação de resultados 29
5. Considerações finais e recomendações para as futuras pesquisas 52
6. Referências bibliográficas 57
7. Anexos 60
1 - INTRODUÇÃO
As instituições públicas precisam acompanhar as mudanças da sociedade para
continuarem a servir com eficiência as demandas apresentadas. Vive-se em um mundo
8
globalizado e conectado, e acompanhando essa ligação dos indivíduos e instituições
surgiram desafios no planejar as ações inerentes a cada instituição. Dentro das
instituições, as de Segurança Pública são as que passam por mudanças e inovações
constantes, pois a criminalidade também muda, e este é o foco de combate da Segurança
Pública como um todo.
Atualmente observa-se a estruturação organizada de facções criminosas, o
tráfico de drogas internacional utilizando rotas que passam por várias regiões do país, a
profissionalização do crime, corrupção a níveis nunca antes visto em nosso país, isso
tudo requer das instituições um preparo também profissional. Não se pode agir por
empirismo, tentativa de erro/acerto, os planejamentos, decisões precisam ser embasadas
em estatísticas quantitativas e qualitativas para se empregar os recursos que não são
suficientes para as necessidades.
Atualmente, os gestores de segurança pública, e em específico os das Polícias
Militares, não devem elaborar seus planejamentos estratégicos, que é compreendido
como a tomada de decisões sobre qual o padrão de comportamento que a organização
pretende seguir, de serviços que pretende oferecer, sem prever a utilização de
ferramentas que facilitem o emprego de recursos humanos e materiais, norteando assim,
para a eficiência do emprego desses recursos, Maximiano 2006 apud Kenneth Corrêa
2008.
Desse olhar macro das estratégias de como atingir os resultados, muito se tem
escrito sobre capacitação e treinamento nas instituições, e em particular para as forças
policiais brasileiras. Com o advento da informatização do conhecimento juntamente
com o surgimento de várias ferramentas como a internet, onde se manipula aplicativos
de toda natureza como georeferenciamento, realidade virtual, gestão de dados dentre
outras, conhecidas como Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), percebeu-
se a necessidade de utilização dessas ferramentas, sob pena de a segurança pública não
fazer frente a criminalidade e não acompanhar a dinâmica da sociedade, sobre isso
escreve Albertin:
“A Tecnologia da Informação (TI) tem sido considerada
um dos componentes mais importantes do ambiente
empresarial atual, e as organizações brasileiras têm
utilizado ampla e intensamente essa tecnologia, tanto em
nível estratégico como operacional. ” (Albertini, 2012 pg
02)
9
A criminalidade no Pará, em números absolutos, vem se mantendo em
patamares elevados nos últimos 05 anos, e o Estado não consegue implementar políticas
de segurança para a diminuição dessa criminalidade, muito embora o não aumentar é
digno de registro. Fazendo um comparativo dos meses de Julho, Agosto, Setembro e
Outubro, dos anos de 2011, 2012, 2013 2014 e 2015, tem-se uma variação nos números
de homicídios e roubos, que são os índices utilizados pelo sistema para a mensuração de
criminalidade, percebe-se uma certa estabilidade. Observando os homicídios, entre os
anos de2012 e 2015 as variações foram menos de 5% de um ano para o outro sendo de
aumento de 2012 para 2013, de diminuição de 2013 para 2014 e de aumento de 2014
para 2015. Já em se tratando de roubo as variações foram maiores de ano para ano, mas
de 2011 para 2015 essa variação foi menor que 5% também.
Homicídios/ Estado
Ano/mês Julho Agosto Setembro Outubro Total
2011 241 249 187 282 959
2012 242 248 265 298 1053
2013 241 301 263 247 1052
2014 254 272 244 264 1034
2015 216 258 282 305 1061
Tabela 1, Fonte: Secretaria adjunta de Inteligência e Análise Criminal, Coordenadoria de Estatística.
Roubo/ Estado
Ano/mês Julho Agosto Setembro Outubro Total
2011 8450 9695 8620 8074 34839
2012 7724 8516 7358 7864 31462
2013 9280 9365 8679 8863 36187
2014 9806 10307 9450 9695 39258
2015 8173 9639 9095 8578 35485Tabela 2, Fonte: Secretaria adjunta de Inteligência e Análise Criminal, Coordenadoria de Estatística.
A Polícia Militar do Pará (PMPA) na tentativa de usar uma nova estratégia para
diminuir esses números vem utilizando ferramentas de TICs, na sua gestão de pessoal e
material, registro de ocorrências, controle de combustível, tudo isso para auxiliar as
decisões a nível estratégico, e consequentemente melhorar as ações de policiamento,
10
que é a sua atividade precípua. Uma dessas ferramentas utilizada é o Sistema Integrado
de Gestão Policial (SIGPOL), que ainda esta em fase de ajustes e alimentação de dados,
pois carece de velocidade e acesso através de servidores que não são disponibilizados de
maneira a suportar o volume dados a contento em todos os locais do Estado. (Centro de
Informática e Telecomunicações da PMPA - CITEL)
Sob esta perspectiva, como a utilização dessas ferramentas podem melhorar as
ações de prevenção e repressão das Polícias Militares (PPMM)? A Polícia Militar do
Pará tem caminhado para esse uso racional dos recursos disponíveis, pois adota
sistemas informatizados para sua gestão.
Partindo da premissa que não se controla o que não se pode medir(adaptado de
William Edwards Deming), o governo do estado criou, em 2013, o Programa de
Redução de Criminalidade (PREC), que é a avaliação de indicadores criminais
(homicídios , roubos, furtos e etc.), juntamente com indicadores de desempenho (nº de
atendimentos de ocorrência por agente de segurança, atendimentos transformados em
flagrantes, atendimentos assistenciais e etc.) aplicados aos órgãos da segurança pública,
inclusive a PMPA, onde se classifica os crimes em grupos e depois por tipo de crime, de
forma que o Sistema de Segurança Pública tem todos os números absolutos de crimes
cometidos no Estado do Pará.
Essa contabilidade é feita pelos Quarteis de Polícia Militar, dentro de sua área de
circunscrição, toda Unidade de Polícia Militar (UPM), seja Batalhão de Polícia Militar
(BPM) ou Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), tem seus índices
apresentados e comparados em reuniões mensais com Comandantes Militares e
Delegados de Polícia Civil regionais de todo o Estado, com finalidade de traçar metas e
estratégias, mês a mês, na diminuição dos índices de criminalidade, e alguns desses
números utilizados no PREC vem de um sistema próprio da PMPA que é o SIGPOL.
Esse sistema tem em seu banco de dados informações de efetivo, patrimônio,
confecção e trâmite de documentos, monitoramento de deslocamento de Viaturas de
Polícia Militar (VTRs) em tempo real, inserção de Boletins de Atendimento Policial
Militar (BAPM), feitos pelo policial militar dentre outras informações, além de poder
gerar inúmeros relatórios que cruzam, de informações pessoais do PM, até a quantidade
de missões que ele cumpre durante seus turnos de serviço. Um Sistema desses não serve
somente para gerar estatísticas, e sim pode subsidiar várias decisões do alto comando de
forma técnica e científica. Exemplo é a demarcação de áreas através das manchas
criminais da área metropolitana de Belém (áreas vermelhas), que são regiões onde
11
determinado tipo de crime se concentra, e consequentemente pode indicar que o
emprego de maior número de VTRs e efetivo se faz necessário naquela área.
Sendo assim na percepção de utilizar o Sistema em toda sua abrangência, o que
poderia ser feito a mais? Sabe-se que existe outras variáveis que influenciam a
criminalidade e consequentemente a ação do policial Militar,Daniel Cerqueira e Waldir
Lobão et al Cano e Soares (2002), escrevem que é possível distinguir as
diversasabordagens sobre as causas do crime em cinco grupos:
a)teorias que tentam explicar o crime em termos de patologia individual;
b) teorias centradas nohomo economicus, isto é, no crime comouma atividade racional
de maximização do lucro;
c) teorias que consideram o crime como subproduto de um sistema social perverso ou
deficiente;
d) teorias que entendem o crime como uma consequência daperda de controle e da
desorganização social na sociedade moderna;
e) correntes que defendem explicações do crime em função de fatoressituacionais ou de
oportunidades.
No que tange ao policial, o estresse, a saúde física do PM, a quantidade de VTRs
para o atendimento de ocorrências, a logística e manutenção dessas VTRs, seu
equipamento de uso diário (armamento, colete, rádio e etc.), dentre outros, são variáveis
internas da instituição que também influenciarão nesse combate à criminalidade. Mas o
que pretende-se investigar nesse trabalho é a relação entre a sua formação, seu
treinamento/capacitação de forma continuada usando sistemas similares ao SIGPOL
para auxilio, com a diminuição da criminalidade em determinada área.
Com essa ideia pode-se usar as TICs na gestão desse conhecimento gerado e
registrado no sistema SIGPOL para orientar essa capacitação/ treinamento dos Policiais
Militares do Pará? Sendo assim a questão a ser respondida no presente trabalho é:
A utilização do Sistema SIGPOL oferece possibilidades de planejamento de
capacitações e treinamentos para o efetivo do 14º BPM/ Barcarena?
A Pesquisa será dividida em cinco tópicos onde o primeiro seria o referencial
teórico onde se aborda o ensino na PMPA, o segundo uso de estatísticas na PMPA, o
terceiro uso de TICs na PMPA, o quarto estruturação e apresentação do resultados,
o quarto Considerações finais e recomendações para futuras pesquisas.
1.1 JUSTIFICATIVA:
12
Por se tratar de um Sistema robusto, o SIGPOL, onde é alimentado diariamente
com todas as informações relevantes no âmbito da PM, e que ainda não é utilizado na
sua plenitude pelos gestores, o apontar de uma relação lógica entre as estatísticas
informatizadas de ocorrências com o desempenho do Policial Militar no seu dia a dia,
cruzando informações do sistema para utilizar melhor os recursos disponíveis, torna
válida a justificativa de estudo do assunto. Sabe-se que recursos públicos são sempre
escassos, e comprovar que a questão do treinamento/capacitação pode ser algo que se
execute melhor, tendo bases científicas apontadas pelo sistema SIGPOL, porque não se
averiguar? Na prática a pesquisa pode mostrar uma relação entre a maneira de como se
atende ocorrências e seus desfechos, com a falta ou não de treinamentos ou capacitações
referentes a essas ocorrências, ocorrências estas detalhadas pelo SIGPOL.
Sendo assim pode-se validar a ideia que, empiricamente, treinamentos
/capacitações influenciam no desenrolar de atendimentos, mostrando que estes precisam
de uma base de dados que justifiquem sua execução (o que treinar). Não se estar a dizer
que somente treinamento/capacitação é o suficiente, mas que é uma das possíveis ações
que colaboram no atendimento correto das ocorrências por parte de PMs aumentando
sua eficiência e eficácia no dia a dia.
1.2 OBJETIVO GERAL:
Investigar se as informações do SIGPOL do módulo BAPM (Boletim de
Atendimento Policial Militar), podem subsidiar a formatação de treinamentos e
capacitações de forma a melhorar o desempenho de Policiais Militares.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1.3.1 – Analisar a necessidade do uso do sistema SIGPOL no
planejamento de capacitações e treinamentos do 14º BPM.
1.3.2 – Identificar se o efetivo do 14º BPM, atribui importância ao
preenchimento correto dos BAPMs, na utilização dos mesmos
com os dados do SIGPOL.
2. O Ensino na Polícia Militar do Pará
O ensino na Polícia Militar do Pará teve estrutura fundamentada em normas
oriundas do Exército Brasileiro (EB), assim como boa parte das Polícias Militares do
13
Brasil (PPMM), em virtude de serem consideradas forças reservas. O ensino herdado até
antes de 1988, com a volta a redemocratização também era voltado para a proteção do
Estado.
Com a Constituição de 1988, as ações das polícias passaram a ser
implementadas para a proteção do cidadão, e com isso já não cabia mais as PPMM
terem o mesmo formato. Nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC),
foram criadas a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), que até hoje tenta
estruturar políticas de segurança pública, através de incentivos do Fundo Nacional de
Segurança Pública que disponibilizou recursos para atendimento dos estados que
cumpriam metas estabelecidas pela SENASP. Tais ações foram um primeiro momento
de tornas a Segurança Pública uma política de estado (Soares, Luiz Eduardo 2007).
Nos anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi pensado o Plano Nacional
de Segurança Pública, o qual por não ter viés ideológico foi bem aceito por todos na
política nacional, por se mostrar como algo que poderia dar certo se implementado os
projetos de segurança pública que o tornariam uma das principais políticas públicas
daquele governo. No ensino houve a percepção de que a capacitação do Policial Militar
era necessário para que o mesmo fosse “talhado” para os novos desafios que a sociedade
colocava para a segurança pública. Foi criado o Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania (PRONASCI), que gerenciou os recursos para a capacitação de
agentes de segurança pública, inclusive com bolsas de estudo e remuneração para os
agentes que concluíam cursos em EAD, promovidos pela SENASP (Soares, Luiz
Eduardo 2007).
O Governo do Pará aderiu a tais políticas, se adequando ao atingimento de metas
e estruturação de sua Secretaria de Segurança Pública do Pará (SEGUP PA), e o ensino
e instrução passaram a ser pensados e implementados dentro das diretrizes do Plano
Nacional de Ensino (PNE), assim como das doutrinas militares inerentes a formação de
agentes de segurança pública. Dentro da Polícia Militar do Pará foram criadas a
Academia de Polícia Militar Coronel Fontoura (APM, criada peloDecreto nº 3.626, de
30 de agosto de 1999), assim como o Centro de Formação de Praças (CEFAP), além da
Escola de Formação de Praças (ESFORP), essa no Município de Conceição do
Araguaia.
14
Ainda em 1999 houve uma integração no campo do ensino em segurança pública
no estado do Pará com a implementação do Instituto de Ensino de Segurança Pública
do Pará (IESP) que foi criado pela Lei nº 6.257, de 17 de novembro de 1999, que é um
órgão de atuação especial, subordinado diretamente ao Secretário de Estado de
Segurança Pública, que possui gestão acadêmica própria, autonomia didática, científica
e disciplinar.
A finalidade do IESP é promover formação técnico-profissional, graduação,
qualificação permanente em nível de aperfeiçoamento e pós-graduação aos agentes do
Sistema de Segurança Pública e Defesa Social (Polícia Militar do Pará, Polícia Civil do
Pará, Corpo de Bombeiros Militar do Pará, Departamento de Trânsito do Estado do
Pará, Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará e Centro de Perícias
Científicas 'Renato Chaves' (Secretaria de Segurança Pública do Pará).
Juntamente com os centros de formação da PMPA os planos pedagógicos de
ensino foram regulados segundo as NORMAS PARA O PLANEJAMENTO E
CONDUTA DE ENSINO E INSTRUÇÃO(NPCEI - Publicada em Aditamento ao
Boletim Geral da Corporação nº 234 de dezembro de 2002) onde a parte pedagógica
tinha como Diretriz o seguinte:
“Art. 30 – O Ensino e a Instrução na Polícia Militar do Pará, deverão ser
conduzidos de modoque:
I – A teoria tenha real correlação com a prática da profissão policial militar;
II – Os diversos procedimentos didáticos obedeçam sequência lógica de assuntos
decada matéria.
Art. 31 – A Divisão de Ensino da APM “Cel Fontoura” e os Diretores de Cursos
das UNIDADES DE POLÍCIA MILITAR (UPM´s) incumbidas do gerenciamento
de cursos de formação, extensão, aperfeiçoamento eespecialização, promoverão
reuniões no início e no decorrer dos cursos/estágios (semestrais nocaso específico
do CFO) que estiverem sob suas responsabilidades, a fim de orientar osdocentes
quanto aos objetivos educacionais a serem atingidos, e ainda a confecção de
planosdidáticos e atualização pedagógica.
Art. 32 – Os Instrutores/professores, devem sempre ter em mente a
conscientização
profissional de bem ministrar suas aulas, de modo a:
I – Valorizar sua personalidade e a boa qualificação docente;
15
II – Evitar pura simplesmente exposição oral;
III – Utilizar sempre que possível, recursos audiovisuais;
IV – Empregar didática coerente com as matérias ministradas;
V – Estimular a dedicação ao trabalho;
VI – Desenvolver a confiança através do esforço pessoal;
VII - Fazer o aluno participar ativamente do processo de ensino aprendizagem;
VIII – Estimular o aluno a aprender técnicas para melhor estudar a matéria, e
obter
melhor rendimento.
Art. 33 – As UPM´s que integram o sistema de ensino e instrução,
deverãoperiodicamente promover a avaliação da qualidade do ensino posto em
prática por seusquadros docentes, coletando dados qualitativos e quantitativos
através de questionáriosaplicados a professores/instrutores e alunos, tendo como
objetivo:
I – Corrigir, em tempo hábil, métodos de ensino antipedagógicos;
II – Analisar dados que possam contribuir para retro-alimentar o Sistema de
Ensino eInstrução;
III – Possibilitar uma melhor seleção dos instrutores/professores;
IV – Encaminhar para o Conselho Superior de Ensino, julgar a necessidade de
afastardos quadros de instrutores/professores dos cursos da Corporação, aqueles
que não tenhamatingido índice de 70% de aprovação no desempenho da função
docente, conforme for aferidoem avaliação pedagógica citada no caput deste
artigo.
§ 1º - As Unidades de Ensino deverão, implantar sistema de avaliação pedagógica,
para proceder à avaliação prevista no caput deste artigo.
§ 2º- As avaliações previstas no caput deste artigo, deverão ser feitas ao término
de
cada ano letivo no caso do CFO, e nos finais dos cursos e/ou estágios nas demais
UPM’s queintegram o Sistema de Ensino e Instrução da Corporação.
§ 3º - Os dados mencionados no inciso II deste artigo, deverão ser coletados
atravésde Pesquisas Pós-formação a serem elaboradas e coordenadas pela DEI,
onde poderão serincluídas entrevistas dos formados” (NPCEI, 2002)
16
Ainda sobre o ensino na PMPA, nos seus níveis e modalidades a NPCEI
classifica da seguinte forma esse ensino e instrução:
“Art.12 – O Ensino e a Instrução na Polícia Militar do Pará, compõe-se de:
I - O Ensino Formação Geral, formado pelas bases humanísticas,
sociológicas,filosóficas, jurídicas, políticas e adequado ao desenvolvimento
cultural;
II - O Ensino Formação Profissional, composto pela formação e
conhecimentostécnicos profissionais e específicos de determinada atividade.
III - O Ensino de Formação Complementar, formado pelo aperfeiçoamento e
especialização técnicos profissionais.
Art. 13 – As modalidades de Ensino e Instrução a serem postas em prática são:
I - Ensino de Formação e Habilitação (nível fundamental, médio e superior),
destinadoformar e habilitar o pessoal para ocupação de cargos e exercícios de
funções nos Quadros deOrganização da Corporação;
II - Ensino de Extensão, destinado a atualizar e ampliar conhecimentos em uma
área
específica do conhecimento técnico-profissional;
III - Ensino de Aperfeiçoamento, destinado a habilitar pessoal para ocupação e
exercícios de funções que exijam conhecimentos e pratica especial.
IV - Ensino de Especialização, destinado a habilitar pessoal para ocupação e
exercícios de funções que exijam conhecimentos e pratica especial, com carga
horária igual ousuperior a 360 (trezentos e sessenta) horas e elaboração de
monografia.
Ensino de Formação e Habilitação:
a – Curso de Formação de Oficiais;
b – Curso de Habilitação de Oficiais;
c – Curso de Formação de Sargentos;
d – Curso de Formação de Cabos;
e – Curso de Formação de Soldados;
f – Outros que visem atender necessidades da Corporação.
II – Ensino de Extensão, que deverá ser composto, pelos cursos e/ou estágios que
nãopertençam, à área do Ensino de Formação ou Aperfeiçoamento, mas são
17
imprescindíveis parao bom desempenho de determinadas atividades operacionais
ou especialmente técnicas, taiscomo:
a – Curso de Metodologia do Ensino;
b – Curso de Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário;
c – Curso de Ações de Choque;
d – Curso de Operações de Choque;
e – Curso Especial de Força Tática;
f – Estágio de Operações Especiais;
g – Estágio de Primeiros Socorros;
h – Estágio de Operações Policiais em Áreas de Selva – EOPAS;
– Outros a serem implementados de acordo com a necessidade da Corporação.
III – Ensino de Aperfeiçoamento e Especialização, será direcionado para
oaprimoramento da formação de policiais militares, devendo constituir-se como
pré-requisitoobrigatório, para habilitá-los à necessária ascensão na carreira
policial militar, e será compostopelos seguintes cursos:
a – Curso Superior de Polícia;
b – Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – Integrado (Pós-graduação em Defesa
Social e Cidadania);
c – Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos.” (NPCEI 2012)
Como podemos perceber essa estruturação foi formatada a mais de 15 anos e até
hoje é o referencial utilizado para as questões de ensino dentro da PMPA. A novidade é
que com a utilização de computadores, Sistemas de gerenciamento online, internet de
banda larga, e outras ferramentas associadas a tecnologias de informação a PMPA foi
obrigada a se reestruturar em suas capacitações e cursos , tendo inclusive que criar
novos blocos nos cursos de formação para acompanhar essa nova realidade, onde a
informação transformada em objetos mensuráveis, pudessem orientar o planejamento e
as ações da Polícia Militar do Pará, tanto na área operacional como administrativa,
buscando a eficiência e da eficácia nessas ações.
18
3. O uso de estatística na Polícia Militar do Pará
Antes da constituição de 1988, as PPMM eram vinculadas ao Exército Brasileiro
e não havia uma demanda da sociedade, como um todo, por mudanças em sua estrutura
de atendimento ao público, os estados não tinham autonomia para equipar, treinar ou
conduzir diretrizes para o emprego das PPMM. Já na década de 1990 com a constituição
cidadã os governadores passaram a ter esse controle de suas forças policiais, assim
como a ideia da sociedade de cobrar os direitos veio á tona em todo o Brasil, foi
necessário então pensar em políticas públicas referente a segurança pública, de uma
maneira macro, onde a união unificaria, mesmo que minimamente, ações que pudessem
mensurar a atuação do sistema que agora era pressionado a ter melhor desempenho pela
sociedade (Duarte apud Costa, e Gossi 2007).
Atualmente a SENASP, depois da definição de qual órgão ficaria na
incumbência de gestar o Sistema único de Segurança (SUSP) implementou uma coleta
de estatísticas, onde articulava e delimitava dentro de uma “democracia federativa”,
quais informações deveriam vir dos estados para que o banco de dados nacional pudesse
ser montado. Foi criada então o Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública e
Justiça Criminal (SINESPJC), onde dentro de uma discussão constantes com os entes
federados, foi construído os indicadores nacionais que dariam direcionamento as
políticas de segurança pública.
Com esse balizamento foi criado também o Fundo Nacional de Segurança
Pública (FNSP), o qual era o braço financeiro para as ações da SINESPJC onde
deliberava por diagnósticos da situação de segurança pública, assim como ditava as
19
diretrizes para a resolução de problemas apontados, chegando ao ponto de criar políticas
de fornecimento de verbas para estados que cumprissem metas e atingissem seus
objetivos em relação a segurança pública traçados em projetos juntamente com a
SENASP(Duarte apud Costa, e Gossi 2007).
Em um primeiro momento foram criados seis módulos para a mensuração e
diagnóstico da situação de segurança pública nos estados, sendo eles: ocorrências
criminais e atividades de segurança pública, perfil das organizações de segurança
pública, fluxo do sistema de justiça criminal, pesquisa nacional de vitimização,
monitoramento da ação policial, cadastro nacional de mortes violentas. Cada tópico
desse formatava em outros sub tópicos quais as informações que seriam filtradas e
tabuladas para a determinação das diretrizes da SENASP para as políticas de segurança
pública nacional.
Existe hoje uma desvinculação de atores políticos, que se apoderavam dessas
informações, e de maneira a manipula-las e colher proveitos, quase sempre em benefício
próprio em detrimento da coletividade, mas com a pesquisa de vitimização essa
informação se tornou mais transparente o que deixa uma margem bem menor para esses
políticos manobrarem em proveito próprio. E com essa transparência crescente, o
investimento também começa a aparecer, recursos humanos cada vez mais capacitados
são necessários e a estatística passa a ser uma ferramenta que precisava ser utilizada no
sentido de tornar profissional a gestão por resultados da segurança pública.
Na Polícia Militar do Pará essa cultura vem sendo implementada através do
PREC, que são indicadores que avaliam as instituições do sistema de segurança pública
do Pará. Vários dos dados dos indicadores da PMPA são tirados do sistema SIGPOL
através do módulo BAPM, onde o registro de ocorrências detalhados formou um banco
de dados onde pode ser trabalhada várias diretrizes de policiamento, e é possível
produzir inúmeros relatórios passando por desde manchas criminais, que é frequência
com que determinado delito acontece em uma determinada área, até a quantidade de
ocorrências atendidas por policial militar, inclusive fornecendo o histórico da
ocorrência, sendo possível uma análise qualitativa da ocorrência, podendo associar a
maneira como os policiais militares atendem essas ocorrências com os treinamentos
possíveis para que eles melhorem esse atendimento dessas ocorrências.
Existe um aperfeiçoamento constante do Sistema SIGPOL, em abril de 2016 está
previsto a versão 4.0, onde foi construída para o sistema “android” (sistema operacional
para smartphones e tablets), onde a PMPA almeja adquirir equipamentos que utilizem
20
essa plataforma operacional, e ter os registros de ocorrência em tempo real, produzidas
e registradas pelos PMs no momento da ocorrência (um bom exemplo de onde as
estatísticas direcionam o treinamento ou capacitação). Atualmente esse registro é feito
nos quarteis depois que os bapms são classificados e enviados a seção que inseri os
mesmos no sistema, isso ocorre dentro de períodos que vão do dia seguinte até semanas,
pois existem unidades do interior, por exemplo, que nem sempre tem uma boa conexão
de internet para suprir a demanda apresentada.
O treinamento e capacitação de recursos humanos orientado por dados
trabalhados ainda está sendo construído na PMPA, pois por ser uma instituição
altamente hierarquizada as mudanças de comportamento são sempre acompanhadas de
forte obstrução por parte de seus componentes, sendo assim o convencimento precisa se
apoiar em várias bases, e a científica (estatísticas) é uma delas. Atualmente o
treinamento dos policiais militares no âmbito da PMPA é formatado em bases que já
não suprem a necessidade dessa nova sociedade que temos. Então o aprimoramento do
Policial Militar passa por capacitação, reciclagem e treinamento contínuo, mas o que
treinar continuamente?
Fora os treinamentos de uso de força, que tem um padrão pré estabelecido, os
outros precisam de bases para dizer o que precisa ser feito. Uma linha que percebe-se é
a da mediação de conflitos, onde a técnica usada pode ser a que está sendo empregado
nos tribunais de pequenas causas, onde o mediador tenta chegar em um termo razoável
para ambas as partes, sem ter a necessidade de ir mais além no embate. Como se treina
o PM para esse tipo de situação? Como se usa a análise dos BAPMs para direcionar esse
tipo de treinamento? Essas respostas podem estar nas estatísticas e nas informações
qualitativas dos BAPMs, então a Idea passa a ser: como fazer isso com os dados já
registrados no Sistema SIGPOL.
O CITEL da PMPA está gestando esse trabalho, gerando inúmeros relatórios
que ainda não são usados com eficiência pelos gestores das Unidades Operacionais, ora
por desconhecimento, ora por falta de apoio de pessoal qualificado para analisar e
transformar em informação útil para os gestores tais dados. Nessa situação a capacitação
é necessária, tanto no conhecer e operar a ferramenta, como utilizar as informações
geradas de forma eficiente.
Alguns exemplos a seguir de relatórios que podem ser gerados no sistema
SIGPOL, e que ainda não são utilizados em todo seu potencial:
21
Figura 3.1, fonte SIGPOL. Primeira tela do georeferenciamento de homicídios registrados no ano de 2015
através de BAPM, na área de Barcarena 14º BPM.
Figura 3.2, fonte SIGPOL. Segunda tela do georeferenciamento de homicídios registrados no ano de 2015
através de BAPM, na área de Barcarena 14º BPM.
Os números da PMPA são diferentes da Secretaria adjunta de analise criminal,
pois o SIGPOL é um sistema alimentado por ocorrência que a PM atende, que é
diferente dos homicídios registrados por delegacias da área, uma falha que está sendo
sanada ao tentar fazer “conversar” o SIGPOL com o sistema da polícia civil que é o
SISP, pois nem tudo que passa por uma delegacia passa primeiro pela PM.
Um outro tipo de relatório que pode ser gerado é o de BAPMs registrados por
policiais militares em um período:
22
Figura 3.3, fonte SIGPOL. Tela de produtividade individual por período
Esse relatório serve por exemplo para verificar a produtividade do PM, e
baseado nisso outras políticas estão sendo implementadas na PM como a meritocracia,
necessitarão de parâmetros claros e objetivos para essa mensuração, e aí está um
exemplo de como o sistema pode ajudar.
Outra é a aplicação dessa estatística no direcionamento de treinamentos:
Figura 3.4, fonte SIGPOL. Tela de registros de BAPMs com relato do fato.
Esse tipo de informação, o relato, pode gerar a análise qualitativa de como o PM
está agindo e como conduz uma ocorrência, e através desses dados pode-se programar
treinamentos específicos. Exemplo: se as guarnições estão atendendo ocorrências em
23
demasia de acidente de trânsito com vítimas, uma capacitação em primeiros socorros é
salutar. Ou ainda as guarnições estão abordando muitos veículos por suspeição, então
técnicas de abordagens a veículos é um treinamento a ser ministrado. Esses são
exemplos de como os dados, as estatísticas trabalhadas com ferramentas de TI podem
auxiliar na capacitação dos recursos humanos dentro da PMPA.
3.1. O uso de TI na Polícia Militar do Pará
O trato da informação é a maneira pela qual as empresas evoluem ou não
atualmente, e como empresas estas estão associadas ao pensamento capitalista moderno,
isto é, estar inserida na globalização, então quem tem a informação e faz bom uso da
mesma vai estar a frente de seus concorrentes. Os governos do Brasil desde das décadas
de 70 e 80, tem falado nesse uso de informação, mas não tem efetivamente usado a
mesma em prol do crescimento econômico do país, e isso se deveu ao pouco uso de
tecnologias que ajudam a organizar essas informações.
Na década de 90 em diante percebeu-se que o Brasil perderia em
competitividade na economia mundial e também na sua gestão interna caso não
entendesse que a constituição de recursos humanos capacitados na área de informações
e o trato dela, não fosse uma política agressiva pra se equiparar a outros países com um
desenvolvimento melhor que o do Brasil. O país não passaria de mero consumidor de
tecnologias importadas, em relação a informação, que muitas das vezes não eram
aplicáveis na realidade do Brasil, era necessário o domínio dessas tecnologias, era
necessário criar, produzir as mesmas (Aun, Marta Pinheiro , 1996).
Os obstáculos eram internos e externos, pois precisava-se conscientizar os
gerentes de grandes empresas e industrias do Brasil, das benécias de tratar a informação
como uma arma poderosa na competitividade que se estabelecia no mundo naquele
período, além de fazer frente as tecnologias oriundas de países ditos mais
desenvolvidos, pois projetavam tecnologias onde se mantinha o distanciamento
24
tecnológico desses países desenvolvidos dos que eram atendidos por eles, não havia
uma transferência de conhecimento relevante que pudessem colocar o Brasil nas
mesmas condições de disputa de mercados que eles , economicamente falando, pois
estavam sempre a frente nessa corrida tecnológica.
Pensou-se então em várias saídas, e algumas universidades deram os primeiros
passos, expandindo o conhecimento em rede, acontece então o nascimento da ideia
Ensino A Distância(EAD) onde os primeiros passos acontecem a partir desse
entendimento, capacitando em rede, modelando disciplinas onde o criar de novas
tecnologias era alvo a ser perseguido (Aun, Marta Pinheiro , 1996).
Com esse ponta pé inicial, foram aparecendo outras iniciativas, e o trato da
informação foi alçado como fator estratégico nas empresas que precisavam ser
competitivas, foram criados e aperfeiçoados os conceitos de Tecnologias de informação,
Sistemas de informação, engenharia de software e outros onde alguns autores como
HENDERSON & VENKATRAMAN (1993) apud Laurindo e outros (2001) fazem a
mesclagem de tudo para ter um entendimento mais abrangente do conceito de TICs.
A condição de elevar as Tecnologias de Informação ao patamar estratégico nas
empresas, foi a verificação se realmente o investimento que se faz para implementar
esse trato da informação, traria benefícios, lucros, para essas empresas, já que é
necessário mudança de comportamento nas mesmas para que as TICs funcionem.
Essa avaliação, as vezes por não ser feita, não trás os resultados esperados,
ocasionando um investimento sem retorno, por falta de diagnóstico. Existem várias
formas de implementar o uso da informação, dependendo dos objetivos da empresa, o
modelo de diagnóstico pode variar, partindo do estágio de onde a empresa se encontra
no uso de TICs até onde ela quer chegar no futuro. Tudo depende de alinhamento dos
gerentes de produção com os gerentes de TI, volta-se a dar importância ao entrosamento
dos vários atores para que se delineie os objetivos que se quer alcançar , e como as TICs
podem auxiliar e potencializar isso.
O conceito de eficiência e eficácia está intrínseco na ideia acima, e em se
tratando de TICs esses conceitos são bem separados por LAURINDO(1995)
eMAGGIOLINI, (1981) apud Laurindo e outros (2001), eficiência é fazer bem as coisas
e está ligada a recursos, a eficácia e fazer as coisas certas, e está ligada a metas e
satisfação de clientes. Observa-se então que a utilização de TICs está vinculado ao
melhoramento das ações e processos em uma empresa.
25
Na Polícia Militar do Pará a ideia de aplicação de TICs nasceu com a criação do
SIGPOL que foi um sistema concebido para reunir todas as informações uteis para o
gerenciamento de todos os setores da PM incluindo aí o gerenciamento de pessoal e
logística, passando pelos tramites de documentos na administração, registro de
ocorrência, controle e produção de estatísticas, georefenciamento de vtrs em tempo real,
consulta e feitura de escalas, criação de indicadores de produtividade, tudo interligado.
Com a política do governo de acompanhamento de criminalidade no estado do
Pará foi criado posteriormente o PREC onde todas as instituições de segurança pública,
Polícia Militar, Polícia Civil, Detran, Corpo de Bombeiros, e Institutos de Criminalística
são integrados em indicadores produzidos por cada instituição (importância do
SIGPOL) para mensurar e analisar a criminalidade, para se pensar, baseados nesses
dados, em políticas públicas que façam frente a essa criminalidade.
Por se tratar de uma instituição hierarquizada, a PMPA, foi feito um trabalho de
conscientização através de palestras e do próprio portal da PMPA (o que já é uma
solução de comunicação via TICs entre os vários órgãos da PMPA e a população), para
mostrar a importância do sistema, pois Instituição como a PM, oferece resistência para o
novo em função de sua estrutura(Pereira, Maria Cecilia e outros, 2006).
A PMPA está indo para a versão 4.0 do SIGPOL, onde nessa versão atualizações
de preenchimento de BAPM serão feitas, detalhando e facilitando o seu preenchimento
online. O 2º BPM, localizado na capital do estado, será o laboratório onde se colocará a
disposição das Guarnições de serviço de policiamento smartphones com capacidade
para baixar o software que possibilita esse preenchimento, tendo então as informações
das ocorrências em tempo real, algo que ainda não se consegue atualmente.
Existem disponibilizados no site da PMPA tutoriais para utilização dos vários
módulos existentes para o acesso ao SIGPOL, será descrito aqui sucintamente o que
cada módulo faz dentro da organização da PMPA. Dar-se-á ênfase ao módulo BAPM,
pois esse é o alvo do presente estudo em relacionar ocorrências registradas (estatísticas)
como base de informações para treinamentos com o objetivo de melhorar o serviço na
sua ponta, que é o atendimento de outras ocorrências, retroalimentando o sistema.
O SIGPOL tem vários níveis de usuários, pois algumas informações são de uso
universal que é caso do acesso a fichas históricas dos Policiais Militares, onde se
descreve toda a vida do profissional, desde o seu ingresso, passando por
movimentações, dados pessoais, punições, elogios, condecorações, internações,
afastamentos, férias, licenças, tempo de serviço entre outros.
26
Possui o nível de operacionalização de seções onde apenas policiais do
ambiente administrativo tem acesso, sendo auxiliares dos chefes de seções, podendo ser
exemplo, de ação inerente a esse nível as inserções de BAPM, alterar as fichas
históricas, cancelamento de punições, protocolo de documentos, recebimento de
documentos e etc. Em um nível de chefia de seções existe o acesso aos despachos e
feituras de documentos, canal direto com chefe de outras seções , inclusive de outros
batalhões, comando e sub comando, é o mais alto nível de restrições de uma OPM
operacional (unidade de atividade fim). E por último, o nível estratégico onde tem
acesso os diretores da PMPA e Departamentos Gerais , além do pessoal do Centro de
Informática e Telecomunicações (CITEL) que são os administradores do sistema ( parte
de manutenção e aperfeiçoamento de mesmo).
O módulo Acesso é o ensinado a todo policial militar, basicamente é como se
chega no site, como é feit o acesso propriamente dito que é através de login e senha, e
como ele deve navegar para encontrar as informações que deseja sobre sua vida
profissional (tutorial acessando o SIGPOL), não tendo o aceso de controle que é o de
inserir e apagar informações.
O Módulo Pessoal é o referente as inserções e exclusões de todas as informações
do efetivo da PM, estando vinculado a cada nível de acesso, a permissão dos auxiliares
administrativos e chefes de seções a fazer essas alterações. Exemplo: Um comandante
de unidade tem nível de acesso onde pode inserir punições e elogios, assim como alterar
dados pessoais referentes a endereço, mas não pode inserir novos policiais militares,
pois aí já estaria a nível de diretoria de pessoal. O sistema é todo estruturado para fazer
controle e auditagens em diversos ambientes, são exemplos o controle de armamento,
controle de frota própria e alugada, concessão de promoções, produção de relatórios de
toda ordem tais como: policiais punidos nos últimos 30 dias, viaturas baixadas em
determinada regional em período específico, manchas criminais através dos BAPMs,
policiais de uma determinada graduação e seu tempo de serviço, controle de consumo
de combustível, localização em tempo real de uma vtr, histórico de locais onde esteve
uma determinada viatura em um período específico, em fim são várias formas de
auditagem, onde se transforma em controle maior dos recursos , além de estar sempre
com informações atualizadas de toda a estrutura da PMPA (tutorial pessoal).
O módulo Documentosé de uso da administração de toda a PMPA pois nesse
ambiente são gerados os documentos que tramitam entre seções das unidades e entre os
comandos regionais com as Diretorias e Departamentos gerais, ou seja, toda a estrutura
27
da PMA está interligada. A produção de documentos acontece com controle,
autenticações e validações, sendo possível o anexar de outros arquivos em PDF, tramitar
para várias funções de pessoas ou pessoas, inserir protocolos de recebimento, despacho
e arquivo, busca por assunto, data, ou número de determinado documento, tudo isso em
um ambiente fácil de se manipular (tutorial documentos).
O módulo Sistemaé o controlador das permissões, normalmente operado pelo
CITEL, que é o desenvolvedor do sistema, e pelas Diretorias e Departamentos gerais.
Entenda-se por permissões o nível de poder para alterar as informações no sistema. É o
CITEL que também controla os relatórios que podem ser gerados dentro do SIGPOL,
sendo explicito o grande poder do sistema de gerar informações com os dados
disponibilizados. Imagine por hipótese um cmt de unidade que precisa gerar os
homicídios acontecidos em determinada área em determinado período em um
determinado horário na sua área, ele trem como fazer isso através do CITEL solicitando
a criação desse relatório específico. Se um Diretor necessita saber como é o perfil do
efetivo de determinada regional, no que tange a gênero, idade, escolaridade, ele também
tem como gerar esse relatório, então percebe-se a gama de possibilidades do sistema que
podem ajudar nas decisões de toda ordem , desde de pequenas unidades operacionais até
os comandos regionais (tutorial sistema).
Finalmente o módulo BAPM, aqui é onde o policial militar registra toda a sua
ação durante seu turno de serviço, podendo variar de uma simples abordagem de rotina
até ocorrências mais graves como homicídios e sequestros. Toda as ações são
registradas, pois o BAPM se tornou um indicador de produtividade da PMPA, e a
inserção dos BAPMs são detalhadas a um nível que pode-se gerar estatísticas
importantes para o planejamento de operações, podendo ir da definição do nome dos
policiais que estão em determinadas ocorrências, até quais estão produzindo mais ou
menos BAPMs dentro de seus turnos de serviço.
O início do módulo começa com acesso do pessoal do administrativo com nível
de permissão para essa inserção, após isso tem-se um protocolo gerado através de um
número de missão que é o vínculo das guarnições com as ocorrências que eles
atenderam, e é criado quando a escala de serviço é gerada também pelo SIGPOL. Existe
todo o detalhamento de horário, endereços, guarnições envolvidas, integridade física
dos envolvidos, inclusive dos policiais; que tipo de armamento , técnica ou equipamento
as guarnições usaram; qualificação dos envolvidos (acusados, vitimas e testemunhas),
detalhamento do fato típico (qual crime ou contravenção aconteceu); o
28
georeferenciamento do sistema do local exato da ocorrência; as ações posteriores ao
atendimento (condução pra delegacia, encaminhamento a outros órgãos), em fim todas
as informações julgadas uteis para a posterior tabulação pelo próprio sistema e uso
otimizado das analises escolhidas por quem faz uso dessas informações (tutorial
BAPM).
Imagine a hipótese de ter ocorrências com um alto número de situações onde o
uso da força em determinado local, é rotineiro, e que policiais estejam saindo também
lesionados dessas ocorrências, por não fazer uso correto de técnicas de imobilizações,
algemas, e etc. Como se usa essa informação gerada pelo sistema de forma produtiva?
Uma resposta é o treinamento. Treinamento para sanar aquela dificuldade do efetivo no
atendimento dessas ocorrências. E aí a relação estatísticas de ocorrências tratadas por
um sistema e treinamento fica clara.
4. Estruturação da pesquisa e apresentação dos resultados
A pesquisa será realizada no universo do 14º BPM/Barcarena, onde conta-se
com uma amostra de 40 (quarenta) Policiais Militares divididos em 02 (dois) Oficiais,
07 (sete) Sargentos, 31 (trinta e um) Cabos e Soldados, tal efetivo é parte da matriz de
pessoal de Dezembro de 2015 do 14º BPM, sem contar os dispensados por atestado ou
em gozo de férias.
Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, considerando que para a
realização da investigação foram utilizados levantamentos bibliográfico, documental e
legislações pertinentes, além de pesquisa de campo. Desta forma, se dará ênfase a uma
análise quantitativa e qualitativa dos dados levantados na população amostral no que diz
respeito ao real entendimento do uso de informações para treinamentos e posterior
verificação de melhora no atendimento e ou diminuição do desempenho do Policial
Militar.
O estudo de campo acontecerá com Policiais Militares do 14º BPM Barcarena,
situado na Vila dos Cabanos, Unidade essa que tem 22 anos de existência, na qual o
pesquisador labuta desde de fevereiro de 2015. Tem uma estrutura organizacional
prevista com um TENENTE CORENEL na função de Comandante, um MAJOR na
função de Sub Comandante. Deveria ter 04 CAPITÃES nas funções de gerente de
recursos humanos (P1), gerente de inteligência e investigação (P2), gerente de
planejamento e treinamento (P3), gerente de material e logística (P4), além de
Secretário e Comandantes de áreas de Policiamento. Em se tratando do 14º BPM, o Sub
29
Comandante acumula as funções dos 04 gerentes, tendo dois Capitães nos comandos
das duas áreas de policiamento existentes.
Existe ainda a parte operacional e administrativa preenchida por praças (Sub
Tenentes, Sargentos, Cabos e Soldados), que são em número de 135, que cobrem a área
de Barcarena, dividida em setores sendo eles a 1ª Companhia de policiamento, sub
dividida em áreas da Vila dos Cabanos, Laranjal, Itupanema e Vila do Conde. A 2ª
Companhia, sub dividida em Barcarena Velha, Arapari, Ilha Trambioca, e demais ilhas.
As praças ainda compõem o quadro administrativo da seções das gerencias
(P1,P2,P3,P4).
O 14º BPM atua de forma preventiva e repressiva na área mencionada, valendo-
se de 10 viaturas de 04 rodas e 04 viaturas de 02 rodas, além de um ônibus para
transporte de tropa, uma Base móvel (veículo tipo furgão equipado com equipamentos
para atendimento de público de forma extraordinária). As demandas atendidas variam
de um simples problema de som alto até o enfrentamento de quadrilhas especializadas
em roubo de instituições financeiras. Desenvolve projetos sociais visando a prevenção
como o Programa Educacional de Resistência as Drogas (PROERD), além de aplicação
da filosofia de Polícia Comunitária (chamar a comunidade para ajudar no
encaminhamento dos problemas).
A pesquisa aconteceu no universo de Oficias e Praças do 14º, no período de
Dezembro de 2015 a Janeiro de 2016. No ano de 2015 houve capacitações e
treinamentos, sendo possível mensurar a percepção de melhora ou não no desempenho
da tropa de antes do treinamento e depois do treinamento. Uma questão para a
posteridade, é a avaliação da população atendida por essa tropa.
A abordagem será com questões que abrangem o entendimento e uso do
SIGPOL pelo Policial Militar do 14º BPM; pela quantidade de capacitações, e se
realmente aprendeu e utiliza o conhecimento ou treinamento; a qualificação do
entrevistado; sua opinião de como a Policia Militar disponibiliza esse conhecimento de
como ele é gerados e se é aplicado realmente em sua atividade.
Após a estruturação da pesquisa, há de se conhecer a amostra em detalhes, ou
seja, como está distribuída dentro do 14º BPM, por posto e graduação, idade,
escolaridade e tempo de serviço na instituição assim com o tempo de serviço no 14º
BPM.
30
Posteriormente questões sobre o SIGPOL, passando por conhecer ou não o
sistema, se acessa ou não, sua importância, seguindo as questões sobre treinamento e
capacitações, feitas aos entrevistados.
Em outro grupo de perguntas se questiona a relação entre uso de TICs e
estatísticas nas melhoras das ações dos Policiais Militares e finalmente questões de
como os entrevistados agiram em determinadas ocorrências que foi preciso
conhecimento técnico e se tinham ou não esse conhecimento, conforme uso
progressivo da força, onde para cada nível é necessário um tipo de conhecimento que
se treina separadamente dentro da PMPA.
4.1. Sobre a Distribuição por posto e graduação da amostra:
Figura 4.1, fonte o autor.
A amostra consta como se espera de um quartel de Polícia Militar, um
percentual de Oficiais e Sargentos menor do que de Cabos e Soldados.
4.2. Sobre as funções desempenhadas no quartel pelos entrevistados:
31
Figura 4.2, fonte o autor.
As funções desempenhadas no quartel do 14º BPM também estão conforme a
estruturação hierárquica de uma instituição militarizada, onde a função Componente de
Guarnição (CompGU), que é a denominação de policiais que executam a atividade de
rádio patrulhamento no 14º BPM (atividade fim), estão em maior número, seguido das
funções de seção de pessoal e logística (P1/P4, atividade meio) , e finalmente as funções
de comando, rádio operador e outros que também são funções de atividade meio
(funções que apoiam o policiamento sem estar nele propriamente).
4.3. Faixa etária:
Figura 4.3, fonte o autor.
32
A amostra se distribui nas faixas com um certo equilíbrio, até 30 anos, de 30 a
40 anos e de 40 a 50 anos, é uma tropa madura, com apenas 2,5% de policiais
considerados de vigor não adequado para a atividade fim que é acima de 50 anos.
4.4. Tempo de serviço na Polícia Militar e tempo de serviço no 14º BPM:
Figura 4.4.a, fonte o autor
Figura 4.4.b, fonte o autor
A amostra é uma tropa com mais da metade de seus componentes, com pouco
tempo de serviço, e com pouco tempo também de serviço no quartel do 14º BPM.
33
4.5. Nível de Escolaridade:
Figura 4.5, fonte o autor.
Quanto ao grau de instrução podemos dizer que é uma tropa com ensino médio
completo, pois 62% apresentam esse nível de instrução (MedComp), mas que ainda
possui indivíduos com o ensino médio incompleto (Medinc), o que é algo a ser
corrigido pelos concursos a partir de 2016, pois foi modificada a lei de ingresso na
Instituição, onde para o curso de formação de praças será exigido o nível médio
completo e para oficiais o nível superior completo. Já existe policiais com
especialização (PosGrad), o que é salutar para a instituição que quer melhorar seus
quadros através de ensino e capacitações.
4.6. Conhece o SIGPOL:
34
Figura 4.6, fonte o autor
4.6.1. Senha, Acesso e Interesse:
Figura 4.6.1, fonte o autor
Para entender esse gráfico com três variáveis combinadas, admite-se que a
primeira letra do eixo vertical é referente ao acesso com senha própria ou não, onde S é
ter senha própria e N é não ter sem senha própria. A segunda letra é referente a se
acessa ou não, onde S é que acessa e N é que não acessa. A terceira letra é referente ao
interesse que levou o entrevistado a fazer o acesso, se C foi por capacitação, se N foi
sem capacitação e P por busca de conhecimento fora da PMPA.
35
A análise do Sistema SIGPOL pela amostra aponta que 15% não o conhecem,
dos 85% que o conhecem temos as combinações acima, onde SSC corresponde a ter
senha própria, que acessa, e que conhece o SIGPOL por capacitação e que representa
38,2% dos entrevistados. Já onde se vê NNN, significa que não tem senha própria, não
acessa e não teve capacitação para tal, apesar de conhecer o SIGPOL, o que é 17,6%
dos entrevistados. Percebe-se a relação entre conhecer o Sistema e acessar o mesmo
(38,2% dos entrevistados).
4.7.
Figura 4.7, fonte o autor.
4.7.1. Descrição da importância do SIGPOL segundo os entrevistados:
36
Figura 4.7.1, fonte o autor
Dos que responderam sim, 40% entenderam que o acesso as informações de toda
ordem dentro da estrutura da PMPA é a importância do SIGPOL. Informação
atualmente, é o produto mais importante para as empresas que lidam com bancos de
dados, a PMPA é uma instituição que planeja e decide em cima de dados, e ainda,
quanto mais trabalhados esses dados maior a possibilidade de acerto nas decisões a
serem tomadas.
Outros grupos de entrevistados pensam que atualizações é a finalidade do
SIGPOL, ou seja, conhecer o que está acontecendo de forma macro na PMPA, sem
ainda caracterizar a elaboração e transformação de informações em algo útil para o
planejamento.
Existem entrevistados que olham as estatísticas como a coisa mais importante do
SIGPOL, estatísticas, são dados não trabalhados que se transformam em informações
uteis, desde que processadas.
4.8. Participação de capacitações ou treinamento nos anos de 2014 e 2015:
Figura 4.8, fonte o autor
4.8.1. Descrição de quais áreas de treinamento os entrevistados participaram:
37
Figura 4.8.1, fonte o autor
Para um melhor entendimento: atividade fim é aquela atividade de policiamento
ordinário, atividade meio é aquela atividade que apoia a atividade fim (logística e
burocrática), por formação deve-se entender que o conhecimento que o entrevistado tem
foi adquirido no período de sua primeira formação como Policial Militar.
Observa-se que 27,5% dos entrevistados participaram de treinamentos para
atividade fim, e também 27,5% participaram de treinamentos para atividade meio, o que
aponta para que ambas as atividades são consideradas importantes. O grau de
entrelaçamento entre as atividades operacionais (fim) e burocráticas (meio) é
considerável.
4.9. Sobre o fazer uso das capacitações no dia a dia da vida profissional do Policial
Militar:
38
Figura 4.9, fonte o autor
4.9.1. Onde melhorou o desempenho com capacitações e treinamentos:
Figura 4.9.1, fonte o autor.
Observa-se que 41% dos entrevistados consideraram que as funções melhoraram
após treinamento ou capacitações, isso aponta para a necessidade de treinamentos
rotineiros para o aumento da habilidade dos Policiais Militares no desempenho de sua
função seja na atividade fim ou meio.
Outro dado importante é que 17% dos entrevistados afirmaram que aumentou a
confiança em executar as ações de policiamento. Outra razão para o aprimoramento
constante de Policiais Militares.
39
4.10. Sobre a Justificativa para treinamentos no 14º BPM:
Figura 4.10, fonte o autor.
4.10.1. Quais são essas justificativas, sob a ótica dos entrevistados:
Figura 4.10.1, fonte o autor
Para entender melhor o gráfico, as representações acima significam o seguinte:
INFOINST- informação institucional, ideias do próprio efetivo; DEMSOC- demanda
social; ESTAT- estatística; DADSIST- dados do sistema (que é diferente de estatística,
considerando que são trabalhados para se obter informações uteis á instituição);
40
RESPONDERAM NÃO- o comando não explica o motivo dos treinamentos; TODAS-
todas as alternativas são justificativas que o Comando usa para treinamentos.
O que observa-se é que demandas sociais, que são os problemas vindo do
público externo, são de relevância na ótica dos entrevistados, o que era de se esperar
pois o produto que a instituição PMPA vende é serviço, precisando ser avaliado por
quem compra esse serviço, que é a população. Já as informações vindas do público
interno também são relevantes, pois 23,1% dos entrevistados apontam que a
experiência de como se procede nas ações da PMPA deve ser alvo de observações para
o aprimoramento dessas ações.
Os dados do sistema , com 12,8% na enquete, aparece como algo novo, pois
ainda é tímida a utilização do SIGPOL por quem deveria usar sempre, os
administradores da instituição, sendo assim é salutar que ao transformar em informação
útil as estatísticas inseridas no SIGPOL, passe a ser conveniente também o balizamento
as capacitações para os Policiais Militares com base nessa informação trabalhada. Esse
é o ponto que o pesquisador está investigando no presente trabalho: a possível
existência da relação TI, estatísticas e treinamento de Policiais Militares, com o
resultado de melhoras em suas ações.
4.11. Importância das TICs nas ações de Policia Militar:
Figura 4.11, fonte o autor.
4.11.1. Tem-se o seguinte quadro para a descrição do porque as TICs são importantes:
41
Figura 4.11.1, fonte o autor
Percebe-se que 37,5% entendem que não tem importância, apontando para o
desconhecimento dos conceitos de TICs, e sua funcionalidade no âmbito policial
militar. Isso é preocupante, pois toda grande empresa, que quer ser eficiente no serviço
que presta não pode ficar alheia a essas inovações que, quando bem aplicadas, podem
potencializar o produto ou serviço que a empresa entrega. A PM como mediadora de
conflitos, que é, e esta balizada pela lei , precisa tirar proveito do sistema que a gesta.
Não só para mostrar competência, mas também para ser respeitada quando aplica os
conceitos gerenciais , de informática, de recursos humanos com eficiência e eficácia.
Os entrevistados que responderam “sem importância”, podem ser enquadrados
no grupo que “responderam não”. E os que disseram ser importante as TICs, sem
especificar essa importância , não se expressaram de formar a serem classificados em
outra categoria.
Já o percentual de entrevistados que apontam para o emprego de TICs nas
atividades é “facilitadora das atividades da Polícia Militar” foi de 17,5%, indicando que
a tecnologia começa a ser vista como algo necessário, pois tudo que aprimora a
atividade de Polícia Militar facilita a gestão da mesma. Outro percentual de 17,5% é
vinculado a “melhoria das ações de PM” que é o agir com segurança e conhecimento do
que se esta fazendo, apontando para o vínculo com capacitação e uso dessas tecnologias
para indicar a diretriz a ser usada. Esse é o ponto que o pesquisador investiga com o
presente artigo.
42
4.12. Sobre o uso das técnicas do uso progressivo da força:
O conceito de uso progressivo da força é o escalonamento de como o Policial
Militar age em face dos desdobramentos de uma ocorrência, alguns conceitos se fazem
necessários. FORÇA: É toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupo de
indivíduos, reduzindo ou eliminando sua capacidade de auto decisão; NÍVEL DA
FORÇA: Desde a simples presença policial em uma intervenção até a utilização da arma
de fogo em seu extremo; USO SELETIVO DA FORÇA: Seleção adequada de opções
de força policial em resposta ao nível de submissão do indivíduo suspeito ou infrator a
ser controlado.
Figura 4.12 acessada em 19 de Janeiro de 2016 disponível em https://www.google.com.br/search?
q=uso+progressivo+da+for
%C3%A7a&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjBucTHxfPKAhVM1CYKHcPsAzAQ_AU
ICCgC&biw=1366&bih=635
Entendido como funciona o escalonamento da força e adotando-o para aplicar a
relação que o pesquisador investiga no presente artigo, estatísticas, uso de TICs e
capacitações com o fito de melhorar o desempenho dos Policiais Militares, passa-se
para os questionamentos e mensurações.
43
Figura 4.12.1, fonte o autor.
4.12.1. Quais técnicas que já foram usada pelos entrevistados:
Figura 4.12.2, fonte o autor.
Para melhor entendimento: verbalização- é uso do poder de persuasão verbal
somente, para resolver problemas em ocorrências; defpess- é uso da defesa pessoal em
ocorrências que dela necessitou; algemas – é o uso de algemas (equipamento) em
indivíduos presos ou detidos; tonfa – é o uso do artefato (equipamento) em ocorrências
44
que dela necessitou; arma de fogo- é o uso de armas de fogo em ocorrências que dela
necessitou.
Nos últimos dois anos (2014,2015), 87% dos entrevistados usaram as técnicas do
uso progressivo da força em ocorrências atendidas pelos mesmos, e percentuais
diferenciados usaram a combinação de duas ou mais. Percebe-se que as combinações
são muitas, o que aponta para o treinamento e capacitação rotineira dentro das unidades
de Polícia Militar no Pará.
A combinação estatística X TICs X treinamento ou capacitações, pode ser
percebida no exemplo clássico do uso progressivo da força. Em respostas qualitativas o
relato de algumas situações que os entrevistados passaram, apontam para o não estar
seguro em usar as técnicas, o que sugere falta de treinamento, A informação útil é
percebida quando as estatísticas são trabalhadas pelas ferramentas de TI no sistema
SIGPOL.
No relatório abaixo, por exemplo, gerado no SIGPOL, do ano de 2015, pode-se
quantificar o fato por natureza do crime, consegue-se mensurar o que mais as
guarnições atendem no 14º BPM, e a partir desse resultado pode-se aprofundar, fazendo
estudo qualitativo de um grupo de crimes de mesma natureza através de seu relato e
outros pormenores que podem ser gerados também pelo SIGPOL, é a TI ajudando a
formatar possíveis treinamentos, a partir de estatísticas colhidas no dia a dia do Policial
Militar através do preenchimento e inserção dos BAPMs no Sistema SIGPOL.
Figura 4.12.3, fonte o autor
45
4.13. Sobre estar preparado ou não para agir segundo as técnicas de uso progressivo da
força:
Figura 4.13, fonte o autor
4.13.1. Sobre o que determina o uso de técnicas do uso progressivo da força com
segurança, segundo os entrevistados:
Figura 4.13.1, fonte o autor.
Observa-se que, dos entrevistados que responderam sim, 65% ou 26 deles,
afirmam que a capacitação foi a variável que influenciou no uso progressivo da força
com segurança, e o que determinou o não uso com segurança foi a falta de capacitação,
46
essas respostas sugerem novamente que o treinamento é necessário, mas precisa ser
eficiente e eficaz, e isso pode ser conseguido com a transformação em informação útil
dos dados trabalhados em um sistema como o SIGPOL.
4.14. Sobre a Verbalização na condução de ocorrências, quanto dos entrevistados já
utilizaram:
Figura 4.14, fonte o autor.
4.14.1. O uso de Verbalização em ocorrências:
Figura 4.14.1, fonte o autor.
47
Verbalização é o primeiro esforço no escalonamento do uso progressivo da
força, seguido da defesa pessoal sem uso de equipamento (imobilização), depois o uso
de equipamentos para contenção (algemas e tonfa) e por fim uso de arma de fogo.
Sendo que existe antes do uso de armas de fogo o uso de agentes não letais (gás e
munição de borracha), mas que para efeito desse estudo não serão considerados, pois
são equipamentos usados por tropas especiais, treinamento específico e um grau de
complexidade maior que o da tropa do 14º BPM.
Feita tais considerações, observa-se que o arcabouço jurídico adquirido pelo
Policial Militar é no seu período de formação, ou seja, quando ele entra na instituição, e
não poderia ser diferente. Em segundo lugar vem o interesse próprio, que é a busca das
habilidades e competências fora da instituição, e finalmente, por capacitação, que é
qualquer treinamento após sua formação inicial. As opiniões dos que responderam como
adquiriram tal treinamento aponta que a reciclagem e capacitação são insuficientes
dentro da PMPA, para um grau de complexidade cada vez maior que a sociedade exige.
Os que responderam que não usaram a técnica ainda, sugere que o Policial Militar não
foi exigido sobre esse conhecimento, o que deveria ser raro, pois é o primeiro
escalonamento no uso da força em atendimentos de ocorrências.
4.15. Sobre a Imobilização na condução de ocorrências, quanto dos entrevistados já
utilizaram:
Figura 4.15, fonte o autor.
4.15.1. O uso de Imobilizações em ocorrências:
48
Figura 4.15.1, fonte o autor.
Observa-se que o percentual de quem faz uso da técnica é menor do que quem
ainda não a utilizou, sugerindo que se usa pouco, ou que não foi ministrada como
deveria essa instrução no período de formação, o que é grave, já que em ocorrências
onde a verbalização não é capaz de resolver, o Policial Militar precisa subir o grau de
escalonamento da força, que é justamente as técnicas de imobilização.
O percentual de interesse próprio e capacitação empatam em 5,1%, mostrando
novamente que a capacitação não acontece com a frequência necessária. O que o
pesquisador investiga é justamente esse elo entre ter uma informação útil de que
treinamento é necessário para melhorar o rendimento da tropa, usando para isso as TICs
existentes no âmbito da PMPA.
4.16. Sobre a Uso de equipamentos (algemas e tonfa) na condução de ocorrências,
quanto dos entrevistados já utilizaram:
49
Figura 4.16, fonte o autor.
4.16.1. O uso de Equipamentos (algemas e tonfa) em ocorrências, como os entrevistados
aprenderam a técnica:
Figura 4.16.1, fonte o autor.
Volta a lógica do Policial Militar em ter aprendido as técnicas de emprego de
equipamentos, no caso aqui algemas e tonfa (cassetete em L), no seu curso de formação
inicial. Observa-se porém, que ainda sim o fato de 18,4% dos entrevistados terem
respondido que não usaram a técnica, sugere que esses Policiais não foram acionados
em ocorrência onde foi necessário o uso da técnica com equipamentos. Aumenta-se o
50
percentual para 7,9% do entrevistados que tiveram uma capacitação nessa técnica, em
relação a verbalização.
O pesquisador investiga quando, usando TICs e estatísticas, poderia modelar
essa capacitação a partir das informações trabalhadas no sistema SIGPOL, pois
normalmente no curso de formação as instruções são dadas de acordo com cargas
horárias pré estabelecidas não suficientes, e que se não treinadas com rotina caem no
esquecimento. A prática aguça a habilidade de usar tais equipamentos, e o seu não uso
acarreta despreparo e esquecimento das técnicas.
4.17. Sobre a Uso de armas de fogo em ocorrências, quanto dos entrevistados já
utilizaram:
Figura 4.17, fonte o autor.
4.16.1. Como os entrevistados aprenderam a usar arma de fogo:
51
Figura 4.17.1, fonte o autor.
Última opção no escalonamento do uso de força do Policial Militar, o uso de
arma de fogo requer adestramento constante, pois do seu uso resultará lesões ou mortes,
sendo assim é aceitável que 38% dos entrevistados, ainda não tenham utilizado a
técnica, e que tanto na formação o PM aprenda a manusear e utilizar com disparos reais,
como na capacitação, a habilidade com armas de fogo se perde caso não se treine.
Observa-se então em qualquer dos níveis de progressão do uso da força existe a
necessidade de reciclagens e capacitações, sob pena de o efetivo não se sentir seguro no
uso das técnicas, servindo não só para esse exemplo eminentemente prático, mas
também para funções burocráticas e outras operacionais. O produto que a instituição
vende é segurança pública, e isso tem ligações com a sensação de segurança, que é a
percepção da sociedade sobre estar segura ou não. A PMPA, como instituição será
respeitada e reconhecida por sua competência em planejar e executar ações que deem á
população essa sensação de segurança, e isso somente será alcançado quando a
instituição otimizar os meios que dispõem de forma eficiente e eficaz, para isso o uso de
ferramentas disponíveis, e aí entra as TICs, se faz imprescindível, pois a gama de dados
que se pode transformar em informação útil é robusta. Usando bases científicas se tem a
compreensão melhor dos problemas que podem ser resolvidos com o planejamento
moldado nessas informações, e um deles é o treinamento, a capacitação, orientada pelo
que acontece na realidade das ações de Policia Militar.
52
5 – Considerações finais e recomendações para futuras pesquisas.
O pesquisador se propôs a investigar a possível existência da relação entre
estatísticas X TICs X treinamento, no âmbito do quartel do 14º BPM em Barcarena e
verificar se esta relação melhora as ações do Policial Militar, quando estatísticas são
coletada, tabuladas e trabalhadas para se transformar em informação útil, direcionando
assim as ações da PM , em particular treinamentos e capacitações.
A pesquisa foi idealizada em função de uma poderosa ferramenta de gestão da
Polícia Militar do Pará, o SIGPOL, que na visão do pesquisador ainda é subutilizada por
desconhecimento e capacitação na área de Tecnologias de Informação e Comunicação
dos gestores da instituição, que são principalmente os Comandante s e Sub
Comandantes e seus staffs de Unidades Operacionais, muito embora o pessoal das
Diretorias e Comandos regionais, por não terem tropa para atividade fim, possuem
tempo necessário para se aprofundar nas missões burocráticas e usar melhor o SIGPOL.
O indivíduo que está na atividade fim é o que testa toda sorte de diretriz para
melhorar as ações da PM, então é um caminho lógico ter esse feedback constante do
mesmo, mas também é necessário dar condições mínimas para que ele retroalimente o
sistema. Na PMPA foi institucionalizado o BAPM, que é o registro de toda e qualquer
atividade que esse policial da atividade fim executa, indo de uma simples informação
dada a um solicitante, passando por atividades com outros órgãos, cumprimento de
mandados, operações conjuntas com outras instituições, visitas e reuniões comunitárias,
atendimento das ocorrências e etc.
A grande ação é capacitar esse Policial da atividade fim para o preenchimento
correto desse documento, o BAPM, e também apresentá-lo ao sistema para, além de ter
suas informações pessoais, que o mesmo possa inserir também os dados do BAPM, e aí
o pesquisador percebeu o problema. A tropa da atividade fim ainda não viu essa
importância para a instituição, sendo raras as ações no sentido de fazer com que este
PM possa se familiarizar com o SIGPOL, dificultando a proposição de no futuro
termos, por exemplo tabletes ou smartphones para inserção de BAPM em tempo real,
coisa que não é feito atualmente.
Voltando a questão da estatística trabalhada pelas ferramentas de TICs
orientarem o treinamento e capacitação com o fito de melhorar o desempenho do
Policial Militar, foram perguntados aos entrevistados questões sobre o conhecimento do
sistema SIGPOL, e 15% dos entrevistados não conheciam. Essa informação mostra o
53
quanto é difícil uma troca de paradigma dentro da PM, a política de implementação do
novo sistema já tem pelo menos 03 anos e ainda hoje temos policiais, os com mais
tempo de serviço na instituição, que não conhecem o Sistema. Dos que conhecem existe
uma parcela que não acessa o mesmo, mostrando que os gestores precisam adotar ações
positivas no sentido de capacitar e treinar tais policiais para que façam uso da
ferramenta sob pena da instituição não acompanhar as mudanças que ocorrem com a
sociedade, que é a maior cliente da instituição. Também se investigou, a relação alvo do
estudo, as informações dentro de um padrão de ação da PM que é o uso progressivo da
força, tal delimitação foi necessária para que as mensurações sobre a pergunta da
pesquisa fossem melhor entendidas, e que fique registrado que “o uso progressivo da
força” é apenas uma das muitas técnicas ensinadas para o bom desempenho do Policial
Militar.
Observou-se que as questões de aprendizagem das técnicas para o atuar do
Policial Militar estão ligadas a sua formação inicial, isto é, quando saiu do mundo civil
para o de caserna. É necessário lembrar que pela idade e tempo de serviço, temos
Policiais com 10 , 20 anos de instituição e que não tiveram reciclagens suficientes para
o aprimoramento do que sabia e a atualização das novidades que surgiram no campo de
leis e procedimentos que o profissional de segurança pública precisa saber.
Para a otimização dos meios par manter a tropa atualizada foi necessário a
informatização das informações, que eram dispersas até a implementação do SIGPOL.
O SIGPOL almeja fazer isso de forma eficiente, e é necessário que os gestores
direcionem esse esforço. As capacitações e treinamentos são vias por onde isso também
pode acontecer.
O questionamento da pesquisa então é respondido da seguinte forma: Sim, existe
a relação entre estatísticas colhida pelo Policial da atividade fim ao preencher os
BAPMs, com o trato dessas informações através do sistema SIGPOL, e este transformar
os dados em informações uteis para direcionar treinamento e capacitações, e não
somente para essa questão da pesquisa, e sim para toda e qualquer política da
instituição. Os resultados apresentados são claros no que diz respeito a melhorar as
ações da PM, aumentar a confiança em agir em ocorrências, facilitar o uso de técnicas já
apreendidas e com a experiência da atividade fim, potencializa-las. A pesquisa mostrou
o nó existente: O Policial da atividade fim não dá a importância necessária a essa nova
necessidade de coletar dados para planejamento das ações, isso precisa ser corrigido
pelos gestores, principalmente de unidades operacionais, sanado esse problema os
54
benefícios serão pra todos, pois a profissionalização, o mérito, a competência seriam as
principais características da instituição, chegando ao nível de excelência de empresas
privadas que tem a cultura de metas, gestão por resultados, isso atualmente.
No âmbito do 14º BPM, tal cultura já iniciou-se, no ano de 2015 houve
capacitações para preenchimento e inserção de BAPM para toda a tropa, e percebeu-se
que a falta de habilidade com computadores e programas simples, necessários para
operar o SIGPOL e inserir BAPM, foi a maior dificuldade, sendo necessário um “curso
rápido e prático” para apresentar o SIGPOL assim como operar os computadores. Feito
isso o entendimento da importância do Sistema começou a ficar claro para os policiais
da atividade fim. Os dados do 14º BPM inseridos no Sistema, sugeriram essa
capacitação, pois era baixo o número de BAPMs, e a qualidade desses dados eram ruins,
preenchimento errado, como falta de campos importantes, redação errada, endereços
dos crimes errados, dados de pessoas envolvidas no fato incompletos, em fim eram
estatísticas não confiáveis para se transformar em informação útil.
Após esse primeiro passo, criou-se e está sendo aprimorado um sistema de
premiação de policiais militares que atuam mais em seus turnos de serviço, e um dos
pontos a serem observados é o preenchimento e inserção de BAPMs. Como o sistema
fornece esse número assim como a natureza da ocorrência, foi instituído metas diárias
para as Guarnições de serviço que se destacam, e os que mais atendem ocorrências ou
executam mais ações pró ativas, são bonificados com dispensas do serviço, que é o
previsto em legislação, ou não são escalados em eventos extras, atividade essa que é
constante na labuta do Policial Militar. No 14º BPM existe o algo mais, pois o comando
em parcerias com empresários do ramo hoteleiro também disponibiliza diárias em hotéis
da região para os melhores PMs a cada dois meses, onde para apontar esse destaque são
usadas outras observações de caráter técnico e objetivo e de forma transparente onde
boa parte dos dados da avaliação são do SIGPOL.
Ainda da relação estatística X TICs X treinamentos e capacitações, conclui-se
que essa relação é bem nítida quando se utilizou o procedimento “uso progressivo da
força” como parâmetro para mensurar a pergunta da pesquisa no presente artigo. Em
todos os níveis de força ( uso de verbalização, uso de defesa pessoal, uso de
equipamentos e uso de arma de fogo), foi possível notar que, quando o policial militar
não tem o treinamento devido, sua convicção e segurança de aplicar a técnica é
prejudicada, ou ainda quando perguntado de como adquiriu o conhecimento, a resposta
de maior percentual era por formação (que significa adquirido no curso inicial,
55
formação de soldado ou formação de oficial), e como o tempo de serviço médio da tropa
do 14º BPM é de 10 anos, isso mostra que a capacitação ou treinamento não são rotinas
como deveriam ser no quartel do 14º BPM. É possível medir essa falta de treinamento
também pelos relatos dos BAPMs que estão disponíveis no SIGPOL, sendo um trabalho
mais árduo e qualitativo, porém necessário para se diagnosticar o que precisa ser feito
com a tropa do 14º BPM e provavelmente de toda a PMPA. Um exemplo que o
pesquisador teve acesso foi a recomendação de um órgão fiscalizador externo
(Ministério Público Militar) para que se capacitasse novamente toda a tropa da PM no
estado do Pará, no manuseio de armamento e tiro policial, pois estavam chegando
naquele órgão ministerial, muitos processos de Policiais que se lesionavam
acidentalmente por uso da própria arma de fogo, apontando para a falta de habilidade
dos Policiais em manusear arma de fogo, que é a sua ferramenta de trabalho. Não era
necessário um órgão de fora determinar tal procedimento, pois todos os processos que
chegam ao Ministério Público Militar partem da nossa corregedoria, que tem um
módulo no SIGPOL, onde são cadastrados esses processos, ou seja se a informação
tivesse sido trabalhada, a PMPA teria essa conclusão que um órgão de fora viu primeiro,
e ainda poderia direcionar o treinamento em função dessa conclusão. É mais um
exemplo da relação estatística X TICs X treinamento ou capacitações, onde essa
capacitação necessária poderia ter sito detectada através do sistema SIGPOL.
Conclui-se que o aprendizado nas TICs é necessário para todo gestor de quarteis
dentro da PMPA, e que a utilização da ferramenta SIGPOL auxilia nas tomadas de
decisões de toda ordem, e em especial sobre treinamentos. É necessário alimentar o
sistema com dados os mais precisos possíveis (preenchimento e inserção de BAPM),
para os gestores das unidades possuírem informações que possam ser trabalhadas e estas
nortearem a política de policiamento e administração da unidade e posteriormente da
PMPA como um todo.
Como ideias para futuras pesquisas, que não foram contempladas nessa
investigação por questões de delimitação e tempo, pode-se sugerir o seguinte:
a- A PMPA está em fase final de planejamento e logística para executar um projeto
piloto de inserção de BAPMs em tempo real, com compra de smartphones e
tabletes e ajuste na plataforma de inserção pra suportar o sistema “andróide” que
é o mais utilizado hoje nesses equipamentos. Mas percebe-se que existe uma
resistência do policial da atividade fim em utilizar computadores e o próprio
SIGPOL. Para parte do efetivo da atividade fim o Sistema não é importante
56
(âmbito do 14º BPM), então cabe uma investigação dos motivos do porquê não é
importante, se o policial tem conhecimento básico de informática, se não é
necessário primeiramente essa capacitação para depois lançar um projeto dessa
envergadura sob pena de não funcionar pois o policial da atividade fim não está
familiarizado com o que ele vai ter que fazer.
b- A PMPA gesta a sua área educacional com bases em diretrizes nacionais
elaboradas pela SENASP, isso é necessário para uniformizar as ações em âmbito
nacional, mas algumas mudanças são rápidas o suficiente para criar uma lacuna
em como a Polícia Militar deve proceder em determinadas situações, uma delas
é o fazer uso de sistemas novos para auxílio na administração da instituição. O
sistema SIGPOL, seu funcionamento, sua importância, poderiam ser explanados
em disciplinas nos cursos de formação, onde em aulas práticas os futuros
policiais militares já vislumbrariam o potencial do Sistema. Cabe então uma
investigação de como fazer isso atualmente junto aos centros de formação, junto
a própria SENASP para deliberar sobre a entrada desse conteúdo na grade
curricular desses cursos iniciais de formação dos agentes de segurança pública.
c- A pesquisa não abrangeu a percepção da população que é servida pela tropa do
14º BPM/ Barcarena. Uma coisa é a instituição diagnosticar, consertar e aplicar
diretrizes para melhoras do desempenho do Policial Militar, outra coisa é ter a
aprovação da sociedade que é o cliente da PMPA. Cabe então a pesquisa junto a
população, dessa percepção, se são convidados a participar das resoluções dos
problemas da cidade, e como isso pode moldar as ações da PM. Pesquisas de
antes e depois seriam auxiliadoras se o que foi apontado pelas estatísticas foi
trabalhado dentro da PM, e se amenizou ou resolveu o problema. É
retroalimentação do sistema diagnostico, aplicação, avaliação.
57
6- Referências Bibliográficas
ADITAMENTO AO BOLETIM GERAL DA PMPA, nº 181 de 21 de Setembro de 1999. Regulamentação da Academia de Polícia Militar do Pará. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/1999/ADIT_BG_181_DE_22_SET_1999.pdf
ADITAMENTO AO BOLETIM GERAL DA PMPA, nº 234 de 12 de Dezembro de 2002. Regulamentação das normas de ensino da Polícia Militar do Pará, disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/ADIT_BG_234_DE_18_DEZ_2002.pdf
administração pública. RAP - Rio de Janeiro 46(3):647-75, maio/jun. 2012. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122012000300002&lng=en&nrm=iso&tlng=p
AUN, Marta Pinheiro. Capacitação de recursos humanos na área de informação tecnológica. Ci. Inf., Brasília, v. 25, n. 1, p.43-46, jan./abril 1996. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/506/459
AZEVEDO, Ana Luísa Vieira de . Uso das estatísticas criminais e planejamento das atividades policiais: um estudo sobre a percepção dos profissionais de segurança pública do estado do rio de janeiro. 2012. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10171/Tese%20Ana%20Lu%C3%ADsa%20V.%20de%20Azevedo%20Vers%C3%A3o%20Definitiva.pdf?sequence=1&isAllowed=y
CERQUEIRA, Daniel. LOBÃO, Waldir. Determinantes da Criminalidade: Arcabouços Teóricos e Resultados Empíricos. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 47, no 2, 2004, pp. 233 a 269. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/dados/v47n2/a02v47n2.pdf>. Acesso em 10 nov 2015.
DURANTE, Marcelo Ottoni. Avanços e Desafios na Implantação do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC). Disponível em :http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_iii-_avancos_e_desafios_na_implantacao_do_sistema_nacional_de_estatisticas_de_seguranca_publica_e_justica_criminal1.pdf
FERREIRA, Bilmar Angelis de Almeida. Os indicadores-chave de desempenho como aliados da análise criminal.Rev. bras. Segur. Pública. São Paulo v. 7, n. 2, 68-88 Ago/Set 2013. Disponível em: <http://www.pmdf.df.gov.br/site/images/PDF/artigo_indicadores_chave_de_desempenho_como_aliados_da_analise_criminal.pdf>. Acesso em 01 nov 2015.
L E I Nº 7.584, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2011. Dispõe sobre a reorganização do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, e da reestruturação organizacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social – SEGUP. Disponível em: http://www.segup.pa.gov.br/sites/default/files/lei-no-7.584-rest.segup_.pdf
58
LAURINDO, Fernando José Barbin. O papel da tecnologia da informação (ti) na estratégia das organizações. GESTÃO & PRODUÇÃO v.8, n.2, p.160-179, ago. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n2/v8n2a04.pdf
MUNIZ Jacqueline. Uso de força e ostensividade na ação policial. 1999. Disponível em: http://www.ucamcesec.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2011/06/Uso-de-for%C3%A7a-e-ostensividade.pdf
NETO, Paulo Mesquita. Violência policial no Brasil: abordagens teóricas e práticas de controle. 1997. Disponível em:<http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/31/Documentos/Viol%C3%AAncia%20Policial%20no%20Brasil%20%282%29.pdf >. Acesso em 30 out 2015.
PANUCCI, Laís Flávia Arfeli. Aumento da criminalidade – causas. 2004. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewFile/258/251>. Acesso em 28 nov 2015.
PEREIRA, Maria Cecilia. Tecnologia da informação, cultura e poder na polícia militar: uma análise interpretativa. 2006. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=323228063009
Programa de modernização integrada do ministério da fazenda. Disponível em: <http://www.pmimf.fazenda.gov.br/frentes-de-atuacao-do-pmimf/riscos/arquivos_para_download/pmimf_-11092014-v1-2.pdf>. Acesso em 28 nov 2015.
ROLIN, Marcos. Caminhos para a inovação em segurança pública no Brasil. 2006. Disponível em: http://www.horia.com.br/sites/default/files/documentos/caminhos_inovacao_seg_br.pdf
ROSA , Aurélio José Pelozato da. O emprego da realidade virtual no treinamento policial para o enfrentamento de criminosos com ênfase nos chamados encontros mortais: uma abordagem baseada na teoria geral de sistemas. 2014. Disponível em: <http://www.pm.sc.gov.br/fmanager/pmsc/upload/ccsnoticias/ART_ccsnoticias_2014_03_27_174236_dissertaca.pdf> . Acesso e 01 nov 2015.
ROSA, Hamilton Pacheco da. Políticas e estratégias de Comando da Polícia Militar de Santa Catarina e a gestão acadêmica do curso de formação de oficiais, 2004. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/87883/207308.pdf?sequence=1
SANDES, Wilquerson Felizardo. Uso do biofeedback no treinamento policial. Rev. bras. segur. Pública, São Paulo v. 7, n. 1, 166-180 Fev /Mar 2013. Disponível em: <http://revista.forumseguranca.org.br/index.php/rbsp/article/viewFile/210/137>. Acesso em 01 nov 2015.
SILVEIRA, Roberto Martins da. Diretrizes para implantação da gestão do conhecimento no Centro de Ensino da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina – CEPM. 2013. Disponível em: <http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2014/01/Roberto-Martins-da-Silveira.pdf>. Acessso em 30 out 2015.
SOARES, Luiz Eduardo. A Política Nacional de Segurança Pública: histórico, dilemas e perspectivas. Estudos Avançados 21 (61), 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n61/a06v2161.pdf>. Acesso em 30 out 2015.
59
STASSUN , Cristian CaêSeemann. FILHO , Kleber Prado. Geoprocessamento como prática biopolítica no governo municipal. Rev. Adm. Pública — Rio de Janeiro 46(6):1649-69, nov./dez. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rap/v46n6/a11v46n6.pdf> . Acesso em 01 nov 2015.
TASCA, Jorge Eduardo. A avaliação de programas de capacitação: um estudo de caso na
TEIXEIRA, Paulo Augusto Souza. Processos de treinamento no uso da força para policiais militares da Região Sudeste: uma análise preliminar. 2008. Disponível em:<http://www.esteio.rs.gov.br/documents/SMSMU/Revista%20de%20Seguranca%20Publica/REVISTA%20DE%20SEGURANCA%20PUBLICA%204.pdf>. Acesso em 30 out 2015.
THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. A relação entre Produtividade do Trabalho e Capacitação: um Estudo de Caso nas Organizações Militares do Sistema de Telemática do Exército Brasileiro. FGV.2011. Disponível em<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9284/Artur_Chaves_Tourinho.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 01 nov 2015.
TUTORIAL ACESSANDO O SIGPOL. Disponível em: <http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Acessando_o_SIGPOL.pdf>. Acesso em 10 nov 2015.
TUTORIAL MÓDULO BAPM. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_BAPM.pdf
TUTORIAL MÓDULO DOCUMENTOS. Disponível em: <http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Documentos.pdf>. Acesso em 01 nov 2015.
TUTORIAL MÓDULO PESSOAL. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Pessoal_v_1_1.pdf
TUTORIAL MÓDULO PROTOCOLO. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/tutorialprotocolo.pdf
TUTORIAL MÓDULO SISTEMAS. Disponível em: http://www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/TUTORIAL_Modulo_Sistema.pdf
60
ANEXOS
TÉCNICA DA ENTREVISTA ENTREVISTA Nº_____________
PROJETO DE PESQUISA: “A utilização do Sistema SIGPOL oferece possibilidades de planejamento de capacitações e treinamentos para o efetivo do 14º BPM/ Barcarena? ”
AMOSTRA: 04 Oficiais e 10 Sargentos 54 Cabos e Soldados do 14º BPM.
I – DADOS GERAIS:
- PESQUISADO: ________________________________________________________________________
- POSTO OU GRADUAÇÃO__________ FUNÇÃO_____________TEMPO DE SERVIÇO NA PMPA_________
- TEMPO DE SERVIÇO NO 14º BPM_________________ DATA DE NASCIMENTO____ / ______ / _______
- NIVEL DE ESCOLARIDADE:___________________ LOCAL E DATA DA PESQUISA: ____ / ______ / _______
II – ROTEIRO DA ENTREVISTA:
3.1. Você conhece o Sistema SIGPOL (Sistema de Gestão Policial), da PMPA (Polícia Militar do Pará)?
( ) SIM
( ) NÃO
3.1.1. Em caso positivo informe se já acessa com senha própria, e se utiliza o mesmo para auxiliar nas atividades fim e meio que desempenha no 14º BPM, como teve acesso ao mesmo e se foi capacitado para utiliza-lo, ou se procurou tal conhecimento por interesse próprio.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.2. Saberia explicar da importância do Sistema SIGPOL para a Instituição, isso sob sua ótica particular?
( ) SIM
( ) NÃO
3.2.1. Em caso positivo descreva, com suas palavras, essa importância.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
61
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.3. Sobre treinamentos e capacitações, você já participou de algum nos anos de 2014 e 2015?
( ) SIM
( ) NÃO
3.3.1. Em caso positivo, qual foi (descreva o mesmo) e em que período, e se foi relevante nas ações que desempenha seja na atividade fim (policiamento ordinário propriamente dito em suas várias formas : a pé, em bicicletas, motos, carros utilitários, montado, com cães, helicópteros e outros), ou meio (atividades de logística como gestão de pessoal, inteligência, secretaria, material planejamento e outros) da instituição.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.4. Saberia dizer que sente condições de aplicar o que foi ensinado nas capacitações e treinamentos, nas atividades meio e fim da instituição?
( ) SIM
( ) NÃO
3.4.1. Em caso positivo, descreva se atuou melhor depois das capacitações ou treinamentos nas atividades fim e meio da instituição.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.5. Quando as capacitações e treinamentos ocorrem, essa decisão de aplicar ao efetivo, é explicada pelo Comando da 14º BPM da sua necessidade?
( ) SIM
( ) NÃO
3.5.1. Em caso positivo, que tipo de informação ele fornece para justificar a capacitação ou treinamento (dados de sistema, estatísticas, ordens vindas do escalão superior, enquete com o próprio efetivo, demandas vindas da sociedade local ou outros).
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.6. Você saberia dizer se as Tecnologias de Informação e Comunicação, TICs, são realmente aliadas para a melhora do serviço policial como um todo, seja na atividade fim ou na atividade meio?
62
( ) SIM
( ) NÃO
3.6.1. Em caso positivo, descreva como você vê a relação de Tecnologia de Informação X Treinamento X Melhora nas ações policiais da atividade fim e atividade meio.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.7. No caso do uso progressivo da força, você já passou por ocorrências em que precisou usar técnicas de verbalizações, de imobilizações com uso ou não de equipamento (tonfa, algema ou outro), e até uso da arma de fogo durante tais ocorrências?
( ) SIM
( ) NÃO
3.7.1. Em caso positivo, quantas técnicas e quais utilizou.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.8. Ainda sobre o uso progressivo da força, você se sentiu preparado, seguro para agir utilizando as técnicas mencionadas?
( ) SIM
( ) NÃO
3.8.1. Em caso positivo ou negativo, descreva o porquê.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.9. Com relação ao domínio da legislação vigente, você já passou por situações onde o conhecimento dessas leis foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, argumentar com as partes envolvidas na ocorrência e convence-las de qual seria o caminho correto a seguir, baseado nessas leis?
( ) SIM
( ) NÃO
3.9.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento por formação, por capacitação ( treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.
63
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.10. Com relação ao domínio de técnicas de imobilizações sem uso de equipamentos (mãos livres), você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, imobilizou pessoas envolvidas na situação, usando essas técnicas?
( ) SIM
( ) NÃO
3.10.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.11. Com relação ao domínio de técnicas de imobilizações com uso de equipamentos (tonfa, algemas ou outros), você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, fez uso de equipamentos (tonfa, algemas ou outros) na condução da ocorrência?
( ) SIM
( ) NÃO
3.11.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento de uso de equipamentos por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação, ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.12. Com relação ao domínio de técnicas no uso de armas de fogo, você já passou por situações onde o conhecimento dessas técnicas foi necessário para condução da ocorrência, ou seja, fez uso de arma de fogo na condução da ocorrência?
( ) SIM
( ) NÃO
3.12.1. Em caso positivo, descreva se tinha esse conhecimento de uso de armas de fogo por formação, por capacitação (treinamento não dado na formação), ou por interesse próprio (aprendido fora da instituição). Descreva também como conduziu a ocorrência.
64
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
III – INFORMAÇÕES ADCIONAIS: (Caso considere necessário use este espaço para completar suas informações sobre o assunto):
_____________________________________________________________________________________
65