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Colégio Visconde de Porto Seguro Unidade II Nome: ______________________________________________________ 1-4 _______ Data: ___/____/2010 Atividade de Estudos - Língua Portuguesa - 2010 Conversa de sonho Lua cheia. Muito calor. Sede. Levantei para tomar água. Quase esvaziei a moringa. Olhei pela janela. Na aldeia, quando cai a noite, a paisagem muda totalmente. Durante o dia, as crianças correm para todo lado, é tanta brincadeira, conversa, risada, homens chegando com a pesca, mulheres fazendo beiju. Meu nome é Sulami. Aqui em casa todo mundo só me chama de Katy. Sou uma potiguara. Nossa aldeia fica perto de uma pequena cidade de pescadores chamada Baía da Traição, no litoral da Paraíba. Toda madrugada os ruídos da mata e do mar compõem uma espécie de música que enche meu coração de muita paz. Mas, naquela noite tão iluminada, eu estava assustada. O pesadelo tinha sido tão vivo, que saltei fora da esteira, sentindo meu corpo gelado em pleno verão. Eu havia sonhado com uma imensa bola de fogo que caminhava no meio da floresta. Dentro dela havia alguém em profundo sofrimento. A

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Page 1:  · Web viewToda madrugada os ruídos da mata e do mar compõem uma espécie de música que enche meu coração de muita paz. Mas, naquela noite tão iluminada, eu estava assustada

Colégio Visconde de Porto Seguro Unidade II

Nome: ______________________________________________________ 1-4 _______

Data: ___/____/2010

Atividade de Estudos - Língua Portuguesa - 2010

Conversa de sonho

Lua cheia.

Muito calor.

Sede.

Levantei para tomar água.

Quase esvaziei a moringa.

Olhei pela janela.

Na aldeia, quando cai a noite, a paisagem muda

totalmente.

Durante o dia, as crianças correm para todo lado, é tanta brincadeira, conversa, risada,

homens chegando com a pesca, mulheres fazendo beiju.

Meu nome é Sulami.

Aqui em casa todo mundo só me chama de Katy.

Sou uma potiguara.

Nossa aldeia fica perto de uma pequena cidade de pescadores chamada Baía da

Traição, no litoral da Paraíba.

Toda madrugada os ruídos da mata e do mar compõem uma espécie de música que

enche meu coração de muita paz.

Mas, naquela noite tão iluminada, eu estava assustada. O pesadelo tinha sido tão vivo,

que saltei fora da esteira, sentindo meu corpo gelado em pleno verão.

Eu havia sonhado com uma imensa bola de fogo que caminhava no meio da floresta.

Dentro dela havia alguém em profundo sofrimento. A bola aproximava-se de mim, eu ficava

paralisada, mas era um fogo diferente, um fogo que não queimava o corpo, mas que feria a

alma como se fosse capaz de matar.

De repente, ouvi alguém falando baixinho.

Virei-me rapidamente.

Mas era só Nahuri, meu irmão caçula, que murmurava durante o sono.

Deitado na esteira ao lado da minha, ele era tão bonito de se ver...

Olhei para o céu.

Sempre reparo numa estrela que brilha mais forte do que todas as outras.

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Muita gente diz que sou bonita como uma estrela.

Eu não sei, não.

Minha mãe é tão linda... Eu sou magra demais.

Mas eu queria que isso fosse verdade.

Eu queria muito ser uma cunhana taigã.

Na língua tupi cunhana taigã quer dizer “moça brilhante”.

Meu avô diz que a beleza da mulher deve ser como uma luz no escuro atraindo

admiração e amor.

Meu avô conta histórias como ninguém.

Estava com muito sono. “Melhor voltar a dormir”, pensei.

Foi nisso que meu irmãozinho despertou. Assustado, chorando de medo:

– Katy, alguém enfiou um pesadelo na minha cabeça...

Eu o abracei com carinho e lhe pedi que me contasse o sonho.

– Eu estou com medo porque sonhei com um fantasma tão grande, uma bola de fogo

que era redonda como uma batata gigante. A bola me perseguia e uma voz grossa me dizia:

“Eu sou o Batatão Assombração!”

– Ah, é só isso, Nahuri? – eu disse rindo. – Pra que ter medo, então?

– Você não tem medo de fantasma, Katy?

– Claro que não! Ainda mais se for fantasma de batata!

– Mentira! Todo mundo tem medo de assombração! Você está mentindo, eu te conheço,

Katy.

– Tá certo, você tem razão, e quero te contar uma coisa secreta, mas antes você me

promete que não ficará com medo de novo. Certo?

– Prometo – ele respondeu, com os olhos escuros pregados no meu rosto.

– Eu também tive um pesadelo horrível.

– De assombração?

– É isso mesmo.

– Com a batata que vira uma bola de fogo e nunca morre?

– Com uma bola de fogo sim, mas olha que engraçado: nós dois tivemos um pesadelo,

nós dois sonhamos com bolas de fogo. Viu só?

– É conversa de sonho, não é?Meu lugar no mundo, de Sulami Katy com participação de

Heloísa Prieto e Daniel Munduruku. São Paulo: Ática, 2004.

Vocabulário:beiju= bolinho achatado de massa de tapioca ou mandioca, do qual há muitas espécies.

potiguara= indivíduo que faz parte do povo indígena que fala a língua tupi e habita a

costa da Paraíba.

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Estudo do vocabulário

1) Procure no dicionário o melhor significado para as palavras sublinhadas, conforme o texto.

Reescreva as frases.

a) “Eu havia sonhado com uma imensa bola de fogo que caminhava no meio da floresta.”

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

b) “Sempre reparo numa estrela que brilha mais forte do que todas as outras.”

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Estudo do texto

Responda as questões abaixo com informações do texto:

1) Quem narra a história “Conversa de sonho”?

____________________________________________________________________________

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2) Trata-se de um narrador-observador ou narrador-personagem? Comprove sua resposta com

uma frase do texto.

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3) De qual povo a personagem Sulami faz parte? Onde seu povo mora?

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4) Que atividades são realizadas por crianças e mulheres desse povo?

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5) Sulami relata algumas situações ocorridas com ela. Qual é o principal episódio narrado?

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6) Que levou Sulami a levantar da esteira?

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7) Que impediu de voltar a dormir?

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8) Numere de 1 a 5 os fatos em que aparecem no texto:

( ) Ouviu alguém falando baixinho durante o sono.

( ) Sulami levantou para tomar água.

( ) Sulami disse a seu irmão que os dois tiveram sonhos parecidos

( ) Ele contou seu sonho a Sulami.

( ) Nahuri despertou assustado.

9) Releia a pergunta de Nahuri:

“– É conversa de sonho, não é?”

Que Nahuri quis dizer ao fazer essa pergunta?

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____________________________________________________________________________

Estudo da língua

1) Reescreva a frase acima:

a) Passando para o plural:

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

2) Leia o parágrafo abaixo e retire dele o que se pede:

“Deitado na esteira ao lado da minha, ele era tão bonito de se ver...”

.”

“Mas era só Nahuri, meu irmão caçula, que murmurava durante o sono.

Deitado na esteira ao lado da minha, ele era tão bonito de se ver...

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a ) Um substantivo próprio: ______________________________________________________

b ) Um substantivo comum: ______________________________________________________

c) Um adjetivo: _______________________________________________________________

d) Três verbos: _______________________________________________________________

3) Complete a cruzadinha com atenção: