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CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA ESALQ A FORMAÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS Observações do PET Biotecnologia Agrícola Piracicaba 15/05/2013 1

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CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA ESALQ

A FORMAÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS Observações do

PET Biotecnologia Agrícola

Piracicaba15/05/2013

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COLABORADORESParticiparam em diferentes etapas desse trabalho os estudantes bolsistas do

PET Biotecnologia Agrícola envolvidos com a atividade: “A formação do Engenheiro Agrônomo”.

Como consta do Relatório Anual de Atividades de 2010: “Esta atividade foi realizada com o objetivo de aprofundar o conhecimento em relação à área de atuação do Engenheiro Agrônomo e do curso de Engenharia Agronômica, com base em documentos específicos”. Dessa forma, realizaram-se estudos dirigidos com documentos relacionados à formação do Engenheiro Agrônomo, sendo que estes documentos foram estudados, analisados e discutidos em grupo. Além disso, foi elaborado um questionário enviado aos ex-alunos do Curso de Engenharia Agronômica de diferentes anos de formatura, com perguntas oriundas dos estudos e discussões do grupo sobre o tema. Os referidos documentos foram: - Resolução Nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, Regulamentação das atribuições do Engenheiro Agrônomo e de outras profissões, pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA);- Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ;- Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia- Resolução Nº 1, de 2 de fevereiro de 2006”.

Colaboraram para a redação final deste documento do PET Biotecnologia Agrícola

Os estudantes bolsistas:

Diogo Luis de Souza Nalle __________________________________________

Guilherme Antônio Ferrari Scudeller _________________________________

Jammer Adam Collange Cavalcanti __________________________________

Luís Gustavo Mendes _____________________________________________

Os estudantes não bolsistas:

Karine Vitti ______________________________________________________

Kênia Santos _____________________________________________________

O tutor do PET Biotecnologia Agrícola

Prof. Dr. Flavio Cesar Almeida Tavares _________________________________

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SUMÁRIO

1. RESUMO................................................................................. 012. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................... 013. ASPECTOS EM ANÁLISE....................................................... 044. APRECIAÇÃO GERAL............................................................ 075. FORMAÇÃO E ATRIBUIÇÕE PROFISSIONAIS..................... 116. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E ANÁLISE DO

PPP DE OUTROS CURSOS.................................................... 187. DISTRIBUIÇÃO DE DISCIPLINAS POR DEPARTAMENTOS

E A QUESTÃO DOS PRÉ-REQUISITOS.................................. 228. MOBILIDADE INTERNACIONAL....................................................... 369. TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO (TCC).......................... 41

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA ESALQOBSERVAÇÕES

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1. RESUMO

Apresentam-se observações sobre o Currículo e o Projeto Político Pedagógico do Curso frente aos objetivos da formação e das atribuições profissionais. As disciplinas abrigadas no Currículo implicam em dificuldades de melhor organização, seja pelo seu número excessivo e outros motivos. Principalmente, há carências quanto à distribuição de conteúdos para atender as demandas de formação global, das áreas de concentração, dos estágios, do intercâmbio internacional, do trabalho de conclusão do curso (TCC) e das atribuições profissionais. Teme-se o agravamento dos problemas o que requer maior envolvimento dos Departamentos e da Congregação da ESALQ, visto que a Coordenação do Curso, se isolada, não tem condições de atender aos requisitos pedagógicos previstos em lei e atender às demais demandas do campo profissional. Isto justifica levar estas considerações à apreciação da Diretoria, esperando desta forma contribuir para a melhoria do Curso e em atendimento aos objetivos do PET.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

Tendo em vista o objetivo do que se apresenta nessa oportunidade, cabe esclarecer qual a motivação e qual o papel do PET Biotecnologia Agrícola ao apresentar uma visão do Curso, visando contribuir para estudos mais completos e futuras decisões.

Para situar o envolvimento do PET Biotecnologia Agrícola, cabe ressaltar a diferença básica entre o Programa de Educação Tutorial (PET) e outros programas de tutoria (ou mentoria), ou o que se denomina simplesmente como grupo de estudos: o PET representa uma política de Estado que fomenta a criação e manutenção de grupos de educação tutorial em cursos de graduação, visando sua melhoria.

O atualmente o PET é regido pelo disposto na Lei nº 11.180 de 23/09/2005, que vem recebendo seu ordenamento por varias portarias, a mais recente a Portaria MEC n0 976, de 27/07/2010, alterada pela Portaria n° 343, de 24/04/2013, bem como pelas demais disposições legais aplicáveis nas universidades e as normas específicas para os PET abrigados na USP.

O ordenamento legal define que o PET constitui-se em programa de educação tutorial desenvolvido em grupos organizados a partir de cursos de graduação das instituições de ensino superior do País, buscando propiciar aos alunos, sob a orientação de um professor tutor, condições para a realização de atividades extracurriculares, que complementem a sua formação acadêmica. Procura-se atender mais plenamente às necessidades

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do próprio curso de graduação e/ou ampliar e aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade curricular, esperando proporcionar uma melhoria da qualidade acadêmica dos cursos de graduação apoiados pelo PET (Manual de Orientações Básicas do PET, MEC, 2005).

A Universidade de São Paulo foi uma das três primeiras universidades a abrigar o PET (originalmente “Programa Especial de Treinamento”) quando criado na CAPES, em 1979, para estimular estudantes ao envolvimento com a pós-graduação. Portanto, a USP acompanha a trajetória do Programa desde sua criação com iniciativas próprias, como é o caso do processo pioneiro de institucionalização do PET.

A CAPES decidiu interromper o programa em 1999, apesar de muito bem avaliado por consultores independentes recrutados pela mesma. Diante das dificuldades inerentes a essa decisão, em 18/10/2001, o Conselho de Graduação/USP aprovou a proposta de institucionalização do PET na USP, formulada pelos tutores dos

PET Biotecnologia Agrícola (Prof. Flavio Cesar Almeida Tavares), de Engenharia de Automação e Sistemas (Prof. Lucas Antônio Moscato) e de Odontologia (Prof. Eduardo Batista Franco).

Iniciou-se uma nova fase pedagógica do Programa na USP que, conforme as diretrizes assentadas em Ata do CoG/USP:

“deverá propiciar aos alunos condições para a realização de atividades extracurriculares, procurando atender mais plenamente às necessidades do próprio curso de graduação e/ou ampliar e aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade curricular.”

Na ESALQ, foram criados 3 PET pela CAPES nos idos de 1988, que estão ativos até o presente. Para atender aos objetivos gerais do PET, a partir de 2008, a Comissão de Graduação da ESALQ indicou que esses Programas deveriam se vincular, prioritariamente, ao respectivo curso com maior identificação. O PET Biotecnologia Agrícola, passou a priorizar atividades voltadas ao Curso de Engenharia Agronômica.

Coerente com os fatos expostos e com objetivos que caracterizam a atividade desse programa de estado para a graduação, desde 2009 o PET Biotecnologia Agrícola faz constar em seu Projeto de Políticas e Diretrizes Pedagógicas e expressamente em seu Planejamento Anual de Atividades o Projeto Geral: O futuro do Engenheiro Agrônomo, orientado a definir o que é “Ser Engenheiro Agrônomo e para que”, abordando a cada ano diferentes aspectos da formação e do campo profissionais. O Planejamento Anual é submetido à aprovação da CoCEA, da Comissão de Graduação da ESALQ, do Comitê Local de Acompanhamento (CLA) da Pró-Reitoria de Graduação/USP e em seguida do MEC, onde com mais o

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Relatório Anual de Atividades, compõe os documentos básicos de avaliação na USP e no MEC, havendo também visitas in loco.

O PET Biotecnologia Agrícola veio a ser convidado a participar das reuniões da CoCEA, a partir do ano de 2012, ano que deixou de participar desta, o seu tutor.

O convite honroso foi bem recebido e aceito, tendo em vista o objetivo de colaborar com os trabalhos pela melhoria do curso e ponderando que essa participação, sem direito a voto, seria facultada pelas normas regimentais da USP e por não caber qualquer equívoco quanto à representação regimental discente. Aliás, o convite ensejou gestão da parte do PET Biotecnologia Agrícola junto à representação discente da ESALQ para esclarecer e dirimir dúvidas sobre o porquê da participação nesta CoCEA.

3. ASPECTOS EM ANÁLISE

O Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ é um dos mais destacados do País. Dispõe infraestrutura, administração competente, recursos humanos e materiais de elevado nível que contribuem para o seu reconhecimento nacional e internacional. São muitos os fatores que chamam atenção e que propiciam a formação de qualidade.

Contudo, aparentemente é de consenso que o Curso poderia ser ainda melhor, considerando a riqueza existente e os fatores estratégicos envolvidos.

Sabe-se que é mais difícil melhorar aquilo que já é bom e isso poderia representar resistências a iniciativas, mas diante da complexidade do assunto, há vários fatores que demandam ampla atenção colegiada ao se apresentar propostas nessa direção. As matérias referentes ao Curso inicialmente devem ser apreciadas pela CoCEA, que as pode aceitar, modificar e rejeitar a depender do entendimento de seus membros quanto às normas e interesses relativos ao Curso.

Contudo, pela dimensão e implicações envolvidas em um trabalho pela melhoria do Curso, seja, por exemplo, uma revisão do Projeto Político Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ, como de outro qualquer da USP, não pode ser restrito ao ambiente da Coordenação do Curso, já que suas decisões dependem de outras instâncias (Res. CoG N0

3740, de 25/09/1990, Res. CoG Nº 5500, de 13/01/2009, Alterada pela Resolução N0 6103/2012).

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Os PPP, em geral, dependem do apoio da comunidade acadêmica e da sua administração, dos colegiados presididos pelo Diretor e Chefias Departamentais.

As CoCs, portanto, dependem de diretrizes e decisões emanadas da

Congregação (Regimento, Art. 39, Inc. III, IV, V), de sua Comissão de Graduação (Estatuto, Arts. 48 e 64; Regimento, Art. 85 Par. Único) e dos Departamentos (Estatuto, Arts. 52 e 54).

Tal ordenamento, antes que suscitar desânimos ou inibição de iniciativas, já que as CoCs não podem decidir isoladamente sobre tudo, o ordenamento a qual está submetida pode revelar uma adequada metodologia de trabalho a ser seguida, pois precisam contar com o imprescindível apoio dos colegiados e administradores para com propostas de revisão do Projeto Político Pedagógico.

Diante desse ordenamento administrativo, tem-se por premissa que a questão envolve a CoCEA, os Departamentos e a Congregação da ESALQ.

Ao tentar sistematizar a abordagem desse assunto, considerando que para obter o diploma de Engenheiro Agrônomo na ESALQ o estudante deve completar 280 créditos, sendo 210 em disciplinas essenciais e 70 em disciplinas optativas, como consta do Projeto Politico Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica, o qual merece respeito como um documento de orientação acadêmica onde constam, dentre outros elementos, o currículo.

O Currículo entendido com o significado de “um caminho a ser percorrido” é uma proposta educacional feita por uma instituição que se responsabiliza por sua fundamentação, implantação e avaliação.

O currículo deve atender a normas pedagógicas e legais para que os cursos sejam reconhecidos e validados, sendo que nesse sentido, prioritariamente deve observar as Diretrizes Curriculares Nacionais, dentre outras normas, como veremos adiante.

Por esses motivos, seria importante ao fazer a abordagem analítica de alguns aspectos do currículo e do Projeto Político Pedagógico do Curso, reconhecer que se

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trata de documento comprometido com a proposta pedagógica a ser executada (LDB, Art. 12) e que é capaz de definir o processo de organização e referencial do Curso. Caberia, portanto, ser considerando:

a) como as disciplinas criadas na ESALQ contribuem para atender ao Objetivo Geral e aos Objetivos Específicos do Curso; à formação do Perfil desejado para o egresso, à sua Missão; aos Estágios Supervisionados, Profissionalizantes e Vivenciais; às Áreas de Concentração, ao Programa de Internacionalização (considerando as estruturas curriculares formatadas a partir do Processo de Bolonha) e ao Trabalho de Conclusão do Curso;

b) como é a distribuição dos conteúdos disciplinares, indicando o que falta e o que é atendido, quanto às Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de graduação em Engenharia Agronômica, em particular com referência ao Artigo 7º da mesma, que distribui os conteúdos curriculares em três núcleos integrados: núcleo de conteúdos básicos; núcleo de conteúdos básicos essenciais; núcleo de conteúdos específicos;

c) de que forma as atribuições Confea/Crea são contempladas pelas disciplinas, pois sendo o Curso profissionalizante, haveria a considerar o ordenamento da atividade profissional (o sistema atual de atribuições profissionais se baseia no Curso de Engenharia Agronômica da UFV);

d) como são elaborados e estruturados os PPP de outros cursos de Engenharia Agronômica, para fins de comparação e por ser instrumento de fundamental importância para qualquer curso como manda a Lei.

e) como cada Departamento se dedica ao Curso, listando-se as disciplinas sob sua responsabilidade, e relações com a pós-graduação;

f) quais as disciplinas oferecidas pelo CENA poderiam ser cursadas, prevendo sua adequação frente aos conteúdos disciplinares oferecidos na ESALQ;

g) considerar como os problemas em sala de aula são afetados pela organização do Curso.

Tendo em vista esses aspectos é que nos propomos a apresentar uma visão parcial sobre a organização do Curso, esperando com isto, levantar algumas questões sabendo que todas demandam estudos mais aprofundados.

4. APRECIAÇÃO GERAL

O Curso de Engenharia Agronômica possui um Currículo que vem agregando disciplinas implantadas há muitos anos, antes pelas Cátedras e depois pelos Departamentos. Em pouco mais de um decênio, seu número foi

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consideravelmente ampliado e essa situação de saturação de disciplinas, se complica ainda mais porque muitas dessas disciplinas mantêm conteúdos parecidos.

O currículo saturado aparentemente revela uma estrutura ainda atrelada aos antigos currículos mínimos, com grande número de disciplinas obrigatórias geralmente presas a vários pré-requisitos. Praticamente nesse formato, o atual currículo foi herdado pelo vigente Projeto Politico Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica, observando-se que é bem mais recente (a partir de 2009), a criação de algumas disciplinas por iniciativa da Coordenação do Curso, que meritoriamente tralhou também na distribuição de pré-requisitos de algumas disciplinas.

Essa estrutura de currículo mínimo consideravelmente ampliado se constitui antes em verdadeira prisão curricular que, praticamente, impede o livre cursar de disciplinas optativas, como reclamam os estudantes. Pior que isso, poucas disciplinas optativas são cursadas por número expressivo de estudantes e quando isso acontece, parece não haver um critério norteador de melhor adequação à formação profissional, mas com frequência em função de facilidades de aprovação.

Em síntese, não há um direcionamento pedagógico para a escolha das disciplinas, sendo o Projeto Político Pedagógico desconhecido da maioria e parece apenas atender à regularização da situação do Curso, quando é minimamente revisto em prazos estipulados pela USP.

O elevado número de créditos exige pelo menos cerca de 30 créditos semestrais para o êxito em concluir o curso em 10 semestres. Isso significa uma carga horária estimada de 45 horas semanais, pelo menos. A carga horária pode ainda ser maior em alguns casos onde se exigem atividades que, na prática, deveriam ser computadas para esse fim, lembrando que são consideradas oito atividades previstas no Regimento Geral (Art. 65) para a atribuição de créditos.

Os Departamentos que criaram a maior parte das disciplinas de graduação poderiam fazer sua revisão observando as atividades passíveis de atribuição de créditos em disciplinas de graduação, como dispõe o Regimento Geral (Art. 65), ou usando o mesmo princípio de atribuição de créditos que faz para suas disciplinas de cursos de pós-graduação, onde há considerável tempo para atividades extraclasse.

A elevada fragmentação de conteúdos parece revelar que várias disciplinas apresentam conteúdos similares e elevado grau de

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sombreamento de conteúdos em vários casos, tanto em disciplinas dentro, como disciplinas entre departamentos.

Onde deveria haver uma ligação concatenada de conteúdos para de fato representar uma matriz modular de conteúdos disciplinares, coerente com o significado definido na construção do Projeto Político Pedagógico, aparentemente há somente uma grade superavitária de disciplinas aleatoriamente distribuídas.

Ainda, é importante considerar que para organizar o currículo em matrizes modulares de conteúdos não se prescinde da interpretação adequada das Diretrizes Curriculares Nacionais do sejam disciplinas de núcleo básico, profissionalizantes e específicas. Aparentemente a distribuição das disciplinas no currículo atual parece estar orientada no sentido de formar de uma “pirâmide de conhecimentos acumulados”, primeiro ministrando as disciplinas do núcleo básico, em seguida as profissionalizantes e, por último, as profissionalizantes específicas.

Dessa forma, ainda se carece de definição objetiva da formação pretendida e o que se pretende com o superavitário número de disciplinas. Isso torna difícil estabelecer um ordenamento pedagógico para atender aos requisitos de um Projeto Político Pedagógico elaborado coletivamente em formato explicitado na LDB.

O Curso de Engenharia Agronômica vem se tornando pouco atraente nos semestres iniciais, o que representa um peso para os estudantes por deixar claro o sentido das disciplinas obrigatórias ofertadas nesse período, que são vistas apenas como repetitivas de conteúdos pré-vestibulares. Há ainda a considerar que é um período difícil em função da adaptação à vida acadêmica na Universidade, novas obrigações e trotes intermináveis, talvez em parte motivados pela falta uma perspectiva de formação consistente.

Assim, são poucos os bons alunos que conseguem enxergar a importância de disciplinas iniciais do curso, de seu nexo e importância para com a formação profissional. O estado de frustração se manifesta pelo menosprezo a tais disciplinas e professores, resultando em rendimento acadêmico pouco expressivo, que poderia ser muito superior, considerando a riqueza humana e material da ESALQ e as inúmeras oportunidades existentes para solidificar as bases de uma formação de alto nível.

Os estudantes acham o Curso muito teórico, com pouco espaço para aulas práticas e isso motiva buscar o aprendizado prático em intensa procura e rotatividade nos estágios nos mais de 70 grupos de extensão existentes na ESALQ, que por sua vez competem entre si pela aquisição de novos estagiários.

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Sem o devido preparo, os iniciantes são induzidos a fazer um “estágio”, seja qualquer onde encontre uma oportunidade, em geral para ver se “gosta”, mas pela falta de tempo adequado, pois o regime em sala de aula deixa apenas poucas “janelas” com escasso tempo útil, geralmente comprometem o seu aprendizado.

Além dessas questões o processo formativo não pode contribuir para a especialização precoce e pouco contribuir para a visão do curso como um todo, bem como da profissão. A elevada carga didática compromete o desenvolvimento de atividades extracurriculares e outras, como o aprendizado de línguas, informática, atividades de cultura e esporte.

Sem qualquer preparação preliminar e de forma a confiar no bom senso dos estudantes, ainda a esses se faculta a inscrição nos estágios curriculares e outros, confiando-se na iniciativa individual para o envolvimento com estágios curriculares e extracurriculares, sem o devido cuidado pedagógico institucional como também acontece quanto a Disciplina “Trabalho de Conclusão de Curso”, que oferece apenas 2 créditos no total de mais de 280 créditos atualmente exigidos.

Igualmente, remete-se ao estudante a responsabilidade individual e sem qualquer preparo preliminar, para se inscrever em Áreas de Concentração: 1. Agroindústria, Alimentos e Nutrição, 2. Biotecnologia, 3. Economia e Administração Agroindustrial, 4. Engenharia de Biossistemas, 5. Manejo Ambiental, 6. Produção Animal, 7. Produção Vegetal. Como consta do site da ESALQ: “Para solicitar a inscrição na Área de Concentração, o aluno deverá se dirigir ao SVG com o Termo de Aceite já preenchido e assinado pelo Orientador e preencher o Requerimento de Inscrição a ser encaminhado à Coordenação da Área. Após a conclusão das disciplinas, o aluno deverá retornar ao Serviço de Graduação e fazer a Solicitação do Certificado da sua Área de Concentração”.

E ainda, o que preocupa fortemente, muitos estudantes estão praticando a mobilidade internacional aparentemente sem o devido preparo e sem objetivos, exceto o desejo de viajar ao exterior.

Esses e outros aspectos demandam redobrada atenção ao Currículo e ao Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação, especialmente pelo corpo docente e os responsáveis pela organização do curso, para avaliar a desproporcional dedicação dos docentes à pós-graduação, pesquisa e assessorias extensionistas.

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Assim, os professores estão sobrecarregados por atividades que sobrepõem às obrigações para com a Graduação e parece haver um excesso de cautela para propor aos departamentos as revisões conceituais, metodológicas e materiais para a solução de antigos problemas estruturais do Curso.

Com as resoluções que ampliaram a competência das CoC na USP, haveria melhores condições de orientar os esforços para a solução dos problemas existentes.

Mas, faltando o interesse específico para assegurar que este Curso da ESALQ seja uma referência e apenas aceitando que está entre os melhores do País, tornam-se inviáveis as iniciativas isoladas, cada vez mais raras e de pouco interesse da comunidade.

A Comissão de Coordenação com pequeno número de representantes comprometidos com outros afazeres, ou por considerar seu poder de atuação ainda restrito, tende quase que somente a atender às demandas burocráticas, apesar de terem bom êxito em iniciativas que resultaram em algumas melhorias localizadas.

Pelo exposto, parece haver dificuldades ao tratar essas questões por parte dos colegiados responsáveis, a CoCEA, a Comissão de Graduação, os Departamentos e a Congregação, à qual caberia a definição de diretrizes efetivas sobre e como atender aos requisitos da renovação do Projeto Político Pedagógico do Curso e do seu reconhecimento como documento norteador do que se faz necessário para que o Curso da ESALQ seja uma referência.

5. FOMAÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS

Entendemos que a concessão de um diploma implica em reconhecimento de um estágio de formação concluído em determinado curso, no qual supostamente foram desenvolvidas competências que qualificam a pessoa formada para o desempenho de atividades profissionais. Pressupõe-se que um conjunto de conteúdos de um campo ou vários campos do saber foi organizado nesse curso, reunindo logica e pedagogicamente as disciplinas com objetividade para, progressivamente e com eficiência, construir as características dos seus diplomados associando sua formação direcionada para o desempenho de atribuições profissionais. Esta organização deve contemplar situações previamente especificadas, tendo em vista a formação generalista e as orientações que dão suporte à realização de estágios, mobilidade internacional e dupla diplomação, incluindo-se definições para o atendimento de áreas de concentração e TCC, como atualmente se propõe no Curso.

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Sendo óbvio que a formação em cursos profissionalizantes, não há como prescindir do preparo para o exercício da profissão, cabe destacar que a formação em

nível superior e as atribuições profissionais são legalmente reguladas, destacando-se dentre outras, a lei que define o Sistema Educacional (Lei 9.394/96 - Diretrizes e Bases da Educação) e a que define o Sistema Profissional (Lei 5.194/66), que tem a finalidade precípua de conferir o registro profissional para fins de fiscalização de atividades e competências profissionais.

Convém salientar que, majoritariamente saíram das IES as propostas que foram debatidas em colegiados coordenados pelo MEC e depois de apreciadas no Congresso, tornam-se objeto de leis.

A outorga de um diploma de nível superior somente pode ser feita

por instituições que tiveram seu curso reconhecido pelo Ministério da Educação ou por Secretarias Estaduais de Educação, respectivamente, se federal ou estadual, o que cabe minimamente observar as diretrizes curriculares específicas do curso e atender aos requisitos de qualificação do corpo docente e a adequação das instalações para os fins a que se destinam.

As diretrizes curriculares, que vieram a substituir os currículos mínimos, foram elaboradas a partir de definições feitas pelas escolas e faculdades que indicam representantes dos cursos superiores da área, o mesmo acontecendo para com as atribuições profissionais. A ESALQ teve participação nesse processo!

As diretrizes, com o devido ordenamento legal, servem de base para nortear a estruturação de cursos em nível nacional. Assim, também, as normas reguladoras para fins de acreditação e fiscalização profissional. De fato, consta em Lei que cabe às Congregações das escolas e faculdades de Engenharia, Arquitetura e Agronomia indicarem ao Conselho Federal, em função dos títulos apreciados através da formação profissional, em termos genéricos, as características dos profissionais por elas diplomados (Lei n° 5.194/1966, Art. 10).

Cabe destacar ainda que o Plano Nacional de Graduação (PNG) que tem origem no âmbito do FORGRAD e aprovado no MEC estabelece princípios para

nortear as atividades de graduação nas IES, ao mesmo tempo em que apresenta diretrizes, parâmetros e metas para o seu desenvolvimento concreto.

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O PNG considera que o Projeto Pedagógico é o instrumento balizador para o fazer universitário, devendo, por consequência, expressar a prática pedagógica do(s) curso(s), dando direção à ação docente, discente e de gestores.

De acordo com o PNG, 1999, as IES devem reformular suas políticas de graduação procurando superar as práticas vigentes derivadas da rigidez dos currículos mínimos, traduzida em cursos com elevadíssima carga horária, número excessivo de disciplinas encadeadas em sistema rígido de pré-requisitos, em cursos estruturados mais na visão corporativa das profissões do que nas perspectivas da atenção para com o contexto científico-histórico das áreas do conhecimento, do atendimento às demandas existentes e da indução de novas demandas mais adequadas à sociedade.

O Fórum de Pró-reitores de Graduação (FORGRAD) ressalva que as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação, devem ser orientações para a elaboração de currículos, visando assegurar às IES ampla liberdade na composição da carga horária a ser cumprida; apontar apenas indicações de tópicos ou campos de estudo e demais experiências de ensino-aprendizagem, evitando ao máximo a fixação de conteúdos específicos com cargas horárias pré-determinadas; diminuir a duração dos cursos e incentivar uma sólida formação geral, permitindo variados tipos de formação e habilitações diferentes em um mesmo programa (flexibilidade).

Como princípios, as Diretrizes Curriculares pretendem ainda:

- atender o perfil do formando e desenvolver competências e habilidades nos alunos;

- garantir a coexistência entre a teoria e a prática capacitando o profissional a adaptar-se a novas situações;

-revelar inter-relações com a realidade nacional e internacional, segundo a perspectiva histórica e contextualizada dos aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais utilizando tecnologias inovadoras.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia, bacharelado, deveriam ser observadas pelas instituições de ensino superior do País, mesmo aquelas estaduais ou municipais.

As Diretrizes indicam claramente às IES os componentes curriculares,

abrangendo a organização do curso, o projeto pedagógico, o perfil desejado do formando, as competências e habilidades, os conteúdos curriculares, o estágio curricular supervisionado, as atividades complementares, o acompanhamento e a avaliação bem como o trabalho de curso como componente obrigatório ao longo do último ano do curso, sem prejuízo de outros aspectos que tornem consistente o projeto pedagógico (Resolução Nº 1, de 2 de Fevereiro de 2006, Publicada no DOU de 03/02/2006,

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Seção I, pág. 31-32. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia e dá outras providências).

Essa resolução teve o prazo para sua implantação estipulado pelas instituições de educação superior, obrigatoriamente, no prazo máximo de dois anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta (ou seja, fevereiro de 2008). Aproximadamente nessa época, a ESALQ elaborou um Projeto Pedagógico do Curso, mas não se pode afirmar que esse contempla todos os requisitos definidos pelas Diretrizes Curriculares.

Assim, caberia observar que alguns dos questionamentos correntes sobre o Currículo do Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ podem ter sua origem na ausência de uma política de graduação com respeito às leis que regulamentam a educação superior.

Como antes mencionado, o Currículo entendido com o significado de “um caminho a ser percorrido” é uma proposta educacional feita por uma instituição que se responsabiliza por sua fundamentação, implantação e avaliação.

Também, o registro profissional para sua elaboração tem seus

procedimentos iniciados por uma “consulta às bases”, colhendo-se subsídios de escolas e faculdades, que são submetidos à apreciação de colegiados compostos por seus representantes.

E, sobre a regulamentação profissional, há destaques importantes a serem considerado em virtude da Resolução Confea/CREA N0 1010, de 22/08/2005.

Como foi sumarizado pelo Engo. Agro. Paulo Ricardo Dias da Silva, em A nova sistemática de definição das atribuições profissionais (Conselho em Revista, N0 44, Ano IV - Nº 44 - Abril 2008):

“A extinção do currículo mínimo, com a substituição pelas diretrizes curriculares, levou ao termino do engessamento a que estavam atreladas as Instituições de Ensino Superior”. Como exemplo podemos citar a Resolução No. 06/1984 do Conselho Federal de Educação e respectivo parecer, que estabelecia o currículo mínimo da Agronomia com as matérias e respectivas ementas, a serem seguidas por todos os cursos de Agronomia no Brasil, sendo que o mesmo ocorria com as engenharias e arquitetura, nas suas respectivas resoluções.

A Resolução 218, como considerava a formação definida pelos currículos mínimos, concedia atribuições idênticas a todos os egressos de determinado curso, com base apenas no titulo concedido e não considerando o currículo escolar efetivamente cursado, ate porque todos

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atendiam o antigo currículo mínimo, não havendo justificativa para tal analise.

As diretrizes curriculares, ao contrario do currículo mínimo, permitem autonomia e flexibilização para as instituições de ensino estabelecer a formação que será repassada aos seus egressos, acabando com o atrelamento de disciplinas e respectivas ementas.

A nova concepção de educação profissional consagrada pela LDB levou ao estabelecimento de diretrizes que definem os princípios, aspectos, perfil e núcleos de

conteúdos curriculares de cada curso, possíveis competências, habilidades e perfil desejado dos formandos.

Na Agronomia temos a Resolução N0 01 de 02 de fevereiro de 2006, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia e da outras providencias, em seu Art. 70, estabelece os núcleos de conteúdos curriculares, divididos em básicos, profissionais essenciais e profissionais específicos.

A Resolução 1.010 visa adequar a forma de definição das atribuições

profissionais à nova realidade do ensino, passando-se agora a uma sistemática de exame da abrangência da capacitação obtida no curso, para então serem concedidas as atribuições de competência pelas câmaras especializadas do Conselho. A referida analise para a concessão de atribuições levara em conta os conteúdos formativos cursados formalmente, de acordo com o perfil de formação do egresso.

Existem varias outras inovações e pontos a destacar na regulamentação do exercício profissional pela Resolução 1010, como o tratamento diferenciado para categorias distintas, tratamento igualitário para os níveis profissionais, interpenetração das modalidades e âmbitos de atuação, definição para as atividades profissionais, independência entre o titulo profissional e o titulo acadêmico, abertura para a extensão das atribuições iniciais dentro da categoria e facilidade para abranger novos títulos/campos de atuação profissional.

Como antes mencionado e com o entendimento a partir dessa

descrição, cabe salientar que adicionalmente, para complementar as exigências minimamente aceitáveis quanto ao funcionamento de cursos de Engenharia Agronômica ou de Agronomia, que se faz necessário observar atentamente a Resolução Nº 1.010, DE 22 DE AGOSTO DE 2005, que “dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional”.

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A lei e esta resolução definem normas que se encontram no cerne das questões relativas à formação e ao exercício profissional, onde se considera que a escola qualifica embasada no seu curso credenciado, ao termino do qual outorga um DIPLOMA. Ou seja, tem-se uma sistemática de exame da abrangência da capacitação obtida no curso, para então serem concedidas as atribuições de competência pelas câmaras especializadas do Conselho.

Posteriormente à etapa de formação e lidando especificamente com diplomados para fins de regularizar a atividade da profissão, cabe ao Conselho Profissional, realizar o registro do profissional no que se habilita o formando ao exercício da profissão.

Segundo a resolução, nesse processo de registro e habilitação para o exercício profissional se envolvem responsabilidades indissociáveis da ética, conjuntamente com aquelas das áreas técnica (Obediência às normas vigentes, atendo-se aos limites de suas atribuições e saber profissionais), civil (Contratual; Danos a Terceiros; Segurança; Meio Ambiente), criminal (Desabamento; Explosão; Incêndio; Intoxicação; Contaminação; Meio Ambiente), trabalhista e administrativa.

Portanto, cabe o entendimento de que quando o CREA faz o registro reconhece e atribui o Titulo Profissional ao portador de Diploma expedido por instituições de ensino, o que se pressupõe estar correlacionado com o respectivo campo de atuação profissional, em função do perfil de formação do egresso.

Chama-se atenção para o fato de que não há obrigatoriedade de identidade entre Título Acadêmico e Título Profissional a ser concedido pelo Sistema Confea/Crea (ver Resolução Nº 1.010, DE 22 DE AGOSTO DE 2005, anexo). São coisas distintas que afetam ao portador de diploma capacitado ao exercício da profissão.

A resolução 1010, de forma inovadora e para atender aos objetivos do exercício da profissão, define o campo de atuação profissional , que é a área em que o profissional exerce sua profissão em função de competências adquiridas em sua

formação e a atividade profissional propriamente dita, qual seja, a ação característica da profissão exercida regularmente.

Em suma, há que se fazer a distinção entre competência profissional (Capacidade de utilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de atividades em campos profissionais específicos, obedecendo a padrões de qualidade e produtividade), daquilo que se entende por atribuição profissional (Ato de consignar direitos e

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responsabilidades para o exercício da profissão, em reconhecimento de competências e habilidades derivadas de formação profissional obtida em cursos regulares, pelo CREA).

Estes e outros aspectos precisariam ser mais bem conhecidos e valorizados institucionalmente, haja vista que o Curso de Engenharia Agronômica da UFV foi o que forneceu os subsídios para as definições das Atribuições Profissionais do CREA, atualmente constantes de programa informatizado de classificação dos profissionais egressos das Escolas de Engenharia Agronômica ou de Agronomia.

Assim destacamos a importância de um Projeto Político Pedagógico

sintonizado com essas premissas, do qual se ressente o Curso/ESALQ.

(Em anexo, FORMAÇÃO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS - apresentação à CoCEA, em 15/06/2011).

6. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E ANÁLISE DO PPP DE OUTROS CURSOS

Observa-se que o PPEA/ESALQ deveria melhor analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais e decididamente contemplar o que consta da Resolução Nº 1.010 do CONFEA/CREA, que tem efeito de fiscalização do exercício profissional e que atinge os formandos a partir de 2012. Há necessidade de apreciar as 18 atividades referidas na resolução.

Na análise do Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ, que suprime o termo Político, temos a observar que se entende que este deve

ser político, considerando que ele não é e não deve ser imutável, necessitando ser permanentemente avaliado e aperfeiçoado, pois deve haver liberdade para atingir a educação de acordo com o dinamismo exigido na busca pela excelência e tendo em vista que o Curso da ESALQ precisa, cada vez mais, ser uma referência. (Política, a ciência das influências, negociação para compatibilização de interesses às leis, sentido da palavra que deriva da palavra grega politiká, ou seja, aquilo que diz respeito ao espaço público).

O PPP da Universidade Federal do Ceará (em anexo) relata que a formação dos futuros Engenheiros Agrônomos, não deve apenas depender dos recursos e incentivos externos, mas primeiramente, a universidade deve se incumbir de solucionar e sanar a maior quantidade de dúvidas plausíveis e segundo CAVALLET, esse modelo será tanto mais viável quanto for a sua interação com a realidade agrária e a sua sinergia com os movimentos sociais e profissionais que ali atuam.

Além disso, a UFC acredita que deva existir interdisciplinaridade através da inter-relação entre os diferentes campos que compõem o conjunto complexo de enfoques e perspectivas proporcionadoras de uma visão totalizante do conhecimento do campo agronômico, algo que a ESALQ

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também deve considerar importante e dispender um tempo discutindo sobre este assunto.

O PPP da Universidade Federal de Viçosa (em anexo) afirma que o seu curso de Agronomia é um curso eclético, visando à formação de profissionais habilitados em todos os ramos das ciências agrárias, tanto de pesquisa quanto de ensino e extensão rural, em órgãos públicos ou privados. O engenheiro agrônomo é capacitado para atuar em diversas áreas, como de Fitotecnia, Conservação e Manejo dos Solos, Controle Fitossanitário, Nutrição e Adubação, Processamento e Armazenamento de Grãos e Sementes, Melhoramento, Paisagismo e Floricultura, Topografia e Pecuária.

Observamos que o PPP/EA da ESALQ/USP parece apresentar uma visão mais restrita quando aos seus objetivos formadores e não parece indicar de que forma as disciplinas listadas no Currículo poderiam atender aos objetivos e às atribuições profissionais. Este aspecto é preocupante e merece atenção.

(Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Agronômica, da ESALQ/USP foi elaborado com o objetivo de permitir ampla capacitação técnico-científica de seus egressos na busca continua por soluções relativas à produção de alimentos, energia e fibras com a sustentabilidade necessária ao desenvolvimento da sociedade. Pretende-se também que o graduando tenha visão empreendedora e ética dos múltiplos aspectos da sustentabilidade social, econômica, cultural e ambiental, relacionados ao bom desempenho da profissão).

Embora visualizemos que os vários ramos do conhecimento são também atendidos por disciplinas oferecidas pela ESALQ, naquelas de Viçosa isto parece ser mais evidente, o que poderia explicar porque seu currículo foi utilizado como base para definir as atribuições profissionais Confea/CREA.

A UFV oferece uma matriz curricular de 3795 horas, com 238 créditos e a ESALQ, exige 280 créditos ou 4200 horas. O mínimo exigido é de 3600 horas pelas DCN, mas é importante considerar ainda como se faz a distribuição dos créditos por período, o que se apresenta nos dados a seguir.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, percebe-se um maior acúmulo de horas obrigatórias cursadas desde o 1º Semestre até o 7º Semestre na ESALQ, o que não ocorre na UFV. Há um aparente excesso de horas de disciplinas obrigatórias no começo do curso da ESALQ e como que uma inversão ao chegar no 8º Semestre. Neste, a ESALQ tem menos horas aula (cerca de 60 horas) e na UFV tem-se cerca de 350 horas. Na ESALQ as disciplinas de estágios se concentram a partir do 80 período, o que aparentemente favoreceria ao estudante da ESALQ, uma melhor adaptação ao chegar aos últimos semestres com grande parte de seus créditos completos, possibilitando maior tempo reservado para atuação em estágios.

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Disciplinas da ESALQ Disciplinas da UFV

Período Obrigatórias Optativas Obrigatórias Optativas

IdealCrédito

s HorasCrédito

s HorasCrédito

s HorasCrédito

s Horas

1º 30 450 - 17 255 **

2º 28 420 - 25 375 **

3º 32 480 - 24 360 **

4º 31 465 - 22 330 **

5º 32 480 - 23 345 **

6º 30 450 * 25 375 **

7º 28 420 * 21 315 **

8º 4 60 * 23 345 **

9º 0 0 * 19 285 **

10º 3 45 * 16 240 **

Total 218 3270 62 930 215 3225 38 570

Geral 280 4200 253 3795

Tabela 1: Comparação da oferta de disciplinas na ESALQ e na UFV por período ideal (créditos/horas).*Disciplinas optativas escolhidas de acordo com o interesse dos estudantes da ESALQ** Disciplinas optativas escolhidas de acordo com o interesse dos estudantes da UFV.

Mas, no computo geral o Curso de Viçosa exige menor carga horária que a ESALQ, que no seu PPP-EA cita que o egresso durante os cinco anos do curso interage com diferentes áreas de conhecimentos, destacando-se as que integram a pauta das principais pesquisas ligadas às ciências agropecuárias, sociais e ambientais, passando da biologia molecular aos processos de operação de modernas máquinas agrícolas rastreadas por 7 satélites, ao emprego da irradiação na conservação dos alimentos, agroenergia, biotecnologia e à administração de agronegócios via internet.

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Parece que, apesar da elevada carga horária do Curso, não se contemplam todos os aspectos da formação para atender ao perfil do profissional formado na

ESALQ, o que caberia ser mais bem explicitado. Faltam alguns conteúdos mínimos que deixam de ser contemplados, ou o são muito discretamente apresentados nas disciplinas do Curso. Caberiam ajustes e avaliar como preservar disciplinas integradoras que contribuirão para firmar competências e habilidades ao profissional, de forma que este possa se adaptar de modo flexível, critico e criativo, às novas situações a serem enfrentadas no futuro e para atender às peculiaridades locais e regionais, como consta a DCN e do que dispõe a Res. 1010.

7. DISTRIBUIÇÃO DAS DISCIPLINAS POR DEPARTAMENTOS E A QUESTÃO DOS PRÉREQUISITOS

Pensando nos motivos que poderiam justificar a perda de interesse no Curso, procuramos avaliar a distribuição numérica de disciplinas oferecidas nos cursos de Graduação e Pós-graduação, pois isso poderia indicar eventual sobrecarga das atividades docente e departamental. Evidentemente, haveria a considerar a distribuição da carga didática docente individual e não apenas a geral, a qual na média é alta.

Os departamentos da ESALQ organizaram suas disciplinas com critérios e interesses próprios, que foram em geral aceitos e aprovados pelos colegiados competentes. Contudo, pensando na criação de novos cursos e também a criação de novas Unidades, parece urgente uma revisão criteriosa a respeito, inclusive contemplando a relação do número de docentes com o número de disciplinas ofertadas.

No que se refere aos dados apresentamos maior detalhamento quanto às disciplinas de Graduação, mas em cômputo geral pode-se afirmar os números indicam haver uma maior dedicação à Pós-graduação.

Contudo, os dados mostram que há departamentos com um numero elevado de disciplinas, cabendo uma consulta mais a fundo para avaliar se somente a necessidade de criação de novos cursos na ESALQ explicam a situação e, mais

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especificamente, para saber qual a contribuição para a formação em relação aos objetivos e outras definições encontradas no Projeto Político Pedagógico do Curso.

Muitos departamentos na ESALQ lecionam disciplinas para outros cursos além da Eng. Agronômica, como o caso dos Departamentos de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), de Ciências Biológicas (LCB), de Ciências Florestais (LCF) e de Economia, Administração e Sociologia (LES).

Para melhor compreensão por parte dos estudantes, seria importante destacar quais as disciplinas efetivamente dedicadas ao Curso de Engenharia Agronômica e aquelas onde são prioritariamente aceitos os estudantes dos respectivos cursos de graduação.

Abaixo apresentamos demonstrativos da situação vigente. Nas figuras pode-se avaliar a distribuição da carga didática por departamento, onde os números consideram o total de disciplinas oferecidas para a Graduação, o número de disciplinas obrigatórias e optativas para o Curso de Engenharia Agronômica, e o número total de disciplinas destinadas à pós-graduação:

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Fig. 1 – Disciplinas do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN)

Fig. 2 – Disciplinas do Departamento de Ciência do Solo (LSO)

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Fig. 3 – Disciplinas do Departamento de Ciências Biológicas

Fig. 4 – Disciplinas do Departamento de Ciências Exatas (LCE)

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Fig. 5 – Disciplinas do Departamento de Ciências Florestais (LCF)

Fig. 6 – Disciplinas do Departamento de Economia, Administração e Sociologia.

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Fig. 7 – Disciplinas do Departamento de Engenharia de Biossistemas.

Fig. 8 – Disciplinas do Departamento de Entomologia e Acarologia

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Fig. 9 – Disciplinas do Departamento de Fitopatologia e Nematologia

Fig. 10 – Disciplinas do Departamento de Genética.

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Fig. 11 - Disciplinas do Departamento de Produção Vegetal.

Fig. 12 – Disciplinas do Departamento de Zootecnia.

Em complementação à distribuição numérica de disciplinas por

Departamentos, foi realizada uma análise superficial da questão dos Pré-

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requisitos apontados na sequencia sugerida de disciplinas obrigatórias, a partir do Sistema Júpiter WEB.

A análise de “Pré-requisitos” é importante para fornecer subsídios quanto aos objetivos da formação do estudante o que, na prática, significa prejuízos diante de uma reprovação ou quando há interesse em antecipar créditos para abreviar a conclusão do curso, ou direcionar a formação para uma área de concentração, ou para fins de mobilidade internacional, estágios curriculares e extracurriculares e elaboração do TCC.

Em análise superficial orientada do ponto de vista dos estudantes, parece que quase todos os departamentos apresentam problemas quanto aos pré-requisitos em suas disciplinas, no sentido de não se deixar claro o uso do conteúdo de uma disciplina na outra. Consequentemente, alguns pré-requisitos parecem desnecessários e, o mais importante, pode ocorrer um travamento do curso impedindo o livre cursar das disciplinas em caso de eventual reprovação. Assim, parece que a distribuição de pré-requisitos respeitaria, apenas, uma interdependência de disciplinas do mesmo departamento sem considerar os objetivos do PPP/EA.

Ainda há observações quanto a evitar o “sombreamento”, o que se entende como a situação em que conteúdos são abordados de maneira muito similar em disciplinas distintas, às vezes até de forma repetitiva. Isso também pode ser mais um fator de desmotivação, por ser interpretado como uma indesejável sobreposição de matérias.

Abaixo, com base em análise das disciplinas no sistema JúpiterWeb procura-se indicar na sequencia de disciplinas aconselhadas (obrigatórias), com destaque em negrito indicando onde não fica evidente para o estudante a necessidade de pré-requisitos.

GRADE CURRICULAR - ENGENHARIA AGRONÔMICA - ESALQ/USP – 2013

DISCIPLINAS EM SEQUÊNCIA ACONSELHADA – OBRIGATÓRIAS

1º SEMESTRE0110113(5) Introdução à Engenharia Agronômica LCB0103(5) Morfologia Vegetal LCE0108(4) Química Inorgânica e Analítica LCE0120(1) Cálculo I LES0180(1) Introdução à AdministraçãoLFN0212(1) Zoologia Geral e Parasitologia LGN0114(8) Biologia Celular LZT0100(1) Zootecnia Geral

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2º SEMESTRE

LCB0208(5) BioquímicaLCB1204(6) Botânica SistemáticaLCB0103(5) – Morfologia VegetalLCE0220(1) Cálculo IILCE0120(1) – Cálculo ILES0213(7) Fundamentos de Economia, Política e DesenvolvimentoLGN0215(8) GenéticaLGN0232 Genética Molecular (req. conjunto)LGN0232(1) Genética MolecularLGN0114(7) – Biologia CelularLSO0210(3) Geologia Aplicada a SolosLCE0108(4) – Química Inorgânica e AnalíticaLZT0313(5) Anatomia e Fisiologia Animal

3º SEMESTRE

LCB0311(4) Fisiologia VegetalLCB0208(3) – BioquímicaLCB1204(4) – Botânica SistemáticaLCE0211(6) Estatística GeralLCE0220(1) – Cálculo IILEB0200(1) Física do Ambiente AgrícolaLCE0220(1) – Cálculo IILEB0340(1) Topografia e Geoprocessamento ILFN0321(1) MicrobiologiaLGN0114(7) – Biologia CelularLSO0300(2) Química e Fertilidade do SoloLSO0210(2) – Geologia Aplicada a SolosLSO0310(1) Física do SoloLEB200(1) – Física do Ambiente Agrícola (req. conjunto)LSO0210(3) – Geologia Aplicada a SolosLZT0430(1) Nutrição AnimalLZT0313(4) – Anatomia e Fisiologia Animal

4º SEMESTRE

LAN1458(5) Açúcar e ÁlcoolLCB0208(5) – BioquímicaLCB1402(2) Ecologia VegetalLCB0311(2) – Fisiologia VegetalLEA0322(1) Entomologia GeralLFN0212(1) – Zoologia Geral e ParasitologiaLEB0450(1) Topografia e Geoprocessamento IILEB0340(1) – Topografia e Geoprocessamento ILFN0424(1) FitopatologiaLFN0321(1) – MicrobiologiaLSO0400(1) Biologia do SoloLFN0321(1) – MicrobiologiaLSO0300(2) – Química e Fertilidade do SoloLSO0410(2) Gênese, Morfologia e Classificação de Solos

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LSO0300(2) – Química e Fertilidade do SoloLSO0310(1) – Física do SoloLZT0520(1) Plantas Forrageiras e PastagensLZT0430(1) – Nutrição Animal

5º SEMESTRE

LAN1444(7) Qualidade e Processamento de Alimentos de Origem AnimalLCB0208(5) – BioquímicaLFN0321(1) – MicrobiologiaLAN2444(5) Pós-colheita e Processamento de Alimentos VegetaisLCB0311(4) – Fisiologia VegetalLEA0430(1) Pragas das Plantas CultivadasLEA0322(1) – Entomologia GeralLEB306(1) Meteorologia AgrícolaLEB0200(1) – Física do Ambiente AgrícolaLEB0332(1) Mecânica e Máquinas MotorasLEB0340(1) – Topografia e Geoprocessamento ILES0667(5) Gestão dos Negócios Agroindustriais (para ingressantes a partir de 2008)LES0180(1) – Introdução à AdministraçãoLES0213(7) – Fundamentos de Economia, Política e DesenvolvimentoLPV0448(1) FruticulturaLCB0311(4) – Fisiologia VegetalLPV0480(2) Olericultura, Floricultura e PaisagismoLCB0311(4) – Fisiologia VegetalLSO0420(2) Nutrição Mineral de PlantasLCB0311(4) – Fisiologia VegetalLSO0400(1) – Biologia do SoloLSO0526(2) Adubos e AdubaçãoLSO0400(1) – Biologia do Solo

6º SEMESTRE

LCE0602(3) Estatística ExperimentalLCE0211(5) – Estatística GeralLEB0432(1) Máquinas e Implementos AgrícolasLEB0332(1) – Mecânica e Máquinas MotorasLEB0472(1) HidráulicaLEB0200(1) – Física do Ambiente AgrícolaLEB0340(1) – Topografia e Geoprocessamento ILES0129(3) Sociologia e ExtensãoLES0213(7) - Fundamentos de Economia, Política e DesenvolvimentoLPV0582(1) Produção de Algodão, Arroz, Café e TrigoLSO0420(2) – Nutrição Mineral de PlantasLPV0584(1) Produção de Cana, Mandioca e SojaLSO0420(2) – Nutrição Mineral de PlantasLSO0660(1) Manejo e Conservação do SoloLSO0410(1) – Gênese, Morfologia e Classificação de SolosLSO0526(1) – Adubos e Adubação

7º SEMESTRE

LCF1581(2) Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas

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LCB1402(2) – Ecologia VegetalLEB0418(1) Construções Rurais e Desenho TécnicoLEB0332(1) – Mecânica e Máquinas MotorasLEB1440(3) Hidrologia e DrenagemLEB0472(1) - HidráulicaLSO0410(2) – Gênese, Morfologia e Classificação de SolosLEB1571(1) IrrigaçãoLCB0311(4) - Fisiologia VegetalLEB0306(1) - Meteorologia AgrícolaLEB0472(1) - HidráulicaLGN0313(4) Melhoramento GenéticoLGN0215(7) – GenéticaLPV0671(4) Controle das Plantas DaninhasLCB0311(4) Fisiologia Vegetal

8º SEMESTRE

LPV0580(2) Produção de Feijão, Milho e Sorgo 4 0 4 60 8LSO0420(2) - Nutrição Mineral de Plantas

9ª/10º SEMESTRE

0111000(1) Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Agronômica

Em complementação ao que se apresenta a partir dessa análise superficial, temos a considerar que esse arranjo curricular herda disciplinas criadas há muito tempo como resultado do desdobramento de matérias das antigas Cátedras, que foram reformadas em Departamentos.

A criação de disciplinas em princípio deveria atender aos objetivos do Projeto Pedagógico do Curso, onde deveria ficar evidente a contribuição de cada disciplina para atender aos objetivos da formação e em coerência com aquilo que se define como perfil do egresso. Como antes apontado, não parece ser o caso do que pretende com o Currículo do Curso, haja vista que os departamentos criam disciplinas para atender a outros objetivos como a criação de novos cursos ou por considerar supostas demandas a partir do avanço do conhecimento.

Apesar dos esforços para estruturar o Projeto Político Pedagógico do Curso, este se apresenta prejudicado por herdar um currículo basicamente ainda representando o antigo sistema de currículo mínimo e sem condições de atender aos requisitos apontados pedagógica e legalmente.

Assim, não conseguimos relacionar as disciplinas com aquilo que está disposto no o PPP/EA, especificamente com o propósito de demonstrar:

a) como as disciplinas criadas na ESALQ contribuem para atender ao Objetivo Geral e aos Objetivos Específicos do Curso; à formação do Perfil desejado para o egresso, à sua Missão; aos Estágios Supervisionados, Profissionalizantes e Vivenciais; às Áreas de Concentração, ao Programa de

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Internacionalização (considerando as estruturas curriculares formatadas a partir do Processo de Bolonha) e ao Trabalho de Conclusão do Curso;

b) como é a distribuição dos conteúdos disciplinares, indicando o que falta e o que é atendido, quanto às Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de graduação

em Engenharia Agronômica, em particular com referência ao Artigo 7º da mesma, que distribui os conteúdos curriculares em três núcleos integrados: núcleo de conteúdos básicos; núcleo de conteúdos básicos essenciais; núcleo de conteúdos específicos;

c) de que forma as atribuições Confea/Crea são contempladas pelas disciplinas, pois sendo o Curso profissionalizante, haveria a considerar o ordenamento da atividade profissional (o sistema atual de atribuições profissionais se baseia no Curso de Engenharia Agronômica da UFV).

Portanto, já que se exige periódica revisão do PPP pela Secretaria Estadual de Educação, seria interessante procurar cotejar as disciplinas com os princípios da formação pedagógica e das exigências de atribuições profissionais.

8. MOBILIDADE INTERNACIONAL

“O que a ESALQ vem fazendo, já há tempos, com referência à internacionalização efetiva, à participação de estrangeiros aqui e de brasileiros fora, a questão de duplos-diplomas e também um relacionamento intenso e este reconhecimento todo, fazem com que a ESALQ seja hoje, para as demais faculdades da Universidade de São Paulo, um exemplo a ser seguido”.

A ideia expressa acima não é apenas uma constatação dos trabalhos

realizados pelo PET Biotecnologia Agrícola nos últimos dias, mas essas palavras foram expressas pelo Reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, em abril de 2011, quando visitou a ESALQ. A laudatória afirmação não foi um ato de gentileza do Reitor, mas foi proferida a partir da consideração do trabalho que a ESALQ fez no que diz respeito à internacionalização.

Muito antes de existir o programa “Ciência sem Fronteiras” do governo federal, que hoje viabiliza a ida de estudantes de graduação e de pós-graduação para o exterior, a ESALQ já contava com seus representantes em escolas de renome mundo

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afora. Para citar um exemplo, o próprio programa de duplo-diploma com as escolas francesas citadas pelo Reitor já possui quase dez anos.

No site da Escola a localização do link para o setor de “Atividades Internacionais” na barra principal, ao lado de temas como Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão evidencia que a questão é tratada com destaque pela instituição.

Em seu artigo inscrito no âmbito das comemorações dos 75 anos da USP, o Prof. Dr. João Gomes Martines Filho, então presidente da Comissão de Atividades Internacionais da ESALQ (CAInt), disse que a Escola ampliou nos últimos anos a sua inserção internacional através do desenvolvimento de parcerias estratégicas.

A atual presidente da CAInt, a Prof. Dra. Marisa Regitano d'Arce, ex-presidente da Comissão de Cooperação Internacional da USP, reconhece em seu artigo a importância da internacionalização na graduação, destacando as qualidades deste processo “a mobilidade estudantil durante o período universitário abre as portas para o mundo exterior, alargando os horizontes da mente do jovem estudante, expondo-o a diferentes culturas, ao exercício do respeito aos costumes dos outros países e dos preceitos da diplomacia. Além disto, os alunos são investidos na posição de embaixadores da USP e do Brasil no exterior.”.

Todos esses registros evidenciam que a ESALQ reconhece a importância da internacionalização, além de trabalhar para firmar diversos convênios internacionais e receber rotineiramente delegações estrangeiras. Contudo, a questão premente que se coloca diz respeito ao trabalho na estrutura do curso com vistas ao preparo para a prática da internacionalização e do desenvolvimento de uma política clara que norteia este processo.

Observando nossos parceiros europeus nota-se que a consolidação da internacionalização ultrapassa a execução de trâmites institucionais para a assinatura de acordos de cooperação ou mesmo questões materiais de envio de estudantes para o exterior. No Velho Mundo a construção das bases para a internacionalização iniciou com a Convenção de Lisboa, de 1997, que teve como objetivo a revisão do modelo europeu do reconhecimento de diplomas. O segundo passo foi dado em 1998, ano da Declaração de Sorbonne, onde

Itália, Alemanha, França e Inglaterra reafirmaram o reconhecimento mútuo de diplomas europeus do ensino superior para fins profissionais.

Depois desses dois passos, o terceiro e mais significativo veio em

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1999 com a Declaração de Bolonha. Passada a fase de conquista do reconhecimento mútuo de diplomas, os países europeus estabeleceram um núcleo central de objetivos dos seus cursos, adotaram um sistema de graus acadêmicos de fácil equivalência, criaram um sistema de créditos que incentivasse a mobilidades de estudantes da forma mais livre e reconheceram a importância do aprendizado ao longo da vida.

Se este último ponto demonstra que a Declaração de Bolonha prezou pela abrangência, os demais evidenciam de maneira inquestionável que os europeus trataram de questões básicas para o processo de internacionalização. Em nosso país ainda não há qualquer política que caminhe neste sentido, restando à instituição interessada o tratamento dessas questões.

Embora a ESALQ valorize a internacionalização, não se registrou até o momento a existência de uma política de internacionalização de seu ensino e pesquisa.

Divergindo do Reitor da USP, a Profa. Dra. Irene Kazumi Miura, coordenadora do estudo sobre o processo de internacionalização de instituições de ensino superior da Universidade de São Paulo, afirma que no geral a internacionalização apresenta-se bastante deficitária em praticamente todas as unidades da USP, com exceção feita à Escola Politécnica (POLI), ao Instituto de Matemática (IM), à Faculdade de Economia e Administração (FEA) e à Escola de Educação Física e Esportes (EEFE).

Segundo o relatório do estudo, a maioria das unidades da USP não demonstrou uma coordenação e integração entre a Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão nas ações e esforços em prol da internacionalização. O documento ressalta ainda que este fato pode ser considerado o mais preocupante tendo em vista que a internacionalização de uma IES deve ser concebida como um processo, ou seja, as diversas etapas da internacionalização devem ser integradas e constantemente avaliadas.

No caso da EFEE, única unidade em que todos os departamentos foram

considerados internacionalizados, há uma Política de Internacionalização do Ensino e Pesquisa, descrita no documento aprovado pela egrégia Congregação da unidade em 14 de maio de 2009.

Embora simples, o documento indica que na EFEE a internacionalização foi tratada institucionalmente, algo desejável, pois, como sinaliza Adriana Cecília Teixeira de Oliveira Teles, Assessora de Assuntos Internacionais da Universidade Federal de Goiás, a internacionalização universitária é um dos grandes desafios do nosso país nos próximos anos.

Considerando os diversos alertas de especialista no assunto, nota-se que a ESALQ carece de uma reflexão acerca do tema.

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Jane Knight, professora do Ontario Institute for Studies in Education, da Universidade de Toronto, destaca-se por discutir de maneira crítica a internacionalização. Ao mesmo tempo em que afirma que não há um modelo genérico de internacionalização, ela expõe pontos que merecem ser ponderados. Diferente dos agentes envolvidos com a internacionalização na ESALQ, Knight aborda inclusive os riscos não intencionais do processo.

Em tempos de crise financeira internacional aliada com o desejo do governo em cumprir as metas do programa Ciência sem Fronteiras, torna-se pertinente o seu alerta de que uma excessiva dependência em relação à renda proveniente das taxas pagas por estudantes internacionais leva à precarização dos critérios acadêmicos e à ascensão dos “programas de ensino das fábricas de vistos”.

Neste contexto, conclui-se que urge a instituição definir o perfil do

estudante que poderá participar do processo de internacionalização. Ao invés da famosa frase afirmando que todo estudante que quiser poderá ter uma experiência internacional, deve-se afirmar que todos os estudantes que atendam aos requisitos mínimos terão a oportunidade de ter uma experiência internacional.

Dada a crescente oferta de bolsas para a realização de um intercâmbio, necessário se faz a definição de qual é o papel da internacionalização na formação do estudante.

Até o momento o Projeto Pedagógico do curso de Engenharia

Agronômica da ESALQ não trata desta questão, quadro que se repete em outras instituições consultadas.

Para Jane Knight, a internacionalização é um meio para se atingir um objetivo, e não uma finalidade em si mesma. Ou seja, faz parte do pensar sobre a internacionalização a definição de onde se pretende chegar com esta prática. No mínimo, segundo a autora, o objetivo é garantir que os estudantes envolvidos estejam mais preparados para viver e trabalhar num mundo mais interconectado.

Para auferir estes potenciais benefícios da internacionalização, o

estudante carece de um preparo preliminar durante o seu curso de graduação. Caso contrário, não saberá quais conhecimentos buscar no exterior ou como utilizá-los.

Nota-se, portanto, segundo Knight, que a internacionalização tem como objetivo complementar, harmonizar e estender a dimensão local – e não dominá-la. Deste modo, espera-se que a matriz curricular do curso de graduação favoreça a internacionalização do estudante.

No modelo atual da ESALQ, esta facilitação não ocorre e para exemplificar esta constatação, analisando questões práticas, registra-se que a matriz curricular do curso da Engenharia Agronômica distribui as disciplinas obrigatórias entre o primeiro e o oitavo semestre, restando para os dois últimos semestres a realização dos estágios e do TCC. Contudo, as principais agências que concedem bolsas para estudos nos exterior não aprovam a saída de um aluno no último ano do seu curso. Dado o exposto,

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evidencia-se que todos os estudantes da ESALQ que cursam as disciplinas obrigatórias em seu período ideal sempre deixarão a escola com disciplinas obrigatórias a cumprir.

Conclui-se assim que além de uma política institucional que trate da internacionalização a ESALQ carece de uma adequação dos cursos para favorecer a saída dos estudantes e de definições acerca de quais são os objetivos pretendidos com esta prática.

9. TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO (TCC)

Desde sua implantação na ESALQ, em 2007 e sendo requisito para a integralização de créditos a partir de 2012, ainda persiste no meio estudantil o desconhecimento e o distanciamento em relação ao TCC, que é considerado mais uma disciplina obrigatória que atribui apenas 2 créditos, “com pouco a contribuir para a formação”.

Diante desse quadro o PET Biotecnologia Agrícola vem realizando

estudos sobre a questão e chegou a organizar em sua 14a Reunião Pró-Aprendizagem Ativa uma atividade especial sobre o TCC, amplamente divulgada e aberta à comunidade. Com a participação das professoras Maria Angélica Penatti Pipitoni e Vânia Massabni, da ESALQ, Nilce Nazareno da Fonte, da UFPA e Membro do Conselho Superior do PET/MEC, e Gláucia Maria da Silva, FFCLRP/USP, foram abordados os temas:

a) O Significado e a Proposta Pedagógica do TCC - O que é? Para que serve?

b) Como preparar o TCC - Escolha do tema e sua apresentaçãoc) O método científico no TCCd) O TCC no campus de Ribeirão Preto

Ainda foi realizada Mesa Redonda integrada pelos professores Antônio Augusto Domingos Coelho – Presidente da Comissão de Graduação, José Otávio Machado Menten – Coordenador da CoCEA, Maria Angélica Pipitone, Vânia Massabni, Gláucia Maria da Silva e Nilce Nazareno da Fonte e Flávio Cesar de Almeida Tavares (Mediador).

Os principais aspectos desse trabalho nortearam a tentativa de apresentar à CoCEA uma proposta relativa ao TCC, ponderando que ESALQ iniciou relativamente tarde essa atividade no Curso, em comparação com outros cursos de Agronomia do País.

A apresentação do TCC para conclusão do Curso na ESALQ passou a ser exigida de estudantes ingressantes em 2007, seguindo normas que não permitem aferir qual seria a real intenção de sua aplicação.

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Em função da defasagem metodológica e temporal em relação a

outras escolas e, sobretudo, visando valorizar o Curso, tivemos a oportunidade de apresentar justificativas da importância do TCC para a revitalização do Curso à CoCEA, a qual incumbiu o Prof. Flavio, membro suplente, a elaboração de uma nova disciplina no formato requisitado pela USP, que foi preparada em momento da revisão do Plano de Ensino 2013 da Disciplina 0111000 “Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Agronômica” (TCC-EA).

Na época e posteriormente o Colegiado vem postergando decisões

sobre o TCC, o que vem sendo justificado como “à impossibilidade de aumentar o número de créditos exigidos no Curso”.

O que se apresentou à CoCEA é resultado dos estudos do PET Biotecnologia Agrícola, compreendendo uma análise das regras vigentes, sugestões para melhor apreciação da matéria e os argumentos para a valorização da disciplina e do Curso. Assim, foi apresentado sobre as regras atuais:

A CoC Engenharia Agronômica discutiu em diversas reuniões, ouvindo sugestões dos departamentos e da representação discente, a implantação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A proposta final foi aprovada em reunião da Comissão de Graduação em 13/10/08. Após reunião conjunta com a CoC Eng. Florestal ficou decidido que os acadêmicos ingressantes de 2007 deverão fazer a inscrição no 1º ou 2º semestre de 2009 respeitados os mesmos prazos do Estágio Profissionalizante, ou seja, décimo dia útil de maio ou décimo dia útil de outubro.

Normas foram estipuladas para o ano 2011 e 2012, verificando-se que nesse último ano houve um esforço para melhor definir as regras.

Assim, o Plano de Ensino para 2013 deverá contemplar que o TCC-EA, de acordo com a sua natureza, abrangerá uma das seguintes categorias: Monografia – englobando análise crítica; Trabalho original de pesquisa; Projeto agropecuário – desenvolvido em empresas e/ou instituições fora do espaço físico da ESALQ-USP.

O aluno deverá inscrever entre o 9º e 10º semestre (*O aluno deverá escolher o tema e orientador, no 7º ou 8º semestre, do curso e concretizar sua realização no último ano seguindo as diretrizes para matricula adotadas na ESALQ”) e apresentar no último ano do curso, respeitando tais categorias, trabalho escrito a ser avaliado por Banca Avaliadora composta de no mínimo três membros, sendo um deles o orientador. A escolha dos

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membros será estabelecida pela CDE. A bibliografia será aquela específica para o trabalho e definida em conjunto com o orientador.

Há Ficha de Inscrição e normas para inscrição no TCC-EA, com detalhamento de procedimentos a serem obedecidos pelo estudante exigindo-se Termo de Aceitação dos Departamentos, onde deve constar a indicação do docente orientador/tutor.

Analiticamente e visando melhor apreciação pela CoCEA, destacou-se que o Plano de Ensino proposto para 2013, dispõe de versão com objetivos obedecendo às Normas 2012, mantendo o total de 2 Créditos correspondentes a Aula (15 horas) e Crédito Trabalho (30 horas), a inscrição na disciplina é feita no 9º ou 10º Semestre (devendo ser escolhido o tema e orientador no 7º ou 8º semestres) prevendo orientação individual, de comum acordo com o orientador escolhido pelo aluno devendo-se apresentar plano de trabalho com respectivo cronograma de execução, devendo o plano acompanhado pelo orientador, preparação e entrega do trabalho de conclusão do curso, nas versões escrita e digital (PDF), de monografia, ensaio técnico ou manuscrito de um trabalho científico desenvolvido através de atividade de iniciação científica devidamente reconhecida pela Universidade de São Paulo.

7.1. SOBRE A VALORIZAÇÃO DA DISCIPLINA do TCC

É na graduação que se inicia o contato com a realidade profissional e quando deve acontecer o melhor do que se concebe como “formação integral”, reconhecido por pedagogos como a melhor forma de preparo para o futuro. O processo formativo é complexo e depende de adequado direcionamento para atingir os seus objetivos, sendo que isso depende da vontade institucional.

Em muitas situações deixa-se de seguir o que se discrimina expressamente em Projetos Pedagógicos de Cursos. Um bom projeto deve obedecer a premissas pedagógicas das várias atividades programadas, onde se faz necessária a participação coletiva na sua elaboração e implantação para que, dentre outros motivos, fique adequadamente entendida a função do Trabalho de Conclusão de Curso.

No processo de formação, em meio a outras atividades programadas há que se prever e realizar o TCC em momento adequado e convergente à completude de trabalho do graduando, quando se atinge maturidade suficiente para ter condições de expressar conhecimentos emanados do seu aprendizado, associando conteúdos apreendidos e competências desenvolvidas ao longo do processo formativo.

Isso não é tão pouco para ser feito como uma consequência “natural” do aprendizado e, portanto, merece atenção institucional a começar por uma melhor definição do que é o TCC, quando e como realiza-lo nesse Curso.

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Por isso, parecem caber as seguintes ponderações especificas:

a) O TCC precisa de uma fase preparatória, que poderia ser exemplificada com ações voltadas ao aprendizado de conceber, planejar as ações subsequentes para elaborar um projeto de TCC, realizar as pesquisas preliminares (bibliográfica, normas, experimentos, etc.) e aquelas realizadas obedecendo ao tema de estudo selecionado, organizar o material coletado, analisar as informações, e por fim, escrever os textos pertinentes fundamentados no conhecimento adquirido, tendo em vista que se tem a defender o que se postula. Esse aprendizado é considerado indispensável para a formação integral e, como se deduz, não depende apenas do TCC propriamente dito, mas de ações que deveriam ser iniciadas por um trabalho coordenado nas disciplinas cursadas em diferentes semestres do curso, por ex., envolvendo palestras nas disciplinas introdutórias, seguido de seminários específicos sobre o TCC, estimular a realização de trabalhos nas disciplinas do Curso com elaboração de relatórios, melhor definir a natureza de estágios e projetos de iniciação científica, discussões acadêmicas participativas, normas, etc., evidentemente orientadas e com o propósito de valorização do TCC.

b) Com essas ações coordenadas seria mais facilmente entendido pela academia que o TCC deveria esse ser o documento maior a descrever a excelência do aprendizado e do processo formativo e que, portanto, deveria ocupar grande parte da atenção acadêmica, o que é muito mais que se dispõe atualmente. Como mencionado, tudo depende da vontade institucional e das vantagens tangíveis que possam ser identificadas ao assumir propositura nesse sentido... c) Sobre o TCC, temos a ponderar que, por ser recente na ESALQ, o assunto (1) ainda não está incorporado à familiaridade cotidiana dos docentes e dos alunos de graduação, portanto, (2) outros assuntos ganham prioridade que demandam maior atenção. d) Comparativamente, mesmo tendo como referência mais de 40 anos de excelentes Cursos de Pós-graduação, com milhares de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado, ainda fica difícil associar ideias para a formulação de uma ação de valorização do TCC, trabalho esse que deveria representar a excelência da formação profissional do egresso.

Em síntese, pelo menos a CoC–EA há que trabalhar pelo melhor ordenamento possível que possa ser dado à(s) Disciplina(s) que convergem para o TCC, inclusive para atender às normas (MEC, USP, CREA). Assim, o TCC precisa estar sintonizado com a evolução do curso e familiaridade com os métodos de várias subáreas da profissão (não apenas relativas a que conhecemos como disciplinas básicas e profissionalizantes) e visão integrada da atividade profissional, inclusive quanto àquilo que se credencia como atribuições profissionais.

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Sobretudo, há que se levar em consideração que a organizada disponibilidade de oportunidades oferecidas pela ESALQ afastaria qualquer possibilidade de impedimento de realização de um TCC de valor. Há outras tantas atividades acadêmicas necessárias, mas é a disciplina TCC e amplo conhecimento de sua importância, que deveria ter condições de se firmar como instrumento a viabilizar os altos objetivos formativos em coerência com a grandeza e excelência desse Curso da ESALQ.

Assim, ao analisar o Plano de Ensino da Disciplina TCC, voltamos a insistir em alguns pontos na expectativa de que a CoC-EA e a CG/ESALQ possam melhor equacionar e resolver a questão.

7.2. PROPOSTAS APRESENTADAS AO CoCEA

a) Créditos: por melhor que sejam as possíveis justificativas impeditivas, não há como sustentar uma Disciplina de TCC com apenas dois créditos. Segundo o Regimento Geral, a atividade do estudante deve ser compensada pela atribuição de créditos, o que se entende como horas dispendidas para a realização de qualquer atividade programada. Assim, a atribuição de créditos deve contemplar as fases preliminares, de execução e de apresentação ou defesa do Trabalho de Conclusão de Curso.

Atualmente, já se reconhece a possibilidade de ações envolvendo o TCC a partir do 7º semestre e isso não pode ser uma atividade informal, pois seria ilegal. Se a escolha do tema e do orientador deverá ser feita no 7º ou 8º Semestres e concretizar sua realização no último ano, a lógica implícita é de que há dois momentos importantes. Seria mais coerente, portanto, oferecer a disciplina em quatro semestres, programando-se atividades e créditos específicos por semestre.

É preciso ser analisado criteriosamente o tempo dispendido (créditos) desde a fase de escolha de área e orientador, inicio dos trabalhos, etc.. Por conseguinte, cabe reavaliar como melhor regular os “estágios informais” e os obrigatórios, algumas disciplinas, e outros problemas da organização curricular, para que a realização do TCC faça parte efetiva do Curso. Claro, não se ignora aqui, que tudo isto está a depender também da decisão de reformular o conjunto de disciplinas, mas já se reconhece a desproporcionalidades existentes no Curso de distribuição de créditos por áreas e etc.

A ideia de valorização do TCC poderia ser o elemento desencadeador de um melhor equilíbrio dos créditos por áreas (biológicas, exatas, humanas) e de disciplinas por departamentos. A conferir...b) Inscrição: a CoC-EA precisa deliberar nesse sentido e parece que o melhor seria admitir que a inscrição deve se iniciar no 7º Semestre, como já consta de sugestão para escolha de tema e orientador. Essa informalidade não é permitida e nem seria

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desejável, pois deve ser um processo adequadamente conduzido a esse fim, como se observa a seguir.

c) Orientação e Plano de Trabalho: A escolha do tema e do orientador do TCC pelos estudantes não pode ser feita de forma aleatória, ponderando-se que ainda se tratam de pessoas em formação e com dificuldade para definir o futuro.

Em nada parece ser é a mesma situação de receber estudantes de pós-graduação, com definições claras por especialização e curso de pós-graduação específico a fazer. O TCC depende de ações indutoras e, portanto, de serem programadas adequadamente com atribuições de créditos.

Outras ações de caráter informal poderiam ser desenvolvidas como, por exemplo, organizar um Seminário Específico ao término do 5º Semestre visando complementar ações anteriores iniciadas em disciplinas introdutórias. Caberia nessa etapa ser do conhecimento dos estudantes quais professores e quais áreas podem ser atendidas em um trabalho de TCC, inclusive as possíveis formas de co-orientação.

Adicionalmente, além das normas existentes, parece necessário estabelecer um regimento do TCC, como o temos para a PG, guardadas as devidas proporções.

Finalmente, chama-se atenção que não parece adequado se ter uma disciplina onde os professores responsáveis não são nominados e pertencentes a duas Unidades da USP.

E, como disciplina deve constar da grade curricular do aluno, com os requisitos exigidos e melhor definição do Programa Analítico quanto aos campos do conhecimento para o desenvolvimento do TCC e distribuição da carga horária. d) Execução: às etapas preliminares de elaboração e especifica de completude do TCC deveriam ser atribuídos créditos e como sugestão, poderia ser pensado um formato similar àquele que a Unidade está habituada com seu excelente programa de pós-graduação, atribuindo-se um X número de créditos ao tempo dispendido nas ações preliminares e de execução do TCC e um número Y de créditos ao próprio TCC (não se trata de mini-pós, o que seria um absurdo).

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e) Trabalho: Não menos importante, é preciso definir qual a melhor forma de apresentação do trabalho, para evitar problemas em aceitar qualquer das categorias atualmente previstas: Monografia – englobando análise crítica; Trabalho original de pesquisa; Projeto agropecuário – desenvolvido em empresas e/ou instituições fora do espaço físico da ESALQ-USP.

Entende-se em comparação ao que se pratica em outros cursos, que a Monografia representa melhor o que deve ser o TCC, mesmo porque dela podem derivar as formas de trabalhos e projetos, que podem ser inclusive, parte da Monografia.

Cabe também ver que há implicações legais em relação a trabalhos desenvolvidos em empresas e/ou instituições fora do espaço físico da ESALQ/USP, como a Lei de Estágios e as normas USP impeditivas da informalidade.

Em função de tudo o quanto foi exposto e apreciado na CoCEA, preparamos a documentação exigida para a criação das disciplinas que trata da questão em dois momentos com a devida atribuição de créditos (Ver anexo):

Código e Nome: 0111000-1 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO / PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO (7o Semestre)

Código e Nome: 0111000-2 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO /

EXECUÇÃO E DEFESA (9o Semestre)A atual carga horária de 45 horas não corresponde à realidade e

poderia ser pensando atribuir um número progressivo de créditos, ao longo dos semestres de duração das disciplinas preparatórias do TCC e mais a Monografia.

Esse modelo parece se aproximar da estrutura que poderia melhor atender à dupla diplomação e internacionalização do Curso.Dispondo de todo o material que se requer para o credenciamento das Disciplinas, recentemente a CoCEA decidiu reavaliar a questão em 2014, como o fez em 2012!

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CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA ESALQ

A FORMAÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS Observações do

PET Biotecnologia Agrícola

CADERNO DE ANEXOS15/05/2013

CADERNO DE ANEXOS44

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CAPITULOS:

5. FORMAÇÃO E ATRIBUIÇÕE PROFISSIONAIS (p. 11)

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces04_06.pdf  (DCN AGRONOMIA)

6. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E ANÁLISE DOPPP DE OUTROS CURSOS (p. 18)

http://www.esalq.usp.br/graduacao/docs/grade_curricular_agronomicas.pdf 

(Grade Curricular/ESALQ)

http://www.pre.ufv.br/catalogo/arquivos/vicosa/catalogoVicosa2012/CCA/12%20Agronomia.pdf (Catálogo de Graduação Agronomia/UFV)

http://www.si3.ufc.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=657420(Projeto Político Pedagógico Agronomia/UFC)

http://www.esalq.usp.br/graduacao/docs/projeto_pedagogico_agronomia.pdf (PP AGRÔNOMIA ESALQ)

http://www.crp.ufv.br/SisPaginaUFV/files/file28134Projeto%20Pedagogico%20do%20curso%20de%20Agronomia_CRP_UFV.pdf (PP VIÇOSA)

7. DISTRIBUIÇÃO DE DISCIPLINAS POR DEPARTAMENTOSE A QUESTÃO DOS PRÉ-REQUISITOS (p. 22)(Consulta no site da ESALQ)

8. MOBILIDADE INTERNACIONAL (p. 36)

http://www.ond.vlaanderen.be/hogeronderwijs/bologna/links/language/1999_Bologna_Declaration_Portuguese.pdf 

  http://www.usp.br/gvr/pdf/projeto-intlz-resumido.pdf http://www.eefe.usp.br/arquivos/internacional/pol-internacionalizacao-eefe.pdf

 http://www.esalq.usp.br/acom/75anosdaUSP/artigos_depoimentos/A%20Importancia%20da%20Cooperacao%20Internacional%20da%20USP-   ESALQ.pdf http://www.esalq.usp.br/acom/75anosdaUSP/artigos_depoimentos/A%20importancia%20da%20internacionalizacao%20na%20graduacao.pdf http://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/international-higher-education/cinco-verdades-a-respeito-da-internacionalizacao

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9. TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO – TCC (p. 41)

(MATERIAL RECENTEMENTE APRECIADO PELA CoCEA. Adiado.)

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