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Feiras Livres em Luis Eduardo Magalhães – BA: fortalecimento da agricultura familiar Resumo: Feiras livres são espaços importantes para a comercialização de produtos da agricultura familiar, também são locais de socializações, geradoras de rendas e de articulações para o desenvolvimento local. Assim, este artigo objetivou traçar o perfil socioeconômico dos feirantes na cidade de Luís Eduardo Magalhães - Bahia. O método utilizado foi a pesquisa exploratória qualitativa com a realização de entrevistas estruturadas. Após a análise dos resultados, foi possível verificar que as feiras livres são compostas principalmente por pequenos agricultores familiares da região, que têm baixa escolaridade e faixa etária acima dos 40 anos. Pode-se concluir que as feiras pesquisadas promovem o fortalecimento da agricultura familiar, geram emprego, renda, saberes, laços entre feirantes e clientes, cultura, além de fazerem parte da história da cidade, serem fatores de desenvolvimento local e auxiliarem no escoamento da produção familiar em pequena escala. Palavras-chave: Feiras livres, Luís Eduardo Magalhães, Desenvolvimento loca, Agricultura Familiar. Free Fairs in Luis Eduardo Magalhães - BA: strengthening family agriculture Abstract: Free fairs are important spaces for the commercialization of family farming products, they are also places for socialization, generating income and articulations for local development. Thus, this article aimed to outline the socioeconomic profile of marketers in the city of Luís Eduardo Magalhães – Bahia. The method used was qualitative exploratory research with structured interviews. After analyzing the results, it was possible to verify that the open markets are composed mainly of small family farmers in the region, who have low schooling and age above 40 years. It can be concluded that the researched fairs promote the strengthening of family farming, generate jobs, income, knowledge, ties between marketers and customers, culture, in addition to being part of the city's history, being factors of local development and helping in the flow of production on a small scale. Keywords: Free fairs, Luís Eduardo Magalhães, Local development, Famuly farming.

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Feiras Livres em Luis Eduardo Magalhães – BA: fortalecimento da agricultura familiar

Resumo: Feiras livres são espaços importantes para a comercialização de produtos da agricultura familiar, também são locais de socializações, geradoras de rendas e de articulações para o desenvolvimento local. Assim, este artigo objetivou traçar o perfil socioeconômico dos feirantes na cidade de Luís Eduardo Magalhães - Bahia. O método utilizado foi a pesquisa exploratória qualitativa com a realização de entrevistas estruturadas. Após a análise dos resultados, foi possível verificar que as feiras livres são compostas principalmente por pequenos agricultores familiares da região, que têm baixa escolaridade e faixa etária acima dos 40 anos. Pode-se concluir que as feiras pesquisadas promovem o fortalecimento da agricultura familiar, geram emprego, renda, saberes, laços entre feirantes e clientes, cultura, além de fazerem parte da história da cidade, serem fatores de desenvolvimento local e auxiliarem no escoamento da produção familiar em pequena escala.

Palavras-chave: Feiras livres, Luís Eduardo Magalhães, Desenvolvimento loca, Agricultura Familiar.

Free Fairs in Luis Eduardo Magalhães - BA: strengthening family agriculture

Abstract: Free fairs are important spaces for the commercialization of family farming products, they are also places for socialization, generating income and articulations for local development. Thus, this article aimed to outline the socioeconomic profile of marketers in the city of Luís Eduardo Magalhães – Bahia. The method used was qualitative exploratory research with structured interviews. After analyzing the results, it was possible to verify that the open markets are composed mainly of small family farmers in the region, who have low schooling and age above 40 years. It can be concluded that the researched fairs promote the strengthening of family farming, generate jobs, income, knowledge, ties between marketers and customers, culture, in addition to being part of the city's history, being factors of local development and helping in the flow of production on a small scale.

Keywords: Free fairs, Luís Eduardo Magalhães, Local development, Famuly farming.

1. Introdução

As feiras livres estão presentes na maioria das cidades brasileiras e contribuem com

o desenvolvimento local e regional, também se compreende que fortalecem a agricultura

familiar e o desenvolvimento social, econômico e cultural. As feiras livres constituem um

espaço de comercialização dos produtos da agricultura familiar em pequena escala, sendo

um espaço de socializações, identidade e cultura. Nas feiras, há movimentação de produtos,

pessoas, informações e cultura, numa dinâmica muito peculiar que se mistura ao ambiente

local. De acordo com (SILVEIRA et al. 2017, p.2), “as feiras livres no Brasil constituem um

mercado varejista ao ar livre, de periodicidade semanal, organizadas como serviço de

utilidade pública, voltadas para distribuição local de alimentos e produtos básicos”. O

número de feirantes é variável com bancas para a exposição de produtos, além dos

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feirantes, trabalham também ambulantes e muitos trabalhadores que vivem da oferta de

pequenos serviços (carregadores, vendedores de lanches e refrigerantes, entre outros).

Diante desse cenário, a distribuição alimentar das feiras livres está geralmente ligada

à produção familiar em pequena escala. A agricultura familiar, segundo (ABELMAN, 2015,

p.121), “pode potencialmente abordar, simultaneamente, a qualidade espacial urbana e o

acesso aos alimentos”. De acordo com (DELGADO, 2017, p.6), “sistema urbano alimentar

está ligado ao metabolismo da cidade que simultaneamente consume recursos, gera

recursos, cria empregos ou reintroduz os resíduos sólidos orgânicos”, sendo que esses

fatores pontuados melhoram a qualidade do solo e a qualidade de vida em vários âmbitos.

Entende-se que o destino dos alimentos produzidos pela agricultura familiar em pequena

escala seja para venda em geral, subsistência ou vendas em feiras livres, dessa forma, este

artigo analisa o perfil dos feirantes na cidade de Luís Eduardo Magalhães no Oeste da

Bahia.

Tendo em vista essas informações levantadas, e levando em consideração a

importância econômica, social e cultural das feiras livres, tem-se como problemática: quais

as representações socioeconômicas, a gestão dos feirantes e o grau de dimensão em

relação à agricultura familiar em pequena escala.

Para compreender as feiras livres na cidade de Luís Eduardo Magalhães, utilizou-

se de metodologia qualitativa, exploratório-descritiva, pautada na observação e em

entrevistas com os feirantes. A pesquisa fez entrevistas através de formulários

estruturados, com uma duração em média de 20 min, nas próprias feiras, abordando os

seguintes aspectos: (a) perfil do feirante: idade, sexo, escolaridade e formação da renda

familiar; (b) importância da feira livre: presença e frequência em feiras, sua importância na

composição da renda familiar, qualidade dos produtos ofertados; e (c) sistema de produção.

Para conduzir este estudo, optamos por compreender as dinâmicas que ocorrem no

ambiente das feiras livres, considerando a perspectiva das pessoas entrevistadas, bem

como daquilo que foi observado durante a pesquisa de campo para então empreender a

análise e a discussão. Salienta-se que a metodologia exploratório-descritiva, aplicada ao

estudo, partiu da descrição e complementação do fenômeno das feiras livres, por meio de

análises empíricas e teóricas, além de pesquisa de campo feita no período de outubro a

dezembro de 2019.

Sendo assim, os resultados foram analisados segundo o entrelaçamento das

entrevistas e da teoria, intercalando os dados empíricos quanto aos aspectos econômicos,

sociais e culturais com os princípios conceituais que compreendem as feiras na condição de

espaços plurais.

A pesquisa é relevante, pois pode contribuir para verificar a importância das feiras

livres na economia local e o fortalecimento da geração de renda dos produtores familiares,

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mobilizando esforços coletivos e priorizando os saberes em espaço de troca de

experiencias, encontros e diálogos.

Isto posto, este artigo está estruturado da seguinte forma, além desta introdução. Na

segunda seção, é apresentada a metodologia adotada para compreender as feiras livres. Na

terceira, são apresentados o conceito, a dinâmica e a realidade das feiras livres em Luís

Eduardo Magalhães, a discussão dos resultados, por fim, as considerações finais.

2. Conceito das Feiras Livres

A feira livre é um importante espaço para a comercialização de produtos oriundos da

agricultura familiar, além disso, é local para socialização, saberes e cultura local,

internamente a movimentações de produtos, pessoas e informações, numa dinâmica muito

peculiar que se mistura com a paisagem local. De acordo com (PEREIRA; BRITO;

PEREIRA, 2017), a feira pode representar um lugar de relações socioculturais dos aspectos

peculiares ao ambiente, autonomia do agricultor e do fortalecimento dos laços e do saber

local. Segundo alguns autores como Costa e Silva (2011), Gomes et al. (2012), Silveira et al.

(2017), Costa (2019), as feiras livres são lugares de produção de saberes, trabalho, cultura,

de negociação de produtos oriundos de produção familiar em pequena escala, geração de

renda, sendo importantes para quem depende delas para sobreviver.

Dessa forma, as feiras livres acontecem em distintos espaços e tempos e são um

campo propício às reflexões urbanas (meio ambiente, econômicos, sociais, culturais, entre

outros). (SANTOS, 2013), fazendo pesquisa em uma feira livre de São Bento - PB,

constatou incentivo à economia local, inter-relações cotidianas, trocas comerciais, geração

de renda e saberes entre os feirantes.

A feira representa um espaço de troca, compra e venda no intuito de tornar o produto

e o serviço dotados de valor atribuído ao cliente final. Para alguns autores como (SILVEIRA

et al., 2017, p.2), "feiras livres representam um dos métodos mais antigos de

comercialização de produtos agrícolas e tem por intuito o oferecimento de mercadorias de

boa qualidade, com preços mais baixos [...]”. Ainda de acordo com os mesmos autores,

metade dos consumidores de feiras livres procura preço mais baixo e produtos de

qualidade, além de uma boa conversa proporcionada pelo meio. Assim, esses pontos se

tornam vantagens competitivas que os feirantes têm em relação aos supermercados, pois os

feirantes criam vínculos de amizade que vão além do vendedor e cliente.

As feiras livres abastecem as cidades de produtos normalmente de produção familiar

com valor mais barato e de qualidade, garantindo a soberania e a segurança alimentar, pois

seus consumidores têm conhecimento de onde e a forma como foram produzidos os

alimentos. Além disso, as feiras livres impulsionam a agricultura familiar em pequena escala

e o desenvolvimento local. Segundo (RIBEIRO, 2007, p.57) “[...], os feirantes ocupam

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espaços bastante reservados para suas trocas periódicas, que não são regulados somente

pelas normas que vigoram nos grandes mercados, mas pautados pela particularidade, pela

solidariedade [...]”.

Os produtores familiares necessitam de um espaço para o escoamento de sua

produção e comercialização, assim, as feiras livres possibilitam um ambiente de confiança,

integração social e notoriedade para os pequenos produtores, que buscam por maior

autonomia perante o atual modelo econômico. Em seu conceito, as feiras livres são amplas,

mas, segundo os autores Ribeiro (2007), Gomes at al. (2012), Greczyszn e Favarão (2013),

Varques (2016), Costa (2019), elas são importantes canais de comercialização de produtos

da agricultura familiar em pequena escala e viabilizam uma maior diversificação de produtos

frescos, além da peculiaridade de negociação de preço mais baixo, atendimento

personalizado e autonomia dos atores envolvidos.

Segundo (SILVEIRA et al., 2017, p.5), “a feira livre é vista como canal que possibilita

o relacionamento entre o produtor e o consumidor final, tendo como vantagem a

possibilidade de identificar as necessidades, os desejos dos clientes e a possibilidade de

ajudá-los”. Nos estudos de (SILVA et al., 2017), a feira livre tem lugar de destaque em

relação a outras formas de varejo, centrando-se no maior frescor dos produtos, mas,

sobretudo, na dinâmica característica de negociação do preço e no atendimento

diferenciado (face a face com o produtor). As feiras também se constituem em uma

importante estratégia de reprodução social da agricultura familiar. Esses canais de

comercialização são a oportunidade para produtores ofertarem seus produtos e gerar renda,

emprego e inclusão e saberes pelo contato direto com o consumidor final. (RIBEIRO, 2007)

também reconheceu as feiras livres como importantes canais de distribuição de alimentos

em áreas urbanas, vinculadas, principalmente, à agricultura familiar em pequena escala.

Segundo (ARAÚJO e RIBEIRO, 2018, p.305), feira livre é um espaço público “no

qual o agricultor familiar fica inserido, vai além das concepções econômicas, tem

importância no desenvolvimento territorial tendo em vista sua alta capacidade de produzir

ocupações, renda e qualidade de vida”. Nela, os feirantes têm a oportunidade de obter mais

lucro nas suas vendas embora arquem com as obrigações (taxas municipais de

comercialização), tendo cada integrante que cumprir com suas metas para satisfazer as

necessidades do processo de comercialização.

Outro ponto relevante sobre as feiras livres são as definições de horários de

montagem e desmontagem das bancas, até a faixa de preços praticados para conciliar essa

convivência respeitosa entre eles. Esse resultado vai ao encontro do que foi observado no

trabalho de (COELHO et al., 2018), quando analisaram as feiras da agricultura familiar como

território de práticas alimentares e sociabilidade e de convivência harmônica entre os

feirantes em Iporá (GO).

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As feiras livres se destacam pela oferta de produtos diferenciados, produzidos de

forma artesanal e em pequena escala, havendo relações de amizade e confiança. Para

autores como Santos (2013), Silveira et al. (2017), Fante et al. (2020), as feiras livres são

importantes para o abastecimento de várias cidades brasileiras por oferecerem produtos

alimentícios artesanais in natura, sendo também responsáveis pelo desenvolvimento local,

gerando empregos diretos e indiretos. Segundo Silva et al. (2017), Araújo e Ribeiro (2018),

Costa (2019), as feiras são mercados de alimentos em ruas, praças, ou lugar determinado

para a venda de produtos da terra. As feiras, através dos vendedores e compradores ao

longo do ato de “fazer a feira”, ou seja, os vendedores chamam atenção dos seus clientes

ao expor suas mercadorias bem apresentadas, limpas e com aspecto atraente, despertando

o interesse sobre a qualidade de seus produtos e enfatizando os benefícios e valores ali

existentes.

Esses locais (feiras) são de relevância irrefutável para as cidades, apresentando uma

verdadeira teia de relações entre os envolvidos. De acordo com alguns autores como

(PEREIRA; BRITO; PEREIRA, 2017, p.70), as feiras são lugares “[...] de trocas não apenas

materiais, mas também imateriais (sociais, históricas e culturais)”. Os mesmos autores em

sua pesquisa em (2018) afirmam que as feiras livres são espaços públicos e lugares de

interações de diferentes racionalidades, indo além da econômica, pois abrangem relações

comunitárias, religiosas e sociais, uma verdadeira teia de relacionamento. E essa dinâmica

encontrada pelos autores citados não é diferente da encontrada nas feiras da cidade de Luís

Eduardo Magalhães, tendo sido observadas parcerias, convivência respeitosa e uma

relação entre a comunidade local e os feirantes.

As feiras livres pesquisadas fazem parte da história do desenvolvimento local e

proporcionam inúmeros benefícios para as famílias envolvidas e seus consumidores. Elas

compõem a dinâmica da cidade por meio de um varejo de pequena escala que ocorre em

vias, ao ar livre e em espaços públicos, em pontos estratégicos nos centros urbanos em dias

determinados, geralmente são instalações provisórias, sem loja física, nem própria, cada

feirante monta sua banca ao lado de outros, a convivência entre eles é pacífica e respeitosa.

Os autores Varques (2016), Coelho; Rocha; Gonçalves (2018); Corona, Varques e Godoy

(2018) ressaltaram em suas pesquisas que as feiras livres são espaços ao ar livre, de

pluralidade, onde se negociam vendas de produtos de procedência familiar, relações de

confiança, de amizade, respeito entre feirantes e clientes finais. Nesse contexto, as feiras

livres, como um modo de comercialização que possibilita e facilita os contatos e a formação

de interrelações, passaram a ser uma entre as diferentes modalidades de inserção

econômica, que ganharam força onde existe a agricultura familiar em pequena escala.

As feiras livres, segundo (SATO, 2007, p. 99), promovem “a proximidade geográfica

possibilitam o estabelecimento de acordos entre vizinhos de banca. [...] constroem regras de

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convivência específica, em geral válidas [...]”. Por fim, as feiras livres são canais que

possibilitam o relacionamento entre feirantes e consumidores. As vantagens são produtos

com preços acessíveis de alta qualidade. Para (GOMES et al., 2012) as feiras livres se

resumem a locais de cultura local, canais de comercialização, confiança, longa trajetória no

espaço urbano ao ar livre, realçando o espírito de modernidade em sua origem e sua

persistência diante das adversidades.

3. Situação da Agricultura Familiar em Pequena Escala Brasileira

De acordo com a pesquisa de (GOMES; PINTO; LEDA, 2016), o processo de

urbanização ocorreu no Brasil a partir da década de 60, pautado na mão de obra barata e

pobre, favorecendo o êxodo rural, forçando o homem a buscar novas estratégias de

sobrevivência, gerando, assim, grande diferença social. Ainda segundo os referidos autores,

esse fenômeno acarretou uma significativa perda na qualidade dos alimentos, em razão da

sua industrialização. Essa perda na qualidade dos alimentos fez com que a população

buscasse novas alternativas para mudar a alimentação familiar, sendo uma das soluções

encontradas a valorização da agricultura familiar em pequena escala como uma das

possíveis soluções.

A agricultura familiar em pequena escala normalmente localizada em pequena e

média área que integra a paisagem social tem várias perspectivas, não somente a física,

mas também econômica e social. De acordo com (DELGADO 2016), a agricultura em

pequena escala familiar está integrada à vida social e cultural, à economia e ao metabolismo

da cidade. Algumas pesquisas dos autores (RIBEIRO; BÓGUS; WATANABE, 2015),

(GOMES; PINTO; LEDA, 2016) mostram que a agricultura familiar pode ajudar a

implementar uma agenda de transformação ligada a vários pontos: uma abordagem mais

sustentável, geração de emprego, vida social e cultural, segurança alimentar e estímulo à

produção familiar. Portanto, neste viés, é possível afirmar que a agricultura familiar em

pequena escala com produção em perímetros urbanos ou rurais pode promover mudanças

econômicas ao estimular emprego e renda, reflexo da dignidade social, melhoria ambiental

com o aumento de áreas verdes dentro de centros urbanos e condições na subsistência,

pois o sistema alimentar familiar em pequena escala tem sido estudado pelos notórios

benefícios como ferramenta para segurança alimentar, desenvolvimento econômico, meio

ambiente, saúde e governança (DELGADO, 2017).

Para Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (2019), agricultura familiar é

a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para o consumo da

população brasileira. Essa fonte de alimentos é produzida por pequenos produtores rurais

ou urbanos, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores,

extrativistas e pescadores. Ressalta-se que se destaca a produção familiar de milho,

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mandioca, pecuária leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão, cana-de-

açúcar, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona, fruticulturas e hortaliças. A agricultura

familiar deixou de ser uma atividade de subsistência no território brasileiro.

De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o Brasil é um

dos maiores produtores de alimento no mundo e seu faturamento, em média, é de US$ 84,6

bi por ano, nesse viés, o agricultor familiar brasileiro tem um papel importante para o

crescimento e desenvolvimento do Brasil. De acordo com (MASCARÓ; CUNHA;

PAGGOTTO, 2017, p.184), “um dos benefícios da agricultura familiar é a geração de

emprego direto e indireto”, pois, ainda segundo (MASCARÓ; CUNHA; PAGGOTTO, 2017),

“no Brasil, os aspectos de produção alimentar continuaram aumentando em importância”.

Além de gerar benefícios socioeconômicos, o cultivo de alimento em pequena escala tem

vantagens como proximidade dos mercados, baixo custo de transporte e redução de perdas

pós colheita.

A agricultura familiar possibilita geração de trabalho direto e indireto, o que fica claro

no trabalho de (LIMA e FONTANA, 2019). No Brasil, os aspectos das produções alimentares

continuaram aumentando em importância, por gerarem benefícios socioeconômicos e cultivo

de alimentos mais saudáveis em cidades. Em suma, a agricultura familiar no Brasil ainda

tem um longo caminho a percorrer, mas o cenário é bastante positivo. A perspectiva para o

futuro é de crescimento contínuo e de valorização dos produtos da agricultura familiar.

A agricultura familiar tem grande importância, pois vem contribuindo para o

reconhecimento econômico e social e vencendo alguns preconceitos que ainda são

percebidos no meio rural, pois muitas pessoas ainda veem quem reside no campo como

pessoas que não são atualizadas, que vivem do passado. Mas ao contrário desse

pensamento, muitas pessoas não visualizam que é através dessas pessoas que residem no

meio rural que são obtidos muitos alimentos de boa qualidade presentes na mesa do

brasileiro, nos supermercados das cidades e nas feiras livres que acontecem aos finais de

semanas, onde muitas pessoas vão à procura de produtos com preço mais acessível, com

qualidade e variedades.

4. Realidade das Feiras Livres na Cidade de Luís Eduardo Magalhães.Esta pesquisa foi feita nas três feiras livres mais antigas do município de Luís

Eduardo Magalhães (LEM), interior do Estado da Bahia, Região Nordeste do Brasil,

localizado na região econômica do MATOPIBA (Figura 1). Sua população, conforme (IBGE,

2018), é de 84 753 habitantes. A cidade é a 8ª economia do estado da Bahia, sendo

responsável por 80% da produção de grãos e 90% da produção de algodão na região

(IBGE, 2018). De acordo com (IPEA, 2018), a região do Matopiba é composta pelos estados

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de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, Mapa 1, respondendo por grande parte da produção

brasileira de grãos e fibras.

A expressão Matopiba, segundo (IPEA, 2018), foi criada a partir das iniciais dos

respectivos estados componentes, servindo para designar partes do território desses

estados pertencentes ao bioma Cerrado onde se desenvolve uma agricultura de alta

produtividade, com uso intensivo de insumos modernos. Figura 1 - Mapa Região do

MATOPIBA com destaque a cidade de Luís Eduardo Magalhães - BA

Essa região vem passando por transformações nos aspectos econômicos e sociais,

consequência da expansão da agricultura, produção de grãos, com destaque para soja,

milho e algodão. Essa agricultura é baseada em monoculturas, havendo uma situação de

enclave, pois é uma região sob domínio de dois agentes econômicos: os grupos

multinacionais do agronegócio e os grandes proprietários.

Diante desse cenário favorável à produção agrícola da cidade, as feiras livres são

permanentes e relevantes para os pequenos produtores, que não têm grandes extensões de

terras para monoculturas e nem recursos para investir em tecnologia de ponta, segundo

(SÁ; MORAIS; CAMPOS, 2015). Embrapa o agronegócio, recursos financeiros e pesquisa

destinados às commodities podem trazer crescimento econômico para a região, porém tal

ganho não necessariamente resulta no desenvolvimento local, sendo assim, os pequenos

produtores familiares precisam de um apoio para o escoamento de sua produção, e as feiras

livres são uma oportunidade para que as produções cheguem até o consumidor final sem

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transtornos ou maiores custos, já que eles não conseguem concorrer com as grandes

propriedade de monocultura, cuja produção normalmente está voltada para a exportação.

As feiras livres de LEM são uma organização de responsabilidade da Secretaria de

Desenvolvimento Econômico. Essa atividade é considerada mercantil e está localizada em

local público previamente designado pela Secretaria competente, com instalações

provisórias e removíveis, podendo ocorrer em vias, logradouros públicos ou ainda em área

pública coberta do tipo pavilhão, caso da feira livre localizada no mercado municipal no

Bairro Santa Cruz, Mimoso II, e da feira do Jardim das Acácias.

Elas têm por objetivo proporcionar o abastecimento suplementar de produtos

hortifrutigranjeiros, cereais, doces, laticínios, pescados, animais vivos considerados

domésticos, flores, plantas ornamentais, produtos de artesanato, lanches, caldo de cana,

temperos, confecções, tecidos, armarinhos, calçados e bolsas, bijuterias, artigos religiosos,

ferramentas e utensílios domésticos. É importante ressaltar que a comercialização de

espécie de animais vivos provenientes de criadouros legalizados ou de fauna silvestre

exótica é fiscalizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA.

Dentro das feiras da cidade, participam pessoas físicas ou jurídicas, produtores e

feirantes, sendo também cobrada uma taxa de manutenção do espaço. É considerado como

feirante produtor, aquele que comercializa única e exclusivamente o produto de sua lavoura

(agricultura familiar em pequena escala), criação ou industrialização; como feirante

mercador, aquele que comercializa mercadorias produzidas por terceiros ou presta serviços.

Para participar das feiras, os interessados precisam entrar em contato com o órgão

responsável, pois existe em vigor um Termo de Permissão de Uso a Título Oneroso e

Precário, regulamentado por ato da Secretaria competente. As feiras têm horários de

funcionamentos variados: a feira do Bairro Santa Cruz, a mais antiga da cidade, funciona

aos domingos no Mercado Municipal do bairro; a feira do Jardim das Acácias, aos sábados;

e a feira do Bairro Mimoso II, às terças no novo Mercado Municipal do bairro.

As infraestruturas das feiras livres do Mimoso II e Santa Cruz da cidade constam de

bancas para hortifrutigranjeiros e comercialização de produtos diversos, boxes para

alimentações e açougues de carnes e peixes, banheiros e vagas de estacionamentos com

espaços reservados para idosos e portadores de necessidades especiais. A infraestrutura

da feira livre no Jardim das Acácias necessita de reforma urgente para melhor acomodar os

feirantes e receber os consumidores.

Nas feiras livres e permanentes, o percentual de bancas, barracas, boxes, lojas e

espaços destinadas a cada modalidade de comércio é fixado sob responsabilidade da

Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE). Caso o feirante não tenha interesse em

continuar a participar da feira livre, ele tem que comunicar à SEDE. É também

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responsabilidade do feirante pagar as taxas para comercialização nesses locais, cabendo ao

órgão a fiscalização do pagamento dos preços públicos e taxas devidas pelos feirantes.

Também é permitido ao feirante ocupar mais de um espaço contíguo na mesma feira,

obedecido o critério de zoneamento. As feiras livres na cidade de LEM são

empreendimentos locais que visam à valorização da produção de alimentos, principalmente

a produção familiar da região, com baixo custo, boa qualidade, saberes, desenvolvimento

local, trabalho, geração de emprego e renda.

As Figuras 2 e 3 referem-se à feira livre aos domingos no Bairro Santa Cruz. Neste

local são negociados produtos das agriculturas familiares locais, com preços bem mais

atraentes em relação aos mercados tradicionais. A organização e a limpeza após a feira são

de responsabilidade da prefeitura, os feirantes apenas trabalham nela e contribuem com a

taxa de manutenção. As feiras livres em Luís Eduardo Magalhães – BA, como em todo

nosso país, são extremamente importantes para empregar pessoas, sendo pontos

estratégicos para o escoamento da produção familiar, saberes e geração de renda. Sendo

assim, não se pode negar que elas sejam relevantes para o desenvolvimento local e o

fortalecimento da agricultura familiar em pequena escala.

Figura 2 – Feira Livre do Bairro Santa Cruz

Fonte: Prefeitura

Figura 3 – Feira Livre do Bairro Santa Cruz

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Fonte: Prefeitura

As feiras livres pesquisadas apresentam um paradigma contemporâneo e

desempenham papel fundamental na vida dos envolvidos. São responsáveis pela

manutenção e geração de renda, promoção do fortalecimento da agricultura familiar local,

sociabilidade, identidade cultural e de construção de territorialidade. As feiras são fontes

vitais para a produção agrícola familiar em pequena escala, são pautadas por

particularidades, solidariedade, complexidade e estão entrelaçadas com o cotidiano local.

Pesquisa de (RIBEIRO et al., 2005) no Vale do Jequitinhonha constatou que as feiras livres

são responsáveis por boa parte dos alimentos da cidade, além da grande variedade de

alimentos da produção familiar.

Durante a pesquisa, foram observados laços de respeito e amizade que rompem a

relação comerciante-freguês, o que sustenta em grande parte a tradição de ir à feira toda

semana, comer pastel e tomar caldo de cana, além da variedade e da qualidade dos

produtos ali encontrados. Segundo (SOUZA, 2015), as feiras livres são lugares de

escoamento de alimentos, inter-relações, de boa convivência, cultura e história. Ainda de

acordo com (SOUZA, 2015, p.135), “desta forma, as feiras livres, sobretudo no universo de

cidades brasileiras, devem ser pensadas como importantes lugares onde são produzidos,

cotidianamente, saberes dos trabalhos”, elas são locais de dizeres, formas de agir e se

relacionar fomentadas por feirantes e fregueses, onde se ergue uma rede de sociabilidades

vivenciadas entre eles.

A feira livre é uma manifestação da cultura urbana brasileira que se mantém apesar

do crescente avanço do desenvolvimento do comércio, pois cada vez mais o consumidor

tem acesso a mercados e a grandes redes de hipermercados, inclusive a compras virtuais

(internet) com todo conforto e comodidade, que incluem o horário flexível e até mesmo

facilidade de pagamento. Mesmo assim a feira livre se mantém viva, tanto nas pequenas

como nas grandes cidades, em todos os bairros, seja na periferia ou em bairros nobres.

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A feira livre tem caráter diversificado, onde circulam pessoas de todos os tipos,

sejam vendedores, compradores ou simples transeuntes, surgindo não apenas o comércio

de frutas, legumes, verduras ou outros itens alimentícios, mas ainda ambulantes,

transportadores, comércios e prestações de serviços de outros itens que visam a atender

diversas demandas. É ainda um dos poucos espaços existentes onde há contato direto com

a comunidade.

Segundo pesquisas de Santos (2013), Varques (2016), Coelho; Rocha; Gonçalves

(2018), Araújo e Ribeiro (2018), Corona; Varques; Godoy (2018), as feiras livres têm grande

relevância em sua forma de comercialização da produção agrícola familiar e são uns dos

principais comércios varejistas de abastecimentos de alimentos da população brasileira. Há

também a característica democrática, já que são encontrados todos os tipos de

comerciantes nas feiras, desde o grande feirante, distribuidor de alimento, como os

pequenos produtores, que veem nas feiras livres a única forma de comercializar seus

produtos, bem como as pessoas que as frequentam, já que a feira é acessível e frequentada

por pessoas de diferentes origens, independentemente da classe socioeconômica.

São essas particularidades do dia a dia das feiras livres que movem a lógica da casa

e das famílias destes agricultores e trazem relações de confianças, de amizade, de contato

face a face, a essência da dinâmica do pequeno produtor. Frente ao contexto, as feiras

livres são importantes para garantir a autonomia do modo de vida dos pequenos produtores,

feirantes e frequentadores, assim como para o reconhecimento e valorização dos atributos

que, na opinião deles, são relevantes para a continuidade e melhoria da qualidade de vida

em seu ambiente de atuação. Os estudos acerca das práticas adotadas pelas feiras livres

são considerados de extrema importância para o entendimento da sua contribuição para a

dimensão social, cultural e econômica dos envolvidos.

5. Resultados e discussãoNesta seção, serão apresentados os resultados da pesquisa qualitativa na qual

foram levantados dados sobre os feirantes de Luís Eduardo Magalhães – BA. O número de

feirantes abordados nas feiras livres para participar desta pesquisa foi 68. Eles responderam

os formulários estruturados, valendo salientar que os feirantes não eram obrigados a

participar, tendo sido as participações voluntárias. As entrevistas aconteceram entre os

meses de outubro e dezembro de 2019, às terças, sábados e domingos. As bancas também

foram selecionadas independentemente dos produtos, gêneros ou idades.

De acordo com os dados obtidos na pesquisa, identificou-se que dos 68 feirantes,

56% eram do gênero feminino e 44%, gênero masculino. Resultado parecido foi encontrado

em outras pesquisas como dos autores (OLIVEIRA; NEVES; SANTOS ,2011), (GOMES,

2016), (PEREIRA; BRITO; PEREIRA, 2017), em que se constatou predominância feminina

entre os feirantes. Para (DUARTE; NETO, 2018), o papel do trabalho feminino se restringia

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ao cuidado com o lar e aos filhos, porém, no contexto contemporâneo, está havendo

mudanças, cada vez mais encontramos mulheres responsáveis por subsidiar

financeiramente seus lares, delineando sua presença no mercado de trabalho, seja formal

ou informal.

Em relação à faixa etária dos envolvidos: 37,6% têm entre 50 e 65 anos; 31,4%,

entre 40 e 49 anos; 24.15%, entre 30 e 39 anos; e 6,85%, entre 20 e 30. Foi constatada

baixa participação de jovens nas feiras, o que sinaliza novos estudos para discutir sobre o

processo de envelhecimento da população do campo. Pesquisa semelhante foi encontrada

nas feiras do Oeste do Paraná pelas autoras (LIMA; FONTANA, 2019), que também

encontraram pouca participação de jovens na atividade.

Questionados sobre a composição da renda familiar, os entrevistados responderam

que, em média, faturam entre 2 a 3 salários mínimos por mês trabalhando nas feiras da

cidade. Esse faturamento é importante para a manutenção das famílias dos envolvidos.

Muitos responderam que têm outras fontes de renda, como produções em pequena escala e

familiares, que lhes possibilitam vendas locais ou em pequenos mercados da região, porém

a renda gerada com as vendas nas feiras é extremamente relevante. Situação semelhante

foi encontrada em pesquisa de (PAULA; SCOPEL; LIMA, 2018) em Francisco Beltrão,

Paraná, e por (ROBERTO et al., 2018) em Alegre, Espírito Santo, que observaram a renda

propiciada pelas feiras às famílias de pequenos agricultores familiares. As feiras livres têm

papel fundamental para as famílias agricultoras como reprodução econômica, por

consequência, um instrumento que permite desenvolvimento e manutenção de muitas

dessas famílias na atividade rural.

Quando perguntado sobre o controle de vendas, os feirantes responderam que

fazem esse controle em cadernos de anotações que ficam no caixa ou nos bolsos (um

controle simples, porém importante para os feirantes). Outro ponto relevante é o grau de

escolaridade dos entrevistados: 3% dos entrevistados são analfabetos; 8% têm ensino

superior incompleto; 25,2%, ensino fundamental; 28,5%, ensino médio completo; e 35,3%,

ensino médio incompleto. A baixa escolaridade também é um ponto preocupante, pois

normalmente tem reflexo no andamento do sucesso da atividade. Este resultado está em

consonância com outras pesquisas realizadas por (GRECZYSZN e FAVARÃO, 2013);

(FANTE et al., 2020), que constataram ser comum a baixa escolaridade entre os produtores

familiares e feirantes de feiras livres. O Quadro 1 apresenta o número de feirante

entrevistados em cada feira livre na cidade, destacando-se o número de produtores

familiares envolvidos na atividade.

Quadro 1 Participação de Pequenos Produtores Familiares nas Feiras Pesquisadas.

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Dia da Semana

Bairro Horário Entrevistados Agricultores Familiares

Sábado Jardim das

Acácias

07h a 13h 12 feirantes 10 pequenos

produtores

Domingo Santa Cruz 07h a 13h 34 feirantes 31 pequenos

produtores

Terça Mimoso II 17h a 22h 22 feirantes 19 pequenos

produtores

Fonte: Dados da Pesquisa.

Ainda de acordo com o Quadro 1, pode-se verificar um número grande de feirantes

produtores familiares, que precisam das feiras livres para escoar seus produtos até o

consumidor final. As feiras livres têm ainda papel fundamental na geração de renda dessas

famílias de pequenos agricultores familiares e feirantes. De acordo com (LIMA e FONTANA,

2019), por meio das feiras livres, os pequenos agricultores transformam seus produtos em

renda, sendo as feiras lugares de vivências sociais, culturais que podem auxiliar na renda

das famílias envolvidas. Ainda segundo (PEREIRA; BRITO; PEREIRA, 2018), os

agricultores familiares comercializam seus produtos e, além de seus conhecimentos, cultura

e identidade, esses fatores fortalecem o desenvolvimento local e regional. Foi encontrado

um número variado de feirantes produtores, mas também de feirantes ambulantes e muitos

trabalhadores que vivem da oferta de pequenos serviços (carregadores, vendedores de

lanches e refrigerantes, vendedores de rifa, flanelinhas, entre outros).

Outro ponto importante são as variedades nos produtos comercializados nas feiras:

frutas, verduras, hortaliças, leite e seus derivados, produtos sem lactose e sem gluten,

doces, frango, carne, peixes, camarão, ovos, vestuários, cintos, tupperware, artesanatos,

bolsas, calçados, bijuterias, artigos religiosos, conserto de panelas, vendas de artigos de

couro e de madeira, grãos, lanches, derivados de milho, pastéis, bolos, tortas salgadas,

acarajé, caldos de cana, animais vivos, flores, entre outros produtos. O resultado vai ao

encontro do estudo de (GASTAL et al., 2016), que observaram uma grande variedade de

produtos comercializados na feira livre de Unaí em Minas Gerais.

Nas feiras pesquisadas, foi constatada presença de produtos de maior valor

agregado como farinha de mandioca, queijo e doce, entre outros produtos diversificados,

que correspondem a bancas com produtos variados, isto é, combinados com algum outro

tipo de banca, como na comercialização de doce e queijo. Esse valor agregado também foi

encontrado em outras pesquisas como as de (ARAÚJO e RIBEIRO, 2018), que encontraram

rapadura, cachaça, farinha de mandioca como produtos com valor maior agregado. É

importante ressaltar que, apesar do desenvolvimento de supermercados e varejões, as

feiras ainda são bastante procuradas por causa da origem de seus produtos, normalmente

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produtos sem uso de agrotóxicos, pois os feirantes entendem os riscos de agrotóxicos para

a saúde humana.

Assim, as feiras são constituídas de complexidades que as tornam tão resistentes

pelos diversos lugares do mundo. Para (ARAÚJO e RIBEIRO, 2018, p. 305), “o espaço na

qual o agricultor familiar fica inserido vai além das concepções econômicas, tem importância

no desenvolvimento territorial, visto sua alta capacidade de produzir ocupações, renda e

qualidade de vida”, sendo assim, as feiras são de grande relevância, pois vêm contribuindo

para fomentar aspectos econômicos, sociais e culturais.

Também foi questionado sobre o autoconsumo dos produtos das feiras livres, cem

por cento dos entrevistados consumem os produtos vendidos nas feiras, segundo eles,

produtos mais saudáveis com menos usos de agrotóxicos, frescos, de ótima qualidade e

preço justo. Esse resultado vai ao encontro dos resultados encontrados em outras

pesquisas como a dos autores (PAULA; SCOPEL; LIMA, 2018), (COSTA ,2019), (FANTE et

al. ,2020), que também constataram número grande de feirantes que consumem os

produtos comercializados nas feiras livres.

Existem dentro das feiras livres aqueles que observam, pechincham e procuram

algo específico ou vão somente conhecer ou comer e tomar um caldo de cana, há aqueles

que criam laços de afetividade, próximos da amizade, rompendo a relação comerciante-

freguês, o que sustenta em grande parte a tradição de ir à feira toda semana, além da

variedade, qualidade e preço justo dos produtos ali comercializados.

Embora sejam extremamente importantes para os agricultores familiares,

consumidores e o comércio local, nem sempre as feiras livres recebem atenção merecida e

valorização, mas a secretaria está desenvolvendo ações para os reparos, manutenção e

continuidade. Mediante os dados levantados, ficou claro o grau de importância para quem

depende delas, que são fontes de mudanças econômicas, geradoras de oportunidades de

comercializações de produtos oriundos de agricultura familiar em pequena escala,

fortalecem laços de amizade e saberes entre os envolvidos, melhorando as condições na

vida para muitas famílias na cidade de Luís Eduardo Magalhães, pois as feiras livres fazem

parte da história e do desenvolvimento da cidade.

6. Considerações finaisA feira livre tem caráter diversificado, onde circulam cidadãos de todos os tipos,

sejam eles vendedores, compradores ou simplesmente visitantes querendo conhecer o

local. Nestas feiras, não são comercializados apenas frutas, legumes, verduras ou outros

itens alimentícios, mas, sim, é um espaço abundante de oportunidade, convivência, saberes,

cultura, além de comércio e prestação de serviços de outros itens que visam a atender

diversas demandas. É ainda um dos poucos espaços existentes onde há contato direto com

a comunidade.

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Há também a característica democrática, já que nas feiras são encontrados todos os

tipos de comerciantes, desde o grande feirante, distribuidor de alimentos, como pequenos

produtores que veem nas feiras livres a única forma de comercializar seus produtos e

melhorar sua renda familiar, bem como as pessoas que a frequentam, já que a feira é

acessível e frequentada por pessoas de diferentes origens, independentemente da classe

socioeconômica.

As feiras pesquisadas na cidade são de responsabilidade da SEDE. Para participar,

os feirantes precisam se encaixar no Termo de Permissão Regulamentada em vigor, de

responsabilidade da Secretaria competente, além da taxa para a comercialização dentro das

feiras. Após vários pedidos dos moradores e de feirantes, o Bairro Mimoso II ganhou um

Mercado Municipal nos últimos anos, o que ajudou muito na segurança dos feirantes e

clientes, sendo importante salientar que o Bairro Cidade Universitária e o Jardim Paraíso

também também têm suas feiras livres, que não foram o foco desta pesquisa. A pesquisa

se concentrou nas feiras livres mais antigas da cidade.

A proposta das feiras na cidade é de alimentos baratos, de qualidade, produzidos na

região, assim podem fomentar o fortalecimento da agricultura familiar. A agricultura familiar

em pequena escala precisa muito das feiras livres para a divulgação e a comercialização de

seus produtos.

Durante a pesquisa, ficaram evidentes a dimensão da importância das feiras livres e

o perfil socioeconômico dos feirantes que comercializam seus produtos nas feiras livres da

cidade de Luís Eduardo Magalhães, no ano de 2019, para compreender melhor sua

complexidade, incentivando a diversificação das atividades e o fortalecimento das feiras

livres de LEM. Além disso, elas fomentam a agricultura familiar em pequena escala

desenvolvida em torno da cidade e região. Elas são fontes de mudança e de

desenvolvimento local, cultural, capazes de estimular a autonomia dos feirantes e de

pequenos produtores familiares, além do conjunto de valores e espaço dos agentes sociais

relacionados ao saber, inclusão e convivência, estabelecem laços econômicos entre os

envolvidos: feirantes, clientes e comunidade. Alguns destaques na pesquisa são as baixas

escolaridades dos feirantes, porém quando comparada a faixa etária dos envolvido se

compreende a baixa escolaridade, pois os feirantes em sua maioria têm idades acima de 40

anos, tendo ficado evidente na pesquisa a pouca participação dos jovens, sugerindo mais

pesquisas sobre o envelhecimento da atividade da agricultura familiar.

Após esse estudo, fica evidente que as feiras livres são vistas como ações sociais

para as comunidades, têm um importantíssimo grau de patrimônio cultural e são espaços de

oportunidades de comercializações dos pequenos produtores familiares que nelas podem

ofertar seus produtos. A pesquisa também salienta o convívio e o respeito que existem entre

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os feirantes, pois, mesmo com bancas unas próximas das outras, ocorre uma concorrência

leal e organizada entre eles.

A variedade e a qualidade de seus produtos chamam a atenção. O abastecimento

alimentar é pontual e de acordo com a necessidade dos envolvidos, assim garantindo

variedade e preços justos, além de ser um ótimo espaço para integração, troca de

experiências e de ótima conversas.

Os feirantes das feiras pesquisadas têm importante papel socioeconômico. As feiras

livres acontecem explicitamente a partir das conversas, das discussões e dos chamamentos

em voz alta, mas a manutenção da rotina depende do conhecimento e do compartilhamento,

havendo regras que apenas se expressam quando são executadas. Para ser feirante, é

necessário adquirir qualificações de natureza técnica, digamos assim, que diz respeito à

capacidade de conduzir economicamente seu “negócio”, mas é também, ou acima de tudo,

compreender o contexto social e cultural.

Também é relevante ressaltar a necessidade de reforma na estrutura da feira livre do

Jardim das Acácias, pois falta estrutura adequada, a exemplo de banheiros,

estacionamentos, segurança entre outros pontos que estão com graves problemas e podem

afetar a continuidade da feira. Esses pontos estruturais não foram o foco da pesquisa, mas

fica a recomendação.

Por fim, o estudo salienta que são importantes futuros estudos sobre as feiras livres

na cidade de Luís Eduardo Magalhães e conclui que as feiras têm importante papel no

fortalecimento da agricultura familiar em pequena escala, trocas materiais, saberes e

espaços democráticos.

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