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CADERNO DE FÍSICA DA UEFS 11 (01 E 02): 23-42, 2013 23 EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E MAPAS CONCEITUAIS: ESTUDO DE FENÔMENOS DA NATUREZA EM ALGUNS PONTOS TURÍSTICOS DE SALVADOR-BA NON-FORMAL EDUCATION AND CONCEPTUAL MAPS: STUDY OF PHENOMENA OF NATURE IN SOME TOURIST POINTS OF SALVADOR-BA Tamila Marques Silveira 1 , Milton Souza Ribeiro Miltão 2 1 UEFS/UFBA [email protected] 2 UEFS/[email protected] Apresentar a Física aos estudantes de qualquer nível de escolaridade, com motivação, tem sido algo bastante desafiador e promissor. Muitos recursos metodológicos podem ser utilizados em prol desta conquista e aprendizagem para os indivíduos envolvidos. Logo, buscamos nos mapas conceituais e em alguns pontos turísticos da cidade de Salvador-Ba uma forma interativa de construir conhecimentos e de discutir a Física de forma mais interessante, atraente e lúdica. O público alvo para a aplicação deste trabalho foram estudantes do 9º ano do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio de uma escola da rede pública de Feira de Santana-Ba. O objetivo do trabalho foi alcançado com muitos pontos positivos, mostrando que a educação não-formal e o uso de mapas conceituais são bem propícios para o processo de ensino-aprendizagem. Palavras-chaves: Mapas Conceituais, Pontos Turísticos, Ensino de Física, Espaços Não-Formais. Present the Physics to students from any level of education, with motivation, is something that has been quite challenging and promising. Many methodological resources can be used towards this achievement and learning for the individuals involved. Therefore, we seek in the conceptual maps and in some touristic points of the city of Salvador-Ba an interactive way to construct knowledge and discuss the physics in more interesting, attractive and ludic way. The audience for the application of this study was students in the 9th year of primary school and 1st year of high school in a public school in Feira de Santana-BA. The objective was achieved with many positive points, showing that non-formal education and the use of concept maps are quite amenable to the process of teaching and learning. Keywords: Conceptual Maps, Tourist Points, Physics Teaching, Non-formal Spaces. INTRODUÇÃO Infelizmente, no campo educacional encontramos muitas situações inapropriadas que vão desde a infra-estrutura escolar até a qualidade de formação de professores. Nesse contexto, os estudantes são as principais vitimas. Com isto, a disciplina Física apresenta mais problemas: além, de ser considerada o terror dos estudantes, por conta de inúmeros cálculos matemáticos sem significatividade, os fenômenos estudados pela Física são pouco aproximados da realidade vivencial dos estudantes. Uma das causas se deve à formação do profissional atuante e/ou, até mesmo, ao tempo estabelecido para cumprir conteúdos. Atrair os estudantes para compreender e estudar fenômenos físicos vem sendo uma ação bastante desafiadora e discutida entre os docentes da área de ensino de física. recursos metodológicos e bons planejamentos, de acordo com o conhecimento prévio dos indivíduos envolvidos, são favoráveis neste sentido. O conhecimento é um processo de construção, ocorrendo sempre no contexto social. No ensino de Física, por exemplo, para que haja uma integridade entre o processo de ensino e aprendizagem, o docente deve possuir mais do que novas metodologias e recursos didáticos: o mesmo precisa ter uma boa formação e boas condições de trabalho. Juntando essas duas coisas as mudanças efetivamente ocorrerão.

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EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E MAPAS CONCEITUAIS: ESTUDO DE FENÔMENOS DA NATUREZA EM ALGUNS PONTOS

TURÍSTICOS DE SALVADOR-BA NON-FORMAL EDUCATION AND CONCEPTUAL MAPS: STUDY OF PHENOMENA OF NATURE IN

SOME TOURIST POINTS OF SALVADOR-BA

Tamila Marques Silveira1, Milton Souza Ribeiro Miltão2

1UEFS/UFBA [email protected]

2UEFS/[email protected]

Apresentar a Física aos estudantes de qualquer nível de escolaridade, com motivação, tem sido algo bastante desafiador e promissor. Muitos recursos metodológicos podem ser utilizados em prol desta conquista e aprendizagem para os indivíduos envolvidos. Logo, buscamos nos mapas conceituais e em alguns pontos turísticos da cidade de Salvador-Ba uma forma interativa de construir conhecimentos e de discutir a Física de forma mais interessante, atraente e lúdica. O público alvo para a aplicação deste trabalho foram estudantes do 9º ano do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio de uma escola da rede pública de Feira de Santana-Ba. O objetivo do trabalho foi alcançado com muitos pontos positivos, mostrando que a educação não-formal e o uso de mapas conceituais são bem propícios para o processo de ensino-aprendizagem. Palavras-chaves: Mapas Conceituais, Pontos Turísticos, Ensino de Física, Espaços Não-Formais.

Present the Physics to students from any level of education, with motivation, is something that has been quite challenging and promising. Many methodological resources can be used towards this achievement and learning for the individuals involved. Therefore, we seek in the conceptual maps and in some touristic points of the city of Salvador-Ba an interactive way to construct knowledge and discuss the physics in more interesting, attractive and ludic way. The audience for the application of this study was students in the 9th year of primary school and 1st year of high school in a public school in Feira de Santana-BA. The objective was achieved with many positive points, showing that non-formal education and the use of concept maps are quite amenable to the process of teaching and learning. Keywords: Conceptual Maps, Tourist Points, Physics Teaching, Non-formal Spaces.

INTRODUÇÃO

Infelizmente, no campo educacional encontramos muitas situações inapropriadas que vão desde a

infra-estrutura escolar até a qualidade de formação de professores. Nesse contexto, os estudantes são as

principais vitimas.

Com isto, a disciplina Física apresenta mais problemas: além, de ser considerada o terror dos

estudantes, por conta de inúmeros cálculos matemáticos sem significatividade, os fenômenos estudados

pela Física são pouco aproximados da realidade vivencial dos estudantes. Uma das causas se deve à

formação do profissional atuante e/ou, até mesmo, ao tempo estabelecido para cumprir conteúdos.

Atrair os estudantes para compreender e estudar fenômenos físicos vem sendo uma ação bastante

desafiadora e discutida entre os docentes da área de ensino de física. recursos metodológicos e bons

planejamentos, de acordo com o conhecimento prévio dos indivíduos envolvidos, são favoráveis neste

sentido.

O conhecimento é um processo de construção, ocorrendo sempre no contexto social. No ensino de

Física, por exemplo, para que haja uma integridade entre o processo de ensino e aprendizagem, o docente

deve possuir mais do que novas metodologias e recursos didáticos: o mesmo precisa ter uma boa

formação e boas condições de trabalho. Juntando essas duas coisas as mudanças efetivamente ocorrerão.

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Assim, aprender Física significativamente não é somente “mexer” com os aspectos cognitivos dos

estudantes, mas saber relacionar a Física com suas referencias pessoais, sociais e afetivas.

Inovações no ensino-aprendizagem, inclusões digitais, educação especial, ensino à distância

(EAD), construção de currículo, metodologias e outros temas ainda são discussões polêmicas no campo

educacional. As discussões sobre como conceituar a educação não-formal, formal e informal (e

conseqüentemente, espaço não formal e formal de ensino), por exemplo, são bastante complexas e

subjetivas.

Nesse sentido, nesse trabalho buscamos nos mapas conceituais e em alguns pontos turísticos da

cidade de Salvador-Ba uma forma interativa de construir conhecimentos e de discutir a Física de forma

mais interessante, atraente e lúdica. O público alvo para a aplicação deste trabalho foram estudantes do 9º

ano do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio de uma escola da rede pública de Feira de

Santana-Ba.

O ENSINO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: COMO A FÍSICA ESTÁ INSERIDA NESTE CONTEXTO?

De acordo com as Instituições Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior, definidas na

Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, um espaço formal deve ser aquele composto de

uma educação formal com normas e garantias para um adequado ensino-aprendizado para o individuo,

isto é, uma escola e suas subdivisões como a sala-de-aula.

A educação formal caracteriza-se por ser altamente estruturada. Desenvolve-se no seio de instituições próprias — escolas e universidades — onde o aluno deve seguir um programa pré-determinado, semelhante ao dos outros alunos que freqüentam a mesma instituição. A educação não-formal processa-se fora da esfera escolar e é veiculada pelos museus, meios de comunicação e outras instituições que organizam eventos de diversas ordens, tais como cursos livres, feiras e encontros, com o propósito do ensinar ciência a um público heterogêneo. A aprendizagem não-formal desenvolve-se, assim, de acordo com os desejos do indivíduo, num clima especialmente concebido para se tornar agradável. Finalmente, a educação informal ocorre de forma espontânea na vida do dia-a-dia através de conversas e vivências com familiares, amigos, colegas e interlocutores ocasionais. (MAARSCHALK, 1988, p. 137).

Sob este aspecto, um espaço não-formal seria um local onde a educação não-formal, ou informal,

sem ordem de conteúdos, fosse aplicada. Em outras palavras, é um espaço onde a transdisciplinaridade

está bem presente e onde muitas idéias, dúvidas e aprimoramento de conhecimento podem ser discutidos

ao mesmo tempo sem uma ordem determinada ou pré-estabelecida, como realizada em uma escola ou

algum estabelecimento de ensino, mesmo que se tenha algum planejamento.

Assim, sinteticamente, de acordo com Jacobucci (2008), pode-se dizer que os espaços formais de

Educação referem-se a Instituições Educacionais, enquanto que os espaços não-formais relacionam-se

com Instituições cuja função básica não é a educação formal e com lugares não-institucionalizados.

Conforme Corrêa e Franco (2000) a educação não formal permite uma aprendizagem ativa, além

de fornecer importantes saberes capazes de ampliar o universo cultural da população, permitindo, assim, a

divulgação e popularização do conhecimento científico.

A educação não- formal, conforme Gohn (2006), poderá desenvolver, como resultados, uma série

de processos tais como:

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• uma consciência e organização de como agir em grupos coletivos;

• a construção e reconstrução de concepção(ões) de mundo e sobre o mundo;

• uma contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;

• a formação do indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacitação para entrar no

mercado de trabalho);

• quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a educação não-formal

resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que a mídia e os manuais de auto-ajuda denominam,

simplificadamente, como a auto-estima); ou seja dá condições aos indivíduos para desenvolverem

sentimentos de auto-valorização, de rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem

para serem reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças (raciais,

étnicas, religiosas, culturais, etc.);

• os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, e aprendem a ler e interpretar o

mundo que os cerca.

Assim, através de um processo interativo e mediador o conhecimento para com o publico alvo

envolvido se constrói a partir da realidade vivencial, e do contato com a prática possibilitando o

discernimento necessário para associar essa prática com os seus conhecimentos já existentes e adquiridos

ao longo de sua existência.

Então, será que programar no currículo atividades extraclasses seria uma motivação no processo

de ensino-aprendizagem? Será que incentivar os estudantes a discutirem os conteúdos escolares de uma

maneira mais vivenciada não seria mais significativo para eles?

Segundo Stuchi e Ferreira (2003), sim, pois “uma exposição científica pode explicar mais

facilmente situações do dia-a-dia sob a ótica de modelos científicos... [e, sendo assim] (...) deve fazer

parte do currículo escolar como um complemento do ensino formal” (p. 213-315). Neste sentido, o ensino

de Ciências poderia se tornar mais conceitual, produtivo e concreto para os aprendizes, pois observar e

pesquisar são ações que despertam o interesse do estudante (TREVISAN e LATTARI, 1997).

Os estudantes precisam ser motivados a conhecer os saberes e associar a sua aprendizagem escolar

com o cotidiano. Daí, os conteúdos serão mais significativos para sua existência.

Partindo da premissa de que a educação é fundamentalmente um processo de comunicação de interação, de relação entre pessoas [...] a Escola pode e precisa estabelecer pontes com os meios de comunicação. Pode utilizá-los como motivação para o conteúdo de ensino, como ponto de partida mais dinâmico e interessante diante de um novo assunto a ser estudado. Os meios de comunicação podem, por seu turno, apresentar o próprio conteúdo de ensino (cursos organizados em vídeo, por exemplo), bem como podem ser, eles próprios, objetos de análise, de conhecimento (estudo crítico da TV, do cinema, do teatro, do rádio, de jornais e das revistas) (MILTÃO et all, 2007, p. 51-52).

E nesse sentido, estendendo o conceito de meios de comunicação, colocamos os Pontos Turísticos

como um espaço-tempo que apresenta uma paisagem, uma cultura, um lazer, uma gastronomia, uma

aventura, uma história, uma geografia, nos comunicando algo que nos propicia algum prazer.

Em Física, por exemplo, é essencial os estudantes conseguirem vivenciar e visualizar os

fenômenos trabalhados e perceber que a Física não é um emaranhado de fórmulas matemáticas, que

muitas vezes interferem negativamente na compreensão das leis e teorias que descrevem um determinado

fenômeno.

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Alguns espaços não formais além de serem mais interessantes para discutir algum conhecimento

são também meios de divulgar a cultura e ciência, trazendo uma alfabetização cientifica para a

comunidade leiga ou não. Exemplos deles são museus, espaços teatrais e qualquer espaço onde o

conhecimento possa ser discutido, como uma biblioteca ou algum ponto turístico de uma cidade.

Às vezes o que não está no universo da escola, espaço/educação formal, é bem motivador para os

estudantes. Com isso, os educadores devem aproveitar essa motivação para despertar o interesse dos

estudantes em conhecerem os mistérios que permeiam a Física, mas que são indispensáveis para entender

os fenômenos da natureza.

Nos centros de ciência, por exemplo, existem coisas que as pessoas não conseguem aprender, mas que fazem com que elas desejem estudar física, estimulem a sua curiosidade, e familiarizem-nas com a natureza. Isto é o que constitui a base para o desenvolvimento da intuição em física. (Oppenheimer apud CHAGAS, 1993, p. 57).

Logo, um estudante ao ir a um espaço não formal de ensino pode visualizar, pesquisar e vivenciar

um fenômeno da natureza em tal espaço não-formal, fenômeno este que já pode ter sido, ou não,

apresentado em um espaço formal, tornando-se bem mais interessante pelo simples de fato ser mais

concreto aos olhos dos aprendizes.

MAPAS CONCEITUAIS: UMA FERRAMENTA AUXILIAR PARA DISCUTIR FENÔMENOS

De um modo geral, os mapas conceituais (MOREIRA, 2006) são uma estratégia facilitadora de

aprender significativamente um dado conhecimento. Tais mapas representam uma estrutura de conceitos,

que vai desde os mais abrangentes até os menos abrangentes, que de alguma forma estão relacionados.

Figura 1: Exemplo de um mapa conceitual hierárquico de acordo com os princípios ausubeliano

(SILVEIRA e MILTÃO, 2009).

O mapa conceitual da Figura 1 é um mapa inicial, originalmente construído baseado na idéia de

diferenciação progressiva, se apresentando na relação vertical (de baixo para cima), que é quase

semelhante a um organograma (estrutura de poder). Nesse modelo que propõe uma hierarquia vertical, de

cima para baixo, temos na parte superior do mapa os conceitos superordenados que são os conceitos

muito gerais e inclusivos. “Descendo” o mapa, temos os conceitos subordinados que são denominados

intermediários; e na parte inferior ao mapa temos os conceitos específicos que são aqueles poucos

inclusivos ou usados para por exemplos do conteúdo.

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Essa “ferramenta de organizar e representar conhecimento” tem por base a Psicologia Cognitiva

de David Ausubel, a qual estabelece, como idéia fundamental, a aprendizagem que ocorre por assimilação

de novos conceitos e proposições na estrutura cognitiva do estudante. Isto é, o ponto central da teoria

ausubeliana é o estudo da aprendizagem significativa. Portanto, conforme Moreira (1990), a teoria

ausubeliana deveria ser atualmente chamada de “Teoria de Ausubel e Novak” ou “teoria da aprendizagem

significativa de Ausubel e Novak”.

Deve ser sempre considerada a hipótese de que a estrutura cognitiva de qualquer indivíduo está

constantemente se reestruturando durante a aprendizagem significativa. E assim, de acordo com as

mudanças cognitivas do ser humano é viável a utilização de mapas conceituais em diversas categorias do

conhecimento: administração, computacional, análise de dados, ensino, entre outras; sendo que os mapas

não necessariamente sejam construídos de acordo com o modelo ausubeliano.

Figura 2: Mapa conceitual para abordar o maquinismo. Pode ser utilizado em uma aula de história,

por exemplo. Fonte: MOREIRA, 2006.

Figura 3: Mapa conceitual para ser usado em uma aula de matemática. Fonte: MOREIRA, 2006.

É possível afirmar que mapas conceituais são instrumentos muito flexíveis e que podem ser

aplicados, sem problemas, no ensino e na aprendizagem escolar (veja a Figura 2 e a Figura 3) (de forma:

didática, avaliativa, organizacional e/ou de análise de conteúdos), mesmo ainda sendo considerada uma

visão não tradicional de avaliação da aprendizagem.

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Mas, é importante salientar que, mesmo com esta visão não tradicional, não se deve desconsiderar

o uso destes mapas em sala de aula, em especial em aulas de Física, pois os mesmos são recursos

dinâmicos que facilitam a enfatização de conceitos, que muitas vezes ficam perdidos em fórmulas e

informações que para o estudante não tem sentido, podendo ser usados também como organizadores

prévios para introduzir tal conteúdo (SILVEIRA e MILTÃO, 2009, 2010; SILVEIRA, 2010).

Logo, os mapas conceituais servem para tornar significativa a aprendizagem do individuo pelo fato

de adequar a abordagem de problemas complexos à estrutura cognitiva dos educandos. A abordagem

desta estratégia não é meramente tecnista, pois possibilita, de forma diferenciada, apresentar uma

informação textual e torná-la mais evidente na estrutura cognitiva do indivíduo.

O docente pode encontrar nos mapas conceituais um auxilio de revisão, organização e/ou

explanação inicial de conteúdos. Através de um bom planejamento, o estudante conseguirá associar esses

conteúdos abordados com o seu cotidiano. Assim, haverá uma possibilidade de uma aprendizagem mais

significativa e um processo de ensino mais adequado e voltado para a realidade do público alvo.

SALVADOR-BA: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

Apesar de muitos problemas sociais e econômicos, Salvador, capital da Bahia, é uma cidade

turística bastante atrativa (Figura 4). É um lugar de encantos, com lindas praias e bons eventos culturais.

Apresenta uma população muito diversificada em etnia e raças (multiciplicidade cultural), forte

sincretismo religioso, música para todos os gostos, uma perceptível presença folclórica (baianas, rodas de

samba e capoeiras) e histórica (prédios e construções coloniais, esculturas e monumentos, 365 Igrejas

Católicas).

Figura 4: Mapa da capital baiana e seus principais pontos turísticos. Fonte:

http://mapasblog.blogspot.com/2011/03/mapas-de-salvador-ba.html.

Salvador foi fundada em 29 de março de 1549, por Tomé de Souza o qual foi considerado o

primeiro governador do Brasil, tendo como nome inicial São Salvador da Baía de Todos os Santos devido

ao fato de ser a maior baía da costa brasileira descoberta naquela época.

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Praias e dunas compõem a paisagem predominante de Salvador, e o clima é o tropical quente, com

chuvas no inverno e verão seco. A cidade de Salvador está situada a 8m acima do nível do mar se

dividindo em Cidade Baixa (faixa litorânea) e Cidade Alta. Seu relevo é composto por vales profundos e

planícies.

De acordo com o Censo demográfico de 2010, divulgado no Diário Oficial em 04.11.2010,

Salvador é uma cidade com 2.480.790 habitantes (vide

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/BA2010.pdf) sendo considerada a terceira

mais populosa do Brasil perdendo apenas para as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, em

Salvador se concentra um número muito grande de afro-descendentes, com a maior parte negra e parda.

A orla tem aproximadamente, segundo os dados da BAHIATURSA, 50 km de extensão com

alguns trechos iluminados, ciclovias, praças de esportes e restaurantes. As principais praias são:

Orla da Baía de Todos os Santos: Inema, São Tomé de Paripe, Ribeira e Boa Viagem.

Orla Atlântica: Porto da Barra, Farol da Barra, Cristo, Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba,

Costa Azul, Armação, Boca do Rio, Artistas, Corsário, Jaguaribe, Piatã, Placaford, Farol de Itapuã, Stella

Maris e Flamengo.

Cada praia tem sua história e sua beleza. Por exemplo, a praia do Rio Vermelho é famosa por ser o

local de umas das maiores festas populares do sincretismo religioso, a festa de Iemanjá, chamada, então,

de mãe d’água ou rainha do mar. Além desta, tem-se também a praia de Itapoã a qual é cantada em prosa

e verso por artistas como Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi, e o Farol da Barra no qual ocorre o

circuito Dodô do carnaval soteropolitano e ponto de muitos eventos culturais. Vale ressaltar que além das

praias citadas anteriormente, Salvador possibilita a ida para as praias do Litoral Norte, como as praias de

Vilas do Atlântico, situada no município de Lauro de Freitas (fronteira norte de Salvador) e a Praia do

Forte, a qual conta com a sede do projeto Tamar.

Logo, Salvador é uma cidade turística bastante procurada por inúmeros indivíduos de regiões

variadas por ser uma cidade muita rica em cultura e lazer. Logo, um lugar propício para discutirmos os

fenômenos naturais com leveza, ludicidade e significatividade.

FENÔMENOS NATURIAS NOS ESPAÇOS NÃO FORMAIS TURÍSTICOS DE SALVADOR

Conforme já citado anteriormente, o ensino em espaço não formais é motivador e nada melhor do

que escolher espaços atrativos para discussões de conhecimentos, principalmente se estes locais

apresentarem os fenômenos naturais concretamente, saindo da abstração vista na sala de aula através de

fórmulas. Assim, Salvador-BA foi a cidade que preencheu esses pré-requisitos além de estar mais

próxima da realidade do público alvo.

Nosso público alvo foi constituído por alunos de 9º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino

médio do Colégio Estadual José Ferreira Pinto, situado no bairro Feira VI, na cidade de Feira de Santana-

Ba. Estes alunos foram escolhidos por já estarem habituados com os mapas conceituais, trabalhados em

sala de aula desde 2009 na mesma escola.

Houve a participação de 40 estudantes, sendo 14 do Ensino fundamental (9º ano) e 26 do ensino

médio (1º ano). Todos estavam autorizados, via documento escrito e assinado pelos seus responsáveis, a

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realizarem o passeio pedagógico-físico-turístico como também a disponibilizar imagens e recursos

audiovisuais que comprovem a aplicação do trabalho monográfico e a participação dos mesmos nesta.

Para o desenvolvimento do presente trabalho, o planejamento constou das seguintes etapas:

A escolha de um espaço não-formal onde pudessem ser discutidos os conteúdos de Física já

apresentados em sala de aula e ligados à Astronomia (Tabela 1). Esses conteúdos deveriam estar

relacionados com a Física do Movimento e Gravitação, o que não deveria descartar as discussões de

outros fenômenos naturais que estivessem presentes no local. O espaço não-formal escolhido foi

Salvador-BA;

Buscou-se os pontos turísticos de Salvador relacionados aos assuntos já discutidos com o público;

Foram construídos mapas conceituais dos assuntos a serem trabalhados nos pontos turísticos

escolhidos;

Aplicação de um questionário sobre os pontos turísticos escolhidos para os estudantes envolvidos

no passeio. No questionário aplicado foi considerado a estrutura cognitiva dos estudantes, seus

conhecimentos prévios e as discussões já realizadas em sala de aula sobre a Física do Movimento e

Gravitação. Além disso, uma conversa informal com os professores que participaram do passeio

pedagógico-fisíco-turístico, para analisar os prós e contras do passeio;

Foi feita uma análise de toda observação do passeio pedagógico-fisíco-turístico, verificando se os

objetivos foram alcançados e quais foram os possíveis resultados. Essa análise foi feita levando em

consideração se as respostas dos questionários se aproximavam de significados físicos apropriados, para

percebermos se o conhecimento foi alcançado, ou se o conhecimento tronou-se atrativo para o estudante.

Vale salientar que foram escolhidos poucos pontos turísticos para serem visitados, pois o passeio

pedagógico exige tempo de explicação e visitação. Além disso, devemos considerar o trânsito da cidade e

a condução dos estudantes de uma cidade para outra (no nosso caso Feira de Santana – Salvador - Feira

de Santana).

Portanto, escolhemos o Aeroporto Internacional Deputado Luis Eduardo Magalhães (Aeroporto

Dois de Julho), o Elevador Lacerda, o Pelourinho, e o Plano Inclinado Gonçalves Dias. Além de haver

uma preocupação de observar os fenômenos, houve também a intenção de conhecer os fatos históricos

dos lugares visitados, bem como as praias e praças.

Como exemplos de perguntas feitas no questionário temos: 1. Como funciona o avião? Quais as

leis da Física que explicam este funcionamento? Explique como funciona o processo de

aterrizagem/pouso/ decolagem? Quais as funções das asas no avião?; 2. Como funciona o Elevador

Lacerda? Quantos metros de altura tem o Elevador Lacerda? Qual o seu tempo de subida? E de descida?

Qual a sua velocidade em m/s?E em km/h? E sua aceleração em m/s2?; 3. As ladeiras do pelourinho são

umas das ruas mais famosas de Salvador. Como poderemos aplicar a Física nestas ladeiras? Lembre-se da

força/velocidade/aceleração de um ciclista ao descer e subir uma ladeira; 4. O que é um Plano Inclinado?

Como funciona o Plano Inclinado? Quais os processos físicos envolvidos? Dê três exemplos de planos

inclinados; 5. Comente qual ponto turístico que você mais gostou durante o passeio físico-turístico em

Salvador-Ba. Dê sua opinião da importância de discutir a Física fora do ambiente de sala de aula e

relacionar a Física com outras disciplinas.

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Os mapas conceituais foram utilizados como revisão final das discussões dos fenômenos estudados

se encontrando no final dos questionários que foram entregues aos estudantes.

Na Tabela 1 estão discriminadas as etapas da visita, bem como os temas estudados em cada uma

delas.

Pontos

Turísticos

Previsão da duração

do tempo da

visitação

Discussão do

Fenômeno Físico

Obs.

Aeroporto

08:15h à 09:30h

Leis de Newton

Lei da Gravidade

Funcionamento de uma

aeronave

Palestra de 15min com

um guia da INFRAERO

Elevador Lacerda

10:30h à 11:30h

Leis de Newton

Lei da Gravidade

Funcionamento de um

elevador

Parada para o Almoço

(1h de relógio)

Ladeiras do Pelourinho

13:00h à 14:30h

Leis de Newton

Caminhada com

observação da beleza do

local

Plano Inclinado

14:30h à 15:30h

Leis de Newton

Lei da Gravidade

Plano Inclinado Manual

e elétrico

Os estudantes poderão

descer no Plano

Mercado Modelo

15:30h à 16:00h

_ Apreciação do local e

finalização do passeio.

Retorno à Feira de

Santana.

Tabela 1: Roteiro do passeio pedagógico-físico-turistico.

O passeio contou com a supervisão e apoio de nove professores da rede publica participante da

aplicação, iniciando-se ás 5h do dia 25/11/2010 saindo do Colégio Estadual José Ferreira Pinto, situado

no bairro Feira VI, município de Feira de Santana - Ba, com auxilio de um ônibus, chegando à capital

baiana por volta de 7:30h. Ao chegar à cidade de Salvador, os estudantes foram guiados aos pontos

turísticos conforme o planejamento pedagógico. O retorno à Feira de Santana foi realizado às 16:45h

chegando ao colégio, local de saída, por volta das 18h.

A todo instante foi observado a ansiedade e encantamento dos estudantes pela capital baiana.

Como também foi observado, por parte deles, criticas e comparações da capital baiana com seu município

de residência (Feira de Santana). Comparações essas que iam do trânsito de veículos e pessoas, à

quantidade populacional, ao espaço de lazer e à violência.

Assim, conforme o planejamento pedagógico e aproveitando a ansiedade dos estudantes em

relação à capital baiana, começamos o passeio pedagógico-físico-turístico levando os estudantes ao

aeroporto. Esta prática foi altamente positiva, motivadora e significativa para eles, pois era perceptível a

vontade deles em ter o contato mais próximo com o avião e visualizar se tudo que a mídia e meios de

comunicação dizem é verídico.

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Era prazeroso ver os estudantes olharem os aviões no saguão do aeroporto. E mais prazeroso ainda

foi proporcionar que esses estudantes da escola pública vivenciassem o que seria um avião, já que a

maioria nunca tinha visto pessoalmente, nem tão pouco freqüentou um aeroporto; somente conhecia sua

existência através de meios televisivos ou livros didáticos.

(a) (b)

Figura 5: (a) e (b) Estudantes durante a visita ao aeroporto de Salvador-Ba.

Aos poucos foi mostrado aos estudantes que a física estava presente na prática de movimento do

avião. Que conceitos já discutidos em sala de aula, como empuxo, gravidade, pressão, velocidade, tempo,

distância e outros são essenciais para possibilitar aos mesmos uma compreensão significativa sobre o

funcionamento de um avião.

Abordamos as partes constituintes de um avião mostramos que os mesmos podem se diferenciar

pelos seus diversos formatos e tamanhos, dependendo da missão da aeronave.

Figura 6: Partes constituintes de um avião. Fonte http://www.grc.nasa.gov/WWW/K-12/airplane/airplane.html.

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Compreendendo as principais partes de um avião, podem-se compreender as principais forças

envolvidas no vôo de um avião. Enquanto que a Sustentação (S) é a componente da força aerodinâmica

perpendicular à direção do movimento do vôo, o Arrasto (R), essencialmente uma força de atrito, é a

componente da força aerodinâmica paralela à direção de vôo (MISSIATO et all, 2012).

Figura 7: Esquema da atuação das quatro forças básicas para um funcionamento de um avião. Fonte

http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20031/Andre/index.htm.

Além dessas, dialogamos sobre o fato de que tem-se o Peso que é a força da gravidade (P = mg)

atuando sobre o avião e dirigida para o centro da Terra e a Tração (T), a qual é a força produzida pelo

motor sendo dirigida ao longo do eixo longitudinal do avião.

Na configuração dos aviões comerciais modernos, o peso está entre a força de sustentação da asa e a força de sustentação do estabilizador. A asa se encontra na parte dianteira do avião e o estabilizador na parte traseira. Para levantar vôo o piloto deve atuar de forma a abaixar a cauda (força para baixo no estabilizador traseiro) e assim aumentar o ângulo de ataque (QUEIROZ, sem data).

Então, processos como decolagem, aterrizagem e pouso ficam mais fáceis de serem abordados.

Enquanto que na decolagem o avião precisa adquirir uma velocidade para obter a sua sustentação

necessária para alçar vôo em uma pista, utilizando mais força disponível nos motores, a aterrizagem (ato

de descer) precisa de uma diminuição da velocidade e conseqüentemente da sustentação. O pouso é a fase

final e mais perigosa, no nível físico, pois devido a alta aceleração/desaceleração da velocidade as

turbinas ficam desativas para movimento.

(a) (b) Figura 8: (a) processo de subida/decolagem (b) processo de descida/ aterrizagem. Fonte: DAHMEN e

STUDART, 2006.

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Na decolagem a velocidade fica entre 150 km/h a 250 km/h. Na aterrizagem, para diminuir essa

velocidade é necessário fazer o uso dos flaps e do reverso.

Portanto, um aeroporto precisa de uma área plana e sem obstáculos com uma boa infra-estrutura

para que o veículo aéreo trafegue com segurança. E o aeroporto Internacional Deputado Luis Eduardo

Magalhães (Aeroporto Dois de Julho) preenche esses pré-requisitos e a física pode ser bem discutida e

analisada neste local.

Assim, ao visitar o aeroporto esses conceitos já estabelecidos em sala de aula, ficaram mais

concretos para os estudantes ao visualizarem o avião em decolagem, aterrizagem e vôo.

É importante ressaltar que infelizmente, por questões internas da Infraero, não tivemos permissão

de levar os estudantes para um contato mais próximo com os aviões nos pátios do aeroporto, somente

pelo saguão. Conforme a Infraero, no aeroporto não estava sendo realizada visita técnica durante o

período. Houve muitas insistências para que a realização pudesse ser aplicada, mas muitas burocracias

foram impostas pela empresa aérea.

No elevador Lacerda (Figura 9) pôde ser discutido a física do movimento de um elevador. O

elevador em si é um dispositivo de transporte, de formato vertical para mover pessoas em tempos de

segundos, e se localiza em uma casa de máquina a qual possui um cabo elétrico conectado a esta,

fornecendo a energia e tração necessárias à sua locomoção. Além disso, a movimentação é controlada por

uma válvula hidráulica que possibilita a transformação da Energia cinética em Energia potencial durante a

subida.

Figura 9: Elevador Lacerda.

A gravidade e as Leis de Newton são os assuntos físicos presentes em um funcionamento de um

elevador.

Assim que o elevador começa a subir, ele apresenta a aceleração (logo, também a Força Resultante) para cima, o que leva, conseqüentemente, à Força Normal ser maior que a Força Peso (Fr = Fn-P). Sendo assim, é possível concluir que a reação do chão do elevador exercida sobre nós (Força Normal) é maior, e por isso sentimos como se estivéssemos sendo comprimidos contra o chão. Agora, no momento em que o elevador desacelera, sua aceleração e força resultante estão voltadas para baixo. Deste

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modo, a Força Peso se torna maior que a Força Normal (Fr=P-Fn). Sendo P maior, Fn tem uma intensidade menor, ou seja, a reação do chão contra nossos pés é menor, dando a impressão de que estamos nos desprendendo dele, como se já não tivesse tanto efeito sobre nós. Na descida, as reações são as mesmas, só que em momentos contrários (P>Fn quando o elevador começa a descida, e Fn>P quando ele desacelera).

Durante o trajeto, há um momento onde parece não haver sensação diferente, e isso seria quando o elevador está se movimentando em uma velocidade constante. Como não apresenta nenhuma aceleração, a Força Resultante é nula, ou seja, a Força Normal é igual à Força Peso. Deste modo, é possível concluir que sentimos apenas a força da gravidade (Peso) e a Normal, estando acostumados com ambas. (BIAGIO, 2010).

No Elevador formaram-se grupos de estudantes acompanhados por um docente para serem

transportados para a cidade alta de Salvador. Durante a subida uma das estudantes comentou:

“Nossa! Senti um frio na barriga”

Essa colocação feita pela estudante foi ótima para introduzir a discussão, pois as três leis de

Newton e a lei da gravidade puderam ser bem abordadas. Argumentamos que este frio na barriga era o

poder da força da gravidade, isto é, os objetos com massa exercem atração uns com os outros. Se caso

houvesse um rompimento dos cabos do elevador ia ter o processo da queda livre, o que nos permitem

afirmar que essa força prende os objetos na superfície.

Figura 10: Momento de explicação sobre a física no elevador Lacerda.

Saindo do Elevador Lacerda e chegando ao pátio da prefeitura municipal de Salvador os

estudantes puderam apreciar a linda miragem da cidade baixa vista da cidade alta (vide a Figura 11).

Figura 11: Vista parcial da cidade baixa pela cidade alta de Salvador.

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No trajeto Praça da Sé-Pelourinho vários assuntos de Física puderam ser discutidos. O som dos

berimbaus nas rodas de capoeira, mini-trios de cafezinho, auto-falantes espalhados pelo local, entre outros

instrumentos considerados, foi um dos fenômenos observados e importantes para a Física.

Pelourinho é um bairro da capital baiana localizado no Centro Histórico e famoso pelas suas

empinadas ladeiras e casarões históricos (vide Figura 12). Este nome é referente a uma coluna de pedra

(já removida do local) situada no largo principal, bem no meio da praça. Essa pedra era onde os escravos

e criminosos eram expostos e castigados na época do Brasil-Colônia.

Chegando às ladeiras do Pelourinho reforçamos com os estudantes conceitos como velocidade,

distância, tempo, força dentre outros.

Os próprios estudantes puderam vivenciar e sentir nas ladeiras do Pelourinho os processos físicos

como a força que eles mesmos aplicavam para subir uma dessas ladeiras.

(a) (b)

Figura 12: (a) Largo Teresa Batista, logo após a Praça da Sé. (b) Uma das ladeiras do Pelourinho. Fonte: http://www.brasil-turismo.com/bahia/imagens/pelourinho.htm.

As principais discussões que permeiam este local turístico da capital baiana são as três leis de

Newton, e conceitos como de forças e velocidades em planos inclinados.

O essencial neste local é mostrar para os estudantes que um objeto subindo uma ladeira terá uma

velocidade e aceleração positiva se tiver um movimento progressivo e acelerado; caso tenha uma

velocidade positiva e aceleração negativa, o movimento do objeto será progressivo e retardado.em ambos

os casos o objeto precisará colocar uma força maior para subir a ladeira.

Porém, se o objeto tiver descendo uma ladeira o movimento só será retrógrado e acelerado se o

objeto possuir velocidade e aceleração negativa; e caso a velocidade do objeto seja negativa com

aceleração positiva o movimento será retrogrado e retardado.

Um caso clássico de um objeto em uma ladeira é uma bicicleta. E perceptível se a ladeira for bem

empinada, pois o ciclista precisa colocar uma grande força para impulsionar a bicicleta, caso contrário

não conseguira subira a ladeira. Ao descer uma ladeira, esse ciclista não precisar colocar força alguma,

pois a bicicleta ganhará seu próprio impulso.

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Figura 13: Os estudantes vivenciando a física do movimento nas ladeiras do Pelourinho sendo reforçada

pela discussão e abordagem dos processos da Mecânica.

Com o intuito de mostrar que não existe apenas o elevador Lacerda que liga as duas cidades de

Salvador (baixa e alta) e de reforçar conceitos de forças e velocidades de objetos em ladeiras e planos

inclinados, os estudantes chegam ao Plano Inclinado Gonçalves Dias (vide Figura 14) para vivenciar a

discussão já realizada nas ladeiras do Pelourinho. Além disso, de perceberem ainda mais o porquê das

expressões utilizadas na capital baiana “cidade baixa” e “cidade alta”.

Figura 14: Plano Inclinado Gonçalves Dias.

Fisicamente, o Plano Inclinado Gonçalves pode ser entendido como exemplo de uma superfície

plana cujos pontos de inicio e fim apresentam alturas diferentes. Este obedece às leis de conservação de

energia: a mesma quantidade de energia mecânica do inicio ao final do plano.

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A cabine de comando (vide Figura 15) do plano inclinado foi também alvo de muita discussão. Os

estudantes puderam perceber que como as cabines são pesadas é necessário cabos elétricos, aplicando as

forças de tração estudadas na 2ª Lei de Newton – Leis da Dinâmica – para moverem-nas.

Figura 15: Cabine de comando do Plano inclinado Gonçalves Dias.

Caso o objeto fosse leve poderiam ser usadas forças manuais e não necessariamente elétricas,

como o caso de uma bola subindo um plano inclinado.

Figura 16: Observações do plano inclinado nos processos físicos de subida e descida pelos estudantes.

E, vivenciando o plano inclinado, percorremos o Comércio e o Mercado Modelo onde os

estudantes pararam para apreciar o local e sua cultura/lazer. Como ainda tínhamos 25 minutos até o

horário acertado de retorno à Feira de Santana, levamos os estudantes ao Museu de Arte Moderna

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(MAM), local onde puderam apreciar obras modernas e uma linda paisagem da Baía de Todos os Santos,

finalizando o passeio pedagógico-físico-turístico.

Muitos resultados positivos foram percebidos na aplicação desse passeio pedagógico físico-

turístico:

Além de discutir a Física do Movimento e a Gravitação (principal tema do planejamento

pedagógico) nos pontos turísticos escolhidos houve discussões de outras áreas de Física, como

eletricidade (cabos elétricos, movimentos de turbinas e geradores), acústica (turbinas dos aviões

proporcionando poluição sonora no pátio do aeroporto, sons de instrumentos musicais) e termodinâmica

(temperatura do ambiente soteropolitano que alterava conforme o bairro aonde nos encontrávamos).

Houve muitas discussões acerca de avanços tecnológicos durante a evolução temporal da

sociedade. Como exemplos a discussão do elevador Lacerda antigamente hidráulico, manual, para

elétrico; e do o avião 14 Bis para os aviões modernos.

Durante o passeio pedagógico-físico-turístico foi explorada outras áreas do Saber: a explicação da

Profa. Magaly, no saguão do aeroporto, sobre sua área especifica de Artes; a Profa. Rosana (docente de

História) explicando sobre os pontos históricos e culturais da Praça da Sé - como Quilombos dos

Palmares/Consciência Negra - e do Pelourinho; Profa. Edna, docente Língua Inglesa, mostrando aos seus

estudantes a importância do inglês como língua universal e a Prof Elisângela, docente de matemática

reforçando sistemas métricos de medidas.

Mapas Conceituais como revisão foram úteis para finalizar a discussão: 78% dos estudantes

optaram por sim justificando que os mapas ajudaram a revisar os conteúdos e 22% disseram que não

porque entenderam os conteúdos físicos discutidos durante a abordagem no local turístico.

Ainda conforme o questionário foi perceptível que os estudantes associaram a teoria e prática dos

fenômenos abordados, pois justificaram com objetividade os seus entendimentos. Exemplo disso são os

cálculos de velocidade do elevador Lacerda onde durante a discussão do conteúdo só foi informado

apenas a altura do elevador e quantos segundos leva o transporte para ir da cidade baixa para a cidade

alta.

As transformações de unidades de km/h para m/s também foram pertinentes nas respostas dos

estudantes, possibilitando que os mesmos praticassem os sistemas métricos de medidas e tivessem uma

noção mais concreta de tempo/espaço/velocidade.

Entre esses pontos positivos ressaltados pode-se também afirmar que este trabalho possibilitou a

interação entre os grupos de estudantes, favorecendo-os a adquirirem conhecimentos com a própria

prática, a relacionar os conteúdos aprendidos em sala de aula no passeio e saber ler e interpretar de uma

forma mais concreta os fenômenos da natureza.

De ponto negativo, pereceu-nos a escolha do Pelourinho visto que, de acordo com as respostas do

questionário, houve uma pequena porcentagem de votação de preferência de local. Alguns justificaram a

resposta dizendo que já conheciam o local e outros estudantes não tiveram muita vivência no local. Porém

mesmo com essa pequena preferência sobre o Pelourinho achamos que as discussões dos fenômenos no

local foram bastante profícuas para o aprendizado dos estudantes.

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De todos os pontos turísticos freqüentados, considerando a análise do questionário aplicado, o

mais motivador para discutir os fenômenos, em especial a Física do Movimento e Gravitação, foi o

aeroporto Internacional deputado Luís Eduardo Magalhães (Aeroporto Dois de Julhho).

Muitos estudantes justificaram sua preferência pelo aeroporto baiano pelo simples fato de nunca

terem visitado o local e também de nunca terem visto de perto um avião. Ou seja, do ponto de vista

psicopedagógico, a maioria dos discentes de escolas públicas estudam em sala de aula situações fora da

sua realidade vivencial e não adquirem concretamente o saber aplicado. Muitas vezes estes não saem da

cidade onde sua residência está localizada e não usufruem das coisas que a sociedade pode oferecer.

Logo, além de discutir os fenômenos de um vôo, o local serviu de base para um contato mais

próximo dos estudantes com os livros didáticos e meios de divulgação que citam os transportes aéreos

como uma das melhores invenções do ser humano.

Conforme o questionário, também houve entendimento, por parte dos estudantes, dos mapas

conceituais como auxilio para a explicação dos pontos turísticos e fenômenos existentes nestes, visto que

pelas suas resposta e justificativas tornou-se mais claro os conceitos e discussões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com este trabalho, pudemos perceber que foram minimizados alguns obstáculos

importantes. Para isso, nos baseamos nas respostas ao questionário, bem como na atitude dos estudantes,

não só durante o próprio passeio, mas após este, na sala de aula. Dentre estes obstáculos, temos o

desinteresse pelo estudo da Física; o sentimento de que a Física é distanciada do contexto; a impressão de

que a Física não passa de Matemática, dentre outros.

Considerando que um espaço formal, sala de aula, é composto por regras que levam os estudantes,

em geral, a se desmotivarem, devemos estimulá-los com a utilização de estratégias lúdicas, mas que

propiciem uma aprendizagem consubstanciada e fundamentalmente, propiciem um interesse pelo

aprofundamento dela. Nesse sentido, a minimização dos obstáculos aludidos acima é um aspecto

importante. Um exemplo para esta motivação é a utilização de espaços não formais, visando uma

abordagem dos conhecimentos de uma forma mais interativa. Assim, com o auxilio dos mapas

conceituais e um passeio físico-turístico-pedagógico pudemos mostrar essa interação necessária para

motivar estudantes em aulas de Física e que tiveram um contato inicial com temas de Astronomia, como

visto acima.

Nesse sentido, acreditamos que instigar os estudantes com temas relacionados com a Astronomia,

utilizar mapas conceituais e propiciar uma vivência lúdica em espaços não formais, se constituem em

ações potencialmente úteis para o desenvolvimento de conhecimentos considerados ‘desnecessários’,

‘frios’ e ‘desprovidos de fenomenologia’.

Dessa forma, podemos concluir que a educação não formal pode contribuir, sim, para uma

aprendizagem significativa e o que é mais importante, pode contribuir para que a imagem das disciplinas

das ‘ciências exatas’ torne-se mais humana, pois afinal de contas, elas, como o próprio conhecimento, é

um produto de seres humanos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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