pastoralcoroinhas.files.wordpress.com€¦  · web viewcurso de formação de coroinhas. volume i....

40
Curso de Formação

Upload: others

Post on 21-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Curso de Formação de Coroinhas

VOLUME I

2ª Edição

Aos iniciantes

Estrela do Sul, 06 de Janeiro de 2015

Solenidade da Epifania do Senhor

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

É com alegria que saúdo a você que está iniciando seu caminho nesse ministério de serviço a Jesus Eucarístico e á Igreja por ele fundada.

Nela iremos trazer uma introdução básica para você que está iniciando a formação para o ministério de coroinha. Ela foi enriquecida, nesta 2ª Edição, com novos conteúdos e supressão (exclusão) de alguns temas aqui existentes que eram desnecessários. O volume II foi unido a este para que fique de mais fácil trabalho, dando espaço e oportunidade para que o coroinha receba uma introdução suficiente quanto à Sagrada Liturgia e facilite à formação pós- investidura, para que não haja tantos conteúdos a serem trabalhados que poderiam tê-lo sido já no começo.

O coroinha deve ser um exemplo para as pessoas, tanto crianças, quanto jovens, adultos e idosos, ele é exemplo de vivência na fé. O Papa Emérito exortou aos coroinhas em seu pontificado: “Queridos coroinhas, Vós sois já apóstolos de Jesus! Quando participais da Liturgia realizando o vosso serviço no altar, vós ofereceis um testemunho. Se o fizerdes de maneira correta e sem distrações, nem de qualquer jeito, então o vosso testemunho comoverá os homens!”.

Se você exercer com fé, amor, carinho, respeito e zelo o seu ministério as pessoas poderão te ver como alguém que conhece, que “vive” a Igreja.

Sobre esta última expressão saiba que: só porque uma pessoa participa da vida da Igreja ela não é fanática ou será padre ou freira. Saiba que viver a Igreja é seguir o que ela nos diz como qualquer católico deveria viver, mas não vive. Faça a diferença. Seja algo a mais. Mostre que você consegue. Vença o desafio de ser diferente de tantos jovens que estão perdidos no mundo das bebidas alcóolicas, das farras, das drogas e de tantos outros males. Queira a santidade para você. Tenha como exemplo os santos e não um cantor ou uma atriz.

Saiba que ser coroinha não quer dizer que você se tornará padre. Ser padre é uma questão de vocação. Se Deus lhe chamar para isso, jovem garoto, você será, mas se não, não será. E você garota? Não quer dizer que se tornará freira. É o mesmo caso do garoto, é questão de vocação.

Essa apostila te trará o necessário para que você conheça melhor a Liturgia, tenha umas instruções práticas para a missa e muito mais. É uma adaptação da apostila “Servir igual a Jesus” e será o instrumento de trabalho do formador do Grupo de Coroinhas. Foi dividida em encontros, colocando à disposição dos formadores uma forma mais fácil de trabalha-la.

Que Deus nos abençoe

Abraço fraterno

Bruno Eduardo Vieira Santos

Coordenador do Grupo de Coroinhas

INTRODUÇÃO PARA O COROINHA

Grupo de coroinhas

O grupo dos Coroinhas é formado para auxiliar o padre e os ministros no decorrer da missa e/ou celebração da Palavra exercendo funções básicas, porém muito importantes para o bom andamento da missa e/ou celebração da Palavra.

10 mandamentos do coroinha

1. SER RESPONSÁVEL E ASSÍDUO – o (a) coroinha procure cultivar uma boa amizade com os seus colegas e com a comunidade. É tarefa sua cuidar com carinho dos objetos litúrgicos que manuseia. Quando for escalado, não deve faltar à Celebração. Deve também evitar faltar ou chegar atrasado aos encontros ou reuniões.

2. SER DISPONÍVEL – o (a) coroinha exerce um Ministério dentro da Igreja. Ou seja, faz um serviço que nenhuma outra pessoa está autorizada a fazer. Por isso, quando o coroinha for escalado para alguma Celebração, ele deve prontamente dizer: “Sim, eu vou!”. Tirando o caso de o coroinha tiver outro compromisso que não poderá desmarcar naquele momento, caso em que estará dispensado.

3. SER ATENCIOSO – o (a) coroinha deve ficar atento a todas as necessidades do Celebrante no decorrer da Missa ou celebração da Palavra.

4. COMPORTAR-SE COMO CRISTÃO – o (a) coroinha, pela sua função no Altar, é uma pessoa altamente visualizada por toda a comunidade. Desta forma, o (a) coroinha deve procurar ser testemunha de Jesus para as crianças, para os adolescentes e para todas as pessoas da comunidade.

5. TER CUIDADO COM AS VESTIMENTAS, A POSTURA E OS GESTOS– a missa é o momento mais forte da vida da comunidade. É ali que todos celebram suas vidas, suas lutas pela justiça e a fraternidade. Por isso o (a) coroinha não está no presbitério como se estivesse fazendo um teatro. Ele está ali para ajudar a comunidade a rezar. Assim, deve participar da celebração com atenção e piedade.

6. SER ESTUDIOSO – o (a) coroinha é uma pessoa que deve procurar fazer o melhor possível em tudo. Inclusive na escola, sendo um bom aluno.

7. CONSIDERAR E HONRAR A SUA FAMÍLIA – o (a) coroinha cultive um bom relacionamento com sua família, usando de diálogo sadio e respeitoso, dando-lhe, assim, a devida importância que ela merece.

8. RESPEITAR TODAS AS PESSOAS – o mundo em que vivemos não está restrito à nossa família, à escola ou à igreja. Nós, seres humanos necessitamos de gente, muita gente mesmo, para brincar, jogar, conversar..., ou seja, viver decentemente. Para isso temos de respeitar, tratar bem, ser educado com todas as pessoas de quem nós gostamos, e também com aquelas que não gostamos, inclusive com as pessoas de outras confissões cristãs e de outras religiões.

9. SER UM(A) AMIGO(A) VERDADEIRO(A) – Umas das grandes qualidades do(a) coroinha é passar todos os seus conhecimentos para os coroinhas mais novos. Dentro do Grupo de coroinha deve existir uma amizade verdadeira entre os componentes. Devem-se evitar fofocas, “disse-me-disse”, brigas, discussões ou qualquer outra ação que venha desencadear a desunião do Grupo.

10. CULTIVAR A ORAÇÃO – Devemos recorrer à oração em todos os momentos de nossas vidas para agradecer, interceder, suplicar, ou para simplesmente conversar com Deus para pedir- lhe que nos ajude a sermos felizes.

Encontro 1- O Coroinha e a Liturgia

Entendemos por coroinha todo o menino ou menina que, nas igrejas, exerce funções de auxílio ao que preside a assembleia, especialmente os padres.

Ser coroinha é diferente de ser acólito. O ministério do coroinha está ligado ao ministério do Acólito que, segundo a Instrução Geral do Missal Romano, "é instituído para servir ao altar e auxiliar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, bem como distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é ministro extraordinário" (Instrução Geral sobre o Missal Romano - IGMR, 65) Trata-se do acólito como ministério concedido.

O Coroinha ajuda na missa, sem precisar desses requisitos. É quase sempre um (a) menino (a) que tem como função auxiliar o sacerdote na celebração da Santa Missa e nos demais atos litúrgicos, como casamentos, batizados etc. ou ainda o presidente da celebração da palavra quando ela houver. Ser coroinha não é um privilégio. É um serviço, um ministério!

Orientações Práticas

Aqui damos algumas regras práticas que todo (a) coroinha deve procurar observar não por imposição, mas por amor:

· Ao entrar na igreja, faça uma genuflexão para Jesus que está no sacrário: é um ato de fé na sua presença;

· Dentro da igreja, caminhe com respeito, sem correr ou brincar;

· Na sacristia, fale baixo em respeito para com as pessoas que estão em oração, pois ela também faz parte da igreja;

· Se vista sempre decentemente, sem exageros;

· Antes de fazer seu serviço junto ao altar, lave bem as mãos;

· Fique bastante atento aos objetos que o rodeiam: vasos, estantes, pedestais, arranjos, cabos de microfone e outros, para evitar acidentes que, certamente, poderão causar constrangimentos, podendo até tirar a atenção de toda a assembleia;

· No uso de sua veste de coroinha, tome muito cuidado quanto ao comprimento da mesma, pois, quando muito comprida, poderá “enroscar” em seu calcanhar quando estiver ajoelhado e, ao levantar-se, poderá provocar-lhe uma queda;

· Tenha uma postura discreta: quando sentado, não cruze as pernas; quando de pé, não cruze os braços, a posição das mãos é sobre o colo; também nunca masque chicletes ou bala no exercício de suas funções;

· A Santa Missa é algo sagrado. Por isso, não fique rindo ou conversando durante a mesma;

· Ao manusear os objetos litúrgicos, faça-o com bastante atenção: os objetos de vidro como as galhetas, podem quebrar em qualquer acidente ou queda; os objetos de metal, como o cálice, o cibório etc. podem provocar barulho numa eventual queda e tirar a concentração de toda a assembleia;

· Manuseie cuidadosamente também os livros, folhetos, etc.

· Faça sempre apenas a sua função;

· Ao terminar as cerimônias, guarde sempre sua roupa de coroinha no lugar apropriado, procurando não amassá-la; se estiver suja, leve-a para casa para ser lavada e passada;

· Antes de começar a missa, verifique se tudo está em ordem: a toalha do altar, que precisa estar bem limpa; o missal e o lecionário, em seus lugares; as galhetas (jarrinhas de vidro), com vinho e água; as partículas, em número suficiente para os fiéis; as cadeiras, para o(s) celebrante(s) e para os coroinhas, que devem estar limpas; as velas do altar, acesas; as luzes do altar e da igreja, acesas; e outros detalhes, que você conhece muito bem;

· Seja fiel no cumprimento de todos os seus deveres. Execute com capricho e amor todas as tarefas que recebe, embora pareçam insignificantes. Qualquer coisa que esteja fazendo, por menor que seja, é um passo à frente em seu progresso. Realize suas tarefas todas, como se delas dependesse – como de fato depende – todo o seu futuro.

· E, finalmente, nunca se esqueça de que o bom coroinha é aquele que está sempre consciente de sua dignidade e responsabilidade. Desejamos a você um bom trabalho. Jesus apreciará sua dedicação ao Reino de Deus!

Encontro 2- O coroinha e sua função

Elizio Pereira, Seminarista Estigmatino.

E-mail: [email protected].

Os coroinhas são os antigos meninos do coro os quais entoavam os hinos das liturgias eucarísticas. Com a necessidade de se ter alguém para ajudar o sacerdote nas celebrações, no serviço do altar, e também com o propósito de inseri-los melhor, esses meninos do coro passaram a exercer essa atividade e a partir daí receberam o nome de coroinhas.

A função deles era basicamente dizer as respostas da Santa Missa, que eram em latim e para isso decoravam tais respostas. Ademais, tocavam a sineta para anunciar aos fiéis à elevação das espécies consagradas; levavam a cruz e as velas nas procissões. Com o passar do tempo, essa função foi tomando corpo e importância na igreja até chegar ao que temos hoje: grupos perseverantes, verdadeiros movimentos, crianças e adolescentes “imbuídos do espírito da liturgia” (SC, 29) e empenhados numa participação plena, ativa e consciente do mistério pascal, centro de nossos atos litúrgicos.

Podemos afirmar, com propriedade, que a presença do coroinha na Igreja é muito antiga. E é louvável que haja pessoas para o exercício dessa bonita função na liturgia, pois este serviço, além de solenizar o culto sagrado, é uma fonte rica de vocações. Tanto que, ao longo da história da igreja, podemos constatar um respeitável número de ministros sacros que, na infância, foram coroinhas (Redemptionis Sacramentum, 47).

Com o passar dos tempos, o coroinha passou a ser chamado também de acólito. Pois foram incorporadas ao seu serviço outras atividades semelhantes àquelas que o acólito instituído tem: o serviço mais direto no altar, levando os vasos sagrados, também o turíbulo e na função de librífero.

A Igreja reconhece esse admirável e bom costume de se apresentarem crianças ou jovens para o serviço de coroinha. Mas recomenda que tais pessoas recebam “segundo suas capacidades, oportuna catequese quanto a sua função” (Redemptionis Sacramentum, 47). No documento conciliar, Sacrosanctum Concilium (SC), por exemplo, a Igreja reforça a importância que os acólitos, leitores e demais ministros litúrgicos “desempenhem suas funções com devoção e ordenadamente, como convém à dignidade do ministério e ao que o povo de Deus exige com todo o direito”. E mais: “desde cedo, portanto, estejam todos imbuídos do espírito da liturgia e sejam devidamente iniciados no desempenho correto de seus respectivos papéis” (SC, 29).

Assim o coroinha é alguém empenhado, porque inserido, na liturgia e é aquele que faz de tudo para promover a harmonia, a elegância e a solenidade do Culto Sagrado. Por isso, ele deve cultivar uma vida de oração e espiritualidade a fim de buscar a humildade e a modéstia. Faz parte, ainda, da índole do coroinha o asseio e o cuidado consigo mesmo; a pontualidade e a participação as reuniões e celebrações; o zelo pelas coisas da igreja e do altar; a seriedade e diligência no serviço desempenhado na liturgia; a observação do silêncio na igreja e na sacristia; a educação e a fineza com os colegas e com as pessoas da comunidade e por fim a dedicação ao estudo particular bem como do estudo da liturgia da Igreja e da Bíblia.

Desempenho das funções

Falemos agora das atitudes e comportamentos que o coroinha deve ter na celebração litúrgica.

A dignidade de sua função exige que ele seja moderado no andar e no falar. À procissão de entrada, devem estar emparelhados, devidamente paramentados, com as costas firmes e retas, as mãos postas – a menos que estejam levando algo (contudo não fazer isso como se fosse um robô) – olhar atento e direcionado para frente, nunca deve estar disperso, todavia, ter sempre a consciência de que tal procissão é o primeiro ato ritual e que é preciso ser realizada com solenidade. Nada de correria. Porém, com muita calma, significando “a caminhada do cristão em união com os irmãos em direção a Deus”.

Segundo a Instrução Geral sobre o Missal Romano (IGMR120) a procissão de entrada é organizada da seguinte forma: (Ver também Volume III- Instruções acerca da celebração dos Sacramentos, Eucaristia).

1. Turiferário com turíbulo aceso, quando se usa incenso;

2. Cruciferário com cruz processional ornada com a imagem do crucificado. Ceroferário portando os castiçais com as velas acesas;

3. Demais acólitos e outros ministros litúrgicos;

4. Sacerdote que presidirá a Missa.

Ao chegarem diante do altar, porém antes de subir, de dois a dois, exceto aqueles que levam a cruz e as velas, fazem a inclinação profunda (vênia) ou, no caso de igrejas que possuem altares do rito tridentino, faz-se genuflexão. Sobem ao altar, guarda-se, dignamente a cruz, os ceroférários colocam as velas no altar ou junto dele (IGMR, 122). Acomodam-se em seus lugares, permanecendo de pé e com a postura acima mencionada.

O coroinha, assim como toda a comunidade, é também um participante da celebração, por isso deve cantar e responder com as aclamações. Isso não contradiz com o comportamento e postura pedidos, mas demonstra que ele é uma pessoa de fé e piedade.

Para a proclamação da Palavra de Deus todos se sentam. Quando assim estão, as mãos devem estar colocadas levemente sobre as pernas, que nunca ficam esticadas, como se estivesse deitado. Na proclamação do Evangelho todos se voltam para o ambão da proclamação com as mãos postas. Os ceroférários levam os castiçais, com as velas acesas, acompanhando o padre, e se posicionam frente a frente, tendo entre eles o ambão. Neste momento leva-se também o turíbulo com o incenso (se estiverem usando). Ao término da proclamação, os ceroférários devolvem ao altar os castiçais e retornam aos seus lugares, fazendo as devidas reverências com calma e solenidade.

Atenção na apresentação das oferendas

A apresentação das oferendas é o momento que o coroinha deve está mais atento, pois qualquer falha compromete o perfeito desenrolar deste momento da celebração.

Por isso é importante observar primeiramente se o Missal está sobre o altar. Em seguida, se não tiver procissão das oferendas, os coroinhas se dirigem à credência e levam dali o cálice com a patena e as alfaias que os acompanham. Imediatamente outro coroinha leva a ambula com as partículas a serem consagradas e um terceiro (ou o primeiro) as galhetas. Postos estes objetos no altar, o coroinha que leva a galheta deve permanecer ali para servir o sacerdote. Ao final desse serviço, recolhem-se as galhetas e as levam de volta à credência. O lavabo é levado em seguida por dois coroinhas (um com jarra e manustérgio e outro com a bacia). Quando, porém, se usa o incenso, o turiferário tem a precedência. Terminado o serviço na apresentação das oferendas, os coroinhas voltam aos seus lugares, continuando a sua participação na Santa Missa.

É válido salientar que compete ao coroinha apenas servir. A arrumação e a disposição das oblatas (pão e vinho) sobre o altar é da competência do sacerdote ou do diácono ou de algum outro ministro devidamente instituído para tal função.

Uso adequado da sineta

À consagração cabe ao coroinha tocar a sineta (ou carrilhão). Na epiclese, invocação da especial força do Espírito Santo (santificai, santificar ou abençoar), dá-se um forte e breve toque para as pessoas se ajoelharem. Quando se eleva a hóstia consagrada, toca-se até que o padre coloque a hóstia na patena; repete-se para a elevação do vinho consagrado. Terminada a consagração guarda- se a sineta. ATENÇÃO: Usando-se o carrilhão a forma de se tocar é girando-o e não batendo vertical ou horizontalmente.

Rito da comunhão

O coroinha continua a sua participação na liturgia por meios das respostas e cantos que ocorrem até o momento da distribuição da eucaristia. Neste momento, ele recebe a comunhão e, se for de costume, acompanha o sacerdote e os ministros extraordinários, levando a patena ou algum distintivo que sinalize o local em que se está sendo distribuída comunhão para os fiéis.

Após a distribuição da Eucaristia, o coroinha leva a galheta com água para a purificação e ajuda no recolhimento dos vasos purificados: ambula, patena, cálice.

Saída após a benção final

Se for um hábito da comunidade, após a bênção todos saem em procissão: cruciferário à frente, seguido dos ceroférários, demais ministros e o sacerdote. Se não, após a reverência ao altar, todos se dirigem, de forma organizada, à sacristia.

Notas

É sempre feita uma escala para cada missa. Em solenidades ou missas com presença do Bispo Diocesano ou Vigário Episcopal (o que já caracteriza uma solenidade) utiliza-se todos os objetos: cruz processional, castiçais, turíbulo e naveta (estes dois últimos não são necessários). Essa escala é feita pelo coordenador do Grupo e exposta na Secretaria Paroquial e entregue aos coroinhas na reunião do mês anterior (por exemplo, a escala do mês de agosto é entregue na reunião do mês de julho). Se o coroinha necessitar faltar deve pedir a alguém que lhe substitua. Você deve fazer a função a qual foi designado mesmo que não goste, porque nunca se faz só o que gosta.

Conclusão

O coroinha, portanto, é alguém disponível que deseja servir como Jesus, tendo em mente a frase do salmista, que se encontra na lembrança dos discípulos: “O zelo por vossa casa me consome” (Sl 69,10; Jo 2,17).

Encontro 3- A igreja: espaço celebrativo e objetos

O espaço celebrativo

Altar

É a mesa sobre a qual se celebra a Eucaristia, ou seja, é nela que Jesus se faz presente para nós na forma de pão e vinho durante a celebração da Missa. Assim, podemos dizer que nele se celebra o centro de toda a liturgia. O altar representa Cristo, pedra angular e fundamental da Igreja. É importante que não deixemos sobre o altar objetos desnecessários à celebração da missa. O coroinha deve tratá-lo com muito respeito, procurando fazer um gesto de reverência sempre que passar na frente dele.

AMBÃO:

É a mesa (estante) onde se celebra a liturgia da palavra. Sobre ela fica o Lecionário, de onde são proclamados as leituras, o salmo e o evangelho. É o lugar de onde se proclama a Palavra de Deus, por isto possui a mesma dignidade do Altar, devendo ser tratado com o mesmo respeito.

CREDÊNCIA: É uma pequena mesa onde ficam depositados os objetos sacros, usados durante a missa e demais cerimônias litúrgicas. A credência deve se encontrar um pouco afastada do altar, e seus objetos só devem ser levados ao altar pelo coroinha, no momento em que forem usados.

PRESBITÉRIO: Vem de Presbítero, ou seja, o sacerdote ou o presidente da celebração. Assim seria o local onde ficaria o presbítero. É o espaço ao redor do altar, geralmente um pouco elevado, onde se realizam os ritos sagrados.

SACRISTIA: Sala anexa á igreja onde se guardam as vestes dos ministros e os objetos destinados às celebrações; também o lugar onde os ministros se paramentam e onde ficam os objetos sagrados, as alfaias, etc.

NAVE DA IGREJA: espaço reservado para os fiéis.

SACRÁRIO OU TABERNÁCULO:

Lugar onde se guardam as hóstias consagradas, destinadas aos doentes ou para fins de adoração. Uma luz sempre acesa deve permanecer perto dele para indicar a presença de Jesus sob as espécies do pão consagrado. Quando se passa diante do sacrário deve-se fazer uma genuflexão, em sinal de adoração e de profundo respeito. Somente os sacerdotes, os diáconos e os ministros extraordinários da comunhão podem abrir e fechar o sacrário. Nas igrejas antigas, em razão de a Missa Antiga necessitar de um sacrário no próprio altar o sacrário ficava no meio deste. Nas igrejas modernas passou-se a fazer uma capela, ou seja, uma sala anexa onde ele fica para adoração.

Objetos Sagrados

Cálice: Objeto onde é colocado o vinho, durante a celebração na hora da consagração esse vinho se torna o Sangue de Cristo. Quando for manejá-lo tenha cuidado e o segure com as duas mãos, uma na sua base e outra sobre ele. Para não confundir o cálice com a Âmbula repare que ele não tem tampa.

 

Âmbula ou Cibório: Objeto onde são guardadas as partículas da comunhão (hóstias), que na hora da consagração se tornam o Corpo de Cristo, cuidado ao manejá-las porque geralmente carregamos mais de uma, então a segure firme. Repare que a âmbula (ou cibório) tem tampa, algumas ainda têm uma “capinha” chamada conopeu.

 

Galhetas: São duas pequenas “garrafinhas” que podem ser tanto de vidro ou de louça. Nelas ficam a água e o vinho (que mais tarde é consagrado como o Sangue de Cristo) segure-as com cuidado para evitar acidentes. A galheta com água é usada novamente após a comunhão na purificação do cálice.

 

Turíbulo: É um compartimento onde o incenso é queimado. Seu manejo requer atenção, pois ao se balançar numa igreja temos que tomar o cuidado para não acertar os outros. São usadas quatro vezes numa cerimônia normal: Entrada, Evangelho, Ofertório e Consagração. Também pode ser usado em outras partes dependendo do tipo da celebração. O coroinha ou acólito encarregado do turíbulo é chamado de turiferário.

 

Naveta: Pequeno compartimento onde é guardado o incenso que é usado no Turíbulo vem acompanhado de uma pequena “colherinha” que o celebrante usa para colocar as pedras de incenso dentro do Turíbulo o Coroinha ou Acólito encarregado da naveta é chamado de naveteiro.

 

Incenso: Resina de aroma suave. Produz uma fumaça que sobe aos céus, simbolizando as nossas preces e orações a Deus.

 

Sineta ou Carrilhão: É usada para chamar a atenção da assembléia na parte mais importante da missa, a Consagração. Seu uso requer um pouco de experiência

 

Crucifixo: Geralmente é usado em missas campais (fora da igreja) onde não se tem um pregado a parede. Ele deve ficar sobre o altar e com a face de Jesus voltada para o Padre e de costas para o resto da assembléia.

 

Cruz Processional: Utilizada na entrada da missa e em procissões.

 

Castiçal: Local onde a vela fica durante a celebração, existem vários modelos de diferentes tipos e tamanhos. Algumas vezes é solicitado aos coroinhas segurarem o castiçal ao lado da mesa da palavra durante a proclamação do Evangelho.

 

Ostensório ou Custódia: É usado em situações onde o Santíssimo é exposto ao povo, para manejá-lo é necessário muita atenção com suas pontas e para não deixá-lo cair pois é um material muito frágil e geralmente tem uma tampa de vidro no centro, que com uma queda pode ser quebrar e ainda se a hóstia consagrada estiver dentro dele temos que manuseá-lo com o véu umeral.

 

Círio Pascal: Vela grande, que é benzida solenemente na Vigília Pascal do Sábado Santo e que permanece nas celebrações até o Domingo de Pentecostes. Acende-se também nas celebrações do Batismo.

 

Sacrário: Local onde ficam armazenadas as hóstias consagradas, geralmente fica uma luz vermelha ao seu lado indicando a presença do corpo de Cristo. Quando entramos na Igreja e vemos essa luz acesa temos que ter o maior respeito pois estamos dentro da casa de Deus e Jesus está conosco.

 

 

Patena: Pequeno prato de metal onde fica a hóstia que o padre eleva na consagração. Em algumas comunidades os coroinhas a usam para na hora da comunhão não deixar que a hóstia oferecida pelos ministros e padres ao povo não caia no chão.

 

Pala: Pequeno pedaço de plástico ou papelão que é usado para cobrir o cálice para protegê-lo.

 

Sanguinho ou Sanguíneo: Pano de linho que é usado para fazer a purificação do cálice, das âmbulas e da bem como os dedos e os lábios após comungar.

 

Manustérgio: Pequena toalha que é usada pelo sacerdote para enxugar as mãos.

 

 

Corporal: Pano branco de linho, que, estendido sobre o altar, recebe sobre si a patena com a hóstia grande, o cálice com o vinho e as âmbulas com as hóstias pequenas. É também sobre ele que se coloca o ostensório e a teca.

 

Teca ou Pixed: Pequeno compartimento usado pelos ministros da comunhão para levar o Corpo de Cristo aos doentes da comunidade

 

Bolsa de Viático: Bolsa, de tamanho pequeno, quase sempre de pano, em que é colocada a teca em que são levadas as Hóstias consagradas aos doentes e idosos.

 

Caldeira ou Caldeirinha: Local onde fica a água benta que o padre asperge sobre a comunidade ou algum objeto que vai ser benzido.

 

Asperges: Usado junto com a caldeirinha para aspergir a água benta sobre o povo ou algum objeto. tem diversos tamanhos e modelos.

 

Bacia: Composto por uma jarra e uma bacia, é onde o padre lava sua mão durante a celebração.

Encontro 4- Livros Sagrados e Paramentos

Livros Sagrados

LECIONÁRIO (DOMINICAL, SEMANAL E SANTORAL)

O Lecionário é o livro que contém as leituras, salmo e Evangelho, proclamados durante a missa. O Lecionário Semanal é usado nas missas durante a semana, o Lecionário Dominical, nas missas celebradas no Domingo e o Lecionário Santoral, nas missas em memória dos santos.

MISSAL:

É um livro que contém todo o formulário e todas as orações usadas na celebração da missa, para todo o ano litúrgico. Fitas marcadoras indicam as diversas partes da celebração e pequenas orelhas nas páginas mais usadas auxiliam o ministro a virá-las. É usado pelo que preside a celebração.

Símbolos

ALFA E ÔMEGA

São a primeira e a última letra do alfabeto grego. São aplicadas a Cristo para significar que ele é o princípio e o fim de todas as coisas. Em geral aparecem no círio pascal, nos paramentos litúrgicos, no ambão e no sacrário.

PX

Letras do alfabeto grego iniciais da palavra Christós = Cristo. Este sinal aparece nos paramentos litúrgicos, no ambão, na porta do sacrário e na hóstia.

Iniciais das palavras latinas “Jesus1 Hominum Salvator”, que significam: “Jesus Salvador dos Homens”.

As letras INRI são as iniciais das palavras latinas “Iesus Nazarenus Rex Iudeorum”, escritas sobre a cruz de Cristo (cf. Jo 19,19) que significam: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

Paramentos

CÍNGULO: Cordão branco posto à cintura para prender a alva

BATINA: É a veste talar (que cobre todo o corpo) utilizada por todos aqueles que seguem a “carreira sacerdotal”, desde que recebem-na no seminário e também pelos cerimoniários. A cor dos botões e da faixa varia de acordo com o grau. Batina toda preta para padres e graus abaixo (diácono e seminaristas). Botões e faixa violáceos para bispos e monsenhores (o que irá diferenciar um de outro será o solidéu). Botões e faixa vermelha para cardeais e batina completa branca para o Papa. Os demais graus podem possuir a batina branca desde que a cor dos botões seja de acordo com seu grau.

Túnica ou Alva: Vestimenta, quase sempre de cor branca, que veste o sacerdote, diáconos e seminaristas, recobrindo todo o seu corpo.

 

Cíngulo: Cordão branco posto à cintura para prender a alva

 

Sobrepeliz: Veste branca usada sobre a batina por coroinhas em algumas comunidades também é usada por cerimoniarios.

 

Estola: Usada por cima da alva ou túnica, é uma tira comprida de pano. É o símbolo do poder sacerdotal, e a cor varia de acordo com o tempo litúrgico. Além de ser usada na missa, também o é na administração dos sacramentos e nos sacramentais.

 

Estola Diaconal: Semelhante à estola sacerdotal, mas na transversal.

 

Casula: É o traje usado pelo sacerdote durante as ações sagradas, usadas geralmente nas Missas, Domingos, solenidades e festas. É usada sobre a túnica e a estola.

 

Dalmática: Veste própria do diácono, que a usa sobre a alva e a estola. Também o Bispo e o usa, debaixo da casula, em ocasiões especiais.

 

 

Capa Pluvial: Capa comprida usada pelo sacerdote, e também pelo diácono, para bênção, procissões eucarísticas e aspersão dos fiéis com água benta.

 

Véu Umeral ou Véu de Ombros:Manto usado pelos ministros ordenados, colocando sobre os ombros dos mesmos, com o qual seguram o ostensório.

 

MITRA: Chapéu usado pelo bispo, o coroinha que fica encarregado de segurá-lo durante a celebração deve usar o véu umeral e a esse coroinha se dá o nome de mitrífero.

SOLIDÉU: Acessório que o bispo usa embaixo da mitra, na celebração geralmente o bispo usa o solidéu em algumas partes que ele usa a mitra sobre ele.

Cores litúrgicas

A liturgia sagrada da Igreja tem uma linguagem simbólica muito expressiva, através das cores. As cores propriamente litúrgicas são seis: branco, vermelho, verde, roxa, rosáceo e preto. Em alguns lugares, por privilégio, usa-se o azul celeste na festividade da Imaculada Conceição.

BRANCA – Resultado de todas as cores juntas, simboliza a pureza e a alegria. É usada em todas as festividades de Nosso Senhor (excetuadas as da Paixão), que é a Luz do mundo; nas festas de Nossa Senhora, dos anjos e dos santos não mártires.

VERDE – Simboliza a esperança. É adotada nos Domingos e Semanas do Tempo Comum.

VERMELHA – Simboliza o fogo do amor, da caridade ou do martírio (lembrando o sangue dos Mártires). É adotada nas festividades do Espírito Santo (Pentecostes), da Santa Cruz e dos Santos Mártires, bem como no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor e Sexta-Feira Santa. (Antigamente, na Sexta- Feira Santa usava-se o preto, que hoje está em desuso no Brasil).

ROXA – Simboliza a penitência e a contrição. Usa-se no Tempo da Quaresma e do Advento.

ROSÁCEA – Simboliza a alegria, dentro de um tempo destinado à penitência. Usa-se no 3º. Domingo do Advento e no 4º. Domingo da Quaresma.

PRETA – Simboliza o luto, dor e tristeza. Usada nas Missas de defuntos, antigamente também na Sexta-Feira Santa, significa o choro da Igreja diante da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e a dos seus filhos espirituais. (Em desuso no Brasil, mas em alguns casos ainda é usada na Missa pelos defuntos, permanece ainda nas comunidades onde se celebra a Missa Tridentina).

Encontro 5- A Liturgia da Palavra

A Palavra de Deus, parte integrante das celebrações é “… um elemento de enorme importância.” (IGMR 29

É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e a sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as ações e os sinais (SC 24).

A Liturgia da Palavra é parte integrante das celebrações sacramentais. Para alimentar a fé dos fiéis, os sinais da Palavra de Deus devem ser valorizados: o livro da Palavra (lecionário ou evangeliário), a sua veneração (procissão, incenso, velas), o lugar da sua proclamação (ambão), a sua leitura audível e inteligível, a homilia do ministro, que prolonga a sua proclamação, as respostas da assembleia (aclamações, salmos de meditação, ladainhas, confissão de fé...). (CIC1154)

A Palavra de Deus é o alimento essencial para a nossa conversão, a verdadeira palavra da vida, Ela é o meio para tocar o nosso coração e aproximar-nos do Senhor.

O coroinha durante a leitura da Palavra de Deus tem a sua atenção voltada para Ela.

Mesmo durante o canto do salmo responsorial, Deus transmite a Sua palavra, convocando-nos à resposta, porque «Quem canta, reza duas vezes» (Santo Agostinho).

A Liturgia da Palavra é constituída por:

· 1ª Leitura (normalmente do Antigo Testamento)

· Salmo Responsorial

· 2ª Leitura (Epístola)

· Aclamação ao Evangelho (Aleluia ou outro cântico, conforme o tempo litúrgico)

· Evangelho

· Homilia

· Credo (Profissão de Fé)

· Oração Universal

Capítulo 6- A Liturgia Eucarística

A Liturgia Eucarística – O memorial do Senhor

A Liturgia Eucarística inicia-se com a preparação do altar e apresentação dos dons, terminando com a Oração depois da Comunhão.

Depois de ouvida, atentamente, a Palavra de Deus, Cristo oferece-se dando-nos o Seu Corpo e o Seu Sangue.

Fomos convocados por Cristo, para celebrar a Eucaristia. E celebrá-la, é amar e viver a fundo o memorial do Senhor que venceu a morte. Por isso ao tornar presente o sacrifício de Cristo, reconhecemos no pão e vinho, o Corpo e Sangue do Senhor.

É também, na Liturgia Eucarística, que o coroinha tem maior responsabilidade, pois tem um maior número de funções; depois do diálogo do prefácio, a sua função é rezar.

A Liturgia Eucarística é constituída por:

· A Apresentação dos dons, engloba:

· O ofertório,

· A apresentação do pão,

· Mistura da gota de água no vinho,

· Apresentação do vinho,

· Apresentação e utilização do Lavabo,

· O “Orai, Irmãos...”,

· A Oração sobre as oblatas.

A Oração Eucarística

· Ritos da Comunhão, engloba:

· Pai-nosso,

· Embolismo – “Livrai-nos de todo o mal...”

· Rito da Paz,

· Fracção do Pão

· Cordeiro de Deus

· “Felizes os convidados...” – “Senhor, eu não sou digno...”

· Distribuição da comunhão,

· Purificação do Cálice e da ambula

· Ação de Graças

· Oração depois da comunhão

A Oração Eucarística

(texto e esquemas do Pe. Luís Manuel Pereira da Silva)

A grande oração da Eucaristia

A Oração Eucarística sendo a maior oração da Eucaristia, é um todo, composta por vários elementos, por isso, não desmembrável, visto que, todos os elementos são importantes.

Até ao século IV, não havia Orações Eucarísticas, eram “substituídas” por orações que se iam fazendo; no século IV e V apareceram as “libelli” (folhas soltas), que eram orações estruturadas, normalmente, com os seguintes tópicos: dar graças a Deus, a consagração e a redenção.

Por essa altura, surgem as primeiras orações eucarísticas, as atuais I e II, a I foi utilizada por Santo Ambrósio, no norte de Itália, no século V; a II é a mais antiga, data do ano de 250, tirada do livro

“tradição apostólica”.

No século VI, apareceram os primeiros livros litúrgicos, os Sacramentários. Ainda hoje, existem exemplares desses primeiros livros, guardados no museu de Verona (Itália).

A Igreja Romana, até ao século XX, só utilizava a oração eucarística I, o chamado Cânon Romano.

As Orações III e IV, foram introduzidas com a reforma conciliar (1963-1965): Concílio Vaticano II.

A Oração Eucarística, é a maior oração da Eucaristia, nela se dá graças e bendiz a Deus pela Páscoa do seu Filho.

Começa com o diálogo do prefácio e termina com o Amém da Doxologia (Por Cristo...), é nela que o pão e vinho são consagrados, sinais sacramentais de Cristo entre nós.

Os coroinhas têm como função principal, a sua oração.

Os diferentes pontos, que constituem a Oração eucarística, são:

I. Diálogo do Prefácio

“O Senhor esteja convosco …” – Saudação

“Corações ao alto …” – Elevação a Deus

“ Demos graças ao Senhor, nosso Deus” – Demos graças a Deus e façamos a Eucaristia

Este é o diálogo entre o Presidente e a assembleia.

II. Prefácio

O Prefácio é a mensagem mais variável, existem prefácios no Missal Romano para muitas circunstâncias.

Habitualmente o prefácio tem a seguinte estrutura: I. Dá graças a Deus e salienta esse dom

II. Dá graças pelo mistério e pelo tempo litúrgico que se celebra *.

* Centra-se no dia em que estamos a celebrar, é um texto de grande louvor, dá graças a Deus por

Ele ser o criador, conforme decorre, vai introduzindo o Sanctus, muito frequentemente termina com – “Por isso com os Anjos e os Santos proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:” – diz-se esta intercessão porque Deus envolve toda a Igreja, a da terra, a da glória e a purgante (a do purgatório).

O Prefácio, é uma oração sempre dirigida ao Pai (“Pai Santo”)

Na Oração Eucarística II, o Prefácio, é dirigido ao Pai por meio do Filho

Na Oração Eucarística IV, o Prefácio, é um prefácio puro, inclui a criação de Deus, glorifica e dá graças.

O Prefácio:

Oração da Igreja

Dirigida ao Pai

Por meio do Filho

Elevada pelo Espírito Santo

III. Sanctus

O Sanctus, é um momento aclamativo, a Igreja canta a santidade de Deus. A primeira parte, é inspirado no livro do profeta Isaías (cap. 6) – “…o céu e a terra proclamam a vossa glória…”, a segunda parte é tirado do livro de S. Mateus – “…Bendito o que vem em nome do Senhor…”, a entrada triunfante, aclamado com energia.

IV. Post-Sanctus

Na Oração Eucarística II e III, o Post-Sanctus começa por: “Vós, Senhor, sois…” O Post-Sanctus na:

· Oração Eucarística II é muito pequeno – “Na verdade ó Pai vós sois Santo, e fonte de toda a santidade”.

· Oração Eucarística III é maior, com uma breve introdução – “Vós, Senhor, (…) uma oblação pura”.

· Oração Eucarística IV é o mais bonito, mas muito grande – “Nós vos glorificamos, (…) e consumar toda a santificação”. O Post-Sanctus, fala-nos da criação, da misericórdia de Deus, de Cristo – (da sua santidade, da encarnação, da vida pública, da morte e ressurreição) e do Pentecostes.

V. Epiclese I:

œ

Epi (prefixo), do grego (EΠc)

Localizar

clese, do grego Kaleo (Kαλeω)

Chamar, invocar

Na Eucaristia chama-se o Espírito Santo, sobre o pão e o vinho, para transformar (consagrar) no Corpo e Sangue de Cristo. A Epiclese I acontece, imediatamente, antes da narração da instituição. Quando o sacerdote diz: “Santificai (pois) essas oferendas…”.

VI. Narração da instituição

Ou a narração da ceia do Senhor. É o momento mais solene e marcante da Eucaristia, pois, é adorado o Corpo e Sangue do Senhor.

VII. Aclamação à Consagração – “Mistério da Fé!”

Uma grande aclamação de alegria, logo após a narração da ceia. Normalmente, cantada nas solenidades e festividades.

VIII. Anamnese

Anamnese provém do grego e significa: atualizar, tornar presente. Logo Anamnese = Memorial

(fazer memória, recordar).

Na Eucaristia, torna-se presente o Mistério Pascal de Cristo – “Celebrando agora (…), o memorial (...) ”.

Recordar o Mistério Pascal de Cristo é recordar a sua:

· Paixão

· Morte

· Descida à mansão dos mortos

· Ressurreição

· Ascensão aos Céus

Glorificação à direita do Pai

E ainda:

· A descida do Espírito Santo, sobre Nossa Senhora e os Apóstolos (Pentecostes)

IX. Epiclese II

A Epiclese II, é a uma nova invocação do Espírito Santo, desta vez, sobre toda a assembleia –

“Humildemente vos suplicamos (…), num só corpo”.

1ª Epiclese 2ª Epiclese

Espírito Santo Espírito Santo

Dons Assembleia

Corpo e Sangue de Cristo Um Corpo e Espírito

Corpo Eclesial (Místico)

X. Oblação

“Olhai com bondade a oferenda…”

Nesta oferta, entregamos o seu Filho Jesus Cristo, que é verdadeiramente puro.

XI. Interseções

As interseções são alguns pedidos, em particular ou em geral. Na Oração Eucarística, as intersecções, são normalmente *:

*pela Igreja

*pelos Defuntos

*pela Assembleia

Papa

Bispos

Cristãos

Não Cristãos

Maria Santos Povo

XII. Doxologia

“Por Cristo, com Cristo, em Cristo…” – Fazemos tudo por ele.

Doxologia significa louvor e glorificação.

A Doxologia na Eucaristia é o grande louvor a Deus, é o culminar da Oração Eucarística, o sacerdote ao recitá-la ou cantá-la, ergue o Corpo e Sangue de Cristo.

XIII. Amém

Este Amém é aclamativo, cheio de alegria, quando cantado, pode ser triplo.

Encontro 7- Os Sacramentos

Os sacramentos da Nova Lei foram instituídos por Cristo e são em números de sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos têm a ver com todas as fases e momentos importantes da vida do cristão: conferem nascimento e crescimento, cura e missão à fé dos cristãos. Existe uma certa semelhança entre as fases da vida natural e as da vida espiritual. (CIC, 1210)

(…) A Eucaristia ocupa um lugar único, como «sacramento dos sacramentos»: " Todos os outros sacramentos estão ordenados para este, como para o seu fim". (S. Tomás de Aq., ib., 3, 65, 3). (CIC, 1211)

O Batismo

(do Cate cismo da Igrej a Católica, 1211 – 1 2 45)

O Santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito ("Vitae spiritualis ianua") e a porta dá acesso aos outros sacramentos. Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus; tornamo-nos de Cristo e somos incorporados na Igreja e feitos participantes na sua missão. "Batismus est sacramentum regerationis per aquam in Verbo".

I. Como se chama este sacramento?

Chama-se-lhe Batismo, a partir do rito central pelo qual é administrado: batizar (baptizein, em grego) significa "mergulhar", "imergir". O mergulho na água simboliza a sepultura do catecúmeno na morte de Cristo, de onde sai ressuscitado com Ele como "nova criatura" (2 Co 5, 17; Gal 6, 15).

Este sacramento é também "banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo" (Tit 3, 5), porque significa e realiza aquele nascimento da água e do Espírito, sem o qual "ninguém pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 5).

"Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este ensinamento

(catequético) ficam com o espírito iluminado..." (S. Justino, Apol. 1, 61, 12).

O Batismo é o mais belo e magnífico dos dons de Deus (...) Chamamos-lhe dom, graça, união, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo e tudo o que há de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que não trazem nada; graça, porque é dado mesmo aos culpados; Baptismo, porque o pecado é sepultado nas águas; unção, porque é sagrado e régio (como aqueles que são ungidos); iluminação, porque é luz brilhante; veste, porque cobre a nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é sinal da justiça de Deus (S. Gregório Naz., Or. 40, 3-4).

III. Como se celebra o sacramento do Batismo?

(…) O itinerário pode ser percorrido rápida ou lentamente. Mas deverá sempre incluir certos elementos essenciais: o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a infusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística.

O Concílio Vaticano II restaurou, na Igreja Latina, "o catecumenato dos adultos, distribuído em várias fases" (SC 64). O respectivo ritual encontra-se no Ordo inicationis christianae adultorum (1972). Aliás, o Concílio permitiu que, "ao lado dos elementos próprios da tradição cristã", se admitam, em terras de missão, "os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se no rito cristão" (SC 65).

Hoje em dia, portanto, em todos os ritos latinos e orientais, a iniciação cristã dos adultos começa com a sua entrada no catecumenato, para atingir o ponto culminante na celebração única dos três sacramentos, Batismo, Confirmação e Eucaristia. Nos ritos orientais, a iniciação cristã das crianças começa no Batismo, seguido imediatamente da Confirmação e da Comunhão, enquanto no rito romano a mesma iniciação prossegue durante os anos da catequese, para terminar, mais tarde, com a Confirmação e a Comunhão, ponto culminante da sua iniciação cristã.

A Mistagogia da Celebração

O sentido e a graça do sacramento do Batismo aparecem claramente nos ritos da sua celebração. Seguindo, com a participação atenta, os gestos e as palavras desta celebração, os fiéis são iniciados nas riquezas que o sacramento significa e realiza em cada novo batizado.

O sinal da cruz, no princípio da celebração, manifesta a marca de Cristo impressa naquele que vai passar a pertencer-Lhe, e significa a graça da redenção que Cristo nos adquiriu pela sua Cruz.

O anúncio da Palavra de Deus ilumina, com a verdade revelada, os candidatos e a assembleia, levando à resposta da fé, inseparável do Batismo. Na verdade, o Batismo é de modo particular, o "sacramento da fé", uma vez que é a entrada sacramental na vida da fé.

E porque o Batismo significa a libertação do pecado e do demónio, seu instigador, pronuncia-

-se sobre o candidato um (ou mais) exorcismo (s). O candidato é ungido com o óleo dos catecúmenos ou, então, o celebrante impõe-lhe a mão e ele renuncia expressamente a Satanás. Assim preparado, pode professar a fé da Igreja, à qual será "confiado" pelo Batismo.

A água batismal é consagrada (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal) por uma oração de epiclese. A Igreja pede a Deus que, por seu Filho, o poder do Espírito Santo desça a esta água, para que nela os que forem batizados "nasçam da água e do Espírito" (Jo 3, 5).

Segue-se o rito essencial do sacramento: o batismo propriamente dito, que significa e realiza a morte para o pecado e a entrada na vida da Santíssima Trindade, através da configuração com o mistério pascal de Cristo. O Batismo culmina, do modo mais significativo, pela tríplice imersão na água baptismal; mas, desde tempos antigos, pode também ser conferido derramando por três vezes água sobre a cabeça do candidato.

Na Igreja Latina, esta tríplice infusão é acompanhada pelas palavras do ministro: "(nome) eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Nas Liturgias Orientais, estando o catecúmeno voltado para o Oriente, o sacerdote diz: “O servo de Deus (nome) é batizado em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo"; e à invocação de cada pessoa da Santíssima Trindade, mergulha-o e retira-o da água.

A unção com o santo crisma, óleo perfumado que foi consagrado pelo bispo, significa o dom do Espírito Santo ao novo batizado. Ele tornou-se cristão, quer dizer, "ungido" pelo Espírito Santo, incorporado em Cristo, que foi ungido sacerdote, profeta e rei.

Na liturgia das Igrejas do Oriente, a unção pós-batismal é o sacramento da Crisma (Confirmação). Na liturgia romana, anuncia uma segunda unção com o santo Crisma, que será dada pelo bispo: o sacramento da Confirmação que, por assim dizer, "confirma" e completa a unção batismal.

A veste branca simboliza que o batizado "se revestiu de Cristo" (Gal 3,

27): ressuscitou com Cristo. A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou. Em Cristo, os batizados são "a luz do mundo" (Mt

5, 14).

O recém-batizado é agora filho de Deus em seu Filho Único e pode dizer a oração dos filhos de Deus: O Pai-Nosso.

A primeira Comunhão eucarística. Tornado filho de Deus, revestido da veste nupcial, o neófito é admitido "ao banquete das núpcias do Cordeiro" e recebe o alimento da vida nova, o Corpo e Sangue de Cristo. As igrejas orientais conservam uma consciência viva da unidade da iniciação cristã, dando a sagrada Comunhão a todos os novos batizados e confirmados, mesmo às criancinhas, lembrando a palavra do Senhor: "Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis" (Mc. 10,14). A Igreja Latina, que reserva o acesso à sagrada Comunhão para aqueles que atingiram o uso da razão, exprime a abertura do Batismo em relação à Eucaristia, aproximando do altar a criança recém-batizada para a oração do Pai-nosso.

A celebração do Batismo conclui-se com a bênção solene.

A Confirmação

(do Cate cismo da Igreja Católica, 1285 – 1 313)

Com o Baptismo e a Eucaristia, o sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos "sacramentos da iniciação cristã", cuja unidade deve ser salvaguardada. Por isso, é preciso explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária para o cumprimento da graça baptismal. Com efeito, "pelo sacramento da Confirmação, (os baptizados) são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma forma especial do Espírito Santo e deste modo ficam obrigados a difundir e defender a fé por palavras e obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo" (LG 11).

I. A confirmação na economia da salvação

"A partir de então, os Apóstolos, para cumprirem a vontade de Cristo, comunicaram aos neófitos, pela imposição das mãos, o dom do Espírito Santo que leva ao seu acabamento e graça do Batismo. É por isso que, na Epístola aos Hebreus, toma lugar, entre os elementos da primeira instrução cristã, a doutrina sobre o Batismo e também sobre a imposição das mãos. A imposição das mãos é justificadamente reconhecida pela Tradição Católica como origem do sacramento da Confirmação, que perpetua, de certo modo, na Igreja, a graça do Pentecostes" (Paulo VI, Const. Ap. Divinae consortium naturae).

II. Os sinais e o rito da Confirmação

No rito deste sacramento, convém considerar o sinal da unção e o que essa unção designa e imprime: o selo espiritual.

A unção, na simbologia bíblica e antiga, é rica de numerosos significados: o óleo é sinal de abundância e de alegria, purifica (unção antes e depois do banho) e torna ágil (unção dos atletas e lutadores); é sinal de cura, pois amacia as contusões e feridas e torna radiante de beleza, saúde e força.

Todos os significados da unção com o óleo se reencontram na vida do sacramental. A unção antes do Batismo, com o óleo dos catecúmenos, significa purificação e fortalecimento; a unção dos enfermos exprime cura e conforto. A unção com o santo crisma depois do Batismo, na Confirmação e na Ordenação, é sinal duma consagração. Pela Confirmação, os cristãos, quer dizer, os ungidos, participam mais na missão de Jesus Cristo e na plenitude do Espírito Santo de que Ele é repleto, a fim de que toda a sua vida espalhe “o bom odor de Cristo”.

Por esta unção, o confirmado recebe “a marca”, o selo do Espírito Santo. O selo é o símbolo da pessoa, sinal da sua autoridade, da sua propriedade sobre o objeto. Era assim que se marcavam os soldados com o selo do seu chefe e também os escravos com o senhor. O selo autentica um ato jurídico ou um documento e eventualmente torna-o secreto.

O próprio Cristo se declara marcado com o selo do Pai. O cristão também está marcado com um selo: “Foi (Deus) que nos concedeu a unção, nos marcou também com o selo e depôs as garantias do Espírito em nossos corações” (2 Cor 1, 22). Este selo do Espírito Santo marca a nossa pertença total a Cristo, a entrega para sempre ao seu serviço, mas também a promessa da proteção divina na grande prova escatológica.

III. A Celebração Da Confirmação

Quando a Confirmação é celebrada separadamente do Batismo, como acontece no rito romano, a liturgia do sacramento começa pela renovação das promessas do Batismo e pela profissão de fé dos confirmandos. Assim se evidencia claramente que a Confirmação se situa na continuação do Batismo. No caso do Batismo dum adulto, este recebe imediatamente a Confirmação e participa na Eucaristia.

No rito romano, o bispo estende as mãos sobre o grupo dos confirmandos, gesto que, desde o tempo dos Apóstolos, é sinal do dom do Espírito. E o mesmo bispo invoca a infusão do Espírito: Deus todo-poderoso, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, pela água e pelo Espírito Santo, destes uma vida nova a estes vossos servos e os libertastes do pecado, enviai sobre eles o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o Espírito de sabedoria e inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de ciência e de piedade, e enchei-os do Espírito do vosso temor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é deus convosco na unidade do Espírito Santo.

O ósculo (cumprimento) da paz que termina o rito do sacramento significa e manifesta a comunhão eclesial com o bispo e com todos os fiéis.

IV. Os efeitos da Confirmação

Ressalta desta celebração que o efeito do sacramento da Confirmação é a infusão do

Espírito Santo em plenitude, tal como outrora aos Apóstolos, no dia de Pentecostes.

Daí que a Confirmação venha a trazer crescimento e aprofundamento da graça Batismal:

· Enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, que nos permite dizer “Abba! Pai!” (Rm 8, 15);

· Une-nos mais firmemente a Cristo;

· Aumenta em nós os dons do Espírito Santo;

· Torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja;

· Dá-nos uma força especial do Espírito Santo para propagar e defender a fé, pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, e para nunca nos envergonharmos da Cruz.

V. O ministro da Confirmação

No rito latino, o ministro ordinário da Confirmação é o bispo. Mesmo que o bispo possa, por razões graves, conceder a presbíteros o poder de administrar a Confirmação (CIC, cân. 884, 2), é conveniente, pelo próprio sentido do sacramento, que seja ele mesmo a conferi-lo, não esquecendo que foi por esse motivo que a celebração da Confirmação foi temporariamente separada do Batismo. Os bispos são os sucessores dos Apóstolos e receberam a plenitude do sacramento da Ordem. A administração da Confirmação por eles mostra que esta tem como efeito unir mais estreitamente os que recebem à Igreja, às suas origens apostólicas e à sua missão de dar testemunho de Cristo.

A Eucaristia

(do Cate cismo da Igreja Católica, 1324 – 1 3 58)

A Eucaristia, fonte e cume de vida eclesial

A Eucaristia é “fonte e centro de toda a vida cristã” (LG 11). “Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na Santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa” (PO 5).

Como é chamado este sacramento?

A riqueza inesgotável deste sacramento exprime-se nos diferentes nomes que lhe são dados. Cada um destes nomes evoca alguns dos seus aspectos. Ele é chamado:

• Eucaristia, porque é ação de graças a Deus. (...)

•Banquete do Senhor, porque se trata da ceia que o Senhor tomou com os discípulos na véspera da sua Paixão e da antecipação do banquete nupcial do Cordeiro (Ap. 19, 9) na Jerusalém celeste.

•Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família, sobretudo aquando da última ceia. (...)

•Assembleia Eucarística (“synaxis”), porque a Eucaristia é celebrada em assembleia de fiéis, expressão visível da Igreja.

• Memorial da Paixão e Ressurreição do Senhor

•Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; (...)

•Santa e divina Liturgia, porque toda a Liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; no mesmo sentido se lhe chama também celebração dos santos mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. É, como este nome, se designam as espécies eucarísticas guardadas no sacrário.

•Comunhão, pois é por este sacramento que nos unimos a Cristo, o qual nos torna participantes do seu corpo e do seu Sangue, para formarmos um só Corpo; (...)

•Santa Missa, porque a Liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina pela despedida dos fiéis (“missio”), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana.

O Sacrifício sacramental: ação de graças, memorial, presença

Temos, pois, de considerar a Eucaristia:

• Como ação de graças e louvor ao Pai,

• Como memorial do sacrifício de Cristo e do seu Corpo,

• Como presença de Cristo pelo poder da sua Palavra e do seu Espírito.

A Penitência

(do Cate cismo da Igreja Católica, 1422 – 1 4 31)

O sacramento da Penitência e da Reconciliação

“Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão das ofensas a Ele feitas e, ao mesmo tempo, reconciliam-se com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão” (LG 11).

Como se chama este sacramento?

É chamado sacramento da Conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão e o esforço de regressar à casa do Pai, de que se afastou pelo pecado.

E é chamado da Penitência, porque consagra uma diligência pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.

É chamado sacramento de Confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma “confissão”, como reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.

É chamado sacramento do Perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede ao penitente “o perdão e a paz” (formula da absolvição).

É chamado sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia:

«Reconciliai-vos com Deus» (2 Co 5, 20). Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto a responder ao apelo do Senhor: «Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão» (Mt 5, 24).

Por que, um sacramento de Reconciliação depois do Batismo?

«Vós fostes purificados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Co 6, 11). Devemos dar-nos conta da grandeza do dom Deus nos faz, nos sacramentos da iniciação cristã, para nos apercebermos até que ponto o pecado é inadmissível para aquele que «foi revestido de Cristo» (Gal 3, 27). Mas o apóstolo S. João diz também: «Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8). E o próprio Senhor nos ensinou a rezar: «Perdoai-nos as nossas ofensas» (Lc 11, 4), relacionando o perdão mútuo das nossas ofensas com o perdão que Deus dará aos nossos pecados.

A conversão a Cristo, o novo nascimento do Baptismo, o dom do Espírito Santo, o Corpo e Sangue de Cristo recebidos em alimento, tornaram-nos «santos e irrepreensíveis na sua presença» (Ef 1, 4), tal como a própria Igreja, esposa de Cristo, é «santa e imaculada na sua presença» (Ef 5, 27). No entanto, a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, que a Tradição chama concupiscência, a qual persiste nos batizados, a fim de que façam as suas provas no combate da vida cristã, ajudados pela graça de Cristo. Este combate é o da conversão, em vista da santidade e da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos chamar.

Santo Ambrósio diz das duas conversões que, na Igreja, «existem a água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da Penitência.

A Penitência interior

Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à Penitência não visa primariamente as obras exteriores, «o saco e a cinza», os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior.

Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; ao contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude em sinais visíveis, gestos e atos de penitência.

A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma rejeição do pecado, uma aversão ao mal, uma repugnância contra as más ações que cometemos.

Ao mesmo tempo, implica o desejo e o propósito de mudar de vida, na esperança da misericórdia divina e na ajuda da sua graça. Esta conversão do coração é acompanhada por uma dor e uma tristeza salutares, a que os santos Padres chamam animi cruciatus (aflição do espírito), compunctio cordis (arrependimento do coração).

O Matrimônio

(do Cate cismo da Igreja Católica, 1601 – 1 6 04)

O Sacramento do Matrimónio

"O pacto matrimonial, entre os batizados, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, foi elevada por Cristo, como Senhor, à dignidade de sacramento" (CIC. cân. 1055, 1).

I. O matrimónio no desígnio de Deus

A sagrada escritura começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus, e acaba pela visão das "núpcias do cordeiro" (Ap. 1, 7. 9). De principio a fim, a Escritura fala do matrimónio e do seu "mistério", da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação "no Senhor" (1 Co 7, 39), na Aliança de

Cristo e da Igreja.

Deus, que criou o homem por amor, também chamou o amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem de e semelhança de Deus que é Amor, tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador este amor, que Deus abençoa e que é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da Criação: "Deus abençoou-os e disse-lhes: Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a" (Gn 1, 28).

A Ordem

(do Cate cismo da Igrej a Católica, 1536 – 1 5 48)

O Sacramento da Ordem

A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

I. Porquê este nome de sacramento da Ordem?

A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam. Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, com fundamento na Sagrada Escritura, designa, desde tempos antigos, com o nome de taxeis (em Grego), ordines em (Latim). A Liturgia fala do ordo episcoporum, do ordo presbyterorum e do ordo diaconorum.

A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através dum rito chamado ordinatio, acto religioso e litúrgico que era uma consagração, uma bênção ou um sacramento. Hoje, a palavra ordinatio é reservado ao ato sacramental que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e que ultrapassa a simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite o exercício dum "poder sagrado" (sacra potestas), que só pode vir do próprio Cristo, pela sua Igreja. A ordenação também é chamada consecratio, porque é uma segregação e uma investidura feita pelo próprio Cristo para a sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração consecratória, constitui o sinal visível desta consagração.

O sacerdócio da Antiga Aliança

O povo eleito foi constituído por Deus como "um reino de sacerdotes e uma nação consagrada" (Ex 19, 6; Is 61, 6)

Duas Participações No Sacerdócio Único de Cristo

O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis – embora "um e outro, cada qual segundo o seu modo próprio, participem do único sacerdócio de Cristo" (LG 100) – são, no entanto, essencialmente diferentes, mesmo sendo "ordenados um para o outro" (LG10). Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da vida baptismal, vida de fé, esperança e caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está ao serviço do sacerdócio comum, diz respeito ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo continua a construir e a guiar a sua Igreja. E é por isso que é transmitido por um sacramento próprio, que é o sacramento da Ordem.

Na Pessoa De Cristo Cabeça...

É uma função do mesmo sacerdote, Jesus Cristo, que o ministro realmente desempenha. Se realmente o ministro é assemelhado ao Sumo-Sacerdote, em virtude da consagração sacerdotal que recebeu, goza do direito de agir pelo poder do próprio Cristo que representa ("virtude ac persona ipsius Christi" (Pio XII, Encíclica Mediator Dei).

A unção dos enfermos

(do Cate cismo da Igrej a Católica, 1499 – 1 5 13)

A unção dos enfermos

«Pela santa Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, sofredor e glorificado, para que os alivie e os salve; mais ainda, exorta-os a que, associando-se livremente à Paixão e Morte de Cristo, concorram para o bem do povo de Deus» (LG 11).

«Curai os Enfermos…»

Cristo convida os discípulos a seguirem-No, tomando a sua cruz. Seguindo-O, eles adquirem uma visão diferente da doença e dos doentes. Jesus associa-os à sua vida pobre e servidora. Fá- los participar no seu ministério de compaixão e de cura: E eles «partiram e pregaram que era preciso cada um arrepender-se. Expulsaram os demónios, ungiram com óleos numerosos doentes, e curavam-nos» (Mc 6, 12-13).

O Senhor Ressuscitado renova esta missão «em Meu nome… hão-de impor-se as mãos aos doentes, e estes ficarão curados» (Mc 16, 17-18) e confirma-a pelos sinais que a Igreja realiza mediante a invocação do seu nome. Estes sinais manifestam, de modo especial, que Jesus é verdadeiramente «Deus que salva».

«Curai os enfermos!» (Mt 10, 8). A Igreja recebeu este encargo do Senhor e procura cumpri-lo, tanto pelos cuidados que dispensa aos doentes, como pela oração de intersecção com que os acompanha. (…)

A Constituição Apostólica «Sacram Unctionem Infirmorum», de 30 de Novembro de 1972, a seguir ao Concílio Vaticano II, estabeleceu que, a partir de então, no rito romano se observasse o seguinte:

O sacramento da Unção dos Enfermos é conferido às pessoas perigosamente doentes, ungindo-as na fronte e nas mãos com o óleo devidamente benzido – azeite de oliveira ou outro óleo de extração vegetal, dizendo uma só vez: «Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo; para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos».

O Padroeiro

Muito pouco se sabe da vida de São Tarcísio. Mas os fatos dos quais temos conhecimento nos mostram sua grande alma.

Tarcísio era acólito na Igreja de Roma, no século III. Ele acompanhava o papa Sisto II na missa (esse papa morreria, por ser cristão, em torno do ano 258). Nessa época, celebrava-se a Eucaristia embaixo da terra, nas catacumbas, devido à perseguição do imperador romano, Valeriano.

Quando os cristãos eram lançados às prisões, e que quase sempre mortos depois, costumava-se levar-lhe a comunhão às escondidas, para que não desanimassem nem perdessem a fé. Quem fazia isso eram os diáconos.

Um dia, às vésperas do martírio de um grande grupo de cristãos, o papa Sisto II não sabia a quem mandar para levar a Comunhão na prisão, pois seus diáconos também estavam presos. Foi então que o coroinha Tarcísio, com apenas 12 anos, se ofereceu. Todos dizem que poderia ser morto, mas ele argumentou que ninguém desconfiaria de uma criança. Afirmou ainda que preferia morrer a entregar a Eucaristia aos pagãos romanos.

Diante disso, foi aceito. Passando por uma estrada chamada Via Ápia, alguns rapazes suspeitaram do modo cauteloso como Tarcísio segurava algo sob a roupa. Tentaram saber o que era. Como se recusasse a mostrar-lhe apedrejaram-no até a morte. Quando foram procurar o que Tarcísio levava, as hóstias haviam sumido misteriosamente. Um soldado cristão viu Tarcísio caído e o levou às catacumbas, onde foi sepultado. Desde o início, Tarcísio foi venerado como exemplo de santidade. É como dissemos, o padroeiro dos acólitos e dos coroinhas, e atualmente algumas pessoas o colocam como padroeiros dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECEs).

Oração do coroinha

Ó Jesus adolescente,

que vivias com o Pai celeste em profunda e filial sintonia,

aceita nossa dedicação a serviço da liturgia.

Nosso desejo é tratar com respeito,

sem preconceito, as pessoas da comunidade, que contam com teu auxílio

na difícil caminhada;

dá-nos um coração repleto de amor aos pobres e simples desse mundo.

Alimenta-nos com a tua palavra e com os teus ensinamentos,

pois queremos te ajudar, ò Jesus, a transformar a sociedade,

e assim celebrarmos dignamente, com sinais, ritos e movimentos,

a salvação que ofereces hoje e sempre

em favor da humanidade.

Esta apostila sofreu algumas adaptações para o Grupo Paroquial de Coroinhas São Tarcísio da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens.