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WANDERSON BRUNO SOUZA DOS SANTOS ANÁLISE DO CONFORTO ACÚSTICO DA SALA F2 - SETOR IV DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NATAL-RN 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

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WANDERSON BRUNO SOUZA DOS SANTOS

ANÁLISE DO CONFORTO ACÚSTICO DA SALA F2 - SETOR

IV DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE - UFRN

NATAL-RN

2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

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Wanderson Bruno Souza dos Santos

Análise do conforto acústico da sala F2 - Setor IV da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte - UFRN

Trabalho de Conclusão de Curso na

modalidade Artigo Científico, submetido ao

Departamento de Engenharia Civil da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos necessários para

obtenção do Título de Bacharel em Engenharia

Civil.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Alysson Brilhante

Faheina de Souza

Natal-RN

2019

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Santos, Wanderson Bruno Souza dos. Análise do conforto acústico da sala F2 - Setor IV daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN / WandersonBruno Souza dos Santos. - 2019. 18 f.: il.

Artigo Científico (Graduação) - Universidade Federal do RioGrande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de EngenhariaCivil. Natal, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. Paulo Alysson Brilhante Faheina deSouza.

1. Conforto acústico - TCC. 2. Nível de ruído - Medição -TCC. 3. Ambientação sonora - TCC. I. Souza, Paulo AlyssonBrilhante Faheina de. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 534.3

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Elaborado por Kalline Bezerra da Silva - CRB-15 / 327

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Wanderson Bruno Souza dos Santos

Análise do conforto acústico da sala F2 - Setor IV da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte - UFRN

Trabalho de conclusão de curso na modalidade

Artigo Científico, submetido ao Departamento

de Engenharia Civil da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte como parte dos

requisitos necessários para obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 28/11/2019:

___________________________________________________

Prof. Dr. – Orientador Paulo Alysson Brilhante Faheina de Souza

___________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Lacerda Almeida– Examinador interno

___________________________________________________

Profª. Drª. Bianca Carla Dantas de Araujo – Examinadora interna

Natal-RN

2019

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RESUMO

No presente trabalho foi estudado o conforto acústico do ambiente acadêmico da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, visando conformidade com as normas: NBR

10151, NBR 10152 e NBR 12179. Inicialmente, consta uma breve fundamentação teórica de

conceitos necessários para compreensão dos ensaios e resultados. Em seguida foram

realizados ensaios in loco e métodos conceituais empíricos. As análises foram referentes a: 1)

Níveis de ruído interno; 2) Tempo de reverberação; 3) Espectro de frequências sonoras

propagadas dentro dos ambientes em questão. Sendo o primeiro item diretamente ligado à

saúde e conforto, enquanto os demais estão relacionados às questões de inteligibilidade. Os

resultados obtidos foram discutidos, analisados e comparados entre si e com os critérios

normativos. Os resultados não estiveram dentro do esperado. Por isso, conclui-se que para o

devido atendimento das recomendações normativas, esse artigo serve como base de pesquisa

para soluções de isolamento e tratamento acústico para os problemas diagnosticados.

Palavras-chave: acústica; ruído; som; reverberação.

ABSTRACT

In the present article, we studied the acoustic performance of the academic

environment of the Federal University of Rio Grande do Norte, in accordance with the

standards: NBR 10151, NBR 10152 and NBR 12179. Initially, consider a brief theoretical

foundation of test requirements for testing and studies results. Then, in loco essays and

empirical conceptual methods were performed. As statistics were related to: 1) Internal noise

levels; 2) Reverberation time; 3) Spectrum of sound frequencies propagated within the

environments concerned. Being the first item linked to health and comfort, while the others

are related to intelligibility issues. The results obtained were discussed, analyzed and

compared with each other and with the normative criteria. The results are not as expected.

Therefore, it is concluded that, due to the compliance with the normative norms, this article

serves as a research base for isolation and acoustic treatment solutions for the diagnosed

problems.

Keywords: acoustic; noise; sound; reverberation

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INTRODUÇÃO1

O som sempre foi, desde o início da civilização, necessário à sobrevivência do ser

humano. Na sociedade contemporânea, a acústica de edifícios contribui para um

aprimoramento da qualidade de vida através do ponderação de critérios estipulados como

desejáveis para diferentes tipos de edifícios, incluindo ambientes acadêmicos.

Um ambiente confortável é requisito básico para o bem estar do ser humano. Por isso,

para assegurar a sensação de bem estar ao usuário, a edificação deve proporcionar condições

térmicas, de luminosidade e acústica ideais.

Em relação ao conforto acústico de salas de aula, Paixão e Santos (1995) afirmam que

ecos e reverberação excessiva, que impeçam a clareza da audição, são aspectos que devem ser

analisados cuidadosamente uma vez que a eficiência ou ineficiência acústica destes ambientes

interfere diretamente na compreensão, no ensino e na aprendizagem, além de gerarem um

grande desgaste físico e psicológico nos alunos e educadores. Bernardi (2001) defende, ainda,

que o não tratamento acústico dos ambientes escolares provoca a dificuldade de comunicação

entre o professor e aluno e a falta de privacidade entre classes.

Na acústica arquitetônica trabalha-se o tratamento acústico, de forma a oferecer aos

ambientes boas condições de clareza e inteligibilidade. O tratamento envolve

condicionamento acústicos e isolamento. Este ultimo visa garantir o nível sonoro interno

ideal; enquanto aquele trata da distribuição do som no ambiente.

As soluções acústicas têm um grau de complexidade avançado, tento em vista que

deve levar em consideração o espaço físico de propagação - volume, dimensões, característica

dos materiais presentes -, os variados parâmetros das ondas sonoras - tais como o

comprimento de onda, frequência e intensidade -, as pessoas e atividades desenvolvidas.

Batista e Slama (1998) exemplificam algumas decisões de projeto que favorecem o

conforto acústico em edifícios escolares: “adaptação do ambiente destinado à sala de aula e

auditório para a inteligibilidade da fala, tratando acusticamente e cuidando da forma e

dimensões; localização das salas em relação às fontes de ruído exterior e em relação às áreas

de recreação; localização das aberturas em relação às fontes; especificação dos materiais dos

fechamentos verticais de fachada e entre compartimentos”.

Sendo assim, o presente trabalho propõe estudar os critérios e analisar o conforto

acústico das salas de aula da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tanto no que diz

respeito a novas construções, como para renovação acústica de salas já existentes.

JUSTIFICATIVA

A propagação do conhecimento acadêmico é essencial à sociedade moderna, as

universidades são os maiores centros de conhecimento, onde ocorre intensa aprendizagem

através, majoritariamente, da comunicação verbal entre docentes e discentes.

A eficiência dessa comunicação depende diretamente das condições acústicas das salas

de aula. Ambientes de ensino com boas condições acústicas facilitam o aprendizado,

tornando-o mais fácil, mais profundo e menos estressante (LUBMAN e SUTHERLAND,

2001).

Wanderson Bruno Souza dos Santos, graduando em Engenharia Civil, UFRN

Paulo Alysson Brilhante Faheina de Souza, Prof. Dr., Departamento de Engenharia Civil da UFRN

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Dessa forma, conhecer as características acústicas dos ambientes de aprendizado

dentro da UFRN, viabilizará novas pesquisas e projetos para soluções de engenharia e

arquitetura no que tange a melhoria do conforto acústico e conforto dessas salas.

Afim de melhor exemplificar as condições atuais das salas de aula na UFRN, foram

analisadas dois ambientes específicos, uma sala de aula convencional, e a sala de ensaio da

EMUFRN, o primeiro não possuí preocupação quanto as características acústicas e o segundo

tem, dentro da instituição, o maior nível de cuidados quanto inteligibilidade sonora.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o conforto acústico das salas de aula da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

Obter o níveis de pressão sonora das salas de aula;

Obter o tempo de reverberação dos ambientes estudados;

Analisar o espectro de frequências sonoras propagadas dentro dos ambientes

em estudo;

Verificar a conformidade dos critérios obtidos com os sugeridos pelas normas:

NBR 12179 - Tratamento acústico em recintos fechados (ABNT, 1992);

NBR 10151 - Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o

conforto da comunidade;

NBR 10152 - Níveis de ruídos para conforto acústico (ABNT, 2017);

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Som

O som pode ser definido como sendo a sensação produzida, no ouvido e cérebro

humano pelas vibrações decorrentes de ondas mecânicas sonoras (perturbações que

transportam energia cinética e potencial através de um meio material, no caso das ondas

sonoras de forma tridimensional e com frequência entre 20Hz e 20kHz). Dentro dessa

definição podemos observar fenômenos físicos e biológicos. Quanto aos fenômenos físicos

notamos que: o som é produzido por uma fonte sonora (qualquer corpo capaz de fazer o ar

oscilar com ondas de frequência e amplitude detectáveis pelos nossos ouvidos), e transmitido

através do meio, geralmente ar, pelas ondas mecânicas sonoras, até os nossos canais auditivos,

que fazem vibrar a membrana do tímpano (semelhante ao que ocorre nos diafragmas dos

microfones), a energia das vibrações da membrana do tímpano é amplificada por um conjunto

de ossículos (martelo, bigorna e estribo) através de um processo biomecânico similar ao um

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sistema de alavancas, a partir daqui começa a ocorrer também fenômenos biológicos, pois ao

passar do conjunto de ossículos chega a cóclea (cavidade do ouvido interno) e é propagada,

através de um liquido (perilinfa) existente na mesma, que estimula o nervo auditivo (conjunto

de fibras nervosas que transportam informações entre cóclea, ouvido interno e cérebro) que

por sua vez gera impulsos nervosos levados ao cérebro que decodifica e interpreta o som

(sensação que ouvimos através do sistema auditivo causado pela a ação das ondas mecânicas

sonoras).

4.2 Níveis de Ruído

Para compreendermos o que é o ruído devemos conhecer um pouco mais as

características do som. Segundo Bohumil Med (1996), o som apresenta quatro características

fundamentais, sendo elas:

ALTURA: ou frequência(Hertz ou Hz), pode ser interpretada como sendo, o

número de ciclos completos de vibrações de um onda no período de 1 segundo

(na música está associada às notas musicais).

AMPLITUDE: intensidade das vibrações das ondas, geralmente associada ao

volume do som produzido (dBA).

DURAÇÃO: tempo pelo qual o som continua a gerar perturbações no meio,

geralmente ar, e pode assim ser ouvido.

TIMBRE: Características geradas pela combinação das vibrações determinadas

pela fonte sonora ou agente que às produz. Artisticamente pode ser

interpretado como a cor do som, sendo na realidade a forma como a série de

harmônicos secundários se sobrepõe ao harmônico fundamental do som

emitido.

Os sons podem ainda ser definidos como vibrações regulares: apresentam altura

definida; E vibrações irregulares (ruídos ou barulhos): Não apresentam alturas definidas.

Alguns sons percussivos, mesmo sendo músicas podem ser classificados como ruídos dentro

do conceito de som. O ruído pode também ser caracterizado como qualquer som indesejável.

Pensando no conforto ambiental, os ambientes foram classificados em níveis

aceitáveis de ruído de acordo com o tipo de uso, como consta na NBR 10152 - Níveis de

ruídos para conforto acústico (ABNT, 2017). As medidas devem ser tomadas na unidade

dBA, que simula o comportamento auditivo humano

4.3 Tempo de reverberação

O tempo de reverberação pode ser definido como o tempo pelo qual o som continua a

se propagar por meio de reflexões dentro de um ambiente, no intervalo em que sua amplitude

decai 60dB. Esse valor pode ser alterado de acordo com o volume do ambiente, e também

com as superfícies que absorvem energia tornando as ondas sonoras menos intensas a cada

reflexão.

A NBR 12179 - Tratamento acústico em recintos fechados (ABNT, 1992), traz os

valores aceitáveis de tempo de reverberação para cada tipo de ambiente.

4.4 Espectro de frequências

O espectro de frequências é a forma como determinado ambiente propaga as

frequências audíveis, ele pode ser associado a curva de avaliação de ruído (NC) presente na

NBR 10152. Esse conceito nos da um norte em relação a forma como as frequências graves,

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médias e agudas são reproduzidas no recinto, e possibilita propor soluções de acústica para

melhor inteligibilidade do ambiente.

5 METODOLOGIA – MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Equipamentos

Será utilizado Decibelímetro Digital Hikari - HDB911 , classe II, curva de ponderação

"A".

Será utilizado Microfone Dbx Omnidirecional RTA-m, condensador, com resposta de

frequência de 20Hz - 20kHz.

Será utilizado monitor de referência M-Audio AV40, como fonte sonora.

Será utilizado interface de áudio Behringer X air Xr18, como conversor de sinal

analógico/digital e digital/analógico.

Será utilizado Reaper DAW, como software de analise de resultados.

5.2 Métodos

Primeiramente deve-se certificar que os equipamentos em uso estão de acordo com os

as instruções dos ensaios previstos em norma.

Para medição do nível de ruído interno, deve-se garantir que o decibelímetro esteja a

uma altura mínima de 1,20m, distante no mínimo 1,00m de qualquer superfície de contorno

(paredes, portas ou janelas). As medições devem ser feitas em 3 posições diferentes cada uma

com 10 amostragens, sendo as posições distantes no mínimo 0,50m. O decibelímetro deve

estar na curva de ponderação "A", na frequência de 500Hz, e atender aos critérios de

temperatura descritos pelo fabricante.

Para medição do tempo de retorno, deve-se medir o intervalo de tempo necessário para

o decaimento de 60dB(TR60) nas seguintes frequências (125Hz, 250Hz, 500Hz, 1000Hz,

2000Hz, 4000Hz), caso não seja possível atingir a diferença de 60dB devido ao nível de ruído

do ambiente, pode-se utilizar medidas para 20dB, 30dB ou 40dB (TR20, TR30, TR40), e

extrapolar linearmente esse valor para obtenção do TR60.

Para medição do espectro de frequências, deve-se posicionar o microfone

condensador, com resposta de frequência de 20Hz - 20kHz, na posição de interesse, emitir

através da fonte sonora o Ruído Rosa(caracteriza-se por manter a potência (energia) igual

entre todas as oitavas sonoras), e capturar o som para posterior análise em software.

Outras informações, como dimensões da sala, tipos de materiais e áreas das

superfícies, também devem ser coletadas para posterior análise de resultados.

Seguem, abaixo, dados coletados na Sala F2 do Setor IV da UFRN - com ar

condicionado.

Tabela 1 - Níveis de ruído na posição 1, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

65,00 64,30 65,60 65,20 64,90 65,50 65,10 64,70 65,20 65,00 Fonte: O Autor.

Tabela 2 - Níveis de ruído na posição 2, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

65,00 64,00 64,80 64,50 65,20 64,10 63,90 64,80 64,20 64,00 Fonte: O Autor.

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Tabela 3 - Níveis de ruído na posição 3, em dBA

.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

65,4 65,50 64,90 65,30 65,60 65,90 65,60 65,40 64,80 65,50 Fonte: O Autor.

Tabela 4 - Dimensões do ambiente, em metros.

ALTURA COMPRIMENTO LARGURA

3,20 8,00 6,10 Fonte: O Autor.

Tabela 5- Áreas das superfícies, em metros quadrados (m²).

CHÃO 48,80

PAREDE ALVENARIA 46,25

PAREDE BLOCO CONCRETO 25,60

TETO 53,68

PORTAS 1,89

JANELAS 8,33

GRELHAS DE VENTILAÇÃO 8,82 Fonte: O Autor.

Quadro 1- Materiais das superfícies.

CHÃO Granilite

PAREDE Alvenaria e Bloco de concreto

TETO Concreto

PORTAS Mdf

JANELAS Vidro

GRELHAS VENTILAÇÃO Concreto Fonte: O Autor.

Tabela 6 - Tempos de reverberação medidos in loco, em segundos:

Frequências 125 250 500 1000 2000 4000

TR-20 0,815 0,593 0,468 0,390 0,712 0,480 Fonte: O Autor.

Em seguida, os níveis de ruído obtidos devem ser transformados em níveis de pressão

sonora equivalente Laeq, calculado através da expressão:

de acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000). Para o caso em questão Laeq=65,03dBA.

Compara-se com os níveis sugeridos pela NBR 10152 (ABNT, 2017).

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Tabela 7 - Valores dB(A)

Locais dBA(A) Hospitais

Apartamentos, Enfermarias, Berçários, Centros cirúrgicos 35-45

Laboratório, Áreas para uso do público 40-50

Serviços 45-55

Escolas

Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho 35-45

Salas de aula, Laboratórios 40-50

Circulação 45-55

Fonte: NBR 10152

Para analise do Tempo de reverberação, deve-se comparar os tempos obtidos

(extrapolados linearmente), com os tempos sugeridos pela NBR 12179 (ABNT,1992), bem

como com o método teórico de Sabine.

Formulação de Sabine: TR60=0,161V/ΣSα, na qual:

TR é o tempo de reverberação (s);

V é o volume da sala (m²)/

S é a área das superfícies (m²);

α é o coeficiente de absorção dos materiais.

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Ábaco NBR 12179 (ABNT,1992)

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Valores de coeficiente de absorção extraídos da tabela:

Tabela 8 - Coeficientes de absorção acústica

Materiais Frequências (Hz)

125 250 500 1000 2000 4000

Materiais de construção, usuais,

densos, Revestimentos, pintura

Reboco áspero, cal 0,03 0,03 0,03 0,02 0,04 0,07

Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06

Teto pesado suspenso (de gesso) 0,02 - 0,03 - 0,05 - Estuque 0,03 - 0,04 - 0,07 -

Superfície de concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07

Revestimento de pedras sintéticas 0,02 - 0,05 - 0,07 -

Chapas de mármore 0,01 0,01 0,01 - 0,02 - Revestimento aderente de vidro 0,04 - 0,03 - 0,02 -

Revestimento de vidro espaçado a

cada 5 cm de parede

0,25 0,20 0,10 0,05 0,02 0,02

Vidraça de janela - 0,04 0,03 0,02 - -

Assoalhos

Tapetes de borracha 0,04 0,04 0,08 0,12 0,03 0,10

Fonte: Tabela de Hans W. Bobran

TR-60 (500Hz) obtido experimentalmente:1,404 segundos;

TR-60 (500Hz) Método de Sabine: 1,318 segundos;

TR-60 (500Hz) Sugerido pela NBR 12179 (ABNT,1992): 0,57 segundos;

Para determinação da curva de nível será utilizado o software Reaper DAW, seguem

abaixo as imagens do exemplo da sala em questão (áudio de referência, microfone

posicionado no centro da sala, microfone posicionado próximo a porta, microfone

posicionado no canto da sala).

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Figura 1 - Espectro de frequências da Sala F2

Fonte: O Autor

Nota-se uma maior intensidade nas frequências graves abaixo de 63Hz nas posições de

canto e próximo a porta, esse fenômeno é conhecido e se da devido as dimensões da sala e a

frequências com comprimentos de onda equivalentes, pode-se adotar bass traps como solução

do problema.

6 DADOS COMPARATIVOS

6.1 Dados para análise comparativa de níveis de ruído da sala F2 do setor IV sem ar

condicionado.

Tabela 9 - Níveis de ruído na posição 1, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 55,30 55,90 55,10 55,90 55,50 54,80 55,10 56,00 56,10 56,60 Fonte: O Autor.

Tabela 10 - Níveis de ruído na posição 2, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 50,00 49,80 50,60 49,80 49,60 52,00 50,20 50,10 52,40 50,20 Fonte: O Autor.

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Tabela 11 - Níveis de ruído na posição 3, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 50,80 49,90 50 50,10 50,70 52,00 51,00 51,80 50,80 50,40 Fonte: O Autor.

6.2 Dados para análise comparativa de níveis de ruído da sala de ensaio da EMUFRN

sem ar condicionado

Tabela 12 - Níveis de ruído na posição 1, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 30,02 30,02 30,02 30,00 30,02 30,02 30,00 30,02 30 30,02 Fonte: O Autor.

Tabela 13 - Níveis de ruído na posição 2, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 30,00 30,02 30,02 30,02 30,02 31,10 30,02 30,02 30,00 30,02 Fonte: O Autor.

Tabela 14 - Níveis de ruído na posição 3, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 30,02 30,02 30,02 30,02 30,02 30,02 31,10 30,02 30,00 30,02 Fonte: O Autor.

6.3 Dados para análise comparativa da sala de ensaio da EMUFRN com ar

condicionado. Incluindo tempo de reverberação e curva de avaliação de ruído (NC).

Tabela 15 - Níveis de ruído na posição 1, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 31,10 32,00 32,00 32,00 32,70 32,00 32,00 31,10 31,10 32,00 Fonte: O Autor.

Tabela 16 - Níveis de ruído na posição 2, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 31,10 32,00 32,00 32,70 32,00 32,00 31,10 32,00 32,00 31,10 Fonte: O Autor.

Tabela 17 - Níveis de ruído na posição 3, em dBA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 31,10 31,10 31,10 32,00 31,10 31,10 31,10 31,10 31,10 31,10 Fonte: O Autor.

Tabela 18 - Dimensões do ambiente, em metros.

ALTURA COMPRIMENTO LARGURA 2,95 5,35 4,85 Fonte: O Autor.

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Tabela 19 - Áreas das superfícies, em metros quadrados (m²).

CHÃO 25,94 PAREDE 54,66

TETO 25,94

PORTAS 2,52

JANELAS 3,00 Fonte: O Autor.

Quadro 2 - Materiais das superfícies.

CHÃO Madeirite PAREDE Lã de rocha

TETO Espuma

PORTAS Porta Estofada

JANELAS Vidro Aquário Fonte: O Autor.

Tabela 20 - Tempos de reverberação medidos in loco, em segundos:

Frequências 125 250 500 1000 2000 4000 TR-20 0,108 0,126 0,068 0,059 0,068 0,059 Fonte: O Autor.

TR-60 (500Hz) obtido experimentalmente:0,204 segundos;

TR-60 (500Hz) Método de Sabine: 0,232 segundos;

TR-60 (500Hz) Sugerido pela NBR 12179 (ABNT,1992): 0,61 segundos;

Para determinação da curva de nível será utilizado o software Reaper DAW, seguem

abaixo as imagens do exemplo da sala em questão (áudio de referência, microfone

posicionado no centro da sala, microfone posicionado próximo a porta, microfone osicionado

no canto da sala).

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Figura 2 - Espectro de frequências da Sala de Ensaio da EMUFRN

Fonte: O Autor.

RESULTADOS

Para análise dos resultados verificamos cada um dos ensaios separadamente. Sendo

eles: Níveis de ruído interno das salas de aula - conformidade com a NBR 10151 e 10152;

Tempo de reverberação - conformidade com a NBR 12179; e Análise do espectro de

frequência (associado à curva de avaliação de ruído NC) - conformidade com a NBR 10152.

Para a sala F2 do setor IV da UFRN, os resultados apresentados foram os seguintes:

Nível de ruído interno - 65,03 dBA (obtido de acordo com a NBR 10151) quando o

recomendado pela norma para salas de aula deveria ser dentro de um intervalo entre 40 e 50

dBA. Ou seja, muito acima do recomendado pela NBR 10152, o que acarreta um desconforto

e pode causar danos à saúde, tanto aos ouvintes quanto às cordas vocais dos discentes, de

acordo com o tempo de exposição/atuação.

Tempo de reverberação - O TR 60 (500 Hz) obtido experimentalmente no valor de

1,404 segundos; TR 60 (500Hz) obtido pelo Método Sabine no valor de 1,1318 segundos; e o

tempo sugerido pela NBR 12179 foi de apenas 0,57 segundos. Novamente, verifica-se um

resultado insuficiente, o que implica negativamente na inteligibilidade do ambiente. Isto é,

devido ao excessivo tempo de reverberação, o som chega ao receptor com muitas reflexões

além do sinal primário, ocasionando uma menor clareza no que é escutado.

Análise do espectro de frequência - Analisando as diferentes posições - centro, canto

da sala e próximo à porta - podemos observar como o ambiente se comporta em relação à

curva de resposta de frequências. Como esperado, observa-se que a posição central é a de

maior inteligibilidade, ou seja, os sons que chegam nesse ponto, recebem menos interferências

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de reflexões, bem como a curva de frequência recebida melhor se aproxima do

comportamento de curva de frequência do ouvido humano. Já na posição de "canto" e

"próximo à porta" percebe-se maior interferência de reflexões e nota-se uma maior

intensidade nas frequências graves abaixo de 63Hz, o que não corresponde à curva de

frequência equivalente ao do ouvido humano. Sendo estas, posições de pior inteligibilidade.

Os dados apresentados nas demais situações (sala F2 sem ar condicionado; sala de

ensaio da EMUFRN com ar condicionado; sala de ensaio da EMUFRN sem ar condicionado)

servem apenas para análises comparativas. Entretanto, cabe ressaltar que a sala F2 mesmo

com o ar condicionado desligado não atende às recomendações das normas

supramencionadas. Por outro lado, a sala de ensaio está dentro dos padrões de níveis de ruído

sugeridos por norma.

DISCUSSÃO

Este artigo tem como objetivo analisar o conforto acústico das salas da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e servir como guia para futuras pesquisas na busca

por soluções de isolamento e tratamento acústico no campo da engenharia e arquitetura.

CONCLUSÃO.

Os resultados encontrados por meio da pesquisa de campo desenvolvida como parte

deste trabalho refletem a situação de grande parte das salas do setor IV (aquelas que seguem o

padrão da F2), as quais não estão de acordo com as diretrizes das normas quanto a níveis de

ruído e tempo de reverberação o que, respectivamente, podem acarretar prejuízos à saúde e

deficiência na comunicação verbal entre docentes e discentes.

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arquitetônico e o projeto acústico. In: CONGRESSO IBEROAMERICANO DE

ACÚSTICA, 1; SIMPÓSIO DE METROLOGIA E NORMALIZAÇÃO EM ACÚSTICA DO

MERCOSUL, 1; ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ACÚSTICA, 18, 1998,

Florianópolis. Anais... Florianópolis: SOBRAC, 1998. p. 523-526

BERNARDI, Núbia. Avaliação de interferência comportamental do usuário para

melhoria do conforto ambiental em espaços escolares: estudo de caso em Campinas/SP.

2001. 127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia Civil,

Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

BISTAFA, Sylvio R;. Acústica Aplicada ao Controle do Ruído. 2ª. ed. São Paulo:

Bluecher, 2011.

LUBMAN, D; SUTHERLAND, L. C. Good Classrooms Acoustic is a god investment. In:

International Congress on Acoustics ICA, 2001, Roma, Itália. Anais...

MED, Bohumil. Teoria da Música. 4ª. ed. rev. e aum. Brasília: MusiMed, 1996.

PAIXÃO, Dinara Xavier. Análise das condições acústicas em salas de aula. 1997. 171 f.

Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1997.

PAIXÃO, Dinara Xavier; SANTOS, Jorge Luiz Pizzutti. A acústica da sala de aula. In:

ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ACÚSTICA, 16, 1995, São Paulo.

Anais... São Paulo: Plêiade Ltda M E, 1995. p. 61-64.