visões e conceitos históricos da educação comparada

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Visões e Conceitos Históricos da Educação Comparada Lisandra Gomes, Mónica Natividade, Nance Quintal e Pamela Fernandes Universidade da Madeira Curso de Ciências da Educação, 2º ano/1º semestre Unidade curricular de Educação Comparada

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Visões e Conceitos Históricos da Educação Comparada. Lisandra Gomes, Mónica Natividade, Nance Quintal e Pamela Fernandes Universidade da Madeira – Curso de Ciências da Educação, 2º ano/1º semestre Unidade curricular de Educação Comparada . Dificuldade da periodização da Educação Comparada. - PowerPoint PPT Presentation

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Visões e Conceitos Históricos da Educação Comparada

Lisandra Gomes, Mónica Natividade, Nance

Quintal e Pamela FernandesUniversidade da Madeira – Curso de Ciências da

Educação, 2º ano/1º semestre

Unidade curricular de Educação Comparada

Dificuldade da periodização da Educação Comparada

Segundo Ferreira (1999) há uma certa dificuldade em estabelecer períodos concretos na história da Educação Comparada. Dado isto, o autor efectuou uma síntese periódica da E.C. através de alguns autores que considerou essenciais.

Friedrich SchneiderEste autor divide a pedagogia em dois períodos: Pedagogia do estrangeiro; Pedagogia comparada.

Pedagogia do estrangeiro

Consistia em viagens de investigação ao estrangeiro, nas quais se observava a estrutura educativa dos países vizinhos, que era depois comparada com a pedagogia do nosso próprio país.

Pedagogia comparada

Este tipo de pedagogia foi desenvolvida já no século XX e visava a observação dos factos pedagógicos propriamente ditos, isto é, os seus factores fundamentais.

George BeredayBereday determinou três períodos:

Período do Empréstimo; Período da Previsão; Período da Análise.

Período do Empréstimo

Apresentação de dados descritivos que iriam permitir a comparação e avaliação das rotinas educativas para as utilizar depois em outros países.

Período da Previsão

Esta fase foi iniciada por Michael Sadler na primeira metade do século XX.

Sadler inseriu o pensamento de que o sistema educativo não é um conceito à parte da sociedade.

Os “sucessores” de Sadler, focaram-se nas bases da educação, assim, conseguiam prever o potencial êxito de um determinado sistema educativo baseando-se nas experiências de outros países.

Período da Análise

Neste período foi dada especial atenção à classificação dos factos educativos e sociais.

O objectivo era a criação de teorias e métodos que permitissem formular etapas para efectuar o processo de comparação, para que esta fosse menos centrada em valores ético-emocionais.

Alexandre Vexlieard

Vexlieard aponta quatro períodos históricos: Etapa estrutural; Os “inquiridores”; Sistematizações teóricas; Período prospectivo.

Etapa Estrutural

Esta etapa é marcada pela obra Esquisse (1817), de Jullien de Paris, na qual se encontram os princípios “arquitecturais”, ou seja, as bases metodológicas dos estudos comparados em educação.

Os “Inquiridores”

Esta fase decorreu entre 1830 a 1914, na qual eram enviados inquiridores para viajarem pela Europa e Estados Unidos, com o propósito de efectuarem o estudo dos sistemas de ensino vigentes nesses países.

Sistematizações Teóricas

Este período decorreu desde 1920 a 1940 e foi assinalado pelos trabalhos de Kandel, Schneider, Hans e outros investigadores.

Foi também conhecido pelo período das preocupações históricas.

Período Prospectivo

Surgiu após a II Guerra Mundial, particularmente depois de 1955, numa fase em que os estudos comparados em educação começaram a estar centrados no futuro.

Noah e EcksteinApresentam cinco fases históricas:

Período dos viajantes; Período dos inquiridores; Período de colaboração internacional; Período de “forças e factores”; Período das ciências sociais.

Período dos Viajantes

Este período caracterizou-se por estudos assistemáticos, que foram ocasionados pela curiosidade, dos quais resultavam observações subjectivas e mal planeadas.

Período dos Inquiridores

Este período decorreu no século XIX, durante o qual os investigadores viajavam para o estrangeiro para recolher dados que pudessem ajudar a melhorar o sistema educativo do seu próprio país.

Período de Colaboração Internacional

Relativamente a esta fase, pretendia-se uma permuta intercultural, pois a educação era encarada como um elo de ligação entre nações.

Período de “Forças e Factores”

Este período decorreu entre a I e II Guerra Mundial. Deu ênfase à relação educação/cultura, procurando explicações para os vários fenómenos educativos nos diferentes países.

Tentou também entender a relação escola/sociedade através da análise histórico-culturalista.

Período das Ciências Sociais

Nesta etapa são utilizados métodos empírico-quantitativos, com a intenção de atribuir explicações científicas à relação escola/sociedade, num plano mundial.

Ferran FerrerEste autor sugeriu as seguintes etapas:

Etapa de Jullien de Paris; Etapa descritiva; Etapa interpretativa; Etapa comparativa.

Etapa de Jullien de Paris Julien, ficou conhecido como o “pai da Educação

Comparada”, especialmente porque foi pioneiro nesta área e destacou os seguintes aspectos:

Importância que tem o manobrar de uma metodologia empírica e científica;

Necessidade de executar utensílios que servem tal finalidade; Importância de factores exteriores sobre a educação; A relevância que tem o conhecimento da educação noutros países; O tributo da Educação Comparada na evolução da educação no

mundo.

Etapa Descritiva

O objectivo neste período era o de entender a organização do ensino nos países desenvolvidos, para depois aproveitar os pontos positivos em benefício do nosso país.

F.W.Thiersch publicou uma obra em 1838, na qual analisava os sistemas educativos de alguns países europeus, mas sobretudo chama atenção para as cautelas a serem tomadas ao realizar tais descrições.

Ainda nesta fase, Mathew Arnold, através das suas várias publicações preveniu sobre o risco da imitação de aspectos isolados, sem se ter em consideração os contextos que tornaram possíveis.

Etapa Interpretativa

Esta etapa tem o seu início em 1900, na qual tiveram origem alguns acontecimentos de relevo para a E.C.

A organização de um curso universitário de E.C. na Universidade da Colômbia, a cargo de James E. Russel.

Michael Sadler publicou um texto onde se manifestava acerca da utilidade da E.C. para a percepção do sistema educativo nacional.

Sadler deu importantes contributos à E.C. tais como: A importância de entender a alma e a tradição dos

sistemas educativos; O interesse do estudo dos sistemas educativos

estrangeiros para um melhor entendimento do nosso. A necessidade de estudo da vertente sociológica,

relacionada com a educação; O inconveniente da E.C. se tornar cativa da

estatística, dado que se tende a ligar a educação à escola.

Os pedagogos desta época questionaram-se sobre as causas dos fenómenos educativos e tentaram interpretá-los usando as seguintes abordagens: Interpretativo-histórica (dava especial atenção

aos factores históricos); Interpretativo-antropológica (dava atenção aos

factores endógenos: cultura, ciência e religião); Interpretativo-filosófica (dava ênfase às bases

teorico-ideologicas dos sistemas educativos).

Etapa Comparativa

Após a II Guerra Mundial, originou-se um período de abordagens muito diversificadas: Abordagem positivista; Abordagem de resolução de problemas; Abordagem crítica; Abordagem sócio-histórica.

Abordagem de resolução de problemas

Brian Holmes é o comparatista mais importante desta abordagem.

Holmes diz que é necessário partir de problemas específicos e procurar as resoluções mais apropriadas.

O autor estabeleceu as seguintes fases: Análise dos problemas; A formulação da hipótese; Descrição das condições iniciais do problema; Previsão lógica dos resultados possíveis a partir das hipóteses; Comparação dos resultados previstos com os acontecimentos reais.

Abordagem positivista

Este tipo de abordagem é essencialmente descritiva e não possui uma dimensão histórica nem explica os factos. Na década de 60 emerge a perspectiva estrutural-funcionalista a qual pretende ligar as estruturas e a função das instituições educacionais com as instituições sociais.

Abordagem crítica

No início dos anos 70, a escola passou a ser encarada como um dos instrumentos mais importantes do Estado.

Martin Carnoy foi o pioneiro desta abordagem e procurou explicar «as bases estruturais da desigualdade

educacional» utilizando a análise da expansão diferenciada da educação escolar, que ia de encontro aos interesses da classe imperante e à escala mundial.

Abordagem sócio-histórica

Na última década do séc. XX, fomentou-se a ideia de que a complexidade da realidade não pode ser explicada de forma única, objectiva e neutra. Esta abordagem procura essencialmente comparar a análise dos factos à análise do sentido histórico dos mesmos.

FIM!