visão do alto - asas de socorro - 1º sem 2013

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Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

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A região Amazônica é uma obra de arte criada por Deus, com

uma biodiversidade fantástica! Mas também é e continuará sendo por muito tempo uma região de difícil acesso, na qual vivem pessoas que convivem diariamente com a beleza da natureza, e que, ao mesmo tem-po, enfrentam o desafio de estarem

distantes de recursos importantes para o seu desenvol-vimento e qualidade de vida. Atendimento médico, odontológico, educação, lazer e, em muitos casos, até mesmo suprimentos bá-sicos de alimentação física e espiritual, são difíceis de serem obtidos em vilas e comunidades amazonenses. Diante deste panorama, nossa missão como Asas de Socorro é dar asas aos que dão suas vidas. Ou seja, suprir com aviação e apoio logístico aqueles que se colocam à disposição como voluntários para servir ao outro na Amazônia. Procuramos diminuir a distância e romper o isolamento. Ser a ponte entre dois mundos tão distantes - a cidade e a floresta. O médico, o dentista e a Comu-nidade. O missionário e o indígena ou ribeirinho. Mun-dos distantes que se unem pela vontade de construir,

reconstruir, amar, cuidar. Durante toda nossa história, que já ultrapassa 57 anos de existência, facilitamos o acesso aos que estão dispostos a chegar até os lugares mais distantes do Brasil, para doar parte do seu tempo e trabalho como profissional - seja brincando com uma criança, seja trabalhando como dentista ou médico vo-luntário, ou ainda compartilhando o amor de Deus em gestos de cuidado. Assim fazendo, Asas constrói - ao longo do tempo e com o apoio de pessoas, igrejas e empresas - uma história de serviço pautada no amor a Deus e ao próximo. Contada através da experiência de cada um que agiu e age com compaixão e misericórdia, levando alento aos corações dos que vivem em áreas da Amazô-nia Brasileira. Nesta edição você poderá conhecer mais desta história. E você, que nos acompanha em nossa trajetó-ria, também faz parte desta caminhada nos ajudando a ligar dois mundos distantes. Muito obrigado e boa leitura!

Jeferson CostaDiretor [email protected]

PALAVRA DO DIRETOR

Tiragem: 30 milJornalista responsável: Rita Mucci Santos (MTB 32100)Produção: Rita Mucci SantosRevisão: Regina Oliveira e Lori HentgesConselho Editorial: Eunice Cunha de Menezes , Keith Dalmon Ferreira, Carla Alzate, Rose Pasquini e Rodrigo Fraga SantosDesign e capa: Keith Dalmon FerreiraFotos: Rodrigo Santos, Reyner Araújo, Tábata Mori, Jordana Barale, James Gilbert e Arquivo AsasColaboração: Ariovaldo Ramos e Jeferson CostaContato: [email protected]

ASAS DE SOCORROPresidente: Ernei de Oliveira PinaDiretores: Jeferson Costa, Eunice Cunha de Menezes e Luis Carlos M. Huttenlocher

SEDE ADMINSTRATIVA: Anápolis - GO - Brasil Av. JK, Qd 08, Lote 13, Setor Industrial Aeroporto, CEP 75.104-280, ou Caixa Postal 184, CEP 75.024-970

[email protected](62) 4014-0333 / FAX (62) 4014-0340

Escola de Aviaçãowww.asasdesocorro.org.br/escolaAeroporto Civil de Aná[email protected] (62) 4014-0319 / 3314-6102

Oficina AeronáuticaAeroporto Civil de Aná[email protected] (62) 4014-0310

BASE RONDÔNIA: Porto Velho - RO - Brasil Estrada do Belmont, 12.008, Bairro Nacional, CEP 76.801-898, ou Caixa Postal 16, CEP [email protected](69) 8127-2851 ou (62) 9299-1513 (69) 3221-1874 (residencial) / 3223-9011

BASE RORAIMA: Boa Vista - RR - Brasil

EXP

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sas

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ocor

ro Aeroporto Internacional de Boa Vista - Rua Rocha Leal, nº 795, Bairro Centro, CEP 69.305-097, ou Caixa Postal 165. CEP [email protected](95) 3224-2412

BASE AMAZONAS: Manaus - AM - BrasilRua Capitão Anísio, n 676, Bairro Puraquequara, CEP 69.009-050ou Caixa Postal 2012, CEP [email protected] (92) 3618-5491(92) 9137-8373

BASE PARÁ: Santarém/Belém - PA - BrasilRua Raimundo Fona, nº 631 – Altos, Bairro Salé Santarém – PA, CEP 68.040-260, ou Caixa Postal 616- ACF Aldeia, CEP 68.040-971 - Santarém – [email protected](93) 9191-9840 e (93) 9191-9850 (93) 3523-8292

www.asasdesocorro.org.br2

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Histórias de encontros PROJETOPARINTINS

Segundo Ester Camilo, líder da Base Asas de So-corro em Santarém - PA, uma das maiores con-

quistas do projeto Parintins é ter parceiros compro-missados em realizá-lo. Ela explica: “Temos parceiros compromissados, tais como: a Igreja Batista de Parintins, a Terre des Hommes e a Universidade Unievangélica - que tem re-alizado um excelente trabalho através do programa de Extensão Universitária. Em todas as participações da universidade, centenas de pessoas recebem tratamento odontológico, consultas médicas e proce-dimentos de enfermagem. Nesta última viagem que realizamos, foi im-plementada a ‘Escola de Saúde’, com oficinas sobre saúde, higiene, meio ambiente, escovação de dentes e

outros temas muito pertinentes. Temos também aces-so às comunidades com aceitação. E assim temos realizado, com liberdade, a ca-pacitação e empoderamento de pessoas das comuni-dades ribeirinhas na prevenção da violência e abuso sexual infantil. Todas estas conquistas são grandes vi-

tórias do projeto. Neste Projeto, nosso enfoque é a atenção à criança. Entendemos que ensiná-las a cuidar dos dentes através da escovação - desde muito cedo - além de permitir um lindo sorriso, irá prevenir muitas doenças. Participar do desenvolvimento da criança

por meio das brincadeiras, enfatizando valores e li-mites, contando histórias, fortalecendo os princípios éticos e morais, são investimentos que valem a pena.

Em 2013, o projeto Parintins continua. Preten-demos dar continuidade às atividades desenvolvidas em 2012, tanto na região de Parintins, como no norte da região oeste do Pará. Novas comunida-des deverão ser alcançadas. Aproximadamente 3 mil crianças farão parte do cen-tro das nossas atenções.”, diz Ester Camilo.

CONQUISTAS E PERSPECTIVAS PARA O RIBEIRINHO

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“Neste Projeto, nosso enfoque

é a atenção à criança.”

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No ano de 2012, cerca de 40 Comunidades - nos Municípios de Parintins,

Barreirinha e Nhamundá - foram beneficiadas de forma direta e indireta.

Em torno de 15 mil pessoas, dentre elas 1 mil e 800 crianças, foram alcançadas.

Durante os dias em que aconteceram o projeto nas comunidades ribeiri-

nhas, houve capacitação de professores, ofi-cinas pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes e também pela preservação

Às vezes tem, às vezes não

Carla Tainá Silva, 3 anos, e Gustavo Silva, 6 anos, precisavam de um médico quando o

barco chegou em sua comunidade, São Sebastião do Caburi, no interior da Amazônia. A mãe não os havia levado ao posto de saúde local, pois, como diz, lá “às vezes tem médico, às vezes não tem”. “Fico feliz em ver as pessoas serem atendidas e terem oportunidade. O médico daqui foi uma maravi-lha, muito atencioso”, diz a mãe das crianças, Franci-lene Silva.

Alegria depois da dor

Maria Raimunda Souza (blusa vermelha), 44 anos, 8 filhos, mora na comunidade Vila Nogueira, no

interior da Amazônia. No dia em que o barco do projeto Parintins chegou em sua vila, estava com pressão alta e bastante abatida. Maria Raimunda teve um AVC - acidente vas-cular cerebral. Ficou internada vários dias no hospital mais próximo, há cinco horas de barco de sua vila. Quando nosso médico voluntário a medicou, ela disse - “hoje a grande dor voltou”. Sua pressão estava bas-tante alta. Ela foi medicada, ouvida e sorriu depois de muita conversa com a equipe. Nos próximos dias, voltaria ao hospital, mas ao menos recebeu a medicação apropriada enquanto estava em sua vila.

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do meio ambiente. Em todas as comunida-des atendidas houve centenas de consultas médicas e odontológicas, além do trabalho preventivo realizado através de palestras so-bre saúde e oficinas de higienização bucal.

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Omar e sua es-posa, Rute

Dauaidar, são os coordenadores do Projeto Parintins. Durante algumas semanas do ano, o barco vira a casa deles. “Ficamos todo tempo no bar-

Clínica da alma

Laurita Gonçalves é enfermeira e foi vo-

luntária em nosso projeto. Ela viu que muitas pessoas da comunidade não tinham apenas problemas de saúde, mas precisavam na verdade de alguém para escutá-las, orientá-las e consolá-las. “Tem algumas pessoas que falaram que têm vontade

co. O barco é a nos-sa casa” conta Rute. E Omar completa - “O barco é a nossa casa, e nossa cama é a rede”. Eles deixam um convite a você e a profissionais da área da saúde - “Doe uma semana

de seu tempo para nos acompanhar nestas viagens. Uma viagem que será to-talmente inesquecí-vel e que a sua vida, ao voltar, nunca mais será a mesma. Você pode ter certeza dis-so”, convida Omar.

O barco é a casa, a rede é a cama.O barco é a casa, a rede é a cama.

de morrer. Trabalhamos então com a ‘clínica da alma’. Acom-panhamos uma senhora que es-tava com o semblante bastante fechado a tarde inteira, que nos foi encaminhada pelo médico. Ela ficou então bastante tempo, conversou. Depois ficou até a noite com a gente e depois saiu daqui sorrindo. Foi um dos sor-risos mais gostosos que eu já vi”.

Para juntar-se a nós, escreva para: [email protected] 5

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IDE EM FOCO

O IDE é realizado há mais de dez anos por Asas de Socorro em parceria com igrejas locais. Realiza um trabalho de assistência espiritual e de assistência médica e dentária em comunidades caren-tes. Inicialmente era realizado na região Nordeste, já passou pelo estado de Goiás e desde 2010 tem sido realizado na região Norte. É coordenado por Asas de Socorro e realizado por voluntários de todo o país.

É como se um sonho acontecesse

Repetidamente, no mês de julho, voluntários de todo Brasil fazem suas malas e se encontram em

uma comunidade ribeirinha da Amazônia. Quando os vemos, não dá para acreditar.

Mas é verdade. Eles saem de suas casas, pagam suas passagens de avião, deixam seus trabalhos e família para, com alegria, evangelizar, cuidar, medicar, pres-tar atendimento médico e odontológico; dar palestras sobre cuidados pessoais, brincar com as crianças, cor-tar cabelos, visitar casas e, enfim, envolver-se com a população ribeirinha.

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Diante de tantos voluntários reunidos, há o espanto de alguns, como conta Marilyn Rodrigues, voluntária que participou do projeto IDE em julho deste ano, na comunidade de Curuai, Pará.

sim, e que todos éramos de longe. E foi quando veio a outra pergunta: ‘Vocês vieram aqui só pra cuidar da gente?´. Novamente, respondi que sim. E ela encheu os olhos de lágrimas e abriu um lindo sorriso de agra-decimento. Tínhamos vindo só para cuidar deles. O ato de servir nas pequenas coisas é muito gratifican-te. Lembro-me sempre do texto de Mateus: 25.35-36, onde se diz: ‘pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui es-trangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. Marilyn é assistente social e técnica em enfer-magem. Participou de dois projetos IDE, apoiando na farmácia montada na comunidade quando acontece o projeto. Gostaria de ir todos os anos como voluntária, pois, para ela,” Não precisamos fazer grandes coisas pra demonstrar o amor de Deus ao nosso próximo; e o IDE é uma boa oportunidade para você exerci-tar pequenos gestos de amor, demonstrado o amor de Deus em gestos do dia a dia”.

Saiba mais no: w

ww.asasdesocorro.org.br

“Vocês vieram aqui só pra cuidar da gente?”

“Uma senhora que atendia, me perguntou de onde eu era, quantas horas viajei pra chegar ali e se todos também moravam tão longe quanto eu. Respondi que

Marilyn Rodrigues,na farmácia do projeto

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Uma triste realidade em comunidades ribeirinhas

ABUSO SEXUAL

Algumas comunidades ribeirinhas atendidas pelos projetos desen-volvidos por Asas de Socorro em parceria com a ONG Terre des

Hommes (TDH) são locais quase que paradisíacos. O sol é forte, o rio é lindo, o céu é azul e a tranqüilidade é grande. Mas nem tudo é

tão perfeito quanto parece. Quando se está nas comunidades, ouve-se muitos rela-tos que assustam. Jeane Ribeiro, professora na escola local da comunidade de Caburi, no interior da Amazônia, conta que o pai ia sempre pescar e levava uma filha pequena. Os filhos ficavam em casa. Desconfiou-se que havia algo estranho, pois normalmente são os homens e meninos quem pescam. Descobriu-se então que o pai estava abusando sexualmente da filha.

Como nas cidades grandes, também nas comunidades ribeirinhas os relatos são tristes e há vários tipos de abuso que

acontecem, afetando a vida de crianças e adolescentes.

E a minha vida depois do abuso, o que vai ser?Como proteger nossas crianças e adolescentes da violência sexual.Elsie Gilbert, editora da revista Mãos Dadas, desenvolvida em apoio aos que trabalham pela dignidade de crianças e adolescentes, explica que a violência acontece em situações onde há um abuso de poder e um se apropria do outro, sem se importar com a vontade deste outro e do que isto vai acarretar em sua vida. O abuso acontece quando há um desnível de poder, e traz muitas consequências tristes.

“Crianças abusadas podem ter seu desenvolvimento emocional e físico bastante afetados”, esclarece Elsie.

Diante desta realidade, Asas de Socorro tem treinado alguns mem-bros das comunidades ribeirinhas para trabalharem na conscienti-zação e prevenção do abuso sexual. O trabalho é desenvolvido juntamente com o CLAVES, programa realizado no Brasil pela rede Mãos Dadas em parceria com várias instituições e criado pela JPC (Juventud para Cristo),

Foto: Reyner

Esta imagem é de caráter meramente ilustrativo!

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no Uruguai. Ronald Gonçalves é um dos professores treinado pelo projeto Parintins e faz parte da equipe que trabalha na prevenção do abuso. Ele ministra ofi-cinas para adolescentes nas comunidades por onde o projeto passa. Segundo Ronald, “Quando a criança é abusada, ela pensa que não tem mais saída. Não pode falar com o pai, a mãe, sente-se em um confinamento. Com as palestras, a gente propõe que para todo problema há uma saída. Nosso lema é - ‘brincando nos fortalecemos para enfrentar situa-ções difíceis’. Assim, através de oficinas lúdicas, vamos conscientizando os adolescentes e crianças e capaci-tando-os a se auto protegerem. O desafio é grande, mas creio que, se os nos-sos alunos se sentirem mais uma vez em uma situação de abuso, eles verão uma luz no fim do túnel e poderão se proteger melhor contra o abuso e a violência. Sentir-se-ão mais seguros, terão mais consci-ência crítica sobre o que está acontecendo”. Assim, diante de uma realidade complexa e triste, em algumas salas de aulas das comunidades ribeirinhas da Amazônia, sementes de esperança são plantadas, para que crianças e adolescentes tenham uma vida melhor - sem abuso, com mais respeito e liberdade. Saiba mais: www.asasdesocorro.org.brwww.maosdadas.org.br

“Minha maior motivação em contribuir para Asas de So-

corro é por acreditar que seja impos-sível sermos cristãos e não sermos movidos pela paixão de divulgar a graça maravilhosa de Jesus Cristo. Aprendi desde o início da minha con-versão, que Missão é algo imediato, que deveria ser posta em prática de

uma maneira muito simples: contribuindo, não importa o valor.Tenho total certeza que, se todo cristão fosse contribuinte ativo, teríamos um resultado muito melhor no IDE de JESUS. Há mais um detalhe muito importante: certifique-se de que é uma instituição séria e com inteligência, separe o joio do trigo. Por isso, já faz muitos anos que contribuo com Asas de Socor-ro e posso afirmar que é gente séria, puro trigo. Um forte abraço!”

Carlos Alberto Simões da Silva - Vinhedo (SP)[email protected]

“Estava eu no segundo ano da Academia Militar das Agulhas

Negras, no ano de 2008. Meu ami-go, Felipe, era do quarto ano e nós éramos muito parecidos em relação à vida: crentes em Jesus, amantes da música e do louvor a Deus e, em especial, da aviação!Esperávamos ouvir a voz de Deus nos

dizendo para sair de onde estávamos e ir para o ministério que Ele tinha para nós. E numa das conversas sobre isso, Felipe me contou que sempre ofertava para alguns missionários, principalmente no ministério Asas de Socorro. Ouvir isso foi bom e ruim. Ao mesmo tempo em que achei tremendo e empolgante a história e a vida desses missio-nários, mais uma vez eu não ouvia Deus me dizer para abandonar tudo e ir. Mas descobri que há muitas formas de fazer missões. Assim, no início eu apenas pedia a Deus que abençoasse os missio-nários, porém, agora, eu posso também ofertar. Desejo que mais e mais pessoas sintam seus corações queimar com o desejo de ofertar nas vidas dos nossos irmãos, aqui e fora daqui. Deus os abençoe!”

Yuri W. Pereira - Piracicaba (SP)

Testemunhos dos contribuintes

Contribuinte - Envie seu testemunho (14 linhas) + fotopara: [email protected]

Ronald (de boné branco), com a turma de adolescentesparticipantes da oficina.

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Pilotos missionários enfrentam grandes desafios em seu trabalho. Muitas vezes, as pistas em que

pousam são feitas no meio da mata fechada, onde é bem difícil pousar e decolar. As árvores são grandes e o espaço da pista é pequeno. Mas neste trabalho missionário há também grandes recompensas. Pilotos participam de eventos no meio da mata que poucos têm acesso. Veja abaixo entrevista com os pilotos que es-tiveram em uma aldeia no interior do Mato Grosso.Lauro Pasquini - piloto-mecânico e instrutor de voo (foto maior, esq. acima), Ricardo Teixeira (dir.) e Bru-

no Siqueira (centro) - pilotos-missionários em treina-mento.

Asas - Vocês recentemente participaram de um evento em uma aldeia. Contem um pouco sobre esta experiência.

Pilotos - Quando chegamos na aldeia, havia uma ce-lebração em comemoração à conclusão da tradução do Novo Testamento para a língua daqueles indíge-nas, realizada por missionários da SIL - Sociedade Internacional de Linguística.

ASAS E O NOVO TESTAMENTO NA LÍNGUA DO POVO

KURÂ-BAKAIRI

ENTREVISTA Pilotos: Lauro, Ricardo e Bruno

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“Ver a alegria daquele povo em ter a Palavra de Deus na sua própria língua é algo que impressiona.”

Continua na página 12

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1 ª E D I Ç Ã O

Page 12: Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

Andres e Carla Nieto

Christoph Beeh

Filipe Ferreira

Joel e Michawn Ebersole

Matilde Silva

Bruno e Suellen Siqueira

Consuelo OliveiraPr. Jeferson e Lenir Costa

Milton e Haidi Souza

Carlos e Marli Claudio

Jefferson e SarahGuazzelli

Lori Hentges

Leonardo Nascimento

Nilson e MilenaRodrigues

Jeyson e Stephanie Braun

Luis Carlos e Luciana Huttenlocher

Ricardo e Gracielly Silva Wander e Débora Dias Rodrigo e Rita SantosSteven e Kristin

VanBeveren

Regina Oliveira

MISSIONÁRIOS EM ASAS DE SOCORROÁ L B U M 2 0 1 2

Christian e Meycla Friesen

Leandro e Vanessa Siqueira

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Romão e Luciana Meto

Denis e Rebeca Engelhardt

Joshua e Brin Pflederer

Timothy e Luce Johnson

Andrés e Camila Arevalo

Timothy e Roxane Ault

Nivaldo e Janecir Carvalho

Valtair e Raquel Oliveira

Ronaldo e Mara Costa

Victor e Mônica Duck

Omar e Rute DauaidarCesar e Cathrim Ribeiro Severino e Ester Alves

Wilson e Lori Kannenberg

Heber e SuzilaneFigueiredo

Márcio e Keila Rempel

Lauro e Rose Pasquini

Marco e Elayne Manzano

Ricardo e Denise Santos

Rodrigo e Lailah Quaresma

Sara JordanaRodrigues

Ryan e Rachel Joy

Anderson e HilmaRibeiro

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Havia cerca de 400 pessoas presentes na aldeia naquele dia, líderes evangélicos indígenas de aldeias próximas, muitos missionários que participaram de uma forma ou de outra na tradução do Novo Testamento para aquela língua, índios evangélicos ligados à FUNAI, pastores, membros de igrejas que tem apoiado aquela aldeia, e índios de várias aldeias próximas que tem sido impactados de alguma forma pelo trabalho missioná-rio.

Asas - Como são as condições de voo e pista neste local?

Pilotos - As condições de voo estavam bastante tran-quilas, pois estávamos na época da seca. Mas a pis-ta seria um desafio para nós, pois seria nosso primeiro pouso ali. Além de uma árvore bem alta numa das cabeceiras, há uma estrada de terra que ocupa parte da pista. Além disso, a pista é bem menor do que as que estamos acostumados a pousar. Fazemos com frequência simu-lações de pousos e decolagens em pista curta, mas essa seria a primeira vez numa pista realmente curta, e não asfaltada. Tínhamos cerca de 700 m para pousar o avião e parar com segurança.

Asas - O que mais lhes marcou?

Pilotos - Três coisas nos marcaram nesse projeto. As-sim que pousamos, um senhor veio nos receber. Nos apresentamos a ele como pilotos de Asas de Socorro, e ele se apresentou assim: “Sejam bem vindos! Muito prazer! Eu sou apenas um velho inútil.” Não entendemos nada. Era pra ele dizer seu nome. No meio do culto de dedicação, descobrimos que ele era o Jaime ( Jim Wheatley), o primeiro mis-sionário a pisar naquelas terras, quase 50 anos atrás. Ele fala fluentemente a língua dos índios, como se fosse um deles. Foi uma lição de humildade. Embora pudesse ter se apresentado como missionário

pioneiro, ou alguma coisa assim, ele fez o contrário. E em nenhum momento quis reconhecimento pelo seu trabalho. A segunda coisa que nos marcou foi ver na prática a importância do trabalho da aviação missio-nária. A ida de Cuiabá para aquela aldeia (de ônibus) demora 11 horas. De avião fizemos em 50 minutos. Fi-camos imaginando quantos anos os tradutores teriam perdido caso não houvesse avião para o transporte des-ses missionários nas tantas vezes que eles precisaram voltar à cidade, ou até mesmo para o seu próprio país. Por último, ver a alegria daquele povo em ter a Palavra de Deus na sua própria língua nos marcou profundamente. Cremos que já não valorizamos tanto a Palavra de Deus porque virou algo comum.

Temos tantas Bíblias em casa, pegando poeira, enquanto tantas pessoas em outras localidades dariam tudo para poder ter a Bí-blia em sua própria língua.

Asas - O que gostariam de dizer sobre esta experiência que viveram recentemente para nossos leitores?

Pilotos - Nesses anos em que estamos em Asas de Socorro, temos visto a importância da aviação missionária, para viabilizar o trabalho de tantos mis-sionários que atuam na frente de batalha, pregando o Evangelho, traduzindo a Palavra de Deus para várias línguas, curando vidas e impactando gerações. Esses são nossos heróis. Aqueles que dão as suas vidas por amor ao Evangelho. É um privilégio transportar pessoas (alguns já de bastante idade), que deixaram sua família, seu conforto, e se mudaram para algum local distante e bastante precário para gastarem sua vida traduzindo a Palavra de Deus. Aquele culto que participamos foi o ápice de um projeto de décadas! Em Asas de Socorro realiza-mos o trabalho de bastidores, para que os missionários lá das frentes de batalha possam pregar o Evangelho. E o seu investimento em Asas de Socorro é que possibilita o nosso ministério.

“Tínhamos cer-ca de 700 m

para pousar o avião e parar

com seguran-ça.”

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Muita controvérsia há em relação à Amazônia. Chamada de ‘pulmão

do mundo’*, a região, com sua imensa floresta, e sua biodiversidade é, de fato, patrimônio da humanidade. Contudo, todo esse potencial está em sua maior parte num território nacional, no caso, no Brasil. Isso significa que a questão da so-berania nacional está na pauta. O que suscita a questão sobre até onde uma nação, no exercício de sua so-berania, pode afetar todo o planeta. É claro que todas as nações têm sobre si esse peso, mas, uma nação que detém o ‘pulmão do mundo’ o tem em maior densidade. Muito debate tem havido em nosso país sobre a extensão da nossa so-berania sobre a Amazônia e as demais florestas que abrigamos, em relação a quanto podemos ainda explorar, prin-cipalmente, frente a expansão da nossa fronteira agrícola. Desse debate participam cien-tistas, economistas, agricultores, ONGs, políticos e, de fato, toda a sociedade deve participar. O Brasil tem se assumido como exportador de “commodities”, as matérias primas, principalmente, grãos, cujo pre-ço é regulado internacionalmente, uma vez que são essenciais à sobrevivência da humanidade. A escolha por “commodities”

tende à monocultura, que, por defi-nição, empobrece o solo, o que pede por mais espaço. A mais grave tentativa de expansão irresponsável da fronteira agrícola foi a aprovação, por parte do congresso nacional, do novo código florestal que, graças a Deus, foi, em parte, vetado pela presidência da re-pública. Este movimento denuncia a luta que está sendo travada no país. A questão em pauta é quanto desmatamento ainda é possível. Nessa luta está também a Igreja, e deve estar como profeta para lembrar ao Brasil de sua res-ponsabilidade do mundo. Nenhum desmatamento de- ve ser permitido, já há suficiente es-paço para a fronteira agrícola, além do que, o modelo agrícola brasileiro precisa ser revisto, porque, além da monocultura, usa excessivamente agrotóxicos. É preciso engajamento para que toda nação veja que, o que está em jogo, não é apenas uma questão de soberania. A Amazônia é o território da angústia do mundo, e é, portanto, a maior responsabilidade do Brasil.

VERDEVERDEA FRONTEIRAA FRONTEIRA

[email protected]( 6 2 ) 4 0 1 4 - 0 3 3 3

DOAÇÃO P/ PROJETOS

DOAÇÃO P/ MISSIONÁRIOS

DEP. IDENTIFICADO OU TRANSFERÊNCIACNPJ: 01.052.752/0001- 69

DEP. IDENTIFICADO OU TRANSFERÊNCIACNPJ: 06.201.134/0001-57

Agência: 2981Operação: 003

C/C: 1567-3

Confirmar depósito / Solicitar boletos:[email protected]

Confirmar depósito / Solicitar boletos:[email protected]

Agência: 0240-2 C/C: 55508-8

Agência: 0240-2 C/C: 93 826-2

ASAS DE SOCORRO!CONTRIBUA COM

Ajude a mudar uma

história!

PARA ANUNCIAR NO VISÃO DO ALTO

Pr. Ariovaldo Ramos - Embaixador da Visão Mundial

* Segundo: LBA e INPA - A Floresta Amazônica está retirando mais gás carbônico da atmosfera do que emitindo, um ‘pulmão do mundo invertido’.

Page 16: Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

Nos estados que compõem a região da Amazônia há floresta, cidades, aldeias,

rios imensos, prédios modernos, indígenas, agricultores, pescadores, empresários, ribeiri-nhos, estrangeiros e brasileiros. Pesquisando, visitando e perguntando quem conhece e já viveu na Amazônia, descobre-se que na Ama-zônia há de tudo um pouco. Há um povo que

COM QUEM ENTENDE

Lenita Assis conhece bem a Amazônia. Viveu dez anos em uma aldeia indí-

gena, e em dois estados que compõem a Amazônia Legal - Roraima e Amazonas. Tem mestrado em sociedade e cultura da Amazônia. Foi para a aldeia com seu filho recém nascido e lá o criou, junto com seu marido, tradutor da Bíblia para a língua do povo Dãw. Lenita desenvolve um trabalho

pela diminuição do alcoolismo entre indígenas. Hoje mora em Campi-

nas, São Paulo, pois seu marido, médico, além de tradutor, faz re-sidência em psiquiatria. “De vez em quando, dá essa ‘sofreguidão’ quando me lem-bro da Amazônia. Vivi muita

coisa lá. Vi meu filho crescer

AMAZÔNIAESPECIAL

DIV

ER

SIDA

DE

ASA

S

demonstra grande simpatia e amabilidade, há indígenas que não falam português, há indígenas com celular, há pessoas que se movimentam de barco a motor, de canoa e à pé. Há quem ande de carro em ruas de trân-sito intenso, de bicicleta em uma pequena cidade ribeirinha, e à pé, quilômetros, nas aldeias e vilas, para pescar e plantar.

na aldeia, e hoje ele fala a língua do povo Dãw sem sotaque, e tem uma cosmovisão bastante indíge-na. Quer se formar em medicina para voltar para a Amazônia e trabalhar entre os índios. Meu coração sente saudade. Quando vivi lá, vi pessoas sem esperança, oprimidas e marginalizadas, semi-escravas de co-merciantes e do álcool, serem libertas e transforma-das. Vi Deus mudando o passado, trazendo espe-rança e vitória sobre antigos temores de espíritos

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maus, feitiçaria e perseguição. Hoje, sonho em ver o povo da Amazônia se desenvol-vendo cada vez mais espiritual e social-mente. Como família, desejamos servir a Deus ministrando a povos carentes. A Amazônia é rica, mas tem muitos povos carentes e poucos especialistas. Seja qual for a área, um profissional cristão tem es-

mizia saiu de seu povo para que no futuro consiga ajudá-lo. Enfrentou e enfrenta resistências e dificuldades. Mas só de falar do trabalho que so-nha em realizar, já se anima. “Meu nome indígena é Vanawa, que

quer dizer quem fala muito. Vim do Vale do Javari, que fica na divi-sa do Brasil com o Peru, no estado do Amazonas. Minha língua é Pano, sou da etnia Marubo. Meu pai é líder indígena

e ajudou a demarcar a terra de meu povo. Desde pequena estou envolvida com o movimento indígena. O vale do Javari é a minha vida. Conheço todo mundo lá. Andava para lá e para cá como técnica de enfermagem. Há

“são cerca de cinco dias de barco”

paço para atuar. Sonho em ver a Amazônia continuar bo-nita como é, que a floresta seja preserva-da e explorada com respeito. Quem não conhece a Amazônia, achando que vai sofrer, está bem errado. O turismo tem crescido e o conforto faz parte disso. Vale a pena conhecer a Ama-zônia, tamanha diversidade e beleza.”

DEPOIMENTO - INDÍGENA

Ao caminhar pelos corredores da Unievangélica - Centro Universi-

tário de Anápolis (GO) - encontrei Ar-temizia Oliveira Reis, 30 anos. Ela veio

de uma aldeia indígena no Amazonas para estudar enfermagem. Só para sair de sua aldeia até a cidade mais

próxima, são cerca de

cinco dias de barco, se o rio estiver bom para navegar. Mas ainda assim, Arte-

Estados - Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Ma-ranhão (79%) e Goiás (0,8%)

Área - Cerca de 5.016.136,3 km²- 59% do território brasileiro

População - 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios. Abriga apenas 12% da população brasileira (DATASUS, 2007). Sendo 68,9% residentes na área urbana e 31,1% na área rural (IBGE 2000). Composta de brancos, negros e índios (alguns ainda vivem em tribos - regiões de reserva: como os Yanomâmi, Maku, Assurini e outros)

Economia - (principais) Extrativismo vegetal, pecuária, agricultura e a famosa “Zona Franca de Manaus”

A AMAZÔNIA ABRIGA UM

DOS BIOMAS MAIS RICOS

EM DIVERSIDADE BIOLÓGI-

CA DO MUNDO - A FLORESTA

AMAZÔNICA!

A AMAZÔNIA EM

NÚMEROS

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Page 18: Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

WIATCHATEECII

Jorge chegou na Unievangélica sem falar português. Hoje completa seu curso de en-

fermagem. Fez seminário bíblico em sua própria aldeia.

“Sou Jorge Luiz Rosindo, tenho 29 anos. Meu nome indígena é Wiatchateecii, que quer dizer onça brava. Meu povo é o Ticuna. Moramos no oeste do estado do Amazonas.

Não sabia nada de português. Estudei um pouco da língua na

aldeia, fiz vestibular e pas-sei. Cheguei aqui e foi

muito difícil porque não falava quase nada. A direção me arrumou uma professora para me dar

aula de português e isso me ajudou. Depois de dois anos, comecei a falar. Estou muito feliz porque estou em meu último período. Tanto sofrimento, longe da família, sem falar português... Mas agora fiz estágios em hospitais e conse-gui. Consegui me comunicar com os pacientes, cum-prir todas as exigências. Para mim é muito bom traba-lhar como enfermeiro. Faltam enfermeiros indígenas na aldeia. Tem muitas doenças na aldeia - HIV, hepa-tite, gonorréia, etc. Fiz como meu trabalho final uma pesquisa sobre alcoolismo entre indígenas. Descobri muitas coisas. Agora, quero ajudar meu povo. Muitas vezes falta alguém para dar uma simples orientação.”

“As pessoas da tribo me diziam para não vir. Diziam que pássaro é que voa sozinho”

Fotos: Rodrigo Santos / Asas arquivo

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muita malária, diarréia e gripe. Há muitos problemas lá. O pessoal de Brasília é como se eles nos dessem a arma para matar a onça, mas não dessem o cartu-cho. Dão os remédios mas eles chegam vencidos e temos de devolver tudo. É muito difícil. Os médicos não ficam nas aldeias, quem fica direto com os indígenas são os técni-cos e enfermeiros. Desde que cheguei em Anápolis, há um ano, dez já morreram no Vale do Javari. Eu vi muitas coisas acon-tecerem com o povo indígena e isso me fez querer ajudar. Mas eu tinha de sair de lá para conseguir ajudar. Como indígena, eles não me escutavam. Agora, eu estudando, vão me ouvir. Tem que ter ensino superior para eles ouvirem. Quando

cheguei aqui, tive vontade de voltar. Me sentia isola-da. Lá vivia rodeada de gente, dava palestras, brincava com as crianças. Aqui, estava longe de todo mundo. As pessoas na tribo falavam para eu não vir, diziam

que pássaro é que sai voando sozinho. Mas quando eu acabar meu curso, a primeira coisa que vou fazer é sair daqui e voltar para a saúde indígena no Vale do Javari. Tenho bolsa integral para estudar e apoio da Missão Novas Tribos. A gente não vive e estuda pelo dinheiro. Mas pela necessi-dade da comunidade. Nosso foco é a co-

munidade. Faço parte do movimento indígena e me sinto bem só de pensar e falar no trabalho que fazia e quero fazer no Vale do Javari.”

“Dão os re-médios mas eles chegam

vencidos”

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Jefferson Samuel está se formando este ano como piloto missionário em Asas de Socorro. É missio-

nário e mora em Anápolis com sua esposa. Recente-mente, Jefferson viajou para comunidades ribeirinhas e pôde descobrir algo novo - aqui no Brasil também há dificuldades para se pregar o evangelho. Lá no in-terior, alguns são perseguidos. “Esta comunidade perseguiu e expulsou aqueles que se convertiam; e esta é a primeira vez que um barco de uma igreja evangélica encosta em seu porto.”

Numa viagem para o interior da Amazônia. Coisas surpreendentes acon-teceram, no dia 03 de Maio uma equipe embarcou no barco Dona Nilza 5. A em-barcação nos levaria para as duas primei-ras comunidades ribeirinhas do projeto “Baixo Amazonas”. Depois de umas seis horas de viagem, a partir de Parintins, chegamos no início da noite na comunidade Santo Antônio, no rio Tracajá. No outro dia, logo de manhã, começamos os trabalhos de atendimento médico e dentário e as programações com as crianças e adolescentes na escola da comuni-dade. No dia 8, eu e a Sarah, minha esposa, tivemos que voltar às pressas para Parintins de voadeira, pois Sarah teria que voltar para Anápolis devido a inter-nação da sua mãe na UTI, a qual viria a falecer cinco dias depois. Com tudo isso, Sarah pôde ficar menos do

que o previsto nas comunidades, mas foi o suficiente para que ela se apaixonasse pelas crianças e vice versa. Depois de deixar Sarah no aeroporto, voltei para a co-munidade, mas dessa vez para a comunidade Marajó, no rio Uaicurapá, onde toda a equipe já estava termi-nando de desembarcar os equipamentos necessários para mais dois dias de atendimentos e evangelismo. Quando já estávamos quase encostando no porto dessa comunidade o Pastor Abmael iniciou uma

pequena conversa comigo que me marca-ria muito.- “Esse é um momento histórico para mim, Jefferson”. - “Mas porque, Pastor?” – perguntei.- “É histórico porque esta comunidade per-seguiu e expulsou aqueles que se convertiam; essa é a primeira vez que um barco de uma igreja evangélica encosta em seu porto.”

Esta frase do pastor me marcou muito. Pois confesso que tinha a idéia de que uma perseguição tão aberta aos evangélicos só acontecia fora do nosso país.

No final da viagem e de todo nosso trabalho, para mim, muito melhor do que a vitória que Deus nos deu de termos uma programação evangelística numa comunidade que perseguiu seus evangélicos, foi ver várias de suas crianças dizendo sim a Jesus. Isso mostra que quando Deus quer agir, não há quem possa impedi-lo.

IGREJA PERSEGUIDA

“esta comuni-dade perseguiu

e expulsou aqueles que se convertiam.”

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Page 20: Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

NOS CÉUS DA AMAZÔNIA

Nos últimos dias de outubro, Ro-drigo Quaresma voou com mui-

tos indígenas para o CONPLEI- Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos

Indígenas. Ele é piloto missionário da Asas de Socorro em Boa Vista, Roraima. Destas idas e

vindas entre o céu da Amazônia, as aldeias e a cidade, Rodrigo conta o que viu, viveu e o ouviu de um indígena.

ASAS - Onde o CONPLEI foi realizado?

Rodrigo - O CONPLEI foi realizado na aldeia de Palimi-ú, uma aldeia Ya-nomami. Uma curiosidade, a termi-nação “Ú” significa RIO, então seria

Rio Palimi. Para chegar até lá, ou você vai de ca-

noa ou de avião. Muitas pessoas já mor-

reram neste rio por ser muito caudaloso e com muitas pedras. Inclusive o atual presidente da MEVA- Missão Evangélica da Amazônia, junto com outro missionário, naufragaram neste rio e ficaram perdidos alguns dias até serem en-contrados por nosso avião. Indo de aeronave, é cerca de uma hora de voo.

ASAS - Qual foi o seu envolvimento com o CONPLEI?

Rodrigo - Transportamos os líderes do CON-PLEI, pessoas que vieram de fora para ajudar na programação. Os missionários da MEVA- Missão Evangélica da Amazônia- também fo-ram participar do encontro e os indígenas das regiões montanhosas de Auaris e Surucucu. Pudemos ajudar na logística e trans-porte de muitas pessoas e líderes. Mas o legal neste encontro é que além de transportarmos as pessoas da cidade que iriam participar da reunião, também transportamos vários indí-

CONPLEI 2 0 1 2

Fotos: Conplei arquivo20

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genas locais que não poderiam ir de-vido à distância e obstáculos geográfi-cos. Fiz voos para Palimi-ú, Halikato-ú, Olomai, Hakoma, Auaris, Ericó e um sobre-voo sobre Budu-ú. Um fato que ocorreu foi que quando busquei os indígenas de Hako-ma, eles estavam lindos com o corpo todo pintado de urucum, penugens brancas em todo o cabelo e braceletes de pena de Mutum (pássaro da região) com as vívidas e lindas penas de Arara sobresaindo dos om-bros até a altura da cabeça.

ASAS - Como não conhecemos o lo-cal e esta realidade, explique um pou-quinho como é para pousar neste locais, quem faz e mantém a pista, quais as dificuldades destes tipos de voo?

Rodrigo - As pistas são abertas pelos próprios índios ajudados pelos mis-sionários e orientados por Asas de So-corro. Pousar nas pistas da mata é uma experiência muito legal, pois com isso vemos o nível elevado do nosso treina-mento e trás à vida todo o tempo que ficamos treinando e repetindo várias vezes o mesmo exercício de pilotagem. Vemos na prática como é pos-sível realizar uma operação restrita

com total segurança e sem riscos.

ASAS - Como você se sente em participar do CONPLEI como piloto missionário?

Rodrigo - Agradecido. Este é o único motivo de eu estar aqui- pessoas tendo suas vidas transfor-madas para melhor e sendo salvas pelo Senhor Jesus Cristo. Isto me faz acordar todos os dias de voo

às 6:00 da manhã e sair feliz e totalmente realizado no que faço. Vou fazer das minhas últimas palavras, o testemunho de um in-dígena no CONPLEI:

“O CONPLEI? O que eu acho do CONPLEI?

Tem muita gente no CONPLEI, isso é bom. Mas aí eu pensei: IH! tanta aldeia diferente junta, vai dar briga. Mas aí; não teve briga não. Só teve alegria. Eu tinha medo do evange-lho, mas agora, minha cabeça ex-plodiu, Jesus abriu meu peito e es-fregou meu coração com o sangue de Jesus, e agora eu segurei isso e é isso que queria falar.”

“Jesus abriu meu peito e

esfregou meu coração com o sangue dele”

Page 22: Visão do Alto - Asas de Socorro - 1º Sem 2013

Projeto Parintins tem parceria com Terre des Hommes

Os recursos financeiros utilizados no projeto desenvolvido por Asas de Socorro na região

ribeirinha de Parintins vêm de uma parceria com a Terre des Hommes Holanda, organização holandesa de apoio às crianças com projetos ao redor do mundo. Cristianne Haraki, oficial de pro-jetos da TDH, comenta sobre a parceria.

“O maior objetivo de Terre des Hommes é poder influenciar governos locais, regionais e nacionais com as experiências desenvolvidas no âmbito de nossos projetos. Um dos critérios para a escolha

da região amazônica no desenvolvimento de projetos é o fato de encon-trarmos nela uma grande desigualdade no cumprimento dos direitos das crianças. Por exemplo, as taxas de mortalidade infantil e desnutrição são uma das maiores do país. Além disso, a população tem menos acesso a serviços e direitos. Este é o primeiro ano do projeto em parceria com Asas. Ainda não podemos falar de vitórias, mas sim de alcances que não tínhamos até então, como as atividades de desenvolvimento das lideranças nas comuni-dades e o trabalho de prevenção da violência sexual infantil. Esperamos tanto para o projeto que temos com Asas de Socorro como para outros que eles sirvam de modelo a ser adotado pelos governos e que possam ser replicados em outras regiões.”

Parceria com Tearfund e JOCUM possibilita projeto de apoio a indígenas

Em março de 2012, houve uma grande enchente no rio Purus (AC). Alguns índios das etnias Ka-

xinawá, Madja e Kulina perderam suas lavouras, objetos e animais. Em parceria com Tearfund e JOCUM, Asas de Socorro desenvolveu projeto de emergência e assistência a estes indígenas, onde houve visitas às famílias, atendimentos básicos de enfermagem, evangelismo, oficinas de higie-nização bucal e distribuição de alimentos. Cerca

de 500 pessoas foram beneficiadas. A Tearfund - organização inglesa - en-viou os recursos financeiros necessários para o projeto.

ASAS - Por que Asas de Socorro foi escolhida como parceira da Tearfund no Brasil?

Serguem - Asas e Tearfund compartilham da mesma visão, que é a de mo-bilizar a Igreja para servir em lugares mais pobres e remotos. Além disso, temos em comum a compreensão da Missão Integral.

ASAS - Como foi desenvolver o projeto em Santa Rosa dos Purus em parce-ria com Asas de Socorro?

Serguem - Gratificante e angustiante, considerando toda a complexidade de transporte, distância e o fato de contarmos com poucos parceiros locais. Mas o resultado foi extraordinário com Asas demonstrando grande com-prometimento com as populações remotas e providenciando um socorro em momento de grande aflição.

www.tearfund.org www.terredeshommes.orgwww.jocum.org.br

PARCERIAS

Serguem Jessui, Diretor da Tearfund no Brasil

Cristianne Haraki, em visita à zona rural da Bolívia, onde também são desen-volvidos projetos pela TDH

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Missão

Nossa missão é entender, compreender, executar, satisfazer,surpreender e agregar valores aos trabalhos de nossos clientes, semprecom profissionalismo e alegria.

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