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VIOLÊNCIA, CIDADE E MÍDIAS SOCIAIS: UMA REFLEXÃO SOB O VIÉS DO GÊNERO E SUAS INTERSECCIONALIDADES PAULA VIEGAS (PUCRS); SUELEN FREDA (UFPEL)

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Page 1: Violência, cidade e mídias sociais: uma reflexão sob o viés do gênero e suas interseccionalidades

VIOLÊNCIA, CIDADE E MÍDIAS SOCIAIS: UMA

REFLEXÃO SOB O VIÉS DO GÊNERO E SUAS

INTERSECCIONALIDADES

PAULA VIEGAS (PUCRS); SUELEN FREDA (UFPEL)

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ProblematizaçãoComo projetos do Facebook – que tratam de temas como “mulher”, “violência” e “cidade” –colaboram na problemática da vulnerabilidade das mulheres em espaços públicos?

E como a vulnerabilidade se reflete nos atravessamentos de raça, etnia, classe, idade, etc.

Projetos = Grupos + páginas do Facebook

Palavras-chave: mobilidade, vulnerabilidade, cidade, gênero, interseccionalidade

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Fundamentação teóricaVulnerabilidade

“Refere-se à integridade física das pessoas, ou seja, ao fato de vastos segmentos da população estarem desprotegidos da violência praticada por bandidos e pela polícia. Sua expressão máxima é o homicídio mas também está presente nos assaltos ou roubos, espancamentos, extorsões e humilhações que fazem parte do cotidiano” (KOWARICK, 2009, p. 19).

GêneroComo algo não fixo que contribui como uma categoria de análise crítica e histórica (SCOTT, 1995).

Além de masculino/feminino, mas também outras visões da ordem social, buscando compreender sociedade, cultura, história e política (SCOTT, 2012).

InterseccionalidadeOpressões são melhor compreendidas em termos relacionais do que de forma isolada (COLLINS, 2015).

Levar em conta as múltiplas fontes de identidade > combater as múltiplas opressões políticas (HIRATA, 2014)

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Procedimentos metodológicosAplicação de questionários online

◦ Divulgados nos diferentes grupos “vamos juntas”

Mapeamento de projetos do Facebook com a temática mulher/violência/cidade◦ Divulgação dos questionários nestes grupos

Entrevistas◦ Com mulheres que responderam o questionário a fim de compreender como se apresenta a

interseccionalidades na questão da vulnerabilidade

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Resultados286 respostas, principalmente da região sul do Brasil, mas também DF, MG, PB, RJ, SP.

Entre 14 e 68 anos / média de 27 anos.

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Branca (73%)

Negra (8%)

Parda (7%)

Outras (3%)

Caucasiana (9%)

RAÇA/ETNIA (262 RESPOSTAS)

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A (2%)

B (7%)

C (72%)

D (15%)

E (4%)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

CLASSE SOCIAL (242 RESPOSTAS)

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Bissexual (17%)

Demissexual (1%)

Outros (3%)

Heterossexual (74%)

Homossexual (3%)Pansexual (2%)

ORIENTAÇÃO SEXUAL (265 RESPOSTAS)

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Nada segura Muito segura

Page 10: Violência, cidade e mídias sociais: uma reflexão sob o viés do gênero e suas interseccionalidades

Pouco vulnerável Muito vulnerável

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Quais os desafios que você encontra como mulher ao se deslocar na sua cidade?Na rua: “[...] pois a sensação é de que, a todo momento, estou sendo observada. Recebo inúmeras cantadas, mas, a meu ver, elas são menos significativas que os olhares dos homens e os seus devidos comportamentos”.

No ônibus: “[...] procuro sentar com alguma mulher (mesmo que desconhecida) ou sentar na cadeira do corredor, pois se um homem quiser sentar na cadeira ao lado eu posso sair mais facilmente”.

No taxi: “No último sábado de madrugada peguei um táxi e o motorista estava correndo demais porque tinha outra cliente esperando, e odeio alta velocidade. Quando eu ia abrir a boca pra reclamar, lembrei que estávamos só nós dois no meio do nada no caminho e ele parecia muito ogro. Deixei correr mesmo porque o que esse cara podia fazer ou me largar no nada ali me apavorou”.

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Não colaboram Colaboram muito

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Se sim, como esses projetos influenciam seu cotidiano em relação a mobilidade urbana?Não muito/Não influenciam/Pouco influenciam/Evito trajetos

“Na época em que morava em Pelotas me auxiliavam até para rachar taxi, combinar de sair juntas”.

“O pessoal troca contato de motoristas mulheres (Taxi, uber), mas nunca usei, então acho que não influencia meu cotidiano quanto a mobilidade urbana”.

“Não influenciam, apenas mudam minha percepção para ficar atenta e não considerar o medo algo natural ao andar na rua”.

“Sim! Ja segui várias dicas e a maioria funciona. Inclusive passei a portar faça por influência das mina”.

“O POA 24hs acaba me deixando mais neurótica, porque na verdade é tiro e assalto noticiado pela cidade de hora em hora”.

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O que você sente ao andar pela cidade?Era possível selecionar mais de uma opção