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VINHOS DE PORTUGAL

2009

João Paulo Martins

VINHOSDE PORTUGAL

2009

VINHOS DE PORTUGAL 2009

Livros d’HojePublicações Dom Quixote[uma chancela do Grupo Leya]Rua Cidade de Córdova, n.° 2

de acordo com a legislação em vigor

1.a

2.a

ISBN: 9789722041751

ÍNDICE

Nota de Apresentação 9

Introdução 11

Como consultar Vinhos de Portugal 2009 15 Viajar para comprar 16 Comprar vinhos – em Clubes 16 Comprar vinhos – em Garrafeiras 18

Perguntas e respostas sobre os vinhos 23

Os Melhores do Ano 36

Quadro de Honra dos Produtores 43

NOTAS DE PROVA

Espumantes 47

Vinho verde 63Alvarinho 66 Outras sub-regiões 68

Douro e Trás-os-Montes 77Douro 80Trás-os-Montes 152

Dão 155

Beira (inclui Beira Interior e Távora-Varosa) 189

Bairrada e Beiras 197

Estremadura 219Bucelas 246

Ribatejo 249

Setúbal 273

Alentejo e Algarve 295Alentejo 298Algarve 371

Vinhos generosos 377Vinho do Porto 380Moscatel de Setúbal 412Moscatel do Douro 414Vinho da Madeira 415Outros vinhos licorosos 417

Glossário 421

Índice de vinhos provados 433

NOTA DE APRESENTAÇÃO

Este livro representa o trabalho de provas de um ano. Muitas foram feitas em casa, muitas na Revista de Vinhos, algumas em visita a produtores; no entanto,

a maioria foi feita nas instalações das Comissões Vitivinícolas Regionais que tiveram o profissionalismo (e a paciência…) de responder positivamente a todas as nossas solicitações e exigências. Sem essa colaboração este trabalho seria quase impossível. Por isso, aqui lhes manifestamos publicamente o nosso apreço. À minha editora e à minha família aqui ficam os meus agradecimentos pela paciên-cia que sempre demonstram nestes meses de intenso trabalho.

Lisboa, 20 de Agosto de 2008.

Para qualquer contacto com o autor utilize o e-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO

Esta nova edição de Vinhos de Portugal, a 15.a consecutiva, marca de certa forma uma mudança no conceito defendido e posto em prática durante todos estes

anos. Com o nascimento da Edição de Verão muitos vinhos deixaram de ter lugar nesta edição de Outono. Isso teve também outra consequência: a lista dos Melho-res do Ano (que não existe na Edição de Verão) acaba por quase não contemplar vinhos brancos, uma vez que muitos já tinham sido provados e não entram agora na edição de Outono. A ausência mais significativa é a dos Vinhos Verdes e no futuro espera-se que seja ainda mais importante; de facto, o Vinho Verde deveria vir praticamente todo na Edição de Verão, uma vez que é quase incompreensível que em Julho ainda se esteja a iniciar a sua comercialização. Muito em breve todos os produtores de vinhos brancos (e rosés) que se destinam ao consumo em novos irão perceber que esse tipo de vinho deverá estar no mercado logo no início da Primavera.

Depois destes milhares de provas, em que sobretudo se provaram brancos de 2007 e tintos de 2006, algumas conclusões são possíveis:

1. A qualidade média dos vinhos enviados para provas continua a subir, fenó-meno generalizado a quase todo o país. São os consumidores os primeiros beneficiados, que assim ficam com uma margem de manobra mais ampla na hora de escolha.

2. Em termos absolutos pode dizer-se que o Douro tem melhores tintos do que o Alentejo. No entanto, nunca é de mais relembrar que o Douro aposta muito nas especialidades, em vinhos que são produzidos em quantidades muito pequenas e, nalguns casos, em vinhos algo obscuros que nunca ninguém vê, nem nas lojas nem nas cartas dos restaurantes. Existem, mas estão em semiclandestinidade. Por comparação, o Alentejo tem mais para oferecer e em mais quantidade. Como a nossa apreciação e classificação abrange todos os vinhos que recebemos, independentemente da quantidade produzida, o resultado é este.

3. Neste confronto Alentejo/Douro há verdades meio escondidas que têm de ser referidas e que se vêm repetindo edição após edição: o que nós aqui provámos representará, talvez, metade da produção do Douro, uma vez que,

introdução

das mais de 20 adegas cooperativas que existem na região, só uma ínfima parte envia amostras para prova. Quer isto dizer que o «país vinhateiro duriense» não está aqui representado e poderia dar uma imagem bem dife-rente daquela com que ficamos. No Alentejo a situação está mais próxima da realidade porque a grande maioria dos produtores envia amostras, o que dá uma panorâmica muito mais concreta do que por ali se passa.

4. A prestação das adegas cooperativas em geral deixa muito a desejar e con-tam-se pelas mãos as que têm de facto produtos interessantes. O modelo está falido e ultrapassado e muitas vivem momentos agonizantes; os milhares de cooperantes terão muita vinha, em conjunto, mas, caso a caso, deverão ser muito poucos os que têm áreas importantes de vinha. Quer isto dizer que o fim das adegas não terá hoje as consequências dramáticas que teria nos anos 60, por exemplo. Alguém deu pelo «sofrimento brutal» dos viticultores ou pelas «manifestações de repúdio» pelo fecho da Adega de Torres Vedras, há já uns anos? Pois é, não deu nesse caso e provavelmente não dará noutros. Descapitalizadas e sem pagar aos agricultores, as cooperativas hoje servem para quê?

5. Algumas zonas parecem condenadas. Toda a Beira Interior se «afundou» nesta edição, com alguns produtores que tinham surgido e que davam ideia de querer renovar a zona a desaparecerem de novo. O mesmo se passa com Trás-os-Montes. Obscuras e escondidas continuam zonas como as Terras de Sicó, de que apenas ouvimos falar nesta altura das provas. Depois é o silêncio total.

6. O ano de 2007 foi muito bom para brancos e o de 2006 razoável para tintos. Nos brancos percebemos que os há e bons de norte a sul. Faltaram mais vinhos extraordinários e confessamos que, nesse particular, ficámos um pouco desiludidos. No caso dos tintos, alguns produtores puderam selec-cionar melhor os lotes e conseguiram ainda assim fazer bons vinhos, mas foi evidente que a «massa crítica vínica» não tinha a mesma qualidade, se comparada com o ano de 2005.

7. Continuam muito diminutos os problemas de cheiro a rolha. Num universo de quase 3000 amostras, contaram-se por menos de dez os vinhos que apre-sentavam problemas, o que é muito bom sinal. Já outro tipo de problemas se mantém: os excessos de sulfuroso, os aromas reduzidos, alguns problemas do chamado suor de cavalo. De qualquer maneira, é muito evidente a cada vez menos incidência destes problemas, o que significa que se está a trabalhar com melhor equipamento e melhores técnicos.

8. Embora se note, em quase todas as regiões, que houve produtores que não enviaram amostras por razões, digamos, secundárias, do tipo esquecimento puro e simples, desleixo dos serviços administrativos, falta de novos produtos ou entrega fora de horas das amostras, é também claro que existe uma lista de ausentes militantes. Para estes, os guias só são importantes se disserem

que têm os melhores vinhos do mundo e arredores, se venerarem os vinhos como se de um alimento dos deuses se tratasse. É claro que qual-quer produtor está no seu direito de não enviar amostras, mas também nos fica a ideia que há nessa atitude um certo desprezo pelo consumidor, que se espera não tenha as consequências que se imaginam.

9. No capítulo dos generosos, à falta de novos vintages, pudemos provar muitos Vinhos do Porto de outro tipo, nomeadamente tawnies. Foram provas excelentes, os vinhos são memoráveis. Não deixe por isso de provar estes vinhos magníficos.

Tal como já todos os leitores habituais deste Vinhos de Portugal sabem, este ano não houve actualização da classificação dos produtores. Tal só acontece de dois em dois anos e este é o ano em que a classificação não é revista.

introdução

COMO CONSULTAR VINHOS DE PORTUGAL 2009

O leitor poderá não encontrar em Vinhos de Portugal muitos dos vinhos que procura, principalmente se se tratar de brancos e rosés. É muito provável que

as notas de prova que procura se encontrem na Edição de Verão, publicada em Junho, onde, tanto quanto foi possível, provámos os vinhos que se destinariam a ser bebidos durante o Verão. A resposta à nossa solicitação foi entusiástica e foram muitas as centenas de vinhos que provámos, cujas notas de prova não estão, naturalmente, aqui incluídas.

Os vinhos estão arrumados por grandes regiões, não respeitando nalguns casos a nomenclatura oficial. Dentro de cada uma, os vinhos estão agrupados por ordem alfabética. Em caso de dificuldade na busca, pode sempre recorrer ao índice remissivo, que se encontra no final deste livro.

O nome do primeiro vinho de um produtor vem sempre impresso a negro. Em alguns casos optámos por colocar o nome da empresa em destaque em vez do nome do vinho. Não há uma solução perfeita para esta indicação; nalguns casos o nome do produtor é mais conhecido do que o vinho, noutros é o vinho que é mais facilmente reconhecível.

Tanto quanto possível, indicamos os dados do produtor. No caso de termos tido acesso ao endereço da Web do produtor, essa passa a ser a única informação que fornecemos. No site do produtor o leitor encontrará, se assim o desejar, toda a informação necessária. Só nos casos onde tal informação não foi facultada ou não existe é que mantivemos os dados disponíveis, de morada e outros. Em alguns casos pontuais, não nos foi possível obter esses dados, mas, em situações extremas, o leitor pode sempre tentar obter essa informação junto da Comissão Vitivinícola Regional (CVR). A busca pode iniciar-se em www.ivv.pt e depois ver o link dos contactos e procurar a CVR que se pretende.

Na classificação do vinho o leitor encontrará várias informações: uma primeira que informa sobre que tipo de vinho se trata, se branco (B), tinto (T) ou rosé (R); seguidamente indica-se se o vinho deverá ser consumido de imediato, se pode ser bebido mas também guardado ou se deverá ser obrigatoriamente guardado; a informação sobre a estrutura do vinho vem a seguir – fica-se a saber se o vinho é ligeiro ou encorpado. Finalmente vem a classificação numa escala onde a nota máxima é 20 e a mínima, para ter direito a nota de prova, é o 14; abaixo de 14 mas ainda com alguma qualidade origina a inserção na categoria Aceitáveis, que vem no final de cada região. Abaixo desta categoria existe ainda a dos Não Recomen-dados, também no final de cada região.

Os brancos e os tintos estão juntos, debaixo do «chapéu» de cada produtor. Pode parecer um pouco mais confuso mas não é. Desta forma o leitor fica com uma ideia mais correcta sobre a qualidade dos vários vinhos da casa ou firma que está a consultar. Separá-los ia implicar a duplicação da informação que vem em caixa no final das notas de prova de cada produtor, o que seria desnecessário.

Optámos igualmente por misturar os vinhos dentro de cada produtor, independentemente de terem direito à denominação DOC ou Vinho Regional. A consulta é assim mais fácil e o índice remissivo ajuda quando houver dúvidas.

Procurámos provar em antecipação, sempre que nos foi possível, os vinhos que só surgirão no mercado após a saída deste livro. Desta forma o leitor dispõe já de um comentário ao vinho quando ele for posto à venda. Todo o trabalho foi feito com total independência, sem qualquer tipo de compromissos com as marcas ou com a publicidade.

Alguns dos vinhos que vêm aqui referenciados já se encontram esgotados no pro-dutor. São, contudo, vinhos que se podem ainda encontrar quer em lojas da especia-lidade e restaurantes quer nas garrafeiras dos próprios consumidores, pelo que é útil saber se ainda estão bons, se devem ou não ser consumidos a curto prazo. Mante-mos as regras das edições anteriores: apenas são objecto de classificação os vinhos com indicação da data de colheita. Abrimos apenas algumas (poucas) excepções.

No final do livro encontrará um glossário dos termos técnicos usados nas notas de prova, bem como de alguns termos que, sendo de uso corrente, adquirem um significado especial quando aplicados ao vinho.

Viajar para comprar

Muitos vinhos não são de acesso fácil. Alguns são inacessíveis e são aqui referidos porque podem ou ajudar a compreender as potencialidades de uma região ou a perceber a consistência de qualidade de uma determinada marca ou casa.

Se muitos vinhos não se encontram na mercearia do bairro ou no hiper que frequenta, entenda este Vinhos de Portugal 2009 também como um auxiliar de viagem. Leve-o nas suas deslocações, use os contactos telefónicos e as moradas que lhe fornecemos e procure comprar no local. A maioria dos produtores não deixa de vender vinho aos visitantes. Viajar para comprar continua a ser a melhor solução para quem quer vinhos originais.

Comprar vinhos – em Clubes

Os clubes vínicos são uma modalidade de compra que oferece várias vantagens. Os vinhos são seleccionados pelo sócio após consulta de catálogo, algumas vezes enviado em formato de Newsletter, e depois os vinhos são enviados para casa. Uma vantagem que alguns clubes oferecem é a possibilidade de se ter acesso a produções pequenas que muitas vezes os produtores apenas colocam exactamente nestes clubes. São vinhos exclusivos e que fazem a diferença em relação à concor-rência da grande distribuição. Aqui deixamos uma listagem de alguns dos clubes existentes entre nós.

introdução

introdução

Clube 1500Apresentação de vinhos de 3 em 3 meses.

Apartado 3086 Aldeia Nova4431-801 AvintesTel. 227 850 300

E-Mail: [email protected]

Clube de Vinhos e SaboresApresentação regular de vinhos de marca própria.

Tel. 213 976 400E-mail: [email protected]

Clube Gourmet ExpressoApresentação semanal no semanário Expresso de vinhos e produtos gourmet.

R. Alves Redol 243/2494050-043 PortoTel. 808 200 273

E-mail: [email protected]

clubvintage.comApresentação de vinhos de 2 em 2 meses.

E-mail: [email protected]

EnoClube - Clube dos ConhecedoresApresentação de vinhos de 3 em 3 meses.

Participação em eventos vínicos.R. Alves Redol 243/249

4050-043 PortoTel. 228 348 440

E-mail: [email protected]

Sabores IbéricosApresentação de 2 em 2 meses de vinhos e produtos gourmet.

Participação em eventos vínicos.Apartado 539, Monte Estoril

2766-801 EstorilTel. 214 647 377

E-mail: [email protected]

ViniturismoApresentação de vinhos de 2 em 2 meses

Participação em eventos vínicos.Av. Berna, 35 – 3.º Dt

1050-038 LisboaTel. 217 938 586

E-mail: [email protected] site: www.viniturismo.com

Comprar vinhos – em Garrafeiras

A lista que se segue não pretende ser exaustiva. Refere apenas algumas garrafeiras que nos oferecem garantias. Pensando que poderá estar na disposição de comprar vinho nas suas viagens ao estrangeiro, aqui lhe deixamos algumas lojas também por esse mundo fora. Para além das garrafeiras, também os hipermercados são bons locais de compra.

Desconfie de lojas onde vinhos de alta qualidade estão na montra, ao sol e sem qualquer cuidado. É muito provável que, com a rotação dos vinhos da montra, todos os bons vinhos se tenham estragado e não apenas aqueles que estão na montra... Conhecemos várias lojas dessas mas não vale a pena enumerá-las, de tal forma é evidente ao transeunte que passa na rua. Tenha também o hábito de entrar e «sentir» o espaço, para tentar perceber se as garrafas se sentirão bem, se não há fornos de assar frangos ao lado das garrafas e arcas frigoríficas que libertam imenso calor perto da garrafeira. Se sentir calor a mais no ambiente, é melhor ir deixar o seu dinheiro noutra garrafeira onde o vinho seja tratado com mais profissionalismo.

EM PORTUGAL

AlbufeiraGarrafeira Soares (9 lojas no Algarve)R. Alexandre Herculano – Areias de S. João

AlmadaGarrafeira de AlmadaAv. Prof. Egas Moniz, n.o 2 A

Almancil Adega AlgarviaEstrada Vale de Lobo www.adega-algarvia.com

Apolónia SupermercadosAv. 5 de Outubro, 271

Feira do VinhoAv. da República, 139

Arruda dos VinhosCasa CavacoPç. Combatentes da Grande Guerra, 8

AzeitãoTarroR. José Augusto Coelho, 78

BragaLoja dos VinhosR. D. Francisco Duarte - C. Comerc. Sotto Mayor, loja 2

introdução

CarregadoGarrafeira dos AnjosAv. da Associação Desportiva

do CarregadoEd. Quinta Nova

Bloco B1 – Loja [email protected]

CascaisCabaz TintoR. Frederico Arouca, 97

CoimbraGarrafeira de CelasR. Bernardo Albuquerque, 64

Garrafeira do MondegoR. Sargento Mor, 26

Dom VinhoR. Armando de Sousa, lote 17 - loja Z

ElvasSoc. de Representações FronteiraEstrada da Carvalha (Estrada da Ajuda)

EriceiraTertúliasR. da Caldeira, [email protected]

EspinhoGavetoRua 62, 457 – Espinhowww.gaveto.com

Estoril/SintraQta. do SaloioAv. Nice, 12 – A – Estoril

Sabores IbéricosR. Sto António, 71 – Monte [email protected]

FátimaA Garrafeira de FátimaAv. D. José Alves Correia da Silva

FunchalDiogosAv. Arriaga, 48

LisboaAdivinhoTravessa do Almada, n.° 24www.adivinho.com

AgrovinhosR. Fradesso da Silveira, 45 (Alcântara)[email protected]

Casa MacárioRua Augusta, 272 (Baixa)

Casa dos Sabores de PortugalAeroporto de Lisboa

Partidas – loja 11E-mail: [email protected]

Charcutaria MoyR. D. Pedro V, 111

Coisas do Arco do VinhoCentro Cultural de BelémRua Bartolomeu Dias, loja 7www.coisasdoarcodovinho.pt

Deli DeluxAv. Infante D. HenriqueArmazém BLoja 8 www.delidelux.pt

El Corte Inglês (loja Gourmet)Av. António Augusto Aguiar

Garrafeira de Campo de OuriqueRua Tomás d’Anunciação, 29

Garrafeira InternacionalRua da Escola Politécnica, [email protected]

Garrafeira de S. BentoR. de S. Bento, 76

introdução

introdução

Les Goûts du VinR. de São Bento, [email protected]

LX Gourmet R. Gonçalves Zarco, 19 – B (Restelo)

Manuel TavaresRua da Betesga, 1-A (Baixa)

Mercearia NacionalRua Santa Justa, 18 (Baixa)

NapoleãoRua dos Fanqueiros, 70 (Baixa)

VinoDivinoR. da Lapa, 65/67

Wine & FlavoursR. Prof. Simões Raposo, 11 (Telheiras)

Wine o’Clock (Amoreiras)www.wineoclock.com.pt

Paderne (Algarve)Garrafeira VenezaPaderne

PortalegreGarrafeira CanastreirosR. 31 de Janeiro, 82Portalegre

PortoAugusto LeitePasseio Alegre, 914

Galeria de VinhosAlameda Eça de Queiroz, 48(Antas)

Garrafeira do Campo AlegreRua do Campo Alegre, 1598

Garrafeira do InfanteR. Infante D. Henrique, 85

Garrafeira Tio PepeRua Engº Ferreira Dias, 51www.garrafeiratiopepe.pt

Fine WinesR. Vitorino Nemésio, 107,

9.° Dto Trás.

Trago – A loja do GourmetPraceta Prof. Egas Moniz, 30

(Boavista/Parq. Cidade)www.trago.com.pt

Vinho & CoisasRua de Sousa Aroso, 540

Matosinhos

Wine O’ClockR. de Sousa Aroso, 297

Matosinhoswww.wineoclock.com.pt

Rio MaiorGarrafeira MachadoR. do Mercado, 22

Venda da [email protected]

Santa Maria da FeiraDom Tinto & C.ªR. Comendador Sá Couto n.° 39 [email protected]

SintraBar do BinhoPr. da República, 2 www.bar-do-binho.com

ValençaAromas de VinhoR. Apolinário da Fonseca, 55-63

Garrafeira Vasco da GamaCentro Com. Alvarinho

Aromas do VinhoR. Apolinário da Fonseca 55-63

introdução

ViseuSenhor VinhoAv. Infante D. Henrique 133

Garrafeira MarindiRua Estevão Lopes Morago, n.o 183

r/cMarzovelos – Viseu

NO ESTRANGEIRO

A lista das lojas por esse mundo fora é interminável. Aqui ficam apenas algumas referências que recomendamos.

Através da Net também é possível fazer compras. Aqui ficam dois endereços

www.viniturismo.comwww.winept.com

ESPANHA:

AyamonteEl Rincon del VinoCalle Lusitania, 10

BarcelonaLaviniaAvda. Diagonal, 605

VinitecaAgullers, 7

(vinhos de todo o Mundo)

HuelvaTierra NuestraCalle Fernando, el Catolico, 34

MadridLaViniaJosé Ortega y Gasset, 16E-mail: [email protected]

SevilhaTierra NuestraCalle Constantia, 41

OUTRAS CIDADES:

Bordéus (só para vinhos da região bordalesa)

L’Intendant2, Allées de Tourny (em frente

ao Grand Théâtre)

ColóniaFUBHeumarkt, 55

(vinhos de todo o Mundo)

FlorençaCasa del VinoVia dell’Ariento, 16

Londres (lojas de vinhos em todos os bairros; vinhos de todo o Mundo)

Berry BrothersSt. James Street

Justerini & BrooksSt. James Street

introdução

Oddbin’sCadeia de lojas espalhadas por todos

os bairros.

Fortnum & MasonPiccadily Street

Harvey NicholsKnightsbridge, 109

HarrodsKnightsbridge

Nova IorqueAstor Wines & Spirits12, Astor Place

Crossroads55 W. 14th St.

Garnet Wines & Liquors929 Lexington Av.

Beekman Liquors, Inc.500 Lexington, Av.

Sherry Lehmann679, Madison Av.

ParisFauchonPlace de la Madeleine

HediardPlace de la Madeleine

Lavinia3, Boulevard de la Madeleine

Les Caves Taillevent199, Rue du Faubourg Saint-Honoré

NicolasPlace de la Madeleine

(esta cadeia tem inúmeras lojas noutras zonas da cidade)

RomaTrimaniVia Goito, 20

(esquina com a Via Cernaia)

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE OS VINHOS

(Os termos sublinhados vêm explicados no glossário; agradecemos aos leitores que nos colocaram mais algumas dúvidas,

às quais procuramos agora responder)

TEMAS VÁRIOS

1. Os vinhos actuais não têm muitos produtos químicos?Não. Se se comparar com o que acontece com os outros produtos consumidos no quotidiano, desde a carne com hormonas até cereais geneticamente modificados, alimentos pré-cozinhados, bolos e guloseimas, etc., o vinho é bastante são. Os pro-dutos que se usam visam a estabilização do vinho e impedem a sua deterioração rápida. Alguns produtos que podem ser adicionados correspondem àqueles que naturalmente a uva tem e que podem estar em falta (ácido tartárico, por exemplo). O mais vulgar dos produtos usados - o anidrido sulfuroso - é conhecido e utilizado desde sempre; outrora era adicionado sob a forma de uma mecha de enxofre que se queimava dentro dos cascos.

2. O vinho à moda antiga era mais puro?Depende do conceito de pureza. Se se entende pureza como ausência de químicos, então era mais puro. Se se entender que pureza significa melhor qualidade, então a afirmação não é verdadeira. O vinho tradicional era um vinho sem aromas, normal-mente mais alcoólico para poder sobreviver mais tempo, e o seu ciclo de vida era muito curto, raramente passando de um ano. Só por saudosismo bucólico se pode continuar a defender a superior qualidade do vinho à moda antiga.

3. Pode-se juntar aguardente ao vinho para aumentar o teor alcoólico?Pode, mas para os vinhos de mesa, não deve. Para se aumentar o teor alcoó-lico recorre-se actualmente a dois processos: chaptalização, ou seja, adição de açúcar ao mosto (nos países onde é permitida a chaptalização usa-se açúcar de beterraba); ou, como acontece em Portugal, a adição de mosto concentrado, um derivado do mosto da uva e que não interfere com as características aromáticas das castas às quais é adicionado. Aguardente apenas se usa para a produção de generosos e licorosos (Porto, Moscatel).

4. Um bom vinho tem sempre de ter data de colheita?Sim, para os vinhos de mesa e não para o Champagne e Vinho do Porto. Mesmo nos casos dos vinhos de mesa há excepções, como o Reserva Especial Vega Sicilia (Espanha) que não tem data por ser lote de várias colheitas. No caso do Cham-pagne porque tradicionalmente é um blend de vinhos com idades variadas. O ter

data, no caso do Champagne, é já sinónimo de superior qualidade (e preço!). No caso do Vinho do Porto não é verdade porque também é um vinho de lote de anos diferentes. Excepção feita para os Vintage, L.B.V. e Colheita, que são só do ano indicado no rótulo.

5. Um vinho com o qualificativo DOC (Denominação de Origem Contro-lada) é superior a um que seja Vinho Regional?Não. Por vezes os produtores optam por usar castas que não estão previstas para a denominação DOC e por isso classificam o vinho como Regional. Esta designação permite também incorporar 15% de vinho de fora da região,

diminuir os tempos de estágio e, por essa razão, há muitos vinhos que são comer-cializados como Regional.

6. As indicações de Reserva ou Garrafeira são sinónimos de qualidade?Deveriam ser, a bem da correcta informação do consumidor. Um Reserva deveria ser feito a partir de um lote especial, de melhor qualidade, engarrafado à parte. A diferença em relação ao lote «normal» deveria ser óbvia. A legislação actual contempla as regras de utilização destes termos mas, para o consumidor, nem sempre as diferenças são óbvias. O Garrafeira, termo em desuso, indica um vinho que estagiou em garrafa antes de ser colocado no mercado. Pressupõe-se que também tenha boa qualidade porque, de outra forma, não se justificaria o estágio.

7. O preço é um indicador de qualidade?Se analisarmos os preços de um vinho ao longo de um período mais ou menos longo (10 a 15 anos consecutivos, por exemplo) um preço alto indica seguramente um vinho que mantém uma boa qualidade. No curto prazo, há fenómenos que interferem com o preço, como a moda, alguma especulação, o serem novidade. O preço alto ou baixo que se paga por uma garrafa depende daquilo que para nós é confortável pagar, o que, como se percebe, varia de pessoa para pessoa. A regra pode assim enunciar-se: nunca gaste mais do que aquilo que entende como razoável.

8. Fazer um vinho de classe mundial está ao alcance de qualquer produtor?Não. Tal como uma boa educação e as melhores condições para o desenvol-vimento intelectual não fazem de uma pessoa um Prémio Nobel, também um produtor pode não fazer mais do que um bom vinho, mesmo que tenha a vinha mais bem tratada, a adega melhor equipada e o melhor enólogo do mundo. Em última instância, um vinho extraordinário é um dom da Natureza e resulta de múltiplos factores que, também por sorte, se conjugaram em determinada encosta ou determinada vinha. Resta ao Homem transportar essa qualidade natural para a garrafa, com um mínimo de interferências. Talvez o exemplo mais célebre que podemos dar é a vinha denominada Montrachet, na Borgonha. Esta parcela, com pouco mais de 7 ha, está rodeada por um mar de vinhas mas os seus vinhos são justamente considerados como os melhores vinhos brancos secos do Mundo, com uma qualidade muito superior à dos seus vizinhos.

introdução

9. O rosé é uma mistura de branco com tinto?Não. Por norma o rosé resulta de mosto de uvas tintas que se deixou algum tempo em contacto com as películas (cascas das uvas) e que por isso transmi-tiram uma cor rosada ao vinho. De seguida fermenta como o branco, ou seja, só o mosto e sem as películas. Há casos especiais como o Champagne francês onde a legislação prevê que se possa juntar vinho branco com vinho tinto.

10. É mais difícil fazer vinho branco ou tinto?O vinho branco requer mais tecnologia do que o tinto e é por isso mais difícil. Para um produtor com uma adega pouco equipada é mais fácil fazer vinho tinto, podendo mesmo reduzir a tecnologia ao mínimo com o recurso aos lagares.

11. Portugal é país de tintos?É. Por razões climáticas Portugal tem melhores condições para produzir vinho tinto. Mas, em virtude deste preconceito, alguns dos grandes brancos podem injusta-mente ser postos de lado e ser, pelo consumidor, trocados por tintos medianos e sem história. As provas mais recentes de vinhos velhos têm-nos mostrado que há excelentes vinhos brancos velhos em Portugal. Não serão muitos mas não nos restam dúvidas de que, mesmo recuando até aos anos 50 e 60, é possível encontrar vinhos brancos de extraordinária qualidade. Há, por isso, que evitar juízos apressa-dos e nunca desprezar um branco velho sem o provar primeiro.

12. Quando se abre uma garrafa e a rolha se desfaz, o que devo fazer? O vinho vai ficar com cheiro a rolha?O cheiro a rolha nada tem a ver com o facto de esta se desfazer quando é retirada. A rolha pode mesmo sair intacta e o vinho ter o tal cheiro a rolha. Se tiver esse cheiro não há volta a dar: o vinho estará impróprio para ser consumido. Caso a rolha se desfaça, o que deve fazer é decantar o vinho para outra garrafa usando um funil próprio, que pode ser adquirido nas lojas da especialidade, ou um simples pano.

13. O tamanho da rolha é indicador da qualidade da mesma?Não. A qualidade da cortiça é que vai determinar a qualidade da rolha. Não está provado que o comprimento seja factor de qualidade ou de longevidade do vinho. As rolhas mais compridas, muito vulgares nos grandes vinhos da região de Bordéus, são muito caras e por isso não estão ao alcance de qualquer bolsa. São também todas exportadas, o que faz com que um produtor português tenha imensa dificul-dade em comprá-las, mesmo que esteja disposto a pagar qualquer preço.

14. As rolhas de melhor qualidade estão livres do «cheiro a rolha»?Não. O cheiro a rolha resulta de uma contaminação que pode ocorrer durante o fabrico das mesmas. No entanto, pelo facto de terem origem nas melhores pran-chas de cortiça, as rolhas de superior qualidade apresentam uma incidência menor daquele cheiro.

15. Uma garrafa lacrada conserva melhor o vinho?Não. O lacre pode não evitar que a rolha apodreça com o tempo. Trata-se de uma opção do produtor e alguns consumidores têm como boa a ideia de que o

introdução

lacre numa garrafa é um indicador de qualidade. Nos vinhos novos o lacre é particularmente incómodo quando se trata de abrir a garrafa porque provoca muito «entulho».

16. O envelhecimento do vinho pode ser prejudicado pelo cheiro a cola, verniz e madeira da caixa onde estão guardadas as garrafas?Pode. No entanto, as caixas não envernizadas não terão qualquer problema. Também não será normal que aconteça qualquer anomalia num vinho em caixa de madeira envernizada mas, pelo sim pelo não, retire as garrafas destas caixas.

17. Devo deitar fora uma garrafa que esteve muito tempo num local muito quente, tipo mala de um automóvel?O vinho provavelmente não estará com grande saúde mas é melhor tentar primeiro uma hipótese de cura. Deixe a garrafa retomar a temperatura ambiente e depois coloque-a no frigorífico. De seguida abra-a e prove. Com sorte pode ser que ainda esteja bom.

18. O consumo do vinho branco provoca dores de cabeça?Não, se o vinho tiver sido bem feito. Por vezes há consumidores que se queixam deste mal, mas a razão disso prende-se com o uso excessivo de anidrido sulfuroso para a conservação do vinho e não com o facto de o vinho ser branco ou tinto. Actualmente as novas tecnologias permitem a redução daquele produto com o consequente benefício para o consumidor.

19. O consumo de vinho americano (morangueiro) é prejudicial à saúde?É, se esse consumo for de forma continuada, ou em grande quantidade. No entanto, as uvas morangueiras podem ser ingeridas sem causarem problemas. É durante a fermentação que se gera uma toxina que depois permanecerá no vinho e que ataca o cérebro. Não há, no entanto, estudos conclusivos sobre estes efeitos nefastos. Como se sabe, este tipo de vinho está interdito na Comunidade Europeia mas há pequenos produtores que o produzem para consumo próprio.

20. Os leilões de vinhos em Portugal são credíveis?Neste momento ainda não. Não há grande tradição de leilões de vinho em Por-tugal e, por via disso, não é com frequência que se compra e vende em leilão. O comprador em leilões não tem segurança, em Portugal, sobre o estado de saúde do que está a comprar. Ultimamente tem-se verificado um interesse renovado pelos leilões, mas tem aparecido muita coisa à venda que não vale rigorosamente nada. Falta também informação ao consumidor.

introdução