vigilância de exposição tóxicas

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Vigilância de Exposição Tóxicas

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    IESUSIESUSIESUSIESUSIESUS

    ResumoExposies ocupacionais a substncias txicas constituem relevante problema de sadepblica na atualidade. Este trabalho tem como objetivo discutir a prioridade, utilidade eviabilidade da vigilncia em sade pblica como instrumento para caracterizar a ocor-rncia de exposies ocupacionais a substncias txicas, com vistas ao desenvolvimentode aes de controle. Foi realizada uma reviso bibliogrfica sobre a vigilncia em sadepblica, sua aplicao em sade do trabalhador e especificamente em condies de riscoem sade ocupacional. Para ilustrar a potencialidade dos laboratrios atuantes emtoxicologia ocupacional como fontes de informao para a identificao de conglomera-dos de trabalhadores sobre-expostos a determinadas substncias txicas, apresentaremosalguns dados sobre a produo de um laboratrio atuante na rea, no Estado de SoPaulo. Foram identificadas diversas caractersticas que conferem prioridade e utilidadea sistemas de vigilncia nos moldes aqui discutidos e apontam sua viabilidade; foi discu-tida a necessidade de aes para melhorar a qualidade das prticas laboratoriais nestarea.Palavras-ChaveVigilncia; Exposio Ocupacional; Monitorizao Biolgica; Substncias Txicas; Li-mites de exposio.

    SummaryOccupational chemical exposure is currently a relevant public health problem. This paperdiscusses the priority, usefulness and feasibility of public health surveillance as a tool tomonitor the problem and guide the development of control measures. The use of publichealth surveillance in occupational hazards is discussed. To demonstrate the usefulness oftoxicology laboratory data as potential sources of information to identify clusters ofoccupational exposure to toxic substances, data from a laboratory located in So Paulo ispresented. Several features that suggest priority, usefulness and feasibility of a surveillancesystem like were identified; the development of actions to improve the laboratory practicesin this area was discussed.Key WordsSurveillance; Occupational Exposure; Biological Monitoring; Chemicals; Exposure Limits.

    Vigilncia de Exposio Ocupacional aVigilncia de Exposio Ocupacional aVigilncia de Exposio Ocupacional aVigilncia de Exposio Ocupacional aVigilncia de Exposio Ocupacional aSubstncias TxicasSubstncias TxicasSubstncias TxicasSubstncias TxicasSubstncias Txicas

    Hlio Neves

    Endereo para correspondncia: Hlio Neves - Centro de Referncia em Sade do Trabalhador da Freguesiado . Secretaria Municipal de Sade - Municpio de So Paulo - Av. Itaberaba, 1218 - Freguesia do So Paulo (SP) - CEP: 02.734-000E-mail: [email protected]

    Centro de Referncia em Sade do Trabalhador da Freguesia do Secretaria Municipal de Sade de So Paulo

    Informe Epidemiolgico do SUS, 8(1):35-46, 1999.

  • Informe Epidemiolgicodo SUS

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    Vigilncia de Exposio Ocupacional a Substncias Txicas

    Introduo

    Um vertiginoso crescimento desntese e uso de substncias qumicasvem se verificando desde a II GuerraMundial. Atualmente, esto registradas noChemical Abstract Service (CAS)aproximadamente 10.000.000 desubstncias.1 No Registry of Toxic Effectsof Chemical Substances (RTECS), estodocumentados efeitos negativos sadede cerca de 116.000 substncias.2Landrigan3 estima a existncia deinformaes toxicolgicas para cerca de20% das 60.000 substncias em uso nosprocessos produtivos. Estima ainda quea cada ano 350.000 trabalhadores norte-americanos adoecem em decorrncia deexposies ocupacionais a substnciastxicas, com cerca de 60.000 bitos pelamesma causa. Em 1988, a rede de centrosde controle de intoxicao dos EUAregistrou 25.368 casos de intoxicaesocupacionais.4 No Brasil, em 1995, oSistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas registrou 5.331 casos deintoxicaes em circunstncias ligadas aotrabalho.5 Em 1997, foram registrados6.035 casos.6

    Um instrumento bastante utilizadopara verificar a ocorrncia de exposioocupacional a substncias txicas adosagem de marcadores biolgicos deexposio. Em nosso meio, obrigatriaa monitorizao de exposio ocupacionala 26 substncias ou grupos delas,conforme norma emitida pelo Ministriodo Trabalho.7 Para cada uma destassubstncias, est determinado um limitede tolerncia.

    Embora tais limites de tolernciavenham sendo questionados quanto garantia de condies saudveis detrabalho e estejam disponveis parapoucas centenas de substncias, podemse constituir em importante instrumentopara a identificao de condiesadversas de trabalho, se utilizados comoparte de uma prtica efetiva de prevenode agravos e promoo sade.

    Garantir que as regras estabelecidassejam obedecidas, adequando-as aos

    atuais conhecimentos cientficos, devefazer parte de uma poltica de prevenoe promoo sade dos trabalhadorespor parte das instituies pblicas comresponsabilidade nesta rea,especialmente do Sistema nico deSade, em todos os seus nveis.

    Um sistema de vigilncia de baselaboratorial, com a utilizao das anlisesde marcadores biolgicos de exposio,pode constituir excelente instrumentopara o reconhecimento da realidade,possibilitando identificar empresas eramos de atividade onde ocorremexposies elevadas a determinadassubstncias, indivduos ou grupos deindivduos mais expostos, monitorizartendncias na ocorrncia destasexposies, desencadear aes decontrole e avaliar sua eficcia eefetividade.

    Para o desenvolvimento desteestudo, foi realizada reviso bibliogrficasobre temas como: magnitude doproblema; instrumentais utilizados paramelhorar os conhecimentos sobre oassunto e gerar informaes para aesde preveno; programas de rastreamentomdico e monitorizao biolgica emsade ocupacional; prticas laboratoriaisexistentes na rea e sua regulamentaopara ampliar a confiabilidade dosresultados; e uma breve descrio daevoluo das prticas e conceitos devigilncia em sade pblica e sua recenteincurso no campo da sade dotrabalhador e, especificamente, emtoxicologia ocupacional.

    Foram apresentados algunselementos relativos produo deanlises de biomarcadores no Estado deSo Paulo e descrio dos resultados dasanlises de um laboratrio sediado noMunicpio de So Paulo, para demonstraras potencialidades dos laboratrios detoxicologia ocupacional enquanto fontede informao - conveniente e adequada- para que sejam eleitos como o principalsuporte de dados de um sistema devigilncia com este escopo.

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    Vigi lncia de base laboratorial paraexposies ocupacionais a substnciastxicas

    Sistemas de vigilncia epidemio-lgica, desenvolvidos para o controle dedoenas infecto-contagiosas,8 ,9,10,11,12,13vm sendo utilizados em diversas outrascircunstncias e condies de sade,relacionados ou no a infeces edoenas,9,12,14 ganhando progressivaaplicao em sade do trabalhador a partirda dcada de 80, com enfoque inicial nosacidentes de trabalho,15,16,17,18 nas doenasocupacionais, 19,20,21,22,23,24,25 e, maisrecentemente, nas condies de risco.26

    Vigilncia de condio de risco(hazard surveillance) a avaliao detendncias seculares de exposio aagentes qumicos e outros agentesagressivos, responsveis por doenas eleses. Em sade do trabalhador,vigilncia de condio de risco possibilitaidentificar processos de trabalho quegeram nveis elevados de exposio aagentes agressivos ou indivduosexpostos a estes agentes, em determinadasempresas ou categorias de trabalho.27

    Uma vez que no lida com excessode mortalidade ou de agravos, a vigilnciade condio de risco tem o condo devincular-se diretamente ao desenvolvi-mento de aes de preveno primria,atravs da deteco precoce dasexposies a potenciais agentes nocivos,identificao de grupos de expostos edisseminao das informaes aos queestejam em posio de tomada de decisopara interromper o processo.28

    Note-se que, para agravos que tmnas condies de trabalho uma entre suasmltiplas causas, costuma ser pouco tilorganizar sistemas de vigilncia dedoenas, em funo das dificuldades paradiagnosticar a condio e para definir aimportncia relativa dos fatores noocupacionais na etiologia dos agravos.Neste caso, o controle de tais agravosobtm melhores resultados atravs desistemas de vigilncia de condies derisco, que podem se utilizar, por exemplo,das informaes de anlises de

    marcadores biolgicos de exposioproporcionadas pelos laboratrios detoxicologia ocupacional, com baixo custoadicional.29

    Em funcionamento no Estado deNova Iorque (EUA) desde a dcada de80, um sistema de vigilncia de baselaboratorial para a deteco de casos deexposio elevada a metais pesados(chumbo, mercrio, cdmio e arsnico)registrou 3.309 casos no perodo de 1982a 1986, entre trabalhadores de 328empresas localizadas naquele estado.Notificaes de exposies elevadas aochumbo representaram 59% dos casos e75% das empresas e exposies aomercrio representaram 36% dos casose 14% das empresas. Atividades demanufatura responderam por 80% doscasos e 40% das empresas. Servios econstruo representaram 23% e 17% dasempresas, respectivamente.30

    Entre outras vantagens da vigilnciade base laboratorial esto seu baixo custode operao, a elevada certeza a respeitodos casos identificados, a eliminao danecessidade de cooperao individual demdicos e de instituies de sade, almda sua capacidade de identificartrabalhadores expostos e empresaspassveis de interveno para o controlede condies adversas de trabalho.Utilidade de um sistema de vigilncia deexposio ocupacional a substncias txicas

    Com as caractersticas de umsistema de vigilncia de base laboratorial,tal tipo de sistema tem o potencial deinstrumentalizar as autoridades locais eestaduais de sade no planejamento deintervenes para o controle deexposies ocupacionais a substnciastxicas, medida que possibilita:

    a) identificar empresas onde hajatrabalhadores ocupacionalmente expostosa determinadas substncias txicas, emconcentraes superiores quelasconsideradas como aceitveis, conformelimites estabelecidos pela autoridadesanitria, considerando os conhecimentoscientficos sobre suas toxicidades;

    Vigilncia decondio de risco(hazard surveillance) a avaliao detendncias secularesde exposio aagentes qumicos eoutros agentesagressivos,responsveis pordoenas e leses.

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    Vigilncia de Exposio Ocupacional a Substncias Txicas

    b) identificar, atravs de estudosestatsticos e por comparao da base dedados do sistema com as informaescensitrias existentes, tendncias deocorrncia de elevadas exposies, emfuno de ramo de atividade, porte,localizao geogrfica ou outrascaractersticas das empresas;

    c) monitorizar tendncias gerais ouconforme ramo de atividade, porte elocalizao geogrfica das empresas,quanto ao uso da monitorizao biolgicade exposio a substncias txicas equanto ao comportamento de taisexposies;

    d) identificar pessoas ou grupos depessoas particularmente mais expostos oumais suscetveis diante de tais exposies,como mulheres em idade reprodutiva ecrianas;

    e) recomendar, com basescientficas e legais, medidas para ocontrole das condies indesejveis detrabalho identificadas;

    f) estimar a magnitude da ocorrnciadas exposies aos xenobiticosmonitorizados pelo sistema, bem comodas conseqncias destas exposiessobre a sade da comunidade;

    g) avaliar o impacto e a adequaodas estratgias desenvolvidas pormunicpios ou regies do estado comvistas ao controle das condiesinadequadas de trabalho identificadas.

    Mesmo assumindo que a coberturade monitorizao de exposies tende aser baixa, a exemplo do que ocorre nosEUA31 , a utilizao dos conceitos dematriz de exposio32 torna possvelrealizar projees e identificar empresase ramos de atividade onde potencialmenteocorrem graves violaes das normas desegurana no que tange s exposiesocupacionais a determinadas substnciastxicas. Isto possvel pela associaode bases de dados que caracterizam oparque produtivo instalado com osconhecimentos empricos a respeito dosprocessos produtivos e informaesgeradas por um sistema de vigilncia deexposies de base laboratorial como esteque ora discutimos.

    Substncias a monitorizar e definio decaso

    Diante da existncia de elevadonmero de substncias nos processosprodutivos, deve-se estabelecer critriospara a colocao de determinadasubstncia no rol daquelas que seromonitorizadas. Dentre os critrios devefigurar a difuso do uso da substncia,sua toxicidade em condies normais deuso nos processos produtivos, aexistncia de bons marcadores biolgicosde exposio, dentre outras.

    Para a definio de caso em sistemasde vigilncia como este deve-se tomarcomo referncia os conhecimentoscientficos existentes sobre a toxicidadede cada xenobitico a ser monitorizado esobre os nveis seguros de exposio acada um dos agentes listados. Para isto, conveniente a realizao de ampla revisoda legislao nacional e internacionalsobre o assunto, bem como profundareviso bibliogrfica da produocientfica sobre toxicidade e limites deexposio, de modo a proporcionar slidasbases tcnicas e legais para a tomada dedecises quanto a adoo dos melhoresvalores limites, com vistas maiorproteo da sade dos trabalhadores.

    Note-se que h um intensoquestionamento a respeito da validade dosvalores estabelecidos como limites detolerncia para exposies ocupacionais,com fortes evidncias de fraude nasdefinies dos limites de tolerncia maisamplamente utilizados na atualidade, cujasdefinies teriam sido assumidas sobinfluncia de empresas interessadas nadefinio de valores mais elevados.33,34

    Como ponto de partida, podem-seutilizar as normas em vigor, elaboradaspelo Ministrio do Trabalho, queproporcionam um amplo conjunto deelementos para identificar condiesaltamente adversas de trabalho referentesa exposies ocupacionais s 26substncias ou grupos delas listadas naNorma Regulamentadora de n 7, e quedevem ser submetidas a aes decontrole,7 e que j fazem parte dos

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    programas de rastreamento desenvolvidospor muitas empresas em obedincia aospreceitos legais estabelecidos peloMinistrio do Trabalho.7

    Outras substncias e respectivosmarcadores, podem ser acrescidas lista, medida que a autoridade de sadeconsiderar adequado e vivel.

    Limites de tolerncia podem serrevisados diante da existncia deinformaes adequadas.A sustentao legal para tal sistema

    Desde a promulgao daConstituio, em 1988, e da Lei Orgnicada Sade, em 1990, ao Sistema nico deSade (SUS) vm-se atribuindo maioresresponsabilidades na ateno sade dotrabalhador, cabendo a ele organizaraes de assistncia, vigilncia einterveno nas condies nocivas detrabalho, com vistas ao controle deagravos especficos neste grupopopulacional.35,36 Ao atribuirresponsabilidades ao SUS, estas leisoutorgam ao sistema prerrogativas paraa obteno das informaes de que elenecessita para o planejamento das suasaes.

    No Estado de So Paulo, emparticular, foi promulgada em 1997 a Leida Sade do Trabalhador, que obriga oslaboratrios a notificarem autoridadesanitria os resultados de anlises demarcadores biolgicos de exposio.37Porm, a autoridade sanitria estadual,interessada em desenvolver um sistemade vigilncia como este, pode tornarobrigatria a notificao destas variveissem depender da promulgao de leisespecficas, valendo-se da legislaoexistente, regulamentando aobrigatoriedade do mesmo modo comose faz com as doenas infecciosas denotificao compulsria.Abrangncia de sistemas de vigilncia deexposies ocupacionais a substnciastxicas

    Tal assunto pode constituirrelevante problema de sade pblica emdeterminadas regies de um estado mas

    no em outras, em determinados estadose no em outros. O que nos leva a concluirque sistemas de vigilncia como estepodem ser de elevado interesse emdeterminadas regies do pas e de menorrelevncia em outras. O que nodesqualifica o assunto enquanto problemade sade pblica de abrangncia nacional,diante do fato de que h diversos estadoscom parque industrial, agrcola e deservios bastante desenvolvidos, onde oproblema manifesta-se de modo maisexuberante.

    Por outro lado, as anlises demarcadores biolgicos de exposio emsade ocupacional so realizadas pornmero relativamente pequeno deinstituies e as informaes produzidaspodem interessar a servios de sade demunicpios ou estados diferentes daquelesem que esto localizados os laboratrios.Poucos municpios dispem de pessoalhabilitado para desenvolver e mantersistemas de vigilncia com estascaractersticas, e os custos de desenvol-vimento e manuteno de sistemas devigilncia nesta rea so proibitivos paramuitos municpios. Seu desenvolvimentoa partir dos municpios geraria grandemultiplicidade de esforos, medida quecada municpio interessado teria derecorrer, em princpio, a diversoslaboratrios, muitas vezes localizados emoutros estados para obter as informaesde empresas localizadas em seu territrio.

    Considerando as questes anterior-mente levantadas, o desenvolvimento dalegislao anteriormente apontado, aexperincia desenvolvida nos EUA, pascuja dimenso e organizao federativaassemelha-se nossa, e as questesrelativas experincia e potencialidadesdas instituies atuantes em sade pblica,acreditamos que um sistema de vigilnciacomo este tem melhores chances de seroperacionalizado se desenvolvido ao nveldas secretarias estaduais de sade,notadamente dos estados onde o problema percebido como de maiorimportncia.30,38

    Ao Ministrio da Sade, consideran-do as disposies legais relativas

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    No Estado de SoPaulo, em particular,foi promulgada em1997 a Lei da Sadedo Trabalhador, queobriga oslaboratrios anotificarem autoridade sanitriaos resultados deanlises demarcadoresbiolgicos deexposio.37

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    Vigilncia de Exposio Ocupacional a Substncias Txicas

    organizao do Sistema nico de Sade,39compete contribuir com os estados,estimular o desenvolvimento de taissistemas de vigilncia, conforme asescalas estaduais de prioridades, articulara cooperao entre estados para a trocade informaes e realizar as necessriasconsolidaes e anlises no plano nacional.Variveis a serem coletadas

    Na busca da maior simplicidadepossvel, sem prejuzo da utilidade e dacapacidade de atingir seus objetivos, econsiderando que um sistema devigilncia nestes moldes manuseia elevadovolume de registros, deve-se centrar abusca de informaes em variveis quepossibilitem identificar e caracterizar asfontes de exposio, as caractersticas dasexposies e os indivduos expostos.Procedendo deste modo, favorece-semaior aceitabilidade e se garante maiorquantidade e melhor qualidade dasnotificao dos eventos que estejamocorrendo na comunidade, ampliando-seassim a sensibilidade e representatividadedo sistema.

    Deste modo, apontamos comovariveis fundamentais de seremcoletadas as seguintes:

    Relativas s empresas - razosocial, ramo de atividade de acordo coma Classificao Nacional de AtividadeEconmica, nmero de empregados,endereo completo e Cadastro Geral deContribuintes (CGC).

    Relativas s pessoas - nome, sexoe idade.

    Relativas aos exames realizados- marcadores biolgicos analisados,xenobiticos correspondentes, valoresobtidos, data da realizao das anlises.

    Instrumentos de notificao - estetipo de sistema opera, presumivelmente,com elevado volume de notificaes. Epode operar com relativamente pequenaquantidade de variveis. Para garantirmaior agilidade ao sistema, a notificaopelos laboratrios de toxicologia deve serrealizada, preferentemente, atravs demdia eletrnica, em programa de entradade dados definido pela autoridade

    sanitria. Este programa deve ser desimples manuseio e, se possvel, capazde proporcionar consistncia a algunscampos da base de dados, especialmenteaqueles relativas caracterizao dasempresas. Tal consistncia pode serobtida pela utilizao do CGC comoinformao chave, uma vez que talvarivel dispe de consistncia interna,que possibilita impedir a entrada de valoresesprios, com a vantagem de que a cadaempresa corresponde um nico nmero.

    Disseminao das informaes -dois processos de disseminao deinformaes devem ser considerados. Oprimeiro relaciona-se s necessidades daautoridade local de sade em identificarde modo rotineiro as condies adversasde trabalho existentes na sua rea deresponsabilidade. Neste caso, desejvelque receba oportunamente a base de dadosbruta sobre eventos que estejamocorrendo na sua comunidade,preferentemente por mdia eletrnica,acompanhada de uma breve anliseimpressa, que possibilite reconhecer anecessidade de anlise mais detalhada dosdados recebidos, e identificar asocorrncias de acordo com ascaractersticas de tempo, lugar e pessoa.Esta anlise deve-se fazer acompanhar depertinentes recomendaes tcnicasrelativas aos eventos encontrados,mtodos de controle, toxicologia dosdiferentes agentes qumicos, medidasteraputicas eventualmente disponveis,instrumentos legais para odesenvolvimento de aes de prevenonesta rea, dentre outras.

    O segundo caso refere-se apresentao de anlises mais detalhadasquanto s tendncias histricas dasprticas de biomonitorizao e dasocorrncias de exposies a cada um dosxenobiticos de interesse, conforme ramode atividade, porte e localizao geogrficadas empresas; da identificao de ramosde atividades com cobertura deficiente demonitorizao das exposies dos seustrabalhadores, apesar de haver evidnciasde que submetem seus trabalhadores aexposies mais elevadas do que outros;

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    de condies especiais que mereammaior ateno da autoridade local e dacomunidade, como crianas e mulheresem idade reprodutiva expostas adeterminados agentes txicos; daspossibilidades de uso das informaesexistentes para o desenvolvimento demedidas de controle; sobre as medidas decontrole possveis de serem adotadasdiante de cada tipo de situao; sobre odesenvolvimento e necessidade deaperfeioamento da legislao sobre oassunto, seja em mbito municipal,estadual ou federal, entre outras. Para darconta deste papel, pode ser interessante amanuteno de um boletim epidemiolgicocom periodicidade semestral ou anual, porexemplo, destinado comunidade emgeral, mas especialmente voltado sautoridades locais e regionais de sade.

    Suporte tcnico - semelhana doque ocorre com os sistemas de vigilnciaj em operao em nosso meio, desejvelque a agncia gerenciadora proporcionesuporte tcnico-cientfico para asinstituies executoras de aes decontrole, notadamente as secretariasmunicipais de sade, e s empresas cujascondies de trabalho estejaminadequadas.

    Tal suporte pode ser proporcionadoatravs de documentos de orientaotcnica, com informaes relativas toxicidade, toxicocintica, avaliaoclnica dos expostos, condutasteraputicas para intoxicaes pelosxenobiticos constante da lista do sistemade vigilncia, normas tcnicas existentesa respeito do problema, orientaes geraissobre medidas de controle reconhecidascomo mais adequadas e legalmentedeterminadas e indicao de instituiesde apoio para cada tipo de situaoidentificada.

    Fiscalizao, assistncia e educao emsade pblica

    Quanto participao dasautoridades locais de sade diante doproblema, notar que a elas, alm dereceber informaes e colaborar para obom funcionamento do sistema de

    vigilncia, compete um papel bemdefinido de desenvolver aes depreveno primria, secundria eterciria, com participao subsidiria dasesferas estadual e federal, sempre quenecessrio.38,39 Tais aes, que se realizamatravs da fiscalizao das condies detrabalho, da ateno sade daqueles quej adoeceram e de aes educativasdirigidas comunidade envolvidadiretamente com o problema e comunidade em geral, no se confundemcom vigilncia em sade pblica,conforme defendem LANGMUIR 9,10 eTHACKER & BERKELMAN,14 emboracom ela relacionem-se de modo muitoestreito.

    O desenvolvimento das prticas deinterveno em ambientes de trabalho, deateno sade de trabalhadoresportadores de agravos decorrentes dascondies de trabalho e de educao emsade pblica voltada para este segmentoda populao, assunto assumidorecentemente pelo nosso sistema desade,39 mas j existem diversasexperincias de abordagem destesproblemas por instituies de sade emdiversos estados brasileiros.Fontes de informao e resultadosencontrados

    Embora no disponhamos deinformaes sobre as prticas debiomonitorizao no Brasil como umtodo, sabemos que no Estado de SoPaulo operam atualmente algumasdezenas de laboratrios na produo deanlises de cerca de 30 diferentesmarcadores biolgicos de exposioocupacional a substncias txicas, comproduo superior a 160.000 anlises porano; ao que tudo indica, com freqnciano desprezvel de exames cujosresultados indicam exposies elevadasa diversas substncias.

    Conforme se pode ver emNEVES,40 estudo de amostra da produode um destes laboratrios (Setor deToxicologia Industrial do SESI Leopoldina, entre julho de 1995 e junhode 1996), com 4.992 anlises, de 2.652

    O desenvolvimentodas prticas deinterveno emambientes detrabalho, de ateno sade detrabalhadoresportadores deagravos decorrentesdas condies detrabalho e deeducao em sadepblica voltada paraeste segmento dapopulao, assuntoassumidorecentemente pelonosso sistema desade.

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    Vigilncia de Exposio Ocupacional a Substncias Txicas

    trabalhadores, de 32 empresas, revelou aexistncia de 17 empresas, de diversosramos de atividade econmica, com pelomenos um resultado de exame superioraos valores utilizados como limites, emque 14 delas apresentaram dosagenselevadas dos marcadores de exposio aochumbo (25g/dl de chumbo no sangue),duas ao mercrio (20d/l de mercrio naurina), uma ao cido hiprico (2,5g/g decreatinina, de cido hiprico urinrio) eao fenol (250mg/g de creatinina, de fenolurinrio).40

    No universo amostrado verificou-sea existncia de 731 indivduos com pelomenos um resultado de anlise cujo valorfoi superior ao estabelecido como limite,para cada um dos quatro marcadoresacima. Os valores utilizados como limitespara o chumbo e mercrio so aquelesdefinidos pelo registro de exposies emoperao no estado norte-americano deNova Iorque.30 A Tabela 1 mostra comoas anlises de chumbo no sanguerealizadas se expressam conforme asempresas e resultados obtidos.

    Note-se que, de acordo com adefinio do que seja valor seguro de

    exposio, teremos variaes bastanteexpressivas na freqncia de casos,como se pode ver na Tabela 1, onde soapresentadas as freqncias de anlisessangneas de chumbo com resultadossuperiores ao IBMP adotado em nossomeio (60mg/dl de sangue) e ao valorestabelecido como limite no Estado deNova Iorque (25 mg/dl de sangue), com81 trabalhadores no primeiro caso e 720no segundo.

    O mesmo se passa com o mercrio,cujo nmero de trabalhadores comresultados alterados passa de dois paranove, dependendo da utilizao do IBMP(33 g/dl de sangue) ou do valor adotadocomo limite para o Estado de Nova Iorque(20 g/dl de sangue). Os exames demercrio alterados esto localizados emduas empresas, sob quaisquer dos doiscritrios.Consideraes Finais

    A provavelmente baixa adeso dasempresas aos programas demonitorizao de exposiesocupacionais a substncias txicas, comsubstanciais diferenas de prticasconforme os ramos de atividade, porte

    Fonte: Setor de Toxicologia Industrial do SESI (Leopoldina)Obs1.: cada trabalhador pode ter apresentado mais de um resultado de exame com resultados alteradosObs.2: o laboratrio no dispunha de informaes completas sobre as empresas por ele atendidas. As informaes foram buscadas ento na base de dados RAIS/MTb (Relao Anual deInformaes Sociais - RAIS/MTb, em CD-ROM), que no se mostraram completas no perodo estudado.*CNAE = Classificao Nacional de Atividade Econmica

    Ramo de Atividade (CNAE*)

    Fabricao de pilhas, bateriasRamo no identificadoRamo no identificadoFabricao de produtos cermicosRamo no identificadoRamo no identificadoRamo no identificadoRamo no identificadoFabricao de produtos de plsticoFabricao de aparelhos e equipamentos de telefoniaMetalurgia de metais no ferrososRamo no identificadoFabricao de tratores, mquinas...Ramo no identificado

    -

    Empresa

    BCDHKLUXZABACADAEAH

    Total

    Trabs. com>=60 g/////dl

    58-

    -

    -

    3-

    -

    -

    13-

    43-

    -

    81

    ExamesRealizados

    1918126

    93284

    49141

    19231

    125145329

    2.893

    Trabs. com>25 g/dl

    45111

    13583

    288

    662

    42145

    28

    720

    TABELA 1 - Resultados de anlises de plumbemia cujos exames foram realizados entre julho de 1995 e junho de 1996,no Setor de Toxicologia Industrial do SESI (Leopoldina), com concentraes iguais ou superiores ao ndice BiolgicoMximo Permitido [IBMP] (60 g/dl de chumbo no sangue) e com concentraes iguais ou superiores a 25 g/dl de

    sangue, de acordo com o ramo de atividade, nmero de exames realizados, nmero de exames alterados e nmero detrabalhadores com resultados alterados

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    Hlio Neves

    das empresas, regies e estados, deveconduzir, ao que tudo indica, a uma baixarepresentatividade deste tipo de sistemade vigilncia. O que no reduz suaimportncia e no impede que se realize,por extrapolao atravs de estudoscomparativos, a identificao de empresasinadimplentes com os programas demonitorizao, mas potencialmentegrandes violadoras das normas desegurana. Tais estudos tendem a serfavorecidos pela abundncia de dadosexistentes, pois somente no Estado de SoPaulo so realizados mais de 160.000exames de biomonitorizao por ano.

    Quanto qualidade das anlisesrealizadas em nosso meio, no temosrazes para crer que as anlises aquirealizadas sejam, na grande maioria dasvezes, da melhor qualidade. Porm, asexperincias de outros pases indicam que possvel modificar este panorama coma adoo de rgidas medidas de controlede qualidade e exigncia decredenciamento dos laboratrios sobdemonstrao de proficincia para quepossam atuar nesta rea.41,42,43,44,45 Para odesenvolvimento de tal tipo de controleas autoridades pblicas devem valer-sedas competncias desenvolvidas pordiferentes instituies, tais como aFundacentro, os diversos laboratrios desade pblica localizados nos estados, oInmetro (Instituto Nacional de Metrologiae Qualidade Industrial), as universi-dades.43

    Uma vez que conta com informaesexistentes, produzidas com outrasfinalidades, por poucas instituies, estetipo de sistema pode dispor de um fluxode informaes bastante simples, semnecessidade do envolvimento de umgrande grupo de pessoas para mant-lo.Alm do mais, tal sistema prescinde deanlises rotineira de dados, que podem serrealizadas em periodicidade semestral ouanual, a ttulo de verificar tendncias econtribuir para a identificao decondies-alvos para programas depreveno.

    Um sistema de vigilncia como estedispe de uma srie de caractersticas que

    lhe possibilita ser flexvel, uma vez queeventuais redefinies de casos, fluxo oucontedos das informaes demandadasse fazem s custas de esfororelativamente pequeno dos envolvidos, ea quantidade de informaes necessrias relativamente reduzida.

    Quanto aos custos, medida queopera com informaes produzidas comoutra finalidade e funciona como umsistema de vigilncia do tipo passivo, talsistema demanda poucos recursos emtermos de pessoal e equipamentos paramanter-se em operao. Assim sendo,pode ser desenvolvido e mantido a custorelativamente baixo, se comparado comoutros sistemas de vigilncia.

    Diversos estados, notadamente osmais industrializados, dispem delaboratrios operantes nesta rea, comose pode verificar na lista de instituiesque participaram do ProgramaInterlaboratorial de Controle daQualidade Analtica de Fenol Urinrio,patrocinado pela Fundacentro.45Laboratrios estes que podem sertomados como fontes de informao dasocorrncias de exposies nosrespectivos estados e regies, medidaque vrios destes laboratrios prestamservios para empresas localizadas emestados diferentes daqueles em que selocalizam.

    O desenvolvimento de sistemas devigilncia como este certamenteproporcionar um robusto conjunto deelementos a respeito da ocorrncia doproblema em nosso meio e estabelecer,de modo insofismvel, a obrigatoriedadede planejar intervenes sistemticas eabrangentes para o controle deste tipo decondio nociva nos ambientes detrabalho.

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