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Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

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Page 1: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Vigilância como prática de Saúde Pública:

A Saúde da Mulher

Terezinha Maria MafiolettiEnfer. Mestre em Saúde Coletiva

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SER HOMEM E SER MULHER:Não é uma definição de natureza biológica;É mais amplo do que possuir determinado

corpo ou órgão genital;Carrega atributos sociais.

“Não se nasce mulher, torna-se mulher”(Simone de BEAUVOIR)

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GÊNERO

É O MODO COMO AS CULTURAS INTERPRETAM E ORGANIZAM A DIFERENÇA SEXUAL ENTRE HOMENS E MULHERES. Mutabilidade: POSSIBILIDADE DE MUDANÇA NA RELAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES ATRAVÉS DO TEMPO.

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GÊNERO

A saúde e a doença estão intimamente relacionadas e constituem um processo cuja resultante está determinada pela atuação de fatores sociais, econômicos, culturais e históricos, isto implica em afirmar eu o perfil da saúde e da doença varia no tempo e no espaço de acordo com o grau de desenvolvimento econômico, social e humano de cada região (Laurell, 1982)

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GÊNERO

Há mais mulheres vivendo em situação de pobreza que homens;

As relações de poder e saúde e distribuição do tempo podem ser mais importantes para medir o bem estar entre homens e mulheres do o rendimento;

As mulheres trabalham mais horas de que os homens, ganham menores salários e cerca de metade deste tempo é dedicado a tarefas não remuneradas- trabalho doméstico.

Vivem mais de que os homens, porém adoecem mais freqüentemente.

Fonte: Fundo das Nações Unidas 2002

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GÊNERO

Determinados problemas afetam de maneira distinta homens e mulheres. Pode-se verificar que isso aparece de maneira marcante no caso da violência. Alta Mortalidade homens, Alta morbidade em mulheres provocada pela violência doméstica e sexual.

Particularidade biológica da mulher – transmissão vertical de doenças como Sífilis e HIV e a mortalidade materna.

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Dados sócio-econômicos da população feminina

Brasil

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População Masculina93 042 111

49,1%

População Total do Brasil

População Feminina96 293 080 50,9%

Fonte: Estimativas preliminares IBGE –Censos Demográficos

População alvoPopulação Feminina acima de 10 anos72.921.373.

Mulheres em idade reprodutiva de 10 a 49 anos, são 57.880.352 e representam 79 % da pop. feminina

30% mulheres negras

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Dados demográficos

Diminuição Progressiva da mortalidade em geral.

Queda abrupta da taxa de fecundidade: De 5.8 em 1970 para 1.8 em 2006 (PNAD Taxa de crescimento populacional de 1.4% ao ano.

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Dados demográficos

Aumento da esperança de vida ao nascer: De 51,4 anos em 1970 para 72.3 anos em 2006. Em mulheres negras é de 66 anos. Novas demandas =Dças crônicas e degenerativas.

Brasil está deixando de ser um país de jovens. Em 2025 ocupará 6º lugar mundial em população idosa com 15% da população com 60 anos ou mais.

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Dados sócio-econômicos e epidemiológicos da população

femininaParaná

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População Feminina5.308.233 50,5%

População Masculina5.203.629

49,5%

Mulheres em idade reprodutiva de 10 a 49 anos, são 3.452.866 e representam 65 % da pop. feminina

População alvoPopulação Feminina acima de 10 anos4.301.450(81%)

NOROESTENOROESTE NORTENORTE

CAMPOS CAMPOS GERAISGERAIS

CENTRO CENTRO SULSUL

OESTEOESTE

LESTELESTE111

222

333

444

666

212121

191919181818171717

1616

222222

555

777888

101010999

202020 111111

121212131313

151515

141414

222222

NOROESTENOROESTE NORTENORTE

CAMPOS CAMPOS GERAISGERAIS

CENTRO CENTRO SULSUL

OESTEOESTE

LESTELESTE111

222

333

444

666

212121

191919181818171717

1616

222222

555

777888

101010999

202020 111111

121212131313

151515

141414

222222

Page 14: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Transição Demográfica - Paraná

6,8

9,5

0

5

10

%

1991 2006

36,2

86,26

0

50

100

1970 2006

Taxa de Fecundidade

Nº médio anual de filhos

População urbana

47,973,8

0

50

100

1950 2006

Esperança de Vida ao Nascer

6,3

1,82

0

5

10

1970 2005

% idosos (60 anos e +) 2.006

%

% %

Fonte: IDB 2007 – Brasil – Rede Integrada de Informações para a Saúde

Brasil: 84,5%

Brasil: 72,3

Brasil: 2,0

Brasil: 9,1

H: 70,7

M: 77

Paraná, em 1991 cada 100 indivíduos jovens 20,5 eram idosos e em 2.006 35,4 (índice de envelhecimento)

H: 8,9%

M: 10,0%

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Principais causas de mortalidade na população feminina

Doenças do aparelho circulatório 22%;

Neoplasias 22%;

Causas externas 19%;

Gravidez, parto e puerpério 3%;

Outras causas 34%.

Fonte: SIM/SVS/MS 2004

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Dez primeiras causas de morte população feminina

1. Acidente Vascular cerebral; 2. Aids; 3. Homicídios; 4. Neoplasias de mama; 5. Acidentes de transporte; 6. Doença hipertensiva; 7. Neoplasia de órgãos digestivo; 8.Diabetes; 9. Doença isquêmica do coração; 10.Neoplasia de colo de útero.Fonte: Pesquisa USP realizadas capitais em 2002 e publicada 2m 2006 pelo MS

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Doenças do Aparelho Circulatório

1ª Grupo de Causas mortesDados Paraná

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Clique para editar o formato do texto da estrutura de tópicos

2º Nível da estrutura de tópicos 3º Nível da

estrutura de tópicos4º Nível

da estrutura de tópicos 5º Nível

da estrutura de tópicos

6º Nível da estrutura de tópicos

7º Nível da estrutura de tópicos

8º Nível da estrutura de tópicos

9º Nível da estrutura de tópicosClique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível

Terceiro nível Quarto nível

Quinto nível

Número de mortes por doenças do aparelho circulatório, por faixa etária, Paraná, 2001 e 2007

Ano 2001 Ano 2007

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

>15 anos 15 a 29 anos 30 a 59 anos 60 e + anos

2001 20070

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

>15 anos 15 a 29 anos 30 a 59 anos 60 e + anos

2001 2007

Coeficiente Geral de Mortalidade por cem mil habitantes, por doenças do aparelho circulatório, por faixa etária, Paraná, 2001

e 2007

HOMENSMULHERS

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Neoplasias

2ª Grupo de Causas mortes

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MORTALIDADE SEGUNDO OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER FEMININO PARANÁ 2008-

( taxa de mortalidade por 100.000 mulheres)

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Causas Externas

3ª Grupo de Causas mortes

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0100200300400500600700800900

10001100

>15 anos 15 a 29anos

30 a 59anos

60 e +anos

MulheresHomens

Número de mortes por acidentes e por faixa etária, Paraná – 2001 e 2008.

Ano 2008Ano 2001

0100200300400500600700800900

10001100

>15 anos 15 a 29anos

30 a 59anos

60 e +anos

MulheresHomens

FONTE:SESA/SVS/DEVE/DVIEP/SIM

Dados preliminares 2006 a 2008

FONTE:DATASUS PARA A POPULAÇÃO

Page 24: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

5

>15 anos 15 a 29anos

30 a 59anos

60 e +anos

MulheresHomens

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

5

>15 anos 15 a 29anos

30 a 59anos

60 e +anos

MulheresHomens

Coeficiente Geral de Mortalidade por cem mil habitantes, por acidentes e por faixa etária, Paraná – 2001 e 2008.

Ano 2008Ano 2001

FONTE:SESA/SVS/DEVE/DVIEP/SIM

Dados preliminares 2006 a 2008

FONTE:DATASUS PARA A POPULAÇÃO

Page 25: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Taxa de mortalidade, segundo idade e sexo, Paraná - 2003

SuicídioViolências

Acidentes

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Transição Nutricional

TENDÊNCIA SECULAR DO EXCESSO DE PESO NO BRASIL

18,6

28,629,5

40,741 39,2

0

20

40

60

HOMENS MULHERES

% I

MC

>=

25

kg/m

2

1975 1989 2003

Fonte:Monteiro,2005

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Freqüência de fatores de risco selecionados na população adulta das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. VIGITEL - 2006.

1

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% de mulheres com excesso de peso VIGITEL – 2.006

24,929,5 30,9

37,742,8 43,1 44,4

0

10

20

30

40

50

%

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MORTE MATERNA

IMPORTANTE CAUSA DE MORTEEM MULHERES EM IDADE FÉRTIL;

Morte relacionada a vivência da sexualidade, portanto não é doença e

82.3% são evitáveis;

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Tendência da Razão de Mortalidade Materna (RMM) no Paraná 1989-2008

69,6

90,586,3 86,1

86,9

93,8

82,077,8

74,4

81,0 79,0

66,4

65,3

57,658,0

69,7

65,6 61,460,3

56,3

10

30

50

70

90

110

Fonte: SESA/SVS/DEVE/CEPMM//PR(*) Dados preliminares

37,77% REDUÇÃO (1990-2008) – 2% AO ANO

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ç í ó -

5 , 2

1 1

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0

5

10

15

20

25

ABORTO

HEMORRAGIAS

DHEG

COMPLICAÇÕESANESTES

IA

INFECÇÃOPUERPER

AL

1989

- 9319

94- 9

81999

- 0320

04- 0

8

(por 100.000nv)

Evolução da Razão da Mortalidade Materna específica das principais causas de óbito materno no Paraná -

1989 - 2008

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DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS MATERNOS SEGUNDO A RAÇA, POR QUINQUÊNIO. PARANÁ. 1989-2008.

53,8

69,88

47,06

3,73

16,58

21,65

14,43

87,24

28,73

8,56

0,21

37,53

75,67

8,54

21,03

0 20 40 60 80 100

1989-1993

1994-1998

1999-2003

2004-2008

TOTAL

NÃO INFORMADO

INDÍGENA

AMARELA

NEGRA

BRANCA

Fonte: SESA/SVS/DEVE/CEPMM/PR

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ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A SAÚDE DAS

MULHERES NO ESTADO DO PARANÁ

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HISTÓRICO POLÍTICAS DE ATENÇAO A SAÚDE DA MULHER

Marcadas por programas materno-infantis, baseada em sua especificidade biológica;

Em 1984, o Ministério da Saúde atendendo as reivindicações dos Movimentos de Mulheres elabora o PAISM.

Em 2004 este programa toma a forma de Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher.

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A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher contribui para a melhoriada saúde das mulheres, garantia de direitos,Ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e reperação da saúde.

Qualifica a gestão e supera a fragmentação das políticas e programas de saúde, por meio da organização de redes regionalizadas e hierarquizadas de ações e serviços.

Estabelece interfaces com as demais Políticas Públicas que possibilitem a melhoria da qualidade de vida das mulheres.

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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER

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Diretrizes da Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher

1. O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da mulher, numa perspectiva que contemple as necessidades de saúde da população feminina, o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo, e a garantia do direito à saúde;

2.          Deverá atingir as mulheres em todos os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das diferentes faixas etárias e dos distintos grupos populacionais (mulheres negras, indígenas, residentes em áreas urbanas e rurais, entre outras);

3.            A elaboração, a execução e a avaliação deverão nortear-se pela perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e pela ampliação do enfoque rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e da saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher;

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Diretrizes da Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher

4.            A gestão do PAISM deverá estabelecer uma dinâmica inclusiva, para atender demandas emergentes ou demandas antigas, porém excluídas do planejamento das ações de saúde, em todos os níveis assistenciais;

5.            Deverão ser compreendidas em sua dimensão mais ampla objetivando a criação e ampliação das condições necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja no âmbito do SUS, seja na atuação em parceria do Setor Saúde com outros setores governamentais, com destaque para a segurança, a justiça, trabalho, previdência social e educação;

6.            A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis da atenção à saúde (da básica à alta complexidade);

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Diretrizes da Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher

7 O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à saúde;

8.            A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à mulher a partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do momento em que apresenta determinada demanda, assim como de sua singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por suas escolhas;

9.            A atenção integral à saúde da mulher implica para os prestadores de serviço, no estabelecimento de relações com pessoas singulares, seja por razões econômicas, culturais, religiosas, raciais, de diferentes orientações sexuais, etc. O atendimento deverá nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem discriminação e sem imposição de valores e crenças pessoais.

Page 41: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Diretrizes da Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher

10.        As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização, compreendido como atitudes e comportamentos que contribuam para reforçar o caráter da atenção à saúde como direito, que melhorem o grau de informações das mulheres em relação ao seu corpo e suas condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas

11.        No processo de elaboração, execução e avaliação das políticas de atenção integral à saúde da mulher deverá ser estimulada e apoiada a participação da sociedade civil organizada, e em particular do movimento de mulheres;

12.        Compreende-se que a participação da sociedade civil na implementação das ações de saúde da mulher, no âmbito federal, estadual e municipal requer repasse de informações sobre as políticas de saúde da mulher e sobre os instrumentos de gestão e regulação do SUS

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Diretrizes da Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher

13.        No âmbito do Setor Saúde, a execução de ações será pactuada entre todos níveis hierárquicos, visando uma atuação mais abrangente e horizontal, além de permitir o ajuste às diferentes realidades regionais.

14.        As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres deverão ser executadas de forma articulada com setores governamentais e não governamentais; condição básica para a configuração de redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção dos resultados esperados. 

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CONSIDERAÇÕES FINAIS!!!

DESAFIOS!!!

Page 44: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

DESAFIOS!!!

Faz-se necessário identificar as desigualdades existentes nas diversas regiões do Estado, a realidade é multifacetada e sua complexidade deve ser considerada na formulação de políticas públicas. (gênero,raça/etnia,localização geográfica,cultura,religião,determinação sexual);

A exclusão da população afro-brasileira e seus descendentes leva à poucas chances de ascensão social dificuldade de acesso a postos de trabalho bem remunerados e qualificados, menores oportunidades educacionais, vivendo portanto nos assentamentos mais degradados em termos físicos e ambientais

Page 45: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

DESAFIOS!!!

Razões de Mortalidade Materna (RMM) elevadas são indicativas de precárias condições sócio-econômicas, baixo grau de informação e escolaridade, dinâmicas familiares em que a violência está presente, e sobretudo, dificuldades de acesso a serviços de saúde de boa qualidade.

Page 46: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Os dados também evidenciam que a atenção ao pré-natal, parto e puerpério não está consolidada nos serviços de saúde. Indicando que as mulheres não recebem informações suficientes para compreenderem a importância da atenção;

A atenção ao parto e nascimento é marcada pela medicalização, pelas intervenções desnecessárias e potencialmente iatrogênicas, e pela prática abusiva da cesariana, isolamento da gestante, falta de privacidade e respeito à sua autonomia. Tudo isso, contribui para o aumento dos riscos maternos e perinatais (Brasil, 2001).

Os dados também evidenciam que a atenção ao pré-natal, parto e puerpério não está consolidada nos serviços de saúde. Indicando que as mulheres não recebem informações suficientes para compreenderem a importância da atenção;

A atenção ao parto e nascimento é marcada pela medicalização, pelas intervenções desnecessárias e potencialmente iatrogênicas, e pela prática abusiva da cesariana, isolamento da gestante, falta de privacidade e respeito à sua autonomia. Tudo isso, contribui para o aumento dos riscos maternos e perinatais (Brasil, 2001).

Page 47: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

DESAFIOS!!!

Feminização da AIDS

A violência doméstica e sexual são um dos principais indicadores da discriminação de gênero contra a mulher.

Page 48: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Promoção da Saúde e Ambientes SegurosPrevenção à Violência e Cultura de PazLinhas de cuidado para vítimas de VSLegislação/Normalização para ServiçosVigilância Epidemiológica das ViolênciasAvaliação de Políticas e Programas EstratégicosArticulação intersetorial para organização de

redes de atenção integral para pessoas em situação ou risco para a violência sexual

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ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Constituição das Redes de Atenção e para atendimento as mulheres em situação de Violência;

Estruturação de Núcleos de Prevenção de Violência e Promoção da Saúde e Cultura de Paz;

Implantação da Ficha Notificação de Violência Doméstica e Sexual e/ou outras Violências (autoprovocadas)

Aumento do número de atendimentos de mulheres, adolescentes e crianças em situação de violência doméstica e sexual em serviços do SUS.

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Saúde mulher negra

O recorte racial/étnico é fundamental para a análise dos indicadores de saúde e para o planejamento e execução de ações.

Alguns problemas de saúde são mais prevalentes, no caso das mulheres negras: Diabetes tipo II, miomas, hipertensão arterial e anemia falciforme.

A precariedade das condições de vida das mulheres negras leva-as a apresentarem também maiores taxas de doenças relacionadas à pobreza como o câncer de colo de útero e mortalidade materna – 6 vezes maior que na mulher branca.

Page 51: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

Saúde das mulheres trabalhadoras rurais

Condições de saúde da população rural especificidade relacionada ao ritmo de trabalho sazonal, aos processos de mobilidade espacial dos acampamentos e assentamentos, e à baixa escolaridade e pobreza, grandes distâncias dos serviços de saúde, o que contribui para tornar os trabalhadores rurais mais vulneráveis às enfermidades.

A exposição aos agrotóxicos, seja ambiental ou ocupacional, aguda ou crônica, pode causar danos aos trabalhadores do campo. Entre os mais comuns estão: a hipertrofia celular que pode levar à ocorrência de câncer, em especial da tireóide e os distúrbios do sistema reprodutivo (Marinovich et al, 1997).

 

Page 52: Vigilância como prática de Saúde Pública: A Saúde da Mulher Terezinha Maria Mafioletti Enfer. Mestre em Saúde Coletiva

DESAFIOS!!!

Elaboração de políticas públicas precisa incorporar o entendimento de que as mulheres lésbicas;

Poucos serviços oferecem atenção à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. A gravidez na adolescência vem sendo motivo de discussões controvertidas. Enquanto existe uma redução da taxa de fecundidade total, a fecundidade no grupo de 15 a 19 anos de idade vem aumentando;

Elaborar política de atenção a mulher em situação de prisão.

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DESAFIOS!!!

Só seremos vitoriosos no enfrentamento desses desafios se –HOMENS E MULHERES SE UNIREM na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, superando as desigualdades e respeitando as especificidades de cada sexo e gênero .

OBRIGADO A TODOS E TODAS