sobre as enfermidades do cacaueiro - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de...

103
I i I

Upload: buiminh

Post on 13-Feb-2019

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I i I

Page 2: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

. .

REVISTA THEOBROMA

Janeiro-Março l~?J Ano UI N9 1

Publicação trime~tral dedicada à divulgação de investigação cientlfica re­lacionada com problemas agronÔmicos e sÓCio-eco­nômicos de áreas cacauei­ras. Editada pelo Centro de Pesquisas do Cacau (CEPECI, Departamento da CÕ·missâo E:><ecutiva do Plano de Reçuperaçâo Eco­nômico-Rural da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).

COMISSAO EDITORIAL

Alvim, Paolio de T, Cruz, Luiz C, Sa-les, José C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTfFICOS

Aitken, William M, Alencar, Maria H. Cabala R., F. Percy Carletto, Geraldo A. Deuimoni Pinto, C.M. Ghosh, Biswa N. lgue, Ko~en Loureiro, Edmar S. Maravalh<U, NeiBon Mariano, Antonio H. Medeiros, Arnaldo G. Pereira, ÇlÓvi• P, Rocha, Henn{nio M. Silva, Luiz F, da Silva, Pedrito Vasconcelos FUho,A.P. VentocHla, José A.

Endereço para correspon­dência {Address for corre­spondence):

Revista Theobroma Centro de Pe•quisaB do Cacau {CEPEC) • Cahca Postal 7 45 • 600 - Itabuna-Bahia

Brasil

Tiragem

3. 000 exemplares.

CONTEÚDO

1. CoMidelt.açõu gvr.a.\.~ ~oblt.e <t4 e~­óelt.M.\.dade~ do caca~e.\.lt.o na Amazo-nia. G.R. Manço .........••.•..•.

General considerations on caca o dis­eases in Amazonia. (Swnmary). p. ll.

2. Sclt.etning oó ~~ngicide.6 agaúut Pk!l­topijtftolt.o; p<tim.\.vOit.<t (6~t{.) 6~tz7 .. .._,. v4fio~. A.l/:o;.,, IJ. M. Rocha e C. RaM.,, ..•....••.....•••....•• ,

Ensaio de fungicidas "in vitro" para o controle do Phytophthora pahnivora (Butl.) Butl. (Resumo). p. ll.

3. ln6t~incia da t~z. teMpe~t.at~lt.<t e ~­midade ~t.eiativa, na e.6pclt.~tação do Phgtcphtho~t.a paimivolt.a (6~tt. I s~t:e. e"' 6.t~lo~ de caco~.u. ti.M. Rocha e A.IJ. Ma.:-.haao •••••••••. ...

The effect of light,temperature and reta­tive hurnidity on sporulation of Phyto­phthora palmi"ora (Butl.) Butl. inca­cao pods, (Summary). p. 25.

4. Te~te~ de g.tau.6 de a~tocompat.\.biti­dade e111 caca~e«o ITheob~t.oma ca­co;o L.J. G. A. Ca~t.iello e J. ~ :i<':ã: v . ........................ ..

Mechani>mu which determine the degree of selfcompatibility of Theobroma ca­~ L. (Sumrnary). p. 35.

5. ~e.,o;tode~ oó the cocoa ~t.egion c6 6ahio~.,6~t.azil. J - Plant-palt.a~it.\.c and ó~t.ee-t.\.uing nematcde~ a~~c­ciated with lt.~bbe~ (Heuea bit.<t~.\.­lüot~i~ Mlletl. A~t.g.l.-r."U. sha.t-~ .... A. LCOÓ·················

NematÓdios da região cacaueira da Ba­hia, Braail. I - NematÓdios para$itos e não parasitos associados com a se­ringueira {lk=A. braailienoi• Mtlell. Arg.). (Ruumo). p. 41.

.,,,. ~ovo; p.taga ao cacaueilt.o no 61t.a~it (!ot­

~ecta, Ccleopte~t.a,Cult.c~ticnido~.el. P. Silva e A. S. Co~ta ....... •••••

A new pest of cacao in Braúl (Inaecta, Co­leoptera, Curcu!ionidae). p. 43,

"

"

"

Page 3: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

• CONSIDERAÇÕES GERAIS

SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO NA AMAZ0NIA"'

As principais doenças fÚngi­cas do cacaueiro na Aina~ônia

são a "vassoura de bruxa" (Ma­rasmius perniciosus Stahe~ "podridão parda" (Phytophthora pahnivora (Butl.) Butl. ), SupÕe­se que a primeira, endêmica em toda a bacia amazônica, exista nessa região desde o século pas­sado, embora sua ocorrência so-

mente haja sido registrada em 1938 (7) e 1943 (4),

As perdas causadas pelo M. perniciosus são de difÍcil esti­mativa, Segundo Vieira (8), a "vassoura de bruxa" causou em Santarém, Estado do Pará, em 1942, prejuÍzos da ordem de 60%. O Quadro 1 apresenta os resul-

Quadro 1 - Ocorrência de "vassouras" em plantação com 10 anos de idade. perÍodo de 09. 09,71 a 02, 02, 72.

100 cacaueiros de urna Munic(pio de Tomé-Açú,

* Fl'utos cmn maia de 5 em de cmnprimento, Os fl'utoe "pecosn não fol'am cmnputados,

~Recebido po.ra publicação em fevereiro, 1972, *~ Eng? Agr., M,S,, Serviço E><perlmental em Bdém, Acordo de Colaboração Técnica

CEPLAC/MA, Belém, Pará, Bra8il,

Revi•la Theobroma. CEPEC, Itabuna, Bra•il, 3(1):3-13. Jan.-mar. 1973.

3

I

I

Page 4: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

....... a a.rrtostragem feita tados de ""'' , nte em Tome-Açu,tam-recenteme 1 , je Estado, a qua reve-bem naque

d~· causadas pelo M. la as per ...,. . -

• · 8 u s e a quantidade de pernlClO -ÍÍvassouras" existentes nos ca-

. As Figuras 1 e 2 mos-cauetros, ~acaueiro "Com um", tram um ~

com 10 anos de idade,e ll1TI exem­plar do clone JCS-39, com 6 anos de idade,atacados por este f~go, Por outro lado, tem-se nohcias de que esta enfermidade t_:m di­zirn.ado extensas plantaçoes de cacau nas Guianas Inglesa e Ho­landesa, na ilha de Trinidad e no

Equador (2).

O principal hospedeiro do M.• perniciosus é o cacaueiro (Theo-

~ ~ L.), embora o cupu­

açu {T. g:randiflorum (Willd) Schurn), planta dom€stica cujo fruto participa da dieta do para­ense, também o hospede, consti­tuindo assizn uma fonte de inÓcu­lo permanente da enfermidade para o cacaueiro.

Quanto 'à "podridão parda", nao se tem referência de percen­tual de incidência em plantações comerciais da Amazônia. Asse­gura-se, porém, que, nos meses de maior precipitação pluviomé­trica, os ataques são mais acen­tuados (Figura 3). A Figura 4 apresenta a distribuição percen­tual de frutos atacados, em dife­rentes épocas doano,emUin

Cacaueiro "Comum" com 10 anos de idade, atacado pela" ' d H vassoura de bruxa" (detalhe). Fazen a St~

elena, Castanha!, PA.

4

l

Figura 2 - Cacaueiro do clone ICS-39 (susceptível), com 6 anos de ida­de, atacado pela "vassoura de bruxa". SEBE, Belém, PA.

campo de produção de sementes em Belém, Pará, no perÍodo de janeiro a julho de 197Z.

O ataque do P. E..._lmivora a plântulas e enxertos de cacauei­ros enviveirados (Figuras 5 e 6) é bastante intenso no perÍodo de janeiro a abril, quando provoca a "queima n. Tal fato leva à su­posição de que a sua existência saprofítica no solo pode determi­nar infestaçÕes de caráter epifi­tótico bastante rápidas nas futu­ras plantações de cacau.

Eventualmente, registram- se casos de "doença rosada" (Cor­ticium saltnonicolor B. et Bred.) ;--;r;-"koleroga" (f.. koleroga), ambas ataca.In os ra.Inos do ca­caueiro. A prizneira ocorre em plantas jovens, fazendo-as defi­nhar quando não controlada, e a segunda, pouco .comum na região

5

cacaueira baiana, apresenta-se em cacauais adultos nas cerca­nias de Belém, Castanha!, Tomé­Açu e ilhas de Barcarena, no Pa­rá, nas épocas mais chuvosas do ano.

NematÓdios ocorrem com certa freq!lência em plântulas de cacau enviveiradas, retardando o seu desenvolvimento. Mudas pro­duzidas na sede do IPEAN, em Belém, PA, apresentaram infes­tação de nematÓdios do gênero Dolychodorus enquanto em outros locais do Estado foram registra­dos ataques pelo gênero Meloido-

-"=·

TRABALHOS DE PESQUISAS

Até hoje são raros os regis­tros sobre as enfermidades do

Page 5: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Figura 3 - Cacaueiro do clone IMC-67 atacado pela "podridão parda": SEBE, Belém, PA, janeiro, 1973.

cacaueiro na região amazônica, tendo sido Pound (7), Vieira (8), Deslandes (4), Dantas (3) e GOn­çalves (5) alguns dos poucos que pesquisaram o assunto,

A fim de atender às necessi­dades do seu programa na região amazônica, a CEPLAC iniciou, em 1970, uma série de pesquisas fitopatolÓgicas no Pará com o ob­jetivo principal de determinar a resistência dos clones introduzi­dos e dos selecionados na Ama­z~ia ao M. perniciosus e p. pal­mlvora e estabelecer medidas de c o n t r o 1 e qu(mico e profilático destas enfermidades, Os traba­lhos objetivam também a avàliar a ocorrência do p. palmivora e

6

M. perniciosus nas populaçÕes cacaueiras da Região e identifi­car e controlar os nematÓdios em plantas enviveiradas.

"Vas-soura de bruxa" (M. pel!.rt..icÜ<IU-6)

As pesquisas em andamento sob r e resistência do cacaueiro ao M.perniciosus baseiam-se em ensaios de inoculação de semen­tes oriundas de cruzamentos de diversos clones com o Sca-6, considerado como a melhor fonte de resistência a este fungo até o momento, No Equador, entretan­to, a resistência desta fonte foi quebrada, sugerindo ser ela ver-

tical e existir naquele Pa(s, uma raça diferente do fnngo.

Observações do autor leva­das a efeito no Equador eviden­ciaram, em ensaios de inocula­ção de sementes para seleção de plântulas resistentes, alguns pontos duvidosos quanto à valida­de do método, pois plântulas sem sintomas do fnngq, selecionadas para plantio em campo, apresen­taram a doença quando adultas, sugerindo duas interpretações; I. A quantidade de esporos ino­culada (ZOO. 000/ml) foi. insufici­ente para provocar a infecção; e Z. O método selecionou a p e na s plantas com resistência vertical ao fungo, O descarte de plantas com sintomas da enfermidade, como é feito no Equador e Trini­_dad, possibilita a eliminação de plantas que poderiam conviver com a enfermidade e produzir. Estes fatos controvertidos sobre seleção de cacaueiros resisten­tes ao M. perniciosus mostram a necessidade de mudar os méto-

..

..

'0

JANEIRO FEVEFIEIF!() MAFI~

dos de pesquisas sobre a enfer­midade até agora nsados,

Atualmente, no s trabalhos conduzidos em Belém, as plân­tulas provenientes de cruzamen­tos são, aos 6 meses de idade, classificadas de acordo com o grau de hipertrofia que apresen­tam. As portadoras de sintomas leves são plantadas no campo junto às isentas de sintomas, a fim de verificar se há ocorrência de resistência horizontal.

Também está sendo tentado desenvolver um método eficiente de inoculação de ratnos de ca­caueiros para ensaiar a resis­tência em enxertos, pois, até o momento, os métodos de inocula­ção de ramos dão resultados muito variáveis (6). Futuramen­te, quando se dispuzer de maior abundância de dados de resistên­cia em plântulas de cruzamentos controlados, será melhor est-u­dada a influência da quantidade de inÓculos do fungo nos ensaios de inoculação,

A8FIIL JUNHO JULHO

Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda" em um ensaio de densidade. SEBE, Belém, PA, per{odo janeiro a julho, 197Z (dados obtidos em 1.326 árvores),

7

Page 6: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Figura 5-"Queima"em plântulas de cacau com 4 meses de idade, causada pelo Phytoph­thora palmivora, Munic(pio de Stil Iza­bel, PA.

As pesquisas sobre o con­tr~le qu(mico doM. perniciosus, ate o momento, não oferecem re­sultados satisfatórios (6). Recen­temente, no Equador, os fungici­das Plantvax e Vitavax, de cará­ter sistêmico, foraxn seleciona­dos em ensaios com plântulas para. ~osterior comprovação e~ cond1çoe_s de campo. Em Belém, estes do1s fungicidas estão se d t d '" n o est~ ':_8 em arvores adultas em

cond1çoes de campo, aplicados no solo e na folhagem dos cacauei­ros. Outros fungicidas s· t • .

deverão lS eml· cos ser testados em no-vos ensaios.

Quando for enco tr d

'

....... naourn ung1c1 ....... eficiente 0 .- . • controle

qu1m1co do M. pern-· , - L<.:lOSUg pode ra oferecer boas -

. perspectivas po1s, C(}mo o fungo e t'" • d

. s a associa­o a tec1dos rnerist 't• . ema 1cos

crescimento(!) e 0 em cacaueiro a-

8

presenta anualmente duas épocas principais de lançamento de ra­mos novos, pode-se estabelecer um esquema de aplicação do fun­gicida para proteger as brota­ções, A proteção dos ramos no­vos determinará wna constderá­vel redução da enfermidade, pois resultará na queda da maior Íon­te de produção de esporos: as nvassouras".

Os trabalhos em desenvolvi­mento deverão enfatizar as pes­quisas sobre o controle qu(mico da enfermidade, pois, ao que tudo indica, a "vassoura de bruxa" será epidêmica nos cacauais a­tualmente em fase de implanta­ção e a serem Unplantados na Amazônia, conforme pode S"er vislumbrado através das Figu­ras-le2.

O J:. palmivora tem apare­cido em locais onde ja.Tnais se

havia suspeitado da sua existên­cia. A sua ocorrência em plân­tulas enviveiradas nos munic(­pios de castanha! e Santa Isabel, PA, onde não se encontram ca­cauais produtivos, comprova sua vida saprof(tica nos solos em n(­vel capaz de provocar epidemias em cacaueiros em in(cio de pro­dução, como ocorreu em 1972, em um ensaio experitnental con­duzido na se de do Instituto de Pesquisas e Experitnentação A­gropecuária do Norte (IPEAN), em Belém (Figura 2), onde a en­fermidade causou preju(:ws esti­mados em 15% da produção,

Com base em experiência da CEPLAG na Bahia e nas condi-

çÕes clitnáticas do Estado do Pa­rá, um esquema que poderia dar bons resultados no controle da npodridão parda", seria a aplica­ção de fungicidas à base de Óxido cuproso na dosagem de 3% em ja­neiro, maio e junho, e a 4% em fevereiro, março e abril.

outro aspecto observado com relação à enfermidade no Pará é a variação do fungo, Fo­ram constatadas, a grosso modo, trê• variações: uma cepa de Be­lém (patogênica ao clone Sca-6), =a de Castanha! e uma outra de Tomé-Açu, apresentando diferen­tes formas de esporângios, O Quadro 2 registra a patogenici­dade destas cepas em frutos de

Figura 6- "0ueima" em enxerto de cacaueiro, causada pelo Phytophthora palmivora. SEBE, Bel~m. PA.

9

Page 7: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 2 - Clones susceptíveis à inoculação artificial de três possí~ veis raças de Phytophthora palmivo1·a em seus frutos, Pefíodo abril-del!lembro, 1972 (Resultados parciais),

diN"ersos clones, decorrente de um teste de inoculação realbado com o objetivo de conhecer o comportamento dos clones frente aos fungos da Região e às suas di f e rentes raças, caso sejain realmente diferentes,

Outras enfermidades

O problema de nematódios em plantas enviveiradas foi re­solvido pelo tratainento prévio do solo com o PMTT (3, 5-dimetil­tetraidro-l, 35-2H-tiodiaJ1;ino- 2 ~

tiono) granulado, sob o nozne co­mercial de Basamid, Isto foi feito aplicando-se uniformemente 2DOgjm3 de solo e revolvendo-se a intervalos de 10 dias, Quaren­ta dias apÓs a aplicação do ne­maticida, o solo pode ser usado para enchimento dos vasos e se­meio do cacau.

As enfern"Jidades causadas p~r C. salmon~color e-º._. koleroga _sao de ocorrencia rara no baixo Atnazonas e podem ser facihnen­te controladas eliminando-se fre­qUentemente os galbos atacados.

LITERATURA CITADA

l. BAKER, R.E.D, and CROWDY, S. H. Studies in the witches'broom disease of cacao caused by Mara51nius pel:niciosus Stab:ol. I. Imperial College of Tropical Agriculture, Department of My­cology and Bacteriology, Memoi.rs No. 7, 8, l'H3., 1944. 2 pts.

2, and HOLl:,IDAY, P. Witches'broom disease uf cacao (Ma-rasmius perniciosus Stahel). Commonwealth·Mycological In-stitute, Phytopatologka.l pape r N"o. 2. 1957. 42 p.

10

3, DANTAS, B. A epifitiologia e o controle da "vassoura de bruxa" e da "podridão parda" do cacaueiro -bases teóricas e resul­tado econômico, Boletim de Agricultura de Pernambuco (Brasil) 16(3-4):239-253. 1949.

... 4. DESLANDES, J. A. Observaç.Ões íitopatolÓgicas na Ama7.Ônia, Bo ... letirn Fitossanitário do Ministério da Agricultura (Brasil) 1(3-4):H9-Z4Z. 1944.

5. GONÇALVES, J, R. C. Theobroma grandiflorurn (Spreng) Schum, as source of inoculwn of witch broom disease of Theobroma V c a c a o L, Tropical Agriculture (Trinidad) 42(3):261-263. 1965,

é. HOLLIDA Y, P, A test for resistance to Marasmius pernid.osus (Stahel). In Imperial College of Tropical Agriculture. Are­port on caZ"ao research, 1954, St Augustine, T:dnl.dad, 1<:]55,

pp. 50-55,

7. POUND, F, J. Cacao and witch broom disease (Marasmius perni­ciosus) of South America, With notes on other species of ~roma, Report on a visit to Ecuador, the Amazon Valley and Colombia, Apl:il 1937 - April 1938, Port-of-Spain, Youille's Printerie, 1938. 58 p.

S.. VIEIRA, J, T. "La.gartão• ou "vassoura de bruxa". Boletim de Agl:icultura do Rio de Janeiro (Brasil) 31(11):39-44. 1942.

RESUMO

Visando a obter subsÍdios para atender à.s necessidades de seu programa na regtao AmazÔnica, a CEPLAC iniciou, em 1970, urna série de observações e trabalho!! de pesquisa relacionados com as e6.fermidades do cacaueiro naquela região.

Em plantações estabelecidas no Estado do Pará, foram realiza­das observações sob:re a ocorrência da "vassoura de bruxa" (Maras­~ perniciosus) e "podridão pal'da" (Phytophthora palmivora) a fim

de detll'rminar a importância destas enfermidades e os pel'Íodos de maior incide"""ncia,

As observaçÕes referentes à "vassoura de bruxa" (setembro a novembro de 1971 e fevereiro de 1972) mostraram que a sua maior incidência ocorre em fevereiro e novembro. O per(odo de maior in­cidência da "p. parda" parece ocorrer entre fins de março e inÍcio de abril (observaçÕes realizadas entre janeiro e julho de 1972).

Para controlar essa!! enfermidades, forazn realizados vários en­saios de resistência, utilizando-se clones introduzidos e material lo~

lJ

Page 8: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

cal seledonado nas expediçÕes à região amazônica. Foram iniciados ensaios de inoculaçÕes com M. perniciosus em sementes oriundas de cruzan1 entos dt diversos clones com o clone Sca-6, considerado como a fonte de resistência de maior consistência até o momento, Os re­sultados são ainda muito preliminares mas já possibilitam melhorar a metodologia de pesquisa para este tipo de ensaio.

Os ensaios com P. palmivora permitiram determinar variaçÕ_es no fungo, Parece eristir na Região três raças distintas, sendo uma delas patogênica ao clone Sca-6.

Também foram iniciados ensaios com de bruxa".

fungicidas sistêmicos, vi­Iniciahnente estão sendo sando ao controle da "vassoura

testados os fungicidas Plantvax futuros ensaios outros produtos çados no mercado,

e Vitavax, devendo ser incluídos nos de ação sistêmica recentemente lan-

Para o controle da npodridão parda" na Região sugerem-se apli­caçÕes de fungicidas à base de Óxido cuproso, na dosagem de 3% du­rante os meses de janeiro, maio e junho e a 4% em fevereiro, março e abril.

Ocorrências de.!:'· palmivora em plântulas enviveiradas, bem co­mo de nematÓdios dos gêneros Dolychodorus e Meloidogyne foram as­sinalados na Região, Os nemat6dios são facilmente controlados pelo tratamento do solo com o nematicida Basamid na proporção de 200 g/m3 de solo.

As enfermidades causadas pelo C. salrnonicolor e C. koleroga são de ocorrência rara no baixo Amazonas e de facil controle.

GENERAL CONSIDERATIONS ON CACAO DISEASES

IN AMAZONIA

{SUMMARY)

To attend the basic prograrn of cacao-crop in Amazonia, observa­tions and research on cacao diseases were started by CEPLAC in 1970.

The economic importance and pe~iods of high incidence of cacao diseases were evaluated, basing on "witches'broom" (M. perniciosus) and on Black-pod (_!:' • .E._almivora) observati.ons.

To "witches'broor:hn indicated a high incidence during February and No:rember while Black-pod occured normaly between the end of March and beginning of April.

12

To contra! these diseases, use of resistant plants are needed. Screening oí resistant material was carried out. Inoculations trials were performed with M. perniciosus in seeds from severa! crosses between clones and local types with Sca-6, the latter being considered as a source aí resistance, Although the results are preliminary, the methodology to assess the resistance has"been improved.

Studies on E_. palmivora variation showed that at least three "strains" occur in the region; one of them is virulent to Sca-6.

Systemic fungicides such as Plantvax and Vitavax, were consider­ed for controlling "witches'broom" in preliminary trials.

Application of cuprous oxide at 3%, during January, May and June, and at 4% during February and March, were recommended for the control of Black-pod.

The occurrence of P. palmivora along with nematodes, Dolycho­dorus and Meloidogyn;- were found in the nursery. The nematodes ~ easily controlled by soil fumig'ahon with Basarnid at 200gjm3 of soil.

Corticium sahnonicolor and .f· koleroga causing diseases are of rare occurrence in the lower Amazonas andare easily controlled.

•••

13

Page 9: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

SCREENING Pky.taphth011.a.

OF FUNGICIDES AGAINST pa.lmivo4a. (BUTL.) BUTL. "IN VITRO"*

A.6 ka Ra.m** He4m1nio Ma.ia. Roeka.*** Chha.tthaa Ra.m****

Black-pod disease of cacao (Theobroma~ L.), caused by the fungus Phytophthora pal­mivora (Butl.) Butl., is one of the most serious disorders of this crop i_n the South of Bahia, Bra­zil, where it causes a annualloss of 20-30 per cent (4). The dis­ease occurs in all cocoa produc­ing countries of the world and has a considerable economic im­portance, ]:. palmivora also causes canker, leaf fall, chupon blight and seedling wilt of cocoa.

Whils t the disease can be controlled by the development of new resistant clones and hybrids the use of fungicides for controll­ing the disease, specially in ex­isting plantations, is of great importance, In recent years there has been a téndency to e­valuate ''in vitrd' the various com­me r c ially available fungicides before applying them directly in the field as it saves both time and money by elirninating inef­fective fungicides, Published lit­erature indicates that a very

~ Received for publicaUon in July, 1972.

limited number of investigations have been carried out on labora­tory screening of fungicides a­gainst P. palmivora. Hislop (2) reported that the growth of ~­palmivora on cassava agar was inhibited by O, 02o/o phenyl mer­cury nitrate and O, 2% fentin (tri­phenyltin acetate). In Brazil, on­ly two investigations (3, 5) have so far been reported on this sub­ject. '

The present study is a part oi' a research programme in which se v e ral fungicides are being screened for their efficacy against p, pahnivora u:o.der labo­ratory ;-onditions, the main ob­jective being to inve stigate the most effective fungicide w-h i c h could control Black-pod disease unde r the environmental condi­tions of cacao region of Bahia.

MATERIALS AND METHODS

Thiity one fungicides of va­rious chemical groups including nine systemic formulations were

~" B.Se. (Ag!, M. Se,, Dlvision of Plant Pathology, CEPEC, lt&bun&, B&hl"-, BraaU. *** Eng? Agr,, M.S., Diviltfon of Plant Palh<>logy, CEPEC, lt&buna, Bahia, Br.•all. .

*~~~ B.Sc. (Ag) Int., M.Sc., Divisio" of Plant Pathology, CEPEC, Itabuna, Bahia, Br&aol,

Re"ista The<>broma. CEPEC, Itabunil., Brasil, 3(1):14-ll. Jan.-mar. 1~73.

14

-

)

'

used in thi.;~ investigation. Al­though different methods for la­boratory screening of fungicides have been suggested by various investlgators in the past, the simple and efficient technique (poisoned food) evolved by Falck (I) has been used in this study. For the experimental work, 15 ml of solld and 50 ml of liquid or­ganic medium (5 g malt extract, 5 g yeast e.xtract, 15 g dextrose, 18 g agar and 1000 ml distilled water) were put in 80 mm Petri dishes and 125 ml Erlenmeyer flasks Í'espectively and were sterUized at 120oc for 15 minu­tes; an equal amount by weight of the active ingredient of each fungicide was used in arder to a v o i d variations between their strengths. The calculated amount of each fungicide was mixed thor­oughly under sterile condition in a pre-sterilized mediurn. followed by inoculations with mycelial di s c s of 6 mm diameter taken from 5 days old pure culture of the test organism. The initial screeniil.g was done at 1000 ppm, and those fungicide s that proved to be effective were tested again at five different concentrations, namely 500; 400; 300; 200and lOOppm. Three replications were made for each treatment, along with controle.

The inoculated flasks and dishes were incubated at labora­tory temperature (23-25°G) and observations were made 7 days after inoculation, In arder to ob­tain a dry sample from the liquid mediwn, the mycelium was fi.l­tered through Whatman filter pa­per No.40, throughly washed with distilled water, dried at a tem-

15

perature of 600C for 48 hours and weighed. The radial growth of the colonies in Petri dishes was measured directly. The inocula treated with fungicides in liq­uid medium did not show any fungai growth after 7 days were transferred to tubes containing the organic mediurn and were in­cubated for 4 days in arder to ascertain if an effective fungicide is either fungistatic or fungitoxic. The name of the active ingredi­ent, its percentage and the source of the fungicides tested are given in Table 1.

RESULTS AND DISCUSSION

The effectiveness of the dif­ferent fungicides tested on con­trolling the growth of ~· palmi­vora in liquid and solid media is shown in Tables 2 and 3 respec­tively. The best fungicides which inhibited growth up to 100 ppm were Actidione BR, BL-1182, Brestan 20, Busan 72, Captan 50, Dithane M-45, EL-273, Maneb and Difolatan, Truban and Zer­late were fungistatic at 100 ppm and 200ppm respectively, while Dikar, Manzate and Miltox were fungitoxic only up to 200 ppm. On solid medium, Actidione BR, BL­Il8Z, Busan 72, EL-273 and Tru­ban completely inhibited the fun­gus growth up to 100ppm whereas Maneb and Miltox inhibited growth up to 200 ppm, Amongst copper fungicides,Kocide 101 was most effective,followed byCupra­vit blue, Cuprosan green an·' Copper Sandoz. The fungícides which appeared to be effective at low concentration "in vitro" will !ater be tested under field condi­tions for the control of Black-pod.

Page 10: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table 1 soul'ce of the fungicidas Table I - Continued.

* Systemic Continued. * Systemic

J7 16

Page 11: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table 2 - Eífectiveness of variou a fungkides on controlling the growth oi Phytophthora palrnivora in liquid mediuhl.

O. O Fungitoxk; O. O* Fungistatic; - Not tested.

The results of the fungicides on solid medium were not the same as in liquid; similar varia­tions were also obtained by Lellis

18

and Matta (3). In general, fungi­cides were more effective in liq­uid, probably due to more difu­sion in this mediurn. Further,

Table 3

- Not tested.

the organic fungicides appeared to be more effecti.ve than copper fungic ides.

Lellis and Matta (3) studied the inhibitory effect of several

19

the growth

fungicides on the gro\\th of P. palmivora on soli.d and li qui. d media and found rhat Copper San­doz at concentrati_on of !00 ppm completely inhibited fungal dc­velopment while othcrs produced

Page 12: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

only temporary inhibition. They found that in liquid medium, all fungicides except Bordeaux mix­ture inhibited growth at concen­tration of 100 ppm; however, in the present investigation Copper Sandoz was not effective even at 300 ppm and Cuprosan green at 200 ppm on solid medium, al­though the method adopted was the same used by Lellis and Matta (3). Medeiros and Rocha

(5) investigated fungitoxic and fungistatic ef.fects of l3 commer­cial fungicides on t h e indirect gerrnination of sporangia of P. pahnivora "in vitro" and found that Brestan 60, Brestan 20 and Dithane .M-45 were more effective as cmnpared to copper formula­tions, whereas in this investiga­tion Brestan-20 was effective a­gainst ~· pahnivora up to lOOppm only in liquid medi um.

LITERATURE CITED

l. FALCK, R. Mycelien 1:153-154. 19ú7.

2. HISLOP, E. C. Studies on the chemical central of Phytophthora palmivora (Butl.) Butl. on Theobroma cacao L. in Nigeria IV. Further laboratory and field trials of fungicides. Annals of Applied Biology 52(3):465-480. 1963,

3. LELLIS, W. T. e MATTA, E. A. F. de. Cmnpetição de fungicida no controle da podridão parda _dos frutos do cacaueiro. In Conferência Interamericana de Cacao, 6~, Salvador, Bahiã", Brasil, 1956, Bahia, Instituto de Cacau da Bahia, 1957, pp. 301-309.

4. MEDEIROS, A.G. Combate da "podridão parda". Cacau Atualida­des (Brasil) 2(1):3-5. 1965.

5. e ROCHA, H. M. Ensaio do poder fungicida e fungistá-tico de produtos comerciais ao Phytophthora pa 1m i v o r a (BIÍtl,) Butl. In Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesqui­sas do Cacau,-RelatÓrio Anual, 19_64, Bahia, Imprensa Ofi­cial. 1965, pp. 28-29.

SUMMARY

Thirty one fungicides of various chemical groups including nine systemic formulations were tested for their efficacy against Phy­tophthora pahnivora (Butl.) Butl. at different concentrations in both liquid and solid media. The fungicides in general were more effective in liquid medium, The organic fungicides which completely inhibited growth of the fungus up to 100 ppm were BL-1182, Brestan 20, Bu­san 72, Captan 50, Dithane M-45, Difolatan and Maneb Sandoz in liq-

20

1

• t

uid mediwn whereas on solid medium, only BL- l 182, Busan ?2 and Truban were effective. The copper fungicides were either fungistatic or fungitoxic only up to 300 ppm. Of nine systemic fungicides screened, only Actidione BR and EL-273 were effective which inhi­bited growth up to 100 ppm.

ENSAIO DE FUNGICIDAS "IN VITRO" PARA O CONTROLE DO

Phy~oph~ho4~ palmivo4a (BUTL.) BUTL.

{RESUMO)

Trinta e um fungicidas de vários grupos químicos, inclusive nove formulações sistêrnicas, foram ensaiados contra Phytophthora palrni­vora (Butl,) Butl., a diferentes concentraçÕes em meios lÍquid~ lido, Os fungicidas, em geral, foram mais eficazes em meio lÍquido. Os fungicidas orgânicos que inibiram completamente o crescimento do fungo até 100 ppm foram BL-1182, :Brestan 20, Busan 72, Captan 50, Dithane M-45, Difolatan e Maneb Sandoz em meio lÍquido, en­quanto no meio sÓlido somente o BL·1182, Busan 72 e Truban foram eficazes. Os fungicidas cÚpricos foram fungistáticos ou fungitÓxicos somente até 300 ppm, Dos nove fungicidas sistêmicos testados, so­mente Actidione BR e EL-273 foram eficazes inibindo o crescimento até 100 ppm.

•••

2l

Page 13: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

INFLU~NCIA DA LUZ, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA NA ESPORULAÇÃO DO

Phytophtho~a patmivo~a (BUTL.) BUTL. EM FRUTOS DE CACAU*

He~m1nio Maia Ro~ha** Antonio Vanta& Ma~hado***

Vários estudos tem sido efe­tuados em condiçÕes de laborató­rio com a finalidade de determi­nar fatores ambientais associa­dos à esporulação do .!:'. palmivo­ra. VariaçÕes na taxa de oxigê­nio e gás carbônico da atmosfera, oscilações da umidade relativa e temperatura e intensidade e qua­lidade da luz têm sido apontados como fato r e s ligados a urna maior ou menor intensidade de esporulação de várias espec1es de Phytophthora (2, 3, 4, 5, 7).

No presente trabalho, deu-se especial atenção à influência da luz associada à temperatura e umidade relativa na esporulação do.!:'· palmJ.vora em frutos de ca­cau.

MATERIAIS E ~TODOS

Foram utilizados frutos de cacau da variedade Comurn, com aproximadamente 4meses de ida-

de. Cinco frutos com lesão pro­vocada pelo .!:'. palmivora (3 dias de incubação) foram colocados em urna câmara de crescimento ISCO, modelo E-3A, com progra­maÇão controlada para luminosi­dade, temperatura e utnidade. Os frutos foram previamente trata­dos pelo método descrito por Ro­cha (6) para induzir a esporu­lação.

O experimento foi dividido em duas fases, testando-se a in­fluência conjunta da temperatura e umidade na ausência e presen­ça de luz (6. 700 lux, ao nível dos frutos). Foram utilizadas tem­peraturas de 15; 20; 25; 3·0 e 350C e umidades relativas tle 70; 80; 90 e JOOo/o,

ApÓs 20 horas de expos1çao dos frutos às condições deseja­das, os esporângios foram remo­vidos dos frutos po~- meio de wn pequeno pincel e colocados em

*Recebido para publicação em fevereiro, 1972-~ Parte dO trabalha "Pesqui•a• Sobre "Podridão Parda' na. Bahia., Bra.oil". apreoenta.do na.

IV Conferência Internacion•l de Peoquisao em Cacau, Trinidad e Tobago, janeiro 1972. « Eng? Agr., M. S., Divisão de Fitopatologia, CEPEC, ltabuna., Bahia, Braoil.

""* Eng? Agr,, M.S,, Divisão de Fisiologia, CEPEC, Ita.buna, Bahia, Br;ooil.

Revista Th.,obroma, CEPEC. Itabuna, Brasil, j(l):ll-Z5. Jan,-mar. 1973,

22

n ' j:l

•••

--------------

10 ml de água destilada. Na aus­pensão de esporângios, colocou­se uma gota de detergente e, em seguida, deternünou-se o seu nÚ­mero com auxfiio de um hemato­citômetro. O número médio de esporângios/ml correspondente a Z5leituras por tratamento foi re­lacionado com a área média es­porulada de cada fruto.

RESULTADOS E DISCUSSÁO

Os resultados (Quadro J) mostram a grande importância da luz na esporulação do.!:'· pal­mivora em frutos de cacau. Ve­rificaram R se drásticas reduçÕes da esporulação na ausência de luz em todas as combinações de temperatura e linlidade ensaia~

das, Encontrou-se que a maior intensidade de esporulação ocor­reu em presença de luz, a 25°C e 80% de umidade relativa, e a to­tal inibição foi observada a 15°C no escuro e a 35oç, com ou sem luz, para todos os níveis de umi­dade relativa ensaiados. Mesmo nas melhores condiçÕes de tem­peratura e umidade (250C e SOo/o

de umidade relativa) a ausência de luz provocou uma redução na esporulaçâo de quase 75%.

Pela comparação dos totais de esporulação, verificou-se que os três fatores ensaiados atuam de forma conjunta no processo, sendo a unüdade relativa, nas faixas mais propícias à esporu­lação, o fator de menor influên­cia.

Os resultados aqui apresen­{ados concordam com os encon­trados por alguns autores, como Brasier (2) e Aragaki e Hine (1), com relação à influência da luz e temperatura na. esporulação de várias espécies de Phytophthora e com os de Medeiros e Alvi.rn (4}, em relação à umidade rela­tiva.

Tendo em vista que os espo­rângios são geralmente conside­rados corno o principal agente de dispersão do .!:'. palmivora, os presentes resultados pode rã o fornecer subsÍdios valiosos para o aprimorrunento dos métodos de controle da "podridã~ pardan.

Quadro I Intensidade de esporulação (número de esporângios/cm2) do.!:'· palmivora em frutos de cacau, em presença e au­sência de luz, sob diferentes condiçÕes de temperatura e umidade relativa (médias de cinco frutos).

23

Page 14: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

CONCLUSÕES 1. A luz,temperatura e umi­

dade relativa exercem urna gran­de influência na esporulação do !:'. palmivora em frutos de cacau, sendo a luz o fator mais impor­tante;

2. As condiçÕes mais favo­ráveis à esporulação do P. pal­mivora em frutos de cac;:u são: temperatura de aproximadamente 250G, umidade relativa de mais

ou menos 80o/o e presença de luz. Total inibiçã.:. foi encontrada a 15oç no escuro e a 350G, com ou sem lnz, para todos os n(veis de temperatura e umidade ensa­iados.

3, Os três fatores atuam de forma conjunta no processo de esporula.ção, sendo que a umida­de relativa nas faixas mais pro­p(cias foi o fator de menor influ­ência,

LITERATURA CITADA

l. ARAGAKI, M, and HINE, B. Effect of radiation on sporangial pro­duction of Phytophthora parasitica on artificial media and detached papaya fruit. Phytopathology 53:854-856. 1963.

2, BRASIER, C,M, The effect of light and temperature on reproduc­tion in vitro in two tropical species of Phytophthora. Tran­sations of the British Mycological Society 52(1):105-113. 1969.

3, GOODING, G, V, and LUCAS, G.B. Factors influencing sporangial formation and zoospore activity in Phytophthora parasitica var. nicotianae. Phytopathology 49:277-281. 1959.

4, MEDEIROS, A.G. e ALVIM, P. de T. Influência do gás carbônico e <\_a wnidade relativa do ar na esporulação do Phytophthora palmivora {Butl,) Butl. Turrialba 17(1):18-22. 1967,

5, MITGHELL, D. J, and ZENTMYER, G. A. Effect o f oxygen and carbon dioxide tension on sporangiwn and oospore formation by Phytophthora spp. Phytopathology (In Press),

6. ROCHA, H. M. A method for inducing the sporulation of Phyto­phthora pahnivora (Butl.) Butl. in cacao pods, ~ Internatio­nal Cocoa Research Conference, 3rd., Accra, Ghana, No­vember 23-29, 1969. Tafo, Ghana, Gocoa Research Institute, 1971. pp. 490-493.

7, WILLIS, W. H. Sporangiurn formation by Phytophthora Dastur var. nicotianae (Breda de Hann) Tucker. the Elisha Mitchell Scientific Society 70:235-243.

Z4

parasitica Journal of 1954.

••

RESUMO

A fim de determinar as condiçÕes de ambiente mais favoráveis à esporulação do Phytophthora palmivora em fruto de cacau, foi reali­zado wn experimento em câmara de creschnento com programação controlada para lwninosidade, temperatura e wnidade,

Em condiçÕes controladas, verifica-se que a esporulação do P, palmivora em frutos de cacau é altamente influenciada pela luz, te~ peratura e umidade; na P!.e:~enç~ de luz, ela é drasticamente reduzi­da; na presença de luz sua mai~r intensidade ocorre a 25°G e 80o/o de umidade relativa.

THE EFFECT OF LIGHT,TEMPERATURE ANO RELATIVE HUMIDITY ON SPORULATION OF

Phytophtho4a paimivo4a (BUTL.) BUTL. IN CACAO PODS

(SUMMARY)

To determine the most favourable conditions for sporulation of Phytophthora pahnivora on cocoa pods an experiment was made in a growth chamber with different light, temperature and hwnidity pro­grams.

Under the controled conditions, it was found that sporulation of .!.'· pahnivora was greatly reduced in the absence of light with the best conditions, being a light regime with a temperature of 25°C, and a relative hwnidity of 80%.

• ••

I

1

Page 15: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

TESTES DE GRAUS DE AUTOCOMPATIBILIDADE EM CACAUEIRO (Th~ob~oma eaeao L.)*

G~~alto Adami Ca~letto** Jo~g~ So~ia V.***

Os programas modernos de implantação e renovação de ca­cauais utilizam hCbridos ou de s­cendências melhoradas que têm UITl ou dois pais autoincompatÍ­veis ou, ainda, populações pro­venientes de pais autocompa­tíveis.

Os progressos alcançados no conhecimento do controle genéti.­co das reações de incompatibili­dade permitem planificar e as­segurar às novas plantaçÕes a probabilidade de manutenção de UITl bom balanço de polinização cruzada que, no cacaueiro, de­pende das mesquinhas do gênero Forcipomyia.

A eficie-ncia de polinização aumenta em populações de plan­tas autocompatÍveis, tanto por efeito de crUzamentos como de autofecundaçÕes efetuadas pela Forcipomyia como por outros agentes polinizadores secundá­rios. Por outro lado, nas áreas onde as populaçÕes de Forcipo­myia são <:oscassas, os ntveis de

polinização cruzada são mais baixos e as populações autoin­compatíveis resultam menos produtivas pela falta de poliniza­ção, 'razão pela qual se recomen­da plantar material autocompa­tível.

Ao tratar de determinar os genÓtipos de incompatibilida­de em vários clones de cacau em Costa Rica, Coral (5) observou diferentes graus de autocompati­bilidade em clones autocompatí­veis, propondo uma teoria gené­tica para explicar o fenômeno. Seu trabalho, contudo, não ofere­ce dados comprobatÓrios da exis­tência de graus de autocompati­bilidade nos clones autocompatí'­veis capazes de fixar caracterís­ticas nas suas descendências e de assegurar nÍveis mais altos de fertilização do material me­lhorado.

Com o presente trabalho, procurou-se comprovar a exis­tência de graus de autocompati-

x, Recebido par;o publicação em eetembro, 1972, ~Trabalho e><traÍdo da teoe intitulada "E:otudos doo Mecani!IITlOS Determinante. de Grauo

de Autocompatibilidade em Theobroma ~·, apreoentada para obtenção do título de M.S, ao IICA·CTE:l, Turrlalba, Costa Rica,

~~ E:ng~ Agr., M. S., Divisão d" Genética, CE:PE:C, nabuna, Bahla, Brasil, ~** Bng~ Agt,, Ph.D., Departamento de Fitotecnia, !ICA·CTE:l, Turrlalba, Coota Rica.

Revista Theobn>ma, CE:PEC, Itabuna, Brasli, 3(1):26-35, Jan.-rnar. 1973.

26

. ' ~.

(

••

bilidade em clones e a hipÓtese genética proposta por Coral (5).

A existência de cacaueiros autoincompatÍveis e autocompatí'­veis foi observada desde 1925 (6). Posteriormente, Pound (lO, 11, 12) confirmou o fato e comprovou que, em alguns casos, o pÓlen de á r v o r e s autoincompatíveis não fecundava outras árvores incom­tÍveis.

Cheesman (3) classificou as plantas quanto à sua reação à po­linização em: a, Autocompat(­veis - há fecundação com pólen de outras árvores autocompatí­veis ou autoincompatíveis; b_Au­toincompatÍveis - há fecundação cOm pÓlen de outras plantas au­toincompatívei.s; e c, Autoincom­patíveis- não há fertilização com pÓlen de outros clones autoin­compat{veis. Posnette (9) encon­trou que a maioria dos clones coletados no Alto Amazonas eram autoincompatíveis e propôs vá­l"ias hipÓteses para explicar o fenômeno, destacando com o as mais importantes a falha de ger­minação do tubo polínico no es­tigma, crescirrlento muito 1 e n to do tubo po!Ínico, falha da singa­mia dos nÚcleos masculinos e fe­mininos ou a ação de fatores le­tais depois da singamia.

Knight e Rogers,em 1955(8), ofereceram uma explicação ge­nética da incompatibilidade em cacau com base na ação de uma série de alelos mÚltiplos "S" em UITl só locus comum, com vários graus de dominância e de ação esporofÍtica. Descreveram cinco alelos coin a seguinte ordem de dominância:

27

C ope (4) demonstrou que a reação da incompatibilidade em cacau se localizava no saco em­brionário, com a fusão ou não fu­são dos Óvulos e os nÚcleos do pÓlen no momento da singamia. Nos clones autoincompatíveis,há­via 25; 50 ou 100% de não fusão, ao passo que nos autocompatíveis havia 100% de fusão. As três proporçÕes de fusão/não fusão encontradas nos clones autoin­compatíveis eram diferentes e geneticamente determinadas, su­gerindo que o sistema de incom­patibilidade em cacau combinava aspectos do controle esporofítico e do gametof{tico. A reação es­porofítica acontece antes da for­mação das tétrades por influên­cia de doi.s pares de genes com­plementários A(a) e B(b)indepen­dentes entre si e dos alelos "5". Estes genes complementários produzem lll7l precursor para a ativação da série de alelos "S" já proposta por Knight e Rogers (8) a que Cape (4) agregam =novo So, A reação gametofítica su­cede depois da formação das té­trades e a fusão ou não fusão dos gametas masculinos e femininos dependem unicamente da diferen­ça ou similarid<tde dos alelos "S" em presença da reação esporofÍ­tica dos genes A/-B/-.

Por oUt~do, a reação de queda da flor é similar para as diferentes proporçÕes de não fu­são nas combinações autoincom­patíveis, tornando-a indistinguí­vel da reação tÍpica esporofítica de controle no estilo e tubo polÍ­nico com ação de dominância dos alelos "5", não explicando os ca­sos de aparecimento de plantas autoincompatíveis em cruzamen-

Page 16: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

tos de clones autocompat(veis de origem "Criollo". Estes casos são satisfatoriamente explicados com a combinação dos dois sis­temas.

Coral (5), em trabalho reali­zado em Turrialba, Costa Rica, sugeriu que havia graus herdá­veis de autocompatibilidade em cacau e propÔs que o caráter era controlado pOr dois pares de ge­nes independentes entre si e dos alelos "S".

MATERIAIS E ~TODOS

O presente trabalho foi rea­lizado no Centro Tropical de En­setlanza y Investigación del Insti­tuto Interamericano de Ciencias Agrícolas (IICA-CTEI), Turrial­ba, Costa Rica, com os seguintes c 1 o n e s autocmnpa.t(veis: ICS-1, UF-667 e UF-29, de fórmula ge­notípica Sff (I, 5).

Utilizaram-se para o estudo dos graus de autocompatibilidade proposto por Coral (5) os méto­dos de sucesso ou insucesso na singamia, sob o modelo espo:t"o­fítico clássico (8), e o de fusão e não fusão de Óvulos (4).

' Para utilização do método de Knight e Rogers (8), foi feito wn

cruzamento dialelo com os clo­nes ICS-1, UF-66? e UF-29, onde se obteve a informação do com­portamento dos cultivares quando autofecundados e cruzados.

Foram feitas 15 polinizações por combinação, segundo a téc­nica proposta por_ Carletto (2), registrando-se o núnrrero de pe-

28

gamentos e abcisÕes 10 dias apÓs, com base nOfl resultados encon­trados por Coral (5) em Costa Rica. ConsideJ:"aram-se, na aná­lise estatÍstica de segregação, as proporções teÓricas obtidas das fÓrmulas genotÍpicas propostas por Coral (5) para cada clone. Estes genótipos na realidade po­dem ser reduzidos às proporções teóricas de segregação de um par de genes, conforme apresen­tado no Quadro I. As propor-. çÕes foram de 1:3; l:l; 3:1 e 4:0, ou seja, 25; 50; 75 e JOO'l'o de graus de autocmnpatibilidade.

Para estudar se os graus de autocompatibilidade têm alguma relação cmn o fenômeno de iusão de Óvulos proposto por Cape (4). foram coletadas flores, 75 horas depois de autofertilizadas_, dos clones ICS-1, UF-667 e UF-29, par a observação microscÓpica, segundo a técnica citolÓgica re­comendada por Johansen (7).

A interpretação dos resulta­dos obedeceu ao seguinte princÍ­pio: de acordo com Cape (4), to­dos os clones autocernpatÍveis deveriam apresentar 100% de fu­são, ou seja, a proporção teÓrica de 4:0. Por outro lado, conside­raram- se também as propor­çÕes alternativas de 1 :3; l: I e 3: J, tendo em vista os resultados re­portados por Coral (5), segundo os quais, em alguns clones auto­compatÍveis, as segregaçÕes de fusão e não fusão dão proporçÕes diferentes.

Para estimar os efeitos pu­ros de tratamentos na análise de x 2, utilizou-se a propriedade de aditividade (13, 14). Calculou-se

'I

' oi

um valor de x 2 total ou de agru­pamento de amostras simples, ou seja, o smnatório de valores in­dividuais de cada X2 calculado. O valor de x 2 real foi determi­nado com base na forma geral das observações dos Óvulos fu­sionados e não fusionados. Por diferença destes dois valores de x2 anteriormente calculados, es­timou-se mn valor de x2 para verificar a homogeneidade da a­mostra e confiabilidade dos dados.

RESULTADOS

Determinação de graus de autocompatibilidade

Com base na metodologia de Knight e Rogers

Os resultados de pegamen­tos e abcisÕes advindos da meto­dologia de Knight e Rogers (8) são apresentados no Quadro l,no qual se incluem também os genótipos de graus de autocompatibilidade, conforme proposto por Coral (5) para os clones e seus lu"bridos, as proporções de fenÓtipos espe­rados e observados e o x 2 para os dados observados.

Clones

ICS- J - Em autofecundação, de­pois de transcorridos os 10 dias recmnendados, mostrou l3 pegamentos e duas falhas. Segundo Coral, este clone tem a fÓrmula xxzz e deve­ria segregar na proporção de 4:0, dando lOOo/o de pega­menta. O x 2 deste resultado

ajusta-se à proporção 4:0, muito embora o resultado não defira também significa­tivamente da proporção de segregação 3: l.

UF-667- O resultado de autofe­cundação deu lO pegamentos e cinco falhas. Segundo o genÓtipo proposto por Coral, este clone deveria segregar na propor;ão de 3:1. A aná­lise de X não mostra dife­rença significativa cmn as proporçÕes de 1:1 e 4:0, a­pesar de se ajustar à pro­porção 3:1.

UF -29 -A autofecnndação do clo­ne UF-29 deu 10 pegaroentos e cinco falhas. o teste de x2

não mostrou diferença signi­ficativa em relação à pro­porção teórica esperada de 3:1, embora o x2 se ajuste também às proporçÕes de 1: l e 4:0.

Híbridos

ICS-1 x UF-667 - 0 valor de X 2

dos resultados obtidos de três pegd.mentos e 12 falhas não se ajusta à expectação da proporção I: 1, proposta por Coral (5). O x 2 mostra que o cultivar está segre­gando dentro da proporção teÓrica de 1 :3 ou seja 25% de compatibilidade em cruza­mento.

ICS-1 xUF-29- O teste de X 2 dos resultados obtidos deste cru­zamento indica que não exis­te diferença significativa en­tre a proporção esperada de

Page 17: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro I - Resultados de: genÓtipos, proporçao teÓrica, observada (pegamentos/abcisÕes) e )1

2 •

proporção

;rcl tabelado 1 Gl O, 05% "'3, 84. * lignificativo ao n(vel de O, 05%.

1:1 e os resultados obtidos. Tampouco diferem significa­tivamente das proporções de 3:1 e 4:0, apesar da segre­gação se ajustar melhor à proporção d-e 3: I.

UF-667 x IGS-1 - A análise do teste de x 2 dos resultados obtidos de 13 pegamentos e duas falhas mostra diferença altamente significativa, indi­cando que não se está cum.­prindo a segregação teórica esperada de 1:1, Por outro lado, não se observa dife­rença significativa entre as proporções alternativas de 3:1 e 4:0, embora os indivÍ­duos se ajustam melhor à proporção de 4:0.

30

UF-667 x UF-29 - O teste de x2

dos resultados obtidos de 11 pegamentos e quatro falhas se ajustam à segregação de 3:1. Mesmo assim, o x 2

destes resultados também se ajusta às segregações de 1: I

e 4:0.

UF-29 x IGS-1 - Os resultados do teste de X2 deste cruzamento com sete pegamentos e oito falhas revelam que a segre-. gação dos indivÍduos se a­justa melhor à proporção teÓrica esperada de 1:1. Não há também diferença signifi­cativa com a proporção de

1:3.

UF-29 x UF-667 - O teste de x 2

não detectou diferença signi-

~­'

ficativa entre a proporção teórica esperada de I: 1 e os resultados obtidos de o i to pegarnentos e sete falhas. Também os resultados não mostrara.u1 diferenças signi­ficativas com as proporções de 3:1 e 4:0.

com base na metodologia de Cape

No Quadro 2 estão apresen­tados os resultados das observa­ções de fusão do nÚCleo polar com um doa nÚcleos do pÓlen dos clones UF-667, UF-29 e ICS-1.

Os dados obtidos com os .,s­tudos citolÓgicos constantes da metodologia de Cape (4) e anali­sados através do teste X 2, reve­lam que, nas autofecundações,to­dos os indivÍduos mostram a pro­porção de 25o/o de óvulos não fu­sionados, não segregando na pro­porção esperada de 4:0, ou seja, 100% de fusão, Desta forma, es­tes clones, que se riam autoin­compatí'veis para C ope (4), na realidade sã o autocompatÍveis, mesmo não dando 100% de pega­mento nos testes de pegamento/ abcisão.

Em todos os casos estuda­dos, o valor x 2 encontrado para estimar a homogeneidade da. a­mostra não alcançou diferença significativa, demonstrando que existe uniformidade nos dados.

DISCUSSÃO

Os ajustes das provas de x 2

às seg:tegaçoes teÓricas de pega-

31

Quadro Z - Resultado do estudo citológico dos clonelil ICS-1, UF-667 e UF-Z9 segundo a metodolo­gia de Cope (4).

F"' Fusão; NF:: Não fusão: T "' Total e "lo F = percentagem de fusão.

mento e não pegamento nas auto­fecundações e cruzatnentos dos clones ICS-1 e UF-29, indicam

Page 18: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

que a proposta de Coral (5) não pode ser rejeitada. Entretanto, surge urna dÚvida sobre a exis­tência dos graus de autocompati­bilidade suge:ida, quando se ob­serva que os valores encontrados para o teste de x2 se ajustam também a outras segregações que não a correspondente à do genÓtipo proposto. No caso do clone UF:-667, por exemplo, que, teoricamente, segundo Coral (5), deveria dal' 75o/o de autocompati­bilidade em autofecundação e 50o/o em cruzamento com o clone ICS-1, não se observou ajuste a esta expectação. O fato dos re­sultados encontl'ados se ajusta­rem a outl'as proporções indica que os genÓtipos propostos para explicar graus de autocompatibi­lidade não são corretos.

As· observaçÕes mencionadas anteriormente opÕem-se à hlpó­te se da existência de graus de autocompatibilidade e de um pos­sível controle genético, sugerindo que as diferenças da autocompa­tibilidade observadas nos clones sejam devidas a fatores fisioló­gicos ou mol"iolÓgicos dos Órgãos florais e à eficiência na mecâní­ca das polinizações,

Por outro lado, é possÍvel que o tamanho da amostl'a esteja influenciando os resultados, urna vez que os valores encontl'ados para o teste de X 2 tomant vál'ias tendências, fato também obser­vado no tl'abalho de Coral (5 ).

Tendo em vista a falta de in­formação anteriol' sobre o pro­blema, é conveniente fazer um estudo sobl'e o tamanho da amos-

3Z

tra que se dev~ considerar para trabalhos desta natureza a fim de se poder obtel' resultados mais claros e que permitam til'al' con­clusÕes mais acertadas,

Os resultados deste trabalho confirmam a teoria de Knight e Rogers (8) e indicam que Sff é l'ealmente o genÓtipo de todos os clones autocompatíveis,

Foi usado também o método ·de Cape (4) com o fim de buscar outra explicação dos possÍveis graus de autocompatibilidade, com base em mais uma informa­ção proporcionada por Coral (5), Este autor encontrou uma gl'an­de variação de proporçÕes de fu­são e não fusão dos nÚcleos pola­res de Óvulos com o nÚcleo gene­l'ativo de pÓleu dos clones ICS-1 e UF-667, quando analisou as in­compatibilidades por este méto­do (4). De acordo com Cape (4), os clones autocompatÍveis deve­l'iam dar J00o/o de fusão, mas os resultados encontrados para os clones UF-667, UF-Z9 e ICS-1 mostram que nenhum deles apre­senta 100o/o de fusão, nem mesmo o Último citado, que foi por ele estudado, Estes dois clones ti­veram Z5o/o de Óvulos não fusio­nados, o que tampouco ajuda a explicar qualquel' diferença em graus de autocompatibilidade,

' Os números de fusão e não fusão de óvulos encontl'ados nes­te trabalho para os clones auto­compatíveis ICS-1 e UF-667 con­firmam o reportado por C oral (5), de que a explicação de lOOo/o de fusão, para se considerar urna planta autocompatível, proposta

"t

por Cape (4), nao se está cum­prindo. As causas das diferen­ças entre os resultados reporta­dos deveria.zn continuar sendo estudados, utilizando pÓssivel­mente os mesnJOS clones que Ca­pe, em diíerentes locais e épo­cas do auo. A teoria de Cape (4) é completa e bem documentada, pelo que se justificam novos es­fol:"ços para compl'ová-la com clones de outras origens.

CONCLUSÕES

], Não se encontrou cornpr<wação genética para a proposta d" Coral da existência de gratHI de autocompatibilidad" em T. caca o.

Z. O fenÔmeno de autocompatibi­lidade é melhor explícado pelo método de Knight e Ro­gers e não se ajusta ao mé­todo proposto por Cape.

LITERATURA CITADA

I, AREVALO, A., CARLETTO, G. A. y OCAMPO, F. Determina­ciÓn de los genotipos de incompatibilidad Ó compatibilidad en varias clones de cacao. Revista Theobroma (Brasil) 2(Z): 33-38. 1972.

2, CARLETTO, G,M. A polinização controlada na flor do cacauei­ro. Bahia, Brasil. Instituto de Cacau. Boletim Técnico n'? 6. 1946. pp. 5-30.

3. CHEESMAN, E. E. The botanical programme of 1937. ~ Impe­rial College of Tropical Agriculture. Annual Report on Ca­cao Research 7:1-2. 1938.

4. COPE, F. W. The mechanism of pollen incompatibility in Theo­~ ~L. Heredity 17:157-182. l96Z.

5, CORAL, F.J. Estudo comparativo das teorias sobre o controle genético das incompatibilidades do cacaueiro (T h e o b r om a cacao). Tesis Mg. Se, Tul'rialba, Costa Rica, Instituto In­te"rãmericano de Ciências AgrÍcolas, 1970. 5 J p.

6. HARLAND, S. S, Some botanical pl:"oblems of cacao, Tl'opical Agriculturist (Ceylon) 64(4):Z89-Z9l. l9Z5.

7, JOHANSEN, D, A. Pla'llt microtechnique. London, McGraw-Hill, 1940, 132 p.

8. KNIGHT, R. and ROGERS, H. H. cacao. Heredity 9(1):69-77.

Incompatibility 1955.

in Theobroma

9. POSNETTE, A.F. Incompatibility aud pollination in cacao. Im­perial College of Tropical Agl'iculture (Trinidad). Annual Report on Cacao Research 7:19-20. 1938,

10, POUND, J.F. Studies of fl'uitfulness in cacao. II. Evidence for partia! sterility. ~E Imperial College of Tropical Agricultu­l'e. Annual Report on Cacao Research l:Zl-Z8. 1932.

33

Page 19: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

11. POUND, J.F. Certain barren types of cacao. In Imperial College of Tropical Agriculture, Annual Report o-;;_ cacao Research 4:11-15, 1935.

12. ---,.= Studies of fruitfulneas in cacao, compatibility and its implications. In Tropical Agriculture, Annual Report 4:17-19. 1935,

V. Conditional self Imperial College of on Cacao Research

13. STEEL, R. G. D. and TORRIE, J.H. Principies and procedures of statistics, New York, McGraw-Hill, 1960. 481 p.

14. STRICKBERGER, M. W, Genetics. New York, MacMillan, 1968. 868 p.

RESUMO

A presente investigação tem COlno finalidade comprovar a pro­posta de Coral da existência de graus de autocompatibilidade em ca­caueiro e, ao mesmo tempo, determinar se o fenômeno está regulado pelos mecanismos genéticos de herança.

Para estudar os graus de autocompatibilidade, tomou-se como base os métodos de Knight e Rogers, de pegamento e abcisÕes de flo­res, e o de Cape, de fusão e não fusão de Óvulos.

Os resultados de pegamentos e abcisÕes forrun conseguidos atra­vés de um cruzamento dialelo entre os clones ICS-1, UF-667 e UF-29. A análise estatí~tic~---;t~a-;.f~do teste de X2 revelou que as segrega­ções em autofecundaçÕes se ajustam à proposta de Coral, quando, po­rém, observados os resultados dos cruzamentos recÍprocos, não se ençontrou, em alguns casos, ajuste à expeçtação teÓrica.

Além disto, os resultados da maioria das combinaçÕes ajusta­ram-se também a outras segregaçÕes. Observou-se ainda que o ta­manho da runoptra foi pequeno e pode estar influenciando os resulta­dos. De acordo com as tendências observadas para os valores de x 2 , não se encontrou evidência para a proposta de Coral de graus de au­tocompatibilidade. Todos os clones estudados são autocompatíveis e esta condição é melhor explicada pelo método de Knight e Rogers e não pelo de Cope,

Quando se analisou os dados de fusão e nao fusão de Óvulos para testar o funcionamento da teoria de Cape, encontrou-se que os três clones não se ajustavam à expectação teÓrica de IOOo/o de fusão e sim à proporção de 3:1 ou seja 25% de Óvulos não fusionados, resultado que também não oferece condições para explicar graus de autocom­patibilidade,

34

,~ .. ,

MECHANISMS WHICH DETERMINE THE DEGREE OF SELFCOMPATIBILITY OF Theob4oma eaeao L.

(SUMMARY}

The main purpose of the study was to check a hypothesis con­cerning degrees of selfcompatibility in cocoa, as proposed by Coral, and at the same time to determine whether this phenomenon is re­gulated by the genetic mechanism of heredity,

In arder to study the degrees of selfcompatibility, the studies of Knight and Rogers on the setting and absci.ssion of flowers and that of Cape on the fusion and non-fusion of ovules, were used as the base. In addition, a cytological study was carried out on the chromosome pairing in the formation of pollen and its normality in order to know its behavior in relation with the proposal.

The resulta of the settings and abscissions were obtained through a diallelic cross between clones ICS~l, UF-667 and UF-29. The statistical analysis through the x 2 test showed that the segregations selfing adjusted to Coral's proposal, however, when the results of the reciproca! crossings were observed, an adjustment to the theoretical expectation was found in some cases, Besides this, the results of the majority of the <::ombination also adjusted to the other segregations, It was also observed that the size of the sample was small and could be influencing the :results. Accordi.ng to the tendencies for the x 2

values, no evidence was found for Coral' a proposal on the degrees of selfcompatibility. All the clones studied were selfcompatible and this condition was better explained by Knight and Roger's method than by Cope's.

When the data on the fusion and non~fusion of the ovules was analysed in order to prove Cope's theory, it was found out that all three clones did not adjust to the theoretical expectation of lOOo/0 fu~

sion and that they did adjust to the 3: l proportion, that is, 25% of the ovules did not fusion, thus not offering conditions to explain the de­grees of self<::ompatibility.

•••

35

Page 20: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

NEMATODES OF THE COCOA REGION OF BAHIA, BRAZIL I - PLANT-PARASITIC AND FREE-LIVING NEMATODES

ASSOCIATED WITH RUBBER (Hevea b~aói!ien&ió MUELL, ARG)*

Ravi Va~t Sha4ma** Piete~ Aa~t Albe~tu& Loo6***

R u b b e r production is in­creasing in Brazil, and tbe trend is likely to continue in the for­seable future. Hevea brasilien­sis Mliell. -Arg,, known as Para rubber, was first collected from the Amazon Ba sin and na m e d after the Para District of Brazil. It is grown at lower altitudes and is known as low land type tree, As little infonnation is available at present it is considered useful to review the nematological works and observations carried out in Nigeria (1) and in Brazil (4).

Rubber ill susceptible to dis­eases and ins~cts, where as the role of plant-pãrasitic nematodes is still unknown. Therefore the main object of this investigation was to determine the occurrence and distribution of plant-parasitic and free-living nematodes asso­ciated with r u b b e r in Bahia, Brazil.

MATERIALS ANO METHODS

In May, 1971, the first gen­eral survey of nematodes wa s started to determine the genera of known and possible plant-par­asitic nematodes besides free­living nematodes present in dif­ferent crops, including rubber in the Cocoa Region of the State of Bahia. Data on the distribution of plant-parasitic nematodes ac­cording to host, soil texture and geographic axea was xecorded in order to study the nematode problem.

F o r economic reasons the survey was limited to sites where trees showed poor growth o r declining symptoms. Sampling sites, soil type, number of sa.m­ples collected from the rhb:os­phere of rubber nursery plants and trees are listed in Table 1, About 1. 5 kg of soil and 100 g of f e e de r roots were collected in

* Recelved for public&tion in September, 197l. "* B.Sc. (Ag), M.Sc., D.Sc., Divieion of Etttomology, CEPEC, ltabuna., Bahia, Braell.

*"* Du. Nematologt.t, ~ndbouwhogeechool, Wageningen, The Netherland•,

Revi•ta Theobroma. CEPEC, ltabuna, Bra.il, 3(1):36-41. Jan.-rnar. 1973.

-

,..

Table 1 - Sa.mpling sites, soil type and nwnber of samples collected from the rhizosphere of rubber nursery planta and trees in Coco<>. Region of Bahia, Brazil.

plastic bags using a spade to dig from 5 to 6 spots up to 40 em depth within a radius of 150 em and 40 em from tree trunk and nursery plants respectively.

Individual samples were thoroughly mixed together, and 100 g were removed for the pur­pose of nematode recovery. A modified decantation cotton wool filter technique (2) was used for recovery involving the use of sieves with pore sizes of 1000 Jl,

105 \l and a staple of three sieves of 44\l each mesh prior to nema­tode cotton wool filters. The holdback of 1000 \l sieve gave the f in e r roots free from organic matter which were then placed in Petri dishes and shredded care­fully with stout steel needles under the dissecting microscope in order to locate the position of nematodes in the tissues. The holdback of 105 \l sieve was pass­ed througb nylon sereens of 125 \l

placed in Petri dishes containing

37

20 ml of tap water in order to collect larger nematodes. The filtrate of 105 \l sieve was mixed with the holdback of 44 \l sieves and afterwards passed tbrough double cotton wool filters.

T h e nernatode suspensions were collected from the extrac­tion trays and Petri dishes after 24 hours, mixed together, and made up to 100 ml. Later on ne­matode populations were deter­mined and analysed up to generic levei using stereoscopic micros­cape. The nematodes were killed and fixed in 5o/o formalin and per­manent mounts were prepared in pure glycerin (3).

RESULTS ANO DISCUSSION

Assessment of economic lev­eis of crop injury lay outside the scope of the present survey. The syrnptoms of the diseased rubber plants and the associated nema­todes up to generic leve! were reported earlier (4). The plant-

Page 21: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

parasitic and free-living nemato­des found are Iisted in Tables Z and 3. Plant-parasitic nematodes oi the genera Xiphinema and ~ ratrichodorus, some species of which are vir'l.ls vectors, were particularly numerous in the nursery at Itabuna. All the nine

8amples collected írom the nurs­e r i e s contained plant-parasitic and free-living nematodes (Ta­bles 2 and 3),

In established plantations at Terra Nova Estate, Una,the trees with dieback syrnptoms were as­sociated with identified nematode of the genus Paratylenchus, The comparatively healthy tree was totally free from nematodes, In Mocambo Estate, Uruçuca, nine nematodes genera of plant-para­sitic form s were encountered both from healthy and diseased trees (Table 2). High populations of Macroposthonia onoensis with 51 specimens per 100 ml of soil were recovered frmn a healthy tree 'and was absent in the dis­eased tree, Xiphinema larvae, Longidoridae larvae and Crico­nematidae male were present in the samples from healthy trees,

In Agrisma F;.state, Ituberá, a sample collected from the rhi­zosphere of a declining tree with yellowing of foliage and progres­siva dieback symptoms contained four nematode genera of plant­parasitic forms yiz: Dolichodo­rus sp., Trichodorus c f. mono­hfstera, Discocriconemella limi­~. Paratylenchus brachyurus and 15 free-li.ving forma (Table 3). From Boa Vista Estate, Uruçuca, a single sample from a healthy tree growing among di se as e d trees contained seven plant-pa-

38

Table 2- Plant-parasitic nemato­des associated with the r o o t s of Para rubber (.H. braailiensia Mtlell. Arg.) in Bahia, Brazil.

(*) % in the .amples.

rasitic forms, one suapected plant~paraaite (Table Z) and 19 free-living forma (Table 3). The

Table 3 - Free-living nematodes associated with roota of nursery planta and mature Para rubber trees (~ brasi~ Mllell. Arg.) in Bahia, Brazil.

plant~parasitic forme were Aphe­lenchoides sp., Basiria ap., Ro­tylenchulua reniformis, Helicoty­lenchua sp., H. dihyatera, Xiphi­nema sp. (larva), Discocricone­mella cf. limitanea and the sus­pected plant-parasitea waa Aphe~ Ienchus~.

Praty!enchus brachyurus, Ro­tylenchulus reniformia, Paratri-

39

chodorus ~· Xiphinema ~ colurn, X. vulgare, X. denoudeni, Helicotylenchus sp. ,-Meloidogyne ap,, and Pailenchus cf. hilarulua from nuraery plants and the ne­matodes mentioned in Table 2 under the sub-heading, "In esta­blished plantations", are recorded as aaaociated with rubber for the first time in BraZil. Discocrico­nemella limitanea, Dolichodorus

Page 22: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

sp., Helicotylenchus pse.udoro­bustus, Huntaphelenchoides sp., Macroposthonia ono:)ensis, M. coomansi, Paratylenchus sp., Trichodorus cf. monohystera,.IY: lenchus sp., Aphelenchoides sp., and Basiria sp., associated with mature rubber trees are record­ed for the first time, The fol­lowing nematodes, Scutellonema sp., Tylenchorhynchus sp., Ho­plolaimus pararabustus, and sev­era! species of Xiphinema re­corded from Nigeria by Caveness

( 1) were not yet encountered in this survey.

The nematodes recorded in Table 3 are reported for the first time frcnn rubber nursery plants and mature trees. The large num b e r of nematodes isolated from very small quantities of soil as well as the different forms of nematodes present, in­dicate that a study on the eco­nomic ituportance of nematodes on rubber is needed.

LITERATURE ClTED

1. CAVENESS, F. E. Nematology studies 1960-1965. Lagos, Nige­ria, Ministry of Agricultura and Natural Resources, Western Region, Nigeria and U.S.A.I.D. Project 620.11.110,050, (Revised edition). 1967. 135 p.

2. OOSTENBRINK, M. Estimating nematode populations by some se­lectedmethods, In Sasser, J, N. and Jenkins, W. R. Ne­matology. ChapeCHill, University of North Carolina Presa, 1960. pp, 85-102.

3, SEINHORST, J. W, Killing nematodes for taxonomic study with hot f.a. 4:1. Nematologica 12(1):178, 1966,

4, SHÀRMA, R. D. Nematodes associated with cacao and rubber in Bahia, Revista Theobroma (Brazil) 1(3):43-45, 1971.

SUMMARY

A taxonomic survey of nematodes associated with Hevea brasi­liensis Mfiell, Arg. in Bahia, Brazil, was conducted íro~y~ till May, .l972. sp.,

40

mentioned above, a total of 36 genera and 54 species of free-living nematodes of which 19 genera and 25 species were from the nursery plants and 28 genera and 40 species fr= mature trees are recorded for the first time.

NEMATÔDIOS DA REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA, BRASIL. I - NEMAT0DIOS PARASITOS E NÃO PARASITOS

ASSOCIADOS COM A SERINGUEIRA (Hevea b4a4~tle~4~4 MUELL. ARG.)

(RESUMO)

Um levantamento taxonômico de nematÓdios aseociados com a seringueira (Hevea brasiliensis Mfiell. Arg.) na Bahia, Brasil, foi realizado entre maio de 1971 e maio de 1972. Dolichodorus sp., Huntaphelenchoides sp., Meloidogyne sp., Pratylenchus brachyurus, Rotylenchulus reniforrnis, Psilenchus cf. hilarulus, Paratrichodorus minar, Tylenchus sp., Xiphinema ifacolum, X. vulgare, X. denoudeni forazn isolados de p1ântulas enviveiradas e APhelenchoides sp., Basi­ria sp., Discocriconemella limitanea, Dolichodorus sp., Helicotylen­chus pseudorobustus, Huntaphelenchoides sp., Macroposthonia onoen­sis, M. coomansi, Paratylenchus sp., Tl'ichodoru~ c f. rnonohystera, Tylenchus sp. e Xiphinema sp., de plantas adultas no campo. Além dos nematÓdios parasitos mencionados acima, um total de 36 gêne­ros e 54 espécies de nematÓdios não parasitos -dos quais 19 gêneros e 25 espécies, foram isolados de plântulas enviveiradas e 28 gêneros e 40 espécies, de árvores adultas - são registrados pela primeira vez.

• ••

Page 23: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

NOTA

NOVA PRAGA DO CACAUEIRO NO BRASIL • !In&ee~a. Cotecpte.4a, Cu~eulionidae.)

Pe.dJtLto s.u.va.*"' Antônio da. Silva. Co~ta.***

Em fevereiro de 1972, no jardim clonal de cacau do Serviço Experimental em Belém, Pará (Acordo de Colaboração Técnica CEPLAC/MA), foram observados ~érios estragos em folhas de ca­caueiro (Theobroma cacao L.), causados por adultos de um coleÓp­tero,

Trata-se de um coleÓptero da famfiia dos Curculionidae, subfa­mflia Brachyderinae, tribo Naupactini. A espécie foi enquadrada no genero Plectrophorus, segundo a chave de identificação apresentada por Lacordaire (2). Atuahnente, este gênero abrange oito espécies com a seguinte distribuição geográfica na Região NeotrÓpica, segundo Blackwelder (l): .!:'· acuminatus Chevrolat, P. albitarsis Chevrolat, P. bifasciatus Chevrolat e P. unicolor Che;-rolat, na ColÔmbia; P. humeralis Chevrolat e P. quadrimaculatus Chevrolat, no Brasil; P, impressicollis Chevrolat e!:· lutra Dahnan, na Guiana Francesa.

Embora o inseto tenha sido, a prmcfpio, classificado tentativa­mente como!:'· lutra Dalman, exames posteriores revelaram que a sua descrição não coincide com a de qualquer uma das oito espécies conhecidas. Descrição feita posteriormente pelo Dr. E. Voss (Ale­manha} revelou pertencer ele a uma nova espécie que passoU a ser denominada Plectrophorus incertus n. sp.

Este é o primeiro registro de uma espécie do referido gênero observada como nociva a uma planta cultivada - no presente caso, 0

cacaueiro- admitindo-se que as outras espécies possam vir a atacar esta planta na região llmazÔnica.

*Recebido ~ra publicaçio em junho, 1912. H Eng? Agr., F. R. E. S., Divisio de Enlomologla, CEPEC, Itabuna, Bahia, Brlull.

*** Eng9 Agr., Serviço Expt!rimental @J11 Belém, Acordo de Colaboraçio Técnica CEPLAC/ MA, Belém, Pará, Bra•il.

Revi•ta Theobroma. CEPEC, !tabu'"", Bra&ll, 3(1):42-43. Jan.-rnar. 1973.

42

j

I

\1

--------

LITERATURA CITADA

1. BLACKWELDER, R. E. Checklist of the Coleopterous insects of Mexico, Central Ame rica, The West Indies and South Ame­rica. Part 5, Washington DC, Smithsonian Institution, Unit­ed States National Musewn, Bulletin 185. pp. 765-925. 1946.

2. LACORDAIRE, T. Curculionides. In Histoire natureUe des in­sects: Genera des Coleopteres-:' Tome 6, 637 p. 1863.

A NEW PEST OF COCOA IN BRAZIL (ln4ecta, Coleopte~a. c~~c~lionidae)

Serious leaf damage by weevila was observed in February 1972 in the clonal gardens belonging to the joint research program of the Ins­tituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte (IPEAN) and CEPLAC in Belém in the State of Pará,

The weevil was identified as a member of the family Curculioni­dae, subfamily Brachyderinae, tribe Naupactini. The species was placed under the genus Plectrophorus from the identification key by Lacordaire (2).

This genus includes eight species, which according to Black­welder (I) have the following geographic distribution: P. acuminatus Chevrolat, P. albitarsis Chevrolat, P. bifasciatus Che-;rolat and p un~color chevrolat, in Colombia; !:· humeralis Chevrolat and ~- qu'ã~ drunaculatus Chevrolat, in Brazil; !'· impressicollis Chevrolat, and P. lutra Dalman, in F rene h Guiana.

Although the weevil was at first identified as P. lutra Dalman, further exa.mination of the specimens did not corr;-spond to the de­scriptions of any of the eight species already known. It was fina.lly identified as a new species by Dr. E. Voss (Gennany), being called Pk:ctrophorus incertus n, sp.

It is the first record of a member of Plectophorus a.ttacking a cultivated plant, in this case cocoa, and it is suggested that others members of the same genus are likely to become pests of this crop in the Anlazonian Region.

• ••

43

Page 24: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

~----

INFORMAÇ!o AOS COLABO~RES

Os con..;.eitoa e opiniÕes, emitidos no~ artigos, sâo da excl•lsiva Tesponl'a­biiidade dos autores. São aceitos para publicl'Ção trabalhos que se constituam em real contrihlllÇãopara um melhor conhecimento dos t<'mas relacionados com probl";mas agronômicos e sÓcio-econÔmicos de áreas cacalleiras.

Os artigos devem ser datilografados em espaço duplo, com o máximo de 2.500 palavras ou lO íÔlha~ tamanho carU. (28,0 >< 21,5 em), em uma sÓ face e com margen6 de :>em por todos os 1;.<\oa. Os originais devem ser acompanha.­dos de duas cÓpias perfeitamente legÍveis.

Desenh<>S e gráíic<>s devem ser feitos com tinta nankin e não ultrapassa!" a medida de l$,0 ><:ZO,O em; as fotog~aíias devem te-. \5,0 :o: ;>.3,0 <em, empap..t r<>tográrico brilhante com bom contraste. As ilustrações devem ser numeradas e com legendas escritas à máquina, em papel separado. Recomenda-se não dobrá-Ias para evitar dificuldades· na rept-Odução.

As referências no texto devem ser feitas pelo nome do autor, acompanhado do número de ordem da citação bibliográfica. Ex.: MedeiroG (5), ou simples­mente (5). A ttLiteratura Citada" deve ser organi~ada por ordem alfabética dos autores, com nÚrnet-o de ordem, usando-se o seguinte siste~na:

5. MEDEIROS, A.G. Método para estimular a esporulaçâo do Phytophtho­~ palmivor,.(Butl.)BilH. em ptaca<" de f'etri. Phyton Zl(l ):13- 11. 1965.

O resumo não deve exceder meia página d<ttilografa"da, sendo acompanhado de versão em inglês. São aceitos artigoa em português, espanhol, inglês e francêr.

INFORMAT!ON FOR CONTRIBUTORS

Concapts and opinions given in articles are the e::<clusive responsibility of the autho:rs. Only artides ccmcerned with agronornic and social-economi-c prob­lems of cocoa growing areas, which repre~ent a new contribution to the subject, will be acce>'ted for pu.bhcatio"·

Articies should be typed in double Sp«cing With a rnaximum oí Z,SOO words o r I O letter sized pages (2$. O ::< 21. 5 em) with a 3 em m"rgin on ali sides, to­gether with two legible copies.

Drawings and graphs should be prepared with India ink not e,.:ceeding 18. O JC ZO. O em; photographs should l>e 15. O::< 23. O em glossy prh>ts with good cont:raat. Illust:rations must be numbered, with the machine typed subtitles on sepat-ate paper. To avoid ~eproduction dl-iliculties it is recommended that en­clo$ures should not be folded.

Te>:f re[e!"ences should appear with th<! name oí the author and/or the crder number in th.e literatute citati<rtl. The "l..ite~ature Cited" should be numbe.red in alphabetical order employíng the following system:

5, MEDEIROS, A. G. Método para estimular a esporulação do Phytoph­!~ palmivora (Butl.) Butl. em plac«s de Petri. Phyton 22(1 ): 73-77. 1965.

Articles are accepted in Portuguese, Spani~b, English, aod Ft-ench,

44

REVIS1 A THEOBROMA

Abdl- Jullho 1973 Ano UI N? 2

Publicação trimestral dedi­cad;> à divulgação de inves­tigação científica rel~c~onada com problemas agronomt~os e sõdo-econômieos de areas cacaueiras. Editada pelo Cen­tro de Peaqulsas d<> Ca<:a11 (CEPEC), Departa.nent<> da Coll\issiio Executiva do Plano de Recuperação Econônúco­Rural da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).

COMISSÃO EDITORIAL

Alvim, Paulo de T. Cruz, Luiz C. Sa)es, José C. de Vello, Fernando

AsSESSORES CIENTÍFICOS

Aitken, William M. Alencar, Maria H. Cabala R., F. Percy Carletto, Ger,.ido A. Desslmoni Pint<>, C.M. Ghosh, Biswa N. lgue, Kozen Loureiro, Edmar S. Maravalhas, Nelson MMiano, Antonio H­MedeiroS, Arnaldo G. P~;reira, Clóvis P. Rocha, Hermínio M. Silva, Lniz F. da Silva, Pedrito Vasconcelos Filho, A.P. Ventocilla, José A.

Endereço para corresponclên­cia (Address for correspond· ence):

Revisttt Theobroma Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC). Caixa Postal 7 45.600 - Itabnna- Bahia

Brasil

Tiragem 3.000 exeurplares

CONTEt1DO

1. Armadilha automálica de suct;íio no es~udo de microdípteros associados ao cacauetro e ao cacau armazenado. f. A. tl'inder, G.V. dos Santos e P. Silva.

1'1\e study of Mict:odÍ\Itera in cacao planta• tions and warehouses usillg an insect sue· tion trap. {Summaty) p.l2.

2. Algunos fuclores de/ sue/o asociados. con la pror!uCtividad Jd cacaotero en Ba~ui, Bra­sil. A. Cadimil z. e P. de T. Alv•m.

Soil factors affecting root gt<>Wth and y>ekl of cocoa in Bahia, Brazil. (Summary) p. 26.

). Coutrole químico dos inutos filôjagos do ca· caueiro na Bahia~ Espírito Sawto. J. M.

Abreu e G. E. Smith.

Chemical control of the cocoa !eaf-fceding insects in Bahia and Esplrito Santo. (Sum­mary). p. 32.

4. Çolletotrichum' ~{a:.§ associaled wilh co· coa in BaMa. Brazil. A. R4m, C. Ram e /1.

M. Rocha._ ..

Colletotriclmm crassives associado com mur· cha do cacaueiro na Bahia, Brasil. (Re­swno). p. 40.

5. L<:>cuis ,U c~leta e distribtJiçlio de ~t!J!.: !!D!M (Diptera, Ceratopogonidae) rdaciorM· -das com a flor4çiio r frutificaçii~ do ca· caaeiro na Babia. Brasil. S. de}. 5ori<> •. -..

Col)ecting sites and disttil>utioo of F<><c.ioo· !.1)Y@ spp. midges (Diptera, Cerato~ogomdae) related to f\o"'eti.n$ and pod setllng of ca­cao in Bahia, Brazil. (Sum,nary). p. 48.

NOTAS

1/uminaçlio de m~saicos ~"- rddar ,a prep~raçiia de um mapa lopograf;co,/Jma a r~g<an ca· caueira da Bahia. J. de O. Lâte.

Rsdar jmsgery ilumination in the prepsr>otion of a base map for the o;:ocoa region of Bahia, Brazil. p. 54.

"Ncnica simples p~rr~ is>:>/011 MicmcydKs uld (P. 1/Etln.) u. Arx1 fungo responsávd pela •qudma sul-americana" das folha5 da se· ringueira. A. G. Medeiros..

A simple technique to isolate 11\jcrocyclus !!ki (P. Henn.) v. Arx the causal agent of south americ"n rubber \eaf bl\ght. p. SS,

"

Page 25: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I

r '

ARMADILHA AUTOMÁTICA DE SUCÇÃO NO ESTUDO DE MICROD!PTEROS

ASSOCIADOS AO CACAUEIRO E AO CACAU ARMAZENADO*

Joh~ Anthony WindeA** Guy ValéAio do~ Santoh*** PedAito Silva****

O conhecimento do compor­tamento de um animal constitui mn parâmetro para determinar a sua posição no ecossistema onde vive (14), Da[ a necessidade da coleta de dados exatos de suas atividades diária e estaciona], antes de ser iniciado um estudo populacional e elaborada uma ta­bela etária para as espécies con­sideradas, No campo econÔmico, estes dados são importantes para os programas de controle quÍmi­co e/ou biolÓgico de pragas (8).

Os mais variados equipa­mentos têm sido usados para co­leta, amostragem e análise das populaçÕes animais (1, 7, 14) e, dentre eles, as armadilhas de sucção constituem dispositivos importantes para a amostragem das populações aéreas de inse­tos (6).

No presente trabalho, são apresentados os resultados pre­liminares do uso de um dos tipos de armadilha automática de sue-

* Recebido para publicação em julho, 1972.

çao, operada em cacauais frut(­feros e em armazéns de cacau, visando ao estudo de microd(p­

teros.

MATERIAL E ~TODO

Os ensaios foram realizados em setembro/outubro de 1969, em cinco locais da região cacaueira da Bahia, sendo dois em cacauais produtivos do CEPEC (CEPEC 1 e 21 um em cacaual também pro­dutivo das Fazendas Mucambo, em Uruçuca, e mais dois em di­ferentes at"mazéns de cacau tam­bém do CEPEC - Al'"mazéns n'? 1 (gl'"ande e relativamente abet"to) e 2 (pequeno e provido de equipa­mento contl'"oladol'" de temperatu­l'"a e umidade do ambiente). Tan­to os cacaueil'"OS como o seu pro­duto c a c a u et"am da val'"iedade Comum.

Nos ensaios, foi usada uma al'"madilha automática de sucção

** B.A. (Oxon), Divisão de Entomologia, CEPEC. *** Técnico de Laboratório, Divisão de Entomologia, CEPEC.

**** F.R.E.S., Divisão de Entomologia, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, l!abuna, Brasil, 3(2) 3 ·12. Abr.- jun. 1973.

3

Page 26: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

"Johnson & Taylor", que consiste etn urn venti.ladot:" com 30,5 em de diâmetro colocado sobre um cone invertido (Figura l ), que as­pira 900, OO:J litros de ar/hora em velocidade normal (3, 4, 5), Os insetos são aspirados, para uma câmara de tela e deposita­dos em u:m cilindro, também de tela, colocado no vértice do cone, A coleta é separada em discos que caem através de um eixo central para uma câmara, a in­tervalos reguláveis por um me­canismo automático operado ele­tricamente, Os discos são usual­mente cobertos com piret-ro, que age rapidamente e mata os inse­tos sugados. No presente traba­lho, foi usado Dieldrin, uma vez

que não se dispunha de piretNl,e as amostras foram separada" a intervalas,de 60 minutos, durante 24 haras consecutivas,

RESULTADOS

Ensaios de campo

Composição das coletas

Nos cacauais, os d(pteros constituirarn a maioria da coleta total- 96,5% e 79,5% no CEPEC e 81, 1% na~:~ Fazendas Mucambo (Quad-ro l)- e gera.lmente a ma­ioria dos insetos coletados em qualquer ocasião durante as 24 horas de operação (Figura 2).

Figura I- Armadilha automática de sucçao "Johnson & Taylor", ope­'!'ada em um cacaual do CEPEC.

4

,...

Quadro I -

• " w

" • c

<00

•o

•o

'o 00

o:rdens de insetos coletadas em cacauaie safreiros e ar­mazéns de cacau, situados em diferentes localidades da

região cacaucira da Bahia.

'

' 'i" _ _j,

' ' i/\

'v,

'

~~~

" j

--CEPEC

---- CEPEC 2

- -- FAZE!'!OD.S MUCAMBO

' " HORAS 00 OIA

\!

'

" Ffgura 2 _ Distribuição de díptel'os coletada em· cacauais fruttferos

em difel'entes horas do dia, ero três diferentes localidades

da l'egião cacaueil:a baiana,

5

Page 27: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Em sll'guida, por ordenl de importa~nci.a nun1érica, eviden­~·iaranl-se os homópteros, hime­nÓpteros e l~pidÓpteros perfa­zt>ndo os quatro grupos, inclusive os dÍpteros, mais de 94% da co­leta total em todos os casos. Os outros grupos - hem(pteros, co­}eópt<.'ros, tisanópteros, psocÓp­h'ros, dictiÓpteros (Blattidae) etc - comportaram-se como voado­res into>rtnitentes e raramente foram coletados,

Entre os d(pteros, os Ceci­domyiidae e Psychodidae consti­tuíram mais de 60% nos três lo­cais de coleta (Quadro 2). As ou­tras farnÚias - Culicidae, Phori­dae, Ceratopogonidae, Mycetophi­Iidae, Drosophilidae e C:\:lironomi­dae - constituíram porcentagem mÍnima e variável em cada caso. Deve ser enfatizado que o som­breamento pela Ei'ythrina glauca e cacaueiros, concorre para a manutenção de criadouros sem-

pre Úmidos - cascas podres de_ fruto de cacaueiro, manto de fo­lhas em de~omposição no solo, musgos vegetando nos troncos de árvores, pseudocaules e brácteas de bananeira e terrarium de bro­meliáceas - onde usualmente se desenvolvem as larvas destas fa­mflias (17).

Periodicidade de vôo

O vôo dos insetos é periÓdi­co e usualmente tem lugar so­mente durante parte das 24 ho­ras, sendo a palavra "diurno" usada para descrever a periodi­cidade abrangendo o ciclo de 24 horas (6).

A curva de periodicidade de vôo para os dÍpteros (Figura 2) mostrou um aumento entre as 5 e 6 horas da manhã, provavelmente em conseqtlência do aumento de intensidade de luz, um dos prin-

Quadro 2 - FamÍlias de dÍpteros coletados em três diferentes cacau­ais na região cacaueira da Bahia,

6

I.

r

cipais fatores cíclicos do _ambi­ente que influenciam o voo dos

insetos,

os Cecidomyiidae e Psycho­didae mostraram uma atividade geral diurna, enquanto os Culic~­dae exibiram uma curva especL­fica de periodicidade. Os Phori­dae mostraram wn padrão de vôo unimodal, mais ativo entre as 8 e I6horas,enquanto que osMyceto­philidae apresentaram urna curva de vôo vagamente bimodal {Figu­

ra 3),

Enquanto quase todos os re­presentantes das famÍlias de dÍp­teros voam à luz do dia, um con­traste interessante foi apresen­tado pelos homÓpteros (heterÓp­teros) que exibiram urna curva caracteristicamente bimodal, com os picos ao amanhecer e ao en­tardecer, sendo este Último o maior (Figura 3). Esta atividade pode ser da mesma ou de duas populaçÕes diferentes.

Ensaios em armazém

composição das coletas

O ambiente artificial e sim­plificado do armazém n'? 2 pro­duziu um decréscimo marcante na diversidade de espécies cole­tadas (Quadro 1). Mais de 56% do total coletado eram lepidÓpte­ros, dos quais a mariposa Ephes­tia {Cadra) cautella (Walker)- cu­J;llarva ataca o cacat'. armazena­do - constituiu o principal com­-ponente. Intimamente ligado a este fato, houve um aumento na população de himenÓpteros, par­ticularmente do braconÍdeo Mi-

7

crobracon hebetor (Say), parasita da larva desta espécie de mari­posa (12).

Estas duas espécies, em conjunto, constituíram mais de 68% da coleta total em ambos os casos. Qs dÍpteros, menos de 25o/0 da coleta total, mostraram um aumento relativo em nÚmero de representantes de Drosophili­dae e Phoridae, comparado com as coletas de campo.

Periodicidade de vôo

A atividade crepuscular dos lepidÓpteros mostrou aumento acentuado de vôo entre J6e 17 ho­ras, fato que também foi verifi­cado no campo onde, além de Ie­pidÓpteros, foram observadas várias espécies, apresentando lOngos perÍodos de repouso du­rante o dia.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

As vantagens da armadilha usada no presente estudo sobre as tradicionais -luminosas, pe­gajosas etc - se evidenciam em cinco pontos principais: 1. Ofe­rece resultados quantitativos, re­lacionando a amostra com o vo­lwne de ar amostrado e permi­tindo estimar a densidade aérea dos insetos; 2. Colhe amostras, mais ou menos ao azar, durante o dia ou à noite, independente­mente do estado sensorial dos insetos voadores e do fator atra­ção ( 16); 3. Pode ser usada errl ambiente fechado ou a céu aber­to - onde as densidades aéreas sã o máximas e as armadilhas operadas pelo vento, insuficien-

Page 28: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

" zo

" 'o

'

" " "

• 'o o • • > '" ' z

'

'

'

" '0

'

Figura 3

PHOR!DAE

/

CUL.iCIOAE

' I

MYCETOPHILIOAE

HOMOPTERA

.f R_ : ~ ~ '

' " " :'

' "

'

' /'

"

' " " ':

_,?'-

HORAS DO OIA

---CEPEC I

------CEPEC 2

-----·-FA:zENO.t.S MUCAIIII!IO

" N~mero de dÍ:pteros (Phoridae, Culicidae e Mycetophilidae) e Homoptera (Heteroptera) coletados durante o dia em três diferentes localidades da região cacaueira baiana.

8

tes - ou, ainda, em situaçÕes ex­postas, onde a sua eficiência di­minui ligeiramente com os ven­tos acima de 25 km/h, quando os resultados precisam ser estima­dos e cordgidos; 4. A amostra­gem é separada automatic~mente, a intervalos de tempo pre-esta­belecidos; e 5, Apresenta boas

condiç~es de limpeza durante a operaçao, os insetos são recupe­rados em bom estado, a carga e descarga são feitas com rapidez e cada disco é capaz de conter, por exemplo, 3, 000 insetos de 2 rnm de comprhnento,

No caso de sua utilização para obter dados de densidade aérea de insetos alados, deve-se levar em consideração que ave­locidade do vento altera a quan­tidade de ar amostrada bem co­mo a eficiência da coleta varia com o tamanho do inseto { 15 ). Utilizando-se tabelas para amos­trar o fator de conversão {loga­ritmos), que são levadas em conta para estas variáveis, usa­se a seguinte fÓrmula:

IDg. D I.og. Cjh+F=---,..,-,-,.---

28.317 x 103 litros ar

c = coleta F = fator de conversão D = densidade de inseto

No caso de conversão de densidade aérea para a popula­ção total, o assunto é mais com­plicado e, assim, requer tomadas de dados a diferentes alturas {4,

14).

O fato desta armadilha poder ser utilizada em qualquer situa­ção ecológica oferece grandes

9

vantagens. Na região cacaueira da Bahia, onde a eletrificação ru­ral é ainda deficiente, ela f o i operada com um gerador de 110 V/60 ciclos,acionada por um mo­tor a gasolina, sendo facihnente transportado por jipe, permitindo aumentar a flexibilidade de seu

uso no campo.

Admitindo-se que os princi­pais polinizadores do cacaueiro sejam pequenos d(pteros da fa­m(lia Ceratopogonidae {2, 13, 18), nenhum programa de manipula­ção da população, seja natural ou artificial, pode ria se r 1 a n ç a do sem a informação básica da di­nâmica populacional e bioecolo­gia, É neste contexto que a ar­madilha automática de sucção

"Johnson & Taylor" pode ser usa­da para: 1. Auxiliar na solução do complexo de espécies de Ce­ratopogonidae nos seus habitats, atl:'avés de uma coleta sistemáti­ca dos adultos, e um dos exem­plos pode sel:' tomado dos ensaios deste estudo (Quadl:'o 3); 2. Cor­relacional:' a pel"iodicidade do vôo diurno nas observações climáti­cas - velocidade do vento, umi­dade, chuva, nebulosidade etc.­a fi.rn de tJ:"açar as curvas cor­respondentes para estes difel:'en­tes parâmetros; 3. Mostrar as flutuações populacionais por es­tação e por ano, tentando medir a população aérea total; e 4. Cor­relacionar os nomes de prová­veis polinizadores dentro das po­pulaçÕes espec(ficas e a intensi­dade de floração,

Quanto à utilização desta

armadilha nos trÓpicos para in­vestigar a bioecologia da b (f.:.) cautella e de outros insetos as-

Page 29: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 3 - Çe:ratopogon(deoB {Dipte:ra) coletadoB em duaB diferen­tes localidades da :região cacaueira da Bahia.

sociados ao cacau e amen­doim él:rmazenadoB, convém assinalar as tentativas fei­tas neste sentido em Gana {10) e na Nigéria {9, 11),

Os ensaios foram so­mente de natureza prelimi­nar e mostraram apenas as possibilidades do seu uso para obter dados quantitati­vos compreens(veis e segu­ros dos padrÕes de vôo de insetos e as flutuaçÕes de suas populaçÕes,

LITERATURA CITADA

I. HAARLOV, N. Entomologisk indisamlingstekník, med saerling henblik pa de kvantitative metoderB envendelighed. Norsk Entomologisk Tidsskrift 8:265-286. 1966,

2. HERNANDEZ, B,J. ln~;~ect pollination of cacao (Theobroma cacao L.) in Costa Rica. Ph.D. Thesis. Madison, University of Wisconsin. 1965. 167 p.

3, JOHNSON, C.G. A suction trap for small airborne insects which automatically segretates the catch into sucessive hourly samples. Annals of Applied Biology 37:80-91. 1950.

4. ---,.,"""· The distribution of insectB in the air the empirical re­lation of density to height. Journal of Animal Ecology 26: 479-494. 1957.

5, and TAYLOR, L. R. The development of large suction traps for airborne insects. Annals of Applied Biology 43: 51-62. 1955.

6. LEWIS, T. and TAYLOR, L. R. Diurna! periodicity of flight by insects. Transactions of The Royal Entomological Society of London 116:393-479. 1965.

7. __ 7

ccc •nd .,.--~­London, Academic

Introduction to experimental Press, 401 p. 1968:

ecology.

8. MELLANBY, K, Pesticides and pollution. London, Methuen. 1968. 221 p.

9. OURESHI, A, H. and HALLIDAY, D. A record of stored products pests caught in a suction trap operated at dusk at the Nassa­rawa groundnut Stacking area, Kano, Nigerian Sto:red Pro-

lO

10.

duct Research Institute, Annua.l Report. 1964, pp. 31-34.

1964.

RAWNSLEY, J. çadra cautella (Walker), the tropical warehouse moth; biological studies in relation to contrai. Symposium control of Pests, Ghana Academy of Sciences, 4 p, 1964.

11. RILEY, J. Data obtained from two suction traps used to catch flying insects in a groundnut shed at Apapa. Nigerian Stored Product Research Institute, Annual Report 1964. pp. 35-42.

1964.

12. SILVA, P. Controle biolÓgico da "traça do cacau" pelo Micro~ bracon hebetor (Say). Bahia, Brasil, Instituto de Cacau.

Boletim Técnico n9 7. 1947. 39 p.

13. SORIA V., S. de J. Studies on Forcipomyia spp. midges (Diptera, Ceratopogonidae) related to the pollination of Theobroma ca­cao L. Ph.D. Thesis, Madison, University of Wisconsin.

1970. 129 p.

14. SOUTHWOOD, T, R. E. Ecological methods. London, Methuen,

2nd. ed. 1968. 391 p.

}5. TAYLOR, L. R. The standardization of air-flo"': in insect suction traps. Annals of Applied Biology 43:390-408. 1955.

16. ---cc,.· The absolute efficiency of insect suction traps. Annals of Applied Biology 50:405-421. 1962 . •

17. WILLIAMS, R.W. I. Observations on habitats of Culicoides 1arvae in T:rinidad, W.I. (Diptera: Ceratopogonidae), Annals of the Entomological Society of Ame rica 57:462-466. 1964.

18. WINDER, J.A. and SILVA, P. Cacao pollination: microdiptera f of cacao plantations and some of their breeding place s.' Bulletin o f Entomological Research 61:651-655. 1972,

RESUMO

Ensaios preliminares foram realizados com a armadilha automá­tica de sucção "Johnson & Taylor" em plantaçÕes de cacau, bem como em cacau armazenado, em cinco diferentes locais da região cacaueira

da Bahia.

Nos ensaios de campo, mais de 80'1o dos insetos coletados pela armadilha foram dÍpteros. Vários grupos - incluindo os Diptera, Mycetophilidae, P h o r ida e, Culicidae e Homoptera (Heteroptera) -tiveram wna periodicidade de vôo bastante característica. Os lepi­dÓpteros - tanto no campo quanto no armazém -mostraram maior atividade de vôo entre as 16 e 17 horas.

A utilidade desta armadilha é enfatizada para estudos entomolÓ­glcos inclusive aqueles referentes à polinização do cacau,

ll

Page 30: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

THE STUDY OF MICRODIPTERA IN CACAO PLANTATIONS ANO WAREHOUSES

USING AN INSECT SUCTION 'l'RAP

(SUMMARY)

Preliminary trials were carried out with a Johnson & Taylor in­sect suction trap in cacao plantations and warehouses in five different places in the Gacao Region of Bahia, Brazil.

More than 80% of the insects collected in the field were Diptera. Various groups including the Mycetophilidae, Phoridae, Culicidae and also the .Homoptera (Heteroptera) showed characteristic flight activity. The Lep1doptera in both field and warehouses showed greatly increas­ed flight activity between !6:00 and 17:00.

The studies,

versatility of the trap is emphasised for many including those concerning cacao pollination,

•••

• 12

entomological

r

;

ALGUNOS PACTORES DEL SUELO ASOCIADOS CON LA PRODUCTIVIDAD DEL CACAOTERO

EN BAHIA, BRAZIL*

AnZon~o Cad{ma Z.** Paulo de T. Alvim***

Las variaciones en la (erti­lidad natural de los suelos in­cluyendo factores quÍmicos y fÍ­sicos pueden ser responsables por acentuadas diferencias o fal­ta de uniformidad en la produc­ciÓn de las plantas que compo­nen un campo de cultivo. En plantaciones de cacao del sur del Estado de Bahia, Brasil, es muy cort1Ún observar áreas de buena producciÓn, situadas al lado de otras donde las; plantas no se de­sarrollan bien y acusan produc­ciones hajas. Esas diferencias entre áreas buenas y malas sou atribuidas a variaciones en las caracterÍsticas fÍsicas y/o quÍ­micas de los suelos, pera no se ha hecho ningun estudio con el ob/etivo de determinar cuales de esas caracterÍsticas están más intimamente asociadas c ou la productividad de las plantas.

El presente estudio tuvo por objetivo cmnparar los suelos de áreas de alta y de baja produc­ciPn, en aquellas característi­cas que se considerao de mayor

importancia para el desarrollo de las plantas tales como riqueza mineral, profundidad e f e c ti v a, textura, constantes hÍdricas y dureza o resistencia del suelo al corte.

MATERIAL Y MP.TOOOS

Selección db dreas

Los cacaotales utilizados en este estudio están distribuídos por diversas localidades del sur de Bahia, en suelos de las unida­des Itabuna modal (Alfisol), Cepec moda! (Alfisol), Vargito eutrÓfico (Alfisol) e Aluvial arcilloso (En­tisol). Una descripciÓn más por~ menorizada de los diferentes ti­pos de suelos de la regiÓn fué hecha por Silva (7). Las infor­maciones generales acerca de los sitias y sus caracterÍsticas quÍmicas y fÍsicas están indica­das en los Cuadros 1, 2 y 3.

Eu cada hacienda se selec-cionaron dos de alta y otra

areas, siendo una de baja producciÓn,

* Recibido para publicación en diciembre de 1972. ** lng? Agr?, Sector de Física de Sue los, División de Sue los, CEPEC.

*** Ph.D., Fitofisiólogo de! IICA e Superintendente Técnico de Ia CEPLAC.

Revista Theobroma. CEPEc;, Itabuna, Bras H, 3(2): 13-26. Abr.- jun. 1973 .

l3

Page 31: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Cuadro I - Informaciones gene rales acerca de diferentes areas dei sur de Bah(a donde se encuentran los cacaotales estu­diados.

Unidad dei suelo:

A - Aluvia.l (Inceptisoi) C - Cepec (Alfisol) 1 • It.al:ru.na (UltLsol) V- Vargito (Alfi~ol)

~ A- Al-ta

producción B- Baja

producción

14

N - Nula U - Laminar ligera

moderada Nc - No constatada

M -Moderadamente drenado

B - Bien drenado 1 • lmper[ectamente

drenado

Cuadro 1 - Continuación,

Unidad del suelo:

A -Aluvial (Inceptisol) C - Cepec (Alfisol) I • Itabuna (Ultisol) V - Vargito (Alfisol)

~ A -Alta

producción B - Baja

producción

en la misma unidad de suelo, Aparentemente los árbole s de ca.cao eran de la misma edad y desarrollo, aconteciendo lo mis­

. mo con los árboles de sombra, Esta apreciaciÓn cabe para todos los árboles de las áreas estudia­das. En cada <Írea se mal'Caron 50 plantas en una superficie de aproximadamente 600 m2,

N - Nula M - Moderadamente drenado LI - Laminar ligera

Lm - Laminar B - !Hen drenado moderada

Nc - No constatada I - rmperfect-amente

drenado

15

La producciÓn de cada área fuê estimada por media del con­taje de frutos cosechados durante los arios de 1966, 1967 y 1968. Para expresar los datas en kg de cacao seco por hectárea se con­siderá un número medi.o de 833 plantas por hectárea y un peso promedio de 34 gramas de al­m.,ndras por fruto,

Page 32: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Cuadro 2 - Caracteristicas qurmicas de los suelos del sur de Bahfa donde se encuentrau los cacaotales esl:udiados,

];2:~~~-~-n:

:Uxuçuca c

Unidad del A -Aluvial (Inceptisol) C - Cepec (Alfisol)

suelo: r Itabuna (Ultísol)

V - Vargito (Alfisol)

,,

S"' Suma de bases A"' Alta producción B "' Baja producción

I

1

cuadro 3 - CaracterisUcas ffsicag de los suelos dt>l sur de Bah{a don­de se encuentran los cacaotales estudiados,

Ullld.ld del ,.udo: A -Aluvial (Illceptisol) I - ltabuna (Ultisol) C - Cepec (Alfisol) V - Vargito (Alfisol)

"

~~~~~

S =Suma de bases A= Alta producción B = Baja producciÓn

Page 33: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Estudio del si;,; tema radicular

F',ll"a estndiar la distribudÓn de la,. raíccs <h'l ra<.'aot<"ro, se ,\bri.eron calkatas a una distan­dJ. q,, ')0 ,.,, d<.• las plantas y se l't>11laron las ra{ces a proíundida­d..,,. de O a 30; 30 a 60; 60 a 90 y <11) ;:1 \lO em en dos plantas esco­jidas al azar para cada área, aduptándose el método propuesto por Boynton y Sands (2) utilizado en trabajDs anteriormente reali­zados por Cadima (4) y Cadima y Alvirn (5}. El contaje se hizo en e! lado de la calicata mas cerca­no ;ü tronco del cacaotero, donde se marcaron cinco cuadrados de 30 s 30 em para cada profundidad. Las raíces fueron clasificadas en cinco categorlas según su dián1e­tro: menores de 0,2; 0,3 a 0,5; O,hal,O; l,'ia2,0cmjmayo­res de 2 em,

Caracterizaciõn edáfica

Para la caracterizaciÓn edá­fica, se abrieron calicatas en la parte central de cada área, efec­tuándose la descripciÓn de las capas del suelo hasta el horizon­te C y retirándose muestras de ti e r r a de cada horlzonte para análisis. Para el cálculo de los análisis granulométricos se em­pleÓ el método de la pipeta con dispersl.Ón de NaOH a 1 N. La suma de bases (Ca++, Mg++, Na+ y K+) fué determinada por medio de! acetato de an1onio pH 7, O; el alumini ), empleando el KCl y el fósforo asimilable (PzOs) por medio de la soludón de Truog.

F u e r o n también retiradas muestras no alteradas del suelo,

18

un anilloa d<J 5 em de di.án1etro por I cnl de altura, para la de­terminaciQn de las curvas de re­tención de lmmedad. Paralela­n1ente, en las misn1as calicatas seefectuaron medidas de re­sistencia del suelo hÚmedo e-n los tre-s horizontes, con cinco re­peticiones ?Or capa, utilizándose el "Torvane"*, para medir la re­sistencia al corte.

Para e-1 cálculo de los análi­sis estadÍsticos en la parte quí­mica, íueron tomados valores de suma de bases, fÓsforo, magné­sio, c a leio, potasi.o y relación Ca+Mg/K, los cuales fue:t'on cor­relacionados con la producci.Ón (promédio de 3 a:rlos). Con res­pecto a .las prop_iedades f(si.cas se realizaron estudios de corre­laciÓn utili.zándose los datas de mayor importancia para la pro­ducci.Ón como el agua di.sponible, el porcentaje de arcilla y la re­sistencia dei sue lo al corte, En todos los análisisestad(sticos fueron tomadas en consi.deraciÓn las correlaciones entre cada ho­rizonte ai.sladamente y el prome­dio de los tres horizontes con la producci.Ón.

RESULTADOS Y DISCUSSION

Producción de frutos

Las medias de prodl!CciÓn en los ailos de 1966; 1967 y 1968 se encuentran resuhüdas en el Cua­dro 4, donde se observa la gran

* Aparato de torsió" co" cuchlllas "Torvane" (Cat. n? CL-600, Torvane vane shear, de la Soil T"st, 2105 Le" St., Evanston. illinois 60202 , USA).

... Cuadro 4 - P:t'oducción promédia anual de

áreas de alta y baja producciÓn del su:r de :Bah(a.

cacao durante 3 aíios en en diferentes localidades

A " Alta producciÓn B , Baja producciÓn

variabilidad entre Ias distintas á r e as, oscilando la producciÓn entre 30 y más de 2. 000 kg por hectárea. En general, las áreas buenas produjeron dos o tres ve­ces más de que las áreas malas. Los valores prornedios fueron de 909 y 335 kg/ha para áreas bue­nas y malas respectivamente. Se nota también que en el aiio de 1968, como consecuencia de la mala distribuciÓn de las lluvias ( 1) la producciÓn f ué baja de un modo general en comparaciÓn cort el a:rio de 1967. Es intere­sante se:rlalar que en algunas áreas consideradas relativamen­te secas y en zonas de transición como Gandu e lbicaraí, la pro-

ducciÓn en 1968 fué superior a 1. 200 !<g/ha de cacao seco, úen­do mejor que en los aiios norma­leiS, Los promedios menores correspondientes a las áreas de baja producción, pertenecen a la unidad Cepec modal (Alfisol) en haciendas de los Municipi.os de Gandu, Ibicaraí e Itajuípe.

19

Distribución de las ralces

La Figura I presenta los·va­lores promedios del número de ra(ces menores y mayores de 2 mm de diâmetro en las diver­sas capas. Se observa m ej o r distribuciÓn en áreas de alta

Page 34: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Raíces menores de 2 mm de diámetro

0-30

r-:;•1 Alta producción

O Bojo produoción

Roíces mayores de 2 mm de diámetro

"

90-(20 0-30 <10-60 60-90

FROFUNDIDAD DEL SUE LO (em )

Figura 1 _ Promedio del número de ra:Íces de cacaoteros encontradas en varias capas de sue los en düerente s zonas del sur de Bahia.

produción donde las r aÍ c e s se profundizan más. En suelos de alta producción, 84% de las raí­ces se desarrollan en los prime­ros 30 em de suelo; 12o/o de 30 a 60cm; 3,8o/o de 60 a 90cm y 0,2% de 90 a 120 em, mientras que en áreas de baja producción 90% de las raÍces se encuentran en la capa de O a 30 em; 8, 7% de 30 a 60cm y 1,3% de 60 a 90cm. Co­mo se puede apreciar en las áreas de alta producción 99,8%

20

de las raÍces se encuentran de O a 90 em, mientras que en las de baja producción 98% se situan de Oa60cm.

En el Cuadro 5 se observa la cantidad de raíces en las diver­sas profundidades de las áreas estudiadas. Hubo correlaciones significativas a 5% entre el total de raíces,lo mismo que entre las raÍces situadas entre O y 30 em con relaciÓn a la producción. No

cuadro 5 - CorrelaciÓn entre el nÚmero de raí'ces y la producciÓn de cacaoteros en diferentes zonas del sur de Bahí'a.

'' - Significativo a 5% NS - No significativo

fueron significativas las correla­ciones para las profundidades de 30 a 60 em y de 60 a 90 em. Se debe anotar que en estes estudios no se llevaron en consideraciÓn laS raíces secundarias que apa­receu al final de la pivotante, en el horizonte C, debido a la difi­culdad en contar las.

21

A - Alta producción B - Baja producciÓn

~~

características químicas y fÍsicas del suelo

En el Cuadro 6, se observan los contenidos de elementos quí'­micos de cada horizonte y del prornedio del perfil, en áreas de alta y baja producciÓn de cacao­teros. Los análisis de correia-

Page 35: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Cuadro 6 - Correlación entre e! contenido de elementos y Ia pro­ducciÓn de cacaoteros en diferentes' zonas dei sur de Bahla.

** Significativo a 1% de probabilidad * Significativo a 5% de probabilidad

NS No significativo

ciÓn estadÍstica entre producción y composiciÓn quÍÍnica f u e r o n significativos en la mayoría de los casos para los horizontes B y C y para el promedio del perfil. En el horizonte A, se encontró correlaciÓn significativa so-

22

lamente para el fÓsforo, que es el elemento nutritivo más defi­ciente en la zona de cacao de Ba­hÍa (3).

Con respecto a las propieda­des fÍsicas, se observa en el

"

I .!

~

'

Cuadro 7, que la correlaciÓn en­tre arcilla y producciÓn es nega­tiva y altamente significativa pa­ra el horizonte C. Para las otras capas no se presentaron signifi­cativas. Con referencia a la densidad real, densidad aparente y porosidad, no revelaron ninguna correlación con la producción.

Los datos sobre el porcenta­je de agua disponible para la planta basados en la diferencia entre la capacidad de campo (1/3 de atmÓsfera de presiÓn) y el punto de marchltamiento penna­nente ( 15 atmósferas de presiÓn), están en el Cuadro 7. La corre­lación entre el promedio de agua disponible del perfil y la produc­ciÓn fu~ significativa a 5% de

probabilidad no ~:~iendo para lo~:~

horizontes considerados aislada­mente.

La resistencia dei suelo al corte (Cuadro 7) fué invariable­mente mucho más alta, en las áreas de haja producciÓn. Quiza sea esa resistencia la mas i=­portante de las propiedades fÍsi­cas del suelo que afecta el creci­miento de las raíces y, conse­cuentemente, la nutriciÓn de la planta y su productividad. La correlaciÓn fué significativa a I% de probabilidad para el hori­zonte A y a 5% para el horizonte B, siendo tarnbién significativa para el promedio de! perfil. Esos resultados pareceu indicar que la resistencia de! sue1o a!

Cuadro 7 - CorrelaciÓn entre los factores fÍsicos y la producciÓn de cacaoteros en diferentes zonas de! sur de Bahía.

NS No significativo * Significativo a 5% de probabilidad

** Significativo a J% de probabilidad

23

Page 36: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

c'ort<' fu6 e1 factor f(sico que más limitó €'1 crecinüento de las ra(­ces en las áreas de baja pro­ducciÓn.

CONCLUSIONES

Los resultados dei presente trabajo revelaron acentuadas di­ferencias entre los suelos de Ias áreas consideradas de alta y de baja pr<Xiucción, tanto en lo que se refieren a factores físicos co­rno quÍmicos. Aunque la impor­tancia relativa de cada uno de esos factores sin duda varía se­gún la localidad o el tipo de suelo en que se encuentra la planta­ción, los análisis de correlación efectuados en este estudio permi­ten identificar los factores dei suelo que con más frecuen.cia li­mitao la productividad de cacao bajo las condiciones climáticas de Bahía.

Se Uama la atención para la gran diferencia entre las plantas de las áreas buenas y malas con respecto ai desarrollo del siste­ma radicular. Esadiferencia pane en evidencia que el "espacio radicular" o "root-room" del

suelo_ terminolog(a propuesta por Hardy (6) para referirse ai con­junto de facto,res fÍsicos que con­trolao el desarrollo del sistema radicular de la planta, han tenido una influencia decisiva sobre la productividad del cacao. Aparen­temente son los factores flsicos que afectan el espacio radicular, tales como la mayor dureza o resistencia del suelo al corte y el rnayor porcentaje de arcilla (menor aireaciÓn) en las áreas de~ producciÓn inferior, los que mas contribuyen para la diferen­cia en productividad entre Ias áreas estudiadas.

La compostclQn quí"mica dei suelo aparentemente ha contri­buido también para la diferencia en productividad entre las áreas buenas y malas. Sin embargo, ese factornoparece tener Ia misma importancia de los facto­res fÍsicos, más directamente relacionados al crecimiento de las raÍces.- Entre los nutrientes minerales que pudieron haber contribuído para limitar la pro­ducciÓn de las áreas malas, es­tán el fÓsforo, el magnesio y la relación Ca + Mg/K.

AGRADECIMIENTOS

AI Sector de Pedología de Ia DivisiÓn de Suelos dei Centro de Pesquisas do Cacau, por la descripción de todos los perfiles cor­respondientes a las calicatas, A la SecciÓn de Suelos de! Instituto de Pe~q~isas e Experimentação fgro-Pe .. cuárias do Leste en cuyos labo­ratonos se efectuaron los analisis qu1mtcos y granulométricos de las muestras de suelos de los perfiles estudiados y al Dr. Warren M. Forsythe, por la ayuda prestada con respecto a los estudios sobre la resistencia del suelo al corte,

24

l

I

LITERATURA CITADA

1. ALVIM, P, de T. Fatores responsáveis pela queda de produção de cacau na Bahia em 1968, Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau. Comunicação Técnica n'? 20, 1968. 8 p.

2. BOYNTON, D. and SANDS F. A survey of the fertility status of the cacao soils of Costa Rica as determined by soil and leaf analyses and a preliminary study of the relation of depth of rooting of cocoa trees to soil drainage. In Conferencia Inter­americana de Cacao, 5~, Turrialba, Costa Rica, 1954. Tra­bajos presentados, Turrialba, Costa Rica, IICA, 1954, v.J, Sección "Suelos", Doc. 3. 13 p,

3, CABALA R., F.P, et al, Deficiências minerais e efeitos da adu­bação na região cacaueira da Bahia. In Conferência Interna­cional de Pesquisas em Cacau, 2~, Salvador e ltabuna, Bahia, Brasil, 19 a 26 de novembro, 1967. Memórias. Itabuna, Cen­tro de Pesquisas do Cacau, 1969. pp. 436-442.

4, CADIMA Z., A. Estudo do sistema radicular do cacaueiro em al­gWls tipos de solos da região c~~a'.!eira do Sul da Bahia, Ita­buna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau, Boletl.ro Técnico n'i' 5, 1970. 31 p,

5, y ALVIM, P. de T. Influencia del árbol de sombra Ery-thrina glauca sobre algunos factores edafologicos relaciona­dos con la producciÓn del cacaotero, Turrialba (Costa Rica) 17(3):330-336. 1967.

6, HARDY, F, Manual de cacao. EdiciÓn espaÜola, ta Rica, Instituto Interamericano de Ciências 439 p,

Turrialba, Cos­Agricolas, 1961.

7. SILVA, L. F. da. Classificação dos principais solos de cacau da Bahia, Brasil. Revista Theobroma (Brasil) 1(2):17-25, 1972.

RESUMEN

Diferencias de producciÓn, entre áreas relativamente cercanas, dentro de una miSilla plantaciÓn de cacaoteros, son observadas fre­cuentemente en rnuchas haciendas en Bahía, Brasil.

Este trabajo presenta los resultados de un estudio llevado a cabo en 14 haciendas cacaoteras situadas en la región cacaotalera de Ba­h(a en las cuales dos áreas cercanas con árboles de 11alta" y nbaja" producciÓn fueron comparadas con relaciÓn a los factores fÍsicos y químicos del suelo, Las ra{ces de cacaoteros de runbas áreas fueron también estudiadas, La producciÓn fué estimada contando periodica­mente el nÚmero de fructos en 50 cacaoteros de cada una de las 28 áreas durante 3 allos consecutivos (1966, 1967 y 1968),

25

Page 37: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Las producciones promedias de las áreas de alta y baja pro­ducciÓn fueron respectivamente 909 y 335 kg/ha/aflo.

Con base en los datos de creci.nüento de ra(ces e en los estudios de correlación entre productividad y factores edáficos se concluye que aparentemente los factores f(sicos que afe<.:tan el crecimiento ra­dicular, tales como la mayor dureza o resistencia del suelo al corte Y el ma~~r porcentaje de a.rcilla (menor aireaciÓn) en áreas de haja produccwn fueron los que mas contribuyeron para las diferencias en productividad. La composiciÓn qu(mica dei suelo aparentemente con­tri~uyó también para la diferencia en productividad; sin embargo, no tuvzeron la misma importancia de los factores f{sicos que están mas estrechamerte ligados al crecimiento de las ra(ces,

SOIL FACTORS AFFECTING ROOT GROWTH ANO YIELD OF COCOA

IN BAHIA, BRAZIL

(SUMMARY)

Wide differences in yield between adjacent sites within the same cocoa field is a common ocurrence on most farms in Bah:ia,

This paper presents the results of a study carried out at 14 pri­vate cocoa farms in Cocoa Region of Bahia, in whích adjacent sites with "High Yielding" and "Low Yielding" trees were compared with regard to same physical and chemical soil factors, The root system of the cocoa trees at each site was also studied. Yield estimates were ob_tained by periodically counting the number of hanging fruits on 50 trees at each of the 28 sites, for 3 consecutive years (1966 to 1968),

The average yields for the high and low yielding sites were, 990 and 335 kg/ha/year respectively. Based on root growth data and on correlation studies between yield and edaphic factors it is concluded that the physical factors known to be correlated to root development such as soil resistence (shear strength) and clay coni:ent (reduced aeration) were the most important limiting factors for yield in the lower productivity areas. Chemical soil composition apparently also contributed to the differences in yield although this factor seems to be less important than the physical factors which are closely related to root development.

•••

26

I

!

t

j

CONTROLE QUtMICO DOS INSETOS FILÓFAGOS DO CACAUEIRO

NA BAHIA E ESPtRITO SANTO*

João Manuel Ab~eu** Guilleftmo En~iq~e Srnith F.**

O COlnbate às pragas doca­caueiro foi urna das práticas a­gr(colas em que se alicerçou o Departamento de Extensão da CEPLAC (DEPEX) par<>. difundir entre os cacauicultores o uso de técnicas modernas de produção. ApÓs o lançamento, em 1964, da primeira campanha extensionista de combate às pragas, o consumo de BHC lo/o apresentou um cres­cimento vertiginoso, passando de aproxÍlnadamente 28 mil sacos de 25 kg, no ano da campanha, para ISO mil em 1970 (1).

O sucesso alcançado com a prática se deve, em grande par­te, à eficiência do polvilhamento do cacaueiro com o BHC 1%, in­seticida que, além de ser de bai­xo custo, apresenta baixa toxici­dade para aqueles que o utilizam.

Os ensaios de inseticidas :realizados anteriormente na Ba­hia e Esp(rito Santo (2, 3) mos­traram ser o BHC o inseticida mais eficaz no COinbate aos inse­tos filÓfagos que atacam o cacau-

* Recebido para publicação em setembro, 1972. ** M.S., Divisão de Entomologia, CEPEC.

eiro nesses dois Estados. As a­plicações maciças de BHC nos Cacauais, no decorrer dos anos que se sucederam àqueles en­saios iniciais, motivaram dÚvi­das quanto à continuidade da efi­ciência entomolÓgica destes tra­tamentos, pela suspeita do apa­recimento de casos de resistên­cia. Por este motivo, foram rea­lizados novos ensaios para rea­valiar a eficácia do BHC e com­pará-la com a de outros insetici­das existentes no mercado.

MATERIAIS E ~TODOS

Os ensaios foram realizados nas regiÕes produtoras de cacau da Bahia e Esp(rito Santo, em plantações de cacaueiros safrei­ros, aplicando-se os inseticidas em pÓ nas concentrações dispo­nÍveis no mercado.

Ensaio I - Realizado em ja­neiro e fevereiro de 1972, no mu­nic(pio de Unhares, E sp(rito Santo, a fim de avaliar a eficácia

~-Revista Theobroma. CEPEC, ltabuna, Brasil, 3(2)·27-32. Abr.-jun. 1973

27

Page 38: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

d<>BHC 1,5%, Sevin7,5%, Para­thion metÚ.ico Z, Oo/0 f" Trichlor­fon l, 5%, aplicados à razão de 16 kg por hectare. A avaliação da <"ficácia foi feita em relação a grupos de filÓ[agos das fam(lias Chrysomelidae- Maecolaspis ~ nata (Germar) - e Curculionidae

Lordops aurosa Germar e Naupactus bondari Marshall. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro tratamentos e seis repetiçÕes.

Ensaio II - Executado nos munic(pios de Camacan, Uruçuca, Itabuna e Floresta Azul, na Bahia, de dezembro de I971 a fevereiro de 1972, a fim de avaliar a eficá­cia do BHC lo/o, Parathion met(­lico, Gusathion I, 5%, Trichlor­fon 2, 5%, Lindane O, 2% (emulsão) e Malathion O, 2% (emulsã'o). Os inseticidas na formulação de pÓ foram aplicados à razão de I6 kg por hectare enquanto os emulsio­náveis, à razão de 80 litros de emulsão por hectare. A avalia­ção da eficácia foi obtida em re­-lação aos crisomel(deos fi!Ófagos mais importantes, como M. ar­nata e Colaspis sulcata Letevree ;;;;--relação ao grupo. O delinea­mento experimental foi o de blo­cos ao acaso com seis tratamen­tos e 10 repetiçÕes.

Ensaio III- Conduzido no munic(pio de Itacaré, Bahia, a fim de obter dados conclusivos sob r e diferentes concentraçÕes dos inseticidas que apresentaram melhores resultados nos ensaios anteriores. Foram testados o BHC lo/o, BHC 1,5%, BHC 2%, Parathion metâico I, 5o/o, Linda­ne O, 2% e Lindane O, 4%. O Lin­dane foi aplicado à razão de 80 li-

28

tros de en1ulsão por hectare en­quanto que os demais inseticidas, na dosagem de 16 kg por hectare. As espécies consideradas para avaliação da eficácia foram as mesmas do ensaio II. O delinea­mento experimental foi o de blo­cos ao acaso com seis tratamen­tos e quatro repetiçÕes.

Cada parcela media 2.500m2, onde foram tomados, ao acaso, 10 cacaueiros para a avaliação da eficácia dos inseticidas pelo método "knock-down".

Na véspera do ensaio, foran1 estendidos lençóis de pano, me­dindo 4 x 4m, sob cada cacaueiro amostrado na parcela. Apesar de se deixar wua bordadura de 50 m entre as parcelas, os tratamentos f oram aplicados às primeiras horas da manhã a fim de evitar a deriva de inseticidas por efeito de correntes aéreas.

A primeira coleta de insetos foi feita 8 horas após os trata­mentos e a segunda 24 horas após. Transcorrido este per(odo, procedeu-se ao polvilhamento de choque ("knock-down") com BHC 12% nas árvores. anteriormente tratadas e amostradas. Decor­ridas 6 horas, foi feita a coleta dos insetos mortos. Os exem­plares foram acondicionados em frascos com álcool 70% para pos­terior identificação.

O grau de eficácia foi ava­liado em percentagem decorren­te da relação dos insetos mortos no final de 24 horas e o total de insetos mortos após o tratamento de choque. As percentagens fo­ram transformadas em arco seno

~---··· -----------------------------

I !

da raiz quadrada da percentagem e submetidas a análise de vari­ância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ensaio I - Os resultados da eficácia dos inseticidas testados em Linhares, são apresentados no Quadro I. Para ambos os gru­pos de filÓfagos, o BHC 1,5% foi o inseticida que apresentou maior eficácia. As diferenças encontradas nos resultados para os crisomel(deos não foram sig­nificativas; para os curculion(­deos, no entanto, houve diferença significativa entre os três pri­meiros inseticidas, quando com­parados com o Trichlorfon. Comparando-se a eficácia do BHC 1,5% no presente ensaio com aqueles do ensaio realizado an­teriormente em Linhare s (3), pode-se verificar que as diferen­ças não são acentuadas. Para ambos os grupos de insetos, os resultad0s são bem semelhantes.

A não ser pelo BHC l, 5%, as eficácias apresentadas pelos de­mais-inseticidas estão muito a­quém de poderem ser levadas em

consideração por serem muito baixas e não ofereceriam, na prática, um controle satisfatório destes insetos.

Ensaio II - O Quadro 2 mos­tra os resultados do ensaio rea­lizado em diversos munic(pios da região cacaueira da Bahia. Para o caso dos crisomel(deos, os me­lhores resultados foram alcança­dos pelo Lindane 0,2% (emulsão) e Gusathion 1,5% (pÓ), sem haver diferenças significativas em re­lação ao BHC 1% e Parathion me­tÚ.ico 2%.

Com relação ao M. ornata, verifica-se praticamente ~­mo. As análises não mostraran1 diferenças significativas entre o BHC 1%, Parathion met(lico 2%, Gusathion J,5o/o e Lindane 0,2% (emulsão), cabendo, no entanto, ao Parathion metÚ.ico e ao Lin­dane os melhores resultados.

No caso do C. sulcata, oPa­rathion metâico-2% foi o mais eficiente. Embora não tenham sido verificadas diferenças sig­nificativas entre os tratan1entos, as eficácias alcançadas f o r a m baixas.

Quadro J - Eficácia de diferentes inseticidas no controle de crisome­l(deos e curculion(decs. Linhares, ES., janeiro e feverei­ro de 197Z.

29

Page 39: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 2 - Efic..Í:cia de diferentes inseticidas no controle' de crisorne­lÍdeos, Ensaio conduzido em diversvs municÍpios dare­gião cacaueira baiana, dezembro de 1971 a fevereiro de 1972.

Ensaio III - Os resultados do ensaio conclusivo feito para ve­rificar a eficácia de diferentes concentraçÕes do BHC e J;...indane, que se evidenciaram nos ensaios precedentes, e da nova formula­ção comercial do Parathion me­túico estão no Quadro 3. A não ser para a espécie M, ornata, para a qual se verificou diferen­ça significativa entre o BHC 2o/o e Lindane O, 2%, os demais resul­tados não acusaram diferenças significativas quanto à eficácia.

Neste ensaio, pode ser ob­servado que em nenhwn caso a eficácia foi inferior a 90%, Uma perfonnance superior a 90% é desejável, senao o tratamento pode ser deficiente em função da razão de crescimento da popula­ção, ainda não conhecida para c a da geração das espécies em discussão,

O BHC 2% acusou eficácia menor que o BHC I% e o BHC 1, 5%, embora esta diferença não

Quadro 3- Eficácia de diferentes inseticidas no controJe de crisome­l(deos. rtacaré, BA, março e abril de 1972.

30

\, 'lli .

I

seja estatiS:ticarr>ente significati­va, podendo ser atribuÍda não só a variabilidade devida ao acaso, COlTlO também a provável falha na formulação do produto.

As diferenças de eficácia encontradas entre o segundo en­saio e o conclusivo podem ser atribu{das principalmente à chu­va e temperatura, porquanto, em trabalhos desta natureza, não se consegue uniformidade em rela­ção ao clima, já que as repeti­çÕes sã o efetuadas não só em épocas diferentes, como também em á r e as ecologicamente dis­tintas.

CONCLUSÕES

Para a Bahia, os resultados verificados no ensaio conclusivo

mostraram a comprovada eficá­cia alcançada pelo BHC, Para­thion met{lico e Lindane (emul­são) em quaisquer das concentra­ções empregadas.

Embora tenham sido utiliza­dos apenas quatro inseticidas no ensaio realizado no EspÍrito San­to, ficou evidenciado que o BHC I, 5% mantém a eficácia em rela­ção aos insetos filÓfagos daquela área,

As alternativas para substi­tuir o BHC, caso haja problemas de resistência, poluição ou mes­mo de saÚde pÚblica, são limita­das em termos de inseticidas em forma de pÓ, devendo-se consi­derar também, além da eficácia entomolÓgica, os fatores econo­mia e toxicidade para o homem.

LITERATURA CITADA

1. ALVIM, P. de T. e ROSÁRIO, M. Cacau ontem e hoje. Itabuna, CEPLAC, 1972. pp. 33-34, 48-51,

2, SMITH, G.E. e ABREU, J.M, de, Ensaio de inseticidas no com­bate aos crisomelídeos com especial referência ao Colaspis ornata Germar e Nodonota theobromae Bryant, pragas doca­caueiro na Bahia. Cacao (Costa Rica) 14(2):3-4, 1969.

3. -----,cc-' ABREU, J.M. de e VENTOCILLA, J.A. Ensaio de in­seticidas no combate a insetos filÓfagos do cacaueiro no Es­pÍrito Santo. Turrialb~ (Costa Rica) 18(2):186-188. 1968.

RESUMO

Ensaios com inseticidas foram realizados em diversas localida­des das regiÕes produtoras de cacau da Bahia e Esp{rito Santo, de dezembro de 1971 a abril de 1972, visando a reavaliar a eficácia en­tomolÓgica em relação a insetos filÓfagos do cacaueiro, principal­mente os crisomel(deos Maecolaspis ornata e Colaspis sulcata, e os curculionldeos Lordops aurosa e Naupactus bondari.

31

Page 40: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

O ensaio realizado na Bahia evidenciou a eficiência do Lindane O, 2% (emulsão), Gusathion I, 5% (pÓ), Parathion 'met(Uco lo/o e BHC 1%, sem terem sido encontradas diferenças estatisticamente signifi­cativas entre eles. No ensaio realizado no EspÍrito Santo, o BHC I, 5% apresentou a maior eficácia,

No ensaio conclusivo, também realizado na Bahia, em que foram usadas concentraçÕes diferentes de BHC e Lindane, além da nova for­mulação comercial do Parathion met(lico, os resultados foram prati­camente idênticos em relação aos crisomelfdeos e C. sulca ta, pois as diferenças não foram estatisticamente significativ;;.s, Encontrou-se diferença significativa somente quando comparada a eficácia entre o Lindane O, 2% (emulsão) e o BHC 2% (pÓ) com relação ao M. ~. tendo o primeiro apresentado JOO% de eficácia.

CHEMICAL CONTROL OF THE COCOA LEAF-FEEDING INSECTS

IN BAHIA ANO ESPIRITO SANTO

(SUMMARY)

Insecticide trials wer<; carried out to re-evaluate their efficiency in the contra! of various cocoa Ieaf-feeding insects, chiefly the Chrys­omelids - Maecolaspis ornata and Colaspis sulca'ta, and the Curculi­onids beetles Lordops aurosa, Naupactus bondari, in a number of lo­calitles in the cocoa producing regions of Bahia and Espírito Santo.

The resulta showed that Lindane 0.2% (emulsion), Gusathion I. 5%, Methyl Parathion 2%, and BHC 1.5%, gave ~xcellent contrai but with no significant differences between them, for Bahia, though BHC 1.5% was significantly better in Espírito Santo.

In a third trial, also carried out in BahLa, in which BHC (1,0%, 1.5% and 2%), Lindane (0.2% and 0.4%) and Methyl Parathion 1.5% were tested for the control of Chrysomelids, which included C. sul­cata, no statistical differences were found between the treatme~. However, for M. ornata there was a significant difference between Lindane 0.2% and BHC 2.0%, the forrner giving 100% contrai.

•••

32

Co!letot41chum c4a~~1pe~ ASSOCIATED WITH COCOA WILTING

IN BAHIA, BRAZIL*

Allha Ram** Chhatthoo Ram** He4m1n1o Mala Rocha**

In May 1971, it was reported that a nwnber of 8-year old co­coa trees of the clone SIAL 698, planted at theJuçari Experiment­al station belonging to the joint research prograrn of the Ministry of Agriculture and CEPLAC, Ju­çari, Bahia, were showing wilting syrnptoms. Although it appeared similar to a drought condition this had to be discounted since there was no soil moisture problem. The leaves of the affected trees were drooped with a dull green colar. The wilting was charac­terized by a gradual yellowing, withering and drying of the leaves followed by death of the tree (Figure 1). Groups of dis­eased trees were scattered throughout the field. Examination of the roots and crown showed that the tissues were blackened, the roots first showing a reddish­black discoloration and f in a 11 y becoming rotten. It appeared like a vascular parasite invasion of the cocoa root system.

* Received for publication in January, 1973. ** M.S., Division of Plant Patbology, CEPEC.

MATERIALS ANO METHODS

Isolation

Isolations were made from infected roots. They were thor­oughly washed in tap water and the root surface scraped using a ste rile scalpel. Small pieces were cnt from the exposed area at the union of the diseased and healthy parts of the infected roots and after surface-sterili­zation in 7% sodiwn hypochlorite solution for 30 seconds they were placed on potato-dextrose-agar (PDA) slants in tubes. They were left to incubate at laboratory temperature (23-250C), and after 3 days mycelial growth of the fungus was observed in all tubes. Hyphal-tip transfers were t h e n made to fresh PDA tubes.

Pathogenicity tests

The pathogenicity of the fun­gus was determined by two methods:

Revista Tbeobroma. CEPEC. Itabuna, Brasil, 3(2) 33·40. Abr.· jun. 1973.

33

Page 41: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Figure 1 - Naturally infected cocoa tree showing wilting symptoms in field. Juçari Experimental Station, 1971.

1. Agar tube inoculation­Forty ml of 2% agar was poured in glass tubes (3. 5 x 15. O em) and sterilized at 12 JOC for 15 min­utes. The sterilized tubes were kept in a vertical position for so­lidifying the agar. Mycelial discs of 9 mm diameter taken from 7 -day old culture of the fungus were inoculated in the tubes. After 5 days of incubation, a co­coa bean (surface-sterilized in 7o/o sodium hypochlorite for a few seconds) was placed in each tube under aseptic conditions. Con­trola were also maintained whe r e b y the sterilized beans were sown on agar inside similar tubes. Five replications were made for each, the inoculated and

34

control· tubes being incubated for 15 days at laboratory tempera­ture (23-250C).

2. Soil inoculation - The fungu!l was first grown on a sand maize-meal mediwn consisting of 1000 g of washed sand, 1000 g of maize meal and J500ml of dis­tilled water. Ten-day old inoc­ulum was mixed with sterile soil at a J :5 ratio and kept in perfo­rated plastic bags (15 x 20 em) in a hwnidity chamber with fluores­cent daylight tubes. Five days a f te r incubation fíve surface­sterilized cocoa beans were sown in each plastic bag and left for 15 days in the hwnidity chamber. Contrais were also maintained,

"

15 replications being ma de of each. After !5 days the two treatments were removed to the greenhouse for infection and dis­ease scoring.

Comparison between the pathogen and Coiletot~ichum 9loeo~po~ioide~ Penz. for growth in culture,morphology and infection

It is well known (1, 2) that _f.. gloeosporioides can cause pod rot, leaf ·blight and die-back of cocoa; hence, in order to make a morphological, cultural, and pathogenic comparison of the new pathogen with C. gloeosporioides, five C. gloeosporioides isolates were-obtained from the infected pods, leaves and twigs of various cocoa trees.

l.Growth inculture- Inoc­ula from the two fungi were pre­pared on PDA in Petri dishes. Mycelial discs of 5 mm diameter were cnt from the cultures grown on PDA for 7 days using a sterile cork borer and plated on PDA, malt extract agar, cornmeal a g a r, yeast extract agar and Prune agar (Bacto). The inoc­ulated dishes were incubated at 260C, and radial growth and col­ony characters were taken 4 and lO days respectively after the inoculation.

2.Morphologicalcharacters The two fungi were grown on

PDA for 2 weeks to compare their morphological characteris­tics. Size and shape of conidia were cornpared and the produc­tion of acervnli and sele r o tia noted.

35

3. Pathogenicity on pods and leaves of cocoa

a. On pod The tis sue of healthy detached pods was re-moved, using a sterile cork borer 9 mm in diameter, and replaced by mycelial discs of similar size taken from 1-week old cultures of the pathogen and the five iso­lates of C. gloeosporioides. The inoculated pods were kept in plastic bags, in which 10 ml of sterile distilled water was added in arder to maintain the hwnidity and incubated for 5 days at labo­ratory temperature.

b. On leaf- The two fungi were grown separately on PDA for 7 days after which myceliwn of the pathogen and spores of the f. gloeosporioides isolates were collected and mixed in a I% water agar solution. Leaves of 4-month old seedlings of the Catongo cul­tivar were inoculated by brushing the solutions on the upper sur­face of the leaves, using a fine camel-hair brush. The inoculat­ed leaves were enclosed in plas­tic bags and lO ml of distilled wate r added to each for main­taining the humidity. The leaves were reexamined 15 days after the inoculation.

EXPERIMENTAL RESULTS ANO DISCUSSION

Pathogenicity tests

The re sults for the two di f­ferent tests are given in Table 1. In the agar-tube me t h o d the seedlings were stunted, root de­velopment was restricted and the

Page 42: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table 1 - Pathogenicity tests with C, crassipes isolated from cocoa roots. CEPEC, 1971.

roots became black 15 days after inoculation, The iníection ex­tended to the epicotyl region and finally the seedlings died. For the soil inoculation some of the beans germinated but never reached the foliar stage si n c e their hypocotyls were infected, The remaining seedlings shoWed stunted growth and produced wilting symptoms (Figure 2) 20 days after inoculation, The root system of these seedlings was less developed, later becor:ning black and rotten. The contra! seedlings in both tests were healthy and normal.

The pathogen

1. Microscopic characters­The fructification of the pathogen was not found growing on the af­fected parts of the trees, No acervuli were formed on the me­dia tested with only a few conidia being produced on the cultures. Conidia were hyaline, unicellular, oblong to elongate and measured 6.0-30.5 xZ.S-4.0 ll. Sclerotial bodies were found in abundance in the cultures but asci and

36

Figure 2 - Cocoa seedlings wilt­ing 20 days after soil inoculation, left: con­trai; right: inoculat­ed, CEPEC, 1971.

ascospores were not found on any of the media tested,

The root rotting pathogen apparently belongs to the genus Colletotrichum, Since no other species of the genus has been previously reported causing root rot of cocoa and dueto the diffi­culty in obtaining sufficient fun­gai fruiting bodies in cultores as well as on the host parts, the culture of this pathogen was sent to the Centraalbureau voar Schimmelcultures, Baarn, T h e Netherlands, for species deter­mination where it was identified

" 'l1

as Colletotrichwn c r as si p e s (Speg.) v. Arx; the culture was deposited under C. B. S, collec­tion sub nwnber 277.72.

2. Cultural characters - The fungus was grown on a variety of artificial culture media. On PDA it developed qnickly, forming at first white colonies late r becom­ing brown to black. The colonies were slightly floccose and thin; the reverse was black, On corn­meal agar and yeast extract agar it grewrnoderately, producing different types of colony, On corruneal agar, the colonies were pinkish-white and p os se s se d ridges and furrows, No change in calor was noticed on the re­verse side but there were many fissures. On yeast extract agar, the colonies were whitish-brown, with few ridges and furrows; the reverse was totally black with few fissures.

Table 2 -

37

Comparison with C. 9loeo~po~ioide~

Comparative studies between f. crassipes and f. gloeospori­oides have shown that the former was totally different in its mor­phological and cultural behaviour (Tables 2 and 3), It produced very few spores but abundant sclerotial bodies in the culture media, The conidia were long and the colonies were generally deep brown to black whereas C. gloeosporioides bore small corri­dia and did not produce sclerotia like bodies in the cultures and its colonies were mostly brown with pinkish acervuli with strong spo­rulation on the cOrnmon media. f. crassipes grew fast and at­tained a diameter of 7.5 em on the 4th day on rnalt agar and 7. O em on Prune agar, The colonies on PDA were deep brown to black, srnooth, slightly floccose and had

Page 43: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table 3- Radial growth of colonies of C. crassipes and five of ~· gloeosporioides {mean ~f five replicates). 1971,

isolates CEPEC,

som e ridges and furrows and with reverse black. C, gloeospo­rioides grew moder"ãtely on the first two media and attained a diameter of 6, 0-6.4 em on malt agar and 4. O to 4. 8 em on Prune

agar on the 4th day, On PDA the c o 1 o n i e s varied from whitish brown to light brown with pinkish acervuU, flat to raised and the rever se was pink brown to black patches (Figure 3).

Figure 3 - Çomparative colony characteres of ~ crassi­~ (b) and C. gloeosporioides (a, c, d, e and f; Nos. 6, 4, 7, 5 and 8 respectively) on PDA. CEPEC, 1971.

38

An analysis of the resulte of comparative pathogenicity testa for these two species of Colleto­trichum (Table 4) indicate that ç_. crassipes is more pathogenic to poda and leaves than all isolates of .9· gloeosporioides, It also produces different type of leaf spots on "Catongo" seedlings.

The leaf spots were typical, at first small, coalescing, forrning big patches, deep brown to black, and irregular in size. In the case of .9. gloeosporioides isolates, the leaf spots were mostly elongate, reddish brown and enlarged quickly, later becoming irregular in size,

Table 4 - Comparative infectivity of f_. crasr>ipes and f.. gloeospo­rioides isolates to poda and leaves of cocoa. CEPEC; 1971.

++ "' severe infection + = moderate infection O =no infection

ACKNOWLEDGEMENT

Thanks are dueto Dr. J .A. von Arx., Director, Centraalbureau voar Schimmelcultures, Baarn, The Netherlands, for identification of fungus species.

LITERATURE CITED

1, DESROSIERS, R. and DIAZ, J.M. The world distribution of dis­eases of cacao, ~Conferência Interamericana de Cacau; 6~;

Salvador, Bahia, Brasil, 1956, Bahia, Brasil, Instituto de Cacau, 1957. pp. 331-341.

2. DIAZ, F, Colletotrichum sp. in cacao, (Abatract). Phytopathol­ogy 57(1):7. 1967.

39

Page 44: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

SUMMARY

' The association of Colletotrichurn crassipes (Speg.) v. Arx. with

cocoa (Theobroma cacao L.) wilt disease is discribed. The pathogen was first isolated from roots of the cocoa clone SIAL-698 showing wilting symptoms, at the Juçari Experimental Station, Bahia. :rhe main symptoms of the disease were drooping, gradual yellowtng, withering and drying of the leaves followed by death of the tree.

The pathogenicity of C. crassipes was proved on cocoa seedli~gs by different methods of inoculation. The inoculated seedlings dted within l month. The fungus also induced pod-rot and leaf spot on cocoa and was more pathogenic to pods and leaves than Ç. gloeospo­

rioides.

In comparison to s::_. gloeosporioides, s::_. crassipes formed dif­ferent types of colonies on culture media, its conidia were slightly

longe r with sclerotia being found in abundance.

Colletotftiehum cfta~~ipe~ ASSOCIADO COM MURCHA DO CACAUEIRO

NA BAHIA,BRASIL

(RESUMO)

É descrita a associação do Colletotrichum crassipes (Speg.) v. Arx. com a murcha do cacaueiro {Theobroma cacao L.). O patógeno foi isolado de raízes de plantas do clone SIAL-698 com sintomas de murcha, na Estação Experiinental de Juçari, Bahia. Os principais sintomas da enfermidade são definhamento, amareleciinento gradual e seca das folhas seguida pela morte da planta.

A patogenicidade do .f.: crassipes foi pro~ada e~ plântu.las de ca­caueiro por diferentes métodos de inoculaçao. Plantul:s maculadas morrerrun em ] mês. o fungo também induziu podridao d_o _fruto e J

manchas das folhas do cacaueiro e mostrou-se ma,is patogemco aos

frutos e às folhas do que o .f.: gloeosporioides.

Em comparação com o C. gloeosporioides, o C. crassipes }~r­mau diferentes tipos de colônias em meios de cultura, com comdtas ligeiramente maiores e abundância de esclerÓcios.

•••

40

.l!:, ''t!

LOCAIS DE COLETA E DISTRIBUIÇÃO DE Fokcipomyia {DIPTERA, CERATOPOGONIDAE)

RELACIONADAS COM A FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO DO CACAUEIRO NA BAHIA, BRASIL*

Saulo de Je~u~ Softia**

Locais de coleta de adultos Fo4eipomyia spp.no cacaueiro

O conhecimento dos hábitos dos polinizadores, sob condições naturais, é particularmente im­portante devido às implicaçÕes econômicas que novas práticas de cultivo podem trazer ao modi­ficar as condiçÕes do agro-ecos­sistema do cacaual.

E s tudo s sistemáticos, que permitirrun conhecer os locais onde se abrigam polinizadores adultos nos cacaueiros, foram realizados na área do Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Ilhéus, Bahia, Brasil, no perÍodo de julho a novembro de 1972.

Para tanto, foram efetuadas coletas sistemáticas de poliniza­dores em 108árvores previamen­te etiquetadas. As observaçÕes foram feitas nos botÕes florais, pétalas, estarninÓides, sépalas e ápices secos das folhas, até a al­tura de 1,80m, em 36 árvores,

* Recebido para publicação em maio, 1973. *" Ph.D., Divisão de Entomologia, CEPEC.

entre 8:00 e 10:00 horas da ma­nhã, e registradas em cartÕes individuais para .cada árvore.

Quando descoberta numa flor, a mesquinha era capturada e a flor imediatamente encerrada em um vidro com 2, 5 em de diâ­metro e 1 I em de comprimento. As mesquinhas capturadas eram conduzidas ao laboratório, onde eram mortas e conservadas em álcool a 70% pa:ra estudos taxo­nÔmicos. As mosqui.nhas foram comparadas com exempla:res identificados por Wirth, Departa­mento de Agricultura dos Esta­dos Unidos da Atnérica do Norte, para Winder e Silva (13) e para Soria { 16), e por L. G. Saunders, para Soria (11). As chaves de classificação foram consultadas em Wirth { 14, 15 ), Dow e Wirth (3), Saunders (7, 8, 9, 10) e Dessart (2).

Os dados {Quadro I) indicam a quantidade e localização das mesquinhas nas diferentes partes

Revlsta Theohroma. CEPEC, ltabuna, Brasil, 3(2)· 41-49. Abr.- jun. 1973.

41

/

Page 45: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 1 - Distribuição de mosquinhas Forcipomyia spp. e Daayhelea spp. em diferentes locais do cacaueiro. CEPEC, Bahia, Brasil, abril/novembro, 1972.

da árvore. Por exemplo, 60o/o de Forcipamyia (Euforcipomyia) sp. n9 2 foram caletadas em atitude de descanso em botões florais. Ademais, foram coletadas 19o/o em estaminÓides, sendo todas elas fêmeas polinizadoras de a­cordo com o hábito descrito por Billes (1), Pasnette (6), Hernan­dez (5) e Entwistle (4). O restan­te (2lo/o) foi coletado em sépalas, pétalas e pontas secas de folhas em proporções aproximadamente iguais.

Forcipomyia (Euforcipomyia) sp. n9 1 foi o outro taxon qualita­tivamente importante (Quadro 1), do qual 57o/o foram coletadas em botÕes florais, 23o/o nos estami­nÓides, 10o/o nas pétalas e os !Oo/o restantes nas sépalas e pontas de folhas em proporçÕes aproxima­damente i:guais. Os exemplares coletados nos estaminÓides eram

42

exclusivamente fêmeas poliniza­doras. A proporção entre ma­chos e fêmeas foi de I :2 e não de 1:1 co'Po e:t"a esJ'erado. Este de­sequilib:t"io numerico se deve pro­vavelmente à ênfase que foi dada à procura de fêmeas, face ao im­portante papel que elas desempe­nham na polinização do cacau­eiro.

Observou-se que a maioria dos exemplares (62o/o), nos dife­rentes grupos taxonÔmicos men­cionados, foi coletada em botões florais. O grupo polinizador F. (Euforcipomyia) spp. foi o ÚniCo a demonstrar marcada tendência para os estaminÓides. Os demais locais - pontas secas de folhas, pétalas e sépalas - foram menos visitados. As pontas secas de fo­lhas foram regist:t"adas pela pri­mei:t"a vez como locais de des­canso para as mosquinhas polini-

·•

1

zadoras. Existe a possibilidade de que os dados <>stcjam viciados, como conseqtlência da escolha deliberada do local, durante a co­leta das mosquinhas. As polini­zadoras !.'· (Euforcipomyia) spp. foram as Únicas observadas a caminhar nos estaminÓides, cons­tituindo este comportamento uma ajuda para sua identificação no campo. Não se registrou caso de coleta de mosquinhas no interior das conchas petalÓides que, se­gundo Hernandez (5), são locais muito f:t"eqtlentados por elas. Is­to se deve provavelmente ao fato de os operários encarregados da c o le ta não estarem suficiente­menLe treinados para reconhecer a silhueta da mosquinha, vis(vel através da concha petalÓide se­mi-transparente.

Os adultos, repousando nas diferentes partes da planta, es­tão permanentemente expostos às diversas práticas fitossanitárias contra os insetos nocivos que in­tegram o agro-ecossistema do cacaual. As formas imaturas -ovo, larva e pupa -, que perma­necem ocultas nos substratos de criação, provavelmente escapam aos efeitos do BHC e de outros inseticidas.

Distribui~ão de Fo~cipomyia com relaçao à floração e frutificação em cacaual jovem

Soria (li) mencionou a rela­ção entre distribuição agregada de Forcipomyia spp. e a frutifi­cação do cacaueiro no campo. A maior concentração de mosqui­nhas Forcipomyia e frutos em certas árvores, comparadas com

43

outras, calirnulou o estudo da possÍvel r<.olação mÚtua da pre­sença das mosquinhas corn a (.ar­ga de frutos. T:t"ês hipÓteses f,,_ ram estudadas por Soria (I J) pa­ra tentar explicar a ra,ão P''r que algumas árvores prod•u:em muito mais que outras nurn de­terminado momento:

A. A possibilidade de uma maior atratividade das suas flo­:t"es para as mosquinhas foi estu­dada com base no nÚmero de flo­res polinizadas por árvores, mas não foram encontradas diferen­ças significativas quando se com­pararam as árvores altamente produtivas com as nao produ­tivas;

B. A possibilidade de que as árvores particularmente visita­das por mosquinhas estivessem na proximidade de fontes de água, poss(veis s(tios de criação, foi estudada Sem resultados positi­vos. Os focos de população esta­vam distribu(dos ao acaso no campo, quer prÓxllnos, quer dis­tantes das fontes de água; e

C. Foi estudada também a possibilidade de haver uma rela­ção direta entre os números de flores dispon(veis na árvore, polinizadores atra(dos e b i I r os resultantes das visitas. A taxa de polinização, em termos de per­centagem, apareceu sen1prc co1n urna proporção inversa ao nÚme­ro de flores disponíveis (4, 5, J 1). Soria ( 11) explica este fenômeno como uma diluição de uma popu­laç.ão de polinizadores lentamen­te_ crescente, face a urna popula­çao de flores rapidanwnte cres­cente numa detcrn1inada estação

Page 46: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

do ano. O nÚmero de bilros, com­parado com o de mosquinhas dis­poni'veis, nunca foi satisfatoria­mente medido e se supoe ser wna resposta às visitas dos poli­nizadores,

Um a correlação numérica entre as três variáveis - flores, mesquinhas e bilros -, nwn de­terminado momento, ofereceria wna resposta mais satisfatória para o fenômeno, porquanto ela é teórica e praticamente o resulta­do de wna relação mÚtua doca­caueiro com as mosquinhas For­cipomyia,

Um a área experimental de 368m2 foi selecionada no CEPEC para estudos de distribuição de mosquinhas Forcipomyia, rela­cionados com a polinização do cacaueiro (Figura I) durante o peri'odo de floração (março/abril de 1972). Esta área, pertencente à Divisão de Genética é dedicada à produção de sementes hÍbridas para distribuição aos agriculto­res. O estudo foi in i c ia do com wna amostragem da bilração na área. Observou-se iniciahnente wna bUração superior nas árvo­res l; 12 e !3 (Quadro 2), razão pela qual foi efetuada a procura de mosquinhas nas suas proximi­dades. ApÓs 2 semanas de cole­ta, foram registrados dados de mosquinhas, floração e bilração para cada árvore (Quadro 2).

As árvores l; 12 e 13 rece­beram 3; 11 e 26% do total de vi­sitas de mosquinhas coletadas e renderam o equivalente a 8; 38 e 40o/o da bUração total, respecti­vamente. Simultaneamente, pes­quisaram-se locais naturais da criação nas proximidades das

44

SIAL325 IMC 67 [ SIC 813 [IMC-67

0 ® ®

•'' @ ® ® ® ® @.,, ' ~3 ® ® ® ®

@ @ @ ® @I ®

"" @ @ @ @ @ @ •

® ® ® @ ® ® ÜCACAUEIRO

• ARMADILHA 'NORTE

Figura I - Distribuição dos ca­caueiros e localização das armadilhas tipo Winder e Silva no ca­caual jovem estudado. CEPEC, Bahia, Brasil, março/ 1972.

mencionadas árvores, encontran­do-se pseudo-caules podres de bananeira {Musa sapientum), re­conhecidos criadouros em outras áreas do Continente (11). Os pseudo-caules de bananeira fo­ram cobertos com armadilhas de emergência tipo Winder e Silva ( 13), que é uma adaptação bastan­te modificada da armadilha-isca tipo Estação Experime~tal de Ci­trus (12). O maior nÚmero de mosquinhas foi obtido nas arma­dilhas A! e A4{Quadro 3),que fo­ram dispostas a urna distância inferior a 6 metros das árvores 12 e 13 (Figura 1).

Para estudar a poss(vel in­fluência da localização dos cria-

• •

Quadro 2 - Flores abertas, ~ cipomyia spp. e bilros encontrados em illn

cacaual jovem. CE­PEC, Bahia, Brasil, abril/maio, 1972.

douras na bUração, somaram­se arbitrariamente os totais de mosquinhas e bilros das árvores situadas em volta das armadi­lhas. Setenta e três por cento do

45

total das mosquinhas e 95% do to­tal de bilros fora.In encontrados nas árvores vizinhas (máximo de 3m de distância das armadilhas). Não foi possível isolar do total de bilros a percentagem corres­pondente à polinização manual na mesma área, fator que interferiu na interpretação dos presentes dados. Em experimentos futuros, qualquer interferência deste tipo deverá ser controlada.

A proximidade de pseudo­caules de bananeira podres das árvores altamente produtivas su­geriu wna relação quantitativa direta da bilração COm os locais de criação. A localização das árvores de sombra Erythrina glauca e M. sapientum a espaços irregulares no cacaual não teve qualquer influência na distribui­ção das mosquinhas na área. A fase experimental - na qual os pseudo-caules podres de bananei­ra, previamente infestados com a descendência de espécies polini­zadoras conhecidas e localizadas nas proxilnidades de árvores de floração - permitiria comprovar a hipótese acima exposta, Este efeito total está provavehnente relacionado não só com as exi­gências alimentícias das mosqui.­nhas, mas tanJbém COnl a sua ca­pacidade de vôo e direção do vento que, neste perlodo, demons­trou uma orientação predominan­te de leste para oeste,

Os dados obtidos quanto à freqfiência de Forcipomyia spp. no cacaueiro sugerem o efeito diluído de um pequeno nÚmero de polinizadoras ativas no meio de um grande número de congêneres

Page 47: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I

i ' '

Quadro 3 - Forcipomyia spp. e Dasyhelea spp. obtidas em 17 amos­tras de pseudo-caules podres de bananeira nas armadilhas de extração tipo Winder-e Silva. CEPEC, Bahia, Brasil, ab:dl/rnaio, 1972.

inativos, ObservaçÕes, a nível de espécie, deverão, por conse­guinte, ser feitas para avaliar as

relaçÕes inseto/planta implicadas no fenômeno de polinização do cacaueiro.

AGRADECIMENTOS

O autor agradece aos Eng'?s Agr<?s Pedrito Silva, João M. de Abreu e J.A. Ventocilla e ao B,S, J.A, Winder, pela revisão do ma­nuscrito e cd'ticas; ao Eng<? Agr'? Fernando Vello, pelas facilidades oferecidas na sua área de experimentação, e ao Sr, Florisvaldo A, Galvãa pela ajuda na redação do presente trabalho.

1.

z.

3.

LITERATURA CITADA

BILLES, D. J. Pollination of Theobroma c~cão L. in Trinidad, B.W.I. Tropic~l.Agricul.tu.re (Triuidad) 18(8):151-156. 1941.

DESSART, P. Gont:ribution a l'etude de,; C<Jratopogonidae (Dip­tera). (VII). Bruxelles, Institut Royal de S~í.ences Natu.relles de Belgique 2(72):1-151, 1963.

DOW, M, 1. and WIRTH, W, W. Stu.dies on the genus Forcipomyia, 2. The Neartic species of the subgenera Thyridomyia and Synthyridomyia (Diptera, Ceratopogonidae). Annals of the l!:ntomological Society o{ Ame rica 65( 1 ): 177~20 1. 1972.

46

• •

4, ENTWISTLE, P. F. Peste of ço<:oa, London, Longman, 1972, 779 p.

5. HERNANDEZ, J. In,;eçt pollination o f çaçao (Theobroma çaçao L.) in Costa Rica, Ph.D. Thesis. Madison, University of Wis­consi.n, 1965, 1&7 p.

6. POSNETTE, A. F. Pollination o f cacao in Trínidad. Tropical Agriculture (Trinidad) 21(6):115-118. 1944.

7. SAUNDERS, L.G. On the life history and anatomy of the early stages of Forci.pomyia (Di.ptera, Nemat. Ceratopogonidae) Parasitology 16:164-213. 1924. ·

8. ·--Of~:;·~O;n~the life history, morphology and sisteu1atic position of Apelma Kieffer and Thyridomyia n, gen. (Diptera, Nemat. Ceratopogonidae). Pa1:a.sitology 17:252-2.77, 1925.

9. ---c7C~ Revi.sion of the genus Forcipomyi.a based on characters of ali stages. Canadian Journal of Zoology 34:657-705. 1956,

10. Methods for studying Fordpomyia midges with special reference to cacao pollinating species (Diptera, Ceratopogo­nidae). Canadian Journal of Zoology 37;33-5 1, 1959.

11. SORIA, S, StudiOO's on Forcipomyia spp. midges (Diptera-, Cerato­pogoni.dae) related to the pollina-tion of Theobroma cacao L. Disserta-tion Abstracts IntOO'rnati.oual3l(5):2744-B. 1970.

12. SOUTHWOOD, T. R. E. Ecological methods. London, Methuen, 1966. 391 p.

13. WINDER,J.A. and SILVA, P. Current research on inseçt pollina­tion of caca6 in Bahia. ~ International Cocoa Research Con­ference, 4th, Trinidad and Tpbago. Jauuary, 1972. 14 p. e anexos. i

14. WIRTH, W. W. The Heleidae of~_alifornia. Universi.ty fornia Publications Entomology 9:95-266, 1952.

15. --~~ The Neotropical Forcipomyia midges of the Thyridomyia Saunders (Dipte:ra, Ceratopogonidae) . Entomo1ogica B(l-4):429-440. 1970.

16. ----· Correspondência particular. 1973.

RESUMO

of Cali-

subgenus Studi.a

Estudos dos locais de coleta de adultos Forcipornyia spp. (Dipte­ra, Ceratopogonidae) no cacaueiro e sua distribuição com relação à floração e frutificação num cacaual jovem foram conduzidos no Cen­tro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Bahia, Brasl.l, em 1972. F'ora:m coletadas 60% do total de f. (Euforcipomyia) sp. polinízadora n<? 2 em

41

Page 48: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

atitude de descanso em botÕes florais e 19o/o em estaminÓides. Os 21% restantes foram coletadas em sé palas, ,_pétalas e pontas secas de folhas em proporçÕes aproximadamente iguais . .f. (Euforcipomyia) sp. n'? 1 foi outro taxou qualitativamente importante, do qual 57% fo­ram coletados em botões florais, 23% nos estaminÓides, 10% nas pé­talas e os 10% restantes nas sépalas e pontas secas de folhas, em proporçÕes aproximadamente iguais. A totalidade de exemplares das duas espécies mencionadas coletados nos estaminÓides eram fêmeas polinizadoras. A maioria (62%) dos exemplares foi coletada em botões florais.

Os adultos, repousando nas diferentes pa:t"tes da planta, estão '?ermanentemente expostos às diversas práticas fitos sanitárias contra os insetos nocivos ao cacaueiro. As formas imatu:t"as - ovo, larv! e pupa -, que, no entanto, permanece= ocultas nos substratos naturais de criação, provavelmente escapam aos efeitos dos inseticidas local­mente usados. As mesquinhas coletadas e os frutos pegados por ár­vore indicaram uma agregação daquelas em árvGres e em grupos de árvores, na área experimental do CEPEC. Nas árvores ao redor dos sítios de criação, até 3m de distância, fora= encontradas 73% do to­tal de mesquinhas e 95% do total de bilros. Encontrou-se uma rela­ção quantitativa direta entre a agregação de mosquinhas e a de bilros, atribuÍda à proximidade dos sÍtios de criação, assim como à prová­vel atratividade e à eficiência de fecundação das flores, no clone SIAL-325, auto-compatível.

COLLECTING SITES ANO DISTRIBUTION OF Fo4c~pomyia SPP. MIDGES (DIPTERA,CERATOPOGONIDAE

RELATED TO FLOWERING ANO POD SETTING OF CACAO IN BAHIA, BRAZIL

(SUMMARY)

Studies on the collecting sites of the adult Forcipomyia spp, (Dip­tera, Ceratopogonidae) on adult cacao trees and the midge dis.tribution on young cacao plantings related to flowering and pod setting were carried out at the Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEO), Bahia, Brazil in 1972, Of the total number of Forcipomyia (EuforcipoiTJyl.a) sp. pollinator species n'? 2 collected, 60o/o were resting on flower buttons of cacao, 19% were females collected on staminods pollinating cacao flowers while the remaining 21% were collected in sepals, petals and dry tips of leaves in equal proportions. Forcipomyia (Eu­forcipomyia) sp. pollinator species n'? 1 was another taxou qualitatively important of which 57% was collected from flower buttons, 23% were females walking on staminods performing pollination, 10% were recovered from petals and. the remaining 10o/o were from sepals and dry Hps of leaves in about equal proportions.

48

..

lt has been pointed out that adults resting on different parts of cacao trees were permanently exposed to the danger of the routine plant protection practices against insects and fllllgi, Irnmature stages such as eggs, larvae, and pupae that remained hidden in their natural breeding places perhaps might escape from the effects of the insecti­cides Iocally applied,

Midges and yolll!g pods that were collected suggested an aggre­gation of midges in trees and groups of trees, in the experimental area of CEPEC. Seventy three percent of the total midges and 95% of the total pods were found in the trees that surrounded the natural b r e e di n g places. A direct quantitative relationship between the aggregation of pods was fonnd which is attributed to the proximity of the breeding places, as well as to the probable attractivity and/or fertility of the self-compatible flowers of SIAL-325 trees.

•••

49

Page 49: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

NOTAS

ILUMINAÇÃO DE MOSAICOS DE RADAR NA PREPARAÇÃO DE UM MAPA TOPOGRÂFICO

PARA A REGIÃO CACAUE!RA DA BAHIA*

Jo~e de O!iveiAa Leite**

• Um dos maiores problemas da cartografia é a obtenção de mapas

topográficos que permitam o levantamento sistemático dos recursos naturais e humanos de uma região (I, 2, 3, 4, 5).

Até fins da década de 60, a obtenção de mapas topográficos con­sistia exclusivamente na coleta ou determinação de apoios geodési­cos, execução de vôos fotográficos, serviços de aerotriangulação, compilação de elementos topográficos por meio de restituidores e, finalmente, obtenção de mapa topográfico com simbologia adequada.

Segundo esta seqtlência, cada projeto de mapeamento exige muito tempo e maiores gastos. Em áreas onde as condições climatolÓgicas não permitem a execução de vôos fotográficos normais nem trabalhos de campo regulares durante todo o ano, o problema se torna mais

sério.

Atualmente, estas dificuldades podem ser atenuadas -e até mes­mo eliminadas - com a obtenção de cartas topográficas de boa quali­dade a partir da "iluminação" de quadrículas de mosaicos semi-con­trolados de imagens de radar de visada lateral***· A "iluminação" de imagens de radar consiste na identificação ou revelação de ele­mentos da toponírnia regional sobre estas hnagens, através da utili­zação de técnicas de fotointerpretação e da execução de traba)hos de

campo.

Na Bahia, estes novos recursos tro de Pesquisas do Cacau (CEPEC) =a superfície de aproximadamente a constituir um suporte cartográfico

já estão sendo usados pelo Cen­para obtenção do mapa-base de 90.000 krn2 (Figura 1) destinado atualizado e suficiente para ma-

* Recebido para publicação em junho, 1973. ** Eng~ Agr?, Setor de Aerofotogrametria, CEPEC.

*** Side Looking Airborne Radar (SLAR).

Revista Theobroma. CEPEC, !tabuna, Brasil3(2) 50-56. Abr.-jun. 1973.

50

f

..,,Ó<Io, ...........

""'"''·'' .. ""'"""" """ """'"'" - """" •• ?a% ffiiii] "''" 30 O >O %

~ "''" 20• "'% ~ • .,,.,o,,o% [SSSl '"~' " • • %

~ "'"~'"' ... ~- </000""

''m"• "'"'" .. ool ~c.,,,,· ....

'"' •• moolo.poo

""" ~·· .........: 'j""

Figura 1 - que está sendo cartografada pela CEPLAC através da "il=inaçâo" de imagens derivadas de radar.

5 I

Page 50: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

peamento dos solos, recursos geolÓgicos ,.e florestais, elementos do uso-da-terra, hidrologia e outras informaçÕes sobre 89 municÍpios da região cacaueira e áreas circunvizinhas, Com base na metodologia desenvolvida, já foi. coberta uma superficie de 60.000 km2, tendo sido utilizadas mais de 4 mil fotografias aéreas, seis faixas estereoscÓpi­cas de radar e executados caminhamentos numa extensão de 4.200km.

METODOLOGIA

O processo de "iluminação" desenvolvido no Setor de Aerofoto­grametria do CEPEC consiste em: l. Análise direta de imagens de radar, na escala de 1:250.000,e aplicação de técnicas de fotointer­pretação a fotografias aéreas verticais - nas escalas de 1:20. 000 a 1:130.000- e a mosaicos fotográficos e fotoindíces; 2. Utilização de mapas topográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mapas municipais nas escalas de 1:30.000 a 1:250.000; e 3, Obtenção de dados através de caminhamentos topográficos rápi"f dos. A utilização destes elementos varia com as condiçÕes encontra­das nas diferentes áreas da Região, conforme pode ser visto a seguir:

Identificação de elementos topográficos locais maiores ou evidentes na imagem de radar

Consiste na identificação direta de acidentes geográficos sobre a imagem de radar em cronapaque, utilizando-se informações contidas em mapas do IBGE, na escala de 1:500.000. Assim, foram reconhe­cidas as maiores cidades da Região, calhas dos cursos inferiores dos rios de Contas, Pardo, Cachoeira, Jequitinhonha e Mucuri, lagoas, rias da baía de Camamu, estradas federais implantadas etc.

Identificação de redes de drenagem em faixas de radar estereoscópicas

Executada apenas nas áreas onde as faixas de radar permitem a observação estereoscÓpica de imagens resultantes de superposição de rastreias radagramétricos.

Identificaçã? de redes de dren~gem = elementos topográficos menores* em areas com fotograf~as aereas e mosaicos convencionais

Consiste na identificação estereoscÓpica de redes de drenagem, com generalização, e elementos toponÍmicos em fotografias nas es-

* São considerados elementos topográficos menores as pequenas cidades, vilas e povoados, rodovias estaduais e municipais etc., não prontamente per<::eptiveis na imagem de radar, mas sensoriadas por este sistema.

52

calas de l :25. 000 seguido do lançamento imediato destas informa­çÕes sobre fotofndices e mosaicos fotográficos convencionais em 1:150.000 e destes, por comparação de imagens, para o mosaico d" radar em cronapaque. A utilização de fotoíndices e mosaicos nestes trabalhos torna-se necessária por causa da dificuldade de compq.ra­ção direta de urna área contida numa fotografia com sua correspon­dente na imagem de radar devido à grande diferença (lO vezes) de "8-calas entre as duas imagens,

Identificação de redes de drenagem e de elementos menores em áreas com fotografias em várias escalas porém sem fotoindices ou mosaicos

Neste caso, tendo em vista a necessidade de se ter os elementos topográficos em urna escala mais próxima de imagem de radar, as observações estereoscÓpicas são feitas como no caso anterior. Mas, ao invés do lançamento das informaçÕes topogr.Í:íicas sobre fotoÍndi­ces e mosaicos fotográficos, procede-se à montagem de um mosaico com as fotografias trabalhadas, seguidas da compilação e redução pantográfica ou fotográfica das informaçÕes para a escala aproximada do mosaico de radar (1:250.000) antes do seu lançamento neste.

Identificação de informações topográficas menores em áreas sem fotografia aérea

Consiste na execução de caminhamentos topográficos superexpe­ditos* utilizando-se automóvel - cujo odômetro, modificado, fornece as distâncias dos alinhamentos- e bÚssolas tipoBRUNTON para me­dir os azimutes.

ApÓs o desenho dos caminhamentos na escala de 1:25.000, pro­cede-se à sua redução para a escala de 1:250.000, em papel vegetal, Identificadas no mosaico de imagem de radar em cronapaque as ex­tremidades do trecho levantado, é verificada a coincidência de todo o seu traçado com as indicações do relevo, segundo a imagem de radar e, finalmente, o trecho é gravado ou "iluminado" com Uina pena tipo POLYGRAPH.

DESENHO FINAL DO MAPA TOPOGRÁFICO

O desenho final do mapa topográfico com simbologia adequada será a cÓpia em papel Herculene das informações topográficas "ilu­minadas" sobre as quadrículas de mosaicos de imagens de radar.

* Rendimento médio de 25 km de poligonais por dia, ao invés de menos de 3 km diários obtidos por meio de caminhamentos topográficos exp&ditos normais.

53

Page 51: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

LITERATURA CITADA

1. AMERICAN SOCIETY OF PHOTOGRAMMETRY. Manual of photo­grammetry. 3rd. ed. Falls Church, Va., American Society of Photogrammetry, 1966. 1199 p.

2. BRANDENBERGER, A. J. World-wide mapping survey. Photo­grammetric Engineering 36:355-359. 1970.

3. ----:;:::; Economic impact of world-wide mapping. Photo­gramtnetric Engineering 35:341-345. 1969.

4. CRANDALL, C .J. Radar Engineering 35·641-646.

mapping 1969.

in Panama. Photogrammetric

5. VAN ZUILEN, L. Production of photomaps. The Journal (Eng1and). Dezembro: 92-102. 1969.

RADAR IMAGERI ILUMINATION IN THE PREPARATION OF A BASE MAP

FOR THE COCOA REGION OF BAHIA,BRAZIL

Cartographic

4

The availability of topographic base maps for integrated surveys of natural and human resources constitutes one of the biggest prob­lems in several developing countries in the world (J, 2, 3, 4, 5).

Up to the end of the 60's decade, the production of base maps basically consisted of collection or determination of ground control points, flights for aerial photography, aerlal triangulations, p1otting of topographic elements by means of stereoplotters and, finally, the preparation of a topographic map with adequate syrnhols.

According to this sequence, each rnapping project is time consuming and expensive. On arcas whEoore clouds neither permit photogrametric flights nor regular field works along the year, the problem becornes more serious.

However, these dificulties rnay be attenuated ar elirninated with the preparation of base maps by iluminating semi-controlled mosaics of SLAR * irnagery. The "ilumination" of this basic rnateria.l means the identification o r revelation of regional topographic e 1 em e n t s through the use of photointerpretation techniques and field works.

In Bahia, this method is being used by the Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC) for the preparati.on of a topographic map of an

* Side Looking A1rborne Radar.

54

area of about 90,000 sq.km. (Figure 1), whkh will be an up-to-date basic map and will provide sufficlent support for soils, geology, hydrology,land-use and other informations in 89 counties of the Cocoa Region and the adjoining areas.

METHOD

The process of "ilumination" developed by the CEPEC consists of direct analyses o( radar imagery, photointerpretation of aerial photographs and topographic maps at dif(e:rent acates, ages and quality that are available in the region; as follows:

Identification of major topographic elements on radar imagery

It consists of the direct identilicati0n Gol geographic informations on semi-controlled mosaics o! SLAR image:ry (on polyeater base), by uaing elements shown on topographic map available at the scale of 1:500,000. In this way, the largest towns, :rbrers channels, lagoons, federal roads, and drainage lines on flat su:rfaces are easily recog­nized.

Identification of drainage networks on radar strips

Executed only on those areas where thls kind_ of photographic material permits the stereoscopic observations of images fo:rmed from the overlaping of flight strips.

• Identification of drainage networks and other minar topographic elements* in areas with aerial photographs and conventional mosaics

It consists of the stereoscop1c identification of drainage lines and topog raphic informations on aerial photographs at the scale of 1:25, 000 and transference of the informationa to conventional photo­graphic mosaics at the scale of 1:100,000. Then, by comparison of images, the elements are plotted on SLAR mosaics.

The use of conventional photographic mosaics was necessary because of the difficulty of making a direct comparison of an area on the aerial photograph with its correspondent SLAR imagery, dueto a large difference ( 10 ti.mes) in scale.

* Minor topographic elements mean little vmages, hamlets. drainage ]ines and roads not c]eady idenHfled on SLAR imagery, but recorded by SLAR system.

55

Page 52: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Identification of drainage networ~s- and minar topografic elements on areas with photograph1C converage,but without conventional mosaics

In this case, due to the need for topographic elements at a scale closer to SLAR mosaic, the stereoscopic observations are carried out as in the fonner case, However, instead of plotting the informa­tions on conventional mosaics, a special mosaic is made by preparing an assemblage of the airphotos previously interpreted. Then, after compilation, all informations are reduced to SLAR mosaics scale, befol'e they are plotted on the radaT photo-base,

Identification of minar topographic informations on areas without aerial photographs

• It consists of the super-expedite* surveys by using a jeep with

its odometer modified, for providing distances, and a BRUNTON cornpass foT measuTing azimuths. After the poligonal surveyed !ines are drawn at 1:25,000, a photographic reduction is made and all the information put on the reduced copy at the scale of 1:250,000, Then the extreme points of each poligonal line are identified on the rad:fr mosaics and the details of all the ground featuTes in between the points are analysed with the help of the local relief seen on radar imagery. Finally, the information is plotted on the radar mosaic by using ink.

THE FINAL TOPOGRAPHIC MAP

The final cartographic base, with adequate symbols, prepared on polyester base paper, provide all the informations that are revealed or nnmninated".

•••

* It was called super-expedite because the average of line smveyed per day was 25 sq. krn lnslead oi around 3 8q. km that ls nmmally p<Jssible dai!y by conventional methods.

TtCNICA SIMPLES PARA ISOLAR Mic~ocyclu~ alei (P. HENN) V. ARX,

FUNGO RESPONS1i.VEL PELA "QUEIMA SUL-AMERICANA" DAS FOLHAS DA SERINGUEIRA *

A~naldo Gome~ Medei~o~**

Os fungos de Cl'escimento rápido em melo de cultura sao relati­vamente fáceis de se Tem isolados de partes infectadas de plantas, A desiníestação prévia da superfí'cie da planta, com substâncias qufrni­cas e/ou mesmo lavagens sucessivas com água esterilizada, fo:rnece culturas puras do fungo, pela implantaçâo do tecido no meio de cultivo.

Para fungos de crescimento lento em meio de cultura, que, ape­sar de precauções assépticas rotineiras, são geralmente contamina­dos por bactérias e fungos de crescirnento rápido, têm sido desenvol­vidos, com sucesso, meios de cultivo seletivos,

Nos trópicos, existe sempre a necessidade de prover culturas puTas, em curto espaço de tempo, de material de plantas natural­mente infectadas. Isto constitui um problema pois, algumas vezes, a área infectada se apresenta coberta com diferentes estrb.turas fún­gicas. Ou meios seletivos de cultivos estão faltando ou as drogas quiÍnicas são de difÍcil obtenção; e muito tempo seria necessário pa­ra desenvolver mn novo meio de cultivo.

O isolamento do Mycrociclus ulei, agente causador da "queima sul-americana" das folhas de seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg. ), apresenta as dificuldades acima citadas (1, 2).

Uma metodologia para coleta manual de massa de esporos de es­truturas fúngicas externas no material infectado foi impl'ovisada e usada com sucesso para isolar tais microrganismos em standard agar-batata-dextrose (ABD), apesar de seu lento crescimento e ocor­rência com outras estruturas fÚngicas. Uma vez obtida a colônia em cultura pura, poderão ser obtidas culturas monospÓricas pol' méto­dos rotineiros, desenvolvendo-se meios seletivos, se necessários, para posteriores isolamentos e estudos específicos,

A metodologia consta de seis etapas, a saber:

I. Selecionar material infectado com escassa frutificação do fungo;

* Recebido para publicação em junho, 1973. ** Enlt' Agr?, M.S., Divisão de Fitopatologla, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, ltabuna, Brasil, 3(2) 57·59. Abr.~jun. 1973.

57

Page 53: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

2. Se necessário, induzir esporulação;

3. Sob a binocular estereoscÓpica, localizar uma estrutura particu­lar, portadora de esporo, e torná-la bem visÍvel, colocando a superfÍcie da necrose foliar perpendicular ao campo, por ajusta­

mento do foco;

4. Tomar uma alça de platina (melhor ainda se for de arame) com bloco triangular, tão pequeno quanto possível, de agar-água na

ponta;

5. Sob a binocular, tocar um vértice do triângulo, suavemente, no es­poro e/ou na massa de esporos, sem tocar a superfÍcie foliar; e

6. Rapidamente, transferir o bloco de agar-água para um tubo de en­saio contendo ABD inclinado.

Todas essas operaçÕes são conduzidas com flarnbagem, rotinei­ramente usada em técnicas de isolamento. Maior sucesso terão os isolamentos nos quais os esporos coletados sejam recolhidos para ABD o mais depressa possível.

Em nossa experiência, ocorreu apenas lO a 20% de contaminação bacteriana. Isolamentos com sucesso foram feitos com quase todos os tipos de fungos fi.topatogênícos, incluindo· M. ulei, Stemphylium solani Weber, Cercospora musae Zim, Phytophthora infestans (Mont) De Bary, Phytophthora palmivora (Butl.) Butl., Curvularia maculans, Hehninthosporium, Cephalosporium, Verticillium, Ceratocystis, Sep­

toria, Periconia etc.

l. c.

LITERATURA CITADA

GONÇALVES, C.J.R. Isolamento de D ulei a partir de lesão foliar. Bol. Técn. n'? 35. MA/IPEÃN-.-1968.

2. LANGDON, K. R. Developrnent of a new medium for culturing ~ thidella ulei in quantity. Phytopathology 56:564-565. 1966.

A SIMPLE TECHNIQUE TO ISOLATE /.U •. cJw cyef.u.-!> u.le.i. (P. HENN)--:- V. ARX

. THE CAUSAL AGENT OF SOUTH AMERICAN RUBBER LEAF BLIGHT

Fast growing fungi in culture media, are relatively easy to be isolated from infected plant material. Previous surface disinfesta­tion with chemicals or even washing several times with sterile water, providc pure cultures of the fungus by tissue implantation in the

media

58

Slow growing fungi in culture media, generally are easily con­tamined by íast growing fungi and bacteria in despite of routine as­septic precautions. Selective media have been sucessfully developed for isolation of specific fungus.

In the tropical area, always there is need to provide pure culture, in short time, from natural infected plant material, or, sometimes the infected area is covered with unlike fungi structures. Selective medi um, either is missing o r chemicals are difficult to be obtained, also time would be consumed in the new culture medium development.

Microciclus ulei, the causal agent of South Ame rica rubber (~ brasiliensis Muell. Arg.) leaf blight is representative of those diffi­culties (1, 2).

Hand picking spore mass from outside infected plant material fungi structures was improved and successfully used to isolate such microorganisms in standard potato dextrose agar (PDA), in despite of their slow growth and occurrence as in mixed structures. Once the colony is obtained in pure culture, monosporic cultures can be obtained by routine rnethods, as selective media can be developed, if necessary, for further isolations and specific studies.

The methodology consista in the following six steps:

L Selection of the infected material with scanty fungus structul"e;

2. If necessary sporulation should be induced;

3. Under binocular esterioscopic, locate the particular structure bearing spore and make the structure well visible by placing the necrotic leaf surface ·perpendicular to the field by adjusting the focallevel;

4. Take a platinum needle (better is a wire) with a triangular water­agar block at the end, smaller as possible;

5. Under binocular, gently touch one vertex of the triangle in the spore or spore mass without touching the Ieaf surface;

6. Quickly transfer the water-agar block to aPDA slant in a test tube. All these operations are carried out under a fi:re flame as rou­tinelly used in isolation technique. As quick as the spore picking is made and transferred to PDA, more successfully will be the isolaments.

In our experience, only lO to 20% bacterial contamination does occurs. Successfull isolation were made with almost all kind of phytopathogenic fungi, including: M_; ulei, Stemphylium solani Weber, Cercospora ~ Zim, Phytophthora infestans (Mont) de Bary, Phy­tophthora palmivora (Butl.) Butl., Curvularia maculans, Helminthos­porium, Cephalosporium, Verticillium, Ceratocystis, Periconia, Sep­~ and so on.

59

Page 54: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

INFORMAÇXO AOS COLABORADORES

Os conceitos e opiniOes, emitidos nos artigos, sâo da exclnsiva responsa­bilidade dos autores, São aceitos para publicação trabalhos que se constituam em real contdbuiçâopara um melhor conhecimento dos t€mas relacionados com problemas agronÔmicos e sÓcio-econÔmicos de áreas cacaueiras.

Os artigos devem ser datilografados em espaço duplo, com o máximo de 2. 500 palavras ou 1 O (Ôlhas tamanho carta (28, O x 21, 5 em), em uma sÓ face e com margens de 3 em por todos os lados, Os originais devem ser acompanha. dos de duas cÓpias perfeitamente legÍveis.

Desenhos e gráficos devem ser feitos com tinta nankin e não ultrapassar a medida de 18, O X 20, O em; as fotografias devem ter 15, O X 23, O em, em papel fotográfico brilhante com bom contraste. As ilustrações devem ser n'~meradao e com legenda~ escritas à máquina, em papel separado. Recomenda-se não dobrá-las para evitar dificuldades na reprodução.

As referências no texto devem ser feitas pelo nome do autor, acompanhado do nÚmero de ordem da citação bibliográfica. Ex.: Medeiros (5), ou simples­mente (5 ). A "Literatura Citada" deve ser organi=<ada por ordem alfabética dos autores, com número d<: ordem, usando-se o seguinte sistema:

5, :MEDEIROS, A,G, Método para estimular ,a eaporulação do Phytophtho.­r! palmivora (Butl.) Butl. em placas de Petri, Phyton 22(1):73-77. 1965.

O resumo nãc deve exceder meia página datilografada, sendo acompanhado de versao em inglês. São aceitos artigos em portuguêa, espanhol, inglês e francês.

INFORMATION FOR CONTRIBUTORS

Concepts and opinions given in artides are the exclu~ive responsibility of the authors. Only articles concerned with agronomic and social-economic prob­lems oí cocoa growing areas, which representa new contribution to the subject, will be accepted for publication,

Artides should be typed in double spacing with a ma>rimum o f 2, 500 words o r lO letter sized pages (28. O x 21.5 em) with a 3 em ma~gin on ali sides, to­gether with two legible copies.

Drawings and graphs should be prepared with India ink not exceeding 18. O x 20. O em; photographs should be 15. O X 23, O em glosay prints with good contrast. Illustrations must be numbered, with the machine typed subtitles on separate paper. To avoid reproduction difficulties it is recommended that en­closures should not be folded.

Text references should appear with the name of the author and/or the order nurr.ber in the literature citation. The 11 Literature Cited" should be numbered in alphabetical order employing the following system:

s. MEDEIROS, A. G. Método para estimular a esporulação do~­!hora palmivora (Butl.) Butl, em placas de Petri. Phyton 22(1): 73-77. 1965.

Articles are accepted in Portuguese, Spanish, English, and French.

60

..

REVISTA THEOBROMA

Julho-Setembro 1973 Ano lU N? 3

Pul>licação trimestral ded;­csda à divulgação de inves­tigação científica relacionada com problemas agronômicos e sócio-econômicos de áreas cacaueiras. Editada pelo Cen­tro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Departamento da Comissão Executiva do Plano de Recuperação Econômico· Rural da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).

COMISSÃO EDITORIAL

AI vim. Paulo de T. Cruz, Luiz C. Sales, José C. de Vello, Fecnando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Aitken, William M. Alencar, Maria H. Cabala R •• F. Percy Cadetto, Geraldo A. Dessimoni Pinto. C.M. Ghosh. Biswa N. lgue, Kozen Loureiro, Edmar S. Maravalhas. Nelson Mariano, Antonio H. Medeiros. Arnaldo G. Pereira, Clóvis P. Rocha. Hermínio M. Silva, Luiz F. da Silva, Pedrito Vasconcelos Filho. A.P. Ve!l.tocilla, José A.

Endereço para correspondên­cia (Address for correspond­ence):

R<'vista Theobroma Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC). Cab,a Postal 7 45.600- Itabuna. Bahia

Brasil

Tiragem

3.000 exemplares

CONTEÚDO

1. Controle das formigas cortadeiras Atta cepha· lotes e Atta sexdens na região c"caueira da Bahia. J.M. Abreu e P. Silva ..... .

Control of tbe leaf--cutting ants Atla cepha· lotes and Atta sexdens in the Cacao Region of Bahia. (Summary) p. 10.

2. Virulence of some selected isolates of Pby­topbthora palmivora in cacao. c. Ram e

A. Ram.

Virulência de alguns isolados selecionados de Phytophthora palmivora em cacaueiro. (Resumo). p. 16.

3. Nematodes of lhe Cocoa Regiou o/ Bahia. Brazi/. 11- Occurrence and distdb1ltion of plant paras#tc nem(ltodes associ(lted witb cocoa (Theobroma cacao L.). R.D. Shmm(l e S.A. Sher.

Nematódios da região cacaueira da Bahia. li - Ocorrência e distribuição dos nemató­dios parasitos associados com cacau (Theobmma cacao L.). p. 24.

4. Aptidão agricola dos solos da região cacau­eira da Bahia. L. F. da Silva. R. Carvalho Filho e A.A.O. de Melo.

Agricultura! potential of the soils of the Bahian Cocos Region. (Summary). p. 39.

NOTA

E!xpedição inlemadonal.O Am<~zôniaEqu<~torhma para coleu de material botânico de cacau. G.A. Carletto.

An intemational cocoa collecting expedition to the Ecuadorian Amazon. p. 44.

J

"

Page 55: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

'

CONTROLE DAS FORMIGAS CORTADEIRAS At:ta. c.epha.to:teil E A:tta. il cxderu.,

NA REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA*

João Ma.nael Abftea** PedA~:to S~lva.***

As sauvas (formigas corta­deiras) podem ser consideradas como as pragas mais nocivas à agricultura brasileira, No Bra­sil, são encontradas 11 espécies de sa~vas (7). Dentre elas, a "sa~va da mata" (Atta cephalotes L.), e a "formiga de mandioca" (Atta sexdens, (L.), s. lat.) ata­cam o cacaueiro na Bahia. A distribuição geográfica da pri­meira, em territÓrio baiano, se estende por toda a floresta tropi­cal ~mida, onde se cultiva o ca­caueiro, sendo circunscrita pela segunda, que é tÍpica das áreas cobertas por vegetação do tipo de transição, abertas para os culti­vos de subsistência (9).

Algumas diferenças no com­portamento e hábitos das espé­cies acima referidas são aponta­das por Silva (8).

Os danos causados pelas sauvas vezes, plantas

aos cacaueiros são, por tão severos que muitas nao se recuperam e mor-

rem, devido aos ataques contÍ­nuos, dando lugar a "clareiras" nos cacauais,

A grande importância que as sa~vas representam para a eco­nomia agrÍcola brasileira moti­varam inÚmeros estudos, princi­palmente no campo do controle quÍmico (2, 3, 5, 6, 10).

Neste artigo, são apresenta­dos os resultados obtidos em en­saios comparativos de campo , nos quais foram utilizadas iscas granuladas e formicidas em pÓ, visando ao controle dessas espé­cies na zona fisiográfica cacau­eira da Bahia e áreas limÍtrofes.

MATERIAIS E MÉTODOS

Os ensaios para determinar a eficácia dos formicidas contra a A. cephalotes foram realizados no-; municfpios de Una, Camacan, Ubaitaba e Ibirapitanga, no pe­rÍodo de outubro de 1970 a agosto

* Recebido para publicação em dezembro, 1972. ** M.S., Divisão de Entornologia, CEPEC.

*** F .R.E.s., Divisão de Entomo!ogia, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, ltabuua, Brasil, 3(3):3- 11. Jul.-set. 1973.

3

Page 56: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

------·-----

de 1971. Com relação à A. ~ dens, foram efetuados em Itagi­ntirim e Eunápolis, cobrindo o perÍodo de outubro de 1971 aja­neiro de 1972.

Os tratamentos e dosagens empregados foram os seguintes:

Iscas granuladas

Mirex (Dodecacloro) Mirex (Dodecacloro) Nitrosin (Aldrin) Nitrosin (Aldrin)

pós secos

Aldrin 5% Aldrin 5o/o + PDCB Heptacloro 5o/o

Dosagens (g/mZ de

ninho)

5 lO 5

lO

30 30 30

Em cada localidade, foi rea­lizado um ensaio. Para cada en­saio, foram escolhidos 70 formi­gueiros (lO para cada tratamento). A quantidade de formicida desti­nada a cada formigueiro foi cal­culada em função da área, sendo os pÓs secos aplicados com o au­xÍlio de bomba insufladora ma­nual e as iscas, depositadas ao longo dos carreiras, nas proxi­midades da entrada dos canais de abastecimento,

A primeira verificação do efeito dos tratamentos foi feita decorridos 60 dias da aplicação e constou da introdução e agitação de uma vara ílexfvel no interior dos canais do formigueiro. A saida de individuas indicava que o ninho se encontrava etj ~tivi­dade, A segunda verificaçao foi efetuada 90dias apÓs a aplicação, procedendo-se do mesmo modo que para a anterior, A Última

4

verificação foi efetuada decorri­dos 120 dias da aplica5ão e cons­tou da abertura da media de cin­co canais artificiais por ninho, utilizando-se uma sonda JP {4), Se,pelo canal artificial, não sais­se algum indivÍduo,o formigueiro era considerado extinto. A 1 ~ m disso, procedeu-se a escavaçao de alguns ninhos.

A eficácia dos formicidas foi avaliada em porcentagem decor­rente da relação entre o nÚmero de ninhos extintos e o de ninhos tratados.

A fim de avaliar a eficiência dos formicidas nos diferentes lo­cais e sua interação, aplicou-se • o teste de Qui-quadrado, consi-derando-se os ninhos extintos e os ativos. Para comparar os formicidas, o Qui-quadrado para tratamentos foi decomposto em tantos contrastes o r to g o na i s quantos eram os seus graus de liberdade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A. ee.pha.to-tef>

Na Figura 1, está registrada a eficácia m~dia apresentada pe. los formicidas, no controle da A. cephalotes, nas diversas locali'= dades. No Quadro 1, estão re­presentados os dados referentes a dosagens, nÚmero de formi­gueiros tratados, área m~dia dos formigueiros e eficácia m ~di a alcançada p e I os formicidas no combate à saÚva da mata.

A análise dos dados mostrou haver diferenças ao nfvel de 5o/o de probabilidade entre os trata-

' .

.•

MIRE>(

5g/m2

DuNA

MIREX

10s/m2

~CAMACAN

PDCB

IIlliJ UBAITABA l§J IBIRAPITANGA

Figura I -Eficácia de formicidas no controle da Atta cephalotes. Re­gião cacaueira baiana, perÍodo outubro 1970/agosto 197!.

mentos, Os pos secos f o r a m mais eficientes quando compara­dos com as iscas granuladas, sendo as diferenças altamente significativas. Entre os pÓs,des­tacaram-se o Aldrin + PDCB e o Heptacloro, sem que se encon­trasse diferenças quando compa­rados com o Aldrin. As iscas granuladas, quando comparadas entre si, não acusaram diferen­ças significativas.

Não se verificaram diferen­ças entre Una e Camacan quanto aos resultados da eficiência no combate à A. cephalotes; contu-

5

do, entre Ibirapitanga e Ubaita­ba, a diferença foi significativa, Ao se comparar os resultados obtidos em Ubaitaba e Ibirapitan­ga com os de Una e Camacan, ocorreu diferença significativa. A diferença observada entre os resultados de Ubaitaba e Ibirapi­tanga foi motivada principalmen­te pela baixa eficiência obtida pelo Mirex, na dosagem de lO g/m2, aplicado em Ibirapitan­ga. Esta baixa eficiência parece ter sido influenciada pela preci­pitação ocorrida no mesmo dia de aplicação da isca (7, Smm) que se elevou nos 2 dias subseq6.entes.

Page 57: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro I Eficácia média de form;cidas no controle da Atta cephalo­tes em quatro diferentes localidades da região cacaueira baiana. Periodo outubro 1970/agosto 197l.

'<E. f;i Área i-nédia; NiimeN de Efi.;:ácia.

Dosagens do' Formicidas {g/ml) fOrmigueiros

formigueiros média

:s lQ 5:'

Aliás, a explicação para a menor eficiência das iscas gra­nuladas no controle _da .f'!::. ceph;;­lotes, em comparaçao com os pos secos, está ligada às precipita­ções, pois elas não devem ser aplicadas quando ~ esperado um periodo chuvoso dentro de 24 ho­ras {l). Este perÍodo é, no en­tanto, diffcil de ser previsto nas condiçÕes de clima tropical ,:;__ mido.

Comparando os resultados do presente trabalho com os de outros autores, verifica-se, com relação aos pÓs secos, que Va­netti ( 10) faz referências a tra­balho realizado no Peru onde foi demonstrada a eficiência do Al­drin, Clordane e Dieldrin no con­trole da!'!::.: cephalotes. Com re­ferência as iscas, Zarate (11), ainda no PE'ru, obteve eficiência máxima com o Mirex no controle

tratados l="l

i%1

4ú !=.3, 2 40 72,0

·.4Sf'" .td.,8 ·>~o,' ;'H}.S

6

de!::· cephalotes, aplicando IOOg da isca por canal de abasteci­mento.

A. ó exdertó

No Quadro 2', estão regis­trados os resultados relativos à eficiência m~dia alcançada pelos formicidas, no controle da!::· sexdens, bem como a área m~dia dos formigueiros, as dosagens e o niimero de formigueiros trata­dos para o ensaio. A Figura 2 mostra a eficácia apresentada pelos inseticidas em Itagimirim e Eunápolis.

A análise dos dados eviden­ciou não haver diferenças signi­ficativas entre os tratamentos. No entanto, ao se agrupar os pÓs secos e as iscas granuladas, fo­ram encontradas diferenças sig­nificativas entre eles, sendo que

Quadro 2 - Eficácia m~dia de formicidas no controle da Atta sexdens em duas diferentes localidades da região cacaueira baia­

Feriado outubro 1971/janeiro 1972.

as iscas obtiveram os melhores

resultados.

Ao se comparar os resulta­dos dos ensaios realizados em Eunápolis com os de Itagimirim, não se encontrou diferença signi­ficativa. Isto demonstra que, in­dependentemente des~es locais, a ação dos formicidas e similar.

Entre o Mirex e o Nitrosin, nao se encontraram diferenças nem mesmo quando comparadas as dosagens diferentes com que foram testados. O mesmo se ve­rificou quando se compararam Aldrin com Heptacloro e Aldrin com Aldrin + PDCB.

Contrariamente aos resulta­dos obtidos para a f::.· cephalotes, as iscas granuladas foram mais eficientes no combate à !:'!· sex­dens. Esta maior eficiência pode ~:r ligada não sÓ ao comporta­mento da prÓpria esp~cie em a-

7

ceitar as iscas como tamb~m ao fato de a distribuição desta for­miga se estender pela região de transição, mais seca do que a área de distribuição da !'!c· cepha­lotes, e se limitar com a área da floresta tropical \imida:_ onde as precipitaçÕes anuais sao ma 1 s elevadas. As iscas granuladas -salvo no caso do Mirex na dosa­gemde 10g/m2, aplicad~ emlbi­rapitanga, onde a eficacia foi mais baixa - apresentaram re­sultados que se aproximam, tanto no combate à!::· cephalotes como à!::· sexdens.

Os pos secos foram mais eficientes no controle da !::· ~ phalotes devido às diferenças ~e estrutura do ninho de cada espe­cie, A A. sexdens constrbi os formigueiros em solo não sujeito a inundação, as "pane las" que abrigam as hortas de fungo se encontram a boa profundidade e

Page 58: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

D lTAGIMIRlM

Figura 2 - Eficácia de formicidas gião cacaueira baiana,

os canais possuem estrutura e entrelaçamento muito complica­do, o que, de certa maneira, di­ficulta a penetração do p,:; nas câmaras. Os ninhos de~· cepha­lotes, por sua vez, se encontram em solos sujeitos a inundações, os formigueiros fonnando enor­mes montes de terra solta, no interior dos quais, ou à pouca profundidade, se encontram as "panelas" (9).

CONCLUSÕES

Os resultados alcançados evidenciaram as diferenças en­tre as duas formulaçÕes de for-

lilllJ EUNÁPOLlS

no controle da Atta sexdens. Re­perÍodo outubro 1971/janeiro 1972.

8

micidas no que se refere à efi­cácia de controle da!:::· çephalo­~ e!:::· sexdens. As iscas gra­nuladas foram mais eficientes no controle da ,!:::. sexdens e os pos secos no da~- cephalotes.

No caso da A. cephalotes, --qualquer um dos pos secos pode ser recomendado para o seu con­trole em todas as estaçÕes do ano e, muito embora tenham si­do, sem sombra de dÚvida, os mais eficientes, podem tamb~m ser usadas as iscas granuladas nas épocas mais secas do ano. Para o controle da !:::· sexdens, podem ser, indiscutivelmente,

recomendadas as iscas granu­

ladas.

As iscas -tanto o Mirex, como o Nitrosin Extra - podem

ser aplicadas na dosagem de 5 gfm2 de formigueiro enquanto que qualquer um dos p,:;s, na do­sagem de 30 g de formicida por m2,

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao B.A. (Oxon) John Anthony Winder, pela colaboração prestada na execução dos trabalhos de camyo e ao D~, Gilberto Paez Bogarin, do Instituto Interamericano de Ciencias Agri­colas da OEA, Turrialba, Costa Rica, pela orientação nas análises

estatÍsticas,

LITERATURA CITADA

1. ALLIED CHEMICALS. Summary of basic informati.on for Mirex pelleted bait "450". Agricultura! Chemicals 1283-01-1105

(u.s. Reis sue 24, 750). s.d. 4p .

2. AMANTE, E. Competição entre Heptacloro pÓ e outros formici­das clorados em pÓ no combate à formiga saúva Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 e Atta laevigata (F. Smith, 1858). Biol~gi.co (Brasil) 33(4):80-84. 1967.

3, ·---~c· Competição entre as iscas gl'anuladas à base de Aldrin e Mirex (dodecacloro) no combate à formiga saÚva: Atta sexdens rubropilosa F orei, 1908 e Atta laevigata (F. Smith, 1858) Hymenoptera: Formicidae. BiolÓgico (Brasil) 34(7):

168-171. 1968.

4. AUTUORI. M. Um novo processo de combate à saÚva. BiolÓgico

(Brasil) 6(9):270-272. 1940.

5. COSTA, J .M. Teste comparativo dos formicidas ''Elenco" e "MM 33" no combate à sa~va do cacaual, Atta cephalotes. !!!. Reu­nião do Comité Técnico Interamericano de Cacau, 61}, Salva­dor, Bahia, Brasil, 1956. Bahia, Instituto de Cacau, 1957.

PP· 343-350.

6. FREIRE, J .A.H. e VANETTI, F. Nota preyia sobre o emprego de iscas granuladas no controle da sauva ~ sexdens ru­bropilosa Forel, 1908. Revista Geres (Brasil) 14(81):225-

228. 1968.

7. MARICONI, F.A.M. As sauvas. São Paulo, AgronÔmica Geres,

1970. p. 167.

9

Page 59: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

8. SILVA, P. 13-16.

SaÚva da 1964.

mata. Cacau Atualidades (Brasil) 1(7 -8 );

9. ----:--:-c.' ABREU, J .M. e SMITH, G.E. Aspectos bioecolÓgicos e combate às saÚvas nas regiÕes cacaueiras da Bahia e Es­p(rito Santo. In Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesqui­sas do Cacau. Informe Técnico 1968 e 1969. Itabuna, s.d. pp. 93-94.

10. VANETTI, P. Resultados experimentais, sobre ~controle à for­miga saÚva~ sexdens rubropilosa Forel 1908, com inse­ticidas clorados. Tese de doutoramento. Viçosa, Minas Ge­rais, Brasil, Escola Superior de Agricultura da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, 1960. 60 p.

11. ZARATE, L. L. Cebos contra la hormiga "Coqui" Atta cephalotes L. en Tingo Maria. Lima, Peru, Universidad Agraria La Molina, 1964, (Mimeografado).

RESUMO

As formigas cortadeiras Atta- cephalotes L. e Atta ocorrem na região cacaueira da Bahia e são consideradas portante s do cacaueiro.

sexdens L. pragas im-

Com o objetivo de determinar a eficácia de formicidas no contro­le destas formigas, foram realizados diversos ensaios com as iscas granuladas Mirex (Dodecacloro} e Nitrosin Extra (Aldrin) e os pÓs secos Aldrin + PDCB, Heptacloro e Aldrin.

Os resultados mostram que as iscas foram mais eficientes no controle da~· sexdens enquanto que os pÓs apresentaram maior efi­cacia no controle da A• cephalotes.

São apresentadas recomendaçÕes para o controle das refel:'idas pragas.

CONTROL OF THE LEAF-CUTTING ANTS Atta eephaloteh AND Atta hexdenh

IN THE CACAO REGION OF BAHIA

(SUMMARY)

The leaf-cutting ants, Atta cephalotes and Atta sexdens which occur in the Cacao Region of Bahia, are considered important pests of the cacao trees.

10

-------------

Field trials were carried out using the baits Mirex (Dodecacloro) and Nitrosin Extra {Aldrin) and the dusts Aldrin, Heptachlor and a mixture oí Aldrin and PDCB, to determine their efficiency in the con­

tra! of these ants.

The results showed that the baits were more efficient in the con­trai oí A· sexdens and the dusts in the contra! of A· cephalotes.

Recomendations for control are presented.

•••

11

Page 60: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

,il! 111 ,,

VIRULENCE OF SOME SELECTED ISOLATES OF Phy~oph~ho~a palmivo~a IN CACAO*

ChhaLthoo Ram** A-Ilha Ram**

Variations in the virulence of the isolates oi Phytophthora palmivora (Butl.) Butl., the cause of black pod,canker,ílower cush­ion infection, leaf fall, chupou and seedling wilt diseases of cacao (Theobrowa ~L.), have been described by several investiga­tor, {2, 3, 8). This fungus also infects other hosts belonging to over 50 genera (1) and is respon­sible for economically imp01:tant diseases of rubher, cit:t"us, co­conut and Palmyra .,alms,

More recently, Zentmyer (lO) found out variations in the j:>ath­ogenicity of E· palmivora isolates on· some cacao cultivars and also pointed out that a special inocula­tion technique and differential hosts are necessary to determine differences in their virulence (potential colonization), Other investigators (4, 8, 9, 11) have shown the different leveis of di­sease incidence observed in the cacao plantations from year to year and in some regions within a single year, and also indicate

* Received for publication in February, 1973. ** M.S., Divísion of P]ant Pathology, CEPEC.

the occurrence of different "strains" in the pathogen popula­tion. During 1971/72, an inves­tigation of cacao isolates of the pathogen frorn nine different lo­calities of the Cacao GrowingRe­gion of Bahia, Brazil, was under­taken to determine their vi.rulen­ce on four cacao clones exhibit­ing different leveis of resistance (6, 7). The resulta obtained are" discussed in thi.s paper.

MATERIALS AND METHODS

Cacao pods oí íour clones ("Comum", UF-221, TSH-565 and Sca-6) were used in testing the virulence oí 22 i.solates oí !:'· pal­mivora. The source and origin oí the isolates are given in Table 1. The stock cultures were maintained on French bean agar medium- a clear extract of 110 g oí frozen beans (not blended) were boiled in 1 litre of distilled water for i hour i.n the autoclave with the exhaust open. The beans were removed by straining

Revista Theobroma. CEPEC, Itabuna, Brasil, 3(3):12-16. Jul.-set. 1973.

12

'

t I

through cotton cloth, 15 g each of Bacto agar and Bacto dextrose­were mixed into the filtrate and the final volume adjusted to 1, 000 m1. This medium was also used in the preparation of the inocula

o f the isolate s •

Detached and immature pods of the above four clones of more o r less similar age and size were washed and surface desinfected with 90 per cent alcohol before p r e s si n g the sul:'íace with the semi-circular smooth head of a glass rod ("empola") approxi­mately 6mm diameter so that the pod surface was only depressed. The diameter of depression thus obtained on the pod surface was 4 mm. Discs of 5 mm diametel:' taken from the edge of the active gl:'owing 4-day old cultures with presterilized cork borer w e r e placed face down on the depress­ed area of the pods. The inocu­lated pods were kept in plastic bags containing 15 ml sterile distilled water to maintain the humidity. All inoculated pods wel:'e placed in an incubator at a controlled temperature of 26±...1 °C because this temperature proved to be optimum for funga! growth in cacao pods (5). After 5 days of incubation, the area of lesions was measured. Five replications were maintained in each isolate.

RESULTS ANO DISCUSSION

The black pod lesion size ranged from small to big*. Sca-6 had no lesiondevelopment against

* The lesion ls dlvided into six groups be­tween 0.0 to 9.5 em to denote the degree of vitu!ence of the lsotates (see Table 1).

18 isolates. lsolates 15, 57 and 66 were able to burst the epi­dermis of this clone and produc­ed bigger lesion size in the pods; isolate 178 produced a very small lesion. lsolates 45, 129, 168, 193 and 200 infected TSH-565, besides the isolates 15, 57, 6b and 178 infected clone Sca-6. Clones "Co­mum" and UF-221 had the highest disease leveis (in terms of larger black pod lesion size) almost "to all isolates, but the lesion size varied because oí the variability exhibited by the isolates. It was also noted that the source and geographic distributionofthe isolates had no efíect in their in­fectiveness to the clones.

Thus, it clearly shows that the isolates of P. palmivora vary greatly in thei"i virulence to clo­nes tested (Table I). The differ­ences encountered in the virulen­ce are most stl:'iking when isola­tes are compareci on different cacao clones; similar results were also obtained by Zentmyer (lO). It seems possible to group the isolates by their virulence potential, as it is highly corre­lated with the diferential clones, although similar correlation was not found between the isola te s and their source and origin. lt also appears that Sca-6 has a higher degree of ):'esistance to many isolates (in terms of no black pod lesion size), including those used by Rocha andVello(7). On the other hand,the clone TSH-565 shows significant resistance to 13 isolates, whereas clones "Comum" and UF-221 fail to show any degree of ;t"esistance to all the isolates. Thus it appears that the isolates can be grouped ac-

13

Page 61: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

i! ,, ,:1·

'11 I,.

I

11

Table 1 - So_urce and ori~in of various isolates of Phytophthora E:!!: rmvora and thetr degree of virulence in the pods of düferent cacao clones in the Cacao Grciwing Region of Bahia,I971/72.

*a -~il (less:han2.0cn:t); b ·verypoor (2.1- 3.5 em); c- poor (3.6. S.Ocn:t~ ** d • 1ntermed1ate (5. l • 6. 5 em); e - high (6.6 - 8. O em); f - most (8.] • 9. 5 em).

Taken from culture collection of Plant Patho!ogy Diviaion of CEPEC *** lsolated by senior author. ·

cording to their degree of viru­lence. Isolates 15, 57 and 66 are. highly pathogenic to Sca-6 and TSH-565; isolate 200 is most pa­thogenic and isolate 45 is highly pathogenic to TSH-565, but not to Sca-6, Isolates 129, 168 and 193

are very poorly pathogenic to TSH-565, but not infective to Sca-6; isolate 178 is poorly pa­thogenic to Sca-6, The rest of the isolates are not pathogenic to TSH-565 and Sca-6, but most vi­rulent to "Comum" and UF-221.

LITERATURE CITED

1, HICKMAN • C ,J · Phytophthora - plant destroyer. Transactions of the British Mycological Society 41:1-13. 1958.

2. MEDEIROS, A.G. e MELO, J.W. de, Natureza do Phytophthora palmivora responsável pela podridão parda em cacau Caton-

14

----------

go. In Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas doCa­cau. Informe Técnico 1966. Itabuna, 1966. pp. 50-56,

3. ORELLANA, R.G. Variation in Phytophthora palmivora isolates from cacao and rubber, Phytopathology 49:210-2!3, 1959.

4. RAM, C. and FIGUEIREDO, J.M. de. Comparative studies of different Phytophthora palmivora isolates. Revista Theo­broma (Brasil) 1(4):3-9. 1971.

5. ----,-~ and RAM, A. Inoculation methods and other factors af­fecting strain <letermination of Phytophthora palmivora in cacao. (In press).

6. ROCHA, H.M. Cacao varieties resistant to Phytophthora palmi­vora (Butl.) Butl. A literature review. Cacao (Costa Rica) 10(1):1-9. 1965.

7. e VELLO, F. Estudos sobre resistências do cacau (Theobroma caca o L.} a Phytophthora palmivora (Butl.) Butl. ~ International Cocoa Research Conference, 3rd, Accra, Ghana, November 23-29. 1969. Tafo, Ghana, Cocoa Re­searchlnstitute, 1971. pp. 430-438.

8, TURNER, P.D. Variation in Phytophthora palmivora (Butl. )Butl. on Theobroma cacao L. in West Africa. Nature 1986:495-496. 1960.

9. WHARTON, A.L. Strains of Phytopnthora palmivora in Nigeria and Ghana, In West African Cocoa Research Institute. An­nual Report 1956-1957, Tafo, Gold Coast, 1958, pp. 36.

lO. ZENTMYER, G.A. Variation in Phytophthora palmivora. ~In­ternational Co coa Research Conference, 4th, Trinidad and To bago, January, 1972.

11. ___ õ;:!;!,;a;n~d~MITCHELL, D.J. Mating types in Phytophthora palmivora. ~ International Cocoa Research Conference, 3rd, Accra, Ghana, November 23-29. 1969. Tafo, Ghana, Cocoa Research Institute, 1971. pp. 494-497.

SUMMARY

The degree of virulence of 22 isolates of Phytophthora palmivora collected from nine different localities of the Cacao Growing Region ofBahia,Brazil,was assessed on four differential clones oíTheobroma cacao L. in arder to group the isolates according to their leveis of ~ence. Results of lesion size produced in pods by different iso­lates showed significant differences between both isolates and clones and support the conclusion that the isolates highly differ in their de­gree of virulence. To obtain adequate leveis of resistance in cacao,

15

Page 62: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

a breeding program is suggested. Also, highly pathogenic isolates should be used in the breeding program to mai.ntain an acceptable leve! of resistance,

VIRULtNCIA DE ALGUNS ISOLADOS SELECIONADOS DE Phytophtho~a palmivo~a EM CACAUEIRO

(RESUMO)

O grau de virulência de 22 isolados de Phytophthora palmivora c~letados. em. nove di:erentes localidades da região cacaueira da Ba­hia, Brasrl, for deternunado em quatro diferentes clones de Theobroma caca.o L: a !i.m de agrupar os isolados de acordo com os seus ni.veis d~ vrrulencra. Os resultados referentes ao tamanho da lesão produ­z.rda .nos frutos ~elos diferentes isolados mostraram diferenças'"'signi­Ílcatrva~ entre Isolados e clones, apoiando a conclusão de que 05 iso­lados diferem muit~ no seu grau de virulência. Para obter nfveis adequados de reslstencia em cacaueiro, sugere-se um programa de ~elhoramento baseado e~ cruzamentos, no qual devem ser usados Isol_a~os altamente patogenicos para manter um nfvel de resistência aceltavel.

•••

16

#

NEMATODES OF THE COCOA REGION OF BAHIA, BRAZII,. II - OCCURRENCE ANO DISTRIBUTION

OF PLANT PARASITIC NEMATODES ASSOCIATED WITH COCOA (Theob!toma c.ac.ao L.)*

Ra.v-i. Va.t.t Sha~r.ma** Sa.muet Atexi~ She!t***

Like rnanytropical crops co­coa is susceptible to the attack of insects and diseases. However, the role of plant parasitic nem­atodes in cocoa culture is still not yet ele ar.

Root-knot of cocoa was re­ported for the first time in 1900 by Ritzema Bos ( 15) and has atso been reportedfromCongo (9), são Tomé (4), Ghana (5, 8) Malawi (3, 14), Ivory Coast {12), Vene­zuela (24), Brazil (lO, 11. 13, 16, 17), Nigeria (2, 6), Zanzibar (25} and Java (7). Pratylenchus coffeae infects cocoa roots in Java (7) and ~· brachyurus has been found on and around the roots of cocoa in West Africa ( 12) but their effect ou the crop is unknown. Rado­pholus similis reported from cO­coa roots in Jamaica but did not multiply in them(l). Several spe­cies of ectoparasitic nematodes associated with cocoa have also been reported from Nigeria and Costa Rica (2, 21). The informa­tion on nematodes associatedwith

* Received for pub!icatlon in ]une, 1973.

co coa fromBahia is scanty. There­fore, a systemati.c nematode sur­vey of the Cocoa Region of Bahia was initiated to study the Oçcur­rene e and distributionof plant par­a sitie nematodes of different crops including cocoa.

MATERIAL ANO METHODS

In May, 1971, a general sur­vey of nematodes was begun to i­dentify the genera of plant par­asitic nematodes present in the Cocoa Region of Bahia to deter­mine their distribution according to host, soil type and geographic area.

Initially the survey was lim­ited to sites where cocoa trees and seedlings showedpoor growth or in the state of decline. The term declining refers to thetrees either showing symptoms of die­back or "Morte SÚbita" which is literally translated in English as "Suddendeath" of cocoa. The sym-

** D.Sc.(Agric), Division of Entomology, CEPEC. *** Ph.D., University of Ca!ifom1a, Riverside, Cal. U.S.A.

Revista Theobroma. CEPEC, !ta buna, Brasil, 3(3): 17-24. Ju!.·set. 1973.

17

Page 63: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

ptoms of dieback and "Mortes.;.­bita" of cocoa trees have been described by Silva (19) and in seedling by Sharma ( 16) and are briefly described below.

Dieback - It is a condition of progressive necrosis of branch terminais of the cocoa trees and other plants. The tree dies down to its roots, which remain alive and sends up shoots the following growing season and also when the dead terminais are pruned off. The roots are discoloured and sometimes galled.

Morte SÚbita -It is a condi­tion of cocoa tree when the green leaves after turníng yellow and then brown finally dry up and r e­main hanging intact on the later for a long time evenafter its death. The above conditíon looks like a case of permanent wilting. In the begining the tree looks healthy and the above mentioned phases of the symptoms of this disorder devel­op veryquicklyand hence its na me "Morte SÚbita" or "Sudden death". T h e roots are discoloured and rotten,

Nematode extraction

The method of sampling for nematodes and their extraction was according to the method de­scribed by Sharma and Loof (18). The characteristics of sampling sites are presented in Table l.

Nematode identification up to the generic levei was clone at CEPEC using a stereoscopic microscope. Identification of the invididual species was clone in

18

U.S.A. after receiving the killed and fixed concentrated nematode populatiorls in 5o/o formalin. The permanent mounts were prepared in pure glycerine using Southey's (20) slow glycerine m_ethod,

RESULTS

The results on the occurence and distribution of plant parasitic nematodes associated with cocoa in Bahia are presented in Tables 2, 3and4,

• A total of 118 samples from 24 different sites of which 62 came from cocoa trees showing sym­ptoms of dieback, 29 of "Morte SÚbita" and the remaining 27from healthy trees were collected, Se v­enteen genera and 25 different species of plant parasitic nem­atodes were encountered in this survey.

The root-knot nematode, M. incognita and the sheath nematode, Hemicycliophora sp. were found in large numbers in sandy loam and 1 o a m y soils where as the reniform nematode, §. reniformis was encountered more in clay soils. The awl nemaiode, Dolichodorus sp. and the dagger nematode, Xi­phinema spp. were present in both loam and clay soils. The spiral nematode, Helicotylenchus spp. w e r e found in ali types of soil throughout the Cocoa Region of Bahia.

DISCUSSION

The data mentioned in Tables 2 and 3 suggest that plant para-

Table 1 - Sampling sítes, number oí samples collected, source and soil type írom the Cocoa Region oí Bahia.

tree, S seedling.

sitie nematodes have a strong aí­finity with both dieback and "Mor­te SÚbita" of cocoa and may play a vital role in the development of the abnormal conditions of cocoa.

Plantparasitic nematodes have been found debilitating co coa seedlinginthe nurseries inBrazil {ll, 13, 16} and Costa Rica (22). Further evidence of nematode damage was offered by the favour­able growth response and yield increase when nematicides were used in field experiments (l7, 23 ).

19

Whitehead (25) observed root~ knot nematode damage to cocoa trees in Zanzibar. In Central Airica, cocoa roots infected With M. javanica showed some galling ( 14), In Malawi young cocoa trees grew slowly in patches of soil heavily infestedwith M. javanica. The roots, though iníeded with a d u 1 t females oí M. javanica were little galled(3). M.incogni­taisa commonpest in WestAfrica ;:;:-nd has been found as a parasite of cocoa tree in there, but its ef­fect on the cocoa tree is unknown

Page 64: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table 2 - Occu:rrertce and distribution of plant pa.rasitic nematodes associated with dieback of caçoa from 62 sarnples collected

1973,

A""' Belmonte; B = Buerarema; C = Camacan; D =Candeias; E =Coa­racl.; F =Ilhéus; G = Floresta Az\Jl; H = Gandu; J = Itabuna; K = Ita­juÍpe; L= Itapé; M = ItororÓ; N = ltuberá; O = Juçari; R = Para­mirim; S =Rio Branco; X = Varglto.

(6, 12). In Bahia, M, incognita is a very widespread nernatode and its importance as a p e s t should not b"' underestimated,

Pratylertchus cofíeae infects cocoa roots in Java (7} and is a serious pest of cofíee in Brazil was not yet encoun.teredinBahia. E: brachyurus has been found on and about the roots o[ cocoa in WesternAfrica (6,12), but its ef­fect on the crop is unknown. P, brachyurus was encountered from

20

the rhizospheres of both healthy and diseased cocoa trees i.nBahia and has also been reported from WestAfrica(6, lZ}and Nigeria (2),

Helicotvlenchus erythrinae, Hemicriconemoides sp., Longi­dorus sp., Meloidogyne incognita, ~lenchus sp., Pratylenchus brachyurus, R. reniformis, ~­phurus sp.andXiphinema setariae, were recorded as assaciated with cacoa for the lirst tin>e in Brazil andthis is thefirst report of f!:.!.-

....

Table 3 - Occu-rrence and distribution oí plant parasitic nematodes associated with "Morte SÚbita", or "Sudden death" aí cocoa from 29 samples collected fro-rn th.e Gocoa Region of Bahia, from May, 1971 to May, 1973.

B • euerarema; C • camacan; 1 = lbicaraf; J • ltabuna; L~ ltap~; M = l1ororÓ; N = lt-o­berá; O • Juçari; P. Lomll-nto JÚnior; Q = MaraÚ; U • Ubaitaba.; V= Uru>; W = Uruçuca.

Table 4 - Occurrence and distribution of plant para.sitic nematodes associated with healthy çocoa trees f-rom ?.7 samples col­lected ú:om the Cocoa Region of Bahia, from May, 1971 to May,. 1973.

A • Bdmonte; B • Buerar-ema; :E:= coa:coacl; G • Floresta Azul; l = Ibica:raf: 1 • !tabu• n;;; L • Itapé; M • ltororÓ; f'/ • Jtuberá; O= Juçari; U • tJba.itaba; W = Uruçuca,

Page 65: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

conemoides onoensis, Helicotyw lenchus californicus, H. exallus, Peltamigratus sp. Trichodorus monohystera, Xiphinema sp. and Aphelenchus avenae.

The results of this limited survey indicate that nematodes inw cluding harmfulspecies, are much more prevalent and more widely distributed than h as been believed.

LITERATURE CITED

I. REPORT OF Ministry of Agricu1ture and Lands, Jamaica. Kingw ston, Jamaica, 1963. pp. 48 w 49.

2. CAVENESS, F.E. Nematology studies 1960/1965. Lagos, Nige­ria, Mínistry of Agriculture and Natural Resources, Western Region, Nigeria and USAID Project 620-11-110-050 (Revised ed. ). 1967. 135 p.

3. CORBETT. D. C. M. In Report of Department of Agriculture 1959/60, Part Il. Nyasa1and, 1961. pp. 157- 158.

4. COTTEREL, G.S. In Bulletin Department of Agriculture. Accra, Go1d Coast, 1930. 22 p.

5 • EDWARDS, E.E. Further observations on the occurrence of nem­atodes of the genus Meloidogyne in Gold Coast. Journal of Helminthology 29(3}:153- 170. 1955.

6. ENTWISTLE, P.F. and CAVENESS, F .E. In Nematology Report of West African Cocoa Research Institute, 1960/62. T afo, Ghana. 1963. pp. 113- 114.

7. FLUITER, H.J .de and MULHOLLAND, J .J. Gegevens, verkregen bij het onderzoek naar de. Waardplanten van Tylenchus coffeae. Bergcultures 15(47): 1588 - 1593. 1941.

8. GERARD, P.M. Nematode studies, In Report of West African Cocoa Research Institute 1961-62. Tafo, Ghana. 1963. pp. 32 - 33,

9. GHESQUI~RE, J. Nouveaux parasites du cacaoyer. Maladie ver­micularie du cacaoyer (Ty1enchus (Heterodera) radicicola Greef) et sa relation avec la maladie du Diplodia (Coup de So1eil, Dieback). Bul1etin of Agriculture (Gongo- Belge) 12 (4): 709-718. 1921.

10. JIMÉNEZ S., E. RelaciÓn entre el ataque de nemátodos y la muerte s,:;_bita dei cacao (Theobroma cacao L.) en Bahia, Bra­sil. Turrialba 19(2): 255 - 260. 196~

t

'!! I

I

i I

f I

I

11. LORDELLO, L.G.E. NematÓides associados a uma doença do cacaueiro. Revista de Agricultura (Brasil) 43 (3/4): 154. 1968.

12. LUC, M. and GUIRAN, G. de. Les n~rnatodes associ~s aux plantes de l'Ouest Africain. Liste preliminaire. Agronomie Tropicale 15 (4) :434-449. 1960,

13. MANÇO, G.R. NematÓdios em plântulas de cacau. In Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau. Informe T~c­nico 1968 e 1969. ltabuna, s.d. pp. 99- 101.

14. MARTIN, G.C. Plant species attacked by root-knot nernatodes (Meloidogyne spp.) in the Federation of Rhodesia and Nyasa­land. Nematologica 6(2): 130- 134. 1961.

15. RITZEMA BOS, J. Les n~rnatodes parasites des plantes cultive~s . 1n. Congress Internationale d'Agriculture, 6, Paris. 19 O O.

pp. 306 w 312.

16. SHARMA, R.D. Nematodes associated with cacao and rubber in Bahia. RevistaTheobroma(Brazil) 1(3):43 -45. 1971.

17.

18.

Annual Nematology Report. Itabuna, Brasil, Centro de Pesquisas do Cacau. 1972. 3 p. (Datilografado)

---,;-::-ccand LOOF, P.A.A. Nematodes of the Co coa Region of Bahia, Brazil. I - Plant parasitic and freewliving nematodes associated with rubber (Hevea brasiliensis Muell. Arg. ). Re­vista Theobroma (Brazil) 3(1): 36-41. 1973.

19. SILVA, P. Emponteiramento do cacaueiro. Cacau Atualidades (Brasil) 5(1): 15- 17. 1968.

20. SOUTHEY, J .F. Laboratory methods for work with plant and soil n'ernatodes. London, Ministry of Agriculture, Fisheries and Food. Technical Bulletin N9 28 (5th ed. ). 1970. 148 p.

21. TARJAN, A.C. Some interesting associations of parasitic nem­atodes with cacao and coffee in Costa Rica. Nematropica l(l): 16. 1971.

22. and JIMENEZ, M.F. Debilitation of cacao in Costa Ri-

23.

ca by plant nematodes. Nematropica 3(1): 25-28, 1973.

---:CC"-,:-' JIMENEZ, M. F. and SORIA V,, J. Reaction of nem­atized cacao to chemical treatment. Nernatropica 1(1): 16. 1971.

23

Page 66: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

24. TORREALBA, P.A. Survey of plant parasitic and free-living nema.tode genera from Venezuela. In Peachey, J. E. ed.Nern­atodes of tropical crops. St. Albans, Herts. Common­wealth Agricultura! Bureaux, Technical Communication N 9 40. 1969. pp. 257-263.

25. WHITEHEAD, A.G. Nematodes attacking cofíee, tea and cocoa, and their control. fn Peachey, J. E. ed. Nematodes of trop­ical crops. St. Albans, Herts. Commonwealth Agricultura! Bureaux, Technical Communication N'? 40. "1969. pp. 239 -250.

SUMMARY

Seventeen genera and25 species ofplant parasitic nematodes were encountered in 118 samples carne from 24 different localities of the Bahian Cocoa Region. Twenty seven of the samples were taken from healthy co coa trees; 62 were taken from cocoa trees with symptoms of dieback and 29 showed symptoms of "Morte SÚbita", The nematodes encountered in this survey were: Aphelenchus avenae, Criconemoides onoensis, Dolichodorus sp., Helicotylenchus sp., H. californicus, H. dihystera, H. exallus, H. erythrinae, Hemicriconemoides sp. Hemi­cycliophora sp., Heterodera sp., Longidorus sp., Meloidogyne ~ nita, Paratylenchus sp., Peltamigratus sp., Pratylenchus brachyurus, Rotylenchulus reniformis, Trichodorus sp., T. monohystera, Tro­phurus sp., Tylenchus sp., T. davainei, Xiphinema sp., X. ensiculi­ferum and X. setariae,

NEMATÔDIOS DA REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA, BRASIL. II - OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

DE NEMATÔDIOS PARASITOS DAS PLANTAS ASSOCIADOS COM CACAU (TheobJtoma c.acao L.)

(RESUMO)

Dezessete gêneros e 25 esp~cies de nematÓdios parasitos das plantas foram encontrados em 118 amostras coletadas na rizosfera do cacaueiro (Theobroma cacao L.) em 24 diferentes localidades dare­gião cacaueira da Bahi;;;::-yinte e sete amostras foram coletadas em cacaueiros sadios e 62 e 29, em cacaueiros com sintomas de "morte descendente" e ''morte sÚbita", respectivamente. São eles: Aphe­lenchus avenae, Criconemoides onoensis, Dolichodorus sp., Heli­cotylenchus sp., !:!.· californicus, H.: dihystera, H. exallus, li! ery­thrinae, Hemicriconemoides sp., Hem.icycliophora sp., Heterodera sp., Longidorus sp., Meloidogyne incognita, Paratylenchus sp., ~­tamigratus sp., PratylenChus brachyurus, Rotylenchulus reniformis, Trichodorus sp., T. monohystera, Trophurus sp., Tylenchus sp., '!:_. davainei, Xiphinema sp., X. ensiculiferum e K· setariae,

24

APTIDÃO AGRfCOLA DOS DA REGIÃO CACAUEIRA DA

SOLOS BAHIA*

Luiz FeJtJte~Jta da Sitva** Raimundo CaJtvalho Filho** Ac.qJt Alve& OliveiJta de Melo**

Visando a interpretação prá­tica dos mapas de solos para fins de utilização agr{cola, torna-se necessária a elaboração de ma­pas de capacidade de uso, os quais sao também importantes para o fornecimento de informa­çÕes básicas para os planejamen­tos de desenvolVimentÇJ regional.

Para as condiçÕes brasilei­ras de -um modo geral, em que não se dispÕe de levantamentos pedolÓgicos detalhados e cartas básicas precisas nem de um nÍ­vel de tecnologia agrÍcola ele­vado, é impraticável a simples adorão de m~todos de apti~ão agrícola desenvolvidos em países de agricultura altamente tecnifi­cada. Isto porque os fatores li­mitantes de utilização agrÍcola estão estreitamente reladonados com a correspondente tecnologia. Em razão disso, muitos solos -aqui mesmo na Bahia - conside­rados altamente produtivos, sao marginalizados, se enquadrados

* Recebido para publicação em setembro, 1973.

em tais sistemas, pois expres­sam exclusivamente um manejo altamente tecnificado,

Importante e, poi.s, ter-se uma classificação de vocação agrÍcola que mostre o nÍvel tec­nolÓgico de que se dispÕe e per­mita projetar o uso dos solos sob uma tecnologia avançada, consi­derando-se, inclusive, as impli­caçoes de ordem social e econo­mica,

Isto posto e baseando-se em sistemas já desenvolvidos (3, 4, 6), o presente trabalho utiliza uma classificação de capacidade de uso apoiada em dois sistemas de manejo agrÍcola - convencio­nal e futuro - elaborada pelo Se­tor de Pedologia (7), na intenção d;,além de fornecer informaçÕes basicas para planejamentos di­versos, contribuir para o apri­moramento metodolÓgico do men­cionado sistema,

* Entende-se, no presente caso, por "Região Cacaueira da Bahia" todos os municípios pro­dutores de cacau no Estado e outros que têm estreita. relação de natureza sócio-econômica com os primeiros, correspondendo a uma área aproximada de 91.000 km'.

** Eng~s Agr'?s, Setor de Pedologia da Divisão de Solos, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, ltabuua, Brasil, 3(3)25-40. Jul.-set. 1973.

25

Page 67: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

CRITfRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DAS TERRAS

Foram considerados dois ti­pos de tecnologia agrfcola - con­vencional e futuro - como tenta­tiva de diagnosticar o comporta­mento de cada unidade de mapea­mento nestes dois niveis opera­cionais distintos, a exemplo do que j~ foi feito por outros auto­res (2). Para tais manejos, são considerados cultivos anuais e perenes e possibilidades de me­lhoramento das condiçÕes agri­colas dos solos em uma escala de viabilidade t~cnica, social e econÔmica compativel com os nf­veis de tecnologia citados.

Cinco fatores limitantes pa­ra a utilização agr{cola f o r a m utilizados para fins de conceitua­ção dos desvios das condiçÕes agrÍcolas das diferentes unidades de mapeamento em relação ao solo de referência, ou solo agrÍ­cola ideal, isto é, sem limita­çoes. Estes fatores foram: de­ficiência de fertilidade, suscepti­bilidade à erosão, deficiência de água, impedimentos ao uso de máquinas agr{colas e excesso de água (deficiência de arejamento), com seus respectivos graus: 1; 2; 3; 4 e 5, ou sejam, nula, li­geira, moderada, forte e muito forte.

As possibilidades de melho­ramento das condiçÕes agricolas dos solos são consideradas s<e­gundo três classes de viabilida­de- l (facilmente viável), 2 (viá­vel) e 3 (possivelmente viável). Estas, muitas vezes, dependem não s;; do solo mas também do capital disponÍvel e do conheci­mento t~cnico operacional para

26

conduzir os trabalhos de melho­ramento necessários, estando estas possibilidades de melhoria estritamente relacionadas com o nÍvel tecnolÓgico a considerar.

O que se pretende é, através da simples descrição dos fatores e graus limitantes de utilização agrÍcola, já defi:didos por outros autores (2, 3, 4), expressar as qualidades de cada solo quanto à sua utilização mais racional. A comunhão desses cinco aspectos agricolas reflete a sua maior ou menor adaptabilidade aos culti­vos e permite inferir o grau de tecnologia que se deveria - ou poderia - adotar para a obtenção de maiores rendimentos.

SISTEMAS DE MANEJO DOS SOLOS

As práticas de manejo dos solos dependem de muitos fato­res que poderiam ser divididos em sociais, econÔmicos e técni­cos (3), Em razão disso, há uma grande variação da tecnologia a­gr{cola no Brasil, e particular­mente na Bahia, o que dificulta a aplicação de um sistema rigido de classificação de terras que, para ser válido, deve expressar a realidade rural de uma deter­minada região.

Dois sistemas de agricultura foram elaborados e são descritos a seguir, os quais, mutatis illl!­

~. poderão ser aplicados em qualquer região da Bahia.

Sistema futuro de agricultura

Trata-se de um manejo a­vançado em que se faz uso inten-

'

------·------------

sivo de capital e se dispÕe de um alto nfvel de conhecimento técni­co. Nas práticas de manejo, são utilizadas maquinarias operadas com força motriz para fins de trabalhos intensivos de drenagem e de medidas para controlar a erosao. Também são usadas a fertilização intensiva, quando ne­cessária, e técnicas de irrigação,

Neste siste111.a, admitem-se as possibilidades de melhora­mento das condiçÕes agricola.s, segundo três classes de viabili­dade, exCeto para os casos de deficiência de água e erosão (Quadro l).

Com a adoção das classes de melhoramento, poderão ser fa­cilmente visualizadas as condi­çÕes agricolas de um determina­do s o 1 o, em estado natural, e suas possibilidades, projetadas para o futuro ante uma agricultu­ra tecnificada. É de se esperar, pois, que muitos solos mudem de classe, para melhor ou para pior, indicando, neste Último caso, sua impossibilidade de serem mane­jados tecnicamente.

Neste sistema, foram sepa­rados os cultivos anuais e os pe­renes, cujas classes de capaci-­dade de uso podem ser distintas, já que fatores como mecanização e susceptibilidade à erosão dão pesos diferentes, dependendo do tipo de exploração agrÍcola. Ob­viamente, para cultivos de ciclo curto, os fatores aludidos são de maior importância, requerendo solos com menores graus de li­mitação em comparação com os de ciclo longo.

27

Sistema convencional de agricultura

As práticas agrÍcolas, neste sistema, dependem, de um modo geral, de m~todos tradicionais. Por tal razão, admite-se apenas uma possibilidade de melhora­mento- Classe de Viabilidade I­exceto para o fator fertilidade, conforme a classificação apre­sentada no Quadro 2.

Em sintese, o manejo con­vencional é uma modalidade de agricultura em que os cultivos dependem da fertilidade natural dos solos. As suas práticas a­gricolas se restringem a cultivos em contorno, irrigação por gra­vidade, drenagem por abertura de valas e remoção de pedras para fins de utilização de imple­mentas manuais.

Também neste sistema de agricultura, par a facilidade de classificação das terras, são dis­tinguidos cultivos anuais e pere­nes. Desta maneira, a limitação por falta de água é muito impor­tante na determinação de aptidão agr{cola de um solo ao se consi­derar as duas modalidades de cultivos, já que, para o caso de plantas de ciclo longo, é mais seletivo. Assim posto, solos ca­rentes em água por determinado per{odo do ano,podem ter melhor classificação quando são destina­dos a cultivos anuais do que a perenes. Isto porque, no primei­ro caso, há possibilidade de bons rendimentos em grande parte do ano, dependendo, logicamente, da combinação dos outros fatores de limitação agricola. O mesmo ra­ciocinio perde a validez quando se trata de cultivos de ciclo lon-

Page 68: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 1 -Classificação de terras - sistema futuro.

CA De ciclo anual. CP De ciclo perene.

Mecanização

Erosão ~ncia de água

Deficiência de Deficiência de

oxigênio fertilidade:

MELHORAMENTOS

1. Remoção de pedras; 2. Drenagem em tubos: 3. Tubos e bombas ou terraços.

I. Cultivos em contorno; 2. Terraços e faixas. 1. Irrigação por gravidade (la - fácil. lb - dificil}.

2. Implementos. I. Valetas. 2. Valetas com tubos. 3. Bombas. I. Correção de um ou dois nutrientes: la. Adubação+

calagem (doses simples); Zb. Adubação maciça+ calagem média; 3a. Adubação+ calagem (doses ma­ciças) 3b.Desalcalinização com/ou dessalinização.

()Comousemo melhoramento respectivo.

28

Quadro 2 -Classificação de terras - sistema convencional.

CA De ciclo anual. CP De ciclo perene.

Melhorament,os

_Mecanização I. Remoção de pedras. Erosão I. Cultivos em contorno. ~ncia de água l. Irrigação por gravidade (la -:fácil. lb - düfci!). Deficiência de oxigênio: 1, Valetas. ( ) Com ou sem o melhoramento respectivo.

go, )a que a sua produtividade sera sempre afetada por aquele perÍodo de carência de água.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tomando-se por base tra­balhos anteriormente publicados pelos autores (1, 5, 8), foi pos­sÍvel evidenciar os fatores limi­tantes de utilização agrÍcola dos solos da região cacaueira baia-

29

na (Quadro 3), cujos graus sao acompanhados de um Índice de viabilidade de melhoramento, com sua respectiva nova classe de limitação.

Assim, são expressas as li­mitaçÕes de um solo em suas condiçÕes naturais e, paralela­mente, as transformaçÕes em graus destes fatores limitantes ao ser utilizado um determinado tipo de melhoramento. Exempli-

Page 69: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

' AÚ~I

~G:4 lo.

;Aa:"!L· . .Aa;.'t:'

. A0::4i . ·Aq,.;t

31

Page 70: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 3 - Con<:~"'-'-" ção

S'l'mi ...;.,,';{~;· mttntanh<:>~'Os

ÓX!>U Muai Mt!ihor,amento ,Oraú ftltai

úr~~-<1 a.tuat uc~3 Melho,n•m•htt:Ô: •· · · 1

, ·cl\-.u:nnal · '. ,~d-~

ox.:l oX~t

''(a!W «tuai 'MC' ~ 'Mêui:>i:fft-m?lWJ._' !::1 ~, ... , :z,. ,Cn{ufiila1 '··''ü.J:iC.:?; "#:lJ::, 'Ót-~:iw<tl Mi;~'L ;:'S.-!f1,.r.~.,·;··

~ti'.: i ,FE:..:4

Mdlio';riiimirrt~ ;;;,:. ' c: __ __ - •• ,rn!~íJJià;t: .:,::,: MQ.-1': '<E1<'7!i: " <JI'EO.l

ijf~'ui~lili;,i" :MciiiS: **..z' :u~!JWI:*in~~.· 'l " "z:,' ,b;<iu 1inai , Mê}w)!; ''t&Pi'

·fi~"'< "\·.u ' int:~1

'':·â,r;,.i!;~~:' '<:;Iv:tdL~ .... ERJ,~'; ,.,·,lmlri•A.,'.Meih!>râtni!ht~::c ·.:' i'·,

,~AlJ,}in~ , MC;3 .:~~fw'( 'ó:X-/

élX"'4'

' ox-J

ficando, para maior c 1 a reza, tem-se a unidade ColÔnia Úmido com limitação forte pela fertili­dade (FE-4), por,;;m com possi­bilidade de sanar tal impedimen­to, transformando-se em um solo sem esta limitação (FE-l), ao se aplicar o melhoramento Zb (Qua­dro 3),

Desta maneira, esta inova­ção do sistema elaborado permi­te, atrav,;;s de um simples quadro de limitaçÕes, a visualização das condiçÕes agr{colas de um terre­no e, ao se aplicar melhoramen­tos, inferir suas possibilidades agrfcolas e a maneira como deve ser manejado racionalmente.

'i:R-J

32

O Quadro 4 mostra as clas­ses de capacidade de uso que es­pelham as possibilidades de a­proveitamento agrÍcola da região levantada, em função das quais foram confeccionados os mapas de aptidão agrfcola para fins bá­sicos de planejamentos agrope­cuários (Figuras l, 2, 3 e 4).

O Quadro 5, evidencia a im­portância deste sistema de apti­dão, fornecendo opçÕes de utili­zação agricola em função do tipo de cultivo e do manejo de agri­cultura, de modo a permitir um zoneamento agricola racional da região cacaueira baiana.

·····-.----------

Quadro 4 - Classes de aptidão agrÍcola dos solos da região cacaueira baiana.

CA - Cultivos de ciclo anual. CP -Cultivos de ciclo perene.

33

Page 71: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

LEGENDA -CLASSE U ~ -CLASSE 111 REGULAR

[JJJll CLASSE IV RESTRITA

111111111 CLASSE V MARGINAL

ASSOCIAÇÕES

[B.El CLASSE 111 + CLASSE IV

- CLASSE + CLASSE V

CONVENÇÕES

RtOS PRINCIPAIS ~ ESCRITÓRIOS DAccc~c'c'c'c'c__ LOcALIDADES LIMITES INTEIIMUHICIF'tdS -·- - - -

LIMITES INTUES"lllDUAIS-----

Figura l Aptidao agrfcola dos solos da regiao cacaueira baiana. Sistema futuro. Cultivos de ciclo anual.

34

LEGENDA - CLASSE U ·~

[JJJll CLASSE lU REOOLAR

EIHl CLASSE r-J IIESTRITA

111111111 CLASSE V MARGINAL

ASSOCIAçÕES - CLASSE ,. CLASSE IV - CLAS'>E , .. CLASSE 111

llllll CLASSE 11 + CLASSE V

CONVENÇÕES

RIOS PRINCIPAIS ~ EScRITÓRIOS DA CEPLAC LOcALIDADES LIMITES INTERMUNICIPAIS----­

LI!'ITES INTERESTAOUAIS----­

LI!'ITES DAS MANCHAS ---.... "- ... , .. i I i i

"'" """' Figura 2 -Aptidão agrfcola dos solos da regiao cacaueira baiana.

Sistema futuro. Cultivos de ciclo perene.

35

Page 72: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

LEGENDA - ~= "'"• - CLASSE 11 OM -CLASSE 111 REGULAR

illll CLASSE W !!ESTRITA - CLASSE ~ MARGINAL

ASSOCIAÇÕES - CLASSE 11 + "- "' - CLASSE 11 + "-· " - CLASSE 111 + CLASSE "' CONVENÇÕES

Ro:lS~II'IliS ~ ESCI!ITÓI>tos M CEPLAC LOCALIOAOES • LIIIIIT[S INTEIIMUNICJI'Ill$ -··-···-·

LIMITES ~flleiT.oouAIS----­

UMITES OAS MANCHAS

, ... ~

,. ....

Figura 3 agricola dos solos da regiao cacaueua baiana. Sistema convencional. Cultivos de ciclo anual.

36

i '

LEGENDA - Cl-ASSE ÓllMA - CLASSE ti OM

!l!:ll CLASSE 111 REGULAR

!l!:ll CLASSE IV ~EST~ITA -CLASSE V MARGINAL

ASSOCIAÇÕES - CLASSE "' CLASSE "' - CLASSE 11 + CLASSE " - CLASSE 111 + CLASSE "' CONVENÇÕES

RlOS PRINCIPAIS ~ ESCRITÓRIOS DA CEPLAC LOCAUOAOES -----­LIMITES INTE .... <RIICIPAIS ·-- ---UMITES INTERESTADUAIS_, __ _

LlldiTES DAS MANct!llS

"'"'

4 -Aptidão agr1cola dos solos cacaueira baiana. Sistema convencional. Cultivos de ciclo perene.

37

Page 73: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro 5 -Distribuição cartográfica (km2) das classes de capacidade de uso na região cacaueira da Bahia.

CP - Cultivos de ciclo perene. CA -Cultivos de ciclo anual.

LITERATURA CITADA

I. CARVALHO FILHO, R., DIAS, A.C.C.P. e MELO, A.A.O. de. Solos da bacia meta-sedimentar e região pastoril do Sul da Bahia, Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas doCa­cau. Comunicação Técnica n'.' 34. 1969. 29 p.

2, BRASIL. MINISTÉRIO da Agricultura, Equipe de Pedologia e Fer­tilidade do Solo. I. Levantamento de reconhecimento dos so­los da zona de Iguatemi Mato Grosso; li. Interpretação para uso agrÍcola dos solos na zona de Iguatemi Mato Grosso. Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura. Boletim Técni­co n'? 10. 1970. 99 p.

3. JAN BEEK, K., BENNEMA, J, y CAMARGO, M. Primer intento - lnterpretaciÓn de un levantamiento de suelos en Brasil. Wageningen, DPFS/FAO/STOBOKA. Informe n9 3677. 1965. 53 p.

4. et al. Interpretação preliminar da carta de solos da re-giao cacaueira, In Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 109, Piracicaba, São Paulo, Brasil, 1965. 127 p. (Mimeo­grafado).

5. MELO, A.A.O. de e SILVA, L. F. da. Solos da faixa litorânea Itaca:.;é-Camamu, Bahia, Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas ,do Cacau. Boletim Técnico n'? 14. 1971. 31 p.

38

6. SILVA, L.F. da e CARVALHO FILHO, R. Classes de solos para cacau na Bahia, Brasil. Revista Theobroma (Brasil) 1(2): 39-54. 1971.

7. , MELO, A.A.O. de e CARVALHO FILHO, R. Sistema de classificação de terras da região cacaueira baiana. lnita­buna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau, Infor­me Técnico 1970 e 1971. Itabuna, s.d. pp. 87-88.

8. ---~~ et al. Solos das bacias inferiores dos rios Almada e Ca­choeira, Bahia, Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesqui­sas do Cacau. Comunicação Técnica n'? 23. 1969. 55 p.

RESUMO

Para a interpretação prática dos mapas de solos, é necessaria a elaboração de cartas de capacidade de uso, que são importantes para o fornecimento de informaçÕes básicas para o planejamento de desen­volvimento regional. Em razão disso, utilizou-se um sistema de ca­pacidade de uso com base nos fatores de limitação agrÍcola {deficiên­cias de fertilidade, água e oxigênio; susceptibilidade à erosão e im­pedimentos ao uso de maquinaria agrÍcola), Foram considerados dois sistemas de manejo -convencional e futuro -sob dois tipos de culti­vos - anuais e perenes.

Tal sistema modificado de classificação de terras foi aplicado aos solos da região cacaueira baiana, possibilitando informações

• acerca da sua mais adequada utilização e do sistema de agricultura que deve ser empregado.

AGRICULTURAL POTENTIAL OF THE SOILS OF THE BAHIAN COCOA REGION

(SUMMARY)

For the practical interpretation of soil survey maps it is also necessary to prepare maps indicating land use potential, an important parameter required for any regional development plan. Land use potential was calculated by considering the negative factors which limit agricultura! production: deficiencies in soil fertility, water or oxygen; liability to erosion and presence of rocks or accentuated relief which limit the degree of mechanization possible. There were then related for both annual and perennial crops with two imposed management systems - the traditional and a hypothetical futuristic one where modern farm technology is employed.

39

Page 74: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

This modiíied system of land classification was applied to the soils of the Bahian Cocoa Region. The results provide a basis for better future recommendations on the land use and management systems for the region.

•••

40

NOTA

EXPEDIÇÃO INTERNACIONAL A AMAZÔNIA EQUATORIANA PARA COLETA DE MATERIAL BOTÂNICO DE CACAU*

Gvr.aldo Adamt CM1e.tto**

O Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Instituto Nacional de InvestigaçÕes Agropecu;;.rias (INIAP) e Instituto Francês do Caí~ e do Cacau (IFCC) patrocinaram uma expedição botânica à AmazÔnia Equa­toriana, com a finalidade de coletar material de cacau de boas carac­teristicas agronômicas e diversidade gen~tica para uso em progra­mas de melhoramento.

O grupo t~cnico expedicionário, formado por G. A. Carletto (CEPEC), A. Loayza (INIAP} e J. Besse (IFCC}, partiu da localidade chamada Francisco de Orellana (Equador} em junho de 1973 e, duran­te 5 dias, percorreu intensivamente as margens e áreas vizinhas dos rios Alto e Baixo Napo, Payamino e Coca (Figura I), coletando ma­terial.

Foi escolhida essa epoca do ano devido a informaçÕes de expedi­çÕes anteriores (4, 7} onde são comentados os hábitos vegetativos e reprodutivos do cacaueiro nativo daquela área. As condiçÕes do meio ambiente,~_na oportunidade, serviram como indicadol:" natural para a

• seleção de plantas com ind[cios de resistência à vassoul:"a-de-bruxa (Mal:"asmius perniciosos Stahel), principal enfermidade e fator limi­tante da produção nos paÍses da área amazÔnica e do CaJ:"ibe. Al~m da resistência a esta enfermidade, foram tamb~m considerados, na seleção, os aspectos: rusticidade, vigor, produtividade e :resistência a pragas. O material coletado na expedição (Quadro I) foi enviado à EstaciÓn Experimental Tropical - Pichilingue, Equador - para ser multiplicado e, posteriormente, fornecido aos paÍses interessados.

COMENTÁRIOS GERAIS

O cacaueiro é ali conhecido pelos nativos como "cacao del mon­te", designação que serviu para a classificação de "Criollo dei monte", feita por Pound {2).

* Recebido para publicação em agosto, 19'73. ** M.S., Divisão de Genética, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, Itabuna, Brasil, 3(3):41·47. Ju!....set. 1973.

41

Page 75: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Figura l -Área da AmazÔnia Equatoriana visitada pelos expedicioná­rios. Junho, 1973.

As plantas nao apresentam diversidade marcante nas flores, fru­tos e sementes, pontos fundamentais usados para a classificação de cultivares. De conformidade, por~m, com a localização, varia de porte e n~mero de ramificações. Dentro da floresta, devido à com­petição pela luz com as outras espécies, a sua altura alcança mais ou menos 20 metros; nas margens dos rios, em áreas derrubadas pelos nativos para plantio de cultivos de subsistência, o porte~ menor.

As folhas sao de tamanho médio a pequeno, com ápice terminado em forma de lança retorcida. Nos lançamentos novos, a coloração é verde pálido, sem pigmentação antociânica, caracterfstica do cultivar Gatongo. As flores, de tamanho m~dio, são de cor amarelo-pálida em suas partes componentes com exceção dos estaminÓides, que sao pigmentados. Os frutos são ciÜndricos, como os amelonados, têm superficie rugosa, lembrando os criollos, sulcos lisos e colora­ção verde quando imaturos, caracteristica genética dominante nas po­pulaçÕes amazÔnicas. As sementes são globosas, de tamanho médio a pequeno, e os cotilédones,completamente desprovidos de pigmenta­ção antociânica.

Segundo as observaçÕes realizadas, parece que nao existe, pelo menos em forma aparente, problemas de incompatibilidade naqueles

42

Quadro l -Descrição do material AmazÔnia Equatoriana.

botânico coletado Junho, 1973.

na expedição a

(I~· Fazenda Valerio Greffa-Noroeate do acampamento da Texaco. (2)- Fa~enda lr­rnaoa Capuchinhos-Noroeste do acampamento da Texaco. (3)- Fazenda Catalina Guata­t~ca·Alto Napo, 1:30 h subindo o rio Coca. (4)- Fazenda LetÍcia Guatatoca-200 m su­bmdo o riO ~apo. (5)- 50 m ao sul do cultivar NAP0-44. (6)- 200m ao sudoeste da Fazenda Letícia Guatatoca. (7)- Margem direita do rio Napo, no lugar Caspisapa-Zh de Francisco de Orellana. (8)- 200m ao sudoeste da planta. NAP0-47. (9)- De Casp·sapa. 7~ min rio (Napo) abai"o, lado esquerdo. (lO)- 100m da .Í:rvore NAP0-49 pa.ra 0

1

inte~ nor. (li)- IO,min de NAP0-50 descendo o rio-lado direito-Fa~enda Lucia.no. (12). 30m ao sul da arvore NAP0-51. (13)- Gaurnaya.co, 30 min descendo o rio Napo, lado esquerdo. (~4)- 2 h ~ubindo o rio Pa.ya.mino, lado esquerdo, em Yuralpa. (15). 20 min descendo o rto Payam1no, margem direita.

R =Rugoso

CBM = CilÍndrica, branca., tamanho m~dio P = Pouca.

A • Abundante PVp • Pouca., verde p.Í:lido AVp = Abunda.nte, verde pá:lido

cacaueiros, tendo em vista que, tanto em plantas isoladas como em conjunto, encontraram-se frutificaçÕes ou indÍcios.

Resultados de investigaçÕes sobre a herança de alguns caracte­~es quantitativos e qualitativos e observaçÕes da planta nas diversas areas produtoras do mundo poderiam fornecer subsÍdios importantes para uma discussão. Assim, a cor verde do fruto é um caráter re­c;s_sivo (5!; a rugosida~e da casca, parece ser uma caracteristica ge­nehca devtda a um ambJ.ente especifico, capa:~; de mutar quando tras­ladado do seu habitat natural. Idêntico fenÔmeno parece ter ocorrido com a ,:or das s:mentes, que, como uma forma seletiva para a per­petuaçao de especies, passou de branca a roxa. Estudos realizados por Vello (6) e Soria e Esquivei (5) com tipos amazÔnicos e trinitá­rios mostraram que a cor roxa das sementes é controlada por um par de genes maiores. Talvez, a mudança da cor branca para roxa, pos­sa ser explicada :omo um caso de mutação inversa, possÍvel de acon­tecer numa freqtiencia de 1:10 da direta {3).

43

Page 76: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Revendo os comentários feitos por investigadores de expediçÕes anteriores {2, 4, 7) e confrontando com as ob~;.ervaçÕes registradas nesta expedição, somos inclinados a aceitar a proposta de Cheesman (1) que considera esta área como o centro de origem do cacaueiro.

AGRADECIMENTOS

Aproveitamos a oportunidade para deixar registrados sinceros agradecimentos à Diretoria e pessoal do INlAP, em e~>pecial ao Eng9 Agr9 A. Loayza e à Texaco Co. del Ecuador, pelas atençÕes e facili­dades oferecidas.

LITERATURA CITADA

1. CHEES:MAN, E.E. Notes on nomenclature, classification and possible relationships of cacao population. Tropical Agri­culture (Trinidad) 21:144-159. 1944.

2. POUND, F ,J. Caca o and witchbroom desease {Marasnllus perni­ciosus) of South America with notes on other species of Theobroma; report on a visit to Ecuador, the Amazon Valley and Colombia, April 1937 - April 1938, Port-of-Spain, Yuille's Printerie, 1938, 58 p.

3. SOLBRIG, O.T. Evolutionand sistematics. New York, McMilan. 1966.

4. SORIA V., J. The latest cacao expedition to the Cacao {Costa Rica) 15(1):5-15. 1970.

amazon basin.

• 5, y ESQUIVEL, O. Algunos resultados del programa de

mejoramiento genetico de cacao en el IICA-Turrialba. ~ Conferência Internacional de Pesquisas em Cacau, 2~, Salva­dor e Itabuna, Bahia, Brasil, novembro, 19-26, 1967. Me­mÓrias. Itabuna, Centro de Pesquisas do Cacau, 1969. pp. 35-41.

6. VELLO, F. ConsideraçÕes sobre a gen~tica de pigmentação do cacau branco da Bahia. Cacau Atualidades (Brasil) 1(1):3. 1964.

7. ----;o,.- e MEDEIROS,A.G. Expedição botânica à AmazÔnia Brasileira. Cacau Atualidades {Brasil) 2(4):47-51. 1965.

AN INTERNATIONAL COCOA COLLECTING EXPEDITION TO THE ECUADORIAN AMAZON

The Cocoa Research Center (CEPEC) of Brazil, the National Ins­titute of Agricultura! Research (INIAP) of Ecuador and the French

44

..

Coffee and Cocoa Institute (IFCC), recently organized a botanical ex­pedition to the Amazon Region of Ecuador for the purpose of collect­ing new cocoa plant material of good agronomic characteristics and genetic diversity for use in their breeding programs.

The expeditionary group consisting of A. Loayza (INlAP), J. Besse (IFCC) and G.A. Carletto (CEPEC) started from the town of Francisco de Orellana {Ecuador) in June 1973 and for 5 days collected plant ma­terial from the banks and adjoining areas of the Upper and Lower Napo river, the Payamino and the Coca rivers (Figure 1).

This period of the year was chosen mainly because of the obser­vations made by previous expeditions (4, 7) in relation to the vegeta­tive and reproduction habits of the wild cocoa trees in the area. The weather conditions during the period of the expedition appeared to be conducive to the selection of plants with signs of resistence to the "Witches'broom" (Marasmius perniciosus Stahel), the principal plant disease and limiting factor for cocoa production in the Amazonian and Caribbean areas. In addition to disease resistence, other aspects selected for were robustness, vigor, productivity, and pest resistence. The material collected during the expedition (Table I) was sent to the Tropical Experimental Station at Pichilingue, Ecuador, for multipli­cation prior to distribution to the interested countries.

GENERAL COMMENTS

The cocoa tree is known in the area by the natives as "cacao del monte", a term which was used in the classification of "criollo del monte" by Pound (2),

The plants collected did not appear to be fundamentally different from each other as regards their flowers, fruits and seeds although the height and branching varied with location. In the forest, due to competition for light with other plant species, the cocoa trees reach a height of approximately 20 metres, but those near the river banks and in the relatively open areas prepared by the natives for subsistence crops, they are much shorter.

The size of the leaves were average to small with their apex ending like a twisted spear. When flushing, the calor of the leaves was very pale green without an anthocyanin pigmentation. This inci­dentally is also a characteristic of the Bahian cultivar Catongo.

The flowers were medium in size, all their parts being pale yellow except for the staminodes, which were pigmented,

The fruits were wrinkled (similar to the Criollo) with smooth furrows, The pods were cylindrical, typical of the amelonados and

45

Page 77: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Table I - Description of botanical material collected on the expedition to Ecuadorian Amazon. June, 1973.

(l)- Valeria Greífa farm-Northeasl of lhe Texaco substation. (2)- Irmãos Capuchinhos farm -N.W. of the Texaco substation. (3)- Cala.lina Guatatoca farm- Upper Napo, lhr. 30 mln. up lhe Coca River. (4) - Leticia Guatatoca farm, 200m up the Napo River. (5)- 50 m to lhe South of the NAP0-44 tree. (6)- 200m to the Southwest of the Letícia Guatatoca (arm. (7) - On the right hand margin of the Napo River in the village of Cas­pisapa, 2 hours from Francisco de Orellana. (8) -200m to the Southeast of the tree of NAP0-47. (9)- From Caspisapa, 25 min. down river on the left margin of the River Napo. (lO)- 100m from the tree of NAP0-49 in the direction of the interior. (li)­Luciano farm, lOmin. down ri ver on the right. (12)- 30m to the South of tr.e NAPQ-51 tree. (13)- Gaumayaco, 30 min going down Ri ver on the left land side of Ri ver r!f'apo. (14)- 2 hours up the Payamino River left land side in village of Yuralpa. (!5)- 20min. going down the Payamino River right land side,

W = Wrinkled CWM = Cylindrical, white, medium size L = Little

A ~ Abundant LP = Little, pale green AP = Abunda.nt, pale green

were green, genetical characteristics dominating in amazonian popu­lations. The seeds were cylindrical, medium to small in size, with the cotyledons having no anthocyanin pigmentation,

From the observations made it would appear that self incompat­ibility problems do not exist inasmuchas all the plants were found with fruits or signs of fruiting,

Some of the research results of the inheritance of the quantita­tive and qualitative characteristics, in addition to observations made in different cocoa producing areas, indicates that the green colo r of the pod is a recessive character {5). The wrinkles of pods seems to be a genetic characteristic attributable to a specific environment. Mutation is possible when the tree is transferred from its natural habitat. The same phenomenon, for the survival of the species, seems to have occurred with the c olor of the seeds which has changed from

46

! !

I I I I

white to purple. Studies made by Vello (6) and Soria and Esquivei {5) with Amazonian and Trinitarian types indicate that the purple colar of the seeds is controlled by a pair of larger genes, The change from white to purple perhaps can be explained as a case of inverse muta­tion, with a possible frequency of occurrence in the arder of 1:10 (3).

Re-examining the remarks made by investigators of previous expeditions (2, 4, 7) and comparing them with the observations of this expedition, we are inclined to accept the hypothesis of Cheesman (1), i,e., that this areais, in great probability, the lo cale of origin of the cocoa tree,

•••

47

Page 78: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

INFORMAÇÃO AOS COLABORADORES

Os conceitos e opiniÕes, emitidos nos artigos, são da exdusiva responsa­bilidade dos autores. São aceitos para publicaçà'o trabalhos que se constituam em real contribuição para um melhor conhecimento dos temas relacionados com problemas agronômicos e sÓcio-econÔmicos de áreas cacaueiras.

Os artigos devem ser datilografados em espaço duplo, com o márimo de 2.500 palavras ou lO fÔlhas tamanho carta (28,0 x 21,5 em), em uma sÓ face e com margens de 3 em por todos os la<los. Os originais devem ser acompanh"' dos de duas cópias perfeitamente legÍveis.

Desenhos e gráficos devem ser feitos com tinta nanHn e não llltrapassar a medida de 18, O X 20, O em; as fotografias devem ter 15, O x 23, O em, em papel fotográfico brilhante com bom contraste. As ilustrações devem ser nomeradas e com legendas escritas ';, máquina, em papel separado. Recomenda-se não dobrá-las para evitar dificuldades na reprodução.

As referências no texto devem ser feitas pelo nome do autor, acompanhado do nÚmero de ordem da citação bibliográfica. Ex,: Medeiros (5), ou simples­mente (5). A "Literatura Citada" deve ser organizada por ordem alfabética dos autores, com nÚmero de ordem, usando-se o seguinte sistema:

5. MEDEIROS, A.G. Método para estimular a esporulação do Phytophtho­~ pa!mivora(B~>tl.)Butl. em placas de Petri. Pbyton 22(1):73-77. 1965.

O resumo não deve exceder meia página datilografada, sendo acompanhado de versão em inglês. São aceitos artigos em português, espanhol, inglês e hancês.

INFORMATION FOR CONTRIBUTORS f

Concepts and opinions given in artides are the exclusive responsibility of the authors. Only articles concerned with agronomic and social-economic prob­lems of cocoa growing arcas, which representa new contribution to the subject, will be accepted for publication.

Articles should be typed in double spacing with a marirnurn o f 2, 500 words o r I O !etter si:z:ed pages (28. O x 21. 5 em) with a 3 em m<\rgin on all sides, to­gether with two legible copies.

Drawings and graphs should be prepared with India ink not exceeding 18. O x 20. O em; photographs should be 15, O x 23, O em glossy prints with good contrast. Illustrations must be numbered, with the machine typed subtitles on separate paper. To avoid reproduction difficulties it is recommended that en­closures should not be folded.

Text references shollld appear wHh the name of the <1uthor and/or the arder number in the literature citation. The "Literature Cited" should be numbered in alphabetical order employing the following system:

5. MEDEIROS, A. G. Método para estimular a esporulação do Phytoph­thora palrnivora {Butl.) Butl. em placas de Petri. Phyton 22(1): 73-77. 1965.

A:dicles are accepted in Portuguesa, Spanish, English, and French.

48

REVISTA THEOBROMA

Outubro-dezembro 1973 Ano l1l N~ 4

Publicação trimestral dedi· cada à divulgação de inves­tigação científica relacionada com problemas agronômicos e sócio-econômicos de ãreas cacaneiras. Editada pelo Cen­tro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Departamento da Comissão Executiva do Plano de Recupemção Econômico­Rum! da Lavoum Cacaueim (CEPLAC).

COMISSÃO EDITORIAL

Alvim, Paulo de T. Cruz, Luiz C. Sales, José C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Aitken, Wiiliam M. Alencar, Maria H. Cabala R •• F. Percy Carletto, Geraldo A. Dessimoni Pinto, C.M. Igue, Kozen Loureiro, Edmar S. Maravalhas, Nelson Mariano, Antonio H. Medeitos, Arnaldo G, Menezes, ] . A. S. Pereira. Clóvis P. Rocha, Hennínio M. Silva, Luiz F. da Silva, Pedrito Vasconcelos Filho, A.P. Ventocilla, José A.

Endereço para correspondên­cia (Address for correspond· ence):

Revista Theobroma Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC). Caixa Postal 7 45.600- Itabuna -Bahia

Brasil

Tiragem 3.000 exemplares

CONTEÚDO

1. Avaliação de fuseticidas no wmbal€ ao tripes do cac11ueiro (Selenothrips rubrocinctus (Giard) aa Bahia,}. M. Abreu. ·····-·

Evaluation of insecticides lo control cocos thrips Selenothrips rubrocfuctus (Giard) in Bahia, Bmzil. (Snmmary} p. 10.

2. Toxidez do alumiuio em plântu/as d€ cacau. M. B. M. Santana. P, Cabala R. e E. R. de Mir~~J~da.

Aluminum toxicity in cocoa seedlings. (Som­mary) p. 20.

3. Aferição de niveis de potássio em solos da Região Sal da Bahia. C. f. L. de Santana e M. B. M. Santana,

Potassium leveis in Southern Bahian soils. (Summary) p. 34.

4 The concept and practice o{ integrated coa. trol and prospects of theiT adoption for West African cacao ecosystem. W. E. Eguagie .. __

Conceito e prã!ica do controle integrado e suas perspectivas de adoção no ecossis­tema do cacaueiro no Oeste Africano. (Re­sumo) p. 44.

NOTA

Sonda Cepec para retirada de amostras de solos a diferentes profundidades. A. Cadima Z .. __

The "Cepec Soil Sampling Tube" for collecting cote sarnples <o• different depths. p. 47.

3

11

35

Page 79: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO COMBATE AO TR!PES DO CACAUEIRO

(Selenotbrips rubrocinctus (GIARD) NA BAHIA•

Jo4o Manuel Abreu••

O Selenothrips rubrocinctus (Giard) emergiu como praga imw portante do cacaueiro, na Bahia, a partir de 1972, quando foram registrados surtos alarmantes em quase toda a região cacaueira desse Estado. Já era considera­do como a praga mais importan­te dos cacauais no EspÍrito-Santo (1), tendo sido tamb~m apontado por Bondar (2) e Silva (4, 5) co­mo uma sé:ria praga na Bahia, porém ocorrendo em surtos ci­clicos, alguns deles precedidos ?Or periodos longos de seca.

' -Ensaios de competiçao de inseticidas foram realizados por Smith, Abreu e Ventocilla (6) no EspÍrito Santo, onde se destaca­ram o BHC l,So/o (pÓ) e Baygon 0,4% (emulsão) como os mais e­ficientes no combate ao tripes. Considel-ando-se ser o uso do Baygon rrLuito dispendioso, f o i então recomendado o BHC !,5o/o, aplicado à razão de 16 kg por hectare.

A importância apresentada pelos surtos de tripes em 1972,

*Recebido par<! publicação em outubro, 1973. u M.S., Divisão de Entomologia, CEPEC.

que causaram apr<::ensio entre os produtores, aliada à pouca dispow nibilidade de inseticidas compro­vadamente eficazes para combaw tê-lo motivaram a execução do presente trabalho.

MATERIAIS E M~TOOOS

Dois ensaios foram realiza­dos nos municfpios de Gandu, I­piaíi, Canavieiras e Itamaraju no perfodo de junho dê: 1972 a marÇo de 1973. O primeiro constou de sete tratamentos, onde os inseti­cidas foram aplicados à razão de 24(lg de p.a. fha, todos em for· mutação l(quida, salvo o BHC, que foi aplicado em forma de pÓ seco. Os tratamentos foram os seguintes; BHC, linda.ne, malaw thion, phosalone, fenitrothion, di­azinon e testemunha. O segundo ensaio foi .executado com inseti­cidas em forma. de pÓ seco, nas concentraçÕes comerciais, apliw cados à razão de 16 kg/ha, em que foram inclu{dos os seguintes tratamentos: BHC l,So/o, BHC 2%, carbaryl 7, 5%, malathion 4, Oo/o,

Revista Theobroma. CEPEC, Itabuna, Brasil, 3(4):3 10. Out...dez. 1973.

3

------~--......... __________________ __

Page 80: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

parathion metÍUco 1, So/o, fenitro­thion I, 5o/o e testemunha.

O delineamento expe-rimen­tal foi o de parcelas subsubdivi­didas, inteiramente casualizadas, com duas repetiçÕes. Cada loca­lidade acima referida constituiu uma parcela. A subpar:_ela ex­perimental ocupou uma area de I250 m2 onde foram tomados cin­co cacaueiros e, em cada um de­les, marcadas com fitas, 25 fo­lhas infestadas com tripes. Co­mo subsubparcelas, foram consi­derados os niimeros de dias (I; 7; 14 e 21) apÓs a aplicação dos inseticidas. A avaliação das po­pulaçÕes de tripes, antes e de­pois da aplicação dos tratamen­tos, foi efetuada destacando-se cinco folhas por cacaueiro num total de 25 folhas por subparce­la. A eficácia de cada um dos inseticidas foi determinada pela fÓrmula deHenderson e Tilton(3),

As percentagens de eficácia foram transformadas em arco seno da V "lo para análise de va­riância, a fim de discriminar va­riabilidades diferenciais devidas aos inseticidas, locais, tempo e respectivas interações.

RESULTADOS

ao•

Experimento I - Os insetici­clorados foram superiores fosforados, embora não te-

nham sido encontradas diferen­ças significativas)Ouadro ,I), Es­ta superioridade e devida princi­palmente ao efeito residual, que é mais prolongado nos clorados, considerando-se que, para o cál­culo destas eficácias, entraram

4

Quadro 1 - Eficácia média de in­seticidas no combate ao S. rubrocinctus Gi­ard-:- aplicados na do­sagem de 240g de p, a. /ha, sob a forma de emulsão. Região ca­caueira baiana, 1972.

* pó seco. cv ~ 47% -os valores que cada tratamento obteve decorridos 1; 7; 14 e 21 dias apÓs a aplicação.

As eficácias dos inseticidas em cada localidade são apresen­tadas na Figura 1. O BHC e o lindane se destacaram em Gandu, Canavieiras e Itamaraju, embora com resultados semelhantes aos obtidos em lpiaii,onde se sobres­saíram o malathion e fenitrothi­on. Considerando-se os trata­mentos para cada localidade, não foi encontrada diferença signifi­cativa. Tal fato demonstra que os inseticidas agiram similar­mente no combate ao tripes, in­dependentemente do local onde foram utilizados.

Os resultados sobre a per­sistência dos efeitos inseticidas encontram-se na Figura 2. O !in­dane e BHC, neste caso, pode­riam ser agrupados como alta-

J' i.

t

100

90

eo

70

" • 60

1! 50 ... " ~ "' 40

30

20

lO

GANOU CANAVIEIRAS ITAMARAJU

flil BHC OuNDANE ~~ MAUffi-IION • FHOSALONE ~ti] FE~ION~~ DIAZINON

Figura 1 - Eficácia dos inseticidas no combate ao S. rubrocinctus n~ dosagem de 240 g de p.a/ha em função ~s localidades em que foram experimentados. Reg i ã o cacaueira baiana, 1972/73.

mente residuais. pois ainda apre­sentavam respectivamente 73% e 70o/o de eficácia 21 dias apÓs o tratamento, Os fosforados, tanto o fenitrothion e phosalone como o malathion e diazinon, seriam a­grupados como de efeito residual moderado e leve. Os fosforados apresentaram eficácias acima de 80o/o apÓs 24 horas da aplicação, com pequena redução até o séti­mo dia, quando então cafram a nÍveis bem baixos, variando de 20% a 60o/o. Deve ser registrado também que, considerando-se as

'

eficácias dentro de cada perfodo apÓs o tratamento, elas não fo­ram estatisticamente diferentes entre si.

Experimento II - No Quadro 2 encontram-se as eficácias m~­dias dos inseticidas, calculadas dos totais obtidos em todas as localidades. O carbaryl a i, 5o-o foi o mais eficaz seguido do BHC 2o/o, malathion 4, o~O e fenitrothion 1,5o/o, sendo que, entre estes, não houve diferenças si~nificativa'i'. O mesn1o st• v.-rifica ao St'ren1

Page 81: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

00

• ~ • ro u

~ • ~ u

00

~~

.--;--PHOSALONE

NALATIIION

----... ______ ----/-~~

'

-----.

• DIAS APÓS TRATAMENTO

-

Figura 2 - Persistência da eficá­cia dos inseticidas, de per si, no combate ao .ê_. rubrocinctus, apli­cados na dosagem de 240 g de p.a/ha. Re­gião cacaueira baiana. 1972/73.

comparados o BHC Z, O%, mala­thion 4,0%, fenitrothion 1,5o/o. BHC l, 5% e parathion metÚico 1, 5%.

Na Figura 3 podem ser veri­ficados os resultados de eficácia para cada localidade. Para este caso, em que não houve unifor­midade de princfpio ativo, as di-

6

Quadro 2 - Eficácia m~dia de in­seticidas no combate ao..§, rubrocinctus Gi­ard,aplicados à razão de 16 kg/ha, sob a forma de pÓ seco, Região cacaueira bai­

ana, 1972.

DMS Tukey p = o, 05 cv = 31%

14,52

ferenças de eficácia dos insetici­das em relação a cada local fo­ram significativas. O BHC I, 5%, BHC 2, Oo/0 e carbaryl 7, 5% agi­ram diferentemente quando com­paradas as localidades do Norte da região cacaueira (Gandu e Ipi­a-G.) com as do Sul (Canavieiras e Itamaraju), sendo as eficácias mais elevadas no Norte que no Sul, sempre lideradas pelo car­

baryl.

A baixa eficácia apresentada pelos inseticidas em Canavieiras e, principalmente, em Itamaraju resultou da recuperação mais rápida das populaçÕes de tripes nas parcelas tratadas, a partir do 149 dia da aplicação. Estare­cuperação foi mais acentuada no

caso do BHC.

Os Íosforados agiram simi­larmente quando agrupados os lo-

"

,l

eo

~ i " 00 o

g o 40 -.. o

"' ;;:

"' 20

lO

IPIAÜ CANAVIEIRAS ITAMARAJU GANDU

~BHCI,S%

D 6HC2,0%

1m CARBARVL 7,5% ~~ PAAATHION MET. I ,5o/o

mlliiJ MALATHION 4,0o/o ~~ I'ENilROTHION I,So/o

Figura 3 -Eficácia dos inseticidas, no combate ao S. rubrocinctus nas concentraçÕes comerciais, em função das localidades em que foram experimentados. Região cacaueira baiana, 1972/1973.

cais Gandu-Canavieiras e lpia-G.­Itamaraju. Cabe notar que os fosforados tiveram liderança ab­soluta somente em Canavieiras.

~ A Figura 4 ilustra a persis­tencia do efeito inseticida duran­te o perfodo em que os ensaios f o r a m executados, O carbaryl 7,5% e o BHC 2% foram os inse­ticidas que mais se destacaram P_?is as eficácias apresentadas a~ te 21 dias apÓs o tratamento fo­ram de 70o/"o e 6210 , respectiva­mente. Esperava-se, tamb~m, que o BHC I, So/"0 ficasse inclufdo nesse grupo, considerando -se ser ele u · t' 'd m lnse 1c1 a de poder resi-dual prolongado. Tal fato não o-

7

correu devido aos resultados de Can~vieiras e Itamaraju, onde as eficacias obtidas 7 e 14 dias apÓs a aplicação foram prejudicadas pela recuperação das populaçÕes de tripes nas subparcelas que fo­ramdestinadas a este tratamento.

Os fosforados, como no caso anterior, foram os de poder re­sidual mais curto, embora a sua eficácia, nas primeiras 24 horas, tenha sido bastante elevada, va­riando de 93% a 99%.

DISCUSSÃO

Confrontando-se os dados obtidos nos experimentos na Ba-

Page 82: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

00

~~ -----~ '

/, ~ BMC 2/l'lo '•, -..... -------.. ~

~

00 ~- ... -- / • .. \-----

~ FEN~I,. --, ..

' 2 ~ ----.. • • ~

00 .. BHC 1.:1'11> .. / PARATHION MET.~·· ••

~ __ ...

'" ' •

PIAS APÓs TRATAMENTO

Figura 4 - Persistência da eficá­cia dos inseticidas, de per si, no combate ao 'ª-· rubrocinctus apli­cados nas concentra­çÕes comerciais. Re­gião cacaueira baiana, 1972/73.

hia com os anteriormente reali­zados no EspÍrito Santo (6), veri­fica-se que as eficácias do BHC l, 5o/o e malathion 4%, na forma de pÓ seco,foram bem aproxima­das 24 horas apÓs o tratamento. Para as eficácias calculadas 14 dias apÓs tratamento, o BHC 1, 5o/o

apresentou melhores resultados no EspÍrito Santo,enquanto o ma-

8

lathion 4o/o se destacou na Bahia. É preciso salientar que a meto­dologia para a avaliação da efi­cácia destes inseticidas na Bahia diferiu da utilizada no Espfrito Santo, sendo provavelmente um dos fatores que motivaram a dis­cordância de dados neste con­fronto.

A não ser o diazinon e pho­salone, que apreseutaram eficá­cias baixas 24 horas apÓs a apli­cação dos tratamentos, os inseti­cidas testados poderão ser indi­cados no combate ao §.. rubro­cinctus na Bahia. A disponibili­dade de inseticidas para o com­bate ao tripes na região cacauei­ra da Bahia, fica, deste modo, ampliada, pois se disporá não sÓ do BHC 1,5"/0 , já indicado ante­riormente para co~ater o tripes nos cacauais do Espirito Santo, como também do malathion(Üqui­do e pÓ), fenitrothion (liquido e pÓ), parathion metÚico (pÓ), lin­dane (Üquido) e carbaryl (pÓ), a­gora com as eficácias experi­mentalmente comprovadas.

No entanto, alguns fatores devem ser considerados ao ser indicado um inseticida. Em pri­meiro lugar, se for desejada a persistência da eficácia do pro­duto para sustentar o combate, pelo menos por 3 semanas, seria indicado o lindane (liquido), BHC l, 5o/o e 2"70 (pÓ) ou carbaryl (pÓ). Na alternativa de um inseticida de efeito residual curto, os fos­forados seriam a melhor opção. Vale salientar ainda o fator eco­nÔmico, não sÓ no que se refere ao preço do inseticida como à modalidade de aplicação, isto é, se pcir via lfquida ou seca. Deve ser ainda considerada a época de

i "

" aplicação, que e um fator muito importante a ser prontamente de­terminado apÓs estudos de flu­tuação anual da população da pra­ga no ecossistema dos cacauais.

CONCLUSÃO

Os resultados evidenciaram que o lindane, o BHC e o carba­ryl são inseticidas de eficácia e­levada no combate ao §.. rubro­cinctus. A eficácia destes inse­ticidas persiste por um periodo de até 21 dias, apesar de ocorrer pequena redução a partir do 149 dia apÓs o tratamento.

O malathion (pÓ e liquido), fenitrothion (pÓ e tfquido) e opa-

alta-rathion metÚico (pÓ) sao mente eficazes até 24 horas apos o tratamento. O phosalone e 0

diazinon foram os inseticidas de mais baixa eficácia.

A indicação do inseticida pa­ra combater essa praga deve ser fundamentada não sÓ na eficácia entomolÓgica, mas também nos fatores economia, toxicidade pa­ra os animais de sangue quente e época de aplicação. Este ~ltimo fator é muito importante a fim de se obter um efeito mais seletivo, motivo pelo qual está em anda­mento um trabalho para determi­nar a flutuação anual da popula­ção deste inseto em diversas lo­calidades da região cacaueira.

AGRADECIMENTOS

Ao pessoal técnico do Departamento de Extensão da CEPLAC, (DEPEX) lotado nos escritÓrios locais de Gandu, Ipia~, Canavieiras e Itamaraju, pela colaboração na execução dos trabalhos de campo. Ao Eng9 Agr9 Pedrito Silva e Dr. Saulo Soria, da Divisão de Entomolo­gia, pelas sugestÕes apresentadas quando da elaboração deste artigo.

LITERATURA CITADA

1. ABREU, J .M. de. Problemas entomolÓgicos da cacauicultura no Espirito Santo, Turrialba {Costa Rica) 18(2):182-186. 1968.

2. BONDAR, G. Insetos daninhos e parasitas do cacau na Bahia, Bra­sil, Instituto de Cacau. Boletim Técnico n'? 15, 1939. 112 p.

3, HENDERSON, C. F. and TILTON, E, W. Tests with acaricides against the brown wheat rn.ite. Journal of Economic Ento­mology 48(2):157 -161. 1955,

4, SILVA, P. Insect pests of cacao in Tropical Agriculture 21(1):8-14.

the State 1944.

of Bahia, Brazil.

5. Tripes do cacaueiro causador do "queima" da folha e da "ferrugem" do fruto. Cacau Atualidades (Brasil) 1{9-10): 1-4. 1964.

9

Page 83: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

6. SMITH F., G.E., ABREU, J .M, de e VENTOCILLA, J .A, Com­petição de inseticidas no combate ao tripes do cacaueiro, Selenothrips rubrocinctus (Giard), no EspÍrito Santo, Brasil. Revista Theobroma (Brasil) 1(1):15-21, 1971,

RESUMO

A eficácia de inseticidas no combate ao tripes do cacaueiro (Se• lenothrips rubrocinctus (Giard) foi testada em dois experimentos de campo. O primeiro constou de sete tratamentos, onde foram avalia­dos o lindane, malathion, phosalone, fenitrothion e diazinon (em for­ma liquida) e BHC (sob forma de p;; seco); todos na dosagem de 240g de p.a./ha, O segundo experimento foi efetuado com inseticidas sob a forma de pÓ seco, nas concentraçÕes comerciais. Fora.m eles: o BHC 1,50/o e Zo/0 , carbaryl 7,5o/o, malathion 4o/o, parathion metÚico l, 5o/o e fenitrothion I, 5o/o, aplicados à razão de 16 kg/ha.

Os resultados mostram que o lindane, BHC e carbaryl 7, 5"/o fo­ram os inseticidas mais eficazes, persistindo sua eficácia por 21 dias, apesar de ocorrer pequena redução a partir do 14'? dia do trata­mento. O malathion (pÓ e lÍ<:juido), fenitrothion (pÓ e l{quido) e o pa­rathion metÚico {pÓ), são altamente eficazes at~ 24 horas apÓs o tra­tamento.

EVÃLUÃTION OF INSECTICIOES TO CONTROL COCOÃ THRIPS

Selenotbrif!s rubrocintus (GIÃRD) IN BÃHIÀ, BRÃZIL

(SUMMARY)

Emulsions of lindane, malathion, phoaalone, fenitrothion and dia­zinon compared with BHC dust were applied at the rate of 240g a, i./ ha, to control cocoa thrips Selenothrips rubrocinctus (Giard) a major cocoa pest in Bahia, Brazil. In a second trial, commercial formula­tions of BHC I. 5o/o, BHC 2%, carbaryl 7. 5%, malathion 4o/o, methyl parathion 1.5% and fenitrothion 1.5% were applied at the rate of 16 kg/ha,

Resulta showed that lindane, BHC l.So/0 , BHC 2% and carbaryl 7. 5% were the most efficient with a persistence as long as 21 days, There was a small decline in toxicity after the second week following application. Both the dust and liquid formulations of malathion and fenitrothion and the dust formulation of methyl parathion were highly efficient for the first 24 hours following application, but effectiveness decreased rapidy thereafter.

lO

...

TOXIDEZ 00 ALUMÍNIO EM PLÂNTULÃS DE CACÃU•

Maria B. M. Santana .. Percy Cabala Rosami•• • Bmo Ruy de Miranda• ...

Sob condiçÕes de clima tro­pical t'.mido, os processos de meteorização e lixiviação da maioria dos solos são bastante intensos. Isto causa empobreci­mento das bases e acidificação gradativa do perfil traduzida por baixos valores de pH e pela pre­sença de alumÍnio, ferro e man­ganês no complexo.

Solos minerais, com pH in­ferior a 5, contêm quantidades a­preci>i.veis de alumfnio no com­plexo de troca e na solução edá­fica. Tal fato reflete significati­vamente sobre a retenção e dis­ponibilidade de cations e anions (8), podendo, em alguns casos, atingir nfveis tÓxicos para a maioria dos cultivos,

Pratt (ll) assinala gue, na faixa de pH 5,2 a 7,5, há pouco ou, nenhum alumÍnio na solução edafica enquanto que, em valores ao redor de 4, 5, o alumÍnio no complexo pode ser alto ou baixo, dependendo da natureza do solo,

*:Recebido para publicação em setembro, 1973. *** Eng~ Agr., Divisão de Solos, CEPEC.

M.S., Divisão de Solos, CEPEC.

É geralmente baixo em s o 1 os cujos colÓides minerais possuem pouca ou nenhuma carga perma­nente, ocorrendo o mesmo em solos turfosos ou naqueles are­noso.s onde a maior parte do ma­terial ativo ~ constituido pela fração orgânica.

Clark e Nichol, citados por Evans e ~amprath (3), formula­l:'am a hipotese de que a mat~ria orgânica diminui a solubilidade do aluminio p e 1 a formação de complexos organo-minerais. Is­to explica, possivelmente, o me­lhor comportamento das plantas em solos orgânicos do que em solos ácidos minerais.

A importância do aluminio como fonte de acidez dos solos e seus efeitos diretos e indiretos no desenvolvimento da maioria dos cultivos - notadamente os mais exigentes - justificaram investigaçÕes que comprovaram a existência, dentro de uma mes­ma esp~cie vegetal, de varieda-

Revista Theobroma. CEPEC, ltabnna, Brasil, 3(4):11 21. Out.-.dez. 1973.

li

Page 84: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

des mais ou menos tolerantes à ação desse elemento (4, 6, 7, 9). Alguns aspectos, entretanto, per­manecem ainda pouco esclareci­dos, devido a dificuldades de se separar os seus efeitos diretos e indiretos sobre os cultivos,

Os sintomas comuns de toxi­dez do alumfnio descritos na li­teratura se referem ao desenvol­vimento deficiente da parte aérea e crescimento reduzido do siste­ma radicular, em decorrência da inibição da divisão celular (I),

Como a literatura se ressen­te da falta de informaçÕes con­cernentes a cultivos de ciclo lon­go, como o cacaueiro (Theobro­~ cacao L.), foi levado a efeito o presente trabalho, cujo objeti­vo foi medir os efeitos de doses crescentes de alumÍnio sobre o desenvolvimento de plântulas de cacau.

MATERIAIS E MÉTODOS

Empregando-se plântulas de cacau "Catongo", em cultivos hi­dropônicos, conduziram-se, em diferentes per(odos, quatro en­saios em casa de vegetação, se­gundo o de s e n h o experimental completamente casualizado a fim de medir os efeitos de concen­tração crescente de alumfnio. Cada unidade experimental foi constituÍda por uma plântula de cacau. Como variáveis de res­posta, consideraram-se as mas­sas secas das partes aéreas e raizes.

Usaram-se vasos plásticos, com capacidade para 900 ml, re­vestidOs externamente com folhas

!2

de alumfnio para evitar o cresci­mento de algas. As sementes fo­ra~ germinadas em areia e,logo apos a emissao do primeiro par de folhas, foram colocadas em solução nutritiva de Hoagland l/2 concentração, onde permanece­ram 15 dias para adaptação ao meio lÍquido. Como variáveis de resposta, consideraram-seas massas secas das partes aéreas

' e ra1zes,

As técnicas adotadas nos quatro experimentos foram as seguintes:

Experimento I - O cultivo das plântulas foi conduzido pelo sis­tema de raÍzes divididas, ficando uma metade imersa em solução nutritiva de Hoagland e a out;ra, em solução contendo alumÍnio nas dosagens 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 e 8, O ppm com quatro repetiçÕes para cada tratamento. Para pro­vocar o desenvolvimento de raf­zes secundárias e, as81m, facili­tar a sua separação em duas par­tes, cortaram-se as raizes pivo­tantes das plântulas. As plântu­las foram colhidas 105 dias apÓs a instalação do experimento, subs­tituindo-se quinzenalmente as so­luçÕes em que se mantiveram neste periodo.

Experimento 11 -Seguiu-se o mesmo processo do Experimento I, aumentando-se, porém, para seis o n~mero de repetiçÕes. As concentraçÕes de alumÍnio foram de O; 8; 16 e 32 ppm. As plân­tulas permaneceram 120 dias nas soluçÕes,

Experimento III- Cultivo também realizado em solução nutritiva de

--

Hoagland à qual foram adiciona­das doses de aluminio (O; 64; 128 e 256 ppm), com seis repetiçÕes, não sendo adotado, neste caso, o sistema de raizes divididas. As soluçÕes eram substitufdas cada 12 dias e a duração do experi­mento foi de 60 dias.

Experimento IV - As plântulas, crescidas em solução nutritiva de Hoagland durante 35 dias, foram transferidas para soluçÕes con­tendo alumfnio em doses de O; 8; 16; 32; 64 e 128 ppm, onde per~ maneceram 30 dias. Utilizaram­se quatro repetiçÕes.

Nos experimentos li, III e IV, foi feita análise dos tecidos das

' ' partes aereas e ra1zes por ata-que nitro-perclÓrico, relação 5: I, determinando-se alumfnio, mag­nésio, fÓsforo e potássio no ex­trato. O alumÍnio foi dosado por colorimetria com aluminona, o cálcio e magnésio, por titulação com EDTA, o fÓsforo, por colo­:dmetria e o potássio, por foto-

"' metria de chama.

RESUL TAOOS E DISCUSSÃO

Embora se tenha verificado, nos dois primeiros experimentos, uma diminuição da massa da par­te aérea das plântulas (Figura 1) com o aumento da concentração de aluminio na solução, tais efei­tos não atingiram o nÍvel de sig­nificância. É provável que tal fa­to se deva ao sistema de culti­vo - metade das raizes se de­senvolvendo em solução nutritiva completa - o qual garantiu um crescimento quase normal das partes aéreas.

13

Quanto às raizes, houve uma acentuada redução de massa das imersas nas soluçÕes de alumf­nio de concentração superior a 16 ppm (Figura 1). Entretanto, dada à grande variabilidade de­corrente da dificuldade em se di­vidir as raizes em duas porçÕes iguais, conforme evidenciam os altos coeficientes de variação (50-60"/o), não foi possÍvel detec­tar efeitos estatfsticos para tra­tamentos.

No Experimento III, consta­tou-se uma drástica redução no crescimento e morte das plântu­las cultivadas em soluçÕes com 64; 128 e 256 ppm de alumÍnio, respectivamente. No ~ltimo ex­perimento, constatou-se a morte das plântulas das soluçÕes con­tendo 64 e 128 ppm de a:1umÍnio e uma redução acentuada no cres­cimento daquelas colocadas nas soluçÕes contendo 32 ppm. Para ambos os casos, houve signifi­c~ncia a 5o/o, tanto para as partes

' aereas como para ra1zes e os coeficientes de variação f o r a m de 13% e 18%, respectivamente.

Possivelmente, no caso da solução de Hoagland, a presença de outros cations atenuou a ação do Al, tornando -o menos tÓxico, haja vista a sobrevivência das plântulas em solução com con­centração de Al igual a 64 ppm.

Os resultados dos dois ~ti­mos experimentos s a o concor­dantes com os encontrados por Miranda e Dias (10) em solos Oxissol. Nesse experimento, in­corporaram-se alumÍnio à razão de 9 mEq/ lOOg e doses crescen­tes de calcário dolomÍtico, para

Page 85: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I

!\

i I I

,I I

I ·.i: :'1 ,, ',I !'!

..

Figura 1

• NjtTE AÉIIEA ltAIZ- ALUMÍNIO IWZ-SOL~io

MUTIIIT.

CONCENTRA~() DE Al.llliiiÍIIt> Elfll PPM.

CÁLCIO

•----- MAGNÉSIO

FÓSFOIW' ALUM{NIO ._ _____ _...

40

10

20

>O

-Massa seca e conteÚdos de P, Ca, Mg e Al da parte a~rea e das raÍzes de p:lântulal'l de cacau cultivadas com separa­

ção das raÍzes.

14

condicionar diferentes graus de saturação de alum{nio. VeriH­cou-se morte das plântu1as de cacau a partir de 4 7% de Al e paralização no crescimento nos tratamentos com 41% de satura­ção de alum(nio.

De modo geral, a sintomato­logia observada para toxidez de alomfnio foi o não alongamento das raÍzes, em contraposição com o desenvolvimento excessivo dos seus diâmetros (Figura 2 ), Nos tratamentos em que se veri­ficou toxi!lez mais intl'!nsa, houve redução de massa das raizes e, conseqi.ientemente, da parte aé­rea, especialmente nas plantas cultivadas na solução nutritiva + Al. e nas cultivadas inicialmente na solução de Hoagland e depois transferidas para soluções com doses crescentes de a 1 um f n i o (Flgura 3).

Foy e outros (5, 6), com re­ferência à tolerância ao alumfnio por variedades de trigo, ceVada e soja, mostraram o efeito preju­dicial desse elemento sobre o crescimento das raÍzes - e con­seqüentemente, sobre a parte a­~rea - nas variedades qve de­monstraram alta sensibilidade a esse elemento.

A análise dos tecidos mos­trou haver translocação de solu­ção de uma metade das raÍzes para outra {Quadro 1), haja vista a presença de alumÍnio nas rai­zes 1mersas na solução nutritiva e de nutrientes, principalmente fÓdoro, nas raÍz;es imersas em soluçÕes contendo sÓ alumÍnio. Observou-se tnaior concentração de fÓsforo Das raÍzes dos trata-

15

mentos com doses elevadas de Al e o t-::anslocarnento relativamente pequeno, embora proporcional às dosagens, do alumÍnio para as partes aéreas. Verificou-se também utna acentuada diminui­ção do cálcio nas rafzes, sob al­tas doses de alumfnio, observan­do-se sÓ utna ligeira diminuição desse elemento nas partes a~­reas, A concentração de tnagnê­sio parece aumentar nas partes aéreas e diminuir nas -::aCz,es, à medida que se elevam as doses de alumÍnio.

As Figuras 1 e 3 mostram os conteÚdos de fÓsforo, cálcio, tnagnésio e alumÍnio encontrados nas raizes e partes aéreas das plantas cultivadas em soluçÕes separadas e em soluções de Hoa­gland com alu:m.Ínio, respectiva­mente. Nota-se, em tode>s os ca­sos, uma tendência geral de ape­nas um pequeno translocamento de alumÍnio e redução dos con­teÚdos de fÓsforo e cálcio, ambos nas partes aéreas, à medida que aumenta a dose de alumÍnio, Por outro lado, observa-se um acú­mulo de P nas raizes que rece­beram dos e s elevadas de alu-

' . mLnLO.

Writh (13) refere-se à pre­cipitação do fÓsforo pelo alumf­nio dentro da planta e conseqüen­te redução da disponil:lilidade da­quele elemento para os proces­sos metabÓlicos. O mesmo au­tor (13), citando trabalhos reali­zados anteriormenfle - pelo sis­tema das raizes divididas, a fim de evitar o contato Al - P - ve­rificou através da análise das di­ferentes partes da planta, a for­mação de fosfatos de atumfnio

Page 86: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Figura 2- Aspecto das plântulas de cacau cultivadas em solu­ções nutritivas com diferentes concentrações de alu,­m(nio,

com reflexos negativos sobre o desenvolvimento das plantas,

Clarkson ( 1 ), apresentando resultados experimentais de al­guns autores, assinala que as ra(,.;es tratadas com al<1mfnio ab­sorveram mais fÓsforo do que as não tratadas. O mesmo autor ( 1) afirma que a inibição da divisão celular das raizes e a redução do translocamento do fÓsforo para as partes aéreas, são duas ma­neiras pelas quais o alumi'nio a­feta o crescimento das plantas. Randall e Vose (12), trabalhando com fÓsforo marcado, encontra­ram que o principal efeito da to­x:idez de alumfnio r,lantas re-

16

sulta da :redução dr.l'Stica da as­similação de fÓsforo.

Por outro lado, Foy e outros (5) mencionam que a interferên­cia marcante do aluminio sobre a absorção e transporte do cálcio, parece estar altamente :relacio­nada com o grau de sensibilidade das culturas àquele elemento.

Com referência ao alumÍnio (Figuras 1 e3 e Quadro !),obser­va-se que hii. um maior teor nas raizes do que nas partes aéreas, dados que são concordantes com a afirmativa de Pratt (li). Se­gundo ess-e autor, nas plantas a­fetadas pela toxidez do alumÍnio,

I ?

I

"

"' ~ " ~ "' ~ <i ~ "

!

\ \

o 64 12.8 2S6 o

IIAIZ IIAIZ

64 128 256 o 8 16 32 64 128 o 8 16 32 64 128

CONCéNTRAÇÃO 0E AWMÚUO éM PPfo{.

--------· CÁLCIO

MAGNÉSIO

FÓSFORO

ALUMÍNIO L------~

MASSA SECA

~ " ~

"' -~ ;;;

~

" "' <> <>

''> ~ ,. <> "

Figura 3 -Massa seca e conteÚdos de P, Ca, Mg e Al da parte aérea e das raÍzes das plântulas de cacau crescidas em solução nutritiva com Al e das plântulas crescidas em solução nu­tritiva e, depois, colocadas em soluçÕes contendo sÓ Al.

17

Page 87: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Quadro I - ConcentraçÕes {ppm) de fÓsforo, alumÍnio, cálcio e mag­négiO nas partes aéreas e raÍzes das plâr:_tulas de cacau submetidas a diversos tratamentos (soluçao nutritiva de Hoagland e doses crescentes de alumÍnio).

* tr =traçao

o Al que se desloca para as par­tes aéreas não é maior do que o encontrado numa planta normal; suas raÍzes, entretanto, armaze­nam grandes quantidades desse elemento. Menciona tamb;;m que, so nas plantas tolerantes ao alu­mÍnio, este elemento ;; trans1o­cado e acumulado nas folhas e nas hastes.

CONCLUSÕES

- O alumÍnio, em combinação ou não com soluçÕes nutritivas completas de Hoagland, afeta de modo sensÍvel o desenvolvi­mento das plântulas de cacau.

O cacaueiro é tolerante a con­centraçÕes de alumÍnio inferio­res a 16 ppm. ConcentraçÕes

18

superiores desse elemento ini­bem o desenvolvimento do sis­tema radicular, sendo que con­centraçÕes da ordem de 128 e 2 56 ppm provocam dist~rbios graves ou at;; letais. #'

-No cultivo de raÍzes divididas, houve uma translocação do alu­mÍnio para as raÍzes imersas na solução nutritiva, as quais apresentaram também maiores conteÚdos de fÓsforo, à medida que se elevaram as doses de a­lumÍnio.

Sob doses elevadas de alumf­nio, as concentraçÕes de fÓsfo­ro se elevam significativamen­te nas raÍzes enquanto os con­te~dos de fÓsforo e cálcio di­minuem nas partes aéreas.

----------

LITERATURA CITADA

1. CLARKSON, D. T. Effect of aluminum on the uptake and metab­olism of phosphorus by barley seedlings. Plant Phyliology 41:165-172. 1966.

2, COLEMAN, N. T. and THOMAS, G. W. The basíc cbemístryof aoil acidity. J!! Pearaon, R. W, and Adams, F, eda. SoU acidity and liming. Agronomy n'? IZ. Madi1on, Wiacon1in. American Society of Agronomy. 1967, pp. 1-41.

3. EVANS, C. E. and KAMPRATH, E. J. Lime response as rela­ted to percent Al saturation, solution AI and organic 1natter content. Soil Science Society of America Proceedings 34: 893-896. 1970.

4. FOY, C. D., FLEMING, A. L. and SCHARTZ, J. W. Opposíte aluminum and manganese tolerance of two wheat varieties. Agronomy Journal 65(l):IZ3-1Z6. 1973,

5. --~~-' FLE:MING, A. L. and ARMIGER, W. H. Aluminum tolerance of soybean varieties in relation to calcium nutri­tion. Agronomy Journal 61:505-511. 1969.

6. ----- et al. Characterization of differential aluminum to!er­ance among varieties of wheat and barley. Soil Science So­ciety of America Proceedings 31~513-SZI, 1967

7. KAMPRATH, E. J. Chemical and physical barriers deep rooting. Crops and Soils 25(6):12-13. 1973,

8. and FOY, C. D. Lime fertilizer- Plant interations in-acid soils, !!; Olson, R. A. et al. Fertilize r tecnology & use. Madison, Wisconsin. Soil Science Society of America. 1971. pp. 105-151.

9. LONG, L. F., LANGDALE, G.W. andMYHRE, D.L. Response of Al - tolerance and Al-sensitive genotype to lime, P, and K on three Atlantic Coast Flatwoods soils. Agronomy Jour­nal 65(1):30-34. 1973.

lO. MIRANDA, E. R. de e DIAS, A. C. C.P. Efeito da s~turação de alumÍnio no crescimento de plântulas de cacau. Revista Theobroma (Brasil) 1(3):33-41. 1971.

11, PRATT, F. P. Curso intensivo de quÍmica do solo. A. Nascimento e L. Vettori. s. 1. U.S.A.I.D.

19

Tradução de 1966. 88 P•

Page 88: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

• 12. RANDALL, P. J, and VOSE, P. B. Effect of aluminum on the

uptake and translocation of phosphorus by perennial rye­grass. Plant Physiology 38:403. 1963.

13, WRITH, K. E. The internai precipitation of phosphorus in rela­tion to aluminum toxicity. Plant Physiology 18:708. 1943.

RESUMO

Em quatro ensaios em casa de vegetação, foi medido o efeito de doses crescentes de alumÍnio sobre o desenvolvimento de plântulas de cacau.

Nos dois primeiros ensaios, empregou-se uma t~cnica de cultivo em que as raÍzes eram separadas em duas partes ficando uma parte imersa em solução nutritiva ·de Hoagland e a outra em solução de sul­fato de alurnfnio em doses crescentes, As dosagens usadas foram: 0,0; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 e 8,0 ppmno primeiro ensaio e O; 8; 16 e 32 ppm no segundo. ~essas condiçÕes, consta~ou-se redu5ão no de­senvolvimento das raizes quando a concentraçao de alumínio era de 32 ppm.

No terceiro ensaio, as plântulas foram cultivadas em vasos con­tendo solução nutritiva de Hoagland com quantidades crescentes de a­lurninio (O; 64; 128 e 256 ppm). Uma semana apÓs a instalação do ensaio, constatou-se a morte das plântulas nas soluçÕes com 128 e 256 ppm de Al.

• No ~ltimo ensaio, as plântulas foram cultivadas em solução nu­

tritiva de Hoagland durante 35 dias. A seguir, foram transferidas para vasos contendo soluçÕes de alumfnio, em doses crescentes - O; 8; 16; 32; 64 e 128 ppm- onde permaneceram 30 dias.

As plântulas resistiram às doses inferiores a 32 ppm de AI e as concentraçÕes mais elevadas exerceram efeitos altamente prejudi­ciais ao seu bom desenvolvimento.

ALUMJNUM TOXJCITY IN COCOA SEEDLJNGS

(SUMMARY)

The effect of increasing leveis of aluminum on the growth of co­coa seedlings was measured in four greenhouse trials.

20

l J,

'

i

In two experimenta the rooh oi the cocoa seedlings were subdí­vided, one half being immersed in a Hoagland nutrient solution and the other in aluminum sulphate solutions •. This was to avoid inter.ac­tions between the phosphorus and the alutnlnum. In one of these tr1als the aluminum leveis were from O- 8 ppm and in the other O- 21 ppm. Resulta showed that root growth was reduced at the 32 ppm leve!.

In the third experiment the seedlings were cultivated in a Hoa­gland nutrient solution to which had been added varying quantities of aluminum sulphate (.O- 256 ppm Al. ). A week after the start of the experiment the seedlings in the 128 and 256 ppm treatments had died.

In the fourth trial the seedlings were cultivated in a Hoagland so­lution íor 35 days, transferred to different aluminum sulphate solu­tions (O -128 ppm Al.) and cultivated for a further 30 days. The co­coa seedlings supported aluminum leveis up to 16 ppm above which growth was stunted with death occurring at the higher dosages.

•••

2!

Page 89: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

r

AFERIÇÃO DE NfYEIS DE POTÁSSIO EM SOLOS DA REGIÃO SUL DA BAHIA•

Charlesfosi Leondy tle Santana,... Maria Bernatleth Machado Santana•••

A seleção de m~todos anali­ticos que expressem a capacida­de de um solo em liberar K para as plantas tem sido objeto de vá­rias investigaçÕes (1, 8, 16). E­xistem, atualmente, diversos ex­tratores que são adotados com essa finalidade por diferentes la­boratÓrios; entretanto, os m~to­dos adotados e os resultados ob­tidos variam em função da capa­cidade extratora da solução, tipo de solo, tempo de contato etc. Desse modo, faz-se referência ao acetato de amÔnia, que ~ con­siderado por vários autores (8, 13) um extrator "standard" de

' ' ' potassio dispomvel e ao metodo de Carolina do Norte, que tem sido adotado por vários laboratÓ­rios do Brasil (21). Entretanto, muitos pesquisadores preferem utilizar ácidos diluÍdos a frio ou a quente (16),

Os crit~rios adotados na es­colha desses m~todos têm toma­do por base a possÍvel associa­ção entre os dados de produção e

*Recebido para publicação em setembro, 1973. ** M.S., Divisão de Solos. CEPEC.

*** Eng? Agr .• Divisão de Solos, CEPEC.

os resultados da an;;_lise de solo, Pl""att (16) e Legg e Beacher (14) encontraram, para solos dosEs­tados Unidos, uma boa associa­ção entre o K extraido pelo HN03 N e a produção relativa da planta. No Brasil, Sá Junior e colabora­dores (17) encontraram, com Zl ensaios conduzidos em várias regiÕes do Nordeste, uma boa associação entre os dados de po­tássio obtidos pelo m~todo de Carolina do Norte e a resposta do milho à adubação. O mesmo processo, adotado por Fonseca e colaboradores (lO), em solos da região cacaueira da Bahia, con­duziu a resultados semelhantes, utilizando-se microJCarcelas de milho.

Contudo, a seleção de extra­tores quÍmicos deve-se proces­sar, de fortna especÍfica, para cada cultura ou grupo de culturas semelhantes, de modo que se consiga um m~todo de extração que melhor se correlacione com o desenvolvimento d,a planta e,

Revista Theobroma. CEPEC, Itabuna, Brasil, 3(4):22 34. Out.-dez. 1973.

22

principalmente, com econÔmica.

A possibilidade de se tomar os resultados analfticos de qual­quer elemento como base para recomendaçÕes de fertilizantes exige naturalmente o conheci­mento da correlação entre os da­dos de análise dos diferentes m.~­todos e a resposta biolÓgica. Fitts e Nelson(S) consideram es­se tipo de correlação como a fa­se fundamental para a interpre­tação e recomendação para o uso de fertilizantes em bases racio­nais. Cate e Nelson {7), por sua vez, apresentam um m~todo rá­pido para fins de interpretação que consiste num teste de corre­lação não param~trica que sepa­ra o gráfico em quadrantes, onde se associa a produção relativa com os resultados de análise de solo.

No presente trabalho, são apresentados subsÍdios à t~cnica de interpretação de análise qui­mica de potássio e resposta de plântulas de cacau à adição de diferentes doses desse elemento em solos representativos gião cacaueira da Bahia.

MATERIAIS E MéTODOS

dare-

Utilizaram- se amostras compostas - coletadas nas pro­fundidades de 0-20 em- de solos das s~ries Sede {Alfisol), Viveiro (Alíisol) e Produção (Alfisol) e dos grandes grupos Vargito Eu­trÓHco e Itabuna Modal (Alfisois), Água Sumida, Valença e ColÔnia (Oxisois), Nazar~ e Vargito Dis­trÓfico (Ultisois) e HidromÓríico (Inceptisol).

23

Essas amostras foram ana­lisadas, sendo o pH, fÓsforo as­similável, cálcio, magn~sio e alumÍnio trocáveis determinados segundo a metodologia proposta por Vettori (Zl), O potássio dis­ponÍvel foi determinado pelos se­guintes m~toqo a: l. Mehlich, HGl O, 05 N + H2S04 O, OZ5 N na proporção de lO g de terra fina para 100 ml do extrator, com a­gita-ção durante 5 minutos; 2. Truog, H2S04 O, 002 N + 3 g de (NH4)2S04/litro na proporção de I g de terra fina por 200 ml do extrator, com agitação durante 15 minutos; 3. HzS04 O, I N na proporção de I, O g de terra fina para 100 ml do extrato r; 4. HN03 N na proporção de Z,5 g de terra fina para 100 ml do extra­tor; e 5, Nl40Ac N pH 7 na pro­porção de I g de terra fina para 100 ml do extrator. Em todos os extratos, o potássio foi dosado por fotometria de chama.

Os resultados analÍticos fo­ram ajustados com r e 1 ação à umidade da amostra seca ao ar, utilizando-se o fator "f" calcula­do de acordo com o m~todo apre­sentado por Vettori (Zl).

Os mesmo a solos foram submetidos a prova biolÓgica em casa de vegetação, segundo o es­quema experimental inteiramente casualizado com quatro repeti­çÕes e com os tratamentos O; 30; 60; 90 e 120 kg de KzO por hec­tare.

C a da unidade experimental constou de uma plântula de cacau "Catongo" cultivada num saco de polietileno contendo 2, 4 kg de so­lo. Todos os tratamentos foram

Page 90: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

complementados com 50mg de N, 75 mg de Pz05, 30 mg de CaO e ZO mg de MgO, nas formas de NH4N03, NH4HzP04, CaCl e Mg S04, respectivamente, e elemen­tos menores à razão de 3, 5 mg de ZnClz, Z,5mg de MnClz.4Hz0, Z,5mg de NazB407.lOHzO, Z,5mg de FeS04 e O, 5 mg de NazMo04. ZHzO.

Todos_ os nutrientes f o r a m aplicados em forma de solução e a umidade do solo foi mantida aproximadamente a 75o/o da capa­cidade de campo através de irri­gaçÕes periÓdicas.

As partes aereas e raÍzes foram colhidas aos 150 dias e registradas as massas secas a 70°C.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro 1 mostra algumas caracteristicas qu{rnicas dos so­los ensaiados. Os valores de pH situam-se na faixa de 4,9 a 7,3, eQquanto a relação C/N varia de 7, O a 10, Z apresentando-se, na maioria dos solos -possivelmen­te pela diferença em profundida­de - abahc.o do limite de adequa­ção sugerido por Hardy para o cacaueiro, conforme assina 1 a Smith(l9). Os teores de Ca+Mg, em cinco dos onze solos, supe­ram o nfvel crftico sugerido por Cate (6), notando-se tamb~m que, na maioria desses solos, os teo­res de magnésio superam os de cálcio, corroborando os resulta­dos apresentados por Cabala (2) e Silva e Melo (18). O fÓsforo dis­ponÍvel é, de modo geral, baixo, com exce'ião dos solos Produção e Hidromorfico que apresentam valores na faixa média/alta (4).

24

Os diferentes métodos usa­dos na avaliação dos teores de potássio disponiveis evidenciam diferente capacidade extratora. Seus valores médios obedecem à seguinte seqüência decrescente: HN03 N> Truog> H2S04 O, IN> NH40Ac. N pH 7>MehUch (Qua­dro 2). A comparação de extra­teres pelo método de Tukey mos­trou diferença significativa (P< O, 05) somente entre o HN03 N e Mehlich. A maior capacidade extratora do HN03 N pode ser a­tribuida ao fato de ser a extração com esse ácido realizada com ebulição, o que deve acarretar, seguramente, a liberação de po­tássio de alguns minerais silica­tados (11).

A respoSta dos solos à adi­ção de K variou principalmente em função do seu teor no solo. Nos solos com teores elevados desse elemento, a probabilidade de resposta foi normalmente bai­xa, ocorrendo, em alguns casos, efeitos depressivos devidos à adubação potássica. Os solos Viveiro, HidromÓrfico e Produ­ção, com teores de K abaixo de O, 10 mEq/ 100 g (método de Mehlich), deram respostas alta­mente significativas. tis s o 1 os Nazaré, Sede, Água Sumida e Vargito eutrÓfico, com teores de K acima de 0,27 mEq/100 g, não deram qualquer resposta, en­quanto os demais solos, mesmo apresentando teores desse ele­mento situados nas faixas média e baixa, registraram os aumen­tos que não atingiram nivel de significância.

Verificou-se também que, curiosamente, os solos Valença e ColÔnia (Oxisois) não responde-

I ~

.•

I

l

Quadro l -Algumas caracteristicas qufmicas dos solos estudados.

ram à adição de K, apesar de, nesses solos, os teores deste elemento se situarem abaixo de 0,10 mEq/lOOg. Acredita-se que este fato se deve ao baixo teor de Mg (< 1,5 mEq/100 g), conforme observações anteriores (lO),

Fonseca e colaboradores (lO) verificaram que, nos ensaios de

Z5

microparcelas de milho conduzi­dos na região cacaueira baiana, as respostas à adição de K de­cresc~ram em grandeza e proba­bilidade, quando o teor disponf­vel de K, avaliado pelo método de Mehlich, foi maior do que O, 20 mEq/l-00 g, Com relação ao ca­cau!"iro, Wessel e colaboradores (23), em experimentos conduzi-

Page 91: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

li [I ,I' (

Quadro 2 -Teores dispon:fveis de potássio extraÍdos por cinco méto­dos diferentes,

Entre extratores: Tukey 5o/o= O, 504 Tukey I%= 0, 617

dos na Nigéria, nao encontraram respostas à adição de potássio em solos com teores entre O, 18 e 0,22 mEq/100 g de K e, princi­palmente, além desses valores.

26

Entre solos: Tukey 5%:= O, 729 Tukey 1%=0,857

Maliphant (15) e Verliere (20) também assinalam respostas do cacaueiro à adubação potássica em solos com O, 12 e O, 13 mEq/ 100 g de K, enquanto Fonseca e

colaboradores (9) acreditam que solos com teores trocáveis desse elemento acima·de O, 15 mEq/ 100 g parecem não dar respostas satisfatÓrias à adubação potás­sica.

Na Figura I, são apresenta­das as equaçÕes de resposta para os três solos que apresentaram reação altamente significativa à adição de K. Em todos esses ca­sos, as equações são de natureza quadrática, ocorrendo o máximo de produção com as do s e s '<ie 95, 7; 145,8 e 145,5 kg/ha nos solos Produção, HidromÓrfico e Viveiro, respectivamente.

Na Figura },observa-se tam­bém que as respostas, quando se considera o K consumido p e 1 a parte aérea das plantas, são de natureza linear, devido à existên­cia de um consumo de luxo, ao qual não correspondem incre­mentos de massa, de modo sitnl­lar ao registrado para o fÓsforo, em solos da mesma região (3).

As análises conjuntas dos expe.~"imentos desses três solos, realizadas para a parte aérea e para a raiz, mostraram respos­tas significativas {P< O, OI) entre solos e entre tratamentos. Na Figura I, são apresentadas as equações de respostas globais para esses solos, onde se obser­va que os incrementos são máxi­mos, nas doses de 123,3 e 109,1 kg/ha para a parte aérea e rai­zes, respectivamente.

O Quadro 3 mostra as cor­relaçÕes e equações de resposta entre o K aplicado e o K consu­mido por planta para os solos en­saiados. Nota-se que, na maio-

ria dos solos, essas correlaçÕes foram significativas. As baixas correlações encontradas nos so­los Sede, Água sumida e Vargito eutrÓfico se explicam pelos ele­vados teores de K desses solos. Do mesmo modo, o sinal negativo dessas correlações demonstra o efeito depressivo devido às adi­çÕes de K a tais solos.

Os coeficientes de correla­ção entre a massa da parte aérea e massa das raÍzes das plântulas do tratamento sem K com os teo­res desse elemento extraÍdos pe­los diferentes métodos, mostram maior associação para as partes aéreas (Quadro 4), corroborando os resultados encontrados para o fÓsforo por Cabala e Santana (3).

Comparando-se esses coefi­~cientes de correlação pelo teste "t", verifica-se que os métodos de extração não diferem e n t r e si. Todavia, as quantidades de potássio extrafdas pelo HN03 N mostram uma menor correlação com a resposta biolÓgica, não constituindo, assim, um indica­dor seguro sobre a disponibilida­de desse elemento para fins de recomendação de fertilizantes.

Utilizando-se a técnica pro­posta por Cate e Nelson (7), de­limitaram-se os nÍveis de 0, 12

- mEq/100 g para os métodos de MehJ_ich e Truog e O, 13 mEq/1 OOg para o HzS04 O, I N e NH40Ac • N pH. 7 (Figura 2). Em todos ~s casos, considerou-se a produçao relativa das partes aéreas das plântulas de cacaueiro do trata-

27

' 'd menta sem potassio, o conteu o relativo de K {porcentagem de massa seca) dessas mesmas

Page 92: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I

'I ,,1'

'I' .I 'li

I' 1,1

,, ::I

•• 000Ttne:'-

+.o• • + •• ~ • .,.

~~::1 " J..~'!!.o o :f#

• ...--ot.â ~/ 4-~

"' ~ /f ~

I! / ,o I / '

~ ?-~1 •

" ~ ,·tf li :o" /t Vfõ

Q' !'/' .... "' ;ç_~

~ •. "' ..:-~~ ., /.

• "' ' ' ::: I

~ I • ' '

~ ' I

' 'i ' v..·0..~17X2

" ,o,o~i\ il: <JII' ....... -----

'(~;· ~'"".,fj.í'f.E"?. • • ~~o -õ:"-

~i]fo •

' I 0,105

o• o R~ ~/;·

~rs;,o '

"' "' ., "' :t ~

" ' ::: ':! ~

"' "' ,045 "' "' ·§

~ "' "' "

/ /

/

o

Figura

120 o ,. ,. POTiSS/0 ( KzO) APLICADO EM Kg/ho.

1 ~EquaçÕes de regressão, massa seca e conteudos de K da parte aérea e das raÍzes de plântulas de cacaueiro.

-, ..

Quadro 3 -CorrelaçÕes e regressoes entre K aplicado e K consumido •

Signiíicância 5%" O, 878 Significância 1% = 0,959

Quadro 4 - Coeficiente de correlação e percentagem de associação de variáveis entre os teores disponiveis de potássio e as massas da parte aérea e raizes das plantas do tratamento

sem potássio.

Significância S% = 0,602

plântulas e os teores de K dispo­nfvel avaliados por diferentes m~todos de extração qufmica. Os nÍveis obtidos são concordan­tes em ambos os casos, não obs­tante a freqtiência de resultados nos quadrantes negativos ser maior quando se considera o con­teÚdo de K na planta,

Na interpretação dos resul­tados (solo x produção relativa),

Z9

Significância lo/o " O, 735

constatou-se que apenas 90o/o dos pontos se colocaram nos qua­drantes positivos e essa anorma­lidade foi causada pelos s o 1 o s Valença e ColÔnia (Oxisois). Es­ses solos, não obstante apresen­tarem um baixo teor disponÍvel de K, mostraram urna produção relativa alta, o que concorreu pa­ra que tais pontos se colocassem no quadrante negativo superior. Isto se deve, talvez, a relações

Page 93: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

I'

I li

:!'

,1. ,, li

'I' li

''I .I ' ,,

'li,

'I '

TRUOG Hr:~O.IN

"" . . • . . ' • .

# 00 • . 2 .. • . 1l ~ ..

. 40

~ .. ~

.§ 120 Ac Nt4 N MEHLICH .. ~

~ . . • . . • . .. . . . • 80

• . . . . . 40

120 TRUOG . Hz$04 O. IN . . . . . . • : . . . . ~ 80 ~ .. • ;! ~ ~

4 o • . • .. • o .. ~

o A, NH4 N MEHUCH . 12

~ o o ~

. • . . • . • . . . . . . 80

. . .

• 40 . Q.2 0.4 06 0.8 1.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

POTÁsSIO EM mEq /IOOg Figura 2 - NÍveis de K delimitados com qn.atro extratores

quÍmicos, para massa seca e conte~dos desse e­lemento na parte aérea de plântulas de cacaueiro.

30

catiÔnicas desbalan_ceadas, fato: esse já observado por Fonseca e colaboradores ( 10) •

De modo geral, os nfveis de­limitados estão prÓximos dos as­sinalados por Catani e colabora­dores (5) para solos de São Pau­lo, porém inferiores aos propos­tos por Hardy para o cultivo do cacaueiro (12). Observa-se, ain­da, que os mesmos situam-se bem prÓximos do nfvel O,lOmEq/ 100 g, utilizado no Brasil para grande nÚmero de cultivos (6), inclusive o cacaueiro (4),

Entretanto, esses nfveis sao inferiores ao encontrado por Du­ran, assinalado por Waugh e Fitts (22)- 0,22 mEq/IOOg de K, para o método de NH40Ac neutro em 35 solos do Peru. Isto deve de­correr, seguramente, não sÓ do extrator como também das con­diçÕes naturais daquele paÍs.

CONCLUSÕES

1. O método do HN03 N foi mais energico na extração de K,

em solos da região Sul da Bahia, do que os métodos de T ruo g, HzS040,lN, NH40Ac.N pH7,0 e Mehlich.

2. Os aumentos de biomassa para a adição de pot.i.ssio são de tendência quadrática enquanto o conte,;.do desse elemento nas plantas segue tendência 1 in e a r, evidenciando, assim, a existên­cia de um consumo de luxo ao q u a 1 não correspondem incre­mentos de massa.

3. são altas e bastante pro­ximas as associações dos teores de potássio evidenciados p e 1 os

métodos H2S04 0,1 N, NH40Ac. N pH 7, Mehlich e Truog com a resposta biolÓgica de plântulas de cacau, podendo empregar-se, para as condiçÕes do Sul da Ba­hia, qualquer um desses extra­tores .

4. O nÍvel de resposta para os métodos de Mehlich e Truog corresponde a 0,12 mEq/100 g, enquanto que, para os extratores H2S04 0,1 N e NH40Ac.N pH 7, é igual a 0,13 mEq/100 g •

LITERATURA CITADA

1. BRA Y, R.H. Correlation of soil test with crop response to added fertilizers and with fertilizer requirement. In Kitcben, H. B., ed. Diagnostic techniques for soils and -;;-rops. Wash­ington, D. C., American Potash Institute, 1948. pp. 53-86 •

2. CABALA R., F.P. Influencia del encalado en las formas, íija­ciÓn y disponibilidad de fÓsforo en suelos de la regiÓn cacao­tera de Bahia, Brasil. Tesis Mg.Sc. Turrialba, IICA, 1970.

97 p.

3. ___ 7

_e SANTANA, M.B.M. Comparação de extratores quÍ­micos de fÓsforo em solos do Sul da Bahia. Turrialba 22{ I):

19-26. 1972.

31

Page 94: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

----------------------------

4. CABALA R. et al. Emprego de fertilizantes no cultivo do cacau­eiro. Itabuna, Bahia, Centro de Pesquisas do Cacau, 28 p. 1972. (Mimeografado).

5. CATANI, R.A., GALLO, J .R. e GARGANTINI, H. Amostragem de solo, método de análise, interpretação e indicações gerais para fins de fertilidade. Campinas, São Paulo, Brasil. Ins­tituto AgronÔmico. Boletim Técnico n'? 69. 1965. 28 p.

6. CATE, R.B. Sugestões para adubação na base de análise de solo, Primeira aproximação, Recife, Pernambuco, Brasil. North Carolina State University, International Soil Testing Project, 1966. 16 p.

7, and NELSON, L.A, A rapid method for correlation of soil test analysis with plant response data. Raleigh, North Carolina, North Carolina State University and International Soil Testing Series, Technical Bulletin n'? 1. 1965. l3 p.

8, FITTS, J. W. and NELSON, W .L. The determination of lime and f e r ti 1 i z e r requirements oi soils through chemical tests. Advances in Agronomy 8:241-282. 1956.

9. FONS!:CA, R., SANTOS, Z.G. e JESUS, A.F. Soil testing para cacau. In Conferência Intel:"nacional de Pesquisas em Cacau, 2~, Sal~dor e Itabuna, Bahia, Brasil, novembro 19-26, 1967. MemÓrias. Itabuna, Centro de Pesquisas do Cacau. 1969. pp. 461-466.

lO. et al. Nfveis de potássio e magnésio trocáveis nosso-los e correlaçÕes com resultados de experimentos em mi­croparcelas de milho. Convênio M.A. -CEPLAC-I. C, B,, 1965. 14 p. (Mimeografado).

11. GARMAN, W. L. Potassium release characteristics of severa! soils froril Ohio and New York. Soil Science Society of Ame­rica Proceedings 21:52-58. 1957.

12. HARDY, F. Manual de cacao, EdiciÓn espaíiola. Turrialba, Costa Rica, 1961. 439 p.

13, JACKSON, M.L. Soil chemical analysis, Englewood Chiffs, N.J., Prentice-Hall, 1958. 498 p.

14. LEGG, J. and BEACHER, R.L. The potassium suppling power of representative Arkansas soils. Soil Science Society of Ame­rica Proceedings 16:210-214. 1952.

15. MALIPHANT, G.K. Long term effects of fertilizers on cacao in ~

relation to shade. In Conference Internationale sur les Re­cherches Agronomiques Cacaoy"6res, Abidjan, November 15-20, 1965. Paris, 1967. pp. 102-108,

16. PRATT, P.F. Potassium, !DBlack, C.A. etal, eds. Methods of soil analysis, Madison, Wisconsin, American Society of Agronomy, 1965 v. 2, pp. 1022-1030.

32

17. SÁ JUNIOR, J.P.M,, UCHÔA, B.F. e SKOGLEY, E.O. Subsf-dios à caracterização de solos .carentes em P e K lho na região íisiográfica do Nordeste do Brasil. Agropecuárias Brasileiras 5:351-357. 1970.

para o mi­Pesquisas

18. SILVA, L.F. da e MELO, A.A.O. de. Levantamento detalhado dos solos do Centro de Pesquisas do Cacau. Itabuna, Bahia, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau, Boletim Técnico n9 I. 1970. 89 p.

19. SMITH, A.J. La selecciÓn de suelos para cultivo del cacao. FAO. Boletin sobre Suelos n9 5. 1967. 77 p.

20, VERLIÊRE, G. Un essai d'engrais sur cacaoyers en CÔte d'Ivoi-re; Amelioration des rendements par la fumere minérale et rentabilité. In Conference Internationale sur les Recherches Agronomique;- Cacaoyeres, Abidjan, November 15-20, 1965. Paris, 1967. pp. 74-81.

21. VETTORI, L. Métodos de análise de solos. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo. Brasil, Ministério da Agricultura. Boletim Técnico n'< 7. 1969. 24 p.

22. WAUGH, D.L. and FITTS, J.M. Soil test interpretation studies; laboratory and potted plant. International Soil Testing. s.l. North Carolina. Technical Bulletin n9 3. 1966. 33 p.

23. -WESSEL, M., FREE:MAN, G.H. and OGUNKUA, 1.0. Fertilizer trials on farmers amelonado cocoa in Western Nigeria. ~ Conference Internationale sur les Recherches Agronotniques Cacaoy'eres, Abidjan, November 15-20, 1965. Paris, 1967. pp. 83-86.

• RESUMO

Foi detertninado o potássio disponfvel em 11 solos da região Sul da Bahia, utilizando-se cinco métodos de extração- Mehlich, Truog,

HzS04 O, ltl, HN03 tl e NH40Ac tl pH 7,0 -,dosando-se esse ele­mento no fotômetro de chama. Nos mesmos solos, foi verificad'+ a resposta a doses crescentes de potássio - O; 30; 60; 90 e 120 kg de KzO por hectare -com quatro repetiçÕes. Todos os tratamentos re­ceberam, em forma complementar, nitrogênio, fÓsforo, cálcio, mag­nésio e elementos menores. Como planta indicadora, foi utilizado o cacaueiro (Theobroma ~L.) de cujas partes a~reas e raizes, co­lhidas aos 150 dias, foram registradas as massas secas.

Cada solução extra tora mostrou uma capacidade de extração dife­rente, cuja ordem decrescente é a seguinte: HN03 tl > Truog)..

33

Page 95: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

• HzS04 0,1!::! > NH4 OAc - !::! pH 7, O > Mehlich. De modo geral, as respostas à ap1icação de potássio nos solos com teores desse ele­mento maiores que O, 12 mEq/100 g não foram significativas. Em se­te dos solos, obtiveram-se respostas à aplicação desse elemento, sendo que, em três deles, elas foram altamente significativas. As correlaçÕes entre as massas secas da parte aérea e das raÍzes do tratamento sem potássio com os teores desse elemento extra idos pe­los cinco métodos, mostraram associaçÕes médias da ordem de 54% para a parte aérea e de 47o/o para as raÍzes. A maior associação foi obtida para o HzS04 O, I tl e a menor para o HN03!::!.

Utilizando-se a técnica de Cate e Nelson, delimitaram-se os nf­veis de O, 12 mEq/100 g para os métodos de Mehlich e Truog e 0,13 mEq/ 100 g para o HZS04 O, 1!:! e NH40Ac !:! pH 7, O.

POTASSIUM LEVELS IN SOUTHERN BAHIAN SOILS

(SUMMARY)

Available potassium was measured for 11 soils írom South­ern Bahia. FiYe extraction methods were used: Mehlich, Truog, O.IN HzS04, IN HN03, IN NH40Ac at pH 7 .0. Pot experiments vere made in the greenhouse to test the response aí cocoa seedlings (Theo­~ ~L.) to rising leveis aí potassium added to the soils. The experiment was completely randomized with íour replications. Po­tassium was added at rates equivalent to 0, 30, 60, 90 and 120 kg {K20 per hectare), with a basic íertilizer oí nitrogen, phosphorus, calcium, magnesium and micronutrients being applied to ali treat­ments. The cocoa seedlings were harvested aíter 150 days and the dry weights obtained oí the leaves and stems and the roots.

The arder oí the extraction capacity for the difíerent methods was l;t:J: HN03 > Truog "> 0.1!:! H2S04 > l!:J: NH40Ac - pH 7, O > Mehlich.

The average correlation between the dry weights oí the leaves and stems and the roots cotnpared with tbe íiv:e diíferent extraction methods based on the zero K treatment was 54o/0 for the leaves and stems and 47o/o for the roots, The best correlation was íound. for the method O.l!:J: H2S04 and the l.owest for the IN HN03. Application oí potassium to the soils with a potassium content greater than 0.1~ mEq/lOOg had no significant eífect on cocoa seedling growth, although higllly significant results were íound for three soils to which potas­sium had been added.

Criticai leveis oí potassium for the Mehlich and Truog extract­ants were set at 0.12 mEq/IOOg and 0.13 mEq/IOOg for the O.l!:J: HzS04 and the ltl NH40Ac pH 7, O.

34

THE CONCEPT ANO PRACTICE OF tNTEGRATED CONTROL

ANO PROSPECTS OF THEIR ADOPTION FOR WEST AFRICAN CACAO ECOSYSTEM•

W. E. Eguagie••

T h e ultimate practical ob­jective oí insect control is to lessen the extent oí insect dam­agetoman's possessions or bealth by the suppression or pre­vention aí insect outbreaks at the econornic level. To achieve this end, a wide variety oí measures are oíten employed singly or in combination in many pest control programmes, each practice be­ing carefully chosen for speciíic situations. Chemical and biolo­gical methods form two oí these useful weapons to which man íre­quently resorts inthe war against pests. This paper discusses some examples of how through knowledge of the ecosystem, chemical methods have been suc­cessfully integrated with other methods for the control of par­ticular pe~ts and explores what possibilities exist for the adop­tion oi similar practices for pest control on cacao (Theobroma E!!:_­

~ L.) in West Africa. It deals with the contrai oí major cacao crop pests rather than with pests oi stored cacao beans. Contrai of the íormer group of insects possess more complex problems and better illustrates the need for

the new approach herein advo­

cat~d.

Mojor pests of c:ocoo in West Africa

About 500 insect species are associated with cacao in We st Africa (13). In general, any of these species may attack one or more organs of the cacao plant. The .feeding habits o.f the insects fall into either of two categories: biting and chewing or piercing and sucking. The .former cate­gory includes various species oi stem or pod-boring Lepidoptera {e. g. Eulophonotus myrmeleon Fildr, , Characoma stictigrapta Hmps.) and Coleoptera (e. g. Tra­gocephala castinia c a c a o e n si s Entw. and Xyleborus morstatii Hag.) which are regarded as mi­nar pests oí cacao (8), Major p e s t s of economic importance such as cacao rnirids, Sahlber­~ singularis Haglund and Qk­tantiella theobroma Distant (He­teroptera) and the mealybug vectors of cacao swollen shoot v i r u s ( CSSV): Planococcoides njalensis Laing; Planococcus ci­tt}{Ri.sso) and Ferrisiana vir gata

"'Re<'eived fo< publication in Ma<eh, 1972. . . "'*Ph.D., F .R.E.S., Cocoa Resea<eh lnstitute of Nige<ia, P.M.B. 5244, Ibadan, Ntgena.

Revista Theobroma. CEPEC, ltabuna, Brasil, 3(4):35-44. Out.-dez. 1973.

35

Page 96: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

Ckll. (Homoptera: Pseudococci­dae) fali within the latter catego­ry. About 17 other mealybugs which do not transmit any iso­lates of CSSV or other cacao vi­ruses as well as some species of scale insects and plant bugs which do not cause econorn.ic losses on cacao are grouped among minar pests (6, 7),

Protic:ol signiflc:anc:e of natural c:ontrol

Cacao mirids are attacked in nature by a wide range of ene­mies. These include parasites: Euphorus sahlbergellae Wlk. (Braconidae) and Me r mi s sp. (Mermithidae); pathogens: Hir­~ sp., Aspergillus sp, Be­auveria sp. and Bacillus sp.; and predators: species of Formici­dae, Reduviidae,Araneidae, Man­todea and possibly also solne in­sectivorous birds 116), The effi­ciency of such natural enemies depends ontheir: A.Abilityto out-number their hosts; B. Spe­cificity; C. Ability to withstand competition; D. Adaptation to the physical environment; andE, Dispersai rate (26). In a review of the role of natural enemies as regulators or disturbers of natu­ral populations of cacao mirids Eguagie (6} concluded that biotic agents on their own are unable to g i v e satisfactory control, due primarily to low reproductivepo­tentials, polyphagy in some cases and hyperparasitism and/or in­tra-specific competition in oth­ers. Similarly, Eguagie (7)- has pointed out that although a b ou t 700 species of parasites (Encyr­tidae) and predators (Cecidomyii­dae, Cocoinellidae and Lycaeni-

dae} are associated with cacao mealybugs in West Africa they exert inadequate regulation on mealybug population owing to the activities of their numerous hy­per -parasites,

Bialagic:al c:ontrol

Previous attempts at biolo­gical control (using exotic para­sites and predators) of cacao mirids and mealybugs have been unsuccessful owing mainly to poor establishment of the importe d species in West African environ­ments, However, spraying of the parasitic fungus, Cephalosporium sp., extracted from P. citri has been found to contrai' th~aly­bug f. njalensis (7}.

Chernic:ol c:ontrol ond s ide.effec:ts

Chemical contrai of c a c a o mirids in West Africa dates as far back as 1944 when nicotine sulphate and DDT emulsion were used on mature and young cacao respectively (20), From 1944 to the early 1950's other chlorinat­ed hydrocarbons that had b e e n tried for mirid control on cacao include Aldrin, Dieldrin, Hepta­chlor and Chlordane (9). The use of Gamma - BHC sprays (three applications of 4 oz. toxicant in lO gallons of water per acre per y e a r using pneumatic knapsack sprayers in Nigeria and motoris­ed mist blowers in Ghana) hafll been adopted to date. Direct con­tact kill of cacao mealybugs and indirect control of the virus vectors by spraying of the mealy­bug-tending ants have been virtu­ally unsuccessful. Wbere a per-

..

i!IÍBtent insecticide such as Diel­drin has indirectly c o n t r o 11 e d mealybugs, populations oí a n t s predatory on mirids were se­verely decimated (6, 7). Other adverse side-effects of the use of chemicals for pestcontrolon WestAfrican cacao include mam­malian to x i c i t y, phytotoxicity, tainting of beans, decimation o f populations of cacao flower pol­linators and the build up of re­sistance to B H C by mirids in some localities (6). The spec­trum of resistance is widening in e a c h of the major cacao pro­ducing countries in West Africa. Problems of inadequate coverage of crop with spray fluids continue to depress the efficiency of chem­ical methods of control of cacao mirids and mealybugs.

Definition and c:onc:ept of integroted c:antrol

Stern et al (23) have defined integrated contrai as an applied pest control which combines and integrates biological and chemi­cal control. Chemical control is used as necessary and in a man­ner whic.h is least disruptive to biological control. Integra te d control may make use of natu­rally occurring biological contra! as well as that effected by ma­nipulated or introduced biotic a­gents. Thus, while·chemical con­trai effects temporary decimation of local pest numbers, biological control contributes to permanent de n si t y regulation, Integrated contrai, by carefully harmonizing both tools, seeks to produce a permanent change in the general equilibrium position, so that the pests population density does not

37

approach or attain economlc threshold. De Bach (3) however prefere to use the term in a wider sense, He defines integrated or supervised pest control as an in­telligent combination of all phases of pest control - chemical, bio­logieal, cultural etc. - into a uni­íied complete programme. The latter definition is preferred by the author and adopted in subse­quent discussions oí this paper.

Pro•pects of inte;roted contrai on West Africon c:ocoo

Evidence for the practica­bility of integrated control (3, 12, 17, 18, 19, 24) has come from many countries in which various pests,living in diverse ecological situations have been successfully checked. The appearance of ca­cao rn.irid cyclodience resistance to chlorinated hydrocarbon insec­ticides (except DDT and its anal­ogues) amongst other adverse side-effects has naturally dieta­teci a change to another farn.ily of insecticide as an immediate an­swer to the resistance problem. Recent research at the CocoaRe­search Institute of Ghana and Nigeria have indicated that car­bamates - Arprocarb (Baygon, Unden), Ortho - Bux and Dio­xacarb (C8353, Ciba-Geigy) are suitable alternatives to Ganuna -BHC (6) for mirid control. Since the widespread application oí any of these alternative chemicals may ultimately lead to the devel­opment of resistance (2), it is apparent that integrated methods involving the use of the new in­secticide would be most essen­tial. The inadequacy of the de­gree oi mirid control which is

Page 97: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

exercised by natural agents em­phasizes the need for insecticide application, but such alternative insecticides should possess the following properties if they are to be satisfactory for integrated control programme.

A. Physiological selectivity - It

is of the utmost importance that wherever possible, a selective insecticide should be preferred to one with a broad spectrum of ac­tion{I, 3, 17, 22). Where a se­lective material is used for con­trol, insecticide induced mortal­ity of essentially 100 per cent is unnecessary to give satisfactory contrai of a resistant sucking in­sect (24}. Since some predators such as the ants, Crematogaster and Oecophylla spp. are mutually exclusive on cacao (15), an in­secticide which is Iess toxic to the Iatter shouid be preferred since it is oftennecessaryto control the former because they tend mealybugs (7).

B. Short residual action- Build­ups of minar pests of cacao have been associated with the use of toa persistent insecticides ( 11 ). Thus, where a selective insecti­cide is not available, it is possi­ble to exert a selective effect on the arthropod population of the cacao plantation by the use of a chemical with short residual ac­tion justas De Bach (3) observed

"' in the case ofGhromaphis juglan­dicole. The latter author and Pickett et al (21) have success­fully evoived integrated control programme for the control of. ci­trus and apple orchard p e s t s, through the use of 'short actiont insecticide s.

• C. Contact insecticide with ap­preciable fumigant action An essential feature of the problem of mirid and mealybug contrai is the düficulty of depositing the in­secticide on parts of the cacao tree where the largest number of pest individuais would come in contact with it. In West Africa, spray liquids are generally ap­plied with either pneumatic knap­sack sprayers or motorized rnist blowers. Quite often, adequate coverage of the canopy is not possible (lO). This is especially true in plantations where the ca­cao type is Amelonado (most of West African crop is this type) with characteristically tall trees. The net result is that bugs high up in the canopy escape contact with the insecticide and are not killed. W h e r e the insecticide used has both contact and furni­gant action, many more individu­ais are affected by the s p r a y. During such treatments, some of the hymenopterous parasites and predato:rs may be destroyed, but survivors would eventually mop up individuais of mirids w h i c h resi.st the treatment.

'Spot spraying'

Cacao mirids (28) and mealy­bugs (7) are usually patchily dis­tributed in the field. This im­plies that mirid populations and damages tend to be concentrated on a few adjacent cacao t r e e s 'mirid pockets' while other trees ~ nearly remain virtually free oi infestation. Such population characteristics could be exploited to advantage the adoption of 'spot' rather than 'blanket' spraying. When 'pockets' are sprayed only

a 8mall fraction of the íarm 111 disturbed and natural enemie • f r o m untreated parhl ean then move into treated area11 and con­tinue reduction of pest numbers, Otbers advantages of 'spot' treat­ment include reduction in c os t and time oi pe 11t control.

c-trol control

Integrated control o( cacao mirids involving the use oi a cbemical belonging to any of the categories (A-C) above would be most effieient if 1centrally organ­ized', By central organization, I mean a control which is left pri­marily to the supervision oi gov­ermnent entomologists and their subordinate staff. Thls practice has shown considerable pro:mise in the Kwara State of Nigeria, where the method has been a­dopted for 9 years. Eacb cacao farmer declares his total acreage to tbe Ministry of Agriculture and the Ministry's entomology staff undertake routine 'spot' spraying oi :mirid 'pockets' in farms, making sure that adjacent farms are inspected and sprayed on the same day, Each farmer is then charged a .fixed cost of control acre per year, The establish­ment of local econornic thresh­olds, dosage rates and frequency of application is tbus standard­ized and Ieft in the h a n d s of skilled personnel. A tecbnique for determination of economic thresholds was reported by Strickland (25).

Cultural praçtices

The relationship between the effects of rnirids and other pests

and dillea11e11 of caeao 11 gene1"ally given by the following diagram:

Virus and other diseases

. -c IH - Die Env1ronment a onectna - 1 -- back

Mirids and other pests

'Die back' of cacao with its con­sequent deterioration of farms u­sually arises from the combined interaction of factors such as di se ases (besides Galonectrial infection) pests and adverse en­vironment (weeds, moisture stress, inadequate soil nutri­ents). Virus and :mirid attack both weaken trees and predispose them to Galonectrial invasion. The joint effect of fungai and vira! infection is localized defol­

iation which added to mechanical damage (in some cases), often resulta in 'breaks' in the cacao canopy. Sueh 'breaks' constitute areas of active weed growth, dense regenerative tissue and in­creased light intensity which are known to attract cacao m i r i d s (formation oi tbe so-called "cap­side = mirid pocket" ). Weed competition with cacao for mois­ture and nutriente may attain a crucial level during the dry sea­son (November to following May in West Mrica) with increased s t r e s s and reduced disease o r pest resistance to the crop. Taylor (27) has pointed out that

Page 98: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

adverse effects of mirids feeding on cacao is that they provide entry for the weekly pathogenic fungus Calonectria rigidiuscula B e r k . and Br, Sacc. which causes 'die back'. Thus where cacao trees are not under heavy shade and where moisture stress and weed competition are low, greater tol­erance to mirid attack and hence Calonectrial infection could be e:x:pected. Eguagie (6) has pointed out that good cultural practices (including routine pruning) en­hance pest management of cacao.

Exploitotion of differences In ecolo;y of pests ond porruite

This method, has been used successfully in the case of plant sucking pests. It could be par­th:ularly suitable for the control of cacao mealybugs. The use o! a systemic insecticide, applied to the soil or by trunk-painting or implantation would selectively destroy the pests, while leaving beneficiai insects, most o! which would have been destroyed by spraying of contact insecticides. In this connection the use of Bi­drin and Azo d r in which have proved effective against aphids, To:x:optera aurantii (B. de. F,); thrips Selenothrips rubrocinctus (Giard) and mirids (6) should be encouraged especially on young cacao. Cacao mealybug, E· !!É:_­~ hasbeen controlled inGha­na either by trunk implantation or

soil à.pplication of Dimefox, with­out adversely affecting the pol­linating Ceratopogonid midges or predators of the mealybugs (14).

Augmentatian of noturol enemies of the pest

Where natural enemies of a pest are not sufíiciently efficient to give satisfactory control, they ma y be augmented in an inte­grated control programme by the introduction of active e:x:otic spe­cies or by artificially releasing species that have been bred for tolerance to particular insecti­cides or to physical environ­mental stresses (4), Hymenopte­rous endoparasites E. sahlber­gellae of the West African mirid ê_. singularis could be increased in this way,with appreciable suc­cess. The choice of an e:x:otic species which would establish it­self in its new environment is however not easy, nor is it likely to be a quick or a cheap pro­gramme, If successful, it un­doubtedly yields the highest divi­dends in the long run. Decker (5) reported unsuccessfully attempts to establish some exotic para­sites and predator'l of cacao mealybugs inGhana. Although results from such pioneer works were far from encouraging, the success that has been achieved through introduction o f e :x: o ti c species in the control of other orchard pests seems to justify the need for further attempts.

ACKNOWLEDGEMENT

The author is grateful to Dr. L.K. Opeke, Director, Cocoa Re­search Institute of Nigeria (CRIN), Ibadan, Nigeria, for permission to puhlish this paper.

40

-LITERATURE CITED

1. BARTLETT, B. R. Laboratory studies on selective aphicides favouring natural enemies of the alfafa Aphid. Journal of Economic Entomology 51; 374- 378. 1958.

z. CROW, J. F. Genetics of insect resistance to chemicals. Annual Review of Entomology 2 : 227 - 246, 19 57,

3. DE BACH, P. Applications of ecological information to control of citrus pests in Gali.:fornia. Proceedings of the 10th Inter­national Congress of Entomology 3: 187- 194. 1956.

4. Selective breeding to improve adaptations of parasitic insects. Proceedings of the 10th International Congress of Entomology 4: 759-767. 1958.

5, DECKER, F. E. Parasites and predators of capsids and mealy­bugs in Ghana. West African Cocoa Research Institute. An­nual Report: 1951 -52. Tafo, Gold Coast, 1953, pp. 28-31.

6, EGUAGIE, W. E. Advances in the control of cocoa mirids (Sahl­bergella singularis Haglund and Distantiella theobroma Dis­tant) (Heteroptera). In Progress in Tree Crop Research in Nigeria. Ibadan, Abiodun Printing Works. 1971. pp. 144-166.

7. The bioecology and control of cocoa mealybugs {Ho-moptera; Pseudococcidae) in Nigeria. In Progress in Tree Crop Research in Nigeria. Ibadan, Abiodun Printing Works. 1971. pp. 167-183.

8. ENTWISTLE, P. F. Cocoa capsids in Nigeria: A review of pres­ent knowledge. !!!- Cocoa Mirid Control Conference. Pro­~oceedings. Tafo, Ghana. Cocoa Research lnstitute, 1963:55-61.

9. Cocoa mirids and their control. Cocoa Growers Bul-letin n'? 6:17-22. 1966,

10. , YOUDEOWEI, A. and EGUAGIE, W. E. Field e:x:peri-----:m:-:e-::cnts in the contrai oi Sahlbergella singularis Hagl. (Hemip­

tera: Miridae) with sevin and sumithion in Nigeria. In Con­ference on Mirids and Other Pests of Cacao, lbadan, Nigeria, March 24-27, 1964. Proceedings, pp. 26-34.

11. et al. New pest of cocoa, Theobroma cacao L. in Gha-na following application of insecticides. Nature 184:2640.

1959.

12. EWART, W. H. and DE BACH, P. DDT for control of citrus thrips and citricola scale. California Citrograph 32:242-245.

41

Page 99: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

13. GERARD, B. M. A review of fifty years of app1ied entomology in Nigeria- Tree crops. Proceedings of the Entomological So­ciety of Nigeria, 1967. pp. 25-28.

14, HANNA, A. D. et al. Control of the mealybug vectors of the swollen shoot virus by a systemic insecticide, Nature 169: 334-335. 1952.

15. LESTON, D. Entomo1ogy of the co coa farm, Entomology 15:273-294. 19?0,

Annu~l Review of

16. MARCHART, H. Radiott'acer study of the predators on ~­tiella theobroma (Distant) (Hemiptera: Miridae), In Sympo­sium on the Use of Isotopes and Radiation in Entomology. Vienna, Dec. 4-8, 1967. Proceedings. Vienna, Interna­tional Atomic Energy Agency, 1968. pp. 3-15,

17. MASSEE, A. M. Effects on the balance of At'thropod populations in orchards at'ising ft'om the unt'estricted use of insecticides. Proceedings of the 10th InternationalCongress of Entomology 3:163-168. 1956.

18. MICHELBACHER, A. E. and MIDDLEKAUFF, W. W, The Wal­nut aphid Chromaphis juglandicola (Kaltenbach) in Northern California. JOut'nal of Economic Entomology 43:448-456, 1950.

19. and SWANSON, C. Factot's influencing contt'ol of the walnut aphid. Journal of Economic Entomology 38:127-128., 1945.

20. NICOL, J. Cocoa capsids and their contt'ol in Ghana. In Cocoa, Chocolate and Confectionery Alliance, Ltd. Report of the Co­coa Conference, 1948. London, 1949. pp. 54-58.

21. PICKETT, A. D. et al. Progress inhat'monizingbiologicaland chemical control of orchat'd pest in Eastern Canada, Pt'o­ceedings of the 10th International Congress of Entomology 3:169-174. 1956.

22. RIPPER, W. E, Biological control as a supplement to chemical contrai of insect pests. Nature 153:448-452. 1944,

23. STERN, V. M. and Van Den BOSCH, R. Field expet'iments on the effects of insecticides. Hilgardia 29(2):103-130, 1959,

24. et ai. The integrated control concept. Hilgardia 29(2): 81-101, 1959.

42

-25. STRICKLAND, A. H. The assessment of insect pest density in

relation to crop losses, Report 6th Comm. Ent, Conf.

London: 78/83.

26, SWEETI\.1AN, H. L, The biological control of insects. Ithaca, N.Y.,Comstock. 1936. 383p.

27. TAYLOR, A. J. A summary of the results oí capsid research in the Gold Coast. West African Cocoa Research Institute.

Technical Bulletin n'! 1. 1952. 20 p.

28. YOUDEOWEI, A. A note on the spatial distribution oí the cocoa mirid Sahlbergella singularis Hagl. in a cocoa farm in West­ern Nigeria, Nigerian Agricultura! Journal 2(2) :66-67. 1965 ·

SUMMARY

1. The use of chlorinated hydrocarbon insecticides for the contrai of cacao mirids Sahlbergella singularis Hagl. and Distantiella theobroma Dist. in West Africa has led to the development of undesirable effects in the arthropod fauna of the crop in some localities. Notable among these side effects are the resurgence in numbers of secondary pests, which before the introduction of the insecticides existed at sub-eco­nomic leveis and more recently the development aí resistance to Gamma- BHC. It is suggested that centrally organized 'spot' spray programmes, based on integrated methods involving a careful cho~ce of chemicals and more efíicient methods aí application could prOV1de an answer to the present pt'oblem, Whenever possible chosen insec­ticides should have short residual action, appreciable íunrlgant prop­erties and must be selectively toxic to the economlc pest. Optimum t'esults would be achieved if insecticides with these properties are in­corporated itl. an integrated contrai programme which combines good cultural practices such as regular prunning and weed slashing.

2. For the contt'ol of piercing and sucking insects (aphids, psyllids, tht'ips, mealybugs) of young cacao, differences in the ecology of pests and their parasites may be exploited in an integrated co_ntrol pr~­gramme by the use of systemlc insecticides such as Azodnn and Bl­

dt'in applied to soil or by trunk-painting.

3. Previous attempts to enhance the activity of natural ene:rues oi caçao mirids and mealybugs by the importatioil of exotic spec1es were unsuccessful in West Africa. It is suggested that there is need for a t'evival of this approach. The integrated methods advocated may be expensive and take a long time to reach full implementation, ~ut if logically pursued would most certainly yield lasting dividends 1n the

long term.

43

Page 100: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

• CONCEITO E PRÁTICA DO CONTROLE INTEGRADO

E SUAS PERSPECTIVAS DE ADOÇÃO NO ECOSSISTEMA DO CACAUEIRO

NO OESTE AFRICANO

(RESUMO)

l, O uso de inseticidas clorados para o controle dos MirÍdeos do cacaueiro Sahlbergella singularis Hagl. e Distantiella theobromaDist, no Oeste Africano tem trazido, c~mo conseqtiência, o desenvolvi­mento de efeitos colaterais indesejaveis na fauna de artrÓpodos em algumas localidades. Entre estes efeitos colaterais, é notável a rea­parição de várias pragas secundárias, as quais, antes da introdução desses in~eticidas, já existiam, porém em nÍveis que não causavam dano economico e, mais recentemente, o desenvolvimento de resis­tência ao isÔmero gama do BHC. Visando-se dar solução a este pro­blema, sugere-se a c,riação de programas de pulverização centraliza­dos, baseados em metodos que_ envolvam a cuidadosa escolha de inse­ti_7idas e métodos de aplicação de maior eficiência. Sempre que pos­si~el, os inseticidas escolhidos devem ter poder residual curto, apl:"e­ciavel podeJ:" fumigante e ser, antes de tudo, de toxicidade sel,e.tiva pal:"a as pragas de interesse econÔmico. Poderiam se obter Ótimos resultados se, dentJ:"o de um programa de controle integJ:"ado, se in­corpoJ:"assem inseticidas com as propriedades mencionadas em com­binação com boas pl:"áticas culturais, como a poda nOJ:"mal'e a elimi­nação de ervas daninhas.

2. Para o combate aos insetos sugadores e brocas (afideos, psili­deos, tripes e cochonilhas) em cacaueiros novos, poderia-se explo­rar, talvez, no programa de controle integrado, as diferenças da eco­logia destas pragas e dos seus parasitos, utilizando-se inseticidas sistêmicos como Azodrin e o Bidrin, aplicados ao solo ou pincelados no tronco.

3. Tentativas anteriores para aumentar a atividade dos inimigos na­turais dos mirideos e das cochonilhas, pragas dos cacaueiros, im­portando espécies exÓticas, não tiveram êxito no Oeste Africano. No entanto, sugere-se a necessidade de se tentar novamente essa possi­bilidade de combate.

Os métodos integrados sugeridos talvez sejam de elevado custo e tomem mu~to tempo até a sua total execução, porém, logicamente,.# que se esta objetivando são colheitas constantes e lucros a longo prazo.

••• 44

NOTA

SONDA CEPEC PARA RETIRADA DE AMOSTRAS DE SOLOS A DIFERENTES PROFUNDIDADES•

Antonio Cadima z• •

Nos estudos de agua no solo, em que há necessidade de amostras não alteradas a diferentes pX"ofundidades, deve ser usado um tipo de sonda que não fracione estas amostras. Visando selecionar a melhor sonda para este fim, foram testados pelo Setor de Ffsica de Solos do CEPEC diversos modelos, destacando-se, entJ:"e eles, o Veihmeyer Soil Sampling Tube (Mansen Machine Works, Sacramento, CalifÓrnia U.S.A.). Este instJ:"umento, apesar de muito usado em diveJ:"sos pa(­ses, não vem funcionando satisfatoriamente nas condiçÕes edafo-cli­máticas do Sul da Bahia, tendo sido, por esta J:"azão, aperfeiçoado a fim de melhorar a coleta de amostJ:"as a diferentes profundidades.

A nova sonda, denominada "Sonda Cepec", coleta amostJ:"as de solos que geralmente mantêm a forma e poderão seJ:" utilizadas para quaisquer estudos analfticos e, mesmo, morfolÓgicos (cor, estrutu­ra etc.).

Basicamente, a sonda Cepec consta de três partes: "tubo", "pon­ta" e "batedor". O tubo (Figura la), é um cilindro de ferro galvani­zado com 112 em de comprimento por 2,5 em de diâmetro interno, É marcado a intervalos de 10 em e possui uma rosca na parte externa inferior. A outra extremidade é reforçada e possui duas protuberân­cias. A pdbta (Figura lb), é um cone truncado de aço, oco, cuja par­te mais larga possui uma rosca interna que se ajusta à rosca do tubo. O batedor (Figura lc) é um bloco de ferro de 7 x 7 x 5 em, soldado a dois cilindros opostos - um superior com 18 em de comprimento e outro inferior, com42 em-, possuindo dois ganchos de 26 em encur­vados nas extremidades,

A montagem do instrumento é feita, ajustando-se a ponta na ex­tremidade inferior do tubo e introduzindo-se o cilindro maior do ba­tedor na sua extremidade superior (Figura 1d).

* Recebido pata publicação em abril, 1972 . ** Enlf.' Agr., Divisão de Solos, CEPEC.

Revista Theobroma, CEPRC. Itabuna. Brasil, 3(4):45 47. Ont:-<lez. 1973.

45

Page 101: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

T''i ...... ; ·-

·-·~

I l ' Ir=!~

... oo .......... o ··-

~) ., .

I ' ,_._ ·r r ·-..... ·-j J

~!"::-

•••••o• L_~__] •o• u L!___j. ... o .::o ,_

Figura 1 -Sonda CEPEC: partes componentes e instrumento mon­tado.

Para coletar as amostras de solo, coloca-se a sonda em posição vertical, com a ponta para baixo, tocando o solo, Em seguida, vi­bram-se golpes no tubo, com o batedor, a fim de que o instrumento penetre o solo at~ a profundidade desejada, A retirada da sonda do solo~ feita atrav~s de golpes com o batedor, de baixo para ci­ma: os ganchos chocam-se con­tra as protuberâncias do tubo e o impulsionam para cima. Para retirar a amostra, coloca-se o tubo com a ponta voltada para ci­ma e retira-se o solo contido no seu interior (Figura 2).

As vantagens deste instru­mento são as seguintes: 1, Pre­cisão e rapidez na coleta de a­mostras a diferentes profundida­des; 2. As amostras reproduzem fielmente as caracterfsticas do solo; 3. As amostras permitem avaliar, com tna.ior precisão, o grau de hidromorfismo.

46

Figura 2 - Retirada da amostra de solo da sonda.

\ J I I

THE "CEPEC SOIL SAMPLING TUBE" FOR COLLECTING CORE SA.MPLES

AT DIFFERENT DEPTHS

In soil water studies it is necessary to take soil cores at diííer­ent depths, which rem.ain intact during the core remova! process. One of the better soil samplers tested by the Soil Physics Department was the "Veihmeyer Soil Sampling Tuben (Mansen Machine Works, Sacramento, California, U. S. A,). Although this sampler is used extensively elsewhere it did not prove completely satisíactory in Ba­hia. This note describes a modiíied sampler based on the Veihmeyer model. It has been íound to give a more uniform core which is suita­ble for analytical or morphological studies (calor, structure, etc).

The "Cepec Soil Sampling Tube" consists oí a metal tube, a de­tachable tip and a ram device which serves as a hammer. T h e gal­vanised iron tube (Figure la) is 112 em long, an internai diameter of 2.5 em with depth notches marked oíf at lO em intervals. The base oí the tube has a screw thread to which is fitted the steel tip. The/ típ {Figure 1b) is in the form oí a truncated cone and screws over the base of the tube. The ram or hammer (Figure lc) is made by welding a solid iron block (7x7x5 em) between two solid iron rods. The upper one oí 18 em acts as a handle and the lower, of 42 em, as a guide rod. To the base of the iron block are also welded two iron hooks, 26 em long which when removing the tube from the ground strike against two metal stubs located at the top of the tube.

Soil sampling procedure is to screw on the steel tip, introduce the guide rod into the top oí the tube {Figure ld) and with the tube standing vertically to hammer it into the ground to the desired depth. For longer life the top of the tube is specially reiníorced. To remove the tube the ram is twisted into such a position that when upward strokes are ~iven the two hooks atrike against the tube &tubs thus lift­ing the whoi"'e apparatus out of the ground. To remove the core the tube is inverted and with gentle tapping the core slides out (Figure 2).

The advantages of this soil sampler are threefold:

1. Ease, precision and speed in taking soil core samples.

2. The core samples repr<Xl.uce the true characteristics oí the soil.

3. The cores permit accurate evaluation of the degree oí hydro­morphism.

••• 47

Page 102: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

• INFORMAÇÃO AOS COLABORADORES

Os conceitos e opiniÕes, emitidos nos artigos, são da exclusiva responsa­bilidade dos autores. São aceitos para publicação trabalhos que se constituam em real contribuição para um melhor conhecimento dos temas relacionados com problemas agronômicos e sÓcio-econÔmicos de áreas cacauehas.

Os artigos devem ser datilografados em espaço duplo, com o máximo de 2,500 palavras ou 10 fÔ!has tamanho carta (28,0 x 21,5 em), em uma só face" com margens de 3 em por todos os lados. Os originais devem ser acompanh:o. dos de duas cÓpias perfeitamente leg{veis.

Desenhos e gráficos devem ser feitos com tinta nankín e não ultrapassar a medida de 18,0x20,0cm; as fotografias devem ter 15,0x23,0cm, empapei fotográfico brilhante com bom contraste. As ilustrações devem ser nuzneradas e com legendas escritas à máquina, em papel separado. Recomenda-se não dobrá-las para evitar dificuldades na reprodução,

As referências no teJd:o devem aer feitas pelo nome do autor, acompanhado do nÚmero de ordem da citação bibliográfica, E>t,: Medeiros (5 ), ou simples­mente (5), A "Literatura Citada" deve ser orga.ni,.ada por ordem alfabética dos autores, com número de ordem, usando-se o seguinte sistema;

5, :ME:DElRCS, A.G. Método para estimular a esporulação do Phytophtho­~ palmivora (Butl.) Butl, em placas de Petri. Phyton 22(1 ):73- 77, 1965,

O resuzno não deve e><eeder meia página datilografada, de versão em inglês. São aceitos artigos em português, francês,

INFORMATION FOR CONTRIBUTORS

sendo acompanhado espanhol, inglês e

Concepts and opinions given in articles are the exclusive responsibility of the authors, Only articles concerned with agronomic and social-economic prob­lema of cocoa·growing areas, which representa new contribution to the subject, will be accepted for publication,

Articles should be typed in double spacing with a maximnm of 2, 500 words o r I O letter sized pages (Z8, O Jt 21.5 em) with a 3 em margin on all sidu, to­gether with two legible copies,

Drawings a.nd graphs should be prepared with India ink not e><eeeding 18, O x 20. O em; photographs should be 15, O Jt 23, O em glossy prints with good contrast, lllustrations must be numbered, with the machine typed subtitles on aeparate paper. To avoid reproduction difficulties it is recommended that en­closures should not be folded,

Te:ld: references should a.ppear with the na me of the author a.nd/ o r the order nnmber in the litera.ture citation, The "Literature Cited" should be numbered in a.lphabetical order employing the following system: ~

5, MEDEIRCS, A. O. Método para estimular a esporulação do ~­thora palmivora (Butl,) Butt, em placas de Petri, Phyton ZZ(l ): 73-77, 1965,

Articles are accepted in Portuguese, Spa.nish, Engliah, and French,

48

Page 103: SOBRE AS ENFERMIDADES DO CACAUEIRO - ceplac.gov.br · de maior precipitação pluviomé ... dos de pesquisas sobre a enfer ... Figura 4 - Ocorrência de frutos com "podridão parda"

'

ESTE LIVRO DEVE SER DEVOLVIDO

U úLTIMA Dftll CIRlM81Dft

CEPLAC • 0112.00454