vida tranquila

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Poema

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  • Vou, que sempre me distraiodos embustes do destinoe dos sustos da memria

    Vou por onde hajam caminhosque ascendam s raizes do solna terra queimada

    vou no tom deste andamentopleno de reminiscencias temperana e ironia

    Vou num passo provisriono sentido em que as instncias banaisconjuram acasos

    quando o tempo se suspende e uma imagem configurao fluir do pensamento

    como aves migratriasna tessitura do vento

    cai o fruto da conquistamuda a cor da bandeirae desertam das mars as traineirasdesvanecem-se os anseiose recortam-se os sonhosvou, que aqui j no me agito

    Sou do tempo em que nascidos lugares em que transitamos sentidos da palavra

    Sou da casa do poetaque plantava seus gravetos cantando a cor da montanha

    Sinto as ganas das mudanae as virtudes da preguianuma inslita harmonia

    Sinto o gosto do desejoe o ardor da velocidade da luzda minha utopia

    quando o esprito acolhea potencia das falsiase a dimenso do mar

    como o avesso de um eclipseque nos revela o luar

    sobe o pano nos teatrosmuda o tom das cantigassoam timbres de infinita estranheza

    arrefecem as desditasorganizam-se intentosvou, que aqui me nao me conformo

  • reverdecem os auspciosreinventam-se os hinoscai a noite em praas iluminadas

    reencontam-se tendenciase deflagram quimerasvou, que assim no desespero