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P. PAULO J. DE SOUZA, S.J.

y \ -a/ VIDA "i-í_^, M ARIA NA

V

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Vida MarianaA V ID A DO CONGREGADO E DA CONGREGAÇÃO M ARIAN A

À LUZ DE SUAS REGRAS E DOS DOCUMENTOS DE PIO XII SOBRETUDO A BIS SAECULARI

7.» EDIÇÃO

Coleção ESTRELA DO MAR Órgão Oficial das CC .M M . do Brasil

Caixa Postal 1561 RIO DE JANEIRO

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Esta segunda ed iç io :

apaiecr um ano depois da primeira, dedicada à RAINHA DO UNIVERSO no dia da sua primeira festa.

SI de maio de 1955

Im prim i ootest:

P. Josephns da F rota G entil, I J .

F lum lne Januarlo , 31 m all IS tt

Ex commlMlone Kmml Card. Archleplscopl

GRAFICA OLÍMPICA - EDITORA

Pedidos * ESTRELA DO MAR - C P . 1561 • Rio

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RECOMENDAÇÃO

Devedor que sou, de minha formação es­piritual, às Congregações Marianas, e teste­munha de seu eficiente apostolado nos colé­gios e paróquias, quando orientadas pelo verdadeiro espírito de suas Regras, tenho a convicção de que muito concorrerá para levantar o nível religioso-moral de nosso ambiente, tôda Congregação Mariana que alcançar de seus membros a consciente e alegre disciplina que lhe é própria, através de melhores conhecimentos das verdades da fé, c da lídima piedade mariana, base de apostólico fervor.

Tal resultado, porém, diz a experiência, não se consegue sem reuniões semanais, presididas sempre pelo Diretor ou, even­tualmente, por sacerdote substituto.

Julgo que, salvo raríssima exceção, da observância dessa dupla exigência depen­derá o valor de uma Congregação Mariana. Ela será o que o Diretor a fizer. E é na reunião semanal que o Diretor a plasma­

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rá e fará dos Congregados outros tantos coadfutores.

Não nos esqueçamos de que Congregação Mariana é agremiação de elite religiosa. Eli­tes não surgem, formam-se.

Fac hoc, et vives!

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MEU CARO AMIGO, CONGREGADO M ARIANO

Salve Maria !Ê para voei que escreví êste opúsculo Para voei

que li do interior distante, ou daqui mais de perto, do “sertão carioca", me levanta suas interrogações sõbre os deveres do congregado, sõbre problemas de sua Congregação.

Não escreví para o seu Diretor, pois éle sabe mais que eu. Dêle apenas espero uma critica bem severa que mc ajude a melhorar estas páginas em edições futuras.

Se você também sabe muito, então enei o ende­reço pois só escreví para os que não sabem e que­rem saber.

Imagino que estamos conversando: vocé pergun­ta e eu respondo. Como suas perguntas não são di­fíceis também as respostas têm de ser elementares.

Confesso mesmo que prãticamente só me serví de nosso Manual para orientar nossa conversa.

Lá se encontra nossa “Carta Magna”, a BIS SAE- CULARI, nossa história, nossos privilégios, regras, ritual, devoções.

De muito me valeram também os entusiásticos debates sõbre pontos importantes das CC.MM. em três reuniões de Diretores das CC.MM. do Rio de Janeiro promovidos e orientados pessoalmente pelo Emmo. Cardeal Arcebispo, Dom Jaime de Barros Câmara.

Mas qual o plano desta conversa ?Muito simples.Primeira parte: o congregado, o que éle deve ser

(Personalidade do Congregado); o que deve saber

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(Instrução do Congregado); o que éle deve prati- car e viver (Vida Moral do Congregado); o que deve rezar (Vida Espiritual do Congregado).

Segunda parte: a Congregação Mariana, sua ori­gem e natureza, organização externa, admissão, ex­clusão, govêrno, vida interior, apostolado, vida in- tercongregarional.

A separação de dois temas inseparáveis, congre­gado e Congregação, nos levará a repetições.

Não faz mal Napoleão costumava dizer que só acreditava numa figura de retórica: a rc|K*tiçào.

Nós dois, modéstia a parte, podemos ser da mes­ma opinião.

Você dirá talvez: aqui há dois exagéros, porque nem os congregados são o que se diz, nem podem ser o que se exige.

Respondo primeiro: os congregados são milhões; não os julgue por si e pelos poucos que conhece.

Respondo em segundo lugan ou as CC MM mu­dam suas leis ou os congregados se mudam Ora as CC.MM. como insiste Pio XII, congregado ma- riano número UM, “devem por vontade do Sumo Pontífice, manter intactas suas leis, Índole e ins­tituição", logo... mudem-se os congregados.

A aguia rejeita os filhotes que não aguentam olhar o sol.

Meu amigo, se queremos ser autênticos filhos de Maria SSma , se queremos ter no Brasil Con­gregações e congregados dignos de nossa Rainha, sejamos menos, sejamos a metade, a terça parte mas amemos os nossos ideais marianos, fitemos bem de frente o sol.

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1* P a r t e

O CONGREGADO MARIANO

I - PERSONALIDADE DO CONGREGADO

1 — Que é um congregado mariano?

O congregado é um católico que desejo­so de elevar-se acima do nível comum dos fiéis e anitnado pelo espírito da devoção a Nossa Senhora procura sua própria santifi­cação e a salvação e santificação do pró­ximo.

2 — Porque se chama “CONGREGADO?”

Porque para realizar seus desejos o con­gregado dá seu nome a uma associação re­ligiosa, “se congrega” a outros animados dos mesmos desejos, sob a direção de um sacerdote, formando assim a "CONGRE­GAÇÃO MARIANA”.

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3 — Isso não é querer ser mais do que os outros?

O congregado não quer "ser mais" do que os outros. Êle simplesmente quer ser melhor do que seria se vivesse uma vida comum a todo católico. Mais ainda, o con­gregado deseja que todos sejam iguais a êle e até melhores. Ser congregado não é pois "ser mais do que os outros"; é simples­mente servir mais a Deus e a Maria San­tíssima.

4 — Que quer dizer Santificação?

Santificação é a conservação e aumento da graça de Deus em nós pelos sacramentos e pela prática das virtudes cristãs.

NOTA: — Ê preciso que o congregado mude um falso conceito muito corrente: “santidade” é vida milagrosa, penitências extraordinárias etc. Quando se fala em santo pensa-se logo em S. Antônio, S. Benedito, S. Judas Tadeu etc.

A Santidade é para todo cristão c muito mais para o congregado. Para ser santo deve ele au­mentar sempre a graça da amizade de Deus recebi­da no batismo juntamente com as virtudes teolo- gais c adquirir cada vez mais as outras chamadas morais: justiça, prudência, temperança e fortaleza que são a base de tôdas as outras virtudes.

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ó — Que quer dizer “procurar a salvação c santificação do próximo” ?

Quer dizer que o congregado deve levar o homem primeiro a praticar a religião e a viver em graça de Deus porque sem isto não há salvação; segundo a aperfeiçoar sua vida cristã pela prática até heróica das vir­tudes, pois nisto consiste a santidade.

NOTA: — Sc o congregado conhece pagãos deve procurar <{ue eles se façam cristãos. Aos ímpios, ateus, aos de outra religião deve procurar conver- tc-los. Aos católicos não praticantes deve levá-los à prática da religião. Aos que já praticam, por exemplo a confissão e comunhão anual, deve levá- los à comunhão frequente, mensal, semanal. Quan­tos congregados que já conseguiram educar até vocaçfies religiosas 1

Esses estão cumprindo bem cont a primeira regra dos congregados

6 — Porque sc diz que o congregado faz isso tudo “animado pelo espírito da devoção a Nossa Senhora” ?

Porque o congregado não somente per­tence a uma associação com o título de “Mariana” mas principalmente porque, co­mo diz Pio XII, "professa uma singular de­voção para com a Mãe de Deus, e a Ela se

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liga com tal consagração cm virtude da qual* se compromete, ainda que não sob pecado, a combater com todo o esfôrço sob a bandeira da SSma. Virgem, pela perfei­ção cristã e salvação eterna própria e dos outros” . (Bis Sacculari).

NOTA: — Espírito do congregado mariano e da Congrògação é aquele modo de ser c pensar pró­prio, que o deve distinguir dos membros de outras associações. Este espirito, dizemos, nos vem da de­voção a Nossa Senhora. Ê por devoção a Ela e ani­mados por seus carinhos de Mãe que os congre­gados procuram a própria perfeição e praticam o apostolado.

7 — Donde prindpalmente provém êsseespírito de devoção a Nossa Senhora ?

Provém da nossa consagração.

8 — Que é a Consagração do congregadoa Nossa Senhora ?

É um "dom completo de si mesmo para tôda a vida e para a eternidade. Um dom não de pura fórmula ou de puro sentimen­to, mas efetivo, que se verifica na intensi­dade da vida cristã e mariana, na vida apostólica, que faz do congregado o minis­tro de Maria, e pçr assim dizer, suas mãos visíveis na terra” .

(Pio XII — Alocução de 1945).— 10 —

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9 — Quais são as palavras mais importan­tes da fórmula que constituem pró­priamente a consagração ?

São estas: . .movido contudo pela vos­sa admirável piedade e pelo desejo de vos servir vos elejo hoje em presença de meu Anjo da Guarda e de tòda a Corte Celeste, poi minha especial Senhora, Advogada e Mãe c FIRMEMLNTE PROPONHO SER­VIR-VOS SEMPRE E FAZER QUANTO PUDER PARA QUE DOS MAIS SEJAIS TAMBÉM FIELMENTE SERVIDA E AMADA”.

CON SAGRAÇÃO

10 — Explique-nos um pouco essas pa­lavras .

Há três partes muito importantes nesta iórmula:

SERVIR — o congregado é ura consa­grado ao serviço de sua Senhora e Rainha.

SEMPRE — Não se pode voltar atrás — Esta consagração exige muito espírito de responsabilidade e por isto mesmo não se dc\e permitir ás crianças nem mesmo aos adultos que ainda não compreenderam o seu sentido.

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rissimos, por altas benemerências para com a C.M., unidas a uma vida exemplar, pode­ría alguém ser admitido a participar dos privilégios espirituais da C.M. sem viver sua vida coletiva.

Ainda assim tanto no primeiro como no segundo caso sempre se poderá com jeito conseguir que esses elementos participem dc alguns atos coletivos da C.M. durante o ano como por exemplo, comunhão geral, festa do titular, aniversário, recepção de congregados etc.

Deste modo foram congregados muitos homens ilustres.

ATUALIDADE15 — Esta personalidade católica do con­

gregado está de acôrdo com nossos tempos ?

Ouçamos Pio XII:"O modelo de católico como o formado

na Congregação Mariana nunca esteve tão dc acôrdo com as necessidades e circuns­tâncias de cada época como agora e talvez nenhum outro tempo o tenha exigido com tanta insistência como o nosso” . (Alocução de 1915).

“Tudo isto (o conjunto de práticas espi­rituais da Congregação) destina-se a excitar

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nos Congregados de Maria aquelas chamas da divina caridade e alimentar e fortalecer aquela vida interior tão necessária nesta idade em que, como noutra ocasião com dôr advertimos, tantas multidões de ho­mens padecem "vazio de alma e profunda indigcncia espiritual". (Bis Saeculari).

“Verificamos mais uma vez com prazer, vendo-vos em nossa presença, tão desejosos de estímulos e conselhos, que as Congrega­ções são sempre jovens e sempre atuais” . (Alocução de 20 de julho de 1953 aos Con­gregados de Rennes).

Tudo o que Pio XII diz da Congrega­ção Mariana evidentemente vale da pessoa dc congregado, se êle, como supomos, pro­cura viver sua Congregação.

Referindo-se ao trabalho dos congrega­dos do Brasil disse Pio XII: "tudo isso vem confirmar-nos mais na persuasão de que estas falanges marianas ocupam um lugar conspícuo no trabalho e na luta pela Maior Gloria de Deus e bem das almas, de acôr­do com suas gloriosas tradições e sempre sob as ordens da hierarquia; e que elas são uma fôrça espiritual de grande importân­cia para a causa católica no Brasil". (Carta ao Card. D. Leme — 21 de janeiro de 19*12).

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II - INSTRUÇÃO DO CONGREGADO

1 — 0 congregado deve ser um homeminstruído ?

Sim; de acôrdo com suas possibilidades, na sua classe social e no meio em que viver.

2 — Então um analfabeto não pode sercongregado ?

Pode, conforme o ambiente Mas de re­gra geral o candidato deverá aprender pelo menos o mais essencial antes de ser con­gregado.

NOTA: — 1° — l'm analfabeto pode ser um bom congregado: piedoso, devoto de N. Senhora e um verdadeiro apóstolo. Mas com dificuldade será um congregado completo porque para isso éle pre­cisa conhecer bem suas regras, a doutrina da Igreja sõbre as CC.MM.; o que dizem nossas publicações de orientação. Ora isso é muito difícil aprender “de ouvido".

2.° — Como era geral os congregados entram moços ou mesmo rapazes, durante o estágio dc um ano deveríam mostrar boa vontade de aprender a ler, escrever e contar. Para isso o primeiro aposto- lado da C.M. deverá ser uma escola de alfabetização para aspirantes e candidatos.

3 — Quais os conhecimentos intelectuaismais necessários ao congregado ?

É indispensável ao homem de hoje, ler, escrever, contar, adquirir uma escrita sufi­

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ciente para uma carta de negócios, para en­viar um bilhete a alguém. £ preciso conhe­cer os pontos mais elementares de Geogra- 1 ia: descobrir num mapa um país, uma ca­pital ou cidade muito importante etc.

De História é preciso conhecer alguns fatos mais importantes da humanidade: existência do Impcrio Romano, vida de Jesús Cristo, conversão dos povos ao cris­tianismo, aparecimento dos mahometanos e invasão deles na Europa, aparecimento do Protestantismo, descobrimento da América etc.

De História pátria: Descobrimento do Rrasil, colonização, primeiros jesuítas, fun­dação de S. Paulo e do Rio, vinda de D. João VI, Independência, primeiro e segun­do Império, Abolição da escravatura, Re­pública etc.

4 — Quais os conhecimentos cívicos?

. Educação cívica é o conjunto de normas que conhecidas e praticadas nos tornam bons cidadãos. O congregado deve conhe­cei algumas de nossas leis principais, as normas da boa educação, o valor de certos homens, de certas datas de nossa pátria. Deve saber cantar o hino nacional, conhe­cer o significado de nossa bandeira etc.

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5 — Quais os conhecimentos religiosos?Em matéria de religião devemos apren­

der o mais que pudermos. Pelo menos, de­veria o congregado conhecer o catecismo, não porém de um modo superficial, como criança de primeira comunhão. É preciso aprofundar procurando entender o que se pode entender.

NOTA: — É lamentável no Brasil — e o mal é bastante geral cm outros países também — a igno­rância religiosa do povo. O católico vai dos sele aos setenta anos com a mesma instrução.

Daí dois resultados igualmente maus: ou se pra­tica uma religião sem alma, mèramente superfi­cial, com um amontoado dc superstições, ou então pouco a pouco deixa-se de lado a prática da reli­gião, povoando-se o país dos famosos católicos não praticantes. De fato, quem não sabe porque pra­tica a religião, pouco a pouco acabará deixando dc praticar.

Quantos congregados mesmo, conhecemos sem a instrução necessária para viverem sua religião de um modo consciente e convicto! A título de exem­plo: o presidente de uma C.M. do Rio de Janeiro perguntou ao P. Diretor se era obrigatória a Missa do Domingo quando já se assiste á bênção I

Não negamos que se encontra muita piedade sincera c convicta a par dc muita ignorância: é o milagre escondido da graça de Deus trabalhando nas almas. Mas não devemos estar sempre vivendo a poder de milagres sobretudo quando êlcs são pedidos em nome dc uma preguiça mal disfarçada.

É nosso desejo editar cm torno de nosso órgão oficial ESTRELA DO MAR uma série de opúsculos

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como ésie, para orientação dos congregadoa e fiéis em geral. Enquanto éles n3o aparecem, sugeríinos aos RR PP. Diretores c Snrs. Instrutores um pe­queno programa de instruçSo religiosa que pouco a pouco podería ser desenvolvido nas reuniões, cursos, semanas marianas pelos RR.PP. Diretores, por sacerdotes convidados ou mesmo por congrega­dos mais instruídos.

PROGRAMA PARA INSTRUÇÃO RELIGIOSA NA C.M.

DEUS — sua existência provada pelos argumentos conhecidos. Sua providência sõbre o mundo, principalmente sõbre os homens: fatos da SS. Escritura, experiên­cia da história.

RELIGIÃO — seu verdadeiro conceito decorrente de nossa condição mesma de criaturas. A religião natural praticada de um modo ou de outro por todos os povos. A religião revelada por Deus ao seu povo escolhido por meio de Moisés.

A BÍBLIA ou SS. Escritura: fonte da religião revelada por Deus ao homem: An­tigo Testamento fonte de revelação feita ao povo escolhido. Novo Testamento: fon­te da revelação feita por Jesus Cristo a to­dos os homens. Valor da Sagrada Escritu­

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ra: sua inspiração divina. Bíblia, católica e protestante.

JESÚS CRISTO — Sua divindade pro­vada pelo conjunto de suas afirmações e milagres sobretudo pelo milagre de sua res­surreição.

A IGREJA — sua fundação por Jesus Cristo. Duplo aspecto: divino e humano. O primado de S. Pedro continuado no Pa­pa. A infalibilidade da Igreja e do Papa. Santidade, unidade, catolicidade, apostoli- cidade da Igreja.

A TRADIÇÃO — É outra fonte da reve­lação feita por Deus por meio de Jesús Cristo. Diferença entre Igreja católica e o piotestantismo neste ponto.

O DOGMA CATÓLICO - A SSma. Trindade — Incarnação de Jesús Cristo — a Redenção pela Paixão e morte de Jesús Cristo — A Graça que Jesús Cristo nos me receu com sua morte — Perda da graça pelo Pecado (o pecado mortal e o venial, o pecado original). Meios de conseguir a graça: os Sacramentos (conhecer bem os sa­cramentos do Batismo, Penitência e Euca­ristia) — Conservação e aumento da graça pela prática das Virtudes — Novíssimos do homem: castigo do pecado: a morte e o

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inferno; recompensa da virtude: o céu. Nossa Senhora. Cinco verdades fundamen- tais: Maternidade divina, Virgindade Per­petua, Imaculada Conceição, Assunção, Me­diação Universal de Maria SSma.

MORAL CATÓLICA — O ato moral, aa consciência, norma e juiz desse ato; — A lei, norma externa do ato moral.

MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS

1. ° — A superstição — Espiritismo — Jogosde azar — Advinhação.

2. ° — Blasfêmia, voto, juramento.3. ° — Pode ser estudado com o primeiro

mandamento da Igreja.4. ° — Obrigações da família, dos patrões e

empregados, da sociedade civil.5. ° — Suicídio, aborto, duelo, guerra injus­

ta, a morte dada em legitima defesa. 6.o e 9 0 _ Os pecados consumados e não

consumados. As ocasiões de pecados: revistas, cinema, bailes, praias, modas.

7.° e 10.° - O direito de propriedade, os contratos, o roubo, a restituição, a colaboração com o roubo, o jôgo. Socialismo e Comunismo.

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8.° — Mentira, calúnia, difamação, juízo temerário, violação dos segredos.

MADAMENTOS DA IGREJA

1 — O descanso dominical e obrigação daMissa. Causas que excusam. O que se entende por Missa inteira.

2 — A confissão. A existência do poder deperdoar. Condições e elementos da Confissão.

3 — Eucaristia. A Presença real. O Sa­crifício da Missa. A Comunhão: — A comunhão frequente.

4 — Obrigação do jejum e abstinência.5 — Obrigação do católico de contribuir

para a manutenção da Igreja.

OS SACRAMENTOS

O Matrimônio — o caráter de sacramen­to — Indissolubilidade e Divórcio.

Os pecados dos casados: infidelidade, li­mitação de filhos.

Protestantismo — Espiritismo — Maçona- ria — Laicismo — Matcrialismo.

Este programa deverá ser visto durante o ano inteiro ou por vários anos.

O método mais eficiente é separar o au­

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ditório por nível de conhecimento. Come ça-se por expôr de um modo rápido e fácil todo êsse programa de acôrdo cora a capa­cidade dos candidatos e aspirantes. Mais tarde quando forem congregados voltarão a conhecer de perto o que viram de uma vez só e "de avião” . Esse conhecimento ge­ral deve ser transmitido de um modo expo- sitivo e claro como se faz em conversa de assuntos religiosos; como se faria com uma pessoa a quem se tivesse de dar em pouco tempo um conhecimento de tôda a religião. É preciso mostrar entretanto o dogma católico na sua conexão como numa grande cadeia.

Será êsse programa difícil demais para os congregados? Tudo está na adaptação à capacidade dos ouvintes. É preciso fazê- los progredir. A doutrina de Cristo é como a mesma vida dêle: pode ser explicada às crianças e aos sábios.

Para facilitar e animar o estudo da reli­gião e outras matérias não há como o mé­todo da emulação, sobretudo entre os con­gregados mais jovens. Organize-se uma ma­ratona catequética; de-se outro nome se parecer melhor; marque-se um conjunto bem delimitado de matérias e ao cabo de um mês faz-se uma disputa solene.

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m - A VIDA MORAL DO CONGREGADO

A regra primeira nos fala de “santidade” e já explicamos o verdadeiro sentido desta palavra: conservação e aumento da graça de Deus em nós.

Na prática porém e mais concretamente ainda a nossa santidade deve consistir numa perfeita observância da moral cristã.

Seria erro grave querer construir nossa santidade num suposto amor de Deus, sem obrigações. A piedade sem um cumpri­mento rigoroso da moral seria uma casa construída sobre a areia.

Os mandamentos do congregado são os mandamentos de todo católico. Mas ao en­trar na C.M . ele se comprometeu a me- lhorar-se, a aperfeiçoar-se, a ser um soldado mais dedicado a causa da Igreja. Por isso além de observar os 10 mandamentos com mais rigor, o congregado se obriga a uns mandamentos próprios.

Por isso mesmo, a título de clareza pen­samos reduzir a vida moral do congregado a 10 mandamentos, a um “decálogo” que logo analizaremos.

Esse decálogo retrata não um congrega­do meramente ideal mas o que ele dever ser na prática.

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1 — Qual o decálogo do congregado ma­riano ?

1. ° - O congregado vive a própria reli­gião.

2. ° — O congregado em tudo pensa coma Igreja.

S.° — O congregado c um verdadeiro de­voto de Nossa Senhora.

1.° — O congregado respeita a Deus nos seus superiores.

5. ° — O congregado conhece e ama aCongregação Mariana.

6. ° — O congregado guarda com especialcuidado a castidade.

7. ° — O congregado pratica em tudo ri­gorosa justiça.

8. ° — O congregado é um verdadeiro ci­dadão.

9. ° — O congregado é um verdadeiroapóstolo.

10.° — O congregado é homem de respon­sabilidade.

2 — Que significa êste decálogo?

São 10 pontos importantes em que se pode resumir a vida do bom congregado.

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3 — Todo congregado o pratica?Infelizmente não. Ou pelo menos nem

todos praticam com tôda a exatidão.

4 — E quem não pratica de nenhummodo?

Não poderá ser admitido na C.M. e se já foi, não poderá permanecer.

5 — Quer dizer que o congregado deveser uma espécie de santo ?

Uma “espécie de santo” ? Não. Deve ser simplesmente santo, no sentido explicado e dc acôrdo com a regra 1, isto é, um ca­tólico que conserva e aumenta em si a graça santificante pela recepção dos sacra­mentos e pela prática das virtudes.

6 — Como poderiamos também chamar ocongregado ?

Como o título de santo assusta um pou­co, poderiamos dizer que êle deve ser, ca­tólico de “Elite” .

7 — Que quer dizer “Elite” ?Elite ou escól significa uma seleção,

assim dizemos: a elite de uma cidade, de uma sociedade. Os congregados devem ser a elite da Igreja.

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8 — Como é que nos chama o Papa ?Várias vêzes nos chamou “Falanges ma

lianas" porque entre os gregos a falange era uma elite do exercito, uma tropa de infantaria poderosamente armada com que sempre se contava em todos os combates.

DECÁLOGO DIFÍCIL9 — Não é difícil cumprir fase decálogo?

Não é fácil. Mas o congregado não deve ser homem das coisas fáceis. Ele é alpinista: sobe somente montanhas difíceis. Aliás ninguém esta obrigado a ser congregado.

10 — Mas com que direito se dificulta assim a entrada na C.M. sendo tantos os que desejam gozar das bênçãos de Nossa Senhora ?

Com muito direito. O fim imediato da C.M. não é só gozar das bênçãos de Nossa Senhora, mas lormar católicos exemplares e verdadeiros apóstolos sob as bênçãos de Nossa Senhora.

NOTA : - Nüo hd dúvida dc que para o católico em geral seria um grande bem ser recebido na C.M. pois gozaria dc inuilas indulgências e mesmo das vantagens humanas c sociais das Congrega -̂ôes. Mas tòda instituirão tem sua finalidade: a da C.M. ê formar católicos mais perfeitos e para isso tem muitas exigências. Para mais animar os congiega-

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(los ao cumprimento dêsse decálogo difícil a Santa Igreja enriqueceu de bênçãos e graças espirituais muito particulares as CC.MM. Essas graças são prêmio e ajuda dos que valentemente se alistam nessa falange para um combate rijo. Baratear as exigências c desviar-se da instituição, dando prêmio a quem não combate.

Fóra das Congregações, lodo católico é filho de Maria Santíssima, e tem suas bênçãos de Mãe, mas sem dúvida não goza da predileção que Ela tem por seus filhos, os Congregados. O congregado é filho dc Maria por escolha d ’Ela mas tambéin por esco­lha "dêle".

VIVER A RELIGIÃO11 — Explique-nos o primeiro preceito do

decálogo mariano.O congregado deve viver sua religião.

Antes de tudo êle não pode ser um católi­co “não praticante” . Nem basta que “pra­tique a religião” no sentido corrente, isto é, que vá a Missa, comungue de vez em quan­do e dc esmola para a igreja. O congrega­do deve praticar mais frequêntes atos de religião mas sobretudo deve embeber de religião tôda a sua vida.12 — Quais êsses atos de piedade que o

congregado deve cumprir ?O congregado deve comungar, pelo me­

nos, no domingo e nos dias santos, e tôdas as vézes que ouve Missa. Deve rezar antes e depois de suas refeições, mesmo nos res­

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taurantes. Deve rezar o terço diàriamente e praticar outros atos de que falaremos mais adiante.

NOTA : — Não queremos dizer que deva ser ex­cluído da C.M. ou não possa ser admitido quem não comunga iodos os domingos ou não reza dii- liamenle o terço, mas insistimos em afirmar que todo congregado, deve tender a isso e os RR.PP. Diretores devem pouco a pouco exigir com perse­verança ôsses dois pontos sob pena dc terem con­gregados inferiores aos simples fiéis na prática da comunhão c do terço. A regra 39 recomenda a co­munhão frequente e até mesmo cotidiana deixando assim claramente entendido que a comunhão no domingo é para o congregado uma obrigação de fidelidade, embora não de preceito.13 — Que significa, na prática, viver a

religião ?Significa que além de praticar sua reli­

gião por tôda a parte sem respeito huma­no, o congregado não deve perder oportu­nidade de mostrar que é católico, deve ver as coisas como católico de tal modo que o catolicismo oriente tôda a sua vida fami­liar, social, política.14 — Mostre, com alguns exemplos, como

um congregado deixaria de viver sua religião.

Por exemplo, o congregado que na dire­ção de uma fábrica não aplicasse a orienta­ção social da Igreja; o congregado que na

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câmara apoiasse o divórcio ou entidades contrárias à Igreja; o congregado que pu­sesse os filhos em colégios protestantes sem verdadeiro motivo, só para que "aprendam melhor o inglês” etc.

NOTA: — Lste ponto é importantíssimo. Os RR.PI*. Diretores deveríam analizar bem e discutir com os congregados uma quantidade de casos em que eles podem afastar-se dèsle l.° mandamento.

PENSAR COM A IGREJA15 — Explique o segundo mandamento do

congregado.O congregado mariano em tudo pensa

com a Igreja. Significa que o congregado não só deve obedecer aos mandamentos mas também observar as orientações da Igreja em todos os setores de sua competência.16 — Mas que significa aqui Igreja ?

Igreja aqui se entende a autoridade quenos governa representada pelo Papa, pelos bispos, pelo pároco e pelo P. Diretor da C .M . Neste caso entretanto nos referimos de modo especial ao Papa e aos bispos.17 — Mas como vamos pensar com a Igreja

se, às vêzes, os padres e os mesmos Snres. Bispos não concordam nos seus ensinamentos ?

É verdade que muitas vêzes em questões particulares, em matérias disciplinares os

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padres e os snrs. bispos podem ter opiniões diversas. Nêstes casos o congregado segui­rá dentro da paróquia o ensinamento do pároco, e dentro da diocese os ensinamen­tos de seu bispo enquanto tais orientações não forem evidentemente contrárias a au­toridade superior.

NOTA: — L'm congregado nunca poderá aberta- mente recusar cumprir o que manda o pároco sob pretexto dc que o bispo diocesano mandou o con­trário. Se houver motivo real para tal alegação, proponha-sc em particular, com verdadeira humil­dade ao mesmo pároco. Em último caso, todo fiel, tem direito de recorrer ao seu bispo diocesano para propor suas dúvidas.

O congregado que se insurge contra o padre Diretor por supostas faltas, que quer “mandar no padre", não entendeu nada do espírito da C.M. Esta pode muito bem passar sem êsse congregado mas não pode viver sem o padre.18 — 0 congregado deve também pensar

com a Igreja em matéria de política ?Sim; entendendo-se naturalmente a polí­

tica no verdadeiro sentido da palavra.NOTA: — Ê preciso que o congregado acabe com

a velha superstição de ver em tudo uma indevida ingerência da Igreja na política. Política é o con­junto de normas que orientam um país para sua prosperidade. Sendo assim a Igreja não pode estar alheia à política: seria falta de amor á pátria. As autoridades da Igreja em cada país são cidadãos do país, e, portanto, como todo bom cidadão devem interessar-se pela verdadeira política.

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19 — Deve o congregado votar no partidoou nos candidatos apontados pela Igreja ?

A Igreja não tem partidos nem candida­tos próprios mas aponta os partidos e can­didatos que não podem ser votados se estes forem declaradamente contrários aos inte­resses da religião católica no país. Assim a Igreja proibirá sempre a um congregado ingressar no partido socialista ou comunis­ta e proibirá que dêm votos aos seus can­didatos.

20 — E sc um congregado votar num can­didato proibido pela Igreja porque julga que em consciência deve votar néle ?

Êsse congregado tem a consciência mal formada, está indo contra a Igreja nem pode apelar para sua boa fé, pois sabe que a Igreja proíbe e está dando prova de or­gulho indo contra o parecer daquêles que são seus verdadeiros superiores e represen­tantes de Deus.

21 — Mostre com outros exemplos como ocongregado deve pensar com a Igreja.

O congregado deve pensar com a Igreja nas questões sociais, nos assuntos da famí-

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lia mas sobretudo em questões de moral e disciplina. Evidentemente o congregado que fosse partidário do divórcio, do abôrto, do laicismo do ensino, do casamento dos sacerdotes, que condenasse o esplendor do culto, a organização exterior da Igreja, não estaria pensando com a Igreja.

22 — Cite mais algumas atitudes de um congregado que “pensa com a Igreja”.

O congregado que pensa com a Igreja, não pactua com seus inimigos, não se apro­veita de suas vantagens temporais, não tem idéias protestantes, maçônicas, comunísti- cas, liberais, existencialistas, divorcistas, mo- dernísticas, não brinca com as coisas sagra­das, não critica a disciplina da Igreja sõbre o jejmn, a abstinência, os hábitos dos reli­giosos e as batinas dos sacerdotes, não vai atrás dc novidades perigosas ou não apro­vadas como p .e . os padres à paisana, certos modos e modas.

O congregado que pensa com a Igreja apoia suas relormas disciplinares, por exem­plo do jejum eucarístico, entende no seu verdadeiro sentido a infalibilidade do Papa, a riqueza do Vaticano, procura cui­dadosamente a harmonia entre os católicos,

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entre as associações católicas evitando dis- scnções estéreis.

DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA

23 — Explique o terceiro mandamento do Congregado.

O congregado é um verdadeiro devoto de Nossa Senhora. Antes de tudo êle entende que sua devoção deve consistir na sua en­trega total ao serviço de Nossa Senhora e muna confiança filial em recorrei ao seu auxílio em tõdas as necessidades.

NOTA: — Sõbre os aios de devoção a Nossa Senhora diremos mais ao tratarmos adiante da oração do congregado. Aqui só insistimos que sua devoção deve ser a entrega feita solenementc no dia da sua consagração. Por aquelas palavras êle voluntariamente elegeu Maria SSma. por sua SF. NHORA c portanto a ela se ENTREGOU como escravo. Esta escravidão dc amor a Maria SSma é o cume da devoção mariana de acôrdo com S. Luiz Maria Grignion de Montfort que é o doutor da verdadeira devoção a Nossa Senhora.

Mas esta entrega do congregado produz um efei­to correspondente: a confiança. Ema vez que êle tudo entregou a Maria agora tudo tem a ícceber dela c só por meio dela. Como porém Maria não é sòmcntc SENHORA mas também MAE. infa­livelmente o congregado receberá ludo o que essa Máe julgar útil ã salvação e perfeição dêle.

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VERDADEIRA OBEDIÊNCIA

24 — Explique o quarto mandamento do congregado.

O congregado respeita a Deus nos supe­riores. É uma aplicação especial do quarto mandamento da lei de Deus. Quer dizer que o congregado não só obedece aos seus pais e superiores como todo católico mas também deve ter um princípio de fé mais profundo na sua obediência.

NOTA: — Tôda autoridade, se é verdadeira, vem de Deus e portanto todo católico deve obedecer a Deus nos seus pais e superiores. Infelizmente, porém, está muito esquecido êste principio sobre­natural da obediência e de fato o homem, mesmo o católico, só quer obedecer ao superior quando acha que êste acerta ou quando é bom. Só se olha ao homem e por isso há tantas críticas demolidoras contra as autoridades.

Do congregado se exige mais que de outro ca­tólico esta submissão completa e sobrenatural aos seus superiores tanto eclesiásticos como civis.

2r. — O congregado deve estar disposto a obedecer mesmo aos maus governan­tes ?

Sem dúvida; salvo se mandarem o que nossa consciência reprova como pecado.

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Diz Cristo: "Sõbre a cadeira de Moisés, sentaram-se os escribas e fariseus; fazei pois tudo o que êles vos disserem mas não façais segundo as suas obras” .

NOTA: — O espirito dc critica ài autoridades (icitciiou uniu no meio social pela imprensa c pelo rádio que de fato niu chamaria muito a a len to se um congregado criticasse mesmo mais gTavcmente a atitude particular dos governantes mas isso nâo deixa de ser falta possivelmente grave apesar de muito difundida. O congTegado que espalhasse co­mentários sõbre a vida dos seus patrões ou pro­movesse greves nio justificadas estaria pecando con­tra a justiça e o devido respeito a autoridade. (Cfr. 7.® mandamento).

26 — Quais os dois êrros frequentes nas Congregações sob êste respeito?

Iniciativa sem obediência. O congregado começa a achar que o Diretor não atua e então quer fazer tudo sòzinho e contra o parecer déle.

Obediência sem iniciativa: o congregado n u /a os braços; não excogita, não sugere, não toma nenhuma iniciativa: Tudo deve ser feito pelo Diretor.

O congregado que aprende dentro da C .M . a trabalhar, a sugerir, a idealizar e mesmo a criticar dc um modo construtivo, será também na vida social e política um

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cidadão útil, empreendedor e ao mesmo tempo disciplinado e submisso aos seus le­gítimos superiores, vendo neles sempre a autoridade dc Deus.

C ONHECIMENTO E AMOR DA CONGREGAÇÃO

27 — Explique o 5.° mandamento do con­gregado .

O congregado mariano conhece e ama a Congregação. Primeiro antes de entrar e como candidato se inteirou de suas normas c de tôda a sua vida; depois como congre­gado continua estudando o Manual, lendo livios e revistas dc orientação tornando-se ate capaz do cargo de Instrutor.28 — Então o congregado tem obrigação

dc estudar a C.M. ?Sem dúvida, de acôrdo com suas possibili­

dades, como todo membro útil de uma so­ciedade deve conhecer seus estatutos. Por isso o congregado tem uma certa obrigação de assinar nosso órgão oficial a ESTRELA DO MAR e adquirir material de instrução.

29 — Quais os pontos mais importantesque o congregado deve conhecer ?

Deve conhecer o sentido de sua consa­

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gração a Nossa Senhora, as regras, pelo me­nos, as mais importantes que dizem res­peito à vida espiritual e apostolado, as van­tagens e indulgências, a história e a orga­nização atual das CC.MM..

NOTA : — Já foi dito que a instrução nSo faz o bom congregado, mas o faz mais completo. Pelo menos os pontos mais essenciais que daremos na segunda parte dêste opúsculo deveríam ser exigi­dos dc todos os congregados.

Da falta de instrução decorre entre outros um grave inconveniente: quase não há congregados aptos para os cargos de Diretoria. Então aparecem os presidentes, tesoureiros e secretários “perpétuos” com grave perigo de se introduzir um certo espfrito de irmandades decaídas. Como infelizmente os di­retores se mudam frequentemente, os presidentes c outros "perpétuos” começam a ensinar e depois a mandar nos diretores novos sobretudo quando são novos também cm idade.

Por outra parte não convém por na Diretoria os congregados simplesmente “bonzinhos” . Ê preciso ter muitos instruídos para ter muitos “elegíveis” .

30 — Como deve o congregado mostrar seu amor para com a Congregação ?

De um modo geral, realizando o que a Congregação espera dêle, pois o verdadeiro amor consiste nas obras. Podemos também dizer que na Congregação devemos amar as coisas, as obras, as pessoas.

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31 - Que coisas deve o congregado »na sua Congregação?

Piimoiro iis nossas regras que o congre­gado deve cumprir. Depois as outras coisas mais exteriores ou mesmo secundárias: o Manual, o Distintivo, a Fila. a Bandeira, a nossa saudação mariana.

32 — 0 Manual é secundário ?

O livro em si mesmo, sim; )x>rquanto no (aso do congregado analfabeto ou semi- analfabeto — e há muitos no Brasil — pou­co ou de nada serve o Manual Mas para os que sabem ler. o Manual c um livro obrigatório |x>is nêle se encontra tudo o que o congregado deve conhecer e cumprir.

33 — E o Distintivo, a Fita e a Bandeira ?

São sinais cxteriotcs, não sáo méras exte rioridades Pela fita nós nos sentimos mais unidos em nossos atos coletivos como a reunião semanal, as concentrações, procis­sões, desfiles e outros atos coletivos de pie dade Pela bandeira nós somos conhecido» nessas mesmas ciicunstâiuias como associa­rão. Finalmcnte pelo distintivo nós nos co­nhecemos e somos conhecidos no meio da sociedade em tôda a parte e sempre.

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34 — Mas ésses sinais exteriores não sãocontrários ao espírito de nossa época ?

De modo nenhum. Hoje em dia tôdas as associações usam seu distintitivo e “suas còres” . Quanto congregado por "justos” motivos troca seu distintivo pelo escudo do Flamengo ou do Fluminense.. .

35 — Mas há tantos congregados que des-honram o distintivo que eu prefironão usá-lo.

Bonito ! Se os padres, os militares, os mé­dicos, engenheiros etc. pensassem assim não usariam mais batina, farda ou anel, pois em tôdas essas classes sempre houve e ha­verá quem não se porta à altura do seu distintivo.

36 — Mas convém que o congregado andesempre de escudo na lapela ?

Sim. Regra quase sem exceção: aonde não pode ir o escudo mariano também não deve ir o congregado. Um ilustre congre­gado parlamentar certo dia na Federação do Rio pediu 8 escudos. Alguém pergun­tou se era para a fam ília ... "Não, expli­cou, é que vou viajar à Europa e levo oito ternos. Quero um escudo para cada palitó

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|>nra não o esquecer em casa ao mudar de terno” .

O congregado poderia tirar o distintivo num caso apenas: quando por motivo de apostolado tenta penetrar num meio adver­so à religião ou quer se aproximar de uma pessoa difícil e o escudo pudesse indispór logo de entrada. Mas não se deve crer fà- ciImente que o escudo seja impedimento mesmo nèsses casos.

37 — Quais as obras ou atividades que o congregado deve amar na C.M. ?

Primeiro suas atividades essenciais cole­tivas ou individuais. A reunião, a Missa da C.M., a recepção de novos congregados, a posse da nova Diretoria.

O congregado que falta sem motivo “gra­ve” a esses atos, não ama a C.M. nem pode haver facilmente compromisso que os im­peça, pois o congregado de antemão sabe de sua reunião, Missa etc. e portanto não pode assumir outro compromisso para a mesma hora, salvo se lhe fôr impósto por dever de olício.

Em segundo lugar o congregado deve aniar, apoiando e colaborando, as iniciati­vas eventuais da C.M.: concentrações festas, atos de apostolado.

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38 — Quais as pessoas que o congregadodeve amar na Congregação ?

Evidentemente o P. Diretor c os longre- gados. A Congregação c um conjunto de pessoas e se o congregado não tem amor j>or essas pessoas não tem amor à C.M.

39 — Como mostrará amor para com o P.Diretor ?

Venerando nele o sacerdote c acatando sua autoridade como a de Deus. Isto já foi explicado no *I.° mandamento. O bom con­gregado deve saudar seu diretor, felicitá-lo no seu aniversário, escrever-lhe pelo menos um cartão de boas festas quando ausente, dcfendc-lo sempre das más línguas, saber teconherer-lhes os méritos e excusar os de­feitos. Mas sobretudo o amor do congrega­do se mostra numa obediência total e ale­gre a tôdas as suas ordens. Muitas vezes um congregado ativo quer realizar uma festa. O P. Diretor discorda de alguns por­menores. O congregado esmorece, critica o P. Diretor, afasta-se dele, já não mostra mais o mesmo interesse pela festa ou então tenta levar adiante seus planos a revelia do P. Diretor. Esse congregado não ama seu diretor e portanto não ama verdadeira­mente a C .M .

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40 — Qual a atitude do congregado paracom seus companheiros ?

O congregado não perde oportunidade dc mostrar que c amigo dêles. Esta é exa­ta mente uma das grandes vantagens da C.M.: ter verdadeiros amigos. O congrega­do deve saber estimar, defender, ajudar, animar, entusiasmar seus companheiros. Em caso de necessidade deve abrir a carteira em auxílio deles. Ao vê-los na rua, mesmo os de outra C.M. sabe adiantar-se com o nosso “SALVE MARIA”.

Um grande ato de caridade é assistir aos companheiros nas suas doenças, procurar- lhes os confortos da religião na hora da morte. Acompanhar os falecidos ao cemi­tério, mandar celebrar Missa por êles ou ao menos assistir à que fôr celebrada na C.M.

Enfim, o ideal da C.M. c o de uma ver­dadeira família onde todos se sentem ver- dndeiramente irmãos dc fita azul (R. 45).

SOLDADOS DA IMACULADA

41 - Qual o sexto mandamento do con­gregado?

Corresponde ao 6.° e 9.° mandamento da lei de Deus mas guardado “com especial

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cuidado" pois o congregado é um soldado da Imaculada e por isso dele se exige maior cuidado na guarda desta virtude caracte­rística de nossa Rainha e dos seus soldados.

42 — Que dizer de um congregado quehabilualmcnte cai nos pecados con­trários ?

Dizemos simplesmente que deve pedir sua demissão ou mesmo ser excluído da C.M. sobretudo quando suas faltas se tor­nam públicas. Deve-se ter misericórdia dos feridos, mas ninguém permite a presença de um soldado ferido, com chagas incuráveis numa tropa de choque. A C.M. é uma fa­lange, uma vanguarda: seus soldados não podem' estar feridos ou pelo menos devem ter já sarado bem. O congregado mariano recidivo nesta matéria compromete muito a fama da C.M.

OCASIÕES DE PECADO

43 — Qual a atitude do congregado nasocasiões de pecado ?

O congregado deve saber que £ PECA­DO GRAVE POR-SE VOLUNTARIA­MENTE NUMA OCASIÃO PRÓXIMA DE PECADO GRAVE. Portanto deve for­

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mar bem sua consciência e evitar tudo aqui­lo que ela diz ser ocasião próxima de peca­do grave. Se o dever de ofício, o coloca cm certas ocasiões de pecado deve fazer o possível para que essas ocasiões de pecado se tornem moralmente” remotas. Assim um congregado médico ginecologista só fará exame íntimos das clientes na presença de outra pessoa de confiança, normalmente a enfermeira assistente.

44 — Que me diz sõbre muitas ocasiões cor­rentes de pecado ?

O bom congregado nunca irá a um cine­ma sem conhecer a cotação do filme, não lerá nem terá em casa revistas perigosas. Entre essas incluímos “O CRUZEIRO", que é a mais divulgada. Não se deve com­prá-la, pelo menos, quando, por referências, se sabe que tal número saiu muito incon­veniente.

O congregado evita sociedades levianas, casas de jogo, praias onde reconhecidamen­te se abusa de trajes de banho imodestos. O congregado evita todos os excessos no namoro, procurando que êste tome um ca­ráter inteiramente social e familiar. O con­gregado deve ser recatado e prudente no trato com pessoas do outro sexo.

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BAILES

45 — Um congregado que vai habitualmen­te a bailes deve ser excluído da C.M. ?

Ê difícil estabelecer uma regra geral. O que resolve é o critério seguro do Padre Diretor e o Conselho do confessor. Evi­dentemente o congregado, que em casos concretos, depois de avisado pelo P. Dire­tor, aconselhado pelo confessor continuasse frequentando bailes perigosos, deveria ser expulso da C.M.

46 — Comete pecado o congregado que vaia um baile ?

Ninguém pode negar que o baile é uma ocasião perigosa de pecado. Ora, o congre­gado livremente procura essa ocasião. Lo­go, comete uma falta bastante grave. Êle pode não ter cometido nenhum pecado di­retamente mas pecou ao por-se na ocasião.

47 — Mas isso é querer fazer do congrega­do um frade no meio do mundo 1

Não: isto é simplesmente exigir que o congregado evite com mais rigor o que todo católico tem obrigação de evitar; isso é con­servar o congregado mais afastado do pe-

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cado. Aliás, se um jovem do mundo, por amor de Deus e por decisão de serví-lO, abandona tudo e se faz frade, porque não poderemos exigir do congregado que aban­done o baile, ficando no meio do mundo? Por acaso o heroísmo à só para os que "já nasceram frades” ?

Ê o caso de dizer com Cristo: "quem pode entender, entenda” .

NOTA: — Náo é fácil estabelecer normas gerais sôlue as ocasiões de pecado em matéria do sexto mandamento.

Uma sugestão prática: o I». Diretor reuna a Diretoria tôda e mais alguns congregados sérios, convide mesmo alguma pessoa prudente, por exem­plo um professor, um diretor de colégio etc. e com éstes procure estudar quais as ocasiões de pecado grave existentes na sua paróquia, no seu bairro, na sua cidade.

Ouve-se falar de um filme, de uma festa, dc um baile, ou coisas semelhantes ? Procure logo o Di­retor tomar conhecimento do assunto para preve nir e orientar os congregados.

K.vitar o pecado, viver na grata de Deus é tudo na (. M. Sem isto. nada feito.

48 - Qual a atitude do congregado casado?

Êle deve guardar mais do que qualquer católico a castidade própria do seu estado. Não se pode entender um congregado que limite filhos ou que o permita à sua mu­

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gem; não pode negociar com lucros excessi­vos e se por acaso os obtivesse sem intenção disso deveria aproveitá-los em obras de ca­ridade.

O congregado não deve pretender em- prêgos bem' remunerados sem ter a devida aptidão para desempenhá-los e não pode dá-los aos seus amigos ou protegidos incom­petentes.

O bom congregado procura restituir qualquer coisa achada, embora de pouco valor ou pelo menos, manter sempre a boa disposição de restituí-la logo que se lhe de­pare comodidade de encontrar o dono.

O congregado nunca ficará com uma quantia que lhe foi entregue por engano, embora mínima, como pode acontecer, no caso de receber um troco errado.

Enfim, o congregado deve evitar com todo o cuidado tudo aquilo que tenha apa­rência de contrabando, de golpe, do que hoje se convenciona chamar experteza mas que em termos próprios se chama roubo.

52 — Pode um congregado pecar contra a justiça por palavras ?

Sim. Por juízos temerários (pensando mal das ações alheias sem motivo suficien­te); por mentira (dizendo simplesmente o

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que não é verdade); por calúnia (contando supostas faltas de outros); por detração (contando faltas reais de outros mas a quem não compete saber).

53 — Mas então é injustiça contar nn»falta que outra pessoa de fato pra­ticou ?

Sim; porque ela tem direito à sua fama a não ser que seus pecados se tornem tão notórios que a pessoa perca o direito a uma fama que de fato não possui. Erram os jornalistas que pensam ter direito de entrar em tôdas as casas para encher colunas com todos os escândalos dos lares.

Quando vemos uma falta, só podemos denunciá-la à autoridade competente, por exemplo, à Polícia.

54 — £ pecado grave mentir?

Depende da classe de mentiras, das suas consequências, sobretudo quando previstas. O certo é que um congregado não deve mentir nem por brincadeira e nem muito menos por suposta necessidade. Não pode ser necessária uma mentira. Embora sejam leves as mentiras é grave o hábito de mentir.

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não pode ser tal sem se dedicar inteiramen­te ao bem espiritual dos próximos.

59 — Mas o verdadeiro apostolado nãocompete aos sacerdotes ?

A cies que são os sucessores diretos dos apóstolos compete o apostolado “por ofi­cio”, aos congregados compete o apostola­do por “colaboração com o apostolado hie­rárquico" ou seja a Ação Católica.

60 — Como se pode provar que éste apos­tolado constitui um dever do congre­gado ?

Muito simples: êle é membro da Igreja porque esta é sociedade dos FIEIS que se­guem a doutrina de Jesús Cristo sob o go­verno do Papa. Como fiéis, como batizados todos pertencem igualmente à Igreja: Sa­cerdotes e leigos, clero e laicato. Os sacer­dotes foram escolhidos para o trabalho “do altar”, mas isso não exclui o dever dos lei­gos de trabalharem "pela Igreja” . A Igreja é um exército: "Igreja militante”, e um exército não se compõe só de oficiais mas de oficiais e soldados. Precisamos acabar com essa atitude liberal e antiquada de deixar o padre fazer tudo na Igreja, con-

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lentando-sc o fiel com atirar 0,20 cts. no saquinho dc esmolas nos domingos.

61 — Não sc pode ser congregado sem pra­ticar algum ato de apostolado ?

Não sc pode. Não há C.M. sem ação; não pode haver congregado inativo, salvo caso de doença. Mas ainda assim poderá exercer o apostolado da oração, da palavta, do exemplo de paciência etc.

Não podemos entender um congregado que nunca visita um doente, um hospital, que nunca ensina a religião nem sequer a uma criança de primeira comunhão, que não move uma palha para ajudar uma fes­ta da igreja ou da Congregação.

NOTA: — Na segunda parle diremos ainda sõbre a natureza do apostolado e sua organizaçío na C.M.. Aqui quizemos apenas sublinhar êste aspecto decisiso da personalidade mariana.

RESPONSABILIDADE62 — Explique o 10.° mandamento do con­

gregado .O congregado c um homem de responsa­

bilidade. Está este mandamento em último lugar não por ser menos importante mas porque de um certo modo resume todos os outros mandamentos.

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63 — Que é responsabilidade ?

De modo muito geral, é a atitude po- sitiva diante do dever. Atitude positiva, isto é, atitude de quem aceita o dever e o cumpre ou pelo menos faz o possível por cumprí-lo. Atitude negativa c a de quem foge ao dever. Dever aqui é o conjunto de todos os deveres do congregado para com Deus, a Igreja, a C.M. para consigo mesmo, para com a família, a sociedade, o país, a sua cidade.

NOTA : — Para sermos inteirameme exatos não deveriamos dizer: "homem de responsabilidade, ou homem sem responsabilidade", pois iodo adulto de juíio são é responsável por seus atos. A responsa bilidade é consequência natural e necessária da nossa razão e liberdade. Melhor se diria que o congregado é um homem dotado de espirito de res­ponsabilidade, ura homem que tem "consciência da responsabilidade de seus atos". Na linguagem corrente porém as expressões: "homem de responsa­bilidade” e “homem sem responsabilidade'' signi­ficam homem consciente de sua responsabilidade c homem que não reflete vibre a própria responsa- sabilidade

64 — Como se entende a responsabilidadediante da Igreja ?

O congregado deve entender que sua po­sição dentro da Igreja, não é de um simples

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assistente mas de ura membro ativo. Uma vez que a Jgreja c sociedade de Fiéis, tam- Ixm éle pertence a essa Igreja e tem obriga­ção de trabalhar por ela colaborando com o clero, com seu pároco, com seu diretor. Se isto é verdade de todos os países, muito mais sc aplica ao nosso. O congregado deve compreender que é preciso ajudar o clero, substituir o padre em tudo aquilo que não é exclusivo do sacerdote, sempre dentro das atribuições que em concreto lhe são con­feridas pelo vigário. O congregado que cru/a os braços deixando a Igreja por conta de 7 mil sacerdotes apenas quando os ca­tólicos no Brasil são 50 milhões, é um con- gicgado sem espírito de responsabilidade.

65 — Há muita falta de responsabilidade para com a C.M. ?

Ê uma queixa geral. Certas CC.MM. tem 200 congregados inscritos e sòmente uns 50 ou 70 frequentam. Desses 50 às vêzes só a Diretoria faz alguma coisa. Parece mesmo praxe estabelecida: elege-se a diretoria para que haja na C.M. um grupo que trabalhe enquanto os outros descansam... de que? não se sabe.

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66 — Quais são os deveres do congregadopara consigo?

São todos aqueles que dizem respeito a sua formação cristã e progresso na prática das virtudes de acôrdo com a regra 1. São sobretudo os deveres do próprio estado que o obrigam também diante cio próximo.

67 — Quais os deveres de estado de um con­gregado ?

São os deveres de casado ou solteiro; de pai ou filho; de superior ou súdito; de pro- lessôr ou aluno; de patrão ou empregado c os de sua profissão.

Assim por exemplo um congregado que se casa sem pensar no futuro do lar e dos filhos; o aluno que não estuda; o professor que não corrige as provas; o empregado que não trabalha; o patrão que atraza o paga­mento sem justa causa; são homens sem responsabilidade.

68 — Como agir com responsabilidade di­ante dos compromissos ?

Ü homem de responsabilidade; antes do compromisso: pensa se pode aceitá-lo. Se c um cargo, olha para sua aptidão e não para os vencimentos; se é uma atividade qual­

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quer, consulta para ver se não está impe­dido por outro compromisso; depois do compromisso aceito: marca tudo com cla­reza, aparece a tempo, leva tudo bem pen­sado. cumpre mesmo a custa de sacrifício. Se de todo não pode, avisa em tempo ou manda substituto capaz.

69 — Podcria citar alguns modos ou ex­pressões que indicam falta de res­ponsabilidade ?

Quando se pede um serviço, o irrespon­sável diz logo: — não posso, não tenho tem­po, é muito difícil, estou cansado, estou ocupado, depois conversamos, a qualquer hora eu apareço, qualquer dia eu telefono, vou ver se posso; o irresponsável chega atrazado; está perguntando de novo; não presta atenção ou diz logo que já entendeu e depois faz tudo da própria cabeça; deixa dc ir a uma reunião ou realização impor­tante persuadindo-se de que um a menos não faz falta .

A ausência tios congregados a certos atos c uma grande falta de responsabilidade, ]X)is só a sua presença já daria idéia de lórça e grandeza ao ato. Por exemplo, uma piocissão tem outro valor quando bem con­corrida por homens. Um congregado de

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alta posição pode, só com sua presença, prestigiar um ato religioso. Se não o faz, podendo, é falta de responsabilidade.

NOTA: — Transcrevemos da ESTRELA DO MAR (de novembro de 1953). um "Programa para matar uma Congregação Mariana — Podcr-sc-ia dizer que è o "Decálogo da Irresponsabilidade” F.i-lo:

1 — Não compareça às reuniões, mas, se o fizer.chegue sempre airarado.

2 — Se o tempo não estiver bom, nem pense emestar presente. E se o tempo estiver bom c fôr com antecedência avisado diga: “Nãotenho tempo” .

3 — Quando solicitado a auxiliar em qualquersetor, diga sempre que o trabalho deve ser feito pela Diretoria.

I — Se não assistir às reuniões, critique os traba­lhos daqueles que comparecem.

5 — Nunca aceite um posto de responsabilidade.K’ mais fácil criticar do que trabalhar; deixe os outros no “fogo” .

6 — No entanto, fique “queimado” se não lhe pe­direm para fazer parte de alguma comissão ou trabalhar em algum setor; se fôr lembrado não assista às reuniões e não mova uma palha.

7 — Quando solicitado pelo Presidente a opinarsõbre assunto de importância, responda-lhe que nada tem a dizer. Mas depois da reunião, discuta com todo o mundo dizendo como o “negócio” deveria ser feito ou decidido.

8 — Nada mais faça que o absolutamente neces­sário, mas quando os outros congregados “me­

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terem mio* * obra” com toda a boa vontade grite bem alto que a CongregaçSo está sendo dirigida por uma “panelinha*' que quer man­dar c desmandar.

9 — Para que arranjar novos congregados ? Deixe o “seu fulano’’ trabalhar, pois íle tem maisjeito e tempo.

10 — Finalinenlc, demore o mais possivel no paga­mento das mensalidades, e só satisfaça a Tesouraria quando estiver para ser elimina­do, desculpando-se com a falta de cobrança ou aviso.

“Não aspiram os Congregados Marianos a conquista das massas para o galhardete azul. Eles, os próprios Marianos, é que que- íem ser o fermento transformador das massas. É força, pois, que à quantidade prefiram a qualidade. As Congregações Marianas tem que ser a nata, o escol. Têm de ser a elite. Não digo élite social; mas elite moral, elite espiritual”.

(D. Sebastião Leme — Discurso pronun­ciado na Primeira Concentração Nacional Mariana. Maio de 1937).

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1 — Que se emende por vida de oraçãodo congregado ?

Entende-se todo o conjunto de sua vida de piedade, de sua vida interior, de suas práticas de devoção.

A MISSA

2 — Qual é o nosso principal “ato de pie­dade” ?

Como para todo católico: é a Missa com a comunhão. O bom congregado, já foi dito, deveria comungar todos os domingos e até todos os dias; a regra 39 recomenda a comunhão cotidiana.

3 — Qual o melhor método de assistir àMissa ?

Antes de tudo o congregado deve assistir à Missa com a maior seriedade e devoção possível, escolhendo entre os métodos apro­vados o que mais o ajudar. É melhor seguir a ação do sacerdote unindo-se a êle no san­to sacrifício, com auxílio do Missal ou de um livro que tenha o ‘Ordinário” da Santa Missa. (Nosso Manual o tem).

IY — A O R A Ç Ã O D O C O N G R E G A D O

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Para a grande maioria que não dispõe de livros, recomenda-se a reza do terço que, aliás, está prescrita pelo Papa Leão X III para o mês de outubro.

NOTA: — NSo \alc a pena discutir métodos de seguir a Missa. O melhor é deixar uma certa li­berdade. Concorre muito para a piedade a missa dialogada em latim ou cm português. Ajuda não só aos congregados mas também aos fiéis que ordi­nariamente se contentam com “estar presentes” . t. bom pelo menos, que os congregados se acos­tumem a recitar em português, com o sacerdote, o Padre Nosso e o Credo, e com os coroinhas o Eu pecador, antes da Santa Comunhão, sempre de acôrdo com o parecer do pároco e do padre ce­lebrante.

A COMUNHÃO4 - Que deve fazer o Congregado antes

da Comunhão?

Anteriormente o congregado deve pu rifi­car sua alma pela confissão. Não convém deixar passar mais de uma semana ou, no máximo, 15 dias, mesmo que a consciência não acuse de pecado m ortal.

Imediatamente antes da Comunhão o congregado deve fazer atos próprios de íé, esperança, caridade, humildade e desejo. As vêzes convém muito mais uma jacula- tória bem meditada e dita com íntimo fer­vor Por exemplo: “Senhor eu creio, ajudai

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1 - Que se entende por vida de oraçãodo congregado ?

Entende-se todo o conjunto de sua vida de piedade, de sua vida interior, de suas práticas de devoção.

A MISSA

2 — Qual é o nosso prindpal “ato de pie­dade” ?

Como para todo católico: é a Missa com a comunhão. O bom congregado, já foi dito, deveria comungar todos os domingos e até todos os dias; a regra 39 recomenda a comunhão cotidiana.

3 — Qual o melhor método de assistir àMissa ?

Antes de tudo o congregado deve assistir à Missa com a maior seriedade e devoção possível, escolhendo entre os métodos apro­vados o que mais o ajudar. É melhor segui*' a ação do sacerdote unindo-se a éle no san­to sacrifício, com auxílio do Missal ou de um livro que tenha o ‘Ordinário” da Santa Missa (Nosso Manual o tem).

IV — A O R A Ç Ã O D O C O N G R E G A D O

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Para a grande maioria que não dispõe de livros, recomenda-se a reza do terço que, aliás, está prescrita pelo Papa Leão XIII para o mês de outubro.

NOTA : - Nilo vale a pena discutir métodos de seguir a Missa. O melhor é deixar uina certa li­berdade. Concorre muito para a piedade a missa dialogada em latim ou em português. Ajuda nSo só aos congregados mas também aos fiéis que ordi­nariamente sc contentam com “estar presentes” , f. bom pelo menos, que os congregados se acos­tumem a recitar em português, com o sacerdote, o Padre Nosso e o Credo, e com os coroinhas o Eu pecador, antes da Santa Comunhão, sempre de acôrdo coin o parecer do pároco c do padre ce­lebrante.

A COMUNHÃO4 — Que deve fazer o Congregado antes

da Comunhão ?Anteriormente o congregado deve purifi­

car sua alma pela confissão. Não convém deixar passar mais de uma semana ou, no máximo, 15 dias, mesmo que a consciência não acuse de pecado mortal.

Imediatamente antes da Comunhão o congregado deve fazer atos próprios de fé, esperança, caridade, humildade e desejo. As vêzes convém muito mais uma jacula- túria bem meditada e dita com íntimo fer- voi. Por exemplo: “Senhor eu creio, ajudai

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a minha falta dc fé. Senhor eu espero em Vós e não serei confundido eternamente. Senhor, Vós que conheceis os corações dos homens, Vós sabeis que eu vos amo, apesar dr todos os meus pecados. Senhor, eu não sou digno de que entreis, na pobre morada de minha alma mas dizei uma só palavra e minha alma será salva. Que o corpo de meu Senhor Jesús Cristo guarde minha al­ma para a vida eterna” . No momento mes­mo em que o sacerdote vai depositar a hós­tia sõbre a nossa língua digamos a jacula- tória belíssima de S. João no final do seu livro do* Apocalipse, a última oração do Novo Testamento: "Veni, Domine, Iesu: Vinde, Senhor Jesus!”

5 — Que deve fazer o congregado duran­te a Comunhão ?

Uma coisa só: conversar com Jesus Cristo, convidando Nossa Senhora a tomar parte na conversa. Estes minutos divinos devem ser de grande concentração. O congregado deve evitar qualquer coisa, mesmo boa, que o distraia, por exemplo, voltar logo a cantar no côro. Esta conversa íntima deve durar, no mínimo, uns cinco minutos quando as circunstâncias não permitirem uma conver­sa demorada. Ê o momento de agradecer,

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pedir perdão e novas graças. £ bom ter bem presentes as intenções mais importan­tes, a começar pelas necessidades pessoais, dos pais, dos parentes, da Congregação, dos seus superiores, da Igreja, da Pátria, das almas cio purgatório, enfim tôdas aquelas intenções que enumera a bela oração do povo brasileiro no final das bênçãos do Santíssimo Sacramento.

G — Que deve fazer o congregado depois da comunhão ?

Passados os minutos de conversa íntima, o congregado continuará a dar graças en­quanto termina a Missa, com algumas ora­ções apropriadas do Manual ou de outro livro dc devoção. Recomenda-se sempre a oração indulgcnciada: Eis-me aqui, ó meu bom c dulcíssimo Jesus e as Invocações : Alma de Cristo Santificai-me. Segundo opi­niões autorizadas as espécies sacramentais podem durar 10 minutos. Portanto duran­te 10 minutos temos a Jesús realmente pre­sente e devemos conversar com Ele.

7 — Alcm da Missa e Comunhão quais os atos mais recomendados aos congre­gados ?

São a Meditação, o Exame de consciên­cia, o terço, a visita ao Santíssimo Sacra­

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mento e as orações da manhã e da noite, antes e depois das refeições.

8 — Como se faz para meditar ?

Durante dez minutos de manhã ou á noi­te o congregado tomará uma frase da Es­critura, uma passagem do Evangelho, o exemplo do Santo do dia ou do seu prote­tor e procurará aplicar sua inteligência e sua vontade sõbre esse assunto escolhido.

Suponhamos que seja uma passagem do Evangelho. O congregado lera lenta mente o trecho procurando imaginar a pessoa dc Cristo no meio dos apóstolos, ouvirá suas palavras, contemplará seus gestos e atitu­des e procurará aplicar à própria vida o que Cristo diz, ou o exemplo que lê. Do milagre das Bodas de Caná o congregado concluirá que deve confiar mais em Maria SSma., dos exemplos da paixão de Cristo, êle aprenderá a sofrer com mais paciência e se arrependerá mais de seus pecados que tanto fizeram sofrer a Cristo.

NOTA: — Pode parecer exagero, querer que os congregados meditem. No entanto muito* fiéis hoje, inais do que nunca, se dedicam a esse trabilhu in­terior. A quantidade de livros para meditação diz bem alto dessa inclinação abençoada para vida in­terior. Que coisa mais fácil e agradável do que pen-

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sar devagar num capímlo da Imitação de Cristo, nos c a n ilulos do Evangelho, nos exemplos dos ban- ms. nas palavras de um hino, por exemplo dns CC.MM. ?

9 — Que é o exame dc consciência ?É mn verdadeiro balancete espiritual do

dia. O congregado examina as próprias faltas e propõe emendar-se delas no dia se­guinte. O Manual oferece uma noima para êsse exame. O congregado não deve só contar quantos pecados cometeu mas com­parar um dia com outro dia e examinar as ocasiões de pecado em que se encontra para arrancar a erva ruim com a raiz.

10 — Como pode o congregado rezar o terço todos os dias ?

O ideal seria se cie o rezasse na igreja ou diante de uma imagem de Nossa Se­nhora em casa com a lamília. Não sendo possível, pelo menos, todos os dias, pro­cure o congregado rezar o terço em via- çcm, enquanto espera a condução, enquan­to caminha para o trabalho, numa inter­rupção do trabalho, enfim numa quantida­de de oportunidades durante o dia. Seria lamentável que o congregado não pudesse rezar diariamente o terço quando tantos fiéis o rezam.

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11 — Como deve c congregado rezar diária- mente suas orações da manhã e da noite, antes e depois das refeições?

Para tudo isso há indicações no Manual. Insistimos porem na oração espontânea.

IV preciso que o congregado aprenda a falar com Deus sem necessidade de procurar um discurso escrito e de empréstimo. Neste ponto devemos proceder como verdadeiros filhos dc Deus e de Maria SSma. Pedir a ela com verdadeira simplicidade as graças dc que precisamos. Um filho não precisa dc discurso escrito para dizer “Bom dia” à sua mãe. O congregado também não há-de piecisar de um livro de oração para saudar Nossa Senhora ou pedir-lhe graças.

NOTA: — Na segunda parle indicaremos ainda quais os exercícios de piedade próprios da Con- gicga^áo. Aqui quisemos sòmcnie dizer como os ueve lazer cada cuiigiegado.

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2.* P a r t e

A CONGREGAÇÃO MARIANA

I - NATUREZA E ORIGEM DAS CC.MM.

1 — Que são as CC.MM. ?

Conforme a regra l.a são:Associações religiosas — fundadas pela

Companhia de Jesús — aprovadas pela San­ta Sé — para dois lins: primeiro santificar e lonnar católicos cem |>or cento; segundo, depois de formados, levá-los ao apostolado salvando e samilicando o próximo.

Para estes dois lins a C.M. emprega um meio inlalívcl: a devoção a Nossa Senhora.

2 — Por que são associações “religiosas” ?

Por que seus fins próprios são espirituais c porque são lundadas pela Autoridade Eclesiástica e dela dependem.

NOTA: — Ê muito perigoso <lar demasiada im­portância às organizações desportivas, ineumc-i sociais, econômicas uu políticas dentro da C.M .

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Porque podem afastar os congregados da sua ver­dadeira finalidade espiritual. Por isso também na C M o Diretor deve ser dc fato Diretor e nSo méro ‘‘assistente" deixando tudo nai mâos do pre­sidente .

3 — Por que se chamam Congregações “M ARIANAS”?

Já vimos na 1* parte. Não é só questão dc titulo. As Congregações são marianas porque os congregados tem como ponto iundamental a devoção a Nossa Senhora; não uma devoção de tais ou quais orações mas de entrega total a Maria SSma. por uma consagração.

HISTÓRIA

4 — Quando c como se fundaram as CC.MM.?

Foram fundadas em 15G4 pelo Jesuíta belga P. João Lcunis, no Colégio Romano dirigido em Roma pelos Padres Jesuítas. Essa primeira C.M., como também as ou- iras que logo íoiain aparecendo, se desti­navam só aos alunos dos Colégios da Com­panhia dc Jesús, como “uma espécie de ordem terceira’’ dos Jesuítas. Pouco a pou­co, poiém, os fieis cm getal conseguiram

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r rtra r nas CC.MM. fundadas nos Colégios da Companhia de Jesús. Mais tarile (1731) o Papa Bento \ ’v deu licença para que fossem íundadas CC.MM. em todas as casas r Igtejas da Companhia de Jesus Em I8L?3 o Papa I rão XII permitiu que se fundas sem c sr agregassem à C.M. do Colégio Ro mano. outras CC.MM. não dirigidas pelos Padirs Jesuítas

I)c então para tá as CC.MM. se expan ditam f)or toda a parte j>elos colcgios e paicKjuias

Acpii no Brasil são muito inai.s numerosas as CC.MM. nas patcxpiias do que nos t o ligms e outras instituições (( Ir Mjuual — História das C( M M \

S — Como se chama hoje * C.M. fundada cm Roma pelo P Joâo Leunis )

Chama sc “Prima-Primái ia” por que ioia piimeita lundada e hoje ainda funciona cm Roma, não só tom o prestigio de quase q u a t i o vvulos de existem ia. mas tamlicm [ o i n \ndadciru atualidade e pujança

\ t-Hia ( M «Usem e s ta r agregadas' t«\ das as ( i i m a s j i a u «pie jxvsvam liutat tôdas ,\x giaça> ( o in t t l u la s |>rios Pa j ia s *» C l MM

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6 — Quais os Papas que mais favoreceram as CC.MM. ?

Merecem especial menção o Papa Gre- gório XIII que as aprovou, Bento XIV que escreveu a íamosa Bula “Gloriosae Domi- nac” chamada “Bula Aurea”, pelos grandes favores que concede ãs CC.MM., os Papas Leão XIII, Pio X, Bento XV, Pio XI c so­bretudo Pio XII, o Papa congregado que escreveu a Constituição Apostólica “Bis Sae- culari” em 1948.

BIS SAECULARI

7 — Porque se chama “Bis Saeculari” essa carta de Pio XII sõbre as CC.MM. ?

“Bis Saeculari” ou também “Bis Saecula­ri die” são as palavras latinas com que co­meça a carta. Tôdas as cartas, bulas, en- ciclicas dos Papas se indicam pelas duas ou trcs primeiras palavras com que come­çam no seu texto latino, pois tôdas elas são escritas em latim c depois traduzidas cm tôdas as línguas. Assim ouvimos falar na “Rerum Novarum” de Leão XIII, na “Divi- ni Redemptoris” de Pio XI, etc.

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8 — Que significam as palavras “Bis Sae­culari dic” ?

Bis saeculari die significa: “por ocasião do dia (aniversário) duas vêzes secular” etc. Isto se refere à data da Bula Aurea de Bento XIV escrita em 1718 e cujo segundo centenário Pio XII quis celebrar em 1948 confirmando tudo o que o Papa Bento XIV tinha concedido às CC.MM. dois séculos antes pela Bula Aurea.

VANTAGENS

9 — Que vantagens espirituais nos dá aC.M. ?

1. ° — A proteção especial de Nossa Senho­ra, porque somos seus filhos predi­letos;

2. ° — As orações e merecimentos das boasobras de nossos irmãos de fita azul;

3. ° — A oração coletiva que tem fôrça es­pecial;

1 ° — A assistência do Diretor, sempre um sacerdote;

5.° — As práticas e exortações especiais.

10 — Quais as vantagens de ordem social ?

1 o — o ambiente de verdadeira amizade;— 73 —

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2.o _ O auxílio mútuo, mesmo financeiro, como felizmentê tantas vezes vemos;

3.° — Uma verdadeira dignificação social: o congregado nem sempre é da "eli­te” social mas a "elite" moral a que éle pertence lhe abre o caminho mes­mo no meio social. O distintivo ma­riano já serviu até de disfarce para conseguir entrada na sociedade.Isto nos prejudica mas prova que o ser congregado c critério para con­fiança.(Cfr. Manual, c»p. 2.°).

INDULGÊNCIAS

11 — Que indulgências plenárias se podem lucrar nas CC.MM.?

Suposta sempre a confissão e comunhão dentro da seinana lucra-se a indulgência plenária nas seguintes ocasiões:

1. ° — No dia da admissão;2. ° — Em artigo de morte — aceitando a

morte, invocando os nomes de Jesús e Maria e beijando a medalha ou dis­tintivo bentos pelo P. Diretor;

3. ° — Em tôdas as Festas de Nosso Senhore Nossa Senhora;

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4. ° — No Dia Mundial do Congregado (2.°domingo de Maio) renovando a consagração a N. Senhora;

5. ° — Um dia na semana à escolha do Con­gregado, se nessa semana assistiu à reunião da C.M.;

G.° — Quando o congregado comunga sò- zinho mas em público levando a fita ou o distintivo;

7. ° — No dia do padroeiro do mês, esco­lhido ou sorteado pelo congregado, ao receber a comunhão (NB. — Por isso é bom manter na C.M. o costu­me de sortear o santo padroeiro do mes. O Bilhetinho do Apostolado da Oração já indica êsse padroeiro).

8. ° — No final do Retiro — mésmo de umdia;

9. ° — Indulgências Estacionais, visitando aIgreja da C.M. ou qualquer outra e rezando 5 Pa ter — Ave-Gloria e 1 Pater Ave-Gloria pelas intenções do Papa nos seguintes dias:

— Domingos do Advento;— Quarta-feira, Sexta-feira e Sábado

das Quatro Têmporas do Advento;— 24 de Dezembro — Vigília do Natal

do Senhor;— 75 —

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— 25 de Dezembro — Natal do Senhor;— 26 de Dezembro — Sto. Estevão, Pro-

to-Mártir;— 27 de Dezembro — S. João, Ap. e

Ev.;— 28 de Dezembro — SS. Inocentes,

MM.;— l.° de Janeiro — Circuncisão do Se­

nhor e Oitava do Natal;— 6 de Janeiro — Epifania do Senhor;— Domingos da Septuagésima, Sexagé­

sima e Quinquagésima:— Todos os dias da Quaresmas e da

Oitava da Páscoa (da Quarta-Feira dc Cinzas ao Domingo "ln Albis”);

— 25 de Abril — Ladainhas Maiores; Segunda-Feira, Terça-Feira e Quar­ta-Feira antes da Ascensão — Ladai­nhas Menores;

— Ascensão do Senhor;— Vigília de Pentecostes e Dias da Oi­

tava (da Vigília ao Sábado das Qua­tro Temperos de Pentecostes);

— Quarta-Feira, Sexta-Feira e Sábado das Quatro Têmporas de Setembro. (Clr. Manual, cap. 3.°).

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II - ORGANIZAÇÃO DA C .M .

EREÇÃO CANÔNICA

1 — Como sc funda uma C.M. ?

Pede-se ao Exmo. Snr. Bispo diocesano o decreto chamado dc ereção canônica. É uma licença escrita e assinada pelo Bispo sem a qual não pode existir oficialmente nenhuma associação religiosa paroquial. Para isso há um formulário impresso que se preenche na Curia Diocesana e o Snr. Bispo assina. Naturalmente o pedido e a concessão do decreto supõem que todos os elementos estejam bem preparados para que possa existir uma verdadeira C.M.

Para as CC.MM. dirigidas pelos PP. Je­suítas a licença de fundação c concedida pelo Padre Geral da Ordem que delega ha- biiualmcntc êsse poder aos Padres Provin­ciais, i.é ., os que governam províncias re­ligiosas da ordem nos diversos países.

2 — Basta êsse decreto de ereção ?

Sim; para que a C.M . tenha existência "canônica” basta êsse decreto de ereção. Mas para lucrar tôdas as indulgências, in­

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siste o Papa Pio XII, na Bis Saeculari, que a C.M. se agregue à Prima Primária de Roma.

AGREGAÇÀO

3 — Como se (az essa agregação ?Mediante um pedido ao Secretariado

Central das CC.MM., em Roma. Esse Se­cretariado tem como Diretor o Padre Ge­ral da Companhia de Jesús que delega to­dos os poderes a um diretor efetivo. (Atualmente c o Padre Luiz Paulussen,s . j ) .

(Cfr. Manual 2.a p.c. II.° condições e fór* mula do pedido de agregação).

7 — Que efeito produz essa agregação à Prima-Primária ?

Torna a C.M. participante de todos os benefícios concedidos pelos Papas à Prima Primária desde que ela foi fundada, como se os congregados de cada C.M. do mundo estivessem inscritos naquela C.M.

A agregação no entanto não implica ne­nhuma jurisdição ou autoridade da Prima Primária sõbre as CC.MM. agregadas.

NOTA: - Para sc obter a agregação bista en­viar a fórmula preenchida à Confederação Nacional das CC.MM- C. P. 1 3G1 — Rio. A C.N.C.M. sc encarrega de rcmcier para Roma o pedido.

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MEMBROS DA C.M.4 — Quais são os membros da C.M. ?São o Padre Diretor, sempre sacerdote e

nomeado pelo Bispo (nas CC.MM. paro­quiais dirigidas pelos sacerdotes seculares), e os congregados propriamente ditos, ou os de 3.° grau ou dc fita larga, como os cha­mamos no Brasil.

Além destes congregados porém há os que se preparam para a recepção, imedia­tamente (candidatos) ou mais remótamente (aspirantes).

A DIRETORIA5 — Além do P. Diretor há outros diri­

gentes na C.M. ?Sim. Há um Presidente, dois Assistentes,

Secretário, Tesoureiro, Instrutor e Consul­tores que formam com o P. Diretor, a Di­retoria da C.M. Conforme as necessidades das CC.MM. existem outros ofícios meno­res. As regras de todos esses ofícios estão no Manual.6 — Como são escolhidos os membros da

Diretoria ?Faz-se uma eleição entre os congregados

de 3.° grau. A última palavra compete ao I*. Diretor.

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NOTA: — Uma boa Diretoria é garantia de bom andamento para a C.M. sobretudo para nossas Congregações aqui no Brasil nas quais os PP. Di­retores sobrecarregados com muitos c diversos tra­balhos apenas tém tempo de cuidar das reuniões da C.M. Por isso mesmo convém tomar um pouco dc trabalho com a eleição da nova Diretoria. Ê bom ouvir o parecer de outras pessoas interessadas pela Congregação c que conheçam bem os elemen­tos votados.

7 — Quais as qualidades requeridas dos membros da Diretoria ?

Primeiro que sejam congregados cum­pridores do decálogo do mariano, exempla­res na trequência às reuniões e outros atos da C.M. Além disso, sobretudo o Presidente e Instrutor — cargos mais importantes — de­vem conhecer melhor do que os outros a C.M., devem ser bem aceitos por suas qua­lidades de caráter, devem ter capacidade dc influenciar nos outros pela palavra e pelo exemplo. Ê preciso que o Presidente e Instrutor tenham certa facilidade de fa­lar em público, ou que, pelo menos, não sejam acanhados demais.

Os membros da Diretoria devem saber bem as normas práticas de nossas reuniões- devem conhecer os atos litúrgicos, saber aju­dar a Santa Missa e bênção do SSmo. Sa­cramento.

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8 — Quanto tempo devem durar êsse*cargos ?

Normalmente um ano. Nas CC.MM. incipientes, ou muito pequenas poderá o P. Diretor prolongar por dois anos o man­dato da Diretoria. Não convém porem pro­longar por mais tempo nem consentir que sejam sempre reeleitos os mesmos elemen­tos, pois pode introduzir-se pouco a pouco o conceito de que a C.M. é esse grupinho e os outros perdem o interesse. Para os dirigentes mesmo a permanência prolonga­da no cargo é prejudicial. Os motivos são óbvios. O ideal seria que os membros da Diretoria fossem subindo de grau em cada nova eleição: de primeiro assistente a pre­sidente, de consultor a assistente etc. Um congregado que por dois anos exercitou bcin o ofício de Instrutor terá certamente dotes para Presidente.

Muitas vezes um congregado esquecido c aparentemente incapaz, posto num cargo revela muitas qualidades.

9 — A Diretoria tem verdadeira autori­dade ?

Os membros da Diretoria tem a autori­dade que lhes conferem seus cargos de acôr-

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do com o Manual. Melhor se diria que ôles participam da autoridade do Diretor na medida que este lhes permite. Mais do que os outros congregados persuadam-se os membros da Diretoria de que devem obe­decer ao seu Diretor e servir a C.M..

10 — A Diretoria deve ter reuniões espe­ciais ?

Sim. Pelo menos uma vez por mes o P. Diretor deve reunir a Diretoria para tratar dos interesses da C.M., estudar os planos para o mês seguinte, tomar atitudes diante das faltas gerais da C.M. e dos indivíduos, sobretudo dos que habitualmente faltam ás reuniões e outros atos principais da C.M.

Qualquer decisão ficará inteiramente ao critério do P. . Diretor. Os membros da Diretoria apenas dão seu parecer. Estas reuniões devem sempre terminar por uma visita ao SSmo. Sacramento na qual os di­rigentes da C.M. renovem seus propósitos dc melhor servir a C.M. e rezem pelo pro­gresso dela.

11 — Quais os objetos em uso nas CC.MM.?

São: o Manual, a fita, o diploma, (assi­nado pelo P. Diretor, Presidente e Secre­tário) e o distintivo.

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A C .M . tem o diploma de agregação à Prima Primária e a bandeira.

12 — Como é a fita dos congregados?

Deve ser um pouco mais larga para os congregados, de largura média para os can­didatos e bem estreita para os aspirantes. A medalha traz a eligie do Coração de Jesus c de Nossa Senhora Aparecida.

NOTA — Os P. Diretores de CC.MM. ou de Federações costumam usar fita azul larga com debrum amarelo ou dourado.

Estrelinhas — Há muito introduziu-se o uso das estrelinhas douradas ou prateadas para distinguir os membros de Diretorias.

Muitos Padres Diretores e mesmo congregidos n&o apreciam essas distinções e seria muito dilícil conseguir uniformidade em pormenor tão secun­dário.

Os membros das Diretorias das CC.MM. costu­mam usar estrelinhas douradas na fita do lado esquerdo, sendo três para o Presidente, duas para os oficiais maiores c uma para os oficiais menores.

Para os jub.lares pode bordar se a estrelinha em prata para Ü3 anos c cm ouro para 5U anos.

Os membros de Dirctoiias dc Federações costu­mam usar uma estrelinha prateada do lado direito.

13 — Como é o distintivo dos congregados?

Obedecendo ao desejo da Federação Mundial das Congregações Marianas ado-

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tou-se no Brasil o distintivo em Forma de hexágono azul com bordes e monograma dourados.

, O Fundo hexagonal azul nos lembra o nosso exército azul. É a cor predileta de Nossa Senhora.

O monograma consta de três letras:M — inicial de MARIA.X — (formado pelo cruzamento das duas

linhas internas do M). Ê uma letra grega que corresponde ao nosso CH.

P — não é o nosso P mas outra letra gre­ga (RHÔ) que corresponde ao nosso R .

Unindo as duas letras gregas XP ou seja GHR temos as iniciais do nome CHRISTOS em latim CHRISTUS, em português CHRISTO ou CRISTO.

Nesse monograma está portanto resumi­do nosso lema: Per Mariam ad lesum; a Jesus por Maria.

14 — E a Bandeira da Congregação?

É uma bandeira de tamanho comum com as córes mari.mas azul e branca em faixas horizontais tendo bordado num ângulo o escudo mariano que já descrevemos. Da

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liaste pendem duas faixas também alviazuis; cm letras douradas ou amarelas estão gra­vados numa faixa o título primário da C.M. e na outra a cidade ou bairro da C.M.

15 — Esses objetos ou insígnias são iguais para todo o Brasil ?

O distintivo é o mesmo não só para o Brasil mas procura-se que o seja para todos os países. Õ manual agora é também úni­co. Os diplomas são práticamente iguais. Nas fitas e bandeiras ainda não consegui­mos uma certa uniformidade mas é muito de desejar e foi muito recomendado pelos dois congressos de diretores realizados no Rio e em S. Paulo.

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III - ADMISSÃO - EXCLUSÃO - TRANSFERÊNCIAS DOS

CONGREGADOS

1 — Quem pode admitir um congregado ?

Somente o P. Diretor da C.M. pode admitir um congregado. Os membros da Diretoria apenas dão seu voto.

2 — Que é necessário para ser admitidona C.M. ?

]á dissemos: cumprir o nosso decálogo mariano. Isto só constará depois que o pre­tendente tiver passado pelos estágios de as­pirante. candidato durante um prazo não inferior a um ano (para os dois estágios) dando sempre sulicientes garantias da sin­ceridade de seus desejos e de seus esforços.

3 — Como deve proceder a diretoria paraadmitir um congregado?

Reune-se a diretoria com os congregados dc 3.° grau. Na presença do P. Diretor de­pois de rezar, com tôda a sinceridade, vi- zando unicamente o bem da C.M ., os

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membros da Diretoria e os congregados darão seu voto secreto, por escrito, acres­centando os motivos quando o voto fôr ne­gativo.

O P. Diretor examinará a votação, ou­virá o parecer de pessoas autorizadas c de­pois de muita consideração admitirá ou re­jeitará os pretendentes tendo em conta, como elemento normal de informação, os votos da Diretoria c dos congregados.

NOTA: — Convém dar a máxima importância ã admissflo dos novos congregados. Como elementos dc informação o P. Diretor consultará congregados de outra C.M. ou mesmo membros de outras asso- ciaçõcs que conheçam bem o candidato. Devem ser ouvidos os patrões ou empregados se sáo pessoas capazes dc dar um parecer sõbre as atitudes "sociais” ou familiares dos candidatos. Sc é aluno, devem ser consultados naturalmente o Diretor do Colégio, cujo voto tem péso preponderante sobre­tudo sc fôr Diretor religioso, os professôres que mais lidam com o aluno.

PREPARAÇÃO DOS CANDIDATOS

4 — Como se devem preparar os candi­datos para a recepção na C.M. ?

Depois dc aprovados os candidatos é con­veniente reuní-los durante um tríduo ou pelo menos na vespera da recepção.

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Faz-se então um exame dos conhecimen­tos religiosos e marianos. Se algum não atingir nem sequer uma suficiência mínima poderá ainda ser rejeitado. Por isso mes­mo êsse exame podería ser feito também com resultado antes da reunião da Dire­toria para a votação.

O P. Diretor fará uma ou mais práticas sõbre a responsabilidade do passo que que­rem dar, sòbre o valor da Consagração etc.

NOTA: — Para que os candidatos mais sc com­penetrem do sentido da consagração, sugerimos que os PP. Diretores mandem escrever a fórmula pelos próprios candidatos e que éles leiani depois na hora da consagração pelo papel que escreveram. Essa fórmula escrita, datada e assinada será entre­gue ao P. Diretor para que seja arquivada, ou melhor, para que fique aos pés de Novsa Senhora na capela da C.M. ou junto a um nicho da SSma. Virgem. Assim quando um congregado sc tornar indigno de sua consagração e merecer portanto ser expulso da C.M. o P. Diretor poderA rasgar diante dos outros congregados essa fórmula que não agra­da mais a Nossa Senhora. Cremos que essa mate­rialização de nosso compromisso impressiona salu­tarmente e ajuda para mais comprenderem os con­gregados o valor de sua Yonsagração bem como a indignidade de uma falta a tão solene compro misso.

Para facilitar essa preparação imediata dos can­didatos sugerimos que onde houver mais de uma C.M. se reunam os futuros congregados em grupo para se prepararem sob a direção de um sacerdote

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que lhes pregue e os examine como foi dito, po­dendo depois ser ôles rccbidos em suas Congrega­ções no dia aprazado. Não seria então uma prepa­ração imediata, porém, eficiente resolvendo assim a dificuldade dc muitos padres. O Padre mais in­dicado para isso seria o P. Diretor da Federação onde ela está organizada.

5 — Como se realiza a cerimônia da re­cepção ?

Está tudo prescrito no Manual. É im­portante que o P. Diretor e o Presidente e Secretario conheçam bem o ritual para que haja uniformidade e também uma justa so­lenidade exterior.

NOTA : — Em muitas Congregações tem decaído a cerimônia da recepção e é pena porque ela influi muito no ânimo dos congregados. Sugerimos algu­mas iniciativas.

l.° — Ê melhor fazer separadamente cm dias diferentes a recepção de aspirantes ou candidatos para deixar tôda a solenidade í» dos congregados. Os Aspirantes e Candidatos poderão ser admitidos com cerimônia mais simples numa reunião geral da Congregação.

2° — O dia próprio para a admissão solene dos congregados é o aniversário da C.M. ou a festa do titulo primário. Tudo deve concorrer para que seja um giande dia na Congregação ou melhor para que seja “o dia da Congregação” .

3.° — No «lia da admissão deve haver de m anhã Missa c Comunhão Geral sendo esta bem preparada por avisos ou mesmo tríduo preparatório. A re-

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cepçáo será à tarde na hora da bênção paroquial e convém que os fiéis assistam.

4.° — O presidente c o Secretário devem prever tudo muito bem para que nada falte. O Instrutor ensaiará bem com os candidatos a cerimônia da recepção. Causa dó ver certas cerimônias dc rc cepçáo l Nem os Presidentes e Secretários sabem o que sc há de fazer: tudo improvisado na hora. Acontece até de se chamar o candidato e éste não se apresentar para receber a fita. Que disposições generosas leria esse candidato!

5.° — Na admissão os candidatos devem recebei o diploma, Manual e distintivo logo depois da fita.

6° — Para recitação da fónnula sugerimos que todos rezem juntos pausadamente para o que de­vem ter ensaiado antes — e pronunciem baixo o próprio nome cm vez de o dizerem um após outro em voz alta o que muitas vêzes torna ridicula a cerimônia pelo nervosismo do momento sobretudo quando sáo muitos os congregados.

7.° — A fórmula escrita “própria manu”, deve estar sabida de cór para evitar hesitações. Lida a consagrarão, as fórmulas ficarão sõbre o altar para serem encerradas em envelopes e colocadas aos pés da imagem dc Nossa Senhora ou guardadas com o P. Diretor da C.M ., como foi sugerido acima.

8.o _ para a recepção é bom convidar Congre­gações visinhas que venham com suas bandeiras ou, pelo menos, sc façam representar por um congre­gado. Para êsses representantes reserve-se na igreja um lugar na frente, sobretudo se cies forem da Diretoria da outra Congregação ou mais ainda da Diretoria da Federação Mariana.

y.° — Depois da recepção deveria haver uma reunião no salão da C.M. ou em outra parte. Fica bem então uma dessas academias de que falam as

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regrav constando dc discursos de saudação aos novoj congregados, de agradecimento por parle deles, números de música etc. Não sendo possível aos modestos moldes dos congregados uma demonstra­ção dèsse gênero procurc-sc outro regosijo exterior, p.e. uma mesa de doces, com participação de re­presentantes dc outras associações religiosas.

10.° — Nem sc nos tache de exteriorizar dema­siado a recepção dps congregados. Cremos que estas sugestões estão pcrfeilamentc dentro do espírito da vida mariana. Assim como sc soleniza o batismo, a primeira comunhão, o casamento, podemos c de­vemos solcnizar nossa entrada na C.M. mesmo com festa exterior.

6 — De que partes consta a admissão na C.M. ?

Consta de três partes: l.a — A consagração do congregado a Nos­

sa Senhora.2 a — A fórmula de admissão pronunciada

pelo sacerdote pela qual o congre­gado fica participante das graças e privilégios das CC.MM..

3.a — A imposição da fita com a medalha e entrega do diploma, Manual e dis­tintivo.

NOTA : - Na nova edição do Manual figura o texto latino com a tradução poriuguêsa da fórmu­la da admissão. £ melhor que os RR. 1*1». Direto­

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res usem só a tradução portuguâsa ficando o texto latino para Congregações dc seminários. Assim res­pondeu expressamente o Secretariado Central de Roma, a uma consulta do P. Vice Diretor da Con­federação Nacional.

EXCLUSÃO

7 — Como c por que motivos podería um congregado ser excluído da C.M. ?

Já vimos na primeira parte que o con- gtegado pode ser excluído da C.M. se cie mesmo o pedir por leviandade de espírito ou se assim o exigir o seu mau comporta­mento. Um congregado que relaxa o cum­primento dos seus deveres de estado, que não cumpre com a vida coletiva da C.M. deve ser excluído.

8 — Deverá ser excluído da C.M. um con­gregado que não frequenta as re­uniões ?

A reunião á ato essencial, por isso se o Congregado falta habitualmente sem justi­ficação deverá ser excluído embora seu comportamento pessoal não seja mau.

NOTA : — Cremos com muitos diretores de CC. MM. que à preciso ter nèsie pomo uma certa norma Irem clara.

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Um congregado que falta umas seis vêzes conse cutivas à reunião semanal, sem nenhuma explica­ção ou justificarão nem prévia nem subtequenre, por si nem por outro, deveria ser excluído da C.M.

Ê preciso evitar dois extremos: as cxclusões “ip«o facto", sem mais exame c as condesandcncias exa­geradas, as esperas longas e infrutíferas.

O meio termo acertado seria enviar em mãos uma carta ao congregado faltoso convidando-o a explicar essas ausências.

Sc o congregado depois de avisado não voltar, é preciso excluilo.

9 — 0 congregado excluído pode ser admitido na C.M. outra vez?

Se foi expulso por faltas graves não pode ser readmitido nem na sua nem em outra C.M. a não ser depois de longa prova de sua fidelidade, recomeçando todos os está­gios. Se porem êle foi excluído por faltas mais leves c presentemente se tem conheci­mento de que está mudado e dá esperanças poderá o P. Diretor readmití-lo sempre porém observando os estágios que não de­vem durar menos de um ano.

N O TA : — Para a rcad missão cm outra C.M. énrcr-oárm maiur discicçãu ainda e maior tempo de prova.

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TRANSFERÊNCIA

10 — Pode um congregado transferir-se dc uma C.M. para outra ?

Sim, por justos motivos o congregado po­de mudar de C.M. pedindo para isso uma carta de transferência assinada por seu Di­retor e que deverá ser apresentada na nova C.M..

NOTA: — O motivo justo que ocorre é prálica- mente só a mudança de residência. Neste caso salvo sempre o entendimento dos Padres Diretores con­vém mudar para que as CC.MM. sejam rcalmente paroquiais. Ordinariamente o congregado que fre­quenta uma C.M. fóra de sua paróquia não atua bem nem na Paróquia nem na C.M. Naturalmente é preciso evitar o extremo de mudar a cada passo de C.M. com a facilidade com que se muda de um hotel para outro nas grandes cidades. Trata-se aqui dc uma verdadeira mudança de "residência” .

Poderá haver outros motivos justificáveis. Em lodo caso sempre é necessária a carta de transfe­rência do P. Diretor a cujo critério fica julgar dos motivos apresentados.

Mediante a carta de transferencia o congregado poderá ser logo admitido no meio dos congregados de terceiro grau e mesmo exercer cargos sc mostrar aptidão para éles, de acôrdo com o critério do novo P. Diretor.

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IV - VIDA INTERCONGREGACIONAL

1 — Existe alguma união entre as CC.MM. ?

Sim. As CC.MM. para mais se unirem e se animarem costumam, de acôrdo com as regras, realizar congressos nacionais, re­gionais c internacionais, concentrações dio­cesanas e nacionais, o Dia Mundial do Con­gregado, desfiles,.peregrinações mas sobre­tudo se organizam em Federações diocesa­nas e Confederações nacionais.

2 — Que é o Dia Mundial do Congre­gado ?

É um dia de confraternização de tôdas as CC.MM. e congregados do mundo. Foi escolhido o segundo domingo de Maio. Nesse dia todos os congregados que assis-, tem «às solcnidadcs da C.M. ou da Fe­deração e renovam sua consagração a Nos­sa Senhora tendo-se confessado e comunga­do durante a semana, ganham indulgência plenária. Por privilégio especial se pode celebrar para os congregados uma missa única da Imaculada Conceição cantada ou i czada. 0

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S — Q u e é u m a F ed eração d io cesa n a ?

Ê uma união das CC.MM. da diocese, canônicamente eretas e agregadas à Prima Primária de Roma, para ajudar as mesmas CC.MM. informando, coordenando, orien­tando para os ideais comuns, sem ter po­rem sõbre elas jurisdição alguma.

4 — Que é a nossa Confederação Nacio­nal ? ,

Ê a reunião das Federações do Brasil. É pràiicamcnte um Secretariado Nacional (jue por meio de uma Diretoria e do órgão olicial, a revista ESTRELA DO MAR pro­cura orientar e ajudar às Federações e CC. MM. do país todo fornecendo-lhes o ma­terial mariano, editando o Manual, encar­regando-se das agregações das CC.MM. à Prima-Primária de Roma.

5 — Como se criou essa Confederação Na­cional ?

Os PP. Diretores e os congregados sen­tiram sua necessidade e em 1937 por oca­sião da Primeira Concentração Nacional realizada no • .io dc Janeiro pediram ao

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Emo. Cardeal D. Sebastião Leme que fun­dasse essa Confederação. Posteriormente ela ficou aprovada e constituída em dois congressos nacionais de Diretores de Fede­rações reunidos o primeiro no Rio em 1941 e o segundo em S. Paulo em 1947. (Em apêndice publicamos o documento da fun­dação — Cfr. pág. 125).

6 — Têm as CC.MM. alguma organiza­ção Mundial ?

Sim; em Roma existe um Secretariado Mundial das CC.MM. dirigido pelos PP. Jesuítas o qual envia a todos Diretores Nacionais e mesmo diretamente aos Dire­tores de CC.MM. orientações por cartas e também permanentemente por meio de uma Revista editada em Latim chamada “ACIES ORDINATA". Esse Secretariado sobretudo se encarrega das agregações das CC.MM. à Prima Primária e dos congres­sos c realizações de caráter Mundial.

Ultimamcntc foi fundada em Roma mes­mo a Federação Mundial das CC.MM. à qual somente podem federar-se as CC.MM. que já estão federadas numa Federação ou Confederação Nacional nos seus países.

O Diretor dessa Federação Mundial é nomeado pelo próprio Papa.

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V - VIDA INTERIOR DA CONGREGAÇÃO

1 — Que se entende por vida interior da C.M. ?

Entende-se o conjunto de meios que a C.M. oferece ao congregado para a própria santificação. Esses meios são: a devoção a N . Senhora, os Exercícios de piedade diá­rios, semanais, mensais, anuais; as regras das CC.MM.

2 — Por que se dá tanta importância na C.M. à devoção à Nossa Senhora ?

Primeiro, por que a devoção a Nossa Se­nhora, como ensina a Igreja é uma garantia de salvação e perfeição para o católico. Por i«o mesmo tôdas as ordens c congregações religiosas consagram especial devoção a Maria SSma.

Segundo, porque tôda associação religio­sa deve ter um espírito próprio que a ani ma. O espírito das CC.MM., como disse mos na primeira parte, é a devoção a Nossa Senhora.

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3 — Quais são, segundo as regras, as pro­vas de uma verdadeira devoção a Nossa Senhora ?

São as seguintes:

a) — vontade pronta de fazer sempre o quea Ela agrada, (regra 27).

b) — professar sempre um afeto particula-ríssimo (regra 40).

c) — imitação das Virtudes de Maria SSma.(regra 40).

d) — pôr tôda a confiança em Maria SSma.(regra 40).

e) — propagar com ardor sua devoção (re­gra 40).

4 — Quais as práticas prescritas ou maisem uso nas CC.MM. ?

A consagração no dia da admissão e fre­quentemente renovada (r. 27).

Cultos especiais a N. Senhora nos atos da C.M. (r. C).

Uso de uma invocação ou mistério da vida de Maria SSma. como título primário da C.M. (r. 3).

Celebração litúrgica solene desse título ( r i . 11 e 12).

Reza diária do Terço.— 99 —

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Uso constante do distintivo, da fita com a medalha.

Recitação do “Angelus” de manhã, ao meio dia c à noite.

Meditação frequente sõbre a vida e vir­tudes de Nossa Senhora (r. 40).

Uso do escapulário, recitação do ofício da Imaculada Conceição, uso de jaculató- rias e sobretudo de nossa saudação maria­na: SALVE MARIA 1

5 — Além do título primário da C.M.convém ter um patrono secundário ?

Sim; todas as CC.MM. costumam tomar um título secundário de um santo de sua maior devoção conforme as condições dos congregados: formados ou operários; adul­tos ou rapazes; homens ou mulheres. Mui­tas vezes até, a C.M. para se distinguir de outra do mesmo título primário, toma o nome do patrono secundário.

EXERCÍCIOS DE PIEDADE

6 — Quais são os exercícios de piedadediários da C.M. ?

A C.M. como tal não tem nenhum exer­cício diário mas deve exigí-los dos congre­gados em particular.

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Esses atos são: a oração da manhã con­sistindo principalmente no oferecimento do dia pelas intenções do apostolado da oração.

A oração da noite com o exame de cons­ciência, como está no Manual.

A reza do terço e as orações antes e de­pois das refeições.

A regra 39 inculca também a comunhão frequente e até cotidiana.

7 — Quais os exercícios de piedade se­manais ?

A Missa com a comunhão, a bênção do SSmo. Sacramento com a reza do terço como c uso frequente nas paróquias aos domingos.

NOTA: — li’ lamentável a ausência dos congre­gados nas bênçãos do SSmo. Sacramento e ao terço na Igreja quando os simples fiéis lá estão. N5o se pode propriamente dizer que esses atos são obri­gatórios mas os congregados mesmos deveríam obri­gar-se a êles lembrados de que a C.M. é uma asso­ciação religiosa ou seja “de piedade”, sem a qual não pode haver santidade e apostolado.

A REUNIÃO8 — Qual o exercício semanal da C.M.

É a reunião. A este respeito diremos:Primeiro que deve ser semanal. Se as

dificuldades forem muito graves mantenha-— 101 —

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se um mínimo de uma reunião por mês com o P. Diretor substituindo as outras três com alguma iniciativa piedosa que re­una os congregados ao menos por setores quando eles vivem afastados entre si.

Segundo, observem-se os atos próprios do manual com as devidas adatações. Cortem- se decididamente essas atas e discursos in­termináveis, as justificações de ausências, as referências elogiosas, a cobrança das mensalidades, etc..

A reunião propriamente dita deveria du­rar, no máximo, 45 minutos constando principalmente da orientação do P. Dire­tor, de uma boa leitura, de algumas indica­ções oportunas ou avisos do Presidente.

Após a reunião, os membros da direto­ria com o P. Diretor poderão entre si re­solver ainda algum assunto relativo ao go- vêrno da C.M . ou casos individuais. En­tão estudarão as ausências não justificadas, o balancete da C.M . etc..

Terceiro, siga-se sempre a orientação do P. Diretor. Para isto requer-se sua presen­ça. Caso ele não possa assistir, procure o Presidente saber exatamente de suas indi­cações para transmiti-las na reunião e de­pois dê conta fielmente de tudo o que se iez.

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NOTA: — A reunião c um MEIO de formação < sobretudo de formarão da piedade. Duas conclu sões sc impõem: Primeira; não transformemos a re união em finalidade da C M. como sc esta fosse uma entidade destinada a se reunir um a vez por semana dc tal modo que sc venha a privar a pa­róquia da C.M. só porque os candidatos não po­dem reunir-se semanalmente.

Segunda conclusão: procuremos que a reunião seja realmentc formativa da piedade. Se não for possível manter um nível de real interesse nas quatro reuniões será mais prudente substituir uma ou duas por outros exercícios. Assim não obriga­remos os congregados a heroísmos infrutíferos.

9 — Quais são os atos de piedade mensais r

a) — A comunhão geral que as CC.MM. tealiznm num domingo do mes. b) — Um dia de recolhimento numa manhã de do­mingo, ou uma visita coletiva a um santuá­rio. Esses atos não são obrigatórios para as CC.MM. mas a C.M. pode impô-los aos seus congregados. Um congregado que não comunga nem sequer na comunhão geral mensal da C.M. não passa de cabide de uma iita azul.

RETIRO

10 — Quais os atos de piedade anuais?

Antes de mais nada o retiro da C.M. Sua prática está claramente prescrita na

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legra 9. Aqui no Brasil o costume consa­grou como época mais própria o Carnaval.

Estão principalmente obrigados os Con­gregados de 3.° grau. Se não for possível o retiro fechado devem recolher-se pelo menos em retiro aberto entrando de manhã e saindo à noite.

As CC.MM. que não urgem a prática do retiro estão se afastando de um ponto fundamental do nosso movimento.

11 — Mas como se pode obrigar todos oscongregados a fazerem retiro quando nem há lugar para todas ?

A dificuldade não é grave: faça-se em di­versas cpocas do ano. Mesmo que não seja possível para todos juntos, continua o retiro obrigatório para cada um. Se todos fossem a Missa no domingo não havería lugar. Mas você comete pecado mortal se não vai, só com esse pretexto.

12 — Há outras práticas de piedade obri-tórias durante o ano ?

Sim: os atos do dia aniversário da C.M., da festa do título primário, a cerimônia da recepção dos congregados devem ser atos rigorosamente obrigatórios.

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AS REGRAS

15 — E as regras das CC.MM. não são tam­bém meios de manter a vida de pie­dade ?

Sem dúvida. As regras bem observadas são a vida mesma da C.M. por tôda a vida interior e exterior da C.M. sua organização e apostolado, tudo está determinado pelas regras.

14 — Que são as regras comuns dasCC.MM. ?

São um conjunto de normas ditadas pela autoridade competente que regulam a vida da C.M. e dos seus membros. Chamam-se comuns para se distinguirem das regras pióprias das CC.MM. dc uma diocese, ou das regias particulares de uma C.M.

15 — Então as CC.MM. podem ter regraspróprias além das regras que constam no Manual ?

Sim; contanto que no essencial concor­dem com as regras comuns e sejam aprova­das pela autoridade competente. Essa au-

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toridade é o Bispo diocesano para tôdas as CC.MM. estabelecidas fora dos colégios ou igrejas dos Padres jesuítas. Sem esta apro­vação ou se as regras particulares forem muitos diferentes das regras comuns, a C.M. não poderá ser agregada à Prima Primária.

l(i — Quando foram promulgadas essas regras comuns ?

As regras primitivas das CC.MM. foram promulgadas pelo P. Geral da Companhia de Jesús Cláudio Aquaviva cm 1587, foram reformadas pelo P. Geral Pedro Bcckx em 1855. Finalmente cm 1 í)10 foram adapta­das aos tempos atuais pelo P. Geral Fran­cisco Xavier Wernz e assim figuram cm nosso Manual.

17 — Comete pecado o congregado que não observa as regras?

Não; porque as regras não nos obrigam sob pena de pecado, a não ser que a pres­crição coincida com os mandamentos de Deus ou da Igreja. O congregado porém está obrigado em consciência a cumprir as regras sob pena de faltar a palavra dada a Deus e a Nossa Senhora com tanta soleni­dade no dia de sua recepção na C.M.

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VI - O APOSTOLADO DAS CONGRE­GAÇÕES MARIANAS

1 — As Congregações Marianas devem en­tregar-se ao apostolado ?

Sim; os Papas e sobretudo Pio XII in­sistem neste ponto com tôdas as forças. Na C.M. o apostolado nasce da santificação do congregado. Não pode haver santidade sem apostolado. O Papa Pio XII diz: “A ação sem a qual não há verdadeira Con­gregação Mariana, deve ser o transborda- mento de uma vida intensa” . (Alocução aos Congregados de Rennes — ESTRELA DO MAR, nov. de 1953).

2 — Basta exercitar qualquer obra de zêlopara cumprir com o fim apostólico da C.M. ?

Não. O nosso apostolado deve ter as se­guintes condições:

todo empenho de acôrdo com nossa po­sição social (r. 1).

procurar sempre o maior bem possível dos próximos levando-os mesmo até a san­tidade. (r. 1).

o apostolado deve ser não só corporativo mas também individual, (r. 43).

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3 — Que obras de apostolado têm exerci­tado, de preferência, as CC.MM. ?

A defesa da Igreja sob tôdas as formas (r. 1), o catecismo, as visitas aos hospitais (r. 12)., o apostolado profissional, e social no meio ambiente (rr. 12, 33, -13).

NOTA : — Poderia isto parecer exagêro a muitos que nüo conhecem as CC.MM. ou que só conhe­cem a Congregado meio estagnada de sua paró­quia. Lembremo-nos porém de que as CC.MM. süo um movimento mundial. Se aqui parecem me­nos florescentes, há lugares onde elas realizam ma­ravilhas. Aliás uma pequena experiência do maria- nismo nacional nos permite afirmar que há apos- tolados exímios em muitas CC.MM. Graças a Deus no Brasil se trabalha bastante e se faz pouca propa­ganda.

4 — Afinal pode-se dizer que as CC.MM. são verdadeira Ação Católica ?

Isto já está fora de questão: “Roma lo- cuta, causa finita” (Roma falou, o povo ca­lou). O Papa Pio XII lem declarado isto cm todos os tons, sobretudo na Bis Saecula­ri e na sua última carta ao P. Luiz Paulus- sen, diretor do Seretariado Central das CC. MM. em Roma.

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5 — Poderia citar algumas frases do Papamais incisivas sõbre êste ponto ?

Poderia citar muitas; contento-me agora com duas. Na Bis Saeculari: "Às CC.MM. quer se lhes consideram as leis, quer se atenda à sua natureza, finalidade, empre­endimentos e atos, não se pode negar ca­racterística alguma das que distinguem a Ação Católica.”

Na carta ao P. Diretor do Secretariado Central de Roma refere-se à Constituição "Bis Saeculari” dizendo que é “como que a síntese de Nossa vontade a respeito dessa eximia e peculiar forma de Ação Católica que são as CC.MM.” .

6 — Mas para isso não seria necessárioque o congregado se inscrevesse na Ação Católica oficial embora conti­nuando a frequentar a C.M. ?

Não; S.S. Pio XII o diz também clara- mente na Bis Saeculari: “Devendo as CC. MM. prestar concurso e colaboração a qual­quer destas Associações (refere-se ás asso­ciações da A.C.) sob a guia e direção dos sagrados pastores, não é necessário que ca­da congregado individualmente, se lhes inscreva nos registros.”

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7 — Para que haja verdadeira C.M. é ne­cessário que todos os congregados pra­tiquem o apostolado?

Não. Basta que a C.M. por meio de alguns congregados, pratique o apostolado. Com isto ela tem direito a existir como C.M. O congregado porem que não prati­ca o apostolado, salvo o caso de absoluta impossibilidade, é que não tem direito de continuar na C.M..

ÚLTIMA PERGUNTA

Vale a pena ser congregado?

O valor de um objeto depende muito de nós mesmos. Se vocé, meu amigo, é uma alma de alpinista, já está dada a resposta. Vale a pena. A montanha é alta e os aces­sos difíceis. O cume porém é grandioso: a santidade, o apostolado, o heroísmo, o céu na terra e na eternidade com Maria Santís­sima .

Vale a pena subir essa montanha em cujo pmearo. fundindo suas cores com as do céu paneja aos ventos nossa bandeira, convidando-nos a uma verdadeira “Vida Mariana” .

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APENDICE I

Doze pontos da “BIS SAECULARI”

0 Santo Padre Pio XII na carta dirigida a<« Diretor do Secretariado Central das CC. MM., em julho de 1953, diz que a Consti­tuição “Bis Saeculari”, é como que a sínte­se de Nossa Vontade a respeito dessa "exi­mia e peculiar lorma de Ação Católica” que são as CC.MM..

É necessário pois que todos os congrega­dos conheçam pelo menos os pontos mais essenciais da doutrina dessa Constituição. Por isto, e para facilitar aos que não tem o Manual hem como aos que tem menos fa­cilidade em ler, resumimos aqui os doze pontos essenciais sobre a natureza das CC. MM. que vem no final da Constituição “Bis Saeculari” .

1 — As CC.MM. devidamente agregadas a Prima Primária não sòmente são aprova­das mas cumuladas de favores pela Igreja.

2 — Sòmente as CC. erigidas pela autori­dade competente, o bispo, (fora dos colé­gios e igiejas da Companhia de Jesús) são CC.MM. legitimas. Mas para ganhar tôdas as indulgências concedidas á Prima Primá­ria é preciso que lhe estejam agregadas.

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3 — As CC.MM. devem manter intactas suas leis, índole, instituição.

1 — Recomenda-se a observância das re­gias comuns. Essa observância ao menos nos pontos essenciais é necessária para a agre­gação à Prima Primária.

5 — Tôdas as CC.MM. dependem da hie- larquia eclesiástica.

G — O ordinário e o pároco tem jurisdi­ção sobre as Congregações fora dos colé­gios e igrejas da Companhia de Jesús.

7 — 0 Diretor, sempre sacerdote, tem plenos poderes sõbre a vida interna da C. M. sendo entretanto conveniente que os exerça por meio da Diretoria.

8 — As CC.MM. se chamam “Marianas" não tanto por seu título como principal­mente pela consagração dos congregados a Nossa Senhora. Esta consagração é perpé­tua salvo justo motivo de exclusão da C.M.

9 — A C.M. é só para os escolhidos e generosos.

10 — As CC.MM. devem formar católicos exemplares pela vida e apostolado.

1 1 — 0 apostolado, sobretudo social, por mandato da hierarquia, é uma das finali­dades primárias das CC.MM.

12 — As CC.MM. devem ser equiparadas is demais associações apostólicas sem ne­

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cessidade da inscrição individual dos con­gregados nelas.

APÊNDICE IIA consagração do Congregado a Nossa

Senhora (interpretada e meditada)

O AMBIENTEDe joelhos diante do altar o Congregado

pensa na solenidade do conjunto: a assis­tência dos companheiros, o altar represen­tando o Calvário onde Jesús Cristo, o Divi­no Chefe foi crucificado. O sacerdote ao lado do altar representando o próprio Jesus Cristo, que está presente mais invisí­vel no sacrário.

A vela acesa na mão é símbolo de sua fé e de sua fidelidade ao compromisso que vai assumir. É a terceira vez na vida que o congregado assume compromisso de vela a<csa na mão: no batismo recebeu a fé sem saber: os padrinhos prometeram por êle. Na primeira comunhão consciente do que la/ia reafirmou diante de Jesús Cristo as pioinessas do batismo. Agora, adulto, com desejo dc uma vida cristã mais perfeita e dedicada ao serviço de Maria SSma. de no\o dc vela acesa, êle vai fazer um jura­mento de fidelidade.

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EXPRESSÃO DE UM DESEJO

Santíssima Virgem Maria Mae de Deus : invocam-se os mais significativos títulos:

a Santidade e a Grandeza de Maria. San­tidade: Ela é Imaculada, sempre Virgem; a santidade de todos os santos termina onde a sua começa. Grandeza: Ela c Mãe de Deus e Rainha de todo o universo, por es­colha de Deus e j»or escolha dos homens.Eu N .N ................... o congregado volta osolhos para si mesmo e, corno c uso em todos os compromissos, pronuncia claramcnte o próprio nome.

£ o pecado oposto à santidade; è a bai­xeza, a pequenez oposta à grandeza, de Maria Santíssima.Ainda que indigníssimo de ser vosso servo:

o congregado reconhece duas coisas: que êle é muito indigno e que é muita honra ser servo de Maria. Não é o serviço de es­cravo sempre temeroso do chicote de seu senhor. É o serviço livre de quem sc entre­ga porque verdadeiramente ama sua Se­nhora .

Servir assim a Nossa Senhora c reinar. Movido contudo pela vos a admirável pie-

dade: é o principal motivo que arrasta o congregado aos pes do altar. Essa piedade

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se manifestou tantas vezes; desde o batismo* até o momento dessa consagração I

Piedade admirável porque extremamente generosa nos dons e porque perseverante apesar de tão má correspondência.

E pelo desejo dc vos servir: a única coisa bôa que o congregado pode encontrar em si mesmo 6 a bôa vontade de se entregar ao serviço de Maria.

Vos elejo hoje: a consagração do Congre­gado a Nossa Senhora é uma dupla eleição: de Nossa Senhora para com o Congregado e é misericórdia d’Ela; do congregado para com Nossa Senhora, e é suma honra para êle.

Hoje: palavra também significativa.Este dia marcará cpoca na sua vida; é um aniversário e uma festa da alma.

Em presença dc meu Anjo da Guarda : o Congregado se lembra especial mente deste companheiro invisível de todos os seus atos. Ele que tantas vêzes se entris­teceu vendo pecados, hoje sc alegra pre­senciando esta consagração.

E de tôda a còrtc celeste: a SSma. T rin ­dade, Jesús Cristo, os anjos todos, os Santos. Aí estão 43 santos congregados, S. João

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Evangelista que foi o primeiro "Filho de Maria”, S. José, S. Inácio de Loiola, fun­dador da Companhia de Jesús c portanto inspirador das CC.MM., S. Luís, padroeiro da juventude e padroeiro secundário das Congregações Marianas.

Por minha especial Senhora, Advogada c Mãe: todos os católicos reconhecem em Nos­sa Senhora ésses três títulos, mas o congre­gado os reconhece de modo especial e se julga com direito, mais credenciado do que outros a invocar assim Nossa Senhora uma ve/ que dc modo especial, está se consagran­do a ela.

Senhora: porque voluntáriamente se en­trega ao seu serviço.

Advogada: uma vez que o congregado se consagra ao serviço e defesa de sua Senho­ra, com todo direito, êle pode considerá-la sua especial advogada e defensora. Causa defendida por Maria, c causa vitoriosa.

Mãe: mais do que os outros católicos, o congregado quer ser reconhecido diante de Deus e dos homens por “filho dc Maria” . £sa nossa câmara, um parlamentar pensou ofender a um colega, congregado, chaman­do-o de “Filho de Maria". Retrucou o con­gregado que o "nobre" deputado estava

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Piuito cngnnndo, pensando ridicularizá-lo com esse título, pois era o seu título de glória ser “Filho de Maria” .

A CONSAGRAÇAO PRÒPRIAMENTE DITA

E FIRMEMENTE PROPONHO: não c um simples desejo, um sonho, uma poesia, uma inspiração passageira. É um propósito, um juramento solene à Rainha.

Firmemente: porque o congregado pen­sou bem e teve tempo para isso durante os estágios de aspirante e candidato. Ponde pesar bem a responsabilidade muito séria desta promessa que agora faz a Maria San­tíssima. Firmemente: não porque o congre­gado se sinta forte por suas próprias for­ças, mas porque está certo dc que Nossa Senhora o há dc ajudar.

SERVIR-VOS — já sabe o congregado em que consiste o serviço de sua Senhora. É a regra 1: santificação própria e apostolado. Na prática: vida de piedade, suas orações de todos os dias, Missa e comunhão nos Domingos, atos da Congregação, fugir do pecado e suas ocasiões mais correntes, ven­cer a preguiça, as más inclinações, colabo­rai com a C.M., visitar algum hospital, dar catecismo etc.

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SEMPRE — palavra fundamental. C congregado é congregado por tôda a vida, é um consagrado e a consagração de um objeto não desaparece senão com sua des­truição ou deterioração grave. Um cálice rachado perde a consagração porque já não pode mais conter o precioso sangue de Cristo. Pense nisto o congregado. Não consinta que o papel cm que escreveu e assinou sua consagração seja rasgado por sua leviandade, ou mau comportamento.

SEMPRE — Solteiro ou depois de casa­do, no Domingo e durante a semana, na Igreja e Sociedade, diante dos companhei­ros de fita azul que compreendem seus ideais e diante dos que zombam de seu dis­tintivo e de sua devoção.

SEMPRE — na alegria e na tristeza, no bcin estar e na penúria, na saúde e na do­ença, na vida e na morte.

E FAZER QUANTO PUDER: alusão expressa ao apostolado do Congregado. Dentro de suas possibilidades de casado ou solteiro, rico ou pobre, velho ou moço, le­trado ou ignorante c preciso que o congre­gado seja ativo. Não basta cochilar nas íeuniões.

PARA QUE DOS DEMAIS dos compa­nheiros, dos católicos praticantes e não pra-

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ticantcs, dos ateus, dos protestantes, dos pagãos.

SEJAIS FIELMENTE SERVIDA E AMADA: como Rainha do Universo Nossa Senhora merece ser servida e como Mãe dc todos os homens merece ser am ada.

DEPOIS DA CONSAGRAÇÃO, A SÚPLICA

Suplico-vos c rogo-vos oh Mãe piedosíssi­ma: súplica afetuosa filial invocando aque­la piedade admirável que foi o principal motivo desta consagração e é a porta aber­ta a todos os que desconfiam de si.

Pelo sangue de Vosso Filho por mim derramado: Nossa Senhora viu esse sangue gotejando das chagas e do lado aberto de seu Divino Filho na Cruz e sabe que Ele estaria disposto a derramar todo ósse san­gue para merecer a um congregado a sal­vação c a graça de poder consagrar-se à sua Mãe Santíssima. Nossa Senhora sabe que um congregado vale o sangue de seu Filho.

Mc recebais por servo perpétuo: o congre­gado pede a graça de ser o que ele tanto jeseja e tanto prometeu ser: servo perpé­tuo. Nossa Senhora não há de negar esse posto quando a “recomendação” que o Con-

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grcgado apresenta é nem mais nem menos que o sangue de Cristo. Servo perpétuo: Nossa fórmula repete cinco vêzes a idéia de serviço e duas vêzes a idéia de perpeiui- dade: indigníssimo servo; desejo de vos ser­vir; servir-vos sempre, fiehncnte servida; servo perpétuo.

No número dos vossos devotos: o congre­gado lembra de novo a galeria gloriosa dos 45 congregados marianos canonizados, os Papas congregados, os santos escondidos ainda neste mundo que servem a Rainha do Céu e da terra. Que glória ser como êles !

Assisti-me cm tôdas as minhas ações: em tôda a vida individual e coletiva, sempre e cm tôda a parte, o congregado deve agir como congregado e para isso precisa de uma assistência especial de Maria Santíssima.

E alcançai-me dc vosso Filho graça: para isso Maria é a Medianeira de Tôdas as Graças lendo até conseguido apressar a ho­ra dos milagres de Cristo nas bodas de Caná.

Para que sejam tais daqui para o futuro: esta consagração marca uma etapa de nova vida para o Congregado, etapa de conver­são e de santificação.

Os meus pensamentos, palavras e obras:— 120 —

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os pensamentos resumem a vicia interior cio congregado: sentimentos, afetos, desejos, re­cordações, inclinações, amor.

As palavras merecem atenção especial na atividade exterior por que por elas mais làcilmcnte se peca. A língua c "universi­dade dos males". Consagrar-se a Nossa Se­nhora e depois pronunciar com os mesmos lábios palavras indecentes, mentirosas, ca­lúnias é como servir-se do cálice do altar para a embriagues.

Obras: tôda a atividade exterior agora deve tomar outro rumo em tôda a parte c sempre.

Que nunca mais ofendam os vossos olhos c os do vosso divino Filho: Jesús Cristo con­cedeu ao congregado a graça desta consa­gração por que Maria Santíssima interce­deu e se dignou escolher o congregado para seu fiel servidor. O Congregado pecando deixa Nossa Senhora na difícil situação de quem recomenda um empregado a um grande amigo e depois o empregado se torna infiel.

É preciso que o Congregado não obrigue Nossa Senhora a dizer a seu divino Filho que o despeça.

Lembrai-vos dc mim: o Congregado ma­riano com seu escudo ao peito mais fàcil-

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mente será lembrado por Nossa Senhora. Ela tem bem presente o seu nome, seu ju­ramento depositado aos seus pcs. O con­gregado tem, pois, todo o direito de dizer a Nossa Senhora que se lembre, pois é pes­soa muito conhecida.

E nâo me abandoneis na hora dc minha morte: É o mesmo pensamento e a mesma súplica de todo católico na oração da Ave Maria: “rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte” . Se até os peca­dores tem direito de rezar assim quanto mais o Congregado que com tôda a bôa vontade se entregou a Maria Santíssima por essa consagração perpetua para mais amá-la e mais fielmente serví-la durante a vida. Na hora da morte descera sõbre cie o manto azul de Maria para servir de mor­talha ao seu corpo de consagrado.

AMEM — quer dizer: ASSIM SEJA. Numa palavra se afirma de novo pela úl­tima vez tudo o que se prometeu e se pede tudo o que se pediu. Este AMEM, é a ex­pressão dc uma atitude. O congregado revê o seu juramento e acha que não errou, que não deve retirar uma só palavra. O AMEM é sua assinatura no fim do juramento. Já não pode voltar atrás: é para sempre o ser­vo, o Cavaleiro de Maria.

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APENDICE mLadainha dos santos congregados

Esta ladainha é baseada na lista dos santos que foram congregados.

Além do uso particular de devoção, esta ladainha pode ser recitada durante as reuniões das Congre­gações, com a devida aprovação.

Senhor, tende piedade dc nós.Jesus Cristo, tende piedade dc nós.Senhor, tendo piedade de nós.Jesus Cristo. ou\í nos.Jesus Cristo, atendei-nos.Pai celeste que sois Deus. tende piedade de nós. Tilho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade dc nós.Espírito Santo que sois Deus, tende piedade dc nós.

S an ta Maria,S an ta Mãe de Deua. Mãe de Crlato.Mãe da Divina Oraça. Mãe doa Congregados. Mãe a quem fomos

consagrados R ainha da Congrega­

ção M ariana. R irlnha de quem so­mos — "a mão visí­

vel na terra” ,São João de Brebeuf. Santo André Bobola. Santo Isaac Jogues. Santo Antonlo Da­

niel.São Cario»1 O am ler, São Oabrlel Lalle-

m ant.São Natal Chabanel, São René Ooupll.São João de Lalande,

501l3

São João de B rito , Todos os San tos M ár­

tires Congregados. S anto Afonso de Ll-

górlo.São Pedro Canlslo, São Francisco de S a­

les,Todos os S an tos D ou­

tores Ccngregadoa, San to E stan lalau

Kostita.São Luiz Oonzaga. São João B atis ta de

Rossl.São B em adlno R ea-

llno,São Camilo de Lellls, São João B erchm ans São Fldells de S lgm a-

43a

&

3

São João F rancisco Regls,

São Pedro F o u rn le r, l

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Bfto Joaé C alanzani.Sào Pedro Claver.Báo V lr-n te c*e Paulo.Bfto Jofto Budes,Sào Francisco Jerô-

nlm nBfto Luls O rlgnlon de

MonTort.Bfto J<->fto B atista de

La 8ale,Bfto Leonnrdo de P e r­

to Maurício.Bfto v leente Stnvmbl.Bfto Jo«é CnfnKsoBfto Conrado Par-

zhan.Sftn OaHdM da Vir­

gem Dolorosa.Santo Antônio C laret,

sc

Todos os Santos Confessores Con­g re g a is .

S an ta M aria Ana de Jesus.

S an ta Bartolom ea Capitanea.

S an ta Vlcencla Qe-5a

S an ta M adalena So­fia Barat.

S an ta B em ardette

S anta Tereza do M e­n ino Jesus.

S an ta Franclsca Ca- brlnl,

Tôda* as Santas Vir­gens Congregadas.

I

lTodos os Santos Diretores e Instrutores Congregados. Todos os Santos Senhores e Senhoras Congregados. Todos os Santos Moros c Mo»as Congregados. Todos os Santos Meninos e Meninas Congregados.

JESrS CRISTO A QIEM SE CHEGA PORMARIA, perdoai-nos. Senhor.

JESCS CRISTO A QIEM SE CHECA PORMARIA, ouvi-nos. Senhor.

J tS IS CRTSTO A QIEM SE CHEGA PORMARIA, compadecei-vos de nós, Senhor.

Ador.ivel Jcsós vós me concedestes o alto privi- lógio dc tornar-me um Congregado e de consagrar- me todo e intcirainente agora e por tóda a eterni­dade íi Vossa e minha M5e Santíssima. Concedei- me. eu vos suplico, por interccss5o dc Nossa Santa Müe e de todos os Santos Congregados, a graça de ser um verdadeiro Congregado, nos pensamentos, nas palavras e ações. Permiti ainda. Senhor, que eu

me torne um Santo Congregado. Assim Seja.

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APENDICE IV

Confederação Nacional das Congregações Marianas

Fundada no dia 2 de maio de 1937 aob os auspícios e com a bênção fertilizadora de Sua Eminência Reverendissima D. Sebastião Leme, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, a Confederação Nacional das Congregações Marianas foi oficialmente promulgada no dia solene do Congregado Mariano, 16 de julho, nos têrmos seguintes:

"Considerando que para os movimentos de carãier nacional e tmemacional dus Congre­gações Marianas convem que haja unidade de vistas e harmonia de ação;

Considerando que estas finalidades se obtêm por meio da Confederação Nacional d<is Con­gregações Marianas;

Cuns.dtiando que a regra 68 das CC. MM. aconselha a instituição de Feaeraçoes e Cou- jeae ruçoes;

Considerando que a experiência de outros paises jd demonstrou a utilidade e eficácia das Confederações Nacionais;

Considerando que as circunstâncias atuais da Igreja e do mundo inculcam a necessidade e a importância de uma ação de conjunto;

ARTIGO I — Sem prejuízo da autonomia peculiar a cada Federação ou Congregação, fica instituída a Confederação Nacional das

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Congregações Marianas, com séde no Rio do Janeiro.

ARTIGO II — A Confederação Nacional terá as seguintes atribuições: a) Servir de traço de unido entre oa CC. MM. do Brasil e o Secretariado Central de Roma.

b) Ser um centro nacional informativo ma­riano.

c) Transmitir a orientação e as comunica­ções do Secretariado Central.

d) Coordenar os movimentos nacionais e internacionais.

ARTIGO III — Os órgãos diretivos da C. N. C. M. constam de um Conselho Ecle­siástico, formado pelos RR. PP. Diretores das Federações Estaduais e Diocesanas e dc uma Diretoria escolhida pelo Sr. Arcebispo do Rio de Janeiro e constituída de um Padre Diretor, um Presidente, um Assistente, um Secretário, um Tesoureiro, três Conselheiros.

ARTIGO TV — O Conselho Eclesiástico reu- nir-se-á cada ano, podendo seus membros fa­zer-se representar nos casos de impedimento.

ARTIGO V — A revista ESTRELA DO MAR será o órgão ofical da C. N. C. M.

Nesse mesmo dia 16 de julho foi nomeada e empossada a primeira Diretoria, escolhida por 8ua Eminência Reverendissima o Sr. Cardeal Arcebispo do Rio, para dirigir a C. N. C. M.

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Achava-se assim constituída:DIRETOR. R. P. Cesar Dainese, 8. J.PRESIDENTE: Dr. Augusto Paulino.ASSISTENTE: Comte. Eulino Rosário Car­

doso.SECRETARIO: Francisco Buarque Alves.TESOUREIRO: Dr. Edgard de Oliveira

Fonseca.CONSELHEIROS: Dr. Bento José Ribeiro

de Castro, Ladislau Alves de Souza e Dr. Antonio da Rocha Passos Jr.

A promulgação ofical da C. N. C. Af. e a escolha da sua diretoria foi comunicada a todas as Congregações Marianas do Brasil por meio dos R. P. Diretores das Federações Estaduais e Diocesanas.

Atualmente a Diretoria está modificada nos seus quadros:

Diretor: O Emo. Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro;

Vice Diretor: um sacerdote de sua nomea­ção;

Dois assistentes, dois secretários, dois te­soureiros, seis conselheiros.

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1. * Parte - O CONGREGADO MARIANO

Págs.I — Personalidade do congregado ............... 7

II — Instrução do congregado — Programapara instrução religiosa na C.M............. 15

III — Vida moral do congregado — Os dezmandamentos do congregado ............. 24

IV — A oração do congregado — Missa —Meditação e exame ............................... 61

2. * Parte - A CONGREGAÇÃO MARIANA

I — Natureza e origem das CC.MM. 69II — Organização da C.M. — Ereção Canônica 76

III — Admissão — Exclusão — Transferênciasdos congregados ..................................... 87

IV — Vida intercongregacional — Dia Mundial— Federações — Confederação — Secre­tariado — Federação Mundial .............. 96

V — Vida interior da C.M................ 99VI — Apostolado das CC.MM.............. 108

APENDICES

I — Doze pontos da “Bis Saeculari” ......... 112If — A consagração do congregado a Nossa

Senhora (Interpretação — Meditação) . 114III — Ladainha dos Santos Congregados . . . 124IV — A Confqdcração Nacional das CC.MM. 126

Í N D I C E

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