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Marta Taniwaki Instituto de Tecnologia de Alimentos Vida de prateleira de alimentos: aspectos microbiológicos

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Marta Taniwaki Instituto de Tecnologia de Alimentos

Vida de prateleira de alimentos: aspectos microbiológicos

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Mudanças no alvo

30 anos atrás...

A ignorância é felicidade

20 anos atrás...

Um pouco de informação é perigoso

Hoje...

O consumidor tem o direito e consegue saber

Amanhã...

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Novas Tecnologias

Demanda do consumidor por diversidade e praticidade.

Demanda do consumidor por alimentos naturais, livres de conservantes, alimentos orgânicos, sem processamento, redução do sódio , entre outros.

Desenvolvimento de novas tecnologias:

Alimentos minimamente processados

Alimentos embalados em atmosfera modificadas

Irradiação

Alta pressão

Outros

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Vida de prateleira

Definição conforme IFST (Institute of Food Science and Technology): O tempo durante o qual o produto alimentício: 1. Permanece seguro;

2. Mantém as características sensoriais, químicas, físicas e

microbiológicas desejadas; 3. Cumpre com qualquer declaração constante no rótulo quanto

aos seus dados nutricionais, quando armazenado nas condições recomendadas.

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Fatores intrínsecos que influenciam a vida de prateleira

Atividade de água;

Valor de pH e acidez total

Potencial redox ou valor redox

Oxigênio disponível

Nutrientes

Microbiota natural e contagens de micro-organismos sobreviventes

Bioquímica natural da formulação do produto (enzimas, reagentes químicos)

Uso de conservantes na formulação do produto

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Atividade de Água (aw)

Teor de água livre no alimento

Fator limitante para o crescimento de micro-organismos

Água é carreadora de enzimas e compostos oxidativos, responsáveis pela deterioração do alimento

Umidade é o teor de água total: livre e ligada.

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Barbosa-Canovas et al. 2007

Estabilidade dos alimentos em função da atividade de água (aW)

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Classificação dos alimentos quanto à aw

Atividade de água > 0,90: alimentos de alta umidade

Leite e seus derivados, exceto leite em pó e queijos duros Carne e seus derivados exceto carne seca e alguns embutidos curados e/ou fermentados Vegetais não desidratados Frutas e seus sucos e polpas não concentradas Massas frescas

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• Carne seca, Peixe salgado

• Frutas secas

• Xaropes de açúcar

• Sucos de frutas concentrados

• Caldo de carne concentrado

• Leite condensado

• Goiabada e marmelada

• Caldas e coberturas carameladas

• Queijos duros

• Alguns produtos cárneos curados como salame

• Congelados

• Pet foods

Atividade de água entre 0,89 e 0,60: alimentos de umidade intermediária

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• Alimentos em pó (leite, café solúvel, pós para sopas ou pudins, gelatina e outros)

• Frutas liofilizadas

• Massas secas

• Biscoitos

• Condimentos secos

• Grãos e cereais

Atividade de água < 0,60: alimentos de baixa umidade

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pH e acidez

É a relação entre pH e concentração do íon H.

É um fator limitante que determina a sobrevivência e

crescimento principalmente das bactérias patogênicas. Os esporos de Clostridium botulinum não germinarão em alimentos com pH inferior a 4.8

Maioria dos fungos não são afetados pelo pH.

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Classificação dos alimentos quanto ao pH

pH >4,5: alimentos de baixa acidez (RDC 12/2001)

Ovos Leite e seus derivados exceto iogurtes e outros tipos de produtos fermentados Carnes, pescados, frutos do mar e seus derivados, exceto os produtos fermentados ou acidificados Vegetais e seus derivados não acidificados ou fermentados Algumas frutas e seus sucos e polpas (manga, melão, melancia, coco, figo, banana)

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Iogurte e outros derivados fermentados de leite Conservas vegetais acidificadas Vegetais fermentados Tomate e seus derivados Algumas frutas e seus sucos e polpas (caju, mamão, goiaba, pera, ameixa e algumas variedades de manga)

Classificação dos alimentos quanto ao pH

pH entre 3,7 e 4,5: alimentos de média acidez (Silva et al., 2010)

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pH <3,7: alimentos de alta acidez (Silva et al. 2010)

Classificação dos alimentos quanto ao pH

Molhos para saladas Picles Chucrute Refrigerantes Algumas frutas e seus sucos e polpas (laranja, limão, abacaxi, maçã, maracujá, morango, uva) Vinagre

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Valores mínimos para crescimento microbiano

Micro-organismos pH aw Temperatura (ºC)

Patogênicos

Salmonella 4,0 0,94 7

S. aureus 4,0 (4,5 toxina) 0,83 (0,90 toxina) 6 (10 toxina)

B. cereus 4,4 0,91 < 4

C. botulinum (proteolítico) 4,6 0,93 10

C. botulinum (não proteolítico) 5,0 0,97 3,3

L. monocytogenes 4,3 0,92 0

E. coli 4,4 0,95 7

V. parahaemolyticus 4,8 0,94 5

Y. enterocolítica 4,2 0,94 -2

E. coli 0157 4,5 0,95 -6,5

Deteriorantes

Pseudomonas 5,5 0,97 < 0

E. aerogenes 4,4 0,94 < 0

Bactérias lácticas 3,8 0,94 4

Leveduras 1-5 0,62 – 0,85 -5

Bolores < 2,0 0,61 - 5

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Potencial de oxido-redução

Processo de oxidação e redução = troca de elétrons entre

compostos químicos geração de uma diferença de

potencial elétrico entre os compostos medida com

instrumento apropriado, resultado em V ou mV.

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Potencial de oxido-redução

ALIMENTO Eh (mV)

Leite +200 a +340

Carne crua inteira -60 a -150

Carne crua moída +225

Suco de uva +409

Suco de limão +383

A presença de oxigênio é o fator que mais contribui para o

aumento do Eh de um alimento.

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Atmosfera

Bactérias podem ser: aeróbias estritas (Pseudomonas spp.), anaeróbias facultativas (Salmonella, S. aureus, B. cereus, etc) anaeróbias estritas (Clostridium spp.). A maioria dos fungos filamentosos são aeróbios. Exceção: B. fulva, B. nivea, Mucor plumbeus, Fusarium oxysporum Geotrichum candidum podem crescer em atmosfera com menos de 0,5% O2.

Leveduras podem crescer em condições de aerobiose e anaerobiose.

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Nutrientes

Bolores: crescem numa grande variedade de substratos Leveduras: melhor crescimento em substratos ricos em açúcar e alimentos líquidos. Bactérias: crescem numa grande variedade de substratos. Exceção: Bactérias lácticas ( vit. B)

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Interação microbiana

Metabólitos produzidos por um determinado micro-organismo podem afetar o desenvolvimento de outros tipos de micro-organismos presentes no mesmo alimento

Bactérias do ácido láctico, diminuem o pH, inibindo o crescimento e produção de toxinas de Clostridium botulinum

Leveduras: descarboxila o ácido láctico, alcalinizando o meio, favorecendo o crescimento de C. botulinum.

Pseudomonas aeruginosa em alimentos podem produzir tiamina e triptofano ( essenciais para o S. aureus).

Bacteriocinas produzidas por alguns micro-organismos, com ação bactericida. Ex.: bactérias do ácido láctico, alguns bacilos e clostridios.

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Conservantes

Maioria dos micro-organismos são inibidos por

conservantes.

Exceção: Z. bailii - 800mg/L ácido benzóico pH 3,0

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Fatores extrínsecos que influenciam a vida de prateleira

Perfil de tempo-temperatura, durante o processamento

Controle de temperatura durante o armazenamento e distribuição;

Umidade relativa (UR) durante o processamento, armazenamento e distribuição

Exposição à luz (UV e IV) durante o processamento, armazenamento e distribuição

Contagem microbiana ambiental durante o processamento, armazenamento e distribuição

Composição da atmosfera dentro das embalagens

Tratamento térmico posterior (reaquecimento ou cozimento antes do consumo)

Manuseio do consumidor.

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Tempo/Temperatura de processamento

Em geral, as células bacterianas vegetativas e conídios fúngicos começam a perder viabilidade (sofrem destruição) em temperaturas próximas de 60oC, sendo inativadas mais efetivamente a 70oC.

Os esporos bacterianos e ascosporos fúngicos podem resistir por várias horas acima de 100oC, resistindo a processos de pasteurização, fervura, branqueamento.

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Temperatura

Com base na temperatura de crescimento: 4 grupos de micro-organismo

Mínima Máxima Ótima

Termófilos 40 / 45°C 60 / 90°C 55 / 75°C

Mesófilos

Psicrófilos

Psicrotróficos

5 / 15°C 37 / 47°C 30 / 45°C

-5 / +15°C 15 / 20°C 12 / 15°C

-5 / +15°C 30 / 35°C 25 / 30°C

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A composição gasosa do ambiente que envolve o alimento pode determinar o tipo de micro-organismo que poderá predominar nesse

alimento.

Aeróbios estritos/ anaeróbios facultativos

Presença de oxigênio atmosférico favorece

Anaeróbios facultativos / Estritos

Ausência de oxigênio atmosférico favorece

ATMOSFERA ENVOLVENDO O AMBIENTE

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Umidade relativa de equilíbrio do ambiente

Sendo aw = URE / 100, a URE do ambiente em que o alimento estiver armazenado deverá ser bem controlado, evitando variação na aw

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Para determinar a vida de prateleira

É preciso ter o máximo de informações sobre o alimento a ser conservado, conhecendo-se o mecanismo e a cinética das principais reações de deterioração.

A vida útil de um produto é informação estratégica de uma empresa, para gerenciar melhor sua logística de distribuição e informar, de forma mais adequada as condições de sua conservação aos consumidores.

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Parâmetros críticos a considerar num estudo de vida de prateleira

Caracterização da microbiota inicial;

Crescimento dos micro-organismos deteriorantes;

Aumento ou diminuição de pontuação numa escala de avaliação sensorial;

Perda de nutrientes;

Alteração de sabor causada por oxidação ou hidrólise de gorduras;

Ganho ou perda de umidade, com alteração de textura;

Aumento na concentração de estanho e chumbo e outros componentes da embalagem.

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Para prolongar a vida de prateleira

Seleção e qualidade das matérias primas;

Formulação do produto e elaboração;

Ambiente de processamento;

Técnicas de processamento e conservação;

Embalagem;

Armazenamento e distribuição;

Manuseio do consumidor.

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Testes acelerados

Elevações de temperatura e/ou umidade relativa para acelerar as reações e, com base em parâmetros cinéticos, extrapolar os resultados com alguma segurança.

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Estocar os alimentos a 38°C e extrapolar os resultados (perda de cor, sabor, textura, valor nutritivo) para temperaturas mais baixas, considerando uma duplicação da velocidade da reação a cada incremento de 10°C na temperatura. A vida de prateleira a 28°C seria o dobro daquela a 38°C (Woodroof, 2012).

Estudos paralelos devem ser realizados em temperaturas mais próximas daquelas esperadas para o armazenamento a fim de confirmar esta relação (Woodroof, 2012).

Teste acelerado

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Vida de prateleira versus Data de validade

Vida de prateleira diz respeito à qualidade do produto.

Data de validade é uma norma aceita pela indústria, ou imposta pelo

governo, para garantir a segurança no consumo de um produto.

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Conceito do Objetivo da Segurança do Alimento (Food Safety Objective - FSO )

A frequência máxima e/ou concentração de um perigo

microbiano no alimento no momento do consumo que fornece

um nível apropriado de proteção à saúde [ ALOP ]

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FSO = Objetivo da segurança de alimento (food safety objective) Ho = concentração/população inicial do perigo ΣR = total de redução (inativação ou remoção do patógeno ou

contaminante) ΣI = total de aumento (crescimento ou recontaminação durante

estocagem ou transporte)

Equação FSO para Bactéria

Ho - ΣR + ΣI FSO

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Ho = é a concentração inicial da micotoxina no momento da colheita – quando a análise é realizada

concentração/população inicial do perigo ΣI = total de aumento durante secagem, estocagem ou transporte ΣR = total de redução durante o processamento No caso de um perigo químico como as micotoxinas, o limite

estabelecido pelo país para a micotoxina no alimento, pode ter o status de um FSO.

Equação FSO para Micotoxinas

Ho + ΣI - ΣR FSO

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FSO

DOENÇAS/ MORTE

PERIGO VARIABILIDADE DO PROCESSO

Penhasco da Segurança do Alimento e Gerenciamento do Risco (ICMSF)

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Teste de desafio (Challenge test)

O challenge test é uma ferramenta que nos permite estudar a evolução de um determinado micro-organismo num alimento.

O challenge test pode determinar a duração da fase lag e de multiplicação antes que o FSO seja ultrapassado.

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Determinação da vida de prateleira (ICMSF, 2008)

Uma abordagem para o gerenciamento da segurança do alimento é ter o alimento deteriorado e rejeitado pelo consumidor em virtude da baixa qualidade, antes que os patógenos possivelmente presentes possam se multiplicar até um nível em que se tornam uma ameaça à saúde pública.

Na ausência de deterioração, uma forma de limitar a vida de prateleira pode ser o emprego de rotulagem do tipo “consumir antes de” ou de indicadores de tempo-temperatura.

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Validação de medidas de controle (ICMSF, 2008)

Validação: a obtenção de evidências que demonstrem que uma medida de controle, ou uma combinação de medidas de controle, quando implementadas de forma correta, são capazes de controlar o perigo, conforme esperado.

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Os dados de validação devem ser revisados periodicamente para determinar se dados científicos novos ou mudança nas condições de operação alterariam as conclusões de validação anteriores.

O surgimento de um novo micro-organismo requer uma reavaliação do processo com base nas características desse micro-organismo.

Mudanças na contaminação inicial dos ingredientes, na formulação do produto, nos parâmetros de processo ou nas condições de armazenamento requerem uma revalidação do processo.

Validação da vida de prateleira (ICMSF, 2008)

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O objetivo da data de validade é informar o consumidor a consumir o alimento de forma segura.

A data de validade só deve ser considerada se o produto for adquirido intato e sem qualquer tipo de danos.

Os consumidores devem sempre seguir as instruções de armazenamento do fabricante, particularmente no que se refere à temperatura e utilização do produto após a abertura.

Concluindo

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Muito obrigada pela atenção

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