produção de leites fermentados e derivados_rev.01

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    Introduo

    A origem dos leites fermentados estprovavelmen-te associada histria da prpria

    civilizao e poca em que o homem comeou a

    domesticar animais e a utilizar o seu leite.

    Uma verso da origem do leite fermentado temcomo cenrio o deserto da Turquia onde os pastores

    ar-mazenavam o leite fresco em bolsas feitas de pele

    de cabra e atavam-nas aos camelos. O calor do

    corpo do ca-melo criava as condies necessrias

    ao desenvolvimento de bactrias cidas. O leite

    transformava-se, ento, num produto mais slido.

    Quando as bolsas ficavam vazias eram novamente

    cheias de leite sem nunca serem lavadas, o que

    favorecia ainda mais a ocorrncia do processo de

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    Definio

    Entende-se por Leites Fermentados os produtosresultantes da fermentao do leite pasteurizado ou

    esterilizado, por fermentos lcticos prprios. Os fermentos

    lcticos aludidos nesse item devem ser viveis, ativos e

    abundantes no produto final durante seu prazo de

    validade.

    Resoluo n 5, de 13 de novembro de 2000 (*)

    do MAA, D.O.U 02/01/2001 (republicao de 27/11/00)

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    Caractersticas

    O tipo e o aspecto do leite fermentado dependero:

    das caractersticas do substrato;

    dos tipos de microrganismos;

    da tecnologia empregada no processamento.

    Leite

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    Requerimentos para a produo de um bom leitefermentado:

    leite com boa qualidade microbiolgica;

    alto tratamento trmico do leite;

    bactrias viveis e ativas;

    rpido resfriamento e boa sanitizao.

    Leite

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    Principais culturas lcticas:

    Produtoras de cido: abaixam o pH de 6,6 para 4,6;emgeral, so naturais do leite: ex: Lactococcuslactis subsp

    lactis; Lactococcus lactis subsp cremoris, Streptococcusthermophilus, Lactobacillus bulgaricus;

    Produtoras de aroma: Lactobacillus, Lactococcus lactis

    subsp lactis variedade diacetilactis = fermentador docitrato com produo de diacetil.

    Leite

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    Benefcios

    O leite fermentado apresenta uma composionutricional idntica do leite, no que diz respeito sprotenas, gordura, s vitaminas e aos minerais. Paraatenuar a acidez natural dos leites fermentados e facilitar

    a sua degustao comum adicionar acar, aumentandoassim o seu valor calrico.

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    Iogurte

    O Iogurte reconhecidamente um alimentotradicional dos povos do Oriente Mdio e o interessenesse produto fez com que ele se difundisse na Itlia,Frana, Holanda, para outros pases europeus e para a

    Amrica do Norte.Pode ser caracterizado como um produto que

    resulta da fermentao do leite por culturas starters*que contenham somente o Streptococcus thermophilus e

    o Lactobacillus delbreckii, subsp. bulgaricus. No entanto,no se impede que o produto possa ser veculo de outrabactria, como Lactobacillus acidophilus, adicionado apsa elaborao do produto durante o seu resfriamento.

    * culturas starters: so fermentos, inculos e culturas lticas usados no desenvolvimento de produtos lc-teos fermentados. A cultura pode ser constituda de uma estirpe de uma espcie bacteriana, conhecida por

    cultura simples, ou pode reunir vrias estirpes e, ou, espcies, sendo chamada, assim, de cultura mista.

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    Fabricao

    Embora estejam aparecendo no mercado novosprodutos, comercialmente existem dois tipos de iogurtes:tradicional e batido. Esto listadas, a seguir, as etapas defabricao comuns a ambos os tipos:

    1. Seleo do LeiteO leite deve apresentar:- acidez sempre inferior a 20D**;- aroma e sabor normais;

    - alto teor de slidos;- ausncia de microorganismos patognicos e desubstncias inibidoras da fermentao ltica;- teor de gordura padronizado.

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    2. Adio de SubstnciasPara que o iogurte tenha uma boa consistncia,

    necessrio que o leite tenha um extrato seco desengordu-rado de 15%. Podemos aumentar o teor de slidos por

    concentrao do leite ou por adio de leite em p des-natado ou leite concentrado desnatado.No caso da produo de iogurte batido, costuma-se

    adicionar de 18 a 12% de acar para melhorar o sabor econsistncia. No Brasil, proibida a adio de estabili-

    zantes e espessantes.

    Iogurte

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    3. Pr-aquecimentoO leite incrementado aquecido de 50C a 60C

    com a finalidade de facilitar a homogeneizao.

    4. HomogeneizaoEsta operao melhora a qualidade do produtofinal, evitando a separao da gordura alm de melhorar aconsistncia, a cremosidade, o sabor e a digestibilidade doIogurte.

    A presso utilizada na homogeneizao varivelentre 150 e 200atm.

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    5. PasteurizaoO principal objetivo da pasteurizao a destruio

    dos germes patognicos e a eliminao de grande parteda flora microbiana normal do leite, favorecendo, desta

    maneira, o crescimento dos microrganismos posterior-mente inoculados. Alm disso, temos a reduo do teorde oxignio no leite, bem como a precipitao da albumi-na e da globulina, favorecendo a consistncia e a hidrata-o do cogulo.

    Iogurte

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    6. ResfriamentoA finalidade desta operao abaixar, rapidamen-

    te, a temperatura do leite at um valor conveniente para ainoculao do fermento.

    7. InoculaoAps o tratamento trmico, o leite transferido

    para tanques de ao inoxidvel, providos de agitador,

    onde colocado, com 2 a 3%, em peso, da cultura lcticaselecionada.

    Embora essas culturas possam, eventualmente, in-cluir Lactobacillus lactis, Lactobacillus helveticus,Streptococcus diacetilactis, etc., fundamentalmente o

    Iogurte

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    inoculo constitudo por dois microorganismos: S.termophilus e L. bulgaricus numa proporo numrica e-quitativa, contendo de 2 a 4 milhes de clulas por milili-tro.

    De uma forma geral, as qualidades desejveis emuma cultura para iogurte so: pureza; crescimento vigoro-so; produo de cogulo consistente; facilidade de conser-vao; ser resistente a acar, bacterifagos, penicilina eoutros antibiticos; e produzir iogurte com bom aroma esabor.

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    8. FermentaoDurante a fermentao, as bactrias do iogurte, S.

    termophilus e L. bulgaricus, crescem simbioticamente,produzindo acido ltico e compostos aromticos, alm de

    formar o cogulo. No inicio da fermentao, a acidez doleite (menor que 20 D) favorece o crescimento do S.termophilus, estimulado por alguns aminocidos livres(especialmente a valina) produzidos pelo L. bulgaricus, oque provoca um aumento de acidez. Nesta fase, o S.

    termophilus libera acido frmico estimulante do desenvol-vimento do L. bulgaricus.

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    Ao se atingir aproximadamente 46 D, o meio setorna pouco propcio ao S. termophilus, favorecendo orpido desenvolvimento do L. bulgaricus, com produode acetaldedo, o principal responsvel pelo aroma carac-

    terstico do iogurte. Com o aumento de acidez, o pH seaproxima de 4,6, ponto isoeltrico da protena do leite, etem-se a coagulao.

    No final da fermentao, desejvel que a propor-o numrica entre as duas espcies de microorganismos

    seja similar. Uma curva tpica do crescimento microbianopode ser observada na figura abaixo:

    Iogurte

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    Curva de desenvolvimento simbitico da cultura ltica durante a fermentao do iogurte.

    F = fator de multiplicao do microorganismo.

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    Continua-se a fermentao at que a acidez atinjade 85D a 90D. Nessa fase do processamento que sefaz a diversificao na tcnica de fabricao conforme sequeira obter iogurte natural ou batido.

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    Bebida Lctea X Leite

    FermentadoDe acordo com a legislao brasileira, a diferena

    entre iogurte e o leite fermentado o teor e o tipo debactrias benficas (os chamados lactobacilos) que soadicionadas, tendo o leite fermentado geralmente uma

    maior concentrao destes lactobacilos.J com relao s bebidas lcteas, a diferena se

    encontra na composio de leite. No iogurte adiciona-seleite. J na bebida lctea adicionado o soro do leite,tornando-o menos consistente e nutritivo.

    O leite fermentado tem sido muito recomendadopara recompor a flora intestinal, principalmente aps ouso de antibiticos e diarreias.

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    Benefcios

    Baixo teor de lactose - A lactose parcialmentetransformada em acido ltico durante o percurso dafermentao, o que facilita a assimilao do iogurte emindivduos com intolerncia lactose

    Protelise e digesto - As protenas do leite, que tmum alto valor biolgico, so parcialmente pr-digeridaspor ao das bactrias lticas, o que permite umamelhor digesto.

    Vitaminas - ajudam no desenvolvimento das bactriaslticas que, por sua vez, produzem outras vitaminas,aumentando, assim, a variedade de vitaminas presentesno iogurte.

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    Minerais - apresenta uma ampla variedade de minerais,destacando-se com maior importncia o clcio, quepara alm do mais apresenta uma elevadabiodisponibilidade.

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    Queijo

    A dessora do leite fermentado promovido poragitao ou quebra do cogulo, deu origem a umdecantado constitudo de protena, casenaprincipalmente e de gordura do leite, surgindo assim um

    concentrado proteico-gorduroso de alto valor alimentcio,denominado queijo.

    Tecnologicamente falando:

    O queijo um concentrado protico-gorduroso resultan-

    te da coagulao do leite, seguida da dessora do coguloque causa o decrscimo na umidade.

    A protena o componente mais importante do queijo.

    A gordura varia de acordo com o tipo de queijo.

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    Fabricao

    No conceito moderno e industrial, o leite para quei-jos deve obedecer s mesmas exigncias de qualidade ede conservao requeridas para o leite pasteurizado.

    de extrema importncia que o leite para queijos

    no apresente inibidores bacteriolgicos como antibiti-cos.

    A composio do leite tem importncia fundamen-tal nas caractersticas do queijo final.

    Ex: leite de ovelha = queijo roquefort

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    A gordura tem papel muito importante: Cor;

    Consistncia;

    Sabor final dos queijos;

    Em vista disso, existem certos tipos que ficamgradativamente muito mais saborosos e obtm maiorpreferncia do consumidor, medida que se aumentao seu teor de gordura;

    Ela promove uma melhor reteno da umidade,diminuindo, portanto, as perdas por desidrataodurante a cura, armazenamento e comercializao.

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    A pasteurizao uma exigncia legal para queijoscom cura at 60 dias.

    No caso dos queijos curados acima de dois meses,os patgenos morrem durante esse perodo.

    Na pasteurizao do leite para queijos o tratamentotrmico exigido para a destruio dos patgenos, ou seja,72oC por 15 segundos, ou 63oC por 30 minutos destritambm as bactrias lcticas importantes na produo do

    sabor e aroma dos queijos durante a cura. Da a exignciade se adicionar ao leite, aps a pasteurizao, culturaslticas selecionadas especificamente para os diversostipos de queijos.

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    O leite pasteurizado tambm no possui a maioriadas enzimas naturais encontradas no leite cru, as quaiscontribuem para o desenvolvimento do sabor e aromafinal do queijo.

    1. CoagulaoEtapa decisiva na fabricao de queijos.

    Visa concentrar a protena do leite retendo tam-bm a gordura.

    A dessora do cogulo d origem massa que ento, moldada em formas diversas de acordo com o tipode queijo. O fenmeno da coagulao se devebasicamente casena, a qual perde a sua estabili-

    dade em funo de vrios agentes fsicos e ou

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    qumicos dos quais a acidificao e a ao das enzimasproteolticas so os que nos interessam sob o ponto devista da tecnologia dos queijos.

    2. Tratamento da Massa ou Dessora

    No final da coagulao, com o gel ou cogulo for-mado, tendo obtido a consistncia adequada, denomina-se ponto de corte da massa.

    A definio do ponto de corte:

    antes do ponto - cogulo frgil com perda de casena egordura para o soro.

    depois do ponto - cogulo muito rgido, dificultando

    a dessora.

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    3. Moldagem

    Separao do soro - Nesta etapa se deseja separaro soro da massa de forma eficiente e a mais rpidapossvel, a fim de no se perder o controle da acidez damassa, pois ela aumenta quando ainda submersa no soro.

    Pr-prensagem - Submete-se a massa a umapresso visando extrair mais intensamente o soro e unir amassa em um bloco compacto.

    Salga da massa - Na maioria das vezes realizada

    logo aps a prensagem. No entanto o melhor momento diretamente na massa logo aps a separao do soro, an-tes da enformagem, pois permite melhor dosagem emelhor distribuio do sal, alm de ser muito mais r-

    pido, dispensando salmoura, prateleiras. Etc.

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    Enformagem - Aps a separao do soro e pr-prensagem, a massa colocada em formas apropriadascujas dimenses e formatos variam de acordo com o tipode queijo.

    Divide-se o bloco de massa em fraes uniformesque caibam dentro das formas.

    Evitar subdivises desordenadas, pois provocampedaos irregulares e no se unem uns aos outros,

    originando rachaduras ou a quebra dos queijos.

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    4. PrensagemEsta operao visa unir os gros de massa,

    dando origem a um s bloco de estrutura

    homognea, que define o formato prprio do queijo e

    completa dessora.A presso exercida depende do tipo de queijo,

    podendo variar de 5 a 30 vezes o peso do prprio

    queijo, e ter uma durao de 3 a 20 horas.

    Quanto mais desidratada for massa, maiordeve ser a prensagem. Recomenda-se sempre

    uma presso menor no inicio, aumentando-se

    gradativamente at atingir a presso mximadesejada.

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