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Proprietário, Administrador e Editor
V . S . M O T T A P I N T O
Quinta-feira, 19 de Maio de 1955 Ano I — N.°12
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - RUA JOSÉ JOAQUIM MARQUES, 48 - A --------------------------- M O N T I J O ---------------------- ----COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO - TIPOGRAFIA «GRAFEX» - MONTIJO
A W
D I R E C T O R
R U Y D E M E N D O N Ç A
a s T é c n i c a sV i a g e m T r iu n fa lSua Excelência o Senhor
Presidente da República — General Higino Craveiro Lopes — percorre neste momento parcelas do nosso território ultramarino,
O êxito desta viagem -que Vem continuar uma política de aproximação — em tão boa hora iniciada pelo saudoso Presidente Carmona, não se pode avaliar em simples notícia de imprensa. Não queremos no entanto deixar de assinalar nesta hora alta de patriotismo, tão exoberantemente manifestada pelos nossos irmãos de outro Continente, a viagem triunfal do nosso venerando Chefe de Estado. Ela representa para nós a certeza de que Portugal continua a ser Portugal, quer os seus territórios estejam compreendidos entre o Minho e o Guadiana, a beijar o Zambeze ou a banhar-se nas revoltas águas do Indico.
No sector das actividades industriais o problema da saúde do trabalhador oíe- rece-nos diversos planos de visão que dão corpo, que estruturam a Higiene Industrial, importante ramo da higiene aplicada que abarca não só as questões sanitárias ligadas às profissões e meios em que se exercem — Higiene Profissional — , como também as de Higiene Pública resultantes da influência das instalações e laborações industriais sobre a salubridade local.
Neste capítulo há que ter em linha de conta, logo de início, que a localização de um estabelecimento industrial não é indiferente. Se há que ter em consideração as vias de comunicação, o fácil acesso às matérias primas, à mão de obra e aos mercados, o preço e a lar-
C Â fL lÔ fL fr lÍt& (L t
E s c o lSetúbal, grande cidade,
centro comercial e industrial de enorme projecção no país, teve no Domingo 8 de Maio a recompensa do persistente trabalho desenvolvido para a edificação de uma nova Escola Técnica.
Na presença de Suas Exce-
Levado mais pela crítica que dizia bem, do que pela nótula de Rollin de Macedo, de «A Província», de 28 de Abril, que dizia mal, fui a Lisboa ver «A Severa».
Há dez anos que não ia ao Teatro. Não tenho, portanto, o inato espírito crítico em ponto d>t rebuçado,
gueza dos terrenos necessários ao desenvolvimento das instalações, há que não esquecer que os t e r r e n o s inundáveis, os pantanosos, os sujeitos a convulsões sísmicas, vulcânicas e a des. lisamentos, os que, pela sua particular posição ou constituição geológica, são sensíveis às vibrações do trânsito ferroviário ou rodoviário, às c o n d i ç õ e s meteorológicas locais ou 0 serão ao peso de toda a instalação industrial e às influências da laboração ou dos produtos desta, devem ser considerados com a mais esclarecida das atenções.
O assentamento de um estabelecimento industi-ial deve fazer-se em terreno que disfrutedapossibilidade de fácil abastecimento de água potável e de conve-
(C o n lin ua na página 8)
lências os senhores Ministros da E d u c a ç ã o Nacional e Obras Públicas, Governador Civil, Presidente da Junta Nacional das Construções para o Ensino Técnico e Profissional e muitas outras individualidades de destaque no Distrito, foi inaugurado o
como também não enfermo dos efeitos da deformação habitual dos críticos abalizados. Fica ela por e l a . ..
O que venho aqui afirmar, é que «A Severa», de Júlio Dantas, representada pelo elenco do Monumental na Primavera de 1955, tem muito que se lhe d i g a . . .
O cartaz é uma constelação de três atractivos: Júlio D antas,, Am ália e «A Severa». Este trio, só por si, é (como o tem sido!) uma segura garantia de êxito teatral, no sentido do agrado que qualquer peça encenada derrama nas plateias e, por vezes, no espírito dos bons críticos.
Júlio Dantas é o maior v u l t o literário português dos nossos dias, 0 Presidente da Academia, 0 orador oficial de Portugal culto, o roble de pé, cujo abate o bom Deus há-de retardar o mais que seja possível, pois não precisaremos de 0 ver caído para lhe medir a altura. Esta medida, chega às estrelas é uma glória nacional das Letras belas.
Am ália é 0 facho vivo da tradição a caminhar como um peito triunfal no meado deste século, transmitindo, dos princípios aos fins, a alma impoluta do Fado, que, quer queiram alguns, quer não, foi, é e será a Canção Nacional.
Am ália é a mulher portuguesa de boca franca e olhos rebrilhantes como estrelas, viva como gota de orvalho em folha de couve, linda como um sorriso de felicidade, elegante como uma haste de roseira florida.
D r. C a b ra l A dão(Continua na página 8)
conjunto de edificações que formam anovaEscola Comercial e Industrial de Setúbal, que ficou sendo no dizer dos entendidos uma Jas melhores instalações de Portugal,
Setúbal, merece-o.E sua população escolar
justifica plenamente obra de tão grande envergadura, mas havemos de concordar, não servir esta Escola, por motivos até já expostos neste jornal, os interesses e as necessidades dos c e n t r o s populacionais Vísinhos.
Assim 0 entendeu 0 Barreiro— que já tem a sua Escola própria.
Almada— que Vê realizado 0 seu sonho no próximo ano lectivo. Assim 0 entendemos nós — que não deixaremos de ventila" 0 assunto enquanto 0 não. Virmos em bom caminho.
Porque 0 facto nos dá a certeza de que 0 próprio GoVêrno de S a l a z a r , reconhece a justiça e a necessidade da nos&a pretensão, transcrevemos algumas passagens das declarações que 0 snr. Dr. Carlos Proença,
(Continua na pág ina oito)
O REGIMENTODE IN FA N TA R IA 11
(Penamacor - Selúbal)Ao Ex.rao Senhor Comandante Mili
tar de Penamacor, Ten. Coronel João Mário Prazeres Milheiro, com um abraço amigo.
Prof. ]osé Manuel Landeiro
Dentro em breve, 0 Regimento de Infantaria n.° 11, da guarnição militar de Setúbal, vai, certamente, a exem pio dos anos anteriores, comemorar o seu dia. Aproveitamos esta ocasião opor- tuníssima para dizer algo do nascimento ou formação deste Regimento, de tantas e gloriosas tradições militares. Este regiijiento teve 0 seu nascimento, em 1643, na gloriosa vila miíitar da Beira Baixa, Penamacor, situada na arraia luso-espanhola, cuja guarnição militar foi sempre a guarda avançada das tropas lusas nas guerras travadas entre portugueses
(C o ntinu a na página oito)
da (Capital(Pelo Redactor R O L L I N DE M A C E D O Endereço postal: Apartado 96 - Lisboa)
A b e rtu ra — O le m a desta crónica é focar vários assuntos, ventilar certos problemas, analisar activamente tudo o que seja de interesse, na amenidade do nosso estilo, aus- tera e calmamente; combater o erro com sinceridade e convicção, defender — e isto è quase sempre d ific il — o que me pareça digno do meu aplauso — do meu e deste jornal. Tudo isto á luz da razão e sem fac- ciosismo de qualquer espécie. No entanto, surgem, a todo o instante, conflitos, divergências e incompatibilídades. Veja-se o que o Director deste jo rna l e meu particular amigo Ruy de Mendonça teve já de escrever em fundo.
Uma b a le ia em Lisboa — Pois è verdade: em terreno anexo á Administração Geral do Porto de Lisboa, ao Cais do Sodré, está em exposição uma monstruosa baleia e que é considerado o maior animal do Mundo. Suas características: pesa mais de 60 toneladas e o seu comprimento atinge mais de 20 metros. E fo i baptizada com 0 nome de nMoby Dick». A caravana estrangeira que a exibe pelo Mundo, explora as entradas para um camião gigantesco, oude a baleia se encontra repousada, ao preço de cinco escu&os por pessoa. Não acham os meus leitores que o preço também è gigante .
P ru dê nc ia com as a m b u lâ n c ia s — E’ de toda a conveniência que superiormente seja determinado que as ambulâncias ou quaisquer outras viaturas que transportem doentes ou feridos, não possam exceder-se na sua maicha. E’ um barbarismo autêntico o que se vê todos os dias através da capital: provas automobilísticas pela infelicidade de cada um. E depois para quê ? Para dos feridos se arranjarem novos feridos ou até mortos; e depois chegam aos hospitais e aguardam horas para que sejam socorridos. Prudência, senhores motoristas. E façam- me este favor, esta obra de caridade : se alguma vez tiverem de me transportar nessas circunstâncias, levem-me devagar, sim ?
Revista de im p re n sa — O mensário «A Voz de Alcochete» publicou no seu número de A bril um artigo de página in teira intitulado «Como nasceu o Montijo», por João Lusitano, o qual termina por a firm ar que «foram os moiros alcoche- tanos os primeiros habitantes do Montijo». Nesse mesmo número são trancritas algumas palavras do Ex.mo Governador Civil, extraídas da entrevista concedida ao nosso jornal.
Pi&lxLzmas súeiah - 2
A p r o t e c ç ã oa o t r a b a l h a d o r
p e l o D r . O r l a n d o d e S o u s a B r a n c a
Á SEVERA
M ontijo o r g u l h a - s e d e a p r e s e n t a r a s m e l h o r e s f e s t a s p o p u l a r e s q u e s e r e a l i z a m n o sul d e P o r t u g a l V IS IT E-N O S D E 25 A 30 D E JU N H O
Manuel Giraldes da
Silv
a
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fa r m á c ia s de Serviço
De 19 a 25 de Maio
5.a-feira, 19 — M o n te p i o6.a - feira, 20 — M o d e r n a Sábado, 21 — D i o g o Domingo, 22 — G e r a l d e s2.a-feira, 23 — M o n te p i o3.a - feira, 24 — M o d e r n a4.a-feira, 25— D i o g o
cAftiejiLaitd& e eomenlandú
O R e l a t ó r i o e C o n t a sda Câmara Municipal de Monlijo
n o an o de 1 9 5 4(Continuação do número anterior)
A actividade desenvolvida e 0 dispendido efectuado com as obras municipais não pode ser aferido pela verba indicada no respectivo capítulo do orçameuro, atrás referido.
Por norma legal, aquele capítulo comporta somente as despesas com 0 pessoal, pequenas aquisições, despesas de c o n s e r v a ç ã o , bem como outros encargos inerentes.
O grande volume das verbas de obras figura na despesa extraordinária. Outras, ainda, figuram nos capítulos respeitantes a o s d i v e r s o s serviços.
Assim, somando as várias parcelas, encontramos a cifra que, sem ser invulgar, é sem dúvida muito notável, se con- siderar-mos as nossas possibilidades.
Vejamos algumas das despesas de maior vulto:
Pessoal, 51.015$00; Reparação de estradas e caminhos, 44.874$20; Reparação de arruamentos, 63.755$40; Conservação, reparação e beneficiação da capela do Cemitério, 16.111$10; Conservação, reparação e melhoramentos no cais, 5.761 $70; Seguro de pessoal contra a c i d e n t e s de t i a b a l h o , 7.892160; Projectos e orçamentos de obras, 28.902$60; Construção de uma abegoaria em Canha, 19.723$80; Conservação, reparação e beneficiação do edifício do Matadouro, 57.815$70; Construção de um edifício escolar no Al t o Estanqueiro, 16.841S20; Conservação, reparação e melhoramentos n os edifícios e s c o l a r e s , 13.941$80; Conservação, reparação e melhoramentos nos Paços do Concelho, 3.947$00; C o n s t r u ç ã o do Mercado Central da Vila do Montijo, 741.936$10; Construção da Cadeia Comarca, 658.109$70; Construção do Palácio de Justiça, 141.000$00 Abastecimento de água a S a rilhos Grandes, 314.560$40; Construção da estrada ligando C a n h a às F a i a s , 294.502$90.
Parte destas obras são referidas ao tratar-se dos serviços a que respeitam. Outras, porém, por não estarem naquelas condições, merecem aqui uma referência, ainda que ligeira
Reparação de estradas e caminhos
O elevado dispêndio efectuado nos últimos anos com e s t e s trabalhos, permitem,
na Verdade, beneficiar muito zonas rurais que realmente, dispunham de difíceis acessos.
Entendeu-se porém que, sem descurar a continuação desses trabalhos, conviria ir mais a l é m, promovendo a pavimentação de alguns, pelo que foi solicitado a campar- ticipação de quatro, dos considerados mais necessários.
No ano findo foi elaborado 0 projecto do primeiro, que diz respeito à l i g a ç ã o do Alto Estanqueiro com Atalaia, a respectiva comparticipação foi já considerada e esperamos iniciar a obra no corrente ano,
Reparação de arruam entos
O movimento industrial da nossa Vila, que obriga a intenso trânsito de carroças bara transportes vários, refle- te-se na duração dos pavimentos.
A semelhança do dispêndio verificado nos dois últimos anos, diz da regularidade das p e q u e n a s reparações
levadas a efeito, que reconhecemos não estarem à altura das necessidades.
Abastecimento de água a Sarilhos Grandes
Este importante melhoramento, aspiração suprema da freguesia, foi concluído na sua primeira fase, que importou em cerca de 400 contos.
Trata-se realmente de uma obra que trás largos benefícios à população, sob 0 ponto de vista de higiene e salubridade, cuja falta de há muito se fazia sentir.
O recinto de captação e depósito, lindamente ajardinado, oferece um aspecto muito interessante, favorecido ainda pela excelente localização junto da estrada nacional.
A inauguração do belo melhoramento teve a amável presença do Ex.mo Governador Civil do Distrito, 0 que muito honrou a progressiva freguesia.
(Continua no próximo núm ero)
O nosso hospitalDispensário anti-luberculoso
Montiio numa clara de- montração dos seus deveres e das suas responsabilidades perante a marcante evolução de outras terras, saberá responder com galhardia nunca desmentida, ao apelo que se torna necessário fazer em pról do seu Hospital. Espe-- rando continuar ao serviço de todos para que na sua iniciada campanha de p ro filaxia contra o mais terrível dos males que atacam a humanidade se colham os melhores resultados, espera merecer a mais dedicada colaboração no sentido de prestar à idéia em marcha todo 0 seu generoso auxílio,
A degenerescência da raça,em outros casos ignorados de tuberculose que os portadores estão longe de suspeitar, podem desde já com muitas probalidades de cura rápida, iniciar 0 seu tratamento dirigindo-se à Consulta-Dispensário do nosso Hospital.
Confiemos que 0 combate há-de ser coroado de bons resultados, persistindo esforçadamente na luta contra esse flagelo que atormenta a nossa gente e cuja percentagem infelizmente ê digna dos maiores cuidados pela sua grandeza.
Num plano previamente estudado, os poderes públicos
a quem 0 assunto tem merecido os maiores cuidados espalharam às mãos largas benefícios, cedendo gratuitamente todos os medicamentos, radiografias, análises, etc., e em casos graves promovem 0 internamento em Sanatórios.
A nossa população cooperando conjnntamente e correspondendo às medidas profiláticas que estão indicadas na lu ta què se não pode abandonar, cumprirá 0 seu dever.
Dêmos uma prova clara dos nossos bons sentimentos h u m a n itá r io s , juntando todos os esforços para a. construção de um Pavilhão de Isolamento.
O horário das consultas é o seguinte', segundas-feiras para homens; quartas-feiras, crianças; sextas- feiras, mulheres, às 14 horas.
A vacinação pelo B. C. G. funciona às quintas-feiras e sábados das 8 às 9,30 horas.
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Pagam ento ad ian tado10 números — 9$90 20 números — 20800 52 números — 50$00 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estrangeiro acresce o porte de correio
Saiidaç,ã&Há motivos,que nos prendem
mal se começa uma viagem.Natural de Angola, onde a
nostalgia dolente da saudade me fustiga, penso em cada esboço, de partida, seguir ondasfora, até essas paragens de sonho, onde a própria escuridão da noite tem beleza. Eis o que de mim nasceu ao partir até Montijo.
Para Lisboa rápido; numa serpente «mecânica», onde 0 barco me esperaria, embalando-me como menino amimado, numa curta viagem. E ele, là veio, enquanto que meus olhos sequiosos procuravam algo de novo, coisas da minha terra. E o Tejo beijando as duas margens, parecia segredar-me canções que me entorpeciam.
Vinha para essas regiões distantes, onde a palmeira afaga a brisa em melopeias de amor. Sim, vinha surgindo. Aqui, casario junto à costa, mais além casas solitárias com algumas palmeiras, a manobra do barquinho de ilusões, dava-me a impressão nitida de ter chegado ao porto do Lobito. M as... o meu sonho, c o n t in u a v a a permanecer adormecido, ao chegar a Montijo, onde todo o seu ser urbanístico, possui as características dessa sala de visitas de Angola.
Por isso Montijo, eu te saúdo eternecido, num estreito abraço. Eu junto a ti, ergo a minha taça de sonho, brindando por quanta alegria eu sinto, por longe da terra, tão perto, ter encontrado a terra .. .a minha terra.
Nuno de Meneses
Criação da freguesiad e 1 I S I D R OA Câmara Municipal em
sua reunião de 13 do corrente deliberou dar parecer favorável à criação da nova freguesia de Santo Izidro de Pegões a qual compreenderá todos os terrenos pertencentes à Junta de Colonização Interna e ainda parte da região de Pegões.
Fica assim integrada na nova freguesia e consequen- temente no nosso concelho, uma vasta área do concelho de Palmeia que será compensada com cedencia de terrenos a desanexar da freguesia de Canha denominados por Craveira do Sul.
No mesmô dia. reuniu igualmente 0 Concelho Municipal que apreciou 0 parecer da Câmara e deu-lhe a plena concordancia.
O assunto vai agora ser posto às entidades competentes que resolverão em definitivo.
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tal com 105 metros quadrados, incluindo um extenso telheiro, com portão de entrada. Tratar coffl José Marques Contramestre, Rua Gago Coutinho, 61 — MONTIJO'
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|9-5*955 Á PROVINCIA 3
NOTICIAS DA SEMANAfPt&kLtmcii da n&na terra !
partidas e chegadasEncontra-se entre nós o sr. Nuno
de Menezes, jornalista, publicista, ex-locutor e produtor da Rádio Angolana e Metropolitana, que vem exercer em «A Província» a suí actividade integrado no quadro redactorial do nosso jornal. A Nuno de Menezes apetecemos os melhores êxitos na sua missão.
VisitasDeu-nos o prazer da sua visita
à nossa redacção o nosso dedicado correspondente em Odemira sr. Mário do Carmo Ferreira.
AniversáriosDia 5 — A menina Eulália Soares
Lucas Catita filhinha do nosso amigo e dedicado assinante sr. António Joaquim Lucas Catita.
Dia 17 — O nosso assinante sr. Carlos Urbano Rodrigues.
Dia 20 — O menino António João Manhoso de Sousa, filho do nosso amigo e estimado assinante sr. António de Sousa Félix da Ponte e da sr.a D. Maria José Manhoso da Ponte.
Dia 20 — A menina Maria Isaura Gervásio Marques, estudante e residente em S. Paulo — Brasil, neta da nossa assinante sr.a D. Elisa Feijão.
Dia 24 — A menina Isolina da Silva Ribeiro Sol Posto, gentil filha do nosso amigo e assinante sr. Manuel Ribeiro Sol Posto.
EspectáculosC a r t a z d a S e m a n a
C1NE POPULARQuinta feira, 19; (18 anos) «Rai
nha sem Ueino» e «Grito de Alarme».
Sábado, 21; (13 anos] « A Bomba Relógio» e «Perdidos na Froresta»
Domingo, 22; (13 anos) «Rob Roy, o Grande Rebelde» e «Mãe- zinha à Força»
Segunda feira, 23; (18 anos) oJohnny Guitar»CINEMA 1.° DEZEMBRO
Sábado, 21; «Rei Sem Coroa» e complementos.
Domingo, 22: «Alto e Poderoso» em CinemaScope.
2.a-feira, 23: «O Teu Amor e Uma Cabana» com «Montana Terra Proibida» (13 anos).
4.a-feira, 25: «Cantinflas Bombeiro Atómico» (18 anos).
AchadosP e la G . N. R. í o i - n o s
comunicado, para que se lhe dê a devida publicidade, que se encontra em seu poder uma bicicleta, que será entregue o quem provar per- tencer-lhe.
f l C L À R K Í N D OPede-nos a S. F. i.° de
Dezembro que retifiquemos a parte final da sua carta de 6 do corrente, onde se
: «. . . integrado na rubrica do R. C. P. «Isto é Montijo por intermédio de outra P e s s o a . . .» devi a l e r - s e
. - integrado na rubrica do R- C. P. «Isto é Portugal», Por intermédio de outra pessoa . . .»
QuartoCentral, independente e mobi
l o com tratamento de roupa, ca,Sa séria, precisa-se. Resposta a esta Redacção.
A ligação Montijo-Lisboa por ferry - BoatsSociedade filarmónica
í de DezembroEm prosse guimento da
«nossa campanha de transportes* aqui estainos novamente, dando mais alguns promeno- res deste momentoso problema, muito embora alguns deles tivessem vindo a público na imprensa diária, mas que nunca é de mais ser focado e debatido pela imprensa representativa das regiões beneficiadas.
A Casa do Ribatejo, ainda e sempre por intermédio do seu dedicado dirigente sr. Luís Costa Santos, cujo interesse por estes problemas é verdadeiramente notável, sabendo da existência de um projecto de 1 gação por ferry-boats entre Xabregas e Montijo, da autoria do sr. Eng.0 António Belo, convidou este reputado técnico a expôr esse documento na sua Sede. Para esse efeito realizou-se uma reunião que teve a presença do sr. Presidente, da Câmara Municipal e de alguns membros do núcleo regional do nosso concelho.
Esse trabalho que revela a competência do seu autor e que deixou encantados os assistentes, pela sua clareza e elucidação, prevê a utilização de ferry-boats com acostagem de proa e de popa em cais adequado emXabregas'e espigão de Montijo, os quais comportariam três ou mais filas de veículos num total de algumas dezenas, com entrada e saída directa sem necessidade de qualquer manobra. Prestados ainda outros esclarecimentos de ordem técnica c económica, que a seu tempo elucidaremos, foi r e s o l v i d o que o projecto, gentilmente oferecido pelo seu autor à Casa do Ribatejo, fosse apreciado pelo Conselho Regional daquela Casa, dado o interesse de que se reveste para numerosos concelhos do Ribatejo e
de todo o sul do país, pela maior rapidez e comodidade na ligação com a Capital.
Imediatamente esse Conselho foi convocado e teve a sua reunião no passado dia 26 de Abril, sob a presidência do Sr. Costa Santos e com a assistência de muitos dirigentes dos referidos nicleos.
O projecto foi novamente apreciado e entre os vàrioa oradores que sobre o assunto se pronunciaram, contam-se os nos sós conterrâneos drs. Gonçalves Bita e Leite da Cruz, membros do núcleo local, que dissertaram sobre as vantagens da sua execução não só para Montijo mas muito especialmente para todo o sul de Portugal.
Por fim e por proposta do presidente foi resolvido efectuar uma reunião conjunti com as Casas do Algarve e do Alentejo a pedir o patrocínio das autoridades dos distritos situados a sul do Tejo pai’a efeito de ser apresentada ao Governo o pedido de execução do projecto do sr. Eng.0 Belo.
Tal reunião, realizada no passado dia 13, e cujos resultados vieram já a público na imprensa diária, teve como objectivo o pedido inicial da colaboração dos deputados e dos Chefes dos Distritos interessados, para conjuntamente solicitarem do Governo a realização do referido melhoramento.
E’ altura portanto de se agir em profundidade e, estamos convictos, que quanto ao Chefe do nosso Distrito, Sr. Dr. Miguel Bastos, envidaráS,Ex.a todas os esfoi-ços para que essa pretenção seja atendida, não só dentro da sua esfera de acção, como até com a sua alta influência juntos dos deputados, no seio dos quais gosa de prestígio.
Claro que a defesa desta
ligação em nada prejudica a que tem vindo a ser feita pelos deputados de Setúbal, na Assembleia Nacional, para a ligação por ponte ou tunel entre Almada e Lisboa, posto que esta obra, a efectuar-se, será de mais longa demora, e entr .tanto a ir por deante a iniciativa da Casa do Ribatejo, iam-se descongestionando os transpostes e ligações entre Lisboa e o Sul do País!
«A Provincia» que à defesa dos interesses de Montijo e de3ta região ribatejana, tem dado o seu melhor apoio, encontra-se à disposiçãa de todas as sugestões que contribuam para a eficiência da obra que a todos interessa, sem pre- juizo, claro, dela mesmo procurar desenvolver e propagandear o assunto, dentro aos meios de que disponha e dos elementos que colher.
R e p ó rte r W
A n o va Praça de TourosO sr. ministro do Interior
assinou uma portaria que autoriza a Câmara Municipal do Montijo a ceder, gratuitamente, à Santa Casa da Misericórdia local, com destino à construção da nova praça de touros, um lote de terreno de forma circular, com a área de 6.358 metros quadrados, no sítio denominado «Mercado».
EmpregadasCom 18 anos de idade aproxima
damente, educadas, precisa o Café Portugal.
Resposta a esta Redacção ou directamente ao interessado.
Integrado no Ciclo Comemorativo do 31.0 aniversário da Federação das Socie- dadesde EducaçãoeRecreio, é levada a efeito no próximo dia 27 de Maio corrente, no Salão de Festas desta colectividade, uma festa promovida por aquela Federação, que constará de uma palestra sobre música feita pelo ilustre conferencista sr. S a m p a i o Ribeiro, seguia- do-se um acto de variedades por amadores de Montijo, colaborando a Orquestra Ribatejana, sob a direcção de Humberto de Sousa, fechando esta festa um concerto pela Banda de Música desta Sociedade sob a regência do maestro António Gonçalves.
Digna-se assistir a esta festa S. Ex.a o Sr. G overnador Civil do Distrito, Dr. Miguel Bastos, o Presidente da Câmara de Montijo e outras entidades oficiais de Montijo e os corpos directivos da Federação das Sociedades de Educação e Recreio.
M aria ]o a n a da Conceição
AgradecimentoA família de Maria Joana da Con
ceição, agradece reconhecidamente a todas as pessoas que se interessaram pela sua doença bem como às que a acompanharam à sua última morada.
Câmara Municipal dé Monfijo Leonardo ferreira
E D I T Á LConstruções Clandestinas
Faz-se público que esta Câmara Municipal, em sua reunião de 3 do corrente, no intuito de evitar as construções clandestinas, que tantos prejuizos acarretam à vila no seu aspecto estético e à população, sob o ponto de vista moral e sanitária, deliberou:
1.“ — Conceder as possíveis facilidades, através do novo ante-plano de urbanização,para as construções de carácter económico.
2.° — Facultar ao público, através da Secção Técnica Municipal, projectos-tipo decasas de carácter económico, bem como todos os esclarecimentos sobre o assunto.
5.° — Multar e proceder a demolição imediata por conta dos proprietáriosde todas as obras encontradas sem licença camarária ou em desacordo com as licenças concedidas.
4.° — Multar igualmente os operários encarregados das obras nas condições do n.° 5.°.Para constar e não ser alegada ignorância se publica o presente e outros de igual
teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.
Agradecim entoSua esposa, filhos, noras, netos
e mais família, vêm por este meio expressar a sua gratidão a todas as pessoas que se encorporaram no funeral, ou por qualquer forma manifestaram condolências pelo falecimento de seu extremoso marido, pai, sogro, avô e mais parentes.
Maria Kst Carla Rodrisues
Paços do Concelho de Montijo, 5 de Maio de 1955.
Agradecim entoCarolina Caria Rodrigues Leão
seu marido, filha, genro e mais familia, agradecem reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhá-la à sua última morada, em especial, ao distinto clínico snr. Dr. Avelino Rocha Barbosa, que tão carinhosamente a assistiu durante a sua prolongada doença.
M aria Jú lia fia lh o BastosO Presidente da Câmara,
(a) José da Silva Leite
N ã o d e i x e p a s s a r o u t r o a n o s e m a s s is t i r à s n o s s a s f e s t a selas são diferentes e únicos pela sua concepção, originalidade e beleia
Missa do 1.° MêsSua família participa que no dia
21 do corrente às 10 horas se realiza na Igreja da Misericórdia desta Vila, missa pelo seu eterno des- canço, correspondente ao 30.° dia do seu falecimento. Reconhecidamente agradece a todas as pessoas que se dignem assistir este tão piedoso acto.
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4 A PROVINCIA 19-5*9SS
ANSEIO!Oh,sim se podessolidariza
a tua esperança na futura franca liberdade dos povos, na compreensão mutua das raças, na unidade comum dos pensamentos nobres, na elevação do carácter e no Ideal Supremo de viver.
Dá a tua mão ao desconhecido semelhante e com ele trilha a mesma estrada no Porvir. Sorri! Nesse sorriso cultiva o sonho da vida, da alegria e do prazer. Pois as nações não são massas informes de cabeças pensadoras, mas, sim, a união dos pensadores de cabeças bem formadas.
Sabes, como eu que tudo se transforma e se renova, nada se perde ou altera no ritmo compassado da crea- ção maravilhosa.
Olha e vê, como é deslumbrante ao teu redor a espécie multiforme das sucessões criadoras. Se o homem sabe organizaras sociedades económicas e dessas economias nasce a principal riquesa material dos povos, para avaliares o teu progresso individual, começa por economizar-te a ti mesmo. Eleva o teu pensamento, destroi os malefícios das tentações, do mal, da aberração do sonho sem ideal maior. Constroi em ti mesmo, a es- tradap a percorrer.
Despe-te do orgulho egoís- tico e não vilipendes o novo homem, despido dos seus velhos feitos. Marcha caminho á luz quedo alto te acena e conduz ao cume da ver- verdadeira consciência para visionares consciamente o indistinto do distinto, o mau do bom, e do feio o belo.
Deixa que a caravana passe e os teus sonhos pare- çam autopia ou fenecidos, prossegue sempre se a força dum Ideal Nobre te incitar, não busques apenas as riquesas materiais que a traça e a ferrugem consomem, mercê da transição da matéria, tudo o que possas guardar para teu proveito próprio, deixá -lo-ás ao dizeres AD EUS, a este mundo, recreia antes; o espírito em emanações de bondade, amor, gratidão, carinho.
Sê nobre, sem a nobreza hierárquica que os homens teus irmãos te concedem por simples favor ou vaidade humana' sê bom sem galardão a apontar-te 0 gesto a que|passa, sê fiel sem pedires gratidão ou reconhecimento, sê amigo do teu próprio inimigo se puderes, sê em tudo o espelho duma alma]bem formada, sem ressentimentos nem-ódio onde a vida caiba, sem ser romanceada, mas, encarada nos seus aspectos infalíveis de tristeza e dor, de prazer e alegria, onde tantas vezes as lágrimas se confundem com os risos, numa ânsia legítima e bendita de viver.
M in d a PiresLisboa, Abril de 1958
Antologia do conto moderno
Memóiias de um juizLavrado o decreto que me apo
sentava, apressei-me a despachar os últimos processos; nem muitos, liem poucos. Na comarca sonolenta e pacata, o mais trabalhoso eram demandas. Já agora, podia avançar noites a dentro ; dispunha do resto da vida para descansar. Baptista, o escrivão, que fora cabo da polícia, chamava àquilo uma faxina. A comparação desagradou-me, de certo modo, convertia a balança da justiça em vassoura de quartel.
Das minhas mãos, meu sucessor, quarenta e cinco anos mais moço, recebeu apenas um processo ; autos de divórcio F. M. F. versus M. A. S.. Demoraram-me a sentença umas sombras de esperança de reconciliação. Em toda a minha longa vida de magistrado, nunca desfiz o nó górdio pelo juiz de paz. Mas o meu sucessor era um dr. Alexandre. Sem um fio de cabelo branco, sem uma ruga na fronte. Entreguei-lhe a vara desolado. Nas1 suas mãos, o sabre da justiça séria como a espada de soldado nas mãos do outro Alexandre, o macedónio ; o nó insolúvel do matrimónio se romperia ao primeiro golpe.
Embarquei pesaroso para umas termas. v
Normalmente, seria viagem de sete horas. Cá dentro, porém, roía-me a impressão duma jornada para sempre, como se abandonasse este planeta em busca de outras esferas. Aposentar-se é ensaiar para morrer; o descanso do ina- tivo não pode ser menos aborrecido e monótono que o repouso do sepulco. Meu cérebro reagia. Olhando, pela janelinha, a chuva que encharcava o vale sombrio e triste, por força do hábito pensava nos autos, como se houvesse de proferir sentença.
Os companheiros, uns liam, outros cochilavam ou cochichavam. Cochilo é um sono apenas cochichado ; daí uma raiz comum nessas palavras. Se o destino me não tivesse feito juiz, eu teria saído gramático e lexicógrafo. Crítico é que não ; é mais fácil condenar um inocente a trinta anos de cadeia do que gabar um mau livro. Mas onde me leva a digressão ? Fizeram bem aposentando-me; já não conduzo em linha recta os pensamentos; eles saem-me por aí bêbados e caducos.
Atrás de mim, em bancos colo» cados frente a frente, dois casais viajavam amuados; só de vez em quando algum deles dizia qualquer coisa. Notei que todos liam o mesmo folheto, absortos, como se es tudassem, concentrados, evitando conhecer a presença dos outros. Casais indiferentes, quem sabe; brigados, talvez. Reflecti sobre a sorte dos amores que esfriam, da felicidade que entardece fria e chuvosa, como vale lá fora, procedendo a noite com o drama do divórsio ou a tragédia do crime.
O rápido parou numa estação sem vida. Que era ? Que seria ?
Um sujeito de boné vejo acender a luz. Depois atravessou o vagão informando: «Barreira caídal Três horas de espera 1» Era como se anunciasse as estações:» Pindamo- nhangaba! Guaratinguetá ! A displicência da rotina. Quantas barreiras já não se teriam desmoronado em sua vida? A intriga da vida alheia! Não é por nada que se inventou o crime !
Mas ia pelo carro um pandemónio nada propício a tais filosofias. Comentários irosos em voz alterada, piadas, ironias contra uma administração secularmente inapta, evocações de outras barreiras, des- carrilamentos, desastres, vítimas... Enrolei o impermiável como um travesseiro, encostei-o de encontro à janela e chamei o sono atrasado. Ele veio, perturbado com tanto barulho. Sonhei com F. M. F.
por Jaime de Ranville
versus M. A. S. As partes discutiam no tribunal. Ela, aos trinta e oito, num traje desportivo, movendo-se com graça e vivacidade, esparzindo ondas de um perfume estonteante, revolucionava o foro íntimo do Batista, menos atento ao seu trabalho de escrivão, do que às frequentes indiscrições da cava das mangas e do decote. O marido, pouco mais velho, bastante calvo, grisalho e enrugado, franzino, feições repelentes, era, imaginem só, acusado de maus tratos e infideli- dades. As invectivas da palavrosa consorte, sorria cínico e expelia ironias. Ela foi elevando cada vez mais o tom; ganhou um agudo tal que me despertou. Acordado, continuei a ouvi-la. Endireitei o corpo esfreguei os olhos. O comboio não se movia. A discussão azeda prosseguia atrás de mim. Haviam-se rompido as hostilidades, como eu pressentira ; isso aqueceu-me por instantes a vaidade.
— Não sei o que você viu nesse sujeito.
—Olhos de mulher vêm diferente.— Portanto, admite que me traí.— Não admiti coisa nenhuma,
seu idiota.— Mas eu tenho certeza plena
— interveio a outra mulher.— Qual a certeza que não é
plena — resmungou o marido. — Você sabe lá o que quer dizer pleno ?
— Sei sim ; pleno é cheio.— Cheio ando eu das suas
asneiras.— E os bilhetes? — gritou enér
gico o primeiro.— Que bilhetes?— Os que tirei daquela mala.— Tinham data ?— Quer me enganar— Pacheco não seja parvo; você
sabe muito bem que Marta foi minha namorada.
— Cale essa boca suja antes que a esborrachei
— Bem, para isso é preciso alguma força e muita coragem.
— Mulher, não me faça subir o sangue à cabeça.
— Sangue ou vinho ?— Que é isso Pacheco! Numa
mulher não se bate...— Largue-me... Está-me a tor
cer o braço 1 Bruto íErgui-me dum salto, para inter
vir. Inclinei-me sobre o grupo, que me fitou interrogativamente surprêso.
— Perdoem-me a intromissão — comecei. Sou um velho juiz; tenho vivido muito, julgado inúmeras causas ; conheço todas as comédias e dramas da vida, e desgraçadamente as tragédias também. Muitas desarmonias conjugais se resolveram no meu tribunal com a restauração completa da ventura do lar. Consintam que os aconselhe, para o seu bem. Quem foi feliz uma vez, porque não o será de novo ?
Naqueles semblantes, uma expressão jovial, desconcertante, inconcebível, fazia esmorecer a minha eloquência; interrompi o discurso, perplexo.
Uma das raparigas, abafando o riso, assumiu um tom respeitoso para me esclarecer.
— Sr. Dr. Juiz, Não conhece, como pensa, todas as comédias da vida. Nem nós, que somos actores, os quatros, conhecemos tantas assim. O comboio está parado há muitas horas, com prejuízo do nosso trabalho; nós temos de ensaiar.
Ainjda agora me sinto mal, quando recordo aqueles instantes ; tive de enxugar a testa. Cuidei tirar-me de embaraços galantemente:
— E’ que representam com tal naturalidade, tão ao vivo que lograriam ao mais esperto. Aceitem os meus cumprimentos calorosos. Quando me for possível, irei assis-
rT ju t tL ( J u L t t iA p o n t a m e n t o s d e J . J . C A R I A
Diz-nos a História que Maomé despozou uma viúva riquíssima chamada Kadidja. Provàvelmente o inspirado condutor de camelos, que nessa altura andava pregando a igualdade dos homens e a Fraternidade Universal, fè-lo por uma questão de previdência .
Este facto comprova ainda que já nessa época as viuvas «recheadas» tinham bastante procura, mesmo entre os desinteressados Profetas . . .
O grande mal do povo é pensar com a boca. O grande mal do pensamento é a boca do povo.
Os versos são bocadinhos de proza na «bicha» da poesia, Se algum deles sai da «bicha» perde a vez, e volta novamente a ser um bocadinho de prosa.
Quando no ano de 1818, Thenard descobriu, o peró- xido de hidrogénio, a famosa água exigenada, não pensou eertamente que a sua descoberta viria a ter mais in f luencio, nos cabelos das mulheres do que nas cabeças dos homensj
A eloquencia è o dom natural que serve para convencermos os outros de que estamos convencidos d'aquilo qut os pretendemos convencer.
A ptincipal força que nos fa z sentir respeito, e talvez terror, ao contemplarmos os retratos poeirentos dos nossos antepassados, é o facto de pensarmos que um dia seremos também antepassados.
29 de Fevereiro '. E is uma data em que todas as mulheres desejariam ter nascido. Sempre era uma atenuante na mentira original . . .
Português c francês cÂExplicações a alunos do
Ensino Liceal e Comercial por ex-professor ae Ensino Técnico e provisório dos Liceus, devidamente diplomado.
Lições individuais a adultos que pretendam adquirir cultura geral nestas disciplinas.
Vai a casa dos alunos que poderão reunir-se em grupos de três. (Em grupos as mensalidades são beneficiadas do desconto de 20%.
Dirigir-se ao professor Sousa Gago, rua Gago Coutinho, 106-B — Montijo.
semanaIdstáiim
flLMEIRIM O VINHO que m elhor
satlzfax o gesto dos
Ex .mos C o nsu m id o res.fllmeirim, Branco, Tinte e Palhete, é sempre bom até ao fim — Distribuidor
em montijo, CfNTBflL DAS ILHASHua G u erra Ju n q u e iro , 6
Trabalhosu m e r , r , t y(ias d'Arte-Aparelhos fotográficos '
Reportagem Fotográfica
R . Bulhão P a to , 11 fflO D IlJo
tir à peça. Como se chama a comédia?
— Um Juiz atrapalhado — informou ela solícita.
Houve um instante de suspensão; depois rompemos todos numa gargalhada geral. E’ verdade que um juiz não deve dat gargalhadas; mas eu estava aposentado, não esqueçam.
Coordenação J í
frei Agostinho de PenomocoíMAIO
Dia 19 -1 7 5 9 - -Funda-se em Lisboa, uma aula de comércio a nossa primeira escola comercial.
Dia 20 — 1449— Trava-se a batalha de Alfarrobeira, em que foram vencidos e mortos D. Pedro, duque de Coimbra e D. Alvaro Vaz de Almada, conde de Abran- ches.
Dia 20 — 1506 — Morre Cristóvão Colombo.
Dia 21 — 1927 — Lindberg atravessou o Atlântico eu voo directo.
Dia 22 1885 — Morre ogrande Victor Hugo, poeta e prosador francês.
Dia 23 — 1537 - O Papa Pedro III, concedeu a pedido de D. João III, o estabelecimento da inquisição efl Portugal.
Dia 24 — 1801 — D. João V j declara guerra á Espanha. Perdemos Olivença.
Dia 25 — 1625 — E ’ canonizada, p e l o P a p a Ur‘ bano VIII, a Rainha Santa Isabel.
Quem vier a Montijo de 25 a 30 de Junho não mais esquece o deslumbrante aspecto das ornamentações, das suas praças e ruasj
Só visto se acredita
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19-5-955 A PROVINCIA 5
D E S P O R T O SCampeonato Nacional da 2.“ Divisão
MonHjo, 2 — Estoril, 2C am po L u ís d’ A lm e id a F id a lg o .A r b i t r o : M a te u s P in to S o a r e s —
do P o r to .As e q u ip a s f o r m a r a :Montijo: A lb e r t in o ; J o s é L u ís
e C a ix e ir in h a ; N e to , F a b r e g a I e S e r r a lh a ; E r n e s t o , F e r n a n d o , M. L u ís , J . J o s é e B e n je ., Estoril: J o s é M a r i a ; M o ta e H o r á c io ; M a líc ia , A th o s e C a ld a s ; L o u r e n ç o , N u n e s , M e lã o , P a u lin o e M orais.
S e n d o u m jo g o q u e n ã o in t e r e s sava a q u a lq u e r d as tu r m a s p o rq u e q u a lq u e r d e la s e s ta v a m j á a fa s ta d a s dos p r im e ir o s lu g a r e s , m a s s ò m e n te p re d o m in a n d o a in te n ç ã o d e a m b o s , o a fa s ta m e n to do ú l t im o lu g a r , a a s s is tê n c ia fo i d e m in u ta p r in c ip a l m en te n o p e ã o . C o n tu d o n ã o d e ix o u de s e r in t e r e s s a n te a m a n e ir a c o r i e c ta e b r io s a d as d u as e q u ip a s t
A p e sa r de n ã o se v e r i f i c a r em toda a p a r t id a g r a n d e s r a s g o s t é c n ic o s , e is so n ã o a d m ir a , p o r q u e q u a lq u e r d e las m o r m e n te o M o n t i jo , fez a l in h a r 5 jo v e n s , a lg u n s q u e a lin h a v a m p e la s e g u n d a v e z na e q u ip a p r in c ip a l.
A p a rt id a in ic io u - s e c o m a sa íd a do E s to r i l , q u e n o s p r im e ir o s 15 m in u to s e co m o v e n to a se u fa v o r , te im a v a in f i l t r a r - s e n o z o n a p e r i gosa d o s m o n t i je n s e s . E s te s n o e n ta n to ,fo r a m s a c u d in d o a p re s s ã o do a d v e rs á r io e la n ç a n d o - s e ao a taq u e p e la su a a sa e s q u e r d a e B e n je a o s 16 m in u to s fa z e n d o u m bom c ru z a m e n to , p r o p o r c io n o u a M . L u ís u m a b o a e n tr a d a d e c a b e ç a , m as sa in d o o e s fé r ic o p o r c im a d a b a rra .
A os 1 8 m in u to s , fo i a in d a o M o n tijo q u e q u a n d o c o n d u z ia u m a a v an çad a p ela a s a d ir e i ta fo i b e n e fic ia d o , p o r fa lta d e u m d e fe sa E s to r i l i s ta d e u m l iv r e , ju n t o à g ra n d e a re a , q u e m a rc a d o p o r F e r n an d o n ão r e s u lto u , n o c o n t r a a ta q u e do E s to r i l o M o n ti jo ce d e c a n to . L o u r e n ç o e x e c u to u m a s A lb e r tin o , s a in d o da b a liz a b lo c o u com d e cisã o .
A os 20 m in u to s jo g a d a de p e r ig o p ara o E s to r i l , m a s J . M a ria e v ito u com o u m a b o a d e fe sa . S e g u id a m en te o M o n ti jo a ta c a p o r in t e r m éd io de J . J o s é , q u e p a ssa n d o em p ro fu n d id a d e a E r n e s t o , e s te l i - vrou^se do a d v e r s á r io e re m a to u p or c im a da b a r r a .
A os 2 5 m in u to s , c a n to c o n t r a o E s to r il m a rc a d o p o r B e n je e u m defesa d o E s t o r i l a l iv io u , a p r o v e itando e s te s p a r a n u m c o n t r a a ta q u e fazer p e r ig a r as b a liz a s d e A lb e r tin o .
E n tr e ta n to as e q u ip a s jo g a v a m em to a d a d e e q u i l íb r io m a s fo i o E s to r i l q u e a o s 33 m in u to s fe z o
• seu 1.° g o lo , p o r M e lã o , o c a s io n a d o de u m a p r e c ip ita ç ã o d e F a b r e g a I. Iam d e c o r r id o s a p e n a s 3 m in u to s o E s to r i l a u m e n to u a v a n ta g e m p ara 2 -0 p o r N u n e s q u e c a p ta n d o o e s fé r ic o j á fo r a da l in h a d e c a b e ce ira o c o n d u z iu p a r a o m e lh o r sito o n d e fe z o te n to .
Q u an d o se e s p e ra v a q u e o r e s u l tado d e ste te m p o n ã o se a lte r a s s e , o M o n ti jo c o n d u z in d o u m a ta q u e p o r J . J o s é , e s te , p r ó x im o da g ran d e á re a , a r r a n c a u m p o te n te re m a te , faze n d o o 1 .° g o lo do se u
g r u p o , iam d e c o r r id o s 41 m in u to s , te r m in a n d o o 1 .° te m p o em 2 -1 a fa v o r d o E s to r i l .
In ic ia d o o 2 .° te m p o o M o n ti jo in s ta lo u - s e lo g o n o c a m p o d o a d v e rs á r io , e a o s 2 m in u to s a r e m a te J . J o s è , J o s é M a ria d e fe n d e c o m s e g u r a n ç a .
A o s 13 m in u to s J . J o s é a b r in d o a d e feza do E s t o r i l , c o lo c a o e s f é r i c o à m e r c ê de M . L u ís , m a s e s te e m b r u n h a n d o -s e c o m e l e , c a i , g o r a n d o -s e a o p o rtu n id a d e do e m p a te .
A os 15 m in u to s b o a d e fe sa d e A lb e r t in o a r e m a te de N u n e s .
A o s 2 0 m in u to s B e n g e , fu g in d o à v ig i lâ n c ia d o a d v e r s á r io in t e r n o u - -s e p a ra o c e n tr o do te r r e n o d e fe n d id o p e lo E s t o r i l e d e s fe r e u m p o te n t e r e m a te , q u e J o s é M a ria s e g u r o u c o m v a le n t ia .
A o s 2 3 m in u to s a u m b o m r e m a te d e J . J o s é , J o s é M a ria d e fe n d e p a ra c a n to , q u e m a rc a d o lh e p r o p o r c io n o u n o v a d e fesa .
A o s 2 8 m in u to s n u m a e n tr a d a d e M o ta a in t e r c e p ta r u m a fu g a d e B e n je e s te le s io n o u - s e , e s ta n d o o jo g o in te r r o m p id o p o r a lg u n s m in u to s .
J á q u a n d o s e e s p e ra v a q u e o E s t o r i l , c o n s e g u ir ia a v i t ó r ia , J o a q u im .Jo sé n u m a jo g a d a p e s s o a l, la n ç o u n o a ta q u e d a su a e q u ip a a su a v e lo c id a d e p a ra a á re a d o E s to r i l e s e n t in d o - s e a tr a íd o p e lo a d v e rs á r io q u e o p e r s e g u ia , p a sso u o e s fé r ic o e m c ru z a m e n to a B e n g e , e s te c o m o g u a rd a re d e s e s t o r i l i s t a ao se u e n c o n t r o n ão te v e d if ic u ld ad e e m fa z e r o e m p a te , ia m d e c o r r id o s 31 m in u to s . O M o n ti jo c o m e s te g o lo , e s p e v ito u u m p o u co em p r o c u r a da v it ó r ia , p o is fo i a in d a o E s to r i l q u e c r io u p e r ig o a r e m a te d e N u n e s , q u e A lb e r t in o d e fe n d e u a p u n h o s à q u e im a ro u p a , se n d o m u ito a p la u d id o .
E c o m a s e q u ip a s c o n fo r m a d a s co m o r e s u lta d o te r m in o u a p a r tid a - 2 - 2 .
F r a n c a m e n te o r e s u lta d o e s tá c e r t o , p re m ia n d o a fr a c a e x ib iç ã o d a s d u a s tu r m a s . F o i u m jo g o c o r r e c t o q u e s im p le s m e n te in te r e s s a v a p a r a fu g ir ao ú lt im o lu g a r .
N o E s t o r i l a g r a d o u -n o s J o s é M a r ia e a v iv a c id a d e d e M e lã o .
N o M o n ti jo , m e r e c e r e a lc e J o a - q n im J o s é , b o a tê m p e ra de jo g a d o r e co m g r a n d e s fa c u ld a d e s d e tr iu n f a r , p e lo se u g r a n d e p o d e r a t lé t ic o e m a n e ir a s u b t i l c o m o f in ta o a d v e r s á r io e c o n d u z as a v a n ç a d a s d o se u g r u p o . O x a lá , e s t e ja a q u i o g r a n d e fu tu r o m o n t i je n s e .
A lb e r t in o , m e r e c e ta m b é m o s p a r a b é n s , c o to u - s e s e g u r o e á g il n a s su a s in t e r v e n ç õ e s . N os r e s t a n te s te m o s a s a l ie n ta r a b o a v o n ta d e d e B e n je em fa z e r b o m e m e lh o r fa z e n d o co m J . J o s é u m a b o a a s a . A d e fe sa m e n o s m á , o n d e C a ix e i r in h a fo i o m a is f r a c o . N o q u e re s p e ita a o s n o v o s in te g r a d o s n a e q u ip a te m o s b o a s p ro m e s s a s p a ra o fu tu r o , p r e c is a m é s e r t r a b a lh a d o s p o r u m té c n ic o c o m p e te n te .
A a r b it r a g e m m u ito fr a c a , p a ra a c a te g o r ia d o s r . M a te u s S o a r e s .
E lis iá rio Jo aq u im M o re ira
D R O G A R I A O R I E N T A Lde
Çjoiv d t (SúfiJa J í l i t i t i u i
D R O G A S , T I N T A S e V E R N I Z E S // A R T I G O S D E V A S S O U H E IR O e P IN C E L A R IA
V id ro s p a ra v id r a ç a s — L o u ç a s
em b a r r o — C a l e m p e d ra , e t c .
Hua Joaquim de Almeida, 53 — MonHjo
« Á Pro vín cia»
vende-se
em todas as
papelarias
de M o n t i j o
Sociedade Columbófila de Montijo
Classificação da prova Salamanca a Montijo Em i de Maio de 1955 Km. 380,416 - Pombos
inscritos 128’
V ic t o r M . M . V ie g a s , 1 .° , 7 .° , 1 9 .° e 3 1 .° ; E d u a r d o S a b in o T e r r a s , 2 .° ,
3 .° , e 1 2 .° ; A ld e m ir o E d u a r d o B o r g e s , 4 . ° ; D io g o M e r d o n ça T a v a r e s , 5 ,° , 6 .° , 1 0 .° , 2 1 .° , 2 8 .° , 3 8 .° e 4 0 . ° ; J o ã o T e o d o r o da S i lv a , 8 .° , 2 2 .° , 2 3 .° e 2 7 . ° ; F r a n c is c o J . V . C a s t r o , 9 .° , 1 8 .° e 3 2 . ° ; F r a n c is c o J e s u s S i lv a , 1 1 . ° ; E d u a r d o d os S a n to s B a e ta , 1 3 .° e 3 3 . ° ; A n tó n io
J . B . B o d r ig u e s , 1 4 . ° ; C r is t ia n o J o s é M o r e ir a , 1 5 .° ; A n tó n io C u -
g u e g o F i r m in o , 1 6 .° ; J o s é M a r t in s B a r r o s , 1 7 . ° ; O r fa n a to d e M o n ti jo , 2 0 . ° ; R a u l L o p e s M a r t in s , 2 4 .° e
2 5 . ° ; E u s é b io P . O l iv e ir a , 2 6 . ° ; J o s é C o n s ta n t in o B o r g e s , 2 9 . ° ; J o s é C o r r e ia L e i te , 3 0 .° e 3 6 . ° ; J o r g e S o ta n o L o p e s , 3 4 . ° ; Jo s é P e d r o C a r a b in e ir o , 3 6 . ° ; B e n ja
m im N . S i lv a , 3 7 ; A n tó n io J . L u c a s C a t ita , 3 9 .° .
José Teodósio da Silva( H e rd e ira )
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P e n a é q u e o p ú b lic o n ã o te n h a a c a r in h a d o c o n v e n ie n t e m e n te a in ic ia t iv a e a b o a v o n ta d e d a g e r ê n c ia n ã o s e ja s u f ic ie n te p a ra m a n t e r c o m r e g u la r id a d e a s su as ta r d e s d a n ç a n te s e e s p e c tá c u lo s n o c tu r n o s .
E s ta s c o n s id e r a ç õ e s v e m a p r o p ó s ito da c o m u n ic a ç ã o q u e a g e r ê n c ia faz ao p ú b lic o a v iz a n d o d e q u e in t e r r o m p e n e s ta d a ta o s p r o g r a m a s q u e v in h a o r g a n iz a n d o , e s p e r a n d o r e c o m e ç a r n o O u to n o se o p ú b lic o ju lg a r c o n v e n ie n te d a r - lh e u m p o u co m a is d e a p o io .
Mais uma vez a equipa de basquetebol do Clube Desportivo de Montijo se deslocou a Lisboa para disputar um jogo do campeonato nacional da 2.a divisão. Tal como se tem notado ultimamente, por comodismo de alguns jogadores e afazeres da vida particular ou doenças de outros, o grupo voltou a apresentar-se desfalcado.
Exactamente como aconteceu no jogo disputado em Montijo, o principal trunfo do Á vila residiu na elevada estatura da maioria dos seus jogadores. Este factor importantíssimo ao basquetebol, foi decisivo no jogo a que estamos referindo, pois na equipa do Montijo verificou-se justamente a ausência dos elementos com mais condições físicas para se oporem aos adversários. Assim, os jogadores montijenses que alinharam foram d o mi n a d o s qua s e totalmente pela envergadura e poder atlético dos antagonistas.
Jogo no campo do Vitória de Lisboa, na Picheleira, sob a arbitragem, um pouco
tolerante no que respeita ao contacto pessoal, do sr. José Filipe.
Os grupos alinharam e marcaram:
Ávila'. — R o d r i g u e s (7), Severiano Figueiredo (26), A. Figueiredo, Pires (12), Amaral, Soares, (6), Serra (1) e Amado (3).
Montijo'. — Cosme, G abriel, Lopes (8), Tomás, (18), José Rosa (7) e Eugênio.
No próximo domingo o Montijo recebe no seu campo do Parque, às 11,30 horas a equipa do Boa-Hora, para disputar o último jogo desta série.
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O n o s s o n ú m e r of S P f C I A L
Conforme circulares já distribuídas «A Província» Vai fazer o seu número especial dedicado às F E S T A S POPULARES DE S. PEDRO, 0 qual será uma homenagem ao Concelho de Montijo, assinalando neste ano de 1955 todas as actividades em todos os sectores da vida montijense.
Assim, e a par da vida associativa, a comercial e industrial terão uma posição de destaque nesse número.
A todo 0 comércio e indústria foi pedida a colaboração que estamos certos, mais uma Vez nos não será negada.
No capítulo industrial não queremos deixar de assinalar os sectores corticeiro e cha- cineiro para o que iremos fazer reportagens por colaboradores especializados.
O t r a b a l h o é árduo e grande. Só com uma optima colaboração de todos poderá ser executado conforme está previsto.
Para isso, solicitamos a todas as entidades que facilitem quanto possível a acção dos nossos redactores, colaboradores e agentes.
Por todo 0 bom acolhimento e boa Vontade «A Província» muito agradece.
«A Província» aproveita a oportunidade para publicamente agradecer à Comissão das Festas de S. Pedro o facto de não incluir no seu programa deste ano — Publicidade — deixando assim essa fonte de receita à disposição dos jornais que julgarem conveniente aproveitá-la para os seus números extraordinários dedicados às F E ST A S.
18 Bandas de Música estarão este ano nas
Grandes Festas Populares de $. Pedro em M ONHJO
V I S I T E - N O S Tem facilidades de transporte do Norte ao Sul do País
![Page 6: Viagem Triunfal CÂ fLlÔfLfrlÍt& (Lt Escolas Técnicas · Há dez anos que não ia ao Teatro. Não tenho, por ... estrelas é uma glória na ... VISITE-NOS DE 25 A 30 DE JUNHO Manuel](https://reader034.vdocuments.com.br/reader034/viewer/2022052209/5c4e188a93f3c30e0214188e/html5/thumbnails/6.jpg)
4 A PROVINCIA 19-5-955
Noticiário Regionalfundão
PISCINA DO FUNDÃO — Abriu finalmente a nossa piscina, que embora a temperatura esteja ainda um pouco convidativa, já teve alguns aficionados de natação a visitá-la.
Pela arrematação do seu bar, ficou de posse do sr. Júlio Duarte.
VISITAS MONTIJENSES — A tratar de assuntos referentes ao nosso jornal, visitaram-nos por curto espaço de tempo, os srs. Vasco Motta Pinto e Ruy de Mendonça, respectivamente Proprietário e Director, de «A Província» que se fizeram acompanhar de suas Ex*mas Esposas.
Foi com agrado que os vimos por cá, além do prazer em os conhecer.
VIDA DESPORTIVA — Após a reunião, pró-fusão, dos dois clubes Fundanenses, Sport Lisboa e Benfica e Sporting, sob a presidencia do sr. António Maria Paulouro, foi feita a votação para a escolha do nome à nóvel agremiação e características das equipas. Ficando a denominar-se, Associacão Desportiva do Fundão, e com as suas equipas, iguais às do Bangú-Brasil, camisola axadrezada, preta e gre- nát, e calções brancos. Mais se deliberou, quanto às cotas, serem de 5J00 mínimas e 1$00 para crianças, possuindo os sócios maiores o desconto de 50°/o em tardes desportivas.
Ao novo clube, que já conta com grande número de associados, ficamos a apetecer o rejuvenescimento desportivo da nossa vila e longos anos.
COLCHAS DE CASTELO BRANCO—Foi de assinalado êxito, a abertura da exposição de colchas de Castelo Branco no Porto. Pelo que está de parabéns a Província da Beira-Baixa, pela apresentação desta sua maravilha de arte e bom gosto, única no género.
SPORTING DA COVILHÃ — A este clube, talvez por infelicidade, mais do que por uma razão de ser, foi-lhe aplicado o castigo da interdição do seu campo e a multa de mil escudos: coisas da bola, que mereceram o justo descontentamento, pelo que foram solicitadas providências. — C.
Pinhal NovoFEIRA ANUAL - A feira de
Maio desta localidade, realizada em 8 e 9 do corrente, teve como é costume uma farta concorrência de forasteiros, especialmente no domingo. Os comboios chegaram a esta vila, sempre completamente cheios e com as suas composições aumentadas.
Calcula-se em muitos milhares de pessoas que visitaram Pinhal Novo, que se fizeram transportar pelos combóios, Camionetas e automóveis.
A feira encontrava-se muito bem abastecida e fizeram-se muitas transações, especialmente em gados.
Honve também barracas de diversões, incluindo uma pista de automóveis que parece ter feito bom negócio, em virtude da grande quantidade de povo que frequentou a feira.
O recinto da feira encontrava-se ornamentado e iluminado.
SOCIEDADE FILARMÓNICA UNIÃO AGRÍCOLA — No passado dia 14 do corrente, realizou-se nesta casa de recreio o baile da Primavera. Abrilhantou esta festa, o Conjunto Musical «Reis da Alegria» de Montijo. — C.
Bej(A «PRÓ-ARTE» CONTINUA...
— Com a participação de duas grandes figuras de música portuguesa, o pianista Abreu e Mota, professor do Conservatório Nacional e o violoncelista Fernando Costa, primeiro solista da Orquestra Sinfónica Nacional, prosseguiu no pretérito dia 6, a série de concertos que a delegação da «Pró- Arte» se propôs a realizar.
Os artistas que terminaram as suas actuações interpretando um famoso trecho de Ravel, executaram composições de Beethowen, Schurbert, Chopin e Liszt. Em todas foram vibrantemente aplaudidas.TB ES N O T I C I A S
— Por iniciativa do sr. Bispo de Beja, vai ser construído nos subúrbios de Beja, um bairro que terà o nome de Nossa Senhora da Conceição.
— Também, para ajudar a construção deste bairro vai ser organizada no edifício do Governo Civil, uma exposição de Arte Antiga.
— Em viagem para Fátima, pernoitou no dia 11 nesta cidade Sua Eminência, o Cardeal Alfredo Ottavianni, que vinha de Gibraltar. Em honra de tão alta figura religiosa, celebraram-se várias cerimónias.
D E S P O R T O
— Promovido pela Secção Columbófila do Clube Desportivo de Beja, disputou-se 110 último domingo a prova Madrid-Beja, que fazia parte do calendário da presente temporada.
— Também no domingo, ao vencer a Ala da Vidigueira por 2-0, a Ala de Beja (Escola Industrial e
ProgramasM. de
RADIO
R e v is ta d e s p o r t i v aUma produção de Fer
nando de Sousa informa os horários dos seus programas ;
3.as feiras, em Rádio Restauração— às 11,30— Toiros, Toureiros e Touradas.
5.as feiras, em Rádio Ribatejo— às 12,45 — Revista Desportiva.
Domingos, em Rádio Ribatejo— ás 10,30— Previsões Desportivas referentes ao Campeonato Nacional da 2.a Divisão.
A ’s 15,45 'horas, 0 relato directo e integral dum desafio de futebol a contar para a fase final da 2.a divisão. Ao microfone o conhecido atleta olímpico, Matos Fernandes.
Revista Desportiva, uma produção de Fernando de Sousa ao Serviço do D esporto Nacional.
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R á d io C lu be Português:
2.0S-feiras, às 12,15 h (integrado no programa «Isto é Portugal».
Comercial) foi proclamada campeã distrital.
— Diz-se que o Desportivo de Beja, a par de alguns reforços que procura arranjar para a nossa época, sofrerá várias baixas no no seu quadro.' Martins, Apolinário, Vidal, são as mais prováveis. — C.
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,9-5-955 A PROVINCIA 7
Correspondência_ Maria do Rosário Travas-
s0S Vâldez — Sintra — As colunas deste jornal estão à sua inteira disposição. Sinceramente nos agradaram os seus versos. Não podemos, dada a exiguidade do espaço de que dispomos, fazer uma apreciação profunda e ainda porque nos reservamos para depois
ler mais algumas produções, que por certo nos vai enviar. Cumprimentos e muito gratos pelas palavras amáveis que nos dirigiu.
_ Cândido Tavares Rosa da Silva - Afonsoeiro — Lemos já os vossos trabalhos. Eles revelam, embora com dificiências ortográficas e imperfeições de forma, bom sentido humano, imaginação, temperamento poético aceitável e digno de ser acarinhado e estimulado. Pode contar connosco. Hoje sai a prosa, na próxima «Porta Aberta» publicaremos os dois sonetos.
— José António Moedas — Beja — Como deve ter observado colocámo-lo na categoria que merece. Palavras Cruzadas o Biografias são assuntos que nos interessam sempre. Felicitamo-lo pela idéia e aguardamos reconhecidos a continuação. Sobre o outro assunto da sua última carta, — não estão assim tão máus como pensa.
Envie-nos logo que possa duas fotografias para o cartão. Gratos por todos os favores recebidos.
— Afonso da Silva Campante — Tramagal — Recebemos sua colaboração. E notícias P Deixou passar as festas e não nos disse nada! Agradecemos o envio de duas fotografias para o cartão de identidade. Cumprimentos.
— Domingos Antunes Valente — Castelo Branco — Gostosamente o consideramos correspondente. Mande-nos duas fotografias e quando desejar colaborar deve enviar-nos directamente as suas produções.
— Alfredo Campos Lopes — Vila Real S. António — Recebemos sua carta que agradecemos. Já experimentou fazer uma pequena novela ? Tente o género e mande-nos para apreciação.
— Amável Cardoso Diniz — Montijo — Os versos que mandou são hoje publicados. Julgamos ter satisfeito o seu desejo. Continuamos às ordens.
— Maria Antònia Guerreiro Castilho — Beja — Dos 3 sonetos que nos entregaram publicamos o melhor. Esperamos notícias e as suas impressões sobre o jornal.
— Aos correspondentes — A Administração agradece o envio urgente de duas fotofografias afim de serem passados os respectivos Cartões de Identidade.
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Lar Al FNTF.IO P E N S A M E N T O SPobres dos que não tem mãe... Ai dos que não têm lar.
No meu pobre vocabulário, à ternura que espande o nome de mãe só acho uma outra palavra que se assemelha : — Lar.
O filho quando nasce, busca na mãe por instinto natural,alimento, agasalho e protecção; depois da mãe, quando o tempo o faz conhecer procura o Lar. A ave voa à noite para o ninho com a mesma vontade com que de manhã voa em busca de alimento; a fera busca o covil quando acossada, para o defender e para lhe entrarem no Lar há que passar sobre o seu cadáver.
E nós, homens, buscamos no Lar : o repouso, a alegria, o amor, toda a pura casta de prazeres que só ele nos proporciona.
Jlorre-nos a mãe, a mãe para sempre acabou-se, dela só fica a saudade; e é, por isso talvez, que ela nos é ainda mais querida; mas se algum cataclismo do mundo nos rouba o Lar, renasce em nós o desejo que é quase um legado da natureza, e o vazio da nossa existência enche-se dessa justa ambição : a edificação de um novo Lar.
Os fugitivos, os homens perseguidos por outros homens que o digam, quantos anos do melhor da sua vida não dariam para o possuir. E aqueles que, roubados a eles, atirados para os campos de batalha, defendendo às vezes ideias de outros, que o digam também.
Lar, quanta ternura e magnanimidade não exprime a união destas três letras. Se o tens, faz dele o teu Deus, o Templo Divino da harmonia, o depósito da tua felicidade.
Que o espectro da desunião, encontre a servir de porta uma barreira intransponível, formada'de amor, alegria, bondade e trabalho, forjada ao fogo bendito do entendimento.
Lembra-te que teu Lar se ergueu sobre alicerces de amor e que se eles se corromperem o edifício cuirá.
Recorda que tua esposa não pode ser para ti a escrava da tua vontade ; lembra quando o amor para ela surgiu e era para ti a Deusa da perfeição; pensa que onde há superiores não há comunicação livre de pensamento; e no Lar onde se ocultam ideias e acções não existe uma felicidade capaz de resistir à adversidade da sorte.
E tu, esposa, lembra que se hoje teu marido já não é o herói dos teus sonhos, e que já nem sonhas sequer, recorda que já o foi nos sonhos passados; e, quando o vires vacilar ampara-o, encoraja-o, na luta perpétua pela vida. Não rias dos seus ideais porque lhe são caros. . .
Amar, não deve ser gostar apenas, mas lutar pela felicidade de quem se ama, que só na felicidade deles se alcança a nossa.
C â n d id o T. Rosa da Silva
Toda a charneca é labareda viva Em angustia e espasmo de deso
lação,Já não há foices,Nem guisalhadas,Nem pão...A própria terra é lume,Lume de mil fornadas E a terra, chorosa, de ciume Embebeu-a de orvalhadas!Que angustia desceu na terra
quente,Abraçada a tojos e alecrim Num amplexo de Dor E em solidão sem fim?O sobreiral transpira de agonia, Lágrimas da própria carne e do afã Do homem que o despiu...A terra mater bebe a seiva fugidia, (Não vá o Sol bebê-la)O homem tem esforços de titan, E a aragem é um sonho que fugiu...No silêncio há cansada melopeia, De sêdes ressequidas E a sombra vem cinzenta, duma
nuvemSem lágrimas sentidas:Terra que ficas longe do caminho Na carne do ausente Arrancada à Dor dum sói poente Quero beijar-te minha terra
exangue, No meu próprio sanguel
N oe l A ltu ra s
Q U AD RASComeço por elogiar O vosso belo jornal Pois tudo quanto ele encerra E instrutivo e leal
I IBasta ser iniciativa Desta terra sem igual Uma das vilas mais lindas Das vilas de Portugal
I I IConfesso que tenho pena Não ser de cá, natural Mas apesar de não ser Montijo é meu ideal
I VTem as festas de S. Pedro Que são verdadeiro encanto Montijo terra adorada Como eu te adoro tanto
Montijenses trabalhai Com alegria e vontade P’ra conseguirem fazer Do Montijo uma cidade
V IA todos os montijenses Eu agora me d irijo Para que gritem bem alto Comigo— Viva o Montijo
A n íb a l C ardoso D in lz
( C a n s a ç oVenho cansada! . . . Cansada de caminhar. ..No teu regaço óh!r mãi deixa-me descansar Olha p’ra mim. Oh! mãi vê como eu voltei.Venho doente de tanto que caminhei.
Repara. Olha os meus olhos, bem de frente!. .. Não vês! Agora a sua luz é dijerente.Escuta o coração. Ouve-lo bater?Já não vivo, não! No entanto quero viver.
Caminhei, e quase p’ lo caminho m orri.. .Chorei lágrimas de sangue, rezei, pedi;Tudo em vão, tudo me negaram friamente.
Nada encontrei, mas só em ti mãi, ternamente Eu achei repouso, finalmente em teu regaço E senti por fim terminado o meu cansaço.
Beia M a ria À n tó n ia G u e rre iro C astilho
Todo o homem que no palco da vida, não cria a sua próqria personalidade moral; cedo recebe os apupos da plateia que o julgará no mais intimo da sua consciência.
Não há luz mais brilhante que a do espírito quando ele é livre.
Saber esperar. Saber estar calado e saber falar a tempo. São três virtudes que raramente coexistem no homem.
Antes de jogares futebol com os pés, deves primeiro assimilá-lo pelo cérebro.
O pormenor é a subslànci.i do raciocínio.
O futebol não é uma futilidade, mas sim uma arte que requere poder físico e concepção.
Nunca olvides a «História» porque ela é a eterna memória dos povos.
Enquanto o medo subsistir entre os homens, nunca na «Terra» poderá haver a verdadeira felicidade.
Tramagal, 1955Afonso da Silva C a m pa nte
F U T E B O LFutebol! Palavra mágica que
todos respeitam e veneram.Futebol! Alvo das multidões, que
ora deliram de alegria e entusiasmo, ora de mágoa e sofrimento.. Sente-se no campo de jogos algo que esvoaça perante esses cérebros ávidos da vitória do favorito. São noventa minutos que não vivem, São noventa minutos em que as máscaras da dòr e da felicidade unidas dir-se-iam criadas num ambiente de respeito mutuo.
Enquanto uns, num combate íntimo, fazem espelhar no rosto a máscara do fatalismo, outros como verdadeiros irracionais, gritam em alarido insuportável os mais veementes protestos contra a vítima.
Kefiro-me a essa parte para mim puramente neutral que é oárbitro. Desportista cem por cento, porque não exerce essa ingrata senão detestável profissão um alheio do desporto, ele sente de antemão que vai cumprir uma arriscada tarefa mesmo que, e errar é próprio do homem, se desempenha dela impe- càvelmente.
Creio, e quase afirmo que assim acontece, essa é a única parte que descora o rico cenário cheio de beleza e poesia que nos oferece o desporto-rei. Pois os gritos radiantes de uns, o sofrimento mudo de outros, a par desse fervor que os vinte e dois artistas, que sobre o relvado desempenham o seu emocionante papel, põem numa luta por vezes rude, mas leal.
Assim, quando se eliminar esse atrito que tem tornado muitas vezes o espectáculo tão apreciado, indigno de se presenciar, então sim, poderemos com orgulho discutir e aclamar o belo desporto.
Fred
Pagam ento de AssinaturasImportante
Como é uso em toda a Imprensa, o pagamento das assinaturas è fe ito adianiada- mente.
Contudo, por motivos de organização inicial não nos foi possível proceder às primeira» cobranças senão quando saía já o N.° 1 de «A PROVINCI U.
De futuro vamos acertar o passo, fazendo o que todos fazem, isto è, cobrando-se as assinaturas com o avanço de uma série de 10 ou 20 números conforme se trata de assinantes de Montijo ou fora de Montijo.
Esperamos a boa vontade de todos para uma perfeita organização que se impõe e todos anseamos.
Para fora de M ontijo: Houve algumas devoluções de recibos por não serem encontrados os destinatários.
Para estes pedimos o especial favor de nos remeterem a importância das respectivas assinaturas, o mais ràpida- mente possível, porquanto não só nos facilitam os serviços como evitam mais despesas de correio.
Solicitamos ainda a todos os assinantes que residem fora de Montijo, sempre que possam nos enviem as importâncias das suas assinaturas, o que de futuro assinalaremos sempre numa coluna do nosso jornal destinada a «Assinaturas».
Os recibos para fora de Montijo, serão sempre passados por séries de 20 números, salvo indicação em contrário dos interessados, que nesse caso informarão se pretendem séries de 10 ou 52 (1 ano).
Mais uma vez rogamos a boa vontade e o melhor acolhimento para as nossas cobranças, poisé dos seus assinantes que «A PROVINCIA» vive.
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8 A PROVINCIA 19 5-955
0 Regimento de Infantaria(C o n c l u s ã o d a
A profecção ao frabalhador( C o n c l u s ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )
ESCOLAS TECNKÀS(Conclusão da í.» página)
Ilustre Director Geral do Ensino Técnico Profissional, fez ao nosso colega «Distrito de Setúbal» no seu número especial de 7 do corrente.
A’ pergunta do jornalista:— Qual a posição do distrito de Setúbal no quadro do Ensino Técnico Profissional?— respondeu o snr. Dr. Carlos P r o e n ç a da seguinte forma:
— «Instalada convenientemente, como agora fica, a escola da sede do Distrito; a caminho de conclusão o edifício definitivo da escola do Barreiro, frequentada já por cerca de 900 alunos; criada e prestes a entrar em funcionamento a de Almada, cujas instalações definitivas em breve começarão também a ser erguidas — a posição do distrito de Setúbal no esquema de distribuição do ensino técnico, não pode deixar de considerar-se boa.
Está t a mb é m prevista; como sabe, a criação de uma escola no Montijo. A sua vez há-de chegar, quando Sua Ex.a o Ministro da Educação Nacional — a quem o País fica devendo, neste como noutros domínios, uma obra sem precedentes — o julgar oportuno, depois de ponderados, como é próprio dos seus métodos de trabalho, todos os factores a considerar em decisões desta natureza.»
Congratulemo-nos com o facto e fiquemos com a certeza de que embora neste ciclo c o m e m o r a t i v o da Grande Revolução Nacional; não esteja ainda incluida a Escola Técnica de Montijo, Sua Excelência o Senhor Ministro não deixará de olhar com carinho e atenção para este problema vital que é a formação técnico-profissio- nal da nossa juventude.
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MONTIJO
O que se diz, na peça, da Severa perante a Mouraria, pode dizer-se de Amália perante Portugal inteiro.
O drama «A Severa» causou escândalo, ao ser representado pela primeira vez nos palcos de Lisboa e fir- mou-se obra de valor para jamais se arrancar da Literatura Portuguesa. Vê-la, de vez em quando, é desejo das gerações e obrigação dos empresários teatrais. Os seus passos estão gravados na memória do povo, certas frases pertencem às conversas de todos os d ia s: «Isto é descer, Marqueza ?!» ; certas figuras andam-nos na frente dos o l h o s a cada passo: o Custódia, a Chica, o Româo alquilador.
Am ália acedeu a repre-
e castelhanos. A nossa torre de menagem, embora desmantelada e velhinha, é um pergaminho oficial não só da história da histórica vila militar, mas até do exército português que, sempre e nos momentos mais difíceis para a Casa Lusitana, soube lutar por um Portugal livre.
O Regimento delnfantaria n.° i i , hoje aquartelado em Setúbal, foi formado em 1643 como dissemos pelo terço do Partido de Castelo Branco e terço de Penamacor, com nome de Regimento de Penamacor, como aindaeraconhe- cido em 1806. Este terço era o único existente na Beiia em 1643.
Tomou parte nas operações da fronteira da Beira Baixa, entre as quais destacaremos dois combates. O primeiro em 23 de Março de 1650, em Moraleja, foi uma brilhante vitória; o segundo, dois anos depois, entre Sarça e o Salto del Ca- ballo em que as tropas portuguesas ioram vencidas e na maior parte aprisionadas.
Algumas vezes também foram enviados destacamentos, a ele pertencentes, à Beira A lta e nessa fronteira participou na tomada de Lumbrales. Devemos observar que, nesta última parte da guerra, havia dois Terços no chamado partido de Castelo Branco.
Finda a luta, foram, pela reformação de 1668 reduzidos a um só, que ficou a c a r g o do governador da
sentar «A Severa» talvez com sacrifício, talvez com renitência. Era uma responsabilidade que assumia, perante um público exigente, perante uma crítica pretensiosa e perante si própria. Era um cometimento algum tanto arriscado. Mas o serviço prestado à arte de Bra- zão impôs-se. E a peça veio à cena.
Que se v i u? Um sucesso, a que não faltou a detracção. Amália não é a actriz, nem sequer a cantadeira. E ’ a Severa, autêntica, real, reen- carnada. E ’ azougue, feminilidade cortante, fatigando- -se, dando-se até à rouquidão, «alma do Fado» mais que nunc a . Ela enche o teatro, enche a peça, enche as medidas das atenções
p r i m e i r a p á g i n a )
praça de Penamacor, mas em 1675 passou de novo a ter comando independente.
Na campanha da Guerra da Sucessão de Espanha, este Terço figurava na Beira em 1704; em 1706 foi d ividido em dois corpos chamados «velhos» e «novos»; ambos eles entrai-am na invasão de Espanha e foram destruídos na batalha de Almanza. Segundo a informação de um oficial que tomou parte na batalha, a perda do primeiro deveu-se a tentar extemporaneamente a retirada, e a do segundo, a um êrro do sargento-mór. O mestre de campo do Terço Novo, Jorge de Azevedo Coutinho, comendador da Santa Marinha da Mata dos Lobos, foi morto combatendo valorosamente.
Já organizados em Regimento, pelejaram no A len tejo dois corpos da Beira Baixa em 1708-10, um dos quais, pelo menos, parece ter figurado na batalha da Godinha. Finda a guerra, ficou a existir um Regimento com o seu quartel em Penamacor.
Em 1762, pertenceram os dois Regimentos de Penamacor ao corpo que operou na Beira.
O restante da história do Regimento de Infantaria 11 (Regimento de Penamacor) continua-se 11a cidade de Setúbal, onde actualmente se encontra.
Prof. José M an ue l Lande iro
que a devoram, pôs o seu talento pessoal ao serviço da naturalidade, supremo predicado da Arte pura.
Assis é 0 grande artista que todos conhecemos, o faleroso p r o f i s s i o n a l que arrrrrebata as plateias, que desempenha um dos papéis mais difíceis do Teatro Português com nervo talentoso; o auge da admiração atinge-se na cena das gargalhadas, que deflagra na casa uma explosão de aplausos espontâneos e sinceros.
Paulo Renato e os demais saem-se o melhor que sabem e podem, há que confessá-lo.
A crítica séria é uma sonda que pesquisa um veio. Não pode revelá-lo onde não existe, nem pode sonegá-lo onde o fluxo brota, pujante e fresco. De contrário, é uma estaca, hirta, solene, altaneira, que nada representa, nem i n d i c a , nem aponta. Cabral Ádão
niente evacuação das águas residuais e pluviais e das matérias usadas. Também não é indiferente a orientação a dar à edificação se se quiser dotá-la de conveniente exposição à luz e calor solares para que no seu interior os compartimentos ou unidades de laboração tenham a localização apropriada.
Os técnicos da construção, os técnicos da indústria e os técnicos sanitários não podem deixar de colaborar na criteriosa escolha dos materiais de c o n s t r u ç ã o , pois dela resultará não só a sua maior ou menor segurança mas também o conforto ou desconforto e a salubridade ou insalubridade dos locais de trabalho. As condições de a r m a z e n a mento, conservação e distribuição do calor natural ou artificial, as condições de arejamento, ventilação e, até, de vibração e ressonância dos edifícios são função da boa ou má escolha que se fizer do material de construção — pedra comum, granito, tejolo, ferro, cimento, madeira ou outro.
A disposição das diversas secções e oficinas de um estabelecimento i n d u s t r i a l , bem como a dos vestiários, refeitórios, instalações sanitárias, infantários, recintos de repouso, etc., devem obedecer a propósito de economia de tempo e esforço e de higiene, não devendo ser deixada ao acaso a escolha e arranjo dos respectivos pavimentos.
A s instalações eléctricas, os esgotos, as canalizações de águas, gases e outros produtos, bem como a evacuação das matérias residuais põem problemas técnicos de segurança e higiene que exigem cuidadoso estudo.
Um estabelecimento industrial que se abre tem de oferecer aos trabalhadores que nele vão exercer a sua actividade a segurança das suas vidas e saúde importando que seja considerada a cubagem de ar, o pé direito, a espessura e o revestimento das paredes dos locais de trabalho, refeitórios, dormitórios etc E o mesmo se deve dizer relativamente ao aquecimento, ventilação, iluminação e à evacuação dos produtos ou materiais incómodos, perigosos ou tóxicos.
Um defeituoso aquecimento, uma ventilação inconveniente, um a i l u m i nação natural ou artificial que peque por excesso ou por defeito concorrem para a insanidade do trabalhador, para o seu desconforto, para o seu maior esforço, fadiga e falta de atenção, comprometendo a produção em quantidade e q u a l i da d e . Também o grau de humidade merece estudo porque, por um lado, o trabalhador e, por outro, certas indústrias só podem trabalhar em certas condições de humidade.
Os fumos, as poeiras e os gases ou vapores devem
ser convenientemente afas- tados dos locais de trabalho para que não comprometam a saúde do trabalhador, prejudiquem o trabalho ou os produtos manufacturados ou constituam perigo de ex. plosâo. Simultaneamente, tem de ser atendida a protecção do trabalhador pela adopção individual de vestuário, luvas, toucas, calçado, óculos, máscaras e outros aparelhos que os s u b t r a i a m às influências perniciosas.
Os ruídos e as vibrações devem ser amortecidos até à medida do possível e 0 trabalhador deve ser servido individualmente dos meios de protecção contra eles, bem como contra as radiações eléctricas, caloríficas e outras que lhe comprometam a saúde e segurança. Esta não pode deixar de considerar uma estudada arrumação, protecção e concepção das máquinas e ferramentas, um conveniente espaçamento das passagens de serviço e acesso, a adopção de uma postura menos traumatizante do esforço e da atenção do trabalhador e, portanto, menos fatigante, Tudo são elementos que diminuem os riscos de desastres no trabalho.
Os trabalhos nas atmosferas mefíticas, nas minas, nas indústrias tóxicas exigem cuidados individuais e colectivos de protecção e educação muito especiais.
A combustibilidade ou i n c o m b u s t i b i l i d a d e das construções, das máquinas e ferramentas, dos detritos, dos produtos industriais e materiais armazenados somam-se a diversos outros factores q u e influem no risco de incêndio e suas consequências para o trabalhador e para a formação industrial.
São, indirectamente, normas de protecção contra os desastres no trabalho e de defesa da saúde do trabalhador as que dizem respeito a horários de trabalho e de descanso porque o indivíduo cansado, fatigado, está predisposto à distracção e ao desastre.
A limitação das horas de trabalho, em particular para as mulheres e para os me nores, e o escalonamento dos períodos de trabalho e de descanso para estes, bem como, para uns e outros, a sua exclusão de certos trabalhos e horas de laboração, são medidas de largo alcance na profilaxia de muitos prejuízos morais e materiais.
Certas organizações industriais tem tentado exper i m e n t a l m e n t e levar aos ambientes de trabalho unis atmosfera repousante ou excitante de cor, música e desporto e, até, de r e c o lh imento espiritual com óptimos resultados práticos.
O condicionamento numérico das instalações sanitárias, a sua separação p°r sexos e a sua limpeza são apreciáveis meios de defesa da saúde física e moral dos trabalhadores.
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A SEVERA(Conclusão da primeiro página)
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19 5*955 A PROVINCIA 9
P A L A V R A S C R U Z A D A SHORIZONTAIS : 1 — Terra natal do maior lírico
do século XVIII que usou o pseudónimo de Elmano Sadino. 2 — Alta. 3 — Prefixo latino que significa separação; provem; atmosfera. 4 —Em as; partida: ice. 5 — Máquina para introduzir agua nas locomotivas; 1905 em romano. 6 — Dividi em obras a água de rega. 7 — Marco; segues. 8 — Ocasião ; ópera ; partida. 9 — Hera; aragens; figura. 10 — Cano por onde se escoam as águas dos telhados. 11 — A Lusa Atenas.
VERTICAIS: 1 — Afecção inflamatória na laringe. 2 _Terceiro nome de Bocage. 3 - Conjugaçãocondicional; descanço ; antes de Cristo. 4 — Pron. pessoal; elo; para barlavento. 5 — Receei; escapei- -me. 6 — Conserva de uvas; lupanas. 7 — Desterra; nome de tromen (inv.) 8 — Nome de mulher; 1505 em romano; contracção de senhor. 9 — Ali; recuai; esquadrão (inv.) 10 — Segundo nome do vigoroso escritor Alentejano, autor dos Gatos. 11 — Rever provas.
Solução do P ro b lem a N.° IOHORIZONTAIS ; 1 — Mar; pre. 2 — Latoarias.
3 — Es; em. 4 — Ufa ; aos ; sob. 5 — Nem; ara. 6 — Grata; nível. 1 — Rir; ela. 8 — Ira; ele; lar. 9 — ln ; ar. 10 — Reatarias. 11 — Use ; aro.
VERTICAIS: 1 — Hungria. 2 — Ferir. 3 — Ma; amara; eu. 4 — Ate; ias. 5 — Rosadamente. 7 — Presenteara. 8 — Rim ; rir. 9 — Ea ; savel; ao. 10 — Orela. 11 — Abalara.
Problema N.° 11
9 10 11
C O M A R C A DE M O N T I J O
Anuncio(l.a publicação)
No dia 15 do próximo mês de Junho, pelas 10 horas, à porta do Tribunal Judicial desta comarca, vai pela l.a vez à praça para ser arrematado pelo maior lanço oferecido superior ao valor por que será posto em arrematação, o prédio que a seguir se indica e que consta do autos de Acção de Divisão de Ccisa Comum que Emidio Pinto de Almeida e esposa Maria Emilia Nunes Figueira, movem contra António de Sousa e Elisiaria de Sousa, Itodos residentes em Alhos Vedros, a correr seus termos pela 2.a Secção de Processos deste tribunal.
PRÉDIO A ARREMATAR Prédio de rés -do-chão e
quintal, sito na Rua Cândido dos Reis, em Alhos Vedros, a confrontar do Norte com Felis- berto da Costa Soares do Sul com Josè de Brito Caiado, do Nascente com o mesmo e do Ponte com a Rua, descrito na Conservatória desta comarca sob o n.° 8.133, a fls. 198 verso do Livro B- 21, e inscrito na matriz urbana da freguesia de Alhos Vedros, no art.0 17, que vai à praça pelo valor matricial corrigido de 20.160$00.
Montijo, 9 de Maio de 1955 O Chefe de Secção,
Francisco António Faria Verifiquei:
O JUIZ DE DIREITO,Josè Maria Pereira de Oliveira
Responda je é c a p a z ! . , ,SOLUÇÃO DO NUMERO ANTERIOR
1) — O crescente em brasões de cidades ou vilas significa que a povoação pertenceu aos mouros, pois o crescente é o signo do estandarte mahome- tano e que para isso teve também a sua origem num facto histórico.
2) — Porque D. João IV ao consagrar o reino a Nossa Senhora da Conceição, determinou que nem ele' nem os reis 8 eu s sucessores poriam a coroa na cabeça, porque daí para o futuro, a Senhora da Conceição, Rainha do Céu era também Rainha de Portugal.
3} — Um certo padre pret-n- deu a paroquididade de Alcochete, para o que implorou o auxilio de D. Francisco, irmão de D. João V. Para a obter, o Infante fê-lo meter no rio e passear por ele de maneira que a água lhe desse pelas barbas. Feito isso, o sacerdote obteve a jsjraça que desejava, inas a infante teve de dizer- -lhe; Obtiveste o que desejavas mas é necessário dizeres a toda a gente que, para isso, «teve de te dar a água pelas barbas».
4) — As conchas ou vieiras em igrejas ou qualquer outro monumento recordam o poderio de Santiago ou qualquer obrado por seu intermedio. Quase todas as jgrejas pertencentes a esta Ordem tem as conchas ou vieiras, que também tem a sua origem simbólica.
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C O N C J J R S O0 Campeão de «A Provinda»
1.°2.°3.°-4.°-5.°-6.° -7.°-8.°. 9.° -
10.° ■
Classificação na 9.” etapa- D. Maria da Conceição dos Santos — Montijo —- Teófilo Martins Caiado — » —- Manuel Militão de Carvalho — » —- António Lucas Catita — > —- Eduardo Santos Baeta — » —- Afonso da Silva Campante — Tramagal —■ Álvaro Serra — Montijo —- Eugênio Vieira Branco — » —José Francisco Soares Martins — » —
- António Sampaio Martinho — Bombarral —
108 pontos 55 »42 »39 »34 »20 »14 »13 »1 2 »8 »
Mais uma etapa e mais uma revelação — o sr. José Francisco Soares Martins — até aqui desconhecido que, ascendeu ao 9.° lugar da classificação geral ficando apenas a 1 e a 2 pontos do 8.° e 7.° classificados.
Entre o 1.° e o 10.° classificados há a diferença de 100 pontos mas por enquanto não há razão para desfalecimentos, pois ainda' temos o «caso» da semana passada — o concorrente sr. Teófilo Martins Caiado —, que de uma assentada conseguiu 55 pontos e o 2.° lugar. Se dá outra pedalada assim, não sabemos o que suced erá .. . ?
Como primeiramente informámos só publicamos a classificação dos primeiros 10, c o n q u a n t o presentemente os concorrentes já ultrapassem o número de 30.
Estamos quase a metade da prova e a primeira posição parece ser inatingível, no entanto não prognasticamos para não sair asneira.
Portanto meus senhores e . . . mi nhas senhoras, pedalem sem cessar, sem desfalecimentos, com isso só têm a lucrar, «A Província» e os prezados leitores.
E agora até à 10.a jornada.
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Condições gerais do concurso
1.° — Todos os leitores ouleitoras podem concorrer.
2.° — O concurso terá a duração de seis meses, com início em 5 de Março de 1955.
5o. — O concorrente que durante o prazo do concurso consiga obter o maior número de assinantes será proclamado O Cam peão de «A P R O V IN C IA » .
4.° — Em todos os númerosdo nosso jornal e até fim do concurso, será indicada a classificação semanal dos primeiros dez concorrentes.
5.° — Ao concorrente proclamado Campeão de «A P R O V I N C I A » s e r á entregue a quantia de MIL ESCU D O S.
6.° — Serão ainda contemplados com pr é mi o s que oportunamente iremos anunciando todos os concorrentes classificados até ao 10.° lugar.
Aviso importante: Os prémios só serão entregues, depois de os assinantes propostos efectuarem o pagamento das assinaturas do nosso jornal.
Mande hoje mesmo a sua primeira lisla
F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » N . ° 1 0
ô begzecLc do espelhop o r
cÂaguLtuL JHuit
— Oh meu D eu s! — dizia ? criado — como teria sido isto possível! . . .
— Não sei Dunstan, mas uma coisa é certo. Alguém entrou no quarto. . . e seria conveniente v e r i f i c a r m o s como foi isto possível.
Os meus olhos cairam ®ais uina vez sobre o punhal, que estava agora sobre uma cadeira.
— Este punhal pertencia a° patrão — disse lentamente o velho — estava colocado na parede nesta panóplia.
E apontava o lugar vago «eixado pela arma.
— Por onde teria penetrado o assassino ?
Por fim, Dunstan e eu começámos a percorrer todas as dependências do Castelo, verificando as portas e janelas, as quais estavam devidamente fechadas.
A mão trémula do velho criadoaproximou se da boca eem surdina perguntou-me:
— Que pensa disto «Mister» Irvine ?
Não estava disposto a dar crédito às superstições de Dunsta e perguntei-lhe por minha v e z :
_ Não haverá com certeza outra entrada para o Castelo ?
— Que eu saiba não. . . mas . . . passa-se aqui qualquer coisa de e s t r a n h o ,
«Mister» Irvine. . . qualquer coisa, ..
E a sua voz espirou tre- mulamente.
— Voltemos — di s se eu depois de uns momentos de reflexão —e que sua mulher vá chamar «Miss» Paradene e lhe diga o que se passa.
** *
Ouvi bater quatro horas. Um irredutível sentimento de depressão começava a apossar-se de mim.
No entanto voltei a sentar-me no maple em frente do fogo, na disposição de r e f l e c t i r , tranquilamente sobre a fúnebre aventura.
Voltei ao princípio da história e apliquei me a rever todos os detalhes que podessem lançar alguma luz sobre a morte do homem que tã o misteriosamente chegara a «Falcon Castle».
O motivo da sua visita pareceu-me falso. Uma só pessoa podia ajudar à resolução do enigna: Lucille Paradene.
Porque tinha ela oposto um mudismo obstinado às minhas p e r g u n t a s de hà pouco?
O seu silencio não era menos enervante do que a morte, do seu companheiro.
Uma só suposição razoável me ocorria: era de que um importante segrêdo existia entre «Mister» Paul e meu avô. Mas a natureza desse segredo?...
S e n t i a que o sono se apossava de novo de mim. Sem reagir fechei os olhos e adormeci.
Em sono agitado, sem que o espírito s o s s e g a s s e , as visões socediam-se, obrigando-me a um esforço violento para para acordar.
Ao mesmo tempo ouvia chamar pelo meu nome e pancadas fortes, soavam-me dentro do cérebro.
Abri os olhos.A s v e l a s inteiramente
consumidas estavam apagadas. A s janelas fechadas, mas pelas frinchas vi a cla
ridade do dia que despontava.
No momento em que me punha de pé, Dunstan abria a porta.
Apesar d a obscuridade que reinava no aposento, pude ver o ar terrivelmente desfigurado que o pobre criado aparentava.
— Já bati várias v e z e s ,., como não r e s p o n d i a . . . a br i . . . A campainha.
Todas estas frazes eram entrecortadas pela respiração o f e g a n t e do v e l h o Dunstan.
— Não sei de que campainha xfala! .. A d o r m e c i e nada ouvi a não ser as pancadas que deu na porta até me acordar.
— A campainha do quarto do Patrão — respondeu-me ele cada vez aparentando maior terror.
— A campainha de meu avô?. , . É im possível!...
( Continua)
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10 Á PROVINCIA 12 - 5-955—j
A C T U A L I D A D E S D O M U N D OA R G E N T I N A
P A G IN O Q U IN Z E N A L
N Ú M E R O 1
19 de Maio de 1955
Actualidades do Mundo M a i s e m i g r a n t e s • • •
«A Província» inicia hoje a primeira página dedicada aos d i v e r s o s p a í s e s do Mundo, creditados em Portugal.
Estamos convencidos de que ela vai interessar os nossos leitores, de Vez em quando, Visto que o «programa» é Variado e não Visará qualquer aspecto de propaganda e de interesse monetário, para o autor ou para o jornal.
Os moldes em que Vão assentar estas páginas, são
simples e claros, culturais e artísticos.
A Argentina, a França, o Brasil, a América, o Principado de Mónaco, a Itália, a China Nacionalista, a Alemanha, o Japão, a Suíça, a Espanha, etc. Vão ter a sua página de hoje em diante.
Esperamos o bom acolhimento e as nossas saudações à Argentina — Grande Nação governada por Peron— representada em Portugal pelo Dr. Roberto Angel Goyenechea, novo ministro da Argentina em Lisboa.
Grandes riquezasA República Argentina, com
a sua diversidade de climas e variada topografia, è um pais de grandes riquezas, cuja exploração racial e intensiva, segundo planos coordenados, se está praticando actualmente como fundamento da justiça social e da independência económica. Durante mais de um século de vida política independente a Nação viveu isenta duma economia livre, numa situação de de-
crescimento da riqueza. Mercê do esforço planificado e despendido nos últimos anos, a Argentina tran sfo rm ou-se numaNação socialmente justa, económicamente livre e politicamente soberana.
Uma oportuna reforma económica e social transformou as antigas estruturas do mapa económico. O fomento e progresso da hidro-electricidade a intensa industrialização, a racionalização da agricultura
G ado V acum42.279.02Ó
P o rc in o e la n a r[53.339.674
pendência, que tornava impossível concretizar a reforma social a que aspiravam as classes trabalhadorss. O Governo do Presidente Peron enfrentou duas tarefas importantes; colocar o capital ao serviço da economia, modificando o antigo e contrário estado de coisas e proceder ao reordenamento da riqueza argentina para a organizar, defender, incrementar e a colocar, igualmente, ao serviço dos altos interesses da Nação e do Povo, que a produz com o seu estorço.
Até há muito pouco tempo, a Argentina era um país exclusivamente agrícola e pecuário, de exploração semi- -feudal e rudimentar. Era lógico, por certo, que essas estruturas monopolistas e coloniais procurassem travar o desenvolvimento do país e o bem estar social e conspirassem contra um harmónico e pecuária e o cuidado dispen
sado às riquezas minerais e petrolífera? marcaram uma etapa de realizações gigantescas. O Governo do Presidente Peron apoiou com todos os meios ao seu alcance a produção e a indústria. O Banco de Crédito Industrial Argentino converteu-se num organismo de alta política industrial. Não se limita ser uma instituição de crédito, pois também propicia e fomenta todas as manifestações da actividade, tendentes a consolidar a indústria do país, estimula a criação de novas indústrias ajustadas ás possibilidades racionais e em zonas propícias para fixação de núcleos humanos; encaminha os contingentes emigratórios e consegue a política da energia, desenvolvendo especialmente a hidro-electricidade, tenda a libertar o país duma tradicional dependência do combustível alheio.
Mereceu também igual preo-
. . . O navio, lento e ma- gestoso, fundeia no porto de Buenos Aires. Nas pontes, olhares ansiosos,esperanças, rostos pálidos e faces queimadas pelo sol. Pequenas cabeças de mulheres cingidas pelo clássico lenço de cores ViVas. Idiomas vários murmurando frases diferentes, mas unidos todos numa só palavra que anda de boca em boca, fundindo todas as linguagens, como antecipação do destino de irmandade que os aguarda: Argentina!
Chega à Argentina mais um navio, com vários milhares de homens de trabalho. Para trás, naquele mundo, ao qual viraram as costas, ficou a guerra, as perseguições raciais, religiosas ou políticas. Também lá ficou a incerteza, a destruição e a morte.
Agora, eles abrem bem os olhos, para captar a nova paisagem. Sabem que não estão enganados.
Desembarcam numa terra de paz. Já nâo terá importância o facto de ser branco, amarelo ou negro.
É suficiente ser um homem honesto e de trabalho.
Bem pouco, na verdade. Mas foi preciso percorrer um longo caminho, para encontrar uin lugar no Mundo onde esse pouco fosse reconhecido.
O Hotel dos Emigrantes! A espera t r a n q u i l a dum futuro mais sossegado ainda. Tudo está resolvido, completo, conseguido. Mas não faltarão pequenos problemas individuais, que, inevitavelmente, uma organização de c a r á c t e r ge r a l n ã o . p o d e prever.
Parentes que ficaram no longínquo país e que também desejam emigrar. Anciães já inaptos para o trabalho, mas que, pelo facto de serem pais, quizeram passar os seus
cupação o estímulo da indústria siderúrgica e o fomento da exploração do sub-solo. As minas de carvão de Rio Tur- bio, para não citar senão um exemplo, são hoje motivo de justificada satisfação nacional.
As vastas concepções do plano da energia, levadas a cabo gradualmente, coordenadas com a produção de electricidade dos diques e geradoras já terminadas e a intensificação da exploração do petróleo, gaz natural e carvão, estão transformando a Argentina radicalmente, apoiada por uma mão de obra competente e efectiva, adestrada nas Escolas de Aprendizagem e Orientação Profissional e nas Universidades Operárias e alentada pela vigência dum estatuto social, que protege legalmente uma justa remuneração, e por excelentes condições de tr ab alh o . Deste modo, dia a dia se vai consolidando e afiançando definitivamente a já recuperada economia da Argentina.
últimos anos junto dos filhos jovens que marcham para a Argentina a l m e j a n d o um porvir. Também esses problemas encontram sempre uma solução na Argentina de hoje.
Porque uma benemérita instituição que o s t e n t a o nome respeitado e querido da saudosa esposa do Presidente da República Argentina, a Fundação Eva Perón, trabalha i n c a n s á v e l me nt e p a r a solucionar t odos o s problemas que tocam o sentimento de solidariedade, de compreensão e de a j u d a humanitária para todos os necessitados do país e doutras nações.
Por isso, um noVo navio
que c h e g a ao p o r t o de Buenos Aires, com a sua carga de milhares de emigrantes, é uma renovada e sempre satisfatória comprovação de que a atitude generosa e cordial deste país acha eco em todos os trabalhadores do Mundo, que anseiam chegar a uma terra de paz, de trabalho e de prosperidade,
Urna terra onde a lei suprema seja o direito inalienável de pensar, trabalhar e prosperar, sem obstáculos de nenhuma índole.
. . . E em cada navio que atraca, os tradalhadores que nele chegam verificam ser a República Argentina a terra com que tinham|sonhado.
A transformação ' da vida argentina possui uma das suas mais sólidas bases no extraordinário impulso e fomento das riquezas do País. Durante muito tempo, a economia argentina viu-se estancada na exclusiva exploração da riqueza agropecuária. Até o sistema de comunicações ferroviárias fôra planeado pelo capital estrangeiro, de forma a servir exclusivamente os seus interesses particulares, mas atentando contra a saàde e o progresso de todo o organismo nacional. Todas as linhas Férreas convergiam no pacto de Buenos Aires, funil de sucção para a seiva vital do País e que a encaminhava para o estrangeiro em barcos alheios, como alheios eram os seguros e resseguros que cobriam os riscos inerentes a essas riquezas.
A situação actual é totalmente diferente. A nacionalização dos caminhos de ferro foi o primeiro passo gigantesco, para colocar os transportes ao serviço da riqueza nacional.
A criação da Frota Mercante Argentina, que proporciona porões próprios aos produtos do país, foi outro importante degrau, a que se seguiu a nacionalização dos portos e seguros. Uma vez nacionalizados os caminhos de ferro, foram os mesmos coordenados e ligados mediante uma sólida rêde, que os une em todas as direcções.
A Frota Mercante Argentina, por seu turno, ostentando o pavilhão argentino, corre o Mundo como uma mensagem de amizade e de intercâmbio leal e equitativo. O seu progresso foi enorme. Actualmente, ultrapassa 1.200.00 to
neladas e constantemente se rejuvenesce, sendo aumentada com novas unidades, providas de todos os melhoramentos da técnica moderna. Magníficos expoentes da Frota Mercante Argentina são os transatlânticos «Eva Perón»; «17 de Octubre» e «Presidente Peróm, este último um dos mais cómodos e luxuosos que navegam nos mares do mundo.
Quanto à política de comunicações, devemos frisar que o número de automóveis circulantes na Argentina a coloca no primeiro lugar da América do Sul, correspondendo, segundo as estatísticas, um veículo por cada trinta habitantes, Todos esses transportes, a que se deve juntar o aéreo — navegação, muito desenvolvida, dão uma idéia do grau de potencialidade económica da Ke- pública Argentina.
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A grande fRÀNÇA
O transaiiânlico «Eva Perón» que várias vezes tem [eito escala por Lisboo
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