várzea - córrego mooca
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Projeto apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo. Este trabalho se divide em duas etapas. A primeira consiste na breve análise das características da bacia do córrego Mooca, tendo como objetivos coletar subsídios para uma intervenção na extensão da bacia e na várzea. A segunda parte contém a resposta projetual à série de questionamentos levantados na pesquisa coletiva e individual, tendo como foco de intervenção a área da vár-zea, encontro dos deságues do rio Tamanduateí, córrego Mooca, Moinho Ve-lho e Ipiranga.TRANSCRIPT
Universidade Anhembi Morumbi
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
VÁRZEA – CÓRREGO MOOCA
Reconversão Urbana através da água
Projeto apresentado como
requisito parcial para a
conclusão do curso de
Arquitetura e Urbanismo.
Aline Cristina da Cunha Silva RA. 08192327
Orientador: Claudio Manetti
São Paulo – 2012
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 2
VÁRZEA – CÓRREGO MOOCA
Reconversão Urbana através da água
Aline Cristina da Cunha Silva
Projeto apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de
Arquitetura e Urbanismo.
DATA ______/______/______
Claudio Manetti– Orientador – São Paulo
________________________________________________________
Caio Santoamore – Anhembi Morumbi – São Paulo
________________________________________________________
Sérgio Sandler – Escola da Cidade – São Paulo
________________________________________________________
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 4
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Claudio Manetti, pela paciência gigantesca com as três
“meninas da água” e por acreditar em nós e no nosso projeto mais que nós
mesmas acreditávamos. Por nos dar fome de projeto, de mudança, e por nos
mostrar o caminho a seguir quando já não sabíamos mais por onde ir.
Agradeço a Deus, por me dar a oportunidade de estar na caminhada maluca
que é a vida.
Aos meus pais pelo apoio e amor incondicional. Aos demais familiares (Cida,
obrigada pela ajuda na revisão do caderno!) e amigos (em especial a Carla)
que me viram muito pouco nos últimos anos de faculdade, mas que ainda
assim continuaram gostando de mim.
Ao Fabio, pela ajuda com os cadernos, companheirismo, compreensão e pia-
das sem graça.
À Queli pelo otimismo e bom humor inabalável; Raquel e Tamires, por serem
minhas companheiras de projeto e de vida; por me manterem em pé com as
piadas e o bom humor nas horas de maior adversidade. Sem vocês o caminho
teria sido muito mais difícil.
À Mirian, pela compreensão e apoio.
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 6
RESUMO
Este trabalho se divide em duas etapas. A primeira consiste na breve análise
das características da bacia do córrego Mooca, tendo como objetivos coletar
subsídios para uma intervenção na extensão da bacia e na várzea. A segunda
parte contém a resposta projetual à série de questionamentos levantados na
pesquisa coletiva e individual, tendo como foco de intervenção a área da vár-
zea, encontro dos deságues do rio Tamanduateí, córrego Mooca, Moinho Ve-
lho e Ipiranga.
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 8
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - A grande estrutura hídrica e o recorte da
Bacia do Rio Tamanduateí, com destaque para a bacia
do córrego Mooca
Figura 02 - A bacia do córrego Mooca, que engloba as
subprefeituras da Mooca e Vila Prudente.
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na
Mooca.
Figura 04 – Uso e ocupação do solo .
Figura 05 – Mapa SARA Brasil – 1930.
Figura 06 – Mapa de expansão da Rede Metropolitana
de São Paulo
Figura 07 – Principais vias na Bacia do Córrego Mooca.
Figura 08 – Relevo e pontos de inundação em 1982 e
2002 no córrego Mooca.
Figura 09 – Bacias de retenção propostas nos córregos
Ipiranga, Moinho Velho e Mooca.
Figura 10 – Sistema de corredores verdes propostos na
bacia do córrego Mooca.
Figura 11 - Temperatura da Superfície
Figura 12– Delimitação da área da várzea, foco dos pro-
jetos individuais.
Figura 13 – Vazios urbanos.
Figura 14 – Perímetro da Operação Urbana Mooca-Vila
Carioca
Figura 15 – Projeto conjunto das grandes linhas estru-
turadoras do território.
Figura 16 – Limites da área foco da intervenção urbana.
Figura 17 – Delimitação da área foco da intervenção
urbana.
Figura 18 – Pontos de inundação em 1982.
Figura 19 – Áreas geradas a partir da sobreposição en-
tre pontos de inundação em 1982 e cotas mais baixas.
Figura 20 – Configuração final das águas na várzea.
Figura 21– Áreas de inundação/ dinâmica do sistema
hídrico
Figura 22– Vegetação para proteção da água e para
criação de espaços de lazer.
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Figura 23– Viário existente e proposto.
Figura 24 – Zeis existentes na área foco de intervenção.
Figura 25– Marquise - cota 735,00 e implantação dos
edifícios no entorno da linha férrea.
Figura 26– Nova estação proposta e praça.
Figura 27 – Planta de Implantação e corte do Terminal
Intermodal Vila Prudente – UNA Arquitetos.
Figura 28– Plano geral, mostrando o ensaio da relação
entre a nova ocupação proposta e a água.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 10
“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”
(Jean Cocteau)
(mas há quem diga que é do Mark Twain)
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ________________________________________________________________________ 13
BACIA
DIAGNÓSTICO _______________________________________________________________________ 15
CÓRREGO DA MOOCA ________________________________________________________________ 16
OCUPAÇÃO DA BACIA __________________________________________________________ 17
MOOCA _____________________________________________________________________________ 17
INFRAESTRUTURA ______________________________________________________________ 18
PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO ____________________________________________________ 18
VILA PRUDENTE ______________________________________________________________________ 20
INFRAESTRUTURA ______________________________________________________________ 21
PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO ____________________________________________________ 22
EQUIPAMENTOS ______________________________________________________________________ 23
ENCHENTES/ DRENAGEM _____________________________________________________________ 24
PREMISSAS ___________________________________________________________________________ 26
INTERVENÇÕES ______________________________________________________________________ 27
DRENAGEM ____________________________________________________________________ 28
BACIAS DE RETENÇÃO – LAGOA PLUVIAL ________________________________________ 28
CORREDORES VERDES - BIOVALETAS ____________________________________________ 30
DESTAMPONAMENTO DOS RIOS _________________________________________________ 30
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 12
VÁRZEA
VÁRZEA _____________________________________________________________________________ 35
MOOCA – VILA CARIOCA _____________________________________________________________ 37
ANÁLISE DE PROJETOS REFERÊNCIA____________________________________________________ 37
A Várzea do Tamanduateí: Dimensão local e metropolitana ________________________ 38
Proposta Estratégica na Operação Urbana Diagonal Sul ____________________________ 39
Requalificação Urbana da Mooca Ipiranga ________________________________________ 40
PLANÃO _____________________________________________________________________________ 41
ENSAIO URBANO
INTERVENÇÃO NA VÁRZEA ___________________________________________________________ 46
ÁGUA ___________________________________________________________________________ 47
DINÂMICA DO SISTEMA HÍDRICO _________________________________________________ 50
VEGETAÇÃO _____________________________________________________________________ 51
INFRAESTRUTURA ________________________________________________________________ 52
TRANSPOSIÇÃO __________________________________________________________________ 53
FERROVIA _______________________________________________________________________ 54
EXPRESSO TIRADENTES ___________________________________________________________ 55
OCUPAÇÃO
ZEIS _____________________________________________________________________________ 55
QUADRAS _______________________________________________________________________ 55
MARQUISE _______________________________________________________________________ 56
PRAÇA __________________________________________________________________________ 57
PROJETO ADOTADO _________________________________________________________________ 58
CONCLUSÃO ________________________________________________________________________ 60
BIBLIOGRAFIA ______________________________________________________________________ 61
13
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
INTRODUÇÃO
Assim como citado no caderno coletivo de pes-
quisa, o tema proposto para esse trabalho na
fase individual é a utilização do desenho da á-
gua como instrumento de reconversão da estru-
tura urbana em áreas marcadas pela impermea-
bilização dos solos, retificação dos rios e gran-
des enchentes.
O trabalho na fase coletiva procurou ler e en-
tender o sistema hídrico metropolitano inserido
no meio urbano e as interferências existentes
entre os rios e a cidade.
Partindo do estudo dos afluentes do Rio Tietê
para decidir qual seria a sub-bacia de recorte, o
grupo analisou os rios Pinheiros, Aricanduva,
Tamanduateí e suas bacias, sendo este último
escolhido por suas características geográficas,
tipo de ocupação, importância histórica e con-
tribuição hídrica.
Escolhida a bacia do Rio Tamanduateí, o grupo
buscou uma área e uma opção de enfrentamen-
to que possibilitasse a intervenção na nascente,
ao longo das bacias e na foz de seus tributários.
Foi definida como limite de intervenção a área
demarcada pelos Córregos do Ipiranga, Moinho
Velho, Mooca e a extensão de suas bacias, bem
como o encontro dos três córregos com o Rio
Tamanduateí.
O trabalho individual focou-se primeiramente na
análise da área da bacia dos córregos Ipiranga,
Moinho Velho e Mooca, onde cada membro
estudou um deles a fim de levantar o tipo de
ocupação, as áreas de inundação e equipamen-
tos importantes. A compreensão desses itens foi
imprescindível para a intervenção na bacia dos
três córregos estudados, bem como na área de
encontro dos mesmos, o que constitui a segun-
da parte do trabalho.
Cada projeto individual possui possibilidades de
interconexão, e a somatória dos três configura-
se como um grande plano ora metropolitano,
através das grandes linhas estruturadoras do
território, ora local, dadas suas relações e cone-
xões entre bairro e cidade.
Os objetos de estudo e projeto deste ensaio são
a bacia do córrego da Mooca e a área de encon-
tro entre os córregos da Mooca, Moinho Velho e
rio Tamanduateí.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 14
Figura 01 - A grande estrutura hídrica e o recorte da Bacia do Rio Tamanduateí, com destaque
para a bacia do córrego Mooca.
Imagem produzida pela autora a partir de foto aérea
15
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
A primeira etapa deste trabalho consis-
te na breve análise das características
da bacia do córrego Mooca. Para isso,
foi necessário estudar o tipo de ocupa-
ção, a infraestrutura de transporte, prin-
cipais equipamentos urbanos e drena-
gem dos distritos da Mooca e Vila Pru-
dente. Esta análise tem como objetivos
coletar subsídios para uma intervenção
na extensão da bacia e na várzea, foco
deste ensaio.
BACIA
DIAGNÓSTICO
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 16
CÓRREGO DA MOOCA
O córrego da Mooca é um dos grandes con-
tribuintes da bacia do Rio Tamanduateí e en-
contra-se em galeria em toda a sua extensão.
Seu traçado se desenvolve sob a Avenida Luís
Inácio de Anhaia Melo, cuja abertura data da
década de 1970, bem como a canalização do
córrego Mooca.
Sua bacia engloba as subprefeituras de Vila
Prudente e Mooca. Possui grande extensão
(aproximadamente 14 km²), terraços planos e
amplas colinas. Seus contribuintes são os cór-
regos da Vaca, Bela Vista e Suzano. É uma re-
gião altamente impermeabilizada, com vias de
fundo de vale e córregos canalizados, o que
causa transbordamentos constantes na área.
Figura 02 - A bacia do córrego Mooca, que engloba as subprefeituras da Mooca e Vila Prudente.
Imagem produzida pela autora a partir de foto aérea.
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
OCUPAÇÃO
A bacia hidrográfica do córrego Mooca se ca-
racteriza por ocupação de baixa densidade,
predominantemente mista. A presença de ha-
bitações irregulares ao longo da bacia não é
intensa e se concentra principalmente nas á-
reas de encontro entre os rio Tamanduateí,
córrego Moinho Velho e Mooca. O entorno da
Avenida Anhaia Melo – via de fundo de vale-
possui atividades comerciais de foco automo-
bilístico (mecânicas, funilarias, agências de
automóveis), sendo considerada a região com
maior número de estabelecimentos deste ra-
mo no país. A ocupação industrial também
caracteriza a região, principalmente ao longo
dos principais eixos de circulação.
A área passa atualmente por um período de
transformação, onde torres residenciais e con-
domínios fechados vêm substituindo o antigo
padrão de ocupação (residências e antigas
áreas ocupadas por indústrias). “Seu sistema
viário original foi “rasgado” pelos corredores
que ligam o bairro ao Centro da cidade, às
marginais e às zonas leste e oeste, bem como
ao corredor norte-sul”. (Adilson Costa Mace-
do, Ana Paula Koury, Paulo Eduardo Borzani –
Transformações da Forma Urbana do Distrito
da Mooca).
MOOCA
O surgimento e desenvolvimento do bairro da
Mooca tem sua origem fortemente ligada à
instalação da ferrovia, que trouxe as atividades
industriais e posteriormente os bairros operá-
rios para esta área. As áreas próximas das fer-
rovias foram preferidas pelas indústrias, já que
o transporte das matérias-primas e combustí-
veis importados, bem como a produção para
fora de São Paulo, dependia dos trens.
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na
Mooca
Fonte: Google
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 18
O atual processo de esvaziamento das áreas
industriais, ocasionado pela valorização do
solo e instalação das rodovias afetou drasti-
camente o bairro da Mooca.
Parte de seu patrimônio industrial está ainda
preservado, mas o mercado imobiliário vem
exercendo forte pressão sobre estas áreas,
visando a implantação de grandes empreen-
dimentos.
INFRAESTRUTURA
O distrito da Mooca é atendido pela Estação
Mooca da linha 10 da CPTM e Estação Bresser-
Mooca da linha 03 vermelha do metrô de São
Paulo. Graças à rápida mudança de usos e ver-
ticalização excessiva a região enfrenta pro-
blemas no que se refere a sua estrutura urba-
na, insuficiente para suportar o aumento po-
pulacional gerado por estes fatores.
PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO:
Avenida Alcântara Machado, Viaduto Bresser,
Rua da Mooca, Rua dos Trilhos, Rua Siqueira
Bueno, Avenida Paes de Barros, Rua do Orató-
rio.
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na Mooca
Fonte: Google
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na Mooca
Fonte: Google
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na Mooca
Fonte: Google
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na Mooca
Fonte: Google
Figura 03 – Novos empreendimentos imobiliários na Mooca
Fonte: Google
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Figura 04 – Uso e ocupação do solo – A ocupação dos
distritos da Mooca varia entre predominantemente resi-
dencial e mista. A região da várzea possui uso quase
exclusivamente industrial.
Fonte: Prefeitura de São Paulo
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 20
VILA PRUDENTE
O bairro da Vila Prudente tem ocupação re-
cente, como pode ser observado no mapa SA-
RA Brasil de 1930 (figura 05). Seu desenvolvi-
mento inicial se deu principalmente no entor-
no das então praças Jequitahy e Veiga Cabral,
hoje praças Padre Damião e Centenário de
Vila Prudente, importante centro comercial do
bairro (UNA Arquitetos – Terminal Intermodal
de Vila Prudente).
“A partir da década de 1980, a Vila Prudente
deixou de ser uma grande região industrial pa-
ra tornar-se área de perfil residencial, predomi-
nantemente de classe média, densamente po-
voada e provida de atividades de comércio e
serviços, embora a atividade industrial seja ain-
da relativamente importante”. (EMPLASA)
Figura 05 – Mapa SARA Brasil – 1930. Observa-se a instalação das indústrias ao redor da ferrovia e os
distritos da Mooca e Vila Prudente, com ocupação ainda recente.
Fonte: Mapa SARA Brasil, 1930.
21
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
INFRAESTRUTURA
O distrito de Vila Prudente é atendido pe-
la Linha 2 - Verde do Metrô de São Paulo com
as estações Vila Prudente e Tamanduateí e
pelo Expresso Tiradentes, com a estação Dia-
nópolis. O plano de expansão do metrô de
São Paulo (figura 06) prevê ainda a criação da
linha 15-Branca do metrô, que promoverá a
ligação entre as linhas 2- Verde, 3- Vermelha e
12-Safira da CPTM, indo até a região da Dutra.
Figura 06 – Mapa de expansão da Rede Metropolita-
na de São Paulo
Fonte: Syscrapercity – Thiago Costa
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 22
PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO:
Avenida do Estado, Viaduto Capitão Pacheco e
Chaves, Rua do Orfanato, Viaduto Grande São
Paulo, Avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia
Mello, Avenida Alcântara Machado, Rua dos
Trilhos, Avenida Paes de Barros, Avenida Salim
Farah Maluf.
Figura 07 – Principais vias na Bacia do Córrego Mooca.
Nota-se a implantação das Avenidas do Estado, Anhaia
Melo e Sapopemba, nos fundos dos vales do Rio Ta-
manduateí e córrego Mooca.
Imagem produzida pela autora a partir de foto aérea.
23
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
EQUIPAMENTOS
A análise da bacia procurou também levantar
os principais equipamentos urbanos para sa-
ber quais são as contribuições e necessidades
de cada região A bacia do córrego Mooca
possui uma grande quantidade de equipa-
mentos municipais, sendo os principais:
-USO ESPECIAL: Crematório Vila Alpina (único da Cidade de São
Paulo).
Cemitério São Pedro.
Igreja São José.
-CULTURA, ESPORTES, TURISMO E
LAZER:
Centro Educacional e Esportivo.
Clube da Cidade.
Estádio da Rua Javari
Campo do Juventus de São Paulo CDM Parque da
Mooca
Teatro Arthur Azevedo
Parque Ecológico Vila Prudente
Clube Municipal Arthur Friedenreich.
Parque Vila Ema
Pátio Oratório do metrô
Terminal Vila Prudente.
-SAÚDE
Hospital de Saúde Mental da Criança e do A-
dolescente.
Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença Gou-
vea.
-INSTITUCIONAL:
Secretaria Municipal da Saúde
Clube Atlético Juventus – Sede Social
-EDUCAÇÃO:
EE Oswaldo Cruz.
Universidade São Judas Tadeus
Senai Humberto Reis Costa.
ETE José Rocha Mendes.
Escola Estadual Professor Américo de Moura.
Escola Franciscana São Miguel Arcanjo.
Escola Estadual Professora Olga Benatti.
Emef Irineu Marinho e EMEI Professora Maria Luiza
Moretti Gentile.
Parque Ecológico Vila Prudente.
Pela quantidade e importância destes equi-
pamentos, o projeto considera ligá-los com a
região da várzea, facilitando seu acesso atra-
vés do transporte público, ciclovias e corredo-
res verdes. Estes equipamentos, juntamente
com os novos propostos, atuarão como uma
rede, podendo ser utilizados pelo bairro a que
pertencem, pela ocupação originada através
do projeto na várzea e por regiões vizinhas
mais carentes de equipamentos urbanos, co-
mo é o caso do entorno da bacia do córrego
Moinho Velho.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 24
ENCHENTES/DRENAGEM
Como citado no caderno coletivo de pesquisa,
ao longo do processo de urbanização, o solo
foi impermeabilizado; as várzeas foram aterra-
das e ocupadas por avenidas de fundo de vale
e moradia de baixa renda; os rios foram tam-
ponados, retificados e estrangulados; as águas
foram poluídas e a vegetação foi dizimada
causando grandes enchentes e retirando
quaisquer condições de vida aquática. O
mesmo aconteceu com a bacia hidrográfica
do córrego Mooca.
A Bacia Hidrográfica de um rio é o conjunto
de áreas dotadas de declividade que realizam
a captação, o escoamento das águas - respei-
tando limites geográficos (os divisores de á-
gua)- e o direcionamento destas águas para
um único ponto de saída, um corpo de água
central. Ou seja, sua área de drenagem natural.
Figura 08– Relevo e pontos de inundação em 1982
(mancha azul clara) e 2002 (pontos em azul claro) no
córrego Mooca.
Imagem produzida pela autora
25
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Este processo obedece à topografia da bacia,
orientando as águas das áreas mais altas para
as mais baixas até que elas cheguem ao rio.
Além do relevo, outros pontos como permea-
bilidade do solo, vegetação e temperatura in-
fluenciam na velocidade de escoamento das
águas.
Dada à impermeabilização do solo, escassez
de vegetação e intervenções nos cursos do
Córrego Mooca e seus contribuintes, a região
de sua bacia contém pontos de inundação.
Algumas obras foram realizadas pela Prefeitu-
ra de São Paulo em seu curso, com o objetivo
de tentar conter os transbordamentos.
O Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto
Tietê - PDMAT prevê três bacias de detenção
no córrego Mooca – reservatórios MO-2, MO-
4 e MO-5, onde os MO-2 e Mo-5 possuem
tempo de implantação previsto de 10 anos e o
MO-4 de 25 anos. Recomenda ainda a remo-
delação do desemboque do córrego Mooca
junto ao Rio Tamanduateí, que em sua confi-
guração atual ocorre perpendicularmente a
ele.
Essas intervenções produzem melhorias nas
enchentes, mas não solucionam o problema,
pois assim como citado no caderno coletivo
essas obras são pontuais e não levam em con-
ta o sistema hídrico da cidade como um todo.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 26
PREMISSAS
Ainda na fase de pesquisa coletiva, algumas
premissas surgiram. A análise da bacia do Cór-
rego Mooca, já na fase individual, serviu para
confirmar sua necessidade, tendo em vista que
os problemas da cidade se repetem na pe-
quena e grande escala:
Revisão da proposta de canalização e
tamponamento dos rios;
Construção de lugares de apoio ao ci-
clo de concentração hídrica em perío-
dos de chuva;
Proposta de um novo sistema de dre-
nagem de forma sistêmica, consideran-
do intervenções na cabeceira, corpo e
foz dos rios;
Criação de corredores verdes;
“Devolução” do espaço das águas.
A aplicação dessas premissas constitui a base
das intervenções na bacia.
27
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
BACIA
INTERVENÇÃO
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 28
-DRENAGEM
A questão da drenagem é um dos focos da
pesquisa coletiva e dos projetos individuais e
o sistema capilar de contenção de cheias tor-
nou-se uma premissa do grupo. Assim, cada
membro procurou aplicar este sistema nos
trabalhos individuais.
As áreas estabelecidas para atuar como bacias
de retenção1 (ou lagoas pluviais) foram dividi-
das entre bacia e foz. Os pontos de retenção
na bacia se deram a partir dos pontos de i-
nundação levantados e também da disponibi-
lidade de áreas livres, já que a bacia é bastante
consolidada e não permite uma transformação
tão grande quanto permite a várzea.
Na extensão do córrego da Mooca foram pro-
postas cinco áreas para a instalação de bacias
de retenção (figura 09), cujo detalhamento
não está contemplado nesse projeto. Estas
bacias, juntamente com as bacias propostas
nos córregos Ipiranga e Moinho Velho pelas
demais integrantes do grupo “Espaço das á-
1 Importante lembrar: As detenções são reservatórios
urbanos mantidos secos. Já as retenções são reservató-
rios com lâmina de água
guas” em seus trabalhos individuais, formam
um grande sistema de drenagem conjunto.
Através da contenção das águas pelo sistema
capilar, a quantidade de área de alagamento
necessária na várzea consequentemente dimi-
nuiu, o que resultou numa grande área “seca”
para projeto. A relação destes dois elementos
-“seco e molhado”- com as novas infraestrutu-
ras constitui a base do projeto individual na
várzea.
BACIAS DE RETENÇÃO - LAGOA PLUVIAL
“As lagoas pluviais funcionam como bacias de re-
tenção e recebem o escoamento superficial por dre-
nagens naturais ou tradicionais. Uma característica
dessas estruturas é que uma parte da água pluvial
captada permanece retida entre os eventos de pre-
cipitação das chuvas. Dessa forma, essas tipologias
paisagísticas acabam se caracterizando como um
alagado construído, mas que não está destinado a
receber efluentes de esgotos domésticos ou industri-
ais. Sua capacidade de armazenamento acaba sen-
do o volume entre o nível permanente da água que
contém e o nível de transbordamento aos eventos
para os quais foi dimensionada”. Nathaniel S.
Cormier e Paulo Renato Mesquita Pellegrino - In-
fra-estrutura verde: uma estratégia paisagística
para a água urbana.
29
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Figura 09 – Acima, as bacias de retenção propostas nos córregos Ipiranga, Moinho Velho e
Mooca. Abaixo, as bacias de retenção propostas ao longo da bacia do córrego Mooca.
Imagem produzida pelo grupo “Espaço das águas” a partir de foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 30
-COREDORES VERDES/BIOVALETAS
Os corredores verdes “possibilitam usos e fun-
ções múltiplas, como: manejo das águas das
chuvas, conservação de fragmentos de ecossis-
temas naturais ou recuperados, uso como vias
de transporte alternativo e áreas de lazer, me-
lhora da qualidade de vida dos habitantes, pro-
teção e ligação de importantes áreas culturais e
sejam acessíveis a todas as camadas sociais da
população pela sua proximidade das áreas ha-
bitadas. Devem proteger e sustentar a paisa-
gem, e seus belos cenários, e também podem
conectar áreas urbanas e rurais”. (HELLMUND
e SMITH, 2006; AHERN, 2005; FRISCHENBRU-
DER e PELLEGRINO, 2006).
Como a bacia do córrego Mooca possui ocu-
pação já consolidada, este ensaio propõe a
implantação de corredores verdes nas nascen-
tes e extensão do córrego Mooca e seus con-
tribuintes (figura 10). Além do manejo da á-
gua, os corredores verdes na extensão de sua
bacia farão a ligação entre áreas verdes e par-
que, propiciando áreas de lazer e minimizando
as ilhas de calor, uma vez que, como visto na
pesquisa coletiva, a bacia do Rio Tamanduateí
é a mais quente do município de São Paulo
(figura 11).
Juntamente com os corredores verdes e lago-
as pluviais, ou mesmo nos locais onde a ocu-
pação não permita maiores intervenções, ou-
tras medidas de manejo de águas pluviais po-
dem ser utilizadas, como as biovaletas, jardins
pluviais, pavimentação drenante e tetos ver-
des.
DESTAMPONAMENTO DOS RIOS
Tendo em vista que a renaturalização dos cór-
regos é ecológica e economicamente favorá-
vel2 e a revisão da proposta de canalização e
tamponamento dos rios é uma das premissas
do grupo, propõe-se o destamponamento do
córrego Mooca e seus afluentes onde for pos-
sível, objetivando a reconversão da relação
entre os rios e a cidade.
2 Ver entrevista com Delmar Mattes no caderno coletivo.
31
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Figura 10– Sistema de corredores verdes na bacia do córrego Mooca. Os corre-
dores verdes propostos têm como função ligar as áreas verdes e equipamentos
urbanos e proteger os cursos d’água.
Imagem produzida pela autora a partir do GEOLOG, Wikimapia e foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 32
Figura 11 - Temperatura da Superfície
As áreas mais vermelhas apresentam temperaturas mais altas, enquanto as azuis são mais frias.
Observa-se que a Bacia do Tamanduateí é a mais quente do município.
Fonte: Atlas Ambiental, 1999; LUME FAUUSP, 2007
33
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
A segunda parte deste trabalho consis-
te na resposta projetual à série de
questionamentos levantados na pesqui-
sa coletiva e individual, tendo como ba-
se as premissas já citadas e como foco
de intervenção a área da várzea, encon-
tro dos deságues do rio Tamanduateí,
córrego Mooca, Moinho Velho e Ipiran-
ga.
VÁRZEA
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 34
35
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
VÁRZEA
A área foco dos projetos individuais está inse-
rida no perímetro da Operação Urbana Moo-
ca-Vila Carioca (antiga Operação Urbana Dia-
gonal Sul) e tem como limites a várzea comum
aos córregos Ipiranga, Moinho Velho e Mooca
(figura 12). Se encontra entre três colinas (Mo-
oca, Cambuci e Ipiranga) e é marcada pela
horizontalidade.
“O imenso parque industrial que
se instalou neste território, estritamente ligado
à ferrovia por meio de ramais e pátios privados,
gerou um tecido urbano com feição própria.
Quadras de grandes dimensões, descontinuida-
de do sistema de circulação viária, áreas subu-
tilizadas, drenagem deficiente e densidades
demográficas baixas são algumas das caracte-
rísticas dessa faixa”. (Operação Urbana Mooca-
Vila Carioca, Prefeitura de São Paulo)
Figura 12– Delimitação da área da várzea, foco dos projetos individuais.
Imagem produzida pelo grupo “Espaço das águas” a partir de foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 36
A várzea possui grande importância histórica
no desenvolvimento da cidade. Concentra in-
fraestruturas (ferrovias, vias) e indústrias, e
com o esvaziamento das zonas industriais pas-
sou a ser um grande espaço para o redesenho
e transformação, constituindo um dos raros
“vazios urbanos” dentro da cidade já consoli-
dada.
“Nem todos os vazios necessariamente repre-
sentam um problema. Podem ser um respiro,
uma praça, e, neste sentido, estão para a arqui-
tetura assim como o silêncio está para a músi-
ca, ou seja, fazem parte do conjunto e não pre-
cisam ser ocupados”.
(Felipe Sato Akari)
No entanto, muitas vezes esses vazios se tor-
nam espaços desocupados ou subutilizados,
desvalorizando as áreas no seu entorno.
Quando se localizam em meio a regiões pro-
vidas de infraestrutura, como é o caso dos ter-
renos das antigas fábricas e do espaço residu-
al gerado pelas linhas de trem desativadas, os
vazios constituem desperdício econômico,
social e ambiental. Atualmente essas áreas se
tornaram o alvo da especulação imobiliária, o
que, como já visto no caderno coletivo, produz
um tipo de ocupação que não conversa com o
resto da cidade.
Assim, este ensaio pretende, além de recupe-
rar a relação entre águas e cidade, reverter a
atual tendência de ocupação e reparar as fis-
suras geradas por estas áreas abandonadas,
fruto do processo de desindustrialização, atra-
vés do redesenho das infraestruturas e dos
vazios.
Figura 13 – Vazios urbanos. O antigo terreno da Ford
(acima, à direita) é agora o local de implantação do Moo-
ca Plaza Shopping.
Fonte: Panoramio
37
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
MOOCA – VILA CARIOCA
Como citado, a área foco dos projetos indivi-
duais está inserida no perímetro da operação
Urbana Mooca-Vila Carioca (figura 14). Esta
operação “contempla áreas industriais em pro-
cesso de reestruturação ao longo do eixo ferro-
viário que se estende do Centro até os limites
entre São Paulo e a cidade de São Caetano do
Sul” (Operação Urbana Mooca - Vila Carioca,
Prefeitura de São Paulo) e tem como principais
objetivos a superação da barreira ferroviária,
ampliação de áreas verdes, melhoria dos sis-
temas de mobilidade e acessibilidade, recupe-
ração e reocupação das áreas industriais e su-
butilizadas e a criação de um tipo de ocupa-
ção que dialogue com a cidade.
PROJETOS REFERÊNCIA
Como a várzea de encontro entre o rio Ta-
manduateí e córregos Ipiranga, Moinho Velho
e Mooca é a área limite comum ao grupo Es-
paço das Águas e já foi objeto de diversos
projetos, decidiu-se estudar três das interven-
ções nela propostas:
Figura 14 – Perímetro da Operação Urbana Mooca-Vila
Carioca (cinza escuro) e delimitação da área foco dos
projetos individuais (cinza claro).
Imagem produzida pelas autoras a partir de imagem do
perímetro da operação urbana– Skyscrapercity.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 38
- A várzea do Tamanduateí: Dimensão local
e metropolitana – Ana Helena Villela e Edu-
ardo Ferroni, 2002.
O trabalho reúne ensaios de projeto realizados
sobre a área da várzea em questão. Com o
intuito de abrir novas conexões entre os bair-
ros e superar o entrave representado pelo
parque industrial, propõe um conjunto de o-
perações associadas: sistema aberto de dre-
nagem, intervenções viárias, parque, praça da
estação e ensaios de ocupação entre a várzea
e a colina.
Em relação à drenagem propõe a construção
de galerias abertas associadas aos passeios
públicos e uma lagoa de retenção das águas a
ser implantada ao longo da linha do trem in-
tegrada com um parque linear.
Quanto à ocupação na várzea, a dupla propõe
reutilizar vários galpões com novos usos e a
construção de edifícios com a mesma altura
dos já existentes para não obstruir a visão do
vale. Os novos edifícios terão uso público no
térreo no intuito de promover uma maior flui-
dez dos percursos entre as extensas quadras
industriais.
39
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
-Proposta Estratégica na Operação Urbana
Diagonal Sul - Stuchi e Leite Projetos
A intervenção se encontra no perímetro da
Operação Urbana Diagonal Sul e tem como
principais pontos reaproveitar os vazios urba-
nos, reabilitar o rio/água e a ferrovia, reutilizar
as infraestruturas existentes, “ocupar e adensar
áreas subutilizadas ao lado da via férrea, dar
novos destinos aos armazéns e galpões atual-
mente ociosos e recuperar terrenos industriais”
(Stuchi & Leite).
A ocupação proposta possui funções mistas,
como habitação coletiva, serviços e comércio.
Uma grande marquise que abriga atividades,
estações de trem, metrô e VLT é proposta ao
longo da ferrovia, ladeada por um parque li-
near.
O projeto possui 03 fases de implantação e
conta com a parceria público-privado para a
continuidade de projetos que reorganizem os
territórios obsoletos da Operação Urbana Dia-
gonal Sul.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 40
- Projeto de Reurbanização da Mooca e Ipi-
ranga – UNA Arquitetos, 2006.
O projeto do UNA prevê a reurbanização da
várzea da Mooca entre as estações de trens
Mooca e Ipiranga e propõe uma série de in-
tervenções onde a água é o elemento estrutu-
rador da paisagem.
O escritório propõe um parque linear ao longo
da ferrovia, valorizando o patrimônio histórico
e a memória da construção, do desenvolvi-
mento e até da desindustrialização do espaço.
As infraestruturas reorganizam o espaço atra-
vés de um novo traçado viário onde os dois
lados da várzea se tornam comunicáveis. Há
um novo parcelamento das grandes glebas
industriais, implantação de espaços públicos
de estar e lazer, raia para esportes e drena-
gem local e regional, conexões entre estações
de trem e metrô, transposições da ferrovia e
do rio, e habitação de interesse social.
41
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
“PLANÃO”
Após estabelecer a área da várzea como foco
dos projetos, analisar as bacias individualmen-
te (portanto já de posse das especificidades e
necessidades das regiões estudadas) e estudar
os projetos já feitos na região o grupo se jun-
tou novamente para estabelecer alguns pon-
tos que deveriam ser comuns aos trabalhos
individuais, o projeto conjunto das grandes
infraestruturas, que propõe:
Figura 15 – Projeto conjunto das grandes linhas estruturadoras do território.
Imagem produzida pelo grupo “Espaço das águas” a partir de foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 42
1-Mudança do caráter expresso da Avenida do
Estado através da transferência de seu fluxo;
2-Criação de três novas estações de trem na
linha 10 – Turquesa da CPTM;
3-Ligação entre as estações do Expresso Tira-
dentes e da ferrovia;
4-Abertura de novas vias;
5-Utilização da água como elemento de sepa-
ração entre a ferrovia e cidade.
6- Rediscussão do conjunto de ocupações das
edificações fabris, considerando a possibilida-
de de recuperação dessas atividades incre-
mentadas na região e a reconversão de usos
para novas atividades;
Cada item será esclarecido em sua aplicação
nesta intervenção urbana.
43
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 44
ENSAIO
URBANO
45
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Com os grandes eixos estruturadores do terri-
tório definidos, cada projeto individual consi-
derou estas questões em seu desenvolvimen-
to. A área foco do desenvolvimento desta fase
do projeto individual tem como limites o Vi-
aduto Pacheco Chaves, Av. Dianópolis, Rua
Amparo, Rua Leonor Monteiro da Silva, Rua
Patriarca, Av. Presidente Wilson, Rua Dom Lu-
cas Obes e Av. do Estado, englobando a con-
fluência dos córregos Moinho Velho e Mooca
com o rio Tamanduateí (figura 16).
Figura 16 – Limites da área foco da intervenção urbana.
Imagem produzida pela autora a partir de foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 46
INTERVENÇÃO NA VÁRZEA
O projeto urbanístico procurou dar novo sen-
tido a esta área através de intervenções na
escala local e metropolitana, a fim de costurar
o tecido urbano fragmentado pelos elementos
já citados (ferrovia, rio, Avenida do Estado,
lotes industriais), devolver a escala da cidade
ao pedestre e superar a barreira rio/ferrovia.
A região foi dividida em três partes: a área ob-
jeto do projeto, áreas em transformação e á-
reas consolidadas (figura 17). A proposta bus-
ca interagir com a cidade existente, adensando
áreas subutilizadas e reorganizando os ele-
mentos estruturadores que compõe o local.
Espera-se que com o decorrer do tempo a
cidade se aproprie naturalmente das demais
áreas em transformação existentes no períme-
tro da várzea não contempladas neste ensaio.
Como forma de organização, a proposta se
divide em três tópicos, sendo eles: ÁGUA E
VEGETAÇÃO, INFRAESTRUTURA e OCUPAÇÃO.
47
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
ÁGUA
A água e sua relação com a cidade é o ele-
mento principal da pesquisa coletiva e desse
trabalho individual. A ONG Mata Atlântica es-
tima que até 2030 seja possível pensar em al-
guns rios de São Paulo limpos, mesmo dentro
do perímetro urbano. Deste modo, este ensaio
considera os rios da cidade já despoluídos.
O sistema capilar de retenção de águas ao
longo da bacia dos córregos Ipiranga, Moinho
Velho e Mooca possibilitou mais área seca e
uma área menor de inundação na várzea. As
áreas estabelecidas inicialmente para atuar
como bacias fluviais (bacias de retenção) sur-
giram a partir da sobreposição dos pontos de
inundação em 1982 e 2002 com as cotas mais
baixas no entorno dos cursos d´água, por se-
rem os locais de acumulação natural das á-
guas, como já citado (figuras 18 e 19).
Um exame mais atento a estas áreas mostrou
que algumas se encontravam em regiões já
consolidadas da cidade, sendo então transfe-
ridas para locais próximos que possibilitassem
sua implantação.
Surge assim, uma extensão de água que a-
brange o encontro dos córregos Moinho Ve-
lho e Mooca com o rio Tamanduateí e atua
como a grande estruturadora da nova paisa-
gem (figura 20). As áreas naturais de inunda-
ção dos corpos d’água, antes vistas como bar-
reiras urbanas, passam a unificar os espaços e
servir como marcos referenciais na paisagem.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 48
.
Figura 18 – Pontos de inundação em 1982.
Imagem produzida pela autora a partir do GEOLOG.
Figura 19 – Áreas geradas a partir da sobreposição
entre pontos de inundação em 1982 e cotas mais
baixas.
Imagem produzida pela autora a partir do GEOLOG.
Figura 20 – Configuração final das águas na várzea.
Imagem produzida pela autora a partir do GEOLOG.
49
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Pontos de inundação existentes (mancha azul escura e
pontos azuis) e o novo espaço das águas na várzea
(mancha azul clara).
Imagem produzida pela autora a partir de foto aérea.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 50
DINÂMICA DO SISTEMA HÍDRICO
Tendo em vista que o nível da lâmina d’água
nos rios e lagoas pluviais propostas varia con-
forme a quantidade e duração das chuvas, o
ensaio procura criar espaços que respondam
adequadamente a esta dinâmica, prevendo
áreas verdes que nos tempos de seca atuem
como parques urbanos e nos dias de precipi-
tação e acúmulo da água como lagoas pluvi-
ais.
ÁREA DE INUNDA-
ÇÃO PERMANENTE
(LAGOA PLUVIAL)
RIO
TAMANDUATEÍ
725,00
727,00
725,00
728,00
727,00
PARQUE URBA-
NO/LAGOA PLUVIAL
Figura 21– Áreas de inundação/ dinâmica do
sistema hídrico
Imagem produzida pela autora.
51
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
VEGETAÇÃO
Assim como os corredores verdes propostos
na bacia, a vegetação nesta área tem como
objetivos aumentar a permeabilidade do solo,
diminuir as ilhas de calor, criar espaços de la-
zer e proteger os cursos d´água.
Os espaços verdes foram divididos em dois
tipos, conforme sua função:
-proteção/manejo das águas e recuperação do
ecossistema;
-criação e ligação de espaços de lazer e cultu-
rais.
Como a revisão da proposta de canalização
dos rios era um das premissas do grupo, pro-
põe-se a retirada das paredes de concreto da
calha do rio Tamanduateí e sua substituição
por vegetação, a fim de diminuir a velocidade
de escoamento da água, evitar a erosão e re-
cuperar parte de seu ecossistema. As encostas
das lagoas pluviais, espaços públicos e o inte-
rior das quadras também serão densamente
arborizados.
Figura 22– Vegetação para proteção da água (verde escu-
ro) e para criação de espaços de lazer (verde claro).
Imagem produzida pela autora .
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 52
INFRAESTRUTURA
VIÁRIO
Uma das problemáticas levantadas na pesqui-
sa coletiva foi a desarticulação viária3. A regi-
ão da várzea possui grandes problemas de
circulação, pois as vias existentes foram aber-
tas para suprir a demanda originada pela in-
dústria e não dialogam com o restante da ma-
lha viária na cidade. A reorganização do viário
surge como meio de articulação entre a malha
existente e a originada pela nova divisão das
quadras.
3 Ver tópico “Problemáticas” no caderno coletivo.
A Avenida do Estado foi parcialmente retirada
do lado do rio para abrir espaço para as áreas
de inundação, e seu fluxo foi divido no binário
das avenidas Presidente Wilson e Dianópolis.
As avenidas que formam o binário- de fluxo
mais intenso- possuem três faixas de circula-
ção, e as vias locais duas, como forma de não
priorizar a circulação viária em detrimento do
passeio de pedestres. O transporte de cargas
foi intensificado na ferrovia, e a via que per-
maneceu ao lado do rio perdeu sua caracterís-
Figura 23– Viário existente e proposto.
Imagem produzida pela autora a partir do GEOLOG.
53
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
tica de via expressa, servindo como alça do
bairro.
Além desses, outras intervenções viárias foram
previstas na área:
-Abertura de quatro novas vias transversais
para criar uma ligação entre os dois lados da
cidade recortados pelo eixo rio/ferrovia/Av. do
Estado/indústria.
-Criação de nova malha viária dividindo os
grandes lotes industriais em quadras menores,
para adequação da cidade à escala do pedes-
tre.
-Reabilitação das infraestruturas existentes,
priorizando o transporte coletivo.
TRANSPOSIÇÃO
Como forma de transposição viária e de pe-
destres foi proposta uma via transversal que
passa a ligar as ruas Dom Marcos Teixeira e
Saquarema, atravessando toda a área de inter-
venção. Esta via transpõe em nível o rio Ta-
manduateí e a orla, formada pelo rio Taman-
duateí e as áreas de inundação propostas.
Possui grande área de passagem para contra-
por o viário local existente - onde o espaço de
circulação do pedestre é praticamente inexis-
tente - e permite o fácil acesso aos espaços
verdes propostos na orla.
A transposição da linha férrea e da linha de
água criada como elemento de separação en-
tre ferrovia e cidade se dá de duas formas:
Através das vias que cruzam o rio ou por uma
marquise elevada.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 54
FERROVIA
Assim como aconteceu com os rios e a cidade,
a indústria se desenvolveu dando as costas
para a ferrovia, o que permitia facilidade para
o recebimento e escoamento dos produtos4.
Com a desativação das áreas industriais, parte
dos trilhos criados para a carga e descarga das
indústrias se tornou obsoleta. A ferrovia, jun-
tamente com estes espaços inoperantes, ca-
racterizam a Orla Ferroviária.
Dessa forma, a quantidade dos trilhos na linha
ao longo da várzea foi revista. Os trilhos ino-
perantes foram retirados, permanecendo 02
trilhos para transporte comum, 02 para o ex-
presso turístico e 02 para o transporte de car-
4 Ver tópico “Uso do Solo” do caderno coletivo
gas. O elemento de separação entre a ferrovia
e a nova ocupação se dá através de uma linha
d’agua ao longo da via, extinguindo a necessi-
dade de muros ou demais barreiras.
Foram criadas três novas estações de trem,
uma em cada área de projeto individual, tendo
em vista que o projeto de melhorias da CPTM
visa a diminuição da distância entre as paradas
e a modernização das linhas.
A relação entre o e a nova ocupação se trans-
forma, e os edifícios que antes davam as cos-
tas para a linha férrea agora se voltam para
ela. A lâmina d’água e o espaço verde que a
protege formam uma área de convívio e circu-
lação dos edifícios no seu entorno.
MARQUISE
735,00 LÂMINA
D’ÁGUA
ACESSO
VEÍCULOS
730,00
727,00
727,00
732,00
731,00
55
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
EXPRESSO TIRADENTES
O Expresso Tiradentes foi mantido ao lado do
rio, juntamente com a alça do bairro conser-
vada e suas estações agora se ligam às esta-
ções da ferrovia-Linha 10-Turquesa da CPTM.
Como o projeto da linha branca do metrô pre-
vê uma ligação entre a Vila Prudente e a regi-
ão da Dutra, este ensaio considera a possibili-
dade de estendê-la até a nova estação pro-
posta, tornando desnecessária a alça do ex-
presso Tiradentes que chega até a estação
Dianópolis.
OCUPAÇÃO
ZEIS
A Zona Especial de Interesse Social existente
nesta área engloba áreas industriais com pre-
sença de ocupação irregular.
O ensaio manteve estas áreas como local de
implantação de habitações populares como
forma de garantir a permanência da popula-
ção de baixa renda na região mesmo em meio
aos investimentos imobiliários privados e valo-
rização da área gerada pelas intervenções ur-
banas.
QUADRAS
A ocupação é implantada de modo a criar es-
paços livres dentro das quadras, abertas em
sua maioria. Para evitar a segregação de usos,
os edifícios possuem uso misto, com térreo
público ou público e comercial; os três primei-
ros andares abrigam uso comercial e os anda-
res acima habitações ou serviços, conforme o
local de implantação.
Figura 24 – Zeis existentes na área foco de intervenção.
Fonte: Prefeitura de São Paulo -Planos regionais estra-
tégicos do Ipiranga e Vila Prudente.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 56
Atividades culturais, restaurantes e bares se
espalham pela área da orla ferroviária agora
reconfigurada, garantindo desse modo o con-
vívio e movimento na região à noite e aos fins
de semana.
MARQUISE
A marquise é ladeada pela linha d’água que
separa a ferrovia da circulação e pela vegeta-
ção que, neste caso, atua como elemento de
transição entre ferrovia-água e cidade e cria
uma área de passeio público. O acesso até ela
se dá através de rampas localizadas no interior
dos edifícios, nos passeios públicos e nas vias
que atravessam perpendicularmente a linha
férrea.
Figura 25– Marquise - cota 735,00 e implantação dos
edifícios no entorno da linha férrea.
Imagem produzida pela autora.
57
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Além de servir como elemento de transposi-
ção da ferrovia, a marquise cria um eixo de
ligação entre os edifícios, a nova estação e a
praça. As ciclovias e áreas de estar nela im-
plantadas criam espaços onde o pedestre tem
uso exclusivo, já que a circulação nesta mar-
quise não prevê o acesso de automóveis.
PRAÇA
“O desenho do espaço público é o desenho do
vazio”. (Anita Freire, A várzea paulistana: São
Paulo: Várzea: Casa Verde).
A marquise - cota 735 e a praça – cotas 732 e
735 constituem um grande vazio projetado,
um espaço público que possibilita a passagem
e cria espaços de convívio e lazer. A nova es-
tação proposta se instala na cota 735,00, na
conexão entre marquise e praça.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 58
PROJETO ADOTADO
Na fase de estudo de projetos referência, uma
intervenção considerada importante foi ado-
tada e incorporada, por sua colaboração a esta
intervenção urbana:
Terminal Intermodal Vila Prudente – UNA
Arquitetos - 2006
O projeto do UNA Arquitetos prevê a criação
de um terminal intermodal no terreno ocupa-
do pela antiga fábrica de papelão junto à Ave-
nida Luiz Inácio de Anhaia Mello. O projeto
prevê ainda a adequação do programa especí-
fico junto à estação, adaptando-o à realidade
urbana, mercadológica e econômico-
financeira após a definição de usos pertinen-
tes e o estabelecimento dos parâmetros de
projeto, que em 2006, ano de criação do pro-
jeto, ainda não estavam totalmente concluí-
dos.
A adoção deste projeto se deu principalmente
por sua mediação entre as diversas escalas e
pela articulação entre os espaços propostos e
a cidade.
O projeto incorpora dois galpões preservados,
o que contribui para a valorização e reconver-
são do patrimônio industrial, uma das premis-
sas adotadas para este trabalho. A lâmina
d’água prevista no projeto do UNA será incor-
porada neste ensaio como um dos 05 pontos
previstos para instalação de áreas de retenção
na bacia, conforme citado no tópico “Drena-
gem”.
Figura 27 – Planta de Implantação e corte do Terminal
Intermodal Vila Prudente – UNA Arquitetos
Fonte: UNA Arquitetos
59
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
Figura 28– Plano geral, mostrando o ensaio da relação entre a nova ocupa-
ção proposta e a água.
Imagem produzida pela autora.
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR 60
CONCLUSÃO
O ensaio teve como etapas o levantamento
das características, estudo e projeto das vias,
fluxos, relação entre água, espaços públicos e
privados da bacia do córrego Mooca e da vár-
zea de deságue comum ao rio Tamanduateí e
córregos Moinho e Moca.
Este trabalho não é somente o fruto de um
ano letivo, mas de um processo que agora
chega ao fim de sua primeira etapa. Aprendi
muito, neste ano mais que nos outros. Agora
entendo porque mesmo depois de muito
tempo de formados os arquitetos ainda são
intitulados “jovens arquitetos”. Arquitetura se
aprende aos poucos, durante toda a vida.
Somente após 05 longos anos começo a ter a
noção da gigantesca responsabilidade que
nos cabe como profissionais e cidadãos. Num
exercício de sala no primeiro semestre da fa-
culdade, fomos questionados sobre quais e-
ram nossos objetivos como arquitetos. Lembro
que minha resposta foi: criar uma cidade me-
lhor e mudar o mundo!
Essa vontade permanece em mim, embora
agora tenha a consciência de que grandes
transformações levam tempo e que infeliz-
mente dependem de quem nem sempre está
disposto a colaborar.
Mas afinal, ser arquiteto/urbanista não é, aci-
ma de tudo, ser filósofo de coisas tangíveis e
intangíveis, acreditar que as mudanças são
necessárias e possíveis?
Fica em mim a esperança de colaborar ativa-
mente para o surgimento de uma cidade me-
lhor, mais humana e funcional, onde as deci-
sões que afetam o seu destino sejam tomadas
por aqueles que realmente se importam em
fazer cidades de pessoas, para pessoas.
61
Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR
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Várzea - Mooca REABILITAR - RECUPERAR