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Page 1: VÃOS D E JANELAS - satae.pt · Não estudamos neste caderno estes tipos de janelas, por que no estudo seguinte sobre portas trataremos de casos análogos, pois como se sabe as portas

AÃ i ENCICLOPÉDIA PRÁTICA [AÃ*U i DÁ CONSTRUÇÃO CIVIL l ̂ U

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S U M Á R I O - 'JANELAS VULGARKS— JANELAS Á FRANCESA — CAIXILHOS BASCULANTES —CAIXI-

LHOS DE BALANÇO — CAIXILHOS DE GUILHOTINA — CAIXILHOS DE ABRIR PARA

FOEA — GELOSIAS — EOTULAS—PERSIANAS — VÃOS ESPECIAIS — 20 FIGURAS

EDIÇÃO DO AUTOEF. PEREIRA DA COSTA

DISTRIBUIÇÃO DA POETUGÁLIA EDITOKAL I S B O A PREÇO 00

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DA CONSTRUÇÃO CIVIL

TESTO E DESENHOS DE F. PEREIRA DA COSTA

VÃOS DE JANELAs vãos de janelas constituídos por vãos do caixilhos

e vãos de portas de dentro, providos de tábuasde peito, aros de aduela e de gola, fasquias e apara-dores, são também em certas edificações possuidoresde vãos de persianas ou de rótulas.

Os primeiros vãos destinam-se a vedação das depen-dências. Os caixilhos de vidraças garantem a passagemda luz e as portadas fazem a sua completa vedação.

Os últimos vãos destinam-se simplesmente a resguardodas habitações deixando ao mesmo tempo passar toda aventilação.

Usualmente os primeiros destes vãos funcionam abrindopara dentro e os segundos funcionam abrindo para fora.Em casos especiais todos os vãos podem abrir para dentro.

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As espessuras da madeira para a construção dos vãosestão na razão directa da sua superfície, havendo to-davia no mercado madeiras com todas as secções ne-cessárias.

Todos os tipos de- vãos de janela, de vedação e deresguardo, são tratados neste Caderno com toda a por-inenorização conveniente ao seu estudo e construção.

Os assentamentos também aqui ficam pormenorizadosde molde a serem compreendidos pelos menos versadosneste género de trabalhos.

Os estudos de vãos de portas, no Caderno seguintepublicados, farão compreender melhor qualquer lacunaque porventura se verifique nos estudos sobre janelasagora em estudo.

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fFig. 1. — VÃO DE POETAS DE DENTRO

A) Alçado interior ao vão; B) Planta; C) Corte vertical pelo eixo do vão

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V Ã O S D E J A N E L A S

A O S D EA s portas de dentro ou portadas que se destinam a

vedar a luz das janelas, funcionam nos aros degola e podem comportar uma, duas, três ou mais folhas,conforme a largura do vão. O número de folhas dasportas de dentro nem sempre concorda com o númerode folhas dos caixilhos.

O seu sistema de construção é o de engradarnentoalmofadado. Nos vãos de janelas de altura vulgar é deuso dispor cada folha com duas almofadas: uma maisalta do que a outra, ficando a mais pequena por cimae a de maior altura por debaixo (Fig. 2],

A fixação das janelas (*) aos aros de gola é feita pormeio de fixas de cravar ou de armilhar.

A aplicação das primeiras ó de muito maior van-tagem.

As juntas das portas de dentro que encostam aos arossão sempre rebaixadas, salvo nos casos em que entramde junta e cujo funcionamento é obtido com machas--fêmeas. No nosso desenho (Fig. 6] mostramos os dife-rentes perfis das juntas das portas de dentro.

A espessura da madeira a aplicar na construçãodas portas de dentro é variável. Tudo depende da su-perfície dos vãos.

Assim, para vãos de pequena dimensão pode apli-car-se a espessura de 0™,02õ, para os vãos médios aespessura da madeira ao meio, Om,035, quo ó talveza mais apropriada para todo este género de trabalho,e. finalmente, a espessura da madeira à banda, paravãos de determinada superfície.

A construção das portas de dentro obedece em geralà sequência de toda a edificação, quer no género defuncionamento quer na aplicação de molduras e almo-fadados.

Os diferentes tipos de portadas vão ser estudadose apresentados convenientemente.

(#) Antigamente em Lisboa e nos distritos confinantes aspariasde dentro eram também designadas janelas.

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Fig. 2. — VÃO DE JANELA A FRANCESA

(Aros; Portas de Dentro abertas; Enchalço com as caixas para as Portas de Dentro;Revestimento da Aduela)

J A N E L A S V U L G A R E S

S janelas vulgares, em que nãopredomina qualquer exigência

de ordem arquitectural ou decorativa,as portas de dentro são assentes cornoqualquer outra porta ou caixilho tam-bém dentro da ordem comum.

Constroe-se o vão com todas assuas folhas de acordo com a plantaexacta e dentro do próprio aro degola onde tomará lugar. Se se tratade uma só folha o trabalho de assen-tamento é bastante fácil, mas se setratar de mais de duas folhas a obraé mais difícil.

Tem de se acertar todo o conjunto,cortar, rebaixar e moldurar todos osbatentes de per si, marcar-lhes o lu-gar das ferragens e proceder entãoao 'assentamento.

Quando são mais de duas folhas asque ficam no centro dobram para trásdas que funcionam no aro, como mos-tramos na Fig. 1.

Nestas portadas vulgares o assen-tamento ó feito tal qual como indicá-mos para os caixilhos (*), sendo odesenho na figura acima indicado mui-tíssimo elucidativo não só para o assen-

(*) Ver o Caderno n.° 19 desta Enciclo-pédia.

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V Ã O S D E J A N E L A S

Fig. 3. — ENCHALÇOS DE VÃOS DE JANELAS

(A Esquerda — Encosto vulgar da Porta de Dentro junto da Aresta;A Direita — Encosto à francesa da Porta de Dentro entre o Aro

e a Aresta)

diosos que há duas maneiras de efectuar o assentamento e aarrumação das folhas. Uma dessas duas maneiras, a maissimples (Fig. 3 — à Esquerda) é de assentamento vulgar,e a outra (Fig. 3 —-à Direita) é de assentamento pro-priamente dito à francesa.

Para se fazer o assentamento das janelas à francesa,de qualquer das formas atrás descritas é, antes de maisnada, preciso deixar nas paredes dos enchalços umacaixa com a profundidade da espessura das folhas dasportas de dentro que nelas têm de entrar.

Essa caixa termina em baixo no nível do aparador,que corre como já sabemos sobre a travessa de baixodo aro de gola.

Este aparador cresce para ambos os lados, sobre asparedes dos enchalços até encontrar o guarnecimentodas respectivas arestas, onde deve perfilar.

Em cima a caixa para as portas de dentro pode ter-minar no voamento, no caso do assentamento simples,como mostramos no desenho dos pormenores. No assen-tamento propriamente à francesa as caixas das paredesterminam em cima num sófito construído de propósitologo acima da altura das portadas. Desta maneira quandoas portas de dentro abrem vão entrar nas caixas, ocdeas suas réguas de batente vão tapar as juntas entre elase os guarnecimentos das arestas. Assim, o enquadra-mento fica completo e harmonioso (Figs. 2 e <£).

Os sófitos poderão ser simplesmente estucados, massão quase sempre revestidos de um aplainamento demadeira que melhor forma o conjunto com a travessado aro, a aresta e a própria portada.

(*) O replainado aplica-se nas almofadas de certa espessurae adelgaça-as para o envaziado.

tamento do conjunto como também para a sua cons-trução.

Este tipo de portas de dentro é, como já dissemos,de categoria vulgar, mas é de boa construção e aca-bamento, pois comporta almofadas replainadas (*)que é obra de grande efeito e beleza.

As couceiras e travessas são molduradas mas nãocomportam murtagens, pois as molduras são inter-rompidas.

J A N E L A S A F R A N C E S A

CÃO conhecidas na nossa construção civil com adesignação de janelas à francesa, porque nos

chegaram do país de Vítor Hugo, esse belo tipo deportas de dentro, que nas edificações categorizadastem tido larga aplicação.

A construção das folhas, propriamente ditas, é emtudo igual a qualquer outro tipo de portas de den-tro. O seu assentamento também em muitos casosé idêntico, porém, a sua dessimelhança e interesseestá na arrumação das folhas, quando se abre a ja-nela, de encontro às paredes dos enchalços.

Ora, antes de entrar-mos no estudo próprio destefuncionamento de vãos, queremos esclarecer os estu-

Fig. 4. — PORMENORES DO ENCOSTO DA PORTADE DENTRO JUNTO DA ARESTA

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V Ã O S D E J A N E L A S

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Fig. 5. — £>/T£.ff S 0> PORMEXORESJZ>0 FUNCIONAMENTO DAS PORTAS DE DENTRO

Nestes tipos de janelas também se faz o revestimentoda aduela entre o aro de aduela e o aro de gola.

Em alguns casos tem o aro de gola de ficar re-cuado (Fíg, 2} e então o revestimento que vem da aduelacontorna a gola até chegar ao respectivo aro, onde entrapor meio-fio.

As caixas das paredes dos enchalços são sempre pre-paradas para receberem qualquer número de folhas dasportadas.

Os seus paramentos são esboçados e estucados e àsvezes também pintados.

Há casos especiais que os construtores resolvem den-tro das bases conhecidas destes tipos de assentamento.

Quando a folha ó desprovida de régua de batentee se pretende que não fique junta aberta entre a portade dentro e a aresta, aplica-se muitas vezes uma réguaigual às de batente fixada ao guarnecimento da arestapor dobradiças. Assim, ao encostar-se a folha da janelana caixa, fecha-se sobre a folha a régua assente naaresta e o efeito é agradável (Fig. 4-F}.

A posição normal desta régua de batente móvel é en-costada sobre a caixa e não dependurada no guarneci-mento da aresta. Ela só abre sobre o guarnecimentopara dar passagem à portada.

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Fig. 6. — DIVERSOS TIPOS DE JUNÇÃO DAS PORTASDE DENTRO

No lado oposto, onde encosta a folha da porta dedentro provida de régua de batente (Fig. 4-EJ, o efeitoó exactamente igual.

No caso do assentamento de maneira simples o voa-inento é esboçado e estucado como os restantes para-mentos das paredes interiores, o remata com a travessade cima do aro de gola e com a verga do guarneci-mento da aresta.

Dos lados segue com os paramentos das caixas dosenchalços.

No nosso estudo damos os enchalços sem rasgamento,construídos perpendicularmente ao pano de peito, mas,como se deduz com facilidade, podem ser providos dorasgamento que se pretender.

No estudo dos vãos de janela vulgares construímos osrasgamentos normais, que muito bem podem ser apli-cados a qualquer tipo de vãos.

O U T R O S T I P O S D E VÃOS

A s portas de dentro poderão ser construídas por pro-•̂ cessos variados. Nos estudos anteriores só demosaqueles tipos de portadas engradadas e almofadadas,mas muitos outros temos a anotar, como sejam as jane-las de travessas aparafusadas, de travessas à cola, en-taleiradas, de grade e travessas, etc., etc.

Não estudamos neste caderno estes tipos de janelas,por que no estudo seguinte sobre portas trataremos decasos análogos, pois como se sabe as portas e as por-tadas confundem-se muitas vezes na sua construção.

Os vãos de janelas podem comportar qualquer dostipos que melhor se harmonize com os destinos dasedificações adentro do projecto da obra.

É claro que dos vários tipos de vãos deportas de dentronem todos são adaptáveis a certas obras pela sua cate-goria superior ou inferior, o mesmo que sucede com acaixilharia.

No todo que se refere à construção de vãos de por-tas de dentro deixamos explanada suficiente matéria,para os construtores se saírem convenientemente dosseus encargos. Os estudiosos também regularmente fi-cam com os necessários conhecimentos técnicos desteserviço de carpintaria civil.

O assentamento de todos estes vãos, quer se tratede obras vulgares quer se trate de obras categorizadas,ficou assaz explicado.

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V l O S DE J A N E L A S

C A I X I L H O S E S P E C I A I SA LÉM dos caixilhos vulgares os vãos de janelas po-

dein em muitos casos, nas edificações destinadasa fins especiais, comportarem tipos invulgares de cai-xilhos, como em hospitais, hospícios, cadeias e fábricas.

São em número assaz grande esses tipos de caixilhosde janelas, sendo todavia os mais usuais os caixilhosbasculantes que comportam por seu turno alguns siste-mas mais ou menos diferentes uns dos outros. Tambémse enumeram os caixilhos de abrir para fora com va-riados sistemas de funcionamento, todos de curiosidadeconstrutiva.

Os caixilhos de guilhotina de um passado ainda nãodistante, também aparecem actualmente, embora deconstrução aperfeiçoada. Em muitas edificações moder-nas aplicam-se estes caixilhos também designados decorrediça, mas de factura metálica e de funcionamentoquase mecânico.

De movimentos e funcionamentos variadíssimos temosa contar diversos tipos de caixilhos de madeira e deferro de aspectos simples ou complexos.

C A I X I L H O S B A S C U L A N T E S

TÊM a designação de caixilhos basculantes aqueles vãosque em lugar de comportarem folhas ou batentes

como os caixilhos vulgares possuem engradamentos defuncionamento horizontal que geralmente se chamambásculas.

Estes tipos de caixilhos são usados especialmente nasdependências hospitalares, oficinas e outras edificaçõesem que o gozo de observar a rua não é permitido.

Comportam estes vãos os respectivos aros de aduelae as tábuas de peito. As vezes estes caixilhos funcionamno aro de gola e não comportam também as própriastábuas de peito. Nestes casos é o peitoril de cantariaou de betão armado que forma superiormente o lugarque teria o afastado complemento.

O aro de aduela ó completado com as travessas debandeira convenientes, quando os caixilhos basculantesfuncionam nele, e é provido delas o aro de gola quandoé ele a única grade do vão de janela.

No nosso exemplo ó no aro de aduela à maneira usualque se assentam as básculas ou bandeiras.

Estes caixilhos também às vezes são chamados caixi-lhos horizontais.

As ferragens para estes caixilhos podem ser simples-mente fixas de macha-fêmea aparafusadas nas travessasde bandeira e armilhadas nos caixilhos. Abrem-se e fe-cham-se por meio de trincos de compasso que se ma-nejam puxando um cordão fixado no trinco.

Este sistema de ferragens vulgares é bastante simpleso prático. Porém, nas edificações do certa idade usava-seum sistema pesado de alavancas que podiam simulta-neamente abrir e fechar todas as básculas, bem comomante-las em determinada posição.

são assentes como de ordinário e o mesmocom a tábua de peito, fasquias e demais

Os arossucedendocomplementos.

As espessuras da madeira a empregar neste tipo decaixilharia são as usuais nestas construções.

C A I X I L H O S D E B A L A N Ç O

s caixilhos de balanço formam um tipo de caixilhariamuito semelhante ao de bascular, mas enquanto

que neste sistema os caixilhos não passam para o exte-rior do vão, neste caso ultrapassam os aros e quaseque dão a volta completa.

Os aros onde funcionam os caixilhos neste vão dejanelas são apenas rebaixados na verga e nas travessasde bandeira, sendo também por conseguinte os caixilhosapenas rebaixados nas travessas.

A tábua de peito é provida igualmente de um rebaixodo lado exterior para receber o caixilho de baixo.

Estes caixilhos que funcionam como se fossem ban-deiras podem comportar qualquer número de vidroscomo qualquer outro tipo de caixilhos.

Os aros são fixados às ombreiras e às vergas dosvãos por meio de parafusos com as porcas embebidasem cliumbadouros metidos nos furos abertos previa-mente nos suarnecimentos dos vãos.

Fig. 7. — CAIXILHO BASCULÂNTE

Â) Alçado; B) Planta; C) Corte vertical com as bandeirasfechadas; D) Corto com as bandeiras abertas

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V Ã O S D E J A N E L A S

PLANTA / \

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VERTICAL

Fig. 8. — CAIXILHO DE ABRIR PARA FORA(Alçado e Cortes)

As espessuras das madeiras a utilizar nestes caixilhossão de secções vulgares destinadas a este género detrabalhos.

As ferragens são simplesmente eixos ou pernes desecção redonda, que fixados nos aros entram nos moentestambém metálicos embebidos nas couceiras dos caixilhos.Estes são providos^ de trincos para se poderem fecharconvenientemente. Às vezes também comportam peque-nos fechos de correr fixados na sua travessa de baixopara a segurança ser melhor.

Nalgumas construções de certacategoria uma tranca mecânica re-gula completamente o funcionamentode todo o vão, que por vezes com-porta avultado número de bandeiras.

C A I X I L H O SD E G U I L H O T I N A

caixilhos de correr vertical-mente são designados por cai-

xilhos de guilhotina, pela quase se-melhança que apresentam quandoalguém se debruça à janela ficando--Ihe o caixilho por cima.

O aso destes caixilhos vem de longos tempos. O seufuncionamento era geralmente mau, mas actualmentepelo sistema de pesos e outros processos mais modernostornou-se mais fácil e prático.

Os aros formam umas calhas para corrediça dos cai-xilhos por meio de fasquias. O caixilho de cima é fixoe o de baixo corre por detrás dele para cima e parabaixo. Um descanso de ferro aparafusado ao aro sustemo caixilho que gira, como vemos no nosso desenho(Fig. 14) no ponto a.

Uma tábua de peito vulgar completa o conjunto dosaros.

As espessuras das madeiras para estes caixilhos sãoas vulgares. O aspecto pode ser aquele que se quizer.

Actualmente constroem-se caixilhos de guilhotina comfuncionamento regulado por umas espécies de trincos,cujas linguetas entram numas caixas abertas como denteis,gradualmente, nas corrediças dos aros.

Os caixilhos de guilhotina metálicos oferecem melhorescondições de funcionamento que os de madeira.

CAIXILHOS DE ABRIR PARA FORA

pis um tipo de caixilho verdadeiramente curioso, estede funcionamento para o exterior.

O exemplo que apresentamos aos nossos leitores temtambém a particularidade de conter a bandeira a abrirpara dentro enquanto que os batentes funcionam parafora.

É um caso singular quase, como vêm, nestes traba-lhos de carpintaria civil.

O principal pormenor da curiosidade deste vão estáno aro de aduela, que recebe nó de banca do caixilho,abaixo da travessa de bandeira, e ó rebaixado acimadela para receber a bandeira.

A tábua de peito é rebaixada para o lado exteriorpara os batentes se encostarem e pode deixar de pos-suir canal para as águas pluviais, pois que a sua funçãoé talvez nula.

A travessa de bandeira é de perfil especial, comemuito bem se observa nos nossos desenhos, e as mol-

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Fig. 9. — PORMENORES DO CAIXILHO DE ABRIR PARA FORA

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V Ã O S D Ê J A N E L A S

duras do aro e dos caixilhos podemser do perfil que se desejar.

Neste nosso estudo traía-se deum vão de caixilhos engradado atopo. Isto é, estão ausentes as mol-daras unidas por meia-esquadria.Não havendo por conseguinte mur-tagens. Este sistema de engrada-mento é, como escusamos de acen-tuar, muito económico, e pode seraplicado a qualquer tipo de cai-xilhos.

As molduras são corridas e inter-rompem-se antes de atingirem osfuros e as respigas, respectiva-mente nas couceiras e nas traves-sas e pinásios.

No nosso estudo "apresentamos osbatentes guarnecidos com régua decremona, mas se quizer-mos podemostambém dispensar essa régua e apli-car-mos juntas rebaixadas ou mesmochanfradas e providas de réguas debatente. E tudo questão de porme-nor e de economia. É assunto que ficaà preferência da categoria da obra.

Pelos desenhos podem os leitorese estudiosos tomar boa conta damaneira como se deve construir estevão de caixilhos. As espessuras eas larguras da madeira a empregarnesta construção são, de um modo ge-ral, as mesmas que se utilizam nos outros vãos de caixilhos.

As ferragens a aplicar para o funcionamento destevão de caixilhos pode ser a mais simples possível, comosejam as vulgares machas-fêmeas para a bandeira e fixascom o fiel de desenfiar para os batentes dos caixilhos.Ê recomendável este tipo de fixa, porque devemos terem atenção que devido ao perfil da travessa de ban-beira, os batentes não podem ser desenfiados como sepratica nos vãos vulgares.

Nas construções de elevada categoria utilizam-sequase sempre umas fixas especiais de três patilhas, quepermitem um bom funcionamento e um fácil processode desenfiar os caixilhos.

O assentamento destas fixas é feito da seguinte ma-neira : aparafusam-se as patilhas laterais uma no aroe outra na junta do caixilho e a paíilha central é tam-bém, depois do caixilho assente e fixado, aparafusada àjunta do caixilho, sobre a lateral já fixada, que comportafuros para receber os parafusos da patilha do centro.

No desenho da Secção C (Fig. 11), mostramos o lu-gar da fixa simples, mas que pode igualmente comportara fixa de três patilhas.

Todos os desenhos dos pormenores são elucidativospara se poder estudar esta construção.

C A I X I L H O S D E R E D E

SECÇÃO

Fig. 10. —PORMENORES DO CAIXILHO DE ABBIB PARA FORA

SECÇÃO H l

S caixilhos de rede são quase sempre construídos Fig. U. —PORMENORES DO CAIXILHO DE ABRIRcomo todos os outros caixilhos, mas às vezes em PARA FORA

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V Ã O S D E J A N E L A S

Fig. 12. — CAIXILHO DE BALANÇO

obras de pequena categoria não passam de simples gra-des onde é pregada a rede metálica.

Estes caixilhos destinam-se a vedar ligeiramente de-pendências onde ó preciso, contudo, deixar circular li-vremente o ar.

Nos vãos de caixilhos de certa ordem a espessura damadeira a utilizar pode ir de Ora,03 a Om.035, mas empequenos vãos tem-se chegado a aplicar madeira deOra,022.

Os caixilhos são rebaixados como aqueles que se des-tinam às vidraças, pregando-se a rede no rebaixo quedepois se cobre com um bite (*). Os bites são pregados

Fig. 13.—CAIXILHO DE GUILHOTINA

em toda a volta do rectângulo cheio de rede e remata-dos nos cantos por meia-esquadria.

A rede que se assenta primeiramente só de um ladodeve ser bem esticada para se pregar dos restanteslados.

Se estes caixilhos se destinam a ter funcionamentode abrir e fechar, quer seja para dentro quer seja parafora, são convenientemente rebaixados nas juntas e sãoprovidos de fixas ou macha-fêmeas como todos os de-mais vãos de caixilhos.

Para se fixarem fechados utilizam-se os já nossos co-nhecidos fechos de correr, de barrinha ou verguinha.

Estes vãos podem ser constituídos por uma ou maisfolhas e as juntas entre elas podem ser apenas rebai-xadas à meia-madeira e providas de réguas de batente.

Algumas vezes os caixilhos de redeconstituídos por uma só folha são fixos,como acontece com os rotulados, e nestecaso poderão não possuir aros apro-priados. São fixados por meio de parafu-sos ao aro de aduela dos caixilhos de vi-draças.

Quando os caixilhos de rede são demovimento podem ter aros próprios ouserem assentes nos aros de aduela doscaixilhos de vidros, como também acon-tece com os aros de persianas.

O funcionamento destes caixilhos podeigualar-se aos de rótulas e às persianas,cujos estudos pormenorizámos.

Fig. 14. — PORMENOR DO CAIXILHO DE ABRIRPARA FORA

(Estudo do Engradamento)

(*) Bite ó uma delgada e estreita fasquia porvezes arredondada nurn canto, que se empregageralmente nos remates com pregos ou parafusos.

8 —

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V Ã O S D E J A N E L A S

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Fig. 15. — PORMENORES DOS VÃOS DE CAIXILHOS DE GUILHOTINA E BASCULANTES(Secção J—Corrediça da Guilhotina; Secção L —Travessas de Bandeira)

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Fig. IS. — PORMENORES DOS VÃOS ROTULADOS

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V Ã O S D E J A N E L A

T i T f A CU A b E l "^.7 A O \

I X A S)

vãos de caixilhos rotulados têm larga aplicaçãorias regiões quentes, em que o sol incide sobre as

frontarias das edificações. No nosso país, conquantoas rótulos se usem mais ou menos por toda a parte éno sul, porém, que mais utilização auferem.

As rótulas permitem a mais directa passagem da ven-tilação para os interiores das habitações, dando-lhes aomesmo tempo completo resguardo à vista dos passean-tes. Não é de estranhar ver-mos caixilhos de rótulasaplicados nos vãos de janelas de andares altos, porquequase sempre só se atende à vantagem da passagem doar para o interior com a noção de se ter as janelasfechadas.

Por vezes a utilização das rótulas também obedecea um pouco de estética.

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Fig. 17.— VÃO DE EÓTULÁS

Em certos edifícios vemos igualmente portas providasde vãos de rótulas em toda a sua superfície.

As rótulas também têm a designação de reixas, sendoeste termo o de mais uso no sul do país.

Os caixilhos de rótulas têm mais características na-cionais do que as persianas que são retintamente . . . fran-cesas apesar de serem originárias do mundo árabe.

A construção das rótulas ó de fácil execução.

O funcionamento dos vãos rotulados pode fazer-setanto para o interior da casa como para o exterior.

No estudo que apresentamos (Fig. 17) aos nossos lei-tores mostramos um vão de janela provido de rótulasconstituídas por duas partes. Uma, a dos batentes, afuncionar para dentro e a outra, a da bandeira, fixa oubasculante. Interiormente o vão de caixilhos de vidraçaé assente no aro de gola, pelo que não incomoda emcoisa nenhuma o movimento das rótulas.

A bandeira do vão dos caixilhos é de movimento bas-culante vulgar, pelo que estando aberta passa toda aventilação necessária.

Na maioria dos casos os vãos rotulados funcionamabrindo para fora, mas nas janelas dos andares de rés--do-chão vemos muitos vãos resguardados por rótula:fixas (Fig. 18}.

A espessura da madeira a utilizar na construção daireixas é mais ou menos a mesma que se emprega no;vãos de caixilhos de vidraças.

Os aros de aduela dos caixilhos podem ser coinuníàs rótulas, tal qual como sucede nas persianas e qwmostramos pormenorizadamente.

No desenho de pormenores que estudamos para <caso da construção de vãos de rótulas (Fig. 16) damaos principais elementos a esses trabalhos necessários

As ferragens a empregar nos vãos de rótulas ssmesmas que se empregam em todos os outros cabalvulgares.

As rótulas são formadas por estreitas e o . . .quias arredondadas na sua face superior, que se smtumas sobre as outras a 45° geralmente.

A malha mais usual ó de O™,03, mas tamle isto é compreensível, apertar ou alargar côadesejar. Estas fasquias sSo assentes a pregosrebalxos das couceiras e das travessas.

Fig. IS.—CAIXILHO DE RÓTULAS FIXO

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VÃOS D E J A N E L A S

A s gelosias são um resguardo das janelas que remon-tam a velhas datas. Os mais antigos tipos de ge-

losias que se designavam vulgarmente por tdbuinliasquase que desapareceram no nosso País.

As gelosias tom vasta aplicação para se protegeremos interiores das habitações dos olhares indiscretos dosmoradores das casas fronteiras e dos transeuntes dasiuas quando se trate de casas de rés-do-ehão.

G E L O S I A S A N T I G A S

assentamento das gelosias antigas, as conhecidastabuinhas, era feito exteriormente. Uma espécie

de caixa de madeira (Fig. 19] era fixada à verga do arode aduela e cobria o enrolamento de toda a cortina queao ser puxada por um cordão se compri-mia completamente de encontro a umarégua, que regulava todo o funcionamentoe era presa ao tecto da espécie decaixa.

Nessa régua superior eram fixadas asduas fitas de tecido onde se prendiam asfolhas delgadas de madeira, as chamadastabuinhas, que mediam geralmente 0™,04de largura.

As fitas de fixação e enrolamento, seassim se pode chamar a esse funcionamento,são como se compreende duas, uma decada lado da cortina, a cerca de C^.OSou O™, 10 das suas extremidades. Quandoos vãos eram de largura superior ao vul-gar a aplicação das atas de tecido era detrês, sendo o lagar da terceira no

G E L O S I A S I N T E R I O R E S

SIGXAM-SE gelosias interiores aquelas cujo funciona-mento ó comandado interiormente.

O enrolamento deste tipo de gelosias é feito, comonão podia deixar de ser num carrete, que se assentasobre o sófito do enchalço do vão de janela onde agelosia tem aplicação (Fig. 2ff).

As cortinas descem dos carretes por cima das vergasdos aros de aduela e metidos nas corrediças ou calhasfixadas nas ombreiras dos vãos, giram para baixo e paracima, manejadas por manipules assentes nas golas.

A preparação das caixas pode efectuar-se de duas ma-neiras diferentes, como mostramos nos nossos desenhos.

Uma é constituída como se se tratasse de um alçapãoe a outra faz-se construindo uma tampa de abrir e fecharno paramento da parede, acima da verga do guarneci-

Fig. 19. —DIVERSOS TIPOS DE GELOSIAS

A) Tabuinhas; B) Corte; C) e D) Cortes de gelosia» exteriores;E) Alçado da gelosia

mento da aresta. Estas tampas permitem a reparaçãodos carretes sem dano algum nos enchalços.

G E L O S I A S E X T l i R I O F . I -

A s gelosias modernas podem ser deexterior ou interior. As de .

são mais antigas e por conseguinte menos aperfeiçoadas(Fig. 19}.

São constituídas por uma cortina de règuinhas demadeira que se enrolam num carrete metido numa caixade construção metálica, em geral de chapa de zinco,que se fixa na verga do aro de aduela dos vãos de ja-nelas.

Com uma vareta provida de um gancho que puxaum botão fixado na testeira da cortina faz descer estaaté à altura que se pretende. A sua subida é apenasfeita por pressão manual.

A cortina de réguas funciona numas calhas assentesnas ombreiras dos vãos, uma de cada lado, Por meiode dois compassos, um de cada lado, assentes nos mar-cos dos aros de aduela, alargam-se para o lado doexterior as cortinas permitindo que se conservem pes-soas à janela. Fig. 20. — CORTES DE GELOSIAS INTERIORES

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V Ã O S D E J A N E L A S

A N Ã SA s persianas qae mais não são que vãos de resguardo

assentes à frente dos caixilhos de vidraça, paraimpedir que se observe o interior das habitações quandoas portas de dentro estiverem, abertas, podem ser mo-vimentadas a abrir para fora ou para dentro.

Usualmente os vãos de persianas abrem para fora,conservando-se abertas seguras com uns ganchos assen-tes nas paredes, de ambos os lados das janelas.

Os batentes das persianas são constituídos por cou-ceiras e travessas, tudo engradado, recebendo no seuespaço rectangular uma série de tabuinhas assentesa 45°.

As tabuinhas entram nos sulcos de pouca profundi-dade, Om,005 apenas, e como norma da sua localizaçãoa tabuinha de cima cobre a espessura da tabuinha debaixo. A espessura das tabuinhas oscila de O^OO-i,0,m005 ou Om,006 (Fig. 24).

Para fixação das tabninhas nos seus lugares assen-tam-se com pregos de arame, em ambas as faces doscaixilhos, fasquias a cobrir as suas entradas nas con-ceiras.

Estas fasquias rematam as suas ligações umas comas outras, a meia-esquadria.

0_ número de folhas de persianas em cada vão obe-

Fig. 21.— VÃO DE PERSIANAS DE DOIS BATENTES(Alçado, Planta, e Corte.)

dece, de uma maneira geral, ao número de batentesdos vãos de caixilhos.

As folhas das persianas movimentam-se por meio deferragens, as já nossas conhecidas fixas de balanço,que fazem girar as persianas do seu centro ato se en-costarem aos paramentos das fachadas em cujos vãosde janela tomam lugar.

As persianas assentam-se em aros de aduela próprios,fixados na aduela do guarnecimento do vão quase naaresta da respectiva cabeça, para que o balanço se façasem dificuldade (Fig. 21).

Quando, porém, as persianas se movimentam paradentro não se aplica aro especial, antes se prepara oaro dos caixilhos de vidraça para receber igualmenteo caixilho da persiana (Fig. 26).

As juntas das folhas, próprias para o assentamentonoa aros, são preparadas simplesmente com os cantosfeitos à esquadria e assim encostam nos aros dentro dosrespectivos rebaixos. Se se tratar de persianas aabrir para dentro as juntas são providas de rebaixo(Fig. 20).

Nos pormenores da Secção A daquela figura vemos umavariante dos vãos que abrem para o interior da habi-tação.

Alguns vãos de persianas são dotados de pos-tigos móveis que se usam tanto a abrir para baixocomo para cima, numa espécie de sistema bas-culante (Fig. 28), para efeito de uma ventilaçãomais extensa em certas ocasiões. O movimento dosvãos de persianas de mais de duas folhas faz-sedobrando umas sobre as outras, como se praticacom os caixilhos de vidraça (Fig. 23).

As juntas dos centros das folhas são em gera;nette género de caixilhos feitas a meio-fio, correndo-se de cada face do vão uma moldura arredondada entre dois pequenos sulcos, o rincã((Fig. 25).

Nos vãos que abrem para dentro prepara-secomo já dissemos, o aro de aduela onde funciono caixilho de vidraças, com uma saliência parafixação das persianas, cujo fim é obter o espaçnecessário para o caixilho da persiana não prejidicar o caixilho de vidraças quando estão amb<:abertos.

Os nossos pormenores são suficientes para a bcelucidação a respeito destes trabalhos.

Resta-nos agora dizer alguma coisa sobre as pésiauas de peito ou meias-persianas (Fig. 22).

Estes baixos vãos de persianas servem smente para constituírem ligeiro resguardo à altudas pessoas que passam junto das janelas de rí-do-chão.

A sua construção é igual à dos outros tipospersianas, só se definindo a sua altura.

Estes caixilhos abrem normalmente para denlde casa; só em certas edificações funcionam pso exterior. As persianas utilizam qualquer tipo

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V Ã O S D E J A N E L A S

tábua de peito que lhes serve de batente. Às vezes nolugar onde se dá a junção das folhas do vão, assen-la-se sobre a tábua de peito uma pequenina chapa delatão para servir de batente, qoando a tábua não possuio dispositivo para isso, por o sen conjunto ser adaptadoaos caixilhos de vidraça.

Os vãos de persianas tacto ] idem ser assentes naaduela como na gola do vão. Neste áltimo lugar só po-dem ser assentes quando o T o é desprovido de vidra-ças e de porta? de dentro. Qaando a< persianas sãoassentes no aro de aduela vslgar. são os vãos de caixi-lhos assentes no aro de gola.

Ora, todas estas sitnaçdes são compreendidas.As ferragens para o movimento das persianas são

idênticas às dos caixilhos. As folhas são seguras de persi por fechos de embeber, mas se aplicar-mos fechos deverguinha também dão bem.

As espessuras da madeira para estas obras são asvulgares empregadas fiara todos os géneros de caixi-lharia.

Muitas vezes as persianas não contôin tabuiuhas por-que são snbstitwdas por lâminas metálicas, especial-mente de alumínio.

Nos'Tios de persianas interiores, aquelas que se as-sentam em frestas, também é costume empregar tirasde vidros foscos em vez de tabuinhas. Mas isso, é claro,são variantes de ordem especial. O estudo da constru-ção das persianas, na sua generalidade, aqui fica ex-

Fig. 22.— VÃO DE JANELAS PROVIDO DE PESSIAXASDE PEITO

(Alçado, Planta e Cortej

Fig. 23.—VÃO DE PERSIANAS DE QUATRO FOLHASCOM POSTIGOS

(Alçado, Planta c Corte)

Agora, de seguida, vamos estudar propriamente aobra de carpintaria que respeita aos vãos de persianas.

Obtidas as couceiras e as travessas, tal qual como seobtêm para os caixilhos de vidraças, furam se as cou-ceiras e respigam-se as travessas. Feito o engrada-mento pelo mesmo processo daquelas obras e marcadosos lugares para os sulcos que hão de receber as tabui-nhas. procede-se à sua abertura em ambas as couceiras,de um lado e outro.

Depois de grudado o caixilho e de afa/jado proce-de-se ao assentamento das tabuinhas.

As tabuinhas são preparadas quanto à sua face e seutardoz, isto ó, com as duas faces devidamente desen-grossadas e mais nada. Estas ripas ficam com os seusdois cantos em serragem até serem metidas nos seuslugares.

Depois de assentes as ripinhas nos seus lugares faz-seentão com o rebote o canto cerceado entre as coucei-ras e aplicam-se as fasquias de remate em todo o rec-tângulo da face do caixilho. Seguidamente faz-se omesmo trabalho do lado tardoz e temos o caixilho depersiana pronto.

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V Ã O S D E J A N E L A S

KJ AS edificações que obedecera a certos princípios cons-trutivos ou a estilos arquitectónicos, aparecem por

vezes vãos de janelas das mais variadas concepçõese aspectos. Vemos vãos providos de guarnecimentoscaracterísticos, fora do sistema comum da construção,vemos janelas e portas constituídas por arcos, tantoconstruídos pelos sistemas da geometria clássica, comoconcebidos por normas modernas, e ainda todos aquelesque a fantasia faz estadear e que ó mister saber co-nhecer.

O estudo de todos os sistemas de vãos de janelas tantono que respeita à caixilharia de vidraças, às portas dodentro, às rótulas e às persianas, ó matéria de muitaimportância na Construção Civil.

Os vãos de janelas cujo aspecto ó fora do comume que aqui designamos voos característicos, mereceriacuidadoso estudo, mas como os pormenores dados a res-peito dos outros vãos são muitíssimo completos, limita-mo-nos simplesmente a dizer algumas considerações e afazer esclarecimentos.

Falamos de caixilhos de volta e de óculos como dosmais construídos actualmente, omitindo, porém, muitosoutros por desnecessário, em virtude de muito já ter-mos esclarecido os estudiosos sobre tão vasto e interes-sante ramo da carpintaria civil. E natural que, adstritosa outros trabalhos da edificação, ainda venhamos a tra-tar com mais amplitude o estudo da caixilharia e dasportas de dentro3 exemplificando casos singulares.

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X lFig. 24. — PORMENORES DAS PERSIAXAS

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V Ã O S D E J A N E L A S

Fig. 25. ~- PORMENORES DAS PERSIANAS

C A I X I L H O S D E V O L T A

s vãos de janelas de arco ou de volta, como é cos-tume dizer-se, são construídos pela forma vulgar,

exceptuando-se, é claro, a bandeira, pois que é exacta-mente nessa parte do caixilho que se situa a curva.

A curva ó traçada com o raio indicado no projectoda obra ou nos seus pormenores, ficando logo desde oprincípio com a verdadeira forma dada no guarnecimentodo vão.

Para se obter bem a forma do arco, quer para seconstruírem os aros quer para se construírem as ban-deiras dos caixilhos, é mister plantear em tamanho na-tural toda a bandeira.

E qualquer que seja a forma do arco, traça-se pelosmétodos conhecidos para esses traçados (*) ou já exis-tindo o arco construído, como seja o guarnecimento dovão, tira-se com uma cércea o seu molde.

As curvas tanto do aro como da bandeira são cons-tituídas por segmentos, pecas relativamente corras,tantos quantos forem necessários pua serem evitadasas fracturas da madeira,

Os vários segmentos, tal como ad«el«i, são ligadosuns aos outros, por respigas engasgadas, devidamentegrudadas.

As bandeiras de volta tanto podem ser lixas comobasculantes.

Os perfis das molduras e as espessuras da madeirasão os usuais para todos os caixilhos.

As portadas nestes vãos de volta ou são inteiras desdeo aparador até ao rebaixo do aro ou são simplesmente

próprias da bandeira, separadas por conseguinte dasportadas que servem sobre os caixilhos de batentes.

Os aros de gola são de engradamento a 45° e provi-dos de curvas que se assentam nos dois ângulos (3) entreas ombreiras e a verga.

CAIXILHOS CIRCULARES (ÓCULOS

vãos de janela circulares quand.> • ' ' : lê -. -i~-raio têm vulgarmente a designação de óculo».

Estes vãos podem ser providos de aros, tanto de «tanlscomo de gola, fasquias e aparador.

Porém, na maioria dos casos, têm apenas os aros deaduela ou simplesmente os de gola,edificaçõesnsii-r-::.

UsiBÍS

e na ola qae as óesJos

r- d.;.;s

Para aelkor facilidade do movimento deixa-se o en-cbaíço com a secção quadrada, isto é, deixa-se o voa-mento perpendicular aos rssgamentos laterais.

(!) Ver o Caderno n.° 15 desta Enciclopédia.(2) Para o estudo deste tipo de vãos de janela consulte-se o

Caderno n." 21 desta Enciclopédia, onde são tratados casos idênti-cos a respeito de vãos de portas.

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V Á O S D E J A N E L A S

JECÇÃD B

J.lilLFíy.26.— PORÍIE\OSES DAS PEIiSIAX.iS

Eni alguns edifícios os vãos de óculos são providosde portas de dentro e quando o seu raio é muito redu-zido dota-se o caixilho de vidraça de veda-luz.

Para o bom funcionamento da portada é o aro degola preparado com os rebaixos adequados ao seu assen-tamento.

As ferragens a utilizar são quase sempre as normaisaos outros vãos de caixilhos.

A N O T A Ç Õ E S

TsJo número das janelas englobam-se também as portasque dão para as varandas de sacada e de peito.

Assim, diz-se que uma fachada comporta tantos vãosde janelas de peito e tantas janelas de sacada.

Mas, na verdade, as janelas de sacada são simples-mente portas. Portas envidraçadas.

Já, nas fachadas posteriores, quando há terraços,emprega-se o termo de porta nos vãos que abrem pas-sagem a esses logradouros.

Assim, entendido, deixámos para o estudo da cons-trução de portas exteriores, tudo o que diz respeito aestes tipos de janelas, na sua construção e assentamento.

Esses vãos, como é obvio, não comportam tábuas depeito. Os tipos de soleiras aplicados acompanham ospormenores dos vãos de portas.

Os assentamentos dos aros de aduela e de gola sãoefectuados tal qual como se efectua com os vãos de peito.

Os vãos de janelas de sacada podem comportar vãosde persianas e rótulas como todos os outros vãos.

Nas fachadas de edificações que possuam simultanea-mente janelas de peito e de varanda observa-se umaigualdade geral em todos os seus elementos.

A linha dos pinásios de toda a caixilharia é geral nahorizontalidade estabelecida.

As larguras dos aros de aduela e as larguras das cou-ceiras e travessas dos caixilhos são perfeitamente iguaisem todos os vãos, quer se trate de vãos de peito comode vãos de sacada ou de varandas de peito.

As janelas dotadas com varandim obedecem à mesmaregra. Quase sempre estes caixilhos comportam umapequena almofada que corresponde à altura da gradedo varandim.

Na aplicação das ferragens vislumbra-se a razão dese chamarem janelas a todos os vãos de uma fachadado primeiro andar para cima e de se designar por portaos vãos que abrem para terraços ou para estufas.

Assim, frisamos, que as ferragens que se aplicam noscaixilhos das janelas de peito são as mesmas que seaplicam nos caixilhos de sacada.

As fixas de macha e fêmea e as cremonas ou trancasassentam-se nas mesmas circunstâncias. Nas portas dosterraços não se assentam cremonas. Assentam-se fecha-duras com trinco ou simplesmente trincos, providos depuxadores, tanto do lado de dentro como do lado de fora.

Esclarecida esta definição da caixilharia e estudada asua construção neste Caderno e no anterior, estudaremosa construção das portas exteriores no caderno a seguir.

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