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VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS AQUISIÇÕES NA MODALIDADE PREGÃO PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA São Luís 2009

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS AQUISIÇÕES NA MODALIDADE PREGÃO PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

São Luís

2009

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Lindalva Lima Silva Reis Maria das Graças de Moraes Rêgo

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS AQUISIÇÕES NA MODALIDADE PREGÃO PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Planejamento Tributário, Gestão, Auditoria Tributária e Docência Superior da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para obtenção do grau em Especialista de Planejamento Tributário.

Orientador:

São Luís 2009

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TERMO DE APROVAÇÃO

Lindalva Lima Silva Reis Maria das Graças de Moraes Rêgo

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS AQUISIÇÕES NA MODALIDADE PREGÃO PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Esta Monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Especialista ..............................................................................................................................................no Curso de .......................................................................................................... da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 25 de maio de 2009.

Instituto Brasil – Extensão E Pós-Graduação – Ibep

Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Prof. Dr. XXXXXXXXXX

Instituição e Departamento Prof. Dr. XXXXXXXXXX Instituição e Departamento Prof. Dr. XXXXXXXXXX Instituição e Departamento

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A Deus, criador do Universo que me empresta diariamente o coração que pulsa, o ar que respiro, o solo em que caminho para que eu possa existir. Aos filhos pela compreensão e carinho. Em especial aos nossos companheiros, esposos, amigos Viegas e Laniel, por ter nos estimulado a nunca desistir dos nossos sonhos e sempre alcançá-los.

Dedicamos.

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AGRADECIMENTOS

Eu, Lindalva Lima Silva Reis agradeço:

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre ao meu lado e que

nunca me deixa desistir dos meus objetivos.

Aos meus familiares, em especial meu marido Ednei Viegas e minha filha

Valéria Letícia pela compreensão quando me fiz ausente na busca dos meus

objetivos;

Aos meus queridos pais Alberto e Maria Lindalva pela lição de vida e meus

queridos irmão pela colaboração incessante;

Ao professor Msc. Edmundo R. Tork Filho pela ajuda e orientação segura;

Às amigas Graça e Normandia Lima pelo incentivo para a concretização

deste trabalho;

A todos meus colegas e professores da Pós-graduação pela amizade e

troca de conhecimento e experiência.

Eu, Maria das Graças Moraes Rego agradeço:

A Deus, criador do Universo que me empresta diariamente o coração que

pulsa, o ar que respiro, o solo em que caminho para que eu possa existir.

A meus dois filhos pela compreensão e carinho.

Em especial ao meu companheiro, esposo, amigo Laniel, por ter me

estimulado a nunca desistir dos meus sonhos e sempre alcançá-los.

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É preciso revestir as licitações e contratos públicos de total transparência, mediante a universalização das tecnologias da informação e comunicação e possibilitar à sociedade o acesso a todos os atos dos procedimentos licitatórios.

Lula (2004)

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RESUMO

O presente trabalho apresenta uma abordagem sobre vantagens e desvantagens das aquisições na modalidade pregão para Administração Pública. Objetiva-se identificar os aspectos positivos, assim como o levantamento dos aspectos negativos da aquisição de bens e serviços desse tipo de licitação pública. Trata-se uma reflexão de cunho teórico bibliográfico, em que se faz uma descrição sobre o assunto. A partir de um breve recorte histórico, pontuam-se características importantes para o bom funcionamento do pregão, ao tempo em que são abordados pontos relevantes como conceito, base legal, o seu uso na administração pública e as suas principais orientações atuais. Diante das reformas administrativas em busca da melhor eficiência, celeridade e economia nas compras realizadas, o pregão surgiu no contexto, como saída para dinamizar esse processo. Assim, analisam-se as leis e a importância da utilização de novas tecnologias de informação, como internet, na modalidade pregão, pois é notório o crescimento desse tipo de licitação no setor público administrativo brasileiro. Comprova-se a eficiência do pregão como uma maneira dinâmica, pois o mesmo foi criado como forma de redução da burocracia e dos custos, agilização do sistema, flexibilidade, aumento da publicidade e, principalmente, o de revestir de maior transparência os processos de compra e contratação pública. Também, foi possível identificar resultados negativos trazidos pelo uso e aplicação do pregão eletrônico.

Palavras-Chaves: Pregão; Licitação; Administração Pública.

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ABSTRACT

The present work presents an approach on advantages and disadvantages of the acquisitions in the modality proclamation for Public Administration. It is aimed at to identify the positive aspects, as well as the rising of the negative aspects of the acquisition of goods and services of that type of public auction. A reflection of bibliographical theoretical stamp is treated, in that is made a description on the subject. Starting from an abbreviation it cuts out historical, important characteristics are punctuated for the good operation of the proclamation, at the time in that important points are approached as concept, legal base, your use in the public administration and your principal current orientations. Before the administrative reforms in search of the best efficiency, velocity and economy in the accomplished purchases, the proclamation appeared in the context, as exit for dinamizar that process. Like this, the laws and the importance of the use of new technologies of information are analyzed, as internet, in the modality proclamation, because it is well-known the growth of that auction type in the administrative public section Brazilian. He/she is proven the efficiency of the proclamation as a dynamic way, because the same was created as form of reduction of the bureaucracy and of the costs, activation of the system, flexibility, increase of the publicity and, mainly, the one of covering of larger transparency the purchase processes and public recruiting. Also, it was possible to identify results negatives brought by the use and application of the electronic proclamation.

Keyword: Proclamation; Auction; Public administration.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Finalidade do pregão ........................................................................... 17

Figura 2 – Fluxograma da fase interna do Pregão................................................ 24

Figura 3 – Fluxograma da fase externa do Pregão............................................... 27

Figura 4 – Diferença entre o pregão presencial e o pregão eletrônico ................. 33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10

1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 10

1.2 OBJETIVOS................................................................................................. 12

1.2.1 Geral ............................................................................................................ 12

1.2 Específicos................................................................................................... 12

1.3 PROBLEMA................................................................................................. 13

1.4 HIPÓTESES ................................................................................................ 13

2 PREGÃO: UMA NOVA MODADLIDADE DE LICITAR ............................... 15

2.1 CONCEITO.................................................................................................. 16

2.2 CARACTERÍSTICAS ................................................................................... 18

2.3 HISTÓRICO................................................................................................. 20

2.4 BASE LEGAL E ABRANGÊNCIA DO PREGÃO.......................................... 22

2.5 FASES DO PREGÃO .................................................................................. 23

2.5.1 Fase interna................................................................................................. 24

2.5.2 Fase externa................................................................................................ 26

2.6 TIPOS DE PREGÕES ................................................................................. 29

2.6.1 Pregão presencial ........................................................................................ 29

2.6.2 Pregão eletrônico......................................................................................... 30

3 O PREGÃO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................... 34

3.1 LIMITAÇÃO DO USO A BENS E SERVIÇOS COMUNS............................. 34

3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS.............................................. 36

3.3 O PREGÃO E OS PRINCÍPIOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............. 39

3.4 ATRIBUIÇÕES DA AUTORIDADE COMPETENTE .................................... 42

3.5 PERFIL E ATRIBUIÇÕES DO PREGOEIRO............................................... 43

4 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................... 46

4.1 VANTAGENS............................................................................................... 46

4.2 DESVANTAGENS ....................................................................................... 50

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................... 53

6 CONCLUSÃO .............................................................................................. 55

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

Por muitos anos a administração pública era caracterizada como inerte no

que diz respeito ao atendimento à crescente demanda dos cidadãos por serviços

públicos mais eficazes, ágeis e de qualidade. A aquisição dos bens e serviços não

obedecia a uma legislação eficaz e com isso custos eram excessivos. Assim, foi

iniciada uma série de transformações, inclusive em matéria de licitações e contratos

administrativos, com a finalidade de reformulação das suas concepções, em face da

consagração constitucional do princípio da eficiência.

Considerando que a administração pública tem como finalidade prestar

serviço de qualidade à sociedade, devendo ter como base de conduta a Constituição

Federal, as leis, os princípios principalmente os da legalidade e da igualdade para

assim melhor efetuar suas aquisições, foi o que motivou o interesse pelo tema,

ensejando a necessidade de exploração e estudo da licitação na modalidade

pregão, por ser esta mais ágil, o que faz com que seus procedimentos sejam menos

burocráticos.

O pregão, que teve sua pratica exercida pela primeira vez pela ANATEL –

Agência Nacional de Telecomunicações, através da Medida Provisória 2.026, de 04

de maio de 2000, passou fazer parte das licitações brasileiras como uma nova

modalidade. Foi regulamentada pelo Decreto n. 3.555, de 08 de agosto de 2000 e

efetivada Lei nº 10.520/02, cuja premissa básica é a redução de tempo e o aumento

da competitividade, trazendo como melhores resultados, condições para a

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assinatura dos contratos públicos na aquisição de bens e contratação de serviços

considerados comuns.

Tem como meta os padrões de desempenho e qualidade para que sejam

objetivamente definidos em seus atos convocatórios (edital). Também podendo o

pregão permitir, ainda, a utilização de recursos eletrônicos, notadamente o uso da

internet, o qual se denominou como pregão eletrônico.

É considerado um leilão às avessas, cujo vencedor é o proponente que

oferecer menor preço e qualidade, sendo constituído de duas fases distintas:

preparatória ou interna e a externa ou de desenvolvimento. Ressalta-se que em

todas as modalidades de compra pela esfera pública (federal, estadual e municipal)

está implícito o precipício de que o Estado deve contratar quem oferecer o menor

preço para fornecimento de bens ou serviços.

O Pregão vem sendo bastante utilizado pelas vantagens que ele oferece o

que faz ele se sobrepor às outras modalidades, pois ele é um processo mais rápido,

e mais ágil. No Pregão a escolha do vencedor ocorre no mesmo dia, enquanto que

nos processos de tomada de preços ou concorrência pode chegar até cento e vinte

dias. Não tendo contestação, ou seja, recurso de alguma empresa, em dez dias

sairá o resultado no Diário Oficial. Leva vantagem no que diz respeito à inversão das

fases e ao procedimento da definição do vencedor do processo. A simplificação

favorecida pelo pregão pode estimular o aumento da competitividade e ampliar a

participação de empresas de pequeno e médio portes, as mais beneficiadas pela

redução dos custos de transação. Com a ampliação do número de concorrentes, diz

a teoria econômica, os preços tendem a cair.

Embora não sejam modalidades diferentes, sejam apenas subespécies,

existem pequenas diferenças entre o pregão presencial e o pregão eletrônico,

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principalmente com respeito ao pregoeiro, enquanto o presencial exige presença

física o eletrônico não há necessidade.

O objeto do presente trabalho é o enfoque sobre essa nova modalidade de

licitação denominada pregão em cujo trabalho será abordado o seu conceito, a sua

aplicabilidade, a base legal, entre outros e, sobretudo os seus efeitos. Faz-se uma

análise sobre as vantagens e desvantagens na Administração Pública

Assim a justificativa está em conhecer mais profundamente esse tipo de

modalidade, notabilizar suas vantagens e desvantagens para a administração

pública a matéria e viabilizar a implementação de melhorias, principalmente quanto

ao processo de seleção de propostas. Analisa-se o processo de contratações pelo

Poder Público, pois o Pregão contem novas regras de escolha dos fornecedores de

materiais e prestadores de serviços. Acredita-se, em suma, que a pesquisa proposta

propiciará não só no meio acadêmico, mas também ao profissional uma melhor

visão de como a administração pública adquire os bens e serviços comuns.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

• Identificar as vantagens e desvantagens da aquisição na modalidade

Pregão, para a administração pública.

1.1.2 Objetivos específicos

• Compreender o meio pelo qual as instituições públicas adquirem seus

bens e serviços;

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• Analisar a lei de licitações, decretos e as leis complementares que

regulamentam o Pregão;

• Identificar as possíveis formas com que a sociedade poderá controlar os

gastos Públicos;

• Abordar os princípios da legalidade, igualdade, impessoalidade,

moralidade e probidade;

• Identificar se houve a possibilidade de disputa entre os fornecedores

após a criação da modalidade pregão;

• Esclarecer maior transparência de seus atos à sociedade;

1.2 PROBLEMA

Percebe-se uma grande dificuldade dos Gestores Públicos em controlar

seus gastos, a partir das aquisições feitas pela Lei de licitações e contratos. Nesse

sentido chega-se a seguinte questão de pesquisa: Quais as vantagens e

desvantagens da aquisição na modalidade Pregão para Administração Pública?

1.3 HIPÓTESES

H1 – As compras governamentais feitas através das licitações públicas na

modalidade Pregão evidenciam redução de custo para as instituições

públicas.

H2 – O procedimento licitatório é sempre exigido para afastar o arbítrio e o

favorecimento, buscando escolher a melhor proposta para administração

pública.

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H3 – Com a modalidade de licitação pregão é possível determinar o equilíbrio

entre o retorno esperado e gasto em suas aquisições.

H4 – Na modalidade pregão há uma maior participação de empresas de

pequeno e médio porte.

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2 PREGÃO: UM NOVO PARADIGMA

Quando se fala em aquisição de bens e serviços em uma empresa, tem-se

em mente o procedimento licitatório, que é uma tomada de preço promovido pela

Administração Pública direta ou indireta, entre os interessados habilitados na compra

ou alienação de bens, na concessão de serviço ou obra pública.

O termo licitação, segundo Aguiar (2002, p. 1020), é originária do vocábulo

latino licitacione e significa oferecer lances. Em português a palavra licitação tem por

sentido o ato de conseguir dos licitantes o oferecimento do menor preço ou lance

para adjudicação da coisa que se coloca como objeto de venda.

Brasil (2006) sintetiza licitação como um “procedimento administrativo

formal em que a Administração Pública convoca, mediante condições estabelecidas

em ato próprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentação de

propostas para o oferecimento de bens e serviços”.

Para Barros (2002), a licitação constitui um dos principais instrumentos de

aplicação do dinheiro público, à medida que possibilita à Administração a escolha,

para fins de contratação, da proposta mais vantajosa, sempre colocando em

condições de igualdade os candidatos que do certame queiram participar.

A licitação significa um cortejo de oferta, em que o interessado lança uma

melhor proposta de serviço e ou fornecimento de mercadorias ao Poder Público. Na

visão de Mukai (2004, p. 1) pode ser definida nesse sentido como “uma invitatio ad

offerendum, isto é, um convite do Poder Público aos administrados para que façam

suas propostas e tenham chance de ser por ele contratados, para executarem

determinada prestação (de dar ou fazer)” (grifo do autor).

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A licitação é obrigatória e é regida pela Lei 8.666, de 1993 a qual estabelece

em seu artigo 1º “normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e

locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios” (BRASIL, 1993).

No Brasil as aquisições de bens e serviços, segundo Marinho Junior (2006),

devem ser precedidos de processos criatório específico, sobretudo se o contratante

é a Administração Pública, assim, o contratante deve estar caucado nas leis que os

regem, pois existem várias modalidades de licitações tais como: concorrência,

tomada de preços, convite, concurso, leilão, e a mais recente modalidade no âmbito

da União, denominada Pregão. Todas elas possuem características próprias e se

destinam a determinados tipos de contratação.

2.1 CONCEITO

Etimologicamente a palavra pregão, segundo o Dicionário Houaiss da

Língua Portuguesa apud Szklarowsky (2002), se origina do latim preaco, onise que

significa o que proclama, anuncia ou diz em público (grifo do autor).

Em um conceito geral a licitação através do pregão pode ser vista como um

procedimento administrativo que envolve uma série de atos e ações encadeadas e

concatenadas, utilizadas para selecionar a proposta mais vantajosa à Administração.

Tem-se, porém o conceito de quem mais entende do assunto. Brasil (2000) assim

leciona:

Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas e lances, para classificação e habilitação do licitante com a proposta de menor preço (BRASIL, 2000).

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Di Pietro (2004) traz a seguinte definição doutrinária: pregão é a modalidade

de Licitação para aquisição de bens e serviços comum, qualquer que seja o valor

estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de

propostas e lances em sessão pública.

Na visão de Fernandes (2007, p. 455) o pregão é:

[...] o procedimento administrativo por meio do qual a Administração pública, garantindo a isonomia, seleciona fornecedor ou prestador de serviço, visando à execução de objeto comum no mercado, permitindo aos licitantes, em sessão pública presencial ou virtual, reduzir o valor da proposta por meio de lances verbais e sucessivos.

No sentido técnico-jurídico, Niebuhr (2002) apud Jacobsen; Marchiori (2006)

conceitua o pregão como:

[...] uma nova modalidade de licitação pública, que visa à agilidade e à eficiência, destinada a contratos de aquisição de bens e de prestação de serviços, ambos considerados comuns, cujo julgamento das propostas antecede a fase de habilitação, admitindo que os licitantes de melhor classificação renovem as suas propostas.

Partindo desses pressupostos, pode-se afirmar que o Pregão é um leilão

onde quem vence é o proponente que oferece melhor preço e qualidade, ou seja, é

uma modalidade de licitação diferenciada e bastante arrojada em que muitas e

significantes são as vantagens decorrentes de sua adoção cuja finalidade é a

aquisição de bens e a contratação de serviços comuns (Figura 01).

Figura 1 – Finalidade do pregão Fonte: Santos, 2005

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Silva e Pamplona (2006) realçam que o pregão é uma modalidade aberta

para todo o público, inclusive via internet. Os autores esclarecem que qualquer

cidadão interessado pode acompanhar o processo licitatório em curso, os valores de

cada lance efetuado, o vencedor e até a duração da disputa. Isso aumenta a

transparência e o controle social

No que concerne aos bens e serviços comuns, Justen Filho (2005) afirma

que são “aqueles que apresentam identidade e características padronizadas e que

se encontram disponíveis, a qualquer tempo, num mercado próprio”.

Embora o art. 1º, § 1º, da Medida Provisória nº 2.026/2000, afirmar que

bens e serviços comuns "aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade

possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais

no mercado". Brandão (2005) acredita que esse conceito legal é insuficiente, para

ele todos os bens licitados devem ser objetivamente definidos, em descrição sucinta

e clara.

Para Meireles (2004) o que caracteriza os bens e serviços comuns é sua

padronização, ou seja, a possibilidade de substituição de uns por outros, mantendo-

se o mesmo padrão de qualidade e eficiência, assim, serviços como de Engenharia

que prevalece a melhor técnica ou de técnica e preço, devem ser afastados, pois no

Pregão o que é levado em consideração é o fator preço e não o fator técnico.

2.2 CARACTERÍSTICAS

O pregão segundo Fernandes (2007) é uma forma inovadora de compra na

administração pública brasileira e possui as seguintes características:

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a) Limitação do uso e serviços comuns: essa característica está vinculada

tão-somente à natureza do objeto a ser licitado. Para Jacobsen; Marchiori (2006) ela

é permitida apenas para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns.

Ela se difere das outras modalidades porque o preço não tem nenhuma importância

para o objeto a ser licitado. Por este motivo, o pregão evita o parcelamento indevido

da licitação pública;

b) Possibilidade de o licitante reduzir o valor da proposta durante a sessão;

Essa característica visa a definição da proposta mais vantajosa para a

Administração, que segundo Vasconcelos (2006), “é feita por meio de proposta de

preço escrita e, após, disputa por lances verbais. Após os lances, ainda pode haver

a negociação direta com o pregoeiro, no intuito da diminuição do valor ofertado”.

Assim, as empresas apresentam suas propostas de preços e, em seguida, começam

a diminuir seus preços, sem limite para queda dos valores;

c) Inversão das fases de julgamento da habilitação e da proposta: essa

característica, segundo Nunes (2004), visa a agilização do certame, uma vez que

nas aquisições de bens ou serviços realizados mediante a modalidade do pregão as

propostas são invertidas em relação às demais modalidades de licitação. Primeiro

vem à etapa de preços e, em segundo, a fase de habilitação;

d) Redução dos recursos a apenas um, que deve ser apresentado no final

do certame. Essa característica apenas analisa a documentação do participante que

tenha apresentado a melhor proposta.

Cabe realçar que na modalidade pregão a agilidade e a transparência são

características fundamentais uma vez que o que vale é sempre o menor preço.

Assim, o poder público tem, por lei, a obrigação de fazer uma pesquisa de mercado,

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para ter um parâmetro de preços nas licitações, haja vista que o pregão funciona

como um leilão ao reverso (ao invés de quem dá mais, vale o quem dá menos).

2.3 HISTÓRICO

Apesar de parecer uma palavra nova no setor financeiro, a prática do

pregão é bastante conhecida, Segundo Fernandes (2003) o pregão teve sua origem

nas Ordenações Filipinas de 1592, como uma das primeiras práticas de licitações

públicas e uma forma de desburocratizar e tornar mais rápida e econômica a

licitação.

Para Jacobsen; Marchiori (2006), a primeira manifestação de licitação

através do uso do Pregão utilizada no Brasil foi exclusiva da Agência Nacional de

Telecomunicação (ANATEL) em 1997, através da Lei Geral de Telecomunicações

(Lei nº 9.472, de 16 de junho de 1997) e de seu Regulamento de Contratações

(Resolução nº 005/98). Esse órgão adotou o pregão para suas compras, dada à

necessidade de uma nova modalidade de licitação que fosse rápida e garantisse

economia às aquisições do órgão, entretanto não era permitido a utilização pelos

estados, municípios e Distrito Federal.

Motivado pelos resultados positivos relatadas pela ANATEL no que

concerne à economicidade, maior celeridade e eficiência no processo com os

procedimentos de pregão, o Governo Federal, resolveu adotar essa prática, segundo

Dantas (2005), por meio da Medida Provisória 2.026, de 04 de maio de 2000, o que

posteriormente foi transformada na Medida Provisória nº. 2.182, reeditada

sucessivamente por 18 vezes.

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Inicialmente, a Medida Provisória 2.026/00 instituía o pregão apenas no

âmbito da União. O artigo 1º da Medida Provisória determinava que o pregão fosse

utilizado "para aquisição de bens e serviços comuns, a união poderá adotar licitação

na modalidade pregão" (BRASIL, 2000), porém, segundo Di Pietro (2005) apud Silva

(2008) essa restrição estava sendo considerada inconstitucional pela quase

totalidade da doutrina que tratou do assunto tendo em vista que, em se tratando de

norma geral, tinha que ter aplicação para todos os entes federativos.

Em 2002 o pregão foi normatizado e passou se de uso para os outros

órgãos através da Lei 10.520, de 17 de julho de 2002 tornando-se ferramenta

fundamental nas compras governamentais (BRASIL, 2002). Assim, através do

sistema de pregão iniciou-se uma inversão no processo de aquisição. Antes de

avaliar se a empresa, através da análise da documentação exigida para habilitação,

está apta a vender o produto ou serviço desejado, avalia-se primeiro o preço mínimo

possível praticado pela, só após, avalia-se a habilitação jurídica do fornecedor

(NUNES, 2004).

O sucesso do pregão foi sendo difundido pelos Órgãos Públicos o que

motivou o Governo Federal a utilizar a tecnologia da informação no pregão, e assim,

expediu o Decreto n°. 3.697, de 21 de dezembro de 2 000, que disponibilizava o

procedimento do pregão eletrônico, realizado via Internet.

Esse decreto foi revogado pelo Decreto n°. 5.450, d e 31 de maio de 2005, e,

a nova edição determina que as contratações efetuadas pelo governo federal

necessariamente devem seguir a modalidade de pregão e deve ser fundamentada a

necessidade de aquisição através de qualquer outra forma de disputa através do

pregão eletrônico.

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A Lei em seu enunciado assim estabelece:

[...] a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos (BRASIL, 2005).

Desde seu surgimento o pregão vem passando por amadurecimentos e

eliminando inúmeras regras desnecessárias ao bom andamento dos certames. Os

procedimentos de aquisição estão sofrendo gradativas desconsiderações e o agente

público, aos poucos, busca visualizar o interesse público ao invés de tornar o

certame um concurso de cumprimento de regras editalícias, onde vencia quem tinha

melhor capacidade de cumpri-las.

2.4 BASE LEGAL E ABRANGÊNCIA DO PREGÃO

O pregão, como em toda modalidade de licitação está caucada na

legislação brasileira, Lei N° 10.520, de 17 de Julho de 2002 – “institui a modalidade

de licitação pregão, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios”

(BRASIL, 2002). Surgiu com fonte no Projeto de Lei de Conversão Nº 19, de 2002,

da Medida Provisória de Nº 2.026, de 4 de maio de 2000, que instituiu o pregão

como nova modalidade de licitação e da reedição da mesma em 28 de julho de

2000, que incorpora inúmeros aperfeiçoamentos de redação destinados a melhor

esclarecer aspectos do rito do pregão; dos Decretos de Nº 3.555 de 08/08/2002, que

aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para

aquisição de bens e serviços comuns e o de Nº 5.504/2005 que o regulamenta por

meio de tecnologia eletrônica. Cabe realçar aplica-se subsidiariamente a Lei nº

8.666, de 21 de junho de 1993, no que couber.

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Têm-se ainda nos termos do inciso XXVII do artigo 22, da Constituição

Federal, que estabelece normas gerais de licitação e contratação, em todas as

modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da

União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e

para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173,

§ 1°, III (BRASIL1988).

A definição da referida lei que dá sustentação legal para aquisição de bens

e serviços comuns está no parágrafo único do artigo 1º e assim leciona: [...] “aqueles

cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo

edital, por meio de especificações usuais no mercado” (BRASIL, 2002).

Quanto a sua abrangência, a Lei N° 10.520 está dest inada por definição

legal, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Entenda-se que,

além dos órgãos da Administração Direta, também os fundos especiais as

autarquias, as fundações, as empresas públicas, as sociedades de economia mista

e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União estão

submetidas ao regime legal instituído pela referida lei (SZKLAROWSKY, 2002).

2.5 FASES DO PREGÃO

O pregão como toda e qualquer licitação passa por determinados

procedimentos legais para a realização do mesmo, assim, para que essa prática seja

efetivada, a Administração Pública convoca os interessados à apresentação de

propostas, com o escopo de selecionar aquela que se mostrar mais conveniente em

função de parâmetros previamente divulgados. As fases do pregão previstas em lei

de acordo com Brasil (2000) são duas a fase interna e a fase externa.

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2.5.1 Fase interna

A fase interna, ou preparatória do pregão se inicia com a formação dos

autos até a publicação do edital (Figura 2). Compreende os atos requeridos para a

abertura do processo licitatório.

Figura 2 - Fluxograma da fase interna do Pregão Fonte: Bahia (2004)

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Nessa fase os trabalhos são realizados em âmbito interno, com a

participação do dirigente denominado “autoridade competente” o qual é responsável

por compras e contratações, da unidade administrativa ou área encarregada de

serviços gerais e da unidade ou área da qual se origine a demanda pela licitação

(BRASIL, 2000).

Cabe a autoridade competente justificar e definir os critérios licitatório a

serem contemplados tais como: necessidade de contratação; objeto do certame;

exigências de habilitação; critérios de aceitação das propostas; sanções por

inadimplemento; prazos para fornecimento; as cláusulas do contrato, inclusive com

fixação dos prazos para fornecimento; designar o pregoeiro e equipe de apoio;

decidir recursos contra atos do pregoeiro; homologar a adjudicação, feita pelo

pregoeiro; determinar a celebração do contrato (SILVA; PAMPLONA, 2006).

Essa fase está contemplada no Art. 3º, incisos de I a IV da Lei nº 10.520/02,

contendo as seguintes regras:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento; II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor (BRASIL, 2002).

Zanotello (2009) enfatiza a importância da fase interna do pregão, pois se

essa etapa da licitação for efetivada da maneira correta, em atendimento às

exigências legais, certamente a Administração terá êxito na contratação.

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2.5.2 Fase externa

A fase externa ou do desenvolvimento do pregão tem início com a

divulgação do edital, que deverá ficar disponível por, no mínimo, oito dias úteis.

O conteúdo do art. 4º, Inciso I da Lei n°. 10.520/0 2, assim determina:

A convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de grande circulação local, e facultativamente, por meio eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º (BRASIL, 2002).

A fase externa do Pregão deverá obedecer às regras estabelecidas no Art.

4º, Lei nº 10.520/02, e Art. 8º, do Decreto Estadual nº 8.590/03, que assim

estabelece: convocação; credenciamento; classificação; competição por disputa de

lances; habilitação; recursos e adjudicação; e homologação (BAHIA, 2004).

Como se pode perceber essa modalidade é o inverso das outras, pois após

a convocação vem a Classificação, Habilitação, Adjudicação e Homologação, ou

seja, na modalidade Pregão em primeiro lugar ocorre a Classificação das ofertas, só

então ocorrerá a Habilitação do participante enquanto nas outras, primeiro habilita o

participante em seguida é que ocorre à Classificação (Figura 3).

Quanto à etapa competitiva, Brasil (2000) esclarece que ela deve

transcorrer durante a sessão pública do pregão, na qual são recebidas as propostas

escritas e a documentação de habilitação, realizada a disputa por lances verbais e o

seu julgamento e classificação, seguido da habilitação da melhor proposta e,

finalmente, da proclamação de um vencedor, ou seja, o pregoeiro classificará as

propostas em ordem crescente do preço ofertado, em seguida vem a etapa de

habilitação, com a abertura do envelope contendo o nome autor da proposta

classificada em primeiro lugar.

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Figura 2 – Fluxograma da fase externa do pregão Fonte: Bahia (2004)

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O inciso VII do artigo 4º da Lei n°. 10.520/02 assi m determina:

Aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório (BRASIL, 2002)

Ainda no mesmo artigo, nos incisos IX, X, XI e XII a lei esclarece:

Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

Examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital (BRASIL, 2002).

Para Brandão (2005) quando é proclamado o vencedor da licitação, só

poderá ser interposto recurso contra essa decisão, se o licitante interessado

manifestar sua decisão de imediato, assim, é concedido um prazo de três dias para

apresentação das razões, ficando também intimados, em igual prazo, os demais

licitantes para a apresentação das contra-razões. Caso não preencha os requisitos

para a habilitação, proceder-se-á à análise da documentação do segundo colocado

e, assim, sucessivamente, até que se encontre um candidato habilitado

(TSCHIEDEL, 2008).

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2.6 TIPOS DE PREGÕES

O Pregão, como já foi citado em itens anteriores, apresenta-se como uma

modalidade de licitação voltada para a aquisição de bens e serviços comuns,

qualquer que seja o valor da contratação, e pode ser realizado de duas maneiras:

através de proposta escrita seguida de lances verbais - pregão presencial ou por via

eletrônica em sessão pública – pregão eletrônico, em que sairá vencedor aquele que

apresentar menor preço final (grifo nosso).

2.6.1 Pregão presencial

Pregão presencial ou comum, como o próprio nome sugere, é realizado de

modo tradicional em que os representantes que participam do certame comparecem

ao órgão licitador, na data e hora previamente determinada e apresentam suas

propostas e lances verbais em seção pública (BAHIA, 2004).

Na forma presencial o pregoeiro, sua comissão e os licitantes reúnem-se

para fazerem à compra através do menor lance ofertado. Para a Tribuna de Criciúma

(2009), “o pregão presencial também é mais vantajoso, pois as empresas já

apresentam a documentação na hora e pode haver também negociação de preço

imediata".

Nessa modalidade o pregoeiro é figura de suma importância no desenrolar

do processo licitatório, pois é ele que irá conduzir o certame operando o pregão, na

data e hora da sua realização e, segundo Fernandes (2007) no ato do

credenciamento guarda seção solenidade.

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Outro fator importante no pregão presencial diz respeito ao critério de

competição do certame, visto que apenas os licitantes detentores das ofertas com

preços até dez por cento superiores à menor, ou pelo menos três licitantes

participam da etapa dos lances (SILVA, 2008).

Na fase externa do pregão presencial há: publicidade do edital (forma e

prazos de impugnação do edital e pedidos de esclarecimentos, quando republicar o

edital); sessão publica do pregão credenciamento, declaração de cumprimento dos

requisitos de habilitação, apresentação dos envelopes, análise preliminar das

propostas, como detectar as propostas inexeqüíveis, fase de lances orais, análise de

aceitabilidade das propostas, análise da habilitação do detentor do melhor preço,

declaração do vencedor.

Cabe realçar que inicialmente o pregão foi instituído de modo presencial

através da Lei de nº 10.520 de 17 de Julho de 2002, porém com o avanço

tecnológico o governo também instituiu o pregão eletrônico em não há a presença

física dos representantes das empresas licitantes, na forma mencionada no modo

presencial.

2.6.2 Pregão eletrônico

O pregão eletrônico apresenta as mesmas regras básicas do pregão

presencial, pois também é regido pela Lei de nº 10.520/2002, entretanto possui

alguns procedimentos específicos. Tem como normatização legal o Decreto n°.

5.450, de 31 de maio de 2005. Antes de ser normatizado pela Lei foi disciplinado

pelo O Decreto federal 3697, de 21 de dezembro de 2000. Caracteriza-se

especialmente pela inexistência da "presença física" do pregoeiro e dos demais

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licitantes, uma vez que toda interação é feita por meio de sistema eletrônico de

comunicação - Internet (FONSECA, 2006) (grifo do autor).

O autor ainda destaca como importante atributo, a potencialização de

agilidade aos processos licitatórios, minimizando custos para a Administração

Pública, estando cada vez mais consolidado como principal forma de contratação do

Governo Federal. É praticado em um ambiente virtual, utilizando, como apoio técnico

e operacional, o provedor do sistema eletrônico indicado pela autoridade

competente, que garantam condições de segurança em todas as etapas do certame.

Cabe realçar que o acesso ao sistema eletrônico para o devido

credenciamento do licitante dar-se-á pela atribuição de chave de identificação e de

senha, pessoal e intransferível na forma mencionada no modo presencial.

Segundo Fernandes (2007), o pregão eletrônico tem algumas

peculiaridades que o diferencia do pregão presencial, a saber: obrigatoriedade do

uso de recursos de criptografia e autenticação; utilização do apoio técnico

operacional da Secretaria de Logística e Tecnologia de Informação do Ministério do

Planejamento (SLTI/MP) que atua como provedor do sistema eletrônico para órgãos

integrantes do Sistema de Serviços Gerais (SISG), os demais órgãos podem ter

sistema próprio; Utilização do sistema eletrônico da SLTI/MP para os órgão ou

entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios mediante o

termo de adesão.

Albuquerque e Freitas (2006) acrescentam que para a operacionalização da

sistemática de Pregão Eletrônico deverão ser previamente credenciados perante o

provedor do sistema eletrônico, a autoridade competente do órgão promotor da

licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os licitantes que participam

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do pregão na forma eletrônica, entretanto o ato de credenciamento não há sessão

solene podendo ser feito através de e-mail.

No que diz respeito às propostas classificadas, Fernandes (2007) afirma

que o pregoeiro abre a fase de lances e após algum tempo decide encerrá-la. Após

a decisão o sistema eletrônico emite o “aviso de fechamento iminente de lances” e,

após o aviso, em intervalo de zero a trinta minutos, aleatoriamente definido pelo

sistema, encerra a etapa de lances. Sobre o assunto a Lei de nº 5.450, artigo 24 § 6º

assim determina:

Artigo 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico. § 6º A etapa de lances da sessão pública será encerrada por decisão do pregoeiro (BRASIL, 2005).

Quanto ao critério competição do certame, Silva (2008) destaca que no

pregão eletrônico todos os licitantes concorrem no processo licitatório. Fernandes

(2007) enfoca que o pregão eletrônico se distanciou da forma presencial no que

concerne a seleção, haja vista que nessa modalidade a escolha se dá

aleatoriamente, fato esse que é julgado como inconstitucional, uma vez que viola a

isonomia do certame, pois afasta a melhor contratação.

Embora que no pregão tenham duas modalidades, a presencial e a

eletrônica, cabe realçar que não são duas modalidades licitatórias distintas, Lima

(2008) afirma que são apenas formas diferentes de realização deste procedimento

de licitação, apresentando as mesmas regras básicas, sendo que a forma eletrônica

é acrescida de procedimentos específicos (Figura 4).

Na fase externa do pregão eletrônico diferencia do pregão presencial, pois

existe o sistema de informática; a publicidade e peculiaridades do edital de pregão

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eletrônico; o credenciamento no pregão eletrônico; impugnação e pedido de

esclarecimento;

a) A fase externa do pregão eletrônico: A sessão pública do pregão

eletrônico (acesso ao sistema, declaração de conhecimento e atendimento

às exigências de habilitação, julgamento da proposta inicial, fase de lances,

encerramento da fase inicial de lances e fase de tempo aleatório,

negociação eletrônica, anúncio do arrematante do certame, habilitação).

b) Recursos administrativos. Conteúdo mínimo das atas. Adjudicação e

homologação. Peculiaridades das sanções administrativas na modalidade

pregão (eletrônico e presencial)

c) Técnicas de negociação para pregoeiros.

Figura 4 – Diferença entre o pregão presencial e o pregão eletrônico Fonte: Lima (2008)

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3 O PREGÃO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O pregão nos últimos tempos tem se tornado habitual antecedente de várias

espécies de contratos administrativos, isso porque ele oferece rapidez e economia

nas compras efetuadas pelo governo. Aliás, são essas as principais vantagens que

os gestores apontam no pregão. De acordo com Aguiar (2008) foi o seu

procedimento mais célere e objetivo, que tornou o pregão, depois de pouquíssimo

tempo, a modalidade de licitação mais utilizada pela Administração Pública. Justen

Filho (2005, p. 9) a esse respeito manifesta: “A União implementou, a partir da

introdução da figura do pregão, um projeto de alteração geral da legislação sobre

licitações. Trata-se de substituir a disciplina tradicional consagrada na Lei n° 8.666

por instrumentos licitatórios mais ágeis e rápidos” (...).

Segundo Pens (2004) “o pregão junta-se a outros mecanismos (a

concorrência, a tomada de preços e o convite) estabelecidos pela Lei Federal nº

8.666/93 para disciplinar as compras no setor público”.

Assim, tem-se a compreensão de que todos esses mecanismos operam o

princípio de que somente deve ser contratado pela administração pública quem

oferecer a proposta mais vantajosa, ou seja, quem apresentar o menor preço para

fornecer um bem ou serviço.

3.1 LIMITAÇÃO DO USO A BENS E SERVIÇOS COMUNS

O pregão, segundo Fernandes (2007), foi instituído para a União, de forma

autônoma, assim, mesmo sendo imposto pela lei que se trata de aquisição de bem

ou serviço comum, foram necessários mais de 2 anos de reedições de Medidas

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Provisórias para que a modalidade viesse a lume como um adequado instrumento

constitucional a qual se estende como ferramenta para Estados, o Distrito Federal e

Municípios. Entretanto, pode-se afirmar que existe uma dificuldade na definição de

bens e serviços “comuns”, pois segundo Justen Filho (2002, p. 20), [...] “a

interpretação do conceito de bem ou serviço comum deve fazer-se em função das

exigências do interesse público e das peculiaridades procedimentais do próprio

pregão”. Na visão de Dantas (2005) se o legislador quisesse autorizar a

Administração a aplicar o pregão quando bem o entendesse, o termo “bens e

serviços comuns” não teriam sido utilizados. Cabe destacar que o pregão só poderá

ser utilizado para aquisição de bens ou serviços comuns, de fácil caracterização,

conforme o Parágrafo único do Art. 1º da Lei Ordinária nº 10520, de 2002.

Justen Filho (2002, p. 20) pede certa cautela na interpretação do conceito e

ainda ressalta;

Todo e qualquer objeto licitado tem que ser descrito objetivamente, por ocasião da elaboração do ato convocatório da licitação. Mesmo quando se licitar um bem ou serviço “incomum”, especial, singular, haverá a necessidade (e a possibilidade) de fixação de critérios objetivos de avaliação. Ou seja, o que identifica um bem ou serviço “comum” não é a existência de critérios objetivos de avaliação. Quando muito, poderia afirmar-se que um bem ou serviço comum pode ser descrito mais fácil e completamente através de critérios objetivos do que os que não o sejam.

Para Maurano (2004) a adoção do pregão para aquisição de bens e serviços

comuns objetiva, principalmente, ampliar a competição, permitindo a obtenção de

um melhor preço pela administração, no entanto, sua aplicação tem sido objeto de

muitos questionamentos, gerando dúvida e insegurança por parte do administrador

quanto à sua escolha, especialmente quando se trata de proceder ao

enquadramento do objeto da licitação no conceito de bens e serviços comuns.

Na visão de Fernandes (2007, p. 460) a norma é clara ao dispor sobre a

restrição: “só para bens e serviços comuns é facultado o uso do pregão; para os

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demais, não-comuns, o uso do pregão está implicitamente vedado” (grifo do autor).

Para o autor a própria Lei definiu o que deve ser entendido por bens e serviços

comuns, não sendo razoável a pretensão de inserir novas característica não

expressa na norma. Assim, o que define se um bem ou serviço pode ser

considerado ou não comum é a possibilidade de definir o padrão de desempenho ou

qualidade, segundo especificações usuais no mercado. Assim, contratações de

produtos ou serviços complexos, como obras de engenharia, por exemplo, estão

exclusos do pregão, pois não necessariamente o menor preço (que sempre é

conseguido pelo pregão) é a melhor opção para a contratação. Estas continuam

submetidas à Lei 8.666/93 (a Lei de Licitações).

Pelo exposto, constata-se que não existe uma definição precisa e legal no

que se refere a bens e serviços comuns, uma vez que existem expressões com

várias significações. Assim, no momento da convocação a Administração Pública

precisa, pode e deve ser objetiva ao citar os componentes e serviços a serem

oferecidos, haja vista que exclusivamente não se pode ter formas de tomar

conhecimento do que pode e do que não pode ser licitado por pregão, apesar da

listagem citada pelo Anexo II do Decreto e nº 3.784/2001.

3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS

A disposição sobre “bens e serviços comuns” está regulamentada pelos

Decretos nº 3.555/2000; nº 3.693/2000 consta no Anexo II do Decreto e nº

3.784/2001, cujo conteúdo é o que segue:

a) BENS COMUNS

1. Bens de Consumo

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1.1. Água mineral;

1.2. Combustível e lubrificante;

1.3. Gás;

1.4. Gênero alimentício;

1.5. Material de expediente;

1.6. Material hospitalar, médico e de laboratório;

1.7. Medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos;

1.8. Material de limpeza e conservação;

1.9. Oxigênio;

1.10. Uniforme.

2. Bens Permanentes

2.1. Mobiliário;

2.2. Equipamentos em geral, exceto bens de Informática;

2.3. Utensílios de uso geral, exceto bens de Informática;

2.4. Veículo automotivo em geral;

2.5. Microcomputador de mesa ou portátil (notebook), monitor de vídeo e

impressora.

b) SERVIÇOS COMUNS

1. Serviços de Apoio Administrativo.

2. Serviços de Apoio à Atividade de Informática.

2.1. Digitação;

2.2. Manutenção;

3. Serviços de Assinaturas;

3.1. Jornal;

3.2. Periódico;

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38

3.3. Revista;

3.4. Televisão via satélite;

3.5. Televisão a cabo;

4. Serviços de Assistência.

4.1. Hospitalar;

4.2. Médica;

4.3. Odontológica;

5. Serviços de Copa e Cozinha.

6. Serviços de Confecção de Uniformes.

7. Serviços de Suporte à Administração de Edifícios Públicos.

8. Serviços de Eventos.

9. Serviços de Filmagem.

10. Serviços de Fotografia.

11. Serviços de Gás Natural.

12. Serviços de Gás Liquefeito de Petróleo.

13. Serviços Gráficos.

14. Serviços de Hotelaria.

15. Serviços de Jardinagem.

16. Serviços de Lavanderia.

17. Serviços de Limpeza e Conservação.

18. Serviços de Locação de Bens Móveis.

19. Serviços de Manutenção de Bens Imóveis.

20. Serviços de Manutenção de Bens Móveis.

21. Serviços de Remoção de Bens Móveis.

22. Serviços de Microfilmagem.

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39

23. Serviços de Reprografia.

24. Serviços de Seguro-Saúde.

25. Serviços de Degravação.

26. Serviços de Tradução.

27. Serviços de Telecomunicações de Dados.

28. Serviços de Telecomunicações de Imagem.

29. Serviços de Telecomunicações de Voz.

30. Serviços de Telefonia Fixa.

31. Serviços de Telefonia Móvel.

32. Serviços de Transporte.

33. Serviços de Vale-Refeição.

34. Serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial.

35. Serviços de Fornecimento de Energia Elétrica.

36. Serviços de Apoio Marítimo.

37. Serviço de Aperfeiçoamento, Capacitação e Treinamento (BRASIL,

2001).

3.3 O PREGÃO E OS PRINCÍPIOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Como todo e qualquer ramo de negócio existe algumas regras que norteiam

sua elaboração e execução. Para Tschiedel (2008) são normas balizadoras das

atividades e estas devem estar concatenadas com todos os ordenamentos jurídicos,

o que é plenamente aplicável ao Direito Administrativo. Cretella Júnior apud

Tschiedel (2008), assim comenta: "não se pode encontrar qualquer instituto do

Direito Administrativo que não seja informado pelos respectivos princípios".

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O autor ressalva que os princípios que regem a Administração Pública estão

expressos na Constituição Federal, e, são reconhecidos em casos que, embora não

constem do texto constitucional, são aceitos pela doutrina administrativista de forma

majoritária.

Os princípios do Direito Administrativo expressos na Constituição Federal

em seu artigo 37, caput são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência.

O Pregão, embasado nos direitos constitucionais também está

condicionado, segundo Silva e Pamplona (2006) aos seguintes Princípios: os

básicos e os correlatos.

a) Princípios básicos – Constam no Decreto nº 3.555/2000, Anexo I, em

seu artigo 4º que assim explicita:

A licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo [...] (BRASIL, 2000b).

Tais princípios são explicados por Silva e Pamplona (2006) da seguinte

forma:

Legalidade – a atuação do gestor público e a realização da licitação devem ser processadas na forma da Lei, sem nenhuma interferência pessoal da autoridade. Impessoalidade – o interesse público está acima dos interesses pessoais; a Administração não deverá fazer acepção de pessoas; tratamento igual independente do interlocutor; vedada a discriminação face a sede da empresa. Moralidade – a licitação deverá ser realizada em estrito cumprimento dos princípios morais, de acordo com a Lei, não cabendo nenhum deslize, uma vez que o Estado é custeado pelo cidadão que paga seus impostos para receber em troca os serviços públicos. Publicidade – transparência do processo licitatório em todas as suas fases. Inclusive sala da sessão de pregão aberta ao público ou mediante distribuição de senhas. Nada de portas trancadas... Probidade Administrativa – o gestor deve ser honesto em cumprir todos os deveres que lhe são atribuídos por força da legislação. Vinculação ao instrumento convocatório – a Administração, bem como os licitantes, ficam obrigados a cumprir os termos do edital em todas as fases do processo: documentação, propostas, julgamento e ao contrato.

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Igualdade – previsto no art. 37, XXI da Constituição Federal onde proíbe a discriminação entre os participantes do processo. O gestor não pode incluir cláusulas que restrinjam ou frustem o caráter competitivo favorecendo uns em detrimento de outros, que acabam por beneficiar, mesmo que involuntariamente, determinados participantes. Julgamento objetivo – pedidos da Administração em confronto com o ofertado pelos participantes devem ser analisados de acordo com o Edital, considerando o interesse do serviço público e os fatores de qualidade (Princípio da Eficácia – Art. 37 CF/88).

b) Princípios correlatos – Também estão explicitados no Anexo I, em seu

artigo 4º do Decreto nº 3.555/2000. Seu conteúdo assim retrata: [...] “celeridade,

finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço,

seletividade e comparação objetiva das propostas” (BRASIL, 2000b).

Sobre esses princípios Silva e Pamplona (2006) assim manifestam:

1) Celeridade, buscando a agilidade do procedimento;

2) Finalidade, princípio máximo do Direito Administrativo, voltado para a

regra de interpretação teleológica da norma;

3) Razoabilidade, que exige uma conexão perfeita entre a opção de

conduta escolhida e a finalidade, voltado para o atendimento ao

interesse público;

4) Proporcionalidade, a chamada “dosimetria” dos atos em face de

importância dos atos;

5) Competitividade, regra fundamental da licitação;

6) Justo Preço, alcançar preços em compasso com o mercado;

7) Seletividade, que determina o trabalho constante de seleção da

proposta mais vantajosa;

8) Comparação objetiva das propostas, critérios objetivos e normativos,

“menor preço”.

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3.4 ATRIBUIÇÕES DA AUTORIDADE COMPETENTE

A Autoridade Competente é o dirigente responsável pela administração das

compras e contratações designada no Regimento do órgão ou entidade. Tem função

muito importante, pois em grande medida abrange atos que precedem a divulgação

do certame. Tais medidas regimentais, de acordo com Brasil (2002, p. 12), de uma

maneira geral, contemplam os seguintes atributos:

a) Determinar a abertura da licitação, justificando a necessidade da

contratação;

b) Definir o objeto do certame, de forma clara, precisa e concisa;

c) Estabelecer: as exigências da habilitação, os critérios de aceitabilidade

dos preços, as sanções por inadimplemento (art. 7º da Lei 10.520/2002),

os prazos e as condições da contratação, o prazo de validade das

propostas (art. 6º da Lei 10.520/2002);

d) Definir a redução mínima admissível entre os lances sucessivos;

e) Definir o critério de encerramento da etapa de lances;

f) Fixar as condições de prestação de garantia de execução do contrato ou

dispensá-la, se for o caso;

g) Designar o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio ao pregão;

h) Estabelecer os requisitos e critérios que regem a licitação e a execução

do contrato;

i) Decidir os recursos contra atos do pregoeiro, por este não

reconsiderados;

j) Adjudicar o objeto da licitação quando houver recurso;

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k) Homologar, anular ou revogar a adjudicação do pregão, determinando a

celebração do contrato.

As atribuições da autoridade competente podem ser delegadas para

servidor designado como Ordenador de Despesas ou como Agente de Compras, no

intuito de agilizar decisões e procedimentos. Cabe salientar que tais atribuições

estão definidas nos artigos 3° do Decreto 47.297/20 02 e 6° da Resolução CEGP-

10/2002.

3.5 PERFIL E ATRIBUIÇÕES DO PREGOEIRO

O Pregoeiro é o elemento imprescindível pela condução do pregão. Tem

seu nome designado pela autoridade competente do órgão ou entidade promotora

da licitação, mediante ato administrativo, consoante ao que estabelece o art. 3º,

inciso IV e § 1º, da lei nº 10.520/02.

A pessoa indicada para pregoeiro é escolhida dentre os servidores do órgão

ou entidade promotora da licitação. Conta com uma equipe de apoio também

indicada pelo mesmo processo de escolha do pregoeiro. Salienta-se que a

legislação pertinente não determina número mínimo de membros da equipe de apoio

do pregoeiro nem a duração dos mandatos de ambos.

Quanto ao processo de escolha do pregoeiro e sua equipe, de acordo com

Nóbrega (2001), não pode e não deve ser feita de forma aleatória, indica-se

qualquer servidor que esteja disponível ou que se ofereça para a função, como

normalmente ocorre em relação às comissões de licitação e de processo disciplinar.

A norma que rege essa modalidade orienta que somente poderá atuar como

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pregoeiro o servidor que tenha realizado capacitação específica para desempenhar

essa atribuição.

Para desenvolver essa atividade, o servidor responsável deverá ser

capacitado não só com conhecimentos legais e técnicos específicos das áreas de

compras, licitação e contratos, mas também nos aspectos comportamentais e éticos,

para que possa coordenar e conduzir a sessão pública e a negociação com

fornecedores com segurança e em atendimento aos preceitos legais de

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (artigo 37 da Constituição

federal de 1988) que norteiam a administração pública.

A lei não estabelece as características pessoais como condição para o

exercício da função de pregoeiro. Entretanto, Justen Filho (2001, p. 63) alerta que o

pregoeiro deve ser bem treinado e estar orientado e compromissado a bem exercitar

os seus encargos. São deles essas palavras:

[...] a atividade de pregoeiro exige algumas habilidades próprias e específicas. A condução do certame, especialmente na fase de lances, demanda personalidade extrovertida, conhecimento jurídico e técnico razoáveis, raciocínio ágil e espírito esclarecido. O pregoeiro não desempenha mera função passiva (abertura de propostas, exame de documentos etc.), mas lhe cabe inclusive fomentar a competição – o que significa desenvoltura e ausência de timidez. Nem todas as pessoas físicas dispõem de tais características, que se configuram como uma questão de personalidade muito mais do que de treinamento. Constituir-se-á, então, em dever da autoridade superior verificar se o agente preenche esses requisitos para promover sua indicação como pregoeiro.

Preenchido o perfil desejável de liderança, que segundo Bahia (2004) são:

honestidade, integridade, responsabilidade, liderança, boas maneiras, pontualidade,

boa fluência, organização, auto-valorização, respeito, capacidade de negociação,

conhecimento das normas que disciplinam os procedimentos das licitações, ética,

transparência, equilíbrio emocional, habilidade em negociação e domínio em

comunicação, o pregoeiro deverá desenvolver as atribuições a ele conferidas.

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As atribuições do pregoeiro de acordo com o Decreto nº 3.555, de 08 de

agosto de 2000, Artigo 9º do Anexo I, são as seguintes:

a) O credenciamento dos interessados; b) O recebimento dos envelopes das propostas de preços e da

documentação de habilitação; c) A abertura dos envelopes das propostas de preços, o seu exame e a

classificação dos proponentes; d) A condução dos procedimentos relativos aos lances e à escolha da

proposta ou do lance de menor preço; e) A adjudicação da proposta de menor preço; f) A elaboração de ata; g) A condução dos trabalhos da equipe de apoio; h) O recebimento, o exame e a decisão sobre recursos; i) O encaminhamento do processo devidamente instruído, após a

adjudicação, à autoridade superior, visando a homologação e a contratação (BRASIL, 2002b).

Quanto à equipe de apoio, ela deve estar integrada ao pregoeiro, pois a

missão precípua é prestar assistência ao pregoeiro, dando suporte às atividades que

lhe incumbem executar.

No que diz respeito às responsabilidades conferidas ao pregoeiro, Nóbrega

(2001) destaca que o mesmo tem o dever de bem executar as atribuições de sua

competência além do compromisso de bem atuar e de cumprir o encargo confiado,

haja vista que essas responsabilidades implicam em ter que assumir as

consequências de atos que resultem da inobservância de deveres descumpridos ou

atendidos de forma insatisfatória. Sobre esse assunto o autor assim destaca:

Ao desatender às obrigações confiadas, submeter-se-á o pregoeiro às responsabilidades nas esferas administrativa, cível e criminal. A primeira implica em ter que avaliar no plano meramente funcional o cometimento de irregularidades que resultem, direta ou indiretamente, na afronta a normas e regulamentos que se prestem a orientar condutas que deva observar, podendo afetar a relação mantida com o ente ao qual se acha integrado. No âmbito civil apurar-se-á a ocorrência de danos a serem reparados em razão de eventual irregularidade que se lhe possa imputar. Na área criminal a repercussão estará adstrita ao exame de cometimento de fato tipificado como crime pelas leis em vigor (NÓBREGA, 2001).

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4 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO NA ADMINIST RAÇÃO PÚBLICA

Quando se trata de atender aos interesses da sociedade, cabe a

Administração Pública exercer esse papel, pois é de fundamental importância que

seja evitada que essa administração venha a se privilegiar ou atender os interesses

pessoais daqueles que estão em um patamar de hierarquia superior.

Nesse sentido, Brandão (2005) preconiza que existem vários instrumentos

que tornam essa finalidade uma realidade eficaz, embora que se veja na prática, o

mau uso da Administração Pública no que concerne aos interesses da coletividade.

Para tanto, surgem novos paradigmas com o objetivo de resolver os problemas de

controle dos atos administrativos e desmando dos gestores públicos. Assim, a

modalidade pregão surgiu como uma forma de restrição imposta à Administração

Pública, com finalidade de conter a contratação livre, dos bens e serviços

necessários ao bom funcionamento do setor.

O pregão passou a integrar o campo das aquisições e contratações

empreendidas pelo poder público e, desta forma, certamente contribuirá para a

transformação da rotina da Administração Pública, principalmente para que se venha

efetivar cada vez mais a melhor compra e/ou contratação, buscando sempre

satisfazer o interesse público.

4.1 VANTAGENS

A modalidade de Pregão vem apresentando resultados expressivos na nos

processos licitatórios e propiciando economia substancial nos preços finais pagos

pela Administração Pública. É um aperfeiçoamento do regime de licitações para a

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administração pública de suma importância para os princípios da contabilidade, pois

participa do equilíbrio do orçamento público e a operacionalização das receitas e

despesas da empresa. Sobre o assunto Silva (2000) assim manifesta:

Para fazer face ás suas necessidades, cumprindo suas precípuas funções. Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues através da contribuição das coletividades. O conjunto desses recursos constitui a denominada Receita Pública e com ela, o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção de sua organização, com custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio. [...] Constituem Despesas Públicas, todos os desembolsos efetuados pelo Estado no atendimento dos serviços e encargos assumidos no interesse geral da comunidade, nos termos da Constituição, das leis, ou em decorrência de contratos ou outros instrumentos. (SILVA, 2000, p.98-113.).

Podem-se enumerar várias vantagens que essa modalidade de licitação

oferece. Para Niebuhr (2004) a modalidade pregão distingue-se das demais por

apresentar vantagens flagrantes. O autor classifica como primeira vantagem a

independência do valor estimado do futuro contrato. Outra delas é que ele torna o

processo mais rápido, invertendo as etapas usuais da licitação, primeiro escolhendo

a melhor proposta, para depois cuidar de toda a parte burocrática da licitação.

Além de agilidade e redução de custos para o setor público, o pregão também

proporciona mais transparência aos interessados que podem acompanhar essas

movimentações financeiras dos locais de trabalho pela internet. Sobre o assunto

Justen Filho (2002, p. 208) assim manifesta:

O pregão desburocratizou os processos de contratação de bens e serviços pela Administração Pública, tornando-os menos formalistas, bem como ampliou as oportunidades de participação dos licitantes garantindo maior transparência aos processos licitatórios.

O pregão possui também uma vantagem que parte do princípio constitucional

da eficiência. Maurano (2004) justifica que [...] “ninguém mais que os Estados e

Municípios necessitam da simplificação e agilização dos procedimentos licitatórios,

com vistas à melhoria do atendimento de suas necessidades de serviço e à

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satisfação do interesse público em geral, de modo algum se justificando tal

marginalização”. Na prática, o que realmente se observa é que além da eficiência

existe, principalmente, a economia, por isso que está sendo procurada cada vez

mais pela Administração Pública.

No que diz respeito ao princípio da eficiência Tschiedel (2008) enumera

alguns itens em que o pregão contribui.

Presteza: o pregão permite uma maior agilidade do procedimento licitatório, pois, ao antepor a fase de classificação e julgamento à da habilitação, evita a perda de tempo em se analisarem documentações de empresas que não apresentarão propostas condizentes com os interesses da Administração.

Rendimento funcional: como no pregão não é necessária a presença de uma comissão de licitação, mas apenas de um pregoeiro (devidamente capacitado) e de uma equipe de apoio (não necessariamente dotada de grande conhecimento técnico), tal modalidade acaba por permitir um melhor aproveitamento dos recursos humanos disponíveis.

Produtividade: como o procedimento do pregão é mais célere do que os demais, é possível que, com a mesma quantidade de recursos humanos disponível se realize um maior número de licitações, com ganhos reais de produtividade.

Economicidade: a oportunidade de oferecer lances verbais sucessivos àquele licitante que emitiu a proposta mais vantajosa e aos três outros que não suplantaram em 10% a proposta do primeiro colocado aumenta, consideravelmente, a competitividade entre eles, que tendem a reduzir, ainda mais, os preços ofertados inicialmente, gerando economia nas contratações.

Redução de desperdícios do dinheiro público: seguindo o mesmo raciocínio do item anterior, as ofertas mais baixas, pelos licitantes, geram grande economia, reduzindo os desperdícios na aplicação dos recursos públicos. Em virtude da importância desses últimos dois itens para a concretização do princípio da eficiência, o próximo tópico fará uma análise mais aprofundada dos mesmos, abordando os fatores que permeiam a análise decisória dos licitantes (grifo do autor).

Outro ponto positivo, segundo Niebuhr (2004) é que o pregão também atrai

elogios porque ele minimiza a possibilidade de litígios, haja vista que os licitantes

dispõem de apenas uma oportunidade para interporem recursos administrativos, que

ocorre logo após a decisão do pregoeiro sobre a habilitação. Além disso, para

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interporem o recurso, devem estar presentes à sessão do pregão e manifestar

motivadamente a intenção de recorrer.

No Pregão a escolha do vencedor ocorre no mesmo dia, enquanto que nos

processos de tomada de preços ou concorrência pode chegar até cento e vinte dias.

Não tendo contestação, ou seja, recurso de alguma empresa, em dez dias sairá o

resultado no Diário Oficial.

Cabe realçar que as duas subespécies proporcionam à Administração

Pública todas as já citadas vantagens, especialmente em comparação com as

modalidades tradicionais da Lei nº 8.666/93. Niebuhr (2004) ressalta que o pregão

eletrônico se destaca do presencial por utilizar recursos de tecnologia da informação,

e por isso apresenta vantagens ainda maiores como: Isonomia, redução do tempo,

comodidade para os participantes, agilidade e rapidez no processo, economia e

redução nos preços, aumento da publicidade devido a Internet, possibilidade de

negociar com os fornecedores, transparência/ moralidade e maior concorrência.

Como se pode perceber essa nova modalidade, com acesso livre e direto às

licitações, traz benefícios para todos os envolvidos, tais como:

a) para a sociedade: transparência;

b) para o fornecedor: aceso à disputa;

c) para o estado: agilidade no processo de compra, redução dos preços, de

custos processuais e de tempo de duração do processo.

Diante de todas as vantagens, Brandão (2005) chama a atenção para os

excelentes resultados obtidos pelo Pregão os quais estão motivando a

Administração Pública no sentido de adotar cada vez mais essa nova modalidade de

Licitação, especialmente após a edição da Lei 10.520/2002, uma vez que o Pregão

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50

se destaca pela sua expressiva contribuição para a racionalização, a economia, a

agilidade e a transparência das licitações.

4.2 DESVANTAGENS

O pregão tem se mostrado uma excelente ferramenta na redução da

despesa pública, pois é incontestável o ganho real nas licitações. Entretanto, há

caso em que ele não se mostra a modalidade de licitação mais adequada, mesmo

sendo para aquisição de bens e serviços comuns.

Segundo Dantas (2005) em relação às outras modalidades o pregão deixa a

desejar em alguns aspectos, pois o mesmo não é adequado para concursos, pois

esta modalidade destina-se a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico; não

substituirá o leilão porque não exige fase de habilitação prévia, exceto caução, e tem

as mesmas características de lance verbal; não substituirá o convite, pois este tem

um prazo de divulgação menor que o pregão - cinco dias úteis contra oito dias do

pregão; não substituirá os tipos de licitação de "melhor técnica" e "técnica e preço".

O autor ainda coloca que o pregão está favorecendo a ocorrência do “blefe”,

da venda de posição entre licitantes, já que a habilitação é exigida após a definição

do vencedor. Embora regido por lei, existem situações em que licitantes vencedores

vendem sua posição e não entregam os documentos para a formalização da

habilitação, com isso são desclassificados e os licitantes remanescentes são

chamados com preços superiores ao cotado inicialmente e são declarados

vencedores. Cabe realçar que a maioria dos editais não estabelecem penalidades

para a ocorrência da situação acima mencionada.

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Outra desvantagem diz respeito ao preço de participação do processo.

Segundo Dantas (2005) para participar de um procedimento licitatório, normalmente

se leva duas propostas: a primeira, com um preço maior, que será entregue se o

mesmo perceber que não acudiram muitos concorrentes ao certame; a segunda,

conhecida como proposta "de guerra", ou melhor, a menor proposta comercialmente

possível. No pregão não existe proposta essa modalidade já que todas as cotações

são conhecidas, levando o paradigma inicial sempre para cima (grifo do autor).

Outra distorção diz respeito à divulgação da economia feita pelo Pregão.

Nas outras modalidades licitatórias não são mencionados/divulgados o preço de

referência e o preço contratado.

No que concerne ao pregão eletrônico, Niebuhr (2004) menciona que se por

um lado, o pregão eletrônico amplia a competitividade, por outro, se utilizado

indistintamente, para objetos cujos fornecedores ainda não disponham de

tecnologia, o efeito tende a ser contrário, restringindo a competitividade. São

palavras do autor: “tal desvantagem pode ser perfeitamente contornada, desde que

haja sensibilidade para saber quando e em que situação utilizar o pregão eletrônico”.

Para Lima (2008), um dos pontos negativos a serem vencidos, é em relação

ao caráter tecnológico e ao caráter jurídico do processo, pois pontos como a demora

para download, problemas de busca, a falta de segurança na rede e o despreparo

tecnológico dos fornecedores que devem ser corrigidos; no campo jurídico, deve a

obediência da lei, uma vez que os diferentes contextos em que se inserem essas

modalidades de licitação exigem regulamentações. Portanto necessitam de atos e

procedimentos que garantam os mesmos direitos e deveres em ambas as situações.

Outro ponto relevante, considerado como uma desvantagem, segundo a

autora, diz respeito à ausência da regra dos 10%, uma vez que a tendência dos

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licitantes tem sido fazer a cotação inicial pelo maior valor possível, quanto não se

divulga o preço referencial ou pelo limite do valor referencial, quando este é

divulgado.

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53

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa é de revisão (pesquisa bibliográfica), pois foram consultadas

fontes bibliográficas, tais como, livros, publicações periódicas (jornais, revistas,

panfletos etc.) e de autores de renome no meio contábil, cujo conteúdo abrange as

seguintes áreas de conhecimento: Direito Tributário e Contabilidade envolvendo os

tributos. No levantamento bibliográfico será dada especial atenção aos trabalhos

científicos, dissertações e teses, privilegiando sempre as publicações de artigos em

anais de congressos e de revistas especializadas.

Sendo a pesquisa bibliográfica a principal fonte, o instrumento de coleta de

dados serão realizadas anotações de informações mais relevantes sobre o assunto

retirado desta bibliografia, objetivando a otimização da pesquisa a ser realizada.

Dessa forma, através destas anotações contendo registros de dados

documentais necessários ao desenvolvimento e fundamentação do estudo, tem-se

uma visão mais dinâmica do tema proposto de acordo com a ótica de diversos

doutrinadores.

Trata-se de um estudo analítico em que o tipo utilizado é a pesquisa teórica

porque “analisa uma determinada teoria” (TORK FILHO, 2008).

Após da escolha do tema, foi feito o levantamento bibliográfico e escolheu-

se as obras de maior relevância sobre o tema em discussão. Assim, após a leitura e

análise das obras, discorreu-se sobre o assunto, analisando desde o surgimento do

Pregão, suas vantagens e desvantagens em relação a outras modalidades de

licitação, teve-se assim a clareza do conceito de Pregão e sua aplicabilidade no dia

a dia, a base legal como, a lei de licitações, decretos e leis complementares que

regulam essa modalidade.

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As fontes documentais apropriadas para a elaboração dessa pesquisa

teórica foram:

• Documentos escritos, como livros, jornais, revistas, artigos e

conferências escritas;

• Documentos eletrônicos como páginas web.

Assim, os passos metodológicos principais foram:

• Levantamentos bibliográficos junto às bibliotecas da UFMA,

UNICEUMA, entre outras, em que se buscará a fundamentação

teórica acerca do assunto.

• Revisão bibliográfica, incluindo seleção e análise a fim de constatar

se o material consultado se enquadra na pesquisa.

• Apreciação e correção do orientador;

• Conclusão e redação final.

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6 CONCLUSÃO

Diante do que foi visto e exposto acerca do pregão, chega-se a conclusão

que o mesmo foi instituído no momento em que o Estado deixou de ser executor e

passou a ser regulador, visto que a sociedade acordou e começou a exigir uma

maior eficiência nos serviços prestados pelo Governo. Assim, o pregão surgiu com

um novo paradigma, cuja finalidade é a de atender essas necessidades essenciais,

de formas mais rápidas, econômicas e transparentes aos administradores públicos

de todas as esferas, seja federal, estadual, municipal ou distrital.

É notório que a adoção do Pregão e a implementação de sua forma

eletrônica viabilizaram um notável progresso no que diz respeito às compras e

contratações realizadas pela administração pública, já que se observa um grande

volume de recursos financeiros empenhados pela mesma em suas contratações.

Assim, contratar serviços e obras comuns pela modalidade do pregão, independente

do valor, apresenta resultados positivos diretamente contidos na agilidade na

aquisição de bens e serviços, visto a contratação dar-se em sessão única; redução

de custos aos fornecedores, que não precisarão preparar-se para um processo

longo; e, inibição à formação de cartéis, pela maior possibilidade de negociação da

Administração frente aos proponentes, e pela ampliação do leque dos proponentes,

principalmente no caso de pregão eletrônico. Todas essas vantagens aumentam, em

grande escala, a eficiência na gestão administrativa já que o objetivo extrair dos

particulares que contratam com a Administração o menor preço de fato.

O fato de a Administração Pública ter adotado gradativamente o pregão nas

duas formas de realizações, tanto do presencial quanto do eletrônico, demonstra

maior comprometimento com o bem público, pois os resultados até então obtidos,

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ratificam a importância do uso dessa nova forma de licitação já que as mesmas são

amparadas no rigor da lei. Assim, pode afirmar que as duas vantagens primordiais

decorrentes do pregão são a agilidade e a diminuição de custos para a

Administração Pública e, portanto vão de acordo com dois princípios constitucionais:

da eficiência e da economicidade, visto que nessa modalidade o procedimento é

menos oneroso, mais célere e eficaz. Ademais, a modalidade eletrônica vem se

consagrando como uma forte tendência para a tecnologia de informação, pois dá

abertura para vendedores e prestadores de serviço de todo território brasileiro

participar do certame.

O pregão, sem sombra de dúvidas, é a mais recente tendência dos

processos licitatório no que diz respeito às compras e contratações realizadas pela

administração pública pelas vantagens supracitadas, porém como em toda em

qualquer atividade, tem os suas desvantagens, sobretudo porque não permite

contratação de bens e serviços de maior complexidade; permite comportamento

fraudulento do licitante, que pode anular o processo licitatório, apesar das sanções

previstas.

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ – UTP

INSTITUTO BRASIL – EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO – IBEP

Lindalva Lima Silva Reis

Maria das Graças de Moraes Rêgo

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS AQUISIÇÕES NA MODALIDADE PREGÃO PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

São Luís 2009

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Reis, Lindalva Lima Silva.

Vantagens e desvantagens das aquisições na modalidade pregão para administração pública / Lindalva Lima Silva Reis; Maria das Graças Moraes Rego. _ São Luís, 2009.

60 f.

Orientador: Prof. Dr. Monografia (Pós-Graduação em Planejamento Tributário) ––, 2009.

1. Pregão I. Título

CDU: 0000000