estaca franki: vantagens, desvantagens e principais aspectos

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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA FALCULDADE DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MATHEUS ALVIM BICHARA COSTA SÉRGIO RIBEIRO FONSECA JÚNIOR REAPROVEITAMENTO E EFICÁCIA DE MATERIAIS CERÂMICOS UTILIZADOS COMO AGREGADOS NA COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

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Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia - FACET, Centro Universitário Newton Paiva, com o objetivo de avaliar a aplicação de fragmentos cerâmicos no preparo de concreto.

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Page 1: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

0

CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

FALCULDADE DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS ALVIM BICHARA COSTA

SÉRGIO RIBEIRO FONSECA JÚNIOR

REAPROVEITAMENTO E EFICÁCIA DE MATERIAIS CERÂMICOS

UTILIZADOS COMO AGREGADOS NA COMPOSIÇÃO DO

CONCRETO

Belo Horizonte

2015

Page 2: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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MATHEUS ALVIM BICHARA COSTA

SÉRGIO RIBEIRO FONSECA JÚNIOR

REAPROVEITAMENTO E EFICÁCIA DE MATERIAIS CERÂMICOS

UTILIZADOS COMO AGREGADOS NA COMPOSIÇÃO DO

CONCRETO

Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia - FACET, Centro Universitário Newton Paiva, com o objetivo de avaliar a aplicação de fragmentos cerâmicos no preparo de concreto.

Área de Concentração: Engenharia Civil

Professor: Victor Fernando Angulo Quiñonez

Belo Horizonte

2015

Page 3: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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VERSO PARA A BIBLIOTECA

Page 4: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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Matheus Alvim Bichara CostaSérgio Ribeiro Fonseca Junior

REAPROVEITAMENTO E EFICÁCIA DE MATERIAIS CERÂMICOS UTILIZADOS

COMO AGREGADOS NA COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário Newton Paiva, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.

__________________________________Victor Fernando Ângulo Quiñonez (Orientador)

__________________________________Douglas Lopes de Oliveira (Professor Convidado)

BELO HORIZONTE, DE JULHO 2015

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4

À nossas famílias e aos nossos colegas.

Page 6: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

5

AGRADECIMENTO

Ao nosso orientador Victor Fernando, por ter acolhido o nosso projeto de braços

abertos, e por seus conselhos que foram fundamentais para o resultado final.

Ao laboratorista do Laboratório de Engenharia Civil da Newton Paiva, Matheus

Gomes Zarista, que nos acompanhou e se prontificou em ajudar nos processos

práticos da pesquisa.

Aos demais professores que nos agraciaram com diversas dicas e sugestões.

Page 7: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

6

O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”

José de Alencar

Page 8: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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RESUMO

O trabalho avaliou as propriedades mecânicas do uso de fragmentos de blocos cerâmicos no traço de concreto como agregado graúdo, no intuito de encontrar aplicações e soluções para o desperdício do mesmo.

Para a pesquisa tomou-se mão de três traços. São eles: “BASE”, “B50T50” e “T100” sendo o “BASE” um traço com 100% de brita, o “B50T50” com 50% de brita e 50% de fragmentos e o “T100” com 100% de fragmentos.

O traço “BASE” é composto por cimento, areia e brita. Os resultados do mesmo serviram de referencia para observar as variações dos traços com adição de fragmentos cerâmicos.

O traço B50T50 e o T100, são variações do BASE, contendo uma mudança na parcela de agregado graúdo de 50% de brita e 50% de fragmentos para o primeiro e de 100% de fragmentos para o segundo.

Uma atenção especial foi dada à adição de água para os traços com adição de fragmentos, pois os mesmos, diferentemente da brita, apresentam uma absorção de agua muito superior. Para isso foi arranjado um teste de absorção e a partir dos resultados, foi feita uma adição de agua para que os três traços ficassem com sua relação a/c mais parecidas.

Os corpos-de-prova foram confeccionados de acordo com a norma NBR 5738 e colocados na câmara úmida. Os mesmos foram avaliados em 7, 14 e 28 dias e passaram por ensaios de compressão.

Os resultados mostraram que os fragmentos cerâmicos prejudicam na resistência do concreto, porém podem ser utilizados em elementos não estruturais para se evitar futuros desperdícios de material.

Palavras-Chave: Concreto; RCD; Resíduos de Construções; Estruturas; Bloco

Cerâmico, Tijolo; Reaproveitamento.

Page 9: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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ABSTRACT

The study evaluated the mechanical properties of the use of ceramic blocks

fragments in the concrete mix as coarse aggregate in order to find applications and

solutions for the waste of it.

For the research took up hand three strokes. They are: "BASE", "B50T50" and

"T100" and the "BASE" a trace 100% gravel, the "B50T50" with 50% gravel and 50%

fragments and the "T100" with 100% fragments.

The feature "BASE" is composed of cement, sand and gravel. The results of that

served as the reference to observe the variations of the traces in adding ceramic

fragments.

The B50T50 line and T100 are variations BASE containing a change in the

proportion of coarse aggregate of 50% and 50% of grit fragments for the first and

100% for the second fragment.

Special attention was given to adding water to the mixtures with addition of

fragments, since they, unlike gravel, have a much higher water absorption. For it was

arranged an absorption test and from the results, an addition of water to the three

traits stay with their relationship a / c was more like made.

The bodies of the test piece were made according to standard NBR 5738 and placed

in a humid chamber. They were evaluated 7, 14 and 28 days and passed through

compression tests.

The results showed that the ceramic fragments impair the strength of concrete, but

can be used in non-structural elements to avoid further waste material.

Page 10: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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Keywords: Concrete; RCD; Construction waste; Structures; Ceramic Block, Brick;

Reuse.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES E GRÁFICOS

FIGURA 1 - Ensaio de Tração direta....................................................................................................26FIGURA 2 - Materiais separados por peso...........................................................................................30FIGURA 3 - Pesagem do corpo-de-prova............................................................................................31FIGURA 4 - Ensaio de abatimento.......................................................................................................32FIGURA 5 - Pesagem da brita..............................................................................................................33FIGURA 6 - Processo de Peneiramento dos Fragmentos Cerâmicos..................................................34FIGURA 7 - Corpos-de-prova já moldados...........................................................................................34FIGURA 8 – Ensaio de Compressão: CP T100 rompido......................................................................36FIGURA 9 – Abatimento....................................................................................................................... 38FIGURA 11 - Resultado de Ensaio: CP I / BASE (7 dias)....................................................................44FIGURA 12 - Resultado de Ensaio: CP II / BASE (7 dias)...................................................................45FIGURA 13 - Resultado de Ensaio: CP III / BASE (7 dias)..................................................................45FIGURA 14 - Resultado de Ensaio: CPIV / BASE (14 dias).................................................................46FIGURA 15 - Resultado de Ensaio: CPV / BASE (14 dias)..................................................................46FIGURA 16 - Resultado de Ensaio: CPVI / BASE (14 dias).................................................................47FIGURA 17 - Resultado de Ensaio: CPVII / BASE (28 dias)................................................................47FIGURA 18 - Resultado de Ensaio: CPVIII / BASE (28 dias)...............................................................48FIGURA 19 - Resultado de Ensaio: CP IX / BASE (28 dias)................................................................48FIGURA 20 - Resultado de Ensaio: CP I / B50T50 (7 dias).................................................................49FIGURA 21 - Resultado de Ensaio: CP II / B50T50 (7 dias)................................................................49FIGURA 22 - Resultado de Ensaio: CP III / B50T50 (7 dias)...............................................................50FIGURA 23 - Resultado de Ensaio: CP IV / B50T50 (14 dias).............................................................50FIGURA 24 - Resultado de Ensaio: CP V / B50T50 (14 dias)..............................................................51FIGURA 25 - Resultado de Ensaio: CP VI / B50T50 (14 dias).............................................................52FIGURA 26 - Resultado de Ensaio: CP VII / B50T50 (28 dias)............................................................52FIGURA 27 - Resultado de Ensaio: CP VIII / B50T50 (28 dias)...........................................................52FIGURA 28 - Resultado de Ensaio: CP IX / B50T50 (28 dias).............................................................53FIGURA 29 - Resultado de Ensaio: CP I / T100 (7 dias)......................................................................53FIGURA 30 - Resultado de Ensaio: CP II / T100 (7 dias).....................................................................54FIGURA 31 - Resultado de Ensaio: CP III / T100 (7 dias)....................................................................54FIGURA 32 - Resultado de Ensaio: CP IV / T100 (14 dias).................................................................55FIGURA 33 - Resultado de Ensaio: CP V / T100 (14 dias)..................................................................55FIGURA 34 - Resultado de Ensaio: CP VI / T100 (14 dias).................................................................56FIGURA 35 - Resultado de Ensaio: CP VII / T100 (28 dias)................................................................56FIGURA 36 - Resultado de Ensaio: CP VIII / T100 (28 dias)...............................................................57FIGURA 37 - Resultado de Ensaio: CP IX / T100 (28 dias).................................................................57

GRÁFICO 1 - Valores médios de compressão para os três traços propostos......................................39

Page 11: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Estimativas de Geração de Resíduos de Construção Civil...............................................18TABELA 2 - Classes de Resistencia de Blocos Cerâmicos..................................................................21TABELA 3 - Resistencia de Dosagem à Compressão e Abatimento....................................................22TABELA 4 - Número de camadas para moldagem dos corpos-de-prova 1*........................................24TABELA 5 - Traços de concreto com cimento CP II - E - 32................................................................29TABELA 6 - Proporções Utilizadas.......................................................................................................29TABELA 7 - Resultados do Ensaio de Absorção..................................................................................37TABELA 8 - Adição de àgua baseada nos resultados do ensaio de abatimento..................................37TABELA 9 - Ensaios de Compressão...................................................................................................39TABELA 10 - Tabela Comparativa de Resultados................................................................................40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A – ÁreaAAI – Absorção de Agua InicialABNT – Associação Brasileira de Normas TécnicasCP – Corpo-de-provaFck – Resistencia Característica do ConcretoNBR – Norma BrasileiraPf – Peso FinalPi – Peso InicialRCD – Resíduo de Construção e Demolição

Page 13: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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LISTA DE SIMBOLOS

σ – Tensão – Variaçãoe – Índice de Vazios

Page 14: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO____________________________________________________15

1.1 Objetivos_____________________________________________________16

1.2 Objetivos Específicos__________________________________________16

1.3 Estrutura da Dissertação________________________________________17

2 REFERENCIAL TEÓRICO___________________________________________18

3 METODOLOGIA__________________________________________________28

3.1 Planejamento_________________________________________________28

3.2 Traço________________________________________________________28

3.3 Determinação das características dos fragmentos cerâmicos_________30

3.3.1 Quanto à absorção_________________________________________30

3.3.1.1 Procedimento___________________________________________30

3.3.2 Quanto a geração de entulho_________________________________31

3.4 Determinação da consistência___________________________________32

3.4.1 Procedimento______________________________________________32

3.5 Modelagem dos corpos-de-prova_________________________________32

3.5.1 Pesagem_________________________________________________33

3.5.2 CP BASE_________________________________________________33

3.5.3 CP B50T50_______________________________________________34

3.5.4 CP T100__________________________________________________34

3.5.5 Acréscimo de água_________________________________________35

3.6 Ensaios de compressão________________________________________35

4 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS________________________________36

4.1 Quanto ao ensaio de absorção___________________________________37

4.2 Quanto à consistência__________________________________________37

4.3 Quanto aos ensaios de compressão______________________________39

Page 15: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS__________________________________________41

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS_______________________41

6 REFERENCIAS___________________________________________________42

7 ANEXOS________________________________________________________45

7.1 Gráficos dos ensaios de compressão_____________________________45

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1. INTRODUÇÃO

A construção civil no Brasil teve o primeiro grande crescimento na década de 1940,

durante o governo de Getúlio Vargas, no qual foi feito um grande investimento na

área, fazendo com que o país fosse reconhecido pelo seu domínio sobre as

tecnologias de concreto.

Na década de 1950, os investimentos feitos em obras pelo governo diminuíram,

deixando-as cada vez mais dependentes da iniciativa privada. Na década de 1970,

durante o regime militar, foram retomados os investimentos, ajudando a alavancar

novamente a construção civil no país.

Com o decorrer dos anos, outros fatores foram sendo levados em consideração,

como na década de 1990 em que a mão de obra qualificada começou a ser exigida

para se adquirir qualidade no produto final.

Com maiores investimentos e mais obras, grandes montantes de resíduos foram

gerados. Os mesmos chamaram a atenção de órgãos ligados ao meio ambiente e

também a dos próprios investidores até que estes resíduos passaram a ser vistos

como: Impacto ambiental e prejuízo.

Estima-se que a área da Construção Civil em particular, é responsável por 40% a

70% dos resíduos sólidos gerados no Brasil. Dados observados por pesquisadores

como Hendriks (2000) e Pinto (1999).

O desperdício está geralmente relacionado com a falta de planejamento ou mão de

obra desqualificada. Estes são problemas que vem de longa data e até então não

foram superados. Sem projetos adequados, ou sem os materiais necessários para

as operações, a não geração de algum montante de resíduo se torna praticamente

impossível.

Em observância destes fatores e dos incentivos à minimização de impactos,

notasse que o uso consciente e planejado, assim como o reaproveitamento de

Page 17: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

16

recursos são conceitos que se tornaram imprescindíveis na vida do homem

moderno de forma geral. Evitar o desperdício e ter uma visão de longo prazo são

tendências crescentes.

Seguindo o mesmo caminho, podemos observar que o tijolo cerâmico é um material

muitíssimo presente dentre tantos outros classificados como RCD (Resíduos de

Construção e Demolição). Sendo ele um material inerte (que são materiais que não

interagem na reação química), seu potencial de reaproveitamento se torna muito

grande.

Portanto este estudo tem como missão apontar dados e demonstrar fatores

positivos e negativos do reaproveitamento de fragmentos de tijolos para a

elaboração do concreto feito in loco, através do cruzamento de dados de diferentes

traços, apresentando uma nova maneira de diminuir o desperdício com segurança.

O objetivo é apresentarmos uma alternativa de reaproveitamento de fragmentos

cerâmicos em uma situação de obra, evitando o seu desperdício.

1.1 Objetivos

Reaproveitar materiais residuais cerâmicos que seriam descartados, como

agregado na composição do concreto.

1.2 Objetivos Específicos

a) Levantar material relacionado aos materiais utilizados e

procedimentos do processo de análise.

b) Elaborar e testar o corpo-de-prova base

c) Elaborar e testar os corpos-de-prova com materiais cerâmicos

d) Comparação dos resultados

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17

1.3 Estrutura da Dissertação

Este trabalho se divide em 6 capítulos, sendo eles:

1) Capítulo 1 - Introdução: Consiste na apresentação do trabalho e seus

objetivos, apresentando de forma organizada, como o trabalho foi

estruturado.

2) Capítulo 2 - Referencial Teórico: Abordagem do tema em acordo com

diferentes estudos de alguns autores, apresentando seus pontos de vista

sobre o assunto.

3) Capítulo 3 - Metodologia: A maneira utilizada para iniciar, prosseguir e

concluir o trabalho visando-se alcançar os objetivos.

4) Capítulo 4 - Análise de Dados: Uma análise dos resultados obtidos, e

concluindo o que eles nos apresentam.

5) Capítulo 5 - Considerações Finais: Uma conclusão do trabalho, com

sugestões para a continuidade da pesquisa.

6) Capítulo 6 - Referencias: Listagem das bibliografias e outros meios,

utilizados para embasar as pesquisas realizadas.

Page 19: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo John e Agopyan (2010), Resíduos de Construção e Demolição (RCD), são

todos os materiais oriundos destas atividades e que não tem outro destino

planejado a não ser o descarte. Ainda, segundo os mesmos, a reciclagem de

resíduos de Construção e Demolição vem da antiguidade. Recentemente foi

empregada na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial e

atualmente é praticada amplamente por toda a Europa e especialmente na

Holanda.

No Brasil esta prática ainda é recente e se encontra em expansão, principalmente

em áreas onde a geração de resíduos é mais aparente.

As estimativas em termos de mundo variam entre 130 a 3000kg/habitante.ano

(JOHN & AGOPYAN, 2010). Em termos de Brasil, as estimativas de Pinto (1999),

para as cidades de Jundiaí, Santo André, São José dos Campos, Belo Horizonte,

Ribeirão Preto, Campinas, Salvador e Vitória da Conquista, variam de

230kg/habitante.ano para a ultima cidade e 760Kg/habitante.ano para a primeira.

TABELA 1 - Estimativas de Geração de Resíduos de Construção Civil.

País Quantidade Anual Fonte

Mton/ano Kg/hab.

Suécia 1,2 – 6’ 136 – 680 TOLSTOY,

BORKLUND &

CARLSON (1998);

EU (1999)

Holanda 12,8 – 20,2 820 – 1300 LAURITZEN (1998).

BROSSINK,

BROUWERS & VAN

EUA 136 – 171 463 – 584 EPA (1998; PENG,

GROSSKOPF,

Page 20: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

19

KIBERT (1994)

UK 50 – 70 880 a 1120 DETR (1998);

LAURITZEN (1998)

Belgica 7,5 – 34,7 735 – 3359 LAURITZEN (1998,

EU(1999)Dinamarca 2,3 – 10,7 440 – 2010

Itália 35 – 40 600 – 690

Alemanha 79 - 300 963 – 3658

Japão 99 785 KASAI (1998)

Portugal 3,2 325 EU (1999)

Brasil Na 230 – 660 PINTO (1999)

FONTE: (JOHN, 2000).

Quando não se planeja bem o uso dos materiais e o método que será utilizado

obrar, somado com o falta de preparo dos profissionais envolvidos, se tem como

resultado uma elevada geração de material para descarte. Este material, muitas

vezes não tem a atenção merecida e são descartados de maneira irregular.

A resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) define

responsabilidades do poder publico e dos agentes privados quanto aos resíduos da

construção civil e torna obrigatória a adoção de planos integrados de

gerenciamento nos municípios, além de projetos de gerenciamento de resíduos

gerados no canteiro de obras (FREITAS 2009).

Leis e resoluções quanto às atividades geradoras de resíduos mostram-se ainda

mais importantes e necessárias quando analisamos indicadores de que a área da

Construção Civil em particular, é responsável por 40% a 70% dos resíduos sólidos

gerados no Brasil. Dados observados por pesquisadores como Hendriks (2000) e

Pinto (1999).

A geração de entulho mensal na construção civil no Brasil é muito alta. Dados de

São Paulo estimam em 372.000 toneladas a produção mensal de entulho (ZORDAN,

1997).

Page 21: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

20

Os índices de perda de matérias-primas na construção civil é bastante elevado.

Naime (2009), explica essa perda excessiva de materiais primas:

Atualmente são aceitos índices de desperdício no consumo de matérias

primas que oscilam desde 8% em empresas com alto padrão de

desempenho gerencial, até cerca de 20 ou 30% nas obras em geral. Neste

último caso, podemos afirmar que para cada 3 edifícios, sobraria material

para construir um quarto, caso o material fosse bem gerenciado em "lay

outs" de obra adequados.

Algumas prefeituras como a de Belo Horizonte, Ribeirão Preto e Curitiba tem

implantado usinas de reciclagem de entulho. Em Belo Horizonte existe uma rede de

pontos de coleta de recebimento de pequenos volumes em geral que se encontram

no bairro Estoril e Pampulha. Nessas usinas, o entulho é beneficiado produzindo

agregados que são reutilizados como subleito de pavimentos ou no processamento

de artefatos para a construção civil.

Os resíduos de construção civil tem uma composição muito heterogênea e vária

muito conforme a região devido às diversas técnicas construtivas. De forma geral, a

constituição dos entulhos é composta por: argamassa, areia, cerâmica, concreto,

madeira, metais, papéis, plásticos, tijolos, entre outros.

De todos os RCD, os provenientes de tijolos cerâmicos tem uma presença

marcante. Pilhas de tijolos são descartadas em obras por toda a parte. Muitas

vezes os blocos caem e trincam e são colocados nas caçambas para bota-fora ou

até blocos inteiros são quebrados ao meio para fechar a alvenaria com meio-bloco

e a outra metade acaba arruinada, gerando inúmeros fragmentos.

Os tijolos cerâmicos são produzidos a partir da argila, mais conhecida como barro.

A argila é um minério extraído de uma jazida. É um material sedimentar de grão

muito fino, derivado de uma rocha constituída essencialmente por silicatos de

alumínio hidratados. Na olaria, a argila é misturada a agua e passa por processos

Page 22: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

21

para dar forma, em seguida passa pelo cozimento onde adquire resistência. A

temperatura de cozimento varia entre cerca de 800ºC até 1500ºC, de acordo com o

teor de fundentes (óxido de ferro), sílica e demais componentes, utilizando fornos

intermitentes, semi contínuos ou contínuos (SILVA, 2004).

Tijolos são porosos, o que os torna uma excelente superfície para a argamassa que

facilmente se adere. Outra característica marcante é a sua resistência à

compressão que varia de 1 a 10 Mpa de acordo com sua classe (Vide tabela 2)

(SILVA, 2004).

TABELA 2 - Classes de Resistencia de Blocos Cerâmicos

Classe Resistência à compressão na área bruta

(MPa)

10 1

15 1,5

25 2,5

45 4,5

60 6,0

70 7,0

100 10,0

*Classes de resistência de blocos cerâmicos de alvenaria (NBR 7171)

FONTE: SOARES, Mtchellangelo dos Santos MARABÁ (2009).

A utilização de fragmentos de tijolos na massa de concreto é fundada em seu alto

índice de descarte em obras, de sua resistência à compressão, e a sua

característica de material inerte, o que o torna um RCD com potencial para

reaproveitamento. Os materiais inertes são materiais que não reagem e não

participam efetivamente de uma reação química.

Segundo Naime (2009),

Inerte é todo material que mantido durante 24 horas em água bi-destilada

não altera as propriedades físico químicas da água. Mas é claro que não é

todo resíduo de construção civil que é inerte. Gesso dissolve em água. Tinta

contém metais pesados em sua composição, que se solubilizam na água.

Page 23: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

22

As telhas de fibro-cimento, antigamente continham amianto que no ar é

altamente cancerígeno.

O concreto, por sua vez é um material composto por cimento, um agregado miúdo,

um graúdo e agua. Sua utilização também vem de longa data, e o uso de materiais

diversos para compor sua fórmula também. Porém, muitos materiais podem não

deter propriedades que colaborem com o desígnio do mesmo, baixando sua

resistência por muitos motivos, seja por baixa resistência do próprio agregado, ou

pela presença de resíduos não inertes, que geram reações ao entrar em contato

com o cimento podendo desencadear inúmeros problemas.

Para este projeto, foram analisadas e estudadas bibliografias que embasassem a

escolha de um traço adequado para os ensaios, pois muitos traços de concreto são

provenientes de tabelas antigas que são constantemente utilizados, apesar de não

atender aos requisitos de qualidade exigidos. A pesquisa realizada por BARBOZA &

BASTOS, sobre a resistência à compressão de concreto em 13 obras na cidade de

Bauru-SP, mostra os seguintes resultados:

TABELA 3 - Resistencia de Dosagem à Compressão e Abatimento

Resistencia de Dosagem à Compressão e Abatimento de Concretos Produzidos em Obras de Pequeno porte na cidade de Bauru-SP

Obra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Fc28, méd 6,62 9,87 9,76 11,77 5,61 10,77 17,49 10,33 11,97 13,33 7,3822,0

7 8,44Abatimento

(cm) 11 20 20 15 - 19 21 11 20 20 14 16 20Fonte: BARBOZA, Marcos R. e BASTOS, Paulo S. Bauru-SP(2004).

Observou-se que os concretos são produzidos com base na tradição construtiva

local, ficando o traço a cargo dos pedreiros, sem qualquer preocupação quanto ao

atendimento das prescrições de normas, o que é inaceitável afinal o concreto feito

não tem nenhuma garantia de qualidade. A imprudência acaba colocando em risco a

vida das pessoas.

O sistema construtivo utilizado nas edificações de pequeno porte são o concreto

usinado que é aplicado em estacas escavadas, lajes e vigas, locais que o volume de

Page 24: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

23

concreto gasto é mais elevado. E também o concreto confeccionado na própria obra

que é para preenchimento dos pilares (pilaretes), à medida que a alvenaria vai se

elevando, o “pilarete” vai sendo preenchido.

A criação do traço de concreto, precisa passar por um estudo da dosagem que

fornece as quantidades dos materiais componentes. Antes de liberar o concreto para

a produção, deve ser feito os ensaios no laboratório garantindo a qualidade do traço.

Entre os ensaios realizados no laboratório estão: trabalhabilidade, abatimento

(Slump), coesão, resistência mecânica, e outros.

O controle de resistência à compressão do concreto é a forma de garantir a

qualidade do concreto que vai para a obra.

Segundo Pacheco e Helene (2013):

O controle da resistência à compressão do concreto das estruturas de

edificações e obras de arte é parte integrante da introdução da segurança

no projeto estrutural, sendo indispensável a sua permanente comprovação,

conhecido também por controle de recebimento ou de aceitação do

concreto.

No Brasil, atualmente o tema do controle da resistência à compressão do concreto

foi desmembrado entre três outras: a ABNT NBR 6118:2007, que se destina ao

projeto estrutural; a ABNT NBR 12655:2006, que trata da produção e controle de

aceitação do concreto; e a ABNT NBR 14931:2004 que trata da execução de

estruturas de concreto.

O cálculo de uma estrutura de concreto é feito com base no projeto arquitetônico da

obra que será executada, entre várias variáveis, está à resistência do concreto que

será utilizado na estrutura. A resistência à compressão do concreto é obtida através

de ensaios de cilindros. A moldagem dos corpos-de-prova devem seguir as normas

da ABNT NBR 5738 e ABNT NBR 5739.

As normas direcionam a moldagem do corpo-de-prova para um formato padrão que

reduza ao máximo a chance de erros durante o procedimento final.

Page 25: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

24

Após a escolha do traço deve-se recolher o material de acordo com para a coleta e a

preparação de amostras de concreto fresco sobre as quais serão realizados ensaios

que permitam determinar suas propriedades.

De acordo com a NBR NM 33, as amostras devem ser recolhidas em menos de 15

minutos.

O item 3.2 que se refere ao volume da amostra diz: “O volume da amostra deve ser

pelo menos 1,5 vez a quantidade necessária para a realização dos ensaios. Para

ensaios de resistência à compressão, a mostra mínima será de 30L”. Este elevado

volume é expedido para minimizar o erro do traço.

Após recolhidas, deve-se preencher o molde de acordo com o item 7.3. da NBR

5738 (Moldagem dos Corpos-de-prova) “Proceder a uma prévia remistura da

amostra para garantir a sua uniformidade e colocar o concreto dentro dos moldes

em número de camadas que corresponda ao que determina a tabela 1, utilizando

uma concha de seção U”.

O item 7.3.2 diz: “Ao introduzir o concreto, deslocar a concha ao redor da borda do

molde, de forma a assegurar uma distribuição simétrica e, imediatamente, com a

haste em movimento circular, nivelar o concreto antes de iniciar seu adensamento”.

TABELA 4 - Número de camadas para moldagem dos corpos-de-prova 1*

Tipos de

Corpo-de-

Prova

Dimensão

Básica (d) mm

Numero de Camadas em função

do tipo de adensamento

Numero de golpes

para adensamento

manualMecânico ``Manual

Cilíndrico 100

150

200

250

300

450

1

2

2

3

3

5

2

3

4

5

6

9

12

25

50

75

100

225

Prismático 150 1 2 75

Page 26: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

25

250

450

2

3

3

--

200

--

1) Para concretos com abatimento superior a 160 mm, a quantidade de camadas deve ser

reduzida à metade da estabelecida nesta tabela. Caso o número de camadas resulte fracionário,

arredondar para o inteiro superior mais próximo.

Fonte: ABNT NBR 5738.

O ensaio de compressão é feito em corpo-de-prova que deve estar posicionado no

centro, de forma que o seu eixo coincida com o da máquina de ensaio. Sendo assim,

a resultante das forças passa pelo centro e dessa forma é possível descobrir a força

e a sua forma de ruptura.

A explicação para o processo de ruptura, segundo Leonhardt (1997), é que:

[...], Toda deformação transversal provoca uma tensão transversal de tração

(a Resistência dos Materiais clássica nega essa conclusão). A

demonstração é dada pelos prismas ou cubos comprimidos, nos quais a

deformação transversal não seja impedida: eles rompem por fendilhamento

devido à tração transversal.

Além da resistência à compressão do concreto, também é feito o ensaio de tração

do concreto. Os ensaios aplicados para determinação da resistência à tração do

concreto são os ensaios por compressão diametral (NBR 7222) e o ensaio na flexão

com carregamento nos terços de vão de um prisma (NBR 12142). No entanto, deve

se considerar como referencial a resistência à tração direta.

Segundo os autores Mehta e Monteiro (2008):

O ensaio de tração por compressão diametral superestima a resistência à

tração do concreto na ordem de 10 a 15 % em comparação com a tração

direta. Já no ensaio de resistência à tração por flexão, o módulo de ruptura

(resistência à tração na flexão) tende a superestimar a resistência do

concreto em 50 a 100 %, uma vez que no ensaio a tração direta, todo corpo-

de-prova está submetido a tração, na flexão apenas um pequeno volume de

concreto próximo à parte inferior do corpo-de-prova é submetido a altas

tensões.

Page 27: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

26

Devido o concreto ser um material que possui resistência predominante à

compressão, a resistência à tração não é a sua característica mais importante,

porém pode ser o limitante de ruptura para uma estrutura onde este tipo de

solicitação aparece, como vigas a flexão e pavimentos rígidos rodoviários.

FIGURA 1 - Ensaio de Tração direta

FONTE: Libânio, 2010

Existem fatores de degradação do concreto, que acabam interferindo diretamente

na sua durabilidade.

Lapa (2008):

Os processos principais que causam a deterioração do concreto podem

ser agrupados, de acordo com sua natureza, em: mecânicos, físicos,

químicos, biológicos e eletromagnéticos. Na realidade a deterioração do

concreto ocorre muitas vezes como resultado de uma combinação de

diferentes fatores externos e internos [...]. Os processos de degradação

alteram a capacidade de o material desempenhar as suas funções, e nem

sempre se manifestam visualmente. Os três principais sintomas que

podem surgir isoladamente ou simultaneamente são: a fissuração, o

destacamento e a desagregação.

Outro fator de avaliação é a variação de temperatura, que provoca uma mudança

volumétrica nas estruturas de concreto. Se as contrações e expansões são

restringidas, e as tensões de tração resultantes forem maiores que a resistência do

Page 28: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

27

concreto, poderá ocorrer fissuras. Em elementos de concreto com grandes

dimensões, como por exemplo, barragens ou blocos de fundação, poderão surgir

fissuras devido aos efeitos do gradiente térmicas causadas pelo calor de hidratação

do cimento, que pode originar tensões de tração (FERREIRA, 2000).

Variações bruscas de temperatura provocam danos sobre as estruturas, afinal a

temperatura da superfície se ajusta rapidamente, já a do interior se ajusta

lentamente e devido a esse choque térmico os efeitos são destacamentos (fissuras)

do concreto.

Assim, seguindo parâmetros bibliográficos e normativos se fundamenta este projeto

que une o conceito de reutilização de material de resíduos de obra ou demolição

com economia de material, seguindo as tendências de condutas sustentáveis hoje

tão cobradas das empresas que realizam obras pelo país.

Page 29: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

28

3 METODOLOGIA

Neste capítulo é apresentada a sistemática da pesquisa, que se baseia em um

método científico comparativo. A comparação se deu pelo método usual de se

compor o concreto frente ao modo proposto (com fragmentos). As variações de

resistência são os resultados que, analisados, nos permitiram apontar áreas de

aplicação do novo compósito.

3.1 Planejamento

A partir do objetivo de se conseguir reaproveitar materiais descartados na

construção civil (neste caso, os fragmentos de blocos cerâmicos), deu-se inicio a

um processo de pesquisa para avaliar outros autores que trataram do mesmo tema.

Seguindo parâmetros de pesquisa como os de Tenório (2007) e Cachim (2006),

iniciamos os processos de planejamento prático que culminou em comparar, a

partir de testes de resistência à compressão para 7, 14 e 28 dias, corpos-de-prova

moldados com o mesmo traço, tendo como variável o agregado graúdo.

Os CP’s foram classificados com diferentes nomenclaturas, sendo eles: BASE,

B50T50 e T100. Onde o primeiro se trata de um CP com o traço de cimento, areia,

brita e água (1 : 2,59 : 2,71 : 0,54). O segundo (B50T50), segue o mesmo traço,

porém a porção de agregado graúdo do BASE, teve 50% de brita, substituída por

fragmentos cerâmicos. O T100 teve a porção graúda do BASE 100% substituída

por fragmentos cerâmicos.

Page 30: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

29

3.2 Traço

Definimos o traço para atingir Fck = 35Mpa com o objetivo de mostrar as aplicações

estruturais ou não estruturais possíveis de serem feitas.

O traço escolhido foi retirado da tabela 5, mostrada do trabalho de Barboza e

Bastos (2004), para concretos em pequenas obras, confeccionados in loco, tendo

em vista de que o RCD utilizado seria aquele encontrado na própria obra e rolado

na betoneira.

Uma atenção maior foi dada ao fator a/c no item 3.3.1 por conta do alto índice de

vazios dos fragmentos de blocos.

TABELA 5 - Traços de concreto com cimento CP II - E - 32

Traços de concretos com cimento CP II-E-32Resistência (Mpa) esperada em

dias

Areia (Kg) Brita (Kg) a/c3 7 28

4 7 15 3,85 3,66 0,85

6 10 20 3,39 3,31 0,73

8 14 25 3,1 3,1 0,65

10 16 30 2,85 2,9 0,58

13 20 35 2,59 2,71 0,54

16 23 40 2,42 2,58 0,51

20 28 45 2,25 2,45 0,48

23 34 50 2,08 2,32 0,45Fonte: BARBOZA, Marcos R. e BASTOS, Paulo. S - Bauru-SP (2004)

Os dados da tabela 5 foram convertidos para kg e o fator a/c dos traços B50T50 e

T100 alterados em razão da absorção de agua. Os dados seguem na tabela 6 a

seguir:

TABELA 6 - Proporções Utilizadas

Quantitativos de material por CP’sIdentificação do

Traço Cimento (Kg) Areia Média (Kg) Brita 1 (Kg)Fragmentos

Cerâmicos (Kg) a/c

BASE 10 25,9 27,1 - 5,4

B50T50 10 25,9 13,55 13,55 13,74*

T100 10 25,9 - 27,1 16,24*

Page 31: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

30

*alteração devido à absorção de agua do agregado cerâmico (ver 3.3.1)

Fonte: Traço

FIGURA 2 - Materiais separados por peso.

3.3 Determinação das características dos fragmentos cerâmicos

Os fragmentos cerâmicos diferem dos tradicionais agregados graúdos como brita

em diversos fatores.

3.3.1 Quanto à absorção

Embora a ideia básica fosse somente realizar a substituição da porção graúda de

brita para fragmentos cerâmicos, uma nova variável tornou obrigatório um novo

ensaio para concluir qual seria a absorção de agua do agregado cerâmico.

O ensaio é regido pela NBR NM 53 (2003) – Agregado Graúdo – Determinação da

Massa específica, Massa Específica Aparente, e Absorção de Agua.

3.3.1.1 Procedimento

Page 32: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

31

O ensaio consiste em pesar a amostra (tijolo de 4,82kg) seca e saturada, e a partir

da diferença, se chegar à proporção absorvida, através da seguinte formula:

Onde:

A – Porcentagem absorvida

ms – Massa Saturada

m – Massa seca

FIGURA 3 - Pesagem do corpo-de-prova

3.3.2 Quanto a geração de entulho

Os fragmentos de blocos foram obtidos a partir da quebra dos blocos utilizando-se

marretas para que ficassem pequenos. Os mesmos em seguida eram peneirados.

Foi percebida uma grande quantidade de geração de entulho em forma de

pequenos grãos ou de um pó muito fino que sobrava ao final do processo. Ao todo,

levando em conta a relação de pesos, para cada 15 tijolos de 4,828kg (29x19x14)

Page 33: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

32

perde-se 6. Uma perda estimada de 40% durante o processo de quebra e

peneiramento dos blocos.

Este é um fator relevante a se observar, antes de se iniciar o processo de quebra e

peneiramento que pode ser demasiadamente demorado para determinados

volumes de concreto.

3.4 Determinação da consistência

A determinação da consistência do traço seguia as especificações da NBR NM 67

de 1996, obtida através do abatimento do tronco de cone.

Esta etapa foi necessária para regularizar a adição de agua nos traços com

agregado cerâmico, que tenderam a ser mais consistentes que o traço BASE.

FIGURA 4 - Ensaio de abatimento

3.4.1 Procedimento

Após a rolagem dos traços, eles foram colocados no tronco de cone em 3 camadas,

realizando 25 golpes para cada camada seguindo do preenchimento total do cone.

Logo após o cone é puxado verticalmente e colocado ao lado da amostra e é

medido o abatimento em relação ao cone.

Page 34: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

33

3.5 Modelagem dos corpos-de-prova

As modelagens dos corpos-de-prova seguiram à risca a exigências da norma que

rege tal processo, a NBR 5738.

Dimensões dos CP’s:

Diâmetro (D): 10cm / Altura (h): 20cm.

3.5.1 Pesagem

O primeiro processo da fase de modelagem foi a separação dos materiais em peso,

para um controle mais preciso do traço.

Um a um, cada material foi pesado na balança de precisão descontando-se os

pesos dos recipientes.

FIGURA 5 - Pesagem da brita.

3.5.2 CP BASE

Rolado na betoneira em um volume de material de 10kg de cimento, 25,9kg de

areia, 27,1kg de brita e 5,4L de água, durante aproximadamente 20 minutos. Após

o tempo de rolagem, a massa de concreto obtida foi despejada em uma bacia e

Page 35: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

34

com uma pá, despejada dentro dos corpos-de-prova besuntados com desmoldante

em duas camadas. Cada camada foi compactada com 12 golpes vigorosos de

haste regular.

3.5.3 CP B50T50

A única alteração do traço “B50T50” para o “BASE” foi à pesagem da brita. Nesse

caso, foi feito com 50% brita e 50% fragmentos cerâmicos, ou seja, 13,55kg de

cada agregado graúdo. Com o objetivo de analisar a eficácia dos fragmentos

cerâmicos, decidimos deixa-los na mesma granulometria da brita utilizada e para

isso fizemos o peneiramento. A granulometria da brita 1, é de 19 a 25mm.

FIGURA 6 - Processo de Peneiramento dos Fragmentos Cerâmicos

3.5.4 CP T100

Este traço foi feito com o objetivo de comparar a eficácia do “BASE”, em que o

agregado graúdo predominante é a brita 1, com relação ao “T100” que é composto

por cimento, areia, fragmentos cerâmicos e água. E o processo de modelagem

manteve o mesmo padrão dos outros traços realizados.

Page 36: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

35

FIGURA 7 - Corpos-de-prova já moldados

3.5.5 Acréscimo de água

Aos traços com adição de fragmentos cerâmicos (B50T50 e T100), foram

adicionadas quantidades de água superiores ao do traço BASE, baseando-se nos

resultados do ensaio de absorção de agua e no de consistência.

3.6 Ensaios de compressão

Os ensaios de compressão foram realizados de acordo com as exigências da norma

NBR 5739 de 2007, “Ensaios de Compressão de Corpos-de-Prova cilíndricos”.

As amostras foram colocadas na máquina sobre discos de borracha para adaptarem

as imperfeições dos CP’s.

Em seguida foi iniciado processo de compressão até a ruptura.

Page 37: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

36

4 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS

Os ensaios de compressão dos corpos-de-prova foram realizados com o objetivo

de mostrar a variação de resistência atingida por cada traço com adição de

agregado graúdo cerâmico.

Conforme a norma ABNT NBR 5730 (Concreto – Ensaios de compressão de corpos

cilíndricos), realizamos os ensaios na máquina de compressão no laboratório do

Centro Universitário Newton Paiva sendo feitos 7, 14 e 28 dias após a moldagem

dos corpos-de-prova de cada traço.

Foram realizados de 3 a 4 (contraprova) rompimentos de corpos-de-prova por traço

para 7, 14 e 28 dias. As médias dos resultados de tensão máxima para cada traço

foram cruzadas e os resultados apontaram a variação esperada, de que os CP’s

com adição de fragmentos seriam menos resistentes que o composto por brita. Os

traços com valores muito aquém dos demais, os outliers, foram eliminado do

calculo da média.

FIGURA 8 – Ensaio de Compressão: CP T100 rompido.

Page 38: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

37

4.1 Quanto ao ensaio de absorção

Os resultados obtidos em ensaio foram:

TABELA 7 - Resultados do Ensaio de Absorção

Resultados

A 13%

ms 5455,64g

m 4828gFonte: Ensaio de absorção

Logo, o ensaio nos mostra que o agregado absorve 13% de toda água adicionada

ao traço para cada 4,82kg de fragmento.

4.2 Quanto à consistência

O ensaio de abatimento mostrou uma baixa redução na altura nos traços B50T50 e

T100, com aproximadamente 1,5cm e 1cm respectivamente.

Para uma melhor adequação ao base, foi feito um novo acréscimo de agua a cada

traço. Vide tabela:

TABELA 8 - Adição de água baseada nos resultados do ensaio de abatimento.

Resultados

TraçoSlump - 1

(mm)Adição de Agua para o Slump 2

(kg)Slump - 2

(mm)

BASE 40 0 40

B50T50 15 6,37 35

T100 10 6,9 30

Page 39: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

38

FIGURA 9 – Abatimento

Page 40: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

39

4.3 Quanto aos ensaios de compressão

Os resultados obtidos nos ensaios, após resolução da média entre eles, estão

compostos na tabela a seguir:

TABELA 9 - Ensaios de Compressão

Traço

Dias

BASE B50T50 T100

Média de Tensão (MPa)

7 ~7,2 ~4,5 ~5,23

14 ~8,1 ~6 ~5,47

28 ~11,68 ~7,97 ~6,61Fonte: Ensaios de Compressão

O gráfico da figura 6 mostra uma comparação entre as resistências atingidas por

cada traço até os 28 dias.

GRÁFICO 1 - Valores médios de compressão para os três traços propostos

7 14 280

2

4

6

8

10

12

14

7.28.1

11.68

4.5

6

7.97

5.23 5.47

6.61

Ensaio de Compressão

BASE B50T50 T100

Dias

Tens

ão M

áx. (

MPa

)

Fonte: Ensaios de compressão

Page 41: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

40

O gráfico aponta uma clara variação de resistência entre os traços BASE, B50T50 e

T100.

O traço BASE alcançou os melhores valores de tensão, indo de 7,2Mpa aos 7 dias

até 11,68Mpa aos 28 dias. O traço B50T50, obteve uma resistência inicial muito

abaixo do esperado aos 7 dias, alcançando somente 4,5Mpa (~37,5% abaixo do

traço BASE). No entanto sua resistência aumentou com o tempo até alcançar

7,97Mpa aos 28 dias, ficando com valores de resistência de aproximadamente

31,76% abaixo dos CPs BASE, enquanto o T100 começou com um valor de

resistência aproximado aos 7 dias de 5,23 (~27,36% abaixo do traço BASE), e

terminou aos 28 dias com uma resistência de 6,61Mpa (~43,4% abaixo do traço

BASE).

TABELA 10 - Tabela Comparativa de Resultados

Fonte: Ensaios de compressão

Nota-se, portanto que quanto maior a porcentagem de fragmentos cerâmicos,

menor é a resistência do concreto. Embora isso seja verdade, não se deve

descartar a possibilidade de seu uso, tendo em vista que a perda de resistência não

chegou a 50% mesmo com a substituição total do agregado.

Assim sendo, seu uso como opção para o reaproveitamento é válido para

estruturas que não exijam grandes valores de resistência.

Tabela Comparativa de Resultados

Traço

Dias

7 14 28Tensão

(σ) (Mpa)

σ em relação ao Base (%)

Tensão (σ)

(Mpa)

σ em relação ao Base (%)

Tensão (σ)

(Mpa)

σ em relação ao Base (%)

BASE 7,2 - 8,1 - 11,68 -

B50T50 4,5 -37,5% 6 -25,9% 7,97 -31,8%

T100 5,23 -27,4% 5,47 -32,5% 6,61 -43,4%

Page 42: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o estudo e ensaios realizados para a execução do trabalho, chegamos

a resultados esperados diante da substituição da brita 1 por fragmentos cerâmicos,

tendo em vista que as características de resistência da brita são bem superiores que

as dos fragmentos cerâmicos.

Um fator observado foi que durante a rolagem dos traços compostos por agregado

cerâmico, sua granulometria acabava sendo alterada devido aos impactos sofridos

dentro da betoneira, o que deixava o agregado com menores dimensões, e

aumentava a superfície específica referente à porção sólida da massa.

O pó liberado pela quebra do agregado cerâmico passa a demandar uma

quantidade de agua ainda maior do que a calculada somente com a absorção dos

fragmentos.

Esta incerteza da variação da demanda de agua pode ter levado a resultados abaixo

do real observado.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Propor um estudo sobre a geração de finos durante o processo de rolagem dos

traços com adição de fragmentos cerâmicos.

Pesquisar elementos que agreguem valor estrutural aos fragmentos cerâmicos

para minimizar sua taxa de ruptura durante a rolagem do concreto.

Realizar ensaios de tração para avaliar a resistência do compósito com

fragmentos cerâmicos.

Propor ensaios de permeabilidade sobre a massa de concreto com fragmentos

cerâmicos.

Page 43: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

42

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NAIME, Roberto - O Entulho da Construção Civil – Artigo postado no site

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7 ANEXOS

7.1 Gráficos dos ensaios de compressão

FIGURA 10 - Resultado de Ensaio: CP I / BASE (7 dias)

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FIGURA 11 - Resultado de Ensaio: CP II / BASE (7 dias)

FIGURA 12 - Resultado de Ensaio: CP III / BASE (7 dias)

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47

FIGURA 13 - Resultado de Ensaio: CPIV / BASE (14 dias)

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FIGURA 14 - Resultado de Ensaio: CPV / BASE (14 dias)

FIGURA 15 - Resultado de Ensaio: CPVI / BASE (14 dias)

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49

FIGURA 16 - Resultado de Ensaio: CPVII / BASE (28 dias)

FIGURA 17 - Resultado de Ensaio: CPVIII / BASE (28 dias)

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50

FIGURA 18 - Resultado de Ensaio: CP IX / BASE (28 dias)

FIGURA 19 - Resultado de Ensaio: CP I / B50T50 (7 dias)

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FIGURA 20 - Resultado de Ensaio: CP II / B50T50 (7 dias)

FIGURA 21 - Resultado de Ensaio: CP III / B50T50 (7 dias)

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52

FIGURA 22 - Resultado de Ensaio: CP IV / B50T50 (14 dias)

FIGURA 23 - Resultado de Ensaio: CP V / B50T50 (14 dias)

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FIGURA 24 - Resultado de Ensaio: CP VI / B50T50 (14 dias)

FIGURA 25 - Resultado de Ensaio: CP VII / B50T50 (28 dias)

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54

FIGURA 26 - Resultado de Ensaio: CP VIII / B50T50 (28 dias)

FIGURA 27 - Resultado de Ensaio: CP IX / B50T50 (28 dias)

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FIGURA 28 - Resultado de Ensaio: CP I / T100 (7 dias)

FIGURA 29 - Resultado de Ensaio: CP II / T100 (7 dias)

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FIGURA 30 - Resultado de Ensaio: CP III / T100 (7 dias)

Page 58: ESTACA FRANKI: VANTAGENS, DESVANTAGENS E PRINCIPAIS ASPECTOS

57

FIGURA 31 - Resultado de Ensaio: CP IV / T100 (14 dias)

FIGURA 32 - Resultado de Ensaio: CP V / T100 (14 dias)

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58

FIGURA 33 - Resultado de Ensaio: CP VI / T100 (14 dias)

FIGURA 34 - Resultado de Ensaio: CP VII / T100 (28 dias)

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FIGURA 35 - Resultado de Ensaio: CP VIII / T100 (28 dias)

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FIGURA 36 - Resultado de Ensaio: CP IX / T100 (28 dias)