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VANESSA CRISTINA DE OLIVEIRA

Caracterização da célula tronco hematopoética do saco vitelino em embriões

bovino

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Anatomia dos

Animais Domésticos e Silvestres da

Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São Paulo

para obtenção do título de Mestre em

Ciências

Departamento:

Cirurgia

Área de Concentração:

Anatomia dos Animais Domésticos e

Silvestres

Orientador:

Prof. Carlos Eduardo Ambrósio

São Paulo

2012

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Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.2704 Oliveira, Vanessa Cristina de FMVZ Caracterização da célula tronco hematopoética do saco vitelino em embriões / Vanessa

Cristina de Oliveira. -- 2012. 89 f. : il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, São Paulo, 2012.

Programa de Pós-Graduação: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Ambrósio.

1. Célula tronco. 2. Saco vitelino. 3. Embrião. I. Título.

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Folha de avaliação

Nome: OLIVEIRA, Vanessa Cristina.

Título: Caracterização da célula tronco hematopoética do saco vitelino em embriões

bovino.

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Anatomia dos

Animais Domésticos e Silvestres da

Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São Paulo

para obtenção do título de Mestre em

Ciências

Aprovado em: ___/___/_____

Banca Examinadora

Prof. Dr.

Instituição: Julgamento:

Prof. Dr.

Instituição: Julgamento:

Prof. Dr.

Instituição: Julgamento:

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DEDICO,

Aos meus pais Newton e Regina e ao meu irmão Gustavo por me

apoiarem sempre, por fazerem o possível e o impossível para me verem

feliz, por compartilharem os momentos difíceis e alegres, por me darem

a certeza de que tudo o que fazemos com amor, paciência, dedicação e

fé dará certo no final. Amo muito vocês!

Ao meu Amor Luis Henrique que sempre me apoiou e apostou que

tudo daria certo, obrigada por estar ao meu lado sempre, esta é apenas

mais uma conquista de muitas que estão por vir, sua participação dia a

dia é de extrema importância para mim, obrigada!

E ao meu Avô Benedito pelas sabias palavras, pelos ensinamentos,

por compartilhar sua grande experiência de vida e por sempre me

incentivar nas minhas escolhas. O senhor para mim é um grande

exemplo!

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Eduardo Ambrósio, que me

ensinou a enfrentar desafios com coragem e otimismo, pelo incentivo a

pesquisa, oportunidade de crescimento e por confiar no meu trabalho,

só tenho a te agradecer... Aprendi muito com você, obrigada por tudo!!!

A Capes e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São

Paulo (FAPESP) pelo incentivo a pesquisa e pelas bolsas concedidas;

Ao Departamento de Cirurgia- Setor Anatomia dos Animais

Domésticos e Silvestres e ao Departamento Ciências Básicas (LMMD).

Aos Professores Dr. Flavio Vieira Meirelles, Dr. Felipe Perecin, Dra.

Daniele Martins e ao Dr. Antonio Augusto Mendes Maia, por me

receberem no LMMD e pela ajuda de sempre;

Ao seu Gaspar, Dra. Rose e Dra. Ilirian pela dedicação na ajuda

para realização e análise de microscopia eletrônica de transmissão;

Ao Frigorifico por nos fornecerem os úteros e ao Leonardo pelas

coletas realizadas;

A Dra. Celina .A. Furlanetto Mançanares pela ajuda de sempre,

por acreditar e confiar no meu trabalho, pelo companheirismo,

ensinamentos, incentivo, por me inserir na pesquisa e pela amizade de

sempre. É muito bom ter você ao meu lado, obrigada por contribuir

para meu crescimento profissional. Te adoro!!

A Dra. Lilian de Jesus Oliveira que me acolheu nos momentos mais

difíceis, por seus ensinamentos, pela valiosa ajuda principalmente na

hora de interpretar os resultados, obrigada por me acolher.

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A Alicia por transmitir seus conhecimentos sobre as células

hematopoéticas;

Aos amigos Rodrigo, Aline, Ana Carolina, Juliano, Rafael, Mateus

e Gabriel por estarem sempre dispostos a ajudar, pelos ensinamentos e

pela amizade de sempre;

As minhas companheiras de casa Aline e Celina pela amizade,

companheirismo e dedicação, obrigada por aguentarem a falação todo

esse tempo e por participarem deste momento da minha vida!! Vocês são

insubstituíveis, obrigada por tudo!!!

Obrigada a todos os amigos da pós-graduação por dividirem estes

momentos, pela amizade, boas conversas, risadas, ajuda e pela

companhia de sempre;

Ao André e Thais pela hospitalidade em São Paulo, muito

obrigada por me receberem com tanto carinho;

Aos meus amigos Renata Mazi e Dirceu por sempre estarem

interassados nas minhas atividades da Pós Graduação, pelo incentivo

de sempre e pela adorável recepção em São Paulo.

A Natalia pela ajuda e companhia nos momentos instáveis no

exterior, sem você eu ficaria maluca. Obrigada por tudo... Nunca tive

uma irmã mais velha antes.....

Ao Prof. Dr. Jorge Piedrahita e a todos os integrantes do

laboratório, principalmente ao Renan Sper, Odessa Marks e Stefan por

me recebem com a maior boa vontade, por me ajudarem no período em

que fiquei nos Estados Unidos, foi uma valiosa experiência, obrigada

pela oportunidade.

A todos os meus familiares que sempre torceram por mim;

A todos que não encontraram seus nomes aqui e que de forma

direta ou indireta colaboraram para a concretização desta pesquisa

A pesquisa só engrandece minha crença na força de Deus, e por

isso agradeço a Ele, por me dar todos os dias a coragem necessária para

seguir em frente e por me mostrar que com sua ajuda, tudo é possível!

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If you can dream it, you can do it.

Walt Disney

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RESUMO

OLIVEIRA, V. C. Caracterização da célula tronco hematopoética do saco vitelino em embriões. [Characterization of hematopoietic stem cells of the yolk sac of bovine embryos]. 2012. 89 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

O saco vitelino é uma das membranas extra-embrionárias que desempenha um

papel importante para a sobrevivência inicial do embrião, atua como fonte de

nutrição durante o período em que a placenta verdadeira ainda não está

completamente formada. É uma provável fonte de células tronco, o qual abriga as

primeiras células do sangue durante o desenvolvimento em mamíferos, os

eritrócitos, os quais expressam fatores de transcrição que especificam estas células

a seu destino hematopoiético. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as células

tronco hematopoéticas provenientes do saco vitelino de embriões bovinos, em

diferentes fases gestacionais, sendo estes coletados em abatedouro local. Para

descrição da análise macroscópica e cultivo celular das células do saco vitelino, os

embriões bovinos foram divididos em grupos de idade gestacional: Grupo I (25 a 29

dias), Grupo II (30 a 34 dias), Grupo III (35 a 39 dias), Grupo IV (40 a 44 dias) e

Grupo V (45 a 50 dias) em que permaneceram mais tempo em cultura e

apresentaram a formação de aglomerados celulares, diferente dos grupos IV e V (40

a 45 dias) em que permaneceram poucos dias em cultura e não apresentaram

aglomerados celulares. Esta divergência relaciona-se à idade gestacional (45 a 50

dias), período em que se inicia a regressão do saco vitelino. Em citometria de fluxo

os grupos I, II e III (25 a 39 dias) obtiveram características semelhantes, alta

expressão de marcadores hematopoéticos (CD34, CD90 e CD117). Para os grupos

IV e V (40 a 50 dias) observa-se um declínio da expressão de CD34 e CD117

(marcadores hematopoéticos) e no grupo V houve um acréscimo da expressão de

CD45 (marcador para leucócito) confirmando que estas células não estão mantendo-

se indiferenciadas As células demonstraram ser resistentes a criopreservação,

capazes de formar colônias em matriz de Metilcelulose, mostraram a formação de

colônias após 14 dias em cultivo e a morfologia para células sanguíneas (linfócitos e

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monócitos) foi confirmada na citologia celular. Na expressão gênica obteve-se baixa

expressão do gene GATA3, níveis diferentes de expressão entre os grupos para o

marcador RUNX1 e ANXA5. Dessa forma, nossos achados mais significativos

comprovaram o isolamento de células hematopoéticas a partir do saco vitelino de

embriões bovinos, sugerindo que este é uma fonte laboriosa, porém viável e eficaz

para a obtenção de células tronco para futuras aplicações na terapia celular e

gênica.

Palavras- chave: Célula tronco. Saco vitelino. Embrião.

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ABSTRACT

OLIVEIRA, V. C. Characterization of hematopoietic stem cells of the yolk sac of bovine embryos. [Caracterização da célula tronco hematopoética do saco vitelino em embriões]. 2012. 89 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. The yolk sac is one of the extra-embryonic membranes which plays an important role

in early embryonic survival and serves as source of nutrition during the period where

in the placenta is not completely true formed. The yolk sac is a likely source of stem

cells, which have first blood cells during development in mammals, the red blood

cells, which express transcription factors that specify these hematopoietic cells to

their destination. This study aimed to identify and characterize hematopoietic stem

cells from the yolk sac of bovine embryos at different stages of pregnancy, which are

collected at a local slaughterhouse. For a description of the macroscopic and cellular

culture of yolk sac cells, are as follows bovine embryos were divided into groups of

gestational age: Group I (25 to 29 days), Group II (30 to 34 days), Group III (35 to 39

days ), Group IV (40 to 44 days) and Group V (45 to 50 days) which stayed longer in

culture and showed the formation of cell clusters, different from groups IV and V (40-

45 days) in few that remained days in culture and showed no cell clumps. This

divergence is related to gestational age (45 to 50 days), during which begins

regression of the yolk sac. In flow cytometry groups I, II and III (25 to 39 days) had

similar characteristics, high expression of hematopoietic markers (CD34, CD90 and

CD117). For the groups IV and V (40 to 50 days) it is observed a decrease in

expression of CD117 and CD34 (hematopoietic markers) and in group V were

increased expression of CD45 (leukocyte marker), confirming that these cells are not

keeping Undifferentiated cells are shown to be resistant to cryopreservation, capable

of forming colonies in methylcellulose matrix showed the formation of colonies after

14 days in culture morphology and to blood cells (lymphocytes and monocytes) was

confirmed by cytology cell. In gene expression was low GATA3 gene expression,

different levels of expression between the groups for the marker and RUNX1 ANXA5.

Our most significant findings confirmed the isolation and identification of

hematopoietic cells from the bovine embryo yolk sac, therefore, it is feasible and an

effective way of obtaining stem cells for future applications in cell therapy and gene.

Keywords; Stem cell. Yolk sac. Embryo.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Esquema da distribuição das linhagens sanguíneas ................................... 36

Figura 2 – Desenhos esquemáticos e fotografias de saco vitelino de embriões bovino, dos

grupos I e II ................................................................................................................. 51

Figura 3 – Fotografia do desenvolvimento externo de embriões bovinos dos grupos (III, IV e

V).................................................................................................................................. 52

Figura 4– Microscopia Eletrônica de Transmissão das células não aderentes do saco

vitelino... ..................................................................................................................... 54

Figura 5 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(aproximadamente 25 a 29 dias de gestação) ............................................................ 56

Figura 6 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(30 a 34 dias) .............................................................................................................. 57

Figura 7 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(aproximadamente com 35 a 39 dias de gestação) ..................................................... 59

Figura 8 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(40 a 44 dias) .............................................................................................................. 60

Figura 9 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(45 a 50 dias) .............................................................................................................. 62

Figura 10 – Ensaio Potencial de Formação de Colônia em Metilcelulose ................... 64

Figura 11 – Teste de viabilidade celular ...................................................................... 65

Figura 12 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino (aproximadamente

25 a 34 dias de gestação) ........................................................................................... 67

Figura 13 –Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo I (25 a 29 dias) e

grupo II (30 a 34 dias), células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura ............... 69

Figura 14 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do

grupo I e grupo II (35 a 34 dias) .................................................................................. 70

Figura 15 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo III (30 a 34 dias)

células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura. ................................................... 71

Figura 16 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do

grupo III(35 a 39 dias) ................................................................................................. 71

Figura 17 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo IV (40 a 44 dias)

células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura .................................................... 72

Figura 18 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do

grupo IV (40 a 45 dias) ............................................................................................... 73

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Figura 19 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo V (45 a 50 dias)

células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura. ................................................... 74

Figura 20 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do

grupo V (45 a 50 dias). ............................................................................................... 75

Figura 21- Histograma dos níveis de expressão do gene ANXA5 em todos os grupos

gestacionais (I, II, III, IV e V)..........................................................................................76

Figura 22- Histograma dos níveis de expressão do gene GATA3 em todos os grupos

gestacionais (I, II, III, IV e V)..........................................................................................77

Figura 23- Histograma dos níveis de expressão do gene RUNX1 em todos os grupos

gestacionais (I, II, III, IV e V)..........................................................................................77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Dados elacionados aos grupos de embriões, Crown Rump Bovino (cm) e idade

embrionária aproximada.............................................................................................43

Tabela 2 - Especificação dos anticorpos utilizados...............................................................47

Tabela 3 - Anticorpos secundários utilizados.........................................................................47

Tabela 4- Sequencia dos primers sintetizados.......................................................................49

Tabela 5- Dados relacionados a expressão dos anticorpos para os grupos cultivados por

5dias......................................................................................................................... ..68

Tabela 6- Dados relacionados a expressão dos anticorpos para os grupos cultivados por 15

dias........................................................................................................................ .....68

Tabela 7- Analise de quantificação relativa, da expressão dos genes..................................75

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 19

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 21

2.1 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ..................................................... 21

2.2 MEMBRANAS FETAIS .............................................................................. 23

2.3 SACO VITELINO ........................................................................................ 25

2.3.1 Formação do saco vitelino ................................................................... 25

2.3.2 Funções do saco vitelino ...................................................................... 26

2.3.3 Aspectos macroscópicos e microscópicos ........................................ 28

2.4 HEMATOPOESE ....................................................................................... 30

2.5 COMPOSIÇÃO SANGUÍNEA.................................................................... .33

2.6 CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS ................................................ 36

3 OBJETIVOS .................................................................................................. 41

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 41

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 42

4.1 LABORATÓRIOS ....................................................................................... 42

4.2 COLETA DO MATERIAL E PROCEDIMENTOS ........................................ 42

4.3 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO ................................. 43

4.4 CULTIVO CELULAR .................................................................................. 44

4.4.1 Padronização do cultivo de células do saco vitelino ......................... 44

4.4.2 Ensaio de formação de colônias .......................................................... 44

4.4.3 Criopreservação .................................................................................... 45

4.5 ANÁLISE CITOLÓGICA (PANOTICO RÁPIDO) ........................................ 46

4.6 CARACTERIZAÇÃO IMUNOFENOTIPICA POR CITOMETRIA DE FLUXO

.......................................................................................................................... .46

4.7 EXPRESSÃO GÊNICA............................................................................. ...47

4.7.1 EXTRAÇÃO........................................................................................... ...47

4.7.2 Preparação do RNA total para amplificação e PCR quantitativo..... ...48

5 RESULTADO ................................................................................................ 50

5.1 ANÁLISE MACROSCÓPICA ..................................................................... 50

5.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO ................................. 53

5.3 CULTIVO CELULAR .................................................................................. 55

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5.3.1 Estabelecimento do meio de cultivo celular específico ..................... 55

5.3.2 GrupoI (25 a 29 dias) ............................................................................. 55

5.3.3 Grupo II (30 a 34 dias) ........................................................................... 56

5.3.4 Grupo III (35 a 39 dias de gestação)..................................................... 58

5.3.5 Grupo IV (40 a 44 dias de gestação) .................................................... 60

5.3.6 Grupo V (45 a 50 dias de gestação) ..................................................... 61

5.4 ENSAIO DE FORMAÇÃO DE COLÔNIA .................................................. 63

5.5 CRIOPRESERVAÇÃO ............................................................................... 65

5.6 ANALISE CITOLÓGICA (PANÓTICO RÁPIDO) ........................................ 66

5.7 CITOMETRIA DE FLUXO........................................................................ .. .68

5.8 EXPRESSÃO GÊNICA.............................................................................. .75

6 DISCUSSÃO ................................................................................................. 78

7 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 83

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1 INTRODUÇÃO

O saco vitelino é ma membrana extraembrionária que desempenha um papel

importante para sobrevivência inicial do embrião em muitas espécies de mamíferos.

Esta membrana realiza a transferência de nutrientes para o embrião, além de produzir

proteínas necessárias para o seu desenvolvimento. Sua função é complexa,

participando da hematopoese, onde se desenvolvem os primórdios das células

sanguíneas e parte do sistema circulatório primitivo. Também faz transferência de

materiais maternos fetais tais como: aminoácidos, vitaminas e proteínas (LATSHAW,

1988; WOLF et al., 2003; RIVEROS, 2009; GALDOS-RIVEROS et al., 2010).

O saco vitelino é uma provável fonte de células tronco, o qual abriga as

primeiras células do sangue durante o desenvolvimento em mamíferos, os eritrócitos,

os quais expressam fatores de transcrição que especificam estas células a seu

destino hematopoiético (ROBB et al., 1995; SHIVDASANI; MAYER; ORKIN, 1995). De

maneira geral o termo célula tronco refere-se a células com habilidade em gerar

células filhas com características similares à célula mãe, bem como diferenciar-se em

células especializadas (WENCESLAU et al., 2011).

A célula tronco hematopoiética é definida como uma célula com grande

capacidade de auto renovação e potencial proliferativo, o que possibilita a sua

diferenciação em células progenitoras de todas as linhagens sanguíneas e a

reconstituição da população hematopoiética a partir de uma única célula. Este tipo

celular constitui 0,05% a 0,1% da medula óssea humana e das células

hematopoiéticas circulantes (GROTTO; NORONHA, 2003).

A hematopoese ou hemopoese (hemato ou hemo significa sangue, poiesis

significa fazer) é realizada no sistema hematopoético, o qual é constituído por

célulastronco hematopoéticas (CTH), células precursoras, células sanguíneas

morfofuncionalmente maduras e tecidos de sustentação da hematopoese

(microambiente hematopoético), localizado nas cavidades medulares de ossos chatos

e longos, baço, fígado, linfonodos e timo.

O sistema hematopoético é uma rede integrada de células que inicia o ciclo

contínuo de diferenciação de uma pequena população de CTH, que são pluripotentes,

e que dão origem a todas as células heterogêneas funcionais do sangue e do sistema

imune (GASPER, 2000).

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As áreas ligadas à pesquisa em experimentação vêm estudando as células

tronco a mais de duas décadas. No entanto, é atualmente que a terapia celular vive

seu momento de máxima visibilidade, pois a plasticidade das mesmas faz da célula

tronco uma ferramenta terapêutica promissora, sendo utilizada na tentativa de

tratamentos de doenças relacionadas ao homem e aos animais (GROTTO;

NORONHA, 2003; COLOMÉ, 2007; OCARINO, 2008).

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21

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

Após a fecundação do óocito com o espermatozoide, forma-se o zigoto que

contém uma combinação de cromossomos sendo este metade da mãe e metade do

pai. O entrecruzamento dos cromossomas, por relocação dos segmentos dos

cromossomas paternos e maternos embaralha os genes, produzindo assim uma

recombinação do material genético. Após o processo de segmentação ocorre à

clivagem do zigoto, isto é, uma série de divisões mitóticas repetidas do zigoto,

resultando em um rápido aumento do número de células até a formação de células

chamada de blastômeros. Após 3 dias da fertilização ocorre uma compactação dos

blastômeros para a formação da mórula, após esse período há o aparecimento de

uma cavidade e o embrião se torna em um blastocisto. Nesta fase há uma clara

separação entre as células trofoblasticas (células que formaram a placenta) e o

embrioblasto pela cavidade celomática ou blastocistica que dará origem ao embrião

propriamente dito (MOORE; PERSAUD, 2004). Na fase de gastrulação inicia-se a

formação da linha primitiva e a diferenciação dos 2 folhetos embrionários o

ectoderma e o mesoderma.

A cavidade mesentoderma é denominada o intestino primitivo, em sua região

dorsal ocorre um achatamento, formando a placa neural que aparece por volta da

terceira semana de desenvolvimento. Após a formação da placa neural as células

ectodérmicas das bordas se multiplicam cobrindo a placa, formando as cristas

neurais que dão origem as células que formam a maior parte do sistema nervoso

periférico e sistema nervoso autônomo. A placa neural se dobra e forma o sulco

neural que tem pregas neurais de ambos os lados, as pregas neurais tornam-se

particularmente proeminentes na extremidade encefálica do embrião e constituem os

primeiros sinais do desenvolvimento do encéfalo.

Durante a quarta semana as pregas neurais começam a se fundir

convertendo a placa neural em tubo neural, onde se desenvolverá o sistema nervoso

central. Já o mesoderma forma três invaginações: a imaginação central que vai dar

origem a um eixo de sustentação contínuo denominado notocorda que forma a

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coluna vertebral. As invaginações laterais formam os somitos e o conjunto de células

que revestem o tubo digestivo constitui o endoderma (JUNQUEIRA; CARNEIRO,

2004; GARCIA-NAVARRO, 2005). Neste estágio formam-se três folhetos

germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma) um tubo neural, uma notocorda

e um intestino primitivo – arquêntero (GARCIA-NAVARRO, 2005).

Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e

endoderma) dá origem a tecidos específicos e órgãos. O ectoderma dá origem à

epiderme, ao sistema nervoso central e periférico, à retina do olho e a varias outras

estruturas. O endoderma é a fonte dos revestimentos epiteliais das vias respiratórias

e do trato gastrointestinal, incluindo as glândulas que se abrem no trato

gastrointestinal e as células glandulares dos órgãos associados, tais como fígado e

o pâncreas. O mesoderma dá origem às capas de músculo liso, aos tecidos

conjuntivos e aos vasos associados a tecidos e órgãos. Também forma a maior

parte do sistema cardiovascular e é fonte de células sanguíneas e da medula óssea,

do esqueleto, dos músculos estriados e órgãos reprodutores e de excreção

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; MOORE; PERSAUD, 2004).

Os eventos mais significativos no período de transição entre as fases de

gástrula em nêurula são os surgimentos do tubo neural, da notocorda, do

mesoderma e do celoma. A formação do tubo neural é um processo complexo e

multifatorial que envolve genes e fatores extrínsecos. O tubo neural separa-se logo

do ectoderma da superfície. As bordas livres do ectoderma se fundem, tornando

essa camada continua sobre o tubo neural e o dorso do embrião. Em seguida, o

ectoderma da superfície se diferencia na epiderme. O tubo neural é o primórdio do

sistema nervoso central, se desenvolve o mesoderma extraembrionário que se

prolifera formando colunas de mesoderma paraxial lateralmente à placa neural.

Cada coluna prossegue, lateralmente, com o mesoderma intermediário que se

adelgaça de modo gradual, formando uma camada de mesoderma lateral, no final

da terceira semana, as extremidades cefálicas das colunas paraxiais de mesoderma

já começam a se dividir formando dois a três pares de corpos cuboides

denominados somitos. Os somitos dão origem a maior parte do esqueleto axial, aos

músculos do tronco e dos membros e à derme da pele. O celoma intra-embrionário

surge como espaços ou vesículas, isolados entre camadas do mesoderma lateral e

constitui o primórdio das cavidades do corpo (MOORE; PERSAUD, 2004).

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23

2.2 MEMBRANAS FETAIS

A placenta é um órgão materno fetal constituído por dois componentes: uma

parte fetal que é originada do saco coriônico e uma parte materna derivada do

endométrio. A placenta e o cordão umbilical funcionam como um mecanismo de

comunicação entre a mãe e o feto. Oxigênio e nutrientes saem do sangue materno,

passam pela placenta e vão para o feto a fim de nutri-lo, enquanto dióxido de

carbono e resíduos metabólicos são excretados para a porção materna. As

membranas fetais e a placenta realizam as seguintes funções e atividades: proteção,

nutrição, respiração, excreção e produção de hormônios (MOORE; PERSAUD,

2004).

O cório, o âmnio e o saco vitelino constituem as membranas fetais, que se

originam do zigoto, mas não fazem parte do embrião ou do feto (exceto partes do

saco vitelino e do alantoide). O cório é uma camada epitelial derivada da parede

externa do blastocisto, o trofoblasto. Durante o curso de implantação ele é

completado pela camada interna do mesênquima derivado do embrião. O âmnio é

uma camada derivada da divisão (roedores e primatas) ou dobramento (mamíferos)

do ectoderma embrionário. O alantoide é uma bexiga urinária extraembrionária que

se desenvolve a partir do intestino caudal. O saco vitelino se desenvolve como uma

estrutura anexa do intestino médio embrionário consiste de uma camada de epitélio

endodérmico seguido de um mesênquima fetal vascularizado (LEISER; KAUFMANN,

1994).

Parte do saco vitelino é incorporado ao embrião como o primórdio do intestino

primitivo. O alantoide forma um cordão fibroso denominado úraco, no feto, e

ligamento umbilical mediano, no adulto. Este se estende do ápice da bexiga ao

umbigo (MOORE; PERSAUD, 2004).

Ainda, o âmnio é uma bolsa em forma de saco que está repleta de líquido

amniótico e tem uma função protetora contra choques mecânicos (ALMEIDA, 1999).

O alantoide origina-se no 16° dia como um divertículo endodérmico do saco

vitelino que cresce em direção ao pedículo do embrião (MOORE; PERSAUD, 2004).

Nos marsupiais, o alantoide, juntamente com o saco vitelino, toma parte da

formação da placenta e em alguns destes animais pode entrar ou não em contato

com o cório. Já no embrião humano, o alantoide inicialmente participa da formação

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do cordão umbilical e mais tarde sofre estreitamento, originando o úraco, o qual irá

constituir o ligamento umbilical mediano (no período pós-natal) (MOORE;

PERSAUD, 2004).

Nos carnívoros, o alantoide estende-se por toda a superfície interna do cório,

envolvendo-o e envolvendo completamente o saco amniótico (MOORE; PERSAUD,

2004).

Nos peixes e nos anfíbios, tanto o alantoide quanto o cório e o saco amniótico

estão ausentes. Nos répteis, nas aves e nos mamíferos primitivos, estão presentes o

alantoide, o saco amniótico e o cório (MOORE; PERSAUD, 2004).

Em mamíferos o alantoide se associa ao cório para formar a placenta e o

cordão umbilical, o cório faz parte da placenta e também está envolvido com a

nutrição e eliminação de resíduos (ALMEIDA, 1999; WOLPERT et al., 2000).

O mesênquima que preenche as vilosidades coriônicas origina os vasos

sanguíneos do embrião, os quais se comunicam com ele através do cordão

umbilical. O cório faz parte da placenta e também está envolvido com a nutrição e

eliminação de resíduos (WOLF et al., 2003).

É através do cordão umbilical que os nutrientes e o oxigênio chegam até o

feto, e por seu intermédio chegam até a mãe, atravessando a barreira placentária,

CO2, e os catabólitos fetais. Segundo Miglino (2009) o cordão umbilical bovino

apresenta duas artérias, duas veias e ducto alantoide. Pela veia umbilical, transporta

o sangue oxigenado para o feto a partir da placenta. As artérias umbilicais

conduzem sangue desoxigenado do feto para a placenta, onde os gases

atravessarão a barreira placentária se difundido para a mãe. O cordão umbilical

apresenta duas artérias umbilicais e uma veia umbilical, tecido conjuntivo mucoso

rico em ácido hialurônico, restos de alantoide e ducto vitelino (ALMEIDA, 1999).

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2.3 SACO VITELINO

2.3.1 Formação do saco vitelino

Em humanos a implantação do blastocisto completa-se durante a segunda

semana do desenvolvimento embrionário. Á medida que este processo ocorre,

sucedem mudanças no embrioblasto produzindo um disco embrionário bilaminar

composto de duas camadas, o epiblasto e o hipoblasto (MOORE; PERSAUD, 2004).

O epiblasto é uma camada bem espessa, constituída por células colunares

altas, relacionadas com a cavidade amniótica. Já o hipoblasto consiste em pequenas

células cuboides adjacentes à cavidade exocelômica (MOORE; PERSAUD, 2004).

O trofoblasto também se diferencia em duas camadas sinciotrofoblasto e

citotrofoblasto. A camada citotrofoblasto é uma camada mais interna, sendo uma

camada de células mononucleadas, e é mitoticamente ativa, formando novas células

trofoblásticas que migram para a massa crescente de sinciotrofoblasto, onde se

fundem e perdem suas membranas celulares. A camada sinciciotrofoblasto é uma

massa multinucleada que se expande rapidamente onde nenhum limite celular é

visível (MOORE; PERSAUD, 2004).

Com a progressão da implantação do blastocisto, se desenvolve uma

pequena cavidade no embrioblasto que é o primórdio da cavidade amniótica, logo as

células amniogênicas (formadoras do âmnio) chamadas de amnioblastos, se

separam do epiblasto e se organizam para formar uma delgada membrana, o âmnio,

que envolve a camada amniótica (MOORE; PERSAUD, 2004).

O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e é continuo,

perifericamente, com o âmnio. O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e

é continuo com a delgada parede desta cavidade (MOORE; PERSAUD, 2004).

As células que migraram do hipoblasto para formar a membrana exocelômica

circundam a cavidade blastocística e revestem a superfície interna do citotrofoblasto.

A membrana e a cavidade exocelômica modificam-se rapidamente formando o saco

vitelino primitivo (MOORE; PERSAUD, 2004).

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No 12° dia do embrião, as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentes fundem-

se para formar redes lacunares. As redes lacunares são os primórdios dos espaços

intervilosos da placenta. Os capilares endometriais em torno do embrião tornam-se

dilatados, formando os sinusóides. Em seguida, os sinusóides são erodidos pelo

sinciciotrofoblasto e o sangue materno flui para o interior das redes lacunares. O

sangue materno entra e sai das redes, estabelecendo a circulação uteroplacentária.

As células do estroma endometrial assim como as glândulas degeneradas,

em conjunto com o sangue materno, fornecem uma rica fonte de material para a

nutrição do embrião (MOORE; PERSAUD, 2004).

Enquanto ocorrem mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma

extraembrionário cresce e surgem espaços celômicos extraembrionário isolados, no

seu interior. Estes espaços fundem-se rapidamente e forma-se uma grande

cavidade isolada, o celoma extraembrionário. Esta cavidade preenchida por fluido

envolve âmnio e o saco vitelino, exceto onde eles estão aderidos ao cório pelo

pedículo do embrião. Com a formação do celoma extraembrionário, o saco vitelino

primitivo diminui de tamanho e um pequeno saco vitelino secundário é formado. Este

saco vitelino menor é formado por células endodérmicas extraembrionárias que

migram do hipoblasto para o interior do saco vitelino primitivo. Durante a formação

do saco vitelino secundário, uma grande parte do saco vitelino primitivo destaca-se.

O saco vitelino contém liquido, mas não contém vitelo. Ele pode ter um papel na

transferência seletiva de nutrientes para o embrião. O trofoblasto absorve o fluido

nutritivo das redes lacunares no sinciciotrofoblasto que é, então, transferido ao

embrião (MOORE; PERSAUD, 2004).

2.3.2 Funções do saco vitelino

O saco vitelino é um anexo presente em embriões de todos os vertebrados,

sendo especialmente desenvolvido nos peixes, répteis e aves. Corresponde a uma

estrutura em forma de saco ligada a região ventral do embrião. É uma das

membranas que desempenham um papel importante para sobrevivência inicial do

embrião em muitas espécies de mamíferos. Nos mamíferos placentários ele é

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reduzido, visto que a nutrição ocorre via placentária, também produzem as proteínas

necessárias para o seu desenvolvimento (SANTOS; AZOUBEL, 1996; MOORE;

PERSAUD, 2004).

Tiedemann (1979) em sua pesquisa com gatos afirmou que saco vitelino

destes possui vasos sanguíneos fenestrados e apresentam membrana basal

completa, sendo assim uma condição favorável para a passagem de proteínas e de

células sanguíneas.

Desempenha um papel essencial na transferência de nutrientes para o

embrião, durante a segunda e a terceira semanas do desenvolvimento humano,

enquanto a circulação uteroplacentária está sendo estabelecida. O saco vitelino é

essencial para o desenvolvimento embrionário, pois em fases iniciais ele é

responsável pelo armazenamento e transferência do vitelo (MOORE; PERSAUD,

2004).

O vitelo é um líquido armazenado pelo saco vitelino para suprir as

necessidades nutricionais do embrião até que o cordão umbilical ou a placenta

verdadeira estejam estabelecidos (MOORE; PERSAUD, 2004).

Sua função é complexa participando da hematopoese, pois através desta se

desenvolvem primeiras células sanguíneas e parte do sistema circulatório primitivo.

Este também faz transferência do material materno tais como aminoácidos,

vitaminas e proteínas (PALIS; YODER, 2001; WOLF et al., 2003; RIVEROS, 2009).

O saco vitelino seria assim uma provável fonte fornecedora de células-tronco,

o qual abriga as primeiras células do sangue durante o desenvolvimento em

mamíferos, os eritrócitos, os quais expressam fatores de transcrição que especificam

estas células a seu destino hematopoiético (ROBB et al., 1995; SHIVDASANI;

MAYER; ORKIN, 1995).

Pereda et al. (2010) descreveu que os eritrócitos do saco vitelino de humanos

além de transportar o oxigênio e o dióxido de carbono, realizam a função de nutrir o

embrião através do ducto vitelino, durante a quinta semana de gestação humana.

Bloom e Bartelmez (1940) e Rüsse (1992) descreveram que o saco vitelino é

o primeiro órgão hematopoético do embrião, além de demonstrar uma importante

atividade de macrofagocitose, biossíntese de proteínas e transporte de nutrientes

para o embrião, até que fígado embrionário esteja desenvolvido o suficientemente

para exercer estas funções (TIEDEMANN, 1979; TIEDEMANN; MINUTH, 1980;

MIGLINO, 2009; GALDOS-RIVEROS et al., 2010; PEREDA; MONGE; NIIMI, 2010).

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Nos camundongos segundo Renfree et -.al. (1975) o saco vitelino desenvolve-

se semelhante ao da ratazana, envolvendo o âmnio por completo na maior parte da

gestação.

Em muitos roedores segundo os relatos de King (1982) o saco vitelino é ativo

na nutrição do embrião, persistindo no período fetal.

Segundo Riveros (2009) o saco vitelino apresenta interessantes informações,

tanto do ponto de vista morfológico como molecular. E destaca que o estudo deste

anexo embrionário é de fundamental importância para se compreender e evitar as

perdas embrionárias e frequentes nos estágios iniciais da gestação. Além disso, o

saco vitelino pode ser um modelo experimental para o desenvolvimento de novas

linhas de pesquisa relacionadas às células tronco, estudos proteômicos e terapia

utilizando células para o tratamento de doenças.

2.3.3 Aspectos macroscópicos e microscópicos do saco vitelino

O saco vitelino em fases iniciais de gestação apresenta uma porção que se

bifurca próximo ao ventre do embrião, formando assim duas extremidades longas e

finas, com o progresso da gestação seu comprimento vai diminuindo e as

extremidades do saco vitelino vão se tornando vestigiais e desaparecem. Em

embriões bovinos, o saco vitelino se desenvolve até o 30° dia de gestação e torna-

se macroscopicamente visível até o 50° dia de gestação.

No 25° dia o saco vitelino é mais evidente macroscopicamente pelo ducto

vitelínico, um centro e duas projeções e tem um comprimento total de

aproximadamente 10 cm, isso pode explicar a importância do saco vitelino,

particularmente durante este tempo, como um órgão para a geração das células

germinativas primordiais. Já no 30° dia o saco vitelino é menor do que antes, cerca

de 6 cm de comprimento ( ASSIS NETO et al., 2010).

Wrobel e Suess (1998) relataram que o saco vitelino de bovinos se

desenvolve com 18 a 23 dias de gestação. Já para Godkin et al.(1988) o saco

vitelino chegava ao seu desenvolvimento a cerca de 20 dias de gestação e em

seguida sofreria regressão.

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Para Hafez e Hafez (2004) o saco vitelino nos animais domésticos inicia sua

regressão por volta da segunda ou terceira semana gestacional, à medida que o

alantoide se expande para se fusionar com o cório, na maioria das espécies

mamíferas.

O saco vitelino é ativo apenas durante o período embrionário e involui no

período fetal segundo Miglino et al.(2006).

Segundo Latshaw (1988) o saco vitelino nos ruminantes é vascular, grande e

completamente cercado pela cavidade extraembrionária. O saco vitelino em bovinos

se solta do cório pelo 20° dia de gestação e se reduz a uma estrutura sólida como

um cordão no 25° dia.

Em cutias (Dasyprocta aguti) e nas pacas (Agouti paca) relatado por

Conceição et. al. (2008) o saco vitelino é bem vascularizado e invertido.

Nos primatas o saco vitelino degenera rapidamente e não chega a ser

funcional (NODEN; DE LAHUNTA; FERROL, 1990). Em humanos, o saco vitelino

surge na sexta semana gestacional como uma estrutura esférica e cística, sendo

coberto por numerosos vasos superficiais pequenos, os quais se fundem na base do

ducto vitelino ligando-o à parte ventral do embrião, diretamente ao intestino médio e

à circulação sanguínea. (JONES; JAUNIAUX, 1995).

A parede do saco vitelino morfologicamente é constituída por três camadas:

um epitélio de revestimento endodérmico interno, um epitélio de revestimento

externo que corresponde ao mesotélio em contato direto com o exoceloma e um

tecido mesenquimal entre ambas as superfícies, que contém vasos sanguíneos e

tecido hematopoético (TAPIOL, 2001; PEREDA; MONGE; NIIMI, 2010).

Mançanares (2007) relata que o saco vitelino de embriões bovinos

apresentou-se como uma estrutura trilaminar divididas em 3 camadas: uma camada

única de células endodérmicas - endoderme, revestindo a cavidade vitelina; uma

camada simples mesotelial, voltada ao exoceloma - mesotélio; e uma camada

intermediária mesenquimal vascular - mesênquima. O endoderma é composto por

células endodérmicas, que se apresentam apoiadas pelo mesênquima embrionário e

mesotélio. Também observou eritroblastos primários no interior das ilhas vasculares

que estão localizadas no mesênquima embrionário. Notou que o epitélio do saco

vitelino apresentou-se globoso a colunar em uma única camada apoiadas pelo

mesênquima embrionário, este formando pequenas rugas na luz do saco vitelino.

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Em cães o saco vitelino é uma membrana fetal composta morfologicamente

por três camadas: uma camada de endoderma, mesotélio e intermediário a eles uma

de mesênquima vascular. Persiste ate o nascimento como uma estrutura enrugada e

vascularizada e de grande importância como um mediador de trocas entre a mãe e o

Rüsse et al. (1992) observou em búfalos através da técnica de microscopia

eletrônica de varredura que o saco vitelino possui superfície de membrana, com

muitas hemácias e a descamação epitelial. Também observou o contato entre o

cordão umbilical e a membrana vitelínica.

2.4 HEMATOPOESE

Durante o desenvolvimento inicial do embrião as primeiras células sanguíneas

aparecem na parede do mesoderma do saco vitelino. Neste mesoderma também

são formadas as ilhas vasculares que posteriormente são colonizadas pelos

hemangioblastos. Os hemangioblastos possuem a capacidade de se diferenciarem

em linhagens endoteliais e hematopoéticas e se renovam de forma que mantém um

pool de células necessárias para a produção contínua de todas as células do sangue

(HYTTEL et al., 2009).

As células que estão na periferia se diferenciam formando os angioblastos

que por si só formam as células endoteliais e as células externas formam as células

sanguíneas primitivas, estas células unidas formam os vasos sanguíneos, este

processo recebe o nome de vasculogênese. Esta relação das células endoteliais

com as células hematopoéticas levanta a hipótese de que elas se originaram de um

precursor comum o hemangioblasto (CHOI et al., 1998; HYTTEL et al., 2009).

As primeiras células sanguíneas a serem formadas no saco vitelino são os

eritrócitos nucleados, estes eritrócitos primitivos evoluem em poucos dias e tornam-

se mais maduros e originam os eritrócitos anucleados (MIKKOLA; ORKIN, 2006).

O termo hemangioblasto foi mais notado quando se observaram que as

células de linhagens endoteliais e hematopoéticas compartilhavam a expressão de

um número de diferentes genes (YOUNG; BAUMHUETER; LASKY, 1995).

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Estudos foram realizados em camundongos, e constataram que o

hemangioblasto tem fatores que expressão do gene Trans-acting T-cell-specific

transcription factor (GATA-3) (BOLLEROT; POUGET; JAFFREDO, 2005).

O gene GATA3 é um membro da família GATA e junto com os genes GATA-1

e GATA-2 são altamente expressos em células hematopoéticas. É muito importante

na diferenciação e função das células Th2 no qual é um fator de transcrição

especifico e que tem a função de controle na diferenciação da população linfocitária

Th no sistema imune (MOWEN; GLIMCHER, 2004; SAKAGUCHI et al., 2006).

O gene GATA-3 é muito importante nas funções regulatórias, esta envolvido

com a formação de ilhas sanguíneas e é um marcador especifico do hemangioblasto

(YOKOMIZO et al., 2007). É expresso em populações de células tronco

hematopoéticas primitivas (KU et al., 2012) e também em tecidos não

hematopoéticos como: órgãos, sistema nervoso central, glândula mamaria, fígado e

pele durante o período da embriogênese (OOSTERWEGEL et al., 1992; GEORGE

et al., 1994; LABASTIE et al., 1995). São importantes nas funções regulatórias

durante o comprometimento de progenitores linfoide na linhagem T e em etapas

especificas do desenvolvimento tímico (HENDRIKS et al., 1999).

O gene Annexin A5 (ANXA 5) é expresso por células-tronco e é responsável

pela ativação apoptótica celular (ANAZETTI E MELO, 2007).

As primeiras células sanguíneas a serem formadas no saco vitelino são os

eritrócitos nucleados, estes eritrócitos primitivos evoluem em poucos dias e tornam-

se mais maduros e originam os eritrócitos anucleados (MIKKOLA; ORKIN, 2006).

Após este período as células hematopoéticas são encontradas na região

intraembriônica da aorta gônadal mesonefrica (AGM), que surge logo após o

desenvolvimento do saco vitelino, as células presentes na aorta gônadal

mesonefrica passa a colonizar o fígado fetal e posteriormente alojam-se

definitivamente na medula óssea. Esta transição do saco vitelino até a aorta gônadal

mesonefrica pode ser definida como hematopoese primitiva e o momento que se

aloja na medula óssea é definido como hematopoese definitiva.

O termo hematopoese pode ser definido como a capacidade de gerar células

maduras definitivas através das células primitivas (MCGRATH; PALIS, 2005;

MIKKOLA; ORKIN, 2006; HYTTEL et al., 2009).

Bollerot et al., (2005) relatou que para que a hematopoese definitiva ocorra, a

expressão de Runt-related transcription factor 1 (RUNX-1) é de fundamental

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importância. O gene RUNX1 também conhecido como gene da leucemia mieloid

aguda 1(AML1do inglês: acute myeloid leukemia 1) atua na diferenciação das

células hematopoéticas, assim como na diferenciação de células mieloides e

eritroídes, agem na proliferação e na manutenção das células hematopoéticas e no

desenvolvimento de células T. Também agem na diferenciação de células

granulocíticas, monocíticas e linfoides, e são muito importantes para a maturação de

megacariócitos, assim como na diferenciação de células T e B (ICHIKAWA et al.,

2004). RUNX1 é uma subunidade de fatores de transcrição que se liga ao DNA e é

necessário para a expressão de hematopoiese definitiva e não primitiva (KU et al.,

2012)

Embriões de camundongos deficientes do gene RUNX1 desenvolvem ilhas

sanguíneas no saco vitelino, o fígado destes apresentaram eritrócitos nucleares

primitivos, mas isso na ausência de células mielóides, eritroídes e magacarióides,

mostrando assim um bloqueio da hematopoiese definitiva do embrião, assim pode-

se analisar que o RUNX-1 possui um papel de fundamental importância para a

hematopoiese definitiva (OKUDA et al.,1996; WANG et al., 1996).

O gene RUNX-1 também pode atuar em estágios não definitivos, North et al.,

(1999) utilizaram células endoteliais do saco vitelino, artérias vitelínicas, umbilicais e

aorta dorsal como modelos experimentais e demonstraram a expressão de RUNX-1 ,

em que foi constatado eritrócitos primitivos no saco vitelino, sugerindo que esta

expressão seja em estágios iniciais do desenvolvimento.

Em outro experimento Lacaud et al., (2002) analisou a expressão de RUNX-

1 em corpos embrióides e notou a expressão no início do estágio de

desenvolvimento.

Yoshimoto; Yoder (2009) descreveram o desenvolvimento do embrião de

camundongo com o fator de transcrição Runx-1 que é requerido para a formação de

células tronco hematopoéticas e suas progenitoras. É considerado necessário para a

emergência de grupos de CTH no endotélio hemogênico. Mostraram que dentro do

endotélio, a expressão de Runx1 é essencial para a formação de célula tronco

hematopoéticas e progenitoras por um período de três dias, durante o

desenvolvimento do embrião de camundongo com estágio de desenvolvimento de

8.25 a 11.5 dias.

Após este período as células hematopoéticas são encontradas na região

intraembriônica da aorta gônadal mesonefrica (AGM), que surge logo após o

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desenvolvimento do saco vitelino, as células presentes na aorta gônadal

mesonefrica passa a colonizar o fígado fetal e posteriormente alojam-se

definitivamente na medula óssea. Esta transição do saco vitelino até a aorta gônadal

mesonefrica pode ser definida como hematopoese primitiva e o momento que se

aloja na medula óssea é definido como hematopoese definitiva.

O termo hematopoese pode ser definido como a capacidade de gerar células

maduras definitivas através das células primitivas (MCGRATH; PALIS, 2005;

MIKKOLA; ORKIN, 2006; HYTTEL et al., 2009).

2.5 COMPOSIÇÃO SANGUÍNEA

As células do sangue têm vida curta e são constantemente renovadas pela

proliferação mitótica de células localizadas nos órgãos hemocitopoéticos. As

primeiras células sanguíneas do embrião surgem muito precocemente, no

mesoderma do saco vitelino. Posteriormente, o fígado e o baço funcionam como

órgãos hemocitopoéticos temporários, porém no segundo mês de vida intrauterina a

clavícula já começou a se ossificar e tem inicio da formação de medula óssea

hematógena em seu interior. À medida que a ossificação pré- natal do resto do

esqueleto avança, a medula óssea se torna cada vez mais importante como órgão

hemocitopoético (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Na vida pós-natal, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e

plaquetas se originam a partir de células tronco da medula óssea vermelha.

Conforme o tipo de glóbulo formado, o processo recebe os nomes de eritropoese,

granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Muitos

linfócitos se formam na própria medula óssea, porém existe proliferação destas

células nos órgãos linfáticos, a partir de linfócitos originados da medula óssea. As

células do sangue passam por diversos estágios de diferenciação e maturação na

medula óssea, antes de passarem para o sangue. Admite-se que todas as células

do sangue derivam de um único tipo celular da medula óssea, por isso chamada

célula tronco multipotentes. Estas células proliferam e formam duas linhagens: a das

células linfoides, que formarão os linfócitos, e as células mielóides, que originará os

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eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas. Durante sua diferenciação, os

linfócitos são transportados pelo sangue para os linfonodos, timo, baço e outros

órgãos linfáticos, onde proliferam (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004) (Figura 1).

Os eritrócitos ou hemácias dos mamíferos adultos, são anucleados, contem

grande quantidade de hemoglobina e são as células mais numerosas do sangue.

Nos humanos os eritrócitos são em formato de disco bicôncavo, nos mamíferos

possui uma forma esferoide, nas aves e nos répteis são ovais e nucleados, sua vida

varia de 60 a 120 dias (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; SANAI et al., 2004;

GARCIA-NAVARRO, 2005).

Os granulócitos têm núcleo de forma irregular e mostram no citoplasma

grânulos específicos que aparecem envoltos por membrana. Distinguem-se três

tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. O núcleo dos agranulócitos

tem forma mais regular e o citoplasma não possui granulações específicas. Há dois

tipos de agranulócitos: os linfócitos e os monócitos. Os neutrófilos têm núcleos

formados por dois a cinco lóbulos ligados entre si por finas pontes de cromatina. A

célula muito jovem tem núcleo não segmentado em lóbulos, sendo chamado de

neutrófilos com núcleo em bastonete ou simplesmente bastonete curvo. O neutrófilo

é uma célula em estágio final de diferenciação, realizando uma síntese proteica

muito limitada. Os eosinófilos são muito menos numerosos do que os neutrófilos,

mas em relação ao tamanho são praticamente iguais. Seu núcleo em geral é

bilobulado e possuem grânulos no citoplasma (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Os basófilos tem núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, o

citoplasma é carregado de grânulos maiores do que dos outros granulócitos. O

monócitos são células que após a migração para os tecidos se diferenciam em

macrófagos, possuem células grandes, seu núcleo tem forma irregular e um

citoplasma abundante. Os linfócitos possuem células esféricas, o núcleo acompanha

a forma da célula, seu tempo de vida é muito variável podem viver apenas alguns

dias, como podem viver durante muitos anos, os linfócitos se diferenciam em linfócito

T e linfócito B (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Segundo Gunsilius, Gastl e Petzer (2001) as células sanguíneas podem ser

classificadas em células linfoides (T, B e natural killers) e mielóides (granulócitos,

monócitos, eritrócitos e megacariócitos).

Rodrigues (2003) em sua pesquisa relatou que foram encontrados no sangue

do cordão umbilical de bovinos a presença de células blásticas, células precursoras

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eosinófilas, basófilicas e eritrocíticas e células pertencentes à linhagem

granulócitica: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Também foram observados

linfócitos no sangue do cordão umbilical de bovinos azebuados, esses linfócitos

apresentaram núcleo com forma redonda ou oval, cromatina grosseira e o

citoplasma escasso. Relatou que os linfócitos encontrados eram compatíveis

àqueles já descritos para linfócitos maduros presentes no sangue de mamíferos e

alguns linfócitos apresentaram o núcleo em forma de “trevo de quatro folhas”.

Capone et al. (1964) estudando a caracterização ultraestrutural de células de

bovinos sangue do cordão umbilical, notou que os granulócitos do sangue do

cordão umbilical apresentaram um diâmetro médio de cerca de 5 a 7μm e em

diferentes estágios de maturidade. Os neutrófilos apresentaram um núcleo

segmentado com dois ou três lóbulos com cromatina densa e um diâmetro médio de

3.5μm. Já os eosinófilos apresentaram um diâmetro de cerca de 7μm e mostrar um

núcleo segmentado, com cromatina condensada. Os basófilos também foram

encontrados no sangue do cordão umbilical de bovino, estas células apresentaram

um diâmetro de cerca de 6,4 μm e mostrar um núcleo redondo com cromatina

dispersa e nucléolos excêntrico. Já os linfócitos apresentaram núcleo redondo,

citoplasma com algumas mitocôndrias e inúmeros ribossomos dispersos. Alguns

linfócitos apresentaram o núcleo em forma de “trevo de quatro folhas” igualmente

relatado por Rodrigues (RODRIGUES, 2003).

Junqueira e Carneiro (2004); afirmam que durante a maturação das células de

linhagem eritrocítica ocorrem os seguintes fatores: o volume da célula e o núcleo

diminuem de tamanho, a cromatina torna-se cada vez mais condensada, até que o

núcleo se apresenta picnótico e finalmente são expulsos da célula, os nucléolos

diminuem de tamanho e depois se tornam invisíveis no esfregaço. Há uma

diminuição dos polirribossomos e um aumento de hemoglobina no citoplasma, a

quantidade de mitocôndrias e de outras organelas diminui. De acordo com o grau de

maturação, as células eritrocíticas são chamadas de: proeritroblastos, eritroblastos

basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos, reticulócitos e

hemácias, assemelhando-se ao descrito por Carr, Rodak e Trad (2000).

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36

Figura 1 - Esquema da distribuição das linhagens sanguíneas

1

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Illu_blood_cell_lineage_(pt).png

2.6 CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICA

O termo célula- tronco refere-se a células com habilidade em gerar células-

filhas com características similares à célula- mãe, bem como diferenciar-se em

células especializadas (WENCESLAU et al., 2011).

As células-tronco, também conhecidas por stem cell ou célula mãe foram

descritas pela primeira vez Friedenstein, Gorskajak e Kulagina (1976), os quais

caracterizaram estas células como células-tronco fibroblásticas capazes de formar

colônias. Possuem morfologia fibroblastóide com alta capacidade de replicação e

após estimulo apropriado podem se diferenciar em todos os tipos celulares.

As áreas ligadas à pesquisa em experimentação vêm estudando as células-

tronco há mais de duas décadas. No entanto atualmente que a terapia celular vive

seu momento de máxima visibilidade, pois essa plasticidade torna a célula tronco

uma ferramenta terapêutica promissora, sendo utilizada na tentativa de tratamentos

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de doenças patológicas relacionadas ao homem e aos animais (GROTTO;

NORONHA, 2003; COLOMÉ, 2007; OCARINO, 2008).

O estudo com células tronco embrionárias humanas é permitido no Brasil

desde a aprovação da lei de biossegurança pela Câmara dos Deputados no primeiro

semestre de 2005.

A célula tronco hematopoética é definida como uma célula com grande

capacidade de autorrenovação e potencial proliferativo, o que possibilita a sua

diferenciação em células progenitoras de todas as linhagens sanguíneas e a

reconstituição da população hematopoiética a partir de uma única célula. Constituem

de 0,05% a 0,1% da medula óssea humana e das células hematopoiéticas

circulantes (GROTTO; NORONHA, 2003).

Células tronco hematopoéticas têm a propriedade de diferenciar-se em todos

os elementos do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas), mantendo ao mesmo

tempo, a capacidade de autorrenovação que permite a manutenção de uma

quantidade de células-tronco suficientes para a produção destes elementos

figurados durante toda a vida de um indivíduo. O processo de produção contínua

dos elementos figurados do sangue é chamado de hematopoese, que possui

substituição dos mesmos em um tempo de vida determinado, como exemplo as

hemácias que tem a duração de 120 dias aproximadamente e outros linfócitos, como

os linfócitos T que podem durar por anos, segundo Bittencourt e Rocha (2006).

A hematopoese pode ser primitiva que começa no período embrionário, no

mesoderma do saco vitelino, sendo transitória, gerando apenas os eritrócitos, já a

hematopoese definitiva ocorre logo após a hematopoese primitiva, na região

aorticagonodal- mesonéfrica e gera todos os tipos de células sanguíneas

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; BITTENCOURT; ROCHA, 2006).

A hematopoese ou hemopoese (hemato ou hemo significa sangue, poiesis

significa fazer) é realizada no sistema hematopoético, o qual é constituído por

células tronco hematopoéticas (CTH), células precursoras, células sanguíneas

morfofuncionalmente maduras e tecidos de sustentação da hematopoese

(microambiente hematopoético), localizado nas cavidades medulares de ossos

chatos e longos, baço, fígado, linfonodos e timo. O sistema hematopoético é uma

rede integrada de células que inicia o ciclo contínuo de diferenciação de uma

pequena população de CTH, que são pluripotentes, e que dão origem a todas as

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células heterogêneas funcionais do sangue e do sistema imune, fundamentando a

teoria monofilética da origem do sangue (GASPER, 2000).

Por obter esta certa plasticidade tem se realizado muitos estudos sobre

células- tronco. Em cães a presença de células-tronco hematopoiéticas tem sido

observada na medula óssea (BRUNO et al., 1999; BRUNO et al., 2001) e no sangue

do cordão umbilical (NAKAGE; SANTANA, 2006).

Nakage e Santana (2006) analisaram em sua pesquisa a célula

hematopoética em cães e concluíram que a capacidade de reconstituição

hematopoética e a plasticidade das células-tronco permitem o emprego do modelo

canino em várias propostas científicas e terapêuticas, pois propiciam informações

pré-clínicas ao homem.

Em particular o conhecimento sobre células tronco evoluíram, tanto na

capacidade de expansão quanto na diferenciação (HERZOG; CHAI; KRAUSE, 2003;

ALVES; CARRONDO; CRUZ, 2007). Estudos iniciais em primatas e humanos

estabeleceram que as CTH estão presentes no sangue periférico, parênquima

hepático do embrião, medula óssea e sangue do cordão umbilical (BROXMEYER et

al., 1989; GLUCKMAN et al., 1989; SIENA et al., 1989; FORRESTER et al., 1991;

BROXMEYER et al., 1992; SCHOTS et al., 1996; ARMITAGE et al., 1997;

ABONOUR et al., 1998; KESSINGER; SHARP, 1998; PEREZ-SIMON et al., 1998) .

Muitas técnicas têm sido utilizadas para confirmar se as células tem potencialidade

tronco, uma das principais técnicas utilizadas é a citometria de fluxo em que os

principais marcadores de células tronco hematopoéticas são: CD34, CD45, c-kit e

CD90 para células embrionárias, e marcadores para células maduras do sangue

como CD3, CD14 e CD62 L.

O CD3 é um marcador formado por quatro cadeias distintas, essas moléculas

se associam como uma molécula chamada de receptor de células T, que leva a

ativação dos linfócitos T. O marcador CD14 (aglomerado de diferenciação 14) é

expresso por macrófagos, também expresso em células dendríticas. E CD62L (L-

selectin) é uma molécula de adesão celular encontrada em linfócitos, normalmente

linfócito T e monócitos (MCKINNEY-FREEMAN et al., 2009).

O antígeno CD34 (Cluster of Differentiation 34) é uma glicoproteína de

transmembrana que é expresso em todas as células de progenitores

hematopoéticos, também em células endoteliais, fibroblastos e células do sistema

nervoso. Está presente na membrana celular e é responsável pela adesão celular é

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tendo um importante papel como marcador de fenótipo (SUTHERLAND; STEWART;

KEATING, 1993).

O CD117 (Mast stem cell growth factor receptor) é um marcador que esta

associado com uma CTH mais progenitora é, que representa o homólogo humano

das glicoproteínas transmembrana prominina 5 (PROML 1) de camundongos, é um

receptor de citocina expresso na superfície de células tronco hematopoéticas,

desempenha um papel importante no desenvolvimento hematopoético (MIETTINEN;

LASOTA, 2005; NARDI; ALFONSO, 2006).

O marcador CD45 (protein tyrosine phosphatase) é expressa em todas as

linhagens hematopoéticas, exceto eritrócitos maduros e plaquetas (SASAKI;

SASAKI-IRIE; PENNINGER, 2001). Bollerot, Pouget e Jaffredo (2005) relataram que

o hemangioblasto expressa o gene CD45 para células tronco hematopoéticas.

CD90 é expresso em células tronco hematopoéticas, nas células

mesenquimais, células mielóides, células natural killer e eritrócitos (OLIVEIRA, 2006;

COVAS, 2007).

McKinney-Freeman et al. (2009) que analisaram marcadores de células

tronco hematopoiéticas em fígado, placenta, medula óssea, e aorta gônadal (AGM)

de murinos e após compararam com células tronco embrionárias diferenciadas in

vitro. Relataram que as células mais primitivas expressaram CD34 e perderam a

expressão de CD45. Já as células mais maduras apresentaram a expressão de

CD45 e perderam a expressão de CD34.

Segundo Tárnok, Ulrich e Bocsi (2010) relataram a marcação de CD45 e c-kit

para as espécies murina e humana. Em humanos relatou marcação positiva em

fígado e medula óssea para ambos. O marcador CD117 (c-kit) teve marcação

positiva para medula óssea de murinos, já o CD45 foi positivo para os dois.

Yamasaki et al., (2011) caracterizou a população de células tronco

hematopoéticas do saco vitelino de embriões de ratos, através da expressão dos

marcadores CD45 e c- kit (CD117). As idades gestacionais foram aferidas através do

Crown rump de 9,5 a 14,5 cm. Notou-se alta expressão de CD117 e baixa expressão

de CD45 e nesta idade estas células mostraram capazes de formar colônias.

As CTH possuem maior potencial proliferativo para o transplante, seguidas

das células do cordão umbilical, medula óssea do adulto e sangue periférico, isso

em estudos realizados em humanos por Lansdorp (1995); Rebel et al. (1996);

Mayani e Lansdorp (1998); Verfaillie (2002).

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40

A CTH tem origem mesenquimal e, durante o período de vida intrauterino,

está presente no saco vitelino embrionário e, posteriormente, desloca-se por via

hematógena para o fígado, baço, linfonodos e timo fetal. Na metade do período de

vida intrauterino, a hematopoese passa a ocorrer na medula óssea, que se torna o

principal sítio hematopoético no final da gestação até a vida adulta (JAIN, 1986).

As CTH são as únicas células do sistema hematopoético que exibem

potencial proliferativo extensivo e capacidade de se diferenciar em todas as células

do sistema linfo-hematopoético continuamente até a morte (GASPER, 2000;

HERZOG; CHAI; KRAUSE, 2003).

Gasper (2000) relata que a maioria das CTH está na fase de repouso (G0) do

ciclo celular e há pouca atividade mitótica no compartimento das células-tronco, no

qual ocorre a autorrenovação das referidas células e a manutenção da hematopoese

pela proliferação clônica. Morfologicamente, as CTH assemelham-se aos pequenos

linfócitos, tendo alta razão núcleo-citoplasma, nucléolo proeminente e citoplasma

basofílico destituído de grânulos. Estudos realizados demonstraram a utilização do

sangue do cordão umbilical como fonte de células progenitoras hematopoéticas,

sendo assim utilizadas na reconstituição da hematopoiese em pacientes, após

tratamento envolvendo radioterapia e a quimioterapia (BURGIO; GLUCKMAN;

LOCATELLI, 2003). Com o sucesso deste estudo, conta-se que mais de 2.000

transplantes estão sendo realizados, e que existam mais de 70.000 unidades

congeladas de células progenitoras hematopoiéticas disponíveis para o uso.

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3 OBJETIVOS

Caracterizar as células tronco hematopoiéticas do saco vitelino de bovinos em

diferentes idades gestacionais.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar o melhor estágio de desenvolvimento dos embriões e fetos

bovinos para coleta de células hematopoéticas do saco vitelino;

- Isolar e identificar as células hematopoéticas do saco vitelino em diferentes

períodos gestacionais;

- Testar diferentes métodos de cultivo e estabelecer o meio de cultivo ideal;

- Padronizar as linhagens de células-tronco não aderentes e averiguar o

potencial celular e a replicação das células do saco vitelino;

- Testar a capacidade de formação de colônias;

- Testar o congelamento e descongelamento das células obtidas no cultivo;

- Caracterizar morfologicamente as células hematopoiéticas do saco vitelino,

através da microscopia eletrônica de transmissão e analise citológica;

- Analise das células não aderentes em diferentes períodos de 25 a 50 dias

de gestação através da citometria de fluxo;

- Analise da Expressão Gênica.

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4 MATERIAL E MÉTODO

Os procedimentos foram subdividos em:

4.1 LABORATÓRIOS

O presente estudo foi o realizado no setor de Anatomia dos Animais

Domésticos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade

de São Paulo – Pirassununga.

4.2 COLETA DO MATERIAL E PROCEDIMENTOS

A coleta foi realizada em frigorifico local, onde foram coletados 83 úteros de

vacas prenhas foram coletados. Após a coleta o útero foi incisado na região da

curvatura maior do corno gravídico para a exposição e coleta do saco vitelino Com o

auxílio de uma lupa estereomicroscópica Zeiss, os embriões foram analisados e

medidos (Crown Rump - CR) segundo a metodologia determinada por Evans e Sack

(1973) e Assis Neto et al. (2010) . Com o auxilio de um paquímetro o embrião foi

mensurado da distancia da cabeça até a ultima vértebra sacral (ASSIS NETO et al.,

2010) este foi fotografado com câmara digital Sony Mavica 3.2 MP, e após a analise

macroscópica o saco vitelino foi dissecado. Para a descrição da análise

macroscópica e cultivo celular das células do saco vitelino, os embriões bovinos

foram divididos em grupos I, II III, IV e V (Tabela 1), através do CR e idade estimada

baseada nos trabalhos de Evans e Sack (1973) e Assis Neto et al. (2010).

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Tabela 1 - Dados relacionados aos grupos de embriões, Crown Rump Bovino (cm) e idade embrionária aproximada.

Adaptado da tabela de Assis Neto et. al (2010).

4.3 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO

As células tronco hematopoéticas do saco vitelino foram centrifugadas e o

pellet foram imersos em solução de glutaraldeído a 2,5% para a fixação e inclusão

em Agar. Após a fixação, as células foram lavadas em solução de PBS por duas

vezes de 5 minutos a 1000 rpm, pós-fixadas em tetróxido de ósmio (osmium

tetroxide 4% w/w solution in Water, Polyscience, Inc. USA), overnight, lavados em

solução salina e imersos em acetato de uranila (Polyscience, Inc. USA) overnight.

As células foram lavadas novamente e desidratadas em concentrações

crescentes de acetona (30 a 100%). No qual permaneceram por 1 hora, sob

agitação na mistura de 3:1 de acetona e resina (Araldite resin, grade 502,

Polyscience, Inc. USA + DDSA, Polyscience, Inc. USA + DMP-30, Polyscience, Inc.

USA), por 1 hora na mistura de 1:1 de acetona e resina e por mais 1 hora na resina

pura.

As células foram colocadas em moldes de silicone, contendo resina pura, e na

estufa a 60° C, por 72 horas, para ocorrer a polimerização da resina. Para a

localização das áreas adequadas, os blocos contendo as amostras foram cortados

em um ultramicrótomo. Cortes semifinos de 1 m de espessura foram obtidos e

corados a quente com uma solução aquosa de borato de sódio 1% em água

destilada, contendo 0,25 % de azul de Toluidina para observação ao microscópio de

Grupos

embriões

Crown Rump (Cm) Idade Embrionária

(dias)

Numero de embriões

coletados

GRUPO I 0,3 cm a 0,9 cm 25 a 29 dias 15

GRUPO II 1,0 cm a 1,4 cm 30 a 34 dias 13

GRUPO III 1,5 cm a 2,0 cm 35 a 39 dias 20

GRUPO IV 2,1 cm a 2,5 cm 40 a 44 dias 15

GRUPO V 2,6 cm a 3,1 cm 45 a 50 dias 20

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luz. Os cortes ultrafinos de cerca de 60 nm de espessura foram colhidos em telas de

cobre e constratados pelo acetado de uranila 2% em água destilada por 5 minutos e

pelo citrato de chumbo 0,5% em água destilada durante 10 minutos. As observações

e eletromicrografias sub-celulares foram realizadas no microscópio eletrônico ZEISS

EM-94S2 e JEOL CX-II-100.

4.4 CULTIVO CELULAR

4.4.1 Padronização do cultivo de células do saco vitelino

As membranas placentárias foram separadas e o saco vitelino isolado e

acondicionado separadamente em placas de Petri. O saco vitelino foi lavado varias

vezes em solução de PBS-L com antibiótico a 5% e em seguida macerado

manualmente (fragmentação mecânica), com auxílio de uma lâmina de bisturi até a

obtenção de um homogeneizado dos fragmentos de tecidos, em torno de 3mm de

diâmetro.

Os fragmentos do saco vitelino foram submetidos ao processo de digestão

enzimática com Colagenase IV 0,5% (Sigma) por 1 hora até a obtenção de

suspensão celular, sendo posteriormente inativada com meio de cultura.

Após a digestão as células foram colocadas em meio de cultura Stem Pro®-

34 SFM (Serum Free Medium- Life Technologies) no qual contém as citocinas

necessárias para o crescimento de células-tronco hematopoéticas.

As células foram colocadas em placas de 24 poços em incubadora de 37o C

com umidade relativa próxima de 80% e atmosfera gasosa de 5°C de CO2.

4.4.2 Ensaio de formação de colônias

Para determinação da eficiência da formação de colônias as células foram

cultivadas durante 2 dias em meio StemPro®-34 SFM (Serum free medium) e

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colocadas em matriz de Metilcelulose® (MethoCult H4434) por um período de 14

dias. O protocolo utilizado foi adaptado por Pessolato (2011) para células humanas

que corresponde a um valor numérico de 10-50 BFU-E por 105 células plaqueadas,

após este período em cultura as colônias foram analisadas e coradas com Cristal

Violeta.

4.4.3 Criopreservação

A cultura de células provenientes do cultivo do saco vitelino contendo 1x104

foi centrifugada e o “pellet” celular ressuspendido em meio de congelamento

composto por 70% de Meio Stem Pro®-34 SFM (serum free medium), suplementado

com 20% de SFB, 10% de DMSO e 1% estreptomicina/penicilina. Este foi distribuído

em criotubos (1 ml para cada criotubo) posteriormente transferidos para o aparelho

Mister Frost (Nalgen) e mantidos em freezer -80°C overnight. Após 24 horas os

criotubos foram acondicionados em nitrogênio líquido, onde permaneceram

armazenados em temperatura de -196ºC para posterior utilização.

Os criotubos foram retirados cuidadosamente do tambor de nitrogênio líquido,

e descongelados em banho Maria à temperatura de 37°C. Em seguida as células

foram transferidas para tubos tipo Falcon e adicionados meio de cultivo Stem Pro®

34 SFM (Serum Free Medium). As amostras foram centrifugadas a 10000 rpm por 5

minutos, o sobrenadante descartado, o “pellet” ressuspendido em 2 ml de meio de

cultivo, e consequentemente transferido com o meio para as placas de cultivo

acondicionadas em estufa a 37,0o C.

Após 24 horas as placas foram retiradas da estufa, estas foram fotografadas

para analise morfológica. A viabilidade celular foi determinada mediante a contagem

de células vivas versus células mortas na câmara de Neubauer com o corante

Tripan Blue.

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46

4.5 ANALISE CITOLÓGICA

Para analise citológica as células do saco vitelino de embriões bovino com

idade gestacional estimada de 35 dias foram cultivadas por 4 dias e após este

período, centrifugadas com 1ml de meio especifico Stem Pro® 34 SFM (Serum Free

Medium) sendo que 10µl destas suspensão foram espalhadas em lamina histológica

e colocadas para secar em temperatura ambiente por 10 minutos. Após a secagem

as laminas foram coradas por Panótico Rápido, sendo submersas nas soluções de

Triarilmetano, Xantenos e Tiazina, 5 segundos em cada solução e posteriormente

lavadas em água corrente. As lâminas foram analisadas e descritas.

4.6 CARACTERIZAÇÃO IMUNOFENOTÍPICA DAS CÉLULAS DO SACO VITELINO

POR CITOMETRIA DE FLUXO

Células em suspensão provenientes do saco vitelino de todos os grupos de

idades gestacionais (I, II, III, IV e V) foram cultivadas por 5 e 15 dias em meio Stem

Pro® 34 SFM, após este período as células foram centrifugadas e ressuspendidas

em meio Stem Pro® 34 SFM e posteriormente 105 células foram distribuídas em

tubos para citometria de fluxo para cada um dos marcadores a serem analisados

(Tabela 2). Em cada tubo foi colocado 1 mL de tampão FACS [DBPS (Dubelco´s

Phosphate Buffer Solution) contendo 0,1% de BSA, centrifugadas 600 x g por 8

minutos para lavagem. As células foram incubadas com o anticorpo primário (diluído

a 1:100) para análise da expressão de cada uma das populações de células do

sistema imune de acordo com tabela 2 por 30 minutos a temperatura ambiente.

Após a incubação as células foram lavadas uma vez com 1 mL tampão FACS para a

retirada do excesso de anticorpo e incubadas com anticorpo secundário (diluído a

1:300) por 30 min. As células foram lavadas com tampão FACS e fixadas com

solução 4% de paraformaldeído tamponado. As amostras foram analisadas

utilizando FACSAria (BD) a analise foi realizada no programa FCS Express V4

(DeNovo software). As populações foram estimadas pela porcentagem das células

expressando cada um de marcadores em relação ao total de células adquiridas.

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47

Para realizar este procedimento foram utilizados um painel de 7 anticorpos (Tabela2)

e 2 anticorpos secundários (Tabela 3).

Tabela 2 – Especificação dos anticorpos utilizados, para a caracterização das células hematopoéticas

do saco vitelino de embriões bovinos

Tabela 3 – Anticorpos secundários utilizados para caracterização das células hematopoéticas do saco

vitelino de embriões bovinos

4.7 EXPRESSÃO GÊNICA

4.7.1 Extração

O RNA total foi extraído utilizando-se o kit TRIzol (Invitrogen), tratado com

DNase I (Invitrogen), a concentração de RNA total celular foi determinada através da

utilização do espectrofotômetro Nanodrop 1000 (Thermo Scientific, Waltham, MA) e

Anticorpo Host Imunoglobulina Mono/poli Fabricante

CD3 Mouse (IgG1) Monoclonal VMRD (MM1-A)

CD14 Mouse (IgG) Monoclonal VMRD (MM-61A)

CD62L Mouse (IgG) Monoclonal VMRD (BAQ-92ª)

CD45 Mouse (IgG2a) Monoclonal Santa Cruz

CD34 Goat (IgG) Policlonal Santa Cruz (SC-7045)

CD90 Goat (IgG) Policlonal Santa Cruz (SC-6071)

CD117 Human (IgG1) Monoclonal Chemicon (MAB1162)

Anticorpo Secundário Espécie Empresa (Código)

Anti-mouse IgG- Diluição 1:300 Goat Dako FITC (F0474)

Anti-goat IgG- Diluição 1:300 Rabbit Invitrogen (A11075)

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48

integridade determinada pela Agilent 2100 Bioanalyzer 6000 Pico LabChip kit

(Agilent Technologies, Santa Clara, Califórnia, EUA) . O RNA extraído foi

armazenado a -80 °C até o momento da análise.

4.7.2 Preparação do RNA total para amplificação e PCR quantitativo em

tempo real

Após a extração do RNA este foi convertido em cDNA com o kit Enzima

Trascriptase reversa superscript III (Invitrogen), segundo recomendações do

fabricante. A amplificação do cDNA foi realizada utilizando-se os seguintes pares

de primers desenhados para os transcritos GATA-3, RUNX-1, ANXA-5 e GAPDH,

(Tabela 4). As reações de PCR em tempo real foram realizadas no termociclador

ABI-7500 utilizando-se o kit SYBR Green Master Mix (Applied Biosystems). Todos

os genes considerados para uma dada amostra foram amplificados numa mesma

placa de PCR. Previamente ao início das análises, as condições de amplificação

(e.g. concentração de primer, temperatura de anelamento etc) foram testadas para

se definir o melhor padrão de reação. Os valores de expressão gênica foram

expressos em relação à expressão do gene endógeno GAPDH. Os dados foram

analisados utilizando-se o programa SDS v. 2.3 (Applied Biosystems) de acordo

com as especificações do fabricante.

Os testes de normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias

foram realizados para cada variável. Todas as analises foram feitas por ANOVA

utilizando o procedimento GLIMMIX de SAS versão 9.2 (SAS/STAT, SAS Institute

Inc., Cary, PROC GLM (GENERAL MIXED MODELS) metodo least square

means. O nível de significância considerado foi de P < 0,05.

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49

Tabela 3 – Sequência dos primers sintetizados

Genes Forward Reverse

GAPDH (cow) 5’- TCACCAGGGCTGCTTTTAAT -3’ 5’- CAGCCTTCTCCATGGTAGTGA-3’

RUNX-1 (cow) 5’- ACAGCCCCAACTTCCTCTGCTC -3’ 5’- GTTTGTGAAGACGGTGATGGTCAG -3’

GATA -3 (cow) 5’- TTAACATCGACGGTCAAGGCAAC-3’ 5’- AGAGGTGTGGGCTGGAGTGC -3’

ANXA-5 (cow) 5’- CTGACTTCCCTGGATTCGATGAG 3’ 5’- GCATGCTTCAGTTCATAGGCATCA-3’

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50

5 RESULTADOS

5.1 ANÁLISE MACROSCÓPICA

Em embriões bovinos o saco vitelino se desenvolve até o dia 30 de gestação

e torna-se macroscopicamente visível até o dia 50 de gestação. Pode-se notar que

o saco vitelino esta localizado na cavidade exocelômica, possui uma porção central

que é em formato de saco com duas extremidades, próximo ao cordão umbilical e

está em conexão com o intestino primitivo (Figura 2A).

No inicio do desenvolvimento do embrião no mesoderma aparecem às

primeiras células sanguíneas, onde são formadas as ilhas vasculares, que após

são colonizadas pelos hemangioblastos (Figura 2B).

Pudemos observar no grupo I (25 a 29 dias) com CR de 0,3 a 0,9 cm, que o

saco vitelino estava localizado na região ventral do embrião em formato de saco e

podem-se notar as ilhas vasculares (Figura 2C).

As características do saco vitelino nos grupos I (25 a 29 dias de gestação), II

(29 a 34 dias) e III (35 a 40 dias de gestação) são semelhantes em que se pode

observar o saco vitelino como uma estrutura grande em forma de saco partindo da

porção ventral do embrião e dividindo-se em duas partes alongadas (Figura 3C-F e

Figura 3A e B).

Os grupos IV e V (45 a 50 dias) com CR 2,6 a 3,5 cm (centímetros) além de

obter as mesmas características citadas anteriormente, nesta fase ocorrem à

involução do saco vitelino, observamos que o saco vitelino se apresenta mais

compacto e não tão próximo da região ventral do embrião (Figura 3C- G).

O saco vitelino após o período de 50 dias começa a entrar em processo de

involução e em seguida degeneração, em bovinos o saco vitelino é funcional ate 50

dias.

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51

Figura 2 – Desenhos esquemáticos e fotografias de saco vitelino de embriões bovino, dos grupos I e II

Legenda: A, representação esquemática do saco vitelino, notar a região central do saco vitelino (Svc),

suas extremidades (Sve) e a conexão com o intestino primitivo (Ip); B, esquema e uma ilha sanguíneas (Iv), observar as camadas que formam o saco vitelino, endoderma (seta grossa), mesênquima (M) e mesotélio (seta fina); Em C, embrião do grupo I (25 a 29 dias), observar o embrião (e) e a disposição do saco vitelino (Sv) na região ventral do embrião; D extremidades do saco vitelino (Sv) com ilhas sanguíneas (setas); E e F embrião grupo II (30 a 34 dias), notar a porção central (Svc) e extremidades (Sve) do saco vitelino.

A B

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52

Figura 3 – Fotografia do desenvolvimento externo de embriões bovinos dos grupos (III, IV e V).

Legenda: Em A e B embrião grupo III (35 a 39 dias), em A, notar o saco vitelino na região ventral do embrião (Sv); B, observar o saco vitelino em conexão com intestino primitivo (Ip), mostrando a porção central do saco vitelino (Svc) e extremidades (Sve); C e D, embrião grupo IV ( 40 a 44 dias), notar o saco vitelino (Sv) e pontilhado o cordão umbilical ; E, embrião grupo V (45 a 50 dias), saco vitelino porção central (Svc)e as extremidades alongadas (Sve); Em F e G, embrião grupo V observar as extremidades (Sve) do saco vitelino e a porção central em conexão com intestino primitivo (Ip) ; G, observar a porção central (Svc) em formato de) e pontilhados mostrando as extremidades (Sve).

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5.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO

A análise das células não aderentes por microscopia eletrônica de

transmissão foi realizada em células provenientes do saco vitelino de embriões

bovinos dos grupos de idade gestacional (I, II e III), esses grupos foram

selecionados devida a sua estabilidade em cultura, estes foram cultivados por 5 dias

e após o pellet dessas células foi incluído para analise.

Foram encontradas diversas populações celulares (Figura 4A-C), porém

predominou uma população composta por células com núcleos grandes, irregulares

e alongados, presença de nucléolos e citoplasma bem definido (Figura 4D). No

citoplasma foram encontradas diversas mitocôndrias alongadas e dispersas, retículo

endoplasmático rugoso, complexo de Golgi bem desenvolvido, estruturas com

características de desmossomos, projeções citoplasmáticas e na membrana pode-se

observar prolongamentos de membrana (Figura 4 E- G).

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Figura 4 – Fotomicrografia e Eletromicrografia de Transmissão das células não aderentes do saco vitelino

Legenda: Em A e B fotomicrografias, observar em A vista panorâmica do corte semifino; B notar núcleo das células (setas). Em C-G eletromicrografias de transmissão, notar em C núcleos das células (setas); D, detalhe de uma célula, mostrando o núcleo grande e formato irregular (N), núcleolo (Nu), mitocôndrias (m), complexo de Golgi (G) e projeções citoplasmáticas (seta); E, citoplasma contendo mitocôndrias (m), complexo de Golgi bem definido (seta), núcleo (N) e nucléolo (Nu); F, citoplasma com mitocôndrias dispersas (m), reticulo endoplasmático rugoso (*), estrutura com característica de desmossomos (seta grossa); G, notar prolongamentos de membrana (setas), núcleolo (Nu) e núcleo (N).

N

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55

5.3 CULTIVO CELULAR

5.3.1 Estabelecimento do meio de cultivo celular específico e cultivo primário

das células não aderentes do saco vitelino

As células provenientes do saco vitelino dos grupos (I, II,III, IV e V) foram

plaqueadas. Estas células foram mantidas em cultivo por 24 horas, seguida por troca

de meio, através da retirada e reposição de 1 ml do meio nas placas de cultura.

5.3.2 Grupo I (25 a 29 dias)

As células do grupo I se manteve viáveis por 30 dias em cultivo. Com 24

horas de cultivo observaram-se células flutuantes pequenas com formato circular

(Figura 5A), após 48/72 horas foram encontradas inúmeras células flutuantes e

aglomerados celulares (Figura 5B). No período de 4 a 10 dias estas células se

multiplicaram formando grandes aglomerados em forma de cachos ou colônias

(Figura 5C e D). Com 15 a 25 dias as células se mantiveram flutuantes e os

aglomerados celulares diminuíram de tamanho devido ao tempo em que essas

células se encontravam em cultura (Figura 5 E e F).

As células permaneceram em cultivo por 30 dias, e após este período as

células apresentaram-se com sugestiva morte celular, pois observou-se o tamanho

reduzido das mesmas, membrana irregular e núcleo picnotico.

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Figura 5 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos (aproximadamente 25 a 29 dias de gestação).

Legenda: Em A, células cultivadas por 24 horas, notar células pequenas flutuantes com formato circular

(setas); B, células com 48/72 horas em cultivo observar grande aglomerado celular; C e D, células no período de 4 a 10 dias em cultura, notar alta confluência e grande quantidade de aglomerados celular em suspensão; E e F, células cultivadas no período de 15 a 25 dias;notar em E, a diversificação celular; F, grande aglomerado celular. 20X; 40X.

5.3.3 Grupo II (30 a 34 dias)

Este grupo permaneceu com células viáveis durante 22 dias em cultura. Com

24 horas em cultivo, as células apresentaram diversidade de tipos celulares (Figura

6A) e células com características de hemácias (Figura 6B), como o saco vitelino

possui uma diversidade de tipos celulares quanto células aderentes, como células

não aderentes, após 48/72 dentre as células flutuantes pudemos observar células

com características mesenquimais (Figura 6C). As células mantiveram um alto

potencial proliferativo (Figura 6D), no período de 4 a 15 dias, pode-se evidenciar

uma grande quantidade de aglomerados celulares (Figura 5E-G), e com 22 dias os

D

E

E F

C B

D

C B A

D E

E

F

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aglomerados celulares e o numero de células diminuiu e as células apresentaram

morfologia sugestiva de morte celular.

Figura 6 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos (30 a 34 dias).

Legenda: Em A, células com 24 horas em cultivo, diversidade de tipos celulares; B, células com características de hemácias; C, células com 48/72 horas células aderentes com características mesenquimal; D, alta confluência formando aglomerados celulares; E, F e G, células 4 a 15 dias em cultivo, notar vários aglomerados celulares.10X; 20X; 40X.

A

B A C

D E F

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58

5.3.4 Grupo III (35 a 39 dias de gestação)

Este grupo permaneceu 20 dias em cultura sendo que com 24 horas em

cultivo, apresentaram vários tipos celulares (Figura 7A), 48/72 horas observou-se

algumas células grandes com formato arredondado e outras com características de

hemácias (Figura 7B) e aos 4 dias de cultivo notou-se a formação de aglomerados

celulares (Figura 7C). No período de 8 dias, pudemos evidenciar maior quantidade

de células (Figura 7D), com 20 dias em cultivo essas células apresentaram sugestiva

morte celular, pois as células reduziram seus tamanhos.

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59

Figura 7 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(aproximadamente com 35 a 39 dias de gestação).

Legenda: Em A as células cultivadas por 24 horas, observar a variedade de tipos celulares; B, células cultivadas por 48//72 horas notar células com formato arredondado e algumas com características de hemácias; C, células no período de 4 dias observar formação de aglomerados celulares; D, células com 8 dias em cultivo, notar maior proliferação celular. 20x; 40X.

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5.3.5 Grupo IV (40 a 44 dias de gestação)

Este grupo permaneceu 15 dias em cultura. Após 24 horas em cultivo as

células não aderentes se apresentaram em grande quantidade (Figura 8A), 48/72

horas notou-se maior quantidade de células (Figura 8B e 8C). Com 8 dias em cultura

notamos dentre as células não aderentes do saco vitelino a formação de células

aderentes com características mesenquimais (Figura 8D). Após 15 dias em cultura

observa-se que as células diminuem de tamanho e perdem suas características

morfológicas encontradas anteriormente, apresentando sugestiva morte celular.

Figura 8 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos (40 a 44

dias)

Legenda: Em A, observar a população de células não aderentes; B e C, diversidade celular, hemácias (seta); D,células com características mesenquimais (seta) e células não aderentes 20X; 40X.

A B

C D

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5.3.6 Grupo V (45 a 50 dias de gestação)

Com 24/72 horas pode-se evidenciar células em suspensão em grande

quantidade, semelhantes as encontradas nos outros grupos. No período de 4 a 8

dias em cultura pode-se evidenciar células com características de hemácias. Com 10

dias em cultivo as células diminuíram de tamanho, estas células permaneceram em

cultura por 15 dias. Após este período as características destas sugerem morte

celular, pois estas apresentavam-se em menor quantidade. Este grupo não foi

observado quanto a formação de aglomerados celulares (Figura 9).

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62

Figura 9 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos (45 a 50 dias).

Legenda: Em A, células cultivadas por 48/72 horas notar células em suspensão em grande

quantidade; B, células cultivadas por 4 dias notar células com características de hemácias (seta); C, células cultivadas por 8 dias células diminuem de tamanho; D, células cultivadas por 15 dias características de possível morte celular. 20X; 40X.

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5.4 ENSAIO DE FORMAÇÃO DE COLÔNIA

As células foram plaqueadas em Metilcelulose com 2 dias antes do

plaqueamento as células apresentaram-se com formato arredondado (Figura 10 A),

e algumas com formato fibroblastóides (Figura 10 B) e com 5 dias após o

plaqueamento pode-se observar pequenas colônias individuais (Figura 10C e 10D).

Com 14 dias em cultivo estas colônias cresceram e permaneceram na placa e assim

pudemos testar a coloração de cristal violeta, na qual somente as células vivas

foram coradas (Figura 10 E e F).

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Figura 10 – Ensaio Potencial de Formação de Colônia em Metilcelulose.

Legenda : Em A células com 2 dias em cultura antes do plaqueamento em Metilcelulose; B célula

aderente com formato fibroblastóide; C aglomerado celular em formato de colônias; D formação de colônia; E e F colônias de células coradas com Cristal Violeta.

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5.5 CRIOPRESERVAÇÃO

A manutenção da viabilidade da célula submetida ao processo de

criopreservação depende basicamente de sua capacidade de resistir a dois tipos de

lesão: a desidratação e o dano mecânico decorrente da formação de cristais de gelo

no seu interior. A viabilidade celular foi de 100%, utilizando o corante Tripan Blue.

Após o descongelamento as células mantiveram as mesmas características

morfológicas (Figura 11).

Figura 11 – Teste de viabilidade celular.

Legenda: Em A células cultivadas por 4 dias antes do congelamento; B, células com 72 horas após

descongelamento, notar em A e B que as características morfológicas se das células não aderentes do saco vitelino se mantiveram. 20X

A B

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5.6 ANALISE CITOLÓGICA (PANÓTICO RÁPIDO)

Foi realizada a analise citologia dos grupos (I, II, III), as células utilizadas

estavam em cultura por 15 dias. O panótico rapido revelou que a cultura possuía

vários tipos de células com morfologia semelhante a células brancas do sangue, tais

como: monócitos, linfócitos, basófilos e células com morfologia de células-tronco

caracterizada pela presença de núcleo grande com cromatina e citoplasma pequeno

(Figura 12A). As células com caracteristicas de linfocitos apresentaram-se

caracteristicas de citoplasma escasso e nucleo escuro (Figura 12B- D). Já os

monocitos apresentaram núcleos ovoide e grande, cromatina condensada e

citoplasma escasso (Figura 12D).

Com isso o panótico rápido indicou que essas células quando mantidas muito

tempo em cultura podem se diferenciarem, já que com 15 dias apareceram células

com características de linfócitos, monócitos e células com característica

progenitoras.

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Figura 12 – Fotomicrografia das células não aderentes do saco vitelino de embriões bovinos

(aproximadamente 25 a 34 dias de gestação - Grupo I e II).

Legenda: Em A notar células semelhantes a célula tronco, pela presença de núcleo grande e cromatina e citoplasma pequeno; B e C, células semelhantes à linfócitos, observar o núcleo escuro e esférico com citoplasma escasso. D, notar linfócitos (seta fina) e monócitos com núcleo ovoide, citoplasma escasso e cromatina condensada (seta grossa) 40x.

C D

B A

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5.7 CITOMETRIA DE FLUXO

Os animais foram divididos em grupos de idade gestacional (I, II, III, IV e V) as

células foram cultivadas e analisadas por citometria de fluxo com 5 e 15 dias em

cultura, utilizando um painel de 7 anticorpos: CD3, CD14, CD62L, CD45, CD34,

CD90 e CD117 (c-kit), para analise da expressão (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5- Dados relacionados a expressão dos anticorpos para os grupos cultivados por 5 dias

Tabela 6- Dados relacionados a expressão dos anticorpos para os grupos cultivados por 15 dias.

Pudemos observar que os grupos I, II (figura 14) e III (figura 16) através das

analise por citometria de fluxo tiveram características semelhantes, pois teve a

expressão significativa de marcadores hematopoéticos, mas em contrapartida

aumentou os marcadores de células maduras do sangue (CD3, CD14 e CD62L)

como linfócitos e monócitos. A expressão de marcadores hematopoéticos pode estar

Grupos

embriões

CD3

CD62L

CD14

CD117

CD45

CD34

CD90

GRUPO I 0 9,4 0,9 0,4 2,9 1,8 10,8

GRUPO III 19,1 11,9 12,1 12,1 6,2 9,5 0,2

GRUPO IV 18,5 8,3 62,8 62,8 7,6 81,4 0,3

GRUPO V 7,9 7,3 38,1 38,1 16,9 19,6 0,1

Grupos

embriões

CD3

CD62L

CD14

CD117

CD45

CD34

CD90

GRUPO I 42,8 35 35,2 36 32,1 52,7 46

GRUPO III 35,1 19,8 22,5 31, 3 7,9 84,7 59,9

GRUPO IV 52,3 30,7 39,8 54,1 19,3 1,8 10,8

GRUPO V 48,2 29,7 35,6 0,2 34,2 1,7 8,9

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relacionada à idade embrionária, já que os embriões destes grupos são mais jovens

e o saco vitelino possui maior funcionalidade.

No grupo IV (Figura 18) e V (Figura 20) também ocorreu um aumento da

expressão das proteínas com o tempo em cultura, mas ocorreu uma diminuição da

expressão da proteína de marcadores específicos de célula tronco hematopoética

como CD34 e CD117. E o marcador CD45 que é especialmente referente a

leucócitos apresentou-se em alta no grupo V, mostrando que estas células podem

não estar mais indiferenciadas. Este ocorrido pode estar relacionado à idade

embrionária, pois como relatado anteriormente quanto maior o embrião o saco

vitelino vai perdendo sua funcionalidade.

Figura 13 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo I (25 a 29 dias) e grupo II (30 a

34 dias), células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura.

Legenda: Marcação positiva dos marcadores específicos de células tronco hematopoéticas (CD117, CD45, CD34 e CD90). Em contra partida, revelaram alta expressão para marcadores de superfície como linfócitos (CD3), monócitos (CD14, CD62L).

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70

Figura 14 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do grupo I e grupo II (25 a 34 dias).

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71

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Por

cent

agem

de

célu

las

posi

tiva

s (%

)

Grupo III

5 dias

15 dias

Figura 15 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo III (30 a 34 dias) células

analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura

Legenda:. A Analise respondeu positivamente aos marcadores específicos de células tronco hematopoéticas (CD117, CD45, CD34 e CD90). Em contra partida, revelaram alta expressão para marcadores de superfície como linfócitos (CD3), monócitos (CD14, CD62L).

Figura 16 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do grupo III (35 a 39 dias).

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72

Figura 17 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo IV (40 a 44 dias).

Legenda: Células analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura. Com 5 dias em cultura respondeu positivamente aos marcadores (CD117 e CD34). Em contra partida, com 15 dias revelaram expressão para marcadores de superfície como linfócitos (CD3), monócitos (CD14, CD62L) e diminuiu a expressão dos marcadores (CD34, CD117).

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Figura 18 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do grupo IV(40 a 45 dias).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90P

orc

en

tag

em

de c

élu

las p

osit

ivas (

%)

Grupo IV

5 dias

15 dias

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Figura 19 – Imunofenotipagem por citometria de fluxo, embriões grupo V (45 a 50 dias) células

analisadas com 5 dias e 15 dias em cultura.

Legenda: Amostras de 5 dias em cultura teve-se baixa expressão de (CD3, CD62L, CD14, CD45, CD34 e CD90) e obteve-se expressão para CD117. Com 15 dias revelaram um grande aumento da expressão para marcadores de superfície como linfócitos (CD3), monócitos (CD14, CD62L) e CD45 e diminuição da expressão de CD34 e CD117.

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Figura 20 – Histograma dos níveis de expressão das células cultivadas por 5 e 15 dias do

grupo V (45 a 50 dias).

5.8 EXPRESSÃO GÊNICA

Para analise da expressão gênica foram utilizadas células do saco vitelino

com 15 dias em cultura em todos os períodos gestacionais dos grupos (I, II, III, IV e

V).

Utilizamos 3 genes ANXA5, GATA3 e RUNX1 foi realizada analise de

quantificação relativa em comparação ao controle endógeno GAPDH (tabela 7).

Tabela 7- Analise de quantificação relativa, da expressão dos genes.

Grupos embriões

ANXA5 GATA3 RUNX1

GRUPO I 4,06 1,54 4,55

GRUPO II 3,82 - 0,39 1,73

GRUPO III - 0,76 - 8,26 -2,43

GRUPO IV 0,26 -5,5 -2,42

GRUPO V 4,99 -1,59 1,7

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50P

orc

en

tag

em

de c

élu

las p

osit

ivas (

%)

Grupo V

5 dias

15 dias

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A analise revelou expressões em diferentes idades gestacionais, o gene

Anexina 5 é um marcador de célula tronco e é responsável pela ativação apoptótica

celular, este mostrou-se expresso nos grupos (I, II e IV), os grupos (III e V) não

tiveram níveis de expressão ( Figura 21).

Já o gene GATA 3 é um marcador de hemangioblasto, este foi pouco

expresso no grupo I e nos demais grupos não teve expressão (Figura 22).

O gene RUNX1 foi expresso no grupo I, II e V e não foi expresso nos grupos

III e IV (Figura 23) é um fator de transcrição que regula a diferenciação de células

progenitoras hematopoéticas em células sanguíneas maduras, mostrando que as

células dos grupos I, II e V encontram-se nessa fase.

Figura 21- Histograma dos níveis de expressão do gene ANXA5 em todos os grupos de idade

gestacional (I, II, III, IV e V).

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Figura 22- Histograma dos níveis de expressão do gene GATA 3 em todos os grupos de idade

gestacional (I, II, III, IV e V).

Figura 23- Histograma dos níveis de expressão do gene RUNX1 em todos os grupos de idade

gestacional (I, II, III, IV e V).

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6 DISCUSSÃO

O desenvolvimento embrionário em bovinos começa desde a fecundação até

o 50° dia de gestação, o saco vitelino se desenvolve com 18 a 23 dias de gestação,

é um disco trilaminar constituído de trofoblasto, mesoderma e endoderma, é

funcional até o 50° dia de gestação, após este período entra em processo de

involução e degeneração (LATSHAW, 1987; WROBEL; SUESS, 1998; ASSIS NETO

et al., 2009; MORINI, 2009; WENCESLAU et al., 2011). Em nossos achados não foi

possível visualizar desaparecimento do saco vitelino, já que a proposta era até o

período do 25° a 50° dia de gestação, as características observadas foram que no

estágio de 45 a 50 dias de gestação em que o saco vitelino apresentava-se mais

compacto e não tão próximo à região ventral do embrião, esta característica também

foi relatada por Alberto (2006) em saco vitelino de embriões bovinos na mesma

idade gestacional. Latshaw (1998) e Noden De Lahunta e Ferrol (1990) salientaram

que em equinos e carnívoros domésticos a funcionalidade do saco viltelino é

prolongada quando comparada aos bovinos.

Mançanares (2007) e Assis Neto et al. (2010) analisaram o saco vitelino de

embriões bovinos e relataram que no 25° dia, este é mais evidente

macroscopicamente, formado por uma porção central em formato de saco e

ventralmente sua porção final é constituída por duas projeções alongadas, nossos

achados estão de acordo estes autores.

Para a compreensão desta membrana embrionária previamente descrita

macroscopicamente em bovinos (; GODKIN et al., 1988; WROBEL; SUESS, 1998;

MIGLINO et al.,2006; MANÇANARES, 2007; ASSIS NETO et al., 2010) , foi desenvolvido

o cultivo celular seguindo o protocolo descrito por Pessolato (2011) em ovinos, a

partir destes as células puderam ser isoladas e cultivadas.

As características encontradas foram similares as observadas e descritas por

Pessolato (2011) em saco vitelino de ovinos e Choi et al. (1998) em células tronco

embrionárias de ratos. Sendo essas em cultura proporcionalmente divididas em

células aderentes e não aderentes. Neste estudo observamos a cultura de embriões

com idades gestacionais de 25 a 50 dias, notamos que quanto menor a idade em

embrionária, mais tempo em cultura essas células permaneceram e evidenciamos

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nos grupos de idade 25 a 34 dias a formação de aglomerados celulares na porção

não aderente.

Em analise por microscopia eletrônica de transmissão as células oriundas do

saco vitelino apresentaram núcleo grande, irregular e alongado com a presença de

nucléolos. O citoplasma apresentou-se bem definido com inúmeras organelas

celulares tais como: mitocôndrias, complexo de golgi, desmossomos e retículo

endoplasmático rugoso. Estas características foram confirmadas através dos relatos

de Wenceslau et al. (2011) em fígado de cães; Pessolato (2011) em saco vitelino de

ovinos e Cesar (2008) em medula óssea de camundongos. Diferente dos nossos

achados, Rodrigues (2003) ressaltou que células do cordão umbilical de bovinos

azebuados apresentaram ausência de nucléolo e núcleo com um formato oval.

O ensaio de potencial de colônias em matriz de Metilcelulose® (MethoCult

H4434) revelou colônias 14 dias após o plaqueamento das células, o mesmo foi

relatado por Kaufman (2001) em humanos que utilizou células tronco embrionárias

humanas e diferenciou para progentitoras hematopoéticas através da medula óssea

de camundongos S17, estas células encontravam-se em cocultura com saco vitelino,

foram colocadas em Metilcelulose e pode-se observar colônias após 14 dias em

cultura. Em contrapartida Pessolato (2011) realizou a formação de colônias em

Metilcelulose de saco vitelinos de embriões ovinos e relatou que 1 dia após o

plaqueamento já era possível a visualização de colônias. Luis et al. (2009) afirmou

que células provenientes do sangue de ratos irradiados formaram colônias após 7

dias em cultura.

Para analisar as colônias com 14 dias em cultura, submetemos a coloração

com Cristal Violeta, de acordo com Luis et al. (2009) que avaliou a hematopoese do

sangue periférico de ratos irradiados, sendo este ensaio em Metilcelulose.

Outra característica importante observada foi através da Análise Citológica

(Panótico Rápido) em que pudemos evidenciar células com características de

linfócitos e monócitos, essa particularidade também foi relatado por Rohon et al.

(2012) que observou o aspirado da medula óssea humana, no tratamento da

leucemia mielomonocitica crônica, e encontrou os mesmos tipos celulares com

similares características.

Para caracterização imunofenotipica das células tronco hematopoéticas do

saco vitelino utilizamos marcadores específicos de células tronco hematopoéticas:

CD34, CD90, CD117 e CD45 de acordo com os relatos de Grotto e Noronha (2003)

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e Okamoto e Campos (2004) em humanos. Para as células maduras do sangue

foram utilizados os marcadores como: CD3, CD14 e CD62L. As analises foram

realizadas em diferentes grupos de idades embrionárias, constamos que o grupo I, II

e III teve alta expressão de marcadores de células tronco hematopoéticas (CD90,

CD34 e CD117) semelhante aos relatos de Mendl et al. (2006) que analisou células

tronco hematopoéticas da pele de ratos recém nascidos e notou-se alta expressão

de CD34 e CD117. Já os grupos IV e V perderam a expressão dos marcadores

CD117 e CD34 quando mantidas mais tempo em cultura. Observamos que em todas

as idades gestacionais o marcador CD45 teve um aumento de expressão quando

estas células foram cultivadas por mais tempo concordando assim com os relatos de

McKinney-Freeman et al. (2009) que analisaram marcadores de células tronco

hematopoéticas (fígado, placenta, medula óssea, e aortagonadal - AGM) de murinos

e compararam com células tronco embrionárias diferenciadas in vitro. Relataram que

as células mais primitivas expressaram CD34 e perderam a expressão de CD45. Já

as células mais maduras apresentaram a expressão de CD45 e perderam a

expressão de CD34.

Nos resultados apresentados observa-se a expressão significativa de CD117

corroborando com os resultados encontrados por Tárnok, Ulrich e Bocsi (2010) em

medula óssea de murinos e Yamasaki et al. (2011) que caracterizaram a população

de células tronco hematopoéticas do saco vitelino de embriões de ratos, através da

expressão dos marcadores CD45 e CD117. Notou-se alta marcação de CD117 e

baixa expressão de CD45 e nesta idade estas células mostraram capazes de formar

colônia.

Na expressão gênica o gene ANXA5 foi expresso nos grupos I, II e V, esse

gene é expresso em células tronco e é responsável pela ativação apoptótica celular,

sugerindo assim que esse grupos estão entrando em fase de transição entrando na

fase apoptótica concordando com os relatos de Pessolato, 2011; Anazatti e Melo,

2007.

O gene RUNX 1 foi expresso em 3 grupos (I, II e V), segundo Yao et al., 2007

é um gene expresso por hemangiblasto em um estágio secundário de diferenciação.

Com isso pudemos observar que como essas células estavam mantidas por 15 dias

em cultura, estas poderiam estar iniciando seu processo de diferenciação.

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Segundo Bollerot, Pouget e Jaffredo (2005) o gene GATA 3 é um marcador

especifico de célula hematopoética, em nossos achados só obtivemos a expressão

em uma idade gestacional no grupo I nos demais grupos esse não foi expresso.

A célula tronco hematopoética é definida como uma célula com grande

capacidade de autorrenovação e potencial proliferativo, o que possibilita a sua

diferenciação em células progenitoras de todas as linhagens sanguíneas e a

reconstituição da população hematopoiética a partir de uma única célula. Em nossos

estudos pudemos constatar que o saco vitelino é uma fonte viável de células tronco,

pois foi possível isolar com sucesso as células tronco hematopoéticas dos embriões

de todas as idades gestacionais (25 a 50 dias) e pode-se notar marcações de

proteínas hematopoéticas especificas através da analise imunofenotipica. Com isso

pudemos constatar que o saco vitelino de embriões bovinos é uma importante fonte

de célula tronco relevante para a Terapia Celular.

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7 CONCLUSÃO

A partir das metodologias empregadas neste projeto, pode-se comprovar o

isolamento e manutenção de células hematopoéticas do saco vitelino de embriões

bovinos, onde a diversidade de resultados obtidos esteve relacionada com os

diferentes agrupamentos por fase gestacional, sendo que os grupos I, II, III de

período inicial (25 a 39 dias) se mantiveram mais tempo em cultivo quando

comparados aos grupos IV e V de estágio gestacional avançado (40 a 50 dias) já

que nesta fase evidencia-se a regressão do saco vitelino e consequentemente seu

período de manutenção em cultivo foi menor.

As células foram capazes de se agrupar em colônias e os resultados de

citometria de fluxo comprovam a expressão de marcadores hematopoéticos e para

células maduras do sangue pela expressão de Runx1 nos resultados de expressão

gênica e corroborando com os achados citológicos de monócitos e linfócitos.

Com isso nossos achados mais significativos comprovaram o isolamento de

células hematopoéticas a partir do saco vitelino de embriões bovinos, sugerindo que

este é uma fonte laboriosa, porém viável e eficaz para a obtenção de células tronco

para futuras aplicações na terapia celular.

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