valorização do professor no novo plano nacional de ... · 2015, conforme determina o artigo 5º...

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PNE em Debate 2015 Valorização do Professor no novo Plano Nacional de Educação - (Metas 15, 16, 17 e 18). Marco Antonio Marino e Tayana Massari Resumo: O papel do professor para a educação é estratégico e importante isto, pois sua atuação é de agente que transmite o conhecimento, portanto a atuação deste é sempre central nas discussões sobre a educação. De modo que este trabalho se propõe a analisar o Plano Nacional de Educação (PNE), sobretudo as metas relacionadas á valorização dos educadores (metas 15, 16, 17 e 18), que é um referencial das Políticas Publicas educacionais brasileira, que contém as metas que devem ser adotadas pelos municípios, estados e União. Introdução O PNE esta dividido por metas para os próximos 10 (dez) anos 2011 á 2020, sendo esta 20 (vinte) no total, distribuídos em politicas públicas especificas para cada etapa e modalidade (ensino fundamental, ensino médio, superior, entre outros) e os recursos estratégicos para viabiliza-lo (destinação de verba, carreira dos professores, entre outros). O objetivo do PNE é atuar como uma referência universal de politicas públicas, de modo estados, municípios e União busque a universalização da educação básica, a defesa da inclusão e do atendimento às diferenças e a valorização do profissional da educação. Este trabalho está focado nas metas destinado a valorização do professor, descrição das metas atuais e os resultados apresentados até o presente momento. No que tange ao objeto de estudo deste trabalho, a valorização do professor, o PNE de 2001 teve como principal resultado a meta de estabelecer um piso salarial, que deveria ser estipulada em 2001, mas a concretização só acontece em 2009. A mesma lei que criou o piso estipulou que os planos de carreira deveriam ser criados até o fim de 2009. A maioria dos estados já cumpriu a

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PNE  em  Debate  2015  

 Valorização do Professor no novo Plano Nacional de Educação -

(Metas 15, 16, 17 e 18).

Marco Antonio Marino e Tayana Massari

Resumo: O papel do professor para a educação é estratégico e importante

isto, pois sua atuação é de agente que transmite o conhecimento, portanto a

atuação deste é sempre central nas discussões sobre a educação. De modo

que este trabalho se propõe a analisar o Plano Nacional de Educação (PNE),

sobretudo as metas relacionadas á valorização dos educadores (metas 15, 16,

17 e 18), que é um referencial das Políticas Publicas educacionais brasileira,

que contém as metas que devem ser adotadas pelos municípios, estados e

União.

Introdução

O PNE esta dividido por metas para os próximos 10 (dez) anos 2011 á 2020,

sendo esta 20 (vinte) no total, distribuídos em politicas públicas especificas

para cada etapa e modalidade (ensino fundamental, ensino médio, superior,

entre outros) e os recursos estratégicos para viabiliza-lo (destinação de verba,

carreira dos professores, entre outros).

O objetivo do PNE é atuar como uma referência universal de politicas públicas,

de modo estados, municípios e União busque a universalização da educação

básica, a defesa da inclusão e do atendimento às diferenças e a valorização do

profissional da educação.

Este trabalho está focado nas metas destinado a valorização do professor,

descrição das metas atuais e os resultados apresentados até o presente

momento.

No que tange ao objeto de estudo deste trabalho, a valorização do professor, o

PNE de 2001 teve como principal resultado a meta de estabelecer um piso

salarial, que deveria ser estipulada em 2001, mas a concretização só acontece

em 2009. A mesma lei que criou o piso estipulou que os planos de carreira

deveriam ser criados até o fim de 2009. A maioria dos estados já cumpriu a

PNE  em  Debate  2015  

 etapa, mas a implementação efetiva ainda depende de aprovação nas

assembleias legislativas e câmaras municipais.

O piso salarial do magistério sofreu reajuste em 13,01% em janeiro de 2015,

conforme determina o artigo 5º da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. O

vencimento inicial dos profissionais do magistério público da educação básica,

com formação de nível médio modalidade normal, com jornada de 40 horas

semanais, em 2015 é de R$ 1.917,78 e passa a valer a partir de 1º de janeiro.

Entre os dois Planos o atual PNE é mais sintético, têm apenas 20 metas e mais

claras e estratégias mais definidas, o anterior tinha 295 metas o que dificultou o

planejamento e execução das mesmas.

1 Metas, Estratégias e Situação Atual de Implementação.

1.1 A meta 15

Esta meta se dedica em garantir, em regime de colaboração entre a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência

deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação

descritos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos

os professores e as professoras da educação básica possuam formação

específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de

conhecimento em que atuam.

Para tal estratégias foram estipuladas para que o governo atuando

conjuntamente consiga fazer um planejamento estratégico para diagnosticar a

necessidade dos profissionais de educação e da capacidade de atendimento,

por parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior e defina

obrigações recíprocas entre os partícipes. E para consolidar o financiamento

estudantil a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, ampliar

programa permanente de iniciação à docência a estudantes matriculados em

cursos de licenciatura. Consolidar e ampliar plataforma eletrônica para

organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e continuada

de profissionais da educação, bem como para divulgar e atualizar seus

currículos eletrônicos.

PNE  em  Debate  2015  

 Além de implementar programas específicos para formação de profissionais da

educação para as escolas do campo e de comunidades indígenas e

quilombolas e para a educação especial; para tal é necessário mudanças

estruturais no curso promover a reforma curricular dos cursos de licenciatura e

estimular a renovação pedagógica implementando diretrizes curriculares,

valorizar as práticas de ensino e os estágios implementar cursos e programas

especiais para assegurar formação específica na educação superior,

Situação Atual da Meta

Dos 2.101.408 dos docentes que atuam na Educação Básica do país, 22%

não possuem formação adequada (Censo Escolar de 2012). Nesse número se

incluem professores sem nível superior ou formados em outras áreas, como

engenharia ou saúde. Após 2006, prazo dado às redes públicas e privadas

para cumprir a obrigatoriedade do diploma de nível superior para os docentes

(LDB/1996), somente os já formados puderam participar de concursos, mas os

indicadores só refletem o fato a partir de 2010. Daquele ano até 2012, o

número de diplomados cresceu quase 10 pontos percentuais (68,9%, em 2010,

a 78,1%, em 2012. Porém, boa parte dos professores da Educação Infantil

ainda não tem magistério nem curso superior.

O desafio da meta deve ser proporcionar um ganho de qualidade na formação

do professor – seja ela inicial ou continuada – fazer com que a Educação

PNE  em  Debate  2015  

 Básica entre na agenda de prioridade das universidades.

Gráfico 1

O indicador (gráfico 1) mostra a porcentagem de professores da Educação

Básica com Ensino Superior completo. Em 2013, apenas 74,8% tinham essa

PNE  em  Debate  2015  

 formação, o que significa que um quarto dos professores lecionavam mesmo

sem ter formação superior.

Vale ressaltar que os dados por região mostram grande disparidade entre o

Norte e o Nordeste, onde há menos docentes com formação adequada, e as

outras regiões do Brasil.

Gráfico 2

Boa parte dos professores da Educação Infantil ainda não tem magistério nem

curso superior, mas também os primeiros anos do ensino fundamental mostram

índice baixo. (Gráfico 2)

PNE  em  Debate  2015  

 

A tabela 1 mostra a distribuição dos docentes de educação básica com ensino

superior, licenciatura e sem licenciatura, comparando a rede pública e privada.

Nota-se que a rede privada tem pior índice.

Rede / Pública

Ano Com superior Com licenciatura Sem licenciatura

2013 85,3% 221.573 78% 202.463 7,4% 19.110

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Rede / Privada

Ano Com superior Com licenciatura Sem licenciatura

2013 73% 52.850 58,8% 42.580 14,2% 10.270

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 1

Além do fato da rede privada possuir 10% a mais de professores sem curso de

nível superior que a rede pública, chama também atenção o fato da parcela

que possui curso superior, porém sem licenciatura ser 10% maior na rede

privada em relação à pública.

PNE  em  Debate  2015  

 No gráfico 3, é possível visualizar a porcentagem de professores da educação

básica que fizeram curso superior com licenciatura, agregados nacionalmente.

Nota-se que 10% dos que possuem superior, não possuem a licenciatura.

PNE  em  Debate  2015  

 Gráfico 3

Gráfico 4

O indicador (gráfico 4) mostra a porcentagem de professores dos anos finais do

Ensino Fundamental regular que tem licenciatura na disciplina em que atua, em

nível nacional e desagregado por região. Em 2013, apenas 32,8% tinham a

formação adequada. Considera-se professores com formação na disciplina em

PNE  em  Debate  2015  

 que atua aqueles cuja formação superior é em licenciatura na mesma matéria

da disciplina. Observe-se que os piores índices estão concentrados nas regiões

Norte e Nordeste. Após 2010 os índices praticamente permanecem estáveis

em todas as regiões.

PNE  em  Debate  2015  

 

Gráfico 5

O indicador (gráfico 5) mostra a porcentagem de professores do Ensino Médio

regular que tem licenciatura na disciplina em que atua, em nível nacional e

desagregada por região. Em 2013, apenas 48,3% tinham a formação

PNE  em  Debate  2015  

 adequada. Para a construção do indicador foram considerados os professores

de matemática, língua portuguesa, história, geografia, química, física, biologia,

filosofia, educação física, artes ou língua estrangeira. Considera-se professores

com formação na disciplina em que atua aqueles cuja formação superior é em

licenciatura na mesma matéria da disciplina. Neste indicador as regiões Centro-

Oeste e Nordeste apresentam os piores índices, com tendência a crescimento

na região Norte e Sudeste, quase todas as demais regiões tendem à queda.

1.2 Meta 16:

Esta meta propõem formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores

da Educação Básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a

todos os(as) profissionais da Educação Básica formação continuada em sua

área de atuação, para isso pretende realizar o planeja em colaboração, o

planejamento estratégico para dimensionamento da demanda por formação

continuada e fomentar a oferta por parte das instituições públicas de educação

superior, de forma orgânica e articulada às políticas de formação dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios.

Pretende-se consolidar política nacional de formação de professores da

educação básica, definindo diretrizes nacionais, expandir programa de

composição de acervo de obras didáticas, paradidáticas, materiais produzidos

em Libras e em Braille a serem disponibilizados para os professores e as

professoras da rede pública de educação básica. Ampliar e consolidar portal

eletrônico para subsidiar a atuação dos professores da educação básica,

disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos

suplementares, ampliar a oferta de bolsas de estudo para pós-graduação dos

professores e demais profissionais da educação básica;

Situação Atual da Meta

Atualmente, apenas 30% dos professores da Educação Básica possuem Pós-

Graduação, segundo dados do Censo Escolar. Superar a deficiência na

PNE  em  Debate  2015  

 formação inicial de nossos docentes é o grande objetivo desta meta. Nesse

sentido, a formação continuada representa um grande aliado.

O Gráfico 6 mostra a distribuição nacional e regional dos professores da

Educação Básica com Pós-Graduação. Todas as regiões mostram uma

tendência ao aumento neste índice. As regiões Norte e Nordeste tem as piores

performances e, surpreendentemente, a região Sudeste possui o terceiro pior

índice, sedo suplantada pela Centro-Oeste. A região Sul suplanta em muito as

demais regiões.

O Gráfico 7 divide os professores com Pós-Graduação por etapa de educação,

quanto mais básica a etapa piores são os índices alcançados.

PNE  em  Debate  2015  

 

Gráfico 7

PNE  em  Debate  2015  

 

Gráfico 8

O gráfico 8 faz distinção por rede de ensino. A rede privada é mais uma vez a

de pior desempenho, seguida pelas escolas municipais.

PNE  em  Debate  2015  

 

1.3 Meta 17:

Esta meta atua na valorização dos profissionais do magistério das redes

públicas da Educação Básica, a fim de equiparar o rendimento médio dos(as)

demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do 6º ano da

vigência deste PNE.

Para alcançar o objetivo pretende-se constituir, por iniciativa do Ministério da

Educação, um fórum permanente, com representação dos entes federativos e

dos trabalhadores da educação, para acompanhamento da atualização

progressiva do valor do piso salarial nacional para os profissionais do

magistério público da educação básica e realizar o acompanhamento da

evolução salarial por meio de indicadores. Além de implementar o planos de

Carreira para os (as) profissionais do magistério das redes públicas de

educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei no 11.738, de

16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da jornada de

trabalho em um único estabelecimento escolar.

E ampliar a assistência financeira específica da União aos entes federados

para implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do

magistério, em particular o piso salarial nacional profissional.

Situação Atual da Meta

A diferença salarial entre professores e demais profissionais com mesmo nível

de instrução é grande. Elevar os salários do magistério é o que pretende a

meta. . O piso salarial do magistério foi reajustado em 13,01% em janeiro de

2015, conforme determina o artigo 5º da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008.

O valor do piso para 2015 é de R$ 1.917,78. O vencimento inicial dos

profissionais do magistério público da educação básica, com formação de nível

médio modalidade normal, com jornada de 40 horas semanais, em 2015 é

de R$ 1.917,78 e passa a valer a partir de 1º de janeiro.

PNE  em  Debate  2015  

 

PNE  em  Debate  2015  

 

Gráfico 10

Os indicadores são calculados com base nos dados da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (Pnad). Para o cálculo considerou-se o rendimento

médio dos professores de Educação Básica com estudos de nível superior em

PNE  em  Debate  2015  

 relação ao rendimento médio de todos os profissionais com Educação

Superior. Um percentual maior equivale a uma melhor remuneração do

professor em relação à remuneração dos profissionais com o mesmo nível de

escolaridade.

Até 2004, a Pnad não era realizada na área rural da região Norte. Portanto, até

2003, os dados dessa região são referentes à área urbana unicamente. A partir

de 2004, os valores apresentados se referem à área urbana e à área rural.

Nota-se, no gráfico 10, que a região que apresenta maior defasagem salarial é

a sudeste, seno a Norte, apesar de apresentar oscilações, a que tem melhor

equiparação na remuneração.

1.4 Meta 18:

Assegurar, no prazo de 2 anos, a existência de planos de Carreira para os(as)

profissionais da Educação Básica e Superior pública de todos os sistemas de

ensino e, para o plano de Carreira dos(as) profissionais da Educação Básica

pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em

lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Para alcançar o objetivo da meta espera-se estruturar as redes públicas de

educação básica de modo que, até o início do terceiro ano de vigência deste

PNE, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais do

magistério e 50% (cinquenta por cento), no mínimo, dos respectivos

profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de

provimento efetivo e estejam em exercício nas redes escolares a que se

encontrem vinculados;

Para o acompanhamento da dos resultados pretende-se implantar, nas redes

públicas de educação básica e superior, acompanhamento dos profissionais

iniciantes; realizar, por iniciativa do Ministério da Educação, a cada 2 (dois)

anos a partir do segundo ano de vigência deste PNE, prova nacional para

subsidiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, mediante adesão, na

realização de concursos públicos de admissão de profissionais do magistério

PNE  em  Debate  2015  

 da educação básica pública; realizar anualmente, a partir do segundo ano de

vigência deste PNE, por iniciativa do Ministério da Educação, em regime de

colaboração, o censo dos (as) profissionais da educação básica de outros

segmentos que não os do magistério; e também estimular a existência de

comissões permanentes de profissionais da educação de todos os sistemas de

ensino, em todas as instâncias da Federação, para subsidiar os órgãos

competentes na elaboração, reestruturação e implementação dos planos de

Carreira.

Para realizar tais ações o PNE prevê, priorizar o repasse de transferências

federais voluntárias, na área de educação, para os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios que tenham aprovado lei específica estabelecendo planos de

Carreira para os (as) profissionais da educação. Prevendo nos planos de

Carreira dos profissionais da educação dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, licenças remuneradas e incentivas para qualificação profissional,

inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu além de considerar as

especificidades socioculturais das escolas do campo e das comunidades

indígenas e quilombolas no provimento de cargos efetivos para essas escolas.

Situação Atual da Meta

Assegurar a existência de planos de carreira em todos os sistemas públicos de

ensino.

Esta meta não possui atualmente nenhum indicador direto de

acompanhamento e não foi possível detectar nenhuma fonte de dado para

basear um diagnostico da situação atual.

2. Políticas públicas federais relacionadas às metas

Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação

Básica

O decreto 6755 de 29 de janeiro de 2009 instituiu a Política Nacional de

Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a finalidade

de organizar, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito

PNE  em  Debate  2015  

 Federal e os Municípios, a formação inicial e continuada dos profissionais do

magistério para as redes públicas da educação básica.

São objetivos da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério

da Educação:

I. Promover a melhoria da qualidade da educação básica pública;

II. Apoiar a oferta e a expansão de cursos de formação inicial e

continuada a profissionais do magistério pelas instituições públicas

de educação superior;

III. Promover a equalização nacional das oportunidades de formação

inicial e continuada dos profissionais do magistério em instituições

públicas de educação superior;

IV. Identificar e suprir a necessidade das redes e sistemas públicos de

ensino por formação inicial e continuada de profissionais do

magistério;

V. Promover a valorização do docente, mediante ações de formação

inicial e continuada que estimulem o ingresso, a permanência e a

progressão na carreira;

VI. Ampliar o número de docentes atuantes na educação básica pública

que tenham sido licenciados em instituições públicas de ensino

superior, preferencialmente na modalidade presencial;

VII. Ampliar as oportunidades de formação para o atendimento das

políticas de educação especial, alfabetização e educação de jovens e

adultos, educação indígena, educação do campo e de populações

em situação de risco e vulnerabilidade social;

VIII. Promover a formação de professores na perspectiva da educação

integral, dos direitos humanos, da sustentabilidade ambiental e das

relações étnico raciais, com vistas à construção de ambiente escolar

inclusivo e cooperativo;

IX. Promover a atualização teórico metodológica nos processos de

formação dos profissionais do magistério, inclusive no que se refere

ao uso das tecnologias de comunicação e informação nos processos

educativos; e

PNE  em  Debate  2015  

 X. Promover a integração da educação básica com a formação inicial

docente, assim como reforçar a formação continuada como prática

escolar regular que responda às características culturais e sociais

regionais.

O regime de colaboração será concretizado por meio de planos estratégicos

formulados pelos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação

Docente, a serem instituídos em cada Estado e no Distrito Federal, com

representantes dos Governos Federal, Estadual e Municipais; das instituições

públicas de ensino superior; dos profissionais de magistério e representantes

dos Conselhos Municipais e Estaduais de Educação.

O plano estratégico deverá contemplar:

I. Diagnóstico e identificação das necessidades de formação de

profissionais do magistério e da capacidade de atendimento das

instituições públicas de educação superior envolvidas;

II. Definição de ações a serem desenvolvidas para o atendimento das

necessidades de formação inicial e continuada, nos diferentes níveis

e modalidades de ensino; e

III. Atribuições e responsabilidades de cada partícipe, com

especificação dos compromissos assumidos, inclusive financeiros.

O Ministério da Educação analisará e aprovará os planos estratégicos

apresentados e atuará da seguinte forma:

I. Concessão de bolsa de estudos e bolsa de pesquisa para

professores; e

II. Apoio financeiro aos Estados, Distrito Federal, Municípios e as

instituições de ensino superior selecionadas.

O Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica consolida

a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação

Básica e busca formar professores que atuam na educação básica e ainda não

são graduados e prevê um regime de colaboração entre União, estados e

PNE  em  Debate  2015  

 municípios, para a elaboração de um plano estratégico de formação inicial para

os professores que atuam nas escolas públicas. A ação faz parte do Plano de

Desenvolvimento da Educação (PDE), em vigor desde abril de 2007.

São instituições de educação superior – universidades federais, universidades

estaduais e institutos federais – envolvidas na oferta de cursos. Os cursos

serão oferecidos tanto na modalidade presencial como a distância, pela

Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A formação inicial abrange três situações:

1. Professores que ainda não têm formação superior (primeira

licenciatura);

2. Professores já formados, mas que lecionam em área diferente daquela

em que se formaram (segunda licenciatura); e

3. Bacharéis sem licenciatura, que necessitam de estudos

complementares que os habilitem ao exercício do magistério.

Os cursos de primeira licenciatura têm carga horária de 2.800 horas mais 400

horas de estágio supervisionado. Os de segunda licenciatura têm carga horária

de 800 horas para cursos na mesma área de atuação ou 1.200 horas para

cursos fora da área de atuação.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),

antes responsável somente por cursos de pós-graduação, passou a assumir a

responsabilidade pela formação do magistério.

O plano nacional de formação de professores não tem a ver com as vagas

regulares ofertadas pelas universidades ou institutos federais em seu processo

seletivo normal, nem com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e

Expansão das Universidades Federais (Reuni), já que esses se referem à

formação de novos professores e não daqueles que já tem atuado como

professores.

PNE  em  Debate  2015  

 

Uma outra etapa é o Plano de Formação Continuada.

A formação continuada é destinada a aprofundar aspectos do currículo,

aperfeiçoando a prática docente e a reflexão sobre sua ação pedagógica. A

formação continuada ocorre, entre outras formas, pela realização de cursos de

extensão, aperfeiçoamento e especialização, que também podem ser

presenciais ou a distância (via UAB).

Desde 2012, a oferta de cursos de formação continuada de professores é

construída a partir da elaboração do Plano de Formação Continuada de cada

escola.

Consiste de quatro fases:

1) Fase I – Escola > elaboração do Plano de Formação Continuada no “PDE

(Plano de Desenvolvimento da Escola) Interativo”, módulo de planejamento da

gestão escolar disponível no SIMEC. Esta parte será de responsabilidade de

diretores e professores e ocorre nos meses de fevereiro a abril de cada ano.

2) Fase II – Secretaria Municipal ou Estadual > validação dos planos das

escolas no âmbito do estado ou município. Esta etapa estará a cargo da equipe

do PAR de cada Secretaria de Educação e ocorre nos meses de abril e maio.

3) Fase III – Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente >

elaboração do Plano Estratégico de Formação do Estado. As reuniões para

construção do Plano Estratégico devem acontecer nos meses de maio e junho.

O Fórum Permanente de Apoio à Formação docente é o órgão criado em 2009,

pela Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério (Decreto

6.755/09).

4) Fase IV – Ministério da Educação > aprovação do Plano Estratégico de

cada estado pelo Comitê Gestor Nacional, para posterior transferência de

recursos para as Instituições de Ensino Superior que irão ofertar os cursos.

PNE  em  Debate  2015  

 O Comitê Gestor Nacional da Formação Inicial e Continuada é responsável

pela formulação, coordenação e avaliação das ações e programas do

Ministério da Educação (MEC), da Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento

da Educação (FNDE), no âmbito da Política Nacional de Formação de

Profissionais da Educação Básica.

Atuação da CAPES

O decreto 6755/2009 também disciplinou a atuação da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES. “A CAPES incentivará

a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica,

mediante fomento a programas de iniciação à docência e concessão de bolsas

a estudantes matriculados em cursos de licenciatura de graduação plena nas

instituições de educação superior.”

Por este decreto a CAPES fica responsável pela formação e aperfeiçoamento

de professores da educação básica. O objetivo é assegurar a qualidade da

formação dos professores que atuarão ou que já estejam em exercício nas

escolas públicas, além de integrar a educação básica e superior visando à

qualidade do ensino público, tem como objetivo expandir a oferta e melhorar a

qualidade nos cursos de formação dos docentes.

A CAPES é apenas a financiadora dos programas, sendo alguns:

PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

O PIBID é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação

de professores para a educação básica.

O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos

de iniciação à docência, desenvolvidos por Instituições de Educação Superior

(IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

Trata-se basicamente um projeto que busca a permanência do discente nos

cursos de licenciatura,

PNE  em  Debate  2015  

 Entre 2009 e 2013 foram concedidas 90.254 bolsas, segundo dados da

CAPES. Sendo distribuídas desta forma por região:

Norte – 9.103 bolsas,

Nordeste – 28.019 bolsas,

Centro-Oeste – 8.894 bolsas,

Sudeste – 25.381 bolsas, e

Sul – 18.857 bolsas.

Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das

escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que

desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente

da licenciatura e de um professor da escola.

As Instituições de Educação Superior interessadas em participar do PIBID

devem apresentar à Capes seus projetos de iniciação à docência conforme os

editais de seleção publicados. Podem se candidatar IES públicas e privadas

com e sem fins lucrativos que oferecem cursos de licenciatura.

As instituições aprovadas pela Capes recebem cotas de bolsas e recursos de

custeio e capital para o desenvolvimento das atividades do projeto. Os

bolsistas do PIBID são escolhidos por meio de seleções promovidas por cada

IES.

Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR

O Parfor iniciou sua trajetória na Capes, em 2009, com a oferta de cursos

formação inicial e continuada, nas modalidades presencial e a distância, por

meio da Plataforma Freire. A partir de 2011, a formação continuada ficou sob

responsabilidade do MEC, sendo ofertada no âmbito da Rede Nacional de

Formação Continuada (Renafor). A Capes permaneceu com a oferta de

formação inicial e continuada, na modalidade a distância, por meio da DED; e a

PNE  em  Debate  2015  

 DEB com a ação emergencial da oferta de formação inicial, na modalidade

presencial. As duas Diretorias ficaram responsáveis pela gestão da Plataforma

Freire. No final de 2012, os cursos de formação inicial e continuada, na

modalidade a distância passaram a ser ofertados e geridos, exclusivamente,

por meio do sistema do Sistema de Gestão da Universidade Aberta do Brasil. A

Plataforma Freire passou, então, a realizar exclusivamente a gestão dos cursos

de formação inicial na modalidade presencial. Essa trajetória institucional

transformou o Parfor em um programa cuja ação fomenta a oferta de cursos de

Licenciatura, Segunda Licenciatura e Formação Pedagógica para professores

em serviço.

O Parfor fomenta a oferta de turmas especiais em cursos regulares das IES,

destinados, exclusivamente aos professores em exercício na rede pública de

educação básica nas seguintes modalidades:

I. Licenciatura – para docentes ou tradutores intérpretes de Libras em

exercício na rede pública da educação básica que não tenham formação

superior ou que mesmo tendo essa formação se disponham a realizar curso de

licenciatura na etapa/disciplina em que atua em sala de aula;

II. Segunda licenciatura – para professores licenciados que estejam em

exercício há pelo menos três anos na rede pública de educação básica e que

atuem em área distinta da sua formação inicial, ou para profissionais

licenciados que atuam como tradutor intérprete de Libras na rede pública de

Educação Básica; e

III. Formação pedagógica – para docentes ou tradutores intérpretes de Libras

graduados não licenciados que se encontram no exercício da docência na rede

pública da educação básica.

Entre 2009 e 2013, foi ofertado no Parfor um total de 244.065 vagas. Deste

total 70,09% são cursos de Primeira Licenciatura, 26,59% de Segunda

Licenciatura e 3,32% de Formação Pedagógica. Sendo regionalmente

PNE  em  Debate  2015  

 distribuídas desta forma: Norte 48,86%, Nordeste 38,18%, Centro-Oeste

1,38%, Sul 7,76% e Sudeste 3,81%

A CAPES também financia alguns programas de pós-graduação:

Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional

(PROFMAT)

É desenvolvido pela Diretoria de Educação a Distância da CAPES em apoio à

Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) na constituição de uma Rede

Nacional para a oferta do programa de Mestrado Profissional em Matemática

em Rede Nacional (PROFMAT) informa que receberá as propostas de adesão

ao referido programa, para oferta no âmbito do Sistema UAB, em atendimento

a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação

Básica, Decreto Nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009.

Tem como objetivos:

• Promover a formação continuada de professores das redes públicas de

educação, no nível de pós-graduação stricto sensu na área de

Matemática com uso de tecnologias da educação a distância;

• Instituir uma rede nacional para oferta do programa de Mestrado

Profissional em Matemática, integrado por Instituições de Ensino

Superior participantes do Sistema Universidade Aberta do Brasil e de

Instituições Públicas de Ensino Superior que objetivam integração à

UAB.

PROFIS

O Programa de Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física — MNPEF

(ProFis) é, como sugere o título, um programa nacional de caráter

profissionalizante voltado a professores de ensino médio e fundamental com

vistas a melhorias para o ensino de física no país. É uma iniciativa da

Sociedade Brasileira de Física (SBF) e será por ela coordenado. Neste

momento inicial, conta também com a participação de várias instituições de

PNE  em  Debate  2015  

 ensino superior que constituem 21 polos regionais onde ocorrerão as

atividades de ensino e desenvolvimento do Programa. Os 21 polos onde serão

desenvolvidas atividades curriculares estão espalhados em todas as regiões do

país, mas a grade curricular será basicamente a mesma em todos

Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA)

O Mestrado Profissional em História (ProfHistória) oferecido em rede nacional é

um programa de pós-graduação stricto sensu em formato semipresencial em

Ensino de História, reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC).

Coordenado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), ele tem

como objetivo proporcionar formação continuada aos docentes de História da

Educação Básica, com o objetivo de dar qualificação certificada para o

exercício da profissão, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino.

Poderão participar do Exame Nacional de Acesso ao ProfHistória candidatos

portadores de diploma de curso superior de Licenciatura devidamente

registrados no Ministério da Educação, que estejam ministrando aulas

de História em qualquer ano da Educação Básica (Ensino Fundamental e

Ensino Médio).

Programa de Mestrado Profissional em Artes (PROFARTES)

O Prof-Artes é um programa de mestrado profi ssional (stricto sensu) em Artes,

com área de concentração em Ensino de Artes, reconhecido pela Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da

Educação (MEC).

Coordenado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), o Prof-

Artes tem o objetivo de proporcionar formação continuada a docentes de Artes

da educação básica pública, propondo discussões sobre o papel do ensino da

arte na escola e na comunidade.

PNE  em  Debate  2015  

 O curso tem uma estrutura semipresencial, com a oferta de duas disciplinas de

fundamentação a distância, três disciplinas obrigatórias e três optativas, além

da realização de trabalho de conclusão orientado de forma presencial.

Para participar do Prof-Artes, os candidatos deverão ser docentes da educação

básica pública (ensino fundamental e ensino médio), portadores de diploma de

nível superior reconhecidos pelo MEC e devem estar ministrando aulas de

artes (Artes Cênicas, Artes Visuais e Música) em escolas ou museus.

Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS)

O Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), oferecido em rede

nacional, é um curso de pós-graduação stricto sensu que conta com a

participação de instituições de ensino superior públicas no âmbito do Sistema

Universidade Aberta do Brasil (UAB) e é coordenado pela Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN). O programa tem como objetivo, a médio

prazo, a formação de professores do ensino fundamental no ensino de língua

portuguesa em todo o território nacional.

O público-alvo do Profletras é constituído por docentes de todas as gerações

de egressos de cursos de graduação em letras e que lecionam língua

portuguesa no ensino fundamental.

3. Principais desafios para a implantação das metas

Baseado na análise do Observatório do PNE, podemos traça os seguintes

desafios para a implantação das metas:

É preciso que a Educação Básica entre na agenda de prioridade das

universidades. Os currículos das licenciaturas pouco tratam das práticas de

ensino e são distantes da realidade da escola pública. De modo geral, a

formação continuada se propõe a tampar os buracos deixados pela inicial.

Há um descompasso visível entre a formação oferecida pelas universidades e

a prática na sala de aula. Estudos da Fundação Carlos Chagas (FCC) mostram

que muitas faculdades de Pedagogia não dão ao universitário o embasamento

PNE  em  Debate  2015  

 teórico necessário para lidar com as diferentes etapas da aprendizagem. Já as

Licenciaturas estão preocupadas em trabalhar o conteúdo das disciplinas e

esquecem as didáticas.

É clara a necessidade de criar uma maior oferta de vagas e programas de

incentivo para a formação de professores nas regiões Norte e Nordeste.

É importante que o MEC cumpra seu papel de fiscalizador, assegurando uma

qualidade mínima para os cursos de pós-graduação ofertados. Levantamento

realizado pela revista Nova Escola com os dados divulgados pela Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no fim de 2010

sobre os 165 programas de mestrado e doutorado nas áreas de Educação e

Ensino revelou que 40% deles são considerados de nível bom - o que equivale

à nota 4, numa escala de 1 a 7. Outros 38% foram classificados como

“regulares”. Apenas 20% obtiveram nota acima de 5.

A instituição de diferentes medidas pelo governo federal a partir dos anos 2000,

como a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação

Básica (2004) e a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério

da Educação Básica (2009), indicam que o MEC vem assumindo postura de

responsabilização do poder público pelo desempenho e pela carreira dos

professores da educação básica; acena ainda como horizonte para a instituição

de um sistema nacional de educação. Essa questão reveste-se de especial

complexidade dado o tamanho continental do País e o regime de pluralidade

entre os entes federados, que incluem União, estados e municípios.

Porém a oferta de vagas para a formação de nada adiantará se não houver

procura, portanto é de extrema urgência que se resgate, através da

valorização, a procura pela carreira de professor.

O artigo “Remuneração e características do trabalho docente no Brasil: um

aporte” de Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto, realizado a partir

de estudo dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e do

Censo Escolar de 2009, trás uma série de considerações importantes para

dimensionar os desafios destas metas do PNE.

PNE  em  Debate  2015  

 A primeira delas é que boa parte dos professores brasileiros tem a docência

como atividade principal e fonte de sustento, trabalha basicamente em redes

públicas e aufere rendimentos que estão abaixo daquele obtido por

profissionais com nível de formação equivalente. O piso salarial do magistério

foi reajustado em 13,01% em janeiro de 2015, conforme determina o artigo 5º

da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. O valor do piso para 2015 é de R$

1.917,78. O vencimento inicial dos profissionais do magistério público da

educação básica, com formação de nível médio modalidade normal, com

jornada de 40 horas semanais, em 2015 é de R$ 1.917,78 e passa a valer a

partir de 1º de janeiro.

A segunda é que considerando a meta constante na proposta do novo PNE, de

que os rendimentos dos professores se aproximem daqueles recebidos por

profissionais com nível de formação equivalente, isso significa praticamente

dobrar os atuais salários médios da profissão. Como o salário dos professores

responde por mais da metade dos custos de uma rede de ensino, isso implica

ampliar de forma significativa os gastos públicos com educação no país.

Os autores alertam também para o fato de que os dados indicam também a

importância de deliberar de forma definitiva sobre a constitucionalidade da

fixação em lei federal de um patamar mínimo de horas a serem contempladas

nos planos de carreira docente e que correspondam às atividades de

planejamento, preparação de aulas, visitas às famílias e correção de provas e

trabalhos.

Por último cabe o alerta para a complexidade de se elaborar regras nacionais

que levem em consideração tantas disparidades regionais, tanto em temos de

cultura local, quanto em questões sociais e econômicas.

4. Artigos e fontes de pesquisa

ALVES, Thiago ; PINTO ,José Marcelino de Rezende. Remuneração e características do trabalho docente no Brasil: um aporte. Cadernos de Pesquisa, V41, Nº 143, maio/agosto de 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cp/v41n143/a14v41n143.pdf

PNE  em  Debate  2015  

 SCHEIBE, Leda. Valorização E Formação Dos Professores Para A Educação Básica: Questões Desafiadoras Para Um Novo Plano Nacional De Educação. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 112, p. 981-1000, jul.-set. 2010 981. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br

Agliardi, D.A. Welter, C.B. Pierosan, M. O Novo Plano Nacional Decenal De Educação E As Políticas Educacionais De Estado: Velhas Metas Novos Desafios. IX ANPED Sul, Seminário de Pesquisa em Educação Região Sul 2012. Disponível em < http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/3210/178>

Moço, A, Balanço do Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010. Disponível em < http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/legislacao/pne-plano-nacional-de-educacao-537431.shtml> acesso em 10 de agosto de 2015 as 13:47

Planejando a Próxima Década, Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação, disponível em http://www.pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf Decreto nº 6755 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-

2010/2009/decreto/d6755.htm

Observatório PNE - http://www.observatoriodopne.org.br/

Sistema Nacional de Informação - http://sinafor.mec.gov.br

Todos pela Educação - www.todospelaeducacao.org.br

CAPES - http://www.capes.gov.br/ - Relatório de gestão da DEB – Diretoria de

Formação de Professores da Educação Básica em:

http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/2562014-relatrorio-

DEB-2013-web.pdf