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VALIDAÇÃO DE MELHORIA POR MEIO DA PERSPECTIVA DA ERGONOMIA: REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE REFERÊNCIA Marcelo Luis Soares Simoneti (UFSCAR) [email protected] andrea regina martins fontes (UFSCAR) [email protected] Isaias Torres (UFSCAR) [email protected] Leonardo Nunes Oliveira Campos (UFSCAR) [email protected] O presente artigo busca validar juntamente com os atores envolvidos uma melhoria implantada em um posto de trabalho de uma indústria do setor automotivo. Este trabalho realiza uma análise a posteriori de uma transformação, preocupando-se coom o entendimento das mudanças que culminaram em uma nova maneira de trabalhar. A partir do viés da Ergonomia Situada, que coloca o conceito de trabalho centrado na atividade (FERREIRA, 2000), a pesquisa apreenderá a melhoria do espaço de trabalho nas relações de materialidade e imaterialidade, estudando seus constrangimentos. Neste enfoque, o texto utiliza como estudo de referência o posto de pré- expedição de baterias em uma empresa do setor automobilístico, no qual foi aplicada parcialmente a metodologia Análise Ergonômica do Trabalho (AET), utilizada a ferramenta Ergonomics Workplace Analysis (EWA), analisados preceitos da NR17 e realizadas entrevistas abertas com os atores envolvidos. Os resultados desse estudo servem para discutir o processo de projeto e contribuir para reflexões de aproximação entre projeto e uso. Palavras-chaves: Ergonomia, Validação, Projeto Coletivo XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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VALIDAÇÃO DE MELHORIA POR MEIO

DA PERSPECTIVA DA ERGONOMIA:

REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO

DE REFERÊNCIA

Marcelo Luis Soares Simoneti (UFSCAR)

[email protected]

andrea regina martins fontes (UFSCAR)

[email protected]

Isaias Torres (UFSCAR)

[email protected]

Leonardo Nunes Oliveira Campos (UFSCAR)

[email protected]

O presente artigo busca validar juntamente com os atores envolvidos

uma melhoria implantada em um posto de trabalho de uma indústria

do setor automotivo. Este trabalho realiza uma análise a posteriori de

uma transformação, preocupando-se coom o entendimento das

mudanças que culminaram em uma nova maneira de trabalhar. A

partir do viés da Ergonomia Situada, que coloca o conceito de

trabalho centrado na atividade (FERREIRA, 2000), a pesquisa

apreenderá a melhoria do espaço de trabalho nas relações de

materialidade e imaterialidade, estudando seus constrangimentos.

Neste enfoque, o texto utiliza como estudo de referência o posto de pré-

expedição de baterias em uma empresa do setor automobilístico, no

qual foi aplicada parcialmente a metodologia Análise Ergonômica do

Trabalho (AET), utilizada a ferramenta Ergonomics Workplace

Analysis (EWA), analisados preceitos da NR17 e realizadas entrevistas

abertas com os atores envolvidos. Os resultados desse estudo servem

para discutir o processo de projeto e contribuir para reflexões de

aproximação entre projeto e uso.

Palavras-chaves: Ergonomia, Validação, Projeto Coletivo

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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1. Introdução

O presente artigo busca validar juntamente com os atores envolvidos uma melhoria

implantada em um posto de trabalho de uma indústria do setor automotivo. Este trabalho

realiza uma análise a posteriori de uma transformação, preocupando-se com o entendimento

das mudanças que culminaram em uma nova maneira de trabalhar.

A partir do viés da Ergonomia Situada, que coloca o conceito de trabalho centrado na

atividade (FERREIRA, 2000), a pesquisa apreenderá a melhoria do espaço de trabalho nas

relações de materialidade e imaterialidade, estudando seus constrangimentos: físicos,

baseados nas demandas de equipamento, mobiliário e acessório; cognitivos, determinados

pelo mix de processos/produtos, uso de sistemas e organização do trabalho; e psíquicos,

advindos das metas ou estratégias da organização, questões de confiabilidade e relações

interpessoais (FONTES, 2011).

Neste enfoque, o texto utiliza como estudo de referência o posto de pré-expedição de baterias

em uma empresa do setor automobilístico, no qual foi aplicada parcialmente a metodologia

Análise Ergonômica do Trabalho (AET), utilizada a ferramenta Ergonomics Workplace

Analysis (EWA), analisados preceitos da NR17 e realizadas entrevistas abertas com os atores

envolvidos, visando avaliar conforme terminologia dos autores Moraes & Mont’alvão (1998),

se a intervenção obteve sucesso. Os resultados desse estudo servem para discutir o processo

de projeto e contribuir para reflexões de aproximação entre projeto e uso.

2. Projeto, uso e validação de melhoria no contexto da Ergonomia

A atividade de trabalho é o resultado integrador das características técnicas, organizacionais e

funcionais definidas ao longo do projeto (GUÉRIN et al., 2001). No âmbito da ergonomia, a

atividade de trabalho é o elemento central organizador e estruturante dos componentes da

situação de trabalho, da materialização dos modelos idealizados no processo de projeto.

A melhoria de um local de trabalho aponta para uma nova situação de trabalho, uma nova

maneira de trabalhar. Segundo Daniellou (2004) e Garrigou et al. (1995), os conhecimentos

produzidos na análise do trabalho podem ser validados pela construção técnica: baseada em

métodos de análise da situação existente e avaliação das conseqüências sobre o trabalho

futuro; e pela construção social: construção do espaço que permite a confrontação de

diferentes lógicas em torno da situação existente e proposição de melhorias, bem como

negociação de soluções. Este trabalho dará ênfase à construção social que derivou do processo

de projeto a partir dos discursos dos principais atores envolvidos.

A visão de trabalho na perspectiva da abordagem da Ergonomia Situada enfatiza, para uma

situação específica, a atividade dos trabalhadores durante o trabalho. Nessa abordagem a

atividade passa a ser um conceito central na compreensão e transformação do contexto de

trabalho. Atividade é, conforme descreve Ferreira (2002), como cada trabalhador satisfaz as

exigências que lhe são impostas pela produção.

A concepção ou transformação de um dispositivo técnico determina, em grande parte, as

condições de trabalho dos operadores que os farão funcionar (DANIELLOU, 2002). Portanto,

a concepção desses artefatos que irão interagir com o operador em situações de trabalho

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determinará suas condições de realização das atividades. Acrescenta-se ainda a visão do autor

Béguin (2008) destacando que a transformação de um espaço de trabalho será submetida às

novas relações de uso, permanecendo em mudança contínua por seus usuários (BÉGUIN,

2008).

Daniellou (2002) aponta que um fator determinante do êxito dos projetos industriais é

considerar, na fase de projeto, não somente as situações normais de funcionamento e o espaço

de manobra, mas também um conjunto de situações possíveis em função de variações de

matéria prima, de produtos, de máquinas ou do ambiente (variabilidade).

A segurança do trabalhador assim como sua eficiência são fatores cruciais no processo de

desenvolvimento de novas situações de trabalho. Duarte (2002) indica que para que isso

aconteça concorrem dois fatores: o primeiro é o fator humano dentro de uma situação de

projeto; o segundo reside no fato de que normalmente os projetistas supõem que sua

representação do ambiente é idêntica à daqueles que vão operar o sistema de produção.

Nesse sentido faz-se necessário trazer à tona a importância da realização da avaliação de uma

melhoria implantada, assim conforme apontam Moraes & Mont’alvão (1998) a avaliação ou

validação é uma forma de retornar aos atores envolvidos reflexões, aprendizados sobre a

qualidade e funcionalidade da solução implantada.

A validação tem como objetivo avaliar a alteração implantada numa situação de trabalho,

realizando testes com a participação dos atores envolvidos no processo projetual e no uso do

posto. Conforme afirma Dejours (2004) a validação é um processo intersubjetivo mediado

pela palavra entre ergonomista e trabalhadores.

Sobre o processo de validação Silvério et al. (2010) destacam a importância dessa prática, não

como um processo linear, mas dinâmico, fazendo intermediações entre os atores envolvidos

no processo da intervenção ergonômica. O método de validação consiste necessariamente na

participação dos usuários para que possam fornecer novas compreensões a respeito das

interações de uso. Ao mesmo tempo, buscam-se as verbalizações dos projetistas e/ou outros

atores da empresa, refletindo sobre a demanda inicial, as etapas de projeto e análises técnicas

da situação pós-implantação (SILVÉRIO et al., 2010).

Segundo Abrahão (2009) as validações podem ocorrer em diferentes momentos da ação

ergonômica: Validação na Análise Ergonômica do Trabalho; Validação em Projeto; e

Validação pós-Implantação, este último em destaque no presente trabalho.

A validação pós-implantação é descrita por Falzon, Darses & Sauvagnat (1998, apud Silvério

et al., 2010) como uma forma de validar a implantação de uma nova situação de trabalho e o

retorno à situação para uma nova análise ergonômica, a fim de constatar se os pontos

levantados durante todo o processo de análise inicial foram contemplados ou não.

3. Caracterização da empresa e do posto de trabalho

A demanda se caracteriza por envolver uma empresa do setor automotivo, fabricante de

baterias para carros, motocicletas e caminhões. A empresa foi fundada no final do século

XIX, sendo a primeira na fabricação de baterias automotivas. Destaca-se por ser de grande

porte e por ter grande influência no setor (encontrada em 135 países).

A unidade onde foi realizado o estudo localiza-se no interior do estado de São Paulo e possui

uma planta de mais de 42.000 m2. Esta unidade tem uma produção anual de mais de 8 milhões

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de baterias para automóveis e motocicletas, atendendo aos mercados da América do Sul,

México, Caribe e Europa.

O posto de trabalho estudado na empresa foi o posto de pré-expedição de baterias que se

caracteriza por condicionar um trabalho de carregamento de cargas realizado manualmente,

apesar da empresa apresentar um elevado índice de automação em outros postos de trabalho.

Os operadores que atuam no posto estudado têm como função principal transpor as baterias da

mesa e abastecer a esteira que vai para a expedição.

Não foi permitida a divulgação das imagens fotográficas/filmagens da situação selecionada,

portanto utilizaram-se desenhos para sua representação. As situações do posto de trabalho

antes e após as melhorias são representadas nas imagens que seguem. Ver figuras 1 e 2.

Figura 1: Perspectivas antes da melhoria (esquerda) e após melhoria (direita)

Figura 2: Vistas antes da melhoria (esquerda) e após melhoria (direita)

Antes da melhoria nesse posto o ciclo de trabalho era composto da seguinte forma: o

trabalhador transportava manualmente uma bateria de aproximadamente 40kg de uma

bancada de 96 cm de altura (onde se encontravam as baterias) até uma esteira distante cerca

de 61cm com 89 cm de altura (onde estavam posicionados os pallets).

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O processo de projeto envolveu como atores a equipe de projetistas da empresa, os operadores

do posto e o responsável pela empresa. O processo iniciou-se pela demanda e fornecimento de

informações por parte dos operadores ao responsável pela empresa, que então delegou à

equipe de projetistas a demanda.

Houve participação dos operadores no projeto através de sugestões feitas aos projetistas. A

principal dificuldade encontrada pela equipe de projeto foi a elaboração de um orçamento

viável economicamente para que houvesse liberação da verba.

Nas entrevistas com a equipe de projeto foram consideradas as seguintes variáveis:

a) a carga de trabalho à qual estava submetido o operador;

b) a segurança do operador durante a execução de sua atividade;

c) a produtividade do operador.

A alternativa projetual implantada foi uma ponte de roletes composta de cilindros giratórios

de metal posicionados paralelamente à esteira onde devem ser posicionadas as baterias. Isso

proporcionou um apoio para que a bateria fosse deslizada sobre essa prateleira, em vez de ter

que ser elevada pelo operador do posto.

4. Método

Para validar a melhoria implantada foi utilizado o método da Análise Ergonômica do

Trabalho (AET) como referência, orientações da NR17 (BRASIL, 1990) e aplicação de dois

instrumentos: Ergonomics Workplace Analysis (EWA) (AHONEN et al., 1989) para análise

dos constrangimentos e entrevistas abertas (SOUZA & MENEGON, 2002; RODRIGUES et

al., 2009) para coletar as verbalizações dos diferentes atores (operadores, projetista e

empresa). Para o dimensionamento da estrutura física e análises gráficas foram utilizados os

softwares AutoCAD® e Google Sketch up.

Nas visitas técnicas realizadas foram confrontadas as recomendações da norma NR17

(BRASIL, 2002) com os postos existentes e foi escolhido o posto de pré-expedição de baterias

por já ter sofrido modificação para diminuição de esforço de levantamento manual de cargas.

Os procedimentos de pesquisa adotados foram: visitas exploratórias, aplicação parcial da AET

e entrevistas abertas com os atores. O estudo foi desenvolvido da seguinte maneira, ver

Tabela 1.

ETAPAS DA AET PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO

Análise da demanda e

recorte da análise (antes

e depois da melhoria)

Estudo de dados gerais da empresa; análise do sistema produtivo;

caracterização da população e indicadores de saúde da empresa que utiliza o

posto; análise da situação de trabalho selecionada; e proposição do recorte

de análise.

Análise da tarefa (antes

e depois da melhoria)

Registro e análise das tarefas; levantamento da estrutura física anterior à

melhoria (projeto) e existente (real); coleta de dados a respeito do projeto

implantado; aplicação do instrumento Ergonomics Workplace Analysis

(AHONEN et al., 1989) para avaliação dos constrangimentos a que os

trabalhadores se submetem no pós implantação.

Análise da atividade Análise das diferenças entre o trabalho prescrito e real; aplicação de

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(depois da melhoria) entrevistas individuais com os atores (usuários do posto, projetistas e

pessoas da empresa que formalizaram a demanda) (SOUZA & MENEGON,

2002; RODRIGUES et al., 2009); formulação de uma explicação global

para a atividade de trabalho na situação atual a partir da situação

anteriormente existente.

Diagnóstico (comparação

antes e depois da

melhoria)

Elaboração do diagnóstico; comparação dos discursos dos diferentes atores.

Validação

Análise da situação transformada a partir do diagnóstico definindo se a

implantação do projeto da melhoria alcançou seus objetivos; determinação

das características desejáveis para uma nova melhoria.

Fonte: Adaptado de Fontes et al., 2008

Tabela 1: Fases da AET e procedimentos de ação

5. Resultados da pesquisa

A Aplicação do conjunto de métodos formado por parte da AET, com os preceitos da NR 17 e

das entrevistas gerou resultados que permitiram analisar a melhoria no posto de trabalho

enfocado.

5.1 Análise dos constrangimentos

Inicialmente foi aplicado o instrumento EWA (AHONEN et al. 1989) que tem como

finalidade avaliar 14 categorias de análise de constrangimentos a que está submetido o

operador durante a atividade. Destaca-se que os parâmetros obedecem a uma escala de 1 a 5,

onde 1 é referente a situação mais leve e 5 a mais pesada.

Os principais pontos evidenciados foram: a manutenção do esforço de levantamento manual

de cargas, a postura desconfortável e o trabalho repetitivo. Desta forma fica claro que o posto

ainda apresenta pontos a serem modificados conforme as classificações apresentadas a seguir:

a) Levantamento de cargas: o esforço requerido para levantamento em termos de peso

da carga tem a distância das mãos em relação ao corpo menor que 30cm; e a carga de

40kg. Classificação: 4;

b) Postura de trabalho: Pescoço-ombro: tenso devido ao trabalho. Classificação: 3; e

cotovelo-punho: braços mantidos em posição estática e/ou repetição do mesmo

movimento continuamente. Classificação: 4;

d) Riscos de acidentes: risco pequeno; gravidade: grave; Classificação: 2;

e) Repetitividade do trabalho: duração de um ciclo: inferior a 30 segundos.

Classificação: 5.

A situação atual reduziu o esforço físico durante a execução da atividade, ajustou o espaço de

trabalho e minimizou a percepção de insegurança, porém ainda existem problemas do esforço

de levantamento manual de cargas e a manutenção de postura em pé estática, conforme

avaliação de riscos do EWA.

5.2 Análise do discurso dos trabalhadores

A partir das entrevistas com os trabalhadores pôde-se compreender o impacto da melhoria sob

o ponto de vista do trabalhador. Foi possível trazer a tona, por meio das verbalizações dos

trabalhadores, as razões implícitas na forma de trabalhar antes e depois da melhoria.

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A atividade executada no posto pode ser considerada pesada e repetitiva, conforme discurso

que se segue: “Com certeza o abastecimento da esteira é uma atividade desgastante. Os

movimentos repetitivos juntamente com o ritmo acelerado são muito cansativos”. Esse

desgaste percebido pelo trabalhador é amenizado pelo rodízio (determinado pela empresa) que

os trabalhadores fazem no posto ao longo da jornada de trabalho.

Os trabalhadores destacam diferenças no tipo de produto manipulado e na cadência de seu

trabalho. A atividade de abastecimento da esteira possui uma variabilidade normal

(parcialmente previsível) quanto ao tipo de bateria (variação essencialmente no peso e

diferença de formato) e de ritmo (dependendo da demanda e das metas estabelecidas). Para

esta pesquisa foi selecionado o pior caso (maior peso e ritmo acelerado).

Quanto à existência de pausas durante o trabalho, percebe-se a necessidade de sua realização e

ao mesmo tempo de espaço pra essa regulação, conforme o seguinte relato: “Faço cerca de

seis a oito pausas por dia; a gente também precisa ir no banheiro, beber água ou

simplesmente respirar um ar puro”.

Na percepção dos trabalhadores a situação anterior à melhoria acarretava em maior incidência

de desconfortos físicos, descritos pelos trabalhadores como sensação de peso no corpo. Sobre

a causa da sensação de desconforto, temos o seguinte discurso: “Com certeza esse

desconforto foi causado pela minha atividade no abastecimento da esteira. Sentia uma

espécie de travamento nas costas”.

Para a avaliação dos operadores quanto ao conforto do trabalho antes e após a melhoria em

uma escala de zero a dez, em média foram atribuídas as notas 2 e 8, respectivamente.

Para a avaliação dos operadores quanto à segurança do trabalho antes e após a melhoria em

uma escala de zero a dez, em média foram atribuídas as notas 2 e 8, respectivamente.

A percepção dos trabalhadores quanto a melhoria foi positiva, conforme o seguinte relato: “A

rotina se tornou muito mais leve; não sinto mais o mesmo cansaço, e o trabalho se tornou

mais eficiente. Também me sinto mais motivado, pois sei que meus superiores estão

preocupados com a qualidade do meu bem-estar”.

5.3 Análise dos discursos do projetista e do responsável

A partir das entrevistas com o projetista e com o responsável pela implantação da melhoria

pôde-se analisar o processo de projeto e as limitações às quais a intervenção estava sujeita.

Na entrevista com o responsável pela melhoria (engenheiro) ficou evidente o motivo, o prazo,

etapas de projeto e obstáculos encontrados. Segundo o engenheiro, o tempo de elaboração até

a implantação foi bastante curto (cerca de dois meses).

Para entender o enfoque da tomada de decisão e analisar as variáveis escolhidas durante o

processo do projeto serão destacados os aspectos favoráveis (que facilitaram a atividade do

operador) e desfavoráveis (que dificultaram a atividade do operador) do projeto concebido e

implantado no posto. Esses aspectos foram pressupostos elaborados pelos projetistas a partir

de conversas com os operadores a fim de orientar a busca da solução.

Os aspectos favoráveis: redução da carga de levantamento manual relativa ao operador;

aumento da segurança durante o percurso da bateria desde a bancada até a esteira. Para os

aspectos negativos podem-se destacar: manutenção do levantamento manual de carga (apesar

da suavização deste esforço); e manutenção de postura em pé estática.

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6. Discussão e considerações finais

A confrontação dos discursos explicitou a execução da atividade por parte do operador e as

razões da alternativa projetual escolhida. Os atores perceberam a melhoria de forma positiva,

apesar da permanência de constrangimentos. A partir dos discursos pudemos comparar os

objetivos de cada ator, distinguindo a natureza das percepções de cada ator envolvido

(enviesados por objetivos e interesses distintos), conforme se segue:

- O objetivo do operador no desenvolvimento da melhoria no posto de trabalho foi o

de obter condições de trabalho que não tragam desconforto. Esse objetivo foi

perseguido no fornecimento de informações detalhadas ao projetista;

- O objetivo do projetista foi o de criar uma adaptação dos meios produtivos de

maneira a adequá-los aos operadores, preocupando-se com a saúde e bem-estar dos

mesmos sem perder o foco da produtividade. Esse objetivo foi transferido diretamente

na elaboração da proposta;

- O objetivo do responsável pela empresa foi o de obter um projeto adequado aos

operadores e à demanda da empresa visando o menor custo e uma maior

produtividade. Para alcançar esse objetivo, ele atribuiu a responsabilidade do projeto

aos membros de sua equipe mais qualificados.

Tendo em vista que o propósito deste trabalho é a validação de uma melhoria implantada, é

possível fazer a seguinte consideração: após a aplicação da AET, pôde-se observar que a

transformação do posto trouxe vantagens quanto à redução do esforço de levantamento

manual de cargas e a segurança no desempenho da atividade e com a utilização da ferramenta

EWA, ficou claro que apesar da evolução da condição de conforto para o operador, a carga de

esforço na realização da atividade ainda é alta.

Comparando a situação implantada à norma NR17, ainda existem questões relativas ao

trabalho que podem ser melhoradas, tais como: a manutenção do levantamento manual de

cargas e a manutenção de postura em pé estática.

Através da análise da atividade o operador relatou a condição de execução de seu trabalho

enfatizando quais os pontos do seu “trabalhar” que lhe causam maior desconforto e desgaste.

Por meio da aplicação das entrevistas aos atores, pôde-se observar que a melhoria atingiu o

seu objetivo primordial de melhorar o conforto do trabalhador.

Considera-se que a validação pós-implantação da melhoria obteve sucesso. Destaca-se que a

validação serviu como um complemento do projeto, analisado em todo seu ciclo (demanda,

projeto, uso e validação); e que sua realização permitiu tanto para o projetista, responsável

pela melhoria e operadores adquirir conhecimentos mútuos a serem compartilhados em novos

processos de projeto.

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MORAES, Ana Maria de; MONT’ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações.

Rio de Janeiro: 2AB, 1998.

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Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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RODRIGUES, Daniela; MENEGON, Fabrício; SILVÉRIO, Michel; FONTES, Andréa;

MENEGON, Nilton. A percepção dos operadores sobre a sua condição de trabalho:

comparando o antes e o depois da intervenção ergonômica em uma refinaria de petróleo. In:

Congresso Brasileiro de Ergonomia. Porto Seguro, 2008.

SILVÉRIO, Michel; RODRIGUES, Daniela; BRAATZ, Daniel; CAMAROTTO, João;

MENEGON, Nilton. Validação durante a intervenção ergonômica: análise, projeto e

implantação. In: XV Congresso Brasileiro de Ergonomia, Rio de Janeiro, 2010.

SOUZA, Túlio; MENEGON, Nilton. Estratégia de Avaliação de Ferramentas Manuais

Focada na Percepção dos Trabalhadores. In: XII Congresso Brasileiro de Ergonomia. Recife,

2002.

ANEXO: Roteiros das entrevistas

Trabalhadores

Descrição da função, tempo trabalha nesta função, horário de trabalho (entrada e saída),

tempo trabalha na empresa e outros dados relevantes.

1. Quais as atividades você realiza durante sua jornada de trabalho? Quanto tempo no total

você usa para fazer as atividades? Em que postura?

2. Das atividades que você realiza quais aquelas que você considera mais pesada ou cansativa

fisicamente?

3. Das atividades que você realiza quais você considera que mais lhe deixam tensa ou

nervosa? Existe variabilidade? Qual tipo e como você reage nesta situação?

4. Você faz rodízio entre outros postos de trabalho? (sim ou não). Quantas vezes por dia?

5. Sem contar o almoço ou café, você realiza pausas (descansa um pouco durante suas

atividades)? (sim ou não). Quantas vezes por dia?

Por quantos minutos? Até 3min; de 3 a 5min, de 5 a 10min ou 10 a 20min

6. Você já teve algum desconforto (do tipo sensação de peso no corpo, formigamento, dor

contínua, agulhada/pontada) em alguma região do corpo? Em qual parte do corpo?

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TIPO DE DESCONFORTO GRAU DE INTENSIDADE

REGIÃO Pes

o

Formiga-

mento

Agu-

lhada Dor Leve Moderado Forte

Insupor

-tável

01 – Cabeça 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

02 – Pescoço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

03 – Ombro Direito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

04 – Ombro Esquerdo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

05 – Coluna Alta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

06 – Coluna Baixa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

07 – Nádega Direita 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

08 – Nádega Esq. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

09 – Braço Direito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10 – Braço Esquerdo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 – Cotovelo Dir. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

12 – Cotovelo Esq. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

13 – Antebraço Dir. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

14 – Antebraço Esq. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

15 – Punho Direito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

16 – Punho Esquerdo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

17 – Mão Direita 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

18 – Mão Esquerda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

19 – Coxa Direita 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

20 – Coxa Esquerda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

21 – Joelho Direito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

22 – Joelho Esquerdo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

23 – Perna Direita 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

24 – Perna Esquerda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

25 – Pé Direito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

26 – Pé Esquerdo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Fonte: adaptado de Souza & Menegon, 2002 e de Corlett &Bishop, 1976

Ainda sente o desconforto? Sim ou não

7. Há quanto tempo você sente/sentiu esse(s) desconforto(s)?

8. Por quanto tempo você sente/sentiu esse(s) desconforto(s)

9. Na sua opinião, das atividades que você realiza, qual a que mais contribui para esse(s)

desconforto(s) ?

10. O que você mais gosta no seu trabalho? Por quê?

11. O que você menos gosta no seu trabalho? Por quê? Como isso poderia mudar/melhorar?

12. Em uma escala de 0 a 10 que notas você daria para a situação antes e depois da melhoria

quanto ao conforto do trabalho?

14. Em uma escala de 0 a 10 que notas você daria para a situação antes e depois da melhoria

quanto à segurança do trabalho?

Projetistas

Descrição da função, tempo trabalha nesta função, formação e outros dados relevantes.

1. Qual foi o motivo que o levou a elaborar uma mudança no posto de trabalho de pré-

expedição de baterias?

2. Quanto tempo a elaboração deste projeto levou desde a demanda até a implantação?

3. Foram envolvidos os operadores no processo projetual?

4. Quais foram as etapas de elaboração do projeto?

5. Qual foi a maior dificuldade encontrada no desenvolvimento do projeto?

Responsável pela melhoria

Descrição da função, tempo trabalha nesta função, formação e outros dados relevantes.

1. Antes da melhoria, qual era a produtividade do posto? E após a melhoria?

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2. Qual era a taxa de turnover do posto?

3. Existiam muitas reclamações por parte dos operadores?

4. Qual foi o motivo principal para que se efetuassem melhorias no posto?

5. Qual a avaliação da empresa quantos aos resultados dessa melhoria? Em uma escala de 0 a

10 que notas você daria para a situação antes e depois da melhoria?