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  • Universidade Federal de Gois

    Instituto de Matemtica e Estatstica

    Programa de Mestrado Prossional em

    Matemtica em Rede Nacional

    Utilizao do software Geogebra no estudo de

    pontos de mximo e pontos de mnimo de

    funes de uma varivel

    por

    Hugo Leonardo de Moraes

    Goinia

    2013

  • Hugo Leonardo de Moraes

    Utilizao do software Geogebra no estudo de

    pontos de mximo e pontos de mnimo de

    funes de uma varivel

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Instituto de Matemtica e Estatstica

    da Universidade Federal de Gois, como parte dos requisitos para obteno do grau de

    Mestre em Matemtica.

    rea de Concentrao: Matemtica do Ensino Bsico

    Orientador: Prof. Dr. Mrio Jos de Souza.

    Goinia

    2013

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    GPT/BC/UFG

    M827u

    Moraes, Hugo Leonardo de.

    Utilizao do software Geogebra no estudo de pontos de

    mximo e pontos de mnimo de funes de uma varivel

    [manuscrito] / Hugo Leonardo de Moraes. - 2013.

    45 f. : il.

    Orientador: Prof. Dr. Mrio Jos de Souza.

    Trabalho de Concluso de Curso (Mestrado) Universidade Federal de Gois, Instituto de Matemtica e Estatstica, 2013.

    Bibliografia.

    Inclui lista de tabelas e figuras.

    1. 1. Geogebra (Programa de computador). 2. Funo. 3. Mximo. 4. Mnimo. 5. Limite. I. Ttulo.

    CDU:512:004.4

  • Todos os direitos reservados. proibida a reproduo total ou parcial deste trabalho sem

    a autorizao da universidade, do autor e do orientador.

    Hugo Leonardo de Moraes graduou-se em Matemtica pela Universidade Estadual

    de Gois em 2002 e especializou-se em Matemtica Aplicada pela Faculdade de Filosoa

    e Cincias Humanas de Goiatuba em 2004, atualmente Professor do Ensino Bsico da

    Secretaria de Educao do Distrito Federal.

  • minha me Aparecida e minha tia Divina que, com apoio e

    incentivo, me zeram acreditar que era possvel chegar at aqui.

  • Agradecimentos

    A Deus, acima de tudo, por ter me proporcionado sade, perseverana e lucidez

    para enfrentar todos as provas e obstculos que surgiram ao longo do curso.

    minha famlia pelo apoio, pelo sacrifcio e pelo incentivo que foi fundamental para

    a vitria ao nal deste grande desao.

    minha me que, desde a alfabetizao, me incentivou a estudar, e sempre esteve

    ao meu lado acreditando em meu potencial e investindo, mesmo com todas as diculdades,

    na minha boa formao educacional.

    minha tia Divina que ajudou em todas as minhas realizaes e sempre esteve ao

    meu lado nos bons e maus momentos de minha vida.

    minha av Ildia, que hoje infelizmente no est entre ns, mas que cuidou de

    mim durante muitos anos e contribuiu de forma decisiva para a formao da pessoa que

    sou hoje.

    Aos meus amigos de curso pela ajuda e pela generosidade em compartilhar seu

    conhecimento.

    A Karina, a Vanessa e ao Glauber, que estiveram comigo em todas as viagens e em

    praticamente todos os encontros do curso, conversando, discutindo e estudando conceitos

    importantes da matemtica.

    A todos os idealizadores do PROFMAT e a CAPES, que proporcionaram uma opor-

    tunidade nica, aos milhares de professores de matemtica espalhados por todo este pas,

    de estudarem e se aperfeioarem para o melhor desempenho de sua funo. Eu, em

    particular, jamais faria um mestrado, se no fosse nos moldes do PROFMAT.

    A todos os professores que dedicaram o seu tempo precioso e transmitiram conheci-

    mentos importantssimos para a nossa formao.

    Ao professor Jesus que se empenhou ao mximo para viabilizar o programa do curso

    no Plo de Anpolis.

    Ao professor Mrio pela dedicao, seriedade, amizade e pacincia ao longo de toda

    esta jornada de dois anos.

  • Resumo

    Este trabalho tem como objetivo principal apresentar as vantagens de se utilizar o pro-

    grama geogebra no estudo de situaes-problema que envolvem pontos de mximo e pontos

    de mnimo de funes de uma varivel. A pesquisa contemplou um breve estudo sobre:

    o software geogebra e algumas de suas nalidades, funo de uma varivel, representa-

    o grca de uma funo, limite, derivada, derivada segunda, pontos crticos, pontos de

    mximo, pontos de mnimo e aplicaes do estudo de pontos de mximo e de mnimo em

    situaes-problema do cotidiano sempre com a utilizao do software geogebra.

    PALAVRAS-CHAVE: Geogebra, Funo, Mximo, Mnimo, Limite, Derivada.

  • Abstract

    This paper aims to present the main advantages of using the software geogebra in the

    study of problem situations involving points of maximum and minimum points of functi-

    ons of one variable. The survey included a brief study on: geogebra software and some

    of their purposes, function of one variable, graphical representation of a function, limit,

    derivative, second derivative, critical points, maximum points, minimum points and appli-

    cations of the study of points of maximum and minimum in problem situations everyday

    when using the software geogebra.

    KEYWORDS: Geogebra, Function, Maximum, Minimum, Limit, Derivative.

  • Sumrio

    Resumo 6

    Abstract 7

    Introduo 11

    1 O software Geogebra 13

    2 Preliminares 15

    2.1 Um breve histrico do conceito de funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    2.2 Funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

    2.3 Domnio, contradomnio e imagem de uma funo . . . . . . . . . . . . . . 16

    2.4 Representao grca de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.5 Limite de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    2.6 Taxa de variao mdia de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    2.7 Derivada de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    2.8 Derivada segunda de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    2.9 Relao entre derivada e crescimento ou decrescimento de uma funo . . . 25

    2.10 Ponto de mximo e ponto de mnimo de uma funo . . . . . . . . . . . . 27

    2.11 Teste da segunda derivada para pontos de mximo e de mnimo . . . . . . 28

    3 Resoluo de problemas de maximizao e minimizao aplicados s

    diversas reas do cotidiano, com a utilizao do software Geogebra 33

    3.1 Problema 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

    3.2 Problema 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

    3.3 Problema 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    3.4 Problema 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    3.5 Problema 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    3.6 Problema 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    8

  • Consideraes nais 46

    Lista de Figuras

    1 Interface do software Geogebra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    2 Funo f(x) = a.sen(x), a [5, 5] com incremento de 0.1 . . . . . . . . . 143 Diagrama da relao y = 2x+ 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

    4 Plano cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    5 Grco da funo f(x) = x+ 1 com domnio A . . . . . . . . . . . . . . . 18

    6 Grco da funo f(x) = x+ 1 com domnio R . . . . . . . . . . . . . . . 18

    7 Grco da funo f(x) = x2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198 Grco da funo f(x) = 3 2x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 Grcos das funes f(x) = x e g(x) = sen(x) . . . . . . . . . . . . . . 21

    10 Taxa de variao mdia de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    11 Taxa de variao instantnea de uma funo . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    12 Reta tangente ao grco da funo no ponto x0 . . . . . . . . . . . . . . . 23

    13 Reta tangente ao grco de f(x) = x2 2x em x = 4 . . . . . . . . . . . . 2414 Grco da funo f(x) = sen(x) no intervalo [0, pi] . . . . . . . . . . . . . . 25

    15 Pontos de mximo e de mnimo de f(x) = x3 2x2 + 0.5 . . . . . . . . . . 2716 Ponto crtico da funo f(x) = x3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    17 Pontos de mximo e mnimo da funo f(x) = x3 x2 . . . . . . . . . . . 2918 Ponto de mnimo da funo f(x) = |x 1| . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3019 Pontos de mnimo e mximo da funo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

    20 Grco da funo P (x) = x2 + 70x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3421 Folha retangular para a construo da caixa de papelo . . . . . . . . . . . 34

    22 Caixa de papelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    23 Grco da funo V (x) = 4x3 200x2 + 2400x . . . . . . . . . . . . . . . . 3624 Galinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    25 Grco da funo A(x) = 2x2 + 16x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    9

  • 26 Reservatrio de gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    27 Grco da funo custo: C(r) = 250pir1 + 3pir2 . . . . . . . . . . . . . . . 39

    28 Canteiro semicircular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    29 Grco da funo Custo total de produo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    30 Canteiro com o menor custo de produo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    31 Lote para a construo do prdio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    32 Grco da funo A(x) = 10x+ 16000x1 + 2080 que determina a rea do

    lote. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

    10

  • Introduo

    A tecnologia faz parte de quase todos os setores da atividade humana. Quase tudo

    remete ao cidado ao uso de recursos tecnolgicos; de forma direta ou indireta, ela est

    presente em muitas situaes do nosso cotidiano.

    O impacto deste fenmeno na sociedade enorme, at hoje nenhuma revoluo

    mudou tanto a forma de vida das pessoas do que a entrada dos computadores e da internet

    na sociedade. Ns vivemos cercados de tecnologias das mais variadas o tempo todo, e

    isso pode e deve ser aproveitado para o melhor ensino-aprendizagem da matemtica.

    Desta maneira, podemos utilizar softwares para o auxlio do ensino de diversos contedos

    matemticos que os alunos tm diculdade de assimilar. Por exemplo funes.

    Para o estudo das funes, temos um software livre fantstico, de interface muito

    simples e qualquer estudante capaz de aprender a utiliz-lo rapidamente. Este software

    o Geogebra. O intuito dar mais dinmica s aulas sobre funes, fazer com que o aluno

    interaja com a funo e com sua representao grca e assim despertar a curiosidade do

    aluno a respeito do contedo estudado.

    O software Geogebra possui uma grande potencialidade em relao ao ensino espe-

    cco de pontos de mximo e pontos de mnimo de funes de uma varivel, ele oferece

    vrios recursos como capacidade de computao algbrica, numrica e grca, capacidade

    de manipulao de frmulas e nmeros e uma linguagem de programao de alto nvel e

    ao mesmo tempo muito simples de se utilizar.

    Portanto, utilizando o software Geogebra, os conceitos vistos em sala de aula so

    apresentados de maneira computacional, tornando o processo ensino-aprendizagem mais

    prazeroso do que apenas no ambiente de sala de aula que geralmente o professor utiliza.

    Para o estudo especco de pontos de mximo e mnimo de funes de uma varivel

    com o Geogebra temos os comandos: Extremo, Mximo e Mnimo. Eles determinam os

    pontos de mximo, de mnimo locais e globais de funo num determinado intervalo, e

    isto feito de uma forma muito simples.

    Logo, utilizar o Geogebra aliado ao conhecimento matemtico previamente sistema-

    tizado, s tem a contribuir com o processo educacional. A possibilidade de construir,

    alterar, reconstruir e modicar as funes feitas na tela do computador permitem testar

    propriedades, resultados e fazer conjecturas sobre as mesmas. Essa interao gera discus-

    so e por consequncia o aprofundamento no contedo estudado. A dinmica oportuni-

    zada pelo software, permitem muitas possibilidades de testes e anlises, que no processo de

    construo mo, seria demorado, impreciso e as diculdades seriam enormes, causando

    11

  • um fator desmotivador da aprendizagem e da investigao do que est sendo estudado.

    Portanto, a utilizao do Geogebra de maneira adequada, s tem a contribuir com o

    processo ensino-aprendizagem das funes e especicamente dos pontos de mximo e de

    mnimo das funes de uma varivel.

    12

  • 1 O software Geogebra

    O GeoGebra, conforme [3], um software de matemtica dinmica que junta Geo-

    metria, lgebra e Aritmtica. desenvolvido por uma equipe internacional de progra-

    madores para ensinar matemtica nas escolas e nas universidades.

    Foi criado por Markus Hohenwarter para ser utilizado em ambiente de sala de aula.

    O projeto foi iniciado em 2001, na Universitt Salzburg, e tem prosseguido em desenvol-

    vimento na Florida Atlantic University.

    O programa permite inserir funes e alterar todos esses objetos dinamicamente,

    aps a construo estar nalizada, o GeoGebra pode derivar e integrar funes, e ainda

    oferecer comandos para se encontrar razes e pontos extremos de uma funo e etc. Com

    isto, o programa rene as ferramentas tradicionais de geometria com outras mais adequa-

    das lgebra e ao clculo. Isto tem a vantagem didtica de representar, ao mesmo tempo

    e em um nico ambiente visual, as caractersticas geomtricas e algbricas de uma mesma

    funo.

    O GeoGebra fornece trs diferentes vistas dos objetos matemticos: a Zona Gr-

    ca, a Zona Algbrica, e a Folha de Clculo. Todas as representaes do mesmo objeto

    esto ligadas dinamicamente e adaptam-se automaticamente s mudanas realizadas em

    qualquer uma delas, independentemente da forma como esses objetos foram inicialmente

    criados.

    Vejamos o layout do software:

    Figura 1: Interface do software Geogebra

    Uma grande vantagem do Geogebra o dinamismo existente entre a zona algbrica,

    a zona grca e a folha de clculo, por exemplo, na guia seletor, em que possvel a

    criao de parmetros para uma varivel denida no campo de entrada, informando o

    intervalo de variao e incremento. Assim, o aluno pode movimentar o seletor e observar

    13

  • as variaes nas janelas grca e algbrica e fazer suas prprias conjecturas.

    Figura 2: Funo f(x) = a.sen(x), a [5, 5] com incremento de 0.1

    A velocidade de construo grca com o Geogebra permite ao aluno utilizar mais

    o tempo conjecturando do que realizando construes trabalhosas e imperfeitas dessas

    representaes, ou seja, o software, alm de poupar o tempo do aluno, facilita sua visuali-

    zao acerca do assunto abordado de maneira fcil, rpida e interativa. Portanto o aluno

    se torna mais independente na construo do seu aprendizado.

    14

  • 2 Preliminares

    Neste captulo, sero apresentados os conceitos bsicos necessrios para o desenvolvi-

    mento deste trabalho, tais como: funes, limites, derivadas, pontos de mximo e pontos

    de mnimo.

    A ideia de funo muito importante para a humanidade e encontra cada vez mais

    aplicaes em nosso dia-a-dia. Estudar o comportamento de funes estratgico para o

    bom desempenho de uma empresa no mercado de hoje. As bolsas de valores estudam e

    analisam funes o tempo todo.

    O lsofo e matemtico Plato escreveu no sculo IV a.C. que, "os nmeros gover-

    nam o mundo". Pode-se dizer que no mundo moderno do sculo XXI d.C., "As funes

    governam e controlam o mundo o tempo todo".

    2.1 Um breve histrico do conceito de funo

    A noo de dependncia teve incio a aproximadamente 6000 anos, mas foi somente

    no sculo XVII que houve o desenvolvimento do conceito formal de funo. Este desen-

    volvimento se deu por conta da relao entre funo e problemas relacionados ao Clculo

    que foi estudado e fundamentado por Newton e Leibniz.

    O uso de funo como um termo matemtico foi iniciado por Leibniz, em uma carta

    de 1673, para designar uma quantidade relacionada a uma curva, tal como a sua inclinao

    em um ponto especco. As funes que Leibniz considerou so atualmente chamadas de

    funes diferenciveis.

    A palavra funo foi, posteriormente, usada por Euler em meados do sculo XVIII

    para descrever uma expresso envolvendo vrios argumentos. Com o tempo foi-se ampli-

    ando o conceito e a denio de funo.

    Durante o Sculo XIX, vrios matemticos comearam a formalizar toda a Mate-

    mtica utilizando a Teoria dos conjuntos.

    Com base nesta teoria o matemtico alemo Dirichlet criou a denio "formal"

    de funo moderna. Na denio de Dirichlet, uma funo um caso especial de uma

    relao.

    Utilizaremos nesta dissertao, um conceito de funo um pouco diferente do con-

    ceito de Dirichlet, mas que tambm baseado na utilizao de conjuntos.

    15

  • 2.2 Funo

    Em [9], verica-se que funo um dos conceitos mais importantes da matemtica. Exis-

    tem vrias denies, dependendo da forma como so escolhidos os axiomas.

    Denio 1. Dados dois conjuntos no-vazios A e B, uma funo de A em B, denotada

    por f : A B, uma lei ou uma regra que associa cada elemento x de A a um nicoelemento y de B. Utilizamos a notao y = f(x).

    Exemplo 1: Dados os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}, consideremos alei que associa os elementos dos conjuntos A e B denida por y = 2x + 1, onde x A ey B. Determine se a lei uma funo ou no:

    Soluo. Temos:

    para x = 1 y = 2 1 + 1 = 3.para x = 2 y = 2 2 + 1 = 5.para x = 3 y = 2 3 + 1 = 7.

    Figura 3: Diagrama da relao y = 2x+ 1

    Portanto, a lei descrita no exemplo uma funo e denotada por: f : A B;f(x) = 2x+ 1

    2.3 Domnio, contradomnio e imagem de uma funo

    Denio 1. Seja f : A B uma funo tal que f(x) = y, ou seja, f umafuno que associa o elemento x A ao elemento y B. O conjunto A o dom-

    16

  • nio de f . O contradomnio de f denido como sendo o conjunto B. As notaes

    para estes conjuntos so: D(f) = A, CD(f) = B. A imagem de f o conjunto:

    Im(f) = {y B; x A, f(x) = y}.

    Para o exemplo 1, tem-se:

    D(f) = {1, 2, 3}, CD(f) = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} e Im(f) = {3, 5, 7}.

    2.4 Representao grca de uma funo

    Ren Descartes foi um lsofo, fsico e matemtico que revolucionou a matemtica quando

    sugeriu a fuso da lgebra com a geometria atravs do sistema de coordenadas que hoje

    conhecido como sistema de coordenadas cartesianas. Para maiores detalhes indicamos

    [9].

    Para representar funes gracamente, vamos utilizar o sistema de coordenadas cartesia-

    nas ortogonais, tambm chamado de plano cartesiano.

    Figura 4: Plano cartesiano

    O grco de uma funo f , o conjunto de todos os pontos (x, y), do plano cartesiano,

    com x D(f) e y Im(f). A representao grca de uma funo de fundamentalimportncia para a anlise de seu comportamento, do seu domnio, de sua imagem, etc..

    Hoje temos o software Geogebra que de forma fcil e rpida apresenta grcos de inmeras

    funes para uma anlise mais precisa e interativa do comportamento de tais funes.

    17

  • Vejamos alguns exemplos.

    Exemplo 1: Construa o grco da funo f : A R, dada por f(x) = x + 1, ondeA = {0, 1, 2, 3}.

    Figura 5: Grco da funo f(x) = x+ 1 com domnio A

    Exemplo 2: Construa o grco da funo f : R R, dada por f(x) = x+ 1.

    Figura 6: Grco da funo f(x) = x+ 1 com domnio R

    Percebemos que apesar de serem formadas pela mesma lei f(x) = x + 1, so funes to-

    talmente diferentes, pois a imagem da funo do exemplo 1 o conjunto Im = {1, 2, 3, 4},j a imagem da funo do exemplo 2 o conjunto Im = R.

    18

  • Exemplo 3: Construa o grco da funo f : R R, dada por y = x2.

    Figura 7: Grco da funo f(x) = x2

    O conjunto imagem da funo R.

    Exemplo 4: Construa o grco da funo f : [2, 5] R, dada por f(x) = 3 2x.

    Figura 8: Grco da funo f(x) = 3 2x

    Neste caso vemos que Im(f) = [7, 7].

    2.5 Limite de uma funo

    O conceito bsico sobre o qual o clculo se apoia o de limite de funo. um dos

    conceitos mais belos da matemtica, ele consiste em analisar o comportamento de uma

    19

  • funo quando a sua varivel independente se aproxima de um determinado valor. Por

    exemplo, consideremos a funo f : R {0} R; f(x) = sen(x)x. Sabemos que f

    no est denida em x = 0, mas o que ocorre com f quando x se aproxima de 0?

    Observemos primeiro o que ocorre quando x se aproxima de 0 pela direita, ou seja, por

    valores maiores que 0.

    x f(x)=sen(x)

    x1 0,84147

    0,5 0,95885

    0,1 0,99833

    0,01 0,99998

    Observemos agora o que ocorre quando x se aproxima de 0 pela esquerda, ou seja, por

    valores menores que 0.

    x f(x)=sen(x)

    x-1 0,84147

    -0,5 0,95885

    -0,1 0,99833

    -0,01 0,99998

    Vemos que em ambos os casos a funo se aproxima de 1. Neste caso, dizemos que o

    limite da funo quando x tende a 0 igual a 1.

    Notao: limx0

    f(x) = 1 ou limx0

    sen(x)

    x= 1.

    20

  • Vejamos gracamente:

    Figura 9: Grcos das funes f(x) = x e g(x) = sen(x)

    Observe que as funes f(x) = x e g(x) = sen(x) se aproximam uma da outra quando x

    se aproxima de 0, portanto o quociente entre as duas tende a 1. Ou seja, limx0

    sen(x)

    x= 1.

    2.6 Taxa de variao mdia de uma funo

    Denio 1. Seja f : (a, b) R; y = f(x) uma funo contnua denida no intervalo(a, b). Sejam P (x1, y1) e Q(x2, y2) dois pontos do grco de f . Seja r a reta que passa

    pelos pontos P e Q, ento r secante ao grco da funo.

    Figura 10: Taxa de variao mdia de uma funo

    21

  • Denomina-se taxa de variao mdia da funo y = f(x), no intervalo [x1, x2], o quociente:

    m =x

    y=f(x2) f(x1)

    x2 x1 , com x2 > x1

    Observe que a taxa de variao mdia de uma funo em um intervalo o coeciente

    angular da reta que passa pelos pontos dados.

    A taxa de variao mdia nos mostra com que rapidez a funo varia num dado intervalo.

    2.7 Derivada de uma funo

    Agora, e se quisermos saber a rapidez com que uma funo contnua y = f(x) varia, no

    num intervalo, mas num ponto x0? Para isto utilizaremos o conceito de taxa de variao

    instantnea de uma funo num ponto ou derivada de uma funo num ponto.

    A ideia de tal noo a de que uma curva pode ser bem aproximada por uma reta nas

    proximidades de um ponto.

    De todas as retas que passam pelo ponto P (x0, y0), a que melhor se aproxima do grco

    de y = f(x) para valores de x prximos de x0, a reta tangente curva nesse ponto.

    Figura 11: Taxa de variao instantnea de uma funo

    22

  • Para determinarmos a reta tangente ao grco da funo y = f(x), consideremos a gura

    abaixo:

    Figura 12: Reta tangente ao grco da funo no ponto x0

    Note que, se zermos x tender a zero (x 0), o ponto P1 tender a P , ou seja, areta secante tender reta tangente.

    Denio 1. Seja f : I R uma funo contnua denida num intervalo aberto Ie x0 I, a derivada de f , denotada por f (x), em x0, o limite, se existir, da razof(x0 + x) f(x0)

    xquando x tende a 0, ou seja,

    f (x0) = limx0

    f(x0 + x) f(x0)x

    .

    Este limite representa geometricamente o coeciente angular da reta tangente ao grco

    da funo y = f(x) no ponto de abscissa x0.

    Assim, a equao da reta tangente ao grco de y = f(x) no ponto (x0, f(x0)) dada

    por: y f(x0) = f (x0).(x x0), caso exista f (x0).

    O conceito de derivada considerado o cerne do Clculo Diferencial e Integral e tem

    aplicaes em muitas reas do conhecimento cientco.

    Se uma funo y = f(x) derivvel em todos os pontos de um intervalo aberto I, ento

    podemos denir a funo derivada f : I IR, denotada por f (x), tal que seu valor,em qualquer ponto x de seu domnio, dado por:

    f (x) = limx0

    f(x+ x) f(x)x

    .

    Exemplo 1: Determinar a equao da reta tangente parbola de equao f(x) = x22x

    23

  • no ponto de abscissa x0 = 4.

    Soluo. Calculando f (4):

    f (4) = limx0

    f(4 + x) f(4)x

    = limx0

    (4 + x)2 2.(4 + x) (42 2.4)x

    = 6

    Calculando f(4): f(4) = 42 2.4 = 8Logo a equao da reta tangente parbola f(x) = x2 2x no ponto (4, 8) :y f(4) = f (4).(x 4) = y 8 = 6.(x 4) = y = 6x 16.

    Vejamos gracamente:

    Figura 13: Reta tangente ao grco de f(x) = x2 2x em x = 4

    2.8 Derivada segunda de uma funo

    Seja f : R R, y = f(x) uma funo derivvel num intervalo (a, b). A sua derivadaf : (a, b) R, tambm uma funo denida neste intervalo. Se f tambm forderivvel num ponto x0 deste intervalo podemos pensar na derivada segunda de f em x0.

    Denio 1. Seja f uma funo derivvel. Se f tambm for derivvel, ento a sua

    derivada chamada derivada segunda de f e representada por f (x). (l-se derivada

    segunda de f em relao a x).

    24

  • Exemplo: Seja f : R R; f(x) = tg(x), calcule f (x).

    Soluo.

    f(x) = tg(x) = f (x) = sec2(x) = f (x) = 2sec(x).[sec(x).tg(x)] =

    f (x) = 2sec2(x).tg(x)

    2.9 Relao entre derivada e crescimento ou decrescimento de

    uma funo

    Figura 14: Grco da funo f(x) = sen(x) no intervalo [0, pi]

    A gura acima mostra a funo f(x) = sen(x) em [0, pi]. Observe que a funo crescente

    no intervalo

    [0,pi

    2

    ]e decrescente no intervalo

    [pi2, pi]. Percebemos intuitivamente que no

    intervalo em que a funo crescente, a derivada positiva, pois as retas tangentes em

    quaisquer pontos do intervalo so crescentes e no intervalo em que a funo decrescente,

    a derivada negativa, pois as retas tangentes em quaisquer pontos do intervalo so de-

    crescentes.

    Esta conjectura nos remete ao teorema abaixo:

    25

  • Teorema 1. Seja f : [a, b] R, derivvel em (a, b). Ento:

    f no decrescente em [a, b] se, e somente se, f (x) 0,x (a, b). E sef (x) > 0,x (a, b) ento f crescente em [a, b].

    f no crescente em [a, b] se, e somente se, f (x) 0,x (a, b). E sef (x) < 0,x (a, b) ento f decrescente em [a, b].

    Demonstrao. Suponhamos que f seja no decrescente em [a, b]. Determinemos o sinal

    de f (x):

    Sejam x (a, b) e h > 0 tal que x+ h (a, b), ento x+ h > x, logof(x+ h) f(x), pois f no decrescente. Segue quef(x+ h) f(x) 0 = f(x+ h) f(x)

    h 0.Seja h < 0, ento temos x+ h < x, logo

    f(x+ h) f(x), pois f no decrescente. Segue quef(x+ h) f(x) 0 = f(x+ h) f(x)

    h 0.

    Logo, em ambos os casos temos

    f(x+ h) f(x)h

    0.

    Portanto, f (x) = limh0

    f(x+ h) f(x)h

    0.Suponhamos agora que f (x) 0,x (a, b). Sejam x1, x2 [a, b] com x1 < x2. Temosque f contnua, ento, pelo Teorema do valor mdio, c (x1, x2) tal que

    f (c) =f(x2) f(x1)

    x2 x1 .

    Como x2 x1 > 0 e f (c) 0, temos que f(x2) f(x1) 0 = f(x2) f(x1).Logo, f no decrescente.

    Suponhamos agora que f (x) > 0,x (a, b).Sejam x1, x2 [a, b] com x1 < x2. Temos que f contnua, ento, pelo Teorema do valormdio, c (x1, x2) tal que

    f (c) =f(x2) f(x1)

    x2 x1 .

    26

  • Como x2 x1 > 0 e f (c) > 0, temos que f(x2) f(x1) > 0 = f(x2) > f(x1).Logo, f crescente.

    O caso em que f no crescente anlogo.

    2.10 Ponto de mximo e ponto de mnimo de uma funo

    Denio 1. Seja f : D R, derivvel em (a, b). Se c (a, b) tal que f (c) = 0 ouf (c) no exista ento c dito ponto crtico de f .

    Veremos a seguir que se c um ponto crtico de f ento f(c) pode ser mnimo local,

    mximo local de uma funo ou nenhum dos dois casos.

    Vejamos o grco da funo f(x) = x3 2x2 + 0.5:

    Figura 15: Pontos de mximo e de mnimo de f(x) = x3 2x2 + 0.5

    Vejamos agora o grco da funo f(x) = x3

    Figura 16: Ponto crtico da funo f(x) = x3

    27

  • 2.11 Teste da segunda derivada para pontos de mximo e de m-

    nimo

    Teorema 1. Sejam f uma funo derivvel em um intervalo aberto I e c I tal quef (c) = 0. Se f (c) existe, ento:

    Se f (c) < 0 ento f possui um ponto de mximo local em c.

    Se f (c) > 0 ento f possui um ponto de mnimo local em c.

    Se f (c) = 0 o teste inconclusivo.

    Demonstrao. Suponhamos que f (c) = 0 e f (c) < 0. Ento:

    f (x) = limxc

    f (x) f (c)x c = limxc

    f (x)x c < 0.

    Logo, existe um intervalo (a, b) com c (a, b) tal que f(x)x c < 0, x (a, b).Ento,

    a < x < c = x c < 0 = f (x) > 0.c < x < b = x c > 0 = f (x) < 0.

    Portanto, a funo f passa de crescente para decrescente em x = c. Conclumos ento

    que f tem ponto de mximo local em x = c.

    O caso em que f (c) > 0 anlogo.

    O caso em que f (c) = 0 podemos obter:

    Ponto de mximo, no caso por exemplo da funo f(x) = x4 em x = 0. Ponto de mnimo, no caso da funo f(x) = x4 em x = 0. Nem ponto de mximo, nem ponto de mnimo no caso da funo f(x) = x3 emx = 0.

    Vejamos alguns exemplos.

    Exemplo 1: Encontre os pontos de mximo e de mnimo locais da funo f(x) = x3 x2.Determinando os pontos crticos:

    28

  • f(x) = x3x2 = f (x) = 3x2 2x. Fazendo f (x) = 0, teremos x = 0 ou x = 23.

    Logo, os pontos crticos da funo so x = 0 e x =2

    3.

    Encontrando a segunda derivada:

    f (x) = 3x2 2x = f (x) = 6x 2.Aplicando o teste da segunda derivada em x = 0:

    f (x) = 6x 2 = f (0) = 2 < 0.Calculando f(0):

    f(0) = 03 02 = 0Logo, o ponto (0, 0) ponto de mximo local de f .

    Aplicando o teste da segunda derivada em x =2

    3:

    f (x) = 6x 2 = f (

    2

    3

    )= 2 > 0.

    Calculando f

    (2

    3

    ):

    f

    (2

    3

    )=

    (2

    3

    )3(

    2

    3

    )2= 4

    270, 15.

    Logo, o ponto

    (2

    3, 4

    27

    )ou (0.67,0.15) ponto de mnimo local de f .Vejamos gracamente:

    Figura 17: Pontos de mximo e mnimo da funo f(x) = x3 x2

    Vejamos agora um caso em que o ponto de mnimo ocorre num ponto onde a derivada

    no existe.

    29

  • Exemplo 2: Seja f : R R; f(x) = |x 1|, determine seu ponto mnimo:

    f pode ser escrita da seguinte forma: f(x) =

    x 1, se x 1(x 1), se x < 1 . Da, temos quef (x) =

    1, se x > 11, se x < 1 .Mas em, x = 1, f no est denida, pois:

    limx1

    f(x) f(1)x 1 = limx1

    x+ 1 0x 1 = 1 e limx1+

    f(x) f(1)x 1 = limx1+

    x 1 0x 1 = 1.

    Logo, limx1

    f(x) f(1)x 1 , no existe e portanto f no derivvel em x = 1.

    Temos que f(1) = 0 e sabemos que f(x) = |x 1| 0,x IR, logo (1, 0) o pontomnimo de f .

    Vejamos no grco:

    Figura 18: Ponto de mnimo da funo f(x) = |x 1|

    Caso a funo esteja denida num intervalo fechado, importante analisar tambm os

    extremos desse intervalo. Vejamos o exemplo:

    30

  • Exemplo 3: Determine o pontos de mximo e mnimo da funo:

    f : [6, 4] R; f(x) =

    |x| , se 6 x 15 (x 3)2, se 1 < x 4 .

    A funo pode ser escrita da seguinte forma: f(x) =

    x, se 6 x < 0x, se 0 x 1

    5 (x 3)2, se 1 < x 4.

    Logo, f (x) =

    1, se 6 < x < 0

    1, se 0 < x < 1

    2x+ 6, se 1 < x < 4.

    Vemos que f (x) no existe quando x = 0 e x = 1. f (x) = 0 quando x = 3.

    Portanto, os pontos crticos de f so: x = 0, x = 1, x = 3.

    Calculando f nestes pontos, temos:

    f(0) = 0, f(1) = 1, f(3) = 5.

    Calculando f nos extremos, temos:

    f(6) = 6, f(4) = 4.

    Portanto, o ponto mnimo de f (0, 0). E o ponto mximo de f (6, 6).

    31

  • Vejamos gracamente:

    Figura 19: Pontos de mnimo e mximo da funo

    Portanto, o uso do software geogebra pode ser anterior sistematizao de um contedo,

    trabalhando a ideia para o melhor entendimento, posterior para aprimorar, renar e ex-

    plorar o seu conhecimento ou, ainda, durante o processo facilitando a visualizao e a

    compreenso do que est sendo estudado.

    32

  • 3 Resoluo de problemas de maximizao e minimiza-

    o aplicados s diversas reas do cotidiano, com a

    utilizao do software Geogebra

    Neste captulo apresentaremos vrios problemas que envolvem mximos e mnimos de

    funes de uma varivel aplicados aos diversos ramos da atividade humana.

    O primeiro passo para resolver este tipo de problema determinar, de forma precisa, a

    funo a ser otimizada. Em seguida, devemos encontrar os pontos extremos da funo

    utilizando os critrios estudados.

    3.1 Problema 1

    Determine dois nmeros reais positivos cuja soma 70 e tal que seu produto seja o maior

    possvel.

    Soluo. Sejam x, y > 0 tais que x+ y = 70. Ento, x, y (a, b).

    Seja P R; P = x.y. Como x + y = 70, temos que y = 70 x. Logo P = x.(70 x) P = x2 + 70x, x (0, 70).

    Portanto a funo : P : (0, 70) R; P (x) = x2 + 70x.

    Calculando seus pontos crticos:

    P (x) = x2 + 70x = P (x) = 2x+ 70.P (x) = 0 2x+ 70 = 0 x = 35.Logo, seu nico ponto crtico em x = 35, pois P (x) existe em todo domnio (0, 70) da

    funo P .

    Calculando P (x):

    P (x) = 2x+ 70 = P (x) = 2.Ento, P (35) = 2. Portanto, o ponto de abscissa 35, ponto de mximo da funo.Calculando P (35):

    P (x) = x2 + 70x = P (35) = 352 + 70.35 P (35) = 1225.Logo, o ponto (35, 1225) o ponto mximo da funo P .

    Como x+ y = 70 e x = 35, temos que y = 35.

    Portanto, os nmeros reais positivos cuja soma 70 e tal que o produto o maior possvel

    so:

    x=35 e y=35. E o maior produto : P=1225.

    33

  • Vejamos gracamente:

    Figura 20: Grco da funo P (x) = x2 + 70x

    A vantagem da representao grca que vemos o comportamento da funo produto

    P (x) = x2 + 70x no s no ponto de mximo mas em todo o seu domnio, no deixandodvidas sobre o resultado encontrado. E com o Geogebra isto feito de forma muito

    simples e rpida.

    3.2 Problema 2

    Com uma folha retangular de papelo se quer construir uma caixa de mximo volume

    possvel, cortando um quadrado em cada canto, conforme indica a gura abaixo. As

    dimenses da folha so 60 cm e 40 cm.

    Figura 21: Folha retangular para a construo da caixa de papelo

    34

  • a) Calcule o valor de x;

    b) Determine o volume mximo da caixa.

    Soluo. A caixa ter a forma de um paraleleppedo retngulo de dimenses: 60 2x,40 2x e x.

    Figura 22: Caixa de papelo

    Para que a construo da caixa seja possvel, x (0, 20).Seja V , o volume da caixa. Ento:

    V = x.(60 2x).(40 2x) V = 4x3 200x2 + 2400x.Logo, a funo que determina o volume da caixa em relao a x, :

    V : (0, 20) R; V (x) = 4x3 200x2 + 2400x.Determinando os pontos crticos de V :

    V (x) = 4x3 200x2 + 2400x = V (x) = 12x2 400x+ 2400.V (x) = 0 12x2 400x+ 2400 = 0 x1 =

    50 + 10

    7

    3ou x1 25, 48. No serve! Pois 25,48 no pertence ao domnioda funo.

    x2 =50 107

    3ou x2 7, 85. Serve! Pois 7,85 pertence ao domnio da funo.Logo, o nico ponto crtico da funo V o de abscissa 7, 85, pois como j foi visto

    25, 48 / (0, 20) e V derivvel em todo o seu domnio.Calculando V (x):

    V (x) = 12x2 400x+ 2400 = V (x) = 24x 400.Determinando V (7, 85):

    V (x) = 24x 400 = V (7, 85) = 24.7, 85 400 V (7, 85) = 211, 6 < 0.Logo, o ponto de abscissa x = 7, 85 ponto de mximo.

    Calculando V (7, 85):

    V (x) = 4x3 200x2 + 2400x = V (7, 85) = 4.7, 853 200.7, 852 + 2400.7, 85 V (7, 85) 8450, 45.Logo, o ponto de mximo da funo V (7, 85; 8450, 45).

    Portanto, o volume da caixa ser mximo quando x 7,85 cm.

    35

  • O volume mximo da caixa 8450,45 cm3.

    Vejamos no grco:

    Figura 23: Grco da funo V (x) = 4x3 200x2 + 2400x

    No grco observamos a curva da funo volume V (x) = 4x3 200x2 + 2400x em todo oseu domnio, raticando o resultado encontrado para o ponto de mximo da funo.

    3.3 Problema 3

    Um fazendeiro precisa construir um galinheiro de forma retangular utilizando-se de uma

    tela de 16 metros de comprimento. Sabendo que o fazendeiro vai usar um muro como

    fundo do galinheiro, determine as dimenses do mesmo para que sua rea seja mxima.

    Figura 24: Galinheiro

    Soluo. Sejam x, y R, com x, y > 0, as dimenses do retngulo, conforme a gura.Ento: 2x+ y = 16.

    36

  • Logo, para que a construo do galinheiro seja possvel, 0 < x < 8 e 0 < y < 16.

    Como 2x+ y = 16, temos que y = 16 2x.Seja A, a rea do galinheiro. Ento: A = x.y.

    Logo, a A = x(16 2x) A = 2x2 + 16x.Portanto, a funo que determina a rea do galinheiro :

    A : (0, 8) R; A(x) = 2x2 + 16x.Determinando os pontos crticos da funo A.

    A(x) = 2x2 + 16x = A(x) = 4x+ 16.A(x) = 0 4x+ 16 = 0 x = 4. Serve! Pois 4 (0, 8), que o domnioda funo A. Calculando A(x):

    A(x) = 4x+ 16 = A(x) = 4. Aplicando A em x = 4, temos: A(4) = 4 < 0.Logo, o ponto de abscissa x = 4 o nico ponto de mximo da funo A, pois A derivvel

    em todo o seu domnio. Calculando A(4):

    A(x) = 2x2 + 16x = A(4) = 2.42 + 16.4 A(4) = 32. Logo, o ponto (4, 32) o ponto mximo da funo A.

    Como 2x+ y = 16 e x = 4, temos que y = 8.

    Portanto, para que a rea do galinheiro seja mxima, x = 4 m e y = 8 m.

    A rea mxima do galinheiro 32 m

    2.

    Vejamos gracamente:

    Figura 25: Grco da funo A(x) = 2x2 + 16x

    Com a funo rea A(x) = 2x2 +16x representada gracamente em todo o seu domnio,

    37

  • compreendemos de uma maneira muito abrangente, as propriedades e as caractersticas

    da referida funo.

    3.4 Problema 4

    Deseja-se construir um reservatrio de gua destampado de forma circular, com volume

    igual a 125pim3. Sabendo que o custo do material para fazer o fundo do reservatrio

    o triplo do custo do material para fazer a lateral, determine os valores do raio r e da

    profundidade h, de modo que o reservatrio possa ser construdo com o menor custo.

    Figura 26: Reservatrio de gua

    Soluo. Como o reservatrio circular, ento o seu formato o de um cilindro.

    Sejam r, h respectivamente, o raio e a altura do cilindro. Ento r, h > 0.

    Seja V o volume do cilindro. Ento V = pir2h. Como V = 125pi m3, temos que:

    125pi = pir2h h = 125r2.

    Seja C o custo de produo do reservatrio. Logo, C = 3.pir2 + 2pirh =C = 2pir.

    125

    r2+ 3pir2 C = 250pir1 + 3pir2.Logo, a funo que determina o custo de produo do reservatrio :

    C : (0,+) R; C(r) = 250pir1 + 3pir2, onde r o raio do cilindro.

    Determinando os pontos crticos de C:

    C(r) = 250pir1 + 3pir2 = C (r) = 250pir2 + 6pir.C (r) = 0 250pi

    r2+ 6pir = 0

    250pir2

    = 6pir

    38

  • r3 =125

    3 r = 5

    3

    3 r 3, 47. Serve! Pois 3, 47 (0,+).Calculando C (r):

    C (r) = 250pir2 + 6pir C (r) = 500pir3 + 6pi.Aplicando S em r = 3, 47:

    C (r) = 500pir3+6pi C (3, 47) = 500.pi.(3, 47)3+6.pi C (3, 47) 37, 6+18, 85 C (3, 47) 56, 45 > 0.Logo, o ponto de abscissa r = 3, 47 o nico ponto de mnimo da funo C, pois C existe

    em todo domnio da funo C.

    Calculando C(3, 47):

    C(r) = 250pir1 + 3pir2 = C(3, 47) = 250.pi.3, 471 + 3.pi.3, 472 C(3, 47) 339, 82.

    Logo, o ponto (3, 47; 339, 82) o ponto mnimo da funo custo.

    Como h =125

    r2e r = 3, 47, temos que h =

    125

    3, 472 h 10, 38.Portanto, para que o custo de construo do reservatrio seja mnimo, o raio do reservat-

    rio dever ser aproximadamente 3, 47 m e a profundidade aproximadamente 10, 38 m.

    Vejamos gracamente:

    Figura 27: Grco da funo custo: C(r) = 250pir1 + 3pir2

    Com a funo representada atravs de seu grco, percebemos claramente que o custo de

    39

  • fato ser mnimo se o raio do reservatrio for aproximadamente 3, 47 m.

    3.5 Problema 5

    Num canteiro semicircular, cujo raio tem 4 metros de comprimento, so reservados, de

    acordo com a gura, dois canteiros, tambm semicirculares, destinados ao cultivo de ores,

    sendo para grama esmeralda a parte restante. Sabendo que o m2 da grama esmeralda

    custa 5, 00 reais, o m2 da or que ser plantada no canteiro 1 custa 20, 00 reais e o m2 da

    or que ser plantada no canteiro 2 custa 50, 00 reais:

    Figura 28: Canteiro semicircular

    a) Determine a funo que calcula o custo total do empreendimento;

    b) Determine quais as medidas dos raios dos dois canteiros das ores para que o custo do

    empreendimento seja mnimo.

    Soluo. Sejam A a rea do semicrculo maior, A1 a rea do semicrculo que representa o

    canteiro 1 e A2 a rea do semicrculo que representa o canteiro 2.

    Ento, A =pi.42

    2 A = 16pi

    2 A = 8pi m2.

    A rea do canteiro 1 ser: A1 =piR2

    2m2.

    Como o dimetro do semicrculo que representa o canteiro 2 8 2R, temos que seu raiomede (4R) m.

    Logo, a rea do canteiro 2 ser: A2 =pi(4R)2

    2m2.

    40

  • Seja A3 a rea da grama. Ento: A3 = AA1A2 A3 = 8pi piR2

    2 pi(4R)

    2

    2

    A3 = pi(4RR2) m2.

    Seja C o custo total de produo. Como o m2 da grama esmeralda custa 5, 00 reais, o m2

    da or que ser plantada no canteiro 1 custa 20, 00 reais e o m2 da or que ser plantada

    no canteiro 2 custa 50, 00 reais, temos que:

    C = 5.pi(4RR2) + 20.(piR2

    2

    )+ 50.

    pi(4R)22

    C = 20piR 5piR2 + 10piR2 + 400pi 200piR + 25piR2

    C = 30piR2 180piR + 400pi.

    Vemos que a gura acima que o canteiro s pode ser construdo se 0 < R < 4.

    Ento:

    C : (0, 4) R; C(R) = 30piR2 180piR + 400pi.

    a funo que calcula o custo total de produo do empreendimento.

    Determinando os pontos crticos de C:

    C(R) = 30piR2 180piR + 400pi = C (R) = 60piR 180pi

    C (R) = 0 60piR 180pi = 0 R = 3.

    R = 3 vlido, pois 3 (0, 4), que o domnio da funo custo C.

    Calculando C (R):

    C (R) = 60piR 180pi = C (R) = 60pi

    Logo, C (3) = 60pi > 0.

    Calculando C(3):

    C(R) = 30piR2 180piR + 400pi C(3) = 30pi.32 180pi.3 + 400pi

    41

  • C(3) = 270pi 540pi + 400pi C(3) = 130pi C(3) 408, 41 reais.

    Logo, o ponto (3; 408, 41) o nico ponto mnimo da funo custo C, pois C (x) est

    denida em todo domnio (0, 4).

    Portanto, para que o custo de produo do empreendimento seja mnimo, o raio do canteiro

    1 dever ser 3 metros, e o raio do canteiro 2 dever ser 1 metro.

    E, o custo mnimo de produo ser aproximadamente 408,41 reais.

    Vejamos gracamente:

    Figura 29: Grco da funo Custo total de produo

    Observando a funo representada gracamente temos o custo de produo variando em

    todo o seu domnio e no h dvidas sobre o seu valor mnimo.

    42

  • Portanto, o canteiro com o menor custo ter da seguinte forma:

    Figura 30: Canteiro com o menor custo de produo

    3.6 Problema 6

    Um edifcio de 2000 m2 de piso deve ser construdo , sendo exigido recuos de 5 m na frente

    e nos fundos e de 4 m nas laterais, conforme a gura abaixo. Determine as dimenses do

    lote com menor rea onde esse edifcio possa ser construdo.

    Figura 31: Lote para a construo do prdio

    43

  • Soluo. Seja A, a rea do lote. Logo A = (x+8).(y+10) A = xy+10x+8y+80.

    Seja S, a rea do piso do prdio. Logo, S = x.y = 2000 y = 2000x

    .

    Ento: A = 2000 + 10x+ 8.2000

    x+ 80 A = 10x+ 16000

    x+ 2080

    A = 10x+ 16000x1 + 2080.

    Portanto, a funo que determina a rea do lote :

    A : (0,+) R; A(x) = 10x+ 16000x1 + 2080.

    Determinando os pontos crticos da funo A:

    A(x) = 10x+ 16000x1 + 2080 = A(x) = 16000x2 + 10

    A(x) = 0 16000x2 + 10 = 0 x = 40 ou x = 40.

    x = 40 vlido, pois 40 (0,+), mas x = 40 no vlido, pois 40 / (0,+).

    Calculando A(x):

    A(x) = 16000x2 + 10 = A(x) = 32000x3.

    Ento,

    A(40) = 32000.403 A(40) = 3200064000

    A(40) = 0.5 > 0.

    Calculando A(40):

    A(x) = 10x+16000x1+2080 = A(40) = 10.40+1600040

    +2080 A(40) = 2880.

    Portanto, o nico ponto de mximo da funo A o ponto (40, 2880), pois A(x) est

    denida em todo domnio (0,+).

    Como, y =2000

    xe x = 40, temos que y =

    2000

    40 y = 50.

    Portanto, para que o lote tenha a menor rea, x = 40 m e y = 50 m. Ou seja:

    O lote dever ter: 48 metros de frente por 60 metros de fundo.

    44

  • Logo a rea do lote ser 2880 m2.

    E o edifcio dever ter: 40 metros de frente por 50 metros de fundo.

    Figura 32: Grco da funo A(x) = 10x+16000x1 +2080 que determina a rea do lote.

    Observando a funo representada gracamente no resta dvidas quanto ao seu ponto

    de mnimo.

    45

  • Consideraes nais

    Este trabalho demonstrou como o software Geogebra pode auxiliar professores e

    alunos na construo de conhecimentos sobre funes de uma varivel, especialmente na

    anlise de pontos de mximo e mnimo. Muitas escolas e universidades ainda tratam o

    ensino de uma maneira tradicional, com memorizao de frmulas, exerccios repetitivos

    e reproduo de passos direcionados pelo professor.

    Diversos estudos vm sendo feitos para tentar mudar estes procedimentos e, conse-

    quentemente, tornar o ensino-aprendizagem menos metdico e mais dinmico e prazeroso

    tanto para o aluno quanto para o professor.

    Como vimos, o computador pode ser um instrumento de muitas possibilidades para

    que nos auxiliem no alcance destes objetivos. A utilizao destas ferramentas pode dar a

    oportunidade aos alunos de interagir com os conceitos matemticos, de fazer conjecturas

    e quem sabe olhar a matemtica de uma forma mais prazeroza.

    O trabalho realizado com o software Geogebra comtemplou o estudo de construes

    e anlises de grcos de funes, das derivadas das funes, das derivadas segundas e

    principalmente a anlise e interpretao dos pontos crticos das funes, sendo alguns de

    mnimo, outros de mximo e outros que no eram nem mnimo nem mximo.

    Portanto o uso de tecnologias, aliado a vontade do professor de atingir seus objeti-

    vos e suas metas podem proporcionar aos alunos, um ambiente pedaggico interativo e

    instigante, onde quem ganha no nal o melhor ensino-aprendizagem.

    46

  • Referncias

    [1] FLEMMING, Diva Marlia e GONALVES, Mirian Buss; Clculo A. Santa Catarina,

    Editora da Universidade Federal de Santa Catarina. 1987.

    [2] GIOVANNI, Jos Ruy e BONJORNO, Jos Roberto; Matemtica Completa. So

    Paulo, FTD. 2005.

    [3] HOHENWARTER, Markus e HOHENWARTER, Judith; Manual Ocial do Geoge-

    bra. Universidade de Salzburgo, Austria. 2001.

    [4] LIMA, Elon Lages; Anlise real. Vol. 1. Rio de Janeiro, IMPA. 1989.

    [5] LIMA, Elon Lages; Curso de Anlise. Vol. 1. Rio de Janeiro, IMPA. 1976.

    [6] LIMA, Elon Lages; Meu Professor de Matemtica. Rio de Janeiro, IMPA. 1991.

    [7] MUNEM, Mustafa A. e FOULIS, David J.; Clculo 1. University of Massachusetts,

    USA. 1978.

    [8] SANTOS, Reginaldo; Introduo ao L

    A

    T

    E

    X. Departamento de Matemtica, UFMG.

    2008.

    [9] WIKIPEDIA; A enciclopdia livre. www.wikipedia.org.

    47