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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS USO DE PROBIÓTICO PARA CODORNAS DE CORTE (Coturnix coturnix sp) Autora: Luciana Kazue Otutumi Orientador: Prof. Dr. Antonio Cláudio Furlan Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá Área de Concentração: Produção Animal. MARINGÁ Estado do Paraná Outubro 2006

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

USO DE PROBIÓTICO PARA CODORNAS DE CORTE (Coturnix coturnix sp)

Autora: Luciana Kazue Otutumi

Orientador: Prof. Dr. Antonio Cláudio Furlan

Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá – Área de Concentração: Produção Animal.

MARINGÁ Estado do Paraná

Outubro 2006

Livros Grátis

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ii

“Aqueles que sempre têm dúvidas são

pessoas progressistas e seu futuro é

brilhante”.

Meishu-Sama

iii

A Meishu-Sama, por sempre estar presente em minha

vida, e por me dar forças nas horas mais necessárias.

Aos meus pais Youko (in memorian) e Shintaro e por mais

esta permissão.

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus e a Meishu-Sama, pela permissão de concluir mais uma etapa de

minha vida, esperando sempre poder contribuir por meio da aquisição

desses novos conhecimentos, a construção de um mundo melhor;

Aos meus antepassados, em especial à minha mãe que, apesar de não

estarem diretamente presentes, contribuíram em muito para o meu

crescimento;

Ao meu pai, Shintaro, por suportar todo meu estresse durante o

desenvolvimento deste trabalho;

À Universidade Estadual de Maringá, por mais esta oportunidade;

Ao Prof. Dr. Antonio Cláudio Furlan, por mais esta orientação, paciência e

principalmente apoio e amizade, minha eterna gratidão;

Ao Prof. Dr. Elias Nunes Martins, pela amizade, incondicional paciência e

auxílio nas análises estatísticas;

À Profa. Dra. Maria Raquel Marçal Natali (DCM), pela colaboração,

amizade, incentivo e alegria em todos os momentos em que estivemos

presentes;

Ao Prof. Dr. Celso Nakamura, pela amizade e oportunidade de realização

das análises microbiológicas;

v

Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos, que muito me auxiliou na

conclusão deste trabalho;

À empresa FATEC pela doação do probiótico e atenção dispendida;

À minha grande amiga, Elis Regina de Moraes Garcia e sua querida mãe

Iracema, pela amizade, apoio, incentivo, companheirismo, que foram

essenciais para mantermos sempre acesa a esperança de um final feliz;

À Ana Paula Ton e Priscila Ventura, por suas ajudas incondicionais,

amizade, minha gratidão;

Às minhas novas amizades conquistadas durante o curso: Meiby Carneiro

de Paula, Regina, Marivone, Capovilla, Ana Carolina, Andréia Fróes,

Márcia Sakamoto, Luciana Maria, Jovanir, Luís Daniel, Karina, Milene,

Elkin, Luciane, Eliane, Rafael, Fábio, Raíssa, Kelly, Alexandre e Leandro.

Às técnicas (Maria Euride e Maria dos Anjos) do Laboratório de

Histotécnica Animal/DCM/UEM, pelos ensinamentos, paciência e todos os

momentos alegres que passamos juntas;

Aos funcionários da Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), Célio

Passolongo e Valentim, por toda a ajuda durante o desenvolvimento do

experimento, essenciais para a conclusão;

Aos professores Luís Felipe e Cláudia e o mestrando Leandro pelo auxílio

na captura das imagens no Laboratório Zooplâncton e oportunidade de

concretizar a minha pesquisa.

E, finalmente, mas não menos importante, Carlos Gustavo Fernandes

Iwazaki, por toda sua alegria que muito me contagiou e motivou para

realmente conseguir concretizar este trabalho.

vi

BIOGRAFIA DA AUTORA

LUCIANA KAZUE OTUTUMI, filha de Shintaro Otutumi e Youko

Otutumi, nasceu em Marília, São Paulo, no dia 17 de outubro de 1976.

Em dezembro de 1999, concluiu o curso de Medicina de Veterinária pela

Universidade Estadual de Londrina.

No dia 29 de abril de 2002, adquiriu o título de Mestre em Zootecnia, área

de concentração Produção Animal, pela Universidade Estadual de Maringá,

realizando estudos na área de Nutrição de Coelhos.

No dia 23 de outubro de 2006, submeteu-se à banca para defesa de tese.

vii

ÍNDICE

Página

RESUMO............................................................................................................... 1 ABSTRACT.......................................................................................................... 3 I - INTRODUÇÃO................................................................................................ 5 CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 11 II - OBJETIVOS GERAIS.................................................................................... 14 III- Diferentes vias de administração de probiótico sobre o desempenho, rendimento de carcaça e população microbiana do intestino delgado de codornas de corte...................................................................................................

15 Resumo.................................................................................................................. 15 Abstract.................................................................................................................. 16 Introdução.............................................................................................................. 17 Material e Métodos................................................................................................ 19 Resultados e Discussão.......................................................................................... 25 Conclusões............................................................................................................. 34 Literatura Citada.................................................................................................... 35 IV- Efeito do probiótico sobre o desempenho, rendimento de carcaça, exigências nutricionais de proteína bruta e morfometria intestinal de codornas de corte...................................................................................................................

38 Resumo.................................................................................................................. 38 Abstract.................................................................................................................. 39 Introdução.............................................................................................................. 40 Material e Métodos................................................................................................ 42 Resultados e Discussão.......................................................................................... 47 Conclusões............................................................................................................. 67 Literatura Citada.................................................................................................... 68 V - CONCLUSÕES GERAIS............................................................................... 73

RESUMO Foram conduzidos dois experimentos para avaliar o efeito do probiótico sobre o

desempenho, rendimento de carcaça, exigências nutricionais de proteína bruta (PB),

população microbiana e morfometria do intestino delgado de codornas de corte. No

primeiro experimento, foram utilizadas duas diferentes vias de administração de

probiótico (água de bebida e ração), ou seja, avaliado o desempenho no período de um a

35 dias de idade, o rendimento de carcaça e de cortes aos 35 dias e a população

microbiana do intestino delgado aos sete e aos 14 dias de idade de codornas de corte.

Para isso, foram utilizadas 1.050 codornas distribuídas em um delineamento

inteiramente casualizado com três tratamentos e cinco repetições de 70 aves cada. Para

o rendimento de carcaça e de cortes e população microbiana do intestino delgado, foram

abatidas, respectivamente, quatro e uma ave de cada unidade experimental. As codornas

do tratamento em que se adicionou probiótico, via ração, apresentaram menor consumo

de ração (CR), em relação àquelas que receberam, via água, no período de sete a 14 dias

de idade, porém, isso não afetou o ganho de peso (GP), o que levou à melhora na

conversão alimentar (CA). Menor CR foi verificado nos períodos de 21 a 28, 28 a 35 e

um a 35 dias de idade, para as codornas dos tratamentos com adição probiótico. O

rendimento de carcaça e de cortes, a contagem total de Lactobacillus sp.,

enterobactérias e Escherichia coli não foram influenciados pela adição do probiótico.

No segundo experimento, foram utilizadas 2.304 (1.440 no período um e 864 no

período dois) codornas de corte para avaliar o desempenho e as exigências nutricionais

de PB no período de um a 35 dias de idade, o rendimento de carcaça e de cortes aos 35

dias e a morfometria da mucosa do intestino delgado aos sete, 14, 21 e 35 dias de idade.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 4

2

(com e sem probiótico e quatro níveis de PB – 15, 20, 25 e 30%), com duas repetições

por tratamento, em dois períodos experimentais, totalizando 32 repetições. Para análise

morfométrica, foram abatidas duas aves de cada unidade experimental (oito aves por

tratamento). A adição do probiótico reduziu o CR e melhorou a CA na faixa etária de 1

a sete dias. De acordo com os pesos vivos médios do modelo LRP (Linear Response

Plateau), até os 14 dias, a estimativa de exigência é de 27% de PB, a partir desta idade

entre 22 e 24% de PB. A adição do probiótico não influenciou o rendimento de carcaça

e de cortes. Para o rendimento de carcaça, a exigência de PB de acordo com o modelo

quadrático, ficou estimada em 23,53%, em relação ao LRP, a estimativa reduz para

17,13% de PB. Foram estabelecidos primeiros componentes principais envolvendo as

variáveis sob estudo com a finalidade de se determinar a exigência envolvendo

simultaneamente mais de uma variável. Dentre os componentes principais estimados,

aquele envolvendo as variáveis: peso médio aos 35 dias, GP de 1 a 35 dias e CA de 1 a

28 dias foi escolhido para determinar a exigência nutricional de PB por responder por

94,61% da variação, o que resultou estimativa de exigência de 27,37% de acordo com o

modelo quadrático e 21,91% de acordo com o LRP. O probiótico não influenciou o

comprimento e a morfometria da mucosa do intestino delgado. O nível de PB da dieta

influenciou de maneira linear o comprimento do intestino delgado aos sete, 14 e 21 dias

de idade e de maneira quadrática aos 35 dias de idade. No íleo, a altura de vilo

apresentou aumento linear em função dos níveis de PB, porém a profundidade de cripta

não mostrou diferenças com o aumento dos níveis de PB. Pode-se concluir que nas

condições ambientais em que as codornas foram criadas a adição do probiótico não

influenciou o desempenho, as exigências nutricionais de PB, o rendimento de carcaça e

de cortes, a população microbiana e a morfometria intestinal.

Palavras-chave: altura vilo, desempenho, lactobacilos, população microbiana,

profundidade cripta

ABSTRACT

Two experiments were conducted to evaluate the probiotic effect on performance,

carcass yield, crude protein (CP) nutritional requirements, small intestine microbial

population and morphometry of meat quails. In the first experiment it was used two

different ways of probiotic administration (drinking water and feed), and the

performance from 1 to 35 days of age, carcass and cut yields at 35 days and small

intestine microbial population at 7 and 14 days of age of meat quails were evaluated.

Therefore, it was used 1050 quails distributed in a completely randomized design with

three treatments and five replications of seventy quails each. To carcass and cut yields

and small intestine microbial population were slaughtered respectively four and one

quail of each experimental unit. Quails from treatment that were supplemented with

probiotic in feed, had lower feed intake (FI), compared with those supplemented by

water, during the period from 7 to 14 days of age, however it did not affected the weight

gain (WG), which increased the feed conversion (FC). Lower feed intake was observed

in the periods of 21 to 28, 28 to 35 and 1 to 35 days of age for quails from probiotic

addition treatment. Carcass and cut yields, total count of Lactobacillus sp.,

enterobacters and Escherichia coli were not influenced by probiotic addition. In the

second experiment, it was used 2304 (1440 to first period and 864 to second period)

meat quails to evaluate performance and CP nutritional requirements from 1 to 35 days

of age, carcass and cut yields at 35 days and small intestine mucous morphometry at 7,

14, 21 and 35 days of age. The experimental design was completely randomized in a

factorial 2 x 4 (with and without probiotic and four CP levels – 15, 20, 25 and 30%),

with two replications by treatment, in two experimental periods, totalizing 32

replications. To morphometric analysis, two quails of each experimental unit (eight

4

quails by treatment) were slaughtered. Probiotic addition decreased FI and improved FC

of 1 to 7 days. According to mean weight of LRP (Linear Response Plateau) model, at 7

and 14 days, requirement estimative was 27% of CP and at 21, 28 and 35 days was

among 22 to 24% of CP. Probiotic addition did not influence carcass and cut yields. To

carcass yield, CP requirement according quadratic model was estimated in 23.53%,

however, in relation at LRP, the estimate decrease to 17.13% of CP. There were

established first mainly components involving the variables under study aiming to

determine the requirement involving at same time more of one variable. Among

principal components estimated, the one involving the variables medium weight at 35

days, WG of 1 to 35 days and FC of 1 to 28 days, were selected to determine CP

nutritional requirement because it was replying by 94.61% of variation, what resulted in

requirement estimative of 27.37% according quadratic model and 21.91% according

LRP. Probiotic did not influence small intestine length and mucous morphometry. Diet

CP level influenced in a linear way the small intestine length at 7, 14 and 21 days of age

and in a quadratic way at 35 days of age. In ileum, the villum height had a linear

increase in function of CP levels; however, crypt depth did not show differences with

the CP increase. It is possible to conclude that in the ambient conditions which quails

were created the probiotic addition did not influence the performance, CP nutritional

requirement, carcass and cut yields, microbial population and intestinal morphometry.

Key words: villum height, performance, lactobacillus, microbial population, crypt depth

I - INTRODUÇÃO

O crescimento da coturnicultur,a como atividade comercial no Brasil, tem

conduzido ao aumento do número de pesquisas, no intuito de melhorar a exploração

deste mercado em expansão.

Um grande crescimento na produção, particularmente de codornas de postura,

ocorreu na década de 90, por causa da mudança ocorrida no mercado atacadista

varejista, quando os ovos primordialmente comercializados “in natura” passaram

também a ser processados em indústrias beneficiadoras, ao originar os chamados ovos

descascados ou em conserva, estendendo o consumo para churrascarias, restaurantes,

bares e lanchonetes (Fujikura, 2002).

A explicação para esse crescimento se deve ao baixo custo de manutenção,

reduzido período para as aves atingirem a maturidade sexual, reduzido consumo de

alimento, grande rusticidade aliada à possibilidade da rápida reversão do capital

investido (Murakami & Ariki, 1998).

Essas características justificam, portanto, o aumento da produção nacional, em que

dados do IBGE (2006) mostram que o plantel de codornas, no Brasil, no ano de 2004,

correspondia a 6,243 milhões de aves e que houve um aumento de 29% desde o ano de

1999.

No Brasil, a produção de codornas é predominantemente voltada para a produção

de ovos e até recentemente não se praticava a criação especializada de codornas para a

produção de carne. Dessa forma, a espécie mais difundida no país é a Coturnix coturnix

japonica, linhagem de baixo peso, utilizada exclusivamente para a produção de ovos e

destinada ao abate das fêmeas em final de postura (Rezende et al., 2004).

6

Em conseqüência, as carcaças obtidas de codornas não-especializadas na produção

de carne eram muito pequenas, pesando entre 70 e 110 gramas, e a carne das fêmeas,

relativamente, dura por se tratar de aves de aproximadamente um ano de idade (Garcia,

2002), considerada inadequada para os padrões de consumo nacional.

No intuito de atender a demanda de mercado, principalmente o mercado externo,

onde o consumo da carne de codorna é bastante difundido, recentemente houve a

importação de codornas especializadas para a produção de carne (Coturnix coturnix

sp.), também conhecida como codorna européia.

As européias são maiores (peso vivo de 200 a 300 gramas), apesar de

fenotipicamente serem bastante semelhantes à Coturnix coturnix japonica, possuem

uma coloração marrom mais viva, têm temperamento nitidamente mais calmo e o peso e

o tamanho dos ovos são um pouco maiores, embora a idade de maturidade sexual seja

praticamente a mesma da codorna de postura (Rezende et al., 2004).

São escassas, entretanto, as pesquisas sobre exigências nutricionais de codornas

européias no Brasil, sendo as formulações de rações baseadas em dados estrangeiros,

pouco condizentes com as condições brasileiras, o que às vezes compromete os dados

de produtividade (Murakami, 2002); o número de pesquisas, que tem por objetivo

determinar as exigências nutricionais de codornas nas condições de Brasil, vêm

aumentando gradativamente.

Oliveira et al. (2002a), com o objetivo de estimar a exigência de proteína bruta e

energia metabolizável de codornas japonesas machos criadas para a produção de carne,

encontraram que no período total de criação (cinco a 49 dias de idade), as exigências

protéica e energética, estimada para máximo ganho de peso foram de 26% e 3.200 Kcal

EM/ Kg de ração, respectivamente.

Por outro lado, Oliveira et al. (2002b), trabalhando com níveis de proteína bruta,

que variam de 20 a 26%, verificaram que o nível de 20% mostrou-se adequado para a

produção de codornas machos e fêmeas para abate aos 49 dias.

Em pesquisa conduzida por Corrêa et al. (2004) com codornas de corte, os autores

encontraram que, para o período de sete a 14 dias, eram necessários níveis de proteína

bruta superiores a 28%, de 26% para o período de 15 a 28 dias e de 24% para o período

de 29 a 35 dias de idade, havendo, portanto, a necessidade de formular rações divididas

por fases, assim como em frangos de corte.

Com o crescimento das criações comerciais de codornas, é presumível que

aumente o número de eventuais aves portadoras de agentes infecto-contagiosos. Dessa

7

forma, o risco de ocorrência de doenças nas regiões de maior concentração de aves,

torna-se preocupação adicional para o avicultor (Oliveira, 2004).

Aliado a isso, a pouca diversidade da microflora intestinal de aves recém-nascidas,

é considerada como um fator limitante tanto para a digestão quanto à possibilidade de

colonização intestinal por patógenos entéricos (Maiorka et al., 2001).

Em condições normais, aves jovens recebem a microbiota, principalmente, das

mães; em galinhas e perus, a transferência de microrganismos é muito eficiente quando

os recém-nascidos são criados próximos aos adultos (Andreatti Filho & Sampaio, 1999).

No entanto, os sistemas modernos de produção avícola impossibilitam esse contato, e

retarda a formação de uma microbiota intestinal protetora nos animais jovens.

Nessas condições, a produção avícola com alta produtividade a baixo custo, é

quase impossível sem a utilização de aditivos alimentares ao visar à prevenção de

doenças, tais como: os antibióticos.

Em virtude do atual questionamento de seu uso, por causa da relação com a

resistência aos antibióticos usados na antibioticoterapia humana, à presença de resíduos

de antibióticos nos produtos de origem animal destinados para o consumo humano, e a

emergente exigência por parte de importadores de produtos livres de resíduos de

aditivos, houve a necessidade da busca de produtos alternativos que pudessem substituir

os antibióticos na alimentação animal, sem que isso causasse perdas na produtividade e

na qualidade do produto final.

Uma alternativa seria o uso dos probióticos, os quais são produtos constituídos por

microrganismos vivos ou suas L-forms (sem a parede celular) (Loddi et al., 2000).

O termo probiótico foi primeiramente introduzido por Lilly & Stillwell (1965)

para descrever fatores de crescimento produzidos por um microrganismo que favorece

um outro, portanto, foi usada em contraposição ao termo antibiótico.

Parker (1974) definiu os probióticos como organismos e substâncias que

contribuem para o balanço microbiano intestinal. Mais tarde, Fuller (1989) veio a

designar probióticos como produto constituído por microrganismos vivos que, uma vez

introduzidos no organismo animal, influenciam beneficamente o hospedeiro por meio

da melhoria do balanço microbiano intestinal.

Em aves, o marco do uso de probióticos foi instituído por Nurmi & Rantala

(1973). Em seus experimentos, os autores observaram que o conteúdo intestinal de aves

adultas normais, administrados, oralmente, às aves com um dia de idade, alterava sua

sensibilidade à infecção por Salmonella spp. No mesmo ano, Tortuero verificou

8

melhora na conversão alimentar e aumento no ganho de peso em aves que receberam

Lactobacillus acidophilus, que abre caminho para uma série de investigações sobre o

tema.

Trabalhos conduzidos por Andreatti Filho et al. (2000) e Oliveira et al. (2000)

também demonstraram que a administração de microrganismos da microbiota intestinal

de aves promove efeito protetor contra a colonização por Salmonella spp. Com relação à

proteção contra a colonização por Escherichia coli, Jin et al. (1996) verificaram o

mesmo efeito protetor em frangos de corte.

Os probióticos podem conter bactérias totalmente conhecidas e quantificadas ou

culturas bacterianas não-definidas, geralmente compostos por um ou mais dos seguintes

microrganismos: Lactobacillus, Streptococcus, Bifidobactéria, Bacillus ou leveduras

(Mulder, 1991); a variação da eficácia dos probióticos pode ser por causa das diferenças

nas espécies microbianas ou cepas de microrganismos utilizadas ou ainda ao método de

preparação dos produtos ofertados aos animais (Jin et al., 1998) .

Segundo Jin et al. (1997), o modo de ação dos probióticos nas aves inclui a

manutenção da microflora intestinal normal por exclusão competitiva e antagonismo;

alteração do metabolismo por aumento da atividade das enzimas digestivas e

decréscimo na atividade das enzimas bacterianas e produção de amônia; neutralização

de enterotoxinas e estimulação do sistema imune.

Edens et al. (1997) verificaram que as bactérias láticas também podem controlar

populações de bactérias patogênicas como Salmonella spp., E. coli e Enterococci, pela

produção de substâncias que inibem o crescimento bacteriano tais como: a reuterina.

Particularmente para o controle da população de E.coli, Fuller (1977) relata que a

inibição é dependente da presença do número suficiente de Lactobacillus e que a partir

de resultados de testes in vitro, parece ser necessário no mínimo 107 Unidades

Formadoras de Colônia por grama (UFC/g).

Nas galinhas, a flora bacteriana atua beneficamente no processo digestório que

conseqüentemente favorece o metabolismo dos carboidratos pela intensificação da

digestão do amido; o metabolismo das proteínas, pela recuperação do nitrogênio

endógeno e na síntese de vitaminas e digestão cecal dos componentes fibrosos (Lancini,

1994).

Pode-se perceber, em razão disso, o importante papel da microbiota intestinal na

digestão e absorção dos alimentos ingeridos pelo hospedeiro, que exerce dessa forma

influência sobre sua saúde e performance produtiva (Canalli et al., 1996).

9

Como os processos de absorção de nutrientes são totalmente dependentes dos

mecanismos que ocorrem na mucosa intestinal, a manipulação de microrganismos

probióticos dentro do trato gastrintestinal tem sido usada com o objetivo de manter ou

incrementar a flora natural, prevenir a colonização de microrganismos patogênicos e

manter a ótima utilização dos alimentos (Fuller, 1989; Vanbelle et al., 1990), em

conseqüência da proteção dos vilos intestinais e superfícies absortivas contra toxinas

produzidas por microrganismos patógenos (Dobrogsz et al., 1991; Walker & Duff,

1998).

Bradley et al. (1994) verificaram redução na profundidade de cripta ileal quando

suplementaram Saccharomyces cerevisiae var. boulardii, mas, não observaram efeito

sobre a altura dos vilos ileais. Segundo os autores, esse decréscimo na profundidade de

cripta pode indicar um decréscimo na taxa de turnover, que poderia ser resultante do

decréscimo na concentração de bactérias produtoras de metabólitos tóxicos ou a

habilidade do Saccharomyces cerevisiae var. boulardii em suprimir os efeitos destes

metabólitos tóxicos.

Pelicano et al. (2003) avaliaram a morfometria da mucosa intestinal de frangos de

corte alimentados com dietas que contém diferentes probióticos (Bacillus subtilis,

Bacillus subtilis + Bacillus licheniformis e Saccharomyces cerevisiae) na ração em

associação ou não com probiótico na água de bebida (Lactobacillus reuteri e johnsonii)

e encontraram que independente do probiótico utilizado houve maior altura e perímetro

do vilo do duodeno, mas não observada essa diferença no jejuno e íleo.

Posteriormente, Pelicano et al. (2005) encontraram maior altura de vilo do jejuno e

íleo e maior profundidade de cripta no duodeno, jejuno e íleo de frangos de corte aos 21

dias, que receberam probiótico à base de Bacillus subtilis, mostrando dessa forma

efeitos benéficos adicionais do uso desse probiótico. Todavia, nessa mesma pesquisa, o

uso do probiótico que contém Lactobacillus acidophilus e casei, Streptococcus lactis e

faecium, Bifidobacterium bifidum e Aspergillus oryzae não mostraram resultados

significativos de seu uso sobre a altura de vilo e a profundidade de cripta dos segmentos

estudados.

Em codornas, trabalhos que avaliam a utilização de probióticos são escassos, por

isso a necessidade de se determinar a eficácia de seu uso, tendo em vista, as atuais

exigências do mercado global.

No Brasil, Oliveira et al. (2004) avaliaram o efeito do uso de antibióticos e

probiótico na criação de codornas de postura nas primeiras semanas de vida, e

10

concluíram que em bom ambiente, com água e ração disponíveis e de boa qualidade, a

adição de antibióticos e probiótico não têm efeito sobre o desempenho inicial.

Tendo em vista o papel do probiótico na prevenção do desenvolvimento de

colibacilos e na inibição de enterotoxinas no sistema digestivo (Fuller, 1977), poderia

ocorrer redução da quebra da proteína a nitrogênio, aumentando a utilização de

proteínas (aminoácidos), particularmente do alimento que não o contém em quantidades

desejáveis (Mikulec et al., 1999). Dessa forma, a utilização de dietas que contenham

níveis protéicos abaixo da exigência dos animais mostraria melhores resultados com o

uso de probióticos do que dietas que o contenham em quantidades adequadas.

Evidências desse resultado foram obtidas por Kos & Wittner (1982), que não

verificaram melhoras no crescimento e na conversão alimentar de frangos em engorda

pela adição de probióticos na ração que continha todos os nutrientes em quantidades

adequadas.

De maneira similar, Mikulec et al. (1999) demonstraram a influência favorável

que os probióticos têm sobre o crescimento da massa corporal e melhora na conversão

alimentar de frangos de corte quando o nível de proteína bruta da dieta é deficiente.

O efeito sobre o crescimento da massa corporal e conversão alimentar de frangos

de corte é significativamente maior quando os níveis de metionina, cistina e lisina no

alimento estão reduzidos (Dilworth & Day, 1978).

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

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II - OBJETIVOS GERAIS

Avaliar o efeito da adição de probiótico à base de Lactobacillus sp. na alimentação

de codornas de corte (Coturnix coturnix sp.) sobre o desempenho, rendimento de

carcaça e de cortes, exigências nutricionais de proteína bruta, população microbiana do

intestino delgado e morfometria da mucosa intestinal.

15

III – Diferentes vias de administração de probiótico sobre o desempenho,

rendimento de carcaça e população microbiana do intestino delgado de

codornas de corte

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes vias de

administração de probiótico sobre o desempenho no período de um a 35 dias de idade,

rendimento de carcaça aos 35 dias de idade e a população microbiana do intestino

delgado de codornas de corte aos sete e aos 14 dias de idade. Foram utilizadas 1.050

codornas distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado com três

tratamentos (T1 - controle, T2 -probiótico na água bebida e T3 - probiótico na ração) e

cinco repetições de 70 aves cada. O probiótico era composto por uma cultura de

Lactobacillus sp. e foi fornecido durante a primeira semana de vida. A cada sete dias, as

aves foram pesadas para avaliação do ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),

conversão alimentar (CA) e viabilidade criatória. Aos sete aos 14 dias, uma ave de cada

repetição foi abatida para a determinação da contagem total de Lactobacillus sp.,

enterobactérias e Escherichia coli do intestino delgado de codornas de corte. Aos 35

dias, duas aves de cada repetição foram abatidas para avaliação do rendimento de

carcaça e cortes cárneos. No período de sete a 14 dias de idade, as codornas do

tratamento T3, em relação àquelas do tratamento T2, apresentaram menor CR, porém,

não afetou o GP, o que levou à melhora na CA. De 21 a 28, 28 a 35 e de 1 a 35 dias de

idade, as codornas dos tratamentos T2 e T3 apresentaram menor CR. O rendimento de

carcaça e de cortes, a contagem total de Lactobacillus sp., enterobactérias e Escherichia

coli não foram influenciados pela adição do probiótico. Conclui-se que a adição do

probiótico (Lactobacillus sp.) por sete dias não melhorou o desempenho, o rendimento

de carcaça e não alterou a flora microbiana do intestino delgado de codornas de corte.

Palavras-chave: conversão alimentar, Escherichia coli, lactobacilos

16

III – Different probiotic administration ways on performance, yield carcass

and small intestine microbial population of meat quail

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the effect of probiotic

administration different ways on performance from 1 to 35 days of age, carcass yield at

35 days of age and small intestine microbial population at 7 and 14 days of age of meat

quail. A total of 1050 quails were used, distributed in a completely randomized design

with three treatments (T1 - control, T2 – probiotic in drinking water and T3 – probiotic in

ration) and five replications of seventy quail each. Probiotic was compound of

Lactobacillus sp. culture and was supplemented during first weeks of life. Each seven

days, quails were weight to evaluate weight gain (WG), feed intake (FI), feed

conversion (FC) and growth’s viability. At 7 and 14 days, one quail of each replication

was slaughtered to perform the total count of Lactobacillus sp., enterobacteria and

Escherichia coli of small intestine of meat quails. At 35 days, two quails of each

replication were slaughtered to evaluate the carcass and cut yields. From 7 to 14 days of

age, the quails of T3 treatment, compared with T2 treatment, showing lower FI, however,

did not affect the WG, which improved FC. From 21 to 28, 28 to 35 and 1 to 35 days of

age, quails from treatments T2 and T3 presented lower FI. Carcass and cut yields, total

count of Lactobacillus sp., enterobacteria and Escherichia coli were not influenced by

probiotic addition. It was possible to conclude that probiotic addition (Lactobacillus sp.)

at seven day did not improve performance, carcass yield and also did not alter small

intestine microbial flora of meat quail.

Key Words: feed conversion, Escherichia coli, lactobacillus

17

Introdução

O crescimento cada vez maior da industrialização e a necessidade de atender ao

mercado globalizado exigem dos produtores rurais a utilização de modernas tecnologias

ligadas à produção animal. Nesse contexto, a existência de um empreendimento

agropecuário lucrativo é quase impossível, sem o uso da tecnologia na busca da

eficiência produtiva, o que leva a uma dependência cada vez maior do uso nos animais

de criação de substâncias químicas como os aditivos, em especial os antimicrobianos

(Palermo-Neto, 2001).

Além disso, nos últimos anos, com a intensificação dos sistemas de produção

animal, os animais são criados em densidades cada vez mais elevadas, o que tem

aumentado os riscos de disseminação de agentes patogênicos e instalação de processos

patológicos, visto que os sistemas de desinfecção de granjas não permitem a criação de

animais em ambientes isentos de microrganismos patogênicos (Santos et al., 2003).

Dessa forma, o uso de aditivos, como os antimicrobianos promotores de crescimento,

tornou-se quase que uma obrigatoriedade.

As atuais restrições impostas pela União Européia, a exigência dos consumidores

por produtos livres de resíduos de antimicrobianos e a preocupação relacionada à

possibilidade do desenvolvimento de resistência bacteriana cruzada entre humanos e

animais têm levado os produtores e pesquisadores a buscarem alternativas aos usuais

agentes promotores do crescimento.

Entre os principais promotores de crescimento alternativos estão os probióticos,

que são definidos como organismos e/ou substâncias que contribuem para o balanço

microbiano intestinal (Parker, 1974).

18

Os probióticos, segundo Chapman (1988), agem como promotores de crescimento,

conseqüentemente melhoram a produção e o estado geral de saúde dos animais, age por

exclusão competitiva e por liberação de substâncias que desfavorecem a colonização

por bactérias indesejáveis.

Especula-se ainda que os probióticos possam produzir bacteriocinas (Fuller &

Cole, 1988), economizar energia e aumentar a disponibilidade de enzimas e vitaminas

(Fuller, 1989), o que traz benefícios ao hospedeiro.

Uma das bases teóricas que apóia o uso dos probióticos na alimentação animal é a

de que a substituição da flora intestinal normal (em particular Escherichia coli), por

outra flora, como os Lactobacillus sp., melhoraria o desempenho e aumentaria a

resistência à colonização por microrganismos patogênicos pela melhora na saúde e na

digestão dos alimentos (Dale, 1992).

Particularmente para o controle da população de Escherichia coli, Fuller (1977)

relata que tal controle é dependente da presença de número suficiente de Lactobacillus e

que a partir de resultados de testes in vitro, parece ser necessário no mínimo 107

unidades formadoras de colônia por grama (UFC/g).

A ausência de resultados benéficos com o uso do probiótico pode ser explicada

pela diferença na quantidade e nas características das cepas do microrganismo utilizado,

e o não-atendimento dos requisitos para atuar como probiótico (Loddi et al., 2000).

Resultados extremamente promissores com a adição de probióticos na ração de

frangos de corte, com melhoras no ganho de peso e/ou conversão alimentar foram

obtidos por Santoso et al. (1995), Jin et al. (1998), Cuevas et al. (2000) e Fritts et al.

(2000). Entretanto, pesquisas conduzidas por Maiorka et al. (2001), Corrêa et al. (2003)

e Pelicano et al. (2004) mostraram melhoras nos índices de conversão alimentar de

frangos de corte somente no período de 1 a 21 dias.

19

Em contraposição, trabalhos conduzidos por Henrique et al. (1998 a,b), Loddi et

al. (2000 e 2002), Pedroso et al. (2002) e Lima et al. (2003) não mostraram qualquer

benefício do uso de probióticos sobre o ganho de peso ou o consumo de ração e a

conversão alimentar em qualquer fase da criação de frangos de corte.

Oliveira et al. (2004), em codornas de postura, avaliaram o efeito da adição de

probiótico na água de bebida e ração e diferentes antibióticos via água de bebida ou

ração ou ambos, durante a primeira semana de vida, mas não encontraram diferenças

significativas entre os tratamentos, no desempenho no período de um a 21 dias.

Com relação à melhora no rendimento de carcaça e de cortes com o uso de

probiótico na alimentação de frangos de corte, os resultados disponíveis na literatura

não mostram efeitos benéficos de seu uso sobre o rendimento de carcaça, peito, pernas e

dorso (Henrique, et al. 1998 a,b; Loddi et al., 2000 e 2002; Maiorka et al., 2001, Vargas

Jr. et al., 2002) entretanto, em pesquisas desenvolvidas por Corrêa et al. (2000 e 2003),

e Pelicano et al. (2003), observou-se melhora no rendimento de pernas com a adição de

probiótico.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar as diferentes vias de administração de

probiótico sobre o desempenho, rendimento de carcaça e população microbiana do

intestino delgado de codornas de corte.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Fazenda Experimental de

Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no período de março a

abril de 2005, sob aprovação do Comitê de Ética em Experimentação Animal –

CEEA/UEM.

20

Foram utilizadas 1.050 codornas de corte (Coturnix coturnix sp), machos e fêmeas

de um dia de idade, por um período experimental de 35 dias, alojadas em galpão

convencional, disposto no sentido leste-oeste, com cobertura de telha francesa, piso de

concreto e paredes laterais de alvenaria com 0,40 m de altura completadas com tela de

arame até o telhado. O galpão é dividido em boxes de 3,0 m2 onde foram alojadas 70

aves por boxe, e cinco boxes para cada tratamento, totalizando 15 boxes.

Os tratamentos consistiram de um tratamento-controle –T1 (sem adição de

probiótico) e mais dois, que foram utilizadas duas diferentes vias de administração do

probiótico: água de bebida (T2) e ração (T3); o probiótico fornecido somente na primeira

semana do período experimental, em uma mesma concentração de microrganismos.

O probiótico administrado para os animais dos tratamentos T2 e T3 continha em

média 1,6 x 109 unidades formadoras de colônia por grama (UFC/g) de um “pool” de

Lactobacillus sp., administrado na dosagem de 100g/tonelada, segundo recomendações

do fabricante FATEC®.

A ração dos animais do T3 foi suplementada com probiótico em uma quantidade a

ser consumida pelos animais durante a primeira semana de vida, e posteriormente

misturada em misturador Y por um período de 15 minutos. Já, para os animais do T2, o

probiótico foi adicionado diariamente à água não-clorada.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três tratamentos e

cinco repetições.

O premix mineral vitamínico (utilizado nas rações) foi formulado para não conter

qualquer tipo de aditivo.

A ração durante todo o período experimental foi fornecida à vontade e formulada

segundo as exigências de Barral (1994) e a composição dos alimentos segundo dados

apresentados por Rostagno et al. (2005) (Tabela 1).

21

Tabela 1: Composição percentual e química da ração experimental

Table 1: Percentual and chemical composition of the experimental diets Alimentos Feeds

Composição percentual Percentual composition

Milho Corn 41,10

Farelo de soja Soybean meal 50,45

Calcário Limestone 1,05

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate 1,22

Sal Comum Common salt 0,36

Premix vit.+ min.* Premix vit. + min. 0,40

Óleo de soja Vegetable oil 5,41

BHT BHT 0,01

Total Total 100

Valores calculados Calculated values Energia Metabolizável (Kcal/Kg) Metabolizable energy 3.000

Proteína Bruta (%) Crude protein 26,00

Fibra Bruta (%) Crude fiber 4,09

Cálcio (%) Calcium 0,80

Fósforo disponível (%) Available Phosphorus 0,30

Lisina Total (%) Total lysine 1,55

Met. + Cist. Total (%) Total Met + Cystine 0,83 * composição por kg do produto: Vit A, 2500.000 UI; Vit. D3, 625.000 UI; Vit. E, 3.750mg; Vit B1, 138mg; Vit. B2, 1.250mg; Vit. B6, 523mg; Vit B12, 5.000mcg; Vit. K3, 750mg; ácido fólico, 112 mg; pantotenato de cálcio 2.000 mg; niacina, 7.500 mg; metionina, 275.000 mg; colina, 87.500 mg; selênio, 63 mg; antioxidante, 2500mg; iodo, 240mg; veículo q.s.p., 1000g; zinco, 15.750mg; ferro, 12.250mg; manganês, 19.375mg; cobre, 3.900mg; cobalto, 50mg. * composition per kg: Vit A, 2500,000 UI; Vit. D3, 625,000 UI; Vit. E, 3,750mg; Vit BB1, 138mg; Vit. B2, 1,250mg; Vit. B6, 523mg; Vit B12, 5,000mcg; Vit. K3, 750mg; folic acid, 112 mg; calcium panthotenato, 2,000 mg; niacine, 7,500 mg; methionine, 275,000 mg; choline, 87,500 mg; selenium, 63 mg; antioxidant, 2,500mg; iodine, 240mg; veicul q.s.p., 1000g; zinc, 15,750mg; iron, 12,250mg; manganese, 19,375mg; copper, 3,900mg; cobalt, 50mg.

O desempenho das aves foi avaliado por meio do consumo ração, ganho de peso,

conversão alimentar e viabilidade criatória (aves vivas/total de aves*100) no período

experimental.

22

Aos 35 dias de idade foram retiradas ao acaso quatro aves de cada unidade

experimental (20 aves por tratamento) para avaliação do rendimento de carcaça e cortes

cárneos. As aves foram identificadas individualmente por meio de anilhas numeradas

colocadas nas patas e submetidas a um período de jejum alimentar de oito horas, com

água à vontade até o momento do carregamento.

Após a pesagem individual, o abate foi realizado por degola completa entre os

ossos occipital e atlas. As aves foram escaldadas por 15 a 20 segundos a uma

temperatura de 55 a 600C; e a seguir submetidas a depena manual. Em seguida, efetuou-

se a evisceração manual e a pesagem da carcaça. As partes da carcaça foram separadas e

pesadas para determinação do rendimento de peito, pernas, dorso e asa.

Para o cálculo de rendimento de carcaça, foi considerado o peso da carcaça

eviscerada, sem os pés, cabeça e gordura abdominal, em relação ao peso vivo. Para o

rendimento de cortes cárneos, foi considerado o rendimento de peito inteiro com pele,

pernas (coxa e sobrecoxa com pele), dorso e asas que foi calculado em relação ao peso

da carcaça eviscerada.

Aos sete e aos 14 dias, foi colhida uma amostra de intestino delgado de cada

unidade experimental (cinco amostras por tratamento), perfazendo um total de 30

amostras, para avaliar a influência da administração do probiótico sobre a contagem

total de Lactobacillus sp., Enterobactérias e Escherichia coli do intestino delgado de

codornas de corte.

Para isso, as aves foram abatidas por meio de degola completa entre os ossos

occipital e atlas. O material utilizado para coleta do intestino delgado foi, previamente,

esterilizado em autoclave por 30 minutos e o intestino delgado após separado, foi

pesado em placas de Petri estéreis e, em seguida, picados para acondicionamento em

tubos com tampa de rosca, contendo nove mL de solução salina estéril e pérolas de

23

vidro para auxiliar na trituração e homogeneização do material colhido para posterior

análise microbiológica. Esses tubos foram mantidos em banho de gelo até a realização

das análises no Laboratório de Microbiologia da UEM.

A contagem total de Lactobacillus sp. foi feita utilizando-se o ágar Rogosa

(Lactobacillus Selective Agar) e a contagem total de enterobactérias, o ágar EMB

(Eosin Methylene-blue Lactose Sucrose Agar), de acordo com metodologia descrita no

Manual Merck (1994).

As amostras foram diluídas até 10-4, plaqueadas em duplicata e incubadas a 37ºC

por 72 horas (Rogosa) e 24 horas (EMB). Para o ágar Rogosa, foi necessário uso da

técnica de profundidade e as placas depois de semeadas e cobertas com o restante do

ágar foram colocadas em jarras de anaerobiose. Após a incubação, as colônias foram

contadas e os resultados foram expressos em UFC/g (unidade formadora de

colônia/grama) de intestino delgado.

As colônias isoladas, que cresceram no ágar, EMB foram estocadas em ágar

nutriente e submetidas posteriormente aos testes bioquímicos, utilizando-se para isso

dos meios para identificação bacteriana da Probac® do Brasil (Enterokit B), com o

objetivo de realizar a identificação bacteriana.

Para análise estatística da contagem de Escherichia coli, no material colhido,

utilizou-se de somente duas repetições de cada tratamento.

24

A análise estatística das variáveis de desempenho e rendimento de carcaça foi

realizada levando-se em consideração o modelo estatístico:

Yij = μ + Ti + eij

Yij = variáveis estudadas obtidas com o indivíduo j, recebendo o tratamento i;

μ = constante geral;

Ti = efeito do tratamento i (sendo i1 = controle; i2 = probiótico água; i3 = probiótico

ração);

eij = erro aleatório associado a cada observação Yij.

Os dados de desempenho e rendimento de carcaça obtidos foram submetidos à

análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey em nível de 5% de

significância, utilizando o programa SAEG, desenvolvido pela Universidade Federal de

Viçosa – UFV (UFV, 1999).

A análise estatística da microbiologia foi feita por meio do método de modelos

lineares generalizados (Nelder & Wedderburn, 1972), admitindo distribuição gama com

função de ligação recíproco, e nesse caso o modelo empregado foi:

η = μ + Ti + Ij + eijk;

η = observação relativa a cada indivíduo k, recebendo o tratamento i, na idade j;

μ = constante geral;

Ti = efeito do tratamento i (sendo i1 = controle; i2 = probiótico água; i3 =

probiótico ração);

Ij = efeito da idade j (sendo j1 = 7 dias; j2 = 14 dias).

Assim, conforme McCulloch & Searle (2001), quando a distribuição foi gama, a

esperança de Y (média da variável dependente) é dada por:

Ε (Yijk) = 1/ηijk

Enquanto que para a distribuição normal é dada por:

Ε (Yijk) = ηijk

25

Resultados e Discussão

No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada no interior

do galpão foi: máxima 300C e mínima de 240 C.

Os resultados de peso vivo (Tabela 2), nas diferentes idades, mostraram menor

peso aos 14 dias (P<0,05) para as codornas que receberam probiótico, via água de

bebida, quando comparados ao controle.

Tabela 2: Médias dos pesos vivos das codornas com 1, 7, 14, 21, 28 e 35 dias de idade, recebendo o probiótico (Lactobacillus sp.) sob duas diferentes vias de administração

Table 2: Means of live weight of quails with 1, 7, 14, 21, 28 and 35 days of age, receiving probiotic (Lactobacillus sp.) under two different ways of administration

Peso vivo (g) Live weight (g) Tratamentos

Treatments 1 dia Day 1

7 dias Day 7

14 dias Day 14

21 dias Day 21

28 dias Day 28

35 dias Day 35

Controle (T1) Control 9,37 34,31 87,16a 146,24 206,56 255,06

Probiótico na água (T2) Probiotic in Water 9,41 33,15 84,51b 143,81 203,23 249,57

Probiótico na Ração (T3) Probiotic in Feed 9,61 33,92 85,74ab 145,42 204,42 252,45

Coeficiente de variação Coefficient of variation 4,05 2,64 1,24 1,35 1,39 1,35

a,b Na mesma coluna, médias seguidas de letras diferentes, diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05) a,b In the same column, means followed by different letters, differ by Tukey’s Test (P<0.05)

Esse resultado comprova que a adição do probiótico utilizado, via água de bebida,

não é a via mais adequada, uma vez que esses animais apresentaram maior consumo

ração (CR), no período de sete a 14 dias (Tabela 3), em comparação ao grupo que

recebeu via ração, e, portanto, era de se esperar que tivessem maior peso aos 14 dias,

fato esse que não ocorreu.

Por outro lado, quando se analisa os pesos médios aos sete, 14, 21, 28 e 35 dias de

idade, a adição do probiótico não mostrou melhoras significativas (Tabela 2), mas, com

26

exceção dos períodos de um a sete e de 14 a 21 dias, nos demais ocorreu menor CR

(Tabela 3), sem, contudo alterar o peso médio no final de cada período.

Os resultados de peso aos sete e 21 dias de idade estão de acordo com os obtidos

por Oliveira et al. (2004), que não verificaram efeito da adição de probiótico,

adicionado na primeira água de bebida, e na ração durante a primeira semana de vida,

sobre o peso das codornas nas mesmas idades. Da mesma forma, em frangos de corte,

Pedroso et al (2002) não encontraram diferenças no peso aos 21 dias quando da

suplementação de diferentes probióticos.

No período de um a sete dias de idade, período nos quais os animais dos

tratamentos T2 e T3, receberam, respectivamente, o probiótico via água de bebida e

ração, não houve diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para as variáveis CR, ganho

de peso (GP) e conversão alimentar (CA) (Tabela 3).

Dos sete aos 14 dias de idade, os animais do T3 apresentaram significativamente

menor CR que os demais, porém, não afetou o GP, o que levou à melhora na CA

quando comparado com o tratamento T2, evidenciando efeito positivo da adição do

probiótico via ração. Cabe salientar que esta é a via recomendada pelo fabricante do

probiótico utilizado nessa pesquisa.

Esses resultados diferem dos obtidos por Maiorka et al. (2001) e Pelicano et al.

(2004), que encontraram melhoras na CA no período de um a 21 dias, no entanto, não

verificaram redução no CR de frangos de corte alimentados com dieta suplementada

com probiótico.

Por outro lado, Corrêa et al. (2003) encontraram tanto redução no CR quanto

melhora na CA de frangos de corte no período de um a 20 dias, quando se adicionou o

poliprobiótico Estibion (Lactobacillus acidophilus e casei; Streptococcus salivarium e

faecium; Bacillus subtilis e toyoi e Saccharomyces cerevisiae) à ração das aves.

27

Tabela 3: Efeito do probiótico (Lactobacillus sp.) administrado sob duas diferentes vias sobre o consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e viabilidade (VI) de codornas de corte.

Table 3: Effect of probiotic (Lactobacillus sp.) administered under two different ways on feed intake (FI), weight gain (WG), feed conversion (FC) and viability (VI) of meat quail

TRATAMENTOS TREATMENTS Vias de administração do probiótico

Ways of probiotic administration VARIÁVEL VARIABLE

IDADE AGE Controle (T1)

Control Água (T2) Water

Ração (T3) Feed

CV %1

VC %1

1-7 39,04 38,59 38,36 3,15 7-14 95,06a 97,01a 90,72b 2,38

14-21 127,99 128,83 126,79 2,37 21-28 180,55 a 170,95 b 171,12 b 2,14 28-35 218,01 a 207,36 b 214,89 ab 2,74

CR (g) FI (g)

1-35 660,65 a 642,74 b 641,88 b 1,18 1-7 24,83 23,60 24,17 4,40

7-14 52,85 51,66 52,13 2,20 14-21 71,32 71,80 71,28 2,15 21-28 59,88 58,99 58,54 4,37 28-35 48,49 46,34 48,03 5,11

GP (g) WG (g)

1-35 257,37 252,39 254,15 1,42 1-7 1,57 1,64 1,59 3,60

7-14 1,80 ab 1,88 a 1,74 b 3,13 14-21 1,79 1,79 1,78 1,83 21-28 3,02 2,90 2,93 3,70 28-35 4,51 4,48 4,48 3,78

CA (g/g) FC (g/g)

1-35 2, 57 2,55 2,53 0,99 VI (%) VI (%) 1-35 98,286 98,286 97,714 1,823

1 Coeficiente de Variação/ 1 Coefficient of Variation a,b Na mesma linha, médias seguidas de letras diferentes, diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05) a,b In the same line, means followed by different letters, differs by Tukey’s Test (P<0.05)

Resultados benéficos com o uso de probiótico, não somente na fase inicial de

criação, foram reportados por diferentes autores (Jin et al., 1998 e Fritts et al., 2000), os

quais obtiveram melhores pesos aos 21 e aos 42 dias e melhor conversão alimentar no

período de 21 a 42 dias, em frangos de corte que receberam probiótico.

Essas variações de resposta aos probióticos podem estar relacionadas com a

instabilidade da microbiota das aves na fase inicial, a qual está sujeita a grandes

alterações durante a primeira semana de vida das aves (Bunyan et al., 1977).

28

No período seguinte, dos 14 aos 21 dias de idade, novamente não foi verificado

diferenças entre os tratamentos para as variáveis CR, GP e CA.

Esses resultados podem refletir as boas condições de higiene em que as codornas

foram criadas, o que resultou em uma baixa condição de desafio sanitário. Nessas

condições de mínimo estresse e desafio, os probióticos podem não manifestar resultados

evidentes da eficácia de sua utilização (Fox, 1988; Dale, 1992; Maruta, 1993).

Dos 21 aos 28 e dos 28 aos 35 dias de idade, somente o CR sofreu influência dos

tratamentos, no qual os tratamentos com adição de probiótico, apresentaram menor CR.

No período total (um a 35 dias), os animais do tratamento-controle consumiram

significativamente mais ração (P<0,05) do que os tratamentos nos quais foram

adicionados probiótico por meio de água de bebida ou ração.

Dentre as várias ações benéficas do uso dos probióticos na alimentação animal,

pode-se citar o aumento da disponibilidade de aminoácidos nos locais de absorção

(Kozasa, 1989), economia de energia e aumento da disponibilidade de vitaminas e

enzimas (Fuller, 1989). Essas ações poderiam explicar o fato dos animais dos

tratamentos em que se adicionou probiótico via água de bebida ou ração, e terem menor

CR no período de um a 35 dias, sem que isso afetasse o GP e a CA.

Esses resultados diferem dos encontrados por Pelicano et al. (2004), os quais não

detectaram efeito da suplementação de probiótico, via ração, sobre o consumo de ração

de frangos de corte no período de um a 35 dias, e Loddi et al. (2000), que verificaram

um menor ganho de peso nos períodos de um a 21 e um a 42 dias quando se adicionou

probiótico na ração.

Os resultados de ganho de peso e conversão alimentar de frangos de corte obtidos

por Henrique et al. (1998 a,b), Loddi et al. (2002), Pedroso et al. (2002), Corrêa et al.

(2003), Lima et al. (2003) e Pelicano et al. (2004) corroboram àqueles que não

29

obtiveram efeito da adição do probiótico sobre esses parâmetros, no período de um a 42

dias.

Tendo em vista que a eficácia do produto é estritamente dependente da quantidade

e das características das cepas do microrganismo utilizado na elaboração do probiótico

(Tournut, 1998), fica difícil estabelecer um paralelo entre os estudos e comparar os

resultados.

A viabilidade, no período de um a 35 dias (Tabela 3), não foi influenciada pela

adição do probiótico, o que está de acordo com os resultados verificados em frangos de

corte por Pedroso et al. (2002) nos períodos de um a 21 e um a 42 dias e, Pelicano et al.

(2004), no período de um a 42 dias.

Os resultados de viabilidade obtidos, nesse experimento, denotam a boa condição

sanitária em que as aves foram criadas, já que, os animais do tratamento-controle,

mesmo não recebendo qualquer tipo de aditivo, apresentaram alta viabilidade.

A análise estatística dos resultados de rendimento de carcaça e de cortes

demonstrou não haver diferenças (P>0,05) entre os tratamentos (Tabela 4).

Tabela 4: Rendimento de carcaça e de cortes de codornas de corte, recebendo o probiótico Lactobacillus sp. sob duas diferentes vias de administração

Table 4: Carcass and cut yields of meat quails, receiving probiotic Lactobacillus sp. under two different administration ways

Tratamento Treatments

Rendimento Carcaça (%) Carcass yield

Asas (%) Wings

Dorso (%) Back

Pernas (%) Legs

Peito (%) Breast

Controle Control 70,04 6,24 24,78 23,28 45,18

Probiótico na água Probiotic in Water 70,01 6,37 25,10 24,04 43,96

Probiótico na Ração Probiotic in Feed 70,27 6,35 24,45 23,88 44,91

CV%1

CV% 1,84 4,46 4,46 3,14 1,57 1 Coeficiente de variação/ Coefficient of Variation

Resultados não diferiram pelo teste F (P>0,05)/ Results did not differ by F test (P>.05)

30

Esses resultados concordam com os obtidos por (Henrique et al., 1998 a,b; Loddi

et al 2000 e 2002; Maiorka et al., 2001 e Vargas Jr. et al., 2002), os quais não

observaram melhoras nas características de carcaça de frangos de corte com o uso do

probiótico.

Por outro lado, Corrêa et al. (2003), verificaram que frangos de corte (machos),

alimentados com poliprobiótico constituído de cepas de Lactobacillus acidophilus e

casei, Streptococcus salivarium e faecium, Bacillus subtilis e toyoi, e Saccharomyces

cerevisae, apresentaram maior rendimento de coxa em relação aos tratamentos em que

se adicionou bacitracina de zinco e probiótico, cujo ingrediente ativo eram os esporos de

Bacillus subtilis.

Resultados semelhantes, com melhoras no rendimento de pernas, foram obtidos

por Pelicano et al. (2003), em frangos de corte que receberam diferentes probióticos no

período de um a 45 dias de idade.

Não houve modificação na contagem com o aumento da idade e com a adição do

probiótico, com relação aos resultados de contagem total de Lactobacillus sp. no

intestino delgado de codornas de corte (Tabela 5).

Esses resultados são similares aos obtidos por Netherwood et al. (1999), os quais

também não verificaram alteração na contagem de Lactobacillus sp., quando adicionou

probiótico à base de Enterococcus faecium na água de bebida de galinhas.

31

Tabela 5: Contagem total de Lactobacillus sp. (UFC/g) no intestino delgado de codornas de corte aos 7 e aos 14 dias de idade, recebendo o probiótico Lactobacillus sp. sob duas diferentes vias de administração

Table 5: Total count of Lactobacillus sp. (UFC/g) in meat quails small intestine at 7 and 14 days of age, receiving probiotic Lactobacillus sp. under two different ways of administration

TRATAMENTOS Treatments

Idade (dias) Age (days)

Média Mean

Desvio padrão Standard deviation

Controle Control 15,93 x 104 25,33

Probiótico na água Probiotic in water 229,85 x 104 396,80

Probiótico na ração Probiotic in ration

7

45,24 x 104 58,22

Controle Control 333,19 x 104 570,23

Probiótico Água Probiotic in water 75,26 x 104 116,95

Probiótico ração Probiotic in ration

14

362,53 x 104 370,77 Os resultados não diferiram pelo teste Student (P>0,05)/ Results did not differ by Student test (P>0.05)

Jin et al. (1998) verificaram que, aos dez dias de idade, a população de

Lactobacillus no intestino delgado de frangos, ao receber 0,15% de uma cultura de

Lactobacillus foi significativamente maior que nas aves do grupo-controle. Mas, nessa

pesquisa a quantidade de Lactobacillus fornecida aos animais foi 15 vezes superior à

utilizada nesse experimento.

Provavelmente, os resultados obtidos nesse experimento refletem a não-

colonização do intestino delgado pelo Lactobacillus utilizado, tendo em vista que o

efeito do uso dos Lactobacillus como promotor de crescimento se deve ao fato da

bactéria ser capaz de sobreviver e colonizar o trato gastrintestinal até que suas funções

benéficas possam ser exercidas (Jin et al., 1998), fato esse que não ocorreu.

A redução na contagem total de enterobactérias em função da idade e da adição do

probiótico, também não foi verificada (Tabela 6).

32

Diferenças estatísticas entre os tratamentos não foram encontradas para a

população microbiana (Tabelas 5, 6 e 7), por causa da alta variabilidade dos dados,

apesar da metodologia de análise utilizada ser adequada a este tipo de dados.

Tabela 6: Contagem total de enterobactérias (UFC/g) no intestino delgado aos 7 e aos 14 dias de idade de codornas de corte, recebendo o probiótico Lactobacillus sp. sob duas diferentes vias

Table 6: Total count of enterobacteria (UFC/g) in small intestine at 7 and 14 days of age of meat quails, receiving probiotic Lactobacillus sp. under two different ways

TRATAMENTOS Treatments

Idade (dias) Age (days)

Média Mean

Desvio padrão Standard deviation

Controle Control 262,8 x 104a 358,53

Probiótico Água Probiotic in water 449,5 x 104a 545,27

Probiótico ração Probiotic in ration

7

170,3 x 104a 151,19

Controle Control 843,6 x 104a 1621,51

Probiótico Água Probiotic in water 107,5 x 104a 41,92

Probiótico ração Probiotic in ration

14

1244,3 x 104a 1971,98 Na mesma coluna, médias seguidas de mesma letra, não diferem pelo teste Student (P>0,05) In the same column, means followed by same letters did not differ by Student Test (P<0.05)

Jin et al. (1998) não observaram redução na população de coliformes do

intestino delgado de frangos de corte aos dez, 20, 30 e 40 dias de idade, que receberam

cultura de Lactobacillus em concentrações de 0,05; 0,10 e 0,15%. Entretanto, no ceco,

verificaram redução significativa com as três concentrações aos 10 dias; 0,05 e 0,10%

aos 20 dias e de 0,05% aos 30 dias.

Os resultados obtidos por esses autores evidenciam a diferença de

comportamento da microbiota intestinal em função da concentração do probiótico

utilizado, da porção do intestino e da idade na qual foi feita a mensuração.

33

Francis et al. (1978) verificaram, em perus, que a adição de probiótico à base de

Lactobacillus, em uma concentração de 75 mg/Kg de ração, diminui significativamente

a contagem de coliformes no ceco e intestino delgado.

Uma das bases teóricas que apóia o uso dos probióticos na alimentação animal é a

de que a substituição da flora intestinal normal (em particular Escherichia coli), por

outra flora, como os Lactobacillus sp., melhoraria o desempenho e aumentaria a

resistência à colonização por microrganismos patogênicos, pela melhora na saúde e na

digestão dos alimentos (Dale, 1992).

No presente experimento, porém, não foi verificado redução na contagem total de

Escherichia coli, em função da suplementação do probiótico (Tabela 7),

conseqüentemente, a melhora no desempenho não foi constatada, o que pode refletir a

ausência da adesão do probiótico ao epitélio intestinal e posterior colonização pela

inabilidade de utilizar os substratos disponíveis ou a sensibilidade aos agentes

antibacterianos presentes (Fuller, 1986).

Tabela 7: Contagem total de Escherichia coli (UFC/g) no intestino delgado em função

dos tratamentos e idade das codornas de corte Table 7: Total count of Escherichia coli (UFC/g) in small intestine in function of treatments

and age of meat quails Tratamentos Treatments

Média Mean

Desvio padrão Standard deviation

Controle Control

21,10 x 104ª 34,70

Probiótico Água Probiotic in water

19,22 x 104ª 22,20

Probiótico ração Probiotic in ration

51,41 x 104ª 66,59

Idade Age

Média Mean

Desvio padrão Standard deviation

7 dias 7 days

49,21 x 104ª 54,42

14 dias 14 days

11,94 x 104ª 20,15

Na mesma coluna, médias seguidas de mesma letra, não diferem pelo teste Student (P>0,05) In the same column, means followed by same letters did not differ by Student Test (P<0.05)

34

Diferentemente dos resultados obtidos nesse experimento, Jin et al. (1996) e

Edens et al. (1997) verificaram efeito protetor contra a colonização por Escherichia coli,

em frangos de corte, que receberam, respectivamente, probiótico à base de Bacillus

subtilis ou Lactobacillus sp.; e Lactobacillus reuteri.

Particularmente, para o controle da população de Escherichia coli, Fuller (1977),

relata que tal controle é dependente da presença de número suficiente de Lactobacillus e

que a partir de resultados de testes in vitro parece ser necessário, no mínimo 107UFC/g.,

o que está acima dos valores de contagem de Lactobacillus sp. encontrados no intestino

delgado de codornas de corte obtidos nessa pesquisa (Tabela 6).

Conclusões

A adição do probiótico (Lactobacillus sp.), independente da via, não melhorou o

desempenho, o rendimento de carcaça e a população microbiana do intestino delgado de

codornas de corte.

35

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38

IV - Efeito do probiótico sobre o desempenho, rendimento de carcaça,

exigências nutricionais de proteína bruta e morfometria intestinal de

codornas de corte

RESUMO: Para avaliar o efeito do probiótico (Lactobacillus sp.) associado com

diferentes níveis de proteína bruta (PB) sobre o desempenho, exigências nutricionais de

PB, rendimento de carcaça e de cortes e morfometria da mucosa do intestino delgado de

codornas de corte, foram utilizadas 2.304 codornas de corte, distribuídas em um

delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 4 (com e sem probiótico

e quatro níveis de PB- 15, 20, 25 e 30%), com duas repetições por tratamento, em dois

períodos experimentais, totalizando 32 unidades experimentais. A adição do probiótico

reduziu o consumo de ração e melhorou a conversão alimentar no período de um a sete

dias. De acordo com os pesos médios do modelo LRP, aos sete e aos 14 dias, as

estimativas de exigência foram próximas de 27% de PB e aos 21, 28 e 35 dias entre 22 a

24% de PB. A adição do probiótico não influenciou o rendimento de carcaça e de

cortes. Para o rendimento de carcaça, a exigência de PB de acordo com o modelo

quadrático, ficou estimada em 23,53%, mas, em relação ao LRP, a estimativa reduz para

17,13% de PB. A análise de componentes principais resultou em estimativa de

exigência igual a 27,37% de acordo com o modelo quadrático. O comprimento e a

morfometria da mucosa do intestino delgado não foram influenciados pela adição do

probiótico. O comprimento do intestino aumentou de maneira linear com o aumento dos

níveis de PB aos sete, 14 e 21 dias de idade, e a morfometria da mucosa, aumentou de

forma linear somente para altura vilo do íleo. Pode-se concluir que nas condições

ambientais em que as codornas foram criadas a adição do probiótico não influenciou o

desempenho, as exigências nutricionais de PB, o rendimento de carcaça e a morfometria

intestinal.

Palavras-chave: conversão alimentar, comprimento intestino, lactobacilos, vilosidade

intestinal

39

IV– Effect of probiotic on performance, carcass yield, crude protein

nutritional requirements and intestinal morphometry of meat quails

ABSTRACT: To evaluate the effect of probiotic (Lactobacillus sp.) associated

with different crude protein (CP) levels on performance, CP nutritional requirements,

carcass and cut yields and small intestine mucous morphometry of meat quails, a total

of 2304 meat quails were distributed in a completely randomized experimental design in

2 x 4 factorial scheme (with and without probiotic and four levels of CP – 15, 20, 25

and 30%), with two replications by treatment, in two experimental periods, totalizing 32

experimental units. Probiotic addition decreased the feed intake and improved feed

conversion at 1 to 7 days. According with mean weight of LRP model, at 7 and 14 days,

requirement estimative were of 27% of CP and to the 21, 28 and 35 days were among

22 to 24% of CP. Probiotic addition did not influence carcass and cut yields. To carcass

yield, CP requirement according with quadratic model was estimated in 23.53%,

however, in relation to LRP, the estimative decrease to 17.13% of CP. Analysis of

principal components resulted in requirement estimate equal to 27.37% according with

quadratic model. Small intestine length and mucous morphometry were not influenced

by probiotic addition. Intestine length increased in a linear way with CP levels increase

at 7, 14 and 21 days of age, and mucous morphometry increased in a linear way only to

ileum villum height. It was possible to conclude that in the evaluated ambient

conditions the probiotic addition did not influence the performance, CP nutritional

requirement, carcass yield and intestinal morphometry.

Key words: feed conversion, length intestine, lactobacillus, intestinal vilosity

40

Introdução

A qualidade da carne de codorna é conhecida desde a antiguidade, pelo seu alto

conteúdo de proteína e aminoácidos, baixa quantidade de gordura, junto a um rápido

crescimento, proporciona uma carne extraordinariamente tenra e saborosa, de

preparação gastronômica fácil e rápida, considerada uma carne superior a de outras aves

(Barral, 1994).

No Brasil, contudo, a coturnicultura de corte é uma atividade ainda pouco

difundida, o que implica em poucos conhecimentos na área de melhoramento, nutrição,

manejo e sanidade.

Particularmente, com relação à nutrição de codornas, são escassas pesquisas sobre

as exigências nutricionais de codornas que visa à produção de carne. Além disso, dos

dados disponíveis, a maioria são provenientes de literatura estrangeira, obtidas sob

condições ambientais diferentes das condições climáticas brasileiras (Oliveira et al.,

2002).

Do ponto de vista econômico, a alimentação é um fator de grande importância,

não somente porque é a principal responsável pela melhor resposta das aves, mas,

sobretudo porque representa 70% do custo da atividade (Murakami & Ariki, 1998).

Logo, as estimativas das exigências nutricionais de aves são de extrema importância

para que se formulem rações de mínimo custo ou de máximo retorno, principalmente,

no tocante aos níveis de proteína e energia, uma vez que são os componentes de maior

participação nos custos de produção.

Oliveira et al. (2002) verificaram que o nível de 26% de proteína bruta promoveu

melhor desempenho de codornas japonesas (machos) criadas para a produção de carne,

no período de cinco a 27 dias de idade, reduzindo esse nível para 18% no período de 27

41

a 38 dias. Mas, Corrêa et al. (2006) encontraram que o máximo desempenho codornas

de corte na fase de um a 21 dias foi obtido com o nível de 30% de proteína bruta.

Por outro lado, Corrêa et al. (2004a), encontraram níveis de exigência de proteína

bruta para máximo ganho de peso de codornas de corte européias, acima de 28% para o

período de sete a 14 dias, 26% para o período de 15 a 28 dias e de 24% para o período

de 29 a 35 dias.

Com relação ao rendimento de carcaça, Más et al. (2004a), avaliando diferentes

níveis de proteína na fase de um a 21 dias e 22 a 49 dias, não verificaram influência do

nível protéico da ração sobre o rendimento de carcaça de codornas de corte.

A pouca diversidade da microflora intestinal de aves recém-nascidas, além de ser

considerada como um fator limitante para a digestão, também possibilita a colonização

intestinal por patógenos entéricos, assim, os efeitos negativos desse processo foram

contornados com o uso contínuo na ração de antibióticos em doses subterapêuticas

(Maiorka et al., 2001).

Já, face as atuais proibições do uso de alguns antibióticos como promotores de

crescimento, estando inclusive em vias de discussão o total banimento de seu uso, há a

necessidade de busca de alternativas, pois a simples retirada desses produtos

provocariam grandes danos econômicos.

Pesquisas têm procurado, dessa forma, desenvolver produtos que possam ser

utilizados como substitutos aos antibióticos promotores de crescimento. Entre as

alternativas, destacam-se os probióticos, que são produtos constituídos por

microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro, que promove o

equilíbrio da microbiota intestinal (Fuller, 1989).

Em pesquisa conduzida por Mikulec, et al. (1999), observou-se influência

favorável dos probióticos em dietas com deficiência protéica, esse efeito é mais

42

evidente quando há redução dos níveis de metionina, cistina, lisina e/ou triptofano

(Dilworth & Day, 1978; Kos & Wittner, 1982).

A manipulação de microrganismos probióticos dentro do trato gastrintestinal tem

sido usada com o objetivo de manter ou incrementar a flora natural, que previne a

colonização de microrganismos patogênicos e mantém a ótima utilização dos alimentos

(Fuller, 1989; Vanbelle et al., 1990), em conseqüência da proteção dos vilos intestinais

e superfícies absortivas contra toxinas produzidas por microrganismos patógenos

(Dobrogsz et al., 1991; Walker & Duff, 1998).

Pelicano et al. (2005) encontraram maior altura de vilo para o jejuno e íleo, e

maior profundidade de cripta no duodeno, jejuno e íleo de frangos que receberam

probiótico, e indicam melhoras na superfície absortiva do intestino.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do probiótico à base de Lactobacillus

sp. em rações com diferentes níveis de proteína bruta sobre o desempenho, rendimento

de carcaça e morfometria da mucosa do intestino delgado de codornas de corte.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Fazenda Experimental de

Iguatemi/FEI/UEM, em dois períodos (P1 - maio-junho e P2 - julho-agosto) de 2005, sob

aprovação do Comitê de Ética em Experimentação Animal – CEEA/UEM.

Foram utilizadas 2.304 (1440 P1 e 864 P2) codornas de corte (Coturnix coturnix

sp.), machos e fêmeas, no período de um a 35 dias de idade. As codornas foram alojadas

em boxes de 3,0 m2, em um galpão convencional, disposto no sentido leste-oeste, com

cobertura de telha francesa, piso de concreto e paredes laterais de alvenaria com 0,40 m

de altura completada com tela de arame até o telhado.

43

A densidade de alojamento foi de 30 aves/m2 no P1 e de 18 aves/m2 no P2.

As rações (Tabela 1) foram formuladas de acordo com as exigências propostas por

Barral (1994), e a composição dos alimentos segundo dados apresentados por Rostagno

et al. (2005) .

As rações foram calculadas de forma a serem isocalóricas e isocálcicas, com

níveis variados de proteína bruta (PB). Foram utilizados quatro níveis de proteína bruta

(PB), 15, 20, 25 e 30% e o nível de 25%, o mais próximo do recomendado por Barral

(1994), que varia entre 26 e 28% de PB.

Com o resultado da combinação probiótico e nível de proteína foram constituídos

oito tratamentos.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2

x 4 (com e sem probiótico; quatro níveis de proteína), com duas repetições por

tratamento, repetindo-se em dois períodos experimentais.

O probiótico foi administrado, via ração, durante a primeira semana experimental,

e continha em média 1,6 x 109 UFC/g de um “pool” de Lactobacillus sp., e

administrado na dosagem de 200g/tonelada de ração, ou seja, o dobro das

recomendações do fabricante FATEC®, com o objetivo de verificar melhoras no

desempenho em função do aumento na concentração de lactobacilos fornecido.

Foi avaliado o desempenho das codornas de corte por meio do consumo de ração,

ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade criatória durante o período

experimental.

44

Tabela 1: Composição percentual e química das rações experimentais Table 1: Percentual and chemical composition of the experimental diets

Níveis de proteína (%) Protein Levels Ingredientes

Ingredients 15 20 25 30

Milho Corn 75,00 61,77 44,55 27,40

Farelo de soja Soybean meal 17,50 32,91 47,60 62,14

Farelo de trigo Wheat meal 3,84 --- --- ---

Calcário Limestone 1,10 1,04 1,05 1,07

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate 1,55 1,46 1,25 1,04

Sal comum Common salt 0,40 0,40 0,40 0,40

L-lisina HCL L-lysine HCL 0,20 0,06 --- ---

Premix vit. + min. Premix vit. + min. 0,40 0,40 0,40 0,40

BHT BHT 0,01 0,01 0,01 0,01

Óleo de soja Soybean oil --- 1,96 4,77 7,60

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 Valores calculados Calculated values EM (Kcal/Kg) ME 3.000 3.000 3.000 3.000

Proteína Bruta (%) Crude protein 15,00 20,00 25,00 30,00

Cálcio (%) Calcium 0,90 0,90 0,90 0,90

Fósforo total (%) Total phosphorus 0,60 0,60 0,60 0,60

Lisina total (%) Total lysine 0,87 1,15 1,48 1,85

Met+Cist total (%) Total Met. + Cys. 0,64 0,79 0,91 1,04 * composição por kg do produto: Vit A, 2500.000 UI; Vit. D3, 625.000 UI; Vit. E, 3.750mg; Vit B1, 138mg; Vit. B2, 1.250mg; Vit. B6, 523mg; Vit B12, 5.000mcg; Vit. K3, 750mg; ácido fólico, 112 mg; pantotenato de cálcio 2.000 mg; niacina, 7.500 mg; metionina, 275.000 mg; colina, 87.500 mg; selênio, 63 mg; antioxidante, 2500mg; iodo, 240mg; veículo q.s.p., 1000g; zinco, 15.750mg; ferro, 12.250mg; manganês, 19.375mg; cobre, 3.900mg; cobalto, 50mg. * composition per kg: Vit A, 2500,000 UI; Vit. D3, 625,000 UI; Vit. E, 3,750mg; Vit BB1, 138mg; Vit. B2, 1,250mg; Vit. B6, 523mg; Vit B12, 5,000mcg; Vit. K3, 750mg; folic acid, 112 mg; calcium panthotenato, 2,000 mg; niacine, 7,500 mg; methionine, 275,000 mg; choline, 87,500 mg; selenium, 63 mg; antioxidant, 2,500mg; iodine, 240mg; veicul q.s.p., 1000g; zinc, 15,750mg; iron, 12,250mg; manganese, 19,375mg; copper, 3,900mg; cobalt, 50mg.

45

Aos 35 dias de idade foram retiradas ao acaso cinco aves de cada unidade

experimental (20 aves por tratamento) para avaliação do rendimento de carcaça e cortes

cárneos. As aves foram identificadas individualmente por meio de anilhas numeradas

colocados nas patas e submetidas a um período de jejum alimentar de oito horas, com

água à vontade até o momento do carregamento.

Após a pesagem individual, o abate foi realizado por degola completa entre os

ossos occipital e atlas. As aves foram escaldadas por 15 a 20 segundos a uma

temperatura de 55 a 600C, e a seguir, submetidas a depena manual. Em seguida,

efetuou-se a evisceração manual e a pesagem da carcaça. As partes da carcaça foram

separadas e pesadas para determinação do rendimento de peito, pernas, dorso e asa.

Para o cálculo de rendimento de carcaça, foi considerado o peso da carcaça

eviscerada, sem os pés, cabeça e gordura abdominal, em relação ao peso vivo. Para o

rendimento de cortes cárneos, foi considerado o rendimento de peito inteiro com pele,

pernas (coxa e sobrecoxa com pele), dorso e asas que foi calculado em relação ao peso

da carcaça eviscerada.

A gordura abdominal foi constituída pelo tecido adiposo, presente ao redor da

cloaca, da bolsa cloacal, moela, proventrículo e dos músculos abdominais adjacentes,

conforme descrito por Smith (1993), e também foi calculada em relação ao peso da

carcaça eviscerada.

Para a morfometria da mucosa do intestino delgado, foram abatidas duas aves de

cada repetição (oito aves por tratamento) aos sete, 14, 21 e 35 dias de idade, por degola

completa entre os ossos occipital e atlas. Após laparatomia, o intestino delgado foi

retirado e mensurado o seu comprimento. Em seguida, duas amostras de

aproximadamente três centímetros, foram retiradas da porção inicial do duodeno e final

do íleo.

46

As amostras foram lavadas em solução salina, fixadas em solução de Bouin e,

posteriormente, desidratadas em série de concentrações crescentes de álcool,

diafanizadas em xilol, e incluídas em parafina conforme metodologia descrita por Beçak

& Paulete, (1976). Foram obtidos cortes histológicos longitudinais e semi-seriados com

sete μm de espessura, e posteriormente corados pelo método de Hematoxilina-Eosina.

Para o estudo morfométrico, as imagens foram capturadas por meio da

microscopia de luz (Olympus Bx 40), utilizando-se o sistema analisador de imagens

computadorizado (Image Proplus – versão 5.2 – Média Cibernética). Foi mensurada a

altura de 30 vilos e a profundidade de 30 criptas de cada repetição por segmento e

desses valores foi obtida a média.

A análise estatística das variáveis estudadas foi realizada, levando-se em

consideração o modelo estatístico:

Yijkl = μ + Pi + Nj + PNij + Tk + PTik + NTjk + eijkl

Yijkl = variáveis estudadas obtidas com o indivíduo k, recebendo o probiótico i,

associado com nível de proteína j;

μ = constante geral;

Pi = efeito do probiótico i (sendo i1 = ausência de probiótico; i2 = presença

probiótico);

Nj = efeito do nível de proteína j (sendo j1 = 15%; j2 = 20%; j3 = 25% e j4 = 30%);

PNij = efeito da interação probiótico e nível de proteína;

Tk = efeito do período k (sendo k1 = período 1; k2 = período 2);

PTik = efeito da interação probiótico e período;

NTjk = efeito da interação nível e período;

eijkl = erro aleatório associado a cada observação Yijkl.

47

Os graus de liberdade referentes aos níveis de proteína bruta foram desdobrados

em polinômios ortogonais, utilizando-se o programa SAEG, desenvolvido pela

Universidade Federal de Viçosa – UFV (UFV, 1999).

As estimativas da exigência de proteína bruta, levando em consideração as

características de desempenho e de carcaça, foram obtidas mediante o uso do modelo

descontínuo LRP (Linear Response Plateau), citado por Braga (1983), e/ou, o modelo

quadrático e/ou cúbico.

Adicionalmente, foram estabelecidos os primeiros componentes principais que

envolvem as variáveis sob estudo, com a finalidade de se determinar a exigência que

envolve simultaneamente mais de uma variável.

Resultados e Discussão

No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada no interior

do galpão foi: máxima 26,50C e mínima de 22,20 C para o período 1; e máxima 22,40C e

mínima de 170 C para o período 2.

A adição do probiótico reduziu o consumo de ração (CR) e melhorou a conversão

alimentar (CA) (P<0,05) na fase de um a sete dias, entretanto, para as demais faixas,

não houve efeito da adição do probiótico sobre o CR, ganho de peso (GP) e CA de

codornas de corte (Tabela 2).

Ressalta-se que, nessa fase (um a sete dias), a dosagem do probiótico fornecido foi

o dobro do recomendado pelo fabricante, na tentativa de se melhorar os resultados de

desempenho, porém, essa tentativa, não atingiu os objetivos propostos.

48

Tabela 2: Efeito do probiótico (Lactobacillus sp.) sobre o consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) nas fases de 1 a 7, 7 a 14, 14 a 21, 21 a 28, 28 a 35 e 1 a 35 dias de idade e viabilidade criatória (VI) de 1 a 35 dias

Table 2: Effect of probiotic (Lactobacillus sp.) on feed intake (FI), weight gain (WG) and feed conversion (FC) in the phases of 1to 7, 7 to 14, 14to 21, 21to 28, 28to 35 and 1 to 35 days of age and growth viability (VI) of 1 at 35 days

Variáveis Variables

Idade (dias) Age (days)

Probiótico Probiotic

Controle Control

CV (%)1

CV CR (g) FI (g) 34,27b 39,84a 9,20

GP (g) WG (g) 23,08 22,92 3,38

CA (g/g) FC (g/g)

1 a 7

1,53b 1,80a 10,22

CR (g) FI (g) 89,97 89,77 5,39

GP (g) WG (g) 38,90 39,23 5,11

CA (g/g) FC (g/g)

7 a 14

2,38 2,34 3,34

CR (g) FI (g) 130,32 130,96 7,67

GP (g) WG (g) 59,62 58,65 5,49

CA (g/g) FC (g/g)

14 a 21

2,26 2,30 7,96

CR (g) FI (g) 151,77 151,51 3,73

GP (g) WG (g) 48,14 48,79 6,98

CA (g/g) FC (g/g)

21 a 28

3,16 3,12 6,41

CR (g) FI (g) 209,03 210,44 4,51

GP (g) WG (g) 50,43 51,43 4,76

CA (g/g) FC (g/g)

28 a 35

4,17 4,12 5,30

CR (g) FI (g) 463,59 471,02 3,89

GP (g) WG (g) 172,03 172,23 2,46

CA (g/g) FC (g/g) 2,72 2,75 3,63

VI (g/g) VI

1 a 35

95,56 94,79 4,87 a,b Na mesma linha, médias seguidas de letras diferentes, diferem pelo Teste F (P<0,05) a,b In the same line, means followed by different letters, differs by F Test (P<0.05) 1 Coeficiente de variação 1 Coefficient of variation

49

Oliveira et al. (2004) avaliaram o efeito do uso de antibióticos e probiótico na

criação de codornas de postura (Coturnix coturnix japonica) nas primeiras semanas de

vida, e concluíram que em bom ambiente, com água e ração disponíveis e de boa

qualidade, a adição de antibióticos e probiótico não têm efeito sobre o desempenho

inicial.

A influência favorável da adição do probiótico no aumento da massa corpórea e

melhora na conversão alimentar de frangos de corte, em situações onde há quantidades

insuficientes de proteína (Mikulec, et al. 1999), não foram constatadas no presente

experimento, uma vez que não houve interação significativa entre probiótico e nível de

proteína bruta.

Em pesquisa realizada com frangos de corte por Kos & Wittner (1982), os autores

verificaram que a adição de probiótico mostrou efeito somente quando adicionado às

dietas deficientes em metionina, lisina e triptofano. Entretanto, no presente experimento

as recomendações de lisina (1,50 %) foram atendidas somente para as rações que

contém 25 e 30% de PB e de metionina + cistina (0,90 %) para o nível de 30% de PB,

de acordo com as recomendações de Barral (1994) para codornas na fase inicial de

crescimento.

Os resultados obtidos nas pesquisas desenvolvidas por Kos & Wittner (1982) e

Mikulec et al. (1999) não foram comprovadas no presente trabalho, uma vez que, as

rações deficientes em PB, e em lisina e metionina + cistina, não apresentaram melhoras

no desempenho de codornas de corte quando da administração do probiótico.

A viabilidade criatória de um a 35 dias (Tabela 2), também não foi influenciada

pela adição do probiótico, porém, houve alto percentual de aves vivas, o que pode

indicar as boas condições sanitárias em que as aves foram criadas, que resulta em uma

baixa condição de desafio sanitário.

50

Em situações de mínimo estresse e desafio, os probióticos não manifestam

resultados evidentes da eficácia de seu uso (Fox, 1988; Dale, 1992; Maruta, 1993), o

que também poderia explicar a ausência de resultados benéficos, mesmo com os níveis

nutricionais abaixo do recomendado.

O consumo de ração (CR) e o ganho de peso (GP) apresentaram comportamento

quadrático dos níveis de PB, na fase de um a sete dias de idade, que mostra o consumo

mínimo para o nível de 15,69% e maior GP para o nível de 33,74%, de acordo com a

regressão (Tabela 3).

Considerando o modelo descontínuo LRP, tal exigência ficou estimada em

22,70% e 26,95% para o CR e GP, respectivamente.

Observou-se efeito linear dos níveis de proteína sobre a CA (um a sete dias),

mostrando que à medida que se aumenta o nível de PB da dieta, há uma melhora na CA.

Para peso médio aos sete dias, as exigências determinadas, foram de 34,53 e 27,11

% de PB, respectivamente, segundo o modelo quadrático e o modelo descontínuo LRP.

Tabela 3: Equações de regressão em função dos níveis de proteína bruta para consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso médio (PM) de codornas de corte e exigências nutricionais de proteína bruta considerando o modelo de regressão e o modelo descontínuo LRP (Linear Response Plateau)

Table 3: Regression equation in function of the crude protein levels to feed intake (FI), weight gain (WG), feed conversion (FC) and average weight (AW) of the meat quail and crude protein nutritition requerimenst considering regression model and descontinuous model LRP (Linear Response Plateau)

Variáveis Variables

Idade Age

Equações de regressão em função dos níveis de proteína bruta Regression equation in function of the crude protein

Regressão Regression

LRP LRP

CR (g) / FI (g) ŷ = 52,041 - 2,035x + 0,0648x2 R2 = 1,00 15,69 22,70 GP (g) / WG (g) ŷ = -20,245 + 2,976x - 0,0441x2 R2 = 1,00 33,74 26,95 CA (g/g) / FC (g/g)

1 a 7 dias 1 to 7 days ŷ = 2,481 – 0,0363x R2 = 0,95 --- ---

PM7 (g) / AW7 (g) 7 dias 7 days ŷ = - 9,72 + 2,84x -0,041x2 R2 = 1,00 34,53 27,11 CR (g) / FI (g) ŷ = 42,162 + 2,120x R2 = 0,98 --- --- GP (g) / WG (g) ŷ = -38,63 + 5,576x - 0,0889x2 R2 = 1,00 31,36 26,26 CA (g/g) / FC (g/g)

7 a 14 dias 7 to 14 days ŷ = 6,189 – 0,3075x + 0,0058x2 R2 = 1,00 26,51 21,95

PM14 (g) AW14 (g) 14 dias 14 days ŷ = - 45,326 + 8,149x -0,124x2 R2 = 1,00 32,86 26,68 CR (g) / FI (g) ŷ = 95,277 + 1,5719x --- --- GP (g) / WG (g)) ŷ = -55,800 + 9,051x - 0,165x2 R2 = 1,00 27,43 22,63 CA (g/g) / FC (g/g)

14 a 21 dias 14 to 21 days ŷ = 5,649 - 0,274x + 0,0052x2 R2 = 1,00 26,35 21,77

PM 21 (g) / AW 21 (g) 21 dias 21 days ŷ = - 100,01 + 17,12x -0,29x2 R2 = 1,00 29,78 23,56 CR (g) / FI (g) ŷ = 95,171 + 2,5098x R2 = 0,99 --- --- GP (g) / WG (g) ŷ = -7,906 + 4,486x - 0,0829x2 R2 = 0,99 27,06 21,56 CA (g/g) / FC (g/g)

21 a 28 dias 21 to 28 days ŷ = 5,582 - 0,231x + 0,0051x2 R2 = 0,81 22,65 16,75

PM 28 (g) / AW 28 (g) 28 dias 28 days ŷ = -103,79 + 21,35x -0,37x2 R2 = 1,00 29,14 23,14 CR (g) / FI (g) ŷ = 26,416 + 13,3649x – 0,2184x2 R2 = 1,00 30,60 26,29 GP (g) / WG (g) ŷ = -213,526 + 37,974x - 1,732x2 + 0,025x3 R2 = 1,00 28,29 --- CA (g/g) / FC (g/g)

28 a 35 dias 28 to 35 days ŷ = 1,991 + 0,0959x R2 = 0,91 --- ---

PM 35 (g) / AW 35 (g) 35 dias 35 days ŷ = - 66,80 + 23,04x -0,41x2 R2 = 1,00 28,06 22,23 CR (g) / FI (g)) ŷ = 57,050 + 29,687x -0,479x2 R2 = 1,00 30,99 26,45 GP (g) / WG (g) ŷ = 522,229 - 43,62x + 1,738x2 -0,0219x3 R2 = 1,00 36,24 --- CA (g/g) / FC (g/g)

1 a 35 dias 1 to 35 days ŷ = 4,440 - 0,144x + 0,00283x2 R2 = 0,97 25,44 20,26

52

Dos sete aos 14 dias de idade, o CR apresentou comportamento linear, com

aumento no consumo em função do aumento dos níveis de PB. Efeito quadrático dos

níveis de PB sobre o GP foi verificado, ao fornecer pontos de máximo peso das

codornas para dietas, contendo 31,36 % de PB. Novamente, quando se leva em

consideração o LRP, a exigência cai para 26,26 % de PB.

Para a CA, nessa fase, foi estimada exigência de PB de 26,51% e de 21,95%,

respectivamente de acordo com o modelo de regressão e LRP.

Rezende et al. (2004) não encontraram diferenças nos parâmetros: ganho de peso,

consumo de ração e conversão alimentar de codornas francesas aos 14 dias de idade ao

trabalhar com níveis de PB que variam entre 20,5 e 23,5%, o que difere dos resultados

obtidos nesse experimento, porém, estes resultados provavelmente podem ser atribuídos

aos baixos níveis de PB, à genética e à pequena variação nas dietas experimentais,

utilizada pelos autores.

Os resultados de CR e CA diferem dos resultados obtidos por Corrêa et al. (2004

a, b), em que não foi verificado efeito dos níveis de PB sobre o CR na fase de sete a 14

dias, no entanto, verificou-se efeito linear dos níveis de PB, sobre a CA de codornas de

corte. Efeito linear do nível de PB sobre o ganho de peso, foi encontrado por Corrêa et

al. (2004a) e Oliveira et al. (2002), no entanto, Corrêa et al. (2004b) observaram efeito

quadrático para as dietas com 2.900 Kcal EM/kg, cuja exigência foi de 27,40% e linear

para a dieta com 3.100 Kcal EM/Kg.

Para peso médio aos 14 dias (Tabela 3), as exigências determinadas,

respectivamente, para o modelo quadrático e descontínuo LRP, foram de 32,86 e

26,68% de PB.

53

Diferentemente dos resultados obtidos, nesse experimento, Corrêa et al. (2004b)

encontraram exigências de PB, segundo o modelo quadrático, para peso acumulado dos

sete aos 14 dias, de 26,60% PB, com dietas que contém 2.900 kcal EM/Kg.

Dos 14 aos 21 dias de idade, efeito linear dos níveis de PB foi novamente

encontrado para o CR, e quadrático para o GP e CA (Tabela 3). Esses resultados

demonstram, respectivamente, ponto de máximo GP e mínima CA para as dietas que

contém, respectivamente, 27,43 e 26,35% de PB. Com o uso do modelo descontínuo

LRP, houve redução na exigência de PB para 22,63 e 21,77%, respectivamente, para o

GP e CA.

Efeito quadrático do nível de PB sobre o CR e GP, e linear para a CA, na fase de

15 a 21 dias, foi encontrado por Corrêa et al., (2004a), com aumento do consumo até o

nível de 25,24%, e ponto de máximo peso das codornas de corte para o nível de 26,38%

de PB, o que difere dos resultados encontrados nesse trabalho.

As estimativas de exigência de PB para peso médio aos 21 dias, levando-se em

consideração o modelo quadrático e o modelo descontínuo, foram respectivamente de

29,78 e 23,56% de PB.

Dos 21 aos 28 dias de idade, as variáveis CR, GP e CA apresentaram,

respectivamente; efeito linear, quadrático e quadrático dos níveis de PB sobre essas

variáveis, com níveis de PB para máximo ganho de peso e melhor CA, de

respectivamente 27,06 e 22,65% de PB. De acordo com o modelo descontínuo LRP, a

exigência para máximo GP e melhor CA reduziu para 21,56 e 16,75%, respectivamente.

Nessa fase, a exigência para máximo ganho de peso em codornas de corte foi

superior ao encontrado por Corrêa et al. (2004a), que verificaram exigência de 26,09%

de PB. Entretanto, os mesmos autores não verificaram efeito dos níveis (22, 24, 26 e

54

28%) de PB sobre o consumo de ração na faixa etária de 22 a 28 dias, da mesma forma

que Corrêa et al. (2004b).

Para peso médio aos 28 dias, as estimativas de exigência de PB foram semelhantes

aos resultados obtidos para peso médio aos 21 dias, e obtido o nível de 29,14 e 23,14%

de PB, respectivamente, para os modelos quadrático e descontínuo.

As variáveis CR, GP na fase de 28 a 35 dias, sofreram respectivamente influência

quadrática e cúbica dos níveis de PB (Tabela 3), com máximo consumo e máximo

ganho, respectivamente, para os níveis de 30,60 e 28,29% de PB. Para a CA efeito

linear positivo foi obtido, com piora na CA com o aumento dos níveis.

Nessa fase, Corrêa et al. (2004 a, b), não encontraram efeito dos níveis de PB

sobre o consumo de ração, em contrapartida, Corrêa et al (2004a) encontraram efeito

linear para a conversão alimentar e quadrático para o ganho de peso, com estimativa de

24,05% de PB, o que é inferior ao resultado obtido nesse experimento.

Efeito linear negativo foi verificado para o GP, e linear positivo para a CA, por

Oliveira et al (2002), na fase de 27 a 38 dias, ao mostrar que nessa fase, à medida que

aumenta os níveis de PB, há um decréscimo no GP e piora na CA.

Em relação ao peso médio aos 35 dias (Tabela 3), os resultados mostraram efeito

quadrático, tendo uma exigência estimada em 28,06% de PB, mas, de acordo com o

modelo LRP essa exigência ficou estimada em 22,23%.

Segundo Kirkpinar & Oguz (1995), codornas japonesas alimentadas com 30% de

proteína bruta alcançaram maior peso vivo no 35o dia de idade, ao compararem o

desempenho de codornas alimentadas com dietas isocalóricas (2800 Kcal EM/kg),

porém com seis níveis protéicos (16, 20, 22, 25, 28 e 30%).

Na fase total (um a 35 dias), as variáveis CR, GP e CA apresentaram,

respectivamente, efeito quadrático, cúbico e quadrático dos níveis de PB sobre essas

55

características (Tabela 3), e ocorreu aumento do CR até o nível de 30,99% de PB,

máximo GP com o nível de 36,24% e melhor CA para o nível de 25,44 % de PB.

Levando-se em consideração o modelo descontínuo LRP, as estimativas de PB foram de

26,35 para o CR e de 20,26% para a CA.

Hyánová et al. (1997) verificaram que os níveis de proteína bruta (26 vs. 23,8%

inicial e 21,6 vs. 19,5% crescimento) na dieta de codornas japonesas criadas para a

produção de carne não afetaram o peso corporal, o consumo de ração e a conversão

alimentar na fase de 1 a 35 dias de idade, e que portanto, os menores níveis de proteína

bruta podem ser recomendados para uso prático. Os autores compararam somente dois

níveis de PB, o que culminou na recomendação de um baixo nível de PB.

Pode-se observar, a partir dos resultados mostrados na Tabela 3, que as

estimativas de exigência de PB variaram muito em função das diferentes variáveis

estudadas, levando-se em consideração o modelo quadrático e/ou cúbico, e o modelo

descontínuo.

A divergência entre exigências protéicas pode ser atribuída a diferenças entre

períodos, os níveis de energia metabolizável, à genética, às condições ambientais, entre

outros (Rezende et al., 2004), mas, de maneira geral, indicam a necessidade de

formulação de rações divididas por fases.

Corrêa et al. (2004a) concluíram que a exigência de proteína bruta para máximo

ganho de peso de codornas de corte européias, acima de 28% para a fase de 7 a 14 dias,

26% para a fase de 15 a 28 dias e de 24% para a fase de 29 a 35 dias.

Melhor desempenho de codornas japonesas (machos), criadas para a produção de

carne, foi encontrado por Oliveira et al. (2002), para o nível de 26% de PB, na fase de 5

a 27 dias de idade, que reduziu esse nível para 18% na fase de 27 a 38 dias.

56

Por outro lado, Más et al. (2004b) não encontraram efeito dos níveis de proteína

bruta variando de 21,5 a 26% (um a 21 dias) e de 17,5 a 22% (22 a 49 dias) sobre o

desempenho na fase de um a 35 dias de idade.

As necessidades de PB propostas por Barral et al. (1994) são divididas em duas

fases: de 26 a 28 % de PB para a fase de um a 21 dias e de 22 a 24% para a fase de 22

até o abate.

No presente trabalho, ao considerar o peso vivo médio aos sete, 14, 21, 28 e 35

dias de idade, verificou-se que houve redução das estimativas de exigência, de acordo

com o LRP. Até os 14 dias, as estimativas de exigência foram de 27% de PB e , a partir

desta idade, houve evidências de que há uma redução na exigência de proteína que pode

estar entre 22 e 24%, denotando a importância de se utilizar na alimentação de codornas

de corte, rações divididas por fases, assim como em frangos de corte.

A adição do probiótico associado com diferentes níveis de PB não influenciou o

rendimento de carcaça e de cortes (Tabela 4).

Tabela 4: Rendimento de carcaça (RCAR), rendimento peito (RPEI), rendimento asas (RASA), rendimento pernas (RPER), rendimento dorso (RDOR) e rendimento de gordura (RGOR) de codornas de corte aos 35 dias em função da presença ou não de probiótico a base de Lactobacillus sp.

Table 4: Carcass yield (CYI), breast yield (BYI), wings yield (WYI), legs yield (LYI), back yield (BAY) and fat yield (FYI) of meat quail in 35 days in function of presence or absence of probiotic formed by Lactobacillus sp.

Probiótico Probiotic

RCAR% CYI

RPEI % BYI

RASA% WYI

RPER% LYI

RDOR% BAY

RGOR% FYI

Com probiótico With probiotic 69,93 39,66 6,77 23,63 28,63 1,52

Sem probiótico Without probiotic 70,28 40,34 6,96 23,61 28,02 1,43

CV% CV% 2,80 2,49 3,05 2,12 2,57 17,31

Não-significativo pelo teste F (P>0,05) Not significant by F test (P>0.05)

57

Trabalhos conduzidos por Henrique et al. (1998 a, b), Loddi et al (2000a) e

(2002), Maiorka et al. (2001) e Vargas Jr. et al. (2002) também não mostraram melhoras

nas características de carcaça com o uso do probiótico.

Por outro lado, Corrêa et al. (2003), avaliando o poliprobiótico constituído de

cepas de Lactobacillus acidophilus e casei, Streptococcus salivarium e faecium,

Bacillus subtilis e toyoi, e Saccharomyces cerevisae e Pelicano et al. (2003), avaliando

diferentes probióticos adicionados na ração (Bacillus subtilis e/ou Bacillus

licheniformis, ou Saccharomyces cerevisiae) e/ou água de bebida (Lactobacillus reuteri

e johnsonii), verificaram, respectivamente, maior rendimento de coxa e pernas em

frangos de corte ao final do período experimental.

Para o rendimento de carcaça, a exigência de PB de acordo com o modelo

quadrático, ficou estimada em 23,53%, entretanto, em relação ao LRP, a estimativa

reduz para 17,13% de PB (Tabela 5).

Tabela 5: Equações de regressão em função dos níveis de proteína bruta (PB) para o rendimento de carcaça (RCAR), rendimento peito (RPEI), rendimento asas (RASA), rendimento pernas (RPER), rendimento dorso (RDOR) e rendimento de gordura (RGOR) de codornas de corte aos 35 dias

Table 5: Regression equations in function of crude protein (CP) levels to carcass yield (CYI), breast yield (BYI), wings yield (WYI), legs yield (LYI), back yield (BAY) and fat yield (FYI) of meat quail at 35 days

Variáveis Variables

Equações de regressão em função dos níveis de PBRegression equations in function of crude protein (CP)

levels

Regressão Regression

LRP

RCAR% CYI ŷ = 54,902 + 1,374x - 0,0292x2 R2 = 0,69 23,53 17,13

RPEI % BYI ŷ = -42,572 + 11,064x - 0,479x2 + 0,0068x3 R2 = 1,00 26,47 ---

RASA% WYI ŷ = 11,446 - 0,358x + 0,00648x2 R2 = 0,99 27,62 23,34

RPER% LYI ŷ = 24,638 - 0,0452x R2 = 0,82 --- ---

RDOR% BAY ŷ = 19,837 - 0,613x + 0,0136x2 R2 = 0,70 22,54 16,36

RGOR% FYI ŷ = -0,131 + 0,0713x R2 = 0,96 --- ---

58

Más et al (2004a), avaliando diferentes níveis de PB, variando de 21,5 a 26% no

período de um a 21 dias e de 17,5 a 22%, no período de 22 a 49 dias, não encontraram

influência do nível de PB sobre o rendimento de carcaça de codornas de corte, no

entanto, houve uma pequena variação nos níveis de PB, o que poderia explicar a

ausência do efeito, diferente dos níveis utilizados no presente trabalho.

O rendimento de peito (RPEI) apresentou comportamento cúbico, o que resultou

na exigência de 26,47% de PB, discordando dos resultados obtidos por Corrêa et al.

(2004c e 2005), nos quais não verificaram efeito dos níveis de PB (22, 24, 26 e 28%)

sobre o RPEI.

As estimativas de exigência de PB para o rendimento de asa e rendimento de

dorso, levando-se em consideração o modelo quadrático foram de respectivamente

27,62% e 22,54% de PB, e de acordo com o modelo descontínuo, de 23,34 e 16,36% de

PB, respectivamente, mostrando exigência superior para o rendimento de asa.

Para o rendimento de pernas (RPER) e de gordura (RGOR), efeito linear dos

níveis de PB foi encontrado (Tabela 5), entretanto, para o RPER verificou-se efeito

linear negativo e para o RGOR, efeito linear positivo.

Com relação ao rendimento de pernas, Corrêa et al. (2004c) encontraram efeito

quadrático do nível de PB em dietas com 2.900 Kcal EM/kg somente para os machos,

em que foi obtido máximo rendimento em dietas que contêm 24,28% de PB, e para as

fêmeas não foi verificado efeito dos níveis de PB.

O RGOR não foi afetado pelos níveis de PB (22, 24, 26 e 28%), em pesquisa

desenvolvida por Corrêa et al. (2005), o que discorda dos resultados obtidos nesse

experimento.

Wyatt et al. (1982) encontraram relação positiva e significante entre o peso

corporal e a percentagem de gordura na carcaça.

59

Por outro lado, Costa et al. (2001) verificaram maior deposição de gordura

abdominal em frangos de corte alimentados com menores níveis de PB na ração, mas,

os níveis de PB utilizados pelos autores variaram de 20 a 22,5% no período de um a 21

dias e de 17,5 a 19,5% no período de 22 a 42 dias, e as rações com menores níveis de

PB foram suplementadas com aminoácidos sintéticos (lisina, metionina e treonina).

Dentre os componentes principais estimados, aquele que envolve as variáveis:

peso médio aos 35 dias (PM35), ganho de peso de um a 35 dias (GP135) e conversão

alimentar de um a 28 (CA128) dias foi escolhido para determinar a exigência

nutricional de PB por responder por 94,61% da variação.

Ao usar esse componente principal, procedeu-se a análise da mesma forma que as

variáveis isoladamente, não observado efeito do probiótico nem da interação

probiótico*nível.

A equação ajustada para o componente principal em função do nível de PB foi ŷ =

-18,338 + 1,445x - 0,0264x2, o que resultou estimativa de exigência igual a 27,37%. A

aplicação do modelo descontínuo LRP indicou estimativa de 21,91% de PB.

Os resultados desse estudo sugerem a necessidade de formulação de rações de

codornas de corte divididas por fases, ou seja, os resultados indicam que até os 14 dias,

gira em torno de 27% e aos 21, 28 e 35 dias se encontra por volta de 22 a 24%.

O comprimento do intestino delgado (CID) não foi influenciado pela adição do

probiótico (Tabela 6), provavelmente porque não houve a colonização do intestino pela

cultura de Lactobacillus sp. contida no probiótico.

Trabalhos conduzidos por Loddi et al. (2000b) e Sato (2001) também não

apresentaram efeito significativo da suplementação do probiótico na ração de frangos de

corte sobre o comprimento do intestino.

60

Tabela 6: Comprimento do intestino delgado de codornas de corte recebendo ou não probiótico aos 7, 14, 21 e 35 dias de idade

Table 6: Small intestine length of meat quails receiving or not probiotics at 7, 14, 21 and 35 days of age

Idade (dias) Age (days)

7 14 21 35 Probiotic Probiotic

Comprimento intestino delgado (cm) Small intestine length (cm)

Com probiótico With probiotic 31,39±0,48 41,14±0,93 51,29±0,92 55,22±1,11

Sem probiótico Without probiotic 31,53±0,48 40,89±0,93 50,87±0,92 55,91±1,11

CV % VC % 6,19 9,08 7,17 7,98

Não-significativo pelo teste F (P>0,05) Not significant by F test (P>0.05)

O nível de PB da dieta influenciou de maneira linear o comprimento do intestino

delgado (CID) aos sete, 14 e 21 dias de idade e de maneira quadrática aos 35 dias de

idade (Tabela 7).

Tabela 7: Equações de regressão do comprimento do intestino delgado (CID) de

codornas de corte em função dos níveis de proteína bruta aos 7, 14, 21 e 35 dias de idade

Table 7: Regression equation of small intestine length (SIL) of meat quails in function of crude protein levels at 7, 14, 21 and 35 days of age

Valores estimados para os níveis experimentais

Estimated values to experimental levels

Níveis de PB % CP levels %

Variáveis Variables

Idade Dias Age Days

Equação de regressão Regression equation

15 20 25 30 7 ŷ = 22,953 + 0,378x R2 = 0,98 28,62 30,51 32,40 34,29

14 ŷ = 26,447 + 0,647x R2 = 0,96 36,15 39,39 42,62 45,86 21 ŷ = 41,782 + 0,413x R2 = 0,85 47,98 50,04 52,11 54,17

CID (cm) SIL (cm)

35 ŷ = 79,822 - 2,706x + 0,068x2 R2 = 0,92 54,53 52,90 54,67 59,84

Segundo Hounou et al. (2002), o comprimento do intestino correlaciona-se com o

peso e não com altura do animal, ou seja, quanto maior o ganho de peso do animal,

61

maior o comprimento do intestino. No presente experimento, a proteína exerceu efeito

quadrático sobre o ganho de peso para todas as idades, diferentemente do comprimento

do intestino.

O probiótico (Lactobacillus sp.) utilizado nesse experimento não influenciou nem

a altura de vilo (AV) nem a profundidade de cripta (PC) dos segmentos estudados

(duodeno e íleo), provavelmente por não ter ocorrido a sua colonização (Tabela 8).

Tabela 8: Altura vilo (AV) e profundidade de cripta (PC) do duodeno (duo) e íleo (ile)

de codornas de corte recebendo ou não probiótico a base de Lactobacillus sp. Table 8: Villum height (VH) and cript depth (CD) of duodenum (duo) and ileum (ile) of meat

quails receiving or not probiotic in base of Lactobacillus sp. Variáveis Variables

Com probiótico With probiotic

Sem probiótico Without probiotic

AV duo (μm) VH duo (μm)

657,23±16,44 655,05±15,96

PC duo (μm) CD duo (μm)

84,02±2,07 79,47±2,01

AV ile (μm) VH ile (μm)

354,30±7,80 346,33±7,58

PC ile (μm) CD ile (μm)

64,30±1,72 62,02±1,67

Não-significativo pelo teste F (P>0,05) Not significant by F test (P>0.05)

A maturação intestinal é fundamental para a boa performance animal no período

pós-eclosão (Sell et al., 1991) pois dela depende a digestão e absorção adequada dos

nutrientes provenientes da dieta exógena. O tamanho dos vilos está relacionado com a

perda das células (extrusão) e renovação celular (proliferação e diferenciação) pelo

epitélio da mucosa intestinal. O equilíbrio entre esses dois processos garante a

manutenção da capacidade digestiva.

As aves têm um comportamento distinto dos mamíferos, não apresentando

proliferações celulares restritas à cripta, mas também ao longo dos vilos (Uni et al.,

1998a). Em perus, as divisões mitóticas nas criptas respondem por cerca de 55% da

62

proliferação celular no intestino, a região média dos vilos por 32% e a região apical por

8 % (Applegate et al., 1994)

O uso de microrganismos probióticos na alimentação animal traz benefícios em

função da proteção dos vilos e superfícies absortivas contras toxinas produzidas por

patógenos (Dobrogsz et al., 1991; Walker & Duff, 1998). A presença de patógenos e/ou

de toxinas, por sua vez, altera a integridade do epitélio intestinal, diminui a altura do

vilo, as atividades digestivas e absortivas e, aumenta o turnover celular (Visek, 1978).

Bradley et al. (1994) também não encontraram efeito da suplementação de

Saccharomyces cerevisiae var. boulardii, sobre a altura dos vilos ileais, mas,

verificaram uma redução na profundidade de cripta, o que pode indicar, segundo os

autores, um decréscimo na taxa de turnover celular, resultante da diminuição na

concentração de bactérias produtoras de metabólitos tóxicos ou a habilidade do

Saccharomyces cerevisiae var. boulardii em suprimir os efeitos desses metabólitos.

Da mesma forma, trabalho conduzido por Loddi (1998) também não demonstrou

diferenças na morfometria dos vilos entre os animais do grupo-controle e os que

receberam o probiótico à base de Enterococcus faecium.

Pelicano et al. (2003) também não encontraram diferenças na profundidade de

cripta de frangos de corte aos 42 dias que receberam probiótico que contém Bacillus

subtilis, Bacillus subtilis e licheniformis ou Saccharomyces cerevisiae, no entanto,

verificaram maior altura de vilo do duodeno.

Posteriormente, Pelicano et al. (2005) verificaram maior profundidade de cripta

aos 21 dias de idade no duodeno e íleo de frangos de corte que receberam probiótico à

base de Bacillus subtilis, entretanto, a altura de vilo foi aumentada somente no íleo.

Esse aumento na profundidade de cripta, em contraposição à pesquisa de Bradley et al.

63

(2004) foi justificada pela alta atividade celular proliferativa, que objetiva assegurar

uma taxa de renovação celular adequada.

Dessa forma, fica claro que a ação dos probióticos tanto em características de

desempenho como histológicas do trato digestivo dependem da composição do produto

e segundo Fuller (1989) das características e sua relação com os microrganismos

presentes no trato digestivo das diferentes espécies e a partir de um determinado tempo

necessário para que o agente se estabeleça no trato digestivo e equilibre a flora

(Tournut, 1998).

Com relação aos níveis de PB avaliados, as análises morfométricas das vilosidades

e criptas do duodeno e íleo (AV e PC) de codornas de corte mostraram diferentes

comportamentos (Tabela 9).

No duodeno, tanto a AV quanto a PC não foram influenciados pelo nível de PB.

Por outro lado, no íleo, a AV apresentou aumento linear em função dos níveis de PB, e

a PC não mostrou diferenças com o aumento dos níveis de PB (Tabela 9).

Esse comportamento diferenciado está relacionado à função prioritária dos

segmentos. Em nível de duodeno, a hidrólise dos aminoácidos ainda se encontra

incompleta, logo, a absorção é mínima, além disso, nas aves, grandes quantidades de

carreadores de membrana estão localizadas no íleo, o que o torna o principal sítio de

absorção de aminoácidos (Rutz, 2002), que justifica o comportamento linear sobre a

altura da vilosidade do íleo.

64

Tabela 9: Altura vilo (AV) e profundidade de cripta (PC) do duodeno (duo) e íleo (ile) de codornas de corte de acordo com os diferentes níveis de proteína bruta e idades de coleta

Table 9: Villum height (VH) and crypt depth (CD) of duodenum (duo) and ileum (ile) of meat quails in according with different crude protein levels and age of collect

Valores estimados para os níveis experimentais

Estimated values to experimental levelsNíveis de PB %

CP levels %

Variáveis Variables

Equação de regressão para o nível de PB

Regression equation to CP level

15 20 25 30 AV duo (μm) VH duo (μm)

NS 660,09* 639,65* 643,37* 678,95*

PC duo (μm) CD duo (μm)

NS 75,84* 81,86* 86,04* 82,74*

AV ile (μm) VH ile (μm)

ŷ = 249,46 + 4,479x (R2 = 0,99) 316,64 339,04 361,43 383,83

PC ile (μm) CD ile (μm)

NS 61,515* 61,589* 64,825* 64,556*

Valores estimados para as idades experimentais

Estimated values to experimental age Idade, dias Age, days

Variáveis Variables

Equação de regressão em função da idade

Regression equation to age

7 14 21 35 AV duo (μm) VH duo (μm)

ŷ = 503,668 + 7,888x (R2 = 0,97) 558,88 614,10 669,32 724,53

PC duo (μm) CD duo (μm)

ŷ = 36,249 + 3,725x - 0,055x2

(derivada = 33,86) (R2 = 1,00) 59,62 77,60 90,17 97,35

AV ile (μm) VH ile (μm)

ŷ = 239,642 + 9,553x - 0,153x2

(derivada = 31,22) (R2 = 1,00) 299,02 343,40 372,78 387,17

PC ileo (μm) CD ile (μm)

ŷ = 41,951 + 2,572x - 0,0593x2

(derivada = 21,69) (R2 = 1,00) 57,05 66,34 69,81 67,47

* médias estimadas/ * estimated means NS – Não-significativo/ NS – Not significative

O efeito da proteína da ração sobre o controle do consumo não é decorrente

somente da quantidade de proteína bruta, mas também de sua qualidade, isto é, da

concentração e do balanceamento entre os aminoácidos (Gonzáles, 2002). Além disso, a

presença de nutrientes no lúmen constitui fator estimulante do crescimento de vilos e

das criptas (Baranyiova & Holman, 1976; Moran , 1985)

Os resultados desse experimento permitem inferir que no efeito trófico observado

para as vilosidades do íleo, dois fatores não-dissociados estão envolvidos: o maior nível

65

de proteína na ração e o maior consumo de ração em função dos maiores níveis de

proteína.

Com relação à idade, verificou-se aumento tanto na PC quanto na AV dos

segmentos estudados (Tabela 9).

A AV do duodeno apresentou aumento linear em função da idade, já a PC do

duodeno, a AV e a PC íleo, apresentaram comportamento quadrático.

Uni et al. (1998b), ao avaliar o desenvolvimento pós-eclosão da mucosa do

intestino delgado de frangos de corte, encontraram que o desenvolvimento completo dos

vilos duodenais ocorreu até os sete dias de idade, enquanto que os vilos do jejuno e íleo

continuaram até aos 14 dias de idade, o que difere dos resultados obtidos nesse

experimento que teve até os 35 dias de idade aumento linear na AV do duodeno e

aumento na PC do duodeno, AV e PC do íleo, respectivamente, até 33,86; 31,22 e 21,69

dias de idade.

Por outro lado, Sakamoto (2005) encontrou que o desenvolvimento do duodeno de

frangos de corte completou-se aos 21 dias, enquanto que no jejuno e íleo até os 41 dias

de idade, observou-se gradual crescimento das vilosidades.

Ao comparar os dois segmentos estudados, pode-se observar maior

desenvolvimento da vilosidade do duodeno em relação ao íleo (Figura 1), o que está em

consonância com os obtidos por Uni (1999), Kondo (2003) e Sakamoto (2005).

Esse maior desenvolvimento pode ser atribuído, segundo Macari (1998), ao fato

de ser o segmento de mais rápida renovação celular e ainda por ser o primeiro segmento

do intestino delgado a receber estímulos físicos, químicos e hormonais desencadeados

pela presença da dieta no lúmen.

66

Figura 1: Fotomicrografia dos segmentos do intestino delgado de codornas de corte aos 7 dias de idade alimentados comrações contendo 15 (A e E ), 20 (B e F) , 25 (C e G) e 30% (D e H) de proteína bruta. Em A, B, C e D –duodeno; Em E, F, G e H – íleo. Barra 400 μm

Figure 1:Photomicrografy of small intestine segments of meat quails at 7 days old feed with diets containing 15 (A and E ), 20 (B and F) ,25 (C and G) and 30% (D and H) of crude protein. In A, B, C and D – duodenum; In E, F, G e H – ileum. Bar 400 μm

H

G

F

E

B

C

D

A

67

Observou-se, ainda, interação significativa entre nível e idade para a variável

profundidade de cripta do duodeno e o desdobramento dessa interação mostrou que para

o nível de 25% de proteína bruta, maior profundidade de cripta foi encontrada para as

codornas com 28,50 dias de idade, de acordo com a equação ŷ = -108,579 +14,194x - 0,249x2

(R2 =0,97).

Conclusões

Pode-se concluir que nas condições ambientais em que as codornas foram criadas

a adição de probiótico a base de Lactobacillus sp. não influenciou o desempenho, o

rendimento de carcaça, a exigência nutricional de proteína bruta e a morfometria da

mucosa intestinal de codornas de corte.

As estimativas de exigência até os 14 dias foram de 27% e, a partir desta idade,

houve evidências de que há uma redução da exigência de proteína que pode estar entre

22 e 24%.

As estimativas de exigência para o período de um a 35 dias foram de 27,37% de

proteína bruta.

68

Literatura Citada

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CONCLUSÕES GERAIS

Pode-se concluir que nas condições ambientais em que as codornas foram criadas,

a adição de probiótico não influenciou o desempenho, o rendimento de carcaça, a

exigência nutricional de proteína bruta, a população microbiana e a morfometria

intestinal de codornas de corte.

As estimativas de exigência até os 14 dias foram de 27% e, a partir desta idade,

houve evidências de que há uma redução da exigência de proteína que pode estar entre

22 e 24%.

As estimativas de exigência para o período de um a 35 dias foram de 27,37% de

proteína bruta.

Outros estudos são necessários para avaliar o uso de probióticos e estimar a

exigência de proteína bruta de codornas de corte em diferentes fases de criação.

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