usabilidade no contexto de gestores, desenvolvedores e...
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Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e
Documentação - FACE
Departamento de Ciência da Informação e Documentação
Usabilidade no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários do
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília
José Antonio Machado do Nascimento
Brasília 2006
Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação - FACE
Departamento de Ciência da Informação e Documentação
Usabilidade no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários do
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília
José Antonio Machado do Nascimento
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciência da
Informação e Documentação da
Universidade de Brasília como
requisito parcial para obtenção do grau
de mestre.
Orientadora: Professora Doutora Sueli Angélica do Amaral
Brasília
2006
Aos meus pais.
José Nobre do Nascimento (1928-2003) e
Júlia Machado do Nascimento.
AGRADECIMENTOS
Embora uma dissertação de mestrado seja um trabalho individual, muitas foram as
contribuições recebidas que não podem nem devem deixar de ser destacadas. Por essa razão,
gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos:
À Drª Sueli Angélica do Amaral, por possibilitar o meu crescimento intelectual, enquanto aluno do
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e Documentação e pela atenção, amizade
e paciência durante esta jornada;
À Drª Marisa Brascher, pelo incentivo durante a disciplina Tecnologia da Informação e por
apresentar a Engenharia de Usabilidade como uma área extremamente importante no contexto da
Ciência da Informação;
Ao meu irmão Eduardo por ter me encorajado a seguir a carreira de bibliotecário e web designer ;
Aos meus colegas do Departamento, Fernanda Moreno, Fernando Lima e Luciana Chagas,
companheiros de sala de aula;
À Ieda Muniz, por me permitir fazer parte do “time” de bibliotecários da Presidência da República e
por possibilitar exercer funções relacionadas à Usabilidade e a Tecnologia da Informação;
À Maíra Murrieta Costa, que cedeu gentilmente os leiautes do website da BCE e pelo incentivo
durante a disciplina Redes de Informação e Transferência de Dados.
À minha madrinha, Drª Leonor Lopes Machado, por ter me encorajado durante toda a minha vida
estudantil;
À Dulce e o Wiktor, pelo auxílio durante o tratamento de imagens, figuras e tabelas da dissertação;
À minha amiga Eulina Gomes Rocha, pela paciência durante as últimas fases da pesquisa e pela
revisão gramatical e ortográfica da dissertação;
Aos demais colegas da Biblioteca da Presidência da República – Celinha, Glenda, Elair, Nesle,
Antonio, Soninha, Edmilson, Manoel e Juliana;
Aos gestores, desenvolvedores, especialistas e usuários que participaram da análise do contexto
de uso, avaliação ergonômica, card sorting e análise da tarefa;
À Clarimar, Zezé, Jefferson e Neide da BCE, que gentilmente cederam informações e documentos
sobre o website;
À Angélica, que me ensinou a ter paciência durante momentos difíceis da vida;
À Adriana, companheira do Correio Braziliense e Antaq;
Aos colegas do grupo Marketing da Informação.
RESUMO
A usabilidade possibilita às bibliotecas universitárias integrarem requisitos como
interatividade e multimídia à criação de páginas mais dinâmicas em termos de linearidade e
navegabilidade. Com o intuito de verificá-la no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários
escolheu-se para o estudo de caso desta pesquisa o website da BCE – Biblioteca Central,
instituição acadêmica que oferece uma ampla variedade de serviços on-line. Após referencial
teórico que definiu e contextualizou os cenários e tendências de websites de bibliotecas
universitárias, os conceitos e história da Usabilidade e Ergonomia, a evolução das interfaces
gráficas e do webdesign, a interação humano-computador, seu panorama no Brasil e suas
relações com a Psicologia Cognitiva, os métodos e técnicas de avaliação de usabilidade e as
avaliações de usabilidade em bibliotecas universitárias, foram realizadas análise do contexto de
uso do website da BCE com seus gestores e desenvolvedores, através de análise documental,
entrevista com verbalização estimulada e ficha de observação; avaliação ergonômica de suas
interfaces com lista de verificação, guia de recomendações e avaliação heurística; identificação do
modelo mental dos usuários relativo à arvore semântica do website da BCE – Biblioteca Central,
por meio de ensaio de interação com a técnica card sorting e identificação dos erros cometidos
pelos usuários no uso do website da BCE, através de ensaio de interação com a técnica análise da
tarefa. Constatou-se que gestores e desenvolvedores desconsideram a participação do usuário,
devido ao desconhecimento dos benefícios que a usabilidade pode trazer, assim como dificuldades
gerenciais e tecnológicas que enfrentam. Verificou-se também que a atual estrutura disponibilizada
não propicia aos usuários realizarem tarefas em tempo hábil, devido ao excesso e duplicidade de
links, a não relação da biblioteca virtual com o website e o equívoco de alguns mecanismos de
busca. Portanto, a reformulação deve privilegiar a criação de hipertextos e leiautes fluidos, que
possibilitarão modificações constantes, sem necessariamente alterar a linearidade da navegação.
Palavras-chave: avaliações de usabilidade, bibliotecas universitárias, interação humano-
computador, webdesign.
ABSTRACT
Usability makes possible to the academic libraries integrate requirements as interactivity
and multimedia to create dynamic pages in terms of linearity and navigability. With the intention to
verify usability in the context of managers, web developers and users, the BCE website was chosen
for the case study of this research. After referencial theoretician who defined and contextualized the
scenario and trends of academic libraries websites, the concepts and history of Usability and
Egonomics, the evolution of graphical interfaces and webdesign, the human computer interaction,
its panorama in Brazil and its relations with Cognitive Psychology, the methods and techniques of
usability evaluation and the evaluations of usability in academic libraries, had been carried analysis
of the use context of BCE website with its managers and web developers, by documentary analysis,
interview with stimulated verbalization and website observation; ergonomic evaluation of its
interfaces with check-list, guide of recommendations and heuristical evaluation; users mental model
identification relative to BCE website semantic trees, over interaction essay with card sorting
technique and identification of the errors committed by users in the BCE website use, through
interaction essay with task analysis. It was concluded that managers and web developers
disrespect the user participation, whom had to the unfamiliarity of the benefits that the usability can
bring, as well as managemental and technological difficulties that face. It was also verified that the
current website structure does not propitiate the users to carry through tasks in skillful time,
presents excess and duplicity of links, absence of relation between the virtual library and website
and mistake of some search mechanisms. Therefore, the redesign must privilege the creation of
fluid lay-out and hypertexts, that will make possible constant modifications, without necessarily
modifying the linearity of the navigation.
Keywords: usability evaluation, academic libraries, human computer interaction, webdesign
SUMÁRIO
Agradecimentos iv
Resumo v
Abstract vi
Lista de siglas ix
Lista de figuras xi
Lista de gráficos xii
Lista de quadros xii
Lista de tabelas xiii
1 Introdução 1
2 Problema e justificativa 3
3 Objetivos 5
4 Revisão de literatura 6
4.1 Websites de bibliotecas universitárias: cenários e tendências 6
4.2 Usabilidade e Ergonomia: conceitos e um pouco da história 13
4.3 A evolução das interfaces gráficas 14
4.4 A evolução do webdesign 19
4.5 IHC – Interação humano-computador 21
4.5.1 Panorama da IHC no Brasil 24
4.5.2 A atuação da Psicologia Cognitiva no campo da IHC 25
4.6 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade 34
4.7 Avaliações de usabilidade em websites de bibliotecas universitárias 50
5 Procedimentos metodológicos 55
5.1 Variáveis 62
6 Análise dos dados 67
6.1 Análise do contexto de uso do website da BCE da UnB 67
6.1.1 Breve histórico da BCE da UnB 68
6.1.2 O processo de concepção, desenvolvimento e atualização do website da BCE da UnB
69
6.1.3 O reconhecimento das especificações do atual website da BCE (2006) 80
6.1.4 Concepção, desenvolvimento e atualização do website da BCE da UnB, sob a perspectiva dos seus gestores e desenvolvedores
83
6.1.4.1 Eixo temático 1: desenvolvimento do website da BCE 84
6.1.4.2 Eixo temático 2: usuários, produtos e serviços 85
6.1.4.3 Eixo temático 3: dificuldades gerenciais 86
6.1.4.4 Eixo temático 4: conteúdo 89
6.1.4.5 Eixo temático 5: usabilidade 89
6.2 Avaliação ergonômica das interfaces do website da BCE da UnB 94
6.2.1 Organização visual e estética da página 106
6.2.2 Orientação ao usuário 113
6.2.3 Controle do usuário 118
6.2.4 Prevenção de erros 119
6.2.5 Padronização 123
6.2.6 Flexibilidade e compatibilidade com contexto de uso do website da BCE 125
6.3 Modelo mental dos usários relativo á árvore semântica do website da BCE 130
6.4 Erros cometidos pelos usuários durante o uso do website da BCE 149
7 Conclusão 162
8 Referências 165
Anexos 175
1 Ficha de observação para a análise do contexto de uso de websites de bibliotecas 176
2 Guia de entrevista com gestores e desenvolvedores 178
3 Lista de verificação para avaliação de websites de bibliotecas 180
4 Guia de recomendações para avaliação de websites de bibliotecas 187
5 Critérios heurísticos a serem adotados pelos especialistas na avaliação ergonômica de websites de bibliotecas
192
6 Questionário para seleção dos participantes do card sorting e análise da tarefa 196
7 Instruções para o ensaio de interação com card sorting 199
8 Avaliação do ensaio de interação com card sorting 201
9 Instruções para o ensaio de interação com a técnica análise da tarefa 203
10 Tarefas a serem realizadas pelos usuários 204
11 Avaliação do ensaio de interação com a técnica análise da tarefa 206
12 Estatísticas do website da BCE – abril/2006 207
13 Levantamento bibliográfico sobre pesquisas em websites de bibliotecas universitárias
211
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASP – Active Server Pages
BCE – Biblioteca Central
BDTD – Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
CAPES – Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CLIHC – Conferência Latino-Americana de Interação Humano-Computador
COMUNIHC – Comunidade de Interação Humano-Computador
COMUT – Comutação Bibliográfica
CPD – Centro de Processamento de Dados
CSS – Cascading Style Sheet
CUNY – City University of New York
FBN – Fundação Biblioteca Nacional
GUI – Graphical User Interface
HFRG – Human Factors Research Group
HTML – Hyper Text Marked Language
IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IBM – Internation Business Machine
IDA – Instituto de Artes
IHC – Interação Humano-Computador
ISO – International Organization For Standardization
LAD – Laboratório de Acesso Digital
LISA – Library and Information Science Abstracts
MAD – Méthode Analytique de Description
MCD – Memória de Curta Duração
MEC – Ministério da Educação
MLD – Memória de Longa Duração
NDLTD – Networked Digital Library of Theses and Dissertations
NLS – Online System
OCLC – Online computer library center
OPAC – Online Public Access Catalogue
PAS – Passagem de Ar Supralaringeal
PC – Personal Computer
PHP – Hypertext Preprocessor
PUC – Pontifícia Universidade Católica
QUIS – Questionnaire for User Interface Satisfaction
RAM – Random Access Memory
RS – Registro Sensorial
SERG – Semiotic Engineering Research Group
SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados
SNBU – Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
SUMI – Software Usability Measurement
TKS – Task Knowledge Structure
UCLA – University of California, Los Angeles
UFRS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSC – Universidade Federal do Estado de Santa Catarina
UnB – Universidade de Brasília
UNESP – Universidade Estadual Paulista
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
USP – Universidade de São Paulo
W3C – World Wide Web Consortium
WAI – Web Accessibility Iniciative
WAMI – Webanalysis and Measurement Inventory
WCAG – Web Content Accessibility Guidelines
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistema NLS System desenvolvido por Douglas Engelbart 15 Figura 2 - Interface da Xerox utilizada no sistema Xerox 8010 16 Figura 3 - Interface do Macintosh 16 Figura 4 - Interface do Amiga 17 Figura 5 - Interface do pc da IBM 17 Figura 6 - Interface do Windows 1.0 18 Figura 7 - Interface do X Window System 19 Figura 8 - Interface do cardzort 45 Figura 9 - Interface do cardcluster 46 Figura 10 - Seqüência de ações de um ensaio de interação 48 Figura 11 - Página principal do website da BCE – 1997 69 Figura 12 - Página principal do website da BCE – 1999 70 Figura 13 - Página principal do website da BCE – 2001 72 Figura 14 - Aspectos positivos das interfaces do website da BCE - página principal 98 Figura 15 - Aspectos positivivos das interfaces do website da BCE - página
compras 99
Figura 16 - Ocupação excessiva do menus pop-up 107 Figura 17 - Ausência de recursos multimídia e gráficos em dados estatísticos 108 Figura 18 - Ausência de âncoras identificadoras na página BCE de A a Z e
necessidade de mais de três rolagens na barra vertical 109
Figura 19 - Links repetidos e ausência de filtros nas caixas de busca 110 Figura 20 - Ausência de referência ao leiaute do website da BCE 111 Figura 21 - Ausência de conteúdo para impressão (página principal) 112 Figura 22 - Ícone da intranet localizado no fim das páginas 112 Figura 23 - Uso de abreviaturas, duplicidade, extensão e confusão dos links 114 Figura 24 - Falta de correlação das páginas com a biblioteca virtual 115 Figura 25 - Problemas nos manuais de instrução, notícias e formulário sugestões
e críticas 116
Figura 26 - Ausência de menus verticais e subtítulos 117 Figura 27 - Ausência de âncoras identificadoras, mapa do site e estruturas de
navegação 119
Figura 28 - Caixa de formulário disponibilizada ao clicar o link e-mail 120 Figura 29 - Ausência de mensagens de erro na caixa de formulário e-mail 120 Figura 30 - Mensagens de erro no formulário dúvidas 121 Figura 31 - Pouca visibilidade dos links dos formulários contato e sugestões e
críticas 121
Figura 32- Tela de abertura da página links 122 Figura 33 - Página inexistente (bibliotecas do Brasil e do mundo) 122 Figura 34 - Acesso a BDTD apenas no corpo do texto 124 Figura 35- Página da BDTD em discordância com o leiaute 124 Figura 36 - Ausência de informações resumidas e conteúdo em outros idiomas 125 Figura 37 - Ausência de atributos de acessibilidade 126 Figura 38 - Preparação dos cartões para a aplicação da técnica card sorting 130 Figura 39 - Material de apoio para o card sorting 131 Figura 40 - Sala de reunião preparada para o ensaio de interação com a técnica
card sorting 133
Figura 41 - Participantes organizando os cartões durante o ensaio de interação 134 Figura 42 - Participantes interagindo durante o ensaio 135 Figura 43 - Interface do programa card zort com os cartões utilizados no Card 138
Sorting Figura 44 - Diagrama completo das associações identificadas no card sorting 140 Figura 45 - Participante interagindo durante a análise da tarefa 154
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Quantidade de problemas de usabilidade, de acordo com critérios heurísticos
102
Gráfico 2 - Problemas de usabilidade, de acordo com o grau de severidade (organização visual e estética da página)
102
Gráfico 3 - Problemas de usabilidade, de acordo com o grau de severidade (flexibilidade e compatibilidade de uso para usuários de bibliotecas)
103
Gráfico 4 - Quantidade de problemas detectados pelo especialista 3, de acordo com graus de severidade
104
Gráfico 5 - Quantidade de problemas detectados pelo especialista 4, de acordo com graus de severidade
104
Gráfico 6 - Percentagem acumulada dos graus de severidade (especialista 3) 105 Gráfico 7 - Percentagem acumulada dos graus de severidade (especialista 4) 105 Gráfico 8 - Média de tempo de realização das tarefas em minutos 155 Gráfico 9 - Padrões de controle do grupo 1 (em minutos) 156 Gráfico 10 - Padrões de controle do grupo 2 (em minutos) 157 Gráfico 11 - Padrões de controle do grupo 3 (em minutos) 157
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Características de um sistema de IHC 23 Quadro 2 - Terminologia adotada na área de usabilidade relativa aos métodos de
avaliação 34
Quadro 3 - Processo de desenvolvimento de uma avaliação heurística 41 Quadro 4 - Vantagens e desvantagens das técnicas prospectivas adaptadas ao
contexto das avaliações de usabilidade 43
Quadro 5 - Vantagens e desvantagens da verbalização e da co-descoberta 49 Quadro 6 - Medidas de confiabilidade dos métodos descritos na revisão de
literatura 58
Quadro 7 - Relação dos objetivos com as variáveis e métodos e técnicas de coleta de dados
63
Quadro 8 - Modificações observadas no website da BCE – julho de 2000 a junho de 2001 (Costa, 2001, p. 46)
74
Quadro 9 - Arquitetura do website da BCE proposta pela Profª Virgínia Tiradentes em 31/07/2001
75
Quadro 10 - Sugestões dos usuários do website da BCE – janeiro de 2004 80 Quadro 11 - Graus de severidade utilizados para a avaliação dos problemas de
usabilidade 100
Quadro 12 - Árvores semânticas do website da BCE 146
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Levantamento sobre estudos de usabilidade em websites de bibliotecas universitárias
57
Tabela 2 - Graus de severidade dos problemas de usabilidade 60 Tabela 3 - Data e classificação dos documentos analisados 67 Tabela 4 - Aspectos positivos, problemas e itens não aplicáveis ao website da
BCE, segundo graus de severidade 96
Tabela 5 - Problemas de usabilidade do website da BCE segundo graus de severidade
100
Tabela 6 - Medidas de variabilidade dos graus de severidade 106 Tabela 7 - Perfil dos participantes do card sorting 132 Tabela 8 - Perfil dos participantes da análise da tarefa (grupo 1) 150 Tabela 9 - Perfil dos participantes da análise da tarefa (grupo 2) 151 Tabela 10 - Perfil dos participantes da análise da tarefa (grupo 3) 152 Tabela 11 - Média em minutos e desvio-padrão da análise da tarefa 155
1 INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos no acesso eletrônico à informação têm provocado mudanças nas
bibliotecas universitárias, implicando na adoção de novos parâmetros de qualidade na prestação
de serviços. Nesse contexto, a usabilidade redefiniu a relação biblioteca-usuário, através de
métodos, normas e recomendações específicas que possibilitam a análise de aspectos
ergonômicos e cognitivos da interação humano-computador.
Embora haja críticas relativas à confiabilidade da sua aplicação, a usabilidade tem
propiciado a integração de requisitos como interatividade, hipertexto e multimídia à criação de
páginas mais dinâmicas em termos de linearidade e navegabilidade.
Para atingir essa integração, torna-se necessário aliar à usabilidade a experiência de
gestores e desenvolvedores em projetos web, que por sua vez, devem congregar a experiência do
usuário em todas as etapas do planejamento de um website. Da concepção de um protótipo à sua
validação e manutenção, é a percepção do usuário que possibilita aos gestores e desenvolvedores
produzirem sistemas eficazes para que bibliotecas continuem a desempenhar suas funções com
precisão, de forma mais contextualizada e personalizada.
Nessa perspectiva, esta pesquisa teve como foco a verificação da usabilidade no contexto
de gestores, desenvolvedores e usuários do website da Biblioteca Central (BCE) da Universidade
de Brasília (UnB), para responder questões relativas ao seu contexto de atuação, a avaliação
ergonômica de suas interfaces, ao modelo mental dos usuários e a identificação dos erros
cometidos pelos usuários durante o seu uso.
A metodologia adotada para o desenvolvimento da pesquisa foi a de estudo de caso, por
meio de análise documental, entrevista com verbalização estimulada, ficha de observação,
inspeção por meio de listas de verificação, guia de recomendações, avaliação heurística, ensaios
de interação com card sorting e análise da tarefa.
Composta de nove partes, esta dissertação está estruturada da seguinte forma:
• Parte 1 – Introdução – apresenta o tema da pesquisa, descreve em linhas gerais
os métodos e técnicas utilizadas e a descrição dos capítulos;
• Parte 2 – Problema e justificativa – define o problema e a justificativa deste
trabalho;
• Parte 3 – Objetivos – apresenta o objetivo geral e os objetivos específicos
definidos em consonância com o problema da pesquisa;
• Parte 4 – Referencial teórico – contextualiza a área do problema em estudo:
cenários e tendências de websites de bibliotecas universitárias, os conceitos e a
história da Usabilidade e da Ergonomia, a evolução das interfaces gráficas e do
webdesign, a IHC, seu panorama no Brasil e sua relação com a Psicologia
Cognitiva, os métodos e técnicas de avaliação de usabilidade e as avaliações de
usabilidade em websites de bibliotecas universitárias;
• Parte 5 – Procedimentos metodológicos – descreve a seleção e os métodos e
técnicas adotadas, assim como as etapas de realização do trabalho;
• Parte 6 – Análise dos dados – apresenta todos os resultados obtidos com a
pesquisa;
• Parte 7 – Conclusão – descreve as considerações finais e as recomendações para
estudos futuros;
• Parte 8 – Referências – apresenta todas as referências citadas no decorrer da
pesquisa;
• Anexos – apresentam os instrumentos utilizados para a coleta de dados,
estatísticas do website da BCE e levantamento bibliográfico sobre avaliações de
usabilidade em websites de bibliotecas universitárias.
2 PROBLEMA E JUSTIFICATIVA
É de notório conhecimento que a Internet revolucionou a atuação das bibliotecas
universitárias. Reconhecidas como instituições atuantes na preservação, coleta e disseminação da
informação acadêmica e científica, se tornaram, com o passar do tempo, ambientes virtuais que
utilizam inúmeros recursos tecnológicos para facilitar a obtenção da informação por seus usuários.
Se por um lado este fato é benéfico, por outro, leva a uma preocupação que reside no grande
número de websites de bibliotecas universitárias desenvolvidos somente a cargo, ou sob o ponto
de vista de gestores e desenvolvedores.
Como os estudos de usabilidade envolvem compromisso com a qualidade, possibilitando
tornar mais efetiva a satisfação do usuário, é relevante analisarmos os fatores que levam gestores
e desenvolvedores a desconsiderarem o ponto de vista dos usuários durante o planejamento de
websites de bibliotecas universitárias.
A preferência pelas bibliotecas universitárias por estudos de uso apenas quantitativos
contribuem para a falta de informação dos gestores e desenvolvedores sobre os pontos de vista
dos usuários. Segundo Ramos et al. (1999, p.159), em trabalho sobre o comportamento do usuário
na busca de informação automatizada em linha e em cd-rom, os estudos de usuários realizados
em bibliotecas universitárias “avaliam somente o lado quantitativo da informação recebida,
relegando a um segundo plano o lado qualitativo, que diz respeito ao uso que foi feito da
informação recebida”. Com apenas dados quantitativos, torna-se difícil para gestores e
desenvolvedores planejar websites que possam suprir, satisfatoriamente, a demanda por
informação da forma como os usuários desejam.
Gestores e desenvolvedores também tendem a ignorar o ponto de vista de usuários,
porque desenvolver aplicações para bibliotecas universitárias, que lidam com grande volume de
conteúdo informacional, é uma tarefa complexa. Além disso, outros fatores como a necessidade de
requisitos especiais relacionados a padrões de documentação e desempenho dos serviços de
informação de bibliotecas contribuem para que a grande preocupação do projetista seja a
implantação desses requisitos, sobrando pouco tempo para que usuários sejam selecionados para
a avaliação das soluções a serem implementadas.
Outro fator que os leva a desconsiderarem o ponto de vista dos usuários é a visão que
esses profissionais possuem das tecnologias de informação como parceiras dos usuários no
desenvolvimento de suas atividades, ao utilizarem websites de bibliotecas. Myers (1993), em
trabalho sobre as dificuldades de se projetar e implantar interfaces homem-máquina, observou que
isto ocorre porque gestores e desenvolvedores não se imaginam efetivamente na condição de
usuários comuns. Desta forma, nem sempre conhecendo as especificidades dos serviços
bibliotecários, optam por soluções disponíveis no mercado, ou desenvolvem soluções de difícil
acesso, que geram desperdício de tempo na realização de tarefas pelos usuários e aumentam a
necessidade de treinamento por parte da equipe do sistema.
Cooper (1999) salienta que gestores e desenvolvedores ao ignorarem a usabilidade
acabam por subverter o desenvolvimento de um produto fácil de usar, pela simples razão que os
seus objetivos e os objetivos dos usuários são consideravelmente diferentes. Enquanto gestores e
desenvolvedores querem um processo de construção e manutenção de um website fácil e
tranqüilo, os usuários querem que o sistema seja eficaz. Além disso, os gestores, ao liderarem
projetos tecnológicos, acabam conseguindo o design de um website de seus desenvolvedores e,
como a preocupação com a usabilidade, geralmente ocorre no ciclo final do design, poucas
modificações são realizadas em função do alto custo para alterar partes significativas do sistema
(MORAES & MONT`ALVAO, 2000).
A preocupação tardia com a usabilidade de websites de bibliotecas universitárias torna-se
mais complexa quando aliada à falta de investimento em equipes multidisciplinares. Soma-se a
este fato, a rápida difusão da Internet para as mais diversas finalidades, haja vista o número
expressivo de 30.000 novos websites que nascem na Internet brasileira por mês (CALDAS, 2002).
Isto acaba por influenciar a própria usabilidade da rede, gerando dificuldades de navegação,
acionamentos inadvertidos, acesso a telas que não interessam ao usuário, desorientação e
conseqüente subaproveitamento dos recursos de informação disponíveis.
É justamente a falta de compatibilidade entre os objetivos de gestores e desenvolvedores e
os anseios dos usuários que leva ao questionamento da usabilidade no universo de bibliotecas
universitárias. Ainda que reconhecidas como instituições representativas na prestação de serviços
no meio acadêmico e científico, não foram alvo de estudos que considerem a usabilidade na ótica
de gestores, desenvolvedores e usuários.
Diante dessas afirmações, originou-se o seguinte problema de pesquisa:
Como é considerada a usabilidade de websites, sob o ponto de vista de gestores,
desenvolvedores e usuários?
Pelo interesse inicial dos responsáveis nos resultados que poderiam ser obtidos e por
atender a uma variedade de usuários por meio de serviços de informação on-line, foi escolhido o
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília para o estudo de caso desta pesquisa.
3 OBJETIVOS
O objetivo geral é verificar a usabilidade do website da Biblioteca Central da
Universidade de Brasília, sob o ponto de vista de gestores, desenvolvedores e usuários. Os
objetivos específicos em relação ao website da BCE da UNB são:
a) Analisar o contexto de uso com seus gestores e desenvolvedores;
b) Realizar avaliação ergonômica de suas interfaces;
c) Identificar o modelo mental dos usuários relativo à arvore semântica do website;
c) Identificar os erros cometidos pelos usuários no uso do website.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico define e contextualiza a área do problema em estudo. Para tal
propósito, são apresentados os cenários e tendências de websites de bibliotecas universitárias, os
conceitos e a história da Usabilidade e Ergonomia, a evolução das interfaces gráficas e do web
design, a interação humano-computador, seu panorama no Brasil e a sua relação com a Psicologia
Cognitiva, os métodos e técnicas de avaliação de usabilidade e as avaliações de usabilidade em
websites de bibliotecas universitárias.
4.1 Websites de bibliotecas universitárias: cenários e tendências
Embora nitidamente renegadas ao segundo plano, quando o assunto é incrementar os
recursos destinados a políticas de desenvolvimento informacional e inclusão digital, as bibliotecas
universitárias continuam a proporcionar a sociedade brasileira, o acesso à informação por meio de
websites que fornecem produtos e serviços a um número expressivo de usuários.
Atuando conjuntamente com a biblioteca tradicional, os websites são ferramentas que
funcionam como canais de comunicação, que fornecem condições para a obtenção de informações
a um custo reduzido e em menor tempo. Dada as suas potencialidades, também redefinem a área
de atuação das bibliotecas e a relação entre bibliotecário-usuário, garantindo que o conhecimento
se dissemine de maneira mais coerente, pelo planejamento ou desenvolvimento de sua arquitetura
da informação, expressões equivalentes quando a meta é produzir ambientes virtuais.
O planejamento de um website é composto pela elaboração do sistema de organização, do
sistema de navegação, do sistema de rotulagem e do sistema de busca, que visam “a criação de
estruturas digitais que priorizam a organização descritiva, temática, representacional, visual e
navegacional de informações, em consonância com o conteúdo, o contexto e o usuário, com
objetivos bem definidos” (ROSENFELD & MORVILLE, 1998 citado por CAMARGO et al., 2004).
Durante a elaboração do sistema de organização são definidas as estruturas que
disponibilizarão o conteúdo informacional do website e como deve ser a disposição das
informações, a partir de esquemas que melhoram a navegabilidade para o usuário. Nesta etapa,
são elaborados protótipos do website, que refletirão e identificarão possíveis problemas antes de
serem disponibilizados.
No caso de websites de bibliotecas universitárias, planeja-se o sistema de organização, de
acordo com a estrutura física dos produtos e serviços da biblioteca tradicional. Nesta etapa, o
desenvolvedor verifica como o acervo da biblioteca está organizado para representá-lo
identicamente no website, pois a meta é reproduzir virtualmente todo o fluxograma de atividades
da biblioteca, conseguindo assim uma similaridade entre os serviços produzidos para o ambiente
tradicional e para a web, facilitando a localização da informação pelo usuário.
Na etapa de elaboração do sistema de navegação, testa-se o sistema de organização
definido anteriormente e a linearidade entre as informações disponibilizadas pelo website da
biblioteca. De acordo com Camargo et al. (2004), quando as estruturas de navegação são bem
definidas e organizadas, é possível percorrer caminhos para um melhor aproveitamento do tempo
de uso ou de acesso, “evitando assim que o usuário tenha que passar por várias páginas até
chegar a informação desejada, ou que depare com links inválidos, entre outros problemas”
(CAMARGO et al., 2004).
Para que o sistema de navegação seja eficaz, avalia-se o sistema de organização de
acordo com os critérios fidedignidade dos links e disposição correta dos elementos necessários à
navegação. Também se considera importante garantir que o sistema de organização permita ao
usuário utilizar suas próprias estratégias para solucionar problemas e realizar tarefas. Segundo
Silvino & Abrahão (2003), quando essas estratégias não são incorporadas na arquitetura de
informação, os usuários deixam de acessar o website, pois ao serem confrontados com uma lógica
de representação muito distinta do seu modo de funcionamento “as dificuldades para se atingir um
determinado objetivo assumem proporções enormes, sobretudo com pessoas cuja familiaridade
tecnológica é ainda incipiente” (SILVINO & ABRAHÃO, 2003).
Para atender as expectativas relativas à representação visual, elabora-se um sistema de
rotulagem adequado que permita ao usuário reconhecer rapidamente quais informações estão
sendo apresentadas, otimizando o tempo de navegação e a recuperação dos conteúdos
requeridos (CAMARGO et al., 2004).
Determinadas e testadas todas as estruturas de organização, navegação e rotulagem,
define-se a estrutura do sistema de busca do website. Nesta etapa, o desenvolvedor cria
representações, de acordo com a forma que os usuários realizam buscas. Esta representação
descritiva e temática deve estar adequada aos sistemas de navegação, organização e rotulagem,
garantindo a realização de buscas simples ou avançadas.
Como websites de bibliotecas universitárias são compostos por um volume considerável de
informações, deve-se ter em mente que otimizar os sistemas de busca é a melhor opção para o
máximo aproveitamento dos recursos informacionais disponibilizados.
McGillis & Toms (2001, p. 363), ao analisarem o comportamento da busca por informação
em diversas universidades canadenses, descobriram que o desempenho dos usuários é afetado
pela habilidade em utilizar sistemas de busca, pois eles têm “dificuldades de interpretar menus,
entender categorias e saber onde estão no website”. Wright (2004, p. 285), em estudo similar
realizado em 114 bibliotecas universitárias norte-americanas, observou que a eficácia dos sistemas
de busca é prejudicada pela ausência de manuais de instrução de qualidade que possibilitem aos
usuários tirar o máximo de proveito de suas funcionalidades”. Estudantes irão utilizar a Internet
com ou sem bibliotecas. Portanto, é vital para a biblioteca a oferta de manuais que os auxiliarão na
utilização de fontes de informação” (WRIGHT, 2004, p. 285).
Neste contexto, algumas diretrizes devem ser levadas em conta para a maximização dos
resultados, como:
• certificar-se que no título das páginas do website são encontradas as palavras-
chave que remetem a sua função;
• certificar-se que as palavras-chave são encontradas nos pontos principais do
website;
• não utilizar quadros para exibir conteúdos, pois determinados mecanismos de
busca não recuperam informações neles contidas;
• utilizar meta-tags que controlam a descrição do website em mecanismos de busca.
Quando planejados em consonância com as especificidades de uma biblioteca
universitária, os websites propiciam visibilidade às suas coleções, serviços e produtos. Entretanto,
Amaral & Guimarães (2002), em estudo realizado em 141 websites de bibliotecas universitárias
brasileiras, observaram a subutilização dos websites como instrumento promocional da biblioteca e
dos seus recursos informacionais. As autoras verificaram que a função promocional, a função
instrucional e a de comunicação eram pouco exploradas nos websites pesquisados.
Ao considerar o contexto apresentado pelas autoras (AMARAL & GUIMARÃES, 2002),
observa-se que a prestação de serviços de informação por bibliotecas universitárias pode estar
passando por uma mudança de paradigma. Se antes atingiam padrões de excelência na oferta de
serviços, mesmo com restrições financeiras, humanas e materiais, passam a contar com a
tecnologia da informação, em especial a web, para diminuir o impacto destas limitações e
concretizar o acesso a diferentes recursos informacionais, pois serviços tradicionais adquiriram
uma nova dimensão com a reformulação para ambientes virtuais e novos serviços passaram a
serem disponibilizados com o intuito de corresponder às necessidades da comunidade
universitária.
Dentre os serviços bibliotecários, o serviço de referência foi o que mais se adaptou a essa
nova realidade, evoluindo para o conceito de serviço de referência virtual, que surgiu nos Estados
Unidos, a partir da oferta de catálogos de bibliotecas americanas na Internet (MARDERO
ARELLANO, 2001, p. 7). Para Silva & Beuttenmüller (2005, p. 79), o serviço de referência virtual é
“um recurso eletrônico que objetiva atender aos usuários que buscam na biblioteca virtual a
informação digital”. Enquanto no serviço de referência tradicional o bibliotecário atua como um
mediador entre usuário e a informação desejada, no serviço de referência virtual é o usuário que
decide quais informações são relevantes.
O intercâmbio de informações entre bibliotecas também tem se beneficiado com a criação
de ambientes virtuais, pois cada vez é mais usual a criação de consórcios, que objetivam integrar
unidades de informação pela Internet para agilizar o acesso a bases de dados e acervos.
Recentemente duas iniciativas foram lançadas com fortes controvérsias. A criação de uma
biblioteca virtual pelo Google, onde serão apresentados volumes da Biblioteca Pública de Nova
Iorque, da Biblioteca de Harvard, da Biblioteca de Stanford, e da Biblioteca da Universidade de
Oxford, no Reino Unido e a criação pelo Yahoo da Aliança de Conteúdo Aberto, composta pelo
grupo Internet Archive, pelas bibliotecas das universidades da Califórnia e Toronto e as empresas
de tecnologia HP e Adobe.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, divulgada pelo website TERRA1, em 25 de
maio de 2005, Allan Adler, diretor da Associação de Editoras Norte-Americanas, criticou os
objetivos destes projetos, afirmando existir a possibilidade de burlar a lei de direitos autorais, uma
vez que será fácil a impressão de todo o material disponível on-line. Segundo Adler, não está claro
no Projeto do Google como a compilação desse material por uma empresa com fins lucrativos
pode ser considerada justa, pois “intenções comerciais podem estar escondidas em baixo de
intenções educacionais”.
Como forma de se prepararem para a batalha com provedores comerciais que oferecem
conteúdos científicos, as bibliotecas universitárias têm desenvolvido repositórios institucionais para
a disseminação de informações digitais criadas no ambiente universitário, pois a diversidade de
formatos, tais como artigos científicos, pré-prints, post prints, relatórios técnicos, textos para
discussão, teses, dissertações, trabalhos apresentados em conferências, palestras, material de
ensino (slides, transparências, resumos etc.) garantem às instituições ganhar prestígio e
credibilidade (LEITE & COSTA, 2005, p. 8 citado por CARVALHO et al., 2006).
Independentemente das controvérsias, estas iniciativas demonstram que uma enorme
possibilidade de novos ou tradicionais serviços podem ser criados ou reformulados por bibliotecas
universitárias, haja vista a grande participação das universidades em projetos deste porte. Mas,
para tal propósito, não se faz somente necessário o uso de tecnologias de informação, como
também a capacitação técnica dos profissionais da informação, que lidam com ambientes virtuais e
digitais, que segundo Souza (2005) “ainda vêem a Internet com olhos desconfiados”.
Como capacitar os profissionais da informação que no dia-a-dia das bibliotecas ainda lidam
com uma enorme massa documental que necessita de tratamento técnico constante? Como inserir
bibliotecários em um ramo tão especializado, quando a formação profissional ainda se encontra
defasada no que concerne ao aprendizado das tecnologias de informação? Estas questões são
grandes desafios para as bibliotecas universitárias, que podem resultar na substituição do
tradicionalismo na prestação de serviços de informação.
1 http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI538507-EI4802,00.html
Para alcançarem excelência na prestação de serviços, as bibliotecas universitárias devem
contar com: profissionais da informação que atuem em todas as etapas do planejamento,
manutenção e reestruturação do website, profissionais que acompanhem a evolução dos recursos
disponíveis e profissionais que atuem como organizadores dos recursos em rede e que colaborem
no desenvolvimento de bases de dados e ferramentas de busca (BLATTMANN et al., 2000).
Por outro lado, as instituições mantenedoras da biblioteca devem contribuir para o
aperfeiçoamento profissional do bibliotecário, proporcionando a participação em cursos de
especialização que ofereçam aos profissionais o aprendizado de diversas ferramentas aplicadas
no desenvolvimento de sistemas interativos, como HTML, java script, PHP e ASP. Nesse contexto,
segundo Blattmann et al. (2000), “cabe ao profissional incorporar conhecimentos sobre o
desenvolvimento de software e hardware quer quanto aos aspectos ergonômicos ou tecnológicos”.
Além disso, segundo os autores, “o conhecimento de tecnologias emergentes tais como vídeo
digital, Internet de alta velocidade, redes locais, links externos e protocolos são requisitos paralelos
para a sobrevivência em seu novo habitat, transformando-os em verdadeiros bibliotecários digitais
(BLATMANN et al., 2000).
Barton (2006) estudou os desafios enfrentados pelos bibliotecários digitais, que lidam
somente com tecnologias de informação em seu dia-a-dia. A autora concluiu que esses
profissionais devem “formar parcerias e privilegiar a comunicação entre áreas do conhecimento
para incrementar a gestão do conhecimento em todas as áreas que as universidades atuam”
(BARTON, 2006, p. 85). Assim, será possível integrar, por exemplo, recursos eletrônicos a
educação à distância.
Despendidas as devidas atenções ao planejamento das páginas web, a oferta dos seus
produtos e serviços e a capacitação técnica e inserção dos profissionais da informação na Internet,
o próximo passo é trabalhar a visibilidade do website, que segundo Amaral (1998, p. 34) “é o foco
do projeto de criação”.
Mas, como tornar conhecidos os websites de bibliotecas universitárias? Para tal propósito
utilizam-se estratégias de webmarketing, que “tornam percebível todo o potencial da informação
eletrônica como um recurso necessário, tanto no ambiente de pesquisa como no ambiente de
negócios” (AMARAL, 1998, p. 176). Nesse contexto, Paz (2000), em pesquisa sobre a
caracterização das informações sobre bibliotecas universitárias na Internet estudou os produtos e
serviços de informação oferecidos por essas instituições. Na oferta dos serviços e produtos
analisada, apenas a consulta ao acervo obteve um percentual de 51,4%, seguido da
disponibilidade de links para outras fontes de informação, que apresentou o percentual de 40% de
uso, sendo que os demais produtos e serviços obtiveram índices percentuais de uso menos
expressivos, bem abaixo de 50%. Esses resultados se diferenciam da pesquisa realizada por Troll
(2001) em bibliotecas norte-americanas, onde o uso da coleção eletrônica fora da biblioteca
universitária chegou a alcançar 75% em relação ao uso total deste tipo de acervo.
Analisando o resultado desses dois estudos, destaca-se que em relação à promoção, as
bibliotecas universitárias devem adequar instrumentos como chats, fóruns de discussões, entre
outros, para dar visibilidade à disseminação de informações digitalizadas e informações produzidas
somente em meio eletrônico para agregar valor ao conhecimento do passado e ao conhecimento
do presente. Nesse sentido, Cunha (informação verbal)2, em palestra sobre produtos e serviços da
biblioteca universitária na Internet, já atentava para a importância da digitalização de documentos,
ao afirmar que a maioria das informações produzidas digitalmente tem no máximo 15 anos. O
autor, também ressalta que “algumas universidades tentaram ter apenas bibliotecas virtuais, mas
acabaram formando bibliotecas tradicionais com bastante uso da tecnologia, porque não
conseguiram encontrar tudo que precisavam digitalizado”. As declarações de Cunha corroboram a
tese que uma biblioteca universitária virtual é um misto de documentos completos armazenados no
próprio servidor com acesso a fontes externas de informação.
Outra forma de garantir a visibilidade de bibliotecas universitárias é estudar a usabilidade
em seu contexto de atuação. Segundo Cervone (2005, p. 250), “o investimento em usabilidade é o
investimento no futuro da biblioteca, pois o único fator que diferencia uma fonte de informação de
outra é quão prática, usável e satisfatória ela pode ser”. Além disso, a conseqüência de não
investir em estudos de usabilidade aumentam a chance de usuários utilizarem somente
ferramentas de busca disponíveis na Internet, aumentando a chance de provedores comerciais
conquistarem os usuários de bibliotecas acadêmicas.
Com o intuito de comparar a usabilidade de websites de bibliotecas universitárias norte-
americanas à websites comerciais, Harpel-Burke (2005) utilizou os critérios heurísticos elaborados
por Nielsen (1994) para verificar a visibilidade destas instituições. Dentre os resultados obtidos, a
autora observou que, enquanto os websites comerciais tendem a focar o desenvolvimento de suas
páginas no uso de recursos multimídia, bibliotecas universitárias privilegiam os sistemas de busca,
por que “não são associadas aos núcleos de design” (HARPEL-BURKE, 2005, p. 206). Isso ocorre
por que a burocracia em torno do desenvolvimento de aplicações não permite as bibliotecas
estabelecerem padrões, levando a utilizarem modelos pré-estabelecidos que podem influenciar na
qualidade dos serviços prestados.
Para garantir um determinado padrão de qualidade, as bibliotecas universitárias devem
estar adequadas a possíveis instabilidades, através da análise do macro-ambiente que “identifica
2 Produtos e serviços da biblioteca universitária na Internet. Palestra proferida no SNBU – Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, Recife, 2002.
os riscos e oportunidades, tanto presentes quanto futuros, que possam influenciar a capacidade
das empresas de atingir suas metas” (OLIVEIRA, 2002).
Em trabalho sobre o gerenciamento organizacional de bibliotecas universitárias, Oliveira
(2002) ressaltou questões relativas ao macro-ambiente, que exigem transformações estruturais nas
bibliotecas universitárias. Dentre elas, mudanças ocasionadas pelo uso da tecnologia, como a
concorrência que bibliotecas enfrentam de diversos websites para satisfazer as necessidades dos
seus usuários.
Para Oliveira (2002), a solução deste problema deve ser a qualidade e a confiabilidade das
informações disponibilizadas. O autor relata que, com menos tempo para pesquisas, os usuários
acabam fascinados pela web, não distinguindo materiais adequados dos não adequados, pois o
que mais desejam é encontrar trabalhos completos. Neste macro-ambiente, as bibliotecas
universitárias devem privilegiar estudos de usuários para direcionar serviços de informação on-line
ao seu público específico. Como exemplo, Troll (2001) chegou as seguintes conclusões em estudo
realizado na NetLibrary :
• 82% dos alunos possuem um micro-computador;
• 93% indicaram que encontrar informação on-line faz mais sentido que recorrer à
biblioteca;
• 83% afirmaram que freqüentemente não conseguem os materiais que precisavam
na biblioteca, porque era muito tarde ou muito cedo para ir à biblioteca;
• 75% afirmaram não ter tempo suficiente para freqüentar a biblioteca;
• 71% apreciavam a economia de tempo, encontrando informação on-line a qualquer
hora do dia.
No Brasil, Silva & Macedo (2002), em pesquisa sobre o impacto da Internet em três
bibliotecas universitárias (UNESP, UNICAMP e USP), concluíram que:
• entre as bibliotecas universitárias analisadas, 82,6% desenvolvem homepages
próprias, demonstrando estarem conscientizadas a lidar com recursos básicos da
Internet para dispor informações aos usuários por meio das redes eletrônicas,
expandindo sua prestação de serviços;
• 65,2% das bibliotecas não possuíam controle sobre o número de usuários que
utilizam a Internet em seus ambientes;
• o acesso a Internet na biblioteca era feito de modo eqüitativo pela comunidade
universitária, em geral corpo docente, discente e funcionários.
Em vista das conclusões dos autores (SILVA & MACEDO, 2002), as bibliotecas
universitárias devem considerar o comportamento dos seus usuários durante o uso do website
para que a oferta de serviços e produtos seja eficaz. Logo, a usabilidade é um fator primordial
quando se tem por objetivo alcançar o máximo de satisfação de uma clientela não tão acostumada
a rápidas transformações.
4.2 Usabilidade e Ergonomia: conceitos e um pouco da história
As preocupações com a interação entre seres humanos e máquinas datam da Segunda
Guerra Mundial. Nessa época, cientistas da Força Aérea Inglesa descobriram que as falhas
ocorridas durante a operação de equipamentos militares não eram ocasionadas exclusivamente
por falha humana, mas pela não adequação dos equipamentos às características físicas, psíquicas
e cognitivas humanas. Nascia então, a Ergonomia, disciplina que estuda a correta adequação de
produtos para o trabalho humano.
Após a Segunda Grande Guerra, os esforços da Ergonomia concentraram-se no
aperfeiçoamento de eletrodomésticos e automóveis. Entretanto, a indústria de computadores, que
mais tarde viria a revolucionar o seu campo de atuação, não sentia ainda seus benefícios, o que só
ocorreu em meados da década de 1960, quando computadores deixaram de ser máquinas
complexas. Nesse período, sedimenta-se a International Ergonomics Association (IEA) e a
definição que Ergonomia seria “o estudo científico da relação entre o homem e seus meios,
métodos e espaços de trabalho, tendo por objetivo elaborar conhecimentos que devem resultar
numa melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida”
(STORCHI, 2004).
Consolidada como área de estudo interdisciplinar na comunidade científica mundial, a
partir da década de 1970, a Ergonomia também contribuiu para o desenvolvimento de sistemas
interativos, que ocorreram paralelamente ao estabelecimento de redes eletrônicas. Para reduzir
custos de produção e manutenção, ergonomistas passaram a criar novas metodologias que
identificassem problemas relativos ao contexto de uso dos sistemas. Esse conjunto de métodos e
técnicas estruturadas passou a ser conhecido como Engenharia de Usabilidade ou simplesmente
Usabilidade, definida como “a extensão em que um produto pode ser usado por usuários
específicos para alcançar objetivos específicos como efetividade, eficácia e satisfação num
contexto específico de uso” (ISO 9241, 1996).
Jokela et al. (2003), em trabalho sobre a norma ISO 9241, descrevem os termos contidos
nesta definição:
• a efetividade seria a exatidão com que os usuários alcançam seus objetivos;
• a eficiência seria os recursos gastos na exatidão com que os usuários alcançam os
seus objetivos;
• a satisfação seria a atitude positiva do usuário em relação ao sistema ou produto.
Com o avanço das tecnologias de informação, em especial a Internet, os estudos de
usabilidade passaram por profundas transformações na década de 1990. Antes restritos ao
desenvolvimento de aplicativos de software, passaram a ser utilizados por indústrias de diversos
segmentos, com inúmeras finalidades. Em poucos anos, a exigência de estudos de uso em
projetos web como portais cooperativos e corporativos, sites institucionais, comércio eletrônico,
Internet banking, bibliotecas virtuais entre outros, se tornou corriqueira, nos revelando que a
Usabilidade é “parte da metodologia ergonômica de adequação das interfaces tecnológicas às
características e capacidades humanas” (MORAES, 2003) e reconhecidamente benéfica quando
se trata de aliar a conquista de novos mercados e clientes à economia de recursos.
4.3 A evolução das interfaces gráficas
As interfaces atuam no registro e disseminação do conhecimento desde a Antigüidade. Da
invenção da escrita à revolução dos computadores, têm permitido a manipulação da informação
em vários ambientes. “Qualquer que seja o meio de comunicação, textual, visual, audiovisual ou
eletrônico, há sempre uma interface que media a interação” (SILVA, 1998). Além disso,
possibilitam a conexão entre as necessidades dos homens às funcionalidades das máquinas.
Uma interface interativa ou interface gráfica com o usuário, em inglês, graphical user
interface (GUI), ou apenas interface gráfica é a zona de comunicação em que se realiza a
interação entre usuário e programa. Nela, encontram-se mensagens verbais, icônicas e sonoras
que são compreendidas pelos usuários através de dispositivos como o teclado, o mouse, a tela do
monitor e o microfone.
As interfaces interativas foram inventadas por pesquisadores do Instituto de Pesquisa
Stansford que, chefiados por Douglas Engelbart, no final da década de 1950, trabalhavam no
desenvolvimento de um sistema de informação baseado em hiperlinks denominado NLS - on-Line
System (fig. 1).
Nitidamente influenciado pela obra de Vannevar Bush, especialmente o famoso artigo As
we may think, de 1945 (no qual o autor sugeria a criação de um aparelho denominado Memex,
capaz de armazenar, indexar e recuperar informações), Engelbart dedicou-se ao futuro da
tecnologia da informação, concebendo também o monitor, o mouse, o teclado, o e-mail e o
processador de texto. Por essas contribuições, Engelbart é reconhecido como o inventor da
Internet.
Figura 1 - Sistema NLS System desenvolvido por Douglas Engelbart
Na década de 1970, pesquisadores da Stansford que migraram para a Xerox PARC,
aperfeiçoaram os sistemas baseados em hiperlinks, desenvolvendo uma nova forma de interface,
icônicas, que possibilitavam a visualização de documentos eletrônicos antes de serem impressos.
Segundo Levacov (1999), este foi o primeiro modelo de interface a utilizar janelas, ícones e menus,
se tornando exemplo para muitos projetos posteriores. Embora desenvolvidas com os
computadores Xerox Alto, só vieram a ser comercializadas com o sistema Xerox 8010, em 1981
(fig. 2).
Continuando o processo evolutivo das interfaces icônicas, os pesquisadores da Apple
Computers, liderados por Jeff Raskin, conceberam o Macintosh, primeiro computador a utilizar
comercialmente produtos baseados em interfaces gráficas. A possibilidade de deletar arquivos
através da lixeira, diretórios em forma de pasta, calculadora, bloco de notas e despertador eram
apenas algumas das funcionalidades do sistema que o usuário encontrava no desktop do
Macintosh. Segundo Horn (1996), existem controvérsias a respeito das contribuições tecnológicas dos
pesquisadores da Xerox Parc e da Apple Macintosh, pois o trabalho da Apple estendeu o da Xerox
Parc consideravelmente, adicionando janelas que poderiam ser sobrepostas, ícones perfeitamente
manipuláveis e barras de menus fixas. “As modernas interfaces gráficas como conhecemos devem
muito tanto a Parc quanto a Apple, parecendo improvável que a Apple tenha “copiado” o trabalho
da Parc”, afirma Horn (1996).
Figura 2 - Interface da Xerox utilizada no sistema Xerox 8010
O próximo passo na evolução das interfaces interativas foi dado pelo computador Amiga,
desenvolvido pela empresa canadense Commodore e lançado comercialmente em 1985. Segundo
o site Club Old Bites, o Amiga foi o “microcomputador que se utilizou mais apropriadamente da
técnica de interface iconográfica com o usuário, lançada pela Macintosh. Praticamente todos os
programas que rodam no AMIGA se utilizam do mouse, incluindo o workbench, seu sistema
operacional” (fig. 4).
Figura 3 - Interface do Macintosh
Também nos idos da década de 1980, a Digital Research produziu um gerenciador de
ambiente gráfico, que funcionava nos computadores da IBM (fig. 5). Os gerenciadores de
ambientes gráficos não alcançaram sucesso, e mesmo sendo aproveitados nos computadores da
Atari St. , sucumbiram perante o sucesso dos sistemas de interfaces Windows.
Figura 4 - Interface do Amiga
A Microsoft lançou a primeira versão do Windows em 1985. O Windows 1.0 (fig. 6) atuava
com sistema MS-DOS e foi a plataforma operacional dos PC’S da IBM, sendo também compatível
com outros computadores.
A explosão de popularidade do Windows, no entanto, só ocorreu com o lançamento do
Windows 3.0. Desde então, as interfaces gráficas foram pouco redesenhadas, ressaltando a
notável inclusão do “gerenciador de arquivos”, no Windows 95. O sistema de interfaces do
Windows difere de outros ambientes gráficos por encorajar aplicações maximizadas, incomuns em
outras interfaces.
Figura 5 - Interface do Pc da IBM
O design do Windows, nitidamente baseado nos projetos das interfaces da Apple
Computers, provocou inquietações na mídia e na comunidade tecnológica, quando a Apple decidiu
processar a Microsoft por infringir os direitos autorais das suas interfaces. O processo durou quase
uma década, período em que o Windows alcançou notável uso. Após apelos subseqüentes da
Apple, que foram negados pela justiça norte-americana, as duas empresas anunciaram, em 1997,
um acordo mútuo de investimento e cooperação.
Figura 6 - Interface do Windows 1.0
Apesar da inigualável contribuição dos sistemas comentados, deve-se mencionar o
desenvolvimento do ambiente operacional X Window System (fig. 7). Criado em meados da década
de 1980, no Instituto de Tecnologia de Massachussets (M.I.T), sob o nome Projeto Athena,
diferencio-se dos outros sistemas por ser independente dos padrões vigentes à época. Suas
aplicações foram definidas por um conjunto de entidades, o X Consortium, fundado em 1993, e não
apenas por uma só. Ao ser extinto, o X Consortium transferiu todos os direitos do X Window
System à Fundação de Software Livre (Open Software Foundation), que garantiu a sustentação do
mesmo como um padrão aberto.
Segundo Godoy (2004), o protocolo X do Window System tem por objetivo disponibilizar
uma interface gráfica transparente, que exiba e gerencie as informações. Enquanto o Windows
preocupa-se em disponibilizar uma interface gráfica para a máquina local, o protocolo X do Window
System preocupa-se em especificar uma relação cliente-servidor em nível de aplicação.
Todavia, o protocolo X do sistema Window System somente se tornou conhecido na
década de 1990, provocando uma grande revolução no mercado de interfaces, graças às
campanhas em favor do uso de softwares livres e ambiente operacional Linux.
Figura 7 - Interface do X Window System
Com enorme potencial para diminuir o abismo entre incluídos e excluídos digitais na
Sociedade da Informação, os ambientes operacionais e interfaces gráficas com padrões abertos
permitem não somente um maior acesso às funcionalidades dos sistemas, mas também a
libertação dos usuários de computadores das amarras das gigantescas corporações como a Apple
e a Microsoft num contexto futuro.
4.4 A evolução do web design
O desenvolvimento do web design ocorreu paralelamente à evolução do Hyper Text
Marked Language (HTML) como linguagem de marcação. A princípio, considerado como uma
linguagem que possuía apenas algumas opções de formato para conectar institutos de pesquisa
através de redes eletrônicas, passou a atender às necessidades de diagramação de hipertexto e
hipermídia de websites na Internet. O HTML foi o elo que possibilitou a conexão de usuários a
mídias comunicacionais tecnológicas, provocando também uma revolução na forma de recuperar e
disseminar informações.
O HTML teve uma propagação bastante peculiar, pois restrições nas linguagens de
marcação, como disposições de textos somente da esquerda para a direita, limitavam em muito a
comunicação visual dos primeiros browsers, como o Mosaic. Com a evolução dos browsers, o
HTML se tornou mais complexo e flexível, passando a exercer uma dupla função: exibir o conteúdo
adequadamente e incrementar a aparência visual das interfaces.
Obviamente, a estilização das interfaces na web não se deu de forma simples. "Cada vez
mais ficava evidente que a mistura de marcação com estilização que maravilhou os projetistas web
no início, tornara-se uma grande dor de cabeça” (SILVA, 2003). Desta necessidade, surge o
Cascading Style Sheet (CSS), em português Folha de Estilo em Cascata, criados pelos
programadores Hakon Wium Lie e Bert Bros, em meados da década de 1990.
A partir deste momento, tem-se uma dissociação dos elementos do web design. Enquanto
o HTML passou a ser utilizado para marcar e estruturar o conteúdo de um documento, o CSS
passou a ser o responsável por definir cores, fontes e leiautes das interfaces, sendo oficialmente
recomendado pelo World Wide Web Consortium.
O desenvolvimento de programas de design gráfico como o Photoshop da Adobe, o
Dreamweaver, o Flash e o Fireworks da Macromedia trouxeram mais vitalidade à cena web. Ao
valorizarem o uso de objetos de interação com coerência e a aplicação de inúmeros recursos
multimídia, os programas de design gráfico se tornaram uma febre entre desenvolvedores e
designers, gerando mais controvérsias do que quaisquer outros programas já desenvolvidos, pois
um website projetado em programas de web design tende a seguir uma padronização imposta
pelas companhias detentoras dos softwares. Desta forma, criam-se tendências de web design, que
levam designers a propagar modelos de página previamente estabelecidos, pois os programas de
web design são simplesmente um conjunto de ferramentas e como tal podem cair em desuso
frente às constantes modificações nas linguagens utilizadas na World Wide Web.
Postrel (2003) relata exatamente o contrário sobre as potencialidades dos programas de
design gráfico. Para a autora, o desenvolvimento de interfaces gráficas em programas integram
emoção e estética às interfaces. Amstel (2003) corrobora a opinião de Postrel (2003) ao afirmar
que, em vista da rápida atualização de up-dates e plug-ins dos programas de design gráfico, é
praticamente impossível os mesmos caírem em desuso.
Independente da utilização ou não de programas de web design, o sucesso de um website
depende muito mais da experiência do designer no uso das ferramentas embutidas nos programas
e das linguagens puras de marcação. Como muitos profissionais desta área migram do desenho
de interfaces tradicionais, como folders e cartazes, no qual se tem absoluto controle sobre todos os
aspectos da interface, é comum na web a oferta de páginas com leiaute fixo, estáticas, que não
permitem nenhuma espécie de ajuste pelos usuários.
Embasado em suas próprias experiências, privilegiando estética e elegância, o designer
Glenn Davis desenvolveu, no final da década de 1990, sua própria técnica de desenho de
interfaces, a qual chamou de design fluido. No design fluido é o usuário que controla como será a
disposição do website em toda a sua extensão, estratégia que passou a ser utilizada por inúmeras
empresas de e-commerce que garantem através da grande variedade de perfis de usuários, o
sucesso dos seus produtos.
Independente de o leiaute resultar em estático ou fluido, conclui-se que para a
operacionalidade de uma interface, o designer deve contemplar o contexto, comercial ou não, nos
quais elas estão inseridas, o conteúdo das informações nelas ofertadas e a comunidade a qual
pretendem atingir. Dessa forma, torna-se possível vislumbrar um futuro ainda mais promissor para
a web, onde a interação humano-computador trabalhará consideravelmente para diminuir
incompatibilidades de uso que interferem no dinamismo e visibilidade de produtos e serviços
ofertados.
4.5 IHC – Interação humano-computador
A Interação humano-computador é uma disciplina que desperta cada vez mais o interesse
de profissionais como programadores, designers, ergonomistas, jornalistas, psicológicos, entre
outros, que trabalham no desenvolvimento de interfaces e sistemas. Surgida no final da década de
1970 e início dos anos de 1980, representou uma aliança entre a Ciência da Computação e a
Psicologia, agregando posteriormente a Ergonomia, tendo progredido concomitantemente ao
aumento progressivo do número de usuários de computadores na web. Entretanto, pela
interdisciplinariedade de sua atuação, inúmeras são as definições encontradas na literatura que
tentam abarcar todo o escopo de suas aplicações.
Para Padovani (2002, p. 27), “a Interação Humano-computador é um campo de estudo
interdisciplinar que tem como objetivo geral entender como as pessoas utilizam, ou não utilizam, a
tecnologia da informação”. É um conjunto de métodos e ações que observam como o homem
interage com um sistema computadorizado, dedicando-se a implementar e avaliar o design de
sistemas interativos e os fenômenos que dele fazem parte, como os atributos de usabilidade.
Helander et al. (1997) salientam que o grande desafio da IHC é garantir a facilidade e a
qualidade de uso em websites com diversas finalidades, uma vez que o desenvolvimento de
aplicações em computador não pode ocorrer simplesmente por intuição ou tentativa e erro. Essa
sistematização da IHC, segundo Winograd (2003), é o que garantirá a evolução da interação do
ser-humano com o computador. De acordo com Winograd (2003, p. 3), “de ferramentas de busca
na web a processamento de palavras até a computação ubíqua, as possibilidades e mudanças
tecnológicas derivam de caminhos onde o computador possa exercer uma função de enriquecer as
formas de comunicação humana”.
Um modelo de sistema de interação humano-computador é composto pelo homem, pelo
computador e pelos limites dos sistemas. A interseção visível entre homem e computador é
representada pela interface, meio pelo qual um se comunica com o outro, sem, contudo, suprir o
ambiente organizacional, o ambiente físico e o social, que também interferem nessa relação.
Segundo Padovani (2002), um sistema de IHC se torna eficaz quando ocorre um
revezamento no controle das tarefas realizadas, ora pelo usuário, ora pelo computador. Neste
ponto reside um dos principais problemas dos sistemas de interação homem-computador: a
percepção que muitos projetistas e designers têm do sistema como uma unidade singular, quando
na verdade, fazem parte de um ambiente maior que engloba vários sistemas, subsistemas e
usuários. Para Mayhew (1992), a criação de sistemas que envolvam IHC deve privilegiar o
conhecimento do macro sistema ao qual ele pertencerá, os objetivos da organização, do usuário e
do trabalho que nele serão realizados. Para tal propósito, deverão ser estabelecidos critérios de
qualidade para que o sistema alcance os resultados desejados.
Na literatura sobre IHC são encontrados vários critérios de qualidade para um sistema de
IHC, conforme demonstra o quadro 1, a seguir:
Quadro 1 – Características de um sistema de IHC
Pearrow (2000)
Preece (2000)
Moraes (2003)
Nielsen (1993)
Os fatores humanos devem ser a base dos estudos de usabilidade, que definirão os critérios de qualidade a serem alcançados pelo sistema.
Eficiência – o sistema deve ser eficiente para quem o utiliza
Adequação – as funções devem ser adaptadas às necessidades do usuário
Eficiência – uma vez familiarizados com o sistema, o usuário utiliza-o rapidamente.
O conhecimento do perfil dos usuários permite o estabelecimento de critérios de qualidade no uso do sistema.
Efetividade – o sistema deve possuir uso efetivo
Efetividade – uma parcela dos usuários deve utilizar todas as potencialidades do sistema.
Satisfação – propicia a satisfação subjetiva do usuário
O sistema deve limitar a utilização da carga mental e cognitva do usuário.
Segurança – deve ser seguro durante a utilização, não permitindo o acesso de determinadas informações pessoais dos usuários a toda população que utiliza o sistema.
Atitude – as frustrações em relação ao sistema devem ser mínimas, tais como stress, fadiga, insatisfação, desconforto.
A experiência do usuário em outros sistemas semelhantes ao que está sendo produzido pode ser uma boa medida para a usabilidade do sistema.
Utilidade – os produtos e serviços que compõem o sistema devem ser úteis.
Utilidade do produto – indica se o produto é utilizado.
Poucos erros - o sistema deve permitir que usuários corrijam-nos durante a sua utilização.
Fácil aprendizagem - não oferece dificuldades de aprendizado.
Fácil aprendizado – o sistema deve permitir que usuários alcancem exímios níveis de desempenho em um curto espaço de tempo.
Fácil aprendizado – o sistema deve permitir que o usuário realize tarefas básicas de forma prática.
Fácil lembrança – deve ser fácil lembrar como utilizá-lo.
Características da tarefa – freqüência que uma tarefa pode ser executada em termos da variabilidade dos recursos informacionais.
Fácil memorização – deve ser fácil de lembrar, de forma que os usuários que não o utilizem por determinado período, consigam retomá-lo sem novo aprendizado.
Características dos usuários – relativas ao perfil daqueles que utilizam o sistema.
Flexibilidade – o sistema deve permitir uma variação das tarefas primeiramente especificadas.
Fonte: Nascimento (2005)
4.5.1 Panorama da IHC no Brasil
Conforme demonstra Aquino (2004), as pesquisa em IHC no Brasil começaram na década
de 1990. Inicialmente, congregando especialistas das áreas de Inteligência Artificial e Engenharia
de Software das universidades e institutos brasileiros, foi, aos poucos, atraindo a atenção de
profissionais de áreas tão díspares como a Ciência da Informação e a Antropologia.
Os primeiros a se estabelecerem como grupos de estudos em IHC foram o Laboratório de
Pesquisa em Engenharia Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro,
também conhecido como Semiotic Engineering Research Group (SERG), a Comunidade de
Interação Humano-Computador (COMUNIHC), da Universidade de Campinas (UNICAMP), em São
Paulo e o Laboratório de Utilizabilidade (LABIUTIL), da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
Em um curto espaço de tempo, a IHC no Brasil provou ser bastante expressiva.
Em sete anos percorremos um caminho que iniciou com o I Workshop em Fatores
Humanos em Sistemas Computacionais, em 1998 (IHC 98), como parte do
Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software, até a I Conferência Latino-
Americana de Interação Humano-Computador, em 2003 (CLIHC 2003), já indo
para a sua segunda edição, CLIHC 2005, no México. Ou seja, passamos de uma
reunião de um subgrupo de uma comunidade para um evento em escala
continental, onde o Brasil tem a liderança. É um período bem curto de tempo para
este tipo de evolução (SOUZA, 2004).
A IHC também possui um campo vasto para a aplicação de pesquisas no Brasil, tal como
tem sido demonstrado por iniciativas como o Programa Sociedade da Informação, que enfatiza
aplicações de tecnologias de informação para solucionar problemas de inclusão digital. Tal desafio
demanda profissionais capazes de compreender o perfil do usuário brasileiro na web, assim como
diagnosticar problemas de interface mal adaptadas à nossa cultura. Para Souza (2004),
é um equívoco pensar que podemos importar soluções de países mais
adiantados. A Engenharia Eletrônica e a Ergonomia, por vocação, são as
primeiras a entender este desafio e a promover geração de produtos e formação
de profissionais em IHC. Mas, também precisamos de psicólogos, sociólogos,
antropólogos, lingüistas, pesquisadores e educadores que se debrucem sobre o
fenômeno de uso e apropriação de tecnologias de informação e comunicação
pela sociedade e cultura brasileira.
As pesquisas brasileiras em IHC têm alcançado boa visibilidade, haja vista a participação
brasileira nos projetos da comunidade européia. O acesso instantâneo que a web fornece a
projetos e pesquisas permite que a produção da literatura científica brasileira na área alcance bons
resultados.
A pesquisa em IHC no Brasil tende a focar cada vez mais na abordagem de
projeto centrado no usuário, considerando a Usabilidade e a Engenharia
Semiótica como fatores fundamentais para o desenvolvimento de sistemas e de
interfaces. Isto implica conhecer não somente a tecnologia, mas,
fundamentalmente, o uso contextualizado que o ser humano faz da tecnologia
(SOUZA, 2004).
Mesmo sendo nitidamente importante, a IHC ainda não tem um papel definido no mercado
de trabalho, pois as organizações só vislumbram a sua importância quando o retorno financeiro
dos projetos desenvolvidos se encontra ameaçado. Essa falta de visão por parte das organizações
acaba gerando um abismo entre usuários e tecnologias de informação, contribuindo para a oferta
de sistemas mal planejados que impedem a conquista de novos clientes.
Por outro lado, a oferta de informação na web tornou-se corriqueira e abundante. Portanto,
não é de se estranhar a enorme sobrecarga de informação que o ser-humano tem passado a lidar
no seu dia-a-dia. Essa sobrecarga de informação se traduz em grande desafio aos profissionais da
IHC, que encontram na Psicologia Cognitiva, meios para entender o sistema humano de
processamento de informações.
4.5.2 A atuação da Psicologia Cognitiva no campo da IHC
O sistema humano de processamento de informações é puramente simbólico, sendo
representado por modelos mentais da realidade em que o homem se insere e da forma como age
e pensa. São os modelos mentais que definem o seu comportamento, separando o relevante do
irrelevante.
Como os modelos mentais não são observáveis, modelos conceituais são desenvolvidos
durante o projeto de um sistema para simular os seus processos. Nesta simulação, revela-se como
o usuário interage com o sistema e a percepção de como a interface funciona.
Em IHC, um modelo mental é representado por três modelos conceituais:
• modelo conceitual do sistema: baseado nas experiências anteriores dos usuários
do sistema;
• modelo conceitual do projeto: concebido pelo designer ou projetista que tem em
mente o que o usuário pensa quando realiza tarefas no sistema;
• modelo conceitual da imagem do sistema: descreve como o sistema espera que o
usuário aja na realização de tarefas.
Entretanto, os modelos conceituais são constantemente considerados incompletos e
ineficazes, pelo fato dos modelos mentais variarem consideravelmente de um ser humano para
outro. Em função disso, para se obter bons resultados com modelos conceituais, torna-se
necessário um estudo aprofundado dos elementos de um sistema humano de processamento de
informações: percepção, atenção, memória, raciocínio e aprendizado.
A percepção pode ser definida como um processo decodificador de estímulos, no qual o
homem processa as informações adquiridas em seu meio ambiente. Está relacionada ao
significado que os órgãos perceptivos atribuem às sensações vividas. Em termos gerais, pode ser
descrita "como o modo segundo o indivíduo constrói em si a representação e o conhecimento que
possui das coisas, pessoas e situações, ainda que, por vezes, seja induzido em erro" (SERRANO,
2002).
A percepção tem início com a captação de um estímulo, que é enviado ao cérebro, através
dos órgãos perceptivos. Este processo se decompõe em duas fases distintas: a sensação,
mecanismo fisiológico, no qual os órgãos sensoriais registram e transmitem os estímulos externos
e a interpretação, que permite organizar e dar um significado aos estímulos recebidos.
Segundo Gagnè (1962) citado por Cybis (2003), distinguem-se três funções perceptivas na
operação de uma máquina ou dispositivo técnico:
• função de detecção: através da qual, após a constatação de um sinal, o homem
confronta as informações contidas neste com as informações armazenadas em
sua memória, objetivando encontrar uma resposta ou solução;
• função de identificação: através da qual as informações obtidas no sinal são
dispostas em categorias;
• função de interpretação: mais precisamente o tratamento das informações
adquiridas.
As funções perceptivas descritas por Gagné (1962) possuem uma relação simbiótica: a
função de identificação de um sinal depende de sua detecção e a função de interpretação depende
da detecção e identificação, respectivamente. Essas funções são observadas nos seres-humanos,
com intensidades diferentes, de acordo com os seguintes sistemas perceptivos: percepção visual,
percepção auditiva e percepção da fala.
A percepção visual compreende a forma como estruturamos os elementos de uma imagem
em nosso cérebro, a partir do ponto de vista do olho humano. Partindo desta premissa, a
Psicologia da Forma ou Gestalt demonstrou como o cérebro humano desmembra e organiza
imagens para entender os significados nelas contidos. Este processo se realiza através dos
seguintes componentes:
• similaridade: elemento que nos propicia entender como objetos semelhantes
tendem a se agrupar em nossa mente;
• proximidade: o cérebro agrupa os elementos de uma imagem, de acordo com a
distância que se encontram uns dos outros, sendo que elementos diferentes
agrupados proximamente tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que
os elementos similares que estão distantes dentro de uma imagem;
• continuidade: relacionada ao alinhamento dos elementos de uma imagem. Quanto
mais harmônico o alinhamento dos elementos da imagem, maior será a
compreensão dos objetivos da imagem;
• pregnância: quanto mais simples os elementos que compõem as imagens, menor
será a necessidade de explicação destas;
• clausura: relacionada à continuidade da imagem. Ocorre geralmente quando o
desenho do elemento sugere alguma extensão lógica;
• experiência passada: critério vital para a compreensão da forma, pois se
conhecemos a imagem, não será problema reproduzi-la em sua completude.
Estes componentes são válidos para qualquer tipo de imagem, pois imagens transmitem
um número infinito de informações, assim como um livro, uma página web etc., dependendo
exclusivamente da ordem e da intensidade que os componentes são configurados. Por
conseguinte, a percepção visual é o que propicia ao cérebro decodificar uma imagem inserida em
uma interface com o usuário.
A percepção auditiva se refere à forma como recebemos e interpretamos o som. Envolve a
recepção e a interpretação de estímulos sonoros, processo pelo qual o homem decodifica os sinais
envolvidos neste processo, transformando-o em informação. Dizemos que a informação sonora é
útil quando não há um déficit na compreensão da informação através da audição.
O nosso sistema auditivo recebe as informações de fontes sonoras de forma seletiva e
representam as imagens auditivas em processos paralelos e seqüenciais. Nos processos paralelos
os eventos sonoros são organizados de acordo com sua amplitude, freqüência, forma espectral e
posição, e nos processos seqüenciais, os eventos acústicos ocorrem na forma de fluxos que
apresentam uma continuidade determinada pela freqüência, cadência e intensidade das
informações.
A percepção da fala é determinada por meio de neuro-sensores que extraem e armazenam
informações em uma memória de curta duração, onde se realiza a análise da acústica relativa à
fonética de uma linguagem. Este processo se realiza em dois estágios: em nível lexical ocorre a
identificação de palavras e em nível sintático ocorre “a integração das informações lexicais e
sintáticas com a interpretação em nível semântico” (CYBIS, 2003).
Durante a percepção da fala, os ouvintes extraem as freqüências dos sinais falados,
utilizando um processo de normalização do trato vocal, no qual inconscientemente estimam o
padrão da voz do falante e, logo após, atribuem um padrão particular que emana um som na
mesma freqüência do falante.
Para Lieberman (1995, p. 134), a alta taxa de transmissão da fala é obtida pela geração de
padrões heterogêneos de freqüência formante e de rápidas disposições temporais e espectrais
através da singular passagem de ar supralaringeal (PAS) humana, e seus mecanismos de controle.
Desta maneira, os ouvidos humanos identificam os sons, porque inconscientemente normalizam o
que escutam, levando em consideração o comprimento provável do trato vocal supralaringeal do
falante. Por conseguinte, a percepção da fala fornece uma vantagem seletiva para as pessoas que
são capazes de produzi-la.
Denomina-se atenção, "um fenômeno consciente de tensão, de esforço, de concentração,
de interesse sobre alguns aspectos da realidade" (BALLONE, 1999). É através dela que ocorre a
exibição ou inibição de determinados conteúdos considerados pertinentes e a organização de
determinadas informações no sistema humano de processamento de informações. Para Stern
(1935), a atenção é a condição imediata para a produção de uma realização pessoal e suas
características consistem num esclarecimento consciente, na concentração de uma força psíquica
disponível para o esclarecimento da realidade.
Tanto a percepção visual quanto a percepção auditiva e a percepção da fala podem ser
ativadas para produzir atenção sobre determinada situação. Esse condicionamento da percepção
humana gera uma espera proposital do cérebro humano, de maneira a analisar a importância de
determinada informação que está sendo absorvida, pois ao procurar determinada informação na
Internet, em um mecanismo de busca, por exemplo, analisamos cada documento recuperado antes
de decidirmos quais servem ao nosso propósito. Trata-se da espera pré-perceptiva, que em
determinados casos dá origem a um estado de surpresa.
A atenção pode ser classificada em três categorias:
• atenção motora: caracterizada pela tensão estática dos músculos e pela
hipervigilância da consciência, por exemplo, quando nos inclinamos para pegar
determinado objeto;
• atenção intelectual: ato de reflexão e racionalização de qualquer problema,
conscientemente definido. Exemplo: a realização de uma prova, o estudo de uma
disciplina etc;
• atenção afetiva ou sensorial: relativa ao estado de ânimo e interesse sobre
determinado objetivo. Exemplo: a predileção que temos por determinadas
atividades etc.
Ao estudar a atenção no campo da IHC, considera-se relevante à compreensão dos
objetos contidos na interface que auxiliam os usuários, pois durante a realização de uma tarefa, a
atenção pode estar distribuída de várias maneiras: o usuário pode estar concentrado num único
ícone, no qual julga que o hiperlink contido nele lhe levará à solução da tarefa, dando pouca
atenção aos outros recursos disponíveis na interface; pode estar prolixamente dispersa em outros
assuntos que não tenham a ver com a realização da tarefa, e muito menos com os mecanismos da
interface; ou pode estar completamente integrada como todos os objetos contidos na interface, de
forma a permitir a realização da tarefa rapidamente.
Quanto maior a divisão da atenção, menor será a sua amplitude. Por conseguinte, quando
algumas partes da interface são organizadas em todos maiores (exemplo: poucos hiperlinks que
conduzem a uma gama considerável de assuntos) a atenção necessária para o seu uso será
menor do que uma interface muito detalhada (exemplo: excesso de hiperlinks que conduzem a um
número pequeno de informações).
Durante a realização de qualquer tarefa, a atenção pode ser voluntária ou involuntária. A
voluntária diz respeito à liberdade de escolha sobre o que e como prestar atenção. A involuntária
refere-se aos casos em que o usuário é obrigado a atentar para determinada situação, como a
solução de um problema que faz parte do seu cotidiano de trabalho ou estudo.
Alguns determinantes da atenção involuntária estão relacionados aos sentimentos
despendidos para o objeto, como é o caso da supressão de uma necessidade de informação.
Outros determinantes da atenção involuntária, de acordo com Ballone (1999), foram muito
estudados por técnicas de propaganda. Esses fatores determinantes do estimulo à atenção (a
intensidade, a repetição, o isolamento, movimento e mudança, novidade e incongruência), aliados
à totalidade da apreensão da percepção, representam a soma de todos os elementos isolados
captados pelos órgãos sensoriais e podem ser aplicados no estudo ergonômico de interfaces.
Bleuler (1950), em trabalho sobre esquizofrenia e demência precoce, destacou duas
qualidades na atenção: a tenacidade e a vigilância. A tenacidade é a propriedade que possibilita
manter a orientação da atenção em um único sentido e a vigilância é a propriedade que permite o
desvio de atenção para um novo foco, um estímulo do meio exterior que subitamente aparece no
caminho do usuário. Para Ballone (1999), essas duas qualidades da atenção se comportam de
maneira antagônica. “Quanto mais tenacidade sobre um determinado objeto está se dedicando,
menos vigilante estamos em relação a eventuais estímulos a serem apreendidos” (BALLONE,
1999). Quando esse antagonismo prevalece, é impossível o estabelecimento de uma unidade em
termos de atenção.
Na IHC, esta situação pode ser exemplificada da seguinte forma: uma interface que
apresenta objetos contraditórios, como, por exemplo, hiperlinks mal elaborados, que não atendem
as necessidades dos usuários, acabam por transmitir informações irrelevantes, impedindo que o
usuário acesse os conteúdos que são do seu interesse. Neste caso, o usuário se encontra em uma
situação insustentável, não podendo tomar nenhuma atitude independente, pois ele é apenas um
elemento que, de modo geral, não participa das decisões sobre a interface, mas é a vítima dos
erros encontrados na sua interação com o computador. O fato de não saber, temporariamente, o
que fazer, gera uma cisão da atenção, gerando expectativas contraditórias quanto à solução de
problemas, que podem impedir a realização de tarefas.
Define-se memória como um conjunto de fenômenos que determinam o armazenamento
seletivo da informação, após um certo período de absorção da informação pelo cérebro. Mesmo
desconhecendo como esse processo é desencadeado, a memória está relacionada ao
desenvolvimento de nossas habilidades intelectuais, mantendo conexões com a sensibilidade do
ser humano e o estoque de informações por ele armazenado. A memória humana se desenvolve
por intermédio dos seguintes processos:
• reconhecimento: aptidão que o homem possui para acionar através da sua
percepção informações memorizadas anteriormente, como por exemplo,
reconhecer em uma interface, um determinado elemento gráfico responsável pela
realização de uma ação;
• reconstrução: capacidade que o ser humano tem de reorganizar as informações
memorizadas, como reconstruir um texto sem clareza e coerência;
• lembrança: modo como o homem recupera integralmente uma situação vivida sem
a presença de nenhum dos elementos necessários, como por exemplo, relembrar
de uma pessoa já falecida.
Embora o atual estágio de evolução da ciência não permita compreender os gastos
fisiológicos relativos aos processos de memorização, é sabido que fatores como o número de
informações armazenadas e tratadas, a semelhança entre as informações, a velocidade de
aprendizado das informações e os prazos para elaboração de respostas motoras em relação à
percepção das informações influenciam a lógica dessas operações, pois o armazenamento e a
recuperação das informações se realizam a partir de atividades neuro-fisiológicas e cognitivas.
Na literatura sobre memória, encontram-se diversas tipologias que abrangem da neuro-
fisiologia do cérebro à questões semânticas do armazenamento da informação. No modelo
cognitivo de memória, também chamado de memória cibernética ou computacional, diferem-se três
tipos de sistemas de armazenamento de informações: o registro sensorial de informações (RS), a
memória de curta duração (MCD) e a memória de longa duração (MLD).
Segundo Cybis (2003), “a informação que é liberada pelo sistema perceptivo, é
armazenada em um registro sensorial de capacidade limitada e altamente volátil”. Esse registro se
conserva por apenas alguns décimos de segundo, sem possibilidade de armazenamento. O
material relevante desse registro é enviado à memória de curta duração.
Para Zilse (2004, p. 43), a memória de curta duração “é aquela que se refere a lembranças
imediatas de acontecimentos instantâneos que ocorreram há alguns minutos ou há uma ou duas
horas”. No processamento da memória de curta duração, a informação recebida deixa uma pista
que continua a circular com um estímulo dentro de uma rede de neurônios e "através de um
feedback, pode ser recuperada na esfera da consciência a qualquer momento, num prazo de
algumas horas” (ZILSE, 2004, p. 44).
Sob uma nova perspectiva, pode-se compará-la com o processador central de um
computador - a memória RAM, pois armazena informações advindas de fontes diversas e sua
capacidade torna-se reduzida rapidamente. Por este motivo, a memória de curta duração é
considerada degradável.
A memória de longa duração pode ser definida como a biblioteca interior do ser humano.
Como a ciência ainda não conseguiu definir o limite de armazenamento da memória humana,
supõe-se que esta capacidade seja infinita, pois não está sujeita a limitações de ordem temporal.
Deve-se ressaltar que falhas na memória (esquecimento) “parecem ser mais um problema de
resgate do que já está armazenado, do que registro de memória” (ZILSE, 2004, p. 44). Por isso,
“os projetistas de sistemas de IHC devem investir na organização, categorização, diferenciação e
discriminação das informações apresentadas sobre estas interfaces” (CYBIS, 2003).
Analogamente, podemos considerar a memória de longa duração como uma imensa rede
de bases de dados com links de acesso à informação. Conforme nos tornamos mais conhecedores
de determinado conteúdo, maior a facilidade de conexão a conteúdos similares. Essa afirmação
demonstra que na memória de longa duração atuam dois subsistemas de memórias que se
interrelacionam: a memória episódica e a memória semântica.
“A memória episódica é o conjunto de informações que representa um sentimento ligado a
uma imagem no espaço e no tempo, como por exemplo, a lembrança do primeiro beijo, vitórias
esportivas pessoais e outros” (LARA, 2004). Quando se diz que estamos desmemoriados, significa
que estamos perdendo algumas memórias episódicas, pela razão de não considerarmos memórias
fatos corriqueiros do dia-a-dia, como se conectar a Internet. Entretanto, ressalta-se que a formação
e o detalhamento da memória episódica "requer muita interatividade entre todas as memórias
anteriores e recebe influência do estado emocional, sendo tão mais perfeita e detalhada quanto
mais emocionante o evento tenha sido” (LARA, 2004).
“A memória semântica armazena conhecimentos declarativos organizados, segundo redes
de proposições conceituais” (CYBIS, 2003). O acesso a uma enorme variedade de informações
que a memória semântica permite independe do contexto em que o homem se encontra em
determinado momento, e ocorre pela ativação de um dos pontos desta rede a pontos vizinhos que
armazenam informações semelhantes.
De maneira antagônica, observa que entre a memória de curta duração e a memória de
longa duração existe a memória de trabalho, que funciona como um centro de tratamento de
informação, baseado na audição e na visão “com capacidade, volatilidade, e acessibilidade
diferentes, variando para tipos de indivíduos" (CYBIS, 2003) . Para muitos indivíduos, "a memória
de trabalho visual é maior e menos volátil ao contrário da memória de trabalho sonora, mais volátil
e com menor capacidade” (CYBIS, 2003). A partir da memória de trabalho que a informação é
armazenada perpetuamente na memória de longa duração.
O raciocínio é definido como uma atividade mental que desencadeia a concepção de
novas informações a partir de argumentos pré-existentes. Essa atividade busca atingir uma
coerência entre diversas informações armazenadas que culminam no aparecimento de novas
deduções e inferências que estimulam a inteligência humana de modo a produzir resultados
eficazes ou ineficazes. Pode ser compreendido também como uma aplicação das informações
contidas na memória, que pode ser determinada a partir da lógica formal (quando o ser-humano
possui um conhecimento extenso sobre a informação), ou a partir de regras heurísticas (quando o
conhecimento é pequeno sobre a informação).
O raciocínio é dedutivo quando a partir de uma ou mais preposições verdadeiras se chega
a uma conclusão seguramente verdadeira. “Raciocínios dedutivos começam com afirmações e
descobrem novos fatos pela examinação lógica do relacionamento entre as propriedades que as
afirmativas descrevem” (ZILSE, 2004, p. 71). Em IHC, o raciocínio dedutivo é realizado por
programas que correspondem a procedimentos pré-determinados.
O raciocínio indutivo ocorre quando a partir de informações verossímeis chega-se a
resultados generalizados, nem sempre verdadeiros, baseando-se em informações armazenadas
na memória para compreender uma situação singular, desconhecida, que estabelece uma relação
de parentesco entre duas informações distintas. Em IHC, os desenvolvedores partem do princípio
que os seres humanos têm dificuldades no raciocínio indutivo, atingindo melhores resultados em
analogias e deduções.
Independente do raciocínio ser dedutivo ou indutivo, o ser humano comete erros, porque
sempre procura encontrar uma informação verdadeira. A busca pela certeza absoluta nos faz
ignorar evidências contraditórias, fazendo com que ao observarmos com menos precisão as
associações negativas advindas com o pensamento, surjam problemas. Suttcliffe (1995)
determinou um modelo de raciocínio para a solução de problemas composto de quatro etapas, a
saber:
• formulação: definição das informações necessárias à solução de problemas;
• desenvolvimento: soluções prévias são testadas e rejeitadas, de modo a
determinar as hipóteses que mais se adequam a solução de problemas;
• implementação: a solução correta para os problemas são aplicadas;
• verificação: avaliação da solução correta de modo a conferir se esta alcançou os
resultados esperados.
Observando as etapas de raciocínio para a solução de problemas de Suttcliffe (1995),
conclui-se que o uso de estratégias originais de raciocínio, como a visualização espacial e
matemática de informações, propicia um ambiente para a solução de problemas, no qual a correta
manipulação de resultados, sejam estes positivos ou negativos, corroborará para a maximização
das tarefas operacionais realizadas pelo homem, pois quanto menos necessitar raciocinar sobre
atividades corriqueiras, mais facilmente utilizará todas as funcionalidades disponíveis em um
sistema de IHC.
O aprendizado define o nível de competência do ser humano sobre determinado conteúdo
e ocorre pelo acúmulo de conhecimento e supressão de suposições falsas e inoportunas. Constitui
um processo freqüente que engloba uma grande variedade de fenômenos, desde a simples
memorização até o complexo aprendizado de regras para aquisição de habilidades mentais e
motoras (MAYHEW, 1999).
O aprendizado é o meio pelo qual uma informação se relaciona à estrutura cognitiva do ser
humano. Neste contexto, serve como suporte para que o indivíduo atribua significado a idéias e
conceitos relevantes já aprendidos, que passam a estar disponíveis para auxiliar na absorção de
novas informações.
A experiência cognitiva no aprendizado não está restrita à influência das idéias e conceitos
relevantes, abrangendo também mudanças significativas na interação entre informações já
assimiladas e informações novas. Essa assimilação possibilita uma mudança na estrutura cognitiva
do ser humano, servindo de base para a incorporação de novas informações, que servirão de base
para a aquisição de mais informações e assim sucessivamente.
Para aprender algo, o ser humano constrói modelos de similaridade com base nas suas
experiências armazenadas na memória. Durante o aprendizado, busca-se na memória situações
ou fatos semelhantes ao que se quer aprender, que possam oferecer alguma sustentação
intelectual. Caso seja impossível resgatá-los, cabe ao indivíduo construir uma representação do
fato através do raciocínio e assim alcançar o resultado que deseja.
4.6 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade
Os métodos e técnicas de avaliação de usabilidade permitem determinar o ponto de
equilíbrio entre os objetivos de um sistema interativo e as necessidades dos usuários, através da
identificação de problemas de usabilidade. Podem ser aplicados num período de tempo
relativamente pequeno, a um custo baixo, considerando os benefícios que retornam para o sistema
e possibilitam resultados satisfatórios, desde que adequados ao contexto de uso, propiciando a
compreensão de como os usuários utilizam o sistema.
É grande a variedade de métodos e técnicas existentes, que podem ser aplicados nas
pesquisas de usabilidade. Observou-se que a terminologia neste assunto não é padronizada e há
problemas de interpretação relativos à aplicação desses métodos. Isto exige um estudo acurado
das vantagens e desvantagens de cada método ou técnica para avaliar a possibilidade da sua
aplicação em cada tipo de pesquisa de usabilidade.
O quadro 2 demonstra a diversidade terminológica dos métodos e técnicas utilizados em
pesquisas de usabilidade.
Quadro 2 - Terminologia adotada na área de usabilidade relativa aos métodos e técnicas de
avaliação
Dias (2001)
Cybis(2003)
Nascimento (2005)
Avaliação heurística
Avaliação heurística
Avaliação heurística
Métodos de testes com usuários
Técnicas prospectivas de avaliação de usabilidade
Métodos prospectivos de avaliação de usabilidade
Inspeção baseada em guia de recomendações e guias de estilo
Inspeção ergonômica via checklist
Inspeção baseada em lista de verificação e guia de recomendações
Método de medida de desempenho
Sistemas de monitoramento
Análise da tarefa
Testes empíricos de usabilidade
Ensaios de interação
Ensaios de interação
Obs: análise do contexto de uso precede a avaliação de usabilidade
Obs: análise do contexto de uso precede a avaliação de usabilidade
Obs: análise de contexto de uso é a primeira etapa da avaliação de usabilidade
Fonte: Nascimento (2005)
A análise do contexto de uso é considerada por alguns autores (CYBIS, 2003; DIAS,
2001) como apenas uma etapa que precede a avaliação de usabilidade. Porém, identifica o perfil
do usuário, descreve as tarefas que eles realizam e visualiza o ambiente físico e organizacional
onde se processam suas interações com o sistema, a partir de dados coletados por meio de
análise documental, fichas de observação, questionários e entrevistas.
Através da análise detalhada dos dados, torna-se possível conhecer o universo da
organização, proporcionando às gerências recursos oportunos e eficazes para a tomada de
decisões. Da aplicação da análise do contexto de uso, também resultam aprimoramentos nas
interfaces, o incremento da qualidade e da produtividade dos serviços e produtos disponibilizados
e a aquisição do conhecimento sobre o usuário e sua relação com as tecnologias da informação.
Entretanto, os resultados da análise de contexto de uso não podem ser aproveitados para
avaliações de usabilidade que se realizam em contextos semelhantes, pois por mais similares que
sejam os contextos, os ambientes de interação sempre diferem entre si; os usuários nunca são os
mesmos e as tarefas nunca são realizadas da mesma maneira.
A inspeção por meio de listas de verificação e guia de recomendações é um método
que permite diagnosticar problemas gerais da interface por especialistas em usabilidade através da
conformidade dos objetos de interação do sistema com listas de verificação, também conhecidas
como check lists ou guias de recomendações. Através de uma grade de análise ou lista de
questões, os inspetores respondem sobre a ergonomia do projeto, gerando resultados que
proporcionam vantagens em termos de rapidez de aprendizagem e facilidade de uso aos usuários.
Alguns autores fazem distinção entre guias de recomendação e listas de verificação
(CYBIS, 2003; DIAS, 2001; HOM, 1996; MELCHIOR et al., 1996). Entretanto, a inspeção por meio
de listas de verificação e guias de recomendações é um método que se constitui da aplicação
conjunta destas duas técnicas. A inspeção é o método e a lista de verificação e o guia de
recomendações são os instrumentos utilizados para viabilizar a coleta de dados. Algumas
vantagens deste método são:
• sistematização da avaliação, através de um guia de recomendações, o que
garante resultados mais estáveis mesmo quando aplicado separadamente por
diferentes avaliadores;
• facilidade na identificação de problemas de usabilidade, devido à especificidade
das questões da lista de verificação;
• pode ser utilizado em conjunto com outros métodos como a avaliação heurística,
entre outros;
• aumento da eficácia da avaliação, devido a redução da subjetividade normalmente
associada a outros processos de avaliação;
• redução de custo de avaliação, pois é um método de rápida aplicação.
No entanto, Bevan & Macleod (1994) citado por Dias (2001, p. 53) apontam as seguintes
desvantagens do método:
• dificuldade de interpretação dos princípios e recomendações
expressos de forma genérica, podendo significar coisas diferentes
para pessoas diferentes, implicando em interpretações subjetivas
por parte dos avaliadores;
• capacidade em avaliar aspectos da interface que sejam
dependentes do contexto de uso;
• dificuldade em estabelecer graus de importância ou severidade
entre as diferentes recomendações.
Outra desvantagem do método segundo Bevan & Macleod (1994) citado por Dias (2001, p.
53) diz respeito às modificações que uma interface pode sofrer após a aplicação deste método,
pois do ponto de vista de outras listas de verificação e guias de recomendações, as alterações
realizadas podem gerar novos problemas para a interface, pois “por mais exaustivo que seja o
conjunto de recomendações, não há garantia, de que todos os aspectos relevantes da interface
serão contemplados”.
Um exemplo do método de inspeção baseado em lista de verificação e guias de
recomendação é o Ergo List, desenvolvido pelo Laboratório de Utilizabilidade da Universidade
Federal de Santa Catarina. O Ergo List tem sua lista de verificação desenvolvida a partir das
recomendações expressas nos “critérios ergonômicos para a avaliação de interfaces homem
computador”, elaborados em 1993, pelos pesquisadores Bastien & Scapin do Instituto Nacional de
Pesquisa em Informática e Automação da França. O estudo foi precursor na área, contribuindo
para aperfeiçoar o diagnóstico da interface e sua padronização. Para Cybis et al. (1999), a adoção
ou adaptação dos critérios ergonômicos de Bastien & Scapin ajuda a conceber não só sistemas
adequados às reais necessidades dos usuários, como também testar a usabilidade do sistema que
foi desenvolvido.
Os oito critérios ergonômicos de Bastien & Scapin (1993) podem aprimorar o conhecimento
sobre o método de inspeção baseado em listas de verificação e guia de recomendações. Os
critérios são: condução, carga de trabalho, controle explícito, adaptabilidade, gestão de erros,
coerência, o significado dos códigos e das denominações e compatibilidade.
A condução é o critério que possibilita ao usuário se localizar durante a execução de uma
tarefa, conhecer o que pode e o que não pode ser feito por intermédio do software e obter
informações que o induzam a realização da tarefa de maneira correta. Este critério pode ser
avaliado sob duas perspectivas distintas: a presteza e o feedback imediato. Enquanto a presteza é
o conjunto de informações que situam o usuário no estágio da tarefa em que se encontra, bem
como auxiliá-lo na escolha da estratégia mais correta através de ferramentas e meios de acesso
apropriados, facilitando a navegação no software e diminuindo a probabilidade de erros. O
feedback imediato está relacionado às formas como o sistema responde as ações do usuário com
qualidade e rapidez.
Em ambos os casos, o desempenho da interface melhora quando são levadas em conta as
seguintes características:
• legibilidade: a forma como a informação é apresentada na tela. Ex.: tamanho da
fonte, espaçamento entre as palavras, uso de cores etc.
• agrupamento e distinção dos itens: organização visual dos itens que compõem as
informações como características de formato, topologia etc.
Para Cybis (2003), o agrupamento e distinção dos itens podem ser subdivididos em:
• agrupamento/distinção por localização, que diz respeito ao posicionamento relativo
dos itens, estabelecidos para indicar se eles pertencem ou não a uma dada classe,
ou ainda, para indicar diferenças entre classes, e o posicionamento relativo dos
itens dentro de uma classe;
• agrupamento/distinção por formato, que diz respeito mais especificamente às
características gráficas que indicam se itens pertencem ou não a uma dada classe,
ou que indicam distinções entre classes diferentes, ou ainda distinções entre itens
de uma dada classe.
A carga de trabalho é o critério que impacta diretamente na dinâmica do trabalho, pois
quanto menor for a carga de trabalho cognitiva do usuário menor será a probabilidade de cometer
erros durante a realização de uma tarefa. A diminuição da carga cognitiva do trabalho é o que
permite a obtenção de resultados satisfatórios, através de elementos bem elaborados que reduzem
ao mínimo o esforço cognitivo e perceptivo do usuário.
Para reduzirem ao mínimo o esforço cognitivo e perceptivo do usuário, os elementos de
uma interface devem ser produzidos para alcançarem brevidade e densidade informacional. A
brevidade dos elementos de uma interface deve limitar a carga cognitiva de trabalho de leitura, de
entrada de dados e o número de passos utilizados pelo usuário, permitindo ações concisas na
realização de uma tarefa. Já a densidade informacional está relacionada ao conjunto de
informações que são apresentadas ao usuário na interface. O desempenho dos usuários diminui e
a ocorrência de erros se eleva quando a densidade da informação é muito alta ou muito baixa,
levando a ocorrência de erros, motivo pelo qual o conjunto de informações não pode ser avaliado
isoladamente.
O controle explícito é o critério que avalia qual o nível de controle que o usuário tem sobre
o sistema, como se processa a relação existente entre o processamento de dados pela máquina e
as ações dos usuários necessárias a esse processamento. Diz-se que o controle é explícito
quando o computador só realiza tarefas solicitadas pelo usuário e somente quando lhe é solicitado
a fazê-lo.
A adaptabilidade é o critério que analisa a adaptação de um sistema ao ambiente no qual
se realizam tarefas. Um sistema é flexível quando proporciona ao usuário diferentes procedimentos
e opções de executar uma tarefa, pois quanto mais numerosas as alternativas de realizar a tarefa,
maiores são as chances do usuário dominá-las durante o curso do seu trabalho.
O grau de experiência do usuário também deve ser levado em conta para se determinar se
uma interface é adaptável ou não.
O grau de experiência dos usuários pode variar, pois podem se tornar
especialistas, devido a utilização continuada, bem como menos especialistas,
depois de longos períodos de não utilização. A interface também deve ser
concebida para lidar com as variações dos níveis de experiência. Usuários
experientes não tem as mesmas necessidades informativas que novatos. Todos
os comandos ou opções não precisam ser visíveis o tempo todo. Os diálogos de
iniciativa somente do computador entediam e diminuem o rendimento do usuário
experiente. Os atalhos, ao contrario, podem permitir rápido acesso as funções do
sistema. Pode-se fornecer aos usuários inexperientes diálogos bem conduzidos,
ou mesmo passo a passo. Portanto, meios diferenciados devem ser previstos
para lidar com diferenças de experiência, permitindo que o usuário delegue ou se
aproprie da iniciativa do diálogo (CYBIS, 2003).
A gestão de erros tem por objetivo a análise de todos os mecanismos do sistema que
evitam, previnem e corrigem erros como entrada de dados incompletos e entrada de comandos
inadequados. Para a manutenção dos erros, avaliam-se geralmente as proteções contra os erros
que o sistema possibilita, a qualidade das mensagens de erros que são anunciadas aos usuários,
logo após a inserção de uma entrada incorreta e a forma pela qual o sistema corrige os erros.
Inúmeras são as vantagens desse critério, como a possibilidade de se precaver contra ações
irrecuperáveis que prejudicam a realização da tarefa.
Coerência é a relação harmônica entre os elementos de uma interface. Esse nexo entre os
elementos deve ser conservado em todas as telas do sistema, proporcionando excelente
identificação visual para o usuário. De todos os critérios propostos por Bastien & Scapin, a
coerência é o mais utilizado em avaliações ergonômicas, pois amplia as condições de uso do
sistema e detecta erros relativos a falta de homogeneidade dos elementos. Portanto, é
extremamente relevante escolher opções similares de códigos, procedimentos, denominações para
contextos idênticos e utilizar os mesmos meios para obter os mesmos resultados, pois a falta de
homogeneidade pode aumentar substancialmente o tempo de procura por uma informação, o que
pode levar a recusa na utilização do sistema.
O significado dos códigos e das denominações é a relação entre a informação solicitada ou
apresentada e a sua menção. Com este critério são avaliados se a informação tem uma relação
estreita com o seu significado, uma vez que termos pouco utilizados podem levar o usuário a
selecionar uma opção do sistema que não seja a correta. Portanto, os termos escolhidos para
identificar uma ação devem ser de uso corrente, a fim de eliminar possíveis desistências nas
tarefas que os usuários realizam.
Segundo Cybis (2003), o critério compatibilidade
refere-se ao acordo que possa existir entre as características do usuário
(memória, percepção, hábitos etc.) e das tarefas, de uma parte, e a organização
das saídas, das entradas e do diálogo de uma dada aplicação, de outra. Diz
respeito ao grau de similaridade entre diferentes ambientes e aplicações.
Esta questão é muito discutida quando se trata da preservação de dados digitais. A
compatibilidade como critério ergonômico permite que informações sejam processadas sem a
necessidade de serem decodificadas. Alem de sua importância como requisito para a transposição
de formatos, a compatibilidade é o modo pelo qual as características do sistema aliam-se aos
anseios dos usuários e às tarefas que devem realizar.
A avaliação heurística é uma técnica de avaliação de usabilidade que, associado a outros
métodos e técnicas, possibilita a análise do fluxo de tarefa e dos objetos de interação de um
sistema em qualquer fase do seu estágio de desenvolvimento.
Para a aplicação da técnica, Nielsen (1993) sugere a participação de três a cinco
especialistas em usabilidade. Entretanto, Dias (2001, p. 54) observa que para a definição do
número de avaliadores é necessário "realizar tanto a análise de contexto de uso do sistema quanto
a análise do custo benefício".
Embora Nielsen (1993) ressalte que a avaliação heurística é mais eficaz quando realizada
por especialistas em usabilidade, o autor afirma que pessoas com ou sem nenhuma experiência
podem tirar proveito de suas funcionalidades. No entanto, neste contexto, consegue-se melhores
resultados com a participação de cinco usuários, pois
ao se coletar dados de um único usuário, as percepções disparam e já se
aprende quase um terço de tudo que há para conhecer sobre a usabilidade do
projeto. Ao testar o segundo usuário, se descobrirá que esta pessoa faz alguma
das mesmas coisas que o primeiro usuário, tendo, então, repetição no que e
aprendido. Contudo, as pessoas são definitivamente diferentes e, portanto, terá
algo novo que o segundo usuário faz que não observou com o primeiro,
adicionando assim novas observações, porem não tanto quanto fez o primeiro
usuário. Ao aumentar o numero de usuários, aprende-se cada vez menos, por
que estão sendo observadas repetidas vezes as mesmas coisas. Após o quinto
usuário, o pesquisador estará desperdiçando o seu tempo, observando os
mesmos achados repetidas vezes e aprendendo pouco ou nada de novidade
(NIELSEN, 2000 citado por ZILSE, 2004, p. 97).
No quadro 3 é descrito o processo de desenvolvimento de uma avaliação heurística.
Quadro 3 – Processo de desenvolvimento de uma avaliação heurística
• Elaboração da lista de verificação
• Análise de todos os objetos de interação do sistema
Planejamento da avaliação
• Elaboração de recomendações/princípios/heurísticas
• Fornecimento do contexto de uso aos avaliadores
• Definição dos participantes - especialistas em usabilidade; usuários; equipe multidisciplinar
• Identificação dos problemas
• Associação dos problemas às recomendações/princípios/heurísticas
Aplicação da avaliação
• Composição da lista de problemas
• Classificação dos problemas, de acordo com grau de severidade
• Discussão dos resultados entre os avaliadores
Resultados
• Geração do relatório
Fonte: Cybis (2003)
Outra forma de obter resultados satisfatórios a partir da avaliação heurística é congregar
usuários, desenvolvedores e especialistas em usabilidade para identificar problemas de
usabilidade, posto que uma equipe multidisciplinar visualiza problemas sob perspectivas
diferenciadas.
Outro método de avaliação de usabilidade é a inspeção de componentes, que tem como
objetivo verificar a utilidade de apenas um conjunto de atributos do sistema. Por ser um método de
rápida aplicação, é recomendado para avaliações de usabilidade realizadas em estágios
intermediários de desenvolvimento.
O método também pode ser aplicado para identificar problemas de usabilidade de um
sistema em uso. No caso de websites, por exemplo, auxilia a reestruturação de árvores semânticas
e a reestruturação do processo de gerenciamento de conteúdo.
O método percurso pluralístico tem sua aplicação recomendada no estágio inicial do
desenvolvimento do sistema e consiste numa série de workshops, que se realizam num curto
período de tempo.
Uma equipe multidisciplinar composta de usuários, desenvolvedores e especialistas em
usabilidade analisam os cenários da tarefa e os objetos de interação da interface, a fim de detectar
problemas de usabilidade. O foco principal deste método está em descrever as tarefas, mais do
que criticá-las.
Zilse (2004), em trabalho sobre a arquitetura da informação de websites de universidades
cariocas, utilizou o percurso pluralístico The Bridge, que foi desenvolvido pelos pesquisadores Tom
Dayton, Al Mcfarland e Joseph Kramer para expressar os requerimentos dos usuários como fluxo
de tarefas. Zilse (2004, p. 166), observou que o método é eficiente para "simplificar as estruturas
do sistema, deixando dúvidas sobre a organização da informação e o gerenciamento de conteúdo".
Os métodos prospectivos de avaliação de usabilidade "se baseiam na aplicação de
entrevistas ou questionários, que avaliam a satisfação ou insatisfação do usuário em relação ao
sistema e sua operação" (CYBIS, 2003). Na tipologia dos métodos prospectivos vigentes, as
técnicas mais utilizadas são as entrevistas de grupos focais e os questionários que medem o grau
de satisfação do usuário.
Criado pelo sociólogo Robert K. Merton, o grupo focal é uma técnica que obtém dados
qualitativos. Durante a aplicação, um mediador lidera um grupo de no máximo dez participantes
que relatam experiências, idéias e sentimentos acerca do objeto da discussão. Os participantes do
grupo, com características homogêneas, são guiados pelo mediador a debaterem entre si. O grupo
focal pode ser utilizado em qualquer fase de desenvolvimento do sistema, mas são mais
apropriados para "identificar como um usuário utiliza um produto" (DIAS, 2001, p. 58).
Os questionários que medem o grau de satisfação são normalmente disponibilizados on-
line e se baseiam em técnicas psicométricas, que objetivam minimizar problemas relativos à
confiabilidade dos dados coletados.
O Questionnaire For User Interface Satisfaction (QUIS), desenvolvido a partir de 1987 por
Ben Schneiderman, da Universidade de Maryland dos Estados Unidos; o Software Usability
Measurement (SUMI), desenvolvido a partir de 1990, pela Human Factors Research Group (HFRG)
e o WebAnalysis and Measurement Inventory (WAMI), desenvolvido a partir de 1996, pela HFRG e
a empresa sueca Nomos Management AB estão entre os modelos, nos quais os constructos foram
validados e aplicados a websites de diversos segmentos.
No quadro 4, são especificadas as principais vantagens e desvantagens das técnicas
prospectivas no contexto das avaliações de usabilidade.
Quadro 4 – Vantagens e desvantagens das técnicas prospectivas adaptadas ao contexto
das avaliações de usabilidade
Questionários - grau de satisfação
Grupo focal
Vantagens
Desvantagens
Vantagens
Desvantagens
Pouco gasto.
Baixos índices de devolução.
Captação imediata da informação.
Dificuldades de expressão e comunicação.
Não necessita treinamento.
Impede auxílios e esclarecimentos.
Atinge pessoas com qualquer nível de instrução .
Fornecimento de respostas falsas por razões conscientes e inconscientes.
Anonimato do respondente.
Impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido.
Fornece uma amostragem melhor da população.
O entrevistado pode ser influenciado.
As repostas podem ser dadas a qualquer momento.
Perdem-se ou não são respondidos por completo.
Flexibilidade.
Alto Custo.
Respondentes não são influenciados.
Número restrito de perguntas.
Maior oportunidade de avaliar condutas.
Demanda tempo.
Fonte: Nascimento (2005)
Como método de avaliação de usabilidade, os ensaios de interação são testes que
permitem a coleta de dados quantitativos e/ou qualitativos, a partir da observação de como o
usuário realiza uma tarefa em seu ambiente operacional. Podem ser utilizados em qualquer fase
do desenvolvimento do sistema e sua preparação "requer um trabalho detalhado de
reconhecimento do usuário alvo e de sua tarefa típica para a composição dos cenários que serão
aplicados durante a realização dos testes" (CYBIS, 2003). Em avaliações de usabilidade, as
técnicas mais utilizadas nos ensaios de interação são: o card sorting e a análise da tarefa.
O card sorting é uma técnica de usabilidade que verifica como usuários agrupam
informações de forma que sejam úteis para elas, possibilitando a criação de estruturas de
informação otimizadas e adequadas ao modelo mental dos usuários. Para Van Amstel (2004), o
card sorting “é uma técnica usada por arquitetos da informação para descobrir como o usuário
classifica uma determinada informação em sua mente”, uma vez que a taxonomia é o cerne da
organização da informação, guiando o usuário durante o uso de um menu de navegação.
A técnica card sorting possui inúmeras vantagens como:
• permitir avaliar a qualidade da organização da informação vigente e suas
respectivas categorias;
• permitir verificar como usuários com ou sem experiência acessam um determinado
conteúdo;
• permitir verificar como usuários agrupam conteúdos, o que possibilita a
reformulação da organização da informação de forma mais adequada ao que o
modelo mental dos usuários sugere;
• perceber como os usuários nomeiam as informações do website;
• identificar os itens que são difíceis de serem organizados e que possam pertencer
a mais de uma categoria de conteúdo;
• identificar a terminologia que é mais adequada aos usuários;
• o método é simples e fácil de ser aplicado;
• o custo é mínimo;
• sua aplicação é rápida;.
• demonstra que uma interface pode ser criada ou reformulada, de acordo com as
necessidades informacionais dos usuários.
Segundo Rosenfeld & Morville (2000), a técnica pode ser utilizada tanto na definição da
arquitetura da informação de um website, como para validar esta arquitetura depois de terminada.
Em ambos os casos, a técnica pode ser utilizada de forma aberta ou fechada, permitindo ou não
que o usuário apresente novas sugestões. Na técnica aberta, os usuários sugerem seu modelo
mental em cartões e o organizam posteriormente. Na técnica fechada, os usuários sugerem seu
modelo mental em cartões e categorias previamente rotulados, cabendo-lhe apenas organizá-los.
Ambas as técnicas, obedecem a seguinte seqüência de ações:
• mapeamento do conteúdo – descrição exímia do conteúdo do website e
detalhamento da nomenclatura utilizada;
• criação dos cartões para a aplicação da técnica, para que os usuários possam
utilizá-los facilmente;
• teste de validação dos cartões e respectivas nomenclaturas propostas;
• recrutamento e seleção dos usuários que participarão da aplicação da técnica;
• treinamento dos usuários que serão instruídos sobre a técnica e sobre possíveis
erros durante a sua aplicação;
• nomenclatura – os usuários determinarão quais palavras refletem os
agrupamentos de conteúdo existentes;
• análise quantitativa e qualitativa – uso de um algoritmo de clustering para
determinar as semelhanças e diferenças existentes entre os agrupamentos de
nomes criados pelos usuários e uso de técnicas de verbalização para a coleta
de opiniões acerca dos ensaios.
Para a análise dos dados obtidos com o card sorting utiliza-se um conjunto de software
que verifica todas as possíveis relações entre o modelo mental dos usuários e a organização da
informação do website. No mercado, são encontrados diversos programas para a análise do card
sorting, como o card zort / card cluster, desenvolvido pelo Prof. Dr. Jorge A. Toro, da Universidade
Los Andes, Bogotá. O software, disponível no endereço http://condor.depaul.edu/~jtoro/about.htm ,
funciona da seguinte maneira: os itens descritos pelos usuários nos cartões são armazenados no
card zort e o card cluster utiliza os dados armazenados no card zort para que uma matriz
distância/agrupamento faça o cálculo levando em conta a porcentagem de vezes que um cartão
não foi utilizado. Essa porcentagem é expressa entre 0 (itens agrupados 100%) e 1 (itens não
agrupados em 100%).
Figura 8 - Interface do card zort
Além disso, o software apresenta o resultado em três formas distintas de diagramas:
• único – que enfatiza similaridades;
• completo – que enfatiza as diferenças;
• médio – média entre os diagramas único e completo.
Ressalta-se que a representação visual dos diagramas é feita na forma de árvore, que
representa a ramificação dos itens. No diagrama em árvore, são traçadas linhas de um item para
outro e uma barra vertical identifica grupos de itens relacionados.
Como outras ferramentas utilizadas para o card sorting, os grupos são identificados a partir
de percentuais pré-definidos (0.3), que também identificam subgrupos dentro de um grupo maior,
sendo cada subgrupo determinado por uma linha diferente.
Figura 9 - Interface do card cluster
A análise da tarefa, técnica também conhecida como método de medida de desempenho,
permite a coleta de dados através da observação da interação entre usuários e sistemas em
avaliação, podendo ser utilizada durante a fase inicial do desenvolvimento do sistema (análise da
tarefa formativa), ou durante a reformulação de um sistema em uso (análise da tarefa somativa). O
foco deste método está em descrever como os usuários realizam suas tarefas, quais seus objetivos
e o que de fato fazem para alcançá-los.
Na literatura científica encontramos diversas metodologias ou formalismos que foram
propostos com esses intuitos. As mais recorrentes são o Méthode Analytique de Description
(MAD), proposto por Scapin e Pierre Golkbreich, em 1989, e o Task Knowledge Structure (TKS),
proposto por Johnson et al., em 1989. Essas metodologias, segundo Heeman (1997) e
Markopoulos & Gikas (1997, p. 4) constituem um notável apoio às ações do projetista na
especificação das funcionalidades do sistema, na concepção de interfaces ergonômicas e na
elaboração de manuais de treinamento.
Para que os resultados da análise da tarefa sejam satisfatórios, parâmetros devem ser
estabelecidos como:
• a análise das operações efetuadas, a ordem de execução, as dificuldades do
operador em realizá-las, assim como os tipos, freqüências e causas de incidentes;
• uma visão geral da utilização da informação, isto é, conhecer as informações
realmente utilizadas e ordem de utilização, as informações que faltam, as inúteis
e as que induzem a erros;
• o relacionamento dos usuários com as informações e as operações por ele
realizadas, as denominações e a forma como o operador as transmite.
Como a observação em IHC envolve, no mínimo, um usuário e um computador, faz-se
necessário para a análise da tarefa, o uso de dispositivos para registrar toda a ação realizada no
cenário. Dentre os dispositivos mais conhecidos, destacam-se as gravações de vídeo e os
sistemas de monitoramento, também conhecidos como espiões. Quando instalados no computador
do usuário ou no servidor de aplicativos, os sistemas de monitoramento capturam toda a interação,
com a vantagem de não possibilitar o constrangimento do usuário, que apesar de não se sentir
observado, deve ser informado que está sendo monitorado.
Entretanto, os sistemas de monitoramento "apresentam limitações de ordem técnica
relacionadas principalmente à portabilidade das ferramentas de espionagem face à diversidade de
ambientes de programação existentes” (Cybis, 2003). Neste contexto, Dias (2001, p. 70) observa
que "a dificuldade desta técnica de monitoramento é determinar que tipos de informações são úteis
e como devem ser analisadas, dada a enorme quantidade de dados coletados".
No mercado, existem diversos sistemas de monitoramento com aplicações específicas,
que podem ser utilizados em estudos de usabilidade como o MS Camcorder, o Lotus Screen, o
Screen Movie Studio e o ACA Recorder.
Na figura 10, são descritas as seqüências de ações de um ensaio de interação, como
forma de aprimorar o entendimento deste método.
Reconhecimento do sistema Entrevistas com projetistas Pré-diagnóstico Exame do sistema
Análise preliminar
Reconhecimento do usuário Pré-selecão - usuários
Coleta de informações sobre o usuário e tarefas
Entrevistas/questionários
Definição do roteiro de tarefas
para os ensaios Seleção das tarefas
Definição dos cenários e das
amostras
Obtenção da amostra de
usuários Usuários com ou sem
experiência Ajuste no roteiro das tarefas e
cenários Descrição das tarefas e
cenários Planejamento dos ensaios Local/ equipamento -
escolha das técnicas de verbalização
Realização dos ensaios Usuários, desenvolvedores,
especialistas Análise e interpretação dos
dados obtidos Busca de dados relevantes
Realização dos ensaios
Diagnóstico final Relatório final
Figura 10 – Seqüência de ações de um ensaio de interação
Fonte: Cybis (2003) apud Nascimento (2005)
Durante um ensaio de interação, também são utilizadas técnicas de verbalização para
intensificar a obtenção de dados qualitativos. Nesta técnica, usuários verbalizam suas opiniões,
enquanto realizam tarefas no sistema em avaliação.
Conforme descreve Lima (2003. p. 79), a verbalização pode ocorrer concomitantemente
durante a realização da tarefa (verbalização simultânea), ou logo após a realização da tarefa, em
forma de entrevista (verbalização consecutiva). Dias (2001, p. 67), observa que uma variação
desta técnica, conhecida como verbalização estimulada, na qual em vez de aguardar o
pronunciamento do usuário, o avaliador o estimula com perguntas diretas "pode indicar partes do
sistema que estão bem claras, óbvias para o usuário e outras confusas ou inexistentes".
Outra técnica utilizada em ensaios de interação é a co-descoberta, na qual apenas dois
usuários realizam conjuntamente as tarefas, verbalizando suas opiniões. A diferença da co-
descoberta para a verbalização reside na atuação em conjunto dos usuários que convergem os
seus esforços para a resolução das tarefas propostas.
No quadro 5, são identificadas as principais vantagens e desvantagens da verbalização e
da co-descoberta.
Quadro 5 - Vantagens e desvantagens da verbalização e da co-descoberta
Verbalização
Co-descoberta
Vantagens
Desvantagens
Vantagens
Desvantagens
Melhor compreensão da atividade observada.
A qualidade das opiniões dos usuários depende do grau de relação que os avaliadores estabelecem com os usuários.
Interação para a solução de problemas.
Permite a melhor compreensão da atividade observada.
Identifica a exata representação mental que o usuário tem do sistema.
Habilidades verbais dos participantes influem na coleta de dados.
A comunicação entre dois participantes traz mais resultados do que uma única pessoa verbalizando.
Não se tem a representação mental exata do que o usuário faz no sistema.
Fonte: Nascimento (2005)
Outro importante meio para verificar a usabilidade de um website é identificar as
estatísticas de utilização de uma página, através da análise de log, que permite a introdução ou
eliminação de um conteúdo, de acordo com o número de vezes que foi acessado. A premissa é
simples, quanto mais visitas uma determinada página recebe, maiores são as chances de ser
reformulada e quanto menor o número de visitas, maiores são as chances do conteúdo
disponibilizado ser inadequado aos propósitos do website.
Rozic-Hristovski & Hristovski (2002) ao utilizarem a análise de log para avaliar o uso do
website da Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de Ljubljana, na Eslovênia,
observaram que o método é eficaz para determinar o comportamento do usuário durante a busca
por informação. Entretanto, Ghaphery (2005), ao utilizar a análise de log nas bibliotecas da
Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, concluiu que, apesar dos resultados satisfatórios,
apresenta limitações relativas ao ambiente em que se processa a interação usuário – website, pois
não é possível o acesso a padrões de utilização como endereços IP e configurações de
equipamentos utilizados. Portanto, assim como todos os métodos de avaliações de usabilidade, a
análise de log não deve ser aplicada isoladamente, devendo seu resultado ser comparado a outros
dados obtidos com métodos utilizados em etapas anteriores ou posteriores.
4.7 Avaliações de usabilidade em websites de bibliotecas universitárias
A usabilidade tem garantido às bibliotecas universitárias desenvolverem e aprimorarem
interfaces em consonância com a demanda informacional na web. Como o acesso a fontes de
informação se tornou corriqueiro, essas instituições encontram-se conscientizadas da necessidade
de reformulação constante de leiaute, conteúdo e navegação dos seus websites, fato comprovado
pelas inúmeras experiências, relatos e estudos de caso que são encontradas na literatura sobre o
tema.
A oferta de inúmeros conteúdos transformou o website da Roger Williams University num
verdadeiro gigante, levando os desenvolvedores da instituição a desenvolver uma ordem
hipertextual mais sólida para as suas páginas, que foram agrupadas em três classes: fontes de
informação, serviços e pesquisa.
A iniciativa, apesar da intenção em simplificar o uso, tornou-se ineficaz, confundindo
usuários que se perdiam entre o excesso dos menus pop-up que dificultavam o caminho até a
informação desejada. “A interface falhou porque designers não conheciam o perfil dos usuários
mais freqüentes” (MCMULLEN, 2001, p. 7).
Tomada pela frustração, a Diretoria da Biblioteca da Roger Williams University resolveu
adotar a metodologia do design centrado no usuário para finalmente obter o resultado desejado. A
principio, realizou-se uma pesquisa de satisfação com os estudantes da universidade, que além
dos problemas já conhecidos, revelou a poluição visual das páginas e a inadequação da
terminologia dos links. De posse destes resultados, bibliotecários utilizaram heurísticas para
determinar o que era realmente essencial e concluíram que o acúmulo organizacional deveria ser
reduzido. Lançado em 2001, o novo website da biblioteca provou que um dos maiores desafios das
avaliações de usabilidade reside em compreender como usuários interpretam categorias de
conteúdo.
A City University of New York (CUNY) é um complexo educacional composto de 150 mil
estudantes e sua base de dados CUNY PLUS + utilizada para diversos fins acadêmicos. Com o
intuito de melhorar a sua usabilidade, os pesquisadores Alexei Oulanov e Edmund F.Y. Pajarillo
utilizaram o Software Usability Measurement Inventory (SUMI) para determinar o que deveria ser
aprimorado.
Entre outras conclusões, o estudo verificou que a CUNY PLUS + é eficaz em relação à
capacidade de aprendizado que propicia e as atualizações deveriam privilegiar o constante
reexame do serviço de referencia virtual à luz dos valores da Ciência da Informação para alcançar
o uso ponderado e racional das suas potencialidades. Os autores também verificaram que os
resultados gerados pelo SUMI “parecem plausíveis para prover a pesquisadores, avaliadores,
designers e gestores a usabilidade de sistemas em uso” (OULANOV & PAJARILLO, 2001, p. 90).
Entretanto, ressaltaram que os dados obtidos com este método devem ser analisados tanto sob a
ótica quantitativa quanto qualitativa.
Peng et al. (2003) utilizaram critérios heurísticos para comparar o portal e o OPAC da
Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. Os autores descobriram que usuários
preferem utilizar o portal pela possibilidade de acessar diversos serviços ininterruptamente,
funcionalidade que OPACS não permitem. “O continuo sucesso e aceitação do portal reside na
percepção e atitudes dos usuários acerca do sistema em sua habilidade de distribuir esses
serviços através de uma interface dinâmica” (PENG et al., 2003, p. 55).
Brower (2004) avaliou as estruturas de navegação de 41 websites de bibliotecas
universitárias americanas da área de Ciências da Saúde, de acordo com parâmetros definidos em
uma lista de verificação, como: tecnologia, leiaute, links e métricas de navegação. Para aplicá-los,
as páginas foram copiadas para um servidor local, através da ferramenta Teleport Proversion 2001,
que conservou os formatos HTML e a linearidade dos objetos de interação.
Constatou-se que links para base de dados são comumente disponibilizados pelo nome ou
ordem alfabética em detrimento do assunto, normas de utilização e mapas do site, mais
freqüentemente encontrados no interior das páginas e alguns serviços ofertados isoladamente,
levando a crer que pela interdisciplinariedade das Ciências Médicas, bibliotecários são levados a
organizar a informação desta maneira (BROWER, 2004, p. 418). Como o estudo foi realizado
originalmente em 2001, foi necessário rever alguns resultados para a sua publicação, em 2004.
Neste momento, observou-se um aumento considerável no numero de links que os websites de
bibliotecas disponibilizavam e o uso exacerbado de menus pop-up e imagens.
Entretanto, as recomendações elaboradas à época da pesquisa continuam válidas para
garantir a usabilidade de websites de bibliotecas universitárias da área de saúde, haja vista os
elementos navegacionais obrigatórios identificados pelo autor e a disposição de bases de dados
bibliográficas por titulo, e-books, periódicos on-line entre outros.
A ausência de terminologias adequadas à área médica e as disposições confusas de
elementos de interação levaram a comissão de reestruturação do website da Biblioteca de
Ciências da Saúde e Serviços Sociais da Universidade de Maryland a desenvolver três protótipos,
que foram avaliados por bibliotecários, estudantes e professores por meio de análise da tarefa e
pesquisa de satisfação.
O protótipo escolhido revelou que menus de salto são adequados à organização dos links
e os dados coletados identificaram que uma estrutura lógica de navegação só pode ser conseguida
com o reconhecimento das necessidades do campus universitário, mesmo que “pesquisas de
satisfação retornem baixas taxas de resposta dos participantes envolvidos” (FULLER &
HINEGARDNER, 2001, p. 337).
Em suma, princípios de web design quando associados ao modelo mental dos usuários
produzem melhorias efetivas em websites de bibliotecas universitárias.
A primeira biblioteca virtual da Universidade do Sul da Flórida foi concebida em meados de
1995, através da aplicação de critérios heurísticos nas 20 bases de dados disponibilizadas. À
medida que crescia a oferta de fontes de informação, as interfaces passavam a apresentar
dificuldades de navegação, que levaram a formação de um grupo de estudo para implementar um
novo protótipo baseado no uso ponderado de recursos multimídia.
Como a avaliação limitou a construção de esquemas de navegação baseado em tecnologia
java, o grupo trabalhou arduamente para apresentar um leiaute em consonância com as
heurísticas estabelecidas. Após inúmeras reformulações, foi produzido um design testado por card
sorting, análise de log e análise da tarefa (ALLEN, 2002).
As técnicas utilizadas, em especial o card sorting, possibilitaram gerar modificações no
sistema e, embora a biblioteca virtual tenha recebido críticas positivas no seu lançamento, a
usabilidade continuou a ser testada periodicamente como forma de garantir a qualidade dos
serviços prestados.
Em recente número da OCLC Systems and Services, renomadas instituições norte-
americanas publicaram suas experiências na reformulação dos seus websites, como a Biblioteca
do Georgia Institute of Technology (KING & JANIK, 2005), a Biblioteca da University of Califórnia,
Los Angeles (UCLA) (TURNBOW et al., 2005), a Biblioteca de Artes, Arquitetura e Engenharia da
Universidade de Michigan (TOLLIVER et al., 2005), a Biblioteca da Carnegie Melon (GEORGE,
2005) e a Biblioteca da Universidade do extremo norte de Illinois (VANDECREEK, 2005).
Nesses estudos, verificou-se uma grande evolução da usabilidade em bibliotecas
universitárias, pois se antes eram realizadas avaliações para apenas uma reformulação, as
experiências demonstraram que existe consenso que à medida que são disponibilizados novos
serviços e conteúdos, a sua usabilidade também deve ser testada.
Além disso, a relevância das bibliotecas universitárias nos Estados Unidos neste segmento
reflete o interesse de designers e bibliotecários norte-americanos dessas bibliotecas em testarem e
adaptarem métodos e técnicas de avaliação para alcançarem a satisfação da comunidade
acadêmica, pois nenhuma modificação é realizada sem o devido reconhecimento das
necessidades dos usuários.
Essa preocupação com os usuários pôde ser verificada na literatura brasileira nos
trabalhos de Bohmerwahld (2005), que analisou o comportamento do usuário na busca da
informação na Biblioteca Digital da PUC Minas, e em Kafure (2004), que estudou a usabilidade da
imagem na recuperação da informação no catálogo público de acesso em linha em três bibliotecas
universitárias. Essas duas iniciativas demonstram que a observação do usuário durante a análise
da tarefa e o reconhecimento do seu modelo mental tem propiciado resultados satisfatórios, pois
“quanto mais se observa o usuário, melhor será a capacidade de o profissional prever problemas
de usabilidade e, conseqüentemente, desenvolver sistemas fáceis de serem usados”
(BOHMERWAHLD, 2005, p.99).
Em contrapartida, também se encontram trabalhos de usabilidade na área de bibliotecas
universitárias brasileiras que utilizam a análise de funções e heurísticas, como o estudo realizado
por Prado et al. (2005), que apresentou um panorama dos websites das bibliotecas universitárias
do estado de Santa Catarina. A diferença deste estudo para o de Kafure (2004) e Bohmerwahld
(2005) está na ausência da participação dos usuários, ficando a cargo de especialistas verificar a
eficácia das interfaces. Entretanto, mesmo sem a utilização de metodologias de design centrado no
usuário, o trabalho referenciou a importância da usabilidade em todas as fases de planejamento de
um website.
As pesquisas em relação à acessibilidade também se encontram em estágio avançado no
Brasil, conforme demonstram os estudos de Mazonni et al (2001) e Pupo & Vicentini (2002). No
entanto, os autores afirmam que as iniciativas neste sentido ainda são tímidas, haja vista o grande
número de websites de bibliotecas universitárias brasileiras que são inacessíveis a pessoas com
deficiência, não atendendo a recomendações internacionais elaboradas pelo W3C.
Outro ponto observado foi a presença de comissões de reestruturação na reformulação de
websites, que possibilitam uma visão interdisciplinar do produto avaliado, já que são formadas por
profissionais que atuam em diversas áreas de uma biblioteca. Constatou-se, no entanto, que nas
experiências norte-americanas as comissões são permanentes, ao contrário das pesquisas
brasileiras, que são iniciativas de estudantes de mestrado e doutorado, realizadas com o devido
consentimento dos gestores das bibliotecas.
De um modo geral, pôde-se observar que a usabilidade é uma ferramenta administrativa
que propicia bons resultados em curto espaço de tempo, devendo ser planejada para que as
metodologias e técnicas sejam aplicadas, de modo que os websites de bibliotecas universitárias
possam alcançar bons resultados.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A verificação de problemas de usabilidade em websites de bibliotecas universitárias
confere a esta pesquisa um caráter exploratório, que justificou a adoção da abordagem de estudo
de caso, que segundo Tull (1976, p. 316), "é uma análise intensiva de uma situação particular".
Embora considerado por Bressan (2002) um método com insuficiência de precisão e
objetividade, e por Goode & Hatt (1969) como apenas um tipo de análise quantitativa, o estudo de
caso se mostrou vantajoso por permitir investigar um fenômeno contemporâneo dentro de um
contexto verdadeiro de atuação, no qual é possível aplicar métodos e técnicas heterogêneas para
coletar dados com mais clareza e discernimento.
A escolha do estudo de caso justificou-se também pela sua capacidade em "lidar com uma
complexa variedade de evidências” (YIN, 1989, p. 19) e por possibilitar que comportamentos
relevantes não sejam manipulados durante a pesquisa.
Portanto, o estudo de caso é perfeitamente adequado a uma dissertação de mestrado, pois
possibilita que "um problema seja estudado em profundidade dentro de um período de tempo
limitado" (BELL, 1983 citado por DIAS, 2001, p. 82), além de ser modelo freqüente para pesquisas
acadêmicas em todas as disciplinas e áreas de estudo (YIN, 2005, p 6).
O objeto da pesquisa é o website da BCE, que foi estudado segundo a ótica dos seus
gestores, desenvolvedores e usuários.
Foram considerados todos os gestores e desenvolvedores que atuavam no quadro oficial
de servidores da BCE em 2006, envolvidos com o planejamento/gestão do website da biblioteca,
totalizando 3 gestores e 1 desenvolvedor.
Com relação aos usuários, a seleção obedeceu aos métodos e técnicas escolhidos, de
acordo com princípios de usabilidade. Portanto, a amostra desta população foi não probabilística e
intencional, totalizando 26 usuários.
Para verificar a usabilidade do website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília no
contexto de gestores, desenvolvedores e usuários foram estabelecidas as seguintes etapas:
• seleção dos métodos de avaliação de usabilidade mais adequados ao website da
BCE da UnB;
• análise do contexto de uso do website da BCE da UnB, com gestores e
desenvolvedores;
• realização de avaliação ergonômica das interfaces do website da BCE da UnB,
com especialistas em usabilidade;
• identificação do modelo mental dos usuários relativo a àrvore semântica do website
da BCE da UnB;
• identificação dos erros cometidos pelos usuários no uso do website da BCE da
UnB.
Na seleção dos métodos e técnicas, partiu-se da premissa que, para obter resultados
satisfatórios em avaliações de usabilidade, deveriam ser combinados métodos objetivos e
subjetivos, que possibilitassem a obtenção de dados quantitativos e qualitativos.
Primeiramente, verificou-se na literatura sobre usabilidade, que métodos estavam sendo
utilizados para avaliar a usabilidade de websites de bibliotecas universitárias. Para tal propósito, foi
realizado levantamento bibliográfico durante o período de 05/09/2005 a 29/03/2006 nas seguintes
bases de dados nacionais e internacionais: BDTD da BCE da UnB, BDTD do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Biblioteca de Teses e Dissertações (BTD) da
Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Digital Dissertations/PRO
QUEST, Networked Digital Library of Theses & Dissertations (NDLTD) e Library and Information
Science Abstracts (LISA).
No total, foram levantados 745 trabalhos sobre usabilidade, mas, especificamente sobre
websites de bibliotecas universitárias, foram encontrados 42, em sua maioria artigos científicos
encontrados no LISA, conforme demonstra a tabela 1.
O período de cobertura do levantamento bibliográfico compreendeu os anos de 1990 a
2006 e os termos pesquisados foram: usabilidade, avaliação ergonômica, websites, bibliotecas
universitárias, avaliação de usabilidade, usability, ergonomic evaluation, college libraries, usability
evaluation e academic libraries.
Tabela 1 – Levantamento sobre estudos de usabilidade em websites de bibliotecas
universitárias
Bases de dados/instituição
N.º de estudos sobre
usabilidade
N.º de estudos sobre usabilidade em websites de bibliotecas universitárias
BTD/BCE/UNB
8
0
BDTDIBICT
45
0
BTD/CAPES
128
1
Digital dissertations / Pro Quest
118
2
NDLTD / Networked digital library of
theses & dissertations
52
0
LISA - Library and Information
Science Abstracts
394
39
Fonte: Nascimento (2005)
Os 42 trabalhos sobre usabilidade apresentam relatos de atualização e reformulação de
páginas, leiaute, conteúdo, estruturas de navegação e requisitos de bibliotecas virtuais e os
métodos e técnicas mais utilizados são as inspeções baseadas em guia de recomendações, lista
de verificação e avaliação heurística, ensaios de interação com análise da tarefa e card sorting e
pesquisas de satisfação com questionários e entrevistas.
O resultado do levantamento bibliográfico também demonstrou que seria necessário testar
a confiabilidade dos métodos e técnicas, possibilidade logo descartada em função do tempo que
demandaria para a sua conclusão.
Optou-se, então, pela adoção das diretrizes contidas nos "critérios para seleção de
métodos de usabilidade" (DIAS, 2001, p. 222), especificamente sobre as medidas de confiabilidade
desses métodos (quadro 6), que foram propostas por Dias (2001, p. 223), quando estudou os
métodos de avaliação de usabilidade no contexto de portais corporativos, realizando um estudo de
caso no Senado Federal.
Quadro 6 – Medidas de confiabilidade dos métodos descritos na revisão de literatura
Método
Confiabilidade
Alta
Média
Baixa
Inspeção baseada em listas de verificação e guias de recomendações
X
Inspeção de componentes
X
Percurso pluralístico
X
Avaliação heurística
X
Métodos prospectivos de avaliação de usabilidade
X
Ensaios de interação
X
Análise da tarefa/ método de medida de desempenho
X
Fonte: Dias (2001)
Após verificação minuciosa das medidas de confiabilidade dos métodos descritos por Dias
(2001, p. 223), desenvolveu-se um primeiro modelo de métodos e técnicas adequadas ao website
da BCE. Mas, como a técnica Card Sorting possibilitou gerar mudanças significativas nos websites
de bibliotecas norte-americanas, conforme demonstraram os trabalhos de Allen (2002) e King &
Janik (2005), resolveu-se utilizá-la nesta pesquisa.
Ao final da seleção dos métodos e técnicas a serem aplicados, foram escolhidos também:
• análise documental, entrevista com verbalização estimulada com gestores e
desenvolvedores e observação do website para analisar o seu contexto de uso;
• inspeção com especialistas em usabilidade baseada em lista de verificação, guia de
recomendações e heurísticas para a avaliação ergonômica das interfaces do website
da BCE da UnB;
• ensaio de interação com usuários por meio da técnica card sorting para identificar o
modelo mental dos usuários relativo à arvore semântica do website;
• ensaio de interação pela técnica análise da tarefa para identificar os erros cometidos
pelos usuários no uso do website.
Para analisar o contexto de uso do website através de análise documental, foram
consultados documentos internos sobre a BCE da UnB. Nesta fase, foram coletados dados sobre a
história da instituição, sua missão, suas diretrizes e o planejamento do seu website.
Em seguida, foi realizada a observação do website da Biblioteca Central, com ficha de
observação preenchida pelo pesquisador (Anexo 1), que registrou as especificações técnicas, os
produtos e serviços oferecidos, os requisitos de segurança para navegação e estratégias de
segurança utilizadas no website.
Logo após, foram realizadas entrevistas (Anexo 2) com os gestores e desenvolvedores
sobre o processo de desenvolvimento do website da Biblioteca Central da Universidade de
Brasília, seus usuários, produtos e serviços, dificuldades gerenciais, desenvolvimento e
gerenciamento de conteúdo e usabilidade. Durante a realização das entrevistas, foi aplicada a
técnica de verbalização estimulada, que permitiu estimular o entrevistado a expressar suas
opiniões através de perguntas diretas. Deve se ressaltar que o roteiro da entrevista semi-
estruturada foi idealizado a partir de questionamentos que interessavam ao contexto da pesquisa,
o que evitou possíveis desvios em relação aos objetivos estabelecidos.
Na avaliação ergonômica com especialistas, a lista de verificação (Anexo 3) ficou
composta por 109 questões divididas em quatro grandes grupos, a saber:
• design da página - questões relativas a usabilidade superficial das páginas do
website da BCE;
• design do conteúdo - questões relativas ao acesso aos conteúdos do website da
BCE;
• design do site - questões que congregam o design da(s) página(s) e o design do
conteúdo;
• acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de websites de biblioteca -
questões relativas às funcionalidades do website, que facilitam a navegação do
usuário.
Participaram desta etapa da avaliação ergonômica dois especialistas em engenharia de
usabilidade, conforme sugerido por Dias (2001, p. 224), escolhidos segundo os seguintes critérios:
• Os especialistas em usabilidade deveriam estar familiarizados com os métodos e
técnicas utilizados.
• Os especialistas em usabilidade deveriam trabalhar com interação homem-
computador e design de interfaces.
Os especialistas em usabilidade selecionados aplicaram as listas de verificação em
conjunto com o guia de recomendações (Anexo 4) e heurísticas para a avaliação de websites de
bibliotecas universitárias (Anexo 5 ). O objetivo desta avaliação foi verificar a conformidade das
interfaces do website da Biblioteca Central e seus objetos de interação com os itens dispostos na
lista de verificação.
Convém observar que a lista de verificação, o guia de recomendações e o conjunto de
heurísticas para avaliação de usabilidade de websites de bibliotecas universitárias foram
desenvolvidos de acordo com as especificidades do contexto do website da BCE para a realização
desta pesquisa.
Para a elaboração das listas de verificação e do guia de recomendações foram essenciais
os trabalhos de Nielsen (2000), os critérios ergonômicos de Bastien & Scapin (1993), a Ergo List
do Laboratório de Utilizabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina, o guia de estilos para
serviços de informação via web de Parizotto (1997) e o índice de usabilidade de sites web,
desenvolvido por Dias (2001). Por sua vez, o conjunto de heurísticas desenvolvidas, baseou-se
nas heurísticas de usabilidade para a web de Nielsen (1994), e nas heurísticas para avaliação de
portais corporativos desenvolvidas por Dias (2001).
Os especialistas em usabilidade que participaram desta etapa também detectaram
problemas de usabilidade, identificando as heurísticas a que eles se relacionam.
Logo após, os problemas de usabilidade detectados, durante a aplicação da lista de
verificação e da avaliação heurística, foram consolidados e registrados em uma planilha pelo
pesquisador, para que outros dois especialistas em usabilidade os classificassem de acordo com
graus de severidade, estabelecidos em uma escala da seguinte maneira:
Tabela 2 – Graus de severidade dos problemas de usabilidade
Grau de Severidade
Descrição
0
Não concordo que seja um problema de usabilidade
1
Problema com baixa prioridade de correção
2
Problema com média prioridade de correção
3
Problema com alta prioridade de correção
Fonte: Nielsen (2000)
Para identificar o modelo mental dos usuários relativo à arvore semântica do website foi
realizado ensaio de interação para verificar a organização e o agrupamento da informação no
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
Como esta pesquisa avaliou um sistema em uso, escolheu-se para o primeiro ensaio de
interacão a técnica card sorting, que permite verificar o conjunto das categorias nas quais as
informações do website são armazenadas.
Nesta pesquisa, optou-se por um método híbrido das técnicas de card sorting aberta e
fechada, posto que os usuários receberam os cartões previamente marcados, mas com a
possibilidade de criar outros ou corrigir os cartões existentes. A aplicação da técnica obedeceu a
seguinte seqüência de ações: mapeamento de conteúdo, criação dos cartões para a aplicação da
técnica, teste de validação dos cartões e respectivas nomenclaturas, recrutamento e seleção dos
usuários, treinamento dos usuários e análise quantitativa e qualitativa.
Foram selecionados cinco participantes para o card sorting, pois segundo Nielsen (2000)
consegue-se melhores resultados em testes de usabilidade com cinco usuários. Os usuários foram
escolhidos de acordo com os dados do questionário demográfico (Anexo 6), aplicado no laboratório
de Acesso Digital (LAD)da BCE, de acordo com o seguinte critério: todos deveriam ser estudantes
da Universidade de Brasília.
Os cinco participantes selecionados para esta etapa foram notificados da data e hora de
comparecimento para o treinamento e aplicação da técnica. Aos participantes, foram entregues
cartões com as nomenclaturas que representavam o conteúdo do website, cabendo-lhes organizar
por grupos com similaridade. Os grupos de cartões poderiam se tornar subgrupos, de acordo com
o entendimento do usuário e itens inúteis poderiam ser desconsiderados.
Para a análise dos dados obtidos com o card sorting utilizou-se o conjunto de software
desenvolvido pelo Prof. Dr. Jorge A. Toro da Universidade Los Andes de Bogotá, Colômbia
denominado card zort / card cluster.
Os itens descritos pelos usuários nos cartões foram armazenados no cardzort e os grupos
de itens armazenados pelo nome de cada um, posto que se esta tarefa ficasse a cargo dos
usuários poderiam surgir dúvidas relativas à utilização do software, o que, por sua vez, interferiria
nos resultados a serem obtidos.
Durante a aplicação do card sorting, a técnica de verbalização simultânea foi empregada
para que os usuários expressassem suas opiniões a respeito do ensaio e dos problemas relativos
aos agrupamentos de informações do website.
O segundo ensaio de interação teve como objetivo identificar os erros cometidos pelos
usuários durante a realização de uma ação no website. A técnica escolhida para este propósito foi
a análise da tarefa. Para a análise da tarefa, foram selecionados 21 participantes, uma vez que o
número de vinte participantes é o mínimo recomendado por Dias (2001, p. 224), que denomina a
análise da tarefa como método de medida de desempenho. Os 21 estudantes da Universidade de
Brasília, selecionados por meio de questionário demográfico, também aplicado no LAD da BCE,
foram agrupados em três grupos distintos, de acordo com os seguintes critérios:
• 7 participantes deveriam ser estudantes de pós-graduação da Universidade de
Brasília;
• 7 participantes deveriam ser estudantes de graduação da Universidade de Brasília;
• 7 participantes deveriam ser estudantes egressos da Universidade de Brasília.
O questionário demográfico também forneceu outras informações sobre o perfil dos
usuários, como: sexo, idade dos participantes e quais os motivos que os levavam a utilizar o
website da biblioteca.
Ao final desta etapa, os participantes selecionados para a análise ergonômica da tarefa
foram notificados da data e hora de comparecimento para o treinamento e aplicação do método,
que foi realizado na sala de reunião da Biblioteca da Presidência da República.
Durante a dinâmica, os participantes realizaram as tarefas em um computador com
configuração compatível às especificidades da técnica. Esta medida de precaução foi tomada com
o intuito de diminuir ao máximo as possibilidades de interferências que poderiam prejudicar a
avaliação.
Para maximizar a obtenção dos resultados, foi utilizada técnica de verbalização simultânea
e sistema de monitoramento para registros em áudio, vídeo e software de captura de telas Screen
Movie Studio para análise das tarefas realizadas.
As tarefas a serem aplicadas foram elaboradas de acordo com os seguintes critérios:
• as tarefas a serem executadas deveriam permitir a navegação em todas as
categorias de informação do website da BCE;
• os links a serem percorridos deveriam estar identificados nas árvores semânticas
resultantes do card sorting.
5.1 Variáveis
Nesta pesquisa, as variáveis independentes referem-se à usabilidade do website da BCE
da UNB, envolvendo a análise do contexto de uso, a avaliação ergonômica de suas interfaces e a
análise da tarefa e as variáveis dependentes relacionam-se ao website e ao ponto de vista de
gestores e desenvolvedores, especialistas em usabilidade e usuários. As variáveis ficaram assim
distribuídas:
67
Quadro 7 – Relação dos objetivos com as variáveis e métodos e técnicas de coleta de dados
Objetivo Geral: Verificar a usabilidade do website da BCE, sob o ponto de vista de gestores, desenvolvedores e usuários
Variável
Método/Técnica
Fonte
Análise – contexto de uso
Documentos internos – website –
gestores e desenvolvedores
Usabilidade
Avaliação ergonômica – interfaces
Website – especialistas em usabilidade
Análise da tarefa – usuários
Website - usuários
Objetivo específico 1: Analisar o contexto de uso com seus gestores e desenvolvedores
Variável
Método/Técnica
Fonte
Informações
Análise documental e ficha de observação (questões 1 a 8)
Documentos internos - website
Especificações técnicas
Análise documental; ficha de observação (questões 9 a 14)
Documentos internos - website
Produtos e serviços
Análise documental; ficha de observação (questões 18 a 31) e entrevista (questões 6 a 8)
Documentos internos - website - gestores - desenvolvedores
Requisitos de segurança – navegação
Análise documental e ficha de observação (questões 32 e 33)
Documentos internos - website
Desenvolvimento – website
Análise documental e entrevista (questões 1 e 2)
Documentos internos – gestores - desenvolvedores
Usuários
Ficha de observação (questão 8) e entrevista (questões 3 a 5)
website - gestores - desenvolvedores
Dificuldades gerenciais
Entrevista (questão 9 e 10)
Gestores - desenvolvedores
Usabilidade
Entrevista (questões 18 a 23)
Gestores - desenvolvedores
Desenvolvimento e gerenciamento de conteúdo
Entrevista (questões 11 a 17)
Gestores - desenvolvedores
Continua...
68
Continuação
Objetivo específico 2: Realizar avaliação ergonômica de suas interfaces
Variável
Método/técnica
Fonte
Terreno da tela
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 1 a 4); guia de recomendações (1 a 4) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Cores
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 5 a 10); guia de recomendações (5 a 10) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Textos
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 11 a 17); guia de recomendações (11 a 17) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Links
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 18 a 25), guia de recomendações (18 a 25) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Títulos
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 26 a 29); guia de recomendações (26 a 29) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Folhas de estilo
Inspeção baseada em lista de verificação (questão 30); guia de recomendações (30) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Quadros
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 31 e 32), guia de recomendações (31 e 32) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Impressão
Inspeção baseada em lista de verificação (questão 33); guia recomendações (33) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Informação
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 34 a 40); guia de recomendações (34 a 40) e avaliação heurística
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Informações de ajuda
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 41 e 42); guia de recomendações (1 a 4) e avaliação heurística
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Continua... Continuação
69
Multimídia
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 43 a 46); guia de recomendações (43 a 46) e avaliação heurística
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Imagens e fotografias
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 47 a 49), guia de recomendações (47 a 49) e avaliação heurística
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Ilustrações e gráficos
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 50 a 53); guia de recomendações (50 a 53) e avaliação heurística
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Janelas
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 54 a 56); guia de recomendações (54 a 56) e avaliação heurística
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Formulários
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 57 a 63); guia de recomendações (57 a 63) e avaliação heurística
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Página Principal
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 64 a 70); guia de recomendações (64 a 70) e avaliação heurística
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Navegação
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 71 a 75); guia de recomendações (71 a 75) e avaliação heurística
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Estrutura do site
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 76 a 81); guia de recomendações (76 a 81) e avaliação heurística
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Carregamento das páginas
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 82 e 83); guia de recomendações (82 e 83) e avaliação heurística
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Mecanismos de busca
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 84 a 91); guia de recomendações (84 a 91) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Design da URL
Inspeção baseada em lista de verificação (questões 92 e 93); guia de recomendações (92 e 93) e avaliação heurística
website - especialistas em usabilidade
Continua...
70
Continuação
Objetivo específico 3: Identificar o modelo mental dos usuários relativo à árvore semântica do website
Variável
Método/técnica
Fonte
Estrutura da organização da informação
Ensaios de interação - técnica card sorting e verbalização simultânea
website - usuários
Qualidade da organização da informação
Ensaios de interação - técnica card sorting e verbalização simultânea
website - usuários
Acesso dos usuários a um determinado conteúdo
Ensaios de interação - técnica card sorting e verbalização simultânea
website - usuários -
Nomeação das informações pelos usuários
Ensaios de interação - técnica card sorting e verbalização simultânea
website - usuários
Identificação da terminologia mais adequada aos usuários
Ensaios de interação - técnica card sorting e verbalização simultânea
website - usuários
Objetivo específico 4: Identificar os erros cometidos pelos usuários no uso do website
Variável
Método/técnica
Fonte
Tempo médio gasto pelos usuários durante a realização de tarefas
Ensaios de interação - técnica análise da tarefa, sistema de monitoramento e verbalização simultânea
website - usuários -
Quantidade de dúvidas detectadas pelos usuários durante a realização da tarefa
Ensaios de interação - técnica análise da tarefa, sistema de monitoramento e verbalização simultânea
website - usuários
Tempo total gasto pelos usuários durante a realização da tarefa
Ensaios de interação -técnica análise da tarefa, sistema de monitoramento e verbalização simultânea
website - usuários
Fatores que limitam a realização da tarefa pelo usuário
Ensaios de interação - técnica análise da tarefa, sistema de monitoramento e verbalização simultânea
website - usuários
Quantidade de links utilizados para completar a tarefa
Ensaios de interação - técnica análise da tarefa, sistema de monitoramento e verbalização simultânea
website - usuários
71
6 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados analisados são apresentados de acordo com os objetivos específicos.
6.1 Análise do contexto de uso do website da BCE da UnB
A análise documental constituiu-se em indispensável referência para a compreensão da
perspectiva histórica da Biblioteca Central e a concepção, desenvolvimento e atualização do seu
website. Porém, antes da sua realização, alguns procedimentos foram adotados para que os
resultados desejados fossem alcançados.
Primeiramente, objetivou-se conseguir a autorização da Direção da Biblioteca e desde o
contato inicial, os gestores se mostraram sensíveis em ceder às informações necessárias. Como a
burocracia em torno do acesso aos documentos foi vencida sem maiores dificuldades, foi possível
uma verificação preliminar acurada daqueles que interessavam aos propósitos da pesquisa.
De uma amostra inicial de 144 documentos identificados no arquivo da BCE, foram
escolhidos 121 para investigação e análise, processadas no período de 01/03/2006 a 16/03/2006.
Os 121 documentos selecionados correspondem aos anos de 1999 a 2004 e foram
separados de acordo com a classificação de Moreira (2005, p. 272): fontes de informação primárias
e fontes de informação secundárias, conforme demonstra a tabela 3, a seguir:
Tabela 3 – Data e classificação dos documentos analisados
Ano
Fontes Primárias
Fontes secundárias
1999
24
2
2000
10
6
2001
14
12
2002
10
38
2003
2
3
Total
60
61
Total geral
121
72
Foram consideradas como fontes de informação primária os documentos oficiais e internos
da Biblioteca Central da UNB e como fontes de informação secundária os e-mails, notícias, artigos
e sugestões dos usuários da Biblioteca relativos ao website.
A classificação e separação dos documentos garantiu diferenciar documentos autênticos
(primários), essenciais para a análise, daqueles que expressam opiniões pessoais e críticas,
sujeitos a vieses interpretativos (secundários). A distribuição dos documentos foi homogênea,
permitindo um exame detalhado das informações.
6.1.1 Breve histórico da BCE da UnB
Inicialmente realizando suas atividades no Bloco 1 da Esplanada dos Ministérios, nos idos
de 1960, a Biblioteca ganhou sede própria, instalada no campus da Universidade de Brasília, em
1973, e desde então atende a diversos segmentos da sociedade “em suas necessidades de
documentação e informação nas áreas do conhecimento específico de sua atuação, contribuindo
para a qualidade da educação, da pesquisa e da extensão” (www.bce.unb.br).
A Biblioteca Central, sempre foi exemplo de inovação no que concerne aos serviços de
informação para a comunidade acadêmica e científica, haja vista o apoio dado aos usuários para o
desempenho de suas atividades, através de um acervo que possui obras relevantes de várias
áreas do conhecimento.
Em consonância com a evolução dos sistemas computacionais que garantiram às
bibliotecas proverem recursos informacionais com mais eficiência, a Biblioteca da UnB, passou a
contar, em 1978, com um sistema de processamento eletrônico de dados desenvolvido sob a
coordenação do funcionário Almir Cordeiro Júnior; em 1999, com o Sistema Thesaurus, doado à
BCE pela Empresa Via Ápia Informática, de Brasília; e finalmente em 2004, com o Sistema
Integrado de Bibliotecas Pergamum, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do
Paraná, que substituiu o Sistema Thesaurus.
Essas iniciativas, mesmo que limitadas pela ação do tempo, descontinuidade de processos
administrativos e por constantes mudanças nas diretrizes na Universidade de Brasília, sempre
possibilitaram a inserção dos serviços de informação da instituição à esfera da tecnologia da
informação.
73
6.1.2 O processo de concepção, desenvolvimento e atualização do website da BCE da UnB
A primeira versão do website da BCE da UnB foi lançada em novembro de 1997 e possuía
caráter de folder eletrônico, contendo apenas informações gerais sobre a biblioteca. “Para acessar
o website, o usuário precisava escolher entre a opção do site com foto ou apenas texto, através
dos links disponíveis na homepage” (COSTA, 2001, p. 35).
Figura 11 - Página principal do website da BCE – 1997
A primeira revisão de leiaute e conteúdo foi realizada entre março e dezembro de 1998 e
culminou com a oferta do catálogo on-line, que propiciou mais visibilidade aos serviços da
biblioteca, em função do aumento do número de acessos diários.
No ano de 1999, poucas modificações foram realizadas no website, mas as alterações
realizadas em 1998 surtiram efeito. Em janeiro de 1999, registraram-se 108 acessos diários, o que
sensibilizou a direção da Biblioteca Central a formar um grupo para a revisão constante do website.
74
Figura 12 – Página principal do website da BCE - 1999
Conforme descreve o documento interno “O site da biblioteca da UnB: um planejamento”,
de 21/01/99, o objetivo geral do grupo era “facilitar o acesso rápido e descomplicado à informação
científica e cultural aos usuários da BCE, via página web, favorecendo a intercomunicação com os
diversos setores da biblioteca”, através de atividades que contemplavam a inclusão, retirada de
links e alterações nos conteúdos.
Durante o ano de 1999 e até o final de outubro de 2000, as atividades do grupo se
concentraram basicamente em revisar as páginas do website em vigor. Naquele período, foram
eliminados os excessos de informações dos textos e a concepção de um novo design começou a
ser vislumbrada.
Em 7 de novembro de 2000, a Comissão para a Revisão do Website da BCE foi
devidamente instituída, por meio da instrução BCE nº 02/2000, de 7 de novembro de 2000.
Coordenada pela funcionária Ana Cristina Luz, a Comissão integrava os seguintes servidores da
Biblioteca Central: Maria Josefa Marins Gradin, Clarimar Almeida Valle, Diemes Batista da Silva e
Ricardo Tavares de Souza. O objetivo à época, era comparar o website da BCE a diversos outros
websites de bibliotecas, de forma a identificar possíveis erros de design e verificar o que de mais
novo, em termos de páginas de bibliotecas, estava sendo concebido.
75
Segundo o documento interno “Site da Biblioteca Central da Unb: planejamento para a sua
revisão”, de 1º de novembro de 2000, verificou-se que a previsão para a realização do trabalho da
Comissão seria de 4 meses e abrangeria:
• o exame da então página inicial, verificando seus pontos críticos;
• a seleção das alterações desejadas;
• a interação com o setor de informática para dinamizar as alterações;
• a definição do design adequado às necessidades do público-alvo;
• a apresentação do protótipo de um novo website para a direção da biblioteca.
No ano 2000, começou a crescer o interesse na comunidade científica em torno dos
fenômenos gerados pela Internet e no Departamento de Ciência da Informação e Documentação
da Universidade de Brasília começaram a ser desenvolvidos projetos, em especial os orientados
pela Professora Doutora Sueli Angélica do Amaral, que verificavam questões relativas a produtos,
serviços e usuários, tendo como foco o website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
Em dezembro de 2000, Tatiara Paranhos Guimarães defendeu a monografia “O site da
Biblioteca Central da UnB: análise do uso e seu papel promocional sob o ponto de vista dos
docentes e discentes do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação”, que apresentou
dados relativos à freqüência de utilização do website, o grau de facilidade na sua utilização e
informações sobre os serviços e produtos disponibilizados. Guimarães (2000, p. 29), entre outras
conclusões, verificou que alguns não utilizavam o website “por falta de conhecimento de sua
existência, por falta de tempo e outros por não terem conseguido satisfazer suas necessidades por
meio do mesmo”.
Os resultados desta monografia foram de extrema valia para a Comissão, que à época
disponibilizou um questionário para apresentar sugestões, que ficou disponível no website e na
entrada da biblioteca, no período de 16/11/2000 à 05/12/2000, conforme informações verificadas
na circular nº13/BCE, de 16 de novembro de 2000 e a circular nº14/BCE, de 28 de novembro de
2000. O intuito desse questionário era acatar sugestões dos usuários, assim como dos servidores
sobre o website.
Ao final do ano 2000, as propostas para revisão do website da Biblioteca Central da UnB
se encontravam avançadas e conforme o relatório de atividades do grupo, relativo aos meses de
novembro e dezembro de 2000, foram realizadas as seguintes ações, além das já mencionadas:
• proposta de organograma para o desenvolvimento de atividades ao longo do ano
2001;
• análise de novos textos a serem incluídos;
• análise da sugestão do mapa do site;
76
• análise das sugestões apresentadas pela comunidade de usuários através de
questionários.
Em janeiro de 2001, a Comissão, dando prosseguimento ao seu trabalho de revisão,
continuou a objetivar a interação entre usuários e diversos setores da biblioteca e, novas páginas,
como a Galeria dos Diretores passaram a ser disponibilizadas, conforme descreve as cartas nº
006/BCE, nº 007/BCE e nº 008/BCE, de 12 de janeiro de 2001.
Apesar das mudanças sugeridas pela Comissão resultarem na reestruturação do website,
muitas decisões não foram aceitas, uma vez que os resultados do questionário, geraram
mudanças apenas relativas ao leiaute, não contemplando conteúdos e estruturas de navegação,
conforme demonstra a figura 13.
Figura 13 - Página principal do website da BCE – 2001
Em 02 de março de 2001, as sugestões apresentadas pelos usuários nos questionários
respondidos em novembro/dezembro de 2000 foram as seguintes:
• o website deveria informar aos usuários sobre as novas aquisições da BCE;
• o website deveria possibilitar aos alunos sugerir títulos de livros para aquisição;
• o website deveria disponibilizar os periódicos encontrados em outras bibliotecas;
• dar exemplo nas entradas dos campos de busca, informando que não deveriam
ser considerados os artigos o, a, um,uma;
77
• criar um logotipo por concurso para ser símbolo da Biblioteca Central;
• criar o item acervo na página inicial, separado do link histórico;
• atualizar constantemente as informações do item acervo;
• incluir na página edifício, desenhos e plantas simplificadas do prédio da BCE;
• incluir nas páginas setores e mapa do site as áreas da estrutura informal da BCE,
inclusive com organograma;
• deixar o website aberto sempre para sugestões;
• refazer a página eventos, trocando-a para programação cultural;
• disponibilizar consulta on-line aos multimeios;
• disponibilizar informações de proibições do tipo fumar, usar celular, conversar,
comer, abrir sacolas e objetos pessoais para verificação;
• colocar links para outras bibliotecas de Brasília;
• acilitar a reserva de salas/vídeos/som/auditório;
• tornar o acesso às páginas mais rápido;
• disponibilizar informações sobre estatísticas;
• informar como se requisita o serviço de fotocópia ou microfilmagem, especialmente
para os usuários externos;
• na pesquisa aos periódicos deixar claro onde o usuário deve ir para acessar o local
da pesquisa.
Também no mês de março de 2001, a Comissão passou a contar com os resultados do
projeto PIBIC/CNPq, de Massayuki Franco Okamochi “O site da Biblioteca Central da
Universidade de Brasília: criação e uso”, relativo ao ano 2000, que apresentou dados a respeito
da utilização do website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília por professores e
estudantes do curso de pós-graduação da referida universidade e a opinião dos mesmos a respeito
do website como instrumento de promoção.
A partir de 5 de julho de 2001, com a defesa da monografia de Maíra Murrieta Costa “O
site da Biblioteca Central da Universidade de Brasília como instrumento promocional: sua
concepção, planejamento e atualização”, a Comissão teve acesso aos resultados do
monitoramento do website (quadro 11) realizado no período de julho de 2000 a junho de 2001, que
permitiram concentrar os esforços da biblioteca em modificações ainda não realizadas.
78
Quadro 8 – Modificações observadas no website da BCE – julho de 2000 a junho de
2001
Data
Modificação
05/08/2000
Avisos Importantes – Horário de Funcionamento
08/09/2000
Avisos Importantes – Novos Serviços
13/10/2000
Nenhuma alteração
18/11/2000
Avisos Importantes - Exposições Novo software de gerenciamento da biblioteca
20/12/2001
Avisos Importantes – Horário de Funcionamento no Feriado de Natal e Ano Novo – Questionário de Sugestões para o Novo Site – Acervo on-line disponível – Porta da UnB concorrendo ao iBest
19/01/2001
Avisos Importantes
05/02/2001
Avisos Importantes – Horário de Funcionamento
19/03/2001
Avisos Importantes – Acervo on-line disponível – Novos Serviços da BCE
16/04/2001
Nenhuma alteração na home-page
29/05/2001
Avisos Importantes – Dê sugestões para aquisição de obras Foto aérea da biblioteca
Sem data
Avisos importantes – Horário de funcionamento Foto interna da biblioteca
Fonte: Costa (2001, p. 46)
Ainda em julho de 2001, enquanto a Comissão definiu os tópicos que seriam abordados no
novo website da BCE, o Departamento de Artes Visuais, do Instituto de Artes (IDA), da
Universidade de Brasília demonstrou interesse em participar do projeto, através do ofício externo
008/2001 – VIS, de 31 de julho de 2001, que continha a proposta da professora Virgínia
Tiradentes, também do IDA, para a reestruturação do website. O projeto de Virgínia Tiradentes,
que continha um cronograma de dois meses para a realização das tarefas, previa a criação de
novas interfaces gráficas para o website da BCE em três fases:
(1) – Identificação das metas e definição da estrutura de navegação e informação;
(2) – Criação do projeto das interfaces gráficas;
79
(3) – Desenvolvimento do manual de normas e edição gráfica do site e criação de
templates (modelos).
A partir do dia 17 de agosto de 2001, começaram efetivamente os trabalhos para o
desenvolvimento do website, sendo a estrutura de informação definida da seguinte forma:
Quadro 9 – Arquitetura do website da BCE proposta pela Profª Virgínia Tiradentes em
31/07/2001
ESTRUTURA DA PÁGINA INICIAL
Tópicos principais Sobre a BCE Acervo Serviços Biblioteca Virtual
Apresentação Classificação Empréstimo Catálogo BCE on-line
Histórico Acervo Geral Consulta Bases de dados –
pública
Horário de
Funcionamento
Periódicos COMUT* Bases de dados –
restrita
Endereço e telefones Referência Atendimento ao
usuário
Organização HUB* Sala de pesquisa
Quem é Quem CEDIART* Visita orientada
Normas Gerais OAE* Novas aquisições
Estatísticas Multimeios Programação cultural
Tour pela BCE Obras Raras Reserva de Espaços
Bibliografia sobre a
BCE
Reserva Achados e perdidos
Projetos Carlos Lacerda Normas técnicas
Outros
Outros tópicos Missão Bce - endereço
Notícias BCE - contato
Links Copyright
Busca (direta em todas as páginas) Data de atualização
Mapa do site
Estrutura das páginas secundárias
Sobre a BCE
Subtópicos Conteúdo Nº de páginas
Apresentação Apresentação 1
Histórico Inauguração; projeto arquitetônico; formação do acervo; sistemas
operacionais; galeria dos diretores
1
Continua...
80
Continuação
Horário de
funcionamento
Horário de abertura destacado; tabela de horários 1
Endereços e
telefones
Figura do mapa da BCE na UnB; endereço completo; lista de telefones; e-
mails importantes (expediente)
1
Organização Apresentação; Organograma com links para as divisões; divisões com links
para áreas específicas
1
Quem é quem Lista do pessoal com e-mail e telefones 1
Normas gerais Princípios éticos do uso da BCE; tabela geral de taxas, multas e atrasos 1
Estatísticas Por ano e décadas 1
Tour pela BCE Imagens mostrando setores da BCE em Flash 1
Bibliografia sobre a
BCE
Lista com bibliografias sobre a BCE 1
Projetos Projetos desenvolvidos 1
Acervo
Subtópicos Conteúdo Nº de páginas
Classificação Apresentação 1
Acervo geral Acervo geral e contato 1
Periódicos Nacionais e internacionais; link para o COMUT 1
Referência Novas aquisições; solicitação de pesquisa; contato 1
Multmeios Mapoteca;partituras, catálogos de fita de vídeo cassete; contato 1
Obras raras Livros; periódicos 1
Reserva Contato 1
Carlos Lacerda Apresentação; classificação; fundo; autoridade; cronologia; genealogia;
bibliografia
1
Serviços
Subtópicos Conteúdo Nº de páginas
Empréstimos Normas; contato 1
Consulta Tipos de consulta;contato 1
COMUT Link para o Comut 1
Atendimento ao
usuário
Informações; contato 1
Sala de pesquisa Bases de dados; contato 1
Visita orientada Normas; contato 1
Novas aquisições Boletins de novas aquisições 1
Programação cultural Programação mensal; contato 1
Reserva de espaços Auditório; exposições 1
Achados e perdidos Lista de achados; contato 1
Normas técnicas Normas para trabalhos científicos 1
Balcão de
informações
Serviços prestados; horário de funcionamento 1
Continua...
81
Continuação
Fotocópias Copiadoras; taxas; contato 1
Lanchonete Apresentação; contato 1
Biblioteca Virtual
Subtópicos Conteúdo Nº de páginas
Catálogo BCE on-line Apresentação; como pesquisar; pesquisa fácil; pesquisa estruturada;
pesquisa livre; operadores booleanos mais utilizados; truncamento; campos
mais utilizados; verificar disponibilidade do material; reserva do material;
situação do usuário; link para a versão em inglês, contato catálogo BCE on-
line
1
Bases de dados –
pública
Apresentação; bases referenciais e temática por assunto e em ordem
alfabética; bases textuais – livros, dicionários, enciclopédias e textos on-line;
contato para bases de dados
1
Bases de dados –
restrita
Apresentação; lista das bases emordem alfabética; contato par bases de
dados
1
O projeto de Virgínia Tiradentes foi aceito por unanimidade e na íntegra pelos integrantes
da Comissão de Revisão do Website, em outubro de 2001, e na reunião de 06/12/2001, a
Comissão aprovou o seguinte cronograma para a finalização das atividades:
• 12/2001 a 01/2002 – Conclusão das informações no site e revisão final;
• 02/2002 – lançamento do website com os tópicos aprovados;
• 03/2002 – continuação do processo de atualização.
Em vista das possibilidades de novas alterações, surgimento de novas idéias e problemas
relativos ao tempo estabelecido no cronograma, a revisão final do projeto só foi realizada na
reunião de 22/02/2002. Entre outras questões, foram contempladas a revisão gramatical dos textos
do website e a definição de nova data de lançamento – 12 de março de 2002, dia do bibliotecário.
Na reunião do dia 29/02/2002, foi sugerida a colocação do website no ar apenas para os
servidores da biblioteca e a atualização de um formulário de sugestões para que os mesmos
fizessem suas considerações.
No dia 06/03/2002, Virgínia Tiradentes, em e-mail a Coordenadora da Comissão Ana
Cristina Luz, salientou que o protótipo do website ainda apresentava inúmeros problemas como
tamanhos das fotos e nomenclatura das páginas, o que não foi corrigido em tempo da data
prevista, levando a comissão a adiar o lançamento do site.
Em abril de 2002, continuaram os trabalhos de revisão do website e a data 26 de abril foi
definida para o seu lançamento. Como os problemas identificados ainda não haviam sido
resolvidos, a Comissão, em reunião no dia 23 de abril de 2002, divulgou nova data para o
lançamento: 27 de abril de 2002.
82
Novamente, problemas de ordem técnica adiaram o seu lançamento e a Comissão
começou a trabalhar em prol da conquista de novos parceiros para o website. No mês de junho de
2002, por meio de e-mails, foram feitos contatos com a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES).
Solucionados os problemas, a Comissão de Revisão, em reunião no dia 3 de julho de
2002, passou a discutir as questões de lançamento do website. Nesta mesma data, o Gabinete do
Reitor divulgou as estatísticas do Portal da UnB referentes ao período de 2000 à 2002, conforme a
Circular GRE n.004/2002, o que levou a Coordenadora da Comissão a definir a data de
lançamento do website para o dia 26 de agosto de 2002.
A campanha de lançamento foi precedida de divulgações nos principais veículos de
informação da Universidade de Brasília, em especial o jornal eletrônico CAMPUS on-line, que, em
29 de julho de 2002, publicou matéria da jornalista e webdesigner Maíra Carvalho, que avaliou os
atributos das novas páginas. Mesmo sem mencionar em nenhum momento do artigo a palavra
usabilidade, a autora concluiu que as novas páginas “imitam a estrutura do portal da UnB, que é
bastante útil e prática, mas não fica agradável visualmente”, identificou que a “combinação de
cores chega a ser incômoda” e o logotipo da Biblioteca é “difícil de entender”. No entanto,
destacou que “a hierarquização das informações é bastante clara” e que os mecanismos de busca
passaram a contar com a busca no website. “Bonitinho e felizmente não ordinário”, nas palavras da
jornalista.
De 1º de agosto de 2002 a 23 de agosto de 2002, foram realizados os últimos ajustes e no
dia 24 de agosto foi definido que a festa de lançamento, a ser realizada na Biblioteca Central,
contaria com as participações da cantora Juliana de Aquino e a pianista Vânia Marise, que
apresentariam um momento musical composto de canções dos filmes da Disney “Mulan”, “O
Corcunda de Notre Dame “ e a “Bela e a Fera”.
Mas, no dia 25 de agosto de 2002, a Bibliotecária de Referência Janne Cury Nasser,
através de e-mail à então Diretora da Biblioteca Central da Unb Clarimar Valle, verificou que ao
entrar em websites de bibliotecas que disponibilizavam links para bibliotecas universitárias, o
website da UnB não aparecia, o que a levou a indagar à diretora o que a equipe de informática
poderia fazer para divulgar o website para todos os provedores nacionais . A sugestão foi acatada
e no dia do lançamento, o website já podia ser encontrado nos principais mecanismos de busca
nacionais e internacionais.
O lançamento do website contou com a participação de ex-diretores da Biblioteca Central:
Odilon Pereira, Eurídice Sardinha Ferro e Moema Pontes e em entrevista à UnB Agência no dia da
solenidade, o então vice-reitor da Universidade de Brasília Thimothy Mulholland declarou que “uma
universidade é tão boa quanto for sua biblioteca. Dessa forma, se o site vai tornar mais visível e
83
acessível este órgão, devemos todos celebrar”. Durante a cerimônia de lançamento, também em
entrevista à UnB Agencia, a ex-diretora da Bce Clarimar Almeida Valle agradeceu “as críticas e
sugestões recebidas ao longo do trabalho”. “O que nos faz ir para frente são os desafios. Agora
nosso trabalho concretizou-se”, afirmou.
Após o lançamento, o website foi alvo de inúmeros elogios. Em e-mail do dia 30 de agosto
de 2002, enviado à Direção da Biblioteca, a diretora da Biblioteca da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Cláudia de Oliveira de Moura Bueno, teceu o seguinte comentário:
“Parabéns pela nova página. Ficou com design suave. As informações bem
diretas, os textos enxutos. Apresentação dos resultados das pesquisas com todas
as informações pertinentes. Gostei muito da colocação das normas, ficou super
legal, pode-se até usar em sala de aula”.
A partir de setembro de 2002, a Comissão de Revisão do Site da UnB continuou os seus
trabalhos com o intuito de responder à crescente demanda de informações e sugestões recebidas
pelo website. Entre outras propostas, a Comissão começou a viabilizar a oferta do site em outros
idiomas e a atualização do conteúdo e estruturas de navegação. Neste período, destaca-se o
empenho da comissão em disponibilizar uma pesquisa que oferecesse dados sobre o grau de
satisfação dos usuários em relação ao website da BCE. O questionário foi colocado na página da
BCE e distribuída cópia em papel do mesmo na entrada da biblioteca a partir do dia 5 de janeiro de
2003. A Comissão decidiu que este que este questionário permaneceria ativo no website pelo
período de ano.
Enquanto os dados do questionário estavam sendo coletados, a Comissão passou por um
período de inatividade, até começar a se reunir novamente a partir do dia 4 de abril de 2003. Desta
vez, com o intuito de:
• Formular um planejamento para o website da BCE: ações a pequeno, médio e
longo prazo para ser desenvolvido pela equipe;
• Formular um relatório dos resultados da pesquisa sobre o grau de satisfação do
usuário em relação ao sítio da BCE.
Após essa reunião, a Comissão concentrou-se na análise dos resultados que estavam
sendo obtidos com o questionário, trabalho que consumiu todo o resto do ano de 2003. No dia 5 de
janeiro de 2004, a Comissão divulgou os resultados das respostas de 1576 questionários, sendo
927 pelo website e 649 na Biblioteca e que 78% dos usuários estavam satisfeitos com o website.
Analisando os resultados da pesquisa mais atentamente, percebeu-se algumas
considerações de extremo valor para a Comissão. No quadro abaixo, são apresentadas algumas
sugestões e críticas da pesquisa. Ressalta-se que as sugestões dos usuários apresentadas no
quadro 13 foram transcritas exatamente como nos resultados da pesquisa, em relação ás
sugestões recebidas no ano de 2004.
84
Quadro 10 - Sugestões dos usuários do website da BCE – janeiro de 2004
Data
Descrição – usuário
Resultado
Sugestão
05/01/2004
Aluno
Insatisfeito
Mais rapidez e melhorar as buscas no site.
05/01/2004
Aluno
Instisfeito
Melhorar a qualidade das informações! Dar orientações com maior precisão.
05/01/2004
Aluno
Insatisfeito
O site é muito confuso. A forma como estão dispostas as informações não facilita a busca do que se precisa.
07/01/2004
Aluno
Insatisfeito
Disponibilidade de teses eletrônicas da UnB.
10/01/2004
Aluno
Satisfeito
Poderia haver a possibilidade de fazer reserva pela Internet.
Após a análise dos resultados da pesquisa, a Comissão verificou a possibilidade de
alteração de alguns itens do website. A partir de fevereiro de 2004, a Comissão não se reuniu
mais, mas os frutos do seu trabalho puderam ser verificados através dos novos serviços
disponibilizados como renovação, reserva de materiais on-line e biblioteca digital de teses e
dissertações.
6.1.3 O reconhecimento das especificações do atual website da BCE (2006)
O reconhecimento das especificações do website da BCE foi realizado no mês de março
de 2006, através de fichas de observação e informações complementares coletadas via e-mail com
funcionários da biblioteca.
O website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília está sob a responsabilidade do
Núcleo de Informática, que atua independentemente da Universidade de Brasília, no que diz
respeito a diretrizes de desenvolvimento e atualização. Atende a 20.608 alunos de graduação,
4757 alunos de pós-graduação, 1302 professores e 76 professores pesquisadores. Foi
desenvolvido em PHP e HTML e em relação a tecnologias para armazenar informações
confidenciais e estratégias de segurança faz uso apenas de políticas de senha para reserva e
renovação de materiais on-line.
Durante o reconhecimento do website, navegou-se em suas páginas para verificar a
estrutura de navegação e a organização da informação. Constatou-se que as informações são
85
organizadas em quatro grupos prioritários - SOBRE A BCE, ACERVO, SERVIÇOS e BIBLIOTECA
VIRTUAL, sendo alguns conteúdos se encontram dispostos através de links independentes, que
se encontram fora do menu principal como busca rápida no catálogo, busca rápida no sítio e
busca – periódicos.
A estrutura do website não identifica em qual grupo prioritário o usuário se encontra, mas
disponibiliza conteúdos que são apresentados por títulos. A homogeneidade do website só é
quebrada quando acionada a página Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, que apresenta um
leiaute diferenciado.
As notícias e artigos possuem um estilo jornalístico, sendo atualizadas constantemente
com foco prioritário em assuntos relativos a BCE e à UnB.
O website não disponibiliza um mapa de navegação e em algumas páginas é possível
utilizar recursos multimídia. O contato com o usuário é realizado através de formulários disponíveis
em todas as páginas, que são abertos a partir de janelas pop-ups.
Devido ao caráter de constante atualização das bases de dados que permitem a busca no
acervo da biblioteca, não foi possível identificar o número exato das páginas que compõem o
website, mas observou-se a inserção de produtos e serviços exclusivos, como a Biblioteca Digital
de Teses e Dissertações – BDTD.
Planejada a partir do projeto piloto desenvolvido conjuntamente pelo Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e a UnB , o desenvolvimento da BDTD passou por
inúmeras dificuldades. Em virtude de greves e problemas técnicos só foi lançada oficialmente pelo
Reitor Lauro Morhy em março de 2005.
Fazendo parte da Biblioteca Virtual da BCE, a BDTD contou inicialmente com um grupo de
implantação composto de bibliotecários, professores e técnicos de informática e atualmente a
manutenção é realizada por dois técnicos em informática e um bibliotecário. Apesar de ter contato
com apoio de professores, não foi verificada a participação efetiva do Decanato de Pós-Graduação
no projeto nem de outras instituições. Portanto, para o projeto BDTD, a BCE conta apenas com o
apoio do IBICT.
O acesso dos usuários ao website em ambiente tradicional é realizado no Laboratório de
Acesso Digital (LAD), que foi inaugurado em janeiro de 2005 com 45 equipamentos configurados
em plataforma LINUX, com CPU Pentium IV 2,8 Mhz, HD 40 gb, 256 mb de memória RAM, cd-rom,
drive 3 ½ e monitor 17 polegadas LG Flatron T710, tela plana. A plataforma utilizada é a UBUTU
que proporcionou estabilidades de acesso aos usuários.
Dos 45, apenas 39 estão disponíveis para os usuários, posto que seis microcomputadores
completos foram retirados para atendimento emergencial a alguns setores da Biblioteca, que
segundo informações do chefe do setor “serão restituídos à origem tão logo a BCE receba mais
equipamentos”.
86
O LAD funciona de segunda à sábado, no horário normal de funcionamento da Biblioteca,
não sendo aberto aos domingos e feriados. Está sob a responsabilidade do Núcleo de Informática,
que possui um funcionário encarregado de coordenar as atividades e realizar os levantamentos
estatísticos do movimento diário.
Como não existe nenhum programa de controle de acesso e monitoramento, essas
funções são realizadas, manualmente, por 12 estagiários, alunos da Universidade de Brasília de
diversos cursos como Artes Plásticas e Educação Física, que estão sob a responsabilidade do
Setor de Serviço de Atendimento ao Usuário. Segundo o funcionário do setor “esta questão foi
amplamente discutida e cobrada da Reitoria, que responsabilizou o Centro de Processamento de
Dados (CPD)”. Segundo o funcionário responsável pelo setor “foi contratado um programador para
a tarefa, mas o mesmo não cumpriu... foi dispensado e até o momento aguardamos o CPD tomar
providências ou nos libere para comprar no mercado um software que controle o acesso”.
Cadastrado em todos os mecanismos de busca, o website da BCE foi desenvolvido para
ser melhor visualizado em resolução 800x600 pixels e pode ser acessado por qualquer browser
como Firefox, Netscape/Mozilla, Internet Explorer, Lynx, Opera, WebTV, Konqueror entre outros.
O website também possui alguns conteúdos similares disponíveis tanto na Internet quanto
na Intranet, como mecanismos de busca no acervo e agenda de notícias e o acesso ao portal da
Unb se dá através do logotipo da instituição, localizado no canto superior esquerdo da página.
As estatísticas de utilização relativas ao mês de abril de 2006 demonstram que o website
possui uma média de 59.064 acessos, sendo estes em sua maioria realizados por sistema
operacional Windows XP ( 77,85%). O maior número de acessos ocorre na segunda-feira (21,83%
do total dos acessos), no horário de 10 às 11 horas ( 8,14% dos acessos). Verificou-se também
que o maior número de acessos ocorre no dia 17 ( 7,2%). Não foi possível verificar nos dados
estatísticos disponibilizados pelo Núcleo de Informática da BCE se a maioria dos acesso se dá
diretamente através do link www.bce.unb.br e quais são as páginas mais acessadas, medida que
viabilizaria um conhecimento antecipado das tarefas mais realizadas no website. Entretanto,
87,21% dos acessos são identificados na categoria “outros” e apenas 7,6% dos acessos ocorrem
através do portal da UnB. No anexo 12, estão disponíveis as estatísticas completas do website da
BCE como forma de propiciar um maior conhecimento do seu contexto de atuação.
87
6.1.4 Concepção, desenvolvimento e atualização do website da BCE, sob a perspectiva dos
seus gestores e desenvolvedores
As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas nos dias 7 e 8 de abril de 2006, com
gestores e desenvolvedores do website da BCE. Segundo Triviños (1990, p. 146), “parte de certos
questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que interessam a pesquisa, e que, em
seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à
medida que se revelem as respostas dos informantes “.
O roteiro da entrevista foi concebido com base no referencial teórico. Durante a preparação
do roteiro, as perguntas foram agrupadas em eixos temáticos, para evitar que determinados
questionamentos importantes não fossem abordados. Além disso, garantiu que em todas as
entrevistas nenhuma pergunta ficasse sem resposta. Segundo Duarte (2005, p. 67), “uma
vantagem desse modelo é permitir criar uma estrutura para comparação de respostas, auxiliando
na sistematização das informações fornecidas por diferentes informantes”. Também foram tomadas
precauções para não incluir perguntas que induzissem respostas simplificadas.
Para validá-lo, gestores e desenvolvedores de outras bibliotecas foram ouvidos e suas
opiniões revelaram que havia necessidade de incluir uma pergunta relativa ao processo de
concepção do website, que por sua vez garantiria uma análise diferenciada desse processo, já
conferido através dos documentos pesquisados na análise documental.
Os gestores e desenvolvedores selecionados para as entrevistas deveriam ter participado
efetivamente do processo de concepção e atualização do website, além de exercerem funções de
direção e assessoramento na Biblioteca. Portanto, classificados como informantes-chave: “fontes
de informação consideradas fundamentais por estarem profunda e diretamente envolvidas com os
aspectos centrais da questão, o que faz com que não serem entrevistadas possam significar
grande perda” (DUARTE, 2005, p. 70 apud QUIVY & CAMPENHOUDT, 1992, p. 69).
Embora na BCE, existissem 5 gestores e 5 desenvolvedores habilitados para a pesquisa,
foram entrevistados 3 gestores e 1 desenvolvedor, que estavam exercendo suas funções
diretamente em relação ao website da BCE. Dados sobre a função desempenhada e a descrição
das atividades que realizam, assim como tempo de experiência e formação profissional foram
levantados para contextualizá-los com os objetivos propostos.
O perfil dos entrevistados mostrou que dois gestores possuem mais de vinte cinco anos de
experiência em administração de bibliotecas e são graduados em Biblioteconomia, sendo que um é
mestre em Ciência da Informação e ambos estão cursando especialização em Gestão do
Desenvolvimento Gerencial. Um gestor é formado em Biblioteconomia com experiência de dois
anos na Biblioteca e o desenvolvedor é graduado em Ciência da Computação, com mais de cinco
anos de atuação no Núcleo de Informática da Biblioteca.
88
Todos foram contatados pessoalmente, com certa antecedência, e indagados sobre a
possibilidade da entrevista. Durante este contato, dúvidas a respeito do projeto foram sanadas e os
possíveis participantes estimulados a escolher o local e a data de realização.
Sem exceção, todos concordaram em participar, cabendo ressaltar que um dos gestores,
durante este contato inicial “afirmou que entrevistas de trabalhos acadêmicos são sempre bem-
vindas, por possibilitar subsídios para melhorar a Biblioteca”.
Todas as entrevistas foram realizadas no ambiente de trabalho dos gestores e
desenvolvedores e os relatos registrados por meio do gravador digital Power Pack – DVR 1700,
que foi essencial para a eficácia da metodologia, pois entre as suas inúmeras funcionalidades,
permite a gravação de aproximadamente 914 minutos, além de parar automaticamente quando
não há som.
Seguindo as recomendações de Poland (1995), foram verificados se os locais onde as
entrevistas seriam realizadas eram propícios e se o gravador possuía memória suficiente para o
registro das informações. Antes do início, o pesquisador realizou testes de voz e ao fim, foram
checadas se as entrevistas estavam gravadas. Não houve necessidade de formatar o gravador
digital para novas entrevistas, pois como possui uma memória extensa, o volume de informações
produzidos pôde ser armazenado em sua completude.
As entrevistas ocorreram de modo informal e duraram em média vinte e sete minutos. Os
entrevistados, através da verbalização estimulada, foram instigados a apresentar visões distintas
dos questionamentos efetuados. A verbalização estimulada permitiu ao pesquisador obter
informações de assuntos correlacionados que não foram contempladas no roteiro da entrevista.
Para a análise dos dados obtidos foi utilizada a técnica de condensação, que segundo
Kvale (1996, p. 192) permite resumir as informações obtidas, garantindo que o cerne das respostas
sejam verificados mais atentamente.
As entrevistas foram transcritas em sua forma literal e logo após, editadas, para a
eliminação de respostas sem relevância para o contexto da pesquisa. Dessa forma, garantiu-se
que o corpus das opiniões fossem resguardados.
Os resultados obtidos são apresentados a seguir, de acordo com o eixo temático
estabelecido no roteiro das entrevistas.
6.1.4.1 Eixo temático 1: desenvolvimento do website da BCE
Versou sobre o desenvolvimento do website e suas relações com o Portal da Universidade de
Brasília.
89
Observou-se que “o processo de desenvolvimento não contou com o apoio da equipe
responsável pelo portal da UnB” (entrevistado A) e “a iniciativa partiu da própria direção da
Biblioteca, que estava preocupada com a sua visibilidade” (entrevistado B). O entrevistado C
revelou que “durante o processo de desenvolvimento e atualização do website, havia o
entendimento na Biblioteca que a Internet seria uma parceira da biblioteca [...] consenso que não
existia para a direção geral da Universidade”. Já o entrevistado D afirmou que ”se hoje a biblioteca
possui um site, isso se deve exclusivamente ao empenho do núcleo de informática da BCE e do
empenho dos gestores em colocar a BCE à frente do seu tempo”.
6.1.4.2 Eixo temático 2: usuários, produtos e serviços
Versou sobre a percepção dos gestores e desenvolvedores sobre os usuários do website,
seu perfil, suas motivações de uso, interações com o website e os seus produtos e serviços.
O usuários é a preocupação básica da equipe da biblioteca e o foco “continuará sendo a
oferta de serviços para ele” (entrevistado B). “Sempre tivemos muito cuidado com eles, pois a BCE
sempre foi alvo de muitas críticas sobre os serviços prestados em ambiente tradicional e
queríamos que eles pudessem contar com o website para a realização de suas atividades fora da
Biblioteca” (entrevistado A).
Apesar de não participarem ativamente no desenvolvimento de novos conteúdos “tudo foi
planejado para que eles tirassem o máximo de proveito” (entrevistado C), ainda que pesem
dificuldades. “O trabalho foi árduo [...] muitos problemas foram esquecidos para que aos poucos
chegássemos ao que temos agora na Internet”.
Ao serem indagados sobre os serviços e produtos mais utilizados no website, todos os
entrevistados responderam que a busca, reserva e renovação de materiais on-line eram os mais
utilizados.
“Hoje a biblioteca não enfrenta mais problemas para a renovação de livros”
(entrevistado A).
“Com os serviços on-line podemos trabalhar na reforma estrutural da biblioteca
para atender melhor a nossa demanda” (entrevistado B).
A questão relativa à quantidade de usuários com alguma deficiência serem atendidos pelo
website apresentam controvérsias. Para o entrevistado A, “a biblioteca já está providenciando
terminais para consulta em braile”. Segundo o entrevistado B “leiautes alternativos já estão nos
planos da Biblioteca para atender a essa demanda”. Essas opiniões divergem da apresentada pelo
entrevistado D, que afirmou não existir no núcleo de informática da biblioteca pessoas que
90
conheçam atributos de acessibilidade: “Estamos começando agora a trabalhar na possibilidade de
colocar a página da BCE acessível”.
6.1.4.3 Eixo temático 3:dificuldades gerenciais
Versou sobre as dificuldades gerenciais que os desenvolvedores enfrentaram durante o
desenvolvimento do website e enfrentam para a sua manutenção: recursos humanos, tecnológicos,
financeiros e institucionais foram tratados neste contexto.
Nos relatos, verificou-se que as principais dificuldades estão na captação de recursos
humanos, nas relações institucionais e na comunicação entre gestores bibliotecários e equipe de
informática.
Todos os entrevistados afirmaram que as principais dificuldades estão em conseguir
profissionais qualificados que tenham vínculo com a Universidade de Brasília, conforme
demonstrado a seguir:
“Não temos na Biblioteca, quadro suficiente de pessoal com vínculo empregatício,
aprovados em concurso, para darmos continuidade ao desenvolvimento e
manutenção do website. Tudo que conseguimos aqui foi com muita dificuldade e
empenho de uma equipe pequena, mas que dá o melhor de si! Para
desenvolvermos a nossa biblioteca virtual contamos com o apoio do IBICT, caso
contrário não teríamos condições de efetuar este trabalho, já que a nossa equipe
tem que dar contar do processamento de informações da biblioteca” (entrevistado
A).
“Trabalhamos essencialmente com bolsistas que não encaram os projetos com a
seriedade que deveriam. Devido a salários baixos, eles recebem tarefas complexas
para serem realizadas e quando conseguem algum emprego ou estágio melhor
abandonam a universidade! Não podemos reclamar disso, pois esta é a dinâmica
do mercado! Já tivemos excelentes profissionais aqui e como não temos condições
de oferecer melhores salários os projetos ficam parados, até que se consiga novos
bolsistas para darmos continuidade!” (entrevistado B).
“O desenvolvimento do website foi extremamente prejudicado pelo fato de bolsistas
e estagiários estarem à frente deste trabalho! Não na Comissão, mas no
desenvolvimento da arquitetura do site. Este problema é tão grave, que só para
citarmos um exemplo perdemos boa parte de leiautes quando um bolsista saiu da
biblioteca e levou todo o trabalho com ele [...] quando fomos atrás o mesmo disse
já não ter mais as páginas” (entrevistado C).
91
“A conscientização deve partir da própria reitoria da universidade, que deve dar
valor aos trabalhos desenvolvidos na Biblioteca. Não temos como não repassar
atividades aos bolsistas. Eles atuam em áreas que seriam de responsabilidade de
funcionários concursados. Este é um problema para a gerência de recursos
humanos da universidade resolver! Não é um problema só da UnB. Outras
instituições que desenvolvem serviços para comunidades acadêmicas sofrem do
mesmo mal. Não devemos nem mesmo criticar a atitude deles em conseguir
empregos ou estágios melhores!” (entrevistado D).
Em relação aos problemas institucionais, dois entrevistados notificaram o desinteresse da
Universidade de Brasília em disponibilizar as teses e dissertações defendidas.
”Um dos maiores desapontamentos para a biblioteca foi o descaso do Decanato de
Pós-Graduação em relação à Biblioteca Digital de Teses e Dissertações! Fizemos
a campanha em todos os departamentos, tentando sensibilizar a comunidade da
importância deste projeto! Ouvimos inclusive de um coordenador de departamento
que as questões relativas ao direito autoral não poderiam ser respeitadas, já que
os direitos dos trabalhos pertencem exclusivamente aos professores orientadores!
Isso é um absurdo! Os alunos trabalham arduamente em uma tese ou dissertação
e não podem ter o seu trabalho na Internet porque os direitos pertencem aos
professores? Agora como a Capes e o MEC instituíram esta regra, se fala da
importância da Biblioteca Digital para a disseminação do conhecimento científico!
Quando fomos atrás, bem antes da definição desta regra, não contamos com o
apoio de ninguém!” (entrevistado A).
“O mais interessante dessa história toda que envolveu a Biblioteca de Teses e
Dissertações é que o que é dito não se confirma na prática. Todo mundo sabe da
importância da BDTD para a comunidade científica, mas isso implica em trabalho
para os departamentos. Os alunos de pós-graduação tem mais interesse em
disponibilizar os seus trabalhos que os próprios professores. Na UnB tem que
haver uma mudança de paradigma! “ (entrevistado B).
Com esta questão, surgiu a necessidade de perguntar aos entrevistados como é a relação
dos professores da UnB com a Biblioteca. Relação esta que se mostrou confusa.
92
“Críticas positivas são sempre bem-vindas, mas na Unb existe um grupo de
professores que só fala mal, sem sugerir nenhuma melhora! O que é pior! Não
conseguem enxergar as extremas dificuldades que passamos e repassam isso
para os alunos que acreditam que não fazemos nada para melhorar esta situação!
Em alguns departamentos, fica evidente o desprezo que o corpo docente tem pela
biblioteca!” (entrevistado B).
Outro ponto que gerou controvérsias durante as entrevistas diz respeito a comunicação
entre gestores bibliotecários e equipe de informática.
“O bibliotecário que atua na profissão de maneira tradicional tem muita dificuldade
em traduzir o que quer para a equipe de informática. Estamos pensando em
colocar um bibliotecário mais novo dentro do núcleo de informática para minimizar
essa dificuldade. Assim, o diálogo será facilitado e as dificuldades apaziguadas”
(entrevistado A).
“Isto é cultural, pois o bibliotecário do passado não recebeu aulas de tecnologia,
assim como os de hoje não recebem. Por isso, quando vamos lutar por projetos
tecnológicos esbarramos na barreira da comunicação. As vezes não sabemos
como nos dirigir, falar a respeito do que queremos. Assim, os desenvolvedores
fazem o que querem e quando entregam o trabalho pronto, ainda dizem que foi
assim que solicitamos!” (Entrevistado B).
No ponto de vista dos outros entrevistados, este inconformismo dos bibliotecários não é
colocado desta forma.
“Ruídos na comunicação ocorrem não só porque os bibliotecários não sabem lidar
com o jargão da informática. Isso ocorre com os tecnólogos também, que não
entendem as especificidades do trabalho deles! O que tem que haver é uma
consciência de ambas as partes, pois os trabalhos são distintos, mas a finalidade é
a mesma, ou seja, prover serviços para os usuários!” (entrevistado C).
“A dificuldade não é relativa ao relacionamento e sim as dificuldades que a
universidade passa. Se tivéssemos todas as tecnologias para fazer o que os
bibliotecários querem, com certeza isso não aconteceria” (entrevistado D).
93
6.1.4.4 Eixo temático 4: conteúdo
Versou sobre o desenvolvimento e gerenciamento dos conteúdos disponibilizados no
website da BCE.
As perguntas relativas a este eixo temático não foram respondidas pelos entrevistados A, B
e D que afirmaram não ter conhecimento de como este processo é realizado. O entrevistado C
relatou que o desenvolvimento e gerenciamento de conteúdo “ocorre através de um módulo
moderador, onde o responsável verifica a possibilidade de inserção de um conteúdo, como por
exemplo a atualização de notícias e os repassam para o responsável pelo módulo catálogo, que
armazena o conteúdo, que é então repassado para o administrador para verificar se o assunto é
pertinente ao que o website se propõe. Dessa maneira, se tornou muito mais fácil organizar e
atualizar o conteúdo do site, pois o sistema desenvolvido realiza as tarefas. Se não, precisaríamos
de mais funcionários para realizar este trabalho”.
“No website da BCE o conteúdo pode ser de autoria de um usuário ou de um
servidor. A implantação de um sistema de gerenciamento de conteúdo permitiu a
BCE estar atualizando sempre suas notícias. Se uma determinada informação é
repassada para o responsável pelo módulo de catalogação, a possibilidade que ele
venha a estar disponível no mesmo dia cresce consideravelmente” (entrevistado
C).
6.1.4.5 Eixo temático 5: usabilidade
Versou sobre a usabilidade no contexto do desenvolvimento e atualizações das páginas do
website da BCE: métodos e técnica utilizadas, questões relativas ao design, participação de
equipes multidisciplinares, viabilidade do sistema versus objetivos do usuário.
Quando os entrevistados foram perguntados se o website da BCE foi desenvolvido através
de algum estudo de usabilidade, todos foram unânimes em afirmar que não, mas nota-se no
conteúdo das respostas que atualmente a usabilidade é considerada importante.
“Durante o trabalho da Comissão de revisão do site objetivamos alcançar os
melhores resultados, mas não sabíamos que poderíamos conseguir através de
métodos de avaliação de usabilidade” (entrevistado A).
94
“Não sabia nem do que se tratava, só depois que esta área de estudo se tornou tão
importante para avaliar websites que a usabilidade se tornou conhecida para mim.
Com certeza, nas próximas atualizações já poderemos contar com estes métodos
para chegar ao que pretendemos” (entrevistado B).
“Hoje todo mundo discute as questões de usabilidade de páginas, mas na época
que começamos os trabalhos de revisão não havia ainda tanto conhecimento sobre
a usabilidade! O que queríamos mesmo era colocar no ar um site interessante!
Sabíamos que algumas regras existiam para o leiaute como regrar o uso de cores,
mas não posso afirmar que a usabilidade fez parte do cotidiano do trabalho”
(entrevistado C).
“Não [...] mesmo porque ninguém discutia essas questões no início do século [...]
Acho interessante esta pergunta, pois essa foi a primeira vez que fomos
procurados por um aluno de mestrado para discutir esta questão [...] Hoje tenho a
consciência que a usabilidade é muito importante, mas gostaria de observar que
ela só é válida quando acompanhada de críticas positivas e fundamentadas”
(entrevistado D).
Em relação à formação de equipes multidisciplinares, os entrevistados afirmaram que:
“Quando começamos os trabalhos da Comissão, sabíamos que ao reunir
funcionários de diversas áreas ganharíamos em termos de sugestões e proposta
de soluções” (entrevistado A).
“Tudo o que era desenhado, passava pela nossa avaliação para ver se estava de
acordo com o que queríamos” (entrevistado A).
“A formação da Comissão de Revisão do Site não levou em consideração a
reunião de profissionais de diversas áreas [...] Sabíamos que tínhamos que contar
com bibliotecários e analistas de sistema [...] Hoje olhando para o passado, vejo
que se não fosse o perfil diferenciado de cada um, não teríamos conseguido”
(entrevistado B).
“Tudo foi avaliado pela Comissão [...] até aprovarmos o leiaute da Virgínia
tentamos desenhar várias páginas até chegarmos ao que queríamos” (entrevistado
B).
Conforme demonstraram os resultados, a triangulação de técnicas preconizadas por Yin
(2005, p.125) se mostrou profícua, pois permitiu um entendimento claro e preciso das funções que
95
a Biblioteca Central da Universidade de Brasília desempenha, enquanto provedora de informações
para os seus usuários.
Embora considerada por alguns autores (DIAS, 2001;CYBIS, 2003) como apenas uma
etapa que precede a avaliação de usabilidade, a análise do contexto de uso em estudos de caso
revela especificidades que são úteis para a sua comparação e complementação com resultados
obtidos por outros métodos e técnicas de usabilidade. No entanto, confirmou-se que os resultados
da análise do contexto de uso não podem ser utilizados para avaliar outros websites de bibliotecas,
já que cada um possui suas peculiaridades, necessitando de acréscimos ou supressão de métodos
para chegar ao que se pretende, conforme observado por Dias (2001).
Nesta pesquisa, a análise do contexto de uso, com a triangulação de técnicas,
demonstrou-se eficaz. No caso da análise documental, foi possível realizar um levantamento
acurado, por que existem documentos sobre o website que exprimem tanto opiniões imparciais
quando opiniões pessoais. Isto leva a crer que situações em que a documentação se encontra
dispersa e desorganizada, os resultados jamais serão os mesmos.
A ficha de observação permitiu situar o pesquisador nas especificações técnicas do
website e os resultados obtidos foram confirmados com os depoimentos nas entrevistas, que por
sua vez não são imparciais como os resultados identificados na análise documental.
A contextualização verificou que a evolução do website da BCE se processou em três
fases distintas, nas quais os objetivos sempre foram disponibilizar melhores conteúdos e
informações para o usuário. Da evolução de um mero folder eletrônico para um website que atua
independentemente do portal da Universidade de Brasília, depreende-se que o foco era tornar este
instrumento um minimizador das dificuldades que a BCE enfrenta em seu dia-a-dia, enquanto
instituição acadêmica.
Em relação ao trabalho da Comissão de Revisão do Website ficou caracterizado um
extremo cuidado ao avaliar o que podia e o que não podia ser feito dentro das possibilidades da
biblioteca, fato identificado na redução da estrutura de navegação, proposta em agosto de 2001,
que foi modificada até chegar a atual disponível. Essa decisão demonstrou que a Comissão
possuía a visão que o website é um instrumento de prestação de serviços, baseado na
representação que a organização tem de seus usuários.
Durante a análise documental, o reconhecimento do usuário pôde ser sentido em três
momentos. Primeiramente, quando a BCE disponibilizou catálogos on-line. Depois quando
objetivou diversificar suas possibilidades de atendimento e, por último, com as recentes
reformulações dos serviços (renovação e reserva de materiais on-line). Em todos esses momentos,
observou-se a busca por melhorias de atendimento e a extinção de problemas para não tornar o
website da biblioteca desatualizado e ineficiente.
96
Assim, a revisão de todo o processo de concepção e atualização do website identificou que
houve uma inserção das tecnologias de informação com a necessária reflexão do que é relevante
e do que pode ser descartado, quando o objetivo é melhorar os canais de atendimento para o
usuário, mesmo que se desconheça qualquer critério de avaliação de usabilidade.
Também em relação ao processo de concepção, desenvolvimento e atualização, a opinião
dos entrevistados confirmou os dados obtidos na análise documental, pois em nenhum documento
analisado foram encontradas diretrizes da reitoria ou da equipe responsável pelo portal da UnB,
comprovando uma certa independência das bibliotecas universitárias no âmbito acadêmico, que
desenvolvem homepages próprias, demonstrando estarem conscientizadas a lidar com recursos
básicos da Internet para dispor informações aos usuários por meio de redes eletrônicas, conforme
comprovaram Silva & Macedo (2002).
De um modo geral, a preocupação dos gestores e desenvolvedores durante a concepção e
o desenvolvimento das diversas versões do website da BCE esteve relacionada mais ao
aprimoramento dos serviços de informação já disponíveis do que objetivar a criação de novos
serviços com a participação do usuário, posto que nenhum dos entrevistados mencionou os
questionários de satisfação e sugestões e críticas. Ao analisá-los novamente, em conjunto com as
atas das reuniões da Comissão de Revisão do Website, notou-se um foco maior dado à avaliação
de leiaute, sendo renegado ao segundo plano saber o que os usuários poderiam propor, de acordo
com as suas necessidades.
O fato de não mencionarem novamente os questionários de satisfação e sugestões e
críticas, quando perguntados se os usuários costumam sugerir modificações para o website
demonstrou que o trabalho de Ramos et al. (1999, p. 159) sobre o comportamento do usuário na
busca da informação automatizada é válido para a BCE, pois ao se analisar o relatório com os
dados dos questionários, verificou-se um excesso de informações quantitativas em detrimento das
qualitativas.
Isto leva a crer que as estratégias utilizadas para promover a participação do usuário foram
pouco exploradas e a concepção, atualização e desenvolvimento dos serviços foi realizada de
acordo com o padrão web vigente à época para bibliotecas universitárias. Ficou demonstrado
também que não havia consenso entre os gestores e desenvolvedores sobre o planejamento de
serviços orientados ao usuário e sobre o planejamento de serviços com a participação do usuário.
As respostas dos entrevistados e a análise documental permitiram observar também que a
devida promoção do website não foi realizada, uma vez que táticas de divulgação restringiram-se
ao âmbito da universidade e a instituições correlatas, o que comprova a afirmação de Amaral &
Guimarães (2002), em trabalho sobre websites de bibliotecas universitárias brasileiras, que esta
função ainda é pouco explorada.
97
Entretanto, as opiniões dos entrevistados confirmam que mesmo contanto somente com a
participação dos usuários através de questionários, os gestores e desenvolvedores da BCE se
preocuparam em disponibilizar serviços que economizassem o seu tempo de uso, demonstrando
certo conhecimento sobre o perfil do usuário de websites, que prefere recorrer a uma fonte
eletrônica de informação do que freqüentar uma biblioteca, conforme demonstrou estudo realizado
por Troll (2001), na Net Library.
Outro ponto observado foi a ausência de preocupação entre os gestores e os
desenvovedores acerca da concorrência que bibliotecas universitárias enfrentam de outros
websites que possuem grande conteúdo informacional, o que denota desconhecimento do macro-
ambiente no qual a instituição está inserida. Estudos como o de Oliveira (2002) sobre
gerenciamento organizacional de bibliotecas universitárias não encontram respaldo no contexto da
BCE, pois quando os entrevistados foram questionados sobre as motivações que levam o usuário
a utilizar o website não colocaram em relevo questões relativas a promoção e visibilidade da
informação, demonstrando que, para eles, não se consiste em problemas questões emergentes
como a oferta de conteúdo científico por diversos provedores de conteúdo, que abalam a
hegemonia das bibliotecas universitárias neste segmento.
Caso a Reitoria da Unb e o Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação não auxiliarem a
Biblioteca Central a promover o incremento da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações,
dificilmente a BDTD conseguirá sobreviver à oferta de conteúdo científico por iniciativas como a
Aliança do Conteúdo Aberto e a Biblioteca Virtual do Google num contexto futuro.
A identificação dos serviços de busca, reserva e renovação on-line pelos gestores e
desenvolvedores como os mais utilizados pelos usuários, comprovaram que o foco da BCE na web
ainda é a transposição de serviços de informações tradicionais para o ambiente virtual,
comprovando os resultados da pesquisa realiza por Paz (2000). Entre outras conclusões, a autora
verificou que o foco das bibliotecas universitárias na Internet ainda é a consulta ao acervo, o que
corrobora a afirmação de Cunha (2000) que “algumas universidades tentaram ter apenas
bibliotecas virtuais, mas acabaram formando bibliotecas tradicionais com bastante uso da
tecnologia porque não conseguiram encontrar tudo o que precisavam digitalizado”.
Entretanto, a digitalização de documentos não é o único caminho para transpor esta
barreira na Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Neste contexto, serviços de referência
virtual, auxiliados por recursos multimídia, podem aumentar o número de acessos diários, evitando
que usuários se dirijam à biblioteca para obterem informações que podem ser supridas
instantaneamente através de conteúdos segmentados em diversas áreas do conhecimento.
A inserção de serviços de informação para pessoas com deficiência também deve ser alvo
de considerações, pois tanto na análise documental quanto na entrevista, verificou-se que a
Biblioteca da UnB está começando a se preocupar agora com estas questões. Em que pesem
98
dificuldades relativas a recursos humanos, financeiros e tecnológicos, a acessibilidade deve ser
privilegiada como forma de propiciar a inclusão digital de todos, pois o que não pode ser feito em
bibliotecas universitárias é a concepção de leiautes alternativos que são contra toda as regras de
usabilidade disponíveis.
Os problemas relativos à comunicação entre gestores bibliotecários e desenvolvedores
comprovaram a opinião de Blattmann (2000) que cabe ao profissional da informação “incorporar
conhecimentos sobre o desenvolvimento de hardware e software, quer quanto aspectos
ergonômicos ou tecnológicos” e a opinião de Padovani (2002) que os desenvolvedores vêem um
sistema como uma unidade singular, quando na verdade, deveriam encará-lo como um subsistema
que pertence a um ambiente maior, que engloba outros sistemas e usuários. No âmbito da BCE,
os ruídos entre gestores e desenvolvedores, foram diminuídos em face do entendimento das
dificuldades enfrentadas por ambos em seu ambiente de trabalho e pelo perfil multidisciplinar da
Comissão de Revisão do Website da BCE, que tinha em mente alcançar bons resultados.
O desconhecimento de critérios de usabilidade durante a concepção, desenvolvimento e
atualização do website da BCE não se mostrou um problema capaz de impedir a sua utilização,
demonstrando que a afirmação de Cooper(1999) que gestores e desenvolvedores ignoram a
usabilidade pela razão dos seus objetivos e os objetivos dos usuários serem consideravelmente
diferentes, a afirmação de Helander que sistemas desenvolvidos por intuição e erro são ineficazes
e a afirmação de Moraes & Mont’alvão (2000), que poucas modificações são realizadas em função
de alterar partes significativas do sistema, não podem ser aplicadas no contexto de bibliotecas
universitárias, pois a ausência de conhecimento acerca da usabilidade foram apaziguadas pelo
perfil multidisciplinar da Comissão de Revisão.
Através dos resultados da contextualização do website da BCE comprovou-se que existe
uma certa tendência dos estudiosos da área em afirmar que arquiteturas de informação planejadas
de acordo com a visão de gestores e desenvolvedores são anti-ergonômicas, fruto da ausência de
usuários durante o seu desenvolvimento (COOPER, 1999; NIELSEN, 2000; ZILSE, 2004), levando
a crer que novos estudos de usabilidade devem objetivar também a análise de questões
organizacionais e gerenciais, pois estas revelam problemas, que em avaliações de somente
elementos interativos e estruturas de navegação, passam despercebidas.
6.2 Avaliação ergonômica das interfaces do website da BCE da UnB
A avaliação ergonômica do website da BCE foi realizada no período de 02/04/2006 à
10/04/2006 utilizando-se lista de verificação, guia de recomendações e avaliação heurística. Cada
avaliação durou em média dois dias, contando o tempo de envio e recebimento por e-mail dos
instrumentos de coleta de dados.
99
A escolha dos especialistas em usabilidade foi realizada no mês de março de 2006 pela
consulta em websites de ergonomistas, cursos de webdesign e departamentos de pós-graduação
que atuam na área de IHC. Foram identificados 14 especialistas, de acordo com os critérios
estabelecidos na metodologia. Ao final, somente 4 especialistas que demonstraram interesse e
disponibilidade de tempo participaram da pesquisa.
O contato definitivo com os quatro especialistas foi realizado por telefone no dia
26/03/2006. No dia 27/03/2006, foram enviados os instrumentos de coleta de dados, por correio
eletrônico, acompanhados de um guia de instruções para o preenchimento dos instrumentos, que
contemplava também dúvidas gerais sobre a avaliação.
Os dados sobre os avaliadores revelaram que:
• dos quatro especialistas que participaram da avaliação ergonômica, um estava na
faixa etária de 20 a 25 anos e três na faixa de 25 a 35 anos de idade;
• todos os participantes eram do sexo masculino;
• todos os participantes possuíam nível superior, sendo dois formados em desenho
industrial, um em ciência da computação e um em sistemas de informação;
• todos os participantes possuíam experiência (mais de três anos) em design e
desenvolvimento de websites, assim como em avaliações de usabilidade;
• dois especialistas possuíam especialização em Tecnologia da Informação;
• todos os especialistas utilizaram equipamento Pentium 4, com navegador Internet
Explorer, sendo que três possuíam em seu equipamento memória ram de 512 mb
e disco rígido de 60 gb e um memória ram de 256 mb e disco rígido de 20gb.
Os especialistas que participaram da primeira etapa, avaliaram em média 35 páginas do
total do website da BCE. Cabe ressaltar que os mesmos descreveram as seguintes impressões
sobre os métodos e técnicas utilizadas durante a avaliação:
� “Os instrumentos correspondem aos objetivos da avaliação ergonômica” (especialista 1);
� “Os métodos e técnicas foram eficazes, mas gostaria de afirmar que apenas a lista de
verificação seria suficiente para avaliar as páginas do site da Biblioteca” (especialista 2).
Na tabela 4, a seguir, são apresentados os aspectos positivos e os problemas das
interfaces do website da BCE, identificados através da lista de verificação, com o auxílio do guia de
recomendações. Optou-se, primeiramente, por demonstrá-los de acordo com a divisão das 109
questões da lista de verificação: design da página, design do conteúdo, design do site e
acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de websites de bibliotecas.
100
Tabela 4 – Aspectos positivos, problemas e itens não aplicáveis ao website da BCE
identificados na lista de verificação.
Aspectos positivos
Problema
Itens não aplicáveis
Grupos da lista de verificação
Especialista
1
Especialista
2
Especialista
1
Especialista
2
Especialista
1
Especialista
2 Design da página
21
16
12
8
Z
9
Design do conteúdo
12
14
11
8
Z
9
Design do site
16
17
10
12
7
4
Acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de bibliotecas
8
6
8
9
4
4
Total
57
53
41
7
0
3
A análise quantitativa das respostas dos dois especialistas de acordo com a lista de
verificação demonstrou resultados relativamente homogêneos em relação à percepção dos
aspectos positivos e problemas das interfaces do website da BCE. No entanto, observando os
resultados dos itens não aplicáveis, notam-se diferentes percepções dos especialistas em relação
ao design da página e a acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de bibliotecas.
Esses resultados podem ser justificados pela forma que o conjunto de dados obtidos se
distribuem em torno da média aritmética (15,5) do total dos itens não aplicáveis da lista de
verificação. Como a maioria dos dados se concentram abaixo da média aritmética e no intervalo de
mais 1 (um) desvio-padrão (6,37) do total dos itens não aplicáveis, pôde-se atestar que a maioria
dos itens era relativo ao grupo design do conteúdo. A veracidade da variabilidade dos dados
também pode ser comprovada pela não obtenção de valores negativos do desvio-padrão e pelo
fato dos dados homogêneos do grupo design do site não apresentarem valores menores ou
maiores que zero.
Por outro lado, os itens não aplicáveis também demonstraram que listas de verificação são
mais eficazes quando aliadas a outros métodos e técnicas de usabilidade, o que comprova a
afirmação de Matias (1995) que uma lista de verificação não identifica todos os tipos de problemas
de usabilidade por não envolver ensaios com usuários.
101
No contexto desta pesquisa, a eficácia da lista de verificação residiu justamente no fato de
não envolver usuários, devido ao seu caráter específico para a análise de quesitos relativos
apenas às interfaces do website, mais facilmente identificados por especialistas que atuam na área
de arquitetura da informação. Os resultados comprovaram que ensaios de interação são eficientes
para testar quesitos relativos ao conteúdo de websites de bibliotecas. Portanto, é a escolha certa
dos métodos e técnicas que devem ser aplicados, de acordo com os objetivos das avaliações de
usabilidade, que garante a identificação de dados mais representativos.
Como os problemas de usabilidade detectados foram reunidos em heurísticas para
posterior avaliação de outros dois especialistas, que os agruparam em graus de severidade, serão
apresentados primeiro os aspectos positivos das interfaces do website da BCE.
Em relação ao design da página, design do conteúdo, design do site como um todo e
acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de bibliotecas, os especialistas identificaram
que:
• o website foi planejado com distribuição homogênea dos espaços em branco,
possibilitando a harmonia entre os objetos de interação que compõem as páginas
e as informações disponibilizadas;
• todo o site é melhor visualizado em 800x600 pixels;
• cores são utilizadas com parcimônia, não sendo utilizadas as excessivamente
brilhantes;
• para salientar partes importantes do texto, os desenvolvedores optaram por utilizar
no máximo três fontes e suas variáveis (negrito, itálico sublinhado);
• os textos se encontram sempre alinhados à esquerda;
• o conteúdo do website está disponível para impressão através do menu imprimir,
localizado no canto superior direito em todas as páginas, à exceção da página
principal;
• as imagens utilizadas nas páginas são inferiores a 25 k e são reutilizadas em todas
as páginas, favorecendo o tempo de carregamento;
• os espaçamentos dos textos foram planejados de forma a possibilitar uma boa
leitura.
• o website não faz uso de expressões chamativas, como “clique aqui”;
• não faz uso de banners publicitários, caracterizando o website da biblioteca como
institucional;
• quadros (janelas pop-ups) são utilizados apenas para formulários, que segundo o
especialista 1 “foi uma forma criativa de utilização”;
102
Figura14 – Aspectos positivos das interfaces do website da BCE (página principal)
• o website disponibiliza mecanismos de busca em todas as páginas;
• o website permite que o usuário comande o preenchimento de um formulário;
• as caixas de preenchimento dos formulários foram projetadas com número de
caracteres compatíveis;
• os itens de um grupo de caixas de atribuição permitem escolhas independentes e
dependentes e são mutuamente exclusivos;
• o website não disponibiliza páginas em construção ou conteúdos incompletos;
• o website da biblioteca disponibiliza serviços como catálogos on-line, serviços de
reserva e renovação de materiais;
• os mecanismos de busca oferecem resultados detalhados da informação desejada;
• notícias são atualizadas constantemente;
• a página principal demora menos que dez segundos para ser carregada e da
página principal para as páginas secundárias o tempo de carregamento é menor
que cinco segundos.
Homogeneidade – espaços
em branco.
Cores com parcimônia.
Textos alinhados à esquerda. Uso de 3 fontes e variáveis. Mecanismos de busca em todas as páginas.
Imagens inferiores a 25 k. Espaços de textos planejados. Site institucional. Notícias atualizadas.
103
Figura 15 – Aspectos positivos das interfaces do website da BCE (página compras)
Após a verificação da conformidade das interfaces e objetos de interação do website da
BCE com a lista de verificação e guia de recomendações, os problemas de usabilidade
identificados pelos especialistas foram consolidados, de acordo com os seguintes critérios
heurísticos: organização visual e estética da página, orientação ao usuário, controle do usuário,
prevenção de erros, padronização e flexibilidade e compatibilidade com o contexto de uso do
website da BCE.
Os problemas, consolidados em critérios heurísticos, foram reunidos em uma planilha pelo
pesquisador para que os outros dois especialistas em usabilidade avaliassem o grau de severidade
dos problemas registrados na planilha, de acordo com o quadro 14, a seguir:
Conteúdos disponíveis para impressão.
Usuário comanda preenchimento de formulário. Serviços de reserva e renovação de livros disponíveis. Mais de um tipo de filtro de busca. Caixas de formulários mutuamente exclusivas com nº caracteres definidos.
104
Quadro 11 – Graus de severidade utilizados para a avaliação dos problemas de usabilidade
Grau de severidade Descrição
0 Não concordo que seja um problema de usabilidade
1 Problema de usabilidade com baixa prioridade de correção
2 Problema com média prioridade de correção
3 Problema com alta prioridade de correção
Fonte: Nielsen (2000)
Nesta dissertação, os problemas de usabilidade foram agrupados em apenas uma
heurística, de forma a permitir uma análise mais minuciosa dos dados coletados. Contudo,
ressalta-se que a adoção dos critérios heurísticos para agrupar os 41 problemas serviu como base
para melhor verificá-los no contexto de atuação do website, conforme demonstra a tabela 3.
Tabela 5 – Problemas de usabilidade do website da BCE segundo graus de severidade
Especialista 3 Especialista 4 Graus de severidade Graus de severidade
Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0 1 2 3 0 1 2 3
Organização visual e estética da página Necessidade de mais de três rolagens na barra vertical
Caixas de busca ocupam muito espaço nas páginas
Não utilização de gráficos em dados estatísticos Ausência de recursos multimídia em todo o site Uso de menus pop-ups Ícone da intranet localizado no fim da página Nem todas as páginas seguem o mesmo leiaute Conteúdo da página principal não disponível para impressão
Links repetitivos Especialista 3 Especialista 4
Graus de severidade Graus de severidade Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0
1 2 3 0 1 2 3
Orientação ao usuário Uso de abreviaturas Título dos links confusos Barras de menu alinhadas apenas horizontalmente Duplicidade de links Título das páginas não definidos com o contexto (biblioteca virtual)
Correlação dos links com as páginas Ausência de manuais de instrução para a utilização do site
Uso de páginas para disponibilizar notícias Link sugestões e críticas abaixo da caixa de busca Link para a página principal disponível na página principal
Continua...
105
Continuação Ausência de perguntas mais freqüentes Siglas utilizadas como links Subtítulos não utilizados Ausência de barras de menus verticais
Áreas de conteúdo disponibilizadas apenas pelo menu horizontal
Estrutura do site em PHP nem sempre reflete a estrutura organizacional da instituição mantenedora
Especialista 3 Especialista 4 Graus de severidade Graus de severidade
Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0 1 2 3 0 1 2 3 Controle do Usuário Ausência de mapa do site Ausência de localização (estruturas de navegação) Ausência de âncoras identificadoras para uma localização específica no site
Especialista 3 Especialista 4 Graus de severidade Graus de severidade
Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0 1 2 3 0 1 2 3 Prevenção de erros Formulários do link e-mail não propiciam mensagens de erro
Campos obrigatórios dos formulários dos links contato, e-mail e sugestões e críticas não são diferenciados
Páginas inexistentes são disponibilizadas no website (bibliotecas do Brasil e do Mundo)
Mecanismos de busca oferem opções detalhadas de pesquisa havendo a necessidade de abrir outra página
Especialista 3 Especialista 4 Graus de severidade Graus de severidade
Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0 1 2 3 0 1 2 3 Padronização Biblioteca de teses e dissertações não segue o padrão de leiaute do website
O link de acesso a biblioteca digital de teses e dissertação está abaixo da caixa de busca nas páginas e no interior do texto da página
Links já utilizados não ficam em destaque Não há data de atualização do site
Especialista 3 Especialista 4 Graus de severidade Graus de severidade
Heurística/problema identificados pelos especialistas 3 e 4
0 1 2 3 0 1 2 3 Flexibilidade e compatibilidade de uso O website não disponibiliza consteúdo em outros idiomas
Informações institucionais dispostas em várias páginas
Não permite a acessibilidade de portadores de deficiências
Ausência de informações sobre copirraite Não disponibiliza resumo dos livros Total 41 36
Dos 41 problemas identificados, o critério heurístico com maior número de itens foi a
orientação ao usuário, que identificou 16 problemas de usabilidade. A organização visual e estética
106
da página revelou 9 problemas, enquanto a flexibilidade e compatibilidade de uso para usuários de
bibliotecas 5 problemas, prevenção de erros e padronização, 4 problemas e controle do usuário 3
problemas, conforme demonstra o gráfico a seguir.
Problemas de usabilidade de acordo com critérios heurísticos
9
16
34 4
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Organização Visual e estéticada página
Orientação ao usuário
Controle do usuário
Prevenção de erros
Padronização
Flexibilidade e acessibilidadede uso para usuários debibliotecas
Gráfico 1 – Problemas de usabilidade, de acordo com critérios heurísticos
Entretanto, os critérios prevenção de erros e controle do usuário foram os que
apresentaram o maior número de problemas com alta prioridade de correção. Ao contrário dos
critérios orientação ao usuário e organização visual e estética da página, que apresentaram índices
altos de problemas, mas com prioridade baixa de correção (40% e 45%).
Organização visual e estética da página
45%
11%11%
33%
Baixa Prioridade(1)
Média prioridade(2)
Alta prioridade(3)
Itens divergentes entre osavaliadores
Gráfico 2 – Problemas de usabilidade, de acordo com o grau de severidade (organização visual e estética da
página)
107
Flexibilidade e compatibilidade de uso para usários de bibliotecas
20%
20%
20%
40%
Baixa Prioridade(1)
Média prioridade(2)
Alta prioridade(3)
Itens divergentes entreos avaliadores
Gráfico 3 - Problemas de usabilidade, de acordo com o grau de severidade (flexibilidade e compatibilidade de uso
para usuários de bibliotecas)
Analisando os problemas de usabilidade em sua totalidade, observou-se que foram
identificados treze problemas de usabilidade considerados de alta prioridade de correção.
Entretanto, ambos os especialistas identificaram os mesmos problemas, o que comprova a eficácia
da lista de verificação e do guia de recomendações. Notou-se também uma harmonia entre os
problemas considerados de baixa proridade de correção. Dos dezoito problemas identificados
nesta categoria, 11 foram identificados por ambos os especialistas. Isto quer dizer que a escolha
dos especialistas confirmou suas experiências em avaliações de usabilidade e utilização de listas
de verificação e guia de recomendações, elaborados de acordo com normas e instrumentos
vigentes da área.
Os problemas identificados com discordância entre os especialistas se concentram
principalmente nos graus de severidade baixa prioridade de correção e média prioridade de
correção, dos quesitos organização visual e estética da página e controle do usuário (ver tabela).
Esses dados podem ser justificados pelo fato de estarem relacionados a objetos que são
responsáveis diretos pela interação do usuário e como existe coerência entre as páginas estes
problemas podem ser visualizados quando acionados qualquer parte do website da BCE.
108
Graus de severidade dos problemas (especialista 3)
7 8
2 11
5
13
13 3 3 2 1
0
5
10
15
20
OrganizaçãoVisual e
estética dapágina
Orientação aousuário
Controle dousuário
Prevenção deerros
Padronização Flexibilidade eacessibilidade
de uso parausuários debibliotecas
Não éproblemaBaixaprioridadeMédiaprioridadeAltaprioridade
Gráfico 4 – Quantidade de problemas detectados pelo especialista 3, de acordo com o grau de severidade
Graus de severidade dos problemas (especialista 4)
144
6
1 2 13 3 3
13 3 3 2 1
0
5
10
15
20
OrganizaçãoVisual e
estética dapágina
Orientação aousuário
Controle dousuário
Prevenção deerros
Padronização Flexibilidade eacessibilidade
de uso parausuários debibliotecas
Não é problema
Baixa prioridade
Média prioridade
Alta prioridade
Gráfico 5 - quantidade de problemas detectados pelo especialista 4, de acordo com o grau de severidade
Os dados identificados, quando analisados pela estatística descritiva também
comprovaram os mesmos resultados. Verificando a percentagem acumulada dos graus de
severidade, nota-se que os esforços para a melhoria do website devem ser concentrados nos
problemas considerados de alta prioridade de correção (percentagem acumulada de 100%), o que
resultaria em maior impacto no sentido de ampliar a eficácia do website.
109
Percentagem acumulada dos graus de severidade(especialista 3)
0%
43,90%68,30%
100%
0%
50%
100%
150%
Gráfico 6 – Percentagem acumulada (especialista 3)
Percentagem acumulada dos graus de severidade (especialista 4)
12,2
51,268,2
99,9
0
50
100
150
Gráfico 7 – Percentagem acumulada (especialista 4)
A verificação da moda (=1) comprovou que problemas de baixa prioridade de correção é a
ocorrência mais comum, enquanto a variabilidade dos graus de severidade entre os especialistas 3
e 4 comprovou que existe uma grande possibilidade dos problemas de baixa prioridade de
correção continuarem (desvio-padrão = 2,82), caso não sejam tomadas providências para cessá-
los. Por outro lado, verificou-se através das medidas de variabilidade (moda, mediana, média
aritmética, variância e desvio-padrão) que os usuários obterão um retorno muito maior das
potencialidades do website com a resolução dos problemas de alta severidade.
110
Tabela 6 – Medidas de variabilidade dos graus de severidade
Graus de
severidade
Especialista 3 Especialista 4 Desvio-padrão
0 0 15 3,5
1 18 14 2,8
2 10 9 0,7
3 13 13 0
Total 41 41 __
Moda 1 1 __
Mediana 2 1 __
Variância 0,8 1,12 __
Média Aritmética 1,88 1,68 __
Os dados comprovaram também que a combinação de métodos e técnicas de avaliação de
usabilidade detectam um maior número de problemas que a utilização de apenas uma técnica, pois
ao relacionar os resultados da lista de verificação com os critérios heurísticos, foi possível aos
especialistas detalharem as particularidades dos problemas e suas possíveis correções.
Para a melhor compreensão dos dados coletados os problemas serão descritos de acordo
com os critérios heurísticos, de forma a possibilitar uma melhor compreensão dos resultados
alcançados.
6.2.1 Organização visual e estética da página
Neste critério, apenas o uso de menus pop-up foram considerados pelos especialistas 3 e
4 como sendo de alta prioridade de correção. Para o especialista 1, eles “impedem a
acessibilidade do site” e o especialista 2 acrescentou que, “para as finalidades do site são
incompatíveis – problemas de conexão visual com o usuário”. Ambas as afirmações corroboram o
fato de menus pop-up serem difíceis de serem administrados pelos usuários e destróem a
organização visual da página, entrando em conflito com o design do site.
Para o especialista 3, o menu pop-up “poderia ser substituído sem prejuízo por uma barra
de menu fixa com dimensões menores, já que a disponibilizada é extremamente grande e quando
acionada ocupa muito espaço da página”. Além disso, são inúteis para usuários de dispositivos
móveis como, pois transformam em colunas todas as sub-opções de uma só vez, provocando erros
de utilização.
111
Figura 16 – Ocupação excessiva do menu pop-up
Foi constatado também no website da BCE que a biblioteca disponibiliza estatísticas sem a
utilização de gráficos (problema considerado de média prioridade de correção para o especialista 4
e de baixa prioridade de correção para especialista 3). O especialista 2 observou que “gráficos
auxiliam a compreensão dos dados coletados” e que “estatísticas de utilização do website não são
encontradas, dando a esta página um caráter de folder institucional”
A ausência de recursos multimídia em todo o website foi considerado um problema de
média prioridade de correção para os especialistas 3 e 4, mas apenas o especialista 1 observou
que estes são utilizados somente na biblioteca virtual. O especialista 1 ainda acrescentou que “um
website de biblioteca deve utilizar áudio e vídeo para aumentar a oferta de informações”, em que
pesem diferenças de tipos de conexão.
Ocupação excessiva
dos espaços da
página quando
112
Figura 17 – Ausência de recursos multimídia e gráficos em dados estatísticos
No critério organização visual e estética da página, ambos especialistas consideraram
incorreto na página BCE de A a Z a disposição do texto, que necessita de mais de três rolagens
verticais de barra, já que em outras páginas do website (histórico da BCE, normas de utilização,
compras, comutação bibliográfica e organização) são disponibilizadas âncoras identificadoras e
links relativos que facilitam a navegação nos textos e páginas. O especialista 2 indagou se “esta
página poderia ter sido elaborada como uma página órfã e depois publicada no site”. Entretanto,
cabe ressaltar que para o avaliador 3, a necessidade de três rolagens na barra vertical não foi
considerada um problema de usabilidade e para o avaliador 4, foi considerada um problema com
baixa prioridade de correção.
Estatística sem gráficos e ausência de estatísticas do website. Recursos multimídia apenas na biblioteca virtual.
113
Figura 18 – Ausência de âncoras identificadoras na página BCE de A a Z e necessidade de mais de três rolagens na
barra vertical
Neste critério também foi considerada a oferta de links repetitivos em todas as páginas do
site. O especialista 2 observou que os links laboratório de acesso digital e biblioteca digital de
teses e dissertações são disponibilizados em dois locais diferentes que remetem a mesma página.
Considerado pelo especialista 3 como problema de baixa prioridade de correção e para o
especialista 4 como de média prioridade de correção, a disposição de links repetitivos não auxilia o
usuário a navegar no website, que segundo o avaliador 4 “é impossível detectá-los, já que se
encontram abaixo das caixas de busca do site”.
Ausência de âncoras identificadoras. Necessidade de mais de três rolagens na barra vertical
114
Figura 19 – Links repetidos e ausência de filtros nas caixas de busca
As caixas de busca também foram alvo de observações. Consideradas pelos especialistas
como problema de baixa prioridade de correção, foram criticadas pelo especialista 2, que sugeriu a
reforma das caixas de busca. Para ele, “se estas fossem menores e mais bem planejadas com
menus de salto e objetos de interação menores, seria possível ao usuário visualizar os links
sugestões e críticas e contato”.
Outro problema encontrado pelos especialistas foi a ausência do leiaute do website nas
páginas de busca. Para o especialista 2, “ páginas de busca que oferecem o mesmo leiaute do
website permitem ao usuário encontrarem resultados mais facilmente e navegarem para qualquer
outra parte do site”. Apesar das críticas, os especialistas 3 e 4 consideraram este item como de
baixa prioridade pelo fato das páginas de busca abrirem uma nova janela. Contudo, convém
observar que as páginas de resultados de busca não apresentam logotipo da biblioteca e não
permitem retornar ao website.
Links repetidos Caixas de busca extensas sem a opção de filtros de busca (diminuem a visibilidade do conteúdo disponível abaixo)
115
Figura 20 – Ausência de referência ao leiaiute do website da BCE
Observações relativas aos problemas de não disponibilidade do conteúdo da página
principal para impressão e da disposição do ícone intranet no final das páginas foram classificadas
como problemas de baixa prioridade de correção para os especialistas. Para o especialista 3,
esses problemas “são relativos a equipe do website, que aparentemente parece ter se esquecido
de revisar estes quesitos durante a fase de planejamento”.
Leiaute independente da página da biblioteca. Logotipo não faz referência ao website da BCE e sim da UnB
116
Figura 21 – Ausência de conteúdo para impressão (página principal)
Figura 22 – Ícone da intranet localizado no fim das páginas
Ausência de conteúdo para impressão
Ícone da intranet localizado no fim da páginas.
117
6.2.2 Orientação ao usuário
Os especialistas consideraram como problemas de alta prioridade os títulos dos links, a
duplicidade de links na barra de menu principal e a ausência de correlação dos links com as
páginas.
Os especialistas consideraram ineficazes os links do website que não são concisos, ora
sendo excessivamente extensos, ora fazendo uso de abreviaturas (problema de média prioridade
de correção para o especialista 3), diminuindo a visibilidade do conteúdo. O especialista 2 sugeriu
a modificação dos links “dados estatísticos para estatística, horário de funcionamento para horário,
atendimento ao usuário para atendimento, laboratório de acesso digital para laboratório e biblioteca
digital de teses e dissertações para BDTD, que é uma sigla “amplamente conhecida dos usuários
de bibliotecas na Internet”.
O link Arquivo Carlos Lacerda além de excessivamente extenso está disponibilizado nos
menus Acervo e Biblioteca Virtual. O mesmo especialista sugeriu a retirada deste link do menu
Biblioteca Virtual, pois “as informações apresentadas na página Arquivo Carlos Lacerda não são
documentos eletrônicos, devendo estas informações estarem disponíveis apenas no menu
acervo’’.
Um adendo deve ser considerado nesta heurística, uma vez que o uso de siglas foi
considerado um problema de média prioridade de correção pelos especialistas. Quando esse dado
é analisado à luz do comentário realizado pelo especialista 1 podemos observa-se que quando
uma sigla é de conhecimento de toda a comunidade do website, não impede a utilização do
conteúdo disponível. Mas, ao pensar nos usuários que desconhecem o ambiente virtual de
bibliotecas e dele necessitam fazer uso, sua aplicação não é eficaz.
118
Figura 23 – Uso de abreviaturas, duplicidade, extensão e confusão de links
Ainda em relação à biblioteca virtual, os títulos das páginas não estão bem definidos e não
há uma correlação com o link biblioteca virtual. Para o especialista 2, “é extremamente difícil saber
do que se trata, pois a biblioteca virtual não parece uma extensão das páginas do website. Os
títulos das páginas deveriam ser biblioteca virtual – Arquivo Carlos Lacerda e não apenas Carlos
Lacerda. Isso vale para as outras páginas da Biblioteca Virtual”.
Uso de abreviaturas. Arquivo Carlos Lacerda disponível em acervo e biblioteca virtual.
119
Figura 24 – Falta de correlação das páginas com a biblioteca virtual
Em relação aos manuais de instrução, o website da BCE disponibiliza normas gerais de
utilização na biblioteca física, mas não oferece ao usuário meios para conhecer melhor a biblioteca
virtual e muito menos o manual de instrução para a utilização dos mecanismos de busca (problema
de média prioridade de correção para o especialista 3 e de baixa prioridade de correção para o
especialista 4). O especialista 2 observou que “as informações nas páginas de busca não
caracterizam um manual de instrução, já que apresentam somente diretrizes gerais de busca, não
exemplificando a forma como obter resultados no próprio site”.
Apesar da atualização das notícias disponibilizadas no website ser um ponto positivo, o
especialista 3, que o considerou um problema de baixa prioridade de correção, indagou sobre a
necessidade de uma nova página para disponibilizar informações, o que corroborou a opinião do
especialista 1, que “as notícias são muito breves não sendo necessários a sua disponibilidade em
uma nova página com pouquíssimo conteúdo”. “Notícias curtas em outras páginas desinteressam o
usuário que procura o site com outras finalidades”, afirmou.
O link que abre o formulário “sugestões e críticas” se encontra disponibilizado abaixo dos
sistemas de busca e não no menu principal da página, dando a impressão que “os gestores do site
Correlação – páginas - biblioteca virtual.
120
não se importam com a opinião de quem o utiliza” (especialista 1). Considerado um problema de
baixa prioridade de correção pelos especialistas, constata-se que o erro está em disponibilizá-lo
abaixo das caixas de busca. Nas palavras do especialista 1 “isso pode parecer que a biblioteca
não leva muito em consideração a opinião do usuário, pois também não são disponibilizadas
páginas do tipo perguntas mais frequentes ou FAQ’S”. Além disso, as regras de usabilidade
sugerem sempre que a disposição de links que ativam formulários de sugestões e críticas devem
estar no canto superior da página. O mesmo pode ser dito do link para a página principal estar
disponível na página principal (problema considerado de baixa prioridade de correção para os
especialista 3 e 4), que segundo o especialista 2 demonstram “descuido durante a elaboração do
leiaute do website”.
Figura 25 – Problemas nos manuais de instrução, notícias e formulário sugestões e críticas
Outros problemas observados pelos especialistas que merecem destaque foram a
ausência de barras de menus verticais (baixa prioridade de correção para o especialista 3 e média
Manuais de instrução (parte física da biblioteca) Notícias disponibilizadas em outras páginas Link para o formulário sugestões e críticas
121
prioridade de correção para o especialista 4), em detrimento das barras de menus horizontais. Para
o especialista 3, as barras de menus verticais “possibilitam que os links continuem visíveis, mesmo
quando o usuário aciona a barra de rolagem para a leitura de conteúdos”. Também foi identificado
que o acesso à maioria do conteúdo do website só se dá através do menu horizontal (problema
considerado de baixa prioridade para o especialista 3 e de média prioridade de correção para o
especialista 4). Segundo as palavras do especialista 1, “fica parecendo que determinados
conteúdos são mais importantes que outros”.
Constatou-se que subtítulos não são utilizados nas páginas (item considerado de baixa
prioridade de correção para o especialista 3), o que dificulta a representação do conteúdo. Para o
especialista 2, “subtítulos deveriam ser utilizados nas páginas da biblioteca para prover mais
conhecimento sobre as informações apresentadas”.
A estrutura do site em PHP também foi alvo de críticas dos especialistas e mesmo sendo
considerado problema de baixa prioridade, a utilização de scripts PHP requer que os
desenvolvedores reconheçam os riscos relativos à segurança do website. No entanto, este
problema apesar de apontado pelos especialistas não foram alvo de comentários.
Figura 26 – Ausência de menus verticais e subtítulos
Ausência de barras de menu verticais. Acesso a maioria do conteúdo do website apenas através de menus horizontais. Não há utilização de subtítulos. Site desenvolvido em PHP – requer maior cuidado, pois é mais vulnerável a ataques de segurança.
122
6.2.3 Controle do usuário
Neste critério, todos os problemas identificados foram considerados de alta prioridade de
correção. A ausência de mapa do site não permite ao usuário explorar as páginas, não
possibilitando saber onde ele está e onde pode ir para obter mais informações. Para o especialista
1, a ausência do mapa do site “revela uma falta de sincronia com a caixa de busca no site” e para
o especialista 2, “quando os desenvolvedores optaram pela não utilização do mapa do site
perderam uma grande chance de otimizar a busca de informações”.
Tampouco são disponibilizadas estruturas de navegação que demonstram ao usuário sua
localização. Para o especialista 2, “este problema está evidente nas páginas da biblioteca virtual
que não permite ao usuário saber se está consultando uma página do site ou da biblioteca”.
Observando este problema mais atentamente, notou-se que estruturas de navegação que mostram
a localização do usuário seriam mais úteis do que disponibilizar em todas as páginas menus pop-
up.
Âncoras identificadoras também não são utilizadas no website. Para o especialista 1, “na
página BCE de A a Z âncoras identificadoras diminuiriam o tempo de carregamento da página, o
que levando o usuário exatamente aonde quer chegar”. Já o especialista 2 observou a ausência de
âncoras identificadoras na página contida na biblioteca virtual, denominada arquivo Carlos
Lacerda. Para ele, “além da duplicidade do link da página encontradas na barra de navegação
principal, há necessidade quando da leitura desta página no menu biblioteca virtual de retornar a
página anterior pelo link “voltar”, toda vez que se desejar acessar qualquer informação
disponibilizada nesta página”. ‘’Este problema deve ser corrigido rapidamente, seja através da
redistribuição do conteúdo para apenas uma página ou pela utilização de âncoras identificadoras”,
afirma.
123
Figura 27 - Ausência de âncoras identificadoras, mapa do site e estruturas de navegação
6.2.4 Prevenção de erros
Os formulários do link e-mail, localizados no canto superior direito da página, apresentam
problemas em relação a sua terminologia que não condiz com o seu objetivo, que é agendar
notícias para posterior disponibilidade no website. Além disso, este formulário não apresenta ao
usuário mensagens de erro quando são digitadas informações incorretas como endereços de e-
mails inválidos e não se encontra disponível na página principal do website. O especialista 1
comentou que “achava que o link e-mail abriria um formulário para entrar em contato com a
biblioteca” e que este link “está muito próximo ao menu pop-up, abrindo suas opções sempre que
se desejar clicar no link e-mail”. O especialista 2 indicou que “a equipe de desenvolvimento deveria
ter privilegiado a disposição do formulário críticas e sugestões em seu lugar”. O mesmo
especialista observou que “apenas este formulário não apresenta mensagens de erro, o que não
Ausência de mapa do website e estruturas de navegação para localizar o usuário. Ausência de âncoras identificadoras.
124
ocorre com os formulários disponibilizados através dos links contato e críticas e sugestões”. Notou-
se também que todos os formulários não diferenciam os campos obrigatórios dos não obrigatórios.
Figura 28 – Caixa de formulário disponibilizada ao clicar o link e-mail
Figura 29 – Ausência de mensagens de erro na caixa de formulário e-mail
Não diferencia campos obrigatórios
125
Figura 30 – Mensagens de erro no formulário dúvidas
Figura 31– Pouca visibilidade dos links dos formulários contato e sugestões e críticas
Outro grave problema observado pelos especialistas foi a oferta de páginas inexistentes
através do link “link – bibliotecas do Brasil e do Mundo”. Para o especialista 1, “foi uma surpresa
encontrar em uma biblioteca uma página sem conteúdo que aparentemente apresentaria links para
outras bibliotecas”. O especialista 2, mesmo considerando a oferta de páginas inexistentes um
problema de alta severidade, observou que “ou esta página é um erro de planejamento ou está
passando por uma reformulação”.
Propicia mensagens de erro, mas não diferencia campos obrigatórios.
Pouca visibilidade dos links abaixo das caixas de formulários.
126
Figura 32 – Tela de abertura da página links
Figura 33 – Página inexistente (bibliotecas do Brasil e do mundo)
Outro problema detectado (considerado de média prioridade pelo especialista 3 e de baixa
prioridade pelo especialista 4) foi a necessidade de abrir uma nova janela do browser para
Página - Bibliotecas do Brasil e do Mundo - inexistente.
127
pesquisas no acervo da biblioteca. O especialista 1 observou que “seria uma opção disponibilizar
as opções de pesquisa através de mais filtros nos buscadores que estão em todas as páginas”,
enquanto o especialista 2 demonstrou que “se todas as opções de busca fossem disponibilizadas
através de mais filtros nas caixas que estão em todas as páginas, com certeza o número de
usuários dobraria em questão de curto espaço de tempo”.
Os níveis de estrutura de navegação não são demonstrados nas páginas acessadas, pois
em determinados momentos o ícone voltar, disponibilizado no canto superior direito da página é o
único meio de retornar a página anterior. Neste caso, o usuário depende das opções do browser.
6.2.5 Padronização
Em relação ao critério padronização, os especialistas observaram que a biblioteca de teses
e dissertações não segue o mesmo padrão de leiaute das páginas do website, dando a impressão
que não foi planejada de acordo com a arquitetura da informação estabelecida. O especialista 2
observou que “por ser um projeto conjunto como IBICT, o leiaute não foi privilegiado”.
Outro problema detectado pelos avaliadores foi o link oficial da biblioteca digital de teses e
dissertações se encontra no interior do texto de apresentação da BDTD. Ao clicar no link Biblioteca
de Teses e Dissertações no menu principal Biblioteca Virtual ou no link disponível abaixo dos
buscadores, o usuário é remetido a esta página e para realmente ter acesso a ela, faz-se
necessário abrir o link http://machado-assis.bce.unb.br/bdtd , que está completamente fora do
padrão estabelecido para as URLS do website da Biblioteca, caracterizando-a como uma página
órfã.
128
Figura 34 – Acesso a BDTD apenas no corpo do texto
Figura 35 – Página da BDTD em discordância com o leiaute do website
Link de acesso a BDTD disponível apenas no corpo do texto.
Página em discordância com o leiaute do website
129
Com relação a padronização foi observado que links utilizados não ficam em destaque
quando o usuário necessita retornar a página anterior e o website não disponibiliza datas de
atualização dos conteúdos. Mesmo considerados pelos especialistas 3 e 4 como problemas de
baixa prioridade de correção, ambos problemas impactam na realização de tarefas pelos usuários.
6.2.6 Flexibilidade e compatibilidade com o contexto de uso do website da bce
O website da biblioteca não disponibiliza nas suas páginas conteúdos e informações em
outros idiomas (problema considerado de média prioridade de correção pelos avaliadores 3 e 4) , o
que não permite a visibilidade dos serviços da biblioteca. Para o especialista 1 “se os textos
estivessem em outros idiomas a visibilidade da biblioteca em comunidades acadêmicas seria muito
maior”.
Figura 36 – Ausência de informações resumidas e conteúdos em outros idiomas
Constatou-se também que no website da BCE as informações institucionais da biblioteca
(histórico, missão, organização) podem estar disponíveis em apenas uma página. O especialista 1
identificou que “seria mais fácil localizar as informações necessárias” e sugeriu o uso de “âncoras
identificadas para minimizar este problema”.
Ausência de informações resumidas Conteúdos – apenas em português
130
Ainda relativo às informações sobre a biblioteca, os especialistas observaram que
informações sobre copirraite não são disponibilizadas (problema de baixa prioridade de correção).
“Bibliotecas deveriam incentivar a lei de direitos autorais” (especialista 1) e “não encontrei
nenhuma menção relativa a quantidade de cópias de livros que posso tirar” (especialista 2).
O único problema considerado de alta prioridade neste critério foi a falta de atributos
inseridos nos scripts e linguagens de marcação para permitir a acessibilidade de pessoas com
deficiência. O especialista 1 observou que “os conteúdos e as ferramentas do website não fazem
uso de navegadores que permitam o uso por pessoas com deficiências e que necessitam de
tecnologia assistiva” e o especialista 2 admitiu que considerou este problema pelo fato que
“bibliotecas tem um papel relevante na oferta de informações para diminuir a exclusão digital”.
Figura 37 – Ausência de atributos de acessibilidade
A avaliação ergonômica gerou resultados satisfatórios em relação ao website da BCE,
porque foi elaborada de forma associativa, propondo a interação de três técnicas de avaliação de
usabilidade. Outro ponto crucial que contribuiu para o sucesso desta avaliação foi a escolha dos
especialistas, uma vez que somente especialistas detém o conhecimento que permite a aplicação
131
da técnica de maneira correta, poupando tempo e garantindo resultados mais confiáveis,
confirmando a afirmação de Reitz et al. (2004), que é “indispensável que os avaliadores sejam
especialistas em ergonomia, para que não haja perda de tempo na busca por conhecimento
ergonômico e técnico dos componentes de interação de uma interface”. Também se constatou que
a avaliação ergonômica permitiu o conhecimento de problemas que puderam ser abordados na
análise da tarefa pelos usuários.
Outro aspecto importante observado na avaliação ergonômica foi a necessidade de
adaptação dos instrumentos utilizados, de acordo com o contexto de uso. Concluiu-se que listas de
verificação, guia de recomendações e heurísticas pré-determinadas, que avaliam qualquer tipo de
página independente do seu contexto, acabam gerando um grande número de itens não aplicáveis,
fato que não ocorreu na avaliação do website da BCE.
Entretanto, algumas desvantagens dos métodos e técnicas referendados na literatura
acerca do tema não foram comprovados na avaliação ergonômica do website da BCE. A afirmação
de Dias (2001, p.53) que “listas de verificação podem significar coisas diferentes para pessoas
diferentes” não encontrou respaldo nesta pesquisa, haja vista a semelhança da identificação dos
problemas considerados de alta prioridade de correção. Outra controvérsia identificada na literatura
que não foi verificada nesta pesquisa foi a afirmação de Nielsen (1993) que “usuários sem
experiências em avaliações de usabilidade podem tirar proveito dos seus resultados”. Os dados
identificaram que a especificidade das questões da lista de verificação, quando adaptadas ao
contexto de uso, não permitem a usuários sem experiências obterem resultados satisfatórios, pois
usuários não estão familiarizados com a terminologia e os padrões de webdesign. Outra questão
contraditória encontrada na literatura, que não foi confirmada nesta pesquisa, foi a afirmação de
Bohmerwald (2005) de que fica a cargo do profissional de usabilidade a definição de como será
modificada a interface de um website. Comprovou-se nesta pesquisa que o especialista em
usabilidade identifica o problema, que deve ser repassado a equipe de desenvolvimento para
análise, garantindo a imparcialidade das correções, que não serão realizadas sob a ótica de quem
as avaliou.
Algumas vantagens dos métodos encontradas na literatura sobre usabilidade foram
identificadas. Nesta pesquisa, a distinção entre o significado da lista de verificação e do guia de
recomendações foi confirmada, conforme concluíram Cybis (2001), Dias (2001), Horn (1996) e
Melchior (1996), assim como a visão de Mathias (1995) apud Jeffries (1991) de que um conjunto
bem selecionado de recomendações é um dispositivo focalizador “que força o avaliador a ter uma
visão ampla da interface”, através da lista de verificação. Portanto, o guia de recomendações é
uma técnica que permite observações mais minuciosas do website, construindo uma relação
simbiótica com a lista de verificação, uma vez que uma sem a outra não facilitam a obtenção de
resultados plausíveis.
132
De maneira geral, os resultados da avaliação ergonômica do website da BCE foram
positivos, levando em consideração que a Biblioteca da Universidade de Brasília nunca havia
realizado avaliações de usabilidade. A realização desta pesquisa comprovou que essas avaliações
podem atender os interesses dos usuários com eficiência.
No entanto, a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência deve ser
amplamente discutida no âmbito do website da BCE. Como o seu escopo é atender a toda a
comunidade acadêmica é inadmissível que os atributos de acessibilidade não sejam privilegiados,
principalmente ao levar em conta que o Brasil possui 24,6 milhões de pessoas com deficiência, ou
seja, 14,5% da população brasileira, segundo dados do Serpro relativos ao ano de 2005 (ver
http://www.serpro.gov.br/acessibilidade/). Para que a acessibilidade faça parte do website da BCE,
os desenvolvedores e gestores devem reconhecer a importância das recomendações de
acessibilidade contidas em guias como o documento "Web Content Accessibility Guidelines 1.0 -
WCAG 1.0" ("Recomendações para a acessibilidade do conteúdo da web 1.0") da W3C/WAI e a
Declaração de Santa Cruz de La Sierra – Bolívia, de 15 de novembro de 2006, que apontou a
inclusão social como mola propulsora do desenvolvimento da Comunidade Ibero-americana “. Além
disso, conforme afirmaram Pupo & Vicentini (1998, p. 9):
Cabe à biblioteca universitária brasileira contribuir para a elevação de consciência
da necessidade de incorporar os grupos minoritários, como é o caso dos
deficientes – aos intelectuais, pesquisadores e cientistas, permitindo ao portador
repensar a sua própria condição e a sua capacidade de superação das limitações
impostas.
Outra questão que deve ser amplamente discutida no âmbito de atuação do website da
BCE é a visibilidade dos seus produtos e serviços, o que se dá através da oferta de conteúdo em
outros idiomas. Neste contexto, Bertholino et al. (2000), em trabalho que descreve a web como
canal de divulgação de serviços e produtos de bibliotecas universitárias já havia observado que
bibliotecas universitárias não utilizam a abrangência mundial da web para a divulgação de
informações, já que dos 76 websites de bibliotecas universitárias analisados apenas 6,6%
apresentam a opção para outro idioma.
Os resultados também demonstraram que gestores e desenvolvedores do website da
biblioteca da BCE devem privilegiar a reestruturação das estruturas de navegação. No escopo de
atuação da biblioteca, a opção mais adequada seria optar por listar todos os links do lado esquerdo
das páginas, no local das caixas de busca, que passariam a ser disponibilizadas na parte superior
da página, o que enfatizaria a totalidade dos serviços disponíveis, não ocorrendo com os menus
133
pop-up do atual design. Para Nielsen (2000, p. 203), este esquema de navegação “é
especialmente útil para usuários que não entram via homepage, mas vão diretamente para uma
página nos níveis mais profundos do site”.
Demonstrar a hierarquia de navegação para o usuário também contribuiria para melhorar a
ergonomia do website da BCE. Dessa forma, os usuários se localizariam mais facilmente, uma vez
que estudos de usabilidade “mostram que os usuários tendem a ignorar opções de navegação e
olhar diretamente para o corpo da página quando vão a uma nova página” (NIELSEN, 2000,
p.206). Portanto, prover navegação simplificada é um dos desafios dos desenvolvedores e
gestores, pois o atual desenho das páginas não estão conectadas a quantidade vultuosa de
informação disponível. Repensar a navegação, significa se preparar para a atualização de
conteúdo, reduzindo o atual acúmulo navegacional das páginas.
Outro ponto importante a ser enfatizado pelos gestores e desenvolvedores são os
mecanismos de busca, já que usuários de bibliotecas estão interessados em conseguir
informações específicas em um curto espaço de tempo. Na atual arquitetura, os filtros de busca da
pesquisa avançada só podem ser encontrados quando acionado o link direto para a página de
busca, ou quando se tenta obter um resultado rápido através das caixas de busca em todas as
páginas. Disponibilizar filtros de busca através de menus de salto garantiria aos usuários a certeza
de obter resultados mais facilmente, posto que o website da BCE apresenta diferenças entre o seu
leiaute e o da biblioteca virtual.
A biblioteca virtual da BCE também deve ser reformulada, pois existe consenso na
literatura que as mesmas devem fazer uso intenso dos recursos advindos com as tecnologias da
informação, em especial a Internet para a oferta de produtos e serviços. Entretanto, o que se
observa na biblioteca virtual da BCE é que este uso se restringe a oferta da Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações e ao acesso a bases de dados disponibilizadas em outros servidores. Notou-
se que para ampliar o uso das tecnologias de informação, gestores e desenvolvedores devem
objetivar a criação de conteúdos, que atinjam todas as áreas em que a universidade atua, inclusive
aquelas fora do âmbito científico, mesmo que para isso seja necessário eliminar dificuldades
gerenciais identificadas na análise do contexto de uso. Desta forma, cria-se um ambiente onde a
possibilidade de troca e obtenção de informações se dissemina, levando o usuário a retornar as
páginas da biblioteca sempre que necessitar de uma fonte de informação fidedigna.
Por fim, a avaliação ergonômica permitiu observar que o website da BCE, apesar dos
problemas encontrados, apresenta usabilidade satisfatória dos seus objetos de interação,
possibilitando aos usuários construírem novos conhecimentos a partir das informações que são
disponibilizadas em suas páginas, inclusive àquelas que necessitam de adequação aos critérios
134
ergonômicos identificados. Mas, para a continuação deste panorama, é vital que gestores e
desenvolvedores compreendam a importância do design centrado no usuário, adotando estratégias
de reformulação para os problemas encontrados, que fortaleçam as suas interfaces em termos de
design, navegação e visibilidade da informação. Dessa forma, o website da BCE da UNB poderá
atingir um status de excelência, congregando um design homogêneo a uma arquitetura de
informação mais ousada, capaz de suprir melhor a demanda do seu público-alvo.
6.3 Modelo mental dos usuários relativo à árvore semântica do website da BCE
O modelo mental dos usuários em relação aos links e agrupamento das informações do
website da BCE foi identificado através de um ensaio de interação com a técnica card sorting e
verbalização simultânea. Para tal propósito, foram realizados três monitoramentos em datas
distintas - 05/02/2006, 08/03/2006 e 17/04/2006.
Os monitoramentos geraram um inventário de conteúdo composto de 47 itens que revelou
a independência de alguns links dispostos isoladamente dos grupos prioritários de conteúdo
(sobre a BCE, acervo, serviços e biblioteca virtual) e a ausência de mecanismos para visualizar
as estruturas de navegação.
Após a verificação da conformidade do inventário com o website, iniciou-se o processo de
criação dos cartões dos 47 itens identificados e dos 4 grupos que representam as categorias
principais de conteúdo. Os cartões foram elaborados no software Power Point e impressos em
papel cartão, que possui uma espessura adequada para o manejo dos cartões.
Figura 38 – Preparação dos cartões para a aplicação do card sorting
135
Após o término da elaboração dos cartões, começaram os preparativos do kit para a
aplicação do card sorting, que foi composto de: instruções preliminares acerca da técnica (Anexo
7);questionário para avaliação do ensaio de interação (Anexo 8); artigos científicos e notícias sobre
o card sorting; 1 lápis com borracha; 1 caneta; 3 ligas de borracha;1 envelope contendo os cartões
com a nomenclatura dos links a serem organizados; 10 cartões em branco para a sugestão de
novos links e agrupamentos e 1 envelope com as categorias sobre a BCE, acervo, serviços e
biblioteca virtual.
Figura 39 - Material de apoio para o card sorting
Concluída esta etapa, o processo de seleção dos usuários começou a ser delineado. A
estratégia inicial era escolher usuários potenciais no próprio ambiente da biblioteca, de acordo com
os critérios estabelecidos nos procedimentos metodológicos. Como apenas dois usuários do
laboratório de acesso digital da BCE se mostraram interessados em participar do ensaio de
interação, os outros três foram escolhidos no Departamento de Ciência da Informação e
Documentação da Universidade de Brasília. Na tabela 7, são apresentados os dados dos
participantes, de acordo com o questionário demográfico, coletados durante os dias 19, 20 e 21 de
abril de 2006.
136
Tabela 7 – Perfil dos participantes do card sorting
Faixa Etária
0 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
51 a 70 anos
70 a 100 anos
1 4
Freqüência de utilização
Diariamente
Freqüentemente
Ocasionalmente
Nunca utiliza
1 2 2
Objetivos – utilização
Reserva Renovação Consulta
3 3 3
Grau de familiaridade
Navego com facilidade Enfrento algumas dificuldades Sempre enfrento dificuldades 2 1
Dificuldades enfrentadas
Localização no website Encontrar informações Encontrar links Identificar áreas já
percorridas 1
Participação – ensaio de interação
Sim Não
5
Conhecimento sobre avaliações de usabilidade
Nenhum Pouco Já ouvi falar Conheço, mas não sei os propósitos
Conheço muito
3 2
Sexo
Masculino Feminino 2 3
Graduação
Biblioteconomia Arquivologia Cinema
3 1 1
Pós-graduação – mestrado
Ciência da Informação
Enfoque – gestão do conhecimento
3 3
137
Nos dias 01/05/2006 e 02/05/2006 foram feitos contatos telefônicos com os usuários para
que confirmassem a sua presença no ensaio de interação. Como não ocorreu nenhum
impedimento, processou-se a impressão de todo o material de apoio e a verificação de todo o
equipamento operacional a ser utilizado para prevenir possíveis problemas que influenciassem na
coleta dos dados.
O ensaio foi realizado na sala de reunião da Biblioteca da Presidência da República, que
possuía as especificações necessárias (iluminação adequada, mesa larga, cadeiras, televisão, tela
de projeção, aparelho de som e dvd).
Antes do início, os participantes foram apresentados ao card sorting, através de uma breve
exposição do mediador, que explicou o objetivo da técnica, sua história, os tipos existentes e como
se propõe uma nova árvore semântica, de acordo com modelos mentais. Os usuários também
foram avisados que todas as suas impressões e opiniões estavam sendo gravadas através do
gravador digital Power Pack e que poderiam sugerir novas nomenclaturas de links e descartar
aqueles cartões que não faziam sentido em sua opinião. Por fim, dúvidas a respeito do
preenchimento do questionário de avaliação sobre a metodologia proposta foram eliminadas.
Figura 40 - Sala de reunião preparada para o ensaio de interação com a técnica card sorting
O ensaio de interação teve duração média de 1 h e 20 min. E, através de verbalização
estimulada, os usuários foram instigados a expressarem suas opiniões e colaborarem uns com os
outros.
138
Durante os 15 primeiros minutos, os participantes concentraram-se em verificar o material
para o Card Sorting e logo após começaram a organizar os cartões, exatamente como foi
explicado na exposição das instruções preliminares.
Após um momento de tensão a respeito da técnica, os participantes começaram a interagir
com os cartões tranqüilamente. Neste momento, dois usuários afirmaram que “a técnica parecia
uma brincadeira”, sendo lembrado pelo mediador que “muitos faziam uma relação do card sorting
com um jogo de buraco”. Após essa primeira intervenção, outro participante perguntou “se havia a
possibilidade de fazer correlações entre as categorias e novos itens sugeridos” e se poderia ser
“sugerido uma estrutura de navegação para o website”. Dúvida esclarecida pelo mediador, que
informou ser este um dos objetivos da técnica.
Figura 41 - Participantes organizando os cartões durante o ensaio de interação
Decorridos 30 minutos, os participantes estavam bem engajados e todos, sem exceção, se
mostraram inseridos no contexto de aplicação. Um dos participantes perguntou ao grupo do que se
tratava o termo comutação bibliográfica, questão respondida pelo mediador e pelos bibliotecários
participantes. Outros comentários feitos durante esta etapa foram:
“Não há um link de retorno para a página principal?”
“Alguns cartões apresentam itens que significam a mesma coisa!”
Passados 42 do início do ensaio, os participantes já estavam com todos os cartões
organizados em cima da mesa da sala de reunião e foram lembrados pelo mediador que deveriam
139
analisar atentamente a ordem dos cartões que representariam o seu modelo mental. Após esta
intervenção, os participantes começaram a observar o que cada um já havia feito e novamente
foram lembrados que poderiam observar o resultado dos outros participantes, mas mantendo o
foco naquilo que eles consideravam relevante.
Aos 54 minutos, os participantes começaram a se preocupar com as categorias nas quais
os links deveriam ser organizados. Um deles questionou se havia a possibilidade de criar novas
categorias e se era determinante para o sucesso da avaliação agrupar os cartões em apenas uma
categoria.
Figura 42 - Participantes interagindo durante o ensaio
Novamente, o mediador lembrou-lhes da organização dos cartões e que este procedimento
era essencial para a validação dos resultados. A partir de 1 hora e 18 minutos os participantes
começaram a guardar os cartões nos envelopes fornecidos juntamente com o questionário para a
avaliação da metodologia proposta.
Ao final, todos se mostraram aparentemente satisfeitos, como demonstram os comentários:
“Adorei! É mais simples do que se imagina!”
“Ensaios de interação realmente têm muita aplicação no campo da Ciência da
Informação!”
140
“A técnica é simples, mas deve ser trabalhosa na hora da análise, pois parece que
ela revela muitos dados sobre a organização da informação!”
Todos entregaram o questionário para a avaliação, sugestões e críticas sobre o ensaio de
interação com a técnica Card Sorting completamente respondido, o que foi importante para
intensificar a análise dos dados. Quando perguntados sobre a eficácia da técnica, um dos
participantes ressaltou que
“ela é uma excelente oportunidade para os usuários mostrarem como gostariam
que fosse o site, mesmo que não permita um mapeamento complexo da
navegação do usuário”. Entretanto, algumas críticas e sugestões foram
apresentadas, conforme demonstra os relatos:
“Como ela se aplicaria a um usuário que desconhece o site? Ele está presente na
amostra! Eu teria dificuldade em identificar as categorias caso não estivesse
familiarizada”.
“Achei que faltou um cartão representando a página inicial”.
“Achei que a técnica permitisse mapeamento da navegação, pois considero a
localização do usuário essencial”.
“Caso houvesse tempo seria importante aplicar a técnica com professores e
pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento para levar em conta
necessidades específicas e próprias de cada área e suas relações com a
tecnologia na busca por informação”.
Em relação aos materiais de apoio (pastas, cartões, textos explicativos etc.) e o ambiente
(sala de reunião da Biblioteca da Presidência da República) em que foi realizado o ensaio, todos
os participantes se mostraram satisfeitos.
“Sim! Os materiais foram bem explicativos”.
“Sim, os textos explicativos e os cartões ajudaram a entender o funcionamento
desta técnica”.
“Sim, já que podemos interagir com outros participantes da pesquisa”.
“Propiciou, o clima foi agradável”.
“Sim, sobretudo pela exposição virtual sobre o tema”.
“Sim, ela possui um ambiente agradável (nem quente nem fria) e é também bem
espaçosa, proporcionando melhor desenvolvimento da tarefa realizada”.
Para captar o conhecimento sobre a arquitetura e organização da informação foi pedido
aos participantes que descrevessem suas impressões acerca das seguintes afirmações:
“A taxonomia é o cerne da arquitetura da informação, por isso é tão
importante envolver o usuário em avaliações de usabilidade” (Van Amstel,
2004).
141
“Se o menu de navegação não fizer sentido para o usuário, o website estará
inutilizado”(Van Amstel, 2004).
Todos concordaram plenamente com o pensamento do ergonomista Van Amstel,
revelando que a técnica propiciou aos participantes conhecerem melhor os fatores que levam a
uma otimização das estruturas de um website:
“Concordo plenamente, tanto que sugeri a criação de uma “capa “ com os links
“básicos” (no meu entender) para a navegação de um usuário leigo ou que acesse
pouco o site da biblioteca”.
‘‘Se o usuário não se localizar no site há grande chance da pesquisa não ser
satisfatória”.
“Todas as decisões devem estar embasadas na percepção dos usuários”.
“Essas afirmações fazem todo o sentido. O website deve ser bem claro para o
usuário e não para quem o fez”.
“Várias vezes me deparei com a situação de não encontrar o que procuro e ser
bombardeado por informações desinteressantes. Sites não organizados fazem com
que eu não volte a eles. É impressionante como é difícil encontrar contato
(telefone, e-mail, endereço) dentro deles”.
As opiniões dos participantes permitiram verificar que o card sorting enfatiza a estrutura da
organização da informação, de maneira que os resultados gerados sejam significativos para o
website avaliado. No entanto, ficou evidente que a aplicação não deve ser isolada ou aleatória.
Para aproveitá-lo melhor deve-se conhecer o produto em avaliação, o que só é feito através do
reconhecimento e descrição do website.
Os dados obtidos com o card sorting foram avaliados nos programas card zort e card
cluster, desenvolvidos pelo Professor Doutor Jorge A. Toro da Universidade Los Andes, de Bogotá,
Colômbia. Os programas, gratuitos, podem ser obtidos no seguinte endereço:
http://condor.depaul.edu/~jtoro/about.htm
Após a coleta, os dados foram transportados para o card cluster e organizados de acordo
com a disposição determinada pelos participantes. Neste momento da avaliação, identificaram-se
os cartões descartados, os cartões sugeridos pelos participantes e a ordem definida por eles.
Cada participante foi identificado como usuário, de maneira a garantir que os resultados do
card sorting e do questionário demográfico servissem apenas de base para a análise dos dados.
Neste momento, com o auxílio do inventário de conteúdo, foram verificados se os usuários
utilizaram os 47 cartões distribuídos, de acordo com as categorias pré-definidas.
142
Foi constatado que todos os cinco participantes sugeriram a criação de novos itens para o
website, assim como estruturas de navegação que garantissem estabelecer elos de comunicação
entre as categorias principais e os links.
Figura 43 - Interface do programa Card Zort com os cartões utilizados no Card Sorting
Passada esta fase, os cartões de cada participante foram separados em arquivos
diferentes, salvos como usuário 1, usuário 2 e assim sucessivamente, para garantir o sigilo das
informações coletadas.
Logo após, os arquivos do card zort foram transportados para o card cluster para a
verificação da associação dos agrupamentos. Cabe ressaltar que o card cluster utiliza os cartões
armazenados no card zort para que uma matriz distância/agrupamento faça o cálculo, levando em
conta a porcentagem de vezes que um cartão não foi utilizado. Essa porcentagem é expressa
entre 0 (itens agrupados 100% pelos participantes) e 1 (itens não agrupados em 100% pelos
participantes).
O card cluster apresenta o resultado em três formas distintas:
• Único – que enfatiza apenas as similaridades entre os itens e categorias de cada
participante;
143
• Completo – que enfatiza as diferenças e as similaridades entre os itens e categorias de
todos os participantes;
• Médio – que apresenta uma média entre os diagramas único e completo.
Os grupos são identificados a partir de percentuais pré-definidos e o programa estabelece
uma margem de ate 0,3 pontos (70%) para considerar associações diretas como relevantes. Os
resultados obtidos foram desta margem revelam que as associações são baixas, não
demonstrando uma relação direta entre os itens estipulados para o card sorting.
No diagrama completo, as linhas horizontais interligam elementos até as linhas verticais e
as linhas verticais unem os elementos no ponto do índice de relação correspondente. Faixas verde
e vermelho mostram as associações de alto nível e as faixas azuis representam as associações de
baixo nível, que podem ser descartadas.
Figura 44 - Diagrama completo das associações identificadas no card sorting
Convém salientar que no card cluster a identificação das associações de alto nível é
responsabilidade do avaliador, que deve verificá-las de acordo com os cartões dos participantes.
Portanto, o software apresenta apenas as associações de acordo com as matrizes, cabendo ao
pesquisador verificar as verossimilhanças existentes e os links que obtiveram avaliação negativa
dos participantes, de acordo com as opiniões e impressões dos usuários coletadas a partir das
observações do ensaio de interação.
Em relação ao modelo mental dos participantes do card sorting, alguns links do website da
BCE possuem relação 0.0, o que significa que 100% dos participantes fizeram uma associação
direta entre eles, revelando que são obrigatórios na árvore semântica do website da BCE, não
podendo ser modificados nem alterados. Isso pode ser observado nos seguintes agrupamentos
dos itens:
• Periódicos – Acesso Livre/ Capes – Periódicos;
• Arquivo Carlos Lacerda/ Coleção Médica/ Multimeios;
• Sala de Pesquisa/ Visita Orientada;
• Achados e Perdidos/ Bibliotecas do Brasil e do Mundo;
• Notícias BCE/ Busca Rápida no Sítio;
• Créditos/ Dados Estatísticos/ Histórico/ Normas Gerais/ Organização;
• Horário de Funcionamento/ Missão/ E-mails e Telefones/ Contato/ Sugestões e Críticas.
Observaram-se também outras associações com índices um pouco menores (até 0.3% -
70%). Como este limite é o máximo estabelecido para identificar associações relevantes, fica
evidente que essas relações devem ser consideradas durante a reelaboração da árvore semântica
do website da BCE:
• Compras/ Novas Aquisições;
• Base de Dados/ Catálogo on-line/ Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD/
Busca Periódicos on-line;
• Periódicos – Acesso Livre/ CAPES – Periódicos/ Busca Rápida no Catálogo/ Arquivo
Carlos Lacerda/ Coleção Médica/ Multimeios/ Acervo Geral/ Obras Raras/ Lista de
Duplicatas/ Resumo de Teses;
• Referência/ Atendimento ao Usuário/ Reserva/ Empréstimo/ Laboratório de Acesso Digital/
Comutação Bibliográfica/ Sala de Pesquisa/ Visita Orientada/ Normas da ABNT;
• Achados e Perdidos/ Bibliotecas do Brasil e do Mundo/ Contatos/ Sugestões e Críticas.
As associações consideradas relevantes pelos participantes do card sorting demonstraram
que há necessidade de revisão de alguns links das categorias sobre a BCE, acervo, serviços e
biblioteca virtual. Pôde-se verificar que as reformulações da árvore semântica do website da BCE
devem privilegiar a substituição de alguns e a troca de outros que se encontram em categorias que
não condizem com o modelo mental dos usuários.
A aplicação do card sorting revelou que os links periódicos – acesso livre e CAPES –
periódicos, que se encontram independentes das categorias principais do website da BCE, devem
ser incluídos tanto no grupo acervo, quanto em biblioteca virtual. Isso significa que os usuários
encaram periódicos como parte do acervo de uma biblioteca e que também necessitam estar
disponíveis virtualmente, haja vista a associação direta destes links com busca rápida no
catálogo e busca – periódicos on-line.
De acordo com os modelos mentais dos participantes do card sorting, o link lista de
duplicatas deve ser disponibilizado em acervo e não em serviço e o link organização interna e
assuntos especiais deve ser um subgrupo do item BCE de A a Z, conforme demonstram as
seguintes sugestões:
“O subgrupo lista de duplicatas deveria ter um nome mais simples para que todos
entendam o que é uma duplicata”.
“Organização interna e assuntos especiais deveria estar dentro de BCE de A a Z”.
Outro ponto observado nos resultados do card sorting foi à dimensão que os participantes
têm dos links reserva e referência como serviços e não como parte do acervo de uma biblioteca.
Dimensão esta que encontra respaldo na compreensão do que são serviços de informação, pois
mesmo que a reserva e a referência digam respeito ao acervo é na categoria serviços que serão
mais acessíveis, fato que pode ser verificado pela associação que os usuários fazem do link
referência com atendimento ao usuário (0,1 – 90%) e destes com reserva e empréstimo (0,2 –
80%). Essas relações também puderam ser identificadas nas observações dos participantes nos
cartões:
“O item empréstimo deveria estar dentro de atendimento ao usuário”.
“O item reserva deveria estar dentro de atendimento ao usuário”.
Para estabelecer uma conexão com a categoria acervo, dois participantes sugeriram a
inclusão de links nos itens reserva e empréstimo, que conectem diretamente o usuário com a
página acervo geral.
A associação determinada pelo modelo mental dos usuários também pôde ser comprovada
com a relação existente destes links com outros que se encontravam na categoria serviço, como
laboratório de acesso digital/ comutação bibliográfica/ sala de pesquisa/ visita orientada (0,3 –
70%).
O item mais controverso da categoria acervo foi classificação, que foi descartado por
quatro participantes (0,2 – 80%), demonstrando que a oferta de conteúdo explicativo acerca dos
sistemas de classificação bibliográfica utilizados na BCE é apenas uma informação técnica que
não desperta atenção dos seus usuários. Fato comprovado pelas seguintes afirmações:
’’O item classificação deveria ser excluído ou colocado dentro de BCE de A a Z”.
“Classificação -?”
De um modo geral, os links atuais da categoria acervo estão de acordo com o modelo
mental dos usuários, pois a associação dos itens Arquivo Carlos Lacerda, Coleção Médica e
Multimeios (0,0 – 100%) foi feita por todos os participantes. Além disso, a relação destes links
com lista de duplicatas e resumo de teses (0,2 – 80%) é relevante para verificar que estes dois
últimos links devem ser incluídos na categoria acervo.
A categoria serviços apresentou poucas discordâncias entre os participantes do Card
Sorting, como observado nas associações diretas entre os links comutação bibliográfica, sala de
pesquisa e visita orientada (0,0 – 100%), referência e atendimento ao usuário (0,1 – 90%),
reserva e empréstimo (0,2% - 80%) e a relação do laboratório de acesso digital com
atendimento ao usuário (0,2% - 80%), comutação bibliográfica, sala de pesquisa e visita
orientada (0,0 – 100%). Verificou-se também uma forte relação entre o link Normas da ABNT com
atendimento ao usuário e referência (0,2% - 80%).
Essas associações demonstraram que os usuários ao procurarem esta categoria têm em
mente o que ela representa enquanto provedora de informações. Entretanto, a associação entre os
links compras e novas aquisições (0,3 – 70%) permite-nos observar que existe uma certa
confusão sobre qual a finalidade dos links compras e comutação bibliográfica, levando a crer
que suas denominações possam ser modificadas para melhorar a qualidade dos serviços e
informações disponibilizados através deles. Mesmo considerando a associação entre eles, as
opiniões expressas pelos participantes denotam necessidade de reformulação:
“Pedido de compras? Feito por alunos? Por professores? Divulgação de compras?”
“Isso é novas aquisições?”
“Não faço a menor idéia do que significa comutação bibliográfica! Mudar o nome!
”Comutação bibliográfica deveria ser empréstimo entre bibliotecas – mais
explicativo”!
Na categoria biblioteca virtual verificou-se uma estreita relação entre os links bases de
dados e catálogo on-line (0,2 – 80%) e destes com biblioteca digital de teses e dissertações e
busca – periódicos on-line (0,3 – 70%). A forte relação evidenciada entre biblioteca digital de
teses e dissertações e busca – periódicos on-line enfatiza que os usuários associam a procura
de informações à categoria biblioteca virtual. Isso não quer dizer que os mecanismos de busca
não devam ser disponibilizados em todas as páginas, mas que os links dessa categoria precisam
de reformulação para atender mais dinamicamente às suas necessidades, fato comprovado pela
consideração de um dos participantes que sugeriu a inclusão de um subgrupo denominado
atendimento virtual ao usuário.
As relações da categoria biblioteca virtual com as categorias serviços e acervo também
foram enfatizadas pelos participantes:
“Um link para a categoria biblioteca virtual pode ser colocado dentro da categoria
acervo”.
”Um link para a categoria biblioteca virtual pode ser colocado dentro da categoria
serviços”.
”Deveria haver um link na categoria biblioteca virtual para laboratório de acesso
digital na página principal”.
“Deveria ser incluído um subgrupo em biblioteca virtual denominado atendimento
virtual ao usuário”.
Entretanto, observou-se que os usuários conheciam a terminologia relativa ao conteúdo de
bibliotecas virtuais, posto que um dos participantes levantou a questão que a própria biblioteca
digital de teses e dissertações é um banco de dados, e que conhecem os serviços que podem ser
oferecidos neste ambiente, pois foi sugerida a criação “de um repositório institucional que contenha
todos os conhecimentos científicos que são produzidos no âmbito da instituição”.
Essa necessidade de modificação nas denominações dos links foi mais intensamente
verificada na categoria sobre a BCE, apesar dos resultados demonstrarem que os usuários, em
sua maioria, estão familiarizados com as terminologias adotadas.
Verificou-se uma associação de alto nível (0,0 – 100%) entre os links notícias BCE e
busca rápida no sítio; entre os links créditos, dados estatísticos, histórico, normas gerais e
organização, entre os links horário de funcionamento e missão e entre os links e-mails e
telefones, contato e sugestões e críticas, estes três últimos links disponibilizados isoladamente
na atual arquitetura do website da BCE. Nesta categoria é interessante observar que os níveis de
correlação entre os links também foram altos, na ordem de 0,1 – 90% entre notícias BCE, busca
rápida no sítio, créditos, dados estatísticos, histórico, normas gerais, horário de
funcionamento, organização e missão e de 0,2 – 80% entre os já citados e os links e-mails e
telefones, contato, sugestões e críticas.
Apesar do alto nível de associação dos links dessa categoria, muitas sugestões para
modificações e correlações foram sugeridas pelos participantes, demonstrando que o número de
links poderia ser reduzido pela junção de conteúdo das páginas que representam:
”O link organização deveria estar dentro de BCE de A a Z”.
“O link dados estatísticos deveria estar dentro de BCE de A a Z”.
”Horário de funcionamento deveria estar dentro de normas gerais”.
“Contato deveria ser inserido em e-mails e telefones”.
“E-mails e telefones deveria ser um sub link de contato?
“Busca rápida no sítio se refere a BCE como instituição”?
“Acho que e-mails e telefones são a mesma coisa que contato”!
“Acho que contato é a mesma coisa que e-mails e telefones”!
“Não faço a menor idéia do que missão significa dentro de uma biblioteca”!
”Atendimento ao usuário deveria incluir um link para e-mails e telefones”!
Algumas considerações também podem ser feitas a respeito dos links que não foram alvo
dos comentários dos usuários. A associação de alto nível entre achados e perdidos e bibliotecas
do Brasil e do mundo (0,0 – 100%) e destes com o link intranet demonstram que devem ser
disponibilizados isoladamente, haja vista a fraca associação com links da categoria sobre a BCE
(0,4 – 40%). O mesmo pôde ser observado em relação ao link programação cultural que
apresentou baixa associação com os links e-mails e telefones, contato, sugestões e críticas e
organização interna e assuntos especiais e uma associação independente de alto nível (0,3 –
70%).
De todos os itens das categorias a maior recusa dos participantes foi associar os links
outros links, links e classificação a alguma categoria. O baixo índice de associação destes itens
com outras categorias sugerem a sua retirada do website, fato que também pôde ser comprovado
nas opiniões dos usuários:
“Classificação - ?”
“Links – de onde para onde”?
“Outros links – para onde”?
“Links – sobre o quê”?
“Outros links sobre a biblioteca – sobre serviços”?
Após a identificação das associações reveladas pelo modelo mental dos usuários, foram
propostas duas árvores semânticas para o website da BCE. A primeira, não contempla as
sugestões de novos links e correlações, sendo fidedigna a atual estrutura da informação
disponibilizada na web e a segunda engloba as sugestões de novos links, e as correlações
sugeridas pelos usuários. Entretanto, ressalta-se que essas árvores semânticas são meramente
ilustrativas, não significando que devem ser seguidas à risca pelos gestores e desenvolvedores do
website da BCE, mesmo por que a sua concepção é relativa somente ao modelo mental dos
usuários, sem a representação dos fluxos de tarefas.
Quadro 12 – Árvores semânticas do website da BCE
Árvore semântica atual Árvore semântica sem sugestões de novos links, correlações e novas
categorias
Árvore semântica com sugestões de novos links, correlações e novas
categorias SOBRE A BCE 1. BCE de A a Z 2. Créditos 3. Dados Estatísticos 4. E-mails e Telefones 5. Histórico 6. Horário de Funcionamento 7. Missão 8. Normas Gerais 9. Organização ACERVO 10. Acervo geral 11. Arquivo Carlos Lacerda 12. Classificação 13. Coleção Médica 14. Multimeios 15. Obras Raras 16. Organização Interna e Assuntos Especiais 17. Periódiocos 18. Referência 19. Reserva SERVIÇOS 20. Achados e Perdidos 21. Atendimento ao Usuário 22. Compras 23. Comutação Bibliográfica 24. Empréstimo 25. Laboratório de Acesso Digital 26. Lista de Duplicatas 27. Novas Aquisições 28. Programação Cultural 29. Sala de Pesquisa 30. Visita Orientada BIBLIOTECA VIRTUAL 31. Arquivo Carlos Lacerda 32. Base de Dados 33. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações 34. Catálogo on-line 35. Resumo de Teses LINKS ISOLADOS 36. Bibliotecas do Brasil e do Mundo 37. Busca – Periódicos on-line* 38. Busca Rápida no Catálogo* 39. Busca Rápida no Sítio* 40. CAPES – Periódicos 41. Intranet 42. Links 43. Normas da ABNT 44. Notícias BCE 45. Outros Links 46. Periódicos – Acesso Livre 47. Sugestões e Críticas disponibilizados em caixas de busca em todas as páginas
SOBRE A BCE 1. BCE de A a Z 2. Busca Rápida no Sítio* 3. Contato 4. Créditos 5. Dados Estatísticos 6. E-mails e telefones 7. Histórico 8. Horário de Funcionamento 9. Missão 10. Normas Gerais 11. Notícias BCE 12. Organização 13. Organização Interna e Assuntos Especiais 14. Sugestões e Críticas ACERVO 15. Acervo Geral 16. Arquivo Carlos Lacerda 17. Coleção Médica 18. Lista de Duplicatas 19. Multimeios 20. Obras Raras 21. Resumo de Teses SERVIÇOS 22. Atendimento ao Usuário 23. Compras 24. Comutação Bibliográfica 25. Empréstimo 26. Laboratório de Acesso Digital 27. Normas da ABNT 28. Novas Aquisições 29. Referência 30. Reserva 31. Sala de Pesquisa 32. Visita Orientada BIBLIOTECA VIRTUAL 33. Base de Dados 34. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações 35. Busca – Periódicos on-line* 36. Busca Rápida no Catálogo* 37. CAPES – Periódicos 38. Catálogo on-line* 39. Periódicos 40. Periódicos – Acesso Livre LINKS ISOLADOS 41. Achados e Perdidos 42. Bibliotecas do Brasil e do Mundo 43. Intranet 44. Programação Cultural * também disponibilizados em caixas de busca em todas as páginas
SOBRE A BCE BCE de A a Z
..::Créditos
..:: Dados Estatísticos
..:: Histórico
..:: Missão
..:: Normas Gerais � Horário de Funcionamento
..:: Organização Interna e Assuntos Especiais Contato ..:: E-mails e telefones ..:: Sugestões e Críticas Notícias BCE Busca Rápida no Sítio* ACERVO Acervo Geral Obras Raras Arquivo Carlos Lacerda Coleção Médica Multimeios Resumo de Teses Periódicos ..:: Periódicos – Acesso Livre ..:: CAPES – Periódicos ..:: Busca – periódicos on-line* SERVIÇOS Atendimento ao Usuário ..:: Reserva
� Acervo Geral ..:: Empréstimo ..:: Renovação
� Acervo Geral ..:: Contato ..:; Referência
� Acervo Geral � Normas da ABNT
Empréstimo entre bibliotecas Novas Aquisições Sala de Pesquisa Visita Orientada Normas da ABNT BIBLIOTECA VIRTUAL Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Catálogo on-line* ..:: Busca rápida no catálogo* Periódicos ..:: Periódicos – Acesso Livre ..:: CAPES – Periódicos ..:: Busca – periódicos on-line* Laboratório de Acesso Digital Atendimento virtual ao usuário Repositório Institucional LINKS ISOLADOS Programação Cultural Achados e Perdidos Bibliotecas do Brasil e do Mundo Intranet * também disponibilizados em caixas de busca em todas as páginas
O card sorting mostrou-se efetivo para verificar os modelos mentais dos usuários em
relação à organização, nomenclatura dos links e estrutura das informações do website da BCE.
Entretanto, algumas considerações devem ser ressaltadas a respeito das potencialidades da
técnica.
Percebeu-se que os resultados gerados são válidos, mas para a implantação das
modificações sugeridas pelos participantes, as árvores semânticas precisam ser submetidas a
outros tipos de análises e testes, conforme recomendam Zilse (2004, p. 132), que sugere a
avaliação cooperativa, e Myer (2003) que sugere estudos etnográficos e pesquisas de satisfação
como técnica posterior de verificação. Como nesta pesquisa, foi levantado em etapas anteriores o
contexto de uso do website da BCE, deduz-se que de nada adianta a escolha de métodos e
técnicas se não há um conhecimento preciso de quais funções o objeto de pesquisa avaliado
desempenha e do cenário em que atua e se insere.
Foi constatado também que o card sorting é mais apropriado para projetos de websites que
se encontram em fase de prototipação, onde a ocorrência de erros relativos à organização da
informação pode ser minimizada através da análise detalhada do fluxo de tarefas realizadas pelos
usuários. Isso leva a crer que, no caso do website da BCE, os resultados serão mais eficazes
durante a reestruturação total de todo o website, quando será possível testar se as associações
dos usuários são realmente propícias.
A opção por não utilizar a organização dos cartões nas interfaces do card zort foi positiva,
pois desta maneira evitou-se que os resultados fossem prejudicados, uma vez que nenhum dos
participantes conhecia as funcionalidades do programa, o que demandaria tempo para um
treinamento adequado.
Além disso, a organização por meio de cartões possibilitou uma interação que resultou em
um extenso volume de dados, como as matrizes distância/ agrupamento e as impressões
registradas através das sugestões, críticas e observações dos participantes. Portanto, apesar de
rápida, a aplicação do card sorting requer cuidado na análise dos dados, não funcionando em
avaliações em que o ensaio de interação não seja planejado em minúcias e com usuários que
desconhecem o website avaliado.
No caso do website da BCE, não ocorreram digressões pelo fato da amostra ter sido
interdisciplinar e composta de cinco usuários que pertencem ao seu universo, conforme
recomendado por Nielsen (1993). Entretanto, deve se ressaltar que um número maior de usuários
só é necessário quanto mais numerosos forem os links e as categorias do website. O que deve ser
salientado é o cuidado durante a elaboração do ensaio de interação, pois mais participantes
requerem laboratórios de usabilidade e instalações adequadas que eliminem possíveis
interveniências que possam ser refletidas nos resultados.
Quanto à apresentação dos dados em forma de diagrama pelo card cluster é importante
frisar que estes necessitam de tratamento visual em programas de editoração eletrônica para que
sejam mais claros. Caso contrário, corre-se o risco dos resultados se tornarem confusos,
principalmente por que matrizes do tipo distância/agrupamento são melhores visualizadas quando
ampliadas em pelo menos cinqüenta por cento do seu tamanho normal.
Ainda em relação às matrizes distância/ agrupamento observou-se que o entendimento dos
dados depende do nível de conhecimento do pesquisador para avaliá-los estatisticamente, pois as
associações de baixo nível (abaixo de 0,7 – 30%) não são evidentes, “deixando margem para
interpretações equivocadas” (ZILSE, 2004, p. 164). No caso dos links e categorias do website da
BCE, as associações de baixo nível e os itens descartados não puderam ser analisados pelo Card
Cluster, já que o programa não apresenta a possibilidade de avaliar negativamente os cartões que
foram descartados, cabendo ao pesquisador analisá-los de acordo com as sugestões e críticas dos
participantes.
Nesse sentido, a verbalização foi extremamente útil, pois possibilitou “verificar partes da
arquitetura que estão bem claras e outras confusas”, conforme demonstrado por Dias (2001, p.
67), comprovando a tese de Zilse (2004, p. 165) que a sua ausência influi nos resultados.
Nesta pesquisa, concluiu-se que métodos utilizados na Ciência da Informação como
ensaios de interação são de grande valia para identificar o modelo mental dos usuários,
principalmente quando planejados em consonância com técnicas heterogêneas como o card
sorting, a verbalização simultânea, as gravações, o questionário demográfico e o questionário de
avaliação da metodologia proposta, o que garantiu o equilíbrio da análise de dados quantitativos e
qualitativos do website da BCE da UnB.
6. 4 Erros cometidos pelos usuários durante o uso do website da BCE
A análise da tarefa foi concebida de acordo com os resultados obtidos nas etapas
anteriores da pesquisa, privilegiando ações que utilizam toda a estrutura informacional do website
da BCE. As questões propostas permitiram aos participantes percorrerem todas as páginas para
obterem os resultados desejados e contemplaram as categorias de informação, assim como todos
os links que se encontram dispostos isoladamente, que foram identificados no inventário de
conteúdo e nas árvores semânticas resultantes da aplicação do card sorting.
Num primeiro momento, desenvolveu-se um plano de avaliação que indicou quais passos
deveriam ser seguidos durante a análise. Neste estágio, as tarefas elaboradas foram testadas e
logo após, agrupadas em uma lista de 10 questões (Anexo 10):
Participaram da análise da tarefa nos dias 10, 11 e 12 de maio de 2006, vinte e um
usuários do website da BCE, que foram agrupados da seguinte maneira para uma análise dos
dados :
• Grupo 1 – sete alunos de pós-graduação da Universidade de Brasília;
• Grupo 2 - sete estudantes de graduação da Universidade de Brasília;
• Grupo 3 – sete egressos da Universidade de Brasília, que continuam a utilizar
a Biblioteca como recurso informacional.
Os participantes foram selecionados através de questionário demográfico, aplicado no
Laboratório de Acesso Digital da Universidade de Brasília e os dados são demonstrados nas
tabelas 8, 9 e 10, a seguir, para melhor compreensão dos resultados obtidos com a análise da
tarefa.
Tabela 8 – Perfil dos participantes da análise da tarefa – grupo 1
Faixa Etária
0 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
51 a 70 anos
70 a 100 anos
2 3 2
Freqüência de utilização
Diariamente
Freqüentemente
Ocasionalmente
Nunca utiliza
3 1 3
Objetivos – utilização
Reserva Renovação Consulta
7 7 7
Grau de familiaridade
Navego com facilidade Enfrento algumas dificuldades Sempre enfrento dificuldades 5 2
Dificuldades enfrentadas
Localização no website Encontrar informações Encontrar links Identificar áreas já
percorridas 2 2
Participação – ensaio de interação
Sim Não
7
Conhecimento sobre avaliações de usabilidade
Nenhum Pouco Já ouvi falar Conheço, mas não sei os propósitos
Conheço muito
5 1 1
Sexo
Masculino Feminino 2 5
Graduação
Arquivologia Biblioteconomia Desenho Industrial Pedagogia Jornalismo
1 1 2 1 2
Pós-graduação – mestrado Comunicação Educação
4 1
Pós-graduação - doutorado Ciência da Informação
2
Tabela 9 – Perfil dos participantes da análise da tarefa – grupo 2
Faixa Etária
0 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
51 a 70 anos
70 a 100 anos
3 4
Freqüência de utilização
Diariamente
Freqüentemente
Ocasionalmente
Nunca utiliza
3 2 2
Objetivos – utilização
Reserva Renovação Consulta
7 7 7
Grau de familiaridade
Navego com facilidade Enfrento algumas dificuldades Sempre enfrento dificuldades 7
Dificuldades enfrentadas
Localização no website Encontrar informações Encontrar links Identificar áreas já
percorridas 2 2
Participação – ensaio de interação
Sim Não
7
Conhecimento sobre avaliações de usabilidade
Nenhum Pouco Já ouvi falar Conheço, mas não sei os propósitos
Conheço muito
5 2
Sexo
Masculino Feminino 4 3
Graduação (em andamento)
Arquivologia Biblioteconomia Desenho Industrial Psicologia Jornalismo Química
1 2 1 1 1 1
Tabela 10 – Perfil dos participantes da análise da tarefa – grupo 3
Faixa Etária
0 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
51 a 70 anos
70 a 100 anos
2 3 2
Freqüência de utilização
Diariamente
Freqüentemente
Ocasionalmente
Nunca utiliza
2 5
Objetivos – utilização
Reserva Renovação Consulta
7 7 7
Grau de familiaridade
Navego com facilidade Enfrento algumas dificuldades Sempre enfrento dificuldades 5 2
Dificuldades enfrentadas
Localização no website Encontrar informações Encontrar links Identificar áreas já
percorridas 2
Participação – ensaio de interação
Sim Não 7
Conhecimento sobre avaliações de usabilidade
Nenhum Pouco Já ouvi falar Conheço, mas não sei
os propósitos Conheço muito
3 1 2 1
Sexo
Masculino Feminino 5 2
Graduação
Física Biblioteconomia Arquitetura Psicologia Jornalismo Pedagogia 1 1 2 1 1 1
Pós-graduação – mestrado
Comunicação Política e gestão em Ciência e Tecnologia
1 1
Pós-graduação - doutorado
Comunicação Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações
1 1
Os participantes selecionados foram contatados por e-mail e telefone para a confirmação
de presença e como não ocorreu nenhum impedimento o local onde se realizaram os ensaios (sala
de reunião da Biblioteca da Presidência da República) foi devidamente preparado. A princípio, a
análise da tarefa seria realizada em uma sala com quatro computadores, mas verificou-se que o
sistema de monitoramento escolhido (Screen Movie Studio), quando instalado em rede, retarda o
tempo de conexão à Internet e não propicia uma gravação de áudio adequada, o que prejudicaria a
avaliação.
Como a observação em IHC envolve no mínimo um computador e um usuário, optou-se por realizar
os ensaios com cada participante separadamente, em uma estação de trabalho, preparada para a captação
de vídeos, que foi equipada com os seguintes dispositivos:
• Notebook Infoway W7620, com tela widescreen de 15.4”, sistema operacional
Windows XP Professional, processador Intel Celeron, memória de 2gb, disco
rígido de 40 gb;
• Gravador digital power pack;
• Projetor DLP 1024 X 768
• Tela de projeção 230 x 204 pixels
Antes da realização dos ensaios, cada participante foi instruído sobre como proceder (Anexo 9) e
notificado que toda as suas ações estavam sendo monitoradas e gravadas. Como os ensaios de interação em
IHC visam analisar como o usuário interage com a máquina, o mediador fez uso de verbalização simultânea
para coletar as opiniões e impressões dos participantes sobre o método, as tarefas e possíveis dúvidas sobre
as questões.
Figura 45 – Participante interagindo durante a análise da tarefa
Os resultados quantitativos foram analisados primeiramente. De posse dos vídeos
registrados pelo Screen Movie Studio, as variações de tempo de realização das tarefas de cada
participante foram verificadas através de gráficos de controle, que identificaram causas especiais e
causas comuns de variação, possibilitando uma exploração adequada dos dados.
Na análise da tarefa, a diferença entre dois tipos de variação é essencial, uma vez que
causas especiais de variação são aquelas passíveis de modificação, sem a necessidade de
modificação do sistema, enquanto causas comuns de variação só podem ser eliminadas através
de modificações no sistema. Além disso, segundo Levine et al. (2005, p. 698) gráficos de controle
ajudam a evitar dois tipos de erros. “O primeiro tipo de erro envolve acreditar que um valor
observado resulta de uma variação de causa especial quando, na verdade, se dá em função de
uma variável decorrente de causa comum do sistema” e o segundo tipo de erro envolve “tratar a
causa especial de variação como se fosse uma causa comum de variação e, dessa maneira, não
adotar medidas corretivas imediatas, quando essas se fazem necessárias”. Cabe ressaltar, que
embora a utilização de gráficos de controle não elimine por completo vieses interpretativos
equivocados, propicia uma análise mais intensificada, tornando-os menos prováveis.
Antes do estabelecimento dos limites de controle, foi necessário calcular a média e o
desvio-padrão de tempo de realização das tarefas de cada participante, que posteriormente foram
agrupadas de acordo com os grupos pré-determinados.
A verificação da média e desvio-padrão revelou que os participantes do grupo composto de
estudantes de pós-graduação realizaram as tarefas mais rapidamente, seguidos dos grupos de
egressos da Universidade de Brasília e estudantes de graduação, conforme demonstra o gráfico e
a tabela seguir:
Média - tempo de realização das tarefas (em minutos)
40,6
7563,3
0
20
40
60
80
Grupo 1- pós-graduação
Grupo 2 -estudantes -graduação
Grupo 3 -egressos UnB
Gráfico 8 – Média de tempo de realização das tarefas em minutos
Tabela 11 – Média em minutos e desvio-padrão da análise da tarefa
Grupo
Média em minutos
Desvio-padrão
grupo 1
40,6
22,4
grupo 2
75
28,2
grupo 3
63,3
24,6
Após a identificação das medidas estatísticas de interesse, ou seja, a média e o desvio-padrão, os
limites de controle foram fixados da seguinte forma:
Limite de Controle Superior – LCS = média + 3 desvios-padrão;
Limite de Controle Inferior – LCI = média – 3 desvios-padrão.
De posse dos limites de controle devidamente fixados, foi determinado se os resultados obtidos com
a análise da tarefa apresentariam variações de causas especiais e de causas comuns. Para tal propósito, as
seguintes premissas estatísticas foram utilizadas:
• Se as médias dos tempos de realização das tarefas estão dentro dos limites
estabelecidos, o website da BCE apresenta somente problemas de causa comum;
• Se as médias dos tempos de realização das tarefas se encontram fora dos limites
estabelecidos, o website da BCE apresenta somente problemas de causas
especiais;
• Se as médias dos tempos de realização das tarefas se encontram acima ou abaixo
da média, faz-se necessário verificar no website da BCE o que acarreta este
padrão, antes de serem iniciadas qualquer alteração no sistema.
Os gráficos de padrões de controle da realização das tarefas demonstraram que antes de
serem iniciadas qualquer alterações no website da BCE, é necessário verificar as causas que
levam os usuários a cometerem erros. Pela disposição do tempo de realização das tarefas
demonstrados nos gráficos abaixo, observa-se uma certa tendência dos usuários a cometerem os
mesmos erros, o que também foi verificado na análise dos passos percorridos pelos participantes,
registrados através do Screen Movie Recorder.
Padrões de controle grupo 1 (em minutos)
107,8
40,613 25
47 36 24
68 71
-73,8-100
-50
0
50
100
150
Limite decontrolesuperiorMédia
Usuários -tempo emminutosLimite decontrole inferior
Gráfico 9 – Padrões de controle do grupo 1 (em minutos)
Padrões de controlegrupo 2 (em minutos)
159,6
7537,5
78 91 97 95 94
32
-84,6-100
-50
0
50
100
150
200
Limite decontrolesuperior
Média
Usuários -tempo emminutos
Limite decontrole inferior
Gráfico 10 – Padrões de controle do grupo 2 (em minutos)
Padrões de controlegrupo 3 (em minutos)
137,1
63,344,452 57 52 41
96 101
-73,8-100
-50
0
50
100
150
Limite decontrolesuperior
Média
Usuários
Limite decontrole inferior
Gráfico 11 – Padrões de controle do grupo 3 (em minutos)
Ao analisar qualitativamente os registros de áudio e vídeo, verificou-se que todos os
participantes dos grupos definidos cometeram erros semelhantes durante a realização da tarefa.
Os integrantes do grupo 1 (estudantes de pós-graduação), que terminaram as tarefas em menor
tempo, ficaram perdidos nas questões relativas aos periódicos disponíveis na Biblioteca, seja em
meio eletrônico ou analógico. O alto índice de respostas erradas (71,6% dos participantes)
demonstrou que o excesso de links para periódicos (caixa de busca periódicos, link para periódicos
na categoria acervo e link para periódicos na categoria biblioteca virtual) induzem os usuários ao
erro, conforme demonstra algumas opiniões de alguns integrantes deste grupo:
“Por que os periódicos não estão todos em uma única página?”
“O link base de dados confunde demais a gente!”
“Ué! Não estou entendendo! Tem três links para periódicos?”
“Engraçado! Quando procurei o periódico New England Journal of Medicine
encontrei apenas no catálogo on-line! Então para que serve este mecanismo de
busca de periódicos! Não tem nexo só procurar apenas os periódicos on-line!”
“Quem fez o site acha que ninguém vai procurar um periódico sem saber o
assunto!”
Outro ponto levantado pelos participantes deste grupo foi a confusa estrutura de navegação da
categoria biblioteca virtual, que levou a uma alta taxa de respostas erradas nas questões que dependiam do
acesso a ela (85,8%). Nas gravações de áudio e vídeo pôde-se notar uma grande perda de tempo para
acessar as páginas da BDTD, assim como pesquisar a tese indicada na análise da tarefa. Observou-se que
cinco usuários deste grupo não observaram que uma das respostas das questões não dependia de acesso,
estando disponibilizada na tabela TDEs (últimas atualizações) e quatro não conseguiram encontrar respostas
por que para acessá-la dependiam da marcação da caixa de formulário detalhar. Além disso, os participantes
quando utilizaram o sistema de busca da BDTD não encontraram resultados nem por aproximação e
reclamaram do excesso de telas que ficam abertas e da necessidade de ir para outra página para dar início às
buscas na BDTD.
“Nossa! As duras penas descobri que a tese Álgebra de Rainich tem texto
completo!”
“Que sistema de busca é esse? Não encontro nada!”
“Ta difícil de encontrar hein!”
Outros problemas encontrados neste grupo, mas que merecem ser mencionados foram a
complexidade dos menus pop-up ( três participantes clicaram em cima das categorias principais
como se fossem links) e a duplicidade dos links Carlos Lacerda.
“Para que disponibilizar duas páginas com o mesmo nome em menus diferentes!
Isso só complica a nossa vida!”
“Por que os textos do Arquivo Carlos Lacerda não estão em apenas uma página, já
que elas não apresentam conteúdo virtual mesmo?”
Os integrantes do grupo 2 (estudantes de graduação), que realizaram as tarefas mais
demoradamente (média de 75 minutos) também encontraram dificuldades semelhantes nas
questões relativas a BDTD e periódicos, pois todos os participantes quando procuraram teses e
dissertações se dirigiram a BDTD e quando procuraram periódicos, on-line ou não, se dirigiram ao
mecanismo de busca periódicos on-line, levando-os a explanarem as seguintes afirmações:
“O mecanismo de busca da BDTD não funciona!”
“Todas as teses e dissertações deveriam ser encontradas através da BDTD,
mesmo as que só tem resumo ou só são encontradas na biblioteca!”
“Teses, dissertações, periódicos e livros deveriam todos ser encontrados através
da busca rápida no sítio!”
”Esse site é muito difícil! Não encontrei quase nada rápido!”
“Não achei a dissertação Álgebra de Rainich em nenhum dos tipos de busca
disponíveis! Ou esta dissertação não está no site ou ninguém da biblioteca vai
encontrá-la!”
Os integrantes do grupo 3 (egressos da Universidade de Brasília) também consideraram
problemas relativos aos periódicos e a biblioteca virtual, mas foram os únicos que observaram
falhas em todos os mecanismos de busca. Ao analisar as gravações de áudio e vídeo dos
participantes, observou–se que todos procuraram as respostas nas caixas de busca
disponibilizadas em todas as páginas. Só após não encontrarem respostas, conduziram-se aos
links disponibilizados nas categorias sobre a BCE, acervo, serviços e biblioteca virtual. Além disso,
três participantes identificaram a ausência de manuais de instrução para utilizar o website.
“Só mesmo com um manual para conseguir encontrar um periódico neste site!”
“Apesar de parecer com outras BDTDs essa é a mais complicada de usar! Só
mesmo com um manual que se consegue achar alguma informação de forma
rápida.”
”Nas páginas periódicos e BDTD deveria ter um manual de instrução logo de cara!
Nunca precisei encontrar outras informações que não fosse sobre livros! Se não, já
teria observado como é difícil utilizar este site”.
“Não consegui achar nenhum, periódico! Acho que vou desistir!”
“Para que tantas caixas de busca se através delas não é possível nem mesmo
saber se uma dissertação está on-line ou não?”
Após o término da análise da tarefa, os participantes responderam um questionário sobre a avaliação
da metodologia proposta e todos se mostraram satisfeitos por auxiliarem a construção de um website mais
conectado às necessidades dos usuários. Dentre os inúmeros comentários, os mais relevantes são
detalhados a seguir:
“A análise da tarefa mostrou como está complicado encontrar algumas informações no
website da BCE”.”
“Pude perceber a eficiência da análise da tarefa”.
“A análise da tarefa permite avaliar na prática as possibilidades de pesquisa e
respostas no referido site e as dificuldades que encontramos”.
Pôde-se verificar que os usuários cometem erros durante a realização de tarefas no
website da BCE, porque as categorias de informações, links e estruturas de navegação precisam
ser reformuladas, de acordo com o seu modelo mental, fato também comprovado nos dados
quantitativos obtidos com os gráficos de controle, que indicaram a necessidade de verificação dos
padrões e nomenclaturas utilizadas, antes de qualquer alteração no sistema.
Entretanto, os resultados da análise da tarefa demonstraram divergências em relação aos dados do
questionário demográfico, posto que a maioria dos usuários afirmou que não encontrava dificuldades de
utilização no website da BCE. Isso demonstra que reformulações baseadas apenas em questionários e
entrevistas falham por que não permitem verificar a interação do usuário com o sistema, pois a satisfação do
usuário em relação aos objetos de interação é diferente da satisfação alcançada durante a busca por
informação.
Como técnica de avaliação, a análise da tarefa pode propiciar a reestruturação adequada
de um website, contudo ressalta-se que para tal propósito, a análise da tarefa não pode ser
realizada isoladamente, devendo ser aplicada, no mínimo em 20 participantes, tal como descreve
Dias (2001, p. 224) e precedida por técnicas como o Card Sorting, avaliações ergonômicas e
estudo de usuários, conforme demonstram as iniciativas da biblioteca da Universidade do Sul da
Flórida (ALLEN, 2002), da biblioteca de Ciências da Saúde e Serviço Social da universidade de
Maryland (FULLER & HINEGARDNER, 2001) e da biblioteca da Roger Williams University
(MCMULLEN, 2001), que a exemplo desta pesquisa, criaram formalismos específicos para a
análise da tarefa adequados ao contexto de uso.
No website da BCE, alguns problemas identificados na avaliação ergonômica das
interfaces e no card sorting foram confirmados pela análise da tarefa como a ineficiência de menus
pop-ups, a correlação dos links com as páginas, a inadequação das estruturas de navegação, a
duplicidade de links e a ausência de mecanismos com opções detalhadas de busca. Esses
problemas estão mais presentes nas páginas do Arquivo Carlos Lacerda, que apresentam
conteúdos similares em páginas diferentes, no excesso de links para periódicos e na biblioteca
virtual, que embora desenvolvida em bases cooperativas com o IBICT, necessita de adaptação ao
contexto de utilização na Universidade de Brasília.
Em relação ao sistema de monitoramento Screen Movie Studio, utilizado para a coleta de
dados, verificou-se que sua eficácia reside em deixar o usuário mais à vontade durante a análise
da tarefa, pois gravações de vídeo normais inibem àqueles que não gostam de ser filmados
enquanto realizam atividades. No entanto, este instrumento só é válido quando instalado em
equipamentos com configurações adequadas a recursos multimídia, não sendo possível a sua
utilização em computadores que possuem especificações inadequadas, confirmando a opinião de
Cybis (2003) sobre a portabilidade deste tipo de ferramenta “face à diversidade dos ambientes de
programação existentes”.
A utilização do Screen Movie Studio comprovou também a afirmação de Dias (2001, p. 70),
que a dificuldade deste tipo de instrumento está em “determinar que tipos de informações são
úteis, dada a enorme quantidade de dados coletados”. Dificuldades que foram minimizadas pelo
estabelecimento das medidas estatísticas de interesse e dos padrões de controle. Portanto, os
sistemas de monitoramento são mais adequados à elaboração de tutoriais e manuais de instrução
para a utilização de software.
Em vista dos resultados obtidos, conclui-se que os resultados da análise da tarefa pode
melhorar a utilização do website pelos usuários, desde que sejam levadas em consideração pela
equipe desenvolvedora a inapropriação das nomenclaturas e categorias utilizadas na atual
estrutura do website.
7 CONCLUSÃO
Após a análise dos dados, constatou-se que o objetivo geral de verificar a usabilidade do
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília, sob o ponto de vista de gestores,
desenvolvedores e usuários foi plenamente atingido, pois neste estudo de caso as conclusões
estão limitadas especificamente ao objeto da pesquisa.
Verificou-se que na concepção e planejamento do website da BCE, gestores e
desenvolvedores desconsideram a participação do usuário, inclusive durante a reestruturação do
sistema, não porque têm dificuldade em se imaginar na condição de usuários comuns, mas devido
ao desconhecimento dos benefícios que a usabilidade pode trazer, assim como dificuldades
gerenciais e tecnológicas que enfrentam, exceção feita aos especialistas que participaram da
avaliação ergonômica que não foram entrevistados.
Atestou-se no website da BCE que a tímida participação do usuário, apenas respondendo
questionários, é justificada pelos gestores e desenvolvedores como conseqüência da restrição de
custos que descartaram por completo a possibilidade da utilização de estudos ergonômicos
durante a reformulação do website. Esta restrição foi minimizada pela atuação da Comissão de
Reestruturação interdisciplinar, que direcionou as funcionalidades do website às necessidades dos
usuários, apesar do caráter estritamente técnico voltado para o desempenho tecnológico do
sistema.
Nesta pesquisa, constatou-se que os gestores e desenvolvedores do website da BCE
devem fazer da usabilidade uma aliada que os auxiliem a conceber conteúdos, leiautes e
estruturas de navegação com recursos adequados à demanda informacional, o que lhes permitirá
desenvolver serviços para um campus universitário composto de perfis tão díspares.
Para alcançar a excelência do website da BCE, gestores e desenvolvedores também
devem se conscientizar da importância do design participativo, que permite o conhecimento
antecipado de problemas, que podem ser eliminados antes de se tornarem insolúveis.
Neste contexto, a aplicação dos métodos e técnicas escolhidos se mostrou bastante
efetiva, pois revelaram pontos que certamente só poderiam ser identificados através da
contratação de consultorias de usabilidade.
Notou-se também que os procedimentos metodológicos adotados foram satisfatórios
porque todos possibilitaram um estudo abrangente do website da BCE. Como foram escolhidos em
consonância com os objetivos específicos, peculiaridades do sistema foram observadas em todas
as etapas, o que permitiu agregar valores ao diagnóstico da usabilidade.
A participação de especialistas, gestores, desenvolvedores e usuários foi essencial para
garantir uma visão diferenciada de cada aspecto e, particularmente o card sorting e a análise da
tarefa se mostraram profícuos, já que são técnicas de baixo custo que identificam pontos a serem
modificados, que não podem ser revelados de outra maneira. Entretanto, mesmo permitindo
conceber o modelo mental dos usuários e verificar os problemas mais constantes, a reestruturação
do website só pode ser realizada quando os resultados obtidos com estas técnicas forem
confrontados com aqueles obtidos em etapas anteriores, que complementam os resultados no
contexto da realidade em que o website se insere.
Nesta pesquisa, também se constatou a eficácia das heurísticas, guia de recomendações e
lista de verificação para avaliar as interfaces de websites. No entanto, essa eficácia diz respeito
somente aos objetos de interação, já que não revelam impressões pessoais dos usuários, que
foram demonstradas no card sorting e na análise da tarefa.
Concluiu-se ao analisar todos os dados obtidos que a atual estrutura disponibilizada não
propicia aos usuários realizarem tarefas em tempo hábil, haja vista o excesso e duplicidade de
links, a não relação da biblioteca virtual com o website e o equívoco de alguns mecanismos de
busca. Desta forma, a reformulação deve privilegiar a criação de hipertextos e leiautes fluidos, que
possibilitarão modificações constantes sem necessariamente alterar a linearidade da navegação.
Diferentemente dos resultados de estudos de usabilidade realizados por empresas
especializadas, esta pesquisa partiu da definição do problema, buscando estudar a usabilidade do
website da BCE na ótica de gestores, desenvolvedores e usuários. A perspectiva do estudo
contemporâneo, contemplando aspectos e visões distintas desses três segmentos envolvidos foi
inovadora e demonstrou que não seria possível detalhar em minúcias todos os pontos do website
da BCE, se os métodos e técnicas aplicados não tivessem sido estudados em profundidade. Além
disso, a profusão de resultados não teria sido obtida, caso a pesquisa não contasse com o apoio
da diretoria da Biblioteca, que desde o primeiro contato se mostrou sensível aos objetivos
propostos, o que garantiu eliminar o risco de uma análise superficial do website e do seu contexto.
O estudo de caso teve como mérito não só aprofundar a usabilidade no contexto de
bibliotecas universitárias, mas também aproximar a comunidade acadêmica ao website, que
apesar dos problemas que enfrenta continua a oferecer serviços de informação on-line.
Portanto, outras pesquisas poderão ser desenvolvidas futuramente para responder aos
seguintes questionamentos:
Se a literatura afirma que as interfaces geradas somente sob o ponto de vista de
gestores e desenvolvedores são estritamente tecnológicas, como os usuários
continuam a utilizá-las, haja vista o crescente número de acessos que websites
recebem?
Como a web continua a ser tão utilizada quando se sabe que a maioria dos
websites não avaliam suas interfaces de acordo com a usabilidade?
Esses questionamentos demonstram que muito do que se tem dito sobre usabilidade
merece ser revisto à luz do conhecimento de outros campos científicos como a Ciência da
Informação, Ciência da Computação e a Psicologia Cognitiva. Neste contexto, recomendações de
estudos futuros que possam complementar ou confrontar os resultados obtidos incluem:
• Verificar quais as dificuldades enfrentadas por gestores e desenvolvedores durante a
concepção e reestruturação de um website;
• Verificar as medidas de confiabilidade dos métodos utilizados nesta pesquisa no universo
de outros websites de bibliotecas universitárias;
• Propor um modelo metodológico para avaliações de usabilidade em websites de
bibliotecas universitárias;
• Realizar levantamentos bibliográficos que identifiquem quais tipos de website estão sendo
mais avaliados de acordo com a usabilidade;
• Realizar estudos sobre o impacto da usabilidade no marketing de websites de bibliotecas
universitárias;
• Realizar estudos que demonstrem as diferenças de resultados entre avaliações de
usabilidade, que verificam somente objetos de interação daquelas que se propõem a
avaliar todo o contexto de uso do website;
• Realizar estudo que adapte métodos e técnicas da Ciência da Informação ao contexto das
avaliações de usabilidade;
• Avaliar novos serviços e produtos de bibliotecas universitárias, como repositórios
institucionais, de acordo com critérios de uso;
• Realizar estudo que demonstre qual o papel do bibliotecário como engenheiro de
usabilidade;
• Comparar métodos selecionados para esta pesquisa com outros métodos não
selecionados;
• Realizar estudo que vise eliminar a diversidade terminológica existente na área de
usabilidade;
• Propor a implantação de um laboratório de usabilidade no Departamento de Ciência da
Informação e Documentação para pesquisa futuras, a exemplo de outras universidades
como a UNICAMP e a UFSC, já que no ambiente de pós-graduação teses e dissertações
sobre este tema são consideradas referência na IHC.
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Design, Departamento de Artes e Design, Puc Rio, Rio de Janeiro, 2004.
ANEXOS
ANEXO 1
Ficha de observação para a análise do contexto de uso de websites de bibliotecas
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O WEBSITE
1. Nome do website:
2. Instituição que o website pertence:
3. URL do website:
4. Gestor(es) do website:
5. Gestor(es) de conteúdo do website:
6. Desenvolvedor(es) do website?
7. Programador(es) visual(is) do website:
8. Usuários potenciais do website:
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO WEBSITE
9. Software(s) em que o website foi desenvolvido:
10. Linguagens utilizadas no website:
11. Número de páginas do website:
12. Tamanho em bytes do website:
13. Número total de visitas (estimado) do website:
14. Website cadastrado em sistemas de busca? Em caso afirmativo, quais?
15. Conteúdo da intranet é o mesmo da extranet?
16. Configuração mínima de software exigida para navegar pelo website:
17. Configuração mínima de hardware para navegar pelo website:
PRODUTOS E SERVIÇOS DO WEBSITE
18. Empréstimo on-line SIM NÃO
19. Renovação de empréstimos on-line
20. Bibliografias
21. Boletins da instituição
22. Publicações da instituição
23. Cadastro on-line de usuários
24. Catalogo on-line
25. Clipping de notícias
26. Comutação bibliográfica
27. Consulta a bases de dados locais
28. Consulta a bases de dados remotas
29. Disseminação seletiva da informação
30. Normas para a editoração de documentos
31. Outros
REQUISITOS DE SEGURANÇA PARA NAVEGAR NO SITE
32. Tecnologias utilizadas para armazenar informações confidenciais no site
1. Cookies SIM NAO
2. Java script
3. Applets java
4. Controle Actives X
5. Outros
33. Estratégias de segurança utilizadas no site
1. Firewalls SIM NAO
2. Politicas de senhas
3. Criptografias
4. Permissões para acessar o website
Outros:
ANEXO 2 Guia de entrevista com gestores e desenvolvedores
GESTOR(ES) DO WEBSITE
Desenvolvimento do website
1. Como se deu o processo de concepção do website da BCE da UNB?
2. O website da BCE foi desenvolvido em consonäncia com o portal da UNB?
Usuários, produtos e serviços
3. Durante o desenvolvimento do website foi levado em consideração entender quem são seus
usuários e o que querem?
4. A biblioteca motiva os usuários a acessarem o website?
5. Os usuários costumam sugerir modificações para o website da BCE?
6. Dentre os serviços disponibilizados, qual o mais acessado?
7. Quais são as principais tarefas realizadas neste módulo de serviço?
8. O advento do website proporcionou mais dinamismo aos serviços que são prestados pela
biblioteca em ambiente tradicional?
Dificuldades gerenciais
9. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas durante o desenvolvimento do website da
BCE?
10. Quais são as principais dificuldades enfrentadas para a manutenção do website da BCE?
Conteúdo
11. Cada departamento da biblioteca desenvolve e se responsabiliza por seus conteúdos?
12. Qual o processo de seleção dos conteúdos disponibilizados no website da BCE?
13. Como os conteúdos são disponibilizados? Com antecedência ou dinamicamente em tempo
real?
14. Existe um modelo de conteúdo? Este modelo foi criado antes do desenvolvimento do
website ou simultâneamente?
15. O conteúdo do website tem propiciado a intensificação do relacionamento entre a biblioteca
e os seus usuários?
16. Quais ferramentas de gerenciamento de conteúdo são utilizadas?
17. Como o processo de gerenciamento de conteúdo é administrado? Por fases?Por fluxo de
trabalho?
Usabilidade
18. O website da BCE foi desenvolvido através de algum estudo de usabilidade?
19. Testes de usabilidade foram realizados durante o desenvolvimento do website?
20. A solução desenvolvida foi testada por usuários antes de ser disponibilizada?
21. A equipe de desenvolvimento contou com uma equipe multidisciplinar para a análise dos
processos envolvidos na construção do website?
22. Durante o desenvolvimento do website tentou-se conciliar a viabilidade do sistema com os
objetivos do usuário?
23. As questões relativas ao design do website foram tratadas durante todo o processo de
desenvolviemto do website ou apenas no final do processo para validá-lo esteticamente?
Identificação das tarefas mais realizadas pelos usuários
Tarefa 1 Tipo
Nome da tela Ação do usuário Resposta do sistema
Tarefa 2 Tipo
Nome da tela Ação do usuário Resposta do sistema
Tarefa 3 Tipo
Nome da tela Ação do usuário Resposta do sistema
ANEXO 3
Lista de verificação para avaliação de websites de bibliotecas
Esta lista de verificação foi elaborada em agosto de 2005 para a coleta de dados da pesquisa Usabilidade de websites no contexto
de desenvolvedores, gestores e usuários: estudo de caso no website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Ela pode ser
utilizada para fins de pesquisa, sem a necessidade de autorização prévia de seu idealizador, desde que seja mencionada a seguinte fonte:
NASCIMENTO, J.A.M. Usabilidade no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários: estudo de caso da Biblioteca Central na
Universidade de Brasília. (2005). Dissertação de mestrado em Ciência da Informação.
Os dados pessoais fornecidos serão mantidos no absoluto sigilo. Em caso de dúvida, entrar em contato com:
José Antonio Machado do Nascimento
e-mail:[email protected]
Telefones: 61 3409937 61 96979034
Preencher segundo o guia de recomendações
Preencher de acordo com as heurísticas
Questões
N/A Sim Nao Página(s) com problemas
Tipos de Problemas
Design da página: critérios relativos à usabilidade superficial das páginas do website
Terreno da Tela
1. Os espaços em branco das páginas estão distribuídos homogeneamente? 2. É possível visualizar a página inteira, rolando a barra vertical no máximo três vezes? 3. É possível visualizar a página inteira sem deslocamento horizontal ? 4. O site é melhor visualisado em 800x600 pixels? Cores 5. As cores são utilizadas indiscriminadamente ocasionando um efeito negativo? 6. A cor azul é utilizada em pequenas partes das páginas? 7. Azul e vermelho são utilizados simultaneamente? 8. Cores brilhantes são utilizadas com parcimônia nas páginas do site? 9. Cores neutras são utilizadas como página de fundo? 10. Na página são encontradas mais de 4 cores? Textos 11. Evita-se o uso de textos somente com caixas altas?
12. Recursos de estilo como itálico, negrito ou sublinhado são utilizados para salientar palavras ou noções importantes no texto?
13. Evita-se o uso de texto somente com caixas baixas? 14. Os parágrafos do texto são separados por pelo menos uma linha em branco? 15. Utilizam-se mais de um tipo de fontes nos textos? 16. Utilizam-se fontes grandes nos textos? 17. O textos encontram-se alinhados à esquerda? Links
18. Imagens ou ilustrações são utilizadas como links? 19. Abreviaturas são utilizadas como links? 20. Links quando já utilizados ficam demarcados em azul? 21. Os títulos dos links são claros, concisos e informativos? 22. Utilizam-se siglas como links? 23. Expressões como "clique aqui" são utilizadas 24. Os links são identificados em profusão? Links publicitários 25. Faz-se uso de banners? Títulos 26. Os títulos das páginas estão centralizados? 27. Os títulos das páginas estão alinhados à esquerda? 28. Os títulos das páginas estão alinhados à direita? 29. Utilizam-se títulos e subtítulos nas páginas? Folhas de estilo 30. O leiaute da página principal é o mesmo para todas as páginas do site? Quadros 31. Utilizam-se quadros no site? 32. Os conteúdos de outros websites são exibidos dentro dos quadros do website? Impressão 33. Os conteúdos do website estão disponíveis para impressão? Design do conteúdo: motivo pelo qual usuários acessam determinado site
Textos/informação
34. Os títulos correspondem ao conteúdo da página? 35. O tempo verbal predominante é o presente do indicativo? 36. Parágrafos com apenas uma sentença são utilizados esporadicamente? 37. Palavras de difícil compreensão são usadas nos textos? 38. Palavras depreciativas ou de baixo calão são utilizadas? 39. Os textos apresentados exprimem a idéia central no primeiro parágrafo? 40. Quando da disponibilidade de textos longos, estes se encontram disponíveis em apenas
uma página?
Informações de ajuda 41. Perguntas mais freqüentes são disponibilizadas? 42. Manuais de instruções de uso do site são disponibilizados?
Multimídia 43. Animação? 44. Vídeos? 45. Áudios? 46. São indicados os formatos e os padrões dos elementos multimídia? Imagens e fotografias 47. As imagens utilizadas na página principal são reutilizadas em outras ? 48. O tamanho das imagens utilizadas nas páginas é menor que 25k? 49. Utiliza-se mais de uma imagem nas páginas? Ilustrações e gráficos 50. Os gráficos, se disponibilizados, possuem título e rótulo para os seus eixos? 51. Gráficos tridimensionais são utilizados? 52. Ilustrações são utilizadas com moderação? 53. As ilustrações estão integradas ao contexto da página? Janelas 54. Faz-se uso de janelas pop-up? 55. Janelas são utilizadas com moderação? 56. O site abre janelas adicionais automaticamente, sem a solicitação do usuário? Formulários 57. Nos formulários, os campos obrigatórios são diferenciados dos não obrigatórios? 58. Os itens dos botões de radio são mutuamente exclusivos? 59. Os itens de um grupo de caixas de atribuição permitem escolhas independentes? 60. Os formulários a serem preenchidos estão disponíveis em apenas uma página? 61. O usuário comanda o preenchimento do formulário? 62. Caixas de entradas de dados são projetadas com o número de caracteres definidos? 63. Caixas de dados textuais foram projetadas com no mínimo 50 caracteres ? Design do site: congrega o design das páginas e o design do conteúdo
Página principal/Homepage
64. Na homepage encontra-se disponibilizado link para a página principal? 65. Noticias e novidades são apresentadas na página principal? 66. Informações importantes são apresentadas na página principal? 67. As principais áreas do conteúdo do site estão disponibilizadas na página principal? 68. Mensagens de boas vindas são disponibilizadas na página principal? 69. O nome ou logotipo da instituição estão localizados no canto superior esquerdo da página
principal?
70. O ambiente da biblioteca tradicional foi transferido para o ambiente web (metáfora em relação a oferta de serviços e produtos)?
Navegação Onde estou 71. Os níveis de estrutura de navegações são demonstrados em todas as páginas do site? Onde estive 72. Existe link de retorno para a página principal em todas as páginas?
Aonde posso ir 73. Links absolutos? 74. Links Relativos? 75. Âncoras identificadas? Estrutura do site 76. Os links do mapa do site estão corretos? 77. Mapa do site? 78. Barras de navegação são alinhadas verticalmente? 79. Barras de navegação são alinhadas horizontalmente? 80. Barras de navegação são alinhadas verticalmente e horizontalmente? 81. Faz-se uso de menus pop-up? Carregamento da página 82. A página principal demora mais que dez segundos para ser carregada? 83. Da página principal para páginas secundárias o tempo de carregamento é maior que 5
segundos?
Mecanismos de busca 84. O site oferece mais de um tipo de busca (pesquisas em bases de dados, catálogos ou no
próprio site)?
85. Os mecanismos de busca utilizam mais de um filtro? 86. As respostas dos mecanismos de busca informam dados detalhados da pesquisa(situação,
localização)?
87. A página de perguntas mais freqüentes estão disponibilizadas nos resultados das pesquisas?
88. Pesquisas por palavras chave? 89. Operadores booleanos são utilizados em pesquisas simples? 90. Realize uma tarefa. Para chegar ao resultado desejado, houve a necessidade de mais de
quatro cliques?
91. Pesquisas por vocabulário controlado? Design da URL
92. As Urls das páginas são extensas? 93. As Urls refletem a estrutura organizacional da instituição mantenedora da biblioteca? Acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de websites de bibliotecas
94. Informações sobre a instituição são disponibilizadas (missão, histórico, objetivos? 95. Estatísticas sobre a biblioteca são disponibilizadas? 96. O website disponibiliza serviços de reserva e devolução de materiais on line? 97. Há indicação da data de atualização do site? 98. O site disponibiliza conteúdo em outros idiomas? 99. Resumos? 100. Glossários? 101. Sugestões e criticas? 102. Download de arquivos? 103. Informações sobre o copirraite do site são disponibilizadas? 104. São disponibilizadas páginas com informações que poderiam ser agrupadas em apenas
uma página (ex. página com apenas endereços para contato)?
105. São disponibilizados serviços de informação para portadores de necessidades especiais? 106. Páginas em construção são disponibilizadas no site? 107. Dados desatualizados, como convites para eventos já realizados estão disponibilizados no
site?
108. Quando da realização de tarefas erradas o website propicia mensagens de erro? 109. Páginas órfãs sem ligação com o website são disponibilizadas?
Resumo das verificacoes N/A Sim Não Total Design da página Design do conteúdo Design do site Total de questões respondidas
SOBRE O AVALIADOR
Dados pessoais
1. Nome:
2. Local de trabalho:
3. Idade:
4. Sexo:
Formação Acadêmica
5. Ensino fundamental
6. Ensino Médio
7. Nível Superior
Curso:
8. Especialização
Linha de pesquisa:
9. Mestrado
Linha de pesquisa:
10. Doutorado
Linha de pesquisa:
11. Pós-doutorado
Experiencia profissional Nenhuma experiência Pouca Experiência Muita experiência
12. Web design
13. Web developer
14. Avaliações de
usabilidade
Sobre a avaliação
15. Endereço das páginas avaliadas
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Equipamento utilizado na avaliação
16. Tempo gasto na avaliação
Horas: Minutos:
17. Tipo de Computador
18. Memória
19. Tipo de Navegador
20. Resolução de vídeo
21. Data de início da avaliação
22. Data de término da avaliação
Apreciação crítica dos métodos utilizados
23. Descreva suas impressões sobre os métodos e técnicas utilizadas durante esta avaliação.
ANEXO 4
Guia de recomendações para avaliação de websites de bibliotecas
Critérios Recomendações Design da página: critérios relativos a usabilidade superficial das páginas do website
Terreno da Tela 1. Os espaços em branco das páginas estão distribuídos homogeneamente? Espaços em branco distribuídos homogeneamente orientam o usuário a entender o
agrupamento de informações. 2. E possível visualizar a página inteira , rolando a barra vertical no máximo três
vezes? Páginas que necessitam de rolagem vertical mais de três vezes são indicadas somente para sites com enorme quantidade de conteúdo.
3. E possível visualizar a página inteira sem deslocamento horizontal ? Deslocamento horizontal reflete desleixo no design da página. 4. O site é melhor disponibilizado em 800x600 pixels? A resolução 800x600 pixels é o padrão recomendado para a melhor visualização do site. Cores 5. As cores são utilizadas indiscriminadamente ocasionando um efeito negativo? Cores não são elementos decorativos. A padronização incrementa a utilização de sites. 6. A cor azul é utilizada em pequenas partes das páginas? Uma pequena área em azul parece mais desbotada do que uma grande área da mesma
cor. 7. Azul e vermelho são utilizados simultaneamente? O azul e o vermelho têm diferentes profundidades de foco e esse processo é fatigante
para o olho humano. 8. Cores brilhantes são utilizadas com parcimônia nas páginas do website? Cores brilhantes atraem a atenção do usuário e o seu emprego deve ser reservado para
áreas importantes, caso contrário o usuário pode achar mais difícil saber para onde olhar e ficar confuso.
9. Cores neutras são utilizadas como página de fundo? As cores neutras ( por exemplo, cinza-claro.) aumentam a visibilidade das outras cores 10. Na página são encontradas mais de 4 cores? Recomenda-se no máximo o uso de quatro cores por página. Textos 11. Evita-se o uso de textos com somente caixas altas? Textos com caixas altas poluem a página. 12. Recursos de estilo como itálico, negrito ou sublinhado são utilizados para salientar
palavras ou noções importantes no texto? Para salientar noções importantes ou palavras no texto são eficientes. Quando em excesso, prejudicam a visibilidade da informação.
13. Evita-se o uso de texto com somente caixas baixas? Dão a noção de que a informação não é importante. 14. Os parágrafos do texto são separados por pelo menos uma linha em branco? Textos separados por no mínimo uma página não provocam fadiga ao olho humano. 15. Utilizam-se mais de um tipo de fontes nos textos? O uso de mais de um tipo de fonte provoca fadiga ao olho humano. 16. O texto faz uso de fontes grandes? Fontes grandes prejudicam a organização da página. 17. O texto é alinhado a esquerda? Textos alinhados a esquerda melhoram o design da página. Textos centralizados ou
justificados são irrelevantes. Links 18. Imagens ou ilustrações são utilizadas como links? Economizam espaço. 19. Abreviaturas são utilizadas como links? Abreviaturas diminuem a visibilidade do conteúdo. 20. Links quando já utilizados ficam demarcados em azul? Quando demarcados em azul, permitem que o usuário identifique as páginas visitadas. 21. Os títulos dos links são claros, concisos e informativos? Links concisos poupam o tempo do usuário e expressam genericamente o conteúdo do
site. 22. Utilizam-se siglas como links? Siglas corroboram para a não utilização da página, pois usuários novatos ou
inexperientes não conhecem o universo de atuação do website. 23. Expressões como "clique aqui" são utilizadas? Não devem ser utilizadas. Demonstram desinteresse quanto aos padrões de vigentes de
design. 24. Os links são identificados em profusão? Muitos links melhoram o desempenho do usuário no site. Links publicitários 25. Faz-se uso de banners? Se utilizados como links são eficientes. Títulos 26. Os títulos das páginas estão centralizados? Títulos centralizados e bem especificados localizam o usuário no site. 27. Os títulos das páginas estão alinhados à esquerda? Títulos alinhados à esquerda melhoram a legibilidade da página. 28. Os títulos das páginas estão alinhados à direita? Títulos alinhados à direita pioram a legibilidade da página. 29. Utilizam-se títulos e subtítulos nas páginas? Melhoram a organização da página. Folhas de estilo 30. O leiaute da página principal é o mesmo para todas as páginas do site? Corrobora para um rápido carregamento da página. Quadros 31. Utilizam-se quadros no site? Quadros são ineficazes para sites com pouco conteúdo. 32. Os conteúdos de outros websites são exibidos dentro dos quadros do website? Piora a visão que o usuário tem das informações da página. Impressão 33. Os conteúdos do website estão disponíveis para impressão? Se disponíveis devem estar configurados para papel A4 ou Carta.. Design do conteúdo: motivo pelo qual usuários acessam determinado site Textos/informação 34. Os títulos correspondem ao conteúdo da página? Se correspondem ao conteúdo da página melhoram a legibilidade da página. 35. O tempo verbal predominante e o presente do indicativo? Verbos no presente do indicativo indicam imparcialidade das informações. 36. Parágrafos com apenas uma sentença são utilizados esporadicamente? Parágrafos com apenas uma sentença podem facilmente estar for a de escopo com o
conteúdo das informações. 37. Palavras de difícil compreensão são usadas nos textos? Dificultam a compreensão da informação pelo usuário. 38. Palavras depreciativas ou de baixo calão são utilizadas? Demonstram desleixo em relação ao português culto. 39. Os textos apresentados exprimem a idéia central no primeiro parágrafo? Textos que indicam o objeto da informação no primeiro parágrafo contribuem para a
compreensão dos eventos pelos usuários. 40. Quando da disponibilidade de textos longos, estes se encontram disponíveis em
apenas uma página? Textos longos quando quebrados em varias páginas melhoram a navegabilidade do usuário.
Informações de ajuda 41. Perguntas mais freqüentes são disponibilizadas? Economiza tempo do usuário a consultas de manuais de instruções de uso do website. 42. Manuais de instruções de uso do site são disponibilizados? Recomenda-se apenas em caso de oferta de serviços de alta complexidade. Multimídia 43. Animação? Quando utilizadas com parcimônia são excelentes fontes de informação. 44. Vídeos? Quando utilizadas com parcimônia são excelentes fontes de informação. 45. Áudios? Quando utilizadas com parcimônia são excelentes fontes de informação. 46. São indicados os formatos e os padrões dos elementos multimídia? Padrões e formatos descritos indicam ao usuário se o seu sistema operacional suporta
sua utilização. Imagens e fotografias 47. As imagens utilizadas na página principal são reutilizadas em outras ? Imagens reutilizadas contribuem para a organização da página.. 48. O tamanho das imagens utilizadas nas páginas e menor que 25k? Imagens pesadas aumentam o tempo de carregamento da página 49. Utilizam-se mais de uma imagem nas páginas? Múltiplas imagens devem ser evitadas. Risco de poluição visual. Ilustrações e gráficos 50. Os gráficos, se disponibilizados possuem título e rótulo para os seus eixos? Gráficos sem rótulos diminuem a visibilidade da informação. 51. Ilustrações são utilizadas com moderação? Ilustrações usadas com moderação realçam o estilo do design do site. 52. As ilustrações estão integradas ao contexto da página? Ilustrações não integradas no contexto da página diminuem o impacto visual da página,
chamando mais atenção que a informação disponibilizada. Gráficos tridimensionais Janelas 53. Faz-se uso de janelas pop-up? Utilizadas com moderação aumentam a visibilidade da informação. 54. Janelas são utilizadas com moderação? Em excesso prejudicam o desempenho do site. 55. O site abre janelas adicionais automaticamente, sem a solicitação do usuário? Prejudicam o carregamento das páginas e a visibilidade da informação. Formulários 56. Nos formulários, os campos obrigatórios são diferenciados dos não obrigatórios? Campos obrigatórios distinguidos facilitam o preenchimento de formulários. 57. Os itens dos botões de radio são mutuamente exclusivos? Itens exclusivos facilitam o preenchimento de formulários. 58. Os itens de um grupo de caixas de atribuição permitem escolhas independentes? Caixas de atribuição independentes confere aos formulários um caráter ágil. 59. Os formulários a serem preenchidos estão disponíveis em apenas uma página? Formulários disponíveis em uma única página se tornam maçantes e difíceis de serem
preenchidos 60. O usuário comanda o preenchimento do formulário? Caso o sistema controle o preenchimento do formulário corrobora para o aumento de
erros pelos usuários. 61. Caixas de entradas de dados são projetadas com o numero de caracteres definidos? Eficiente para o preenchimento de dados relativos a documentos. 62. Caixas de dados textuais foram projetadas com no mínimo 50 caracteres ? O desenvolvedor e projetista devem ter em mente que e possível o usuário ter um nome
extenso ou deseja se comunicar prolixamente com o website Design do site: congrega o design das páginas e o design do conteudo Página principal/Homepage 63. Na homepage se encontra disponibilizado link para a página principal? Elemento dispensável, pois o usuário já se encontra na página principal 64. Noticias e novidades são apresentadas na página principal? Deve ser indicado apenas um breve comentário sobre as notícias e novidades com links
para a leitura da informação completa. 65. Informações importantes são apresentadas na página principal? Informações relativas ao universo da biblioteca são bem-vindas. 66. As principais áreas do conteúdo do site estão disponibilizadas na página principal? Além de economia de espaço proporciona ao usuário chegar onde deseja mais
rapidamente. 67. Mensagens de boas vindas são disponibilizadas na página principal? Dispensáveis. 68. O nome ou logotipo da instituição estão localizados no canto superior esquerdo da
página principal? Podem funcionar como links de retorno a página principal.
69. O ambiente da biblioteca tradicional foi transferido para o ambiente web (metáfora em relação a oferta de serviços e produtos)?
Útil caso reflita os processos realizados em ambiente físico.
Navegação Onde estou 70. Os níveis de estrutura de navegação são demonstrados em todas as páginas do
site? Permite que o usuário interaja com as páginas que compõem o site.
Onde estive 71. Existe link de retorno para a página principal em todas as páginas? Auxiliam o usuário a aprender a estrutura do site e evitam que gastem tempo indo a
mesma página diversas vezes. Aonde posso ir 72. Links absolutos? São eficientes e apontam para uma localização fora da página do site agregando novos
conteúdos. 73. Links Relativos? São eficientes e apontam para um outro documento dentro do site. 74. Ancoras identificadas? São eficientes e são vinculados a um ponto dentro da página ou para a localização
especifica em outra página. Estrutura do site 75. Os links do mapa do site estão corretos? Caso não estejam proporcionam motivos para que o usuário deixe de visitar o site. 76. Mapa do site? Colabora para a orientação do usuário.
77. Barras de navegação são alinhadas verticalmente? Menus em apenas uma direção são eficazes. 78. Barras de navegação são alinhadas horizontalmente? Menus alinhados em apenas uma direção são eficazes. 79. Barras de navegação são alinhadas verticalmente e horizontalmente? Menus alinhados em duas direções opostas diminuem a visibilidade da página. 80. Faz-se uso de menus pop-up? O menu pop-up polui a página escondendo um determinado grupo de informações. Carregamento da página 81. O site e melhor visualizado em 800x600 pixels? Padrão recomendado pelo W3 consortium. 82. A página principal demora mais que dez segundos para ser carregada? Estudos comprovaram que páginas que carregam em mais que dez segundos ocasionam
a desistência por parte do usuário. 83. Da página principal para páginas secundarias o tempo de carregamento e maior que
5 segundos? Estudos comprovaram que páginam secundarias que carregam em mais que cinco segundos ocasionam a desistência por parte do usuário.
Mecanismos de busca 84. O site oferece mais de um tipo de busca (pesquisas em bases de dados, catálogos
ou no próprio site)? Dois ou mais mecanismos de busca proporcionam resultados mais satisfatórios.
85. Os mecanismos de busca utilizam mais de um filtro? Propiciam maiores possibilidades de pesquisa. 86. As respostas dos mecanismos de busca informam dados detalhados da
pesquisa(situação, localização)? No caso de bibliotecas e imprescindível saber dados detalhados da pesquis.a
87. A página de perguntas mais freqüentes estão disponibilizadas nos resultados das pesquisas?
Perguntas mais freqüentes auxiliam o usuário a refinar sua pesquisa.
88. Pesquisas por palavras chave? Possibilita resultados mais satisfatórios. 89. Operadores boleados são utilizados em pesquisas simples? Deve ser evitado. Experiências demonstram que usuários não conseguem utiliza-la
corretamente. 90. Realize uma tarefa. Para chegar ao resultado desejado, houve a necessidade de
mais de quatro cliques? Mais de quatro cliques corroboram para a deficiência do usuário.
91. Pesquisas por vocabulário controlado? Possibilita resultados mais específicos Design da URL 92. As Urls das páginas são extensas? Urls extensas ocasionam erros de entrada no site pelo usuário. 93. As Urls refletem a estrutura organizacional da instituicao mantenedora da biblioteca? Urls que não refletem a estrutura organizacional na qual a biblioteca e o seu website
estão localizados ocasionam desinteresse nos sites dos outros órgãos da instituição. Acessibilidade e flexibilidade de uso para usuários de websites de bibliotecas 94. Informações sobre a instituição são disponibilizadas (missão, histórico, objetivos? Permite a visibilidade da instituição. 95. Estatísticas sobre a biblioteca são disponibilizadas? Proporcionam ao usuário medidas de desempenho sobre os serviços e produtos
prestados. 96. O website disponibiliza serviços de reserva e devolução de materiais on line? Agiliza o serviço de referencia em ambiente tradicional. 97. Ha indicação da data de atualização do site? Corrobora para o caráter de constante modificação do site. 98. O site disponibiliza conteúdo em outros idiomas? Aumenta a visibilidade da biblioteca em épocas de globalização 99. Resumos? Proporcionam ao usuário prescindirem da leitura de um documento que não seja de seu
total interesse. 100. Glossários? Contribui para a adaptação do usuário aos serviços e produtos prestados. 101. Sugestões e criticas? Demonstra compromisso da biblioteca para com o usuário. 102. Download de arquivos? Diminui a carga de empréstimos a materiais localizados em ambiente tradicional. 103. Informações sobre o copy right do site são disponibilizadas? Demonstra a posição clara do website em relação aos direitos de seus desenvolvedores
e projetistas. 104. São disponibilizadas páginas com informações que poderiam ser agrupadas em
apenas uma página (ex. página com apenas endereços para contato)? Diminuem o tempo de carregamento da página.
105. São disponibilizados serviços de informação para portadores de necessidades especiais?
Demonstra interesse da biblioteca em atingir todos os seus usuários.
106. Páginas em construção são disponibilizadas no site? São dispensáveis, pois ainda são passíveis de reformulação. 107. Dados desatualizados, como convites para eventos já realizados estão
disponibilizados no site? Demonstra que a biblioteca não tem uma equipe que trabalha com a atualização do conteúdo no site.
108. Quando da realização de tarefas erradas o website propicia mensagens de erro? Quando não disponibilizados ocasionam a desistência do usuário. 109. Páginas órfãs sem ligação com o website são disponibilizadas? Em caso positivo, demonstram a falta de unificação entre as páginas do website.
ANEXO 5
Critérios heurísticos a serem adotados pelos especialistas na avaliação ergonômica de
websites de bibliotecas
As heurísticas para avaliação de websites de bibliotecas serão utilizadas pelos avaliadores
logo após a inspeção por meio de lista de verificação e guia de recomendações. Os problemas,
identificados durante a inspeção, deverão ser associados às heurísticas descritas a seguir.
1. ORGANIZAÇÃO VISUAL E ESTÉTICA DA PÁGINA
• Heurística relacionada a disposição dos objetos de interação em uma página. Uma boa organização
visual e estética da página facilita a compreensão da informação pelo usuário, melhorando o seu
desempenho durante a utilização do website.
Recomendações:
• Distribua os espaços em branco das páginas homogeneamente, deixando visíveis os objetos
de interação responsáveis pelo agrupamentos de informações no website.
• Disponibilize textos que não necessitem mais de três rolagens de barra vertical.
• Utilize a resolução 800x600 pixels.
• Utilize cores com moderação, pois cores em excesso são fatigantes para o olho humano.
• Utilize cores neutras que aumentam a visibilidade da informação.
• Evite o uso de textos com caixas altas que poluem as páginas.
• Utilize negrito, sublinhado ou itálico somente para destacar informações importantes dos
conteúdos.
• Utilize no máximo dois tipos de fontes.
• Alinhe os textos sempre a esquerda.
• Evite quadros.
• Configure os textos do website para impressão em papel A4 ou carta.
• Utilize recursos multimídia com moderação.
• Utilize verbos no presente do indicativo que indicam imparcialidade de opinião.
• Quebre textos longos em várias páginas.
• Faça uso de imagens, ilustrações e gráficos com moderação, pois aumentam o tempo de
carregamento e poluem visualmente as páginas.
2. ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO
Heurística relacionada aos elementos que conduzem o usuário durante a utilização de um
website de biblioteca. Uma boa orientação possibilita um maior aproveitamento dos recursos
durante a realização de uma tarefa.
Recomendações:
• Não utilizar abreviaturas e siglas como links, pois diminuem a visibilidade do conteúdo.
• Evite expressões como "clique aqui".
• Utilize links em profusão, pois melhoram o desempenho do site.
• Utilize links concisos que poupam o tempo do usuário e expressam genericamente o conteúdo
do website.
• Economize o tempo do usuário através da oferta de manuais de instrução de uso do website.
• Determine os títulos das páginas de maneira a proporcionar uma boa localização para o
usuário.
• Disponibilize a estrutura de navegação para o usuário do website.
3. CONTROLE DO USUÁRIO
Heurística que se refere ao controle das ações executadas pelo usuário no website,
permitindo que tenham condições para reverterem determinadas situações.
Recomendações:
• Possibilitar o cancelamento de ações realizam por meio de formulários.
• Disponibilizar a estrutura de navegação para o usuário do website.
• Evitar o uso de menus de salto que encaminham o usuário para uma página que pode não ser
a desejada.
• Disponibilizar mecanismos de busca em todas as páginas do website da biblioteca.
• Permitir que o usuário comande o preenchimento de um formulário.
4. PREVENÇÃO DE ERROS
Heurística definida por todos os elementos que possibilitam ao usuário prevenir determinadas
ações que induzam ao erro, o que leva ao usuário a desistir do website.
Recomendações:
• Não disponibilizar páginas em construção ou com conteúdos incompletos.
• Não disponibilizar informações desatualizadas.
• Evitar o uso de operadores booleanos
• Estabelecer apenas Urls simplificadas.
• Utilize mensagens de erros sucintas e explicativas.
• Não disponibilize através de quadros conteúdos de outros sites.
• Não utilize frames.
5. PADRONIZAÇÃO
Relacionada a homogeneidade dos elementos que compõem um website de biblioteca. A
padronização deve ser realizada em consonância com os objetivos do website, possibilitando o
usuário navegar com mais facilidade.
Recomendações:
• Verificar se os títulos das páginas correspondem ao título dos links.
• Todas as páginas devem possuir o mesmo leiaute.
• Se abreviaturas forem utilizadas, que sejam auto-explicativas.
• As caixas de serviços de busca devem estar dispostas no mesmo local em todas as páginas
do website
6. FLEXIBILIDADE E COMPATIBILIDADE COM O CONTEXTO DE USO DO WEBSITE DA
BIBLIOTECA
Heurística relacionada aos objetivos do website da biblioteca, sendo compatível com os
serviços e atividades relacionadas em ambiente tradicional. Esta heurística refere-se ao também
aos costumes dos usuários durante o uso de um website de biblioteca.
Recomendações:
• Utilize a mesma terminologia para serviços e produtos do ambiente físico da biblioteca.
• Estabeleça seqüência de ações idênticas ao do ambiente físico da biblioteca.
• A linguagem do site deve ser condizente aos conceitos utilizados em bibliotecas.
• Em caso de bibliotecas especializadas, disponibilizar glossários.
• Utilize palavras e frases familiares aos usuários.
• Estabeleça seqüências de ações que reflitam a lógica da tarefa a ser realizada.
• Não faça uso de metáforas.
• Usar formato de datas e unidades de medidas adotadas no país da biblioteca.
• Disponibilize conteúdos em outros idiomas.
• Possibilite ao usuário sugerir modificações ou criticar o conteúdo do website.
• Disponibilize informações (missão, histórico) da biblioteca e da instituição mantenedora.
• O website deve oferecer serviços de informação para portadores de necessidades
especiais.
• Não utilize linguagem de marketing, aplicada somente ao contexto de comércio eletrônico.
ANEXO 6
Questionário para seleção dos participantes do card sorting e da análise da tarefa
Este questionário tem por objetivo levantar dados sobre os participantes do card sorting e
da análise da tarefa para a dissertação de mestrado Usabilidade no contexto de gestores,
desenvolvedores e usuários do website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Os
dados coletados neste questionário serão mantidos em absoluto sigilo.
Em caso de duvida, entre em contato com:
Jose Antonio Machado do Nascimento
3340-9923 / 9697-9034
PRÉ-REQUISITOS:
• Todos deverão ser estudantes da Universidade de Brasília.
• Todos deverão ser usuários do website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
DADOS PESSOAIS
1. Nome:
2. E-mail:
3. Telefone p/contato:
4. Sexo:
5. Curso
6. Pós-graduação ( ) Sim ( ) Não
Em caso afirmativo ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado
7. Idade:
( ) 0 a 20 anos
( ) 21 a 30 anos
( ) 31 a 40 anos
( ) 41 a 50 anos
( ) 51 a 70 anos
( ) 71 a 100 anos
8. Com que freqüência você costuma acessar o website da Biblioteca Central da Universidade de
Brasília?
( ) Diariamente
( ) Freqüentemente (3 a 5 vezes por semana)
( ) Ocasionalmente (1 a 2 vezes por semana)
( ) Nunca utilizo o website da Biblioteca.
9. Quais são seus objetivos durante a utilização do website da Biblioteca Central da Universidade
de Brasília?
( ) Reserva e renovação de materiais on-line
( ) Consulta a catálogos e bases de dados
( ) Informações sobre a biblioteca
( ) Outros. Quais?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
10. Qual o grau de familiaridade com o website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília?
( ) Navego no website da biblioteca com facilidade
( ) Enfrento algumas dificuldades durante a utilização do website
( ) Sempre enfrento dificuldades durante a utilização do website
11. Caso você enfrente dificuldades na utilização do website da Biblioteca Central da Universidade
de Brasília, indique os problemas que você costuma encontrar:
( ) Dificuldade em se localizar dentro do site
( ) Dificuldade em encontrar informações no site
( ) Dificuldade em encontrar os links que levam a outras páginas no website.
( ) Dificuldade em identificar quais as áreas do website já percorridas.
( ) Outros. Quais?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
12. Você já participou de algum ensaio de interação?
( ) Sim
( ) Não
Em caso positivo, qual o propósito do ensaio?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
13. Qual o seu grau de conhecimento sobre avaliações de usabilidade
( ) Nenhum
( ) Pouco
( ) Já ouvi falar, mas não sei do que se trata
( ) Conheço, mas não sei quais são os seus propósitos
( ) Conheço muito
ANEXO 7
Instruções para o ensaio de interação com card sorting
Bem-vindo à aplicação do card sorting!
Este ensaio de interação faz parte da metodologia adotada para a dissertação “Usabilidade
no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários do website da Biblioteca Central da
Universidade de Brasília”.
Você foi escolhido para participar desta etapa da pesquisa por ser aluno da Universidade
de Brasília e as suas considerações serão muito importantes para esta pesquisa!
Apresentação do teste
O objetivo deste teste é verificar e descrever o modelo mental dos usuários em relação à
organização e agrupamento da informação do website da Biblioteca Central da Universidade de
Brasília.
Instruções
1. Você receberá um kit para o card sorting composto de: instruções preliminares,
questionário para a avaliação da técnica proposta, apresentação e instruções do teste,
textos explicativos, 1 lápis com borracha, 1 caneta, 3 ligas de borracha, 10 cartões em
branco, 1 envelope contendo cartões para serem organizados e 1 envelope com os cartões
das categorias: SOBRE A BCE, ACERVO, SERVIÇOS E BIBLIOTECA VIRTUAL.
2. Retire dos envelopes os cartões para serem organizados e os cartões contendo as
categorias SOBRE A BCE, ACERVO, SERVIÇOS E BIBLIOTECA VIRTUAL.
3. Comece a organizá-los de acordo com a sua visão da arquitetura da informação de um
website de biblioteca.
4. Durante a organização dos cartões de acordo com as categorias, você poderá descartar
aqueles considerados impertinentes e sugerir outras nomenclaturas para os cartões
disponíveis. Para isso, utilize os cartões em branco.
5. Após o encerramento da organização dos cartões, coloque-os na ordem que você
considerou correta para a arquitetura da informação do website da BCE e agrupe-os com
os cartões das categorias SOBRE A BCE, ACERVO, SERVIÇOS E BIBLIOTECA VIRTUAL
com as ligas de borracha. Se for necessário fazer alguma observação nos cartões, sinta-se
à vontade.
6. Preencha o questionário para a avaliação da metodologia proposta. Não se esqueça de
preencher o campo relativo ao tempo de aplicação da técnica!
7. Entregue os cartões devidamente agrupados pela categoria junto com o questionário para
a avaliação da metodologia proposta.
8. Não devolva a pasta! Pois assim como o material restante ela é sua!!!
9. Em caso de dúvidas, não tenha receio de perguntar ao pesquisador.
Agradeço a sua participação!
ANEXO 8
Avaliação do ensaio de interação com card sorting
1. Na sua opinião, a técnica é eficaz para verificar a organização da informação de um
website?
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
__________________________________________________
2. Apresente suas críticas ou sugestões a respeito da técnica card sorting?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
__________________________________________________
3. Os materiais de apoio ao ensaio de interação (pastas, cartões, textos explicativos etc.)
foram suficientes para a aplicação do método?
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
__________________________________________________
4. O ambiente (sala de reunião) em que se realizou o ensaio de interação propiciou uma boa
aplicação da técnica?
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
__________________________________________________
“A taxonomia é o cerne da arquitetura da informação, por isso é tão importante envolver o usuário
no em avaliações de usabilidade (Van Amstel, 2004). Se o menu de navegação não fizer sentido
para o usuário, o website estará inutilizado”(Van Amstel, 2004).
5. Descreva suas impressões sobre esta afirmações.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________
ANEXO 9
Instruções para o ensaio de interação com a técnica análise da tarefa
Bem-vindo à análise da tarefa!
Este ensaio de interação faz parte da metodologia adotada para a dissertação
“Usabilidade no contexto de gestores, desenvolvedores e usuários do website da Biblioteca
Central da Universidade de Brasília”.
Você foi escolhido para participar desta etapa da pesquisa por ser aluno ou ex-aluno da
Universidade de Brasília e suas considerações serão muito importantes para esta pesquisa!
Apresentação do teste
O objetivo deste teste é identificar os principais problemas que os usuários encontram
durante o uso do website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
Instruções
1. Para encontrar as respostas das dez questões abaixo utilize apenas como fontes de informação o
website da Biblioteca Central da Universidade de Brasília e as páginas que podem ser navegadas
através dele! Lembre-se que você está sendo monitorado via sistema e em caso de utilização de
qualquer mecanismo fora dos domínios estabelecidos, sua resposta será desconsiderada!
2. Não se preocupe com o tempo das respostas! Esta metodologia não tem intenção de
verificar a sua habilidade em utilizar o website e sim as facilidades que o website propicia
durante a busca por uma determinada informação.
3. Não há a necessidade de seguir a ordem estabelecida para as perguntas. Responda-as de
acordo com a sua prioridade!
4. Após o término da análise da tarefa, chame o mediador do ensaio de interação para que
ele execute os procedimentos finais da metodologia.
5. Responda o questionário de avaliação da metodologia proposta!
Obrigado pela sua participação!
ANEXO 10
Tarefas a serem realizadas pelos usuários
1. A Biblioteca da UNB possui um exemplar da dissertação de mestrado Métodos de
Avaliação de Usabilidade em Portais Corporativos? Em caso afirmativo, qual o nome do
autor?
( ) Sim ( ) Não
Autor:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2. Quantos filmes de Jacques Tati foram exibidos no Cinearte BCE?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____________
3. Qual o horário de funcionamento da Biblioteca aos domingos?
_________________________________________________________________________
4. Quando Carlos Lacerda foi eleito membro do Conselho Diretor da Associação
Interamericana de Imprensa?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
5. A biblioteca possui assinatura do New England Journal of Medicine?
( ) Sim ( ) Não
6. É possível, no website da BCE, obter o texto completo da Dissertação de Mestrado
“Álgebra de Rainich generalizada e soluções do tipo cordas cósmicas em teorias
escalares-tensoriais da gravitação”?
( ) Sim ( ) Não
7. O periódico Drugs and Aging está disponível no website da UnB? Em caso negativo, cite a
fonte que o disponibiliza.
( ) Sim ( ) Não
Fonte:
_______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Quantos empréstimos foram realizados na Biblioteca em junho de 2005?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
9. O periódico Virginia Libraries disponibiliza textos completos ou apenas resumos?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
10. Cite o nome de três ex-diretores da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
ANEXO 11
Avaliação do ensaio de interação com a técnica análise da tarefa
1. Na sua opinião, a técnica análise da tarefa é eficaz para identificar os erros que os
usuários encontram durante o uso do website da BCE?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2. Apresente suas críticas ou sugestões a respeito da técnica análise da tarefa?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
3. O ambiente (sala de reunião) em que se realizou o ensaio de interação propiciou uma boa
aplicação da técnica?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Estatísticas do website da BCE da UnB - abril/2006
Maio de 2006
Abril de 2006
Março de 2006
Fevereiro de 2006
Janeiro de 2006
Dezembro de 2005
Novembro de 2005
Outubro de 2005
Setembro de 2005
Agosto de 2005
Julho de 2005
Junho de 2005
Maio de 2005
Abril de 2005
Março de 2005
Biblioteca Central - UnB
Estatísticas do Sítio em Abril de 2006
Acessos Totais:
Tipo: Acessos: Porcentagem:
Geral 59054 100.00%
IP 14758 24.99%
Acessos por dia do mês:
Dia: Acessos: Porcentagem:
1 170 0.29%
2 529 0.90%
3 2625 4.45%
4 2466 4.18%
5 2348 3.98%
6 2193 3.71%
7 2202 3.73%
8 876 1.48%
9 582 0.99%
10 2524 4.27%
11 2253 3.82%
12 2291 3.88%
13 1584 2.68%
14 309 0.52%
15 0 0.00%
16 0 0.00%
17 4250 7.20%
18 4184 7.09%
19 4012 6.79%
20 3241 5.49%
21 1037 1.76%
22 910 1.54%
23 675 1.14%
24 3495 5.92%
25 3327 5.63%
26 3147 5.33%
27 3103 5.25%
28 2790 4.72%
29 1228 2.08%
30 703 1.19%
Acessos por hora:
Horário: Acessos: Porcentagem:
De 00:00 às
01:00
661 1.12%
De 01:00 às
02:00
319 0.54%
De 02:00 às
03:00
178 0.30%
De 03:00 às
04:00
120 0.20%
De 04:00 às
05:00
59 0.10%
De 05:00 às
06:00
83 0.14%
De 06:00 às
07:00
119 0.20%
De 08:00 às
09:00 2806 4.75%
De 09:00 às
10:00 4095 6.93%
De 10:00 às
11:00 4808 8.14%
De 11:00 às
12:00 4553 7.71%
De 12:00 às
13:00 4226 7.16%
De 13:00 às
14:00 4425 7.49%
De 14:00 às
15:00 4641 7.86%
De 15:00 às
16:00 4660 7.89%
De 16:00 às
17:00 4410 7.47%
De 17:00 às
18:00 4083 6.91%
De 18:00 às
19:00 3403 5.76%
De 19:00 às
20:00 2987 5.06%
De 20:00 às
21:00 2607 4.41%
De 21:00 às
22:00 2350 3.98%
De 22:00 às
23:00 1760 2.98%
De 23:00 às
00:00 967 1.64%
Acessos por dia da semana:
Dia da semana:
Acessos: Porcentagem:
Domingo 2489 4.21%
Segunda-feira 12894 21.83%
Terça-feira 12230 20.71%
Quarta-feira 11798 19.98%
Quinta-feira 10121 17.14%
Sexta-feira 6338 10.73%
Sábado 3184 5.39%
Browser utilizados:
Browser: Acessos: Porcentagem:
Firefox 1614 10.94%
Netscape/Mozilla 195 1.32%
MSIE 12873 87.24%
Lynx 0 0.00%
Opera 8 0.05%
WebTV 0 0.00%
Konqueror 13 0.09%
Google 1 0.01%
Robôs de Busca 18 0.12%
Desconhecido 34 0.23%
Sistemas Operacionais utilizados:
Sistema Operacional:
Acessos: Porcentagem:
Windows
95
13 0.09%
Windows
XP 11487 77.85%
Windows
2000 985 6.68%
Windows
NT 76 0.52%
Windows 24 0.16%
Linux 165 1.12%
Macintosh 53 0.36%
SunOS 0 0.00%
IRIX 1 0.01%
OS/2 0 0.00%
AIX 0 0.00%
BSD 5 0.03%
Outros 101 0.68%
Referência:
Local: Acessos: Porcentagem:
Google 754 5.11%
UnB 1121 7.60%
Cade 3 0.02%
Yahoo 1 0.01%
BCE 8 0.05%
Outros 12869 87.21%
211
ANEXO 13
Levantamento bibliográfico sobre avaliações de usabilidade em websites de bibliotecas universitárias
Trabalhos
Método(s) / Técnica(s) utilizada (s)
AAFAL, T. Ramaiah Bushra. Role of self efficacy in e-library usage among students of a public university in Malaysia.
Malaysian Journal Of Library And Information Science, Kuala Lumpur, v. 1, n. 9, p.39-57, 2004.
Questionário
ABELS, Eillen G; WHITE, Marilyn Domas; RAHN, Karla. A user based design process for websites. Oclc Systems &
Services, California, v. 15, n. 1, p.35-44, 1999.
Guia de recomendações
ADIKA, Gifty. Internet use among faculty members of universities in Ghana. Library Review, Glasgow, v. 52, n. 1, p.29-37,
2003.
Questionário
MCGILLIS, Louise; TOMS, Elaine G. Usability of the academic website: implications for design. College & Research
Libraries, Illinois, Chicago, v. 62, n. 7, p.355-366, jul. 2001.
Análise da tarefa
ALLEN, Maryellen. A case study of the usability testing of the university of South Florida’s virtual library interface design.
Online Information Review, v.26, n.1, p. 40-53, 2004.
Avaliação heurística e card sorting
BARTON, Jane. Digital librarians: boundary riders on the storm. Library Review, Glasgow, v.55, n.2, p. 85-90, 2006.
Revisão sobre o papel do bibliotecário-
designer, das tecnologias de
212
informação e educação à distância
BATTLELSON, Brenda; BOOTH, Austin; WIENTROP, Jane. Usability testing of an academic library website: a case study.
The Journal Of Academic Librarianship, Cincinatti, v. 27, n. 3, p.188-198, 2001.
Análise da tarefa
BOHMERWALD, Paula. Uma proposta metodológica para avaliação de bibliotecas digitais: usabilidade e comportamento
de busca por informação na Biblioteca Digital da Puc-Minas. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 1, p.95-103,
jan./abr. 2005. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/viewarticle.php?id=692>. Acesso em: 4 out. 2005.
Questionário, análise da tarefa e análise
de log
BRACKE, Paul J. Web usage mining at the academic health sciences library: an exploratory study. Journal Of Medical
Library Association, Chicago, v. 92, n. 4, p.421-428, 2004.
Análise de log
BYERLEY, Suzanne L.; CHAMBERS, Mary Beth. Usability testing and students with disabilities: achieving universal
access on a library website. In: ASSOCIATION OF COLLEGE AND RESEARCH LIBRARIES, 10., 2001, Denver,
Colorado. Anais... Denver, Colorado: Ala, 2001.
Questionário e análise da tarefa
CERVONE, H. Frank. Usability training: an overlooked component in an on-going program of web assessment and
development. OCLC Systems And Services, California, v. 3, n. 21, p.244-251, 2005.
Guia de recomendações para programas de treinamento em
engenharia de usabilidade
CLAUSEN, Helge. Web information quality as seen from the libraries. New Library World, Liverpool, v. 97, n. 1130, p.4-8,
1996.
Questionário
CRAVEN, Jenny; BOOTH, Helen. Putting awareness into practice: practical steps for conducting usability tests. Library
Review, Glasgow, v. 55, n. 3, p.179-194, 2006.
Questionário, grupo focal e lista de
verificação
213
DAHL, Candice. Electronic pathfinders in academic libraries: analysys of their content and form. College & Research
Libraries, Illinois, Chicago, v. 62, n. 3, p.227-237, 2001.
Lista de verificação
FULLER, Diane M.; HINEGARDNER, Patricia G. Ensuring quality Website redesign: the University of Maryland's
experience. Bulletin Of The Medical Library Association, Chicago, v. 89, n. 4, p.339-345, out. 2004.
Pesquisa de satisfação (questionário e
entrevista)
GEORGE, Carole A. Usability testing and design of a library website: an interative approach. OCLC Systems & Services,
California, v. 21, n. 3, p.167-180, 2005.
Análise da tarefa
GHAPHERY, Jimmy. Too quick? Log analysys of quick links from an academic library website. OCLC Systems And
Services, California, v. 21, n. 3, p.148-155, 2005.
Análise de log
HARPEL-BURKE, Pamela. Library homepage design at medium-sized universities: a comparison to commercial homepages via Nielsen and Tahir. OCLC Systems And Services, California, v. 3, n. 21, p.193-208, 2005.
Avaliação heurística
KAFURE, Ivette. Usabilidade da imagem na recuperação da informação no catálogo público de acesso em linha. 2004. 311 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-graduação em Ciência da Informação e Documentação, Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
Análise da tarefa
KING, Heather Jeffcoat; JANNIK, Catherine M. Redesigning for usability: information architecture and usability testing for
Georgia Tech Library's website. OCLC Systems And Services, California, v. 21, n. 3, p.235-243, 2005.
Análise da tarefa e questionário
Avaliação heurística e análise da tarefa
214
MCMULLEN, Susan. Usability testing in a library website redesign project. Reference Services Review, California, n. 1,
p.7-22, 2001.
OULANOV, Alexei; PAJARILLO, Edmund F. Y. Usability evaluation of the City University of New York CUNY + database.
The Electronic Library, New York, n. 2, p.84-91, 2001.
SUMI – software usability measurement inventory (questionário)
TOLLIVER, Robert L. et al. Website redesign and testing with a usability consultant: lessons learned. OCLC Systems And
Services, California, v. 21, n. 3, p.156-166, 2005.
Avaliação heurística, card sorting e
análise da tarefa
PENG, Lew Kan; RAMAIAH, Chennupari K.; FOO, Schubert. Heuristic-based user interface evaluation at the Nanyang
Technological University in Singapore. Electronic Library And Information Systems, Aberystwyth, v. 38, n. 1, p.42-59,
2004.
Avaliação heurística
PRADO, Noêmia Schoffen; PERUZZO, Tarcilla; OHIRA, Maria de Lourdes Blatt. Análise dos sites das bibliotecas
universitárias do estado de Santa Catarina: funções e usabilidade. ACB, Florianópolis, v. 10, n. 1, p.76-106, 2005.
Disponível em: <http://dici.ibict.br/archive/00000852/>. Acesso em: 2 fev. 2006.
Avaliação heurística e lista de verificação
ROWARD, Roslyn. Academic library website design principles: development of a checklist,. Australian Academic And
Research Libraries, Sidney, v. 32, n. 2, jun. 2001..
Lista de verificação
ROZIC-HRISTOVSKI, Anamarija; HRISTOVSKI, Dimitar. User's information-seeking behaviour on a medical library
website. Journal Medical Library Association, Chicago, v. 90, n. 2, p.210-217, 2002.
Análise de log
215
SHIRI, Ai. Digital library: current developments and trends. Library Review, Glasgow, n. 5, p.198-202, 2003.
Revisão de literatura sobre tendências em bibliotecas digitais. Inclui tópico
sobre usabilidade
TALLENT, Ed. Metasearching in Boston college libraries: a case study of user reactions. New Library World, Liverpool, v.
105, n. 11961197, p.69-75, 1999.
Entrevista e análise da tarefa
TROLL, Denise. Academic library assessment: new duties & dilemmas. New Library World, Liverpool, v. 103, n. 1175,
p.156-164, 2002.
Pesquisa qualitativa (questionário)
TURNBOW, Dominique et al. Usability testing for web redesign: A UCLA case study. OCLC Systems And Services,
California, v. 21, n. 3, p.226-234, 2005.
Questionário e análise da tarefa
VANDECREEK, Leanne M. Usability analysis of northern Illinois university libraries: a case study. OCLC Systems &
Services, California, v. 21, n. 3, p.181-192, 2005.
Análise da tarefa, grupo focal,
questionário e entrevista
WRIGHT, Carol A. The academic library as a gateway to the internet: an analysis of the extent and nature of search engine
access from academic library homepages. College & Research Libraries, Illinois, Chicago, v. 65, n. 5, p.355-366, maio
2004.
Lista de verificação