up no top científico 2020-06-02 · up no top científico a universidade do porto (up) é a 85. a...
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UP no topcientíficoA Universidade do Porto(UP) é a 85. a instituição deEnsino Superior europeiacom mais artigos científi-cos publicados em 2009. Se-
gundo os dados do "Perfor-mance Ranking of Scientí-fic Papers for World Univer-sities", citado pela UP numanota enviada ao Metro,a instituição "reforça a pre-sença entre as 350 melho-res universidades do mun-do eas 150 europeias". r.m.
BREVES
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Universidade doPorto no top 100A Universidade do Porto fazparte do top 100 europeu de
produção científica, sendo a
85. Q instituição de ensino supe-rior europeia com mais artigoscientíficos publicados, em 2009.No cômputo geral, a edição de2010 do Performance Rankingof Scientific Papers for WorldUniversities colocou a Univer-sidade do Porto na 328.- posi-ção mundial e na 141. â europeia.
CIÊNCIA
Universidade do Portoà frente na ciência
A Universidade do Porto (UP)faz parte do top 100 europeude produção científica, sendo
a 85. a instituição de ensino
superior europeia com mais
artigos científicos publicados,
em 2009. No geral, a ediçãode 2010 do Performance
Ranking of Scientific Papersfor World Universities colo-
cou a UP na 328. a posiçãomundial e na 141. a europeia.
¦ Mais de 200 empresas inovadorasno Portugal Tecnológico. TAP, EDP, Galpe CTT são algumas das empresas que irãomarcar presença na maior mostra nacionalde tecnologia. A partir de amanhã e atédia 26, na FIL. -P32
Mais de 200 empresas revelaminovações no Portugal TecnológicoTAP, EDP e CTT são algumas das empresas presentes na maior mostra nacional de tecnologia.
Cátia Simões
Carro eléctrico, tecnologia naAdministração Pública, redesinteligentes e de banda larga,sustentabilidade e robótica. Sãoestes alguns dos temas que se-rão debatidos já a partir deamanhã - e até dia 26 - no âm-bito do Portugal Tecnológico,este ano dedicado ao tema "Aliderar o futuro".
Mais de 200 empresas - Galp,EDP, Zon, Siemens, Nissan, Efa-cec, TAP, Visabeira, LG, CTT, Es-tradas de Portugal, Carris, CP,entre outras - vão marcar pre-sença nos quatro pavilhões daFeira Internacional de Lisboa(FIL). No ano passado o eventorecebeu cerca de 25 mil visitan-tes mas a expectativa para esteano é mais alta.
As empresas presentes naconferência, contactadas peloDiário Económico, classificamo evento como uma "montra"de inovações.
O objectivo é "apresentar aforma como a Carris incorporaas inovações tecnológicas noseu negócio e quais as melho-rias geradas", segundo avançoufonte oficial da empresa. Alémdisso, a empresa de transportesvai mostrar algumas inovações,como "o sistema de bilhéticasem contacto, o sistema de aju-da à exploração, que permite a
localização automática de veí-culos, a implementação de umsistema de videovigilância emtoda a frota, um sistema de co-municação com clientes e in-ternet grátis 'wi-fi' a bordo de30 veículos".
Já a Nissan, que estará envol-vida na "Praça da Energia",com a mostra do carro eléctricoLEAF, avança que "este é um
importante evento pela capaci-dade de juntar num só lugartoda a mais desenvolvida tecno-logia nacional". A mesma fonteaponta, como grande desafionesta área, "a evolução da tec-nologia das baterias, essencialpara consagrar o veículo eléc-trico como uma verdadeira al-ternativa de mobilidade" .
As empresas terão aindaoportunidade de demonstrarde que forma a tecnologiacontribui para a sustentabili-dade. É o caso da TAP, que temapostado na redução da suapegada de carbono. A compa-nhia aérea estará presente comduas iniciativas, segundo fon-te oficial da empresa: "O pro-grama de compensação deemissões de CO2 proporcionaaos passageiros a oportunidadede compensarem as suas emis-sões, resultantes dos seusvoos, dando a sua contribuiçãopara projectos de redução deemissões em países em desen-volvimento. " A TAP vai revelarainda o seu plano de reformu-lação de procedimentos emvárias áreas, do planeamentoao 'catering'. "As medidas im-plementadas permitirão à TAPemitir menos 90 mil toneladasde CO2 para a atmosfera no pe-ríodo de três anos" .
O evento não será só montra.Algumas empresas terão opor-tunidade de assinar contratos. É
o caso de 20 projectos da regiãoNorte do País, que amanhã assi-narão contratos de financia-mento do "0n.2 - o Novo Nor-te", para a expansão do Parquede Ciência e Tecnologia da Uni-versidade do Porto, no valor de19 milhões de euros.
Além das conferências, deba-tes e acordos ainda haverá espa-
ço para o entretenimento: oevento acolhe ainda a LANParty, onde se poderá jogar emrede, ouvir música ou ver filmes.A LAN Party contará ainda comuma competição de videojogosvocacionada para as escolas. ¦AGENDA
• ZZ de Setembro: Presença dePedro Silva Pereira, ministro da
Presidência, num dia sobretudodedicado à administraçãopública.
• 23 de Setembro: O foco é a
energia, com representantes das
principais empresas do sector.
• 24 de Setembro: Dia dedicadoà criatividade e sua importânciana economia e também para as
PME, com o apoio da AIP.
• 25 e 26 de Setembro: Sábadodebate-se a administraçãointerna, sustentabilidade, saúde e
segurança. A tarde de domingo é
dedicada à robótica.
A criatividadedo futuro é
apresentadahoje na CoLab
Nicolau Ferreira• Na televisão do futuro, o iDTV -HEALTH pode vir a combater o iso-
lamento, promover o bem-estar eresolver as dúvidas de saúde que osmais velhos têm, com a garantia dereceberem informação de qualidade.O projecto, cuja matéria-prima é a te-levisão digital, é liderado por ManuelDamásio, que vai apresentá-lo hojena conferência anual de dois dias daCoLab, juntamente com outros pro-jectos que saíram da colaboração en-tre a FCT e a Universidade do Texas(EUA), no âmbito dos media digitais,matemática ou computação.
"O projecto vai estar ligado ao bem-estar de grupos minoritários e vai ava-liar a capacidade da TV digital de ge-rar fenómenos de interacção social",disse ao PÚBLICO Manuel Damásio.Este tipo de tecnologia permite a inte-
racção entre o público e televisão e é aplataforma que as pessoas melhor co-nhecem. "Se há coisa que a populaçãoidosa pode ter capacidade de utilizaré a televisão", justificou o professorda Universidade Lusófona.
A investigação vai durar três anose quer desenvolver soluções de con-teúdos na área da saúde, da gestãoremota e da tecnologia de sensores.O objectivo é criar funcionalidadescomo pesar-nos, e, através da relaçãoentre a massa corporal e a altura, sa-bermos se está tudo bem, que estejamdisponíveis numa nova televisão. A
colaboração com a Universidade doTexas nasceu em 2007 e produziuum programa de doutoramento emMedia Digitais que conta com 30 alu-nos. O projecto originalmente é decinco anos. "Este programa está a ge-rar pessoas com formação avançadaque eu espero tenham impacto nasuniversidades e nas empresas paracriar massa crítica", explicou Antó-nio Câmara, director do programa.Para o engenheiro, professor e CEOda empresa YDreams, a burocraciapesada, o conservadorismo e a fal-ta de uma atitude "eu posso fazer",alojados no país não são contrariadosdevido à pouca massa crítica existentena sociedade e nas universidades. Se-
gundo Câmara, esta colaboração estáa tentar alterar este panorama atravésdo doutoramento, da experiência quese está a dar a muitos portugueses em
empresas nos EUA e à criação de umarede de cidades criativas. No Porto,os audiovisuais estão ligados a estarede. "O audiovisual tem sido a área
que temos apostado porque potênciatodos os outros clusters. Uma cidadenão se desenvolve se não anunciar o
que está a fazer nos outros sectores,no turismo, na moda, etc", disse aoPÚBLICO Artur Pimenta Alves, pro-fessor da Universidade do Porto, quevai dar uma conferência sobre o quese está a passar no Norte, no âmbitodas Cidades Criativas.
Ensino Superior
A Nova é a instituição portuguesa mais bem classificada no ranking britânico das 600 melhores josé pedrotomaz
Universidade Novaultrapassa Coimbrano ranking dasmelhores do mundo
Taxa de emprego erelação professor/aluno
explicam subida dainstituição de Lisboa, pela
primeira vez em cincoanos de publicação
de ranking britânico
Só quatro universidadesportuguesas integram a
lista da QSTop WorldUniversities, todas a partir
da 384. a posição.EUA e Reino Unido
dominam o top 20
KÁITACATULOkatia. [email protected]
Pela primeira vez em cinco anos, a Uni-versidade Nova de Lisboa ultrapassou aUniversidade de Coimbra no ranking bri-tânico "QS Top World Universities 2010".A lista, que este ano é publicada pela pri-meira vez em separado do Times HigherEducation Supplement, avaliou 600 ins-
tituições de ensino superior e colocou aUniversidade Nova na 384." posição e aUniversidade de Coimbra em 396 8 lugar,descendo 30 lugares. São as duas insti-
tuições portuguesas mais bem cotadas e
as únicas a figurarem entre as 400 melho-
res universidades do mundo.A Universidade do Porto, colocada no
patamar 451-500, e a Universidade Cató-
lica Portuguesa (501-550) são as restan-tes instituições portuguesas que surgemno ranking internacional publicado ontem
pela organização britânica QS, mas quepermanecem atrás das universidadesNova e de Coimbra tal como vem acon-tecendo desde 2005.
As mudanças, no entanto, não aconte-
cem apenas entre as instituições nacio-nais. Este ano, a Universidade de Cam-
bridge (Reino Unido) também destro-nou pela primeira vez a de Havard (EUA),
que passou para o segundo lugar da lis-
ta britânica. Mas são os Estados Unidosa liderar as melhores universidades domundo: 13 entre as 20 primeiras insti-
tuições de ensino superior são america-nas. Reino Unido é o segundo país maisbem colocado com quatro universida-des no top 20. Neste ranking, a rivalida-de é claramente entre ingleses e ameri-canos, já que é só a partir do 18.° lugarque começam a surgir as universidadesde outros países, como TEH Zurich (Suí-ça), a McGill, no Canadá (19.° lugar) oua Australian National University, na Aus-trália (20.° lugar).
RIVALIDADE Em Portugal, a competiçãocontinua a ser entre as universidadesNova de Lisboa - com 30.2 pontos na
avaliação global - e a de Coimbra, com29 pontos no total. E, este ano, foramsobretudo os critérios de "Empregabili-dade" e de "Internacionalização do Cor-
po Docente" que permitiram as duas ins-
tituições distanciarem-se uma da outraNuma escala de zero a 100, a Universi-dade Nova obteve 29 pontos na taxa de
emprego entre os seus estudantes. Coim-bra surge muito atrás com 12 pontos.
Quanto ao prestígio internacional dos
professores, a Nova ficou mais bem colo-
cada com 20 pontos e Coimbra com nove.A "Relação professor/aluno" tem tam-bém melhor cotação na Nova (43 pon-tos) do que na Universidade de Coimbra
(29 pontos).É no critério "Reputação Académica"
que a Universidade de Coimbra (41 pon-tos) consegue superar a Nova, que nes-te capítulo apenas angariou 32 pontos.A pontuação das duas instituições é seme-lhante nos restantes parâmetros de ava-
liação. A Universidade de Coimbra con-
quistou 33 pontos no critério de "Núme-ro de Estudantes Estrangeiros" enquanto
que a Nova acumulou 32 pontos."Internacionalização" ou "Número de
vezes em que a universidade é citada em
investigações científicas" são os restan-tes parâmetros em que as duas institui-
ções surgem quase empatadas. A Nova,com 32 valores, perde por apenas umponto no capítulo do prestígio interna-cional e a Universidade de Coimbra ganhanovamente por um ponto na investiga-ção internacional.
Universidade do Portonas 100 com maisartigos científicos
Ciência A Universidade do Porto
está entre as 1 00 da Europa commais artigos científicos
publicados em 2009. Na ediçãodeste ano do Performance
Ranking of Scientific Papers forWorld Universities, aparece na85. a posição da Europa e na328. a mundial do rankingelaborado pelo Higher Education
Evaluarjon & AccreditatonCouncil of Taiwan, que avalia
o desempenho, o impacto e aexcelência da pesquisa dasuniversidades. R. R.
Universidadesde topoEUA e Reino Unido lideram o
ranking mundial.
As cinco melhores• Universidade de Cambridge
(Reino Unido)• Universidade de Harvard
(EUA)• Universidade Vale (EUA)• University CoUegeLondon
(Reino Unido)• Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (EUA)
Portugal no ranking• A Universidade Nova de
Lisboa é a primeira colocada,na 384. a posição.
• A Universidade de Coimbra
surge na 396. a posição• A Universidade do Porto está
entre a 401 .a posição e a 450. a
• A Universidade Católica
Portuguesa surge entre a501 .
a c a 550. a posição.
Porto e Nova destacam-seem 'rankings' internacionaissuperior As Universidades doPorto e Nova de Lisboa voltaram amarcar posição emrankingsinter-nacionais do ensino superior.
No caso da universidade lisboe-ta, foi a Faculdade de Economia amerecer destaque, ao repetir a pre-sença no rankingdos melhoresmestrados de Gestão do FinancialTimes.
Ao segundo lugar do CEMS-Master in International Manage-ment (MIM) - uma parceria inter-nacional que, em 2009, ocupou o
primeiro lugar desta tabela - a fa-culdade juntou este ano um mes-trado exclusivamente da sua auto-ria, que entra para a 57. a posição. É
a primeira vez que uma pos-gra-duação desenvolvida em Portugalentra nesta listagem.
Também em alta está a Univer-sidade do Porto, neste caso no Per-formance Ranking of Scientific Pa-
pers forWorld Universities -umindicador que avalia a produçãode artigos científicos pelas institui-
ções do ensino superior, bem co-mo a qualidade destes.
AUP figura em 85.° lugar a nível
europeu no número de artigosproduzidos, e em 141.° no balançode todos os indicadores em análi-se. A nível mundial é consideradaa 328. a instituição ao nível da pro-dução científica. p.s.t.
CONFERENCIA GLOBAL CLEAN ENERGY FÓRUM
Há um plano paratornar as cidadesportuguesas maisamigas do ambienteNo primeiro de sete artigos no âmbito do Global Clean
Energy Fórum, conheça dois casos de cidades verdes.
Miguel Costa Nunes
Ver nas ruas os candeeiros pú-blicos acesos durante o dia e
desligados durante a noite -por vezes semanas ou mesesconsecutivos - será uma ten-dência cada vez mais rara nascidades. Pelo menos segundoos mais crédulos na evoluçãodos novos modelos de gestão da
energia e no percurso das cida-des que querem ser mais ami-gas do ambiente.
E há no Porto um exemplomuito concreto e já considera-do muito relevante. Esta cidadesubscreveu o desafio da Comis-são Europeia designado Pactodos Autarcas ('Covenant ofMayors') em 10 de Fevereiro de2009. Um pacto já subscritopor mais de 1800 cidades euro-peias e que "significa o reco-nhecimento da importância do
lugar das cidades como actores
no alcançar dos objectivos dasustentabilidade ambiental daUnião Europeia, nomeada-mente, superando as metas de20% de maior eficiência ener-gética, 20 % de renováveis nos
balanços energéticos e 20% de
redução das emissões de CO2em 2020", diz o responsável daAgência de Energia do Porto e
professor universitário Eduar-do Oliveira Fernandes.
A assinatura do Pacto dosAutarcas implica a elaboração esubmissão à CE de um Plano deAcção para a Energia na ópticada Sustentabilidade para 2020.O projecto da Agência de Ener-gia do Porto representa "preci-samente esse Plano para a Ci-dade do Porto, o qual será embreve aprovado pela CâmaraMunicipal, e cuja estruturaconstitui um quadro modernoda abordagem da energia atra-vés de toda a gestão da cidade" ,
garante Oliveira Fernandes.Reconhecendo que é difícil
distinguir as cidades pelo cri-tério de "limpas" ou "menoslimpas", o professor de econo-mia da Universidade do Portoadianta que a a cidade do Porto
disporá dentro de pouco tem-po de uma Estratégia para a
Sustentabilidade e de um Plano
para a Energia Sustentável que,como é bom de ver, irá interfe-rir pela positiva com toda acti-vidade e a vida futura da cida-de, tornando -a menos emisso-ra de CO2". "Isso interfere coma gestão da água, dos resíduos,dos transportes e do edificadoem geral, novo e reabilitado,residencial e de serviços",acrescenta Oliveira Fernandes.
Como critério mais simplesmas, de qualquer modo, ex-pressivo, poderá indicar -se a
emissão de CO2 'per capita' e
por ano: "Este valor não será
para o Porto o mais baixo de
Portugal por razões históricas,porque o Porto foi 100% eléc-trico durante várias décadas e,agora, ainda tem a cultura en-raizada de dar privilégio ao usoda electricidade quando esta é
ainda em Portugal a energia fi-nal mais emissora de CO2", dizo presidente da Agência de
Energia do Porto.
CIDADES AMBIENTAIS
• Na cidade chinesa de Rizhao,um município com 2,8 milhões dehabitantes na província deShadong, 99% da população temaquecedores solares de água e
energia solar para a geração deelectricidade.
• No próximo mês de Outubroserá conhecido o nome da capitaleuropeia verde. E a Comissão
Europeia já reconheceu a
importância do papel dasautoridades locais no ambiente.
• Estocolmo em 2010 e
Hamburgo em 2011 foram as maisrecentes cidades capitais verdeseuropeias.
• As cidades finalistas para 2012e 2013 são Barcelona, Malmõ,Nantes, Nuremberga, Reykjavike Victoria Gasteiz.
Um caso que vai além do PactoÓbidos não está ainda entre as
41 cidades a nível nacional queaderiram ao Pacto dos Autar-cas, mas por ser a represen-tante da Agência de Energia doOeste já pediu para entrar nogrupo (ver entrevista ao lado)."Hoje temos já outra estratégiae consideramos possível ga-nhar na produção de energia, e
nos custos e consumos domés-ticos e de iluminação pública" ,
diz o vereador do ambiente daCâmara de Óbidos, Humberto
Marques. "Actualmente já te-mos créditos de carbono vali-dados para venda. E recolha deresíduos, produção de energiaa partir de fontes renováveis e
substituição de toda a ilumi-nação pública de Óbidos a queacrescentámos os relógios as-tronómicos - que fazem 'on'mais tarde e 'off mais cedo -e que já permitiram pouparcerca de três horas diárias ereduzir os custos em 30%"acrescenta. Um caso diferentedo Porto, mas de sucesso, a
que Óbidos acrescenta a pro-dução de energia através damicrogeração. ¦
PONTOS-CHAVE
O Entre os dias 30 deSetembro e 1 de Outubro
vai realizar-se a conferênciainternacional Global Clean
Energy Fórum, no Hotel RitzFour Seasons, em Lisboa.
0 0 Fórum Global Clean
Energy é apoiado pelo DiárioEconómico e pelo InternationalHerald Tribune. Mais de 50especialistas internacionaisestarão presentes.
O A partir de hoje e até aodia 30 de Setembro, o
Diário Económico publicarátrabalhos na área das energiaslimpas. O tema de amanhã serásobre as novas tecnologias.
MELHORES PRÁTICAS NAS ECO-CIDADES
A conquista dasnovas tecnologiasDiferentes tecnologias poderãotransformar as ruas das cidades
em locais eco-amigos, como escre-veu recentemente o suplementoEco-Cities do "Financial Times": in-
clusive através de uma iluminaçãopública com lâmpadas que utilizamà noite a energia solar acumuladadurante o dia. Outras ideias, neste
plano, incluem a produção de algasem redor e nos telhados dos edifí-cios para absorver dióxido de car-bono e pintar de branco a superfí-cie de ruas, telhados e mesmo o
topo dos carros para aumentar ní-veis de protecção face à luz e calor.
Vantagens reais do
transporte públicoOs carros são vistos como um
inimigo prioritário de qualquereco-cidade e minimizar a
respectiva utilização é essencial.Uma forma importante e óbviade atingir este objectivo é o
transporte público. Quanto mais
próximo as pessoas e famíliasviverem - quer dos sistemas detransportes públicos, quer deescolas, lojas, e estruturas desaúde e de entretenimento - maisfácil se tornar evitar um certonúmero de viagens de carroe programar devidamenteoutros desses percursos.
Melhores tácticaspara colocar painéisAs eco-cidades devem gerara sua própria energia. Os painéissolares podem ser colocadosem telhados e paredes, ou mesmosubstituir janelas. As turbinas devento podem ser instaladas nostelhados das casas ou em parquese ao longo de linhas de caminhode ferro. As cidades próximas da
costa também podem explorar a
energia das ondas e das marés.Em 2007, a Thisted na Dinamarcautilizou menos de 1%
de combustíveis fósseisna respectiva produçãode energia e aquecimento.
Mais saúde juntoaos parquesAs pesquisas realizadasdemonstram que as pessoas sesentem melhor e se tornarammais saudáveis quando têmacesso a espaços verdes em
que possam relaxar. Os espaçosverdes também apresentama vantagem de absorverem as
águas das chuvas, o que podeigualmente significar que os
sistemas de escoamento nãoficam sobrecarregados. O bairro
Augustenborg de Malmõ, na
Suécia, é famoso pelas coberturasde prédios com jardins, com
múltiplas vantagens ecológicas.
Reciclar e recuperarenergiasAtravés da reciclagem e da
recuperação de energia, é possívelreutilizar quase todo o lixo
municipal, minimizando tudoo que devem ser enviado para os
terrenos e cursos de água. E até o
lixo electrónico pode ser recicladode modo rentável, uma vez queos metais preciosos utilizadosna construção de aparelhoselectrónicos são tão valiosos quemesmo em pequenas quantidadesjustificam o esforço. Segundo a
Agência Ambiental do Reino Unido,a Dinamarca recupera já energiade 54% dos respectivos resíduos.
Viajar a pée de bicicletaSe as famílias viverem em zonaspróximas de escolas, estruturasde saúde ou lojas, poderãosentir-se encorajadasa deslocar-se a pé ou a andarde bicicleta. Nestes casosé importante que sejamdisponibilizadas as estruturasadequadas para essas
deslocações a pé e de bicicleta -como as zonas pedonais bemiluminadas durante a noite ouas ciclo-vias extensas e comelevados níveis de segurança -
que são dois aspectos e medidasconsiderados essenciais.
TRÊS PERGUNTAS A...
HUMBERTO MARQUES
Vereador do Ambiente da Câmara
Municipal de Óbidos
"A percepçãodas pessoasestá a mudar"
Este responsável pelo projectoinovador Óbidos Carbono Socialdestaca ganhos económicos.
Em que consiste o projectoÓbidos Carbono Social?É um conjunto de 23 medidas
lançado em Novembro de 2007que procura reduzir as emissõesde CO2 em cerca de 40%.Mas com o nível de adesão
que tivemos chegámos aos 30%de redução já este ano, quandoestava planeado atingirmoseste valor apenas em 2020. Em
dois anos e dois meses, apenas,é um feito.
O que está a mudarem Óbidos?O que está a mudar é a percepçãcdas pessoas sobre as questõesclimáticas. As pessoas de foradesta região vêem que existe uma
preocupação e passam a visitar ea instalar-se mais facilmente emÓbidos, porque aumentou aquitambém a qualidade de vida.Estes valores de sustentabilidadeque eram tidos como românticossão agora muito mais práticose podemos ganhar dinheirocom eles. Por exemplo, na nossa
campanha "Custa menosSeparar" ganhámos ao explicar e
ajudar as pessoas a substituírema iluminação doméstica.Verificámos que os consumosbaixaram neste particular e umamudança nos comportamentos. O
programa "Óbidos Solar" tambémteve grande impacto através deuma redução de custos de
instalação de 30 mil para mileuros em sistemas de produçãode energia.
Porque não está Óbidosincluída na iniciativa europeiado Pacto dos Autarcas?Óbidos foi convidada desde a
primeira hora, mas os objectivosdo Pacto dos Autarcas era de
apenas 20% de redução e está
aquém dos objectivos a que nos
propusemos. Mas Óbidos foiconvidado pelas outras cidadesda zona Oeste a liderar A Agênciade Energia e, na sequência distoe para o concretizar, entendemos
que seria importante aderirmosao Pacto dos Autarcas. E assimfizemos. ¦
FORMAÇÃO EM DIREITO
Poucos alunos paraas necessidades
íá falta dJßlvogados em Angola'„ tambénMpr isso, há cada vez
nais procHj por parte dos ango-anos por ¦fenciaturas em Direi-
o, para p^prem exercer a pro-fissão no seu país. Da pouca ou
nenhuma oferta em território
angolano há alguns anos, hoje os
alunos já têm a oportunidade de
se formar em faculdades sem te-rem de sair do país.A Universidade Agostinho Neto é
uma das que dá formação na área
jurídica, sendo aliás o único es-
tabelecimento público de ensino
superior angolano. Católica, Lu-síada ou Lusófona - privadas e de
origem portuguesas - não perde-ram a oportunidade de ir para es-
te mercado.
Todos os anos vão, assim, sain-do das faculdades alguns alunos
prontos a entrar na Justiça. No
entanto, os números ainda são
bastante lentos tendo em conta
as necessidades de um país com
poucos advogados, juizes e juris-tas e com muitas limitações parao exercício de advogados estran-
geiros no seu território.Na Universidade Católica de An-
gola (UCAN), o número de licen-ciados por ano "tem sido vari-
ável, e a tendência é de cresci-
mento", disse Hernani Cabinda,
director-adjunto e docente da
UCAN ao Diário Económico. Des-
de a abertura desta universida-
de, em 1999, licenciaram-se 480alunos em Direito. Já na Univer-sidade Agostinho Neto, este anoforam licenciados 160 alunos em
Ciências jurídico civil, jurídicopolítico e jurídico económico.
Presente em Angola está também
a Lusíada, que abriu também emLuanda em 1999, mas que. até ao
fecho desta edição, não tinha nú-meros sobre licenciados em An-
gola para dar. Em Lisboa tam-bém se têm formado alunos an-
golanos em Direito. 0 ano passa-do foram 25. Na Católica de Lis-
boa, houve cinco pessoas de na-cionalidade angolana a licencia-
rem-se em Direito. Na Lusófona,no o ano passado, frequentavamDireito 54 angolanos.Além de frequentarem as licen-
ciaturas, a frequência de forma-
ção pós-graduada de alunos an-
golanos tem estado a aumentar,sendo muitos os alunos daquelepaís que frequentam os mestra-dos, pós-graduações e AdvancedLLM in International Business
Law, da Faculdade de Direito daUniversidade Católica de Lisboa.
Segundo Luís Barreto Xavier,coordenador do Ensino Pós-Gra-duado daquela universidade,tem-se notado o "surgimento dealunos já com uma boa base deestudos e mesmo com experiên-cia profissional". 0 responsáveldiz ser visível uma notória pre-ocupação por parte das entida-des laborais em enviar os seus
quadros, através de bolsas de es-
tudo, a frequentar estes cursos,"com o intuito de aperfeiçoar os
conhecimentos e assim marcara diferença na qualificação em
Angola". Q R.C. e I.M.
Geração Y exige melhorescondições às empresasOs profissionais da Geração Y, nascidos entre 1980 e 1993, exigem melhores saláriose oportunidades de progressão logo no início da carreira segundo um estudo da Mercer.
Com
os pés no presente e os
olhos no futuro. Fluente nouniverso virtual e aberto auma carreira internacional, otrabalhador da Geração Y(que inclui as pessoas nasci-das entre 1980 e 1993) conse-
gue equilibrar o realismo de
uma conjuntura económica ainda muito abalada
com a crise, com uma exigência de realização pro-fissional que coloca uma grande pressão nas em-
presas que queiram atrair os melhores talentos. Os
novos profissionais não têm medo de rumar ao es-
trangeiro se não se sentem satisfeitos com o quelhes é oferecido em Portugal.
São estas as principais conclusões do estudo"Generation Y: Realising the potential" desenvol-vido pela consultora Mercer e pela ACCA (Asso-ciation of Chartered Certified Accountants), quereuniu respostas de mais de 3200 profissionais do
sector financeiro, em 122 países."A designada Geração Y é uma geração mais
competitiva, ambiciosa e preocupada comVork/life balance'", comenta uma fonte oficial da
PT. 'Tara além disso, caracteriza-se por valorizar aprogressão na carreira e a carreira internacional".A progressão na carreira é especialmente funda-mental para estes novos profissionais. 95% dos in-
quiridos apontam as oportunidades de crescimen-to como um dos principais factores que o atraem
para uma empresa, sendo que 64% escolhem a
progressão profissional como uma das maiores ra-zões para não saírem de onde estão.
"Trata-se de uma geração constituída por jo-vens que valorizam muito as oportunidades de
realização completa: que procuram viver bem, terum emprego que lhes proporcione um bom rendi-mento e a garantia de uma valorização pessoal e
profissional permanentes. Entusiasmam-se comdesafios exigentes, em que possam constituir a di-
ferença e ser recompensados por isso", resumefonte oficial da Galp.
Importante que é a valorização profissional e a
procura de equilíbrio entre o trabalho e a vida pes-soal, o valor do salário inicial tem vindo a crescernas preocupações dos jovens profissionais da Ge-
ração Y, com 87% dos participantes no estudo a es-colherem-na como uma das grandes razões paraescolher uma empresa em detrimento de outra
Para os representantes da PT, esta geração"é, por sistema, mais exigente e demonstra am-bição para assumir cargos de gestão, o que a
transforma numa geração efectivamente mais
exigente ao nível salarial". Pedro Paiva, com 25anos de idade e um mestrado em Engenharia e
Gestão Industrial pelo Instituto Superior Téc-
nico, trabalha na PT e aponta o salário como"uma variável importante" na sua escolha, in-sistindo que a crise económica não teve impactonas suas "exigências".
Esta atitude não é, no entanto, consensual.Para Jorge Marques, presidente da APG (Asso-
ciação Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos
Recursos Humanos), trata-se de uma questão cí-clica. A anterior geração, conhecida como Gera-
ção X (ver coluna), "queria um salário e aceitava
condições de grande flexibilidade e às vezes com
alguma precariedade. Durante algum tempoesta geração Y será exigente, mas essa exigênciaserá moderada com a escassez de oportunidadespara os mais ambiciosos", avisa o especialista.Jorge Marques lembra, por outro lado, que o fac-to de os jovens profissionais demorarem cadavez mais tempo a sair de casa dos pais lhes dámaior "espaço de manobra" nas negociações.
GefaçãoYabertaaaprender~.eamudarUma das grandes características que define os pro-fissionais da Geração Y é uma consciência da capa-cidade das universidades para os preparar para asua vida profissional. Programas como o 'Genera-tion Galp' ou o "Programa Trainees', da PT, são
exemplos do investimento das empresas nacio-nais numa área muito valorizada por esta nova ge-ração: a aprendizagem no local de trabalho.
"A meu ver, o papel da faculdade é prover-nosde capacidades de raciocínio, análise e trabalhoem equipa, conhecimentos teóricos e confiançapara defender os resultados alcançados. Tudoisto é importante para o mundo de trabalho, masexiste todo um conjunto de problemas para os
quais não nos podem preparar na faculdade", sa-lienta Patrícia Silva, de 23 anos, colaboradora da
Galp Energia formada em Gestão, pela Faculda-de de Economia do Porto.
Esta é uma opinião partilhada por Francisco
Bello, da PT, que admite que, quando entrou nomercado de trabalho, se sentia "preparado paraadmitir que sabia muito pouco e que o queaprendi na faculdade apenas consigo utilizar empoucas tarefas. A aprendizagem no local de tra-balho é para mim essencial e deve aproveitar-sesempre que possível", afirma o licenciado emEngenharia e Gestão Industrial de 24 anos, for-mado pelo Instituto Superior Técnico. "É im-portante ter noção de que, quando se sai da fa-culdade, sabe-se em concreto muito pouco",acrescenta Pedro Paiva.
A principal característica que distingue a Ge-
ração Y das que a antecederam é o facto de viverno imediato, mas sempre com os olhos em algomelhor. É uma geração que vive as comunidadesvirtuais e a Internet com uma redobrada inten-sidade, explica Jorge Marques. "Eles já estãomuito ligados ao mundo e por vezes terão difi-culdade de aceitar alguns modelos de gestão quesejam limitadores à sua criatividade. Com omundo aberto, as carreiras serão cada vez maisinternacionais para esta geração", prevê.
A mobilidade é não só uma realidade comoum desejo dos profissionais que chegam agoraao mercado de trabalho. Dos 3200 profissionaisabrangidos no estudo, 81% esperam mudar de
função ou mesmo de emprego no espaço de trêsa cinco anos, com 32% a contar fazer essa mu-dança no primeiro ano da sua vida profissional."A minha carreira ainda agora começou e já tivea sorte de passar por três áreas distintas do Gru-po Galp Energia. No futuro procurarei manteresta tendência de mobilidade porque, a meu ver,esta é a melhor forma de se adquirir conheci-mentos diversificados e, consequentemente,progredir na carreira", conclui Patrícia Silva, da
Galp Energia. ¦ Pedro Quedas e Ana Petronilho
Gerações de X a ZA Geração Y assume-se como umaevolução da Geração X, mas ambas aindaapresentam claras diferenças.
A Geração X, termo popularizado pelolivro "Generation X: Tales for an Ac-celerated Culture", de Douglas Cou-
pland, para descrever o comporta-mento dos jovens adultos do final dos anos 80,foi descrita como uma geração mais individua-lista e disposta a abdicar da vida pessoal pela vida
profissional. Hoje, o mercado começa a ficar lo-tado com membros da chamada Geração Y, umaevolução da tendência anterior que apresenta,
"No futuro procurarei manteresta tendência demobilidade porque, a meu
ver, esta é a melhor forma dese adquirir conhecimentosdiversificados e,
consequentemente,progredir na carreira" diza colaboradora da GalpEnergia, Patrícia Silva.
O colaborador da PortugalTelecom, Pedro Paiva, apontao salário como sendo "uma
variável importante" na sua
escolha de emprego e insiste
que a crise económica nãoteve impacto nas suas
"exigências".
no entanto, consideráveis diferenças.
IA Geração X tendia a aceitar salários mais
• baixos e condições mais precárias. Já os
profissionais da Geração Y mostram-se, por nor-ma, mais exigentes no salário base que exigemlogo no primeiro emprego. Estas "exigências"são tanto ajudadas pelo facto desta geração de-morar cada vez mais tempo a sair da casa dos
pais como limitadas pelos efeitos da crise de2008.
2 Os membros da Geração Y procuram en-• contrar um equilíbrio entre a vida pessoal
e profissional, uma reacção ao desencanto mani-festado pela Geração X, que cresceu num am-biente de trabalho em que as pessoas quase lite-ralmente "casavam" com a empresa, mostrandotambém uma maior pré-disposição para traba-lhar horários mais flexíveis e longos para atingiros seus objectivos profissionais.
3 São grandes também as diferenças entre o
• tipo de realização profissional que ambas
as gerações procuram. Para a Geração X, o gran-de objectivo de carreira é atingir uma posição de
estatuto e respeito que lhe permita ser o "patrãode si mesmo", preferindo um modelo de chefiamenos intrusivo. Já os jovens da Geração Y gos-tam de fazer perguntas constantes e queremsentir-se desafiados no local de trabalho, procu-rando sempre novos e mais exigentes projectos.
4 Se a Geração X viu nascer o novo mundo• tecnológico, a Geração Y cresceu com a sua
popularização. Este domínio crescente da tec-
nologia torna os novos profissionais muito maisabertos à mobilidade. A grande maioria dos pro-fissionais da Geração Y vê com bons olhos a mu-dança de emprego, admitindo também a possi-bilidade de procurar melhores oportunidadesno estrangeiro.
5 Quanto ao futuro, esse pertence à chama-• da Geração Z, um novo grupo de profis-
sionais que nasceu imerso no mundo tecnoló-
gico e global que as gerações anteriores ajuda-ram a construir. Para Jorge Marques, presiden-te da APG, "o mundo da economia virtual vaicrescer e aí vão encontrar muitas oportunida-des e possibilidades de realização fortes. Por-
que tem grande mobilidade, isso também os vaifavorecer. No caso português vai acontecercomo no futebol, seremos um país exportadorde talento, porque a próxima guerra económicaserá na procura de talento, esteja ele onde esti-ver. Estamos a assistir a uma situação parado-xal, milhões de desempregados e por outro ladomilhões de postos de trabalho por preencherpoT falta de candidatos qualificados. Isto pare-ce não fazer sentido, mas é uma grande oportu-nidade para esta geração", afirma o especialistaem recursos humanos. ¦
*3200O estudo da Mercer auscultou as opiniões de 3200profissionais do sector financeiro, em 122 países.
OPINIÃO
Fusões e consórciosPEDRO LOURTIEProfessor do Instituto Superior Técnico
O Conselho Nacional de Educação realizourecentemente um seminário sobre "Cons-truir a Excelência no Ensino Superior eDesenvolver a sua Massa Crítica". Do pro-
grama constava o Secretário de Estado das Universida-des de Espanha que apresentou o "Programa Campusde Excelência Internacional" e dois casos de integra-ção institucional, uma naSuéciae outra em França
As três apresentações são uma amostra de um mo-vimento europeu, e não só europeu, de articulação ou
integração de instituições de ensino superior, visandouma maior eficácia e competitividade. O movimentomanifesta-se de diferentes formas, designadamenteatravés da criação de redes, sobretudo temáticas, deconsórcios ou parcerias, em que as instituições inter-venientes mantêm a sua identidade, e fusões, das quaisresultam novas instituições, normalmente de âmbito
disciplinar e/ou geográfico mais alargado. Os consór-
cios, previstos no RJIES [Regime Jurídico das Institui-
ções de Ensino Superior], são uma destas formas.
Redes, consórcios e fusões não são uma descoberta
recente, mas ganharam importância com o aumento da
competitividade e as restrições financeiras no ensino
superior. As instituições competem cada vez mais poralunos, da formação inicial ao doutoramento, por finan-ciamentos para investigação, por contratos com empre-sas, etc. O aumento do número de instituições contribui
para esta situação. E a competitividade verifica-se a ní-
vel regional, nacional, europeu ou global, dependendodainstituiçãq, dasuamissãoeâmbito de intervenção.
Uma das razões para redes e consórcios e, even-tualmente para fusões, de natureza temática é a
criação de massa crítica ou a abrangência geográfi-ca, por exemplo para concorrer a financiamentospara a investigação ou para tomar o conjunto das
formações mais atractivas para os estudantes. Aqui-lo a que, em inglês, se designa por uma situação win-win, visto que permite o acesso a oportunidadesque, caso contrário, nenhuma das partes teria
Mas os consórcios e as fusões podem ter tambémnatureza geográfica No caso sueco, a fusão entre asuniversidades de Kalmar e de Vãxjõ, de que resultou aUniversidade linnaeus em 1 de Janeiro, foi uma inicia-tiva das instituições para reforçar a sua posição acadé-mica e ultrapassar a dificuldade em concorrerem a fi-nanciamentos com universidades mais antigas.
O caso francês envolve a criação da Universidade da
Lorena, previsivelmente em 2012, pela fusão de quatroinstituições de Nancy e de Metz, e enquadra-se na políticafrancesa de criação de pólos de investigação e ensino su-
perior (PRES). Uma política com afinidades com o pro-grama espanhol, visto que em ambos os casos se visa o re-forço da competitividade internacional, através do refor-
ço institucional, podendo envolver fusões entre institui-
ções e a associação com outras entidades. A política espa-nhola, com um horizonte temporal de 2015, supõe a apre-sentação voluntária de projectos institucionais, cujos
objectivos, viabilidade e qualidade são avaliados e, em
função dessa avaliação, eventualmente financiados.
Os processos de agregação ou de fusão fazem senti-do e considero que em Portugal se deveria apostar nes-sa via Com a certeza de que o sucesso depende dos ter-mos em que os processos forem desenvolvidos e que o
simples aumento de dimensão não o garantem. Numprocesso de fusão é fundamental conseguir uma moti-vação interna que viabilize o desenvolvimento de si-
nergias. Enquanto que as fusões administrativas são
caminho para meras justaposições, sem ganhos de
competitividade ou racionalidade. ¦
A FECHARUniversidades europeiasdebatem resposta à crise
Os governos europeus devem aumentar o
investimento no ensino superior. Esta é uma dasconclusões do relatório elaborado por 150universidades europeias, reunidas na European
University Association (EUA). No entanto, muitos
países (são citados a Itália, Irlanda, Reino Unido,
Letónia, Lituânia e Roménia) têm feito cortes
orçamentais nesta área, enquanto as universidadessão pressionadas a aumentar o número deestudantes e melhorar o seu ensino e pesquisa.Segundo a EUA, as universidades europeiasquerem uma melhor coordenação entre os fundoscomunitários e a sua disponibilização a nfvel
nacional, que é considerada burocrática e difícil.
A FECHARFCTUC dá mestrado em AngolaOs primeiros alunos do mestrado da Faculdade deCiências e Tecnologia da Universidade de Coimbra(FCTUC), ministrado ao abrigo de um protocoloassinado entre a Universidade Privada de Angola(UPRA), estão em Coimbra para defenderem as
suas teses. O mestrado, em Geociências, foi
frequentado por cerca de meia centena de alunos
de praticamente todo o Sul de Angola. Ao apostarneste curso, "a FCTUC está a contribuir para odesenvolvimento do ensino superior angolano",afirma o director do Departamento de Ciências da
Terra da FCTUC, Alcides Pereira, em comunicado.
Licença para pensarlivremente
A Universidade Livrede Bruxelas orgulha-sede encorajar opensamento crítico.
Todos
os anos, quase um
terço dos alunos queentram na Universida-de Livre de Bruxelas(ULB) é estrangeiro.Mais de 100 nacionali-
dades estão representadas entre os 20mil estudantes. A universidade, funda-da em 1834, orgulha-se de ter uma lon-
ga tradição de tolerância e de defesa daliberdade. A palavra "livre" no nomeda instituição significa que a universi-dade encoraja o pensamento crítico.No entanto, há um aspecto em que nãohá escolha na ULB: tem de se saberbem francês.
A universidade exige um diplomado secundário reconhecido pelas Co-munidades francófona e flamenga quecompõem a Bélgica, mas além disso há
um teste de francês feito na própriauniversidade. Além disso, alguns cur-sos (como Medicina Veterinária) exi-
gem outras qualificações. No entanto,tudo vale a pena para estudar em Bru-xelas, dizem no site da universidade os
quejápor lá passaram. Uma das razões
é a integração na cidade de Bruxelas,
coração de muitas instituições euro-peias e da NATO, o que permite aos es-tudantes começarem a trabalhar, porexemplo, no Parlamento Europeu.
A reputação internacional da ULBassenta em três prémios Nobel (JulesBordet, laureado em 1919, AlbertClaude, em 1974, e Ilya Prigogine, em1977) e uma medalha Fields (o "No-bel" da matemática), a de Pierre De-
ligne. O Instituto de Estudos Euro-
peus, uma das onze escolas da insti-
tuição, é outra boa razão para estudarna ULB. O seu carácter internacional
permite aos alunos terem aulas com
professores de outras universidades.A universidade tem três campus, to-
dos com residências universitárias, al-
gumas privadas. Custam cerca de 300euros por mês, enquanto dividir umapartamento pode ficar pelos 350 eu-
ros, segundo as informações da ULB.Não fica caro viver em Bruxelas,
comparando com outras cidades eu-
ropeias: a universidade estima quecuste cerca de 800 euros por mês, comtodas as despesas incluídas. A ULBnão tem programa de bolsas para es-tudantes de outros países, mas temum serviço de apoio que encontra em-pregos para os estudantes de acordocom vários critérios académicos e
económicos.O orçamento da universidade, em
2008, foi de 268 milhões de euros, ex-cluindo o hospital-escola. A maiorparte vem de fundos governamentais(58%), 34% é o que a ULB ganha com a
pesquisa e os restantes 8% são arreca-dados com propinas e outras fontes. AULB atribui 132 milhões de euros à in-vestigação e tem ligações com 24Spin-offs. ¦ Andrea Duarte
A universidade tem três campus na cidadede Bruxelas, "capital da Europa". É o centroeconómico, político e cultural da Bélgica.Como ponto de encontro de negóciosinternacional, mais de 1000 conferenciassão organizadas em Bruxelas todosos anos. Perto de 2000 empresasestrangeiras e 1000 associaçõesinternacionais estão sediadas na cidade.Bruxelas é a sede do Parlamento Europeu,do Conselho Europeu e da ComissãoEuropeia, bem como do quartel-generalda NATO.
ITSA ULB festejou o seu 175° aniversário noano lectivo de 2009/2010. A agenda incluiumanifestações artísticas, conferências,exposições e filmes.
50%Metade dos candidatos a doutoramento naULB são estrangeiros. A universidade temuma faceta internacional muito forte,captando um terço de todos os seus alunosfora da Bélgica.
ESPECIALISTAHISTORIASDO PORTO
ALFREDOBARBOSA
Falta de dinheiroem lar sem chamaA RIQUEZA E A POBREZA das
nações não são simplesmenteuma questão de dinheiro. EDavid S. Landes explica muitobem por que razão algumas são
tão ricas e outras tão pobres
(Gradiva. 2002). Este professoremérito da Universidade de Har-vard, historiador da economia,defende não ser a falta de dinhei-
ro que impede o desenvolvimen-
to, situando a questão noutro pla-
no, na falta de preparação social,
cultural e tecnológica - na faltade conhecimentos e de compe-tência técnica. Precisando
melhor, o que não raro falta é
talento e capacidade para utilizaro dinheiro.Estar-se-á de acordo com o líderdo Hospital de São João quandodefende não haver muitos paísesdo mundo com um Serviço Nacio-
nal dç^Saúde (SNS) como o nosso,
que o DMEM é excepcional quandoentra na casa das pessoas e que o
SNS deve lutar por atendimentos
de excelência. E António Ferreiraconsidera que não há falta de
dinheiro, que a capacidade insta-
lada no sistema público é suficien-
te e que a sua eficácia e eficiência
radicam em dois denominadoresda boa administração: gestão e
coragem.Pondo por ora de parte a discus-
são entre público e privado, pare-ce-me justo afirmar que o segun-do hospital central do país é umbom protagonista do modelo
estatal, sendo gerido como uma
empresa por um médico com
capacidade de gestão, que conti-
nua a lutar contra o desperdício,a falta de profissionalismo (gené-
rica), os poderes instalados (ver-dadeiras hidras) e também a fal-
ta de cultura cívica (em geral).Landes tem razão: não é a faltade dinheiro que impede o desen-
volvimento. No caso do nosso
SNS, estamos mais perto da ideia
de E. E. Cummings, segundo o
qual "o desamor é o inferno semcéus: lar sem chama".Docente da Universidade
Fernando Pessoa
Escreve à terça-feira
ENSINO SUPERIORA ministra da Educação temmotivos para estar orgulhosaporque os ingressos no ensino
superior registaram uma subida
significativa e que as médias nocurso de Medicina aumentaram.O país e o Serviço Nacional deSaúde precisam de mais médicos
e estes são bem-vindos.Não obstante, apesar da excelentenotícia, um estudo a nívelmundial publicado esta semana,dá conta de que Portugal não
surge mencionado na lista das200 melhores universidades do
mundo. Temos muito trabalho a
desenvolver mas seria bom
conseguirmos chegar lá.
GUSTAVO REIS FERRAGUDO - POR
Crianças infectadas pesam mais 22 quilos im
Infecção viraina origem daobesidade infantil
Numa amostra de 124 crianças,19 já tinham sido infectadas com oadenovírus 36 - quase todas obesas
Um estudo publicado este mês na revista "Pediatrics"
vem reforçar a tese de que uma infecção virai pode
estar por trás da epidemia de obesidade infantil. Inves-
tigadores da Universidade da Califórnia, em San Die-
go, aprofundaram o impacto do único vírus até aquiassociado ao excesso de peso, o adenovírus 36 - uma
em cerca de 50 estirpes que são causa comum de gas-
trenterites, conjuntivites ou mesmo pneumonias. Des-
cobriram que as crianças expostas a este vírus pesammais 22 quilos; mesmo comparando com outras crian-
ças obesas, pesam em média mais 16 quilos.A equipa liderada por Jeffrey B. Schwimmer exa-
minou 124 crianças, entre os oito e os 18 anos. O
resultado positivo para anticorpos contra o adeno-
vírus 36 permitiu associar a exposição ao índice de
massa corporal de cada participante. Na amostra,15% das crianças já tinham sido expostas a este vírus.
Estas pesavam em média quase mais 22 quilos em
relação à média de peso do grupo, e mais 16 quilossó em comparação com as restantes crianças obe-
sas (68% do total). Apesar de os resultados não serem
conclusivos, os cientistas defendem que o facto de
78% das crianças expostas ao vírus serem obesas é
significativo. "Muitas pessoas acreditam que a obe-
sidade é provocada pela própria criança, ou resulta
de uma falha dos pais. Está na altura de deixar de
passar atestados de responsabilidade para desen-
volver estudos que melhorem a prevenção e o tra-tamento", defende Schwimmer. Em Portugal, maisde 30% das crianças têm excesso de peso.Marta F. Reis
Coimbra
Uma solução científica ino-vadora desenvolvida por um in-vestigador da Universidade deCoimbra para criar um materialcom propriedades de detergen-te que consegue diferenciartemperaturas para agir em me-tais diferentes foi premiadapela organização internacionalInnocentive.
Concebida por Abílio Sobral,do Departamento de Química daFaculdade de Ciências e Tecno-logia da Universidade de Coim-bra (FCTUC), a fórmula permi-te "gerar um composto orgânicode alto desempenho 'inteligen-te' capaz de, mediante a tempe-ratura, remover resíduos (no-meadamente metais pesados)completamente diferentes".
"Por exemplo, a uma tempe-ratura de 25 graus o detergenteremove um metal e a uma tem-peratura de 80 graus removeoutro completamente distinto.Assim, uma mesma molécularesolve vários problemas", ex-plica Abílio Sobral.
Ao apresentar esta solução,Abílio Sobral foi premiado num
Abílio Sobral recebeu terceiro prémio
concurso de ideias com um "In-nocentive Award", o terceiroque recebe da organização ame-ricana com o mesmo nome queestabelece uma interface entreas grandes empresas e a comu-nidade científica internacionalpara esta resolver problemasconcretos da indústria, revelouo químico à agência Lusa.
O prémio, no valor de 20 mildólares (cerca de 15 600 euros),faz com que Abílio Sobral passea integrar o "restrito grupomundial de Top Solvers da In-nocentive'". ¦
Detergente "inteligente"dá prémio a investigador
ESPINHO
Investigação motede noite especial
A problemática da biodiver-sidade e a necessidade de umaacção urgente no combate às
tendências insustentáveis dãomote à Noite dos Investigado-res 2010, uma iniciativa anualeuropeia de divulgação cientí-fica. Este ano o evento irá rea-lizar-se em Espinho a partir napróxima sexta-feira e contacom várias acções sobre pro-gresso científico.
Génios "CoLab"na Gulbenkian
o Conferência reúne mais de 20 trabalhos o "Media",computação avançada e matemática são as áreasMais de 20 trabalhos nasáreas de "Media" e Conteú-dos Digitais, ComputaçãoAvançada e Matemáticaestão expostos hoje e ama-nhã em mais uma Confe-rência Anual CoLab, destavez na Fundação CalousteGulbenkian, em Lisboa.
O programa de colabo-ração internacional paraas tecnologias emergentesda Universidade do Texasem Austin nasceu emMarço de 2007 em colabo-ração com a Faculdade deCiências e Tecnologia daUniversidade Nova de Lis-
boa, em Almada.O encontro vai contar
com a presença do minis-tro da Ciência, Tecnologiae Ensino Superior, Maria-no Gago e de mais de 40oradores entre investiga-dores, professores e par-ceiros institucionais.
A conferência pretendefazer um balanço globaldo que foi alcançado atra-vés do programa, traba-lhos centrados na investi-gação e desenvolvimento.
Este é um programaque se foca em "media" di-gitais avançados, tecnolo-gias gráficas e interactivas,desenvolvimento avança-do de conteúdos, em cine-ma e vídeos, por exemplo.
Amanhã o dia será de-dicado à iniciativa "Cida-des Criativas 2010". Du-rante o encontro, haveráintervenções de presiden-tes de várias câmaras mu-nicipais, moderadas porum painel de representan-tes de projectos portugue-ses e de Austin.
Em foco estarão tam-bém os projectos de equi-pas de investigação portu-guesas e colaboraçõescom grandes parceiros,como por exemplo a ZON,YDreams, Instituto das Te-
lecomunicações e Hospi-tal de Santa Maria.
Paralelamente decorre
ainda uma exibição deprojectos de investigaçãode estudantes das diversasáreas do programa e deProjectos Vencedores dosPrémios ZON Criatividadeem Multimedia.
P.T.