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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE (UNIVALE) FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO (FAC) CURSO DE DESIGN GRÁFICO Maurício Barbosa Maciel Fernandes Norton Rocha de Souza Júnior Sdney Vieira Souto O DESIGN PROMOCIONAL E CORPORATIVO APLICADO NO RESGATE CULTURAL E ORGANIZACIONAL DA BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO Governador Valadares 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE (UNIVALE) FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO (FAC)

CURSO DE DESIGN GRÁFICO

Maurício Barbosa Maciel Fernandes Norton Rocha de Souza Júnior

Sdney Vieira Souto

O DESIGN PROMOCIONAL E CORPORATIVO APLICADO NO RESGATE

CULTURAL E ORGANIZACIONAL DA BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO

Governador Valadares

2009

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MAURÍCIO BARBOSA MACIEL FERNANDES NORTON ROCHA DE SOUZA JÚNIOR

SDNEY VIEIRA SOUTO

O DESIGN PROMOCIONAL E CORPORATIVO APLICADO NO RESGATE

CULTURAL E ORGANIZACIONAL DA BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de bacharel em Design Gráfico, apresentado à Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade Vale do Rio Doce. Orientadora: Profª. Ms. Zaira Beatriz A. Bernardes

Governador Valadares 2009

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Maurício Barbosa Maciel Fernandes

Norton Rocha de Souza Júnior

Sdney Vieira Souto

O DESIGN PROMOCIONAL E CORPORATIVO APLICADO NO RESGATE CULTURAL E ORGANIZACIONAL DA BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de bacharel em Design Gráfico, apresentado à Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade Vale do Rio Doce.

Governador Valadares, ____ de _________ de _____.

Banca Examinadora:

_______________________________________ Profª. Ms. Zaira Beatriz A. Bernardes – Orientadora

Design Gráfico - Univale

_______________________________________ Prof. Brian Lopes Honório - Convidado

Design Gráfico – Univale

_______________________________________ Prof. José Bispo Ferreira Filho - Avaliador

Design Gráfico – Universidade Vale do Rio Doce

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RESUMO

Este projeto se propõe a considerar as relações entre Design Corporativo e

Promocional, bem como sua conceituação e aplicação em conjunto. As relações

encontradas permitiram o desenvolvimento de um projeto de reconstrução e resgate

da imagem da Banda Lira Trinta de Janeiro que é uma Instituição com tradições

populares e folclóricas, utilizando para isso uma linguagem visual contemporânea

através de símbolos tradicionais.

Palavras-Chaves: Design Gráfico, Design Corporativo, Design Promocional,

Identidade Visual, Promoção, Cultura, Tradição, Resgate, Música, Banda Lira Trinta

de Janeiro.

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 06

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 07

2.1 DESIGN GRÁFICO .................................................................................... 07 2.1.1 Design Promocional ................................................................................ 08 2.1.2 Design Corporativo .................................................................................. 10 2.1.3 Design Social .......................................................................................... 11 2.1.4 Design Cultural ........................................................................................ 12 2.2 GOVERNADOR VALADARES ................................................................... 13

2.3 BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO .......................................................... 14 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO .......................................................... 17

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS .................................................................. 17

3.2 EXECUÇÃO DO PROJETO ....................................................................... 23

4 CONCLUSÃO ............................................................................................... 47

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 48

6 ANEXOS ...................................................................................................... 50

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1 APRESENTAÇÃO

A amplitude do Design Gráfico torna possível a sua divisão em diversas áreas

específicas de estudo, e dentre estas áreas este projeto estudou o Design

Corporativo e Promocional, bem como sua conceituação e aplicação em conjunto.

Para aplicação dos resultados obtidos durante estes estudos foi utilizado um

cliente real cujas necessidades de comunicação nos permitiram explorar as duas

áreas escolhidas. Este cliente foi a Banda Lira Trinta de Janeiro, uma Instituição

musical popular da cidade de Governador Valadares, Minas Gerais.

A origem da Banda é anterior à data de emancipação da cidade, que é trinta

de janeiro de 1938, sendo esta data homenageada no nome da Instituição. Seu

histórico nos mostrou o quanto a mesma foi importante na formação da cidade, pois,

além de ser uma importante manifestação cultural da região, também proporciona

momentos de lazer aos habitantes de Governador Valadares. No passado, a Banda

era mais prestigiada, uma vez que em suas apresentações, tanto em Governador

Valadares quanto em outras cidades, o número de expectadores era grande,

havendo constantemente a presença das autoridades locais.

Porém este prestígio foi diminuindo com o passar do tempo, a banda foi

reduzindo o ritmo de apresentações e ficou menor, pois vários membros saíram por

motivos pessoais ou por questões de desentendimento interno. Além disso, todo um

novo movimento cultural, auxiliado pela expansão repentina da cidade e pelas novas

formas de cultura trazidas de outras regiões tomou conta das novas gerações de

valadarenses, deixando as manifestações populares existentes no município menos

valorizadas fazendo com que a Banda caísse no esquecimento.

Diante desta situação, optou-se por aplicar os estudos realizados sobre

Design Corporativo no desenvolvimento de um projeto de resgate da identidade e da

imagem da Banda perante os valadarenses, de forma que a mesma possa recuperar

seu prestígio e manter-se em maior contato com o público. Além disso, foram

aplicados os conhecimentos sobre Design Promocional para gerar possibilidades de

reestruturação financeira, buscando soluções que permitam o estabelecimento de

um bem-estar material e a continuidade do trabalho da Banda Lira Trinta de Janeiro

que representa parte integrante e importante da cultura e dos valores de Governador

Valadares.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DESIGN GRÁFICO

Muitos relacionam a profissão de Design Gráfico somente com desenhos,

criação de logotipos ou ainda no popular “marquinhas”, “cartãozinho” de visita entre

outros. Mas Design Gráfico está muito além dessas definições. Para execução do

trabalho é necessário pesquisar, planejar, ter um objetivo a cumprir, não é fazer por

fazer dentro de um objetivo e metodologia que permitam alcançar resultados

específicos.

O Design Gráfico é uma das áreas do campo da comunicação visual, e pode

ser compreendido como uma atividade onde o profissional, intitulado Designer

Gráfico, planeja um material observando-se a estética e função dos elementos

visuais aplicados, como nos diz Koop.

Trabalharemos o Design enquanto atividade que privilegia o planejamento, a organização (desde um edifício até uma caixa de fósforo) de elementos estético-funcionais, um conjunto viabilizado pelas possibilidades técnicas disponíveis numa determinada época e lugar, visando à efetivação dos objetos traçados para o produto em questão. (KOOP, 2004, p. 41)

O escritor André Villas Boas define ainda o design como uma questão

comunicacional, ou seja, tem a função de transmitir alguma mensagem para alguém.

Design Gráfico é a atividade profissional e conseqüente área do conhecimento cujo objeto é a elaboração de projetos para a produção por meio gráfico de peças expressamente comunicacionais. Estas peças – cartazes, páginas de revistas, capas de livros e de produtos fonográficos, folhetos etc – têm como suporte geralmente o papel e como processo de produção a impressão. (VILLAS-BOAS, 2003, p. 11)

Entretanto, a compreensão do que é Design Gráfico é muito abrangente, e

várias definições já foram utilizadas ao longo do tempo. De acordo com Alexandre

Wollner, a evolução tecnológica, meios de comunicação e processos de produção,

fez com que o Design Gráfico ganhasse novas definições, que passam pelo estado

da arte ao planejamento metodológico e técnico sempre buscando linguagens que

expressem seus objetivos e conectem com seu público alvo.

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Para Wollner (2005, p. 66-67), perguntar o que é design é o mesmo que perguntar o que é arte. Não é possível defini-lo e nem deveria haver o interesse em fazê-lo. O conceito do termo fica sempre implícito nas entrelinhas dos planejamentos gráficos. Design se relaciona não apenas com criatividade, mas também com a técnica, com a tecnologia, com o significado e com a linguagem. Design não é só estética, emoção e ilustração. Estes são apenas elementos, assim como o produto, o estudo, a proposta, a função e o comportamento. (OLIVEIRA, 2006, p. 14)

Portanto, o Design Gráfico pode ser definido como uma atividade profissional

que possui como resultado de trabalho um produto planejado, que transmite algum

conceito pré-determinado através da utilização de imagens, textos, idéias e

conceitos. Esta área do conhecimento a cada dia se torna mais disseminada, sendo

de cunho comercial ou social, é utilizada para informar, identificar, sinalizar,

organizar, estimular, persuadir e entreter, resultando na melhoria de atividades

profissionais, como também na qualidade de vida das pessoas.

Design Gráfico também é entendido como comunicação visual e precisamos

pontuar que é uma ferramenta importante nas estratégias das empresas para

conquistar mercado, sendo explorado ao máximo o seu poder de persuasão frente

ao consumidor. A comunicação visual é na verdade tudo aquilo que podemos

perceber com nossos olhos e que nos transmita alguma mensagem ou valor.

Segundo Munari (1997), pode ser dividida em dois grupos: comunicação casual e

intencional.

Comunicação visual casual é a nuvem que passa no céu, não certamente com a intenção de nos advertir que está para chegar. Comunicação intencional é, pelo contrário, a série de nuvenzinhas de fumaça que os índios faziam para se comunicar, através de um código preciso, uma informação precisa. (MUNARI, 1997, p. 65)

Um projeto de Design Gráfico é considerado como comunicação visual

intencional, pois tudo o que é produzido transmite uma informação pré-definida que

deve ser compreendida por quem observa o produto.

2.1.1 Design Promocional

Uma das áreas do Design que este projeto aborda é a do Design

Promocional. Esta área de atuação diversificada, que abriga tanto o cartaz de um

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filme quanto um brinde de final de ano de uma empresa, busca promover um

produto ou serviço através da divulgação de seu conteúdo, fortalecendo assim sua

imagem, fazendo-o se destacar entre os demais.

Apesar do diálogo com a linguagem da publicidade, existe uma distinção

importante, pois o material promocional projetado constitui sempre um produto em

si, que se afirma enquanto peça autônoma. Esse produto pode falar de outro

produto, associar um atributo a uma determinada empresa, ou pode ser suporte para

outros produtos. Portanto, quando se trata de material promocional, o primeiro passo

de um projeto costuma ser a própria invenção do que ele vai ser.

No Design Promocional devem ser observadas algumas áreas de atuação

semelhantes, como o marketing e a publicidade. Percebe-se que o ponto comum

entre elas é a informação por meio de alguma mídia. Para que esta informação

chegue até o consumidor de maneira limpa e objetiva, a escolha do veículo mais

adequado ao projeto é bastante importante e a mensagem em si deve se destacar

das demais dentro do mesmo veículo. Conforme Lewis:

Dentro do veículo adequado, uma mensagem que não é competitiva em relação a outras mensagens tem um impacto fraco demais para gerar uma resposta. Por isso a relação entre meio e mensagem ganha importância à medida que começamos a analisar os veículos ideais para nos comunicarmos com o consumidor. (LEWIS, 2001, p. 18)

A escolha do veículo correto se mostra então como ponto de grande

importância para que o anúncio seja bem sucedido. Para que a campanha tenha

resultados, a equipe de desenvolvimento deve utilizar o que o cliente possuir, em

termos de recursos e da maneira mais eficaz possível para levar a mensagem ao

público (Hahn, 1997). Mas como escolher este veículo? Segundo Hahn (1997), é

mais fácil escolher um veículo de comunicação que se aproxime mais do público-

alvo a ser atingido com o anúncio.

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2.1.2 Design Corporativo

Ainda como foco deste estudo, temos o Design Corporativo e seu potencial de

desenvolvimento de uma marca, que é mais do que a soma de logotipo e símbolo. É

tudo que o produto representa. Segundo Ogilvy:

Marca é a soma intangível dos atributos de um produto; seu nome, embalagem e preço, sua história, reputação e a maneira como ele é promovido. (OGILVY, apud STRUNCK, 2001, p.19)

Cabe lembrar que uma marca é definida também pela experiência que o

público possui com sua utilização.

Neste sentido, desenvolver uma Identidade Visual para a Banda Lira Trinta de

Janeiro possibilitou a reconstrução de sua imagem, o resgate de seu valor cultural e

histórico. A presença desta identidade é importante no processo de comunicação

com o público, pois através dela podem-se materializar conceitos, gerar a

construção de uma marca e suas aplicações mantendo uma unidade na expressão

visual. Esta unidade entre as diversas manifestações do produto/cliente através de

suas peças gráficas e subprodutos do projeto favorece a identificação por parte de

quem recebe a mensagem, fortalecendo a imagem do cliente.

Segundo Peón (2001), quando a identidade não é forte o suficiente para fazer

o produto se destacar entre os demais, ou ele é pouco notado ou acaba se tornando

tão corriqueiro que as pessoas não o memorizam. Contudo, quando a identidade é

forte, direciona a atenção do observador ao objeto, fazendo com que ele seja

lembrado mais facilmente.

Quando há valor agregado à identidade visual, torna-se mais fácil e rápida a

assimilação de seus elementos. Uma identidade visual é formada por diversos

elementos, como o logotipo, o símbolo as cores e a tipografia institucional.

De acordo com Strunck (2001), o logotipo é a escrita de um nome em uma

forma particular; o símbolo é um sinal gráfico utilizado para identificar um nome,

idéia, produto ou serviço, e pode ser: abstrato quando representa significados que

devem ser aprendidos para serem compreendidos, iconográfico quando o desenho é

fiel ao que está representando, fonográfico se formado por letras que não são

logotipos, ou ideográfico quando representa idéias ou conceitos; as cores

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institucionais são aquelas sempre utilizadas nos mesmos tons na Identidade Visual;

e a tipologia institucional é a utilizada na escrita das informações complementares

da Identidade Visual.

Esta identidade é aplicada, seguindo um conjunto de normas e

especificações, nas peças de comunicação da empresa ou instituição que podem

ser de uso interno ou externo, dependendo da necessidade. Elementos internos são

aqueles que atendem a uma estruturação organizacional de dentro da

empresa/instituição como sinalização de ambientes, uniformes, papelaria e

documentos de uso internos entre outros. Os elementos de uso externo são todos os

materiais necessários às relações com os fornecedores, clientes e construção e

manutenção da marca, valendo-se de várias mídias.

2.1.3 Design Social

O Design Social, termo utilizado para abordar a utilização dos conhecimentos

do Design que projetam uma consciência proveniente dos conceitos humanitários

com objetivos transformadores de um bem comum, também será estudado e

explorado nesta proposta. Transformar é papel de todos por isso é imprescindível

buscar soluções para uma melhoria de vida em meio às diversidades que nos

cercam como degradação ambiental, falta de inclusão social, e muitas outras

situações onde o design com enfoque no social pode participar de maneira positiva.

Transformar situações de desigualdade social e tecnológica, oferecendo através do Design, recursos para que estas barreiras sejam superadas, gerando oportunidades de desenvolvimento com resgate da cidadania e a dignidade. (Universidade da Beira Interior, 2009)

Através do Design Social, busca-se transformar a realidade de um meio, de forma

que esta possa ser melhorada.

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2.1.4 Design Cultural

Com os conhecimentos do Design Gráfico é também possível resgatar ou

promover a formação cultural de uma sociedade, o qual se dá por meio da produção

de seus bens e valores. Este enfoque do design é denominado Design Cultural.

Entende-se que, por emergir das relações sociais, a identidade é algo

adquirido pelos homens por meio de um processo vindo da cultura. Para definir o

significado de cultura, é necessário mencionar a palavra “diversidade” que

representa todo âmbito de uma dimensão social que abrange toda a humanidade e

suas respectivas histórias e formas de vida, bem como fatos, costumes,

conhecimentos, tratando-se de elementos culturais. Todo este contexto social está

ligado à civilização mundial como povos, sociedades e suas maneiras de

organizações, também relacionado ao costume de um grupo, ou seja, uma

sociedade, suas formas e maneiras de vida que são construídas através de um

conjunto de regras ou fatos de relacionamentos que viabilizam uma integração no

intuito de contribuir para sua formação.

A cultura, como a própria palavra diversidade, tem um sentido muito amplo

que abrange um conhecimento extenso da realidade social no mundo global.

Conceitos de várias características relacionadas aos grupos diferentes entre si e

suas hierarquias contraditórias, onde cada grupo, em comunidades isoladas ou não,

buscam viver suas particularidades.

Contudo, essa pluralidade pode fazer parte de um contexto cultural. É

possível afirmar que em uma manifestação cultural podem existir várias outras

inclusas mesmo que ela faça parte de uma manifestação maior, como exemplo

nosso país, Brasil, que apresenta várias outras manifestações culturais, ou seja,

uma eminência de diversidade de povos que constituem estados e suas formas de

vida em manifestações folclóricas, lendas, Bandas musicais, contos e dialetos que

compõem vidas distintas na formação de grupos em um todo.

Cultura é o que define um povo, lugar, suas crenças, comidas, modo de se

vestir. Através da cultura é que temos a possibilidade de conhecer um povo, seus

costumes e tradições. Neste caso, quando falamos em cultura estamos nos

referindo mais especificamente ao conhecimento, as idéias e crenças, bem como a

maneira que eles existem na vida social.

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Em meio a essa diversidade cultural propriamente brasileira está inserida toda

formação social e histórica de um povo na constituição de uma cidade. Buscando

contextualizar este estudo abordaremos, a seguir, parte da história de Governador

Valadares.

2.2 GOVERNADOR VALADARES

De acordo com o documentário Os Pioneiros, (Fabrício Leminsk, 2005)

durante o reinado de Dom João VI em 1808, foi autorizada pelo Rei uma ação

armada aos povos botocudos, que habitavam a região do até então sertão do rio

doce, e com isso foram estabelecidos vários quartéis militares, sendo um deles à

margem esquerda do rio doce em frente à pedra negra hoje conhecida como Pico da

Ibituruna.

“...o 6º Quartel da Divisão Militar do Rio Doce era o quartel de Dom Manoel

que futuramente se transformaria em Governador Valadares. O nome Porto de Dom

Manoel ficou restrito aos militares, pois desde o início a região ficou conhecida como

Porto da Figueira e com o tempo passou a se chamar Povoado de Figueira do Rio

Doce. A década de 10 foi crucial para a conquista do médio rio doce, com a chegada

da ferrovia em 1910, iniciou-se o desenvolvimento consolidando Figueira como

entreposto comercial. Neste período chegaram também os primeiros pioneiros e a

emancipação tornou-se inevitável.1

“Em 1935 foi fundado o Partido do Pró Emancipação, liderado por Gil

Pacheco, e em 31 de dezembro de 1937 foi fundado o município de Figueira por ato

de Benedito Valadares então Governador de Minas Gerais. Os emancipadores

então, para homenagear o Governador de Minas Gerais, substituíram o nome de

Figueira para Governador Valadares, criando com isso correntes contrárias à

substituição do nome da cidade, como o próprio Gil Pacheco e outros membros do

partido pró-emancipação, como também moradores da antiga Figueira.

Antes de se emancipar e se tornar Governador Valadares, Figueira era distrito

da cidade de Peçanha, o que gerava descontentamento por parte dos que aqui

moravam. Este descontentamento foi se transformando em uma corrente pró-

emancipação, que alcançou seus objetivos em 1938.

2” __________________________________ 1- Documentário Os Pioneiros, 2005, direção de Fabrício Leminsk, Biosphera Produções 2- Documentário Os Pioneiros, 2005, direção de Fabrício Leminsk, Biosphera Produções

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Apesar de ter sido fundado em 31 de dezembro de 1937, o município de

Governador Valadares passou a se chamar assim em 30 de janeiro de 1938, quando

foi solenemente instalado.

“A história de Governador Valadares tem início em 1938, com a emancipação

política em plena ditadura Vargas. No dia 30 de janeiro, instalou-se solenemente o

Município. O primeiro prefeito foi Dr. Moacyr Paletta de Cerqueira Lage, nomeado

pelo Governador do Estado de Minas Gerais Dr. Benedito Valadares. O prefeito foi

nomeado porque a situação política da época era exceção e não havia eleições

democráticas. Elas só aconteceriam em 1947. Em 1940 Governador Valadares tinha

5.734 habitantes, e em 51 anos depois são 230.524 habitantes. Junto a esse

histórico cultural constituído ao longo do tempo na constante formação do município

está inserida a Banda Lira Trinta de Janeiro. A história da Banda tem início bem

antes do surgimento do que ela seria realmente nos dias atuais.3”

2.3 BANDA LIRA TRINTA DE JANEIRO

A Banda Lira Trinta de Janeiro está inserida em um tipo de tradição muito

forte em Minas Gerais, que é a de bandas marciais e de fanfarras populares. Sua

origem é anterior à data de emancipação de Governador Valadares, e, segundo

relatos, foi uma peça fundamental para a emancipação.

Segundo Maria Cinira dos Santos Netto, “no ano de 1910 a família Pinto,

comandada por José Venâncio Pinto, chegou vinda do Espírito Santo formando uma

Banda com toda família e outros musicistas da região, sendo esta a primeira

expressão musical da nossa terra. Entretanto José Venâncio Pinto migrou para

Naque com sua família em 1930 deixando assim, o então município de Figueira

órfão de movimento cultural. Joaquim Campos do Amaral e José Marinho de Moura

tiveram então a idéia de montar um novo conjunto para tocar nos coretos nas tardes

e noites de domingo.4

Complementa ainda que “a tradição conta que toda cidade do interior que se

prezasse tinha que ter um coreto e uma Banda. Através de reuniões onde homens

como: Siva Monteiro de Castro, Virgílio Gobbe, José Marinho de Moura, José

Vicente de Paulo, Joaquim Fidelis, Antônio Inácio Ribeiro, Geraldo Gonçalves,

__________________________________ 3- Documentário Os Pioneiros, 2005, direção de Fabrício Leminsk, Biosphera Produções 4- (NETTO, Maria Cinira dos Santos, 1999: p. 40)

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Álvaro César da Silva, Sargento José Cortes da Costa, Benjamim José Vale e João

Perleoyre Starling, manifestavam o desejo de uma cidade mais alegre e

progressista, assim, levantaram uma quantia em dinheiro e resolveram comprar

instrumentos musicais, e no dia da emancipação política da cidade surpreenderam a

população ao acordá-los com uma alvorada. A Banda não tinha denominação e era

chamada de “Furiosa”, que era uma denominação popular para as bandas que

tocavam determinado tipo de música de uma maneira diferente da erudita. Os

músicos tocaram durante todo o dia e arrecadaram dinheiro para comprar novos

instrumentos e uniformes, chegando a ter mais de 30 componentes. Para

homenagear a emancipação política do município, ocorrida no dia 30 de janeiro, os

componentes da Banda deram-lhe o nome de Lira Trinta de Janeiro, sendo fundada

oficialmente em 3 de maio de 1942 como agremiação musical sem fins lucrativos.5”

Para José Bispo Ferreira Filho, ex-integrante da Banda Lira Trinta de Janeiro,

professor universitário, músico, e diretor da Secretaria de Cultura de Governador

Valadares na administração 2009/2012, “a Banda tem muito a contribuir para o

cenário cultural valadarense, pois a tradição de Bandas é muito forte no Brasil e em

Minas Gerais. Essa tradição foi construída em Governador Valadares muito próximo

à emancipação da cidade, na década de 1940, portanto, é uma das tradições que

possuem um registro histórico junto com a cidade. Ainda segundo José Bispo

Ferreira Filho, manter essa tradição é muito importante, porque uma tradição quando

é mantida, cria uma referência de identidade para o lugar, e como Governador

Valadares é uma cidade que está sempre se perguntando qual é sua identidade, as

manifestações populares, no caso a Banda de música, são sempre importantes.6

José Bispo Ferreira Filho complementa ainda que “as manifestações eram tão

importantes para a cidade que levou a Banda Lira Trinta de Janeiro a tocar em

cidades próximas, mostrando que a tradição de um lugar serve a outro próximo, e

para manter uma tradição e cultura local é necessário trabalhar a conscientização da

população. Há alguns anos a Lira Trinta de Janeiro recebe apoio dos órgãos locais.

Foi apoiada na administração do ex-prefeito João Domingos Fassarela (2001/2004),

onde passou por transformações. Na administração do também ex-prefeito José

Bonifácio Mourão (2005/2008) a sede caiu e foi reconstruída. Hoje a Banda Lira

Com o passar do tempo, esta tradição foi sendo desvalorizada pelos

valadarenses, que aos poucos deixaram de comparecer às apresentações e por

vezes desconheciam a Banda quando a viam.

__________________________________ 5- (NETTO, Maria Cinira dos Santos, 1999: p. 40) 6- Professor José Bispo Ferreira Filho em entrevista

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Trinta de Janeiro continua recebendo apoio, já divulgação não é papel dos órgãos

públicos. A Banda sempre teve uma participação da prefeitura, não é diretamente

subordinada a ela, mas sempre foi de certa forma, apoiada e mantida pela

prefeitura. A Banda não pode ter sustentação própria, pois para isso teria que se

transformar em uma empresa, e ela é uma entidade filantrópica, então precisa ser

mantida7

”, este é o pensamento de José Bispo Ferreira Filho e que permeia entre os

membros da Banda.

__________________________________ 7- Professor José Bispo Ferreira Filho em entrevista

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3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS

As pesquisas realizadas para o desenvolvimento do projeto podem ser

divididas em dois grupos principais: pesquisa bibliográfica e pesquisa documental,

que por sua vez se dividiram em outros subgrupos.

A pesquisa bibliográfica se dividiu em histórica e específica, sendo histórica

no que diz respeito à Banda Lira 30 de Janeiro e o contexto em que a mesma está

inserida na cidade de Governador Valadares. Para tanto, foram analisados livros de

pesquisadores valadarenses e documentos pessoais de membros da Banda e do

acervo da instituição.

A figura 1 mostra uma reportagem datada de 12/08/2003 que fala sobre a

reforma feita na sede da instituição após a queda do telhado do prédio, e a figura 2

mostra reportagem de 25/11/2003, sobre apresentação da Lira no Lar dos

Velhinhos, um asilo de Governador Valadares. Ambas as reportagens foram

veiculadas no jornal Diário do Rio Doce.

Figura 1 – Reportagem sobre a banda Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

Figura 2 – Reportagem sobre a banda Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

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Tanto nos livros, quanto nos documentos pesquisados, o que se descobriu foi

que no passado as atividades musicais eram mais freqüentes, visto que a Banda

participava de festivais populares em diversas cidades de Minas Gerais, e fazia

apresentações em datas comemorativas, o que ainda faz, porém com menor

visibilidade. As figuras 3 e 4 mostram alguns destes encontros de bandas em que a

Lira esteve presente.

Esta pesquisa serviu ao propósito de gerar conhecimento sobre o histórico da

Banda, buscando conhecer sua trajetória de apresentações, e qual era o sentimento

dos valadarenses em relação a ele, sendo constatado que nos dias de hoje seu

prestígio diminuiu frente ao público, que dá pouca importância ou simplesmente o

desconhece. Os resultados obtidos destes estudos foram muito importantes para o

projeto, uma vez que o mesmo trata sobre a reestruturação da Banda.

A pesquisa específica foi concentrada em Design Corporativo e Design

Promocional, sendo também pesquisadas outras vertentes auxiliares, porém com

menor intensidade que as duas primeiras. As pesquisas foram feitas através de

livros sobre Design, revistas especializadas, e artigos, que auxiliaram na

conceituação do projeto.

A pesquisa documental foi realizada através de análise dos arquivos da

Banda, acervo do Museu da Cidade de Governador Valadares, entrevistas feitas

com os membros, visitas à sede, e busca de referências visuais.

Em visita realizada à sede, o que se encontrou foi uma instituição com pouca

organização. Os troféus conquistados em festivais, instrumentos, e documentos

antigos, como atas de reunião e partituras que datam de muitas décadas atrás

Figura 3 – Encontro de Bandas Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

Figura 4 – Encontro de Bandas Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

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estavam amontoados em um armário. Isso sugere que a Instituição é carente no que

diz respeito à estrutura física e área administrativa.

Nos arquivos da Banda e no Museu da Cidade foram pesquisadas imagens

que pudessem dar referência sobre como eram os trajes dos músicos durante as

apresentações e se havia algum tipo de Identidade Visual, ainda que simples, e que

pudesse ser utilizada como referência para o desenvolvimento do novo projeto.

Nestas pesquisas o que se pôde descobrir foi que a banda não possuía uma

Identidade Visual definida. O que mais se aproximava de alguma identidade era o

fato de a imagem de uma lira ser utilizada constantemente nos estandartes da

Banda e no antigo portão da sede, o que pode ser observado nas figuras 5 e 6.

Quanto aos uniformes, o que pode ser percebido nas fotografias é que nas

primeiras décadas de fundação seu uso era mais comum. Houve épocas em que a

Banda chegou a utilizar um uniforme que lembrava os mesmos utilizados pelas

bandas militares, como pode ser visto na figura 8. Isto faz com que muitas pessoas

acreditem que a Lira seja realmente uma banda militar. Mais recentemente, talvez

por falta dos recursos necessários, a banda não utiliza uniformes padronizados. O

que se vê são os músicos trajando roupas comuns, como calça jeans e camisas

brancas durante as apresentações.

Figura 5 – Estandarte Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

Figura 3 – Portão da sede antiga Fonte: Acervo pessoal de D.Efigênia

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Figura 7 – Uniformes militares

Fonte: Acervo pessoal de Dona Efigênia

As entrevistas8

com os membros da Banda foram realizadas a fim de gerar

conhecimento sobre a situação em que a mesma se encontra, bem como o

sentimento que eles têm em relação a ela. Pôde ser percebido o envolvimento dos

atuais membros, que variam desde os mais antigos, até crianças que participam há

pouco tempo, e que há uma relação calorosa entre músicos e Banda quanto ao lado

artístico. Contudo, no que diz respeito à instituição a relação ainda não é o suficiente

para mantê-la organizada.

Os materiais visuais pesquisados como referência foram, em sua maioria,

peças criadas para Bandas populares e orquestras. Estes materiais serviram como

base para a criação da Identidade Visual e dos Materiais Promocionais. A partir

destas pesquisas também foi possível procurar por fornecedores de materiais e

serviços para a produção das peças.

Dentre estes materiais estavam as marcas, as liras, e os uniformes, como

pode ser observado nas figuras 8, 9, 10 e 11.

__________________________________ 8- (ANEXO A)

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Figura 8 – Marca Banda da Covilhã Fonte: Fotografia da internet

Figura 9 – Marcas Savannah Fonte: Fotografia da internet

Figura 10 – Lira Fonte: Fotografia da internet

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Figura 11 – Banda de música Fonte: Fotografia da internet

Figura 12 – Banda de música Fonte: Fotografia da internet

Figura 13 – Banda de música Fonte: Fotografia da internet

Figura 14 – Banda de música Fonte: Fotografia da internet

Figura 15 – Banda de música Fonte: Fotografia da internet

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3.2 EXECUÇÃO DO PROJETO

Design Corporativo Após as pesquisas, vários roughs foram elaborados para o desenvolvimento

da marca, tendo como principal elemento de apoio a característica popular, folclórica

e tradicional da Banda.

Figura 16 – Roughs Fonte: Arquivo pessoal

Figura 17 – Roughs Fonte: Arquivo pessoal

Figura 18 – Roughs Fonte: Arquivo pessoal

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Conceituação da Marca A primeira etapa foi o desenvolvimento da marca, onde valores como

musicalidade, tradição, movimento e propagação do som foram expressos com uma

composição harmônica e contemporânea.

Optou-se por criar uma marca com símbolo e logotipo que podem ser

utilizados tanto em conjunto quanto em separado, dando assim mais versatilidade à

Identidade Corporativa. Os traços leves, mais gestuais e estilizados, são uma

tentativa de representar a suavidade da música, as notas musicais, e os movimentos

do maestro. Os elementos utilizados apresentam significados importantes no

contexto histórico da Banda. São eles a lira, o coreto e o ramo.

Lira A lira é o instrumento antigo com o qual os poetas solitários e meditativos

cantavam suas saudades, amores ou decepções ou louvavam seu Deus. Segundo o

site da Banda de Música Lira de Santana, O Rei Davi, que era um exímio músico e

poeta lírico e religioso também utilizava uma lira para tocar. Devido a isso as

instituições musicais sem fins lucrativos são chamadas de Liras.

Além deste significado, a lira também era uma imagem presente nos

estandartes utilizados pela Banda, e neste sentido sua utilização representa uma

referência a algo tradicional e constante em sua história.

Coreto O coreto é uma construção normalmente encontrada em praças, e

constantemente serve como palco para apresentações das Liras. É um elemento

ligado à tradição popular da banda, pois no período de emancipação da cidade de

Governador Valadares era comum que toda cidade que se prezasse tivesse uma

praça, um coreto e uma banda, mostrando como esta relação é um ponto forte no

que diz respeito ao valor histórico.

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Ramo Os ramos que circundavam a lira no antigo estandarte utilizado pela Banda,

assim como aqueles que circundam o brasão da cidade de Governador Valadares,

representam as matas que existiam aqui quando o povoado foi fundado. No símbolo

da nova marca representa um elo com o passado entre Banda e cidade, e se

apresenta com traço estilizado, evitando uma possível poluição visual que poderia

ocorrer caso fosse utilizado da forma convencional.

Outros elementos aplicados Além dos elementos aplicados na marca, durante o processo de

desenvolvimento dos produtos foram também utilizados outros elementos simbólicos

com significado tão importante quanto os citados acima. Estes elementos foram

dois: fitas coloridas, e um slogan.

Fitas Com o objetivo de trazer algo de tradicional no que diz respeito às

características popular e folclórica da Lira, foram utilizadas, em algumas aplicações,

fitas coloridas como as que são encontradas em festivais folclóricos regionais como,

por exemplo, as Vascongadas.

Estas fitas são então a ligação entre a característica contemporânea dos

layouts dos produtos e a tradição que se deseja promover

Figura 19 – Vascongadas Fonte: Arquivo pessoal

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Slogan – Um Toque de Cultura Foi criado o slogan “Um Toque de Cultura”, representando o meio cultural em

que a Instituição está inserida. Podemos traduzir de duas formas: a cultura

personificada através da Banda, e a Banda como forma de expressão cultural da

cidade. Além disso, a presença de um slogan, em termos de produção de Design, é

mais um elemento que enriquece todo o projeto dando dinamismo para fortalecer o

conceito.

Figura 20 – Um Toque de Cultura Fonte: Arquivo pessoal

MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

Marca Assinatura completa - A marca traz elementos que se baseiam em estandartes utilizados pela Banda em apresentações anteriores: lira símbolo da música, o ramo referenciando as matas existentes no passado da cidade e um coreto, local que, de acordo com os registros, era necessário em toda cidade que se prezasse, sendo esta uma tradição medieval.

Assinatura simplificada 1 – Aqui é utilizado apenas o símbolo.

Assinatura simplificada 2 – Aqui é utilizado apenas o logotipo.

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Tipografia institucional Para a composição do logotipo, foi utilizada a fonte tipográfica BoyzRGross, que possui uma característica de peso como os metais, e também manuscrita e de movimento traduzindo assim a essência da Banda.

Como tipografia auxiliar foi utilizada a fonte Futura MdCn BT. Esta fonte possui os traços retos, sem serifas, sendo indicada para o uso em textos de documentos e peças de caráter mais sério.

A tipografia Amadeus Regular foi utilizada em algumas peças gráficas produzidas como os cartazes.

Cores Institucionais As cores institucionais da Identidade Visual fazem referência às cores

presentes na bandeira da cidade de Governador Valadares (figura 16), em um

contexto histórico de ligação entre a cidade e a Instituição.

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Figura 21 – Bandeira de Governador Valadares

Fonte: Wikipédia

A cor vermelha transborda de agitação e vida. É a própria representação da vida. Representa como valor, o “sangue” que as pessoas deram pela Banda ao longo de sua história. Popularmente, o vermelho é uma cor que remete ao sentido de atenção.

A cor amarela representa o sol, significando o poder e a bondade de Deus. Faz referência às liras de ouro, e representa como valor, a riqueza e o peso da música. Teoricamente, o amarelo pode significar riquezas, e é a riqueza cultural que a Banda proporciona que está sendo simbolizada por esta cor.

O verde é uma cor tranqüilizadora, refrescante e humana, faz referência às matas que existiam na época da emancipação da cidade.

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Limite de Redução O limite mínimo de redução da marca foi definido, para assim evitar que sua leitura seja prejudicada em suas possíveis aplicações. Este limite deve ser de 3 cm de largura.

Versões em Fundos Institucionais Para auxiliar as futuras aplicações da marca de forma a atender as

necessidades da peça produzida, foram definidas as versões da marca sobre os

fundos institucionais, positivo/negativo, e escala de cinza. Também foram definidas

sua grade de construção e área de respiro.

Versões sobre fundos com Cores Institucionais, positivo/negativo, e escala de cinza

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Grade de construção da marca.

Área de respiro.

APLICAÇOES A papelaria básica foi feita seguindo as características populares e folclóricas,

porém foi dado às peças um pouco de contemporaneidade, para que a nova

identidade da Banda se adéqüe à atualidade.

1- CARTAO DE VISITA O cartão de visita, criado em tamanho 95mm x 55mm, orientação paisagem, em papel couchê 300g/m², e apresenta impressão em frente e verso com aplicação de verniz localizado no verso onde se vê a marca em tom claro.

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2- PAPEL DE CARTA O papel de carta foi projetado em tamanho A4 (210mm x 297mm), para ser impresso à 4x0 cor em papel sulfite 75g/m².

3- ENVELOPE Para o envelope foi escolhido o modelo saco, pois pode ser mais bem utilizado pela Banda, já que nele podem ser enviados documentos ou partituras sem precisarem ser dobrados.

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4- PASTA PARA PARTITURA A pasta desenvolvida para a acomodação das partituras apresenta tamanho 210mm x 297mm quando fechada e tamanho 420mm x 297mm quando aberta. Sua impressão é a 1x0 cor em papel supremo 300 g/m², podendo ser plastificado.

5- UNIFORMES

Seguindo aos modelos de Uniformes já usados pela Banda, foram desenvolvidos

dois modelos, sendo um bem tradicional para apresentações de gala e outro mais

casual visto que a Banda comumente se apresenta em ambientes ao ar livre sem

muita formalidade. Camisa do Uniforme Casual. Feita de tecido leve com impressão em serigrafia.

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Uniforme de Gala, constituído de camisa de tecido com aplicação da marca em bordado, boina de

feltro, calças e saias em tecido two way.

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6- VEÍCULO Foi proposta a plotagem para um possível veículo da Banda. Sua aplicação será através de

envelopamento, onde, além de transportar, funcionará como um meio de divulgação da Banda.

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7- CARTAZES Foi desenvolvida uma série de três cartazes, onde cada um contém uma imagem de um instrumento utilizado pela Banda, e serão utilizados para a divulgação das apresentações. Estes cartazes, criados no tamanho 42x62cm, e apresentam composição moderna onde os instrumentos aparecem sangrados, as fitas coloridas estão representando a tradição e ao mesmo tempo a alegria que a Banda transmite através das músicas tocadas por eles. O projeto foi desenvolvido de forma que as informações sobre data e local das apresentações possam ser colocadas por eles, evitando assim que os cartazes tenham que ser impressos novamente a cada apresentação.

8- PROPOSTA DE SINALIZAÇÃO

Foi projetada também a sinalização interna e externa para a sede da Banda, já

que a existente não atende às necessidades do ambiente. Para a sinalização interna foram criadas as identificações para as portas das salas e banheiros. As peças serão aplicadas sobre a área das portas em adesivo de vinil recortado. A clave de fá na porta do banheiro masculino, é utilizada por vozes e instrumentos de registros graves, como o violoncelo, o contrabaixo e o trombone bem como as vozes mais graves (barítono e baixo), por este motivo foi relacionada ao homem. A clave de fá na porta do banheiro feminino, é utilizada por vozes e instrumentos de registros agudos, como o trompete, trompa, e o clarinete, bem como as vozes mais agudas (Soprano e Contralto e Tenor).

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Para a fachada da sede foi criada uma aplicação através de pintura em parede. Nos muros externos foi aplicada uma pintura de partitura na cor branca, e na parede foi aplicada a marca. As paredes e muros foram pintados com o vermelho institucional da Identidade Visual.

Design Promocional

Visando a promoção da Instituição, e a recuperação de sua imagem e prestígio

junto aos cidadãos valadarenses, os estudos realizados sobre Design Promocional

foram aplicados no desenvolvimento de produtos de divulgação que servirão para

apresentar a nova Identidade Visual da Banda.

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O Design Promocional busca promover um produto ou serviço através da

divulgação de seu conteúdo, fortalecendo assim sua imagem, fazendo-o se destacar

entre os demais.

1- POPCARD Uma série de quatro popcards foi criada utilizando os mesmos temas dos cartazes. Os instrumentos utilizados pela Banda aparecem mais uma vez na presença das fitas. Estas peças servem para serem distribuídas às pessoas, de forma à fidelizar ainda mais a marca, uma vez que esta se faz presente em todas as peças.

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2- CARTÕES POSTAIS Um cartão postal tipo livreto foi desenvolvido, de forma que possa ser utilizado em série, formando, na frente, uma imagem panorâmica da Praça Euzébio Cabral em Governador Valadares, onde há um coreto, e em seu verso as fotografias históricas da Banda durante apresentações.

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3- CAMISAS Foram desenvolvidas 18 séries de camisas com variações de estampas representando a Lira e sua musicalidade dentro de um contexto de tradição e contemporaneidade que traz como aplicação as fitas contextualizando com o lado folclórico onde a banda esta inserida, podendo ser utilizadas ou não como um adereço. Estes produtos foram desenvolvidos de modo que possam apoiar a Banda tanto na promoção quanto para sua sustentabilidade.

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4- ECO-BAGS Quatro modelos de eco-bags foram desenvolvidos para auxiliar na sustentabilidade da banda, modelos utilizando fitas coloridas agregando valor folclórico com estampas que remetem aos instrumentos utilizados pela Banda.

5- ESTANDARTE A bandeira desenvolvida na cor vermelha em tecido de cetim impresso com a marca da Banda, para ser usado durante as apresentações um menor no suporte de pasta de partitura e um outro maior em um pedestal.

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6- CORETO E BONECOS

As miniaturas de um coreto e três músicos foras criadas para serem vendidas, gerando assim renda para a banda e aumentando a visibilidade da marca, que estará presente nas casas dos valadarenses.

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7- ADESIVOS AUTOMOTIVOS Uma série de três adesivos para carros foi criada. Nestes adesivos há a presença da nova marca, afim de que ela seja constantemente vista, o slogan “Cante Comigo”, e a imagem de uma banda. Estes adesivos possuem tamanho 18 cm x 13 cm, e serão impressos à 4x0 cor.

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4 CONCLUSÃO

O conhecimento gerado através do estudo do Design Gráfico e suas vertentes

que trabalham no campo da comunicação, possibilitou a valorização da integração

entre a identidade e promoção de um cliente real, fortalecendo tanto produto quanto

serviço.

Se tratando de uma Instituição cultural, este projeto aborda, além dos

interesses comerciais, uma ampliação que promova a cultura e a sociedade.

Com base no conhecimento obtido sobre Design Corporativo, Promocional e

Social, foi possível desenvolver uma identidade visual para a Banda Lira 30 de

Janeiro, um cliente real, e atender suas necessidades de promoção, auxiliando na

divulgação e resgate de sua tradição em meio à comunidade valadarense.

A interdisciplinaridade se fez um fator primordial na execução deste projeto,

pois em todas as aplicações no processo de construção foram indispensáveis a

utilização de técnicas e aprendizados constituídos em sala de aula que favoreceram

em uma marca consistente e abrangente no âmbito do resgate cultural da Banda

favorecendo sua reestruturação e recuperação do prestigio em meio a sociedade

com uma identidade memória viva que merece ser cultivada e mantida para futuras

gerações.

Houve também a interdisciplinaridade entre o Design Gráfico e outros campos

do conhecimento, em especial História, uma vez que a pesquisa histórica sobre a

Banda Lira 30 de Janeiro e o município de Governador Valadares esteve sempre

presente em todas as etapas do projeto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://filarmonicalirasantana.blogspot.com/2007/12/histria-da-banda-de-msica-lira-

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HAHN, Fred E. Faça você mesmo propaganda e promoções: como produzir

grandes anúncios, brochuras, catálogos, mala direta e muito mais, web sites. 2. ed.

Rio de Janeiro: IBPI, 1997. 270 p.

KOPP, Rudinei. Design gráfico cambiante. 2. ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC,

2004. 134 p.

LEWIS, Herschell Gordon; NELSON, Carol. Advertising age: manual de

publicidade: como criar uma campanha publicitária moderna. São Paulo: Nobel,

2001. 236 p.

MOURA, Catarina. O desígnio do design. In: CONGRESSO DA SOPCOM, 4., 2009,

Lisboa. Livro de actas... Lisboa: SOPCOM, 1996. Disponível em:

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MUNARI, Bruno. Design e comunicação visual. São Paulo: M. Fontes, 1997. 350p.

NETTO, Maria Cinira dos Santos. Desbravadores e pioneiros do porto de Dom Manuel. Edição da autora, Governador Valadares, 1999.

OLIVEIRA, Rosa Carla Alves de. YP’S: A imagem como reflexo de uma forma de

olhar. 2006. 98 f. Trabalho de conclusão de curso (Comunicação Social) -

Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2006. CD-ROM.

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49

PEÓN, Maria Luísa. Sistemas de identidade visual. 2. ed. rev. Rio de Janeiro:

2AB, 2001. 100p.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos. 3. ed. Newton Square: Project Management

Institute, 2004. 225p.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

89p.

STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso: um guia sobre o Design das marcas e como representar graficamente seus valores. Rio de Janeiro: Rio Books, 2001. 160 p.

VILLAS-BOAS, André. O que é (e o que nunca foi) Design gráfico. 4. ed. Rio de

Janeiro: 2AB, 2001. 69 p.

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ANEXO A - Entrevistas com os membros

(Alair Moreira Dias, 59 anos – Delegado da Ordem dos Músicos)

O que eu tenho a dizer como representante da ordem dos músicos aqui, é que eu

vejo um trabalho super produtivo, mesmo porque estava ficando esquecida nossa

gloriosa banda Lira 30 de Janeiro e nessa nova direção, nessa nova fase agora com

a frente nos trabalhos com o maestro Manoel e aqui também o Fabrício Pereira que

é o auxiliar dele que é integrante da ordem dos músicos também é um dos nossos

agentes, mas antes é um músico, professor. E eu venho acompanhando aqui o

trabalho deles aqui né nesse ano de 2009, um trabalho que foi resgatando as

crianças menos favorecidas, sem definição assim né, e to cada vez tomando mais

gosto porque através do estudo da teoria musical e instrumentação, vejo eles

cumprindo diariamente as suas lições, ensaios e cada dia que passa mais bonito vai

ficando o fruto do trabalho né que é passado ai através do maestro e do Fabrício.

Então eu vejo super importante esse trabalho para cultura, tocando um repertório de

alta qualidade não só a parte tradicional de banda de música, como clássicos

tocando muito bem, que com toda certeza serão profissionais mesmo da música no

dia de amanhã, e com 6 meses como eles estão aprendendo recebendo as

instruções e mostrando a qualidade conforme os senhores verão ai daqui a pouco

no ensaio.

Então eu vejo muito importante acho excelente não só para o município como toda a

região aqui, que se eu não me engano outras cidades aqui a frente do leste não tem

uma banda de música, então no meu ponto de vista é super importante e que deve

sempre crescer que o objetivo deles que estão a frente desse trabalho é chegar ao

ponto em clássico, quem sabe amanhã o mais rápido possível chegar a um a

orquestra sinfônica porque não.

Então é isso é com muito prazer so tenho que falar bem desse bom trabalho, alegria

dos jovens talentos que estão aparecendo empenhados nos estudos, muito

obrigado.

(Fabrício Pereira – Flautista e Fiscal da Ordem dos Músicos)

Como o nosso coordenador da ordem dos músicos de Valadares e região disse, o

objetivo da Lira é resgatar gerações, formar material humano, crianças que se

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encontram nas ruas, nas drogas, através da atividade musical formar profissionais

da música para o mercado, até mesmo disputar espaço nas provas que existem

como, por exemplo, no Sexto Batalhão.

O maior objetivo da Lira é resgatar os valores e resgatar a cultura de Governador

Valadares que estava um pouco apagada de certa forma, e temos tido sucesso.

Nossos ensaios estão sendo todos os dias de terça a sexta-feira e pode participar

todos sem restrição de idade.

A música é a arte de combinar sons, manifestar diversos afetos da nossa alma

mediante o som.

Então esse é o nosso objetivo desde o novo até o velho, trazer alegria através da

música, resgatar os grandes valores que estão enterrados. Poder tocar pelas ruas e

ver as pessoas se levantando e acenando para ver a banda passar.

É uma alegria muito grande, esse é o maior objetivo da Lira em Governador

Valadares.

(Marlon Henrique, 14 anos - trompetista da Banda)

Desde que eu comecei a freqüentar a Lira eu aprendi várias coisas, ler partitura,

tocar trompete, e isso beneficiou bastante também.

Eu ficava muito na rua assim brincando, as vezes aprendendo coisa errada mas aqui

me tirou da rua e foi muito bom pra mim.

(José Augusto da Silva, 84 anos - saxofonista)

Eu fiquei muito apaixonado com a Lira 30 de Janeiro, muitos companheiros que já

saíram, e muitos que ainda tem ai aposentados a gente é muito amigo, todos nós

amamos demais a Lira 30 de Janeiro.

E pra mim por exemplo foi uma coisa muito boa porque quando eu aprendi música a

minha vida mudou porque todo lugar que eu chego tenho conhecimento por causa

da música.

Então o que eu posso falar para vocês é isso pra mim a Lira 30 de Janeiro significa

uma coisa muito boa, é uma pena que agora eu já estou com essa idade e não

posso aproveitar muito mais tempo.