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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FADE - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DIREITO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE DIREITO Mauro Oliveira Souza O PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA MINEIRA: a simples implementação trará o avanço almejado ou faz-se necessária a criação da teoria geral do processo eletrônico? Governador Valadares 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALEFADE - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DIREITO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE DIREITO

Mauro Oliveira Souza

O PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA MINEIRA:

a simples implementação trará o avanço almejado ou faz-se necessária a criação da teoria geral do processo eletrônico?

Governador Valadares2009

MAURO OLIVEIRA SOUZA

O PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA MINEIRA:

a simples implementação trará o avanço almejado ou faz-se necessária a criação da teoria geral do processo eletrônico?

Monografia para obtenção do grau de Bacharel em Direito apresentada à Faculdade de Administração, Direito e Ciências Contábeis da Universidade Vale do Rio Doce.

Orientadora: Luciana Cunha Pereira

Governador Valadares2009

MAURO OLIVEIRA SOUZA

O PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO E SUA IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA

MINEIRA:

a simples implementação trará o avanço almejado ou faz-se necessária a criação da

teoria geral do processo eletrônico?

Monografia para obtenção do grau de

Bacharel em Direito apresentada à

Faculdade de Administração, Direito e

Ciências Contábeis da Universidade Vale do

Rio Doce.

Orientadora: Luciana Cunha Pereira

Governador Valadares, ____ de _________________de 2009.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof.: Dra. Luciana Cunha Pereira- Orientadora

Universidade Vale do Rio Doce

__________________________________________

Prof.: Dr(a). ___________________________

Universidade Vale do Rio Doce

__________________________________________

Prof.: Dr(a). ___________________________

Universidade Vale do Rio Doce

Dedico à minha saudosa mãe Neuza de

Oliveira Souza, em quem me espelho

pela determinação valendo-me dos seus

princípios que garantiram disposição à

luta e ideais objetivadores; aos meus

pais especiais, Joanir de Moura e

Elizete; à minha amada esposa e meus

filhos, essência do viver e inspiração;

aos amigos, igreja, mestres, enfim, a

todos. Deus vos abençoem.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, fonte de vida, verdade, luz e sabedoria.

À minha mestra Luciana Cunha Pereira, professora e orientadora, sem a qual este

estudo jamais seria concretizado, dado à sua brilhante orientação e pela dedicação

de seu valioso tempo.

À minha mui digna esposa, Michelly Félix Pereira Oliveira, a maior fonte de

motivação e o maior orgulho da minha vida, pela compreensão dos momentos de

ausência para elaboração desta obra.

A meus filhos, dádivas de Deus, e à todos que fazem parte de minha vida, igreja,

escola, sociedade, que de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse

realizado.

RESUMO

Nestes últimos tempos, o crescente desenvolvimento da informação e conseqüente busca pelos direitos tem levado à uma série de conflitos relacionados ao aumento populacional e à demanda jurisdicional. A presente monografia trata sobre o processo judicial eletrônico e sua implementação na justiça mineira vislumbrando que com tal inovação, necessita-se da criação da Teoria Geral do Processo Eletrônico. Na primeira parte do trabalho, aborda nos capítulos I e II, a atualidade do processo judicial e a necessidade da inovação na visão da justiça mineira. Destaca-se nestes capítulos, a formação do processo judicial na atualidade, o acúmulo de processos e consequente morosidade processual, e a necessidade da inovação na justiça mineira. No capítulo III, discute-se em relação ao Processo Judicial Eletrônico, abordando suas implicações, bem como os requisitos legais para seu funcionamento e as legislações referentes ao tema. No capítulo IV, chega-se à abordagem do Processo Eletrônico Mineiro, com a instalação do PROJUDI, Sistema de software livre do CNJ, adotado na justiça mineira, bem como as metas e objetivos traçados pelo Conselho Nacional de Justiça, abordando seus objetivos, as formas de acesso, as vantagens e segurança desse sistema. Por fim, no capítulo V, aborda a necessidade de criação de uma política nacional, unificando todos os procedimentos utilizados no país, para tornar eficiente e praticável este grande empreendimento.

Palavras Chaves:Processo Judicial Eletrônico. Projudi. Política Nacional Unificada

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................10

CAPÍTULO I ..............................................................................................................12

1- 1 ATUALIDADE DO PROCESSO JUDICIAL........................................................12

1.1 FORMAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL........................................................12

1.2 JURISDIÇÃO ......................................................................................................12

1.2.1 A Jurisdição Contenciosa ............................................................................14

1.3 COMPETÊNCIA .................................................................................................14

1.4 ESPÉCIES DE PROCESSO ..............................................................................14

1.5 SUJEITOS DO PROCESSO ..............................................................................15

1.6 ATOS PROCESSUAIS .......................................................................................15

CAPÍTULO II .............................................................................................................16

2 A NECESSIDADE DA INOVAÇÃO NA VISÃO DA JUSTIÇA MINEIRA ..............16

CAPÍTULO III ............................................................................................................20

3 EM QUE CONSISTE O PROCESSO DIGITAL ....................................................20

3.1 CARACTERÍSTICAS E IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DIGITAL .................21

3.2 REQUISITOS JURÍDICOS PARA O FUNCIONAMENTO DO PROCESSO

DIGITAL. ....................................................................................................................27

3.3 A LEGALIDADE DO PROCESSO DIGITAL.........................................................27

3.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE ACERCA DO TEMA ....................................................29

3.4.1 LEI 9.800, DE 26/05/1999.................................................................................30

3.4.2 A MEDIDA PROVISÓRIA 2.200-2, DE 2001....................................................31

3.4.3 LEI 9.800, DE 26/05/1999 ................................................................................32

3.4.4 LEI Nº 11.419/2006 ..........................................................................................32

3.5 ASSINATURA DIGITAL.......................................................................................33

3.6 AUTORIDADES CERTIFICADORAS E OS CERTIFICADOS DIGITAIS ............35

3.7 AS INFRA-ESTRUTURAS DE CHAVES-PÚBLICAS (ICP’S) .............................36

3.8 A ICP-BRASIL .....................................................................................................36

CAPITULO IV ............................................................................................................38

4 O PROCESSO ELETRÔNICO ...............................................................................38

4.1 PROJUDI .............................................................................................................38

4.1.1 Entendendo O Processo Judicial Digital –Projudi ......................................38

4.1.2 Objetivos .........................................................................................................39

4.1.3 Formas De Acesso .........................................................................................39

4.1.4 Vantagens .......................................................................................................40

4.1.5 Segurança .......................................................................................................40

CAPÍTULO V .............................................................................................................41

5 A NECESSIDADE DE UMA POLÍTICA NACIONAL UNIFICADA DE INFORMATIZAÇÃO DE PROCESSOS ....................................................................41

CONCLUSÃO............................................................................................................43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................44

INTRODUÇÃO

Há muito tempo, o papel e consequentemente a escrita substituíra a palavra

dita, o compromisso firmado oralmente. Há quem diga que vale mais a palavra de

um homem, mas, juridicamente, a prova documental tem mais efeito.

Neste sentido, o uso do papel foi largamente utilizado desde a criação dos

processos judiciais como meio de armazenamento dos atos processuais. A era da

informática, ou seja, a revolução da informação, tem trazido uma grande modificação

no comportamento da comunidade em geral.

O avanço tecnológico e a popularização dos computadores, permitiu,

principalmente no setor público, a alteração da forma de atendimento às massas.

Serviços, tais como, recadastramento, marcação de consultas, declaração de

Imposto de Renda, serviços bancários dos mais variados, venda de produtos os

mais diversos possíveis, compra de ingressos para sessões de cinemas e

espetáculos, reservas em hotéis, são exemplos deste novo modo de vida da

sociedade informatizada.

Destaca-se nesse empreendimento a facilidade, comodidade, rapidez e

eficiência no atendimento, além de diminuição de arquivos físicos,

consequentemente espaços e mão de obras para conservação dos documentos

produzidos, assumindo riscos como deterioração dos mesmos, entre outros.

Importante ressaltar que toda inovação traz em seu bojo impactos na sua

inserção. Surge, então, variados estudos por parte de sociólogos, médicos,

psicanalistas e psicólogos, daquilo que vem sendo tratado como uma nova doença:

o vício da utilização da Internet. Pessoas evitam ao máximo sair de suas

residências, passando mais de dez horas por dia conectados à Rede e tornando-se

dela dependentes para tudo o que for possível, como fazer compras, pagamentos

etc. Charles Chaplin já prenunciava: “Não sois máquina! Homens é o que sois”. Não

podemos esquecer de certos comportamentos naturais do ser humano, tais como

socialização, confraternização, afinal, somos seres e não figuras virtuais.

Neste diapasão se insere o universo jurídico. A nova sociedade, reflexo do

fenômeno que é chamado de A Quarta Revolução ou a Revolução da Informação,

encontra-se cada vez mais consciente de seus direitos e de como pleiteá-los em

juízo.

Dessa forma, a demanda pelo Judiciário vem crescendo a passos largos, o

que tem aumentado ainda mais com o advento de juízos que não necessitam de

advogados nem requerem o recolhimento de custas. Exemplos disso são os

juizados especiais, sucesso de público em qualquer lugar do país. Ocorre que a

contra-partida do Poder Judiciário a essa demanda não vem nem de longe surtindo

o efeito necessário. Calhamaços de processos judiciais cada vez mais se amontoam

nas varas, sejam elas trabalhistas, eleitorais, federais ou estaduais, sem que se

consiga vislumbrar uma forma de tornar o processo célere. Promover a entrada de

uma grande quantidade de magistrados, promotores, delegados de polícia e

defensores públicos ao serviço público, aliando-se a isso a construção ou alocação

de mais espaços é uma estratégia inaplicável, pelos custos financeiros que teria.

Neste contexto, a utilização da informática torna-se necessária para socorrer

o Judiciário, assim como foi feito em relação a outros serviços prestados por órgãos

governamentais e particulares. Ela, a informática, acena ao Judiciário para a

possibilidade de, juntos, modificarem a forma como se promove, gerencia-se e se

armazena o processo judicial. A solução derivada da união da Informática com o

Direito seria a adoção de autos processuais digitais, razão do presente estudo.

CAPÍTULO I1 – ATUALIDADE DO PROCESSO JUDICIAL

1.1 – FORMAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL

O Processo Judicial conhecido atualmente, ou seja, antes do evento do

processo eletrônico ou digital, iniciou-se na figura do pretor, que aumentava

significativamente, onde se começava a conhecer o mérito dos litígios. Passou-se

então a proferir sentenças, tendo o Estado se fortalecido e consequentemente

submetendo os cidadãos ao seu comando.

O Direito é condicionador da realidade, instrumento de controle social,

cumprindo funções educativas, conservadora e transformadora. Na esfera civil,

desdobra-se em Direito Processual, instrumento que está a serviço do Direito

Material, que são as normas que regulam as relações jurídicas referentes a bens e

utilidades da vida. Igualmente, ao Direito Processual, cabe regular o direito de ação,

a jurisdição e o processo.

1.2 – JURISDIÇÃO

Surge então a Jurisdição, que inicialmente, é o poder-dever do Estado de

dizer o direito de cada um. Soma-se a busca da justiça, isto é, a atribuição a cada

um do que é seu, sempre contando com um mínimo de segurança (previsibilidade).

Invocado o Estado pela ação (pretensão processual), acessa-se o Judiciário,

que se manifesta pela Jurisdição (poder estatal), sendo o processo o meio, como “o

conjunto de atos necessários à obtenção de uma providência jurisdicional num

determinado caso concreto”. Ao mesmo tempo, pode-se obter tal enunciado de sua

acepção etimológica, donde procedere, significa “ir dali para frente, é fato em

seguimento”, é ato humano para uma determinada direção, que nada mais é do que

para a prestação jurisdicional. Ficando patente, que se almeja um resultado, e, que

este seja também útil a partir da intervenção do Estado, o que faz centrar, com

invulgar atenção, no meio, no instrumento: o processo judicial de resolução de

conflitos. É ele o caminho (que no caso é o procedimento) a ser seguido: do

ajuizamento da ação até a prestação jurisdicional (uma sentença), esta última como

o dever de prestação de resposta aquele direito, este que contêm a pretensão do

indivíduo frente ao Estado, buscando a tutela processual.

Com a Constituição de 1988, é que realmente ficou evidenciado, no seu

próprio texto, a garantia do devido processo legal, tornando-se a alma do direito, a

arma para se defender.

Na jurisdição, destacam-se os princípios:

- Princípio da investidura – juiz natural, tem que ter competência;

- Princípio da aderência ao território – o Estado-juiz só tem essa função dentro do

seu território;

- Princípio Indelegabilidade – não pode delegar poderes para outros órgãos;

- Princípio da imparcialidade do juiz – a neutralidade do juiz, sem tendenciar para

nenhuma das partes ;

- Princípio da igualdade – independente de cor, sexo, raça, etc;

- Princípio do contraditório e a ampla defesa – utilização de todos os meios de

provas lícitos para a sua defesa;

- Princípio do direito de ação – cabe à pessoa a provocação do Estado quanto ao

seu direito;

- Princípio da disponibilidade e indisponibilidade de seus direitos;

- Princípio da Inércia – o Estado tem que ser provocado;

- Princípio do dispositivo e livre apreciação das provas – as provas que o juiz vai

aceitar no processo, sendo que as partes é de iniciativa das partes a produção de

provas;

- Princípio do impulso oficial – após iniciado o processo, o juiz deve dar continuidade

até o fim;

- Princípio da inevitabilidade – não pode evitar nenhum processo recebido, mas, dar

prosseguimento até o fim;

- Princípio da Inafastabilidade – se o juiz é competente para julgar o caso, não pode

dele se afastar;

- Princípio da oralidade – a possibilidade de se argumentar oralmente seguido de

redução a termo;

- Princípio da persuasão racional do juiz – o juiz não está preso nos autos, segundo

a sua convicção, observados os demais princípios;

- Princípio da motivação das decisões judiciais – decisões fundamentadas, para que

se tenham validade;

- Princípio da publicidade- todos os atos são públicos, exceto, os que tiverem

segredo de justiça;

- Princípio da lealdade processual – as partes ao formularem suas defesa não

podem forjar provas ilícitas;

- Princípio da Economia e instrumentalidade das provas – simplicidade das formas,

atendimento ao procedimento adequado;

- Princípio do Duplo grau de jurisdição – faculdade para aquele que entenda

prejudicado, ter o processo julgado em outra instância.

1.2.1 - A Jurisdição Contenciosa

Forma-se uma jurisdição contenciosa ; quando há presença de litigantes, ou

seja autores e réus., existência do litígio, resistência ao pedido do réu. Há o curso

normal do processo até o fim, sendo que em qualquer fase do processo, as partes

poderão requerer a conversão do rito de jurisdição contenciosa para voluntária, ou

vice-versa.

1.3 – COMPETÊNCIA

A competência é exatamente o limite do poder-dever do Estado. È exercido

pela justiça Federal e/ou Estadual. Classifica-se a competência em Internacional,

podendo ser cumulativa, concorrente e exclusiva, ou Interna, sendo essa última, em

razão da matéria, da pessoa ou em razão do lugar.

Existem casos em que se modifica a competência, de forma absoluta ou

relativa; conexão, através de objeto comum, pela mesma causa de pedir;

continência.

Prorroga-se a competência, de forma legal ou necessária ou voluntariamente.

1.4 – ESPÉCIES DE PROCESSO

Os processos são classificados como de conhecimentos, em que declara-se a

efetiva situação jurídica das partes; de execução, em que há certeza prévia do

direito do credor, onde ocorre a coação estatal sobre os bens do devedor; e cautelar,

utilizado para prevenir contra alterações de fato e de direito, que são preventivas e

incidentais.

1.5 – SUJEITOS DO PROCESSO

Postulam-se como sujeitos do processo, o juiz, o autor e o réu, os

litisconsortes, os terceiros intervenientes, o advogado e o ministério público.

1.6 – ATOS PROCESSUAIS

O impulso processual , é composto pelos atos da parte, do juiz e do escrivão,

sendo que a legislação processual, regula a participação de cada um no curso do

processo.

CAPÍTULO II 2– A NECESSIDADE DA INOVAÇÃO NA VISÃO DA JUSTIÇA MINEIRA

A grande demanda judicial tem gerado um acúmulo de processos em todas

as comarcas do país. Com o pequeno número de magistrados em relação à

população e ao número de feitos em tramitação, o que tem gerado uma sobrecarga

de serviços para os funcionários do Poder Judiciário.

Os conflitos gerados pela demanda processual tem acarretado em uma

grande morosidade processual e conseqüente baixa avaliação do Poder Judiciário.

A tramitação tem sido vista como uma enorme “burocracia medieval do processo”.

O quadro atual tem elevado os custos da atividade jurídica, onde 70% dos atos são

meramente ordinatórios (certidões, protocolos, juntadas, registros, costuras,

carimbos, etc.).

Quanto a questão ambiental o acervo atual de 45 milhões de processos e

perspectiva de 23 milhões de novos casos todos os anos, equivaleria ao corte de

690 mil árvores, ou seja, 400 hectares desmatados e a conseqüente perda de 1,5

milhão de metros cúbicos de água (cidade de 27 mil habitantes por um ano).

Somente no STF (2006) 680 toneladas de papel (R.E. e A.I.), gastos com papel,

energia e combustíveis. (Fonte: Palestra do Dr. Luiz Carlos de Azevedo Correia

Júnior, Juiz auxiliar da Corregedoria de Minas Gerais).

Os limites orçamentários impedem a criação de maior número de comarcas e

a contratação de mais servidores e juízes. Reformas legislativas que buscam dar

efetividade à justiça e buscam diminuir o tempo de tramitação dos processos tem

sido vãs e com a aprovação prejudicadas devido às inúmeras CPI`S instaladas, que

deviam ser apuradas por autoridade competente.

Nos últimos cinco anos o Judiciário brasileiro tem aumentado

consideravelmente a utilização da informática para auxiliar na prestação de seus

serviços. Os primeiros passos envolveram a inclusão dos tribunais e fóruns na

Internet.

Em seguida, passou-se a receber por e-mail petições (desde que se

apresentasse o original num prazo de 5 dias). O próximo passo relevante foi então

disponibilizar a situação do processo através da Internet. Os advogados, as partes e

o público que tenha interesse podem acompanhar, via Internet, a movimentação de

um processo, porém sem terem conhecimento do seu conteúdo.

O ano de 2003 ficou marcado como o período em que se desenvolveram os

primeiros projetos concretos de implantação do processo digital. Estes projetos se

concretizaram, fazendo inclusive utilização de softwares gratuitos, possibilitando que

atualmente possamos afirmar que, em determinadas varas do país, já se encontra o

processo digital implantado com todos os seus requisitos.

A implantação do Processo Judicial Eletrônico na justiça estadual são mais

presentes na 2ª instância.

No Judiciário Mineiro, os juizados especiais tem-se destacado na nova

realidade judiciária, além de precatórias serem cumpridas eletronicamente. As

comarcas de 1ª instância, ainda em fase de adequação de equipamentos, terá ainda

adiada esta perspectiva, funcionando em alguns lugares, a gravação das audiências,

seguidos de atermação posterior pelo escrivão e digitalização.

O Estado de Minas Gerais tem grande participação na implantação das práticas

processuais por meio eletrônico. Desde a experiência piloto do tele-interrogatório em

2003 pela Vara de Execuções Criminais da Capital, houve grande empenho do

TJMG em evoluir com a implantação do processo eletrônico.

O Processo Judicial Digital teve sua implantação no Juizado Especial Cível

Unidade UFMG em agosto 2007. O JEsp da UFMG possuía em seu acervo cerca de

1.300 processos no mês de lançamento. Em março de 2008, este acervo foi de

5.100 ações. Em maio de 2008, já contava com aproximadamente 7.000 ações

distribuídas entre as varas onde o processo eletrônico foi implantado.

Atualmente, o processo eletrônico encontra-se instalado nas seguintes varas:

Fórum Distrital do Barreiro, Vara de Registros Públicos, Turmas Recursais dos

Juizados Especiais Cíveis e no já mencionado Juizado Especial Cível Unidade da

UFMG. As normas de regulamentação das práticas processuais por meio eletrônico

estão nos seguintes atos normativos, editados no âmbito do TJMG para aplicação

na esfera estadual: O P r o v i m e n t o n . 1 7 6 / 0 7 , que disciplina a tramitação da

habilitação para o casamento através do processo eletrônico e a P o r t a r i a n .

1 0 7 d e 2 0 0 7 , que dispõe sobre a assinatura digital e o meio eletrônico de

tramitação dos processos nos recursos RO, RE, REsp.

No dia 14 de maio de 2008, foi publicada a Portaria-conjunta 119/2008,

instituindo o Diário do Judiciário Eletrônico (DJe) como órgão de comunicação

oficial do Poder Judiciário de Minas Gerais. Desta forma, identificamos no PROJUDI

TJMG, nas varas onde se encontra implantado o processo eletrônico, várias práticas

processuais estabelecidas pela Lei 11.419/06, que hora classificamos em quatro

grupos: cadastramento, ou credenciamento, comunicação dos atos, tramitação do

processo, transmissão de peças e arquivamento ou armazenamento digital.

O cadastramento ou credenciamento ocorre mediante identificação

presencial, sendo feito exclusivamente na vara onde o processo tramita. As varas

onde o processo eletrônico funciona fornecem infra-estrutura de acesso com a

digitalização de peças para usuários.

O sistema foi desenvolvido com programas de código aberto, o que permite

eventuais auditorias, armazenagem ou arquivamento digital dos autos ocorre com a

tramitação em formato integralmente digital, com a ressalva de documentos que não

possam ser convertidos para o meio digital, hipótese em que ficarão armazenados

em meio físico na secretaria para consulta pelos interessados.

O acesso aos autos digitais por rede interna e externa, pode ocorrer a

qualquer momento. A autuação do processo é por meio automático, com juntada de

peças processuais e documentos digitais.

O registro dos atos processuais praticados na presença do juiz é feito em

arquivo digital, com assinatura eletrônica e o armazenamento de termo

de audiência lavrado por escrivão também ocorre em arquivo eletrônico, assim como

o armazenamento de votos, acórdãos e atos processuais do julgamento em arquivo

eletrônico, igualmente assinado eletronicamente. Se necessária, há a conversão de

votos, acórdãos e atos processuais do julgamento armazenados em meio eletrônico

para papel.

Na transmissão dos atos, o peticionamento eletrônico pode ocorrer com o

protocolo de peças até as 24 horas, mediante fornecimento de recibo

eletrônico de protocolo e identificação da garantia de origem do

documento eletrônico juntado ao processo.

A petição inicial pode ser distribuída eletronicamente e a emissão de

documentos eletrônicos pelos órgãos da Justiça, Ministério Público, Procuradorias,

autoridades policiais e repartições públicas em geral garante maior celeridade no

trâmite processual. A comunicação dos atos está presente na intimação por meio

eletrônico em portal próprio do Tribunal, com registro eletrônico da efetivação da

intimação e alerta da intimação por correio eletrônico, após o decurso do prazo. O

acesso a íntegra do processo equivale à vista pessoal e a citação por meio

eletrônico, ocorre com acesso a íntegra dos autos digitais. Na tramitação do

processo digital, a remessa ocorre por meio eletrônico.

Temos comunicações oficiais entre órgãos do Poder Judiciário por meio

eletrônico, digitalização de documentos que comprovem a realização de

atos processuais por via ordinária, conversão de documento digitalizado

em papel para remessa de autos à juízo e instâncias com sistema incompatível e

certificação de origem do documento digitalizado convertido para papel pela

secretaria do juízo. A assinatura eletrônica dos juízes e serventuários em

despachos, decisões, sentenças, acórdãos e certidões dá validade, imutabilidade e

garantia de origem aos atos praticados no meio eletrônico.

CAPITULO III

3 - EM QUE CONSISTE O PROCESSO DIGITAL

A informatização do processo judicial no Brasil surge com o advento da Lei do

Processo Eletrônico, cujo processo tramitou no Congresso Nacional por mais de 05

anos. Não bastasse a longevidade de um projeto de lei tramitar por tantos anos no

legislativo, a norma nasce antiquada e sem atentar para os princípios basilares do

Direito Processual.

Embora ainda seja realidade, a resistência aos meios da Informática no

sistema judicial brasileiro, os tribunais já se organizam para o processamento

eletrônico. Percebe-se por exemplo que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região,

na segunda instância, sequer admitia a transmissão de recursos por meio de fac-

símile(Lei nº 9.800/99), e já temos 07 (sete) anos desde a promulgação da

conhecida Lei do Fax.

Em contrapartida o Tribunal Regional da 4ª Região, ao contrário determinou

que todos os feitos processados sejam de forma eletrônica, reprovando o modelo

convencional.

O processo eletrônico, ou processo digital, pode ser mais facilmente

entendido como a completa substituição do meio físico papel pelos meios de

armazenamento disponibilizados pela informática. Ao invés de termos autos

processuais impressos, formando os cadernos que se amontoam nos cartórios,

temos bases de dados que armazenam o conteúdo dos processos em si, e não

apenas sua movimentação.

Embora esta inicial definição já seja suficiente para que se tenha uma

impressão considerável do que se torna diferente quando se adota o processo

digital, há ainda uma gama de outras mudanças no dia-a-dia das pessoas que

freqüentam os fóruns, sejam juízes, serventuários, promotores ou advogados. Isto

porque a adoção da informática como aliada do processo judicial nos oferece,

automaticamente, afora o extermínio quase que completo dos amontoados

processuais nos cartórios, uma imensidão de possibilidades agregadas a essa

adoção. Uma vez que os processos são armazenados e gerenciados com a

utilização de computadores e da Internet, podemos ter a automação de diversas

atividades: envio de petições via Internet com a utilização de um programa

navegador (browser); intimações feitas automaticamente aos advogados por e-mail,

tão logo seja determinado pelo magistrado ou em função da entrada de algum

documento ao processo (também via Internet); consulta rápida de qualquer lugar do

mundo ao conteúdo de um processo, sem a necessidade de locomoção das partes,

advogados ou do público em geral aos já sobrecarregados cartórios (satisfazendo

assim de forma plena o princípio da publicidade) etc.

Claro que a adoção dos meios informáticos para o armazenamento e

gerenciamento dos processos judiciais tem características e necessidades próprias.

Há que se identificar claramente quem está enviando determinado documento pela

Internet; há que se garantir que os autos digitais não sofram alterações; há que se

ter a facilidade de recuperação dos dados em caso de um desastre; há que se ter

técnicos especializados para resolver questões relativas à utilização do sistema e

para promover treinamentos aos usuários deste. Estes requisitos serão discutidos

com mais afinco no decorrer do presente estudo.

3.1 - CARACTERÍSTICAS E IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DIGITAL

Com base em variadas discussões, o processo eletrônico possui as

seguintes características:

a) máxima publicidade;

b) máxima velocidade;

c) máxima comodidade;

d) máxima informação (democratização das informações jurídicas);

e) diminuição do contato pessoal;

f) automação das rotinas e decisões judiciais;

g) digitalização dos autos; h) expansão do conceito espacial de jurisdição;

i) substituição do foco decisório de questões processuais para técnicos de

informática;

j) preocupação com a segurança e autenticidade dos dados processuais;

k) crescimento dos poderes processuais-cibernéticos do juiz; l)

reconhecimento da validade das provas digitais;

k) surgimento de uma nova categoria de excluídos processuais: os

desplugados, ou seja, o grave problema da inclusão social.

A nossa realidade utilizando-se do princípio de Charles Chaplin em que diz

“não sois máquinas! Homens é o que sois,” não podemos entender como funciona o

mundo da eletrônica e permitir que diversos projetos caminhem, notadamente, os

que se encontram afeitos à área jurídica, sem que tenhamos em mente a

preocupação em garantirmos a dignidade da pessoa humana. Como diria José

Carlos de Araújo Almeida Filho1:

As máquinas trabalham por nós, mas, espero, jamais consigam contraporem a nós. A idéia de termos um processo digital é extremamente salutar. Contudo, não podemos permitir que este Processo Eletrônico encontre modificações a ponto de termos sentenças cartesianas, emitidas por um computador.

Enfrentaremos um primeiro problema ao tentar justificar uma nova jurisdição,

mas que não deve ser desprezada.

Ovídio Batista2, ao discorrer sobre a jurisdição, inicia seu pensamento com a

afirmação de que o estado moderno não pode de dissociar da jurisdição. E

completa:

O pensamento contemporâneo tende, irresistivelmente, a equiparar o direito à norma jurídica editada pelo Estado, cuja inobservância dá lugar à uma sanção. Na verdade, o crescimento avassalador do Estado moderno está intimamente ligado ao monopólio de produção e aplicação do direito, portanto à sua criação, seja em nível legislativo, seja em nível jurisdicional.

Nos dias de hoje, percebe-se que os meios eletrônicos são usados de forma

inadequada, ou seja, uso indevido de uma máquina eletrônica, de um computador a

gerar diversos conflitos e pretensões resistidas. A maioria dos crimes, tais como

pedofilia, incitação ao racismo, nazismo, etc., tem encontrado um ambiente profícuo

nas comunidades de ORKUT, onde pesquisas recentes apuraram serem oriundo de

90% (noventa por cento) destes crimes.

Dentre os princípios da jurisdição, adota-se os principais: a) investidura; b)

aderência ao território; c) indelegabilidade; d) inafastabilidade; e) juiz natural; f)

inércia, além de outros que veremos.

1 FILHO, José Carlos de Araújo Almeida, Processo Eletrônico e Teoria Geral do Processo Eletrônico, 2ª Ed.,Rio de Janeiro, Editora Forense, 2008. 22 DA SILVA, Ovídio A. Batista. Curso de Processo Civil. Vol. I. 7.ed., RJ: Forense, 2005.

- No Princípio da investidura, não se modifica ou merece alterações, permanecendo

a necessidade de um juiz regularmente constituído nas funções jurisdicionais;

- Quanto ao princípio da Aderência ao Território, o maior problema a ser enfrentado

é o da desterritorialização. Embora exista a cooperação judicial através de cartas

precatórias e rogatórias (desde que haja tratado para cumprimento-exequatur),

diversos são os problemas a serem enfrentados, notadamente quando se fala em

soberania nacional. A problemática se dará quando a questão envolve a alocação de

domínios da internet alocados em outros países, mas com efeitos no Brasil, o

princípio da aderência ficará de certa forma mitigado. Em alguns casos, ainda que a

autoridade seja brasileira, a alocação de um domínio no exterior esbarrará na

questão da soberania estatal;

- No princípio da indelegabilidade, a função jurisdicional não pode ser delegada.

Verifica-se pelo Art. 93, XIV, os servidores recebeu delegação com fins

administrativos, pretendendo a agilidade processual. A idéia do Juiz Proteus, no

processo eletrônico, é um exemplo absurdo, que se resume em um projeto onde um

computador proferiria as decisões, através de um modelo de lógica, diante de

premissas onde julgaria o caso a ele apresentado;

- Quanto ao princípio da Inevitalidade. Este princípio não sofreria qualquer alteração

com a sistemática do processo eletrônico;

- Princípio da Inafastabilidade (faculdade conferida às partes) se aplica com muita

propriedade ao processo eletrônico e a utilização dos atos processuais por meios

eletrônicos é uma grande conquista para a agilidade na prestação da tutela

jurisdicional;

- Princípio do Juiz Natural, no caso em suma, a adoção do meio eletrônico somente

ampliará o princípio. Destaca-se pelo julgamento do juiz com imparcialidade.

Importante frisar que com a alteração do art. 253 do CPC visa, impedir as

denominadas distribuições dirigidas, ou seja, elegendo um juiz para julgar os seu

feitos. José Carlos de Almeida Araújo Filho3 exemplifica como ocorria:

Um determinado advogado ajuizava dezenas de ações com o mesmo pedido, mas com partes diversas. Em verdade, tratar-se-ía de litisconsórcio. Mas a idéia era a de que, em havendo decisão

3 FILHO, José Carlos de Araújo Almeida, Processo Eletrônico e Teoria Geral do Processo Eletrônico, 2ª Ed.,Rio de Janeiro, Editora Forense, 2008, pág. 129.

limiar em um dos pedidos, poderia este advogado desistir de todos os outros e formar um litisconsorte ulterior.

Mostra-se que os sistemas eletrônicos são mais eficientes para consagrarem

o princípio do juiz natural e evitarem manobras maliciosas dos maus profissionais.

- Princípio da Inércia Judicante, prevalece a tese de que o juiz tem que ser

provocado pela parte, que após o autor deflagrar o seu pedido, através do direito

subjetivo, regerá o princípio do impulso processual.

A adoção do meio eletrônico exigirá a relativização de alguns princípios:

-Princípio do devido processo legal. Trata-se de um princípio visando garantir os

direitos fundamentais do ser humano mas que se contrapõem com a sua

obrigatoriedade de tramitação processual via eletrônica. No cãs já citado do Tribunal

Regional Federal da 4ª Região existe a portaria no sentido da obrigatoriedade do

processo tramitar eletronicamente. Embora seja esta tecnologia de extrema

importância, o princípio em tela, envolve questões de capacidade das partes,

legitimidade e capacidade postulatória. Eis que, para estar em juízo,

eletronicamente, advogados e partes deverão portar certificação digital, o que não é

barato, além de não poder ser obrigatório;

- Princípio da Imparcialidade do Juiz. Visa neste momento que a imparcialidade do

juiz permaneça mesmo no proferimento de sua decisão, pela necessidade de se

encontrar distante das partes, não em posição de hierarquia, mas institucional;

Princípio da Igualdade. Causa grande repercussão neste princípio, o disposto no Art.

188 do Código de Processo Civil, quando dobra ou quadruplifica os prazos da

fazenda. Denota-se uma garantia à uma inconstitucionalidade;

- Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa. Ter-se-á uma violação ao princípio

se a parte não estiver enquadrada nos termos da Medida Provisória nº 2.200/01?

Traz à tona novamente a questão de que para postular em juízo eletronicamente

seja necessário a certificação digital. E se a parte já figurar na relação jurídica

processual, desejar produzir um documento e não possuir a certificação? A

constituição apregoa no Art. 5º, II, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de

fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Haverá ainda, a discussão sobre qual a

cadeia de certificação será lícita, as já existente ou a da Ordem dos Advogados do

Brasil? Deverá então ser analisado, para que também não seja aceito duas

assinaturas, sob pena de perda de segurança do sistema;

- Princípio da ação. Bastante ligado aos conflitos ditos anteriormente sobre a

necessidade de Certificação digital, pois é necessária para garantia do sistema ao

mesmo passo se obrigatória, exigiria um plus a mais para o ingresso da ação.

Questões relativas às condições da ação, possibilidade jurídica do pedido devem ser

melhor estudados;

- Princípio do Dispositivo e da Livre Investigação das Provas. Embora não encontre

qualquer divergência na aplicação do meio eletrônico, os juízes terão que ter muito

maior preparo para lidar questões envolvendo direito eletrônico, estando amparado

com peritos que dominem a área de informática e direito;

- Princípio da Oralidade. È visível a utilização de um sistema misto, oral e após

redução a termo no meio jurídico. Destarte, o art. 417 do Código de Processo Civil,

confere o direito de gravar a audiência e juntar aos autos, o que neste caso somente

ampliaria o princípio;

- Princípio da publicidade. Urge a grande necessidade de relativização. Deverá ser

pensado como utiliza-lo diante de uma sociedade dita da informação. As partes

gostariam de ter os seus nomes estampados na internet, ou imagens poderiam ser

apresentadas sob o argumento do princípio da publicidade? Haverá consenso entre

segredo de justiça e publicidade processual? E a intimidade? A relativização deste

princípio nada mais é do que o excesso de poder que se conferirá ao magistrado e a

possibilidade dos mesmos não atentarem para a valoração dos princípios em

questão. José Carlos de Araújo Almeida Filho4 elucida o conflito com o seguinte

exemplo:No sítio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,v.g., contém uma notícia, na íntegra, narrando fatos ocorridos em um estupro praticado por um promotor contra uma defensora pública. Até que ponto a publicidade processual e, mais, a própria informação, estão acima dos direitos da personalidade? Não teria esta defensora pública o direito ao esquecimento? Seu sofrimento por passar por todo um processo deste jaez, não estaria superado? A sociedade já não teria esquecido?

Vejamos o arquivado publicado, ipsi literis, no sítio do TJER5:

4 FILHO, José Carlos de Araújo Almeida, Processo Eletrônico e Teoria Geral do Processo Eletrônico, 2ª Ed.,Rio de Janeiro, Editora Forense, 2008, pág. 81,82.5 Arquivo de Internet: TJERJ, em <http://www.tj.rj.gov.br/assessoria_imprensa/noticia_tj/2006/04/nottj2006-04-10_vii.htm>

Começou às 15h de hoje (dia 10 de abril), no Órgão Especial de Justiça do Rio, do Julgamento do promotor de justiça (omitimos o nome, apesar de constar no sítio), acusado de ter estuprado a defensora pública (omissis), crime previsto no art. 213, caput, do Código Penal. Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime teria ocorrido no início da madrugada do dia 19 de julho de 2001, na Estrada que liga Macaé a Conceição de Macabu, dentro de Jeep Cherokee de propriedade do promotor. Ainda de acordo com o MP, por volta das 21h do dia 18 de julho, quando se dirigia ao hotel onde se costumava hospedar, na comarca de Conceição de Macabu, a defensora encontrou o promotor, que a convidou para jantar em Macaé. Em virtude do mau estar apresentado por Márcia ao final da refeição, resolveram ambos, de imediato, retornar a Conceição de Macabu. Quando já se encontravam na estrada, (omitimos), de acordo com a denúncia, parou o carro no acostamento, e, lançando-se sobre a defensora, estuprou-a depois de algema-la. O relator do processo, Desembargador Murta Ribeiro, reconheceu que houve demora na instrução do processo, mas, segundo ele, todo o cuidado foi tomado para evitar a alegação de cerceamento de defesa. Ele afirmou que realizou pessoalmente diligências e ouviu, durante mais de um ano, 32 testemunhas em seu gabinete e na sala de sessões da câmara. Durante a leitura do relatório, o Desembargador Murta Ribeiro adiantou que, em seu parecer, o MP pediu a absolvição do promotor pediu a absolvição do promotor. O julgamento está previsto para a noite de hoje. Obs.: O promotor foi absolvido.

O essencial seria não abolir o princípio da publicidade, nem mesmo relativizá-lo absurdamente quanto ao excesso de informação perpetrado em nosso sistema judicial. De acordo com a lei não se pode inserir a abertura de inquérito em um atestado de antecedentes, mas atualmente divulga-se na internet de forma ilegal que é muito pior do que uma FAC. O que dirá, desta exposição, quando as empresas consultarem a internet, vasculhando a vida íntima do cidadão que pede emprego.- Princípio da lealdade processual. Infelizmente, atualmente a ética virou adjetivo, quando deveria ser algo inerente ao ser humano. A boa-fé parece exceção, quando deveria ser regra. A preocupação com segurança, autenticidade, etc., vem exatamente pela possibilidade de usurpação de sistemas.

Ao tratarmos de processo eletrônico, deve-se ampliar o princípio da lealdade processual e aplicado penas rígidas aos litigantes de má-fé pelos juízes. Os juízes terão que ficar atentos às manobras que poderão ocorrer no sistema de peticionamento, mas será preciso, também, que os sistemas informáticos dos Tribunais possuam mecanismos que impeçam a possibilidade de alteração de uma peça inserida nos autos;- Princípios da Instrumentalidade e da Economia Processual – Visão geral sobre o Processo Eletrônico. Com a adoção do Processo Eletrônico, o princípio da economia processual deve ser alargado, pois haverá menos desperdícios na produção de atos processuais. A economia se dará, com a reunião de processos quando houver conexão, a reconvenção, o pedido contraposto nos juizados especiais, enfim, mecanismos que proporcionam uma economia de atos no processo. Quanto à instrumentalidade das formas, cabe uma reformulação do mesmo diante do processo eletrônico, tendo propostas para um perfeito processamento eletrônico a fim de garantir a lealdade e a boa-fé;

- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição. Trata-se de uma garantia constitucional. Como afirmava o Ministro Castro Filho “é preciso criar gargalos para determinados recursos. O excesso de recursos pode gerar violação ao princípio da economia processual, além de violar o princípio da lealdade processual.

Em matéria eletrônica, os recursos podem ser mais aproveitados e com menos possibilidades de procrastinação dos feitos.

3.2 - REQUISITOS JURÍDICOS PARA O FUNCIONAMENTO DO PROCESSO

DIGITAL.

Há de se notar principalmente na prática nos tribunais, a dificuldade

encontrada no manuseio dos processos, que às vezes volumosos, antigos,

deteriorando-se, provocando até mesmo certidões equivocadas. È digno de se

destacar o atraso processual dado às cargas de processo não entregues pelas

partes na data aprazada, a grande demanda no atendimento do balcão para

consulta de processos, impressão de levantamento de penas entre outros.

È visível a comodidade viabilizada pela internet nos dias atuais em empresas,

compras, igrejas, em todos os aspectos da vida cotidiana, reduzidos tão somente a

um programa de computador bem elaborado, tornando a vida mais prática e mais

organizada.

Diante desta atitude visionária, a Justiça Brasileira vai aprimorando a técnica

e lutando em busca da efetivação do processo eletrônico.

3.3 - A LEGALIDADE DO PROCESSO DIGITAL

Outra discussão que surgiu logo após se levantarem as primeiras vozes em

defesa do processo digital, foi o debate acerca da legalidade deste. Discussão esta

que, diga-se de passagem, tem um fundamento histórico. Desde que nasceu a figura

do processo judicial nos moldes do que temos hodiernamente, a sociedade está

acostumada a confiar naquilo que se encontra escrito, carimbado, de preferência

num papel oficial, timbrado. O próprio termo documento judicial se confunde, na

mente das pessoas, com a figura de um papel preenchido e assinado.

Não raras são às vezes em que, nos bancos acadêmicos, nas aulas de Processo

Civil, os alunos se mostram surpresos ao descobrirem que uma fotografia e uma fita

de áudio, por exemplo, também são documentos judiciais. Imagine-se, então, o

impacto que a idéia de um processo judicial que não existe no papel causa nos

juristas e operadores do Direito que não têm muito afinco com a utilização de novas

tecnologias. Antes de argumentarmos a favor da legalidade do processo digital, é

importante ressaltar o que prega o art. 169 do Código de Processo Civil:

Art. 169 – Os atos e termos do processo serão datilografados e escritos com tinta

escura e indelével, assinando-os as pessoas quem neles intervieram. Quando estas

não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a

ocorrência.

Acerca deste tema, em defesa da legalidade do processo judicial digital,

temos o artigo intitulado O princípio do fim dos autos convencionais, de José

Eduardo Santos Neves. Através de citação a um artigo de Sebastião Pena Filho,

Neves faz referência à necessidade de redefinirmos os conceitos de escrita, registro

e documentação. Pena Filho defende com propriedade a desnecessidade de uma

nova legislação para permitir a implantação de autos processuais digitais: Parece

possível, pois, aplicar novos métodos ao registro dos atos processuais e à

manutenção dos autos do processo sem desatender as normas do sistema

documental ou, pelo menos, os princípios que dela originem, já que há casos em

que o legislador ligou-se solidamente ao papel celulose, condicionado pela realidade

do ambiente em que vivíamos há alguns anos.

Percebe-se nos dias hodiernos, ter validade aquilo que está escrito,

denotando que está registrado, podendo ser comprovado fisicamente, por pessoas

que não estavam presentes no momento pactuado, mas, que comprovam dada à

expressão documental.

Não é de se excluir no futuro o uso de termos gravados em discos,

conservadores da palavra oral, ou em fotografias, gravadoras dos atos mímicos, ou

sem combinação dos dois processos de conservação.

Ainda no que diz respeito às formas, mister se faz ressaltar que, embora o

termo “assinatura” esteja presente na legislação processual, tal conceito não se

encontra definido legalmente. Entende-se, assim, que a intenção do legislador era

especificar um procedimento através do qual as partes pudessem confirmar de

forma inequívoca a sua vontade.

Destarte, passa a ser praticamente pacífico o entendimento de que não há

necessidade de uma legislação que venha a autorizar o processo digital. Esta, se

viesse, teria muito mais a missão de promover uma política pública de incentivo à

informatização dos autos em mídia digital.

Percebe-se a grande dúvida e falta de conhecimento que paira sobre este

sistema. As oficinas de trabalho realizadas no Tribunal Regional Federal abordaram

três eixos principais: saúde e satisfação do servidor, aspectos jurisdicionais (técnicas

de economia processual, postura pró-ativa das varas nos casos de conciliações e a

efetividade jurisdicional) e aspectos gerenciais e de relacionamento institucional

(racionalização dos procedimentos diários, importância das relações entre órgãos

correlatos e conscientização de que o resultado final seja voltado aos

jurisdicionados).

Discute-se também a equiparação e padronização do processo eletrônico,

pois os sistemas virtuais dos respectivos Tribunais são bem diferentes.

EX: Brasília: as partes podem se cadastrar e acompanhar seus processos

virtualmente, mesmo sendo representadas por seus advogados. Fortaleza: o acesso

das partes limita-se a busca de informações na Vara. 2- Brasília: o advogado tem

que acessar processo por processo. Fortaleza: o advogado tem sua própria pagina e

nela tem acesso a todos os seus processos.......(dados de internet).

Essas e outras questões ainda deverão ser estudadas e viabilizadas para a

população que fará uso deste novo conceito no Judiciário Brasileiro para sua melhor

aplicação visando o bem estar e a paz social.

3.4 - LEGISLAÇÃO VIGENTE ACERCA DO TEMA

Nos últimos cinco anos, o ordenamento jurídico brasileiro passou a incorporar

normas que vieram trazer importante contribuição ao debate acerca da legalidade ou

não de um processo eletrônico pleno. Há ainda diversos projetos de lei em

tramitação acerca do tema.

A esse respeito, destacam-se a Lei nº 7.463, de 17/04/1986, que aprovou o 1º

Plano Nacional de Informática e Automação, elaborada a partir de proposta

preliminar apresentada aos membros do Conin em 15/05/1985; Lei nº 7.646, de

18/12/1987, dispunha quanto à proteção da propriedade Intelectual sobre Programas

de Computador e sua comercialização no país, tendo sido revogada pela Lei nº

9.909, de19/12/1998, que atualmente dispõe sobre a proteção da propriedade

intelectual de Programa de Computador, sua comercialização no país; Lei nº 8.159,

de 08 de janeiro de 1991 (que dispõe acerca da política nacional de arquivos

públicos, qualquer que seja o suporte da informação); a Lei nº 9.800, de 26 de maio

de 1999 (que trata do sistema de transmissão de dados e imagens); a Medida

Provisória 2.200-2, de 28 de junho de 2001, revisada pela segunda vez em 24 de

agosto do mesmo ano (que dispõe acerca de assinaturas, documentos eletrônicos e

a infra-estrutura de chaves criptográficas); o Projeto de Lei nº 5.828, que originou de

uma sugestão de Projeto de Lei da AJUFE (Associação dos Juízes Federais),

dispondo sobre a Informatização do Processo Judicial, sendo recebida em Plenário

em 04/12/2001, tramitando em regime de prioridade. O Projeto foi remetido para o

Senado Federal, onde recebeu o nº71/02, sofreu novas alterações, até a sua

conversão na Lei nº11.419, de 19/12/2006, que dispõe sobre a Informatização do

Processo Judicial, que altera o Código de Processo Civil.

Eis que mesmo diante de várias experiências, através dos sistemas já

implantados, percebe-se a grande dúvida e falta de conhecimento que paira sobre

esta nova forma de processamento. As oficinas de trabalho realizadas no Tribunal

Regional Federal abordaram três eixos principais: saúde e satisfação do servidor,

aspectos jurisdicionais (técnicas de economia processual, postura pró-ativa das

varas nos casos de conciliações e a efetividade jurisdicional) e aspectos gerenciais e

de relacionamento institucional (racionalização dos procedimentos diários,

importância das relações entre órgãos correlatos e conscientização de que o

resultado final seja voltado aos jurisdicionados).

Quanto à uniformização do uso do processo eletrônico, vemos que há

bastante discussão nos Tribunais6:Discute-se também a equiparação e padronização do processo eletrônico, pois os sistemas virtuais dos respectivos Tribunais são bem diferentes. EX: 1 - Brasília: as partes podem se cadastrar e acompanhar seus processos virtualmente, mesmo sendo representadas por seus advogados; Fortaleza o acesso das partes limita-se a busca de informações na Vara; 2- Brasília: o advogado tem que acessar processo por processo. Fortaleza: o advogado tem sua própria pagina e nela tem acesso a todos os seus processos.

Essas e outras questões ainda deverão ser estudadas e viabilizadas para a

população que fará uso deste novo conceito no Judiciário Brasileiro para sua melhor

aplicação visando o bem estar e a paz social.

3.4.1- Lei 9.800, de 26/05/1999

6 Arquivo de Internet: https://jef.jfpr.gov.br/eproc/faq_externo.php#p21#p21

A Lei Nº 9.800/1999, tornou-se na verdade, uma evidência do primeiro

impulso à atividade eletrônica, ao permitir às partes a utilização de transmissão de

dados para a prática de atos processuais. Embora, litigantes de má-fé utilizassem da

referida lei, para ganhar prazo devido ser após a remessa de documentos via fax,

obrigatório a juntada do original em 5 (cinco) dias, a legislação foi bem acolhida,

ganhando o advogado tempo, sendo o serviço mais eficiente do que um

deslocamento pessoalmente para cumprir a diligência repassada via

eletronicamente e posteriormente via sedex.

3.4.2-A Medida Provisória 2.200-2, de 2001.

Importante ressaltar nas legislações referente ao processo eletrônico a

Medida Provisória 2.200-2/2001, que tem dentre outras finalidades, o seu grande

destaque na instituição da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil,

transformando o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em autarquia. O

art.1º da referida medida, define claramente a sua finalidade, conforme a seguir:

Art. 1º Fica instituída a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil,

para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em

forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem

certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.

Embora a MP 2.200/2001 vem estabelecer uma estrutura oficial de

certificação com validade jurídica no Brasil, que é requisito essencial para que os

sistemas de informação que dêem suporte ao processo digital, possam utilizar o

mecanismo de assinatura digital valendo-se de chaves públicas e privadas com

amparo de uma autoridade certificadora com fé de ofício, no seu art. 10, §2º não

obsta a utilização de outro meio de comprovação da autoria e integridade de

documentos em forma eletrônica, inclusive os que utilizem certificados não emitidos

pela ICP-Brasil, desde que admitido pelas partes como válido ou aceito pela pessoa

a quem for oposto o documento.

A Medida Provisória, teve também importante papel na disposição de outro

meio de comprovação de autoria, eliminando assim toda forma de monopolização,

bem como conferir às partes liberdade para realizar por todos os , conforme art. 107

do Código Civil.

No art. 12, da Medida Provisória nº 2.200-2/2001, também transforma em

autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Instituto

Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, com sede e foro no Distrito Federal,

sendo que o ITI é a Autoridade Certificadora Raiz da Infra-Estrutura de Chaves

Pública Brasileira.

3.4.3- Lei 9.800, De 26/05/1999

A Lei Nº 9.800/1999, tornou-se na verdade, uma evidência do primeiro

impulso à atividade eletrônica, ao permitir às partes a utilização de transmissão de

dados para a prática de atos processuais. Embora, litigantes de má-fé utilizassem da

referida lei, para ganhar prazo devido ser após a remessa de documentos via fax,

obrigatório a juntada do original em 5 (cinco) dias, a legislação foi bem acolhida,

ganhando o advogado tempo, sendo o serviço mais eficiente do que um

deslocamento pessoalmente para cumprir a diligência repassada via

eletronicamente e posteriormente via sedex.

3.4.4-Lei Nº 11.419/2006

Embora, a nova lei, tenha sido aprovada 05 anos após a sua propositura, o

que para assuntos envolvendo tecnologia na área de informática equivale à uma

grande mudança, foi o grande marco na implantação do Processo Judicial

Eletrônico. A morosidade gerada na aprovação da referida lei e a sua real efetivação

na prática na Justiça Brasileira ainda são questões de grandes debates no meio

jurídico.

A presente lei direciona todos os passos para a concretização do Processo

Judicial Eletrônico, tais como:

- Forma de Informatização do Processo Judicial, envolvendo o meio eletrônico,

transmissão eletrônica de toda forma de comunicação, a assinatura eletrônica,

cadastro de usuários, recebimentos de petições, credenciamento;

- Comunicação Eletrônica dos atos processuais, criação de Diário da Justiça

Eletrônica, contagem de prazos, publicidade, sigilo, estes dois últimos com grande

discussão pelos doutrinadores, desenvolvimento de sistemas eletrônicos de

processamento de ações judiciais.

3.5-ASSINATURA DIGITAL

Para que alcancemos uma total eficácia nos contatos pela Internet é preciso a

presença de um fator, sem o qual essas relações estão fadadas ao fracasso, ou

seja, a segurança, que hoje é a maior preocupação de todos aqueles que negociam

pelos meios eletrônicos.

A credibilidade desses documentos está ligada essencialmente à sua

originalidade e à certeza de que ele não foi alterado de alguma maneira pelos

caminhos que percorreram até chegar ao destinatário. Os fatores de risco podem

advir por fatores internos ou externos, sendo que os internos podem acontecer por

erro humano ou mesmo falha técnica.

O fator externo, e aí está o risco maior, consiste na atuação fraudulenta de

estranhos que pode alcançar meios para adentrar no programa enviado e desviar o

objetivo do mesmo, em prejuízo das parte envolvidas no negócio. Portanto, para a

segurança desses documentos é necessário que abordemos dois aspectos que

devem ser equacionados antes de se ter o documento como totalmente confiável:

Primeiramente, como todo documento e para que assim possa ser chamado, é

preciso a identificação do seu autor por meio da correspondência entre a autoria

aparente e a autoria real. Isso se faz por meio de um sinal pessoal que chamamos

de assinatura ou firma.

Em seguida, é preciso a preservação do documento, que deve ser mantido ou

na memória do computador ou transmitido para um CD, longe de possíveis

alterações que deturpem o seu conteúdo. Por ser uma máquina, o computador pode

sofrer uma pane, pode ser apagado, pode ser manipulado por terceiros e por isso

consideramos a guarda do documento em um CD, a forma mais segura para a sua

conservação intacta.

A Criptologia é a ciência que estuda a maneira mais segura e secreta para a

realização das comunicações virtuais.

As técnicas de assinatura feitas por meio da Criptografia consistem numa

mistura de dados ininteligíveis onde é necessário o uso de duas chaves, a pública e

a privada, para que ele possa se tornar legível. É como se fosse um cofre forte que

somente para quem tem o seu segredo é acessível.

Assim, ele em nada se assemelha à assinatura com a qual estamos

acostumados, pois na verdade a assinatura eletrônica é um emaranhado de

números que somente poderá ser codificado para quem possua a chave privada e

sua descodificação então deverá ser feita por meio de uma chave pública. O mundo

da tele-economia que se avizinha cada vez mais rapidamente, antes restrito a um

grupo pequeno de internautas, converteu-se rapidamente numa fonte inesgotável de

possibilidades em todos os campos das comunicações humanas.

O termo criptografia surgiu da fusão das palavras gregas "kryptós" e

"gráphein", que significam "oculto" e "escrever", respectivamente. Trata-se de um

conjunto de conceitos e técnicas que visa codificar uma informação de forma que

somente o emissor e o receptor possam acessá-la, evitando que um intruso consiga

interpretá-la. Para isso, uma série de técnicas são usadas e muitas outras surgem

com o passar do tempo.

Assinatura digital é um mecanismo eletrônico que faz uso de criptografia,

mais precisamente, de chaves criptográficas. Chaves criptográficas são, em poucas

palavras, um conjunto de bits baseado em um determinado algoritmo capaz de cifrar

e decifrar informações. Para isso, pode-se usar chaves simétricas ou chaves

assimétricas, estas últimas também conhecidas como chaves públicas.

Chaves simétricas são mais simples, pois com elas o emissor e o receptor

utilizam a mesma chave para, respectivamente, cifrar e decifrar uma informação.

As chaves assimétricas, por sua vez, trabalham com duas chaves: a chave

privada e a chave pública. Nesse esquema, uma pessoa ou uma organização deve

utilizar uma chave de codificação e disponibilizá-la a quem for mandar informações a

ela. Essa é a chave pública. Uma outra chave deve ser usada pelo receptor da

informação para o processo de decodificação. Essa é a chave privada, que é

sigilosa e individual. Ambas as chaves são geradas de forma conjunta, portanto,

uma está associada a outra.

Note que esse método é bastante seguro, pois somente o detentor da chave

privada conseguirá desfazer a cifragem realizada com a respectiva chave pública.

Com chaves simétricas, os riscos são maiores, já que uma única chave é utilizada

para cifragem e decifragem, aumentando consideravelmente as possibilidades de

extravio ou fraudes. É por esta razão que chaves públicas são utilizadas em

assinaturas digitais.

Em sua essência, o funcionamento das assinaturas digitais ocorre da seguinte

forma: é necessário que o emissor tenha um documento eletrônico e a chave pública

do destinatário. Através de algoritmos apropriados, o documento é então cifrado de

acordo com esta chave pública. O receptor usará então sua chave privada

correspondente para decifrar o documento. Se qualquer bit deste for alterado, a

assinatura será deformada, invalidando o arquivo

Entendamos através do que diz, Edilberto Barbosa Clementino7:

As assinaturas digitais ainda contam com a vantagem de dispensar qualquer necessidade de credenciamento do advogado, ou do promotor, junto a tribunais. Basta ao tribunal conhecer o certificado Raiz – uma única chave, que, no caso da OAB, será emitida e tornada pública e oficial pelo Conselho Federal – para que todo e qualquer advogado do país seja imediatamente reconhecido como tal.

No que diz respeito à novel Lei, verifica-se que se optou por um sistema misto

em que se admitem duas formas de assinaturas eletrônicas : a) a assinatura digital

baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada e b)

cadastramento dos usuários no Poder Judiciário, mediante a utilização de senhas

(art. 1º a 5º Lei nº 11.419/06).

O que vem sendo proposto modernamente é a utilização de um sistema

híbrido em que se utilize a tecnologia da Assinatura Digital combinada com

elementos de Biometria.

Nesse sentido Kazienko8 afirma:outros métodos de autenticação como, por exemplo, a biometria não permitem por si só verificar a integridade de uma mensagem eletrônica. Por outro lado, existe o problema da personificação de identidades alheias que poderia ser dificultada através do uso de características biométricas em combinação com assinatura digital. Assim teria um maior grau de certeza de que foi realmente um determinado usuário quem assinou uma mensagem eletrônica, uma vez que tenha sido requerida, por exemplo, sua impressão digital para que pudesse efetuar a assinatura de um documento eletrônico.

3.6- OS CERTIFICADOS DIGITAIS.

7 CLEMENTINO, Edilberto Barbosa, Processo Judicial Eletrônico, 1ª Ed.,Curitiba, Editora Juruá, 2009.

8 KAZIENKO, Juliano Fontoura. Assinatura Digital de Documentos Eletrônicos através da Impressão Digital. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, fev.2003.pág.67-68.

Na prática, o certificado digital funciona como uma carteira de identidade

virtual que permite a identificação segura do autor de uma mensagem ou transação

feita nos meios virtuais, como a rede mundial de computadores - Internet.

Tecnicamente, o certificado é um documento eletrônico que por meio de

procedimentos lógicos e matemáticos asseguraram a integridade das informações e

a autoria das transações.

Esse documento eletrônico é gerado e assinado por uma terceira parte

confiável, ou seja, uma Autoridade Certificadora que, seguindo regras emitidas pelo

Comitê Gestor da ICP-Brasil e auditada pelo ITI, associa uma entidade (pessoa,

processo, servidor) a um par de chaves criptográficas. Os certificados contém os

dados de seu titular, tais como nome, número do registro civil, assinatura da

Autoridade Certificadora que o emitiu, entre outros, conforme detalhado na Política

de Segurança de cada Autoridade Certificadora.

3.7-AS INFRA-ESTRUTURAS DE CHAVES PÚBLICAS (ICP’S)

Uma Infra-Estrutura de Chaves Públicas é um órgão ou iniciativa pública ou

privada que tem como objetivo manter uma estrutura de emissão de Chaves

Públicas baseando-se no princípio da terceira parte confiável, oferecendo uma

mediação de credibilidade e confiança em transações entre partes que utilizam

certificados digitais. A principal função do ICP é definir um conjunto de técnicas,

práticas e procedimentos a serem adotados pelas entidades a fim de estabelecer um

sistema de certificação digital baseado em chave pública.

Além disso, os entes que compõem uma ICP - os terceiros de confiança – têm

que administrar os certificados por ela emitidos, haja vista que pode ocorrer alguma

quebra de sigilo, furto ou roubo da chave privada de algum usuário, o qual entrará

em contato com a autoridade certificadora para que seu certificado seja cancelado.

Percebe-se, então, que uma ICP se assemelha a outras estruturas prestadoras de

serviços existentes na sociedade.

3.8-A ICP-BRASIL

A infra-estrutura de chaves públicas do Brasil, definida pela Medida Provisória

Nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, é denominada Infra-Estrutura de Chaves

Públicas Brasileira, ou ICP-Brasil. A ICP-Brasil é um conjunto de entidades

governamentais ou de iniciativa privada, padrões técnicos e regulamentos,

elaborados para suportar um sistema criptográfico com base em certificados digitais

e visa assegurar as transações entre titulares de certificados digitais e detentores de

chaves públicas.

Para assegurar que uma determinada chave pertence a você é necessário

que uma Autoridade Certificadora (AC) confira sua identidade e seus respectivos

dados. Ela será a entidade responsável pela emissão, suspensão, renovação ou

revogação de seu certificado digital, além de ser obrigada a manter sempre

disponível a Lista de Certificados Revogados (CRL).

A ICP–Brasil é formada por uma Autoridade Certificadora Raiz (AC RAIZ) que

é representada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação(ITI), sendo este

órgão responsável pela autentificação das demais Autoridades Certificadoras, além

de executar atividades de fiscalização e auditoria das AC e Autoridades de Registro

(AR) para que possa certificar-se de que a entidade está seguindo todas as Políticas

de Certificação.

CAPÍTULO IV4 - O PROCESSO ELETRÔNICO

Com a implementação do Processo Eletrônico tornará a tramitação do

processo totalmente eletrônica, permitindo via internet o ajuizamento da ação e

envio de petições diretamente do escritório. Os documentos serão acessíveis na

web, as citações e intimações poderão ser realizadas por meio eletrônico com

segurança dos documentos e atos processuais.

Com este empreendimento ganha o cidadão que terá transparência (acesso

aos dados processuais de qualquer lugar do mundo); prestação jurisdicional mais

ágil e eficiente (redução imediata de vinte por cento no tempo de tramitação);

sistema de fiscalização; a natureza sendo preservada; economia aos cofres públicos

em relação a prédios, mobiliário, arquivo e outros; a comunidade forense com o

melhor aproveitamento de recursos materiais e humanos; vantagens para os

operadores de direito que terão acesso à Justiça 24 horas por dia, sete dias por

semana. Acesso simultâneo das partes, a qualquer tempo e de qualquer lugar,

atividades mais gratificantes desenvolvidas pelos servidores do Judiciário, redução

de trabalho nos escritórios (controle de prazos com maior precisão; economia com

fotocópias, arquivo e deslocamentos) e segurança.

4.1 - PROJUDI

4.1.1-Entendendo O Processo Judicial Digital –Projudi

O processo judicial digital, também chamado de processo virtual ou de

processo eletrônico, pode ser definido como um sistema de informática que reproduz

todo o procedimento judicial em meio eletrônico, substituindo o registro dos atos

processos realizados no papel por armazenamento e manipulação dos autos em

meio digital. O Projudi é um programa de computador que pode ser utilizado através

da Internet e permite a completa substituição do papel por autos processuais

digitais. O funcionamento do Projudi é bastante simples e seguro. Os advogados e

os cidadãos que desejem ingressar com alguma reclamação nos Juizados Especiais

podem utilizar a Internet ou se dirigir ao setor de atendimento dos juizados. Esses

pedidos serão registrados eletronicamente, com distribuição e cadastramento

automático do processo. A partir daí todos os atos serão realizados utilizando-se o

computador, com a eliminação do papel.

O Processo eletrônico, mais conhecido como PROJUDI, nada mais é que um

sistema de software livre do CNJ, que funcionará com um portal na internet onde

usuários previamente cadastrados (magistrados, servidores e advogados) através

de senha e login, poderão ter suas petições encaminhadas pela internet, com

distribuição/juntada imediata. O Juiz, após apreciar liminar (se houver), determina

citação eletrônica. Decisões e movimentações em lote. Os atos ordinatórios serão

automatizados e realizados em fração de segundos (ou abolidos).

Destaca-se as Leis Federais n. 11.208 e 11.419 de 2006 e ADI 3880 (Diário

oficial eletrônico, meios de identificação do advogado e acesso de terceiros).

Nossa realidade atualmente atinge na Justiça Federal: 80% dos processos

nos Juizados Especiais; 60% dos novos casos; 2,5 milhões de processos digitais.

No TJMG: Projeto piloto no Juizado Especial Cível da UFMG (causas cíveis e de

telefonia; distribuição só digital). Justiça comum, Carta precatória eletrônica (BH X

NOVA LIMA; BH X RIBEIRÃO DAS NEVES). No TJRR – Gravação em vídeo das

audiências. No e-STF – R.E. totalmente virtual (TST, TRF-1, TJES e TJSE).

4.1.2-Objetivos

1 - Agilizar a Justiça.

2 – Diminuir custos.

3 – Aumentar a capacidade de processamento de ações.

4 - Facilitar o trabalho dos advogados.

5 – Melhorar a qualidade do atendimento às partes.

4.1.3 – Formas de Acesso

A única atividade permitida para o usuário que não possui login é a consulta

sobre a movimentação de processos. Você pode realizá-la clicando em "consultar

processos". Somente usuários cadastrados previamente terão acesso ao sistema. A

consulta e a prática de atos processuais poderão ser realizadas na Internet ou na

sede do Juizado Especial. Os advogados que se cadastrarem receberão senha de

acesso ao sistema e também certificados digitais que darão a garantia de

identificação, segurança, autenticidade e fidedignidade dos documentos. Os vinte

primeiros advogados cadastrados no PROJUDI receberão gratuitamente um

treinamento para uso do sistema.

4.1.4 - Vantagens

Sem Barreiras / Fronteiras. Acesso instantâneo aos dados dos processos.

Acesso aos processos de qualquer lugar do mundo, via Internet. Os advogados

poderão acessar os processos do seu escritório ou mesmo em viagem, podendo

praticar atos processuais, inclusive com redução de custos. Os Juizes terão

facilidade de acesso, podendo resolver questões urgentes mesmo sem comparecer

à sede da Justiça. Automação de rotinas processuais. Rapidez na tramitação de

processos. Diminuição de despesas na administração dos processos.

4.1.5 - Segurança

Todo o acesso e feito através de site seguro.

E possível determinar com precisão a origem de cada acesso. Todo o documento

enviado recebe um protocolo eletrônico e uma assinatura digital, certificando a

origem e garantindo o conteúdo. Os dados estão garantidos por redundância,

mantendo ainda os procedimentos normais de backup. O Projudi possui sistema de

controle antivírus.

CAPÍTULO V5 - A NECESSIDADE DE UMA POLÍTICA NACIONAL UNIFICADA DE INFORMATIZAÇÃO DE PROCESSOS

A inserção de um novo conceito ou inovação, geralmente são encarados

como metas e/ou desafios propostos por cada entidade. Partindo deste princípio

cada Tribunal ou região tem promovido a sua própria informatização, com base em

outras regiões vanguardistas, tendo como principal exemplo a 4ª Região.

Vencida a fase de aplicação e adequação ao novo sistema, deve-se numa

atitude visionária, analisar a situação no contexto nacional e até mesmo

globalizadamente, pensar em uma política nacional de Informatização do Judiciário.

Percebe-se que até mesmo em questões processuais, tais como princípios,

jurisdição, competência entre outros, deverão serem criadas legislações

competentes e tratados internacionais para que as decisões sejam cumpridas e

realmente tenham eficácias no ramo do direito eletrônico.

Visando esta democratização, foi selado no início de agosto do corrente ano,

um acordo de Cooperação entre os Tribunais Regionais do Trabalho da Paraíba e

de Pernambuco, firmado durante a 2ª Reunião Extraordinária do Colégio de

Presidentes e Corregedores dos TRTs do Brasil - Coleprecor, que aconteceu, na

Paraíba. A parceria entre os Regionais visa a troca de informações e experiências

acerca do processo eletrônico, foi acatado pelo colegiado e servirá de modelo para

adoção pelos demais tribunais do país.

As razões desta necessidade vêm elencadas nos tópicos abaixo:

- Investimentos desnecessários na produção e manutenção de software: tendo em

vista que a competência para legislar acerca de matéria processual é da União,

adquiriria uma uniformidade nos comandos, e até mesmo praticidade para os leigos,

pois o caminho da justiça deve ser para todos, atendendo ao princípio da igualdade;

- Dificuldade na interação das informações dos diferentes sistemas: Na forma usada

atualmente, cada tribunal aplica a sua tecnologia adquirida, softwares diferentes,

tornando-se também caras as manutenções.

No labor do profissional do direito, as ferramentas para que este exerça seu

ofício, em se tratando de um processo eletrônico, vai desde a necessidade de um

microcomputador com um mínimo de periféricos necessários à plena acessibilidade

e plena utilização das tecnologias próprias do trabalho a ser desenvolvido, ao

sistema eletrônico, ou software, em que irá utilizar para exercer sua atividade. Não

apenas para facilitar a vida do profissional do direito, mas também por ser de fácil

percepção o quão mais vantajoso, inclusive para efetivamente se alcançar

celeridade processual, é a existência de um único sistema interligando todos os

órgãos do Poder Judiciário;

- Burocratização do sistema- dificuldade de utilização por parte dos usuários,

principalmente os advogados: com as instalações coordenadas por cada tribunal ou

região, a criação de seu próprio software, traria diferentes interpretações, que variam

desde a interface (forma visual, exposta pelo software ao qual o usuário interage

com o mesmo) e até mesmo o uso de certificados para assinatura digital, tendo de

ser uma para cada Estado;

- Criação de um centro de apoio e gestão da informatização do Judiciário nacional:

de nada adianta, lei belas e de grande valor se não dispuser de recursos e meios

para sua aplicação. O Conselho Nacional de Justiça deverá ser o órgão responsável

e fiscalizador da implementação deste processo eletrônico, tal qual realizou na

uniformização das movimentações processuais do SISCOM, bem como das classes

e assuntos processuais no judiciário brasileiro.

Visando esta adequação o Supremo Tribunal Federal, tem se manifestado, na

criação da Rede de Informática do Poder Judiciário (Infojus), com o objetivo de

integrar os sistemas de informação existentes nas mais diversas esferas do

Judiciário nacional. De igual forma o Ludicis, que seria a rede internacional do Poder

Judiciário, já também se destaca no cenário mundial.

CONCLUSÃO

Foi demonstrado na presente obra, a urgente viabilidade e necessidade de

implantação do Processo Judicial Eletrônico. O Poder Judiciário não pode assistir a

evolução das áreas tecnológicas e caminhar nos meios arcaicos de nossa realidade

judiciária. Embora, a demora da aprovação das leis já tenha tornado as mesmas

defasadas, é necessário debates, esforços, estudos, análises, visitas técnicas em

outros setores para viabilizar este projeto e ao mesmo tempo torná-lo como

imperioso e préstimo à Justiça, não tornando simplesmente um reflexo mais claro da

impunidade e precariedade de nossas leis.

È inconcebível o Judiciário não se armar de todas as virtudes deste

empreendimento. Além do mais, as alterações que deverão ser feitas no Poder

Judiciário, dignificarão a justiça e farão com que as funções decisivas dos

magistrados estejam expostas à análise da mídia, denotando suas qualidades e

aplicação do direito, tornando mais transparente, relativizando e/ou ampliando

alguns princípios e até mesmo futuramente globalizando o direito.

A realização de uma política nacional de uniformização dos processos, bem

como a criação da Teoria Geral do Processo Eletrônico, será o liame de todo este

implemento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Processo Eletrônico, 2ª Ed.,Rio de Janeiro, Editora Forense, 2008.

DA SILVA, Ovídio A. Batista. Curso de Processo Civil. Vol. I. 7.ed., RJ: Forense,

2005.

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ARRUDA JÚNIOR, Itamar. Documentos eletrônicos, Autoridades Certificadoras e

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