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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Jair Luis Casarotto MORTALIDADE DE FRANGOS DE CORTE NO TRANSPORTE CASCAVEL 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Jair Luis Casarotto

MORTALIDADE DE FRANGOS DE CORTE NO TRANSPORTE

CASCAVEL

2011

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Jair Luis Casarotto

MORTALIDADE DE FRANGOS DE CORTE NO TRANSPORTE

Monografia de Conclusão Apresentada ao Curso

de medicina Veterinária da Faculdade de Ciências

Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para obtenção do

título de Especialista.

Orientador: Prof. Dr. José Maurício França

CASCAVEL

2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

MORTALIDADE DE FRANGOS DE CORTE NO TRANSPORTE

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em Gestão da Cadeia Avícola no Programa de Pós Graduação da Universidade Tuiuti do Paraná.

Cascavel, 09 de Dezembro de 2011.

Programa de Pós Graduação Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador Prof. Dr. Jose Mauricio França Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária Prof. Dr. João Batista Padilha Junior Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária Profa. Dra. Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária

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AGRADECIMENTO

Aos familiares que nos deram força e apoio entendendo nossas ausências nos

finais de semana, para que pudéssemos estudar. A Coopavel por nos

oportunizar a realização deste curso.

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RESUMO

A mortalidade no transporte de frangos de corte, acarreta num grande prejuízo

anual as empresas. Sendo que a avicultura de corte no Brasil modernizou-se muito,

devido à necessidade de redução de custos e aumento da produtividade. Os índices de

mortalidade de 0,15%, é um índice aceitável pelas empresas, acima disso ocorrerá

uma grande perda em produtividade. A mortalidade no transporte não consiste

somente as mortes no deslocamento da granja até o abatedouro, e sim todas as etapas

de manejo pré abate, como: jejum pré abate, apanha, carregamento, transporte e

espera no frigorífico.

Abordar os pontos importantes que possam auxiliar na redução dos fatores, que

possam influenciar nas perdas por mortalidade no transporte de frangos de corte é o

nosso objetivo.

O que veremos neste trabalho é uma revisão bibliográfica, e as formas que

poderão ser aplicadas para diminuir, os índices de mortalidade no transporte. Todas as

operações pré abate causam prejuízos para as indústrias, com injurias e mortalidade

nas aves, há pouca preocupação com esta parte do processo, com poucas medidas

preventivas.

Dentre estas medidas preventivas está o bem estar animal, e ambiência

adequada para as aves, como temperatura e densidade adequada. Todos os pontos

vistos serão para reduzir perdas no manejo pré abate nos frangos de corte, no que diz

respeito a fatores que influenciam a mortalidade no transporte do frango da granja até o

frigorífico. A forma de conduzir o manejo durante as operações pré abate, é que irão

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melhorar as condições de bem estar das aves e a redução da mortalidade no

transporte.

Palavras-chave: mortalidade, transporte, manejo pré abate.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 14

3.1 JEJUM PRÉ ABATE 15

3.2 APANHA DAS AVES E CARREGAMENTO 17

3.3 TRANSPORTE_________________________________________________ 24

3.4 GALPÃO DE ESPERA___________________________________________ 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 43

5 CONCLUSÃO 47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 49

REFERÊNCIAS 51

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INTRODUÇÃO

A mortalidade de frangos de corte no transporte gera um grande prejuízo anual

para a cadeia avícola.

O efeito do transporte sobre as aves desencadeia diversos mecanismos

fisiológicos como resposta ao estresse sofrido durante o trajeto, afetando as reservas

energéticas e colocando em risco a sobrevivência das mesmas. Sob a ótica do

ambiente térmico, segundo (MITCHELL & KETTLEWELL, 1994), um aumento de 20

para 80% na umidade relativa dentro do caminhão acarreta um aumento de 0,42ºC por

hora no núcleo corporal do animal. Portanto, as aves chegam fisiologicamente

comprometidas ao abatedouro, cujo procedimento pré-abate demanda mais tempo. A

permanência no galpão de espera assume um papel fundamental no reequilíbrio

térmico das aves recém-chegadas do transporte devido ao efeito de climatização

(VIEIRA, 2008).

Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura é considerada por muitos

como a atividade mais dinâmica. Desde o inicio da produção de frangos de corte no

Brasil, a cadeia produtiva do produto modernizou-se, devido à necessidade de redução

de custos e aumento de produtividade, tentando com isso não perder competitividade a

nível mundial. Como conseqüência, tem sido uma das mais organizadas do mundo,

destacando-se das demais criações pelos resultados alcançados não só em

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produtividade e volume de abate, como também no desempenho econômico, onde têm

contribuído de forma significativa para a economia do Brasil. Outro fator favorável à

criação de frango no Brasil é a alta produção interna de grãos, como o milho e soja,

que servem de alimento para o plantel.

Atualmente, esse setor passa por um processo de modernização, com altos

investimentos tecnológicos, visando estabelecer métodos eficientes para avaliar o nível

de bem estar de aves alojadas. O animal é fortemente influenciado no seu

comportamento pelo ambiente externo. Por isso, é impossível identificar e quantificar o

bem estar dos animais pela observação de seu comportamento (PEREIRA et al, 2005).

O transporte consiste na tarefa de encaminhar as aves do aviário até o

abatedouro, podendo ser executada em diferentes condições, distância e tipos de vias

(BARBOSA FILHO, 2008).

Hoje se tem perdido muito com a mortalidade de transporte, com índices acima

de 0,15%, que é um índice aceitável nas empresas.

A mortalidade no transporte, não quer dizer que se limite apenas no trajeto da

granja ao abatedouro, mas todas as etapas de manejo pré abate, desde o jejum antes

do carregamento, o apanhe das aves, o transporte e a espera no abatedouro.

As principais etapas das operações pré-abate para frangos de corte têm

importante participação para solucionar este problema. Desde a pega das aves até o

abate, são pontos críticos importantes, que afetam a qualidade do produto final, e

podem ser responsáveis pela mortalidade no transporte.

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OBJETIVO

O objetivo desta revisão é abordar pontos importantes que possam nortear a

redução de perdas no manejo pré-abate da avicultura de corte, no que diz respeito aos

fatores que influenciam nas perdas por mortalidade, no transporte de frangos da granja

até o abatedouro, e as principais soluções científicas desenvolvidas na ambiência e

logística avícola. Abordar a ambiência e os manejos praticados nos processos de

manejo pré-abate, ou seja, no momento em que as aves estão prontas para o abate e

são encaminhados para o frigorífico. Já que se trata de uma cadeia do agronegócio

que emprega alto nível tecnológico e cuja ambiência animal galga altos patamares de

evolução com ótimos resultados refletidos na produção.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Broom (1998), o bem-estar de um animal varia de pobre a rico,

bem como ruim a bom. Dentre os principais tipos de perdas pré-abate, tais como

lesões, contusões, fraturas, alterações negativas nos parâmetros de qualidade da

carne, dentre outros, a mortalidade é o indicador mais extremo da falta de bem-estar,

ou seja, a morte de algumas aves indica problemas severos para muitas outras (Nicol e

Scott, 1990). O número de aves mortas é o único indicador que oferece às empresas

integradoras informações importantes sobre as condições oferecidas aos animais

durante as operações pré-abate (Broom, 1993). Segundo o mesmo autor,outros

indicadores também podem ser utilizados,como incidência de ossos quebrados e

parâmetros fisiológicos,como por exemplo,a temperatura retal.No entanto,as chamadas

mortes na chegada (death on arrival -DOA) possuem maior impacto econômico no

setor e por isto, merecem maior destaque nesta discussão a seguir.

As perdas por mortalidade podem ultrapassar 1%, sendo que 40%das perdas

são em função do estresse térmico (Ritz, 2003). O aceitável é a mortalidade por volta

de 0,1 a 0,5%.

À primeira vista, uma proporção desta magnitude parece ser desprezível, diante

da quantidade de aves transportadas em um caminhão (acima de três mil aves).

Entretanto, quando se considera a quantidade de caminhões que chegam aos

abatedouros por dia, dentro de um ano, os prejuízos tomam dimensões maiores.

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Com destaque no transporte, as condições geralmente são inaceitáveis,

contribuindo efetivamente desde o aumento do estresse no lote até a mortalidade

(Nijdam et al. 2004; Barbosa Filho, 2008; Vieira, 2008). Nicol e Scott (1990) reportaram

em seus estudos que os potenciais fatores causadores de estresse no transporte

incluem desde as características térmicas do micro clima da carga, aceleração ou

vibração das caixas, impactos, velocidade do vento, jejum e até a quebra da estrutura

social.

Vieira (2008), analisando os dados referentes à densidade de caixa num

carregamento noturno verificou que há uma variação na mortalidade dos animais em

diferentes faixas de densidade. Existe um limite entre 3 a 7 aves por caixa em que a

mortalidade neste turno foi reduzida até a mortalidade mínima nas densidades de 7

aves. Nota-se que com a redução da densidade houve um acréscimo na mortalidade.

Nesta situação, a ave já apresenta troca de energia térmica na forma de calor sensível

(condução, convecção e radiação) com o ambiente, segundo Furlan e Macari (2002), e

o organismo dela tenta compensar através dos mecanismos de termogênese (tremor,

vasoconstrição periférica e eriçamento das penas), com o objetivo de diminuir a

transferência da energia térmica para o meio, isto em períodos de frio.

Porém, acima de 8 aves por caixa, houve um pequeno incremento no número de

aves mortas.A influência deste fator no bem estar das aves refere-se à quantidade de

calor produzida por elas nesta fase. Densidades maiores refletem em grande produção

de calor e em dias quentes, o problema se torna bem maior, pois a quantidade de calor

é alta, bem como a de vapor d´água, resultando em aumento da umidade relativa

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(Delezie et al. 2007). Quando isto acontece, as aves apresentam dificuldades de trocas

térmicas com o meio, aumentando o estresse térmico e conseqüentemente as perdas

por mortalidade. Conforme Kettlewell (1989), quanto maior a densidade de aves por

caixa, mais comprometida estará à perda de calor sensível, com exceção das aves que

se encontrarem nas extremidades da carga, onde a maior ventilação desta região

favorecerá a ocorrência de menores perdas (DOA).

Quanto à densidade de aves por caixa, Delezie et al. (2007) recomendaram um

espaço ideal de aproximadamente 576 cm ² por frango, o que nas medidas

encontradas nas caixas adotadas no abatedouro (70 x 60 cm), equivale à faixa de

densidade entre 7 e 8 aves por caixa.

Há necessidade de maiores estudos no sentido de indicar para as empresas

manejos adaptados a realidade das mesmas.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Devido à importância do manejo pré-abate de frangos de corte, serão descritos

separadamente: jejum pré abate, captura, carregamento, transporte e tempo de espera

no abatedouro. Serão enfocados pontos críticos importantes, bem como são

apresentadas algumas possíveis soluções na tentativa de auxiliar na minimização dos

impactos negativos dessas operações.

Sendo que os cuidados realizados na criação e formação do lote, desde o

alojamento até o carregamento, serão perdidos nesta etapa final se não forem bem

conduzidos, acarretando prejuízos à indústria, na forma de injurias as aves e índice

elevados de mortalidade no transporte.

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JEJUM PRÉ ABATE

O jejum pré-abate inicia-se antes do carregamento das aves até o abate, e é

definido como o período em que a ração é retirada, sendo fornecida a estas apenas a

água (NORTHCUTT, 2000). A sua finalidade é minimizar a contaminação no

abatedouro devido ao esvaziamento do sistema digestório, e melhorar a eficiência

produtiva, pois não haveria tempo para que o alimento consumido fosse metabolizado

e transformado em carne (MENDES, 2001).

O tempo gasto no período de jejum tem sido amplamente discutido, variando

entre 8 a 12 horas, no entanto, ele é influenciado pela logística da empresa, distância

até o abatedouro e o tempo de espera na plataforma, podendo assim ter sua duração

prolongada (NORTHCUTT et al., 1997).

Após o carregamento a digestão torna-se mais lenta ou até paralisada, Essa

fase de jejum é fundamental para que não se tenha perdas excessivas de peso ou, em

contrapartida, altas contaminações no abatedouro, o que seria extremamente danoso.

A água deverá ser retirada somente no momento do carregamento e nos meses

de muito calor fazer a retirada escalonada, para que as aves fiquem o mínimo possível

sem a disponibilidade de água.

Segundo WABECK (1972), o tempo necessário para minimizar a contaminação,

é de oito a dez horas, entretanto, DUKE et al. (1997) trabalhando com tempos de jejum

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de quatro, oito e 12 horas, observaram que períodos de quatro horas foram tão

eficientes quanto oito ou 12 horas. ROSA et al. (2000) descrevem que o tempo ideal

entre o início do jejum alimentar, incluindo o período de quatro a seis horas de jejum na

granja e abate, deve ser de oito a 12 horas.

Com um jejum superior a 12 horas, a parede intestinal começa a se enfraquecer,

com mais de 18 horas, ela pode se romper com muita facilidade (NORTHCUTT et al.,

1997). O mesmo caso pode ocorrer com a vesicular biliar, que, após 14 horas de jejum,

ainda contem bile, podendo se romper e contaminar a carcaça (BIGILI et al., 1997).

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APANHA DAS AVES E CARREGAMENTO

É o inicio do processo de pré-abate das aves é onde as preocupações devem

começar, pois é onde as aves estarão susceptíveis a iniciar processo de estresse. A

captura dos frangos durante a retirada das aves do galpão para o abate, é um trabalho

que a primeira vista pode parecer fácil, mais que no fundo exige muito treinamento e

força física por parte das pessoas contratadas para este tipo de tarefa.

O trabalho de captura de frango, além de ser fisicamente cansativo, é

desagradável devido às condições dentro do aviário, a equipe trabalha no escuro,

próximos à cama na qual o nível de poeira e amônia pode ser muito alto. Além desses

fatores, há uma grande exigência em produtividade desses funcionários, podendo

causar-lhes problemas de coluna. Por todos esses motivos, é um trabalho de pouca

motivação, já que exige o bem-estar das aves durante a apanha e o manuseio

(MITCHELL & KETTLEWELL, 2003). Deve-se avaliar os trabalhadores no momento da

captura e carregamento. O trabalhador deve ser encarado como prioridade, pois seu

bem-estar repercute diretamente sobre o bem-estar das aves e a qualidade final da

carcaça (VIEIRA et al., 2009).

A captura é uma etapa importante e interfere diretamente na qualidade da

carcaça e no custo final do frango. O apanhe manual prevalece como a forma de

apanha mais utilizada na produção de frango de corte. A mecanização ainda é anti-

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econômica em função do elevado investimento em equipamento apropriado

(LEANDRO et al, 2001).

O apanhe pelo dorso tem sido a forma mais indicada para redução dos traumas

no carregamento, embora com menos eficiência para a equipe (ROSA et al, 2002). A

captura de frango de corte durante a retirada do lote da granja para o abate é realizada

manualmente, no Brasil, por uma equipe formada de 12 a 14 pessoas.

Em um carregamento é necessário a preparação de pequenos círculo ou

cercados de captura, onde se prende de 150 a 200 frango em cada um. Os círculos ou

cercados são feitos com as próprias caixas, facilitando a captura e evitando grandes

movimentações das aves, propiciando uma apanha humanitária sem injuriar as aves.

Sendo que à medida que vão sendo liberado, seguem adiante da apanha para

aprisionar novo grupo de ave (REALI, 1994).

Preconiza-se que as aves sejam subdivididas em grupos, podendo utilizar as

caixas de transporte para isso, minimizando-se a atividade, facilitando a contenção e a

captura, diminuindo a incidência de lesão de pele, pois ela geralmente é provocada

quando uma ave salta sobre a outra (LUDTKE et al., 2008). É essencial produzir o

mínimo de estresse possível aos frangos, pois seu aumento gera contusões e perda de

peso.

Devem-se formar grupos de 200 a 250 aves, podendo cercá-las com as próprias

caixas de transporte, pois o correto é levar as caixas até o frango, e não o contrário

(ABREU, 2004).

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Esta etapa é crucial do ponto de vista de qualidade da carne, uma vez que se o

apanhe da ave não for executada de forma correta ou por profissionais aptos para a

função, poderá refletir em sérios danos á carcaça. Isso gera trauma e quebra de ossos,

sem falar na dor e sofrimento a que são submetidos os animais (LEANDRO et al,

2001).

A captura de frangos de corte é uma etapa que acontece anteriormente ao

transporte, período em que os frangos, quando atingem o peso de abate, são

capturados por funcionários, colocados em gaiolas e só então conduzidos até o

abatedouro (RIBEIRO, 2008). Entre todas as operações pré-abate, essa é a que mais

gera estresse e injúrias físicas às aves, consequentemente acarretando maior prejuízo

(CASTILLO & RUIZ, 2010).

A UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA (2008) destaca em seu protocolo de

bem estar a importância de avaliar, nessa etapa, se as aves apresentam qualquer

problema sanitário, fraturas ou lesões que comprometam seu bem estar, sendo neste

caso, proibidas de serem transportadas. As recomendações são os sacrifícios das aves

por deslocamento cervical manualmente, desde que estas, não apresentem mais de 3

kg e que seja realizado por um funcionário treinado para o abate emergencial.

A densidade das aves por caixa deve ser ajustada de acordo com o peso das

aves, condições climáticas e tamanho da caixa. Deve-se considerar que todas as aves

devem ter espaço para deitar sem ocorrer amontoamento de uma ave sobre a outra. As

caixas devem ser higienizadas e estar em bom estado de conservação, sendo

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necessário que a empresa observe o seu estado de conservação, substituindo as que

estiverem danificadas, pois podem provocar lesões nas aves (UBA, 2008).

Quanto à densidade de aves por caixa, Delezie et al. (2007) recomendaram um

espaço ideal de aproximadamente 576 cm ² por frango,o que nas medidas encontradas

nas caixas adotadas no abatedouro (70 x 60 cm),equivale à faixa de densidade entre 7

e 8 aves por caixa.Todavia,devem-se considerar tais recomendações em cada turno

em que o transporte foi realizado.

Densidades maiores refletem em grande produção de calor e em dias quentes, o

problema se torna bem maior, pois a quantidade de calor é alta, bem como a de vapor

d´água,resultando em aumento da umidade relativa (Delezie et al. 2007). Quando isto

acontece, as aves apresentam dificuldades de trocas térmicas com o meio,

aumentando o estresse térmico e conseqüentemente as perdas por mortalidade.

Conforme Kettlewell (1989), quanto maior a densidade de aves por caixa, mais

comprometida estará a perda de calor sensível, com exceção das aves que se

encontrarem nas extremidades da carga, onde há maior ventilação desta região

favorecerá a ocorrência de menores perdas (DOA).

O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber

atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das

aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao abatedouro. O número de

fraturas ósseas é reduzido quando as aves podem mover-se no interior das caixas

transportadoras. A disponibilidade de oxigênio também é um fator decisivo no

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transporte dos frangos, uma vez que quantidades reduzidas de oxigênio podem resultar

em asfixia das aves ou gerar coloração anormal na ave. Para que a circulação do ar

seja facilitada é necessário que haja espaços entre as fileiras das caixas no veículo

transportador e as caixas devem estar limpas, uma vez que excretas e penas dificultam

a passagem do ar.

Sabe-se que, à medida que se aumenta o número de aves por caixa, aumenta-

se a mortalidade, entretanto, há uma redução do valor do frete. CARVALHO (2001) e

BRANCO (2004) recomendam o peso de 22 kg por caixa carregada. A densidade deve

variar conforme o peso das aves, o horário e a estação do ano, devendo ser menor em

dias mais quentes e no período da tarde e obviamente em aves mais pesada

(BARBOSA FILHO, 2008).

Para transportar as caixas até o caminhão, deve-se utilizar um sistema de cano

tipo PVC, que é distribuído no aviário, distanciados 50 cm, facilitando o deslizamento

das caixas, e um sistema de esteira para levar as caixas do chão à carroceria. O

empilhamento de caixas no caminhão deve variar de sete a oito, pois as duas últimas

fileiras são responsáveis por 40% das hemorragias de peito. As caixas devem ser bem

presas, evitando o mínimo movimento. Para que tudo isso ocorra de maneira correta, é

essencial que a equipe seja treinada (RIBEIRO, 2008).

Após o carregamento, tem-se adotado uma prática fundamental, com o objetivo

de reduzir o efeito do estresse calórico na ave, que é a pulverização de água sobre as

aves no momento da saída dos veículos da granja para o abatedouro. Isso causa não

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só o aumento do conforto das aves, mas também a redução das perdas por

mortalidade e diminuição do estresse pré-abate.

O molhamento antes do transporte é feito no intuito de diminuir a carga térmica

no interior das caixas, reduzindo o estresse das aves em dias e horários quentes. Esse

procedimento, segundo Hildebrand e Silva (2006), somado às outras boas práticas

durante o carregamento, reduz consideravelmente a mortalidade no verão. No entanto,

o que preocupa no molhamento é a falta de critérios por parte dos operadores quanto

aos períodos e condições do dia para se realizar tal atividade. Frequentemente

observamos o molhamento durante a noite e também em dias frios, o que pode

ocasionar o estresse por frio seguido de aumento na mortalidade durante a viagem até

o abatedouro.

Vale relembrar que a condição térmica básica para molhar a carga deve ser a de

temperatura ambiente elevada e umidade relativa baixa. Ou seja, umidade elevada

(acima de 85%) certamente dificultará trocas térmicas das aves, pois a evaporação da

água passa a ser limitada em função da quantidade de vapor d´água na atmosfera.

Caso a opção seja o molhamento, deve-se ter muita atenção com a uniformidade de

aplicação da água. Deixar a mangueira ligada em um só ponto favorece a desigualdade

de umidade na carga, promovendo os chamados núcleos ou “bolsões” térmicos. O

operador desta etapa deve molhar todas as partes igualmente, sem encharcar pontos

específicos. No inverno ou em dias e horários mais frios, deve ser suspensa a

atividade, para não provocar estresse por frio nas aves.

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Fora destas condições térmicas acima descritas e nos períodos da manhã e

noite, não devemos molhar as aves, para evitar que a perda de calor por evaporação

aliada à velocidade do ar no caminhão em movimento resulte em mortalidade por frio.

Nota-se que a observação das condições térmicas do dia deve ser uma prática

constante entre os responsáveis pelo transporte das aves. Isto pode ser feito por meio

de consultas à previsão do tempo ou com o uso de termohigrômetros instalados na

parte externa das granjas.

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TRANSPORTE

Os motoristas que transportam aves devem ser bem treinados e ter noção exata

da carga que estão transportando, ter idéia do número de aves que morrem

normalmente no carregamento e transporte, além do conhecimento das lesões que

podem ocorrer.

Após a captura, a etapa seguinte é a de transporte das aves. Embora a apanha,

ação de colocar as aves nas caixas, e o carregamento são os processos que mais

causam injúrias físicas às aves, o transporte também é reportado como um processo

que afeta o bem-estar das aves. O transporte é realizado em caminhões comuns,

utilizando-se caixas plásticas para contê-la. É necessário atentar principalmente para

os aspectos ambientais: temperatura e velocidade do vento, para que problemas como

a morte de frangos não ocorra durante a viagem (CONTRERAS, 2002).

Nesta etapa o transporte, deverá ter alguns cuidados especiais, principalmente

no que diz respeito às condições de bem estar das aves durante o percurso da viagem.

Deverão ser levados em conta como: tempo de viagem, tempo de restrição alimentar e

água, períodos do dia (cedo, à tarde ou à noite), condições climáticas (temperatura,

umidade relativa do ar e velocidade do vento), densidade de aves nas caixas de

transporte, tempo de espera no carregamento e no descarregamento e até as

condições das estradas deverão ser consideradas, visto que isso implica em trepidação

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e solavanco nas caixas de transporte o que poderá causar lesões e estresse nas aves

durante a viagem (ROSA et al, 2002).

Alguns estímulos podem estressar os frangos, comprometendo o bem-estar e a

qualidade da carne. Os fatores estressantes são: estresse térmico devido à elevada

temperatura e umidade, estresse pelo frio devido à alta velocidade do veículo de

transporte e umidade, estresse social, decorrente da alta lotação nas caixas, vibração,

aceleração, barulho (JORGE, 2008).

Durante o transporte, as aves são submetidas à ação direta da radiação solar,

fator agravado durante o verão. Unido a isso, ocorre a insuficiente ventilação da carga,

gerando o acúmulo de calor na ave, resultando em um maior desconforto térmico dos

animais. Para dissipar o calor, muitos frangos tentam expor uma maior área do corpo e

buscam ofegar, na tentativa de perder calor por evaporação.

No entanto, com densidade alta por caixa, ambos os mecanismos têm sua eficácia

diminuída. Portanto, quanto maior a densidade das caixas, menor será a perda de calor

sensível, sendo que as aves que se encontram nas extremidades da carga sofrem

menos (WARRIS et al., 2005).

A disponibilidade de oxigênio é um fator importante, pois seu baixo nível pode

causar asfixia nas aves, sendo preciso que ocorra uma separação entre as fileiras de

caixas que devem estar limpas, porque o acúmulo de fezes e penas atrapalha a

circulação do ar. No caminhão, as caixas devem estar bem presas, evitando que se

movimentem e que se soltem. O sistema mais utilizado nos veículos é o de cano nas

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laterais e cobertura na parte superior da carroceria. Os motoristas são partes vitais no

processo, eles precisam ser bem orientados e treinados, conhecendo os riscos que

pode sofrer a carga que estão transportando (ABREU & AVILA, 2003).

Conforme SILVEIRA e SOUZA (2000) quando a densidade populacional das

aves transportadas é alta resultará em desconforto, nessa situação, algumas aves

poderão apresentar dispnéia. É óbvio que a temperatura ambiente e a ventilação

afetam a densidade populacional. Aves transportadas a uma temperatura ambiente

menor que 5ºC mostram-se tranqüilas durante a viagem mesmo quando a densidade

populacional é alta, porque elas tentam evitar a perda de calor corporal através do

contato físico. Já a temperatura maior que 15ºC ocorrerão grandes agitações até

mesmo pânico.

A restrição alimentar e de água, é sem dúvida um dos maiores estressores

durante o período de viagem, pois causam a perda de peso das aves e

conseqüentemente enfraquecimento, tornando-as mais susceptíveis a traumas. O

jejum, no local de produção, não deve ultrapassar o prazo de uma noite, pois a fome

pode consistir um fator desencadeante de estresse, levando ao consumo do recurso

energético (BORDIN, 2001).

Uma taxa de mortalidade aceitável durante o transporte, deve ser inferior a

0,1%. Aves susceptíveis ao estresse, no entanto, podem apresentar taxa dez vezes

maior. A duração do transporte não é o fator principal que contribui para o aumento

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destes números, sendo a restrição alimentar o fator que tem maior peso. As perdas

quase dobram, em dias quentes e úmidos acima de 25ºC (SANTOS, 1997).

Existem diversos trabalhos comprovando que o transporte e o manejo pré-abate

são estressantes para as aves, pois causam medo nas mesmas. A falta de ventilação

para as aves que estão localizadas nas gaiolas no centro da carga, no caminhão,

podem sofrer calor e hipertermia e as aves que se encontram em gaiolas localizadas

nas extremidades da carga, no caminhão, podem sofrer frio excessivo provocando

estresse e mudanças fisiológicas no pré-abate, assim como, mudanças bioquímicas no

post mortem (WARRISS et al, 1993).

Em recente trabalho, LUDTKE et al, (2008) descrevem alguns dos problemas

mais comuns em aves de corte quando praticas de bem estar animal não estão

presentes no manejo de transporte e descarregamento de aves. Entre as ocorrências

mais freqüentes estão: morte, principalmente por insuficiência cardíaca congestiva e,

em menor porcentagem, por ascite; e traumas.

O planejamento antecipado do tempo de viagem é vital para poder adequar a

distância do aviário até o abatedouro com as condições climáticas. Longas distâncias

não podem ser associadas com períodos mais quentes do dia, pois as aves seriam

submetidas a um calor excessivo por mais tempo. As chuvas também devem ser

consideradas, pois estradas que não são pavimentadas podem ficar intransitáveis

(VIEIRA et al., 2009).

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Segundo BARBOSA FILHO (2008), a morte na chegada do abatedouro, também

chamada de – death on arrivals - (DOA‘s), pode ser ocasionada pela saúde dos

animais, estresse térmico e pelos traumas sofridos no transporte nas etapas anteriores.

Para analisar os efeitos de altas temperaturas e umidade no transporte, SILVA et

al. (2007) simularam o ambiente de transporte colocando 30 aves, 10 por caixa, em

câmara climática com temperatura de 35ºC e umidade relativa de 85%. Realizaram o

teste em quatro períodos 0, 30, 60, 90 e 120 minutos e depois compararam a perda de

peso e a temperatura, essa aferida por meio da cloaca, e freqüência respiratória, esta

última aferida por observação visual. A temperatura limite mínima na qual as aves

começam a sofrer estresse térmico foi de 41,1ºC, já a máxima, no experimento, foi de

46,3ºC, pois o animal veio a óbito quando chegou a essa temperatura. Com relação à

freqüência respiratória, só foi possível aferi-la nos grupos 0, 30 e 60 minutos de

exposição, pois nos outros dois grupos (90 e 120 minutos), devido à alta freqüência

respiratória na tentativa de eliminação do calor através da ofegação, foi impossível a

contagem.

As aves apresentaram perda de peso significativa e diminuição dos pesos de

pernas, asas e dorso, conforme aumentou o período de estresse térmico. O peso de

peito e de vísceras não foram afetados pelo período de estresse. Esse fato deve-se à

maior perda de água das extremidades do corpo (pernas e asas) no início da exposição

à condição de alta temperatura e umidade. A partir de 30 minutos na exposição de

35ºC de temperatura e 85% de umidade, as aves apresentaram evidência de estresse

térmico, comprovado pela influência negativa nos parâmetros fisiológicos (temperatura

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e freqüência respiratória) e na qualidade da carcaça, com perda de peso de pernas,

asas e dorso (SILVA et al., 2007).

O estresse térmico muitas vezes é apenas associado às altas temperaturas, no

entanto, as baixas também devem ser consideradas. Com o aumento da velocidade do

veículo de transporte, eleva-se a ventilação e, consequentemente, as aves sentirão

mais frio. O estresse pelo frio é agravado quando as aves estão molhadas, pois há

perda de temperatura pela evaporação da água, por isso em dias chuvosos

recomenda-se colocar uma proteção na parte superior da carga, e em temperaturas

baixas não molhar as aves (RIBEIRO, 2008).

Segundo Barbosa Filho (2008), o microclima a que as aves são submetidas no

interior da carga dos caminhões, para cada turno e estação do ano pesquisada. Os

resultados demonstraram que as partes inferior e central da carga são as mais

susceptíveis a ocorrência dos chamados “bolsões de calor” e, portando, regiões mais

propícias a ocorrência de perdas durante o transporte das aves. Este estudo também

evidenciou as diferenças encontradas nos valores de umidade relativa ao longo da

carga, resultado da heterogeneidade da prática do molhamento da mesma. Esta

diferença de umidade provocada pela desigualdade de molhamento ressalta a

importância e necessidade de se estudar melhor esta pratica e atentar para o fato de

quando se deve procedê-la ou não.

Quanto à distribuição das mortes ao longo da carga, conforme Hunter et al.

(1997), é sabido que não só as condições microclimáticas desta afetarão o número de

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mortes durante o transporte, visto que injúrias pré-existentes,bem como patologias,

poderão exercer influência sobre estes valores.

No entanto, Mitchell e Kettlewell (1998), e posteriormente Hunter et al. (2001),

estudaram o perfil térmico de uma carga de frangos durante o transporte e relataram

heterogeneidade existente ao longo do lote, formando um núcleo térmico em diferentes

pontos. Isto se deve em função de algumas barreiras existentes, como por exemplo, a

cabine do caminhão, o posicionamento das caixas com a formação de uma fileira

intermediária (quando a conformação da carga possui três fileiras longitudinais), bem

como as próprias aves no interior das caixas.

A ventilação é desuniforme, tendo mais efeito nas caixas diretamente expostas ao

vento (as caixas de cima, na parte superior e frontal do caminhão, por exemplo) e

menor nas camadas do meio. Em estudo realizado recentemente no Brasil, Barbosa

Filho (2008) relatou a ocorrência destes "bolsões" térmicos em vários pontos da carga,

relacionados com a menor ventilação nestes locais. O autor ainda afirmou que a

ocorrência das mortes se deu em maior proporção na parte central e traseira do

caminhão, regiões inadequadas sobre o ponto de vista de condições bioclimáticas.

Nos estudos do autor ficou evidenciado que tanto para o período de inverno

como no verão a região central da carga de um caminhão, ainda continua sendo a de

pior condição microclimática para as aves.

O transporte de frangos de corte é realizado todos os dias do ano, independente

da estação, e com isto observa-se maior ou menor incidência de perdas por

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mortalidade durante estas épocas. No geral, as fases de verão e de primavera, ou os

dias mais quentes do ano, oferecem as piores condições térmicas para o transporte.

Considera-se nesta etapa, o efeito do jejum, sendo a restrita a reserva energética das

aves para enfrentar esta situação de estresse térmico. Desta forma, a mortalidade

acima dos limites normais é comumente observada nesta época quente, 40%maior em

relação às demais estações (Petracci et al., 2006).

Seja nos meses mais quentes ou frios, o período da tarde é o mais problemático

para o transporte, com relação ao estresse térmico das aves (Nijdam et al. 2004; Vieira,

2008; Barbosa Filho et al. 2009, Simões et al. 2009). Desta forma, durante este turno,

as distâncias a serem percorridas devem ser menores, ou seja, abaixo de 25 km, para

evitar a ação prolongada das variáveis ambientais sob as aves. As distâncias maiores

devem ser percorridas no período da noite e no início da manhã, pois, geralmente são

períodos diários mais confortáveis sob o ponto de vista térmico.

No entanto, durante os meses e horários do dia mais frios, deve-se tomar o

cuidado com o estresse térmico por frio das aves durante a noite e manhã,

principalmente na região da carga com maior contato com o vento (caixas frontais e

superiores da carga, por exemplo). Assim, o motorista deve estar atento quanto ao uso

de lonas plásticas nesta região da carga, evitando que o lote apresente hipotermia

severa e conseqüentemente, mortalidade elevada na chegada.

Com destaque no transporte, as condições geralmente são inaceitáveis,

contribuindo efetivamente desde o aumento do estresse no lote até a mortalidade

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(Nijdam et al., 2004; Barbosa Filho, 2008; Vieira, 2008). Nicol e Scott (1990) reportaram

em seus estudos que os potenciais fatores causadores de estresse no transporte

incluem desde as características térmicas do micro clima da carga, aceleração ou

vibração das caixas, impactos, velocidade do vento, jejum e até a quebra da estrutura

social.

O trabalho de treinamento do motorista e das demais pessoas envolvidas na

etapa do transporte é necessário para se evitar as perdas nesta fase, já que eles são

os responsáveis pelo monitoramento contínuo da carga durante o trajeto da viagem,

possibilitando a chegada dos frangos ao abatedouro nas melhores condições para as

etapas finais das operações pré-abate. Em função do que foi abordado, deve-se

considerar que toda a logística de transporte de frangos de uma empresa integradora

deve estar associada a todos estes fatores, e não somente à disponibilidade de aves

para o abate.

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GALPÃO DE ESPERA

Ao chegar no abatedouro, a carga de frangos de corte é pesada na portaria do

abatedouro, em seguida o caminhão vai ao galpão de espera, dotada de ventilação

natural ou artificial. Muitos abatedouros utilizam aspersores de água, que tem como

finalidade criar um ambiente ameno na recepção (BERAQUET, 1994). É fundamental

que logo que as aves cheguem ao abatedouro, os caminhões se dirijam até o “galpão

de espera”, equipado com ventiladores e nebulizadores, além de uma iluminação de

baixa intensidade, tudo para garantir que o tempo de espera das aves para o abate

seja o menos estressante possível.

A importância da espera se resume em oferecer, dentro de um espaço de tempo

adequado, condições térmicas satisfatórias para manter o animal em conforto após o

transporte e até a chegada na linha do abate. Neste contexto, a espera deve atender

este objetivo perante as diferentes condições ambientais, horários do dia, da logística

de transportes e do fluxo de abate. Com base na condição climática brasileira, a

preocupação com o ambiente onde se encontram os caminhões na espera é primordial,

pois todos os cuidados nas primeiras operações pré-abate poderão ser perdidos se a

espera no abatedouro não for adequada.

Embora seja recomendável um tempo curto de espera, para que as aves

possam ser abatidas em condições menos avançadas de estresse, elas devem

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permanecer no galpão apenas o tempo mínimo necessário para garantir o fluxo de

abate do frigorífico e este tempo deve ser monitorado (PORTARIA Nº. 210,1998).

O tempo de espera é definido como o período da chegada das aves no

abatedouro até o seu abate. Chegando ao frigorífico, o veículo de transporte deve ser

levado ao galpão de espera e é fundamental que seja equipado com nebulizadores,

ventiladores e que evite que a carga receba a radiação solar. No entanto, as aves

podem ser abatidas logo que chegam ao abatedouro, anulando o tempo espera no

galpão, porque a carga é logo descarregada na plataforma de abate (GONÇALVES,

2008).

No galpão de espera, o inspetor do bem estar deve checar a temperatura

ambiente e inspecionar as condições das aves. Se as aves estiverem ofegantes e/ou a

temperatura estiver acima de 18ºC recomenda-se ligar os ventiladores e nebulizadores.

Não é permitido aos transportadores estacionarem os caminhões de aves fora do

galpão de espera ou em qualquer local sem proteção. Os equipamentos do galpão de

espera (ventiladores e nebulizadores) devem estar em perfeitas condições de

funcionamento, sendo de responsabilidade do inspetor de bem estar comunicar a área

de manutenção de imediato quando verificar irregularidades com o mesmo

(DIRECTIVA 93/119/CE, 1993).

Os caminhões com as aves vivas são mantidos sob galpões ventilados enquanto

aguardam o descarregamento. A boa ventilação é necessária para evitar que as aves

morram, devido ao calor excessivo. Grandes ventiladores de baixa velocidade, nas

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laterais e no teto dos galpões, podem manter a desejável circulação de ar. É

importante posicionar os ventiladores de tal forma que removam o calor do meio da

carga. Um erro comum é soprar ar somente num do lado da carga, sem renovar o ar de

seu interior, particularmente quando os animais são retidos por mais de uma hora

(BERAQUET, 1994).

No galpão de espera, as linhas de nebulizadores devem ser alternadas com as

linhas de ventilação. As primeiras devem ser distribuídas uniformemente entre os

pilares e o teto, a fim de que se consiga climatizar todas as caixas. O reservatório de

água deve estar instalado na sombra. É fundamental que seja instalado nas laterais e

no centro do galpão um termohigrômetro para a aferição da temperatura e umidade

(VIEIRA et al., 2009).

É necessário que um funcionário seja responsável por esta fase, com a função

contínua de controlar, manejar e planejar corretamente todos os recursos e as

condições para a adequada espera pré-abate. Para tanto, ele deve ser treinado

adequadamente, de forma a conhecer o processo, os pontos críticos e os instrumentos

e as ferramentas disponíveis para estes fins. O emprego de termohigrômetros

(medidores de temperatura e umidade relativa) e a comunicação intensiva com os

responsáveis pelas demais etapas são detalhes importantes para que todo o processo

seja eficaz.

Os principais fatores bioclimáticos a serem observados fora e dentro de um

galpão de espera consistem na temperatura e umidade relativa. Visando o controle

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destas variáveis, a instalação de um termohigrômetro é necessária para o

acompanhamento periódico da condição térmica dos ambientes. Este equipamento

consiste em um medidor conjunto de temperatura e umidade relativa, de fácil

observação e registro. Atualmente no mercado, existem diversos tipos destes

aparelhos, desde termômetros de mercúrio (bulbo seco e úmido), incluindo também os

automáticos (data loggers), cuja aquisição de dados é programável dentro do intervalo

de tempo que se deseja obter os dados.

A localização do termohigrômetro deve ser feita com bastante critério, evitando

assim coletas de dados que não representem o ambiente. Dadas às dimensões do

galpão de espera, o ideal é que tenha um em cada lateral do galpão, bem como no

centro geométrico do mesmo, à altura do meio da carga, para que toda a área seja

bem amostrada, visando uma avaliação completa do local. A leitura deve ser feita

periodicamente, de preferência de hora em hora, permitindo o acionamento e

desligamento da ventilação e nebulização. Nesta função, o operador deve ser treinado

adequadamente, para que ele tenha o discernimento de avaliar a situação e conduzir

ações que auxiliem no conforto térmico das aves.

O controle da capacidade do galpão de espera é importante para se evitar que

caminhões carregados de aves fiquem expostos ao sol, afetando a condição de bem-

estar das aves, além de facilitar as perdas anteriores à linha de abate. Ligado a este

fator, o planejamento coerente da lotação máxima do galpão de espera deve ser

conjugado ao estudo do fluxo de caminhões no abatedouro e, assim, adaptá-la

segundo as necessidades da empresa.

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O tempo de espera não deve ser superior a duas horas, porém, nem sempre as

integradoras conseguem cumprir esse tempo, devido ao excesso de caminhões na

espera para o abate e, em decorrência de quebras nos equipamentos do frigorífico.

Neste caso, sendo necessário muitas vezes parar a linha de abate para realizar a

manutenção (BRANCO, 2004).

BRESSAM & BERAQUET (2002) e BARBOSA FILHO (2008) citam que a duração

menor no tempo de espera aumenta o estresse nas aves, e consequentemente eleva a

mortalidade. No entanto, WARRIS et al. (1999) afirmam o oposto, que um período de

espera mais prolongado reflete em um maior estresse, indicando que as aves sejam

abatidas logo uma análise cuidadosa, observando se os galpões têm ou não uma boa

climatização, evitando deficiência na ventilação (VIEIRA et al., 2009).

Kannan et al. (1997), apud CASTILLO & RUIZ (2010), observou que frangos

abatidos após o transporte de três horas apresentaram maior nível de corticosterona

comparado aos que aguardaram quatro horas no galpão de espera. O elevado nível

plasmático de corticosterona resultou em uma carne mais pálida, sendo que esta tem

baixa aceitabilidade pelos consumidores.

As condições climáticas influenciam na intensidade do estress em que o animal

é submetido durante o transporte e também determina a condição na qual as aves

iniciam o transporte e sua capacidade de recuperação nas instalações do abatedouro.

Temperaturas acima de 18º C aumentam as perdas ocasionadas durante o transporte

das aves. Esse fato torna-se agravante quando predomina o calor úmido, pois as aves

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apresentam maior dificuldade de eliminar o calor corporal, aumentando assim sua

temperatura interna e conseqüentemente prejudicando seu bem estar. Em situação

mais drástica o incremento dos batimentos cardíaco pode levar a ave à morte. A

qualidade da carne é prejudicada com a adição de fatores estressantes tais como,

temperatura mais elevada predominante durante o período mais quente do ano como

também temperaturas muito baixa (WARRIS et al, 1993).

O tempo de espera é um dos fatores de maior variação nos abatedouros, com

pouca padronização quanto ao intervalo de tempo ideal que proporcione uma condição

precisa de conforto térmico para os animais nos ambientes de espera. Tanto o conforto

quanto o estresse térmico possuem efeito direto na qualidade do produto, quando

associados com o fator tempo (Fraqueza et al.,1998). Sem dúvida, este é o principal

fator nesta etapa que determina a eficiência da climatização como agente de remoção

de calor das aves.

O local onde os caminhões permanecerão estacionados antes do abate deve

oferecer às aves condições de trocas térmicas com o ambiente e por isto, alguns

detalhes construtivos devem ser observados. O galpão deve ser climatizado para se

atingir o objetivo de bem-estar e conforto térmico das aves. Para isto, a instalação de

linhas de ventilação intercaladas com nebulização é importante para este fim, sendo

estas distribuídas uniformemente (teto e pilares do galpão), visando dentro do possível

climatizar igualmente todas as caixas. Deve também possuir espaço para todos os

caminhões e normalmente esta determinação é feita de acordo com o fluxo de abate da

empresa e com o tempo médio de espera a ser adotado. A caixa d'água que abastece

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o sistema de nebulização deverá ser protegida de incidência direta de raios solares. A

proteção lateral contra radiação solar direta deve ser feita por meio de telas do tipo

sombrite e o material de cobertura do galpão devem permitir a reflexão destes raios

visando a redução da carga térmica do ambiente.

A permanência no galpão de espera assume um papel fundamental no

reequilíbrio térmico das aves recém chegadas do transporte devido ao efeito de

climatização (VIEIRA, 2008). Contudo, não basta apenas a locação do espaço onde os

caminhões permanecerão estacionados durante o tempo, mas também é importante a

preocupação com o ambiente térmico que facilite as trocas entre os animais e o meio.

A adequação e o controle ambiental no galpão de espera são importantes, a fim de

maximizar o efeito convectivo do ar (RITZ et al., 2005).

No entanto, com a carga parada durante a espera, a sensação térmica dos

frangos piora ainda mais, devido à produção de calor e vapor d água dos animais.

Segundo Kettlewell et al. (2000), um aumento na umidade relativa de 20 para 80%

acarreta aumento de 0,42º C por hora no núcleo térmico corporal dos animais. Isto

significa um esgotamento fisiológico intenso, diminuindo as reservas energéticas que o

animal possui para enfrentar tal situação. Se não forem tomados os devidos cuidados

com a ambiência nesta fase de espera, ou seja, a preocupação quanto à climatização

bem planejada e controlada nos galpões, por exemplo, as chances de mortalidade

aumentam ao longo do tempo.

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As variações térmicas em uma dada região ao longo do ano, bem como durante

os períodos do dia (manhã, tarde e noite) influenciam sobremaneira o bem-estar e o

conforto das aves durante a espera no abatedouro. Bayliss e Hinton (1990), ao

comparar dois tipos de galpões de espera (alta e baixa climatização), também

avaliaram a mortalidade dos frangos em diferentes estações do ano e encontraram

percentagens por volta de 0,56 e 0,64% para a primavera e verão, respectivamente,

em ambientes com pouca climatização.

Quanto à influência do ambiente externo, a temperatura e umidade relativa

elevada aumentam a preocupação pela adoção de climatização na fase de espera

(Quinn et al. 1998; Ritz et al. 2005; Barbosa Filho, 2008; Vieira, 2008). Quando

transportadas em conforto térmico (entre 15 e 22 ºC), as aves não apresentam

alterações fisiológicas, ao contrário daquelas mantidas durante 2 horas em caixas de

transporte a 34 ºC, as quais apresentaram um aumento no nível de estresse (Aksit et

al. 2006).

Conjuntamente com todos estes fatores, a programação de manejo é essencial,

sendo necessária a elaboração de um roteiro de ações a serem tomadas, disponíveis

aos operadores do galpão, com o objetivo de sistematizar a informação e torná-la

conhecida para todos os envolvidos nesta atividade. A comunicação é muito

importante, para facilitar a tomada rápida de decisão, no caso de problemas e atrasos

ao longo das demais operações pré-abate.

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No geral, considerando conjuntamente todos os fatores que influem nas perdas

pré abate e relacionando os mesmos com o tempo de espera a ser adotado, a

recomendação visando esta redução de perdas é de 2 horas de espera, variando entre

1 e 3 horas. Este intervalo de tempo abrange os benefícios promovidos pela

climatização no galpão de espera e conseqüentemente, o retorno parcial ou total à

condição de conforto térmico das aves.

O objetivo de um ambiente de espera num abatedouro consiste em prover as

melhores condições térmicas para as aves, diminuindo as chances de perda por

mortalidade durante esta etapa. Isto pode ser explicado pela impossibilidade do abate

imediato, ou seja, a logística perfeita entre a granja e a linha de abate. Na maioria dos

casos, além de eventuais problemas, como por exemplo, falhas mecânicas na linha de

abate, a saída de muitos caminhões de uma mesma granja indica a necessidade de

mantê-los dentro da empresa, aguardando a ordem de descarga das aves na linha de

abate.

Devido à escassez de informações quanto ao tratamento ideal a ser dado às

aves nesta etapa, Hunter et al. (1998) afirmaram que a espera nos abatedouros tem

sido uma fonte potencial de estresse para os frangos. Os mesmos autores

evidenciaram que há um aumento de 10 ºC no interior da carga transportada quando o

tempo de espera excede 2 horas em galpões com pouca climatização. Quando

comparados ambientes de espera com e pouca climatização, os galpões os quais

apenas tinham ventiladores apresentaram maiores percentagens de aves mortas

(acima de 0,6%) em relação aos ambientes com climatização eficiente, utilizando

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ventiladores e nebulizadores (Bayliss e Hinton, 1990). A partir daí, problemas mais

graves podem ocorrer, como por exemplo, hemorragia nos músculos, perdas

qualitativas na carne e mortalidade (Kranen et al. 1998). Apesar de não existir uma

estimativa confiável do número de aves mortas apenas na espera, Ritz et al. (2005)

informaram que 40% das perdas pré-abate são ligadas ao estresse térmico, seja por

frio ou calor.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

As operações pré-abate causam muitos prejuízos para as indústrias avícolas,

entretanto, há pouca preocupação com o processo, não sendo tomadas às medidas

preventivas. Além de um conforto para os animais, também se deve pensar nos

funcionários envolvidos no processo. Respeitando todas as orientações descritas,

haverá certamente uma melhor qualidade no produto final que chega ao consumidor e

consequentemente uma maior lucratividade para as empresas.

São muitos os detalhes e desafios a serem alcançados com novos estudos e

discussões sobre este importante tema, assim como as ações em direção à constante

melhoria do setor. Todavia, pequenas alterações positivas visando à minimização das

perdas nas operações pré-abate resultarão em grandes benefícios para toda a cadeia

produtiva da avicultura de corte, tornando-a mais lucrativa e competitiva.

Baseando-se nesses argumentos deve-se considerar que a ambiência e o bem

estar das aves são fundamentais para a redução de perdas, no final do processo de

produção de frangos de corte.

Sendo assim as empresas integradoras devem atender para alguns pontos

importantes: Planejamento na escolha da melhor distância entre a granja e o

abatedouro e a logística de distribuição da carga viva; Manejo diferenciado nas

estações do ano com adoção da melhor densidade de aves por caixa; Manejo

adequado de climatização, com a prática de molhamento das aves antes do transporte,

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deverá ser equacionada de acordo com o período de estação do ano; Controle das

condições físicas do transporte, monitorar sempre a proteção da carga de adversidades

principalmente ventos frios; O controle da ambiência no galpão de espera, bem como o

tempo de espera antes do abate.

Se considerarmos as condições acima citadas, com toda a certeza teremos

redução nas perdas no manejo das etapas pré abate diminuindo a mortalidade dos

frangos nos períodos que exigem maior atenção e cuidado, tanto no verão como no

inverno. Conforme visto neste trabalho a redução de perdas nas operações pré-abate

de frangos de corte, é necessário o levantamento de estudos e informações úteis, para

que seja possível a padronização de procedimentos de manejo adequado e

responsável.

Todos os pontos importantes vistos aqui servirão para nortear a redução de

perdas no manejo pré-abate dos frangos de corte, no que diz respeito aos fatores que

influenciam nas perdas por mortalidade, no transporte de frangos da granja até o

abatedouro, na espera no abatedouro e as possíveis soluções que podem ser

implantadas.

Estamos inseridos atualmente, em tendências mundiais para um

desenvolvimento sustentável isto faz com que a visão dos profissionais que atuam na

produção de proteína animal seja direcionada para novos horizontes. Esses novos

caminhos ultrapassam as fronteiras da propriedade rural, ou empresa de produção de

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proteína animal e focalizam as perdas produtivas ao longo de todo o processo

produtivo.

Hoje são muitos os profissionais voltados para o estudo da ambiência animal

associada ao conforto térmico nos ambientes, galpões de produção e para o bem estar

dos animais nas diferentes instalações e sistemas produtivos, buscando com isso a

melhor forma de se produzir com menores perdas possíveis e obter maior lucratividade.

O indivíduo busca tentativas de se adaptar ao seu ambiente para manter a vida, muitas

vezes na tentativa de adaptação ocorrem distúrbios biológicos que levam o animal a

perda de suas reservas e um desequilíbrio fisiológicos irreversíveis levando a perdas

produtivas ou a morte. A ambiência e bem estar exercem grande influência na

adaptação do animal ao ambiente no qual se encontra inserido, e busca nele viver.

Nota-se um grande distanciamento entre o conhecimento sobre a criação de

frangos de corte nas granjas e as operações pré-abate. Tal deficiência gera um

aumento nas mortes antes da chegada, consequentemente resultando em grande

prejuízo anual para as empresas avícola. No geral, considerando todos os fatores que

influem nas perdas pré-abate e relacionando os mesmos com o tempo de espera a ser

adotado, a recomendação visando esta redução de perdas é de 2 horas de espera,

variando entre 1 e 3 horas. Este intervalo de tempo abrange os benefícios promovidos

pela climatização no galpão de espera e consequentemente, o retorno parcial ou total à

condição de conforto térmico das aves.

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A preocupação com as operações pré-abate é necessária para o desafio da

redução de perdas. Conhecer e atuar nos principais pontos críticos ao longo da cadeia

produtiva, realizando mudanças adequadas nas diferentes etapas pré-abate consiste

no objetivo de reduzir perdas e aumentar a lucratividade. Isto se tornará possível por

meio da união dentro da cadeia produtiva, bem como através do treinamento adequado

dos operadores, da organização e sistematização dos procedimentos, especialmente

durante a espera no abatedouro, uma das etapas mais urgentes quanto às

modificações no manejo operacional.

É possível visualizar que a espera possui uma importante função na chegada

das aves com qualidade à linha de abate e que qualquer investimento em direção às

melhorias nesta fase incrementará sobremaneira o bem estar das aves, atuando

consequentemente na redução de perdas e no aumento da qualidade do produto final.

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CONCLUSÃO

A forma de manejo a ser adotado durante as operações pré-abate que visa

melhorar as condições para proporcionar bem-estar das aves e redução de

mortalidade, devem ser melhor embasadas em critérios científicos e de forma

imparcial, principalmente em pesquisas realizadas nas próprias empresas, analisando

suas características locais de temperatura, umidade relativa, e distancias dos aviários

até o abatedouro.

Caso contrário, continuaremos a tratar as operações pré-abate, sem as devidas

importâncias que elas exigem, existindo controvérsias quanto ao tempo de espera ideal

entre pesquisadores, técnicos e empresas, e ao mesmo tempo, observaremos o

aumento das perdas que reduzem a lucratividade. Por outro lado, podemos solucionar

tais problemas sem alterar demasiadamente o custo de produção e de transporte

destas aves. Realizando mudanças adequadas nas diferentes etapas de pré-abate com

o objetivo de reduzir as perdas por mortalidade e aumentar a lucratividade.

A tipologia construtiva dos galpões, o manejo da climatização e o tempo em que

os caminhões aguardam nos abatedouros são fatores que podem ser controlados pelas

empresas, por meio de treinamentos e programas específicos de manejo voltado à

redução de perdas por mortalidade na chegada ao abatedouro.

Foi possível visualizar que a espera climatizada possui importante função na

chegada das aves com qualidade à linha de abate e que qualquer investimento em

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direção às melhorias nesta fase incrementará sobremaneira o bem estar das aves,

atuando consequentemente na redução de perdas e no aumento da qualidade do

produto final.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As boas praticas de manejo e bem estar assumem um importante papel dentro

da produção animal, sendo desejável, entretanto, adotá-las com objetivo de aumentar a

lucratividade, pelas baixas perdas geradas. Na produção de frangos de corte, o manejo

inadequado contribui para perdas econômicas e a baixa qualidade do produto final,

resultado do descarte nas indústrias. Além disso, há uma tendência dos grandes

compradores em só comercializar com países que adotam normas de bem estar animal

e ambiência, o que contribui de alguma forma na garantia de espaço no mercado por

aqueles que adotam essas praticas.

O manejo adequado do pré abate deve estar presente em todas as fases para

garantir o bem estar das aves e sua sobrevivência até a linha de pendura. Desde o

jejum pré abate, no apanha, carregamento, transporte, no galpão de espera, para evitar

injúrias físicas e estresse térmico e mortalidade. Este é um assunto bastante amplo

com diferentes pontos ainda a serem explorados que devem ser cuidadosamente

verificados e monitorados sempre a fim de minimizar o sofrimento animal, e

consequentemente a qualidade do produto final.

Devemos assegurar um tratamento humanitário às aves em todas as etapas de

produção, aliando-se as técnicas adequadas que proporcionem menor sofrimento

possível às aves como garantia de obtenção de um produto de alta qualidade, com as

menores perdas nas fases finais antes do abate.

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Porém, pequenas alterações positivas visando à minimização das perdas nas

operações pré-abate resultarão em grandes benefícios para toda a cadeia produtiva da

avicultura de corte, tornando-a mais lucrativa, competitiva e condizente com as

condições mínimas de bem-estar animal.

Com esses argumentos deve-se considerar que o manejo adequado, com as

pessoas bem treinadas para a execução das tarefas e a ambiência é fundamental para

a redução de perdas, no final do processo de produção de frangos de corte.

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