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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
ALINE ERBS
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE SUPLEMENTOS
VETERINÁRIOS
CURITIBA
2015
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
ALINE ERBS
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE SUPLEMENTOS
VETERINÁRIOS
Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso
de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti
do Paraná como requisito parcial para a obten-
ção do grau de Médico Veterinário.
Orientador Acadêmico: Prof. Dr. Celso Grigolleti
Orientador Profissional: Danielle de Sousa Pe-
reira
CURITIBA
2015
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
REITOR
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Carlos Eduardo Rangel Santos
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
DIRETOR DE GRADUAÇÃO
Prof. Dr. João Henrique Faryniuk
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Dr. Welington Hartmann
COORDENADOR DE ESTÁGIO CURRICULAR
Prof. Dr. Welington Hartmann
TERMO DE APROVAÇÃO
ALINE ERBS
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE SUPLEMENTOS
VETERINÁRIOS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título
de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de Medicina Veterinária
da Universidade Tuiuti do Paraná.
Comissão Examinadora:
Presidente: Prof. Dr. Celso Grigolleti
Prof. Dr. Welington Hartmann (Membro)
Prof. Dra. Anderlise Borsoi (Membro)
Curitiba, 23 de novembro de 2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que nos guia para o melhor caminho, que nos da
força e saúde para prosseguir nesta trajetória.
Aos meus pais, principalmente a minha mãe que confiou na minha capacidade, por
quem tenho muita admiração, que mesmo com todas as dificuldades e limitações não
poupou esforços para me educar e oferecer as condições necessárias para que eu
estudasse e nunca deixando me faltar nada.
Ao meu companheiro e amor Marcelo, pela paciência, por toda a ajuda, pelo incenti-
vo, quem me acompanhou em toda essa trajetória sempre me apoiando na busca
deste sonho e acreditando sempre em mim. Te amo!
Aos meus familiares que estiveram do meu lado, aos que contribuíram de forma direta
ou indiretamente para realização deste sonho o meu muito obrigado!
Aos meus mestres, em especial ao professor Celso Grigoletti, pela orientação, dispo-
nibilidade, que me mostrou oportunidades, me transmitiu conhecimentos valiosos para
meu crescimento pessoal e profissional.
Ao Grupo Organnact, em especial a Danielle por ter me orientado, passado seu co-
nhecimento, ajudando a construir passo a passo de um lindo degrau na minha vida e
ter me dado um voto de confiança!
A Dra. Josette Czerny pelo incentivo, pelas oportunidades que me concedeu neste
período, por acreditar em mim e sempre por ter me apoiado.
E a todos aqueles que fizeram parte da minha vida acadêmica que não foram citados
os nomes. Muito Obrigado!
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em especial para a minha Mãe, que me deu o que mais de pre-
cioso alguém poderia dar. O Estudo!
RESUMO
O mercado atual está cada vez mais competitivo e os clientes cada vez mais
exigentes, destacam-se as indústrias que apresentam um diferencial em seus produ-
tos e processos, sendo a qualidade o fator diferencial. A qualidade é um tema amplo,
existem muitas definições, sendo a fundamental, a superação das expectativas dos
clientes, e para que isto ocorra, a empresa precisa ter uma gestão certificada, através
das boas práticas de fabricação. Precisa também apresentar produtos econômicos no
mercado, garantir qualidade, eficácia e segurança dos mesmos. As boas práticas de
fabricação são medidas adotadas para estabelecimentos industrializadores de alimen-
tos para animais, visando qualidade e segurança. Estas medidas são baseadas na
Instrução Normativa n°4 de 23 de fevereiro de 2007, que contempla os requisitos de
uma indústria como: localização; instalações; equipamentos e utensílios; limpeza e
higienização; higiene pessoal; matérias- primas, ingredientes e embalagens; preven-
ção da contaminação cruzada; abastecimento de água; produção; controle da quali-
dade; documentação e registro. Aplicam-se as boas práticas de fabricação em todo o
fluxo de produção, desde a obtenção de matéria-prima até a expedição do produto
acabado.Este trabalho de conclusão de curso relata sobre as boas práticas de fabri-
cação em uma indústria de suplementos veterinários localizado na região de Curitiba.
Palavra-chave: Boas Práticas de Fabricação, Inspeção, Indústria de suplementos
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fachada Organnact, Curitiba-PR ............................................................. 15
Figura 2 - Vista Aérea da Organnact- Curitiba – PR ................................................. 16
Figura 3 - Coleta e Análise de Matéria-prima: (a) coleta MP (b) analise MP no
laboratório ................................................................................................ 18
Figura 4 - Setor de Fracionamento ........................................................................... 19
Figura 5 - Análise do Produto Acabado .................................................................... 19
Figura 6 - Laudo Analítico do Produto Acabado ....................................................... 20
Figura 7 - Analise Palitos: Laboratório de análise físico-químico ............................. 20
Figura 8 - Inspeção Produto Acabado: (a) Análise Visual, (b) Análise por testes,
(c) Planilha do CEP .................................................................................. 21
Figura 9 - Especificação de Embalagem -Exemplo .................................................. 22
Figura 10 - Laudo de Analise de Material de Embalagem: Tampa ............................. 23
Figura 11 - Auditória diária: Tabela de cores/setores ................................................. 24
Figura 12 - Parâmetros avaliação auditória diária ...................................................... 24
Figura 13 - Layout da Fábrica / Classificação dos setores auditados ......................... 25
Figura 14 - Relatório de Inspeção da fabrica mensal – IN° 4/2007 ............................ 26
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Atividades Acompanhadas Durante o Estágio Curricular: ....................... 17
LISTA DE SIGLAS
BPF Boas Práticas de Fabricação
MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
MP Matéria Prima
CEP Controle Estatístico de Processos
EPI Equipamento de Proteção Individual
NR-7 Norma Regulamentadora
PPHO Procedimentos e Padrões de Higiene Operacional
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
2 DADOS DO ESTÁGIO ............................................................................................. 14
2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO ................................................................................ 14
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ........................................................................... 14
2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO ...................................................................................... 14
2.4 LOCAL DE ESTÁGIO ............................................................................................ 14
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ..................................................... 16
3.1 RELATÓRIO DAS ATIVIDADES ........................................................................... 17
3.2 ANÁLISE E COLETA DE MATÉRIA – PRIMA ...................................................... 17
3.3 SETOR FRACIONAMENTO .................................................................................. 18
3.4 ANÁLISE DO PRODUTO ACABADO ................................................................... 19
3.5 INSPEÇÃO DO PRODUTO ACABADO ................................................................ 21
3.6 ANÁLISE DE EMBALAGEM .................................................................................. 22
3.7 AUDITORIA INTERNA .......................................................................................... 23
3.8 AUDITORIA DE PROCESSO ................................................................................ 27
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 28
4.1 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ................................................................... 28
4.1.1 Conceito de Qualidade e Controle da Qualidade ............................................... 28
4.1.2 Origem BPF ........................................................................................................ 29
4.1.3 Conceito BPF ..................................................................................................... 30
4.2 PLANEJAMENTO ................................................................................................. 31
4.2.1 Projeto e Instalações .......................................................................................... 31
4.3 EQUIPAMENTOS E UTENSILIOS ........................................................................ 32
4.4PROCESSOS PRODUTIVOS ................................................................................ 33
4.4.1 Produção ............................................................................................................ 33
4.4.2 Matéria- Prima .............................................................................................................................. 33
4.5MANIPULADORES ................................................................................................ 35
4.5.1Treinamentos ...................................................................................................... 36
4.5.2 Higiene Pessoal ................................................................................................. 36
4.5.3 Higiene das Mãos ............................................................................................... 37
4.6VISITANTES .......................................................................................................... 37
4.7 MANUTENÇÕES PREVENTIVAS E CALIBRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E
INSTRUMENTOS ........................................................................................................ 38
4.8 HIGIENE DO ESTABELECIMENTO ..................................................................... 38
4.9 DOCUMENTOS E REGISTROS ........................................................................... 39
4.10 CONTROLE DE VETORES E PRAGAS URBANAS ........................................... 39
4.11 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................................. 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 43
ANEXOS ..................................................................................................................... 48
13
1 INTRODUÇÃO
O Brasil registrou o segundo maior faturamento do mercado de animais domés-
ticos e serviços no ano de 2014, obtiveram um crescimento de 10%, a alimentação
animal movimentando cerca de 16,7 bilhões, estando atrás somente dos Estados
Unidos, o setor está expansão informa Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de
Produtos para animais de estimação). Possuindo três segmentos: o primeiro, as ra-
ções comerciais ou rações prontas, segundo a suplementação mineral para consumo
de bovinos e equinos, o terceiro é do chamado premix, conjunto de micronutrientes,
como vitaminas e minerais (ABINPET, 2014).
As indústrias produtoras de alimentos destinados à alimentação animal estão
buscando novas alternativas para se destacar no mercado e aumentar suas vendas,
pois os consumidores estão cada vez mais exigentes e buscando alimentos com qua-
lidade que atenda a necessidades de seus animais. A concorrência vem aumentando,
a implantação de um sistema de gestão e controle de qualidade como o (BPF) boas
práticas de fabricação, que são um conjunto de medidas de procedimentos higiênicos
sanitários e operacionais aplicado em todo fluxo de produção, devem ser adotas nas
indústrias sendo objetivo para obter um produto de qualidade, sendo está um diferen-
cial na área industrial.
Com a preocupação das condições higiênico-sanitárias nas indústrias, foram
criadas e aprovadas, as seguintes legislações baseadas em boas práticas de fabrica-
ção: Portaria nº. 326 de 30 de julho de 1997 – Ministério da Saúde; Instrução Norma-
tiva nº 368 de 04 de setembro de 1997 – Ministério da Agricultura Pecuária e Abaste-
cimento, (MAPA); Instrução Normativa n°1 de fevereiro de 2003, posteriormente revo-
gada pela Instrução Normativa N°4, 23 de fevereiro de 2007 – Ministério da Agricultu-
ra Pecuária e Abastecimento (MAPA), entre outras.
14
2 DADOS DO ESTÁGIO
As atividades de estágio curricular foram realizadas na Sheep indústria de pro-
dutos agropecuários– Grupo Organnact.
2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO
A orientação acadêmica foi realizada pelo Professor Doutor Celso Grigoletti
responsável pelas disciplinas de Produção e Doenças de Aves e Suínos, no curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL
O estágio profissional foi orientado pela Farmacêutica Danielle Pereira, especi-
alista em Gestão da Qualidade.
2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO
A duração do estágio foi de 418 horas no período de 03/08/2015 a 30/10/2015.
2.4 LOCAL DE ESTÁGIO
A Organnact Saúde Animal inscrita sob CNPJ n°: 82.676.420/0001-57, possui
sede localizada na Rua General Walter da Costa Reis, 165, CIC, Curitiba, PR. CEP:
81290-260.
A indústria de suplementos veterinários foi fundada em 1991 pelo atual diretor
presidente Dr. Bacila, que idealizou a construção de uma indústria. A idéia surgiu ob-
servando que suas ovelhas perdiam muitos resíduos da alimentação nas fezes, por-
tanto, algo deveria ser feito para que tais perdas não se prolongassem. Preocupado
com o problema, conversou com o seu tio bioquímico, Metry Bacila, o qual lhe acon-
selhou a usar leveduras. A partir deste momento, nascia o primeiro produto.
15
Em 1993, passou a fornecer para suas ovelhas as leveduras e o Dr. Bacila per-
cebeu que após o uso, houve uma considerável redução dos resíduos nas fezes e
assim, decidiu montar um laboratório para fabricar produtos com leveduras.
Posteriormente, passou a desenvolver novos produtos e a indústria expandiu,
desta forma, houve a necessidade de ampliar a estrutura física, inclusive com a cons-
trução de uma nova unidade.
Em 2006, a Organnact comprou uma nova empresa, a Fitovet, especializada
na produção de medicamentos fitoterápicos; este laboratório é o primeiro do Brasil a
ser devidamente registrado e autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – MAPA, a produzir medicamentos veterinários fitoterápicos dentro
das exigências.
A Organnact (Figura 1 e 2) atualmente conta com um quadro de 150 funcioná-
rios, marcando presença em mais de 20.000 pontos de venda espalhados pelo Brasil.
Possuindo mais de 100 produtos distribuídos em três divisões (Pet, Equi e Ru-
minantes), para diferentes funcionalidades como Nutricuper Dog indicado para ani-
mais convalescentes, Eritrós Dog estimulante da hematopoiese indicado para cães
com anemia, Lactobac Cat contém pré e probiótico indicado para gatos com distúrbios
digestivos, da linha fitoterápica Fitofix Gel indicado nas cicatrizações de ferimentos
para todas as espécies, Compplet Max exclusivo para equinos melhora o desempe-
nho geral, entre outros.
Figura 1 - Fachada Organnact, Curitiba-PR
Fonte: Site Organnact, 2015
16
Figura 2 - Vista Aérea da Organnact- Curitiba – PR
Fonte: Google Maps, 2015
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
O estágio curricular supervisionado teve início em 03 de agosto de 2015 e tér-
mino em 30 de outubro de 2015, com a carga horária diária entre 6 a 8 horas, totali-
zando 418 horas.
As atividades desenvolvidas durante o período de estágio estiveram relaciona-
das à rotina industrial de uma fábrica de suplementos veterinários, com ênfase na
área da garantia da qualidade e controle da qualidade. Neste período a empresa dis-
pôs de treinamentos e palestras, contemplando os seguintes assuntos: utilização da
balança de infravermelho- medição de umidade, granulometria, utilização do friabilô-
metro, rotinas do CEP, controle integrado de pragas, ministrado pelo Responsável
Técnico, Sérgio Araújo, da empresa Bio praticci Boas Práticas de Fabricação em es-
tabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, ministrada
pela Gerente da Qualidade, Danielle Pereira, da Organnact.
Apresentado na tabela 1 foi acompanhado as seguintes áreas:
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Tabela 1 - Atividades Acompanhadas Durante o Estágio Curricular:
Controle da Qualidade Garantia da Qualidade
Analises e Controle de Insumos Teoria e Rotinas do Controle Estatístico do
Processo
Conferência do Fracionamento Auditorias Internas – Requisitos das BPF
da IN 4
Análise e Controle de granéis e pro-duto acabado Auditoria em Processo
3.1 RELATÓRIO DAS ATIVIDADES
3.2 ANÁLISE E COLETA DE MATÉRIA – PRIMA
O colaborador do setor do recebimento analisava as condições do caminhão de
transporte e a cada recebimento analisava através de um check list, conferia se o
produto era o mesmo solicitado no pedido em sistema operacional e se os dados da
nota fiscal conferiam com a mercadoria e com o pedido. Se tudo estivesse em con-
formidade o produto era recebido em paletes, colavam-se etiquetas de quarentena e
preenchiam um relatório de recebimento. O departamento administrativo dava entrada
no sistema e encaminha o relatório ao setor de controle da qualidade. O responsável
pela análise já paramentada e com os EPIs necessários reunia todo o material neces-
sário para a coleta da matéria prima e em seguida se destinava para o local onde a
mesma está estocada (área de quarentena). Conferia se todos os dados da matéria
prima, tais como: lote, data de fabricação e validade, verificava se o laudo do fornece-
dor e o relatório de recebimento condiziam com o produto e realizava a coleta. De-
pois que a coleta era feita, o saco era fechado e identificado como os seguintes dize-
res “aberto pelo CQ – data”, e a amostra era encaminhada ao laboratório para análise
conforme laudo do fornecedor e especificação interna (Figura 3). Emitiam-se um lau-
do de análise interna, (se aprovado era colado uma etiqueta verde de aprovado na
embalagem primária do produto, se reprovado era colado uma etiqueta vermelha de
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reprovado na embalagem primária do produto e avisavam-se o supervisor do setor da
matéria-prima e o setor de compras para prosseguir com devolução do insumo).
Figura 3 - Coleta e Análise de Matéria-prima: (a) coleta MP (b) analise MP no labo-ratório
(a) (b)
3.3 SETOR FRACIONAMENTO
O Setor de fracionamento é o local responsável pela pesagem das matérias-
prima que compõe um produto e este fracionamento era baseado em uma ordem de
produção (Figura 4). Há colaboradores responsáveis pelas pesagens dos insumos e
havia um colaborador fixo do setor de controle da qualidade que se responsabilizava
pela conferência do fracionamento dos insumos da fórmula, isto envolvia a análise de
lote, validade, peso, fabricação, liberação de área, etc.
Os insumos eram acondicionados em baldes revestidos por sacos plásticos
devidamente lacrados e identificados, após a conferência do controle da qualidade, o
material era destinado ao setor denominado supermercado de ordens, aguardando
processamento.
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Figura 4 - Setor de Fracionamento
3.4 ANÁLISE DO PRODUTO ACABADO
Depois do processamento dos ingredientes encaminhavam uma amostra de
cada lote do produto para o setor do controle da qualidade, para análise e para garan-
tir que o mesmo esteja conforme padrão estabelecido (Figura 5).
Na verificação confrontavam dados do produto, com os parâmetros físicos
químicos, de acordo com a especificação de cada um.
Preenchiam um laudo analítico (Figura 6), se aprovavam, anexavam-se o lau-
do à ordem de produção, se reprovavam era avisado imediatamente o supervisor de
produção, recolhiam a ordem de produção e anexavam o laudo com o resultado.
Figura 5 - Análise do Produto Acabado
20
Figura 6 - Laudo Analítico do Produto Acabado
São realizadas também análises de palitos que são snacks para cães, são pro-
bióticos, pois auxiliam na funcionalidade intestinal do animal. Estes palitos são fabri-
cados em terceiros e apenas envasado na Organnact. O setor de controle da quali-
dade recebia o relatório de recebimento, conferiam os dados, a embalagem e caso
não houvesse identificação nas embalagens era feita a reprovação imediata. As análi-
ses dos palitos realizavam por amostragem, seguiam-se um check list de análise, com
parâmetros físicos químicos e organolépticos a serem analisados, em seguida os
mesmos eram encaminhados para análise em laboratório (Figura 7). Se aprovado
colavam-se etiquetas de aprovado e destinavam o material ao envase.
Se for reprovado colavam etiquetas de reprovado e devolvia o produto ao fa-
bricante.
Figura 7 - Analise Palitos: Laboratório de análise físico-químico
21
3.5 INSPEÇÃO DO PRODUTO ACABADO
A inspeção do produto acabado era realizada pelo setor do CEP (Controle Es-
tatístico do Processo) que é uma ferramenta da garantia da qualidade que possibilita-
va padronizar o processo produtivo para que não ocorressem desperdícios, este setor
controlava e evitava que os produtos se tornassem sucatas, evitando retrabalhos.
Eram coletadas amostras em cada lote de acordo com procedimentos pré-
estabelecidos (plano de amostragem simples – ABNT 5426) que eram coletadas du-
rante o processo ou ao termino da produção, as amostras eram avaliadas de acordo
com parâmetros definidos, por atributos (visual) e variáveis (peso e volume) (Figura
8a, 8b). Avaliavam-se e classificavam-se os defeitos em: defeitos críticos, aquele que
inviabiliza o produto; defeito maior, aquele que reduz a eficiência do produto e defei-
tos menores os que não afetam a eficiência do produto e os sem defeitos. As amos-
tras eram coletas a cada 30 minutos e se aplicavam a todos os produtos, exceto os
tabletes que eram analisados a cada 15 minutos. Na avaliação dos produtos era pre-
enchida uma carta controle conforme (Figura 8 c), e ao termino produção era anexada
à ordem de produção.
A cada lote retiravam-se uma amostra de retenção, esta amostra tinha que es-
tar em perfeitas condições, representando o produto que chega ao consumidor. O
CEP verificava a amostra, avaliava a ordem de produção com as informações da do-
sagem do produto, lançava em uma planilha de controle de produto acabado e enca-
minhava amostra para sala de retenção, que lá ficará por 5 anos.
Figura 8 - Inspeção Produto Acabado: (a) Análise Visual, (b) Análise por testes, (c) Planilha do CEP
(a) (b) (c)
22
3.6 ANÁLISE DE EMBALAGEM
O Controle da qualidade tinha como objetivo garantir que as embalagens esti-
vessem conforme as especificações e padrões estabelecidos. Utilizavam-se a meto-
dologia da ABNT 5426, para as análises e os parâmetros variavam-se de acordo com
cada embalagem (o responsável pela análise tinha que consultar a especificação in-
terna (Figura 9) e o laudo do fabricante. Preenchiam um laudo de análise com o vere-
dito, (Figura10), colavam uma etiqueta verde de aprovado ou vermelha de reprovado
e encaminhavam o material ao setor.
Figura 9 - Especificação de Embalagem-Exemplo
Fonte: Organnact, 2015
23
Figura 10 - Laudo de Analise de Material de Embalagem: Tampa
3.7 AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna era um procedimento de aferição de controles internos, ana-
lisava a empresa como um todo, quanto à limpeza, organização e desperdícios e às
normas da qualidade e boas práticas de fabricação conforme a Instrução Normativa
4(MAPA). Tratava-se de um controle, cuja função era avaliar a eficiência e eficácia
dos processos em todas as áreas.
Diariamente eram realizadas as auditorias em horários alternados, com os re-
sultados da avaliação preenchiam uma tabela de cores dos setores (Figura11), a ava-
liação era realizada através de parâmetros estabelecidos (Figura 12), as cores eram o
que determinavam o resultado da avaliação da auditoria diária. Esta tabela ficava dis-
ponível no servidor da empresa para que todos conseguissem acompanhar e consul-
tar o desempenho dos seus setores.
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Figura 11 - Auditória diária: Tabela de cores/setores
Figura 12 - Parâmetros avaliação auditória diária
VERDE AMARELO VERMELHO
Setor organizado, limpo e em perfei-
to estado
Setor desorganizado e com falta de Limpeza Desorganização falta
limpeza, poluição visual + 1 não cumprimento de
BPF
Setor desorganização + 1 não cumprimento de
BPFque dependa de obras
Setor organizado, limpo e em perfei-to estado + 1 não cumprimento de
BPF que dependa de Obras
2 não cumprimento BPF e organização OK 2 não cumprimento de
BPF + 1 não cumpri-mento de BPF que de-penda de obras + de-
sorganização + falta de limpeza+ poluição visual
Organização e limpeza in-termediaria + 1 não cumpri-mento de BPF + 1 não cum-
primento de BPF que de-penda de obras
25
Semanalmente era enviada aos gerentes e diretores, a planilha cores, e a tabe-
la layout (Figura 13) por e-mail. Mensalmente com bases nos resultados realizavam
um cálculo das pontuações de cada setor tendo como base: nº verdes multiplicados
por 10, nº amarelo multiplicado por 5, nº vermelho multiplicado por 1; com base nes-
tes dados elaboravam um termômetro mostrando qual seria o melhor setor e o pior,
tendo como média 70.
Estes dados apresentavam em uma reunião mensal com todos os gerentes.
Uma vez por mês, geralmente no último dia do mês, realizavam uma auditoria
completa, contemplando todos os requisitos de boas práticas de fabricação (Figura
14). Todos os setores fabris eram auditados e as não conformidades registradas por
fotos em uma planilha no excel, estes dados eram arquivados no servidor da empresa
e elaboravam uma apresentação power-point, que apresentavam na mesma reunião
mensal.
Figura 13 - Layout da Fábrica / Classificação dos setores auditados
26
Figura 14 - Relatório de Inspeção da fabrica mensal – IN° 4/2007
Fonte: Organnact, 2015
27
Segundo os autores Bueno e Solonca (2007), o responsável pela auditoria ava-
lia e verifica sistemas e procedimentos, um de seus objetivos é reduzir a probabilida-
de de fraudes, erros na indústria, praticas ineficientes ou ineficazes. É de extrema
importância, pois faz parte do controle da empresa.
3.8 AUDITORIA DE PROCESSO
A auditoria de processo era uma ferramenta baseado em confronto de POPs
(Procedimento Operacional Padrão) que são descrições detalhadas de todas as eta-
pas de operações de como realizar uma atividade com a realidade.
Era um procedimento elaborado pelo departamento da garantia da qualidade
no qual, verificavam-se os envolvidos se estão cumprindo o que foi estabelecido. Es-
se processo era longo, pois se acompanhavam todas as áreas envolvidas naquele
procedimento, para que se conseguissem propor melhorias.
28
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
4.1.1 Conceito de Qualidade e Controle da Qualidade
Qualidade é um adjetivo que é atribuído por um qualificador, de acordo com
seus critérios, conhecimentos e princípios, que determina se os produtos ou serviços
possuem esse diferencial e correspondem as expectativas do cliente (FEIGENBAUM,
1994).
De acordo com Deming (1990), um produto de qualidade é aquele que atende
de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às necessidades do cliente.
A garantia da qualidade está associada na prevenção de problemas ou defei-
tos, atuando sob todo processo da cadeia de produção em uma indústria, atuando
desde a mátria prima até uso produto pelo consumidor final (ARRUDA, 2002).
Já o controle de qualidade na indústria “é um processo de delegação de res-
ponsabilidade e autoridade a atividade gerencial porem mantendo meios para garantir
resultados satisfatórios” (FEIGENBAUM, 1994).
Segundo Arruda (2002), o controle da qualidade são atividades que estão rela-
cionadas para verificar requisitos que foram estabelecidos, se todo o processo está
sob controle nas etapas de produção, age como uma ação corretiva por isso está as-
sociada à garantia de qualidade que é uma ação preventiva.
Chaves, (1998, apud Corrêa, 2008), descreve que “o objetivo do controle de
qualidade é alcançar no produto um padrão de qualidade seja a curto ou em longo
prazo sem perder sua essência original. Acompanhando e realizando medidas ou
ações durante a produção, processamento, armazenamento e comercialização do
produto”.
29
4.1.2 Origem BPF
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) estão relacionadas, à sigla GMP, (Good
Manufacturing Practice), da FDA – (Food and Drug Administration) e do CFR – (Code
of Federal Regulation), dos Estados Unidos. Sua origem é de 1964, quando o governo
americano, se deparou com problemas dos produtos de higiene pessoal, e solicitou
ao seu departamento de saúde, educação e do bem-estar, que abriga o FDA, há que
realizasse analises destes produtos no mercado. Nesse estudo envolveu 127 fabri-
cantes, totalizando 1960 amostras, 19,5% das amostras analisadas apresentaram
contaminação microbiológica em contagem elevada. Diante dos resultados, o governo
americano determinou ao FDA que adotasse rápidas ações e corrigisse aquela situa-
ção crítica de saúde pública. O FDA colocou em prática e o primeiro documento nor-
mativo foi publicado, Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969- Ministério da Saú-
de (CANTO, 1998).
Ainda nos anos 60, a segurança e a qualidade do alimento eram analisadas pe-
lo controle de qualidade tradicional, feito através de amostragens e análises, basea-
dos em parâmetros definidos para o produto final. A partir da década de 80 e 90 cres-
ceu no meio empresarial a consciência de que produzir com qualidade é oferecer ao
cliente o que ele deseja sendo essencial atender às suas necessidades (DUREK,
2005).
No Brasil, as boas práticas de fabricação estão publicadas nas Portarias nº 326
de 30 de julho de 1997 – Ministério da Saúde; Instrução Normativa nº 368 de 04 de
setembro de 1997 – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, (MAPA); Ins-
trução Normativa n°1 de fevereiro de 2003, posteriormente revogada pela Instrução
Normativa N°4, 23 de fevereiro de 2007 – Ministério da Agricultura Pecuária e Abas-
tecimento (MAPA), entre outras.
As empresas estão buscando a implementação das boas práticas de fabrica-
ção (BPF), devido à competitividade, melhoria contínua, exigência do mercado con-
sumidor e, principalmente, à segurança alimentar dos seus produtos, por meio do de-
senvolvimento de sistemas de gestão e controle de qualidade e treinamentos dos co-
laboradores, criando, assim, um diferencial na área industrial (SILVA; CORREIA
2011).
30
4.1.3Conceito BPF
As boas práticas de fabricação (BPF) são processos e normas de procedimen-
tos a serem seguidos na preparação dos alimentos sejam eles humanos ou animais, a
fim de atingir um determinado padrão de identidade, qualidade e prevenir a contami-
nação biológica, química ou física do produto final. O Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento (MAPA), orienta, através de portarias específicas, as indústrias
produtoras de alimentos e serviços de alimentação a adoção das boas práticas de
fabricação de alimentos.
MAPA (2007), define o manual de boas práticas de fabricação como procedi-
mentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em todo o fluxo de produção,
desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto
final, com o objetivo de garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos
destinados à alimentação animal.
Macedo (2008) acredita que a aplicação de BPF na indústria de alimentos cor-
responde a uma garantia na obtenção de produtos saudáveis e economicamente viá-
veis, sendo a primeira ferramenta de gestão da qualidade de processos e procedi-
mentos a ser aplicada na industrialização de produtos alimentícios.
O Manual de BPF descreve a situação real dos procedimentos e operações re-
alizados pelo estabelecimento, incluindo os requisitos sanitários dos edifícios, a ma-
nutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e utensílios, o controle da
água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, o controle
da higiene e saúde dos manipuladores, com o propósito de estabelecer uma sistemá-
tica para garantir a segurança do produto final, visando principalmente assegurar a
saúde de quem utilizar o produto e a conformidade com a legislação sanitária (BRA-
SIL, 2004).
Como parte do programa do (BPF) são exigidos os Procedimentos e Padrões
de Higiene Operacional (PPHO). Os PPHO são alguns itens das BPF os quais, por
sua importância no controle de perigos, devem ter detalhamentos de procedimentos
de monitoramento, ação corretiva, registros e verificação, para que realmente possibi-
lite um controle efetivo. Os PPHO são: potabilidade da água; higiene das superfícies
de contato com o produto; prevenção da contaminação e da adulteração do produto;
higiene pessoal; identificação e estocagem adequada dos produtos tóxicos; saúde
dos operadores; e controle integrado de pragas (ROBBS; CAMPELLO, 2000).
31
Canto 1998 aborda a importância de uma indústria possuir o BPF como uma
ferramenta de trabalho fundamental para combater ou minimizar contaminações sen-
do ela física, biologia, ou química no processo de fabricação, as empresas que utili-
zam essas ferramentas são colocas em um estagio superior no requisito qualidade o
que é importante no mercado competitivo em que vivemos hoje.
4.2 PLANEJAMENTO
4.2.1 Projeto e Instalações
A localização do estabelecimento deve estar situada, preferivelmente, em zo-
nas isenta de odores indesejáveis, fumaça, poeira e outros contaminantes, e que não
estejam expostas a inundações (BRASIL, 2007).
Segundo Sindirações (2008), a infraestrutura do ambiente deve atender as
condições higiênico-sanitárias desejáveis, é preciso que sua construção facilite a higi-
enização e os materiais usados não deverão transmitam nenhuma substância indese-
jável ao produto. A construção deve impedir a entrada ou abrigo de insetos, roedores
e/ou pragas e de contaminantes ambientais, tais como fumaça, poeira, vapor e outros.
Os prédios e instalações deverão ser de tal maneira que permitam separar, por de-
pendência, divisória e outros meios eficazes, as operações susceptíveis de causar
contaminação cruzada.
Conforme a IN 4 (2007), as instalações devem apresentar as seguintes carac-
terísticas, tais como: ser construído em material impermeável na parte interna; pisos
laváveis, antiderrapantes e com pequena inclinação de 1% facilitando o escoamento
de águas residuais e facilitando a limpeza; ambiente interno de trabalho deve ser fe-
chado com vedação contra insetos, roedores e outros animais, apresentando boa
ventilação e claridade; área limpa (estocagem) da agroindústria deve ser separada da
área suja (produção) e do banheiro; os cantos entre pisos e paredes devem ser arre-
dondados, evitando assim o acúmulo de sujeiras e facilitando a limpeza; o sistema de
escoamento de esgotos, de águas e de resíduos em geral, interligado a um adequado
sistema de tratamento ou reaproveitamento, de acordo com as normas ambientais.
32
O estabelecimento deve dispor de uma ventilação de tal forma que evite ex-
cesso de calor, acumulo de poeira com a finalidade de eliminar o ar contaminado
(SINDIRAÇÕES, 2008).
Para Manzalli (2006), a ventilação deve proporcionar renovação de ar, garan-
tindo conforto térmico evitando fungos, gases, fumaças através de exaustores. As
portas e janelas de preferência ser de fechamento automático com mola ou sistema
eletrônico, com abertura máxima de 1 cm do piso e proteção inferior contra insetos e
roedores. As janelas devem possuir um bom estado de conservação com utilização
de telas com fácil remoção para limpeza e possuírem abertura menor ou igual 2
mm.O teto deve ser isento de goteiras, o acabamento deve ser liso, impermeável e
lavável. O forro deve ser livre de trincas, mofo, bolores e descascamento.
A iluminação e instalação elétrica deve ser natural ou artificial, a iluminação
não deve alterar de cores. A instalação deve ser embutida, não é permitida fiação elé-
trica solta sobre zona de processamento (BRASIL, 2007).
Ribeiro (2009) relata que o refeitório, os banheiros e vestiários não podem ter
comunicação direta com o local onde são processados os produtos destinados à ali-
mentação animal, devem ser mantidos sempre limpos. Todos os lavabos devem ser
providos de sabão líquido e desinfetante para lavagem e desinfecção das mãos e
possuir avisos e recomendações sobre os procedimentos para a correta higienização.
Quanto a instalações do lavado na área fabril deverão ser localizadas em local
estratégico, para que sempre que necessite seja utilizado. Deverá dispor de água fria,
ou fria e quente um sistema para secagem das mãos, pois não é permitido o uso de
toalhas de pano. No caso do uso de toalhas de papel, deverá haver, em número sufi-
ciente, porta-toalhas e recipientes coletores (SINDIRAÇÕES, 2008).
4.3 EQUIPAMENTOS E UTENSILIOS
Os equipamentos e utensílios devem ser de material que não transmitem subs-
tâncias tóxicas, sem odor ou sabor e que sejam resistentes nas repetidas operações
de limpezas e desinfecção. As superfícies devem ser lisas e isentas de imperfeições
como fendas ou amassaduras que possa vir ser uma fonte de proliferação bacteriana.
Todos os equipamentos e utensílios devem estar de tal modo que permita uma fácil e
33
completa limpeza e desinfecção e, quando possível, deverão ser visíveis, para facilitar
a inspeção (BRASIL 2007).
Os equipamentos não devem possuir parafusos, rebites, soltos, algo que possa
cair no produto. Deve estar em bom estado de conservação e funcionamento (AMA-
RAL 2010, apud CHAVES, 2014).
Conforme relata Ribeiro (2009), os equipamentos e utensílios devem ser inspe-
cionados na freqüência necessária e desinfetados sempre que as circunstâncias as-
sim o exigirem. As atividades de limpeza e desinfecção são realizadas por funcioná-
rios capacitados e conscientes dos perigos e riscos da contaminação, e seguem pro-
gramas descritos em manuais específicos.
Os detergentes e desinfetantes utilizados devem ser registrados no Ministério
da Saúde, e seu armazenamento deve ser em um local especifico e identificados
(MANZALLI, 2006).
4.4PROCESSOS PRODUTIVOS
4.4.1 Produção
Conforme IN 4 (2007), a produção deve ser realizada por colaboradores capa-
citados, treinados e supervisionados em todas as etapas de produção não pode ser
demorado afim evitar contaminação e deterioração do produto.
Segundo Manzalli (2006), na área de produção deve possuir procedimentos de-
finidos e descritos no manual de boas praticas e controle de processos.
Neste local o produto deve ser protegido de contaminações químicas, físicas e
microbiológicas. Os produtos retirados do mercado por vencimento da vida útil não
devem ser reprocessados para fins alimentícios. (SILVA; CORREIA, 2011).
4.4.2 Matéria- Prima
De acordo com Delazari (1995), as matérias-primas usadas devem ser adquiri-
das de fornecedores previamente credenciados e de produtos devem possuir capaci-
dade técnica e higiênico-sanitária.
34
No momento da recepção, as matérias-primas somente serão aceitas se esti-
verem acondicionadas na embalagem original devidamente rotulada e sem avarias.
Não será aceita caso contenha contaminação física, química ou microbiológica. Só
serão aceitas as que estiverem devidamente registrados no órgão competente do Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), salvo aqueles dispensados
de registro em legislação específica (RIBEIRO 2009).
No setor de recebimento de matéria- prima é a primeira etapa de controle higi-
ênico-sanitário no estabelecimento, onde são avaliados: data de validade e fabrica-
ção; numero de lote; nome e composição do produto; inscrição no órgão oficial; ende-
reço do fabricante e distribuidor; condição de armazenamento e peso; condição das
embalagens; certificado de vistoria e condição do veiculo de entrega; adequação e
higiene dos recipientes (DELAZARI, 1995).
As matérias-primas não devem apresentar sujidades ou resíduos que possa
representem risco para a segurança do alimento (SINDIRAÇÕES, 2008).
As matérias-primas devem ser armazenadas e transportadas devidamente ro-
tuladas com todas as informações obrigatórias e em condições que garantam a inte-
gridade das embalagens. Devem ser conservadas de forma a garantir a sua inocuida-
de e integridade, sempre respeitando a temperatura e umidade adequadas para con-
servação e a data de validade (BRASIL, 2007).
As matérias primas, ingredientes, embalagens devem ser armazenadas sobre
paletes, estrados, respeitando o espaçamento mínimo necessário para garantir ade-
quada ventilação e deve ser de material resistente (MANZALLI, 2006).
35
4.4.3 Controle de Qualidade do Produto Final
Deve ser realizado analises laboratoriais do produto acabado e de todos os lo-
tes produzidos no estabelecimento com certa freqüência (MANZALLI, 2006).
Para Germano (2001), ao realizar a inspeção do produto acabado é necessári-
ose atentar a algumas informações como: se a qualidade sensorial é similar aquela
prevista pelo teste de controle de matéria-prima, se o produto é saudável do ponto
vista bacteriológico, se amostra apresenta falhas como corpo estranho, ferrugem, de-
feito rótulos, se o produto é atrativo ao consumidor.
4.5MANIPULADORES
Os colaboradores, nas áreas de produção devem estar uniformizados, de uso
exclusivo para local. Deve usar cabelos presos e protegidos por touca apropriada, não
é permitido o uso de barba. As unhas devem ser mantidas curtas, limpas, sem esmal-
te ou base (BRASIL, 2007).
Antes de tossir ou espirrar, o colaborador deve afastar-se do produto que este-
ja manipulando, cobrir a boca e o nariz e, em seguida, lavar imediatamente as mãos,
para prevenir a contaminação. Durante a manipulação do produto, é proibido o uso de
adornos (anéis, alianças, colares, pulseiras, brincos) e objetos de uso pessoal. Além
disso, são proibidas as seguintes práticas: comer dentro da área de processamento,
mascar chicletes, fumar, tossir, carregar dinheiro, celulares e canetas no uniforme
(BRASIL, 2006).
A manipulação é uma grande forma de contaminação ou de transferência de
microorganismos de um alimento/ produto para outro. O manipulador com sinais de
diarréia, febre icterícia, faringite, resfriado ou sinusite deve ser afastado do ambiente
de trabalho até sua recuperação. Lesões cutâneas, principalmente nas mãos, devem
também determinar o afastamento do funcionário (GERMANO 2001).
O Manipulador ao ser contrato deve submeter-se a exames (BRASIL, 1997).
Correia (2008) relata existência da norma regulamentadora - NR-7 que deter-
mina a realização do PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
define a obrigatoriedade da implementação deste programa pelos empregadores e
36
instituições que admitam os empregados, através de um médico responsável. O Pro-
grama deve incluir obrigatoriamente os seguintes exames médicos:
Admissional – Antes de iniciar as atividades
Periódico – De acordo com a Legislação
De retorno ao trabalho – Após 30 dias
Mudança de função – Antes da data
Demissional – Nos 15 dias antecedentes.
4.5.1Treinamentos
Conforme Ribeiro (2009) o colaborador na sua admissão deverá receber trei-
namento higiene pessoal e aspectos higiênico-sanitários para processamento dos
produtos. Esses treinamentos devem ser revisados, reforçados e atualizados, sempre
que for necessário.
O treinamento dos colaboradores deve ser feito de duas formas: expositiva e
prática, aumentando a motivação e a capacidade de resolução e prevenção dos pro-
blemas diários da empresa por meio de reflexões sobre situações já vivenciadas.
(SILVA; CORREIA, 2011).
4.5.2 Higiene Pessoal
Todos os colaboradores devem tomar banho todos os dias, usar uniforme ade-
quado e trocá-los diariamente, usar sapatos fechados em bom estado de conservação
e limpeza, meias e touca protetora. Esses elementos devem ser descartáveis ou lavá-
veis (BRASIL, 2007).
Conforme relata Manzalli (2006), todas as pessoas envolvidas na manipulação
do produto deve ser conscientizada das praticas de hábitos de higiene a fim de prote-
ger o produto de contaminações químicas, físicas e biológicas. Devem ser orientados
há não utilizar perfumes, escovar os dentes após as refeições, usar desodorante ino-
doro ou bem suave, a não utilização de adornos.
37
4.5.3 Higiene das Mãos
Diariamente, antes de entrar fábrica, todos os funcionários que participam do
processo de produção de produtos destinados à alimentação animal devem tomar
banho, colocar o uniforme limpo e realizar a lavar as mãos em água corrente e com
agente de limpeza/desinfecção apropriado ao entrar na fabrica ou sempre que neces-
sário. A lavagem das mãos no período de trabalho deve respeitar no mínimo os se-
guintes critérios: antes do início das atividades, após o uso do banheiro, após manipu-
lação de produtos contaminados, resíduos e lixo. Ou seja, após a execução de qual-
quer atividade que possa ter sujado ou contaminado as mãos. (RIBEIRO, 2009)
Em todos os lavabos devem possuir cartazes que demonstrem todos os passos
para uma higienização das mãos, as mãos são as principais vias de transmissão de
microorganismos ao produto, sendo fundamental a lavagem para remoção de sujida-
des, suor, oleosidade, células descamativas e da microbiota da pele (ALMEIDA; KU-
AYE, et al,1994).
4.6VISITANTES
Para Manzalli (2006), são considerados visitantes supervisores, consultores,
auditores, todos aqueles interessados a conhecer o estabelecimento.
Os visitantes devem se ajustar aos requisitos de boas práticas de fabricação,
usando jaleco e toucas descartáveis nas áreas de produção e seguir as normas bási-
cas de higiene e comportamento (FERRERAS, 2004).
Não devem entrar na área de manipulação os visitantes que apresentarem gri-
pe, ferimentos, doenças transmissíveis ou qualquer outro quadro clinica que represen-
te risco contaminação. Caso os visitantes estiverem com mãos devidamente higieni-
zadas ou com luvas descartáveis podem tocar nos produtos, equipamentos, caso con-
trário não será permitido (BARANOVSKYJ, 2004).
38
4.7MANUTENÇÕES PREVENTIVAS E CALIBRAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E INS-
TRUMENTOS
Segundo Ribeiro (2009), os instrumentos de controle de processo tais como
medidores de peso e temperatura devem ser aferidos periodicamente para evitar des-
vios de padrões de operação. Quanto ao uso de lubrificantes, devem evitar excessos,
mesmo que este se enquadre em grau alimentício, de forma a prevenir que goteje ou
caia sobre os produtos.
4.8 HIGIENE DO ESTABELECIMENTO
A limpeza e a desinfecção do estabelecimento devem ser realizadas por cola-
boradores capacitados que conheçam os perigos e risco para o procedimento e por
um meio de programa específico (BRASIL, 2007).
O processo de higienização e limpeza deve ser registrado em documentos es-
pecíficos e ter sua eficácia inspecionada. Os agentes utilizados devem ser aplicados
de tal forma que não contamine a superfície do equipamento ou produto (SINDIRA-
ÇÕES, 2008).
Os produtos de limpeza e desinfecção têm que ser aprovado por órgãos com-
petentes e ser acondicionados em local especifico fora da área de manipulação do
produto. Para evitar a contaminação do produto os equipamentos e utensílios devem
ser limpos sempre após a jornada de trabalho ou quando for necessário (BRASIL,
2007).
A higienização deve ser realizada em duas etapas distintas: limpeza e sanitiza-
ção (ou santificação). A limpeza é a remoção dos resíduos orgânicos e minerais ade-
ridos às superfícies, constituídos principalmente por proteínas, gorduras e sais mine-
rais. (CORREA, 2008). Já a sanitização consiste em destruir a maior parte dos mi-
crorganismos das superfícies. A limpeza reduz a carga microbiana das superfícies,
mas não a índices satisfatórios. Por isso a sanitização é indispensável. (ALMEIDA;
REBELLO, 2014).
Após termino da jornada de trabalho ou quando necessário dever ser rigoro-
samente limpo o chão, as estruturas de apoio, e as paredes da área de manipulação
dos produtos (SINDIRAÇÕES, 2008).
39
O lixo deve ser retirado pelo menos uma vez ao dia e ao manipular deve se
cuidar para não ocorra a contaminação dos produtos e da água (BRASIL, 2007).
4.9 DOCUMENTOS E REGISTROS
Conforme Instrução Normativa n°4 (MAPA, 2007), as indústrias devem manter
na empresa todos os registros e controles realizados em todas as etapas do proces-
samento, desde a chegada da matéria-prima até a expedição do produto acabado.
Arquivando por um período não inferior do ao da validade do produto. Deve também
manter os registros das reclamações, sugestões e elogios dos funcionários e consu-
midores, arquivando em formulários próprios em ordem cronológica e disponíveis pa-
ra consulta.
4.10 CONTROLE DE VETORES E PRAGAS URBANAS
As pragas provocam danos desde os tempos remotos, através das doenças
transmitidas, pelos estragos que causam na estocagem dos alimentos, nas contami-
nações de embalagens e ambientes (BARANOVSKYJ, 2004).
Todo estabelecimento que comercializa alimentos deve possuir um conjunto de
ações preventivas e corretivas que impeçam a atração, o abrigo, o acesso e ou a pro-
liferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade higiênica sanitá-
ria do alimento (BRASIL, 2004).
Devem ser evitados fatores que propiciem a proliferação de pragas, tais como:
resíduos de alimentos, água parada, materiais amontoados em cantos e pisos, armá-
rios e equipamentos contra a parede, acumulo de pó, sujeira e buracos nos pisos, teto
e paredes, mato, grama não aparada, sucata amontoada, desordem de material fora
de usa, bueiros, ralos e acessos abertos (BARANOVSKYJ, 2004).
Segundo Delazari, (1995), algumas medidas são realizadas para controle das
pragas entre elas: fechamento das aberturas que dão acesso as áreas externas com
telas milimetradas; portas teladas dotadas de sistema de fechamento automático;
controle da abertura das portas, mantendo-as abertas por tempo mínimo necessário;
colocação de proteção de borracha os parte inferior das portas de forma a impedir a
40
entrada de insetos rastejadores; colocação de tela nas grades das caneletas de esco-
amento; colocação de tela nos ralos que não possuem sifão; controle e de resíduos
de alimentos e água estagnados nas áreas externas, em volta dos prédios; remoção
diária do lixo, e acondicionamento em sacos plásticos fechados; colocação de armadi-
lhas para roedores em locais estratégicos, devidamente mapeados e de conhecimen-
to do responsável da indústria; proteção para e evitar acesso de animais, principal-
mente domésticos, as dependências do estabelecimento.
Como descrito por Guimarães (2012), às indústrias devem possuir em suas
áreas externa da fabrica lâmpadas de sódio, estas lâmpadas evita a atração de inse-
tos no período noturno.
Caso a medida de controle não seja eficaz, a indústria deve contratar empresas
especializadas, a fim de utilizar produtos químicos para o controle das pragas, pois a
aplicação destes deve ser feita por profissionais da área, com produtos registrados no
Ministério da Saúde. É necessário que esses profissionais apresentem toda a do-
cumentação para registro dos procedimentos, além do certificado de garantia do ser-
viço prestado. (SILVA; CORREIA, 2011).
4.11 ABASTECIMENTODE ÁGUA
O estabelecimento deverá dispor de um abastecimento de água potável, com
pressão adequada e temperatura conveniente, um apropriado sistema de distribuição
e adequada proteção contra a contaminação (SINDIRAÇÕES, 2008).
Opas/Inpaaz (2001) diz que o uso da água é importante, é utilizado como coad-
juvante tecnológico, nos ingredientes na formulação de produtos, na limpeza e desin-
fecção das instalações, utensílios, recipientes e equipamentos, todos esses procedi-
mentos requerem água potável, que não contamine os alimentos.
A qualidade da água deve ser própria para consumo, limpa, transparente, livre
de microrganismos e não corrosiva (GONÇALVES, 2002).
Conforme Mierzwa; Hespanhol, (2005), os padrões de água para setor industri-
al produtores de alimentos dependem de como está água será utilizada, se ela tiver
contato com produto ou manipulador no processo de fabricação terá que ter elevado
grau pureza.
41
De acordo com Chaves (2014), mesmo que os resultados físico-químicos e mi-
crobiológicos estejam dentro padrão estabelecido pela legislação é preciso realizar o
tratamento para que não haja contaminação durante percurso escoamento e armaze-
nagem.
A água potável é definida como aquela que está isenta de microrganismos pa-
togênicos. A garantia da ausência de microrganismos patógenos é devida à presença
de cloro residual livre em concentrações que variam de 0,8 a 1,4 ppm, isto é, 0,8 a 1,4
mg de cloro por litro de água (NASCIMENTO, 2006).
A Potabilidade da água envolve o tratamento da água, assim como todas as
condições para manter sua qualidade: lavagem das caixas d’água; análises laborato-
riais (físico-química e microbiológica); bom estado da tubulação. A cada seis meses,
os colaboradores treinados devem realizar a lavagem da caixa d’água, a sanitização
e/ou terceirizar a contratação de serviço. (SILVEIRA; DUTRA, 2012).
42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização de estágio curricular é de extrema importância na formação de
novos profissionais, propiciando ao acadêmico a oportunidade de aplicar na prática o
que foi apresentado, debatido e estudado durante a graduação do curso de Medicina
Veterinária.
Durante o período de estágio foi possível verificar a importância da implemen-
tação das boas práticas de fabricação em uma indústria de suplementos veterinários
garantindo segurança e qualidade do produto final, sempre obedecendo às legisla-
ções vigentes, pois o que mais se busca são produtos de padrão de alta qualidade.
A qualidade é ponto fundamental para a permanência de empresas no merca-
do, pois o consumidor que está cada vez mais exigente.
Os treinamentos em Boas Práticas de Fabricação para os manipuladores de-
vem ser periódicos para instituir o hábito de higiene.
Em uma visão ampla da Organnact, a empresa cumpre os requisitos das Boas
Práticas de Fabricação estabelecidos pela legislação, há alguns itens que precisa ser
melhorado, mas já possui um plano de ação com prazos determinados.
43
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48
ANEXOS
DEFINIÇÕES
Boas Práticas de Fabricação - BPF: procedimentos higiênicos, sanitários e operaci-
onais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção das matérias primas
até a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir conformidade e a inocui-
dade dos produtos para o animal, o homem e o ambiente.
Contaminação: presença de substâncias ou agentes estranhos de origem física,
química ou biológica que sejam considerados nocivos para saúde dos animais.
Contaminação Física: são contaminantes de natureza física corpos estranhos que
podem ser incorporados ao alimento em qualquer fase de sua produção. Os mais co-
muns são: vidros, metais, madeiras, plásticos, pedras, pragas etc.
Contaminação Química: são contaminantes de natureza química qualquer produto
químico e seus resíduos não previstos na composição de um alimento e incorporados
equivocadamente em qualquer fase de sua produção. Os mais comuns são: produtos
de limpeza, pesticidas, metais pesados, aditivos, antibióticos etc.
Contaminação Biológica: são contaminantes de natureza biológica os microrganis-
mos encontrados em alimentos manipulados ou estocados de forma inadequada, es-
pecialmente os capazes de deteriorarem o alimento e/ou causarem patologias em
seus consumidores. Os mais comuns são: fungos, leveduras, vírus e bactérias.
Contaminação cruzada: contaminação de um produto destinado à alimentação ani-
mal com outro produto durante o processo de produção ou contaminação gerada pelo
contato indevido entre matérias-primas, insumo, superfície, ambiente, pessoas e/ou
produtos contaminados.
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Controle da qualidade: parte da Garantia da Qualidade focada em prover confian-
ça de que os requisitos da qualidade serão atendidos, é também conjunto de proce-
dimentos que envolvem programação, coordenação e execução com o objetivo de
verificar e assegurar a conformidade da matéria-prima, do rótulo e da embalagem, do
produto intermediário e do produto acabado com as especificações estabelecidas.
Desinfecção: é a redução, por meio de agentes químicos ou métodos físicos ade-
quados, do número de microrganismos no ambiente, instalações, maquinários e uten-
sílios a um nível que não origine contaminação do produto que será elaborado.
Higienização: limpeza e desinfecção.
Limpeza: remoção de qualquer tipo de resíduo indesejável.
Lote: produto obtido em um único ciclo de fabricação, sob as mesmas condições e
tendo como característica a homogeneidade.
Manipulação: são as operações que se efetuam sobre as matérias-primas até o pro-
duto acabado, em qualquer etapa do seu processamento, armazenamento e transpor-
te.
Matéria-prima: é toda substância que, tendo sido avaliada quanto às suas proprieda-
des, é utilizada na alimentação animal, observando-se a seguinte classificação:
De origem vegetal: grãos, farelos, óleos etc. 4.19) De origem animal: farinhas, óleos,
gorduras etc. De origem mineral: macro e microminerais
Embalagem: todos os recipientes e materiais utilizados para envolver, cobrir ou
acondicionar matérias-primas, insumos, produtos acabados etc. tais como: latas, gar-
rafas, caixas, sacos, papel de diversos tipos, películas, plásticos, telas e outros. Sen-
do o rótulo e as informações referentes ao produto e ao estabelecimento produtor par-
te integrante da embalagem.
Material de embalagem: qualquer material, inclusive rótulos, empregado no processo
de embalagem de determinado produto. Os materiais de embalagem podem ser pri-
mários ou secundários, de acordo com a existência ou não de contato direto com o
produto.
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Pragas: insetos e todos os animais, tais como roedores e pássaros, capazes de con-
taminar direta ou indiretamente os alimentos.
.
Produtos destinados à alimentação animal: substância ou mistura de substâncias,
elaborada, semi-elaborada ou bruta que se emprega na alimentação de animais.
Quarentena: retenção temporária de insumos, produtos semi-acabados, enquanto
aguardam decisão de liberação, rejeição ou reprocessamento.
Granel: produto recém-fabricado sem ter sido envasado em sua embalagem primá-
ria.
Data ou prazo de validade: data limite para a utilização de um produto com garantia
das especificações estabelecidas, com base em sua estabilidade.