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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ALESSANDRA PEREIRA PATRICIO OCEÂNICA SUL: REESTRUTURAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RH CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ALESSANDRA PEREIRA PATRICIO

OCEÂNICA SUL:

REESTRUTURAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RH

CURITIBA

2013

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ALESSANDRA PEREIRA PATRICIO

OCEÂNICA SUL:

REESTRUTURAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RH

Artigo apresentado á Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a Conclusão do MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Orientador: Prof. Msc. Ubiracir Mazanek de Almeida

CURITIBA

2013

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REESTRUTURAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RH

Alessandra Pereira Patricio*

RESUMO

O presente artigo foi realizado com o propósito de apresentar inicialmente os

aspectos conceituais da gestão de pessoas, para em seguida, diagnosticar

pesquisar, analisar e sugerir uma metodologia para reestruturação do

Departamento de RH da empresa Oceânica Sul.

Com isso, também foi possível analisar quais as medidas necessárias para o

desenvolvimento contínuo da motivação e das habilidades específicas da

equipe em estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Clima Organizacional, Desenvolvimento Pessoal,

Produtividade, Motivação Pessoal.

*Alessandra Pereira Patricio – Tecnóloga em Gestão de Recursos Humanos

formada pela OPET.

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1. INTRODUÇÃO

O mundo está em constante transformação e a relação dos colaboradores

com a empresa acompanha este cenário de mudanças. O mercado precisa de

líderes que realmente saibam administrar pessoas.

Isto significa que para melhorar seus resultados, uma empresa deve

primar por uma eficiente gestão de Recursos Humanos, focando na valorização

dos seus colaboradores. Atualmente, interagir nos objetivos da organização,

participar da tomada de decisões e principalmente sentir ser parte integrante da

empresa, gera uma maior satisfação para um colaborador, do que sua própria

remuneração e benefícios.

O resultado de uma empresa depende muito mais do desempenho das

pessoas do que da excelência de seus produtos e serviços ou até mesmo da

estrutura da organização.

Depende do comprometimento de todos os colaboradores que contribuem

para o desenvolvimento da organização. Para isso, é fundamental a existência

de pessoas que estejam envolvidas com o processo de gestão e que tenham

um pensamento voltado para o treinamento contínuo, de tal forma que possa

utilizar as suas habilidades e potencialidades de gestão como suporte técnico

para resolver problemas e desenvolver pessoas.

Para se adequar a nova realidade as organizações estão investindo cada

vez mais nos subsistemas de RH, dedicando-se na procura de estratégias para

diferenciar seus produtos e serviços de seus concorrentes e criando cada vez

mais vantagens competitivas.

No presente estudo foi analisado e constatado um alto índice absenteísmo

seguido de rotatividade (turnover) que teve como consequência um aumento

de custos para empresa, não somente financeiro mas também no fator tempo,

pois é necessário realizar novamente o Processo Seletivo, Treinamento e

Adaptação dos novos funcionários.

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De acordo com o autor Drucker, Peter Ferdinand - O gerente Eficaz:

“ O tempo é o elemento mais escasso: e, se não for controlado nada mais poderá sê-lo. A análise do próprio tempo, além disso, é o único caminho facilmente acessível e, contudo, sistemático, de analisar o próprio trabalho e de descobrir o que é realmente importante nele” .

Com um quadro de 60 funcionários a empresa Oceânica Sul chegou

apresentar 40 atestados durante o mês.

O objetivo deste artigo, que propõe a reestruturação do Departamento de

RH é buscar soluções e alternativas por meio de alguns subsistemas de

Recursos Humanos que possam contribuir para solucionar este problema,

dentre eles Treinamento e Desenvolvimento, Recrutamento e Seleção, Plano

de Cargos e Salários.

Procurar desenvolver o profissional não apenas em relação ao cargo que

ocupa atualmente, mas também em outros que ele possa vir a exercer.

2. CENÁRIO

A Oceânica Sul é uma empresa de transportes localizada no litoral Paranaense

– Rua Estoril, 924 , na cidade de Pontal do Paraná, PR, Brasil.

Atendimento: (41) 3458-2189 · Site oficial: http://www.oceanicasul.com.br/

Atualmente a empresa conta com um quadro de 60 funcionários. Executa

Transporte Interurbano e Interestadual, é também responsável em fazer a

integração entre Praia de Leste e Ilha do Mel; opera nos dois municípios, com

as linhas regulares interbairros. Atualmente com uma tarifa de R$ 2,40.

A empresa também é responsável pelo transporte escolar da região,

sendo 100% gratuito aos alunos da rede municipal e estadual de ensino.

A Oceânica está investindo no que há de melhor em termos de

transportes, por acreditar no crescimento do litoral paranaense, mas

principalmente, por entender que esta é uma forma de agradecer o carinho

com que a população de Pontal do Paraná e Matinhos acolhe a empresa e

seus colaboradores, disse Thell Adur, administrador da Oceânica Sul

Transportes Ltda.

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A empresa esta passando por problemas relacionados com seu quadro

de funcionários, principalmente pela falta de mão de obra qualificada

direcionada a atividade fim da empresa (motoristas), existe um índice de

absenteísmo muito alto seguido de expressiva rotatividade (turnover).

Qual o fator ou fatores que geram altos níveis de rotatividade dentro da

organização, e quais são os meios que o RH pode utilizar para tentar amenizar

essa situação. Como reter talentos e desenvolver o comprometimento do

profissional na empresa?

3. OBJETIVOS

a) Pesquisa de Clima para identificar a visão dos colaboradores;

b) Capacitar os colaboradores por meio de T&D;

c) Aprimorar as técnicas de Recrutamento e Seleção;

d) Implantar subsistemas de Cargos e Salários e Plano de Carreira.

4. GESTÃO DE PESSOAS

Quais podem ser as consequências econômicas, financeiras,

motivacionais e organizacionais quando os colaboradores mudam

frequentemente de emprego?

De acordo com a entrevista dada à revista Melhor Gestão de Pessoas,

Rita Truffi, gerente de RH da empresa Caterpillar declara:

“ A insatisfação salarial pode ser um fator desmotivador, na medida em que o funcionário sente que não está sendo reconhecido, todo o pacote de benefícios e remuneração precisa ser muito bem divulgado e baseado em critérios claros. A pessoa pode receber um salário alto, mas, se não acredita no líder nem está dentro dos valores da empresa, não há engajamento” .

A Revista Melhor – Gestão de Pessoas, publica que: “Alguns dos bons

resultados da empresa se devem a uma política interna de transparência na

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comunicação e uma preocupação constante de despertar o engajamento do

indivíduo alinhando seus valores aos valores da companhia”

Outro aspecto importante da Gestão de RH é o turnover ou rotatividade,

que refere-se à relação entre admissões e demissões ou à taxa de substituição

de colaboradores antigos por novos em uma organização. Normalmente é

expressa em termos percentuais. Pode ser também um indicador de saúde

organizacional.

O custo de rotatividade varia conforme o impacto da posição na estrutura

da empresa, os custos de demissão, reposição, dos exames para demissão e

admissão; tempo médio de reposição de vagas; treinamento; ambientação de

novos empregados; perda de produtividade; qualificação ou adaptação, entre

outras variáveis. Em um sentido mais amplo, a perda de pessoas significa

perda de conhecimento, de capital intelectual, de inteligência, de entendimento

e de domínio dos processos, perda de conexões com os clientes, de mercado e

de negócios.

Enfim, o custo que uma empresa possui para abrir um processo seletivo,

contratar o novo funcionário e treiná-lo é muito grande para que tudo termine

em demissão; seja ela uma iniciativa do colaborador ou da empresa.

Tecnicamente o turnover pode ser resultado de vários fatores, dentre eles:

a) Recrutamento e Seleção com problemas;

b) Baixo Comprometimento Organizacional;

c) Problemas com Clima Organizacional;

d) Suporte Organizacional com problemas;

e) Remuneração Inadequada;

f) Mercado de trabalho aquecido.

O tempo de experiência permitido por lei é de no máximo noventa dias

(Art. 445 da CLT, parágrafo único: o contrato de experiência não poderá

exceder a 90 dias). Neste período é muito comum que as empresas ofereçam

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salários reduzidos e excluam algum benefício do pacote de contratação. Essa

medida é usada para reduzir o custo do treinamento do novo contrato, mas,

além disso, funciona como um motivador para o novo ocupante do cargo, que

só será recompensado como os outros colaboradores, se demonstrar que tem

capacidade para ocupar a função.

Com relação à Oceânica Sul, mediante análise do ambiente

organizacional, concluí-se que existe nível de rotatividade elevado nos

departamentos da Instituição, sendo assim de suma importância identificar o

problema, e buscar a reestruturação organizacional com enfoque nos

subsistemas de Recursos Humanos, na contratação de colaboradores que

tenham o perfil da empresa, e também aplicar um Plano de Carreira para os

supervisores e as suas equipes.

5. DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

Estamos cada vez mais à procura de métodos e processos para tornar as

organizações mais competitivas e o fator humano vem sendo deixado de lado,

principalmente no que se refere ao Departamento de Recursos Humanos,

criado para o desenvolvimento profissional dentro da empresa, proporcionando

condições para que possa haver uma evolução igualitária de todos os

profissionais envolvidos.

Uma área multidisciplinar onde, sua aspiração maior é a de integrar

percepções, sonhos e desejos. Quando nos referimos a integrar, estamos

querendo esclarecer ao leigo que a área de Recursos Humanos não é apenas

uma área que recruta, contrata, treina, remunera e avalia pessoas; pois a

abrangência da sua atuação é bem maior.

Cabe a área de Recursos Humanos integrar os desejos e as crenças dos

executivos ou donos das empresas com os desejos e vontades dos

trabalhadores daquela empresa.

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A maioria das empresas de pequeno porte não possui um departamento

de recursos humanos estruturado, ou algum profissional específico para isso. A

importância do planejamento, controle e condução do processo de gestão de

pessoas é de extrema importância também em pequenas organizações, pois

elas também são compostas de pessoas, que têm necessidades, anseios e

expectativas de crescimento e desenvolvimento profissional.

Alguns empresários reduzem a gestão de pessoas no seu negócio apenas

à questões burocráticas de departamento pessoal tais como: recrutamento e

seleção, admissão, demissão e controle de benefícios e folha de pagamento.

Sabemos que fazer gestão de pessoas é muito mais do que isso, daí surge a

importância do desenvolvimento de subsistemas de RH. Ainda que sejam

implantados de maneira mais simples, eles se aplicam perfeitamente em

pequenas organizações.

Chiavenato (2003) conceitua que:

“ O setor de recursos humanos é uma área interdisciplinar que tem a capacidade de envolver inúmeros conceitos oriundos de várias áreas, por tratar diretamente com o ser humano, ou seja, indivíduos com personalidades diferentes, o que requer de qualquer especialista na área de recursos humanos uma experiência e um bom volume de conhecimento em diferentes áreas.”

A implantação de um departamento de recursos humanos pode trazer

mudanças significativas para melhorar a gestão, transformar o clima e a cultura

organizacional. Gestão de pessoas vai muito além de admissão e demissão,

envolve criatividade, preocupação e inovação, pois somente assim será

possível manter os talentos que proporcionam o sucesso das empresas.

Silva (2002), por sua vez, afirma que:

“ O principal interesse gerencial é motivar os funcionários a alcançar os objetivos organizacionais de um modo eficiente e eficaz.”

Dentro dessa linha de pensamento, vemos que o papel do gerente de

recursos humanos é fundamental, pois para atingir a efetividade é necessário

entender e superar limites junto com sua equipe, além de definir objetivos e

metas claros e concisos e ainda fazendo com que os colaboradores tenham

motivação para atingi-los.

Visa a capacitar executivos na sua performance, excelência pessoal e nos

negócios. Assiste o executivo na identificação de metas, valores, missão e

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propósito da empresa no mercado. Também trabalha a clareza da sua missão

pessoal e empresarial, objetivando o equilíbrio dos propósitos da empresa, de

suas necessidades humanas e dos diferentes papéis vividos na empresa, na

família e na sociedade.

O Líder Coach é aquele que cria condições para que o liderado aprenda e

se desenvolva, aumentando sua iniciativa e criatividade. O líder que se deseja

atualmente é aquele que mobiliza sua equipe, proporciona desenvolvimento

contínuo de seus liderados através de ferramentas como feedback, delegação

e acompanhamento. Vale ressaltar, no entanto, que muitos líderes também

necessitam de aprendizado para serem Coaches.

Uma das partes fundamentais é a redução de níveis hierárquicos de

gerenciamento, que de certa forma, se não for aplicado com a devida cautela

pode levar a empresa à descontinuidade. Para realizar esta mudança é

imprescindível que se adotem alguns cuidados no momento de redimensionar

a estrutura organizacional que são:

a) Vislumbrar a redução de níveis hierárquicos como meio e não como fim;

b) Estabelecer as áreas que devem ser reforçadas e as que devem ser

descartadas;

c) Analisar o grau de importância de todas as atividades e funções

existentes, verificando se estas estão adequadas ao negócio da

empresa;

d) Transferir para terceiros os serviços que não estejam relacionados à

atividade fim da empresa;

e) Buscar identificar na empresa as lideranças internas, objetivando

esclarecê-las e mobilizá-las na divulgação e envolvimento de todos os

colaboradores no processo;

f) Treinar de forma eficaz as gerências;

g) Aumentar progressivamente os níveis de autoridade e delegação para

os níveis hierárquicos inferiores ao do gerente;

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h) A pura e simples redução de custos não deve ser a tônica das

mudanças, como por exemplo, a redução dos níveis hierárquicos.

Deve-se observar que na busca por melhores desempenhos alguns

fatores são imprescindíveis para a transformação de uma organização como:

as pessoas; a confiança estabelecida e/ou conquistada; a motivação; a

comunicação; a liderança transformadora; o desejo compartilhado da

necessidade de mudança.

O Coaching é um método de avaliação de desempenho baseada em

resultados individuais, realizada pelo acompanhamento do desempenho do

empregado nas tarefas diárias, para poder buscar orientar os empregados a

conseguirem melhores desempenhos, através do treinamento diário do líder

(gerente) junto aos empregados. É um instrumento essencial para a efetividade

do “Gerenciamento da Qualidade”. Mas para que este método aconteça na

prática é preciso que alguns aspectos importantes sejam reformulados,

respectivamente:

a) Incompetência da gerência;

b) Falta de vontade política;

c) Conveniência do modelo tradicional.

O que fundamenta a relação de causa e efeito, onde se percebe que o

desempenho do gerente é avaliado pelo desempenho obtido pelo seu

subordinado. Então porque os empregados falham no desempenho de suas

tarefas?

O entendimento sobre o papel do líder é abordado por vários estudiosos

de diversas áreas. Buscando analisar a relação superior-subordinado sobre a

ótica empresarial, a concepção inicial da função do líder, era estabelecer e

impor critérios de realização de tarefas, a fim de atender aos objetivos da

organização. O líder coach (treinador), é aquele que treina a sua equipe com a

finalidade de desenvolver as suas capacidades, habilidades e potencialidades.

Atualmente as empresas esperam que seus líderes sejam mais educadores,

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treinadores e responsáveis pelo crescimento profissional dos seus

subordinados tanto no aspecto psicológico, como no aspecto da maturidade no

trabalho.

O primeiro passo da análise de Coaching segundo Fournies (1992):

“ É identificar o que está influenciando o desempenho insatisfatório. É importante conhecer o que cada pessoa está fazendo de errado. Este primeiro passo permitirá identificar corretamente a falha de desempenho para eliminar o desempenho insatisfatório” .

Mas para isso o gerente deve não esquecer do seu compromisso em

manter um contínuo acompanhamento e feedback do comportamento do

subordinado em relação à mudança desejada seja, pelo reconhecimento das

conquistas ou pela análise e correção dos erros.

6. ABSENTEÍSMO SEGUIDO DE TURNOVER

É onerosa para a empresa a rotatividade de pessoal, pois a cada saída de

um colaborador, normalmente, segue a admissão de outro funcionário, e este

giro cria um custo alto de mão-de-obra.

Dessa maneira, necessitamos de um índice que possa medir

percentualmente, num determinado período, as variações que ocorrem e que

estatisticamente poderá nos fornecer informações de interesse da empresa.

É muito comum que colaboradores troquem de empresa buscando

melhorias em seu salário, após terem adquirido muito conhecimento. Para

diminuir essas estatísticas, as empresas devem mudar pequenos processos

em sua organização. O simples fato de a empresa possuir um programa de

Planejamento de Carreiras já é fator para a diminuição da rotatividade.

O índice de absenteísmo é tão importante quanto o índice de rotatividade,

porque o referido índice é o termômetro de ausências no trabalho, que também

quer dizer, redução na carga-horária de trabalho. Refere-se a atrasos, faltas e

saídas antecipadas no trabalho, de maneira justificada ou injustificada, ou

ainda, aquelas justificáveis.

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A título de ilustração, podemos raciocinar o seguinte: se há na empresa

um índice de absenteísmo de 20%, e 100% gera uma determinada produção,

grosso modo, a idéia é de que nesse caso a empresa reduziu em 20% a força

de trabalho, em relação ao seu faturamento.

Portanto, é necessário analisar cuidadosamente os pequenos atrasos,

faltas ou saídas durante o expediente de trabalho, pois somadas, certamente

você verificará que é um "rombo" no final de cada mês, ou no final de cada

ano.

De acordo com Gabriel Jareta (Melhor Gestão Pessoas):

“ Manter os profissionais engajados é um dos principais desafios do RH. Mas nem sempre oferecer programas que massificam a gestão de pessoas é a melhor saída para isso. Identificar e atender às necessidades de cada colaborador, é ainda, o melhor caminho para o comprometimento” .

Abaixo seguem algumas dicas informadas por Lígia Galvão para diminuir a

rotatividade de sua empresa:

� Pratique o endomarketing;

� Motive constantemente seus colaboradores;

� Ajude-os a se aperfeiçoarem;

� Construa um planejamento de carreiras;

� Pague salários acima da média;

� Ofereça benefícios que melhorem a qualidade de vida de seus

funcionários;

� Tenha metas e objetivos realistas;

� Abra um canal de comunicação para seus colaboradores, onde eles

possam expressar suas opiniões e sugestões (sem ter medo de ser

repreendidos);

� Acima de tudo: trate-os com respeito.

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Todas as ações visam à diminuição do passivo trabalhista, redução da

rotatividade, bem estar e qualidade de vida dos colaboradores no ambiente de

trabalho.

7. MOTIVAÇÃO E PRODUTIVIDADE

O Treinamento contribui para o desenvolvimento do capital humano que é

o conhecimento; uma visão mais estratégica e fortalecida, sobre a contribuição

do treinamento para o negócio, sua cultura e valores empresariais.

Por meio de T&D (treinamento e desenvolvimento), verificam-se as

mudanças de comportamento, de filosofias ou mesmo as mudanças estruturais

da empresa. Com base nas necessidades imediatas ou futuras dos negócios,

os novos conhecimentos devem ser compartilhados com todos os funcionários.

Tal filosofia, suportada por um gerenciamento mais proativo e mais

empreendedor, estimula maior participação dentro dos requisitos de excelência

e valores éticos propostos pela empresa. Para isso, diversos procedimentos

podem ser implementados, tais como: fazer formulários, entrevistas individuais,

reuniões e observação local, como por exemplo workshops, simulações e

tarefas reais.

Sabendo-se que um workshops consiste no exercício de alguma

habilidade e não na aquisição de um conhecimento. Há aplicação no

treinamento de uma habilidade específica e singular, como negociar, ouvir,

conduzir reuniões de discussão.

Outrossim, as simulações são programas que representam situações da

vida real em que as habilidades a serem aprendidas são exercitadas. Nesta

categoria incluem–se, dentre outros, os jogos de empresa e resolução de

problemas apresentados em cases.

Por sua vez, as tarefas reais: expõem o treinamento em situações reais de

trabalho onde ele terá de exercitar as habilidades que o programa quer treinar.

Incluem-se estágios, rotação de cargos, tarefas especiais temporárias.

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Assim, percebe-se que o T&D é rico em instrumentos a serem utilizados

para sensibilizar, conscientizar ou facilitar a mudança de profissionais, grupos e

empresas.

O preparo técnico do facilitador também é essencial para alcançar os

objetivos traçados, como por exemplo:

a) Coordenar processos de formação de empresa;

b) Disseminar:

b.1) o conhecimento,

b.2) a missão;

b.3) as estratégias da empresa;

c) Difundir as boas práticas e experiências profissionais.

8. PESQUISA DE CLIMA

Sabe-se que o salário isoladamente não é motivador, mas com toda

certeza, é um dos agentes que faz com que os indivíduos, entreguem

resultados com qualidade, e é justamente isso que as organizações mais

querem para poder se sustentar no mundo globalizado e altamente competitivo.

As organizações esperam de seus colaboradores resultados constantes

e por outro lado os colaboradores esperam das organizações crescimento

profissional e financeiro de acordo com seus resultados. Nessa via de mão

dupla, as organizações, precisam manter em alta seus planos de remuneração

baseado nas competências.

Por meio da pesquisa de clima é possível identificar a visão da equipe,

trabalhar com os pontos fortes e aprimorar os pontos fracos apresentados na

análise final da pesquisa. Segue pontos abordados:

01 – Idade;

02 – Estado Civil;

03 – Número de filhos;

04 – Formação Escolar;

05 – Tempo de permanência na Empresa;

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06 – Renda familiar aproximada;

07 – Identificação com o trabalho e com a empresa;

08 – Motivação no trabalho diário;

09- Desejo de atingir objetivos pessoais e profissionais (estando na empresa);

10 – Avaliação dos resultados do próprio trabalho;

11 - Recursos técnicos oferecidos pela empresa;

12– Satisfação dos clientes externos;

13 – Velocidade e “pressão” exercida pela empresa em meu trabalho;

14 – Valor que a empresa dá aos colaboradores;

15 – Domínio do trabalho através de informações por parte da empresa;

16 – Condições de desenvolvimento pessoal e profissional;

17 – A política salarial oferecida pela empresa;

18 - Benefícios oferecidos;

19– Noção exata do que o gestor espera do colaborador;

20 – Barreiras de comunicação entre colaborador e gestor;

21 – Disponibilidade do gestor para ouvir e resolver os problemas a

apresentados pelos colaboradores;

22- Forma de delegar ordens por parte do gestor;

23 – Opinião sobre o gestor;

24 – Punição por parte do gestor (reações ao ver outro colega ser punido);

25 – Influências negativas sobre o grupo exercidas por integrantes do grupo.

26 – Forma de delegar ordens por parte do gestor;

27 – Estado de humor do gestor;

28 – Nível de comunicação dentro da equipe;

29 – Coesão e Respeito entre colegas da equipe;

30 – União da equipe de trabalho;

O quadro abaixo aponta que nos últimos anos a empresa Oceânica Sul

teve um índice muito alto de rotatividade e consequentemente gerou um valor

considerável referentes às custas com rescisões totalizando R$ 728.349,00.

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LEVANTAMENTO DO ÍNDICE DE ROTATIVIDADE - ÚLTIMOS 05 ANOS

Ano Número de

Admissões

Pedidos de

Desligamentos

Desligamentos

Sem Justa Causa

Desligamentos

Com Justa Causa

Levantamento de

Custos

2008 20 15 7 2 120.003,21R$

2009 17 12 10 0 118.236,22R$

2010 25 19 12 1 139.453,96R$

2011 32 15 17 4 168.632,25R$

2012 42 25 22 0 182.023,36R$

Total 136 86 68 7 728.349,00R$

9. PLANO DE AÇÃO

a) Pesquisa de Clima para identificar a visão dos c olaboradores;

Por meio da pesquisa de clima aplicada, foi possível diagnosticar os

principais motivos que ocasionaram o número crescente de rotatividade, muitos

colaboradores estavam desmotivados (não somente com questões salariais,

mas também estruturais).

Objetivo é trabalhar para diminuir os índices atuais, de desligamentos

tanto por parte da empresa quanto do colaborador.

E assim diminuir custos com Termos de Rescisões de Contratos de

Trabalhos e futuras verbas trabalhistas e assim alcançar melhores resultados

em todos os aspectos.

A principal meta é fidelizar e formar uma equipe sólida.

b) Capacitar os colaboradores por meio de T&D;

Baseados pela pesquisa de clima, identificamos os pontos negativos e

desenvolvemos treinamentos voltados para a equipe, treinamentos estes que

visam desenvolver a capacidade técnica e produtiva dos colaboradores.

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Buscando o autodesenvolvimento deixando claro que a organização se

preocupa com o bem-estar do colaborador.

Dentro do circuito de palestras, incluímos atividades voltadas para a família,

assim pudemos inserir no contexto profissional o reflexo da importância da

qualidade de vida dos colaboradores dentro da organização.

Contudo é necessário um treinamento contínuo, assim é possível manter

uma equipe sólida e altamente eficaz.

c) Aprimorar as técnicas de Recrutamento e Seleção;

O correto emprego de técnicas de recrutamento e seleção de pessoal

permitem a formação de uma equipe adequada e eficaz para cada empresa

ou situação. Por isso, o Departamento de Recursos Humanos deve estar

preparado para buscar os melhores candidatos no mercado de trabalho,

sendo que para isso é necessário traçar o perfil da vaga em consonância

com as necessidades da empresa, identificando quais são as principais

responsabilidades e atribuições do cargo, analisar quais são as habilidades

que o profissional precisa ter para desenvolver com eficiência a sua função.

E para tal é indispensável a presença do gestor direto de cada área no

momento das entrevistas, a fim de auxiliar na escolha correta do novo

colaborador.

Após o processo seletivo encerrado, inicia-se uma etapa fundamental,

que é a Integração do novo colaborador, ocasião em que se apresenta a

empresa, deixando claro o que a organização espera dele informando todos

os objetivos e metas do cargo. O colaborador precisa saber que faz parte

da equipe e que seu papel é fundamental.

Por meio das técnicas de Recrutamento e Seleção é possível reduzir o

Índice de Rotatividade Anual, pois a assertividade na contratação se torna

maior e consequentemente o reflexo é positivo para a organização.

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d) Implantar subsistemas de Cargos e Salários e Pla no de Carreira.

Quando um colaborador inicia suas atividades dentro de uma empresa, o

mesmo tem suas expectativas e precisa saber o que fazer e como fazer para

atingir seus objetivos funcionais, muitas vezes o profissional não está buscando

somente aumentos de salários, atualmente o colaborador busca crescimento

profissional, busca agregar experiências no seu portfólio, busca ainda, adquirir

conhecimentos e técnicas que possam alavancar sua carreira.

E por outro lado a empresa precisa deixar claro desde o primeiro contato

com o candidato que existem chances de crescimento (se elas efetivamente

existirem) e que as mesmas dependem somente do candidato para alcançar

estas oportunidades. Mas para isso o setor de RH precisa implantar o

subsistema de Cargos e Salários e Plano de Carreira junto com os gestores de

área e com os diretores, e acima de tudo seguir à risca o que foi determinado

no plano.

10. CONCLUSÃO

A reestruturação organizacional do Departamento de RH da Oceânica Sul

trata-se de um projeto que tem por objetivo esclarecer as dificuldades

enfrentadas na área de gestão de pessoas. Adotando as medidas

apresentadas, busca-se a redução no índice de turnover, desta forma a

empresa se beneficiará com os resultados futuros.

Quando gestores e trabalhadores não se integram, pequenos problemas

se transformam em grandes ameaças, colaboradores desmotivados resultam

em clientes mal atendidos.

Para diagnosticar vários problemas ocorridos foram utilizados alguns

subsistemas como: aprimoramento das técnicas de Recrutamento e Seleção,

para contratar profissionais que tenham o perfil traçado pela empresa; - buscar

e identificar as lideranças internas, para que esses profissionais saibam que

existe possibilidade de crescimento; - capacitar os colaboradores por meio de

T&D.

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Desenvolver um plano de Cargos e Salários e de Carreira, analisando as

necessidades de evolução das carreiras individuais de acordo com as

necessidades futuras do negócio.

E por fim a efetiva reestruturação da área de Recursos Humanos,

gerando mudanças, desde o desenvolvimento dos colaboradores até a redução

de custos relativos aos gastos com contratação e desligamento de

funcionários, bem como na prevenção de ações trabalhistas. A pesquisa pode

confirmar a ocorrência de significativas alterações nas posturas estratégicas da

empresa.

A proposta beneficiará todos os departamentos a fim de termos um

desenvolvimento individual e consequentemente da equipe, gerando maior

rendimento e precisão das funções exercidas.

10 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos . São Paulo : Atlas, 2002.

DRUCKER, Peter. O Gerente Eficaz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1997.

19

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SILVA, Reinaldo Oliveira Da. Teorias da Administração . São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

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