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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS DOIS VIZINHOS CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA FRANCISCO ANTONIO PIRAN FILHO IRRIGAÇÃO DE PASTAGENS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO DOIS VIZINHOS 2014

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS DOIS VIZINHOS

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

FRANCISCO ANTONIO PIRAN FILHO

IRRIGAÇÃO DE PASTAGENS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

DOIS VIZINHOS

2014

FRANCISCO ANTONIO PIRAN FILHO

IRRIGAÇÃO DE PASTAGENS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA

Relatório de estágio, apresentado ao

curso de Bacharelado em Zootecnia, da

Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, como

requisito parcial para conclusão da

disciplina de Estágio Obrigatório.

Orientador: Prof. Dr. Almir Antonio

Gnoatto

DOIS VIZINHOS

2014

TERMO DE APROVAÇÃO

FRANCISCO ANTONIO PIRAN FILHO

IRRIGAÇÃO DE PASTAGENS NA BOVINOCULTURA LEITEIRA

Relatório Final de Estágio Supervisionado aprovado como requisito parcial para

obtenção do Título de Zootecnista da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Dois Vizinhos, pela seguinte Banca Examinadora:

____________________________________________

Prof. Dr. Almir Antonio Gnoatto

Orientador

____________________________________________

Prof. Dr. Adalberto Luiz de Paula

Primeiro Membro

____________________________________________

Prof. Dra. Fabiana Luiza Matielo de Paula

Segundo Membro

Dois Vizinhos, 18 de fevereiro de 2014.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................04

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................05

2. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO..........................................................................05

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........................................................................06

3.1. I WORKSHOP DE HIDROPONIA DO SUDOESTE DO PARANÁ.....................06

3.2. PROGRAMA DE IRRIGAÇÃO NOTURNA – PIN...............................................07

3.3. LICENÇA AMBIENTAL........................................................................................07

3.4. OUTORGA DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS............................................08

3.5. LEVANTAMENTO DE DADOS............................................................................08

3.5.1. Cultura a ser irrigada.............................................................................................09

3.5.2. Medição da área.....................................................................................................09

3.5.3. Croqui....................................................................................................................09

3.5.4.Declividade.............................................................................................................09

3.5.5. Fonte de água.........................................................................................................10

3.5.6. Espaço entre linhas................................................................................................10

3.5.7. Correção da fertilidade do solo..............................................................................11

3.5.8. Escolha da forrageira.............................................................................................11

3.5.9.Exigência hídrica da forrageira e evapotranspiração..............................................11

3.6. EXECUÇÃO DO PROJETO...................................................................................12

3.6.1. Marcação e abertura das valas...............................................................................12

3.6.2. Fixação dos palanques de apoio............................................................................12

3.6.3. Montagem do sistema hidráulico...........................................................................13

3.6.4. Registros................................................................................................................14

3.6.5. Fechamento das valas............................................................................................14

3.6.6. Instalação da motobomba......................................................................................15

3.6.7. Aspersores.............................................................................................................15

3.6.8. Limpeza do sistema hidráulico..............................................................................16

3.6.9. Verificação de possíveis vazamentos e funcionamento do sistema......................16

3.6.10. Fertirrigação.........................................................................................................17

3.7. CUSTO DE IMPLANTAÇÃO.................................................................................17

4. ANÁLISE CRÍTICA.................................................................................................17

5. ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO COM O CURSO....................................................18

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................18

7. RECOMENDAÇÕES PARA ESTÁGIO NA ÁREA.............................................18

8. REFERENCIAS........................................................................................................19

ANEXOS.........................................................................................................................21

4

APRESENTAÇÃO

Nome do Estagiário: Francisco Antonio Piran Filho

Registro Acadêmico: 1107089

Instituição de Ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Curso: Bacharelado em Zootecnia

Período: 9o

Título do Relatório: Irrigação de pastagens na bovinocultura leiteiteira

Local de realização do estágio: Irrigação Sudoeste, São João – Paraná.

Inicio do Estágio: 23 de outubro de 2013

Término do Estágio: 20 de janeiro de 2013

Duração total do período: 360 horas

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1. INTRODUÇÃO

Em todos os sistemas de produção animal a alimentação representa a maior

parcela dos custos, isso também é verificado na bovinocultura leiteira. Segundo Silva

(2011), uma maneira para reduzir a utilização de concentrado na dieta das vacas em

lactação é a utilização de forragens adequadas, ou seja, que possuam boa qualidade

nutricional, dessa forma consegue-se reduzir significativamente os custos de produção.

A utilização das pastagens de forma extensiva está associada a baixas produções

de matéria seca, baixa qualidade nutricional, animais pouco produtivos e mal

manejados. Alguns problemas são decorrentes dessa forma de exploração como

exemplo a degradação das pastagens, decorrente do esgotamento da fertilidade do solo,

que é visível com a baixa produtividade e rendimento da atividade (Pereira e Cóser,

2010).

Quando se pensa em aumentar a produção de leite ou carne por unidade de área,

uma boa opção é a intensificação da produção de pastagens, através do uso racional de

tecnologias associadas ao manejo do solo, das forrageiras, dos animais e do ambiente.

Uma técnica que apresenta crescente expansão é a irrigação, uma alternativa eficiente

em proporcionar aumento da produtividade de forrageiras de clima tropical (ALENCAR

et al. 2009).

Segundo Pinheiro (2002) a irrigação de pastagem é uma técnica recente no

Brasil, e tem a finalidade de proporcionar uma umidade no solo de fácil disponibilidade

às plantas, para que os vegetais tenham condições de um maior desenvolvimento

vegetativo e, conseqüentemente, uma elevada produção de biomassa.

2 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A Empresa Irrigação Sudoeste (ANEXO 01) esta localizada no Município de

São João - Paraná, e trabalha com a implantação de projetos de irrigação de pastagens e

culturas anuais, fabricação de estufas e sistemas hidropônicos. Também comercializa

toda a linha de produtos para cercas elétricas, palanques de eucalipto tratado, diversos

tipos de bombas hidráulicas, tubos, conexões, produtos para hidroponia entre outros.

A empresa possui 9 funcionários que desenvolvem as mais diversas atividades,

sendo que: dois permanecem na empresa, onde realizam as operações de venda, seis

6

desempenham as atividades de campo, supervisionados pelo gerente e também

proprietário Claudecir Muller.

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No período de estágio o principal objetivo foi desenvolver as atividades

relacionadas à irrigação, mais especificamente irrigação de pastagens (Tabela 1), porém

esse não é o único foco da empresa, que também atua na área de irrigação de culturas

anuais, irrigação localizada aplicada a fruticultura e a olericultura, fertirrigação,

planejamento e desenvolvimento de sistemas hidropônicos e conta ainda com a venda

de produtos agropecuários, motores, geradores, motobombas, estufas entre outros.

O estagio curricular obrigatório teve inicio no dia 23 de outubro de 2013 e foi

encerrado no dia 20 de janeiro de 2014.

Tabela 1: Atividades desenvolvidas durante o período de estágio.

Atividades Horas %

Visita aos possíveis irrigantes 20 5,55

Irrigação de pastagens 285 79,17

Irrigação de culturas anuais 32 8,89

Eventos e exposições 8 2,22

Transporte de funcionários 15 4,17

TOTAL 360 100

3.1. I WORKSHOP DE HIDROPONIA DO SUDOESTE DO PARANÁ

Realizado no dia 31 de outubro de 2013 nas dependências da Unisep Dois

Vizinhos, o evento contou com a presença de produtores rurais, profissionais da área,

empresas, representantes dos órgãos realizadores do evento e alunos de graduação

(Figura 1).

O evento teve abertura com a palestra da professora Doutora da UTFPR-Dois

Vizinhos, Dalva Paulus. Ainda na parte da manhã contou com a presença de

profissionais da área que relataram suas experiências na atividade.

A empresa Irrigação Sudoeste se fez presente ao evento com o objetivo

comercial e de atualização técnica.

7

Figura. I Workshop de Hidroponia do Sudoeste do Paraná

3.2. PROGRAMA DE IRRIGAÇÃO NOTURNA - PIN

A empresa Irrigação Sudoeste desenvolve projetos para o Programa de Irrigação

Noturna (PIN), no qual os produtores rurais quando utilizam a irrigação no período

entre as 21h30 até 6h da manhã, possuem descontos de até 70% na conta de energia

elétrica (COPEL).

O Programa de Irrigação Noturna foi desenvolvido pelo Governo do Paraná,

através da Copel e Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com o intuito de elevar a

produção por unidade de área e diminuir os custos com energia elétrica para pequenos

produtores.

Segundo a SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO o

programa tem como objetivo, estimular o uso da irrigação para o aumento da

produtividade e produção agrícola, geração de empregos e melhoria da qualidade de

vida do produtor rural do Estado do Paraná, por meio do uso racional da água e de

energia.

3.3. LICENÇA AMBIENTAL

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Para adquirir a licença ambiental para implantação de um projeto de irrigação é

necessário entrar no site do IAP – Instituto Ambiental do Paraná (ANEXO 2), acessar a

categoria na qual o projeto se encaixa: DE BAIXO IMPACTO - para áreas até 10

hectares ou DE MAIOR IMPACTO - para áreas acima de 10 hectares, sendo que para

projetos de irrigação classificados como insignificantes ou de baixo impacto o

licenciamento ambiental poderá ser substituído pelo preenchimento do formulário:

CADASTRO DE OBRAS DIVERSAS (COD).

Devido ao fato de que a maioria dos projetos executados pela empresa, são em

áreas menores que 10 hectares o COD encontra-se em ANEXO.

3.4. OUTORGA DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

A utilização da água em projetos de irrigação, necessita de outorga (ANEXO 4),

pois ela é considerada um insumo do processo produtivo, como especificado no decreto

Nº 4.646, de 31 de agosto de 2001, CAPITULO IV, DOS USOS SUJEITOS À

OUTORGA, I-derivações ou captação de parcela de água existente em um corpo

hídrico, para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo

produtivo.

Segundo o Instituto das Águas do Paraná, Outorga, é o ato administrativo que

expressa os termos e as condições mediante as quais o Poder Público permite, por prazo

determinado, o uso de recursos hídricos. A outorga é exigida a todos que queiram fazer

uso de águas superficiais ou subterrâneas para as mais diversas finalidades. No Estado

do Paraná, os atos de autorização de uso dos recursos hídricos de domínio estadual são

de competência do Instituto das Águas do Paraná.

O Rio Iguacu, Rio Paraná, Rio Paranapanema entre outros são rios de domínio

da união, quando se trata de recursos hídricos de domínio federal, quem concede as

outorgas para utilização da água é a Agência Nacional de Águas.

Os bens da União e dos Estados são definidos pela Constituição Federal.

A dominialidade sobre os recursos hídricos significa a responsabilidade pela

preservação do bem, sua guarda e gerenciamento, objetivando a sua perenidade e uso

múltiplo, bem como o poder de editar as regras aplicáveis.

3.5. LEVANTAMENTO DE DADOS

9

3.5.1. Cultura a ser irrigada

Antes da realização de um projeto de irrigação deve-se primeiramente conhecer

as principais características da cultura que será irrigado, desde a fisiologia até as

necessidades nutricionais. Pois a partir destes dados, por exemplo, consegue-se estimar

a quantidade ideal de água a ser aplicada. Deve-se ter em mãos o maior número possível

de informações relevantes sobre a cultura que será irrigada.

3.5.2. Medição da área

A área onde será implantado o sistema de irrigação é medida com o auxilio de

um GPS de navegação, em seguida os dados são transferidos para um microcomputador

e com o auxilio de programas específicos determina-se a área total do projeto. A correta

determinação da área é de extrema importância, pois baseado nesses dados será

determinada a potência e o tipo da bomba utilizada, diâmetro da tubulação, tipo e

diâmetro dos aspersores, espaçamento entre linhas e consequentemente o preço total do

projeto.

3.5.3. Croqui

Após estipulado a área que será irrigada, são demostrados no croqui: pontos de

localização, reservatório de água ou do córrego, localização dos aspersores e as linhas

principais e laterais.

3.5.4.Declividade

Esse fator influencia diretamente no valor do projeto, pois em áreas acidentadas,

devido ao fato de a mão de obra e os custos com abertura e fechamento de valas são

maiores que as máquinas comumente utilizadas não podem ser empregadas nesse tipo

de terreno, fazendo-se necessário o uso de retroescavadeiras.

Em terrenos acidentados, determinadas forrageiras não podem ser utilizadas,

como por exemplo, aquelas que apresentam hábito de crescimento cespitoso ou seja,

que formam touceiras, as quais não são capazes de cobrir todo o solo, e assim

favorecem a ocorrência da erosão.

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3.5.5. Fonte de água

Quando a água utilizada é de reservatórios escavados (Figura 02), deve-se

realizar o calculo do volume armazenado, e se este é capaz de suprir a demanda do

conjunto motobomba. Porém se essa provem de córregos ou rios, deve-se tomar cuidado

com a obstrução da bomba e ainda verificar se o fluxo de água é constante e suficiente

para manter a captação.

Figura 02. Tanque utilizado para a piscicultura e irrigação.

3.5.6. Espaçamento entre linhas

O espaçamento entre linhas é determinado por vários fatores: potência do

conjunto motobomba, modelo do aspersor (diâmetro do bocal em mm), tamanho da

área, entre outros. A distância entre linhas interfere diretamente no tempo para

implantação do projeto de irrigação: quanto maior o espaçamento, menor será o número

de linhas em determinada área, consequentemente, menor número valas abertas,

resultando em menor tempo gasto. Porém, espaçamentos maiores possuem certas

desvantagens, como por exemplo: o emprego de tubos com maior diâmetro. Nos

projetos desenvolvidos pela empresa, os espaçamentos mais utilizados são os 15 e 24

metros

11

3.5.7. Correção da fertilidade do solo

Para que as forrageiras apresentem seu máximo potencial produtivo, o solo deve

possuir boa fertilidade e acidez adequada. Para isso deve-se primeiramente, realizar a

análise do solo, pois essa vai determinar a quantidade adequada de calcário e de

fertilizante (mineral ou orgânico) que devera ser aplicada. Para que a análise seja feita

de forma correta, a técnica de amostragem não pode ser falha, ou seja, deve ser a

representação fiel da fertilidade do terreno.

3.5.8. Escolha da forrageira

A forrageira a ser implantada deve ser escolhida de forma cuidadosa, levando

em consideração a declividade do terreno, preferencia do produtor, fertilidade do solo e

a categoria animal.

Dentre as forrageiras de maior aceitação pelos produtores estão as do gênero

Cynodons, devido a sua boa produção de matéria seca, boa qualidade nutricional e

principalmente a baixa estatura, o que facilita a implantação de piquetes com cerca

elétrica.

3.5.9. Evapotranspiração e coeficiente da cultura

Segundo Voltolini et al. o coeficiente da cultura (Kc) é considerado um dos mais

importantes parâmetros para quantificar o consumo de água no que se refere às relações

hídricas. O Kc é igual Etp dividido por Eto, sendo Etp: evapotranspiração potencial da

cultura considerada, ou seja, quantidade de água consumida, em determinado intervalo

de tempo, pela cultura em plena atividade vegetativa e ETo: evapotranspiração de

referência, medida no lugar da cultura considerada, ou seja, é a taxa de

evapotranspiração de uma superfície com vegetação rasteira.

A evapotranspiração é um processo dinâmico da água que ocorre no sistema

solo-planta-atmosfera, a partir do momento em que a água é aplicada natural (através da

chuva) e/ou artificialmente (através da irrigação) sobre um cultivo agrícola. A

transpiração (T) é a maior parcela da quantidade total de água que passa pela planta,

podendo alcançar até 99%. A água que é diretamente evaporada pela superfície do solo

12

é a evaporação (E). A integração dos dois termos (E + T) constitui-se o que se denomina

de evapotranspiração (ET). A evapotranspiração é influenciada principalmente pelo

clima, o tipo de planta e o estágio de desenvolvimento desta.

3.6. EXECUÇÃO DO PROJETO

3.6.1. Marcação e abertura das valas

A distância entre as linhas e entre aspersores é medida com o auxilio de uma

trena, e em cada ponto é colocado uma estaca que servira para localizar o operador do

trator ou da retroescavadeira que ira fazer a abertura das valas.

As valas que irão receber a tubulação são feitas com o auxilio de um trator com

redutor de velocidade e um equipamento acoplado a tomada de força (Figura 3), o qual

rompe o solo até a profundidade de 0,5m com aproximadamente 10 cm de largura.

Quando o terreno for muito acidentado ou possui muitas pedras, este processo é

dificultado, o que faz necessário o uso de uma retroescavadeira para realizar a abertura

das valas.

Figura 3. Trator com redutor de velocidade e valetadeira.

3.6.2. Fixação dos palanques de apoio

13

Cada cano de subida para aspersor recebe um palanque de apoio que tem a

função de proteção física do aspersor, como também para a fixação da nova cerca

elétrica (Figura 3). Este palanque é enterrado a aproximadamente 1,2m de profundidade

e esta, ligado ao cano de subida por meio de abraçadeiras metálicas. Os palanques

utilizados são de eucalipto tratado com 2,2 metros de comprimento. Se a cultura irrigada

for o milho o palanque deve ter 3,5 metros de altura.

Figura 3. Palanque de apoio

3.6.3. Montagem do sistema hidráulico

O sistema mais utilizado pela empresa é o de aspersão com tubulação enterrada,

aspersor fixo (ou seja não utiliza engate rápido) molhando parte da área a cada turno de

rega.

A tubulação sai da motobomba com determinado diâmetro e vai diminuindo

gradativamente, conforme for se aproximando dos últimos aspersores da linha.

Normalmente a tubulação de recalque ou a linha principal são confeccionadas com

tubos de 75mm, já as linhas laterais com tubos de 50mm, terminando em 32mm e a

subida para o aspersor de 25mm até 32mm dependendo do aspersor.

14

A tubulação utilizada é de PVC rígido, soldável de marcas confiáveis, sendo que

antes da soldagem os tubos são lixados para melhorar o processo de união entre as

peças.

A tubulação de sucção é confeccionada com diâmetro comercial e uma medida

acima do diâmetro utilizado para a tubulação de recalque.

3.6.4. Registros

Os registros utilizados são os de esfera, e a forma como são utilizados vai

depender do projeto de irrigação, sendo que estes podem estar localizados em cada linha

lateral ou ainda um registro em cada aspersor (Figura 4).

Figura 4. Registro de linha secundaria com proteção.

3.6.5. Fechamento das valas

As valas onde foi instalada a tubulação hidráulica são cobertas com o auxilio de

uma lâmina acoplada ao sistema hidráulico do trator, sendo que esta operação deve ser

realizada o mais rapidamente possível, para evitar problemas futuros, pois com a

ocorrência de chuvas a tubulação pode vir a ficar na superfície do terreno, devido à

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presença de ar na tubulação, tornando-a menos densa que a água, logo a tubulação ficará

exposta.

3.6.6. Instalação da motobomba

A motobomba é instalada próximo ao local de captação de água, geralmente é

construído um abrigo para o conjunto, o qual vai abrigar o painel de controle, sistema

para fertirrigação e a motobomba.

A tubulação de captação é feita com uma mangueira flexível introduzida no

reservatório de água, sendo que na ponta desta há uma válvula de pé com crivo, a qual é

responsável por impedir o retorno da água após o desligamento da bomba.

Na tubulação de recalque há uma válvula de retenção a qual também tem a

função de impedir o retorno da água após o desligamento da bomba. Também é

colocada uma união com rosca que vai permitir a manutenção e limpeza da bomba de

forma mais simples.

A potência da bomba, bem como o número de estágios vai depender da área que

será irrigada, da diferença de nível e da pressão de serviço.

3.6.7. Aspersores

Os aspersores (Figura 05) são acoplados por rosca a tubulação hidráulica,

fazendo uso de veda rosca para evitar vazamentos, sendo que os aspersores mais

utilizados são das seguintes marcas: Agropolo, NaanDanJain (NDJ), Plona, Amanco e

Netafin. Cada fornecedor possui sua própria ficha técnica, a qual possui características

como: vazão, pressão de serviço, diâmetro de alcance, altura máxima do jato,

espaçamento entre aspersores, entre outras descrições.

16

Figura 5. Aspersor em funcionamento.

3.6.8. Limpeza do sistema hidráulico

Faz-se a limpeza através da retirada do ultimo aspersor de cada linha lateral e o

acionamento da bomba para expulsão de resíduos provenientes do processo de

soldagem dos tubos e conexões.

3.6.9. Verificação de possíveis vazamentos e funcionamento do sistema

Após a implantação de todo o sistema hidráulico, a moto bomba é acionada e

após alguns minutos percorre-se todas as linhas seja ela principal ou lateral para

verificar possíveis vazamentos. Se encontrado deve-se cavar o local e fazer os possíveis

reparos. Nesse contexto surge uma questão: Mas porque não acionar o sistema com a

tubulação descoberta? Devido ao fato que: são executados vários projetos ao mesmo

tempo, e a instalação da motobomba e da tubulação não é realizada no mesmo dia, o que

impossibilita deixar a tubulação descoberta.

17

Após a correção dos vazamentos verifica-se o funcionamento de todos os

aspersores e se estes estão molhando toda a área de forma adequada. Alguns aspersores

podem apresentar problemas e devem ser substituídos.

3.6.10. Fertirrigação

Nos sistemas de irrigação pode ser instalado um conjunto capaz de realizar a

aplicação da adubação na pastagem, através da diluição do fertilizante na água, para tal

é preciso de uma caixa de água de 500 ou 1000 litros com uma tubulação de PVC rígido

ligada a tubulação de sucção e também na tubulação de recalque, ambas com a presença

de registros esféricos que irão controlar a entrada e saída da água.

Dentro da caixa de água é colocada a dose de fertilizante que se deseja aplicar, e

essa solução se mistura com a água da tubulação de recalque e seguem pela tubulação

até ser distribuída sobre o solo. Desta forma a fertirrigação pode ser uma ferramenta útil

e que diminui a mão de obra, pois outros minerais solúveis em água podem ser

aplicados por este sistema, como por exemplo, o cloreto de potássio.

3.7. CUSTO DE IMPLANTAÇÃO

Esse item é muito variável, pois depende de varios fatores: declividade do

terreno, distância entre linhas, diluição do preço do conjunto motobomba pela área total,

entre outros, tendo preço médio variando entre R$18.000,00 a R$25.000,00 por

alqueire, se transformado em hectare passa a custar entre 7.438,02 a 10.330,50 por

hectare.

4 ANÁLISE CRÍTICA DAS FACILIDADES E DIFICULDADES

ENCONTRADAS

Dentre as facilidades encontradas, destaca-se o conhecimento a cerca das

forrageiras e suas características, o que facilita a tomada de decisões na escolha da

gramínea a ser implantada.

Quanto às dificuldades encontradas, destaca-se a necessidade constante em

buscar conhecimento técnico na área, devido ao curso de Zootecnia não possuir em sua

grade curricular a disciplina de Irrigação.

18

5 ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO COM O CURSO

Mesmo que, o curso de Zootecnia não disponibilize em sua grade curricular a

disciplina de irrigação, essa área desperta interesse devido ao fato, que a produção de

ruminantes esta intimamente ligada aos fatores climáticos, e um período de estiagem

pode comprometer o desempenho animal, devido à baixa produção das forrageiras

causada pelo estresse hídrico. Também a possibilidade de diminuir o uso de

suplementação dos animais, devido à irrigação proporcionar alta produção de biomassa

em um menor espaço de tempo, com qualidade superior as pastagens não irrigadas,

ocasionando uma redução no custo de produção.

Além dos fatores citados anteriormente tudo que estiver relacionado a

produção de forrageiras deve ser levado em consideração pelos Zootecnistas, mesmo

que essa área possa ser considerada apenas de responsabilidade da Engenharia agrícola

e agronômica.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao termino do período de estágio, pode-se concluir que a empresa Irrigação

Sudoeste, mesmo sendo nova e de porte médio, possui grande área de atuação,

principalmente na região sudoeste do Paraná, onde possui inúmeros projetos de

irrigação em funcionamento e em processo de instalação.

Devido a grande influência da bovinocultura de leite na região Sudoeste do

Paraná, principalmente em pequenas propriedades, e também a facilidade em obter

linhas de crédito para financiamento de sistemas de irrigação, fez da empresa uma das

mais atuantes na região.

Com a implantação de sistemas de irrigação de pastagem, consegue-se melhorar

a utilização da área, a produção será estável durante o ano, devido a constância da oferta

na forragem aos animais, independentemente da ocorrência de veranicos.

7 RECOMENDAÇÕES PARA ESTÁGIO NA ÁREA

É importante a inserção de alunos de graduação nas empresas do ramo

agropecuário, para que o mesmo aprenda a trabalhar em grupo, cumprir metas e

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horários além do conhecimento técnico que será adquirido. A partir do momento que o

Zootecnista passa a dominar e conhecer os benefícios, que a irrigação associada a

correção do solo promovem, esse passa a ter maior bagagem técnica e capacidade de

desenvolver projetos agropecuários que visam produzir carne e leite de forma mais

eficiente.

8. REFERÊNCIAS

SILVA, HAROLDO W. Fatores a considerar sobre a produção de leite a pasto. Revista

Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.1, n.2, p.73-77, Dezembro, 2011.

PEREIRA, A.V.; CÓSER, A.C. Forragem para corte e pastejo. 2010. Disponível em:

<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/R6606n_000fkv0o0eq02wyiv80sq

98yq4eecslu.pdf>. Acesso em: 04 jan. de 2014.

ALENCAR, Carlos A. B. de; CUNHA , Fernando F. da; MARTINS, Carlos E. et al.

[2009]. Irrigação de pastagem: atualidade e recomendações para uso e manejo. Revista

brasileira de zootecnia, v.38, p.98-108, 2009.

PINHEIRO, V.D. Viabilidade econômica da irrigação de pastagem de capim-

tanzânia em diferentes regiões do Brasil. 2002. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Escola

Superior e Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.

Companhia Paranaense de Energia – COPEL. Irrigação Noturna. Disponível em:

<http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpa

gcopel2.nsf%2Fdocs%2F17E8DD016066E674032574880067E5C0>. Acesso em: 04

jan. de 2014.

SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO. Programa de

Irrigação Noturna – PIN. Acesso em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/modules

/conteudo/conteudo.php?conteudo=66>. Acesso em: 04 de jan. de 2014.

BRASIL. Decreto estadual nº 4646, de 31 de agosto de 2001. Dispõe sobre o regime de

outorga de direitos de uso de recursos hídricos e adota outras providências. Diário

Oficial da União República Federativa do Brasil, Publicado no diário oficial Nº 6062

de 31/08/2001. Disponível em:

<http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/OUTORGA/006_Decreto_4646_2001

_art6.pdf>. Acesso em 04 de jan. de 2014.

20

Instituto das Águas do Paraná. Outorga de Uso Recursos Hídricos. Disponível em:

<http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=10>.

Acesso em 04 de jan. de 2014.

VOLTOLINI, Tadeu V.; CAVALCANTI, Ana C.R.; MISTURA, Claudio;

CÂNDIDO, Magno J. D.; SANTOS, Betina R. C. Pastos e manejo do pastejo em

áreas irrigadas. Disponível em:

<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/54863/1/12-Pastos-e-manejo-do-

pastejo-em-areas-irrigadas.pdf-18-12-2.pdf>. Acesso em 21 de fev. de 2014

21

ANEXOS

ANEXO 01. Irrigação Sudoeste, São João – Paraná.

ANEXO 02. Vista parcial do site do IAP.

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CADASTRO SIMPLIFICADO PARA OBRAS

DIVERSAS

DOCUMENTO DESTINADO AO CADASTRAMENTO DE OBRAS DIVERSAS

COD

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

DIRETORIA DE CONTROLE DE

RECURSOS AMBIENTAIS

01 USO DO IAP 01 PROTOCOLO SID

02 IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE

02 RAZÃO SOCIAL 03 CGC

04 INSCRIÇÃO ESTADUAL 05 TELEFONE (DDD - NÚMERO) 06 FAX (DDD - NÚMERO)

07 ENDEREÇO

08 BAIRRO 09 MUNICÍPIO/UF 10 CEP

11 NOME PARA CONTATO 12 CARGO 13 FONE PARA CONTATO

03 IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA OBRA

14 NOME 15 QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

16 N

O CADASTRO NO CONSELHO DE CLASSE 17 REGIÃO 18 FONE PARA CONTATO

19 ENDEREÇO COMPLETO

20 BAIRRO 21 CEP 22 MUNICÍPIO / UF

04 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA

23 ATIVIDADE 24 CÓDIGO

25 OBRA OBJETO DO CADASTRAMENTO

26 MUNICÍPIO(S) AFETADO(S)

27 MUNICÍPIOS TRANSPASSADOS

28 CORPOS D´ÁGUA, RIOS OU BACIAS TRANSPOSTOS

29 SITUAÇÃO DO EMPREENDIMENTO (EM PLANEJAMENTO, EM PROJETO OU EM EXECUÇÃO PARCIAL)

30 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

31 CARACTERÍSTICAS GERAIS (TOPOGRAFIA, VEGETAÇÃO, GEOLOGIA, ETC)

VERSO DO CADASTRO SIMPLIFICADO DE OBRAS DIVERSAS

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32 OBSERVAÇÕES

33 CROQUI DA OBRA (DETALHAR RIOS PRÓXIMOS DO EMPREENDIMENTO; CITAR E LOCALIZAR VIAS DE ACESSO

E INTERLIGAÇÕES COM OUTRAS VIAS; LOCALIZAR AS TRAVESSIAS URBANAS E CIDADES PRÓXIMAS)

05 RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES

34 NOME COMPLETO 35 CPF - CADASTRO DE PESSOA

FÍSICA

36 LOCAL E DATA

ASSUMO SOB AS PENAS DA LEI, QUE AS INFORMAÇÕES PRESTADAS SÃO VERDADEIRAS

37 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL TÉCNICO 38 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL PELA OBRA

OBJETO DO CADASTRO

ANEXO 03. Cadastro simplificado para obras diversas.

N

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ANEXO 04. Modelo de outorga de direito de uso para captação de água superficial.