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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES E METABÓLICAS DE SURFISTAS PROFISSIONAIS. AUTOR: MARCUS VINÍCIUS PALMEIRA SILVA ORIENTADOR: PROF. DR. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI SÃO PAULO – SP 2007

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES E METABÓLICAS DE

SURFISTAS PROFISSIONAIS.

AUTOR: MARCUS VINÍCIUS PALMEIRA SILVA ORIENTADOR: PROF. DR. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI

SÃO PAULO – SP 2007

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MARCUS VINÍCIUS PALMEIRA SILVA

INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES E METABÓLICAS DE

SURFISTAS PROFISSIONAIS.

Dissertação apresentada à Faculdade de

Educação Física da Universidade São

Judas Tadeu, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Educação Física, sob orientação do Prof.

Dr. Rogério Brandão Wichi.

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Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

CDD- 796

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade São Judas Tadeu, São

Paulo, 2007. Orientador: Profª. Dr. Rogério Brandão Wichi

1. Surfe - Atletas. 2. Sistema nervoso autônomo. 3. Metabolismo. 4. Sistema

cardiovascular I. Título

88 f.: il.; 30 cm

Palmeira, Marcus Vinícius

Influência do sistema nervoso autônomo nas alterações cardiovasculares e metabólicas de surfistas profissionais - São Paulo, 2007.

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“Juventude não é um período de vida. É um estado de espírito, um

efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade

emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura

sobre o amor do conforto. Não é por termos vivido certo número de

anos que envelhecemos; envelhecemos porque abandonamos o nosso

ideal.

Os anos enrugam o rosto; renunciar ao ideal enruga a alma. As

preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os

inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó,

antes da morte.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a

criança insaciável: E DEPOIS?... que desafia os acontecimentos e

encontra alegria no jogo da vida.

És tão jovem quanto a tua fé. Tão velho quanto a tua descrença. Tão

jovem quanto a tua confiança, em ti e a tua esperança. Tão velho

quanto o teu desânimo.

Serás jovem, enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom e

grande. Receptivo às mensagens da natureza, do homem, do infinito.”

(Autor desconhecido).

Esta dissertação é dedicada a minha filha Gabriella

Vasconcelos Palmeira que foi a luz que iluminou minha busca para

alcançar mais esse degrau na minha evolução, tanto profissional

quanto pessoal, sendo meu maior fator de determinação e incentivo

nos momentos mais difíceis desse desafio!

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Uma homenagem especial e meu sincero agradecimento às

pessoas que contribuíram em mais um estágio de minha vida:

a Moema Palmeira Silva, minha mãe, pelo constante incentivo, e ajuda, em

todas as etapas da caminhada;

a Luiz Henrique Ferreira da Silva, meu pai, pela colaboração e estimulo

dedicado a esse trabalho;

a Luciana Palmeira da Silva, minha irmã, pelo constante incentivo nas horas

de decisão e pela valorização da identidade e origem durante a caminhada;

a Solange Ferreira de Vasconcelos, minha esposa, pelo continuo estimulo,

apoio e dedicação;

a Rogério Brandão Wichi, por sua atenciosa orientação e incentivo, a cada

etapa da elaboração desta dissertação;

a Hélio José Bastos Carneiro de Campos, por sua boa vontade,

colaboração e estímulo constante;

a Marcio Neves, por seu suporte tecnológico, boa vontade e idéias,

fundamentais na conclusão deste;

a Cristiano Mostarda, por sua boa vontade e colaboração; fundamental na

conclusão deste;

a João Marcelo Miranda, por sua colaboração e estimulo;

a equipe de coleta formada por Alexander Pereira, Caio Igor, Helinho

Campos e Vinícius Ferreira por acreditarem na realização deste trabalho;

aos atletas de surfe participantes por acreditarem e estarem sempre

receptivos nas etapas que construíram esta pesquisa;

aos Mestres e amigos que contribuíram decisivamente para efetivação deste;

a DEUS, sempre presente em todos os momentos de minha vida.

o meu muito obrigado!

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi identificar as influências do sistema

nervoso autônomo sobre os ajustes cardiovasculares e metabólicos

que ocorrem durante as diferentes fases que compõem uma bateria de

surfe competitivo. Como amostra da pesquisa foram utilizados 26 (vinte

seis) indivíduos, do sexo masculino, idade 25 (+ 5) anos, divididos em:

15 (quinze) surfistas competidores do Circuito Brasileiro de Surf

Profissional, e 11 (onze) praticantes recreativos de surfe. Para

execução da pesquisa os grupos foram submetidos a uma bateria de

testes de avaliação física e registro da freqüência cardíaca (FC) em

repouso. A segunda fase do estudo, realizada apenas pelos atletas

competidores, foi a uma simulação de competição. Amostras de

sangue foram coletadas em diferentes momentos da bateria para

análise dos níveis sanguíneos de ácido láctico e glicose. Além disso, a

freqüência cardíaca (FC) foi monitorada antes, durante e após a

bateria para análise da variabilidade e modulação autonômica da FC.

Foi observado que atletas profissionais de surfe apresentam maiores

níveis de aptidão física e funcional que os praticantes recreacionais;

durante a utilização da área funcional da onda, pelos atletas, observou-

se aumento da FC e lactato, além de redução da glicemia. As análises

de correlação demonstraram que os atletas profissionais com maior

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modulação vagal apresentaram melhores respostas cardiovasculares e

metabólicas.

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ABSTRAT

The aim of this study was to identify the influences of the autonomic

nervous system on the cardiovascular and metabolic responses

during the surf competition. The research was performed in 26 (twenty

six) individuals, male, age 25 (+ 5) years, divided in: 15 (fifteen)

surfers competitors of Surf Professional's Brazilian Circuit, and 11

(eleven) recreational apprentices of surf. The groups were submitted

to a physical fitness and heart rate (HR) evaluation in rest. The

second phase of the study was performed just in the athletes. A

competition was simulation for analysis of the of lactic acid and

glucose blood levels. Besides, the HR was monitored before, during

and after the competition. The HR variability was also analyzed before

and after competition. The results showed that professional athletes of

surf presented larger physical fitness levels and functional that the

apprentices free-surfers. The competition stimulated increase of HR

and lactic acid, and decreased of glycemia levels. The correlation

analyze demonstrated that the best metabolic and cardiovascular

index during the competitive were obtained by athletes that present

larger vagal modulation.

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ÍNDICE

RESUMO................................................................................................................................vi

ABSTRAT.............................................................................................................................viii

LISTA DE TABELAS E FIGURAS..........................................................................................x

LISTA DE ANEXOS................................................................................................................xi

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................2

1.1 O SURF COMPETITIVO..................................................................................................2

1.2 A TRANSIÇÃO DO REPOUSO AO EXERCÍCIO ............................................................6

1.3 ENTRADA NA ÁREA FUNCIONAL DA ONDA ...............................................................9

1.4 O RETORNO AO OUT-SIDE.........................................................................................11

1.5 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO - SNA................................................................14

2 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................22

2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................22

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................................22

3 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................25

4 RESULTADOS ..............................................................................................................35

4.1 COMPARAÇÕES DAS VARIÁVEIS DE APTIDÃO FÍSICA ............................................35

4.2 ÍNDICES DE VFC ENTRE SURFISTAS RECREACIONAIS E COMPETIDORES .........36

4.3 DADOS TÉCNICOS DO PROTOCOLO DE COLETAS................................................388

4.4 DADOS METABÓLICOS E CARDIOVASCULARES ....................................................400

4.5 DADOS CARDIOVASCULARES ..................................................................................422

4.6 COMPARAÇÕES DA VFC ANTES E APÓS A BATERIA COMPETITIVA DE SURFE....443

4.7 CORRELAÇÕES ENTRE VO2 MÁXIMO COM ÍNDICES DE VFC .................................43

4.8 CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS METABÓLICOS E CARDIOVASCULARES.45

4.9 CORRELAÇÕES ENTRE A FC COM ÍNDICES DE VFC .............................................477

4.10 CORRELAÇÕES ENTRE DADOS TÉCNICOS E FISIOLÓGICOS ............................498

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...............................................................................52

6 SUMÁRIO......................................................................................................................66

7 CONCLUSÃO................................................................................................................68

8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................78

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x

LISTA DE TABELA E FIGURAS

Tabelas 1 - Comparações das variáveis de aptidão física..................................35

Figura 1 - Comparações entre índices de VFC durante repouso entre surfistas

recreacionais e competidores...............................................................................37

Figura 2 - Dados técnicos do protocolo de coletas............................................39

Figura 3 - Dados metabólicos e cardiovasculares..............................................41

Figura 4 - Dados cardiovasculares PAS e PAD...................................................42

Tabela 2 - Comparações da VFC antes e após a bateria competitiva...............43

Figura 5 - Correlações entre VO2 máximo com índices de VFC........................44

Figura 6 - Correlações entre parâmetros metabólicos e cardiovasculares.....46

Figura 7 - Correlações entre a FC com índices de VFC.....................................48

Figura 8 - Correlações entre dados técnicos e fisiológicos.............................50

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE......................71

ANEXO 2 – Ficha de registro de dados de avaliações físicas............................72

ANEXO 3 – Ficha de registro de dados durante bateria competitiva................73

ANEXO 4 – Recomendações para as coletas praia e laboratório......................74

ANEXO 5 – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas..............75

ANEXO 6 – Valores das variáveis metabólicas (lactato e Glicose)....................76

ANEXO 7 – Valores das variáveis cardiovasculares (F.C. e PA)........................77

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O SURF COMPETITIVO

O surfe competitivo brasileiro atingiu um nível de grande

relevância no cenário esportivo mundial. Os surfistas competidores

brasileiros alcançaram, na última década, resultados em competições e

circuitos internacionais, que surpreendem os mais otimistas visionários

dos anos anteriores. Os atletas brasileiros conquistaram oito títulos

mundiais do WQS – World Qualifing Series, que é a divisão de acesso

ao WCT – World Championship Tour, primeira divisão do surfe

mundial. O WQS é um circuito aberto a todos os atletas competidores

do mundo. Nesta competição os 8 melhores resultados do atleta são

computados para classificação final do ranking, sendo que os 15

primeiros são promovidos para o WCT que é uma divisão composta

pela elite do surf mundial. Participam do WCT os 45 (quarenta e cinco)

melhores surfistas profissionais do mundo, ambos os circuitos regidos

pela Associação de Surfe Profissional (ASP), que é a entidade máxima

mundial da modalidade. Além das conquistas no WQS, os atletas

brasileiros ganharam três títulos no Billabong World Junior, circuito

mundial para competidores até 20 anos de idade, evento que é

patrocinado pela multinacional do surfe Billabong. A evolução do surfe

no Brasil pode também, ser verificada no World Surfing Games (edição

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mundial do surfe amador), que é regulamentado pela International

Surfing Assossiation - ISA. Neste evento, os atletas brasileiros que se

apresentavam nas últimas posições no início da década de 90,

tornaram-se campeões e vice-campeões em 2002 e 2004,

respectivamente.

Evidentemente, esta evolução técnico-competitiva do surf

brasileiro vem ocorrendo em paralelo ao surgimento, e

desenvolvimento, de pesquisas nos setores ligados à ciência do

esporte, em especial na educação física. No entanto, poucos são os

estudos voltados para a prática do surfe. Este trabalho surge a partir

do diagnóstico que atesta a inexistência, e a necessidade emergente,

de se abordar a importância da preparação física específica para

surfistas competidores. Estudo de Palmeira (1999) constatou que o

acompanhamento de atletas realizado por um treinador, ou técnico

qualificado era inexistente, mas que a maioria dos atletas acreditava na

necessidade de inclusão desse profissional para melhorar suas

performances. Segundo Steinman (2003), fica cada vez mais evidente

que só talento natural e habilidade não são suficientes para ganhar

competições de surfe, sendo necessário um programa específico de

treino. A necessidade da implantação de treino de preparação física

específica para o surfe foi diagnosticada recentemente após

levantamento de dados durante um evento realizado na cidade de São

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Sebastião, São Paulo, durante o Billabong Pro Teen Series 2005.

Dados deste trabalho demonstraram que 56% dos atletas não

possuíam nenhum treinamento físico paralelo ao surfe; 22%

praticavam atividades físicas por conta própria; 18% possuíam apoio

(bolsas) em academias sem especificidade de treinamento para a

prática do surfe; e apenas 4% dos atletas afirmaram realizar

treinamento especifico para o surfe realizado por um professor de

educação física (dados não publicados). A idéia de que a realização de

um planejamento sistematizado e um treinamento físico específico

interfere na performance técnica do surfe foi confirmada através de um

estudo de caso realizado com um atleta do circuito baiano de surfe

profissional. Neste estudo foi demonstrando que o planejamento

sistematizado do treinamento físico, bem como sua execução, elevou

consideravelmente a performances técnicas do atleta quando em

competições (PALMEIRA, 2002).

A execução de um planejamento de treino físico específico deve

ser baseada nas exigências metabólicas, cardiovasculares,

respiratórias e neuromusculares que são impostas ao organismo

durante a prática do surfe. Diante da carência de estudos na literatura

que demonstrem tais exigências, pretendemos com este trabalho

levantar dados que possam auxiliar na compreensão das adaptações

metabólicas e cardiovasculares durante os diferentes eventos que

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compõem uma bateria competitiva da modalidade do surfe, bem como,

a contribuição do sistema nervoso autônomo em mediar tais

alterações.

As competições realizadas na modalidade surfe, em todas as

categorias, são organizadas em formas de baterias classificatórias,

sendo que na categoria profissional possuem em média duração de

vinte e cinco minutos cada. A bateria é composta por dois atletas,

sendo que cada atleta tem direito a surfar um total de dez ondas. Notas

são atribuídas em função das manobras realizadas em cada onda

surfada, e o atleta é classificado conforme somatória das duas

melhores notas obtidas. Assim, a execução de manobras na onda é o

principal objetivo do atleta visando alcançar um bom desempenho na

competição. No entanto, ao analisar uma bateria competitiva observa-

se que existe uma pluralidade de situações motoras, nos diversos

estágios que compõe a sua prática, que podem interferir no resultado

final da competição. O atleta ao entrar no mar precisa atravessar a

arrebentação para se posicionar na área de formação das ondas

(região chamada de out-side); seguido da entrada na área funcional da

onda e execução de manobras, e por fim a volta rápida ao out-side.

Sendo assim, as necessidades do organismo devem ser analisadas

não apenas no momento da execução das manobras, mas também

durante toda a bateria competitiva, tendo em vista a diversificação

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motora e física que acontece em cada momento diferente da

competição e que podem interferir na performance técnica do

competidor de surfe.

1.2 A TRANSIÇÃO DO REPOUSO AO EXERCÍCIO

Ao iniciar uma bateria competitiva, o atleta sai do estado de

repouso para o estado ativo fisicamente. Essa mudança é

desencadeada a partir de um estímulo sonoro autorizando a entrada

na água, isso no sistema de largada beach-start, que é o tradicional em

competições de surfe, no qual a competição se inicia com a saída dos

atletas a partir da areia. No sistema water-start, onde a bateria começa

com o atleta já posicionado na água, também há um sinal sonoro para

iniciar a competição. Em ambas as situações há necessidade de vários

ajustes orgânicos para suprir a demanda energética necessária às

exigências da atividade física.

Ao entrar na água, é necessário ajuste de termorregulação para

adaptar o corpo a temperatura da água, que geralmente é inferior a

37ºC. Se houver um isolamento insuficiente contra o frio, qualidades

físicas relevantes para o surfista competidor, como a capacidade de

desenvolver força muscular e a capacidade de realizar movimentos

coordenados, podem ser afetadas. Sabe-se que a resistência muscular

localizada – RML, e a força muscular, principalmente de membros

superiores são extremamente importantes neste momento, tendo em

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vista a atividade de remada que o atleta realiza nesta fase, visando

atravessar a arrebentação e chegar ao local de formação das ondas.

Esta fase pode durar aproximadamente oitenta segundos (FONSECA,

2003). Sendo que as condições do mar, como quantidade e força das

ondas podem interferir na duração e na intensidade do exercício físico

realizado nesta etapa.

O ajuste da temperatura corporal é auxiliado por alterações que

ocorrem no sistema cardiovascular e respiratório. Diversos estudos já

demonstraram que a transição do repouso para o exercício induz

aumento da freqüência cardíaca (resposta cronotrópica) e da força de

contração do músculo cardíaco (resposta inotrópica). O aumento do

cronotropismo e do inotropoismo cardíaco promove elevação do débito

cardíaco durante o exercício físico (CLAUSEN 1969, e EKBLOM et al.

1968).

Esse ajuste permite que maior quantidade de sangue possa ser

distribuída para todo o organismo por unidade de tempo. O sistema

vascular também se adapta a essa nova situação. Já foi demonstrado

que durante o exercício físico ocorre vasodilatação nas áreas

envolvidas com a atividade muscular e vasoconstrição em regiões

menos importantes, como a região subcutânea. Essas respostas além

de possibilitar maior fluxo de nutrientes e oxigênio para as células

envolvidas na contração muscular reduzem a perda de calor para o

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meio ambiente. Dessa forma as alterações do sistema cardiovascular

durante a fase inicial da bateria do surfe contribuem para manter a

temperatura corporal em condições estáveis, bem como para a

manutenção do metabolismo celular que se apresenta aumentado.

A transição do repouso para o exercício também é evidenciada

pelo aumento do metabolismo celular em especial na musculatura

ativa, para suprir a demanda energética acionada pelo início da

atividade de remada para o posicionamento inicial do atleta no out-

side. Sendo assim, uma série de reações químicas responsáveis pelos

processos de síntese e degradação dos nutrientes derivados da

alimentação, devem ocorrer na célula para sintetizar moléculas de

adenosina trifosfato (ATP), que fornecerão a energia necessária para

que ocorram os processos biológicos. O ATP é considerado um

composto de alta energia, sendo que sua hidrólise é capaz de fornecer

a energia para o trabalho celular. A síntese de ATP ocorre em

condições com oferta de oxigênio, onde o metabolismo energético

utilizado para sua produção está relacionado ao sistema respiratório

(fosforilação oxidativa), como também na ausência do oxigênio de

forma anaeróbia (sistemas fosfagênio e glicolítico anaeróbio). Uma

ativação das diferentes vias dependem de fatores como intensidade,

duração fazem físico de exercício, treinamento de estado e dieta

alimentar (SALTIN, 1987; BOOTH and THOMASON, 1991). Esta fase

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de entrada no mar e passagem pela rebentação deve ser realizada

rapidamente, pois o atleta que primeiro se posiciona no out-side tem

prioridade para a escolha da onda. Considerando que o tempo de

duração desta fase é em torno de oitenta segundos é possível que a

principal via utilizada na transformação dos alimentos para a produção

da ATP seja a via anaeróbia lática.

1.3 ENTRADA NA ÁREA FUNCIONAL DA ONDA E REALIZAÇÃO

DE MANOBRAS

Após o estágio inicial no qual o atleta já se localiza no out-side,

é iniciada outra fase do surf competitivo: a entrada e utilização da área

funcional da onda. É nessa região, entre a crista e a base da onda, que

o atleta executa as manobras. Esse processo exige uma série de

atitudes motoras, que terão reações cardiovasculares e metabólicas

inerentes a cada estágio do processo neuromuscular.

Ao se posicionar para entrar na área funcional da onda o atleta

necessita de uma velocidade de reação viso-motora bem desenvolvida.

Neste momento os movimentos de remada passam a ser curtos e

acelerados (sprint – alta intensidade e curta duração) para favorecer o

aumento da aceleração e facilitar a entrada na área mais íngrime da

onda. Nessa fase é imprescindível que o atleta possua uma boa

velocidade de reação viso-motora para executar o movimento de

mudança da posição de decúbito ventral, sobre a prancha, para

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posição vertical no local e momento exatos que possa favorecer a

utilização da área funcional útil na onda. O atleta que possuir essa

qualidade mais evoluída tenderá a executar manobras com maior grau

de dificuldade (manobras radicais) e, conseqüentemente, obter

melhores notas por parte dos árbitros.

A realização das manobras depende do tempo no qual o atleta

permanece na área funcional da onda. Estudo realizado por Fonseca

(2003) verificou que no Brasil, esse tempo é em média de 15

segundos. Ao realizar uma descrição funcional dos movimentos

utilizados na realização das manobras executadas por um surfista,

observa-se a complexidade existente nas mesmas; ou seja, o atleta

deve manter em todos os momentos o maior controle sobre sua

prancha e sincronia total com a onda que estiver surfando. Os

movimentos necessitam de uma combinação precisa entre a

coordenação motora, agilidade, velocidade e força de explosão, dentre

outras qualidades físicas (PALMEIRA, 2002).

Além do estado de aptidão física, o equilíbrio emocional, e o

nível de treinamento somado a tática competitiva adotada na bateria

são de fundamental importância para o bom desempenho. Diante

desse complexo repertório neuromotor apresentado pela prática do

surfe em competições o organismo apresenta adaptações

cardiovasculares, respiratórias e metabólicas para manter a atividade

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neuromuscular. Sabe-se que aumento do metabolismo energético é

acompanhado da elevação da freqüência cardíaca e da atividade

respiratória. Embora a freqüência respiratória aumente, ocorre déficit

de oxigênio, ou seja, período no qual o consumo de oxigênio (VO2) fica

abaixo daquele necessário para fornecer todo o ATP exigido pelo

exercício. Portanto, a fase caracterizada pela entrada na área funcional

e a realização de manobras (tempo médio de quinze segundos) deve

utilizar predominantemente o sistema anaeróbio para a obtenção de

energia. Segundo Fox e McArdle (1979) tempo de atividade física

inferior a 15 segundos utilizam-se preferencialmente o sistema

fosfagênio (também denominado ATP-CP) para a ressíntese do ATP.

No músculo, a fosfocreatina pode ser utilizada para ressintetizar ATP

em uma taxa muito alta de energia. O desdobramento deste sistema

em energia, com auxílio da enzima ATPase da miosina, libera ADP

sem que se produza o ácido lático. No entanto, a quantidade de ATP

formada é limitada devido à baixa quantidade de creatina fosfato que

pode ser armazenada na célula muscular (BOOTH and THOMASON,

1991).

1.4 O RETORNO AO OUT-SIDE

Após surfar uma onda durante a bateria competitiva, o atleta

retorna ao out-side para se posicionar novamente para a escolha de

uma nova onda. Esse percurso de retorno caracteriza-se

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essencialmente por movimentos cíclicos de remada, associado a

movimentos seguidos de rápido mergulho (passar por baixo da onda).

Em estudo realizado por Fonseca (2003) foi verificado que no Brasil,

esse tempo de remada foi de aproximadamente oitenta segundos.

Nesta fase, se não houver condições de promover a ressíntese do ATP

através da doação de fosfato de creatina, o organismo do atleta tende

a iniciar a utilização de outra via, o sistema anaeróbio glicolítico, que é

ativado depois de decorrido um tempo médio de 15 segundos da

atividade (SALTIN, 1987; BOOTH and THOMASON, 1991; FOSS &

KETEYIAN, 2000;). Segundo Powers (1990) atividade física de elevada

intensidade com duração entre 30 e 180 segundos utiliza-se

predominantemente do sistema glicolítico lático (via anaeróbia) para a

obtenção da ATP. A utilização dessa via envolve a degradação da

glicose ou do glicogênio em ácido pirúvico. Essa transformação ocorre

através de reações químicas visando remoção dos hidrogênios

contidos nessas moléculas. O hidrogênio removido é transportado para

que ocorra a formação da ATP. Duas proteínas são responsáveis por

mediar esse transporte: a flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e

principalmente a nicotinamina adenina dinucleotídeo (NAD). Na

presença de oxigênio o hidrogênio transportado é lançado no interior

das mitocôndrias, porém na ausência do oxigênio, o ácido pirúvico

aceita o hidrogênio se transformando em ácido lático. Essa reação

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ocorre na presença da enzima lactato desidrogenase, com o objetivo

de reciclar a NAD para a continuação do transporte dos hidrogênios

(CAHILL, 1971, e BOOTH end THOMASON , 1991; FOX et al. 1993).

Dessa forma, a ativação dessa via tem como produto final

formação do ácido láctico na célula muscular. A taxa de formação de

ácido láctico depende principalmente da intensidade do exercício, em

maior grau da intensidade relativa do exercício (% VO2 máx) do que da

intensidade absoluta (FOX et al. 1993). O ácido láctico pode ser

removido da célula muscular, podendo ser transportado para músculos

vizinhos inativos ou migrando para o fígado para ser transformado

novamente em glicogênio ou glicose por enzimas específicas, no

entanto, quando a produção é maior que sua remoção, o resultado

pode ser a acidose metabólica, levando a fadiga muscular, ou a

incapacidade de manter o processo contrátil (BENEKE, 2003). Nesse

momento, a participação do sistema respiratório é importante para

manutenção do equilíbrio ácido-base do organismo. O aumento da

freqüência respiratória contribui para manutenção do equilíbrio do pH.

Além disso, o sistema cardiovascular continua com o trabalho elevado

para manter o débito cardíaco alto.

A realização de atividades acíclicas e atividades físicas com

intervalos irregulares que exigem ajustes rápidos do sistema

cardiovascular, respiratório e no metabolismo energético celular

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dependem do funcionamento do sistema nervoso autônomo (SNA).

Sendo que já está estabelecido que o SNA coordena o conjunto de

todas essas repostas, visando à manutenção da homeostasia interna

durante o repouso ou durante a prática da atividade física.

1.5 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO - SNA

Já esta bem estabelecida a permanente influência exercida pelo

SNA para regular o ambiente interno do corpo. Ele controla a atividade

do sistema cardiovascular, respiratório, endócrino, renal e digestivo, e

também participa no controle do metabolismo energético celular

(CATAI et al. 2002 E PASCHOAL et al. 2006).

Essa respostas reguladoras recebem o nome de respostas

autonômicas, pois são efetuadas pelo SNA por maio de suas

subdivisões anatomofuncionais – o sistema nervoso simpático (SNS) e

o sistema nervoso parassimpático (SNP). A divisão simpática do

sistema nervoso estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao

organismo responder a situações de estresse e maior demanda

energética, como nas atividades físico-desportivas. De maneira

antagônica, o SNP estimula principalmente atividades que

desaceleram o metabolismo, como as reduções do ritmo cardíaco e da

pressão arterial, sendo preponderante na redução da intensidade do

esforço, e nos momentos de recuperação para regular o metabolismo

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orgânico de acordo com a necessidade apresentada (PASCHOAL et

al. 2006).

As ações simpáticas agem através de hormônios secretados

pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático,

noradrenalina e a adrenalina, que tem ação direta no órgão afetado,

razão pela qual esses neurônios são chamados adrenérgicos. A

ativação simpática põe em curso uma série de respostas fisiológicas

conhecidas, em conjunto, como resposta de fuga-ou-luta. Durante o

exercício físico essas respostas agem sobre o sistema cardiovascular,

respiratório e no metabolismo energético. No sistema cardiovascular

promove aumento da freqüência cardíaca e da força de contração,

contração de vasos sanguíneos que suprem os órgãos não essenciais,

como os rins e o trato gastrointestinal e dilatação de vasos sanguíneos

que suprem os músculos que participam do exercício (músculo

esquelético, cardíaco, fígado e tecido adiposo). No sistema respiratório

promove aumento da amplitude e da freqüência respiratória, através da

dilatação das vias aéreas. E no metabolismo energético, atua sobre os

hepatócitos, no fígado, onde estimula a glicogenólise, e também sobre

as células do tecido adiposo realizando a lipólise para disponibilizar os

ácidos graxos e o glicerol como fonte de energia (FOX et al. 1993;

CATAI et al. 2002 E PASCHOAL et al. 2006).

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A partir do momento em que o organismo identifica estímulos de

conclusão da atividade na água, ou final de bateria, inicia-se o

processo de reorganização orgânica para ser readquirido a

homeostase em repouso, o momento de volta à calma. Esse processo

de reorganização é desencadeado pelas ações parassimpáticas sobre

fatores metabólicos, cardiovasculares e respiratórios. No metabolismo

atua diretamente na redução da produção de energia; no aspecto

cardiovascular age reduzindo o ritmo cardíaco, a pressão arterial,

redistribuição do fluxo sanguíneo através da vasodilatação periférica,

que está diretamente associado à redução da freqüência e o volume

respiratório, e dissipação do calor. As conseqüências da ativação do

tônus parassimpático atuam prioritariamente na desaceleração das

reações, e atividades, induzidas diretamente pelo aumento na

atividade vagal. Essas ações são mediadas pela acetilcolina, razão

pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Dessa forma,

pode-se dizer que a ativação do sistema nervoso simpático (aumento

de tônus simpático) juntamente com a inibição do sistema nervoso

parassimpático (diminuição de tônus vagal) são respostas importantes

para a manutenção do exercício físico (ARAÚJO & ALMEIDA, 2003).

Da mesma maneira que a via inversa, com redução da atividade

simpática e aumento do tônus vagal, ativada ao termino da atividade

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física, possui igual relevância para reorganização da homeostase

orgânica.

1.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE AUTONÔMICA

Uma das maneiras de avaliação da atividade autonômicas é

através do bloqueio autonômico farmacológico, que poder ser utilizado

para estimar o nível preexistente do tônus simpático e parassimpático

sobre o coração (FRANCHINI, 1989). O método utiliza variações que

ocorrem nos parâmetros cardiovasculares, em especial na freqüência

cardíaca e na pressão arterial, como indicadores do tônus autonômico.

O bloqueio farmacológico do coração com atropina e propranolol (ou

atenolol) pode ser utilizado tanto na experimentação com animal

quanto com humanos, para quantificar as influencias do sistema

nervoso autônomo simpático e parassimpático sobre a freqüência

cardíaca e também sobre o debito cardíaco. Já a efetivação do duplo

bloqueio farmacológico permite a determinação da freqüência cardíaca

intrínseca, ou de marcapasso. Alem disto, bloqueadores ganglionares

podem ser utilizados para avaliação do componente neurogênico

global de controle cardiovascular (DE ANGELIS et al. 2004). A

introdução de técnicas que utilizam o bloqueios farmacológico seletivo

do sistema nervoso simpático e/ou parassimpático, além de possibilitar

a criação de testes padronizados, reconhecidamente aplicados para

avaliação de um ou outro ramos do SNA (AKSELROD S. et al. 1981),

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contribuiu para o desenvolvimento de testes não invasivos confiáveis.

A associação desses testes a uma importante ferramenta de análise da

função autonômica cardíaca, a variabilidade da freqüência cardíaca

(VFC), trouxe enorme avanço às pesquisas científicas nessa área de

investigação, sendo que atualmente a VFC é empregada,

diversificadamente, em investigações sobre a função autonômica

cardíaca em diversas áreas (PASCHOAL et al. 2006).

1.6 ESTUDO DA VARIABILIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA

A freqüência cardíaca (FC) é mediada primariamente pela

atividade direta do SNA, através da atuação dos ramos simpático e

parassimpático sobre à auto-ritmicidade do nodo sinusal, com

predominância da atividade vagal (parassimpática) em repouso e

simpática durante o exercício (ALMEIDA & ARAÚJO, 2003). O estudo

da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) tem permitido, de forma

não invasiva, segura e reprodutível (PUMPRLA et al. 2002), um melhor

entendimento da participação do controle neural simpático e

parassimpático sobre o nódulo sinusal (CATAI et al. 2002; MELO et al.

2005). A VFC pode ser analisada tanto por métodos no domínio da

freqüência, por meio da análise espectral (ANTILA, 1979; BRUNETTO

et al. 2005; LONGO et al. 1995; e SOARES et al. 2005), quanto no

domínio do tempo onde são avaliadas as variações da FC e dos

intervalos R-R, utilizando-se métodos estatísticos e aritméticos. Através

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desses métodos é possível obter valores de VFC no domínio do tempo,

como o índice RMSSD, que é o cálculo da raiz quadrada da média do

quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes,

expressa em milessegundos, e o índice pNN10, que equivale a

percentagem de intervalos RR adjacentes com diferença de duração

superior a dez milessegundos (RASSI A. JR. 2000; LIM et al. 2006). Já

está bem estabelecido que os índices RMSSD e o pNN10, refletem

quase que exclusivamente as oscilações da banda de alta freqüência,

ou seja, comporta-se como um índice sensível a modulação vagal

(POLANCZYK et al. 1998), não sofrendo influencia da atividade

simpática (BIGGER et al. 1992), o que foi comprovado por meio de

experimentos com bloqueios farmacológicos (HAYANO et al. 2000).

O uso de métodos de medição da atividade autonômica através

da VFC foram validados através da comparação com a

eletrocardiografia padrão (LOIMAALA et al. 2000). Em experimentos

com humanos pode-se utilizar um monitor de freqüência cardíaca

(BRASIL et al. 2001; SOARES et al. 2005; BRUNETTO et al. 2005),

com cinto transmissor que detecta o sinal eletrocardiográfico

batimento-a-batimento e o transmite através de uma onda

eletromagnética para o receptor de pulso, onde essa informação é

digitalizada, exibida e arquivada para posterior análise.

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O SNA modula o conjunto de todas as repostas metabólicas e

cardiovasculares, visando à manutenção da homeostase orgânica

durante o repouso, ou durante o exercício físico. Assim, o estudo do

sistema nervoso autonômico é fundamental para que possamos

entender a sua participação em mediar tais respostas em atletas

profissionais durante a pratica do surfe competitivo.

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OBJETIVOS

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2 OBJETIVO GERAL

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho foi de investigar as influências do

sistema nervoso autônomo sobre parâmetros metabólicos e

cardiovasculares de atletas submetidos à prática do surfe.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Comparar a flexibilidade, resistência muscular localizada (RML),

percentual de gordura corporal, índice de massa corporal (IMC),

e consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), entre atletas

recreacionais e competidores.

Avaliar a VFC total e índices de modulação no domínio do

tempo (pNN10, RMSSD) e da freqüência (LF, HF), entre atletas

recreacionais e competidores.

Comparar os componentes de VFC, nos domínios do tempo e

da freqüência, durante a fase de repouso (PRÉ) e após a fase

de recuperação (REC) de uma bateria competitiva de surfe com

atletas profissionais.

Descrever o comportamento da freqüência cardíaca, do ácido

láctico e da glicose plasmática antes, durante e após a bateria

competitiva de surfe;

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Analisar o comportamento da pressão arterial (PA) e VFC antes

e após a bateria competitiva.

Correlacionar os componentes que sugerem modulação vagal

(índices RMSSD, pNN10 e a banda HF) com os níveis de

glicose plasmática e FC durante as fases competitivas.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa – COEP da Universidade São Judas Tadeu com o protocolo

de número 39/2006 (anexo 5).

3.1 AMOSTRA

Para compor a amostra do presente estudo foram convidados

15 (quinze) atletas que competem no circuito brasileiro de surfe

profissional; e 11 (onze) praticantes recreacionais da modalidade. O

principal critério de inclusão para ambos os grupos foi os indivíduos

serem do sexo masculino e possuir idade média de 25 anos; para os

atletas profissionais serem considerados aptos para compor a amostra

tiveram que se enquadrar em alguns critérios: a) participar do circuito

brasileiro de surfe possuindo o tempo mínimo de 5 anos de prática

competitiva; b) ter uma freqüência semanal de pelo menos 10 horas de

prática. Definiu-se como critério de exclusão: a) o atleta que possuísse

mais de seis meses sem participar de competições endossadas por

Federações ou Confederação da modalidade; b) apresentasse lesão,

dor ou cirurgia ortopédica recente (3 meses), ou c) estivesse fazendo

uso de qualquer medicamento, em especial os que se enquadram na

categoria de beta-bloqueadores. Os participantes foram esclarecidos

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sobre o trabalho e assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido – TCLE para sua participação no estudo (anexo 1).

Os dados pessoais dos voluntários que formaram a amostra

foram mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da

pesquisa foram utilizados apenas para alcançar os objetivos do

trabalho, expostos a seguir, incluída sua publicação na literatura

científica especializada.

3.2 PROTOCOLO EXPERIMENTAL

Para efetivar as coletas de dados os indivíduos participaram de

duas etapas de testes:

1a etapa - avaliação física para identificação do perfil de aptidão física

dos participantes e comparação dos competidores com praticantes

recreacionais; Nesta etapa todos os participante (praticantes

recreacionais e atletas profissionais) foram submetidos a uma bateria

de testes. Foram avaliados os aspectos antropométricos,

neuromusculares e metabólicos. Em relação às variáveis

antropométricas, foi analisado o índice de massa corporal – IMC

através da relação peso/estatura2, para mensurar essas variáveis foi

usado o estadiômetro Standard e uma balança analógica da marca

Tech Line. O percentual de gordura corporal foi mensurado através da

técnica de dobras cutâneas com o protocolo composto por sete dobras

(axilar, abdominal, coxa, peitoral, subescapular, supra ilíaca e tríceps),

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sugerido especificamente para atleta por Jackson & Pollock (1978), no

qual foi utilizado o adpômetro científico Sanny AMB para coletar as

medidas. As variáveis neuromusculares avaliadas nos atletas foram a

resistência muscular localizada - RML e a flexibilidade. Para mensurar

a RML os sujeitos foram avaliados pelo teste de repetições máximas

de abdominal em 1 (um) minuto (KISS, 1987), os instrumentos usados

durante a execução do teste foram um cronômetro da marca Timex

modelo Marathon e um colchonete apropriado para ginástica. A

flexibilidade foi mensurada através do método indireto pelo teste de

sentar e alcançar (PITANGA, 2000), realizado no Banco de Wells,

também da marca Sanny. O componente metabólico avaliado foi o VO2

máximo, mensurado através do teste de campo indireto preconizado

por Cooper (1982), através do protocolo de pista em 12 minutos, onde

o indivíduo deve percorrer a maior distância possível caracterizando-o

assim como teste máximo, durante a execução do teste foi usado,

também, o cronômetro da marca Timex modelo Marathon e um apito

Fox-40. Os resultados obtidos durante as avaliações foram registrados

em uma planilha elaborada especificamente para realização do

presente estudo (anexo 2). A ordem de execução dos testes foi à

mesma descrita a cima. Os testes foram realizados no Centro de

Esportes da Universidade Federal da Bahia que possui a estrutura

necessária para realização dos mesmos. Adotou-se o horário entre 8h

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e 10h da manhã para realização dos mesmos objetivando a

padronização durante o processo de coletas dos dados, a temperatura

ambiente média permaneceu em torno de 34ºC. Essa etapa foi

efetivada com a participação dos 15 atletas profissionais que fizeram

parte da amostra do presente estudo, mais 11 sujeitos praticantes

recreacionais de surfe, que realizaram um registro, em repouso, de

freqüência cardíaca durante 10 minutos, para posteriores

comparações.

2a etapa - Simulação de uma competição com todas as normas

estruturais da ABRASP (Associação Brasileira de Surfe Profissional)

que é a entidade que rege o surfe profissional brasileiro. Foi realizada

com intervalo mínimo de 24h após a primeira etapa. Nesta fase,

participaram apenas os atletas que competem no circuito brasileiro de

surfe profissional. As baterias com duração de 25 minutos, foram

compostas por dois competidores, um controle de marcação

competitiva e outro experimental; Foram somadas as duas melhores

notas das ondas de cada atleta para ser estabelecido o resultado final

da bateria (primeiro e segundo lugares). Após análise prévia das

etapas que compuseram o circuito brasileiro de surf profissional nos

anos de 2005 e 2006, foi verificado que os atletas surfaram em média

5 ondas. Assim, cada atleta teve direito a surfar até cinco ondas

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durante a simulação de competição do presente projeto. Apenas o

atleta experimental foi monitorado em cada bateria competitiva.

Foram realizadas coletas de amostras de sangue (20µl) através

da polpa dos diferentes dedos das mãos com auxílio de um lancetador

e capilar, após um rápido processo de lavagem com álcool e secagem

com toalha de algodão. Este procedimento de coleta foi realizado em 8

(oito) momentos diferentes:

Basal (com o atleta na areia antes do início da bateria, 1 coleta);

Após a realização do exercício físico (final de cada onda surfada,

5 coletas);

Final da bateria (1 coleta);

Fase de Recuperação (10 minutos após o final da bateria; 1

coleta).

Pressão arterial (PA) sistólica e diastólica foram monitoradas

utilizando um Esfigmomanômetro Aneróide e estetoscópio Sanny em

três momentos distintos:

Antes do exercício;

Logo após o exercício;

10 minutos após fase de recuperação (REC).

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A freqüência cardíaca foi registrada continuamente batimento-a-

batimento (intervalo R-R), com o uso de um frequencímetro da marca

Polar® (modelo S810i) nos dez minutos que precederam a entrada na

água (PRÉ) e dez minutos após o final da bateria de prova, na fase de

recuperação (REC). Ao final, os dados armazenados na memória do

frequencímetro foram transferidos a um computador para posterior

análise.

Foram coletados todos os tempos e intervalos entre o tempo

basal, durante as baterias, intervalo entre ondas surfadas, tempo de

utilização da área funcional da onda (surfando), e tempo de

recuperação com a utilização de dois cronógrafo de marca Timex,

modelo Iromam Triathlon 100 Lap Memory, e do Timex, modelo

Maraton 50 Lap Memory.

Os valores apresentados, nas variáveis metabólicas, técnicas e

cardiovasculares foram registrados em uma planilha de registro

desenvolvida exclusivamente para esse estudo (anexo 3).

3.3 ANÁLISE DOS NÍVEIS DE GLICOSE E LACTATO SANGUÍNEO

Os níveis plasmáticos de lactato sanguíneo foram analisados

por um lactímetro da marca Acuttrend Roche, utilizando fitas

Boehringer Mannheim. O nível de glicose circulante foi analisado pelo

glicosímetro, da mesma marca, utilizando fitas Accu-Chek Advantage

(Roche). Para minimizar os efeitos da dieta na variável glicose

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sanguínea, e padronizar o protocolo, foi administrado a todos os atletas

que participaram dessa etapa 1g/kgpeso corporal de maltodextrina uma

hora antes da coleta de FC em repouso. Sendo que os sujeitos foram

orientados, verbalmente e por escrito, sobre as recomendações previas

para a realização dos testes (anexo 4).

3.4 ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA

NO DOMÍNIO DO TEMPO E DA FREQÜÊNCIA

Adotamos nesse estudo a utilização de métodos de avaliações

da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC), para análise da

modulação autonômica do sistema cardiovascular com dados

coletados durante as fases de repouso (PRÉ) e recuperação (REC). A

variabilidade da freqüência cardíaca foi realizada através do registro do

intervalo R-R (IP, ms). Este procedimento foi realizado através da

utilização de um frequencímetro da marca Polar® modelo S-810i.

Durante o uso do monitor de freqüência cardíaca, o cinto transmissor

detecta o sinal eletrocardiográfico batimento-a-batimento e o transmite

através de uma onda eletromagnética para o receptor de pulso Polar,

onde essa informação é digitalizada, exibida e arquivada. Esse sistema

detecta a despolarização ventricular, correspondente a onda R do

eletrocardiograma, com uma freqüência de amostragem de 500 HZ e

uma resolução temporal de 1 ms2. Os arquivos de registro foram

transferidos para o Polar Precision Performance Software através da

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Interface Infrared, ou IrDA, que permite a troca bidirecional de dados

de exercício com um microcomputador para posterior análise da

variabilidade do intervalo de pulso cardíaco nas diferentes situações

registradas.

Após aquisição e armazenamento dos dados no computador os

intervalos R-R (IP) provenientes do frequencímetro foram convertidos e

armazenados em arquivos Excel. Foi realizada uma verificação por

inspeção visual, para identificar e/ou corrigir alguma marcação não

correta. Em seguida foi gerada a série temporal de cada sinal a ser

estudado, no caso, o intervalo de pulso cardíaco (tacograma). Quando

necessário, utilizamos a interpolação linear para retirarmos as

distorções indesejáveis que alteraram a estacionariedade do sinal. As

oscilações das séries de IP foram avaliadas no domínio do tempo e da

freqüência. As séries de IP foram divididas em segmentos de 509

batimentos. Os índices RMSSD, que é o cálculo da raiz quadrada da

média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais

adjacentes, expressa em milessegundos, e pNN10, que equivale a

percentagem de intervalos RR adjacentes com diferença de duração

superior a dez milessegundos (RASSI A. JR. 2000; LIM et al. 2006),

ambos componentes da análise no domínio do tempo, refletem quase

que exclusivamente as oscilações da banda de alta freqüência, ou

seja, comporta-se como um índice sensível a modulação vagal foram

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calculados. Para análise no domínio da freqüência, o mesmo trecho foi

submetido ao método de Transformada Rápida de Fourrier (FFT). Com

este método foi possível detectar a freqüência central, número e

potência de cada componente. A potência espectral pode ser integrada

em três faixas de freqüência de interesse: altas freqüências (HF) entre

0,15 e 0,4 Hz, que reflete a modulação vagal; baixas freqüências (LF)

entre 0,04 e 0,15 Hz, que refletem a modulação simpática e vagal; e

muito baixas freqüências (VLF) menores que 0,04 Hz. A análise

espectral da respiração utilizada como padrão de controle, para

delimitação das bandas de freqüências (TASK FORCE, 1996).

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados são apresentados como média ± erro-padrão. O

programa Instat (GraphPad Software) foi usado para as análises

estatísticas. O Teste t de Student e o teste de Análise de Variância

(ANOVA) para medidas repetidas, seguido de pós-teste de Tukey,

foram devidamente aplicados para análise dos dados. Todas as

variáveis foram analisadas através do teste de correlação de Pearson.

Valores de p<0,05 foram considerados significativos.

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RESULTADOS

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4 RESULTADOS

4.1 TABELAS DE COMPARAÇÕES DAS VARIÁVEIS DE APTIDÃO

FÍSICA

Os dados da tabela 1 demonstram os resultados das variáveis de

aptidão física da amostra estudada. Pode-se observar que os atletas

competidores profissionais possuem maior nível de aptidão física e

funcional que os praticantes não profissionais (recreacionais),

apresentando valores mais elevados no consumo máximo de oxigênio

(VO2 máximo), menor valor no índice de massa corporal – IMC, e no

percentual de gordura corporal, além de valores mais elevados na

variável flexibilidade e resistência muscular localizada. Porém, os

atletas profissionais e os recreativos apresentaram valores similares de

freqüência cardíaca de repouso.

TABELA 1 COMPARAÇÃO DE VARIÁVEIS DE APTIDÃO FÍSICA ENTRE

SURFISTAS RECREACIONAIS E SURFISTAS COMPETIDORES

VARI Á VEIS AVALIADAS RECREACIONAL COMPETIDOR

VO 2 m áximo (ml/kg/min.) 51,7 ± 0,44 * 56,0 ± 0,32 Í ndice de Massa corporal(m/kg 2) 24,25 ± 0,37 * 23,17 ± 0,25 Gordura Corpora (%) 9,77 ± 0,30 * 8,18 ± 0,46 Flexibilidade (cm) 39,8 ± 0,42 * 42,5 ± 0,67 Resistência Abdominal(1 min.) 36,2 ± 0,66 * 40,3 ± 0,43

Os valores representam média + erro padrão; * p< 0,05 vs Competidor

Freq üência card íaca (repouso) 64 ± 1,55 66 ± 1,95

VARI Á VEIS AVALIADAS RECREACIONAL

VO 2 m áximo (ml/kg/min.) 51,7 ± 0,44 * 56,0 ± 0,32 Í ndice de Massa corporal(m/kg 2) 24,25 ± 0,37 * 23,17 ± 0,25 Gordura Corpora (%) 9,77 ± 0,30 * 8,18 ± 0,46 Flexibilidade (cm) 39,8 ± 0,42 * 42,5 ± 0,67 Resistência Abdominal(1 min.) 36,2 ± 0,66 * ± 0,43

aca (repouso) 64 ± 1,55 ± 1,95 Freq üência card í

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36

4.2 COMPARAÇÕES ENTRE ÍNDICES DE VFC DURANTE O

REPOUSO ENTRE SURFISTAS RECREACIONAIS E

COMPETIDORES

Na figura 1 são apresentados os dados de comparação dos índices de

VFC entre surfistas recreacionais e surfistas competidores durante o

repouso. No domínio da freqüência pode ser observado o componente

LF (figura 1a) e HF (figura 1b). No domínio do tempo pode ser

observado o índice pNN10 (figura 1c) e o índice RMSSD (figura 1d).

Além disso, a VFC total é apresentada na figura 1e. Podemos observar

que não houve diferença significativa entre os grupos nos

componentes no domínio da freqüência, além da variabilidade total e

no índice RMSSD no domínio do tempo; porém foi apresentada

elevação a favor dos surfistas competidores no índice pNN10, que

sugere maior modulação vagal no método de análise no domínio do

tempo.

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37

b)

COMPETIDORESRECREACIONAIS0

20

40

60

80

100

COMPETIDORESRECREACIONAIS

c)

COMPETIDORESRECREACIONAIS

d)

010203040506070

COMPETIDORESRECREACIONAIS

COMPETIDORESRECREACIONAIS

e)

a)

COMPETIDORESRECREACIONAIS0

20

40

60

80

COMPETIDORESRECREACIONAIS

COMPETIDORESRECREACIONAIS

10203040506070

COMPETIDORESRECREACIONAIS

*

.

.

.

.

Índi

ce R

MSS

D (m

s)

% L

F (m

s2)

% H

F (m

s2)

Índi

ce p

NN

10 (m

s)

VFC

Tot

al (m

s)

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

02.000

4.000

6.000

8.000

10.000

.

b)

COMPETIDORESRECREACIONAIS0

20

40

60

80

100

COMPETIDORESRECREACIONAIS

c)

COMPETIDORESRECREACIONAIS

d)

010203040506070

COMPETIDORESRECREACIONAIS

COMPETIDORESRECREACIONAIS

e)

a)

COMPETIDORESRECREACIONAIS0

20

40

60

80

COMPETIDORESRECREACIONAIS

COMPETIDORESRECREACIONAIS

10203040506070

COMPETIDORESRECREACIONAIS

*

.

.

.

.

Índi

ce R

MSS

D (m

s)

% L

F (m

s2)

% H

F (m

s2)

Índi

ce p

NN

10 (m

s)

VFC

Tot

al (m

s)

0

20

40

60

80

100

0

20

40

60

80

100

02.000

4.000

6.000

8.000

10.000

.

Figura 1 - a) Comparação do componente LF (ms2), b) Comparação do componente HF (ms2), c) Comparação do índice pNN10, d) Comparação do índice RMSSD, e e) Comparação da variabilidade total, entre surfistas recreacionais e competidores. Os valores representam média + erro-padrão, * P < 0,05 vs. competidores.

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38

4.3 DADOS TÉCNICOS DO PROTOCOLO DE COLETAS A figura 2 apresenta dados técnicos de caracterização do protocolo de

coletas com atletas profissionais de surfe submetidos a uma bateria

competitiva. Através desta figura pode-se observar a linearidade entre

os valores obtidos durante a bateria. Não existiu diferença na utilização

da área funcional da onda entre os atletas. O tempo de utilização para

execução de manobras foi de 11 segundos em todas as ondas

surfadas (Figura 2a). Não existiu diferença no intervalo entre cada

onda surfada (Figura 2b). O valor médio de intervalo entre as ondas

surfadas foi de 4 minutos. Além disso, verificamos semelhante

resultado na quantidade de manobras executadas em cada onda

surfada (Figura 2c). Os atletas realizaram em média 3 manobras por

onda, o que contribuiu para manter a média das notas atribuídas por

cada onda surfada (Figura 2d), que ficou em torno das notas 7 e 8.

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39

0

2

4

6

8

10

12

O1 O2 O3 O4 O5

ondas

Tem

po n

a on

da (

seg.

)

a)

b)

0

1

2

3

4

5

6

O1 O2 O3 O4 O5

ondas

Inte

rval

o en

tre

onda

s (m

in.)

0

1

2

3

4

O1 O2 O3 O4 O5

n. d

e m

anob

ras

ondas

c)

0123456789

10

O1 O2 O3 O4 O5

ondas

Not

a po

r ond

a

d)

FB

0

2

10

12

O1 O2 O3 O4 O5

4

6

8

ondas

Tem

po n

a on

da (

seg.

)

a)

b)

0

1

2

3

4

O1 O2 O3 O4 O5

n. d

e m

anob

ras

ondas

c)

0

1

2

3

4

5

6

O1 O2 O3 O4 O5 0123456789

10

O1 O2 O3 O4 O5

ondas

Inte

rval

o en

tre

onda

s (m

in.)

ondas

Not

a po

r ond

a

d)

FB

Figura 2 - a) tempo de uso da área funcional das ondas; b) Intervalos entre ondas surfadas; c) Número de manobras realizadas por onda; e d) médias de notas por ondas surfadas durante bateria competitiva de atletas profissionais de surfe. Os valores representam média + erro-padrão.

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40

4.4 DADOS METABÓLICOS E CARDIOVASCULARES

Os dados metabólicos e cardiovasculares que foram obtidos

pré-exercício (PRÉ), fase de exercício (5 ondas surfadas), momento

final de bateria (FB) e recuperação (REC) são apresentados na figura

3. Pode-se observar que o nível de lactato sanguíneo (LAC) aumentou

significativamente durante a fase de exercício em relação à fase PRÉ.

Durante a bateria, observou-se aumento significativo do LAC (figura

3a). No final da bateria e na recuperação o LAC reduziu, porém,

permanceu elevado quando comparado à situação basal.

O nível de glicose sanguínea sofreu redução significativa

durante a fase de exercício quando comparada às fases PRÉ e FB

(figura 3b). Na fase REC, observou-se que o nível de glicose

sanguínea retornou aos valores iniciais. Pode-se notar, também, que a

freqüência cardíaca (FC) sofreu aumento significante durante a fase de

exercício. No final da bateria a FC se mantém elevada. Na fase REC o

valor da FC reduziu, no entanto, não retornou aos valores observados

antes do exercício na fase PRÉ (figura 3c).

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41

. .

.

Ondas

01,02,03,04,05,06,07,0

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECLact

ato

Sang

uíne

o (m

mol

/L)

* ¥ * ¥*

#*

* ‡* *

a)

020406080

100120

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECGlic

emia

San

guín

ea (m

g/dL

)

ondas

* †* # †* † * † * † * †

b)

* †

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

0306090

120150180

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB REC

*

ondas

* †* †* †* †* †

c)

.

.

. .

.

Ondas

01,02,03,04,05,06,07,0

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECLact

ato

Sang

uíne

o (m

mol

/L)

* ¥ * ¥*

#*

* ‡* *

a)

.

Ondas

01,02,03,04,05,06,07,0

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECLact

ato

Sang

uíne

o (m

mol

/L)

* ¥ * ¥*

#*

* ‡* *

a)

020406080

100120

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECGlic

emia

San

guín

ea (m

g/dL

)

ondas

* †* # †* † * † * † * †

b)

020406080

100120

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB RECGlic

emia

San

guín

ea (m

g/dL

)

ondas

* †* # †* † * † * † * †

b)

* †

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

0306090

120150180

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB REC

*

ondas

* †* †* †* †* †

c)* †

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

0306090

120150180

PRÉ O1 O2 O3 O4 O5 FB REC

*

ondas

* †* †* †* †* †

c)

.

.

Figura 3 - a) Concentração de lactato sanguíneo onde: * p<0,05 vs. PRÉ; ¥ p<0,05 vs. O1; ‡ p<0,05 vs. O5; # p<0,05 vs. Ondas; b) Concentração de glicose sanguínea: * p< 0,05 vs. PRÉ; # p< 0,05 vs. ondas; † p < 0,05 vs. REC; e c) Freqüência cardíaca onde: * P< 0,05 vs. PRÉ; † P< 0,05 vs. REC. Em atletas competidores de surfe. Os valores representam média + erro-padrão de diferentes momentos: PRÉ, ondas 01a 05, FB e REC.

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42

4.5 DADOS CARDIOVASCULARES A figura 4 demonstra dados do comportamento da pressão arterial

sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de atletas profissionais de surfe

submetidos a uma bateria competitiva, que foi aferida em três

momentos: pré-exercício (PRÉ), final de bateria (FB), e após

recuperação de 10 minutos, ao final do exercício (REC). Pode-se

observar que houve uma elevação significativa da PAS e na PAD

durante a prática do exercício que se manteve até o FB, em relação à

PRÉ. Na REC houve uma redução da PAS e PAD. Os valores

retornaram aos observados na fase PRÉ (figura 4 a, b).

a)

b)

0

2040

6080

100120

140

PRÉ FB REC

PAS

(mm

/Hg)

*

0

20

40

60

80

100

PAD

(mm

/Hg) *

PRÉ FB REC

.

.

.

.

a)

b)

0

2040

6080

100120

140

PRÉ FB REC

PAS

(mm

/Hg)

*

0

20

40

60

80

100

PAD

(mm

/Hg) *

PRÉ FB REC

.

.

.

.

Figura 4 - a) Pressão Arterial Sistólica (PAS); e b) Pressão Arterial Diastólica (PAD) de atletas profissionais de surfe submetidos a uma bateria competitiva. Os valores representam média + erro-padrão de diferentes momentos: PRÉ, FB e REC. * p< 0,05 vs. PRÉ e REC.

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43

4.6 TABELA DE COMPARAÇÃO DA VFC ANTES E APÓS A

BATERIA COMPETITIVA DE SURFE

Os dados da tabelas 2 demonstram a VFC total e os índices RMSSD,

pNN10, LF e HF durante o repouso (PRÉ) e após, durante a fase de

recuperação (REC). Após a fase REC, houve redução na VFC total,

nos componentes que sugerem modulação vagal no domínio do tempo

(pNN10 e RMSSD), além de redução no HF (%). Observou-se também

elevação nas bandas de LF (absoluto e normalizado).

VAR(ms²)RMSSD(ms)pNN10(%)

FASE

LF (ms2)HF (ms2)

PRÉ REC

358 ± 145 *586 ± 343 *

1149,5 ± 2171345,1 ± 295

LF (%)HF (%)

52 ± 4 * 48 ± 4

61 ± 539 ± 5

4.368 ± 664 *57,15 ± 7,5 *33,11 ± 5,9 *

1.724 ± 54121,85 ± 5,67,28 ± 3,9

TABELA 2COMPARAÇÃO DA VFC NO DOMÍNIO DO TEMPO E DA FREQUÊNCIA DURANTE

AS FASES DE REPOUSO E RECUPERAÇÃO DE UMA BATERIACOMPETITIVA DE SURFE

Os valores representam média + erro-padrão; * p < 0,05 vs REC.

VAR(ms²)RMSSD(ms)pNN10(%)

FASE

LF (ms2)HF (ms2)

PRÉ REC

358 ± 145 *586 ± 343 *

1149,5 ± 2171345,1 ± 295

LF (%)HF (%)

52 ± 4 * 48 ± 4

61 ± 539 ± 5

4.368 ± 664 *57,15 ± 7,5 *33,11 ± 5,9 *

1.724 ± 54121,85 ± 5,67,28 ± 3,9

TABELA 2COMPARAÇÃO DA VFC NO DOMÍNIO DO TEMPO E DA FREQUÊNCIA DURANTE

AS FASES DE REPOUSO E RECUPERAÇÃO DE UMA BATERIACOMPETITIVA DE SURFE

Os valores representam média + erro-padrão; * p < 0,05 vs REC.

M

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44

4.7 CORRELAÇÕES ENTRE VO2 MÁXIMO COM ÍNDICES DE VFC

Na figura 5 são apresentadas em gráficos de dispersão das

correlações entre: a) consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) com o

índice RMSSD (p<0,05, e r = 0,51); e b) entre o VO2 máx. e o

componente HF (p<0,05 e r = 0,67). Observa-se, em a e b, correlação

positiva entre as duas variáveis.

.

.

Componente HF (ms2)

R = 0,67

VO2

máx

imo

(ml/k

g/m

in)

.

R = 0,51

VO2

máx

imo

(ml/k

g/m

in)

Índice RMSSD (ms)

50

52

54

56

58

60

0 10 20 30 40 50 60 70 80

50

52

54

56

58

60

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

a)

b)

.

.

.

.

.

Componente HF (ms2)

R = 0,67

VO2

máx

imo

(ml/k

g/m

in)

.

R = 0,51

VO2

máx

imo

(ml/k

g/m

in)

Índice RMSSD (ms)

50

52

54

56

58

60

0 10 20 30 40 50 60 70 80

50

52

54

56

58

60

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

a)

b)

.

.

.

Figura 5 - a) Correlação entre VO2 máximo (ml/kg/min.) com o índice RMSSD (ms); e b) Correlação entre VO2 máximo (ml/kg/min.) com componente HF (ms), em atletas profissionais de surfe submetidos à uma bateria competitiva. Os valores representam correlação positiva em diferentes momentos: Pré e Rec. a) P< 0,05; e R = 0,51; b) P< 0,05; e R = 0,67.

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45

4.8 CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS METABÓLICOS E

CARDIOVASCULARES

Na figura 6 são apresentadas correlações entre parâmetros

cardiovasculares e metabólicos antes, durante e após a bateria

competitiva. Os valores demonstram correlação negativa entre as

concentrações de LAC e GLI durante os diferentes momentos em que

foram mensurados: (PRÉ) nos 10 minutos antes do exercício, fase de

exercício (5 ondas surfadas), momento final de bateria (FB) e fase de

recuperação (REC) nos 10 minutos após exercício (figura 6a), (p<0,05

e o valor de r = -0,88). Foi observada correlação positiva entre LAC e

FC, durante os períodos citados acima (figura 6b), (p<0,05 e r = 0,91).

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46

R = - 0,83

R= 0,91

Lact

ato

sang

uíne

o (m

mol

/L)

Freqüência Cardíaca (bpm)

Lact

ato

sang

uíne

o (m

mol

/L)

Glicemia Sanguínea (mg/dL)

a)

b)

0

2

4

6

8

10

50 100 150 200

0

2

4

6

8

10

20 40 60 80 100 120

.

.

.

.

R = - 0,83

R= 0,91

Lact

ato

sang

uíne

o (m

mol

/L)

Freqüência Cardíaca (bpm)

Lact

ato

sang

uíne

o (m

mol

/L)

Glicemia Sanguínea (mg/dL)

a)

b)

0

2

4

6

8

10

50 100 150 200

0

2

4

6

8

10

20 40 60 80 100 120

.

.

.

.

Figura 6 – a) Correlação entre concentração de lactato sanguíneo (mmol/L) e os níveis de glicose sanguínea (mg/dl); b) Correlação entre concentração de lactato sanguíneo (mmol/L) com a FC absoluta (bpm) em atletas profissionais de surfe. Em a os valores representam correlação negativa, e em b positiva, em diferentes momentos: Pré, 5 ondas, FB e Rec: a) P < 0,05; e R = -0,83; e b) P < 0,05; e R = 0,91.

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47

4.9 CORRELAÇÕES ENTRE A FC COM ÍNDICES DE VFC

Na figura 7 são apresentados as correlações entre: a) valores de FC

com o índice RMSSD, (p<0,05, r = - 0,59); b) valores de FC com índice

pNN10, (p<0,05 r = - 0,60; e c) valores de FC com o componente HF,

(p<0,05, r = - 0,41); ambos coletados em atletas profissionais de surfe

submetidos a uma bateria competitiva. Os valores demonstram

correlação negativa durante os diferentes momentos em que foram

mensurados: (PRÉ) 10 minutos antes do exercício, e (REC) fase de

recuperação 10 minutos após exercício.

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48

a)

b)

c)

Índice rMSSD (ms)

R = - 0,60

Índice pNN10 (ms)

Componente HF (ms2)

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

.

= - 0,59

0

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100

0

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)Fr

eqüê

ncia

Car

díac

a (b

pm)

R= - 0,41

0

20

40

60

80

100

120

1000 2000 3000 4000 5000

.

.

.

a)

b)

c)

Índice rMSSD (ms)

R = - 0,60

Índice pNN10 (ms)

Componente HF (ms2)

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

.

= - 0,59

0

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100

0

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)Fr

eqüê

ncia

Car

díac

a (b

pm)

R= - 0,41

0

20

40

60

80

100

120

1000 2000 3000 4000 5000

.

.

.

Figura 7 - a) Correlação entre FC absoluta (bpm) e o índice RMSSD (ms); em b) Correlação entre FC absoluta (bpm) e o índice pNN10 (ms); e c) Correlação entre FC absoluta (bpm) com o componente HF (ms2), de atletas profissionais de surfe. Os valores representam correlação negativa em diferentes momentos: Pré e Rec: a) P < 0,05; e R= -0,59; b) P < 0,05; e R = - 0,60; e c) P < 0,05; e R = - 0,41.

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4.10 CORRELAÇÕES ENTRE DADOS TÉCNICOS E FISIOLÓGICOS

A figura 8 apresenta correlações entre dados técnicos,

cardiovasculares e metabólicos durante a utilização da área funcional

da onda. Podemos observar uma correlação positiva entre o tempo de

utilização da área funcional da onda com a FC, demonstrando que os

atletas que utilizaram as ondas por mais tempo atingiram níveis mais

altos de FC (figura 9a), (p<0,05, r = 0,54). Correlação positiva, porém

menor, também foi observado entre LAC e o tempo de utilização da

área funcional da onda (figura 9b), (p<0,05, r = 0,36). Foi observado

também, correlação positiva entre o tempo de utilização da onda com

as médias de notas alcançadas (figura 9c), (p<0,05, r = 0,57).

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50

0

1

23

45

67

8

5 10 15 20

b)

R = 0,36

Lact

ato

sang

uíne

o (m

mol

/L)

Tempo na onda (seg.)

c)

0

123456789

10

5 10 15 20

R = 0,57Not

as n

as o

ndas

Tempo na onda (seg.)

a)

R = 0,54

Freq

üênc

ia C

ardí

aca

(bpm

)

Tempo na onda (seg.)

0

40

80

120

160

200

5 10 15 20

m m

m

m

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Tempo na onda (seg.)

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Tempo na onda (seg.)

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Freq

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m

m

Figura 8 – a) Correlação entre o tempo de permanência na área funcional da onda (seg.) com FC absoluta (bpm); b) Correlação entre o tempo de permanência na área funcional da onda (seg.) com a concentração de lactato sanguíneo (mmol/L); e c) Correlação entre o tempo de permanência na área funcional da onda (seg.) com as notas atribuídas. Os valores representam correlação positiva em todos os casos; P < 0,05; em a) R = 0,54; b) R = 0,36; e c) R = 0,57.

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DISCUSSÃO

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Comparação entre atletas profissionais e praticantes recreativos

Os dados deste estudo demonstraram que os atletas

profissionais de surfe possuem maior nível de capacidade

cardiorrespiratória que seus pares recreacionais. Em nosso estudo, os

atletas profissionais apresentaram nível do VO2 máximo relativo de

56,0 + 1,22 ml/kg-1/min.-1 que os classifica como indivíduos com

excelente capacidade cardiorrespiratória, contra 51,7 + 0,44 ml/kg-

1/min.-1 encontrado nos praticantes recreacionais, que os classifica

como possuidores de boa capacidade cardiorrespiratória segundo

Pitanga (2000). Os valores dos atletas profissionais que formaram

nossa amostra são semelhantes a alguns estudos encontrados na

literatura com surfistas. Steinman et al. (1997) verificou o resultado de

51,7± 5,2 ml/kg-1/min.-1 para o VO2 de surfistas competidores

brasileiros da categoria amadora. Lowdon et al. (1987) avaliando a

potência aeróbica de 12 surfistas competidores colegiais masculinos

encontraram os seguintes valores médios: 56,3±3,9 ml/kg-1/min.-1

(esteira); 41,6±4,0 ml/kg-1/min.-1 (ergômetro de braço) e 40,4±2,9 ml/kg-

1/min.-1 (remo simulado). No entanto, ao compararmos os resultados

com outros dois estudos existentes com surfistas profissionais

(CORRÊA et al. 1993 e LOWDON et al. 1987), diagnosticamos que os

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atletas profissionais participantes do presente estudo apresentaram o

VO2 máximo abaixo dos valores encontrados em ambos os trabalhos,

pois, segundo Corrêa et al., (1993), atletas brasileiros profissionais de

surfe, apresentaram os valores relativos de VO2 máximo em torno de

68,94 ml/kg-1/min.-1. Este dado corrobora com a média encontrada por

Lowdon et al. (1987), que encontrou valores médios de VO2 máximo

relativo em torno de 70,2 ml/kg-1/min.-1 através de teste submáximo em

cicloergometro em atletas profissionais de surfe australianos. Devemos

ressaltar a pluralidade de métodos utilizados para efetuar os testes

acima apresentados, e a diferença com o protocolo utilizado em nosso

estudo, onde o VO2 foi mensurado através do teste de campo indireto

preconizado por Cooper (1982), o que pode ser considerado como

fator de limitação e diferenciação entre os resultados encontrados

entre os estudos citados.

Ao verificarmos as variáveis antropométricas, e levando em

consideração alguns parâmetros classificados como normais, ou seja,

seguros para população em geral relacionados ao IMC, que é a

obtenção de resultados entre 20 e 25 kg/m2, os atletas profissionais de

surfe apresentaram uma média considerada ideal, diante dos

pressupostos que consideram o IMC como indicativo de sobrepeso,

desnutrição ou obesidade (PITANGA, 2000). O resultado encontrado

ao avaliar os atletas foi de 23,17 + 0,25 kg/m2, sendo que o indivíduo

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que apresentou valor maior que 25 kg/m2 obteve percentual de gordura

inferior a 10% de seu peso corporal total, o que remete a um maior

componente magro, em especial massa muscular, contribuindo para

elevar o valor de seu IMC. Ao compararmos a mesma variável com os

valores encontrados em surfistas recreacionais durante nosso estudo,

que foi de 24,25 + 0,37 kg/m2, verificamos que esses possuem valor de

IMC mais elevados que os apresentados pelos atletas competidores,

porém dentro da classificação de valores considerados normal.

O segundo parâmetro mensurado, do componente

antropométrico, foi o percentual de gordura. A média de percentual de

gordura corporal em relação ao peso corporal total dos atletas

profissionais participantes da amostra foi de 8,18 + 0,46%, podemos

observar diferença ao comparamos os valores com os encontrados por

Arcie et al. (2006) que observou valores médios de 12,8 + 3,8% em

praticantes de surfe recreacional, valor esse acima do encontrado,

também em atletas recreacionais, por nosso grupo que foi média de

9,77 + 0,30%. Observamos resultados semelhantes ao compararmos

os valores apresentados pelos atletas profissionais que compuseram a

mostra do estudo com os valores encontrados por Corrêa et al. (1993),

que utilizando o mesmo protocolo de coleta reproduzido no presente

estudo, observaram valores médio de 8,44 + 2,23% ao avaliarem

atletas profissionais competidores de surfe no Brasil. Esta semelhança

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pode ocorrer devido à execução sistematizada dos gestos motores e,

solicitações musculares e metabólicas específicas do surfe competitivo,

indicando que os participantes desse estudo possuem características

antropométricas semelhantes aos seus pares, também participantes do

Circuito Brasileiro de Surfe Profissional, como também a nadadores

olímpicos que segundo Lowdon (1980) possuem valores de gordura

corporal em média de 10% do peso corporal total.

A avaliação da resistência muscular localizada (RML)

demonstrou que os atletas apresentaram valor médio de 40,3 + 0,43

rep/1min., classificando-os como médios, de acordo com normas de

classificação para o teste (PITANGA, 2000). Sendo que, ao

comparamos os resultados avaliados nos atletas competidores de

nossa amostra com os encontrados por Arcie et al. (2006) que usando

o mesmo protocolo avaliou 12 praticantes de surfe recreacional

paranaense encontrando valores médios de 31,0 + 8,9 rep/1min., e

com os resultados encontrados, também em surfistas recreacionais,

por nosso grupo que foi média de 36,2 + 0,6 rep/1min., que os

classificam com regular RML (PITANGA, 2000). Verificamos que os

atletas que formara nossa amostra alcançaram valores mais elevados

que os surfistas recreacionais. Sendo que, ao compararmos os valores

com os citados por Côrrea et al. (1993), que utilizando também o

mesmo protocolo, para avaliação de surfistas profissionais brasileiros,

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encontrou a média de 44,53 + 6,65 rep/1min., verificamos que os

valores de RML do presente estudo encontram-se similares tanto aos

encontrados no estudo realizado com os participantes do Circuito

Nacional de Surfe, quanto aos encontrados nos surfistas profissionais

australiano.

A última variável neuromuscular avaliada foi a flexibilidade da

região toraco-lombar, no banco de Wells. Decidiu-se por essa

articulação devido à exigência que a mesma sofre durante a pratica do

surfe, seja competitivo ou recreativo, sendo bastante solicitada durante

a execução das manobras. O resultado encontrado para o grupo de

atletas competidores componentes de nosso estudo foi 42,5 + 2,59 cm,

o que os classifica com alto grau de flexibilidade, de acordo com as

normas de classificação para o teste sugerida por Pitanga (2000).

Estes valores estão acima dos encontrados nos praticantes

recreacionais, que foi de 39,8 + 0,42, classificando-os com nível médio

de flexibilidade, Pitanga (2000). O fato de possuir um bom nível de

flexibilidade na região toraco-lobar, além de favorecer o atleta na

execução, e conclusão, das manobras durante a prática competitiva,

funciona como um fator preventivo de proteção contra lesões na região

lombar.

Ao compararmos a freqüência cardíaca e os índices de

variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) entre surfistas recreacionais

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e surfistas competidores durante o repouso na fase PRÉ, observamos

diferença estatística significativa apenas no índice pNN10, componente

que sugere modulação parassimpática mais ativa nos atletas

competidores profissionais. O esperado seria que os atletas

competidores apresentassem indicadores significantes de melhor

modulação autonômica que os seus pares que praticam o surfe apenas

como atividade de lazer em todos os componentes avaliados. Houve

apenas uma tendência aos resultados esperados.

Respostas cardiovasculares e metabólicas à prática do surfe

Ao comparar a atividade autonômica através da VFC entre a

fase que antecedeu a bateria competitiva (PRÉ) e após a fase de

recuperação do exercício (REC) nos atletas profissionais submetidos a

uma bateria competitiva, observou-se na fase REC que tanto a VFC

como os componentes que sugerem modulação vagal estavam

reduzidos. Observou-se também elevação nas bandas de LF (absoluto

e normalizado), sugerindo alta modulação simpática durante a

recuperação dos atletas que foram submetidos à competição.

Ao analisarmos os dados técnicos registrados durante o

protocolo de coletas, verificamos que não existiu diferença na

utilização da área funcional das ondas surfadas entre os atletas. O

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tempo de utilização da área funcional das ondas para execução de

manobras foi em média de 11 segundos em todas as ondas surfadas,

corroborando com estudo realizado por Fonseca et al. 2003, que

verificou em etapas competitiva do circuito brasileiro de surfe

profissional, tempo média de 15 segundos. Não existiu também,

diferença nos intervalos entre cada onda surfada. O valor médio de

intervalo entre as ondas surfadas foi de 4 minutos. Além disso,

verificamos semelhante resultado na quantidade de manobras

executadas em cada onda surfada, durante a bateria competitiva os

atletas realizaram em média 3 manobras por onda, existiu também,

homogeneidade entre as notas obtidas pelos atletas, o que nos dá uma

confiabilidade da padronização do protocolo, demonstrando o

equilíbrio, e o alto nível técnico, apresentado pelos sujeitos que

formaram a amostra da pesquisa.

Os dados metabólicos que foram mensurados demonstraram

que o nível de lactato sanguíneo (LAC) aumentou significativamente

durante a fase de exercício concentrando-se em torno de 5,3 + 0,18

mmol/L de sangue, reduzindo e ficando em média de 4,6 + 0,18

mmol/L de sangue no FB, valor inferior ao encontrado por Fonseca et

al. (2004) em estudo que realizou medidas logo após uma bateria

competitiva de 25 minutos encontrando taxa média de LAC 7,7 mmol/L

de sangue, o que sugere elevada atividade do sistema glicolítico

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anaeróbio durante a utilização da área funcional das ondas. De acordo

com Gaesser e Poole (1996), o LAC é um dos principais indicadores

indiretos do metabolismo energético utilizado durante o exercício físico.

Assim, a intensidade do exercício físico pode ser classificada de

maneira mais precisa. Observamos também que, os níveis de LAC

diminuíram após a fase de recuperação, mas permaneceram mais

elevados que a fase PRÉ.

O presente estudo verificou ainda que o nível de glicose

sanguínea (GLI) reduziu durante a fase de exercício quando

comparada às fases PRÉ e FB. O GLI retornou aos valores iniciais

quando decorridos dez minutos após a fase FB em REC. Sendo este o

primeiro estudo a avaliar o comportamento da glicose sanguínea

durante a pratica do surfe, não encontramos dados na literatura que

possam servir de parâmetro para compararmos com a nossa amostra.

Esses dados foram acompanhados de modificações

cardiovasculares, mais precisamente no comportamento da freqüência

cardíaca (FC) e da pressão arterial (PA) sistólica e diastólica. Podemos

observar que os níveis, tanto da FC quanto da PA, sofreram elevações

significativas. Ao analisarmos o período de exercício notamos que a FC

se mantém elevada atingindo o valor médio de 159,4 + 1,85 bpm, o

que representa 87% da FC máxima prevista para o grupo, classificando

essa fase da prática do surfe competitivo, segundo Heyward (1998),

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como sendo de elevada intensidade. Esses dados são superiores aos

encontrados por Brasil et al. (2001) que ao avaliarem um grupo de

surfistas em uma sessão de surfe recreativo encontrou valores médios

de 135,0 + 23,4 bpm, e de Meir et al. (1997) que encontraram valores

de 135,0 + 6,9 bpm, ao avaliarem a FC e o gasto energético também

em surfistas recreativos durante uma hora de pratica. A diferença

apresentada entre o presente estudo e os citados acima, talvez possa

se justificar no fato não haver estudos com surfistas competidores, e os

mesmos terem sido realizados com praticantes recreacionais de surfe,

sendo que o foco do presente estudo são atletas profissionais, que

tendem a possuir melhores níveis de habilidade para aproveitar todo

potencial da área funcional das ondas.

Em nova mensuração da FC, realizada dez minutos após o FB,

durante a fase de REC foi observado que os níveis da FC foram

reduzidos, mas não alcançando os mesmos valores observados em

PRÉ; onde observamos que os níveis da PA apresentaram elevações

no FB, retornando aos valores iniciais observados em PRÉ quando

mensurados no final da fase de REC, o que sugere uma redução na

atividade simpática, acompanhada de aumento na modulação vagal

durante a fase de recuperação.

Ao correlacionarmos os níveis de LAC com os dados obtidos de

FC observamos que houve um aumento linear entre a FC e LAC

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durante as diferentes fases que compõe a prática competitiva do surfe,

e que, houve uma relação inversamente proporcional entre GLI quando

comparados ao LAC. Estes dados sugerem que o aumento da

intensidade do exercício provoca ajuste cardiovascular, com aumento

da FC e do volume sistólico final, e conseqüentemente do débito

cardíaco. Estas respostas ocorrem para suprir a demanda metabólica,

elevando a capitação de glicose durante a utilização da área funcional

da onda. Podemos observar que, apesar dos ajustes metabólicos,

ainda podemos verificar um déficit de O2 devido à alta intensidade

apresentada durante o exercício, provocando nessa fase uma maior

atividade da glicólise anaeróbia, apresentando como conseqüência

final a maior concentração de LAC no final do uso da área funcional

das ondas.

Ao descrevermos os eventos característicos decorrentes dos

ajustes metabólicos e cardiovasculares apresentados durante a prática

competitiva do surfe, relacionados ao mecanismo de controle através

do sistema nervoso autônomo (SNA), observamos que, devido às

elevações apresentadas na FC, na PA, nos níveis de LAC e redução

na GLI durante e após a fase de exercícios, sugerimos que os

indivíduos tendem a apresentar maior modulação simpática durante a

bateria competitiva. Esta resposta é necessária para que os ajustes

orgânicos ocorram para manutenção da homeostase corporal,

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regulando o metabolismo de acordo com a necessidade apresentada

durante a competição. A ativação simpática põe em curso uma série de

respostas fisiológicas conhecidas, em conjunto, como resposta de

fuga-ou-luta. Essas respostas agem sobre o sistema cardiovascular,

respiratório e no metabolismo energético. No sistema cardiovascular

promove aumento da freqüência cardíaca e da força de contração,

contração de vasos sanguíneos que suprem os órgãos não essenciais,

como os rins e o trato gastrintestinal e dilatação de vasos sanguíneos

que suprem os músculos que participam do exercício (músculo

esquelético, cardíaco, fígado e tecido adiposo). No sistema respiratório

promove aumento da amplitude e da freqüência respiratória, através da

dilatação das vias aéreas. E no metabolismo energético, atua sobre os

hepatócitos, no fígado, onde estimula a glicogenólise, e também sobre

as células do tecido adiposo realizando a lipólise para disponibilizar os

ácidos graxos e o glicerol como fonte de energia (FOSS & KETEYIAN,

2000). A partir dessas constatações sugerimos que a modulação do

sistema nervoso simpático é bastante elevada na prática do surfe

competitivo, uma vez que suas ações em conjunto permitem atender a

necessidade de fluxo sanguíneo, aporte de nutrientes e oxigênio para

todos os tecidos envolvidos na manutenção do exercício físico.

Ao correlacionar os valores referentes ao consumo máximo de

oxigênio (VO2 máx. em ml/kg-1/min.-1) com a variabilidade da freqüência

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cardíaca (VFC), através do índice RMSSD e do componente HF,

observamos correlação positiva entre as duas variáveis, sugerindo que

os indivíduos que apresentaram maior modulação vagal são também

os que apresentaram maior consumo máximo de oxigênio.

Notamos também nas correlações entre FC absoluta com a

VFC, através do índice RMSSD, o pNN10 e o componente HF, que os

valores demonstram correlação negativa em ambos os casos,

sugerindo que os atletas que apresentaram maior modulação vagal

apresentaram menores níveis de FC.

Sugerimos que as respostas de reduções observadas nos

valores de LAC, FC e PA após FB, estão diretamente relacionados

com a redução da atividade simpática e aumento da modulação vagal,

pois a partir do momento em que o organismo identifica estímulos de

conclusão da atividade na água, ou final de bateria, inicia-se o

processo de reorganização orgânica para ser readquirida a

homeostase em repouso, o momento de volta à calma. Esse processo

de reorganização é desencadeado pelas ações parassimpáticas sobre

os fatores metabólicos, cardiovasculares e respiratórios. No nível

metabólico atua diretamente na redução da produção de energia; no

aspecto cardiovascular há a redução do ritmo cardíaco e pressão

arterial, redistribuição do fluxo sanguíneo através da vasodilatação

periférica, pela redução do tônus simpático, que está diretamente

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associado à redução da freqüência e o volume respiratório, e

dissipação do calor (ALMEIDA & ARAÚJO, 2003).

Ao observar as correlações entre dados cardiovasculares e

metabólicos com os dados técnicos, percebemos que existiu

correlação positiva entre a FC absoluta atingida no final de todas as

ondas surfadas, tanto com o tempo de utilização da área funcional de

cada onda, quanto com as médias das notas atribuídas aos atletas por

onda, e entre os níveis de LAC e o tempo de utilização da área

funcional das ondas, demonstrando que os atletas que utilizaram as

ondas por maior espaço de tempo atingiram níveis mais elevados de

LAC e FC, como também as maiores notas. Observamos também que

houve correlação positiva entre o tempo de utilização da onda com as

médias de notas alcançadas. Ou seja, após nossas análises,

percebemos que quanto maior o nível técnico do atleta profissional de

surfe, utilizando a área da onda pelo maior espaço de tempo,

executando manobras com alto grau de intensidade com predomínio

da via glicolítica anaeróbia na obtenção de energia, melhor será a

performance técnica e, conseqüentemente, maiores serão as médias

atingidas durante a bateria competitiva. Até o presente momento não

existem dados na literatura cientifica que estudaram a VFC, bem como

a atividade autonômica, em praticantes de surfe, para que possamos

comparar os resultados de nosso estudo.

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SUMÁRIO

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6 SUMÁRIO

1. Os atletas profissionais de surfe apresentam maiores níveis de

aptidão física e funcional que os praticantes recreacionais;

2. Durante a utilização da área funcional da onda, pelos atletas

profissionais, observou-se aumento na FC, e lactato, além de

redução na glicemia.

3. Os atletas profissionais que apresentam maior modulação

parassimpática foram aqueles que apresentaram menor

freqüência cardíaca durante a recuperação da pratica

competitiva do surfe.

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CONCLUSÃO

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7 CONCLUSÃO

Nossos resultados nos permitem concluir que:

Há uma efetiva atividade autonômica para modular as

modificações cardiovasculares e metabólicas, necessárias à

manutenção da homeostase orgânica dos indivíduos, durante a

prática competitiva do surfe.

Os atletas que apresentaram componente vagal mais atuante

foram aqueles que obtiveram os melhores índices metabólicos e

cardiovasculares durante a bateria competitiva do surfe.

Embora esses dados possam ser utilizados para o

desenvolvimento do atleta, não é possível determinar o

vencedor de uma competição avaliando apenas questões

relacionadas aos ajustes autonômicos cardiovasculares e

metabólicos. Aliado a isto deve ser levado em consideração

fatores relacionados ao talento natural do atleta e condições de

adaptação as variações de ondas (tamanho, velocidade e

extensão), além da estrutura geral do treinamento executado

pelos mesmos.

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ANEXOS

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ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TÍTULO DA PESQUISA: Influência do sistema nervoso autônomo nas alterações cardiovasculares e metabólicas de surfistas profissionais. Eu,__________________________(nome), Idade_____,RG:_____________, Endereço:_____________________________________________________, telefone:(___)__________, e-mail:__________________________________, abaixo assinado (ou meu Responsável legal - quando aplicável), dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade do(s) pesquisador(es) Rogério Brandão Wichi membro do Laboratório do Movimento Humano do Curso de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu do Co-Pesquisador Marcus Vinícius Palmeira Silva, membro do Laboratório do Movimento Humano do Curso de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu. Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que: 1) O objetivo da pesquisa é verificar as influências do sistema nervoso autônomo sobre parâmetros metabólicos e cardiovasculares durante a prática do surfe. 2) Durante o estudo serão feitos coletas de sangue (20µl a cada coleta, totalizando 8 coletas em momentos diferentes, realizadas através da polpa de diferentes dedos da mão) e da freqüência cardíaca com o uso de um frequêncímetro. 3) O risco é considerado mínimo nos procedimentos adotados para coleta dos dados; Se durante a realização sentir qualquer desconforto, serei transportado para um posto de saúde próximo ao local da coleta, para ser assistido por um médico. 4) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 5) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa/ensaio clínico, a não ser que esta interrupção seja contra-indicada por motivo médico; 6) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa ou ensaio clínico através do telefone (11) 6099-1665 – Prof. Leoni; 8) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Prof. Dr. Rogério Brandão Wichi, sempre que julgar necessário pelo telefone 011 60991999 ramal: 1632; 9) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.

São Paulo, _____de ________________ de ____________. ________________________________________________. Nome e assinatura do Voluntário ou do Responsável Legal

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ANEXO 2

““IInnfflluuêênncciiaa ddoo ssiisstteemmaa nneerrvvoossoo aauuttôônnoommoo nnaass aalltteerraaççõõeess CCaarrddiioovvaassccuullaarreess ee mmeettaabbóólliiccaass ddee ssuurrffiissttaass pprrooffiissssiioonnaaiiss””

OOrriieennttaaddoorr:: PPrrooff.. DDrr.. RRooggéérriioo BBrraannddããoo WWiicchhii

Atleta: __________________________________ Data: _____/_____/______

Horário: ______:______ PAS: _________ mm/Hg. PAD:_________ mm/Hg.

DADOS COLETADOS EM LABORATÓRIO Horário: _____________ Temperatura: ______ Cº Umidade: __________%

TESTE DE VO2 MÁX. (protocolo máximo de Cooper em 12 min.)

Distancia percorrida (m) FC inicial (bpm) FC final (bpm)

% GORDURA CORPORAL (protocolo de Jackson & Pollock)

Dobras cutâneas TR PT AX SE AB SI CX

FLEXIBILIDADE (Banco de Wells)

1º 2º 3º Média Classificação

R.M.L.

Abdominal (rep/min.)

I.M.C.

Peso kg Estatura I.M.C.

Prof. Msd. Marcus Vinícius Palmeira Laboratório do Movimento Humano CREF nº 042810-G/SP

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ANEXO 3

““IInnfflluuêênncciiaa ddoo ssiisstteemmaa nneerrvvoossoo aauuttôônnoommoo nnaass aalltteerraaççõõeess CCaarrddiioovvaassccuullaarreess ee mmeettaabbóólliiccaass ddee ssuurrffiissttaass pprrooffiissssiioonnaaiiss””

OOrriieennttaaddoorr:: PPrrooff.. DDrr.. RRooggéérriioo BBrraannddããoo WWiicchhii

Atleta: ______________________________ Data: ____/____/____ Ordem: ____

Horário: __:__ Maré: __Tamanho das Ondas (pés): ___ Local (praia): _______

DADOS COLETADOS DURANTE BATERIA

COLETAS Início bateria

1ª onda

2ª onda

3ª onda

4ª onda

5ª onda

Final bateria

10’ após

Lactato sang. Glicose sang. F.C. (bpm) Tempo 0 25 30 Tempo Onda ----- ----- ----- Nº manobras ----- ----- ----- Nota da onda ----- ----- -----

COMPORTAMENTO DE FREQUENCIA CARDÍACA – F.C. bpm

BATERIA 10’ antes 10’ após

COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL – PA mm/Hg

BATERIA Início REP

Após FB

10’ após

Observações sobre o procedimento: Prof. Msd. Marcus Vinícius Palmeira Laboratório do Movimento Humano CREF nº 042810-G/SP

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ANEXO 4

““IInnfflluuêênncciiaa ddoo ssiisstteemmaa nneerrvvoossoo aauuttôônnoommoo nnaass aalltteerraaççõõeess CCaarrddiioovvaassccuullaarreess ee mmeettaabbóólliiccaass ddee ssuurrffiissttaass pprrooffiissssiioonnaaiiss””

OOrriieennttaaddoorr:: PPrrooff.. DDrr.. RRooggéérriioo BBrraannddããoo WWiicchhii

AAttlleettaa:: __________________________________________________________

RECOMENDAÇÕES PARA AS COLETASRECOMENDAÇÕES PARA AS COLETAS

LABORATÓRIO E PRAIALABORATÓRIO E PRAIA

No laboratório, dia ______/ 01 / 2007, ______hs. Centro de Esportes da UFBA, Bairro Ondina, em frente ao Oton Palace.

• Dormir bem na noite anterior aos testes. Recomenda-se pelo menos 8 horas de

sono. • Não ingerir café, chás, guaraná em pó e refrigerantes pelo menos 12 horas antes

dos testes. • Não ingerir bebidas alcoólicas pelo menos 24 horas antes dos testes. • Caso faça uso de qualquer medicamento 24 horas antes do teste comunicar a

equipe de coletas.

Traje para execução dos testes de laboratório: • Tênis; • Roupas leves; • Bermuda ou short; • Camiseta.

Na Praia, dia ______/ 01 / 2007, ______hs. Praia do Pescador, próximo ao Aeroclube, em frente à arquibancada do surf.

• Dormir bem na noite anterior aos testes. Recomenda-se pelo menos 8 horas de

sono. • Não ingerir café, chás, guaraná em pó e refrigerantes pelo menos 12 horas antes

dos testes. • Não ingerir bebidas alcoólicas pelo menos 24 horas antes dos testes. • Caso faça uso de qualquer medicamento 24 horas antes do teste comunicar a

equipe de coletas. Marcus Vinícius Palmeira Silva Mestrando em Educação Física CREF nº 042810-G/SP

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ANEXO 5

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ANEXO 6

Atleta Rep. Onda 1 Onda 2 Onda 3 Onda 4 Onda 5 Final Recup.1 1.3 4.7 5.7 5.2 5.8 4.1 4.8 2.32 1.4 4.6 5.1 4.4 6.2 6.5 5.8 2.83 1.2 5.9 6.2 6.0 5.1 5.8 5.3 2.34 1.9 5.3 6.5 6.7 7.0 6.2 5.4 2.65 1.4 4.8 5.5 5.9 6.1 5.9 5.4 2.96 1.6 6.2 4.0 4.8 6.5 4.9 4.1 2.57 2.0 4.9 4.6 5.9 5.6 5.6 4.5 2.78 1.8 4.2 5.9 6.3 4.8 5.7 4.3 2.39 1.7 5.6 5.1 6.2 6.3 4.9 5.2 2.710 1.8 4.8 5.0 5.6 4.9 5.2 4.3 2.111 1.9 3.8 4.2 4.8 4.7 5.6 4.1 2.012 1.3 4.1 4.6 4.2 4.4 5.1 3.9 1.913 1.2 4.2 4.7 5.1 4.3 5.7 3.5 1.614 1.1 4.7 4.8 5.0 5.6 5.8 4.5 2.415 1.6 4.7 4.9 4.7 6.3 5.4 3.9 1.8

MÉDIA 1.5 4.8 5.1 5.4 5.6 5.5 4.6 2.3EP 0.08 0.17 0.18 0.20 0.22 0.15 0.18 0.10DP 0.29 0.67 0.71 0.75 0.83 0.59 0.68 0.39

Lactato Sanguineo (mmol/L)

Rep. Onda 1 Onda 2 Onda 3 Onda 4 Onda 5 Final Recup.1 102 71 64 78 70 86 89 1042 107 83 76 80 78 83 85 993 103 81 79 73 75 81 86 1024 109 73 70 82 77 79 90 1015 106 76 73 71 69 80 86 1036 104 92 81 70 84 80 90 1067 101 63 66 63 59 67 81 938 104 78 78 73 81 76 88 1019 104 63 69 61 65 68 76 9510 107 79 72 64 70 59 82 10111 105 80 82 75 76 72 81 10212 104 73 76 75 81 78 88 10313 104 79 75 71 79 82 94 10314 103 80 79 73 73 70 76 10115 101 75 71 79 78 80 73 99

Média 104.3 76.4 74.1 72.5 74.3 76.1 84.3 100.9Erro P 0.58 1.91 1.39 1.60 1.74 1.90 1.56 0.86Desvio 2.25 7.39 5.39 6.20 6.72 7.35 6.02 3.34

Atleta Glicose Sanguinea (mg/dl)

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ANEXO 7

Rep. Onda 1 Onda 2 Onda 3 Onda 4 Onda 5 Final Recup.1 76 150 168 152 155 156 132 702 68 122 148 129 156 157 130 803 69 154 156 162 174 159 129 904 74 170 172 172 165 162 160 885 73 161 169 163 169 166 142 646 69 170 128 165 167 142 129 867 66 161 169 171 170 172 142 838 65 149 153 158 146 157 150 759 76 172 152 170 176 168 160 8710 71 164 160 169 166 168 141 6911 69 151 149 162 160 163 173 7412 68 149 158 154 158 161 136 7713 76 156 164 155 156 158 132 9614 74 159 162 158 163 169 153 8315 59 154 163 159 163 142 139 82

Média 70.2 156.1 158.1 159.9 162.9 160.0 143.2 80.3Erro P 1.24 3.16 2.90 2.75 2.06 2.28 3.45 2.26Desvio 4.80 12.23 11.23 10.63 7.97 8.82 13.36 8.75

Atleta Frequencia Cardíaca (bpm)

Início Fim Recup1 110 118 1082 116 130 1103 116 126 1204 110 120 1085 110 130 1106 110 126 1107 100 120 1108 110 130 1109 120 130 120

10 120 130 11011 100 130 10612 110 120 11013 120 140 12014 110 140 12015 110 130 110

Média 111.5 128.0 112.1EP 1.60 1.71 1.30DP 6.21 6.63 5.04

Atleta PAS (mmHg)

Repouso Início Recup1 76 70 662 80 76 723 78 76 764 76 74 725 70 66 706 66 60 667 66 60 708 76 76 769 80 75 76

10 70 60 6011 66 60 6012 72 70 7613 70 75 7014 70 70 7615 76 66 60

Média 72.8 68.9 69.7EP 1.28 1.68 1.57DP 4.95 6.49 6.09

Atleta PAD (mmHg)

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REFERÊNCIAS

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