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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM EMPRESA DE RAMO METALÚRGICO AUTOMOTIVO Bragança Paulista 2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM EMPRESA DE RAMO METALÚRGICO AUTOMOTIVO

Bragança Paulista

2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM EMPRESA DO RAMO METALÚRGICO AUTOMOTIVO

Autor: Carlos Roberto Mendes

Orientador: Prof. André Augusto Gutierrez Fernandes Beati

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora do

Curso de Tecnologia em Gestão

Ambiental - da Universidade São

Francisco como parte dos requisitos

para a obtenção do título de

Tecnólogo em Gestão Ambiental, sob

a orientação de pesquisa da Prof. André A. Gutierrez F. Beati

Bragança Paulista

2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM EMPRESA DO RAMO METALÚRGICO AUTOMOTIVO

Autor: Carlos Roberto Mendes – RA 001200700302

_______________________________________________________

Profa. Dra Sheila C. Canobre Presidente da Banca Examinadora

_______________________________________________________

Prof. Jean Ferreira Silva

_______________________________________________________

Profa. Cândida Maria Costa Baptista

_______________________________________________________

Profa. Ângela Sanches Rodrigues

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho só foi possível pela participação e apoio de inúmeras

pessoas e da empresa onde trabalho, Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda, nas

pessoas do Sr. Roberto Langenbach ( RH ) e Srta Julia L. Baptistucci ( Diretoria ).

A todos manifesto minha imensa gratidão.

Primeiramente, agradeço a Deus, que tornou este sonho, mesmo que

tardio, em realidade; aos professores em geral pela orientação e incentivo que

tornaram possível a conclusão deste trabalho, ao meu orientador Prof. André

Augusto Gutierrez Fernandes Beati, meus colegas de sala de aula pelo apoio e

pelas discussões críticas que, em muito, contribuíram para a realização deste

trabalho e finalmente a minha amiga, esposa e companheira Andréia e meu filho

Vinícius, pela compreensão e apoio durante os semestres que transcorreram o

curso.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo transcrever as atividades de uma empresa

potencialmente geradora de resíduos industriais e suas medidas de monitoramentos e

controles operacionais, visando atender seus compromissos de metas e objetivos firmados

frente aos clientes potencialmente significativos, a organismos de Certificação ABNT NBR

ISO 14001/ 2004 e perante a sociedade num todo quanto à colaboração na prevenção da

poluição, com práticas ambientalmente corretas.

O trabalho consiste em descrever todas as etapas do gerenciamento de seus resíduos

sólidos ( e citar os líquidos ) durante o processo produtivo, desde a formação, passando pelas

etapas de coletas, segregação, disposição e até a disposição final. Estas etapas consistem na

caracterização inicial de todo resíduo produzido ( conforme ABNT NBR 1004, 10005, 10006

e 10007 ), passando pelo processo de busca de documentação necessária para destinação e

disposição destes resíduos ( Norma CETESB ), alem de todo gerenciamento interno quanto à

coleta seletiva dos mesmos, para o correto funcionamento do processo.

Durante a descrição dos tipos de resíduos serão citadas as obrigatoriedades Legais a

serem cumpridas quanto à classificação, armazenagem, transporte, destinação e disposição (

ABNT, NBR, CETESB e outras ).

Dentre todo o processo de gerenciamento dos resíduos, os Requisitos Legais aplicáveis

foram amplamente atendidos e deve-se salientar também o grande envolvimento da direção da

empresa nesta questão, alem da grande colaboração quanto a investimentos necessários tanto

para cumprir as obrigatoriedades legais, quanto na aquisição de equipamentos necessários, e

principalmente na tarefa de conscientização ambiental dos envolvidos para o real

funcionamento do processo.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, Legislação, Tratamento.

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Lista de figuras

Figura 1.1: Galpão da empresa em 1979, no inicio de suas atividades em Bragança Paulista

Figura 1.2: Prensas excêntricas de pequeno porte existente na empresa na década de 80

Figura 1.3: Construção do novo galpão da empresa na década de 90

Figura 1.4: Prensa excêntrica de 400 toneladas na década de 90

Figura 1.5: Empresa em 2008

Figura 1.6: Certificados em Meio Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança Ocupacional

Figura 1.7: Lixão a céu aberto

Figura 1.8: Aterro sanitário

Figura 1.9: Visão parcial de um Incinerador

Figura 3.10: Ponto de coleta de resíduos

Figura 3.11: Caçamba estacionária para armazenamento de resíduos

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SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................ 1 1.1 – Diagnóstico da empresa............................................................................... 1

1.2 – O progresso da empresa e a evolução da qualidade .................................... 5

1.3 – A empresa e o Meio Ambiente ..................................................................... 6

1.4 – O ser humano ( trabalhador ) e a preocupação da empresa......................... 6

1.5 – Tripla consagração........................................................................................ 6

1. 2 – ASPECTOS TEÓRICOS............................................................................ 8

1. 2.1 – Classificação dos resíduos........................................................................... 8

1.2.2 – Destino do lixo e danos ao meio ambiente................................................ 10

1.2.3 – Resíduos descartados com tratamentos ................................................ 11

2– OBJETVO ................................................................................................. 16

3 – PROCEDIMENTO............................................................................................ 17

3.1 – Classificação dos Resíduos ..................................................................... 17

3.2 – Separação em grupos para definição do destino dos resíduos gerados ........ 18

3.3 – Caracterização dos resíduos ..................................................................... 19

3.4 – Conscientização para separação, segregação e armazenagem .................... 21

4 – RESULTADO E DISCUSSÃO......................................................................... 23

5 – CONCLUSÃO ................................................................................................. 24

6 – REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 25

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1 – INTRODUÇÂO

1.1 Diagnóstico da Empresa

A Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda, sediada em Bragança Paulista ( SP ),

especializada em produção de peças automotivas de diversas formas, aplicações e tamanhos, e

que fornece para praticamente todas as grandes montadoras automotivas do mundo, direta ou

indiretamente, é considerada na atualidade uma das maiores da região em volume de

faturamento anual, quantidade de empregos diretos e indiretos e quantidade de divisas

financeiras para o município.

Dentre seus principais clientes atuais estão a Mercedes Bens, Scania, Maxion, General

Motors, Peugeot, Volvo, Redecar, VW, entre outros.

A empresa `nasceu´ em São Paulo, ( Vila Zelina ) em 1973, idealizada pelos irmãos

João Wanderley Baptistucci ( Em Memória ), Antonio Baptistucci ( Em Memória ) e Pedro

Baptistucci, tendo como atividade principal a produção grampos de fixação e peças pequenas

para a indústria de borracha.

No local onde o projeto audacioso começou timidamente hoje funciona uma parte da

área comercial ( apoio ) e entreposto da planta atual, facilitado parte da logística interior /

capital.

Em 1976 já com certa projeção de mercado e buscando novos horizontes e negócios, a

empresa mudou-se para Bragança Paulista num pequeno galpão alugado ( pouco mais de 500

m2 ) na Rua Coronel Afonso Ferreira 123, bairro Santa Terezinha, aproveitando o processo de

industrialização da cidade ( Figura 1.1).

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Figura 1.1: Galpão da empresa em 1979,Rua Coronel Afonso Ferreira 123 (acervo de família)

Contava inicialmente, a empresa, nesta mudança para Bragança Paulista com pouco

mais de 20 funcionários, com prensas de pequeno porte ( figura 2 ) e no entanto entrava de

vez na produção de peças para a indústria automotiva.

Figura 1.2: Prensas excêntricas de pequeno porte, década de 80 ( acervo de família )

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Com o desenvolvimento de parceria com a Volvo, em 1980, a Indústria Metalúrgica

Baptistucci Ltda ganhava consagração na produção de peças automotivas e neste momento já

absorvia mão de obra de 60 pessoas, sendo uma empresa de médio porte para os padrões da

época.

Devido a este promissor crescimento, em 1989 começou a construção do novo galpão

( atual ) com 5000 m2, na Rua Coronel Daniel Peluso, 1201 contando com infra estrutura

dimensionada para produção de grandes quantidades e diversidades de peças, mudando-se

então para o local em 1991, mesmo em obras semi acabadas.

Figura 1.3: Construção do galpão atual da empresa na década de 90 ( acervo de família )

Em 1991 iniciou suas atividades no novo galpão produzindo diversos itens para

grandes montadoras, pois já contava com prensas de médio e grande porte ( Figura 1.3 ), solda

mig e outros equipamentos.

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Figura 1.4: Prensa excêntrica semi automática de 400 toneladas ( década de 90 )

Com a entrada da General Motors do Brasil como cliente em 1992 e com a agregação

mais de 1500 novos itens de produção, novos equipamentos foram inseridos ao parque

produtivo sendo eles de tecnologia e porte como prensas de até 400 toneladas, alem de solda

robótica, entre outros equipamentos.

No ano de 1994 a empresa já absorvia mão de obra direta de 200 pessoas e

indiretamente mais uma grande porcentagem de terceirizados, atingindo em 1998 o patamar

invejável de 380 funcionários, diretos e todos com contratos regidos por CLT.

Atualmente a empresa possui cerca de 400 colaboradores diretos e outros prestadores e

terceirizados que fazem a mesma figurar entre as maiores da região Bragantina em

empregabilidade e faturamento.

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Figura 1.5 : Empresa em foto recente

1.2 O progresso da empresa e a evolução da Qualidade

Dentre outras preocupações, a empresa sempre prezou pelo correto atendimento a seus

clientes, com o fornecimento de peças com a merecida qualidade e outros parâmetros

logísticos, alem de outras exigências dos mesmos, exigências Legais e Normativas.

Com esta diretriz, em março 1995 foi iniciado então um grande projeto de trabalho

visando o enquadramento da empresa nos parâmetros exigidos de qualidade da época para

buscar a então almejada Certificação ISO 9001, chegando gloriosamente a recebê-la em

meados de 1996.

O mercado cada vez mais exigente cobrava da empresa o enquadramento em outros

parâmetros cada vez mais rígidos de Normas de qualidade, sendo então, necessário a busca de

outra certificação de qualidade no ano de 2000, quando mais uma vez todos os problemas

foram superados e conseguido o valioso Certificado ISO QS 9000.

Por atender especificamente montadoras automotivas e ter a visão de mercado externo,

buscou em 2005 a maior certificação do ramo automotivo mundial a ISO TS 16949, a qual

detém ate a presente, cabendo salientar o fato de ser a primeira de toda a região a ostentá-la.

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Toda esta evolução da empresa em relação a sua preocupação com a qualidade faz

com que a Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda tenha no mercado o devido respeito e

reconhecimento que lhe é merecido.

1.3 A empresa e o Meio Ambiente

Toda a evolução da Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda não poderia ser validada

sem que se citasse a sua preocupação com as questões ligadas à responsabilidade que lhe é

cabida em relação ao meio ambiente.

Todos os esforços foram desprendidos para a adequação da empresa no termos da

Norma ABNT NBR ISO 14001 ( Edição 2004 ), esforços estes que passaram pelo trabalho

de conscientização e envolvimento geral de todos os colaboradores e partes interessadas, até

altos investimentos na parte de estrutura e atendimento a Requisitos Legais e outros

Requisitos, chegando a consagração na obtenção do certificado em Outubro de 2006.

1.4 O ser humano ( trabalhador ) e a preocupação da empresa

O crescimento da empresa se deve a esforços de homens de coragem, visão e

principalmente trabalhadores, que não poderiam ter menos valor em relação às preocupações

da empresa nos seus projetos de Certificações.

Pensando desta forma também a empresa buscou e conseguiu, com grande esforço de

todos, a Certificação OHSAS 18001 ( Edição 1999 ) em Outubro de 2006 que veio a premiar

todos os trabalhadores no sentido de uma grande preocupação quanto a sua Saúde e

Segurança no ambiente de trabalho.

1.5 A tripla consagração

O ano de 2006 foi marcante para a empresa no sentido de adequações aos parâmetros

necessários de Certificações e seu amadurecimento em relação à Qualidade, Meio Ambiente e

Saúde e Segurança no Trabalho e fez com que se diferenciasse no mercado de muitas

concorrentes por poder ostentar em seu `currículo´ esta tripla certificação ( Figura 1. 6 ),

sendo a primeira e única de toda a região a conseguir este feito.

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Como já possuía a Certificação ISO TS 16949 ( 2005 ) e com as Certificações

Integradas de Saúde e Segurança Ocupacional e Meio Ambiente a tripla consagração tornou-

se realidade.

Atualmente a empresa mantém os certificados em Auditorias de 3ª Parte e busca cada

vez mais a melhoria de seus processos e condutas para alem de poder mantê-los, buscar outros

aplicáveis.

Figura 1.6 : Certificados de Meio Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança Ocupacional

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1.2 – ASPECTOS TEÓRICOS

O resultado de processos de diversas atividades antrópicas como industrial, doméstica,

hospitalar, comercial, agrícola, entre outras, geram diariamente milhões e milhões toneladas

de lixo, que são classificados em sólido, liquido e gasoso conforme seu estado1.

Conforme citado por Aline Marques Rolin, em Tese de Mestrado, Aisse et al. (1982),

define o termo “lixo” como o designativo daquilo que tecnicamente é denominado resíduo

sólido, sendo o mesmo resultante da atividade das atividades humanas, principalmente

urbanas. Os resíduos sólidos podem ser objetos que não mais possuem valor ou utilidade,

porções de materiais sem significado econômico, sobras de processamento industrial ou

sobras domésticas a serem descartadas, ou seja, qualquer coisa que se deseje jogar fora (Aisse

et al., 1982). No entanto, na verdade o termo “resíduo sólido” diferencia-se do termo “lixo”,

pois o último não possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve ser apenas

descartado, enquanto o primeiro possui valor econômico por possibilitar o reaproveitamento

no processo produtivo (Demajorovic, 1995), conforme citado por Aline, 2000.

O colapso do saneamento ambiental no Brasil chegou a níveis insuportáveis. A falta de

água potável e de esgotamento sanitário é responsável, hoje, por 80% das doenças e 65% das

internações hospitalares. Além disso, 90% dos esgotos domésticos e industriais são

despejados sem qualquer tratamento nos mananciais de água. Os lixões, muitos deles situados

às margens de rios e lagoas, são outro foco de problemas2.

A definição de lixo como material inservível e não aproveitável é, na atualidade, com

o crescimento da indústria da reciclagem, considerada relativa, pois um resíduo poderá ser

inútil para algumas pessoas e, ao mesmo tempo, considerado como aproveitável para outras.

1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS

1.2.1.1 Quanto às características físicas1.3

Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos

e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana,

espumas, cortiças.

Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes,

alimentos estragados, etc...

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1.2.1.2 Quanto à composição química1.3

Orgânico: É composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e

bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de

jardim.

Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas,

tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas,

porcelana, espumas, cortiças, etc.

1.2.1.3 Quanto à origem

Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais

como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas,

embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de

outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.

Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como

supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.

Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de

varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas,

limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc.

Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas,

agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos,

meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios

X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento,

manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro

sanitário .

Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja,

que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se

de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças

provenientes de outras cidades, estados e países4.

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Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o

metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc.

O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos,

resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias,

vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de

lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento.

Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio,

césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e

técnicos adequados.

Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos,

defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é

considerado tóxico e necessita de tratamento especial.

Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O

entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.

1.2.2 DESTINO DO LIXO E DANOS AO MEIO AMBIENTE

1.2.2.1 Resíduos destinados sem tratamento

Muitos são os resíduos gerados pelas atividades do homem e infelizmente grande

parte deste material é simplesmente disposto de forma inadequada e irresponsável em locais

não apropriados, causando sérios danos ao meio ambiente em geral.

Dentre estes materiais pode-se destacar inclusive casos de materiais contaminados

com diversos produtos químicos, patogênicos, radioativos e outros que certamente

contribuirão para a degradação do local e que deveriam ter destinação correta, conforme

ABNT NBR 10004.

Um outro fato muito comum em algumas cidades que não fazem cumprir a Legislação

pertinente é o lançamento de entulhos de construção civil em áreas, geralmente de várzea, que

modifica totalmente a característica do ecossistema local, inclusive abalando seriamente a

estrutura hidrológica das mesmas.

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Todo material disposto incorretamente, sem o devido tratamento necessário poderá

causar:

POLUIÇÃO DO SOLO: alterando suas características físico-químicas, representará

uma séria ameaça à saúde pública tornando-se ambiente propício ao desenvolvimento de

transmissores de doenças, além do visual degradante associado aos montes de lixo.

POLUIÇÃO DA ÁGUA: alterando as características do ambiente aquático, através da

percolação do líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica presente no lixo,

associado com as águas pluviais e nascentes existentes nos locais de descarga dos resíduos.

POLUIÇÃO DO AR: provocando formação de gases naturais na massa de lixo, pela

decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio, originando riscos de

migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato direto com os

mesmos.

1.2.3 RESÍDUOS DESCARTADOS COM TRATAMENTOS

A destinação final e o tratamento do lixo podem ser realizados através de vários

métodos conforme classificação e Legislação pertinente1:

1.2.3.1 ATERROS SANITÁRIOS

Cabe esclarecer que existe uma enorme diferença operacional, com reflexos

ambientais imediatos, entre Lixão e Aterro Sanitário.

Conforme CETESB, o Lixão representa o que há de mais primitivo em termos de

disposição final de resíduos. Todo o lixo coletado é transportado para um local afastado e

descarregado diretamente no solo, sem tratamento algum.

Assim, todos os efeitos negativos para a população e para o meio ambiente, vistos

anteriormente, se manifestarão. Infelizmente, é dessa forma que a maioria das cidades

brasileiras ainda "trata" os seus resíduos sólidos domiciliares2.

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Figura 1.7 – Lixão a céu aberto

O Aterro Sanitário é um tratamento baseado em técnicas sanitárias (

impermeabilização do solo/compactação e cobertura diária das células de lixo/coleta e

tratamento de gases/coleta e tratamento do chorume ), entre outros procedimentos técnico-

operacionais responsáveis em evitar os aspectos negativos da deposição final do lixo, ou seja,

proliferação de ratos e moscas, exalação do mau cheiro, contaminação dos lençóis freáticos,

surgimento de doenças e o transtorno do visual desolador por um local com toneladas de lixo

amontoado.

Entretanto, apesar das vantagens, este método enfrenta limitações por causa do

crescimento das cidades, associado ao aumento da quantidade de lixo produzido.

O sistema de aterro sanitário precisa ser associado à coleta seletiva de lixo e à

reciclagem, o que permitirá que sua vida útil seja bastante prolongada, além do aspecto

altamente positivo de se implantar uma educação ambiental com resultado promissores na

comunidade, desenvolvendo coletivamente uma consciência ecológica, cujo resultado é

sempre uma maior participação da população na defesa e preservação do meio ambiente.

As áreas destinadas para implantação de aterros têm uma vida útil limitada e novas

áreas são cada vez mais difíceis de serem encontradas próximas aos centros urbanos.

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Aperfeiçoam-se os critérios e requisitos analisados nas aprovações dos Estudos de

Impacto Ambiental pelos órgãos de controle do meio ambiente; além do fato de que os gastos

com a sua operação se elevam, com o seu distanciamento.

Devido a suas desvantagens, a instalação de Aterros Sanitários deve planejada sempre

associada à implantação da coletiva seletiva e de uma indústria de reciclagem, que ganha cada

vez mais força1.

Figura 1.8 - Aterro sanitário

1.2.3.2 COMPOSTAGEM

A compostagem é uma forma de tratamento biológico da parcela orgânica do lixo,

permitindo uma redução de volume dos resíduos e a transformação destes em composto a ser

utilizado na agricultura, como recondicionante do solo. Trata-se de uma técnica importante

em razão da composição do lixo urbano do Brasil.

Pode enfrentar dificuldades de comercialização dos compostos em razão do

comprometimento dos mesmos por contaminantes, tais como metais pesados existentes no

lixo urbano, e possíveis aspectos negativos de cheiro no pátio de cura1.

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1.2.3.3 INCINERAÇÃO

A incineração é a queima dos resíduos sólidos, destruindo-os, descaracterizando-os e

transformando-os em cinzas, permitindo a redução drástica do volume dos resíduos a serem

dispostos. É a solução mais indicada para os resíduos orgânicos perigosos, desprovidos de

valor e de difícil decomposição (Valle, 1995).

Porém, a incineração apresenta duas preocupações: os gases emitidos pela combustão

dos resíduos e a destinação das cinzas e dos particulados retidos nos sistemas de lavagem de

gases.

A operação do sistema precisa incluir o manuseio de resíduos, a depuração de gases e

a destinação das cinzas, tornando os investimentos necessários muito elevados (Valle, 1995).

Os gases resultantes da incineração devem passar por um sistema de lavagem, que

costuma representar um investimento tão ou mais caro que o próprio forno de incineração.

É um processo que demanda custos bastante elevados e a necessidade de um super e

rigoroso controle da emissão de gases poluentes gerados pela combustão.

O sistema de incineração do lixo vem sendo abandonado, pois além das despesas

extraordinárias com a sua implantação e monitoramento da poluição gerada, implica também

em relegar para segundo plano a coleta seletiva e a reciclagem, que são processos altamente

educativos.

Não fossem essas desvantagens, a incineração seria um tratamento adequado para

resíduos sólidos de alta periculosidade, como o lixo hospitalar, permitindo reduzir

significativamente o volume do lixo tratado e não necessitar de grandes áreas quando

comparada aos aterros sanitários; além da possibilidade do aproveitamento da energia gerada

na combustão1.

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Figura 1.9 – Visão parcial de um Incinerador

1.2.3.4 RECICLAGEM Conforme citado na tese de mestrado de Aline Marques Rolin, a definição adotada

pela EPA (Environmental Protection Agency), a agência ambiental dos Estados Unidos,

reciclagem é a ação de coletar, reprocessar, comercializar e utilizar materiais antes

considerados como lixo (Valle, 1995). Wells et al. (apud Costa, 1998, p.19) definem a

reciclagem como o “resultado de uma série de atividades através da qual materiais que se

tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e processados para

serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, feitos anteriormente apenas com

matéria-prima virgem”.

A reciclagem, permite refazer o ciclo, ou seja, permite trazer de volta, à origem, sob a

forma de matérias-primas, aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser

reprocessados, mantendo suas características básicas (Valle, 1995). “A reciclagem requer

alguma forma significativa de processamento físico, químico ou biológico antes do material

ser utilizado novamente” (Maclaren e Yu, 1997 ). Não fossem essas desvantagens, a

incineração seria um tratamento adequado para resíduos sólidos

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2 – OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo evidenciar o gerenciamento, de forma correta, de

resíduos sólidos industriais numa empresa do ramo metalúrgico automotivo, desde a geração

até a disposição final, conforme Legislações específicas aplicáveis.

Não serão citados dados financeiros e nem de quantidades para resguardar sigilo a que

tem direitos a empresa em questão ( citada )

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3 - PROCEDIMENTO

3.1 – Classificação dos resíduos

Inicialmente evidenciou-se e listou-se todos os resíduos gerados na citada empresa (

Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda ), os quais eram simplesmente depositados misturados

em uma área para que fossem recolhidos pelo serviço de limpeza pública ( até 2005 ). Há de

salientar o péssimo aspecto visual e odorífero do local, devido a diversidade dos resíduos

`deixados´, acumulados até o recolhimento. Na seqüência todos os resíduos foram destinados

para análise de caracterização e classificação conforme NBR ABNT 10004 / 2004, com

terceirização de empresa especializada em análises ambientais:

Digimed – Analises Ambientais, Rua Marianos 227, Campo Grande – Santo Amaro –

SP, Tel. 5633 2204, sob responsabilidade técnica de Bartolomeu Ferez da Cruz ( CRQ

04403993 - 4ª região ), com a seguinte forma e divisão:

• Papel e papelão, proveniente de sobras de atividades em áreas administrativas

e embalagens diversas recebidas com componentes e outros materiais

• Resíduos de varrição, resultante da atividade de varrição de piso da área

produtiva

• Panos e equipamentos de proteção individual utilizados pelos colaboradores e

contaminado com óleos e graxas nas diversas atividades produtivas e limpeza de

máquinas e equipamentos

• Óleo mineral usado e sem condições de reaproveitamento para lubrificação de

máquinas e equipamentos pela contaminação (sujidade) e falta de viscosidade

adequada necessária.

• Resíduo de serviço de saúde proveniente das atividades de ambulatório

médico e enfermaria no atendimento aos colaboradores em consultas médicas ou

atendimentos de primeiros socorros

• Sucata Metálica: Sobra de pequenos pedaços de chapas metálicas após o corte

( blank ) ou estampagem da peça

• Lixo Orgânico proveniente das atividades da cozinha industrial e restaurante,

poda de arvores e arbustos, limpeza de jardim e corte de gramado.

• Retalhos de fios de condução de energia elétrica devido a manutenção de

maquinas e equipamentos e predial.

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• Turfa contaminada com óleos e graxas depois de usada em contenção de

eventuais vazamentos em máquinas e equipamentos.

• Diversos materiais como pinceis, rolos e outros, contaminados com tintas e

solventes das atividades de manutenção de equipamentos e pinturas de faixas de

segurança em corredores

• Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mista queimadas por efeito de

uso ou defeito utilizadas para aclaramento artificial da empresa das atividades

de manutenção de equipamentos e pinturas de faixas de segurança em

corredores

• Efluente sanitário proveniente da utilização de banheiros e vestiários

3.2 – Separação em grupos para definição do destino dos resíduos gerados

Após a caracterização de todos, separou-se os resíduos por classes conforme NBR

ABNT 10004 / 2004 de forma a proceder na seqüencia a documentação especifica para envio

á destinação e disposição correta, dividindo-os, para gerenciamento, em grupos:

Resíduos recicláveis em geral ( papeis, papelões, plásticos, metais, etc.. ) - Classe II

não perigoso, conforme Anexo H da NBR ABNT 10004 / 2004.

Resíduos não recicláveis em geral ( Varrição, papeis não aproveitáveis, lixo orgânico,

etc.. ) - Classe II não perigoso, conforme Anexo H da NBR ABNT 10004 / 2004.

Mix de Contaminados com óleos e graxas - Classe I perigoso de fonte não específica,

conforme Anexo A da NBR ABNT 10004 / 2004, exceto equipamentos de proteção

individual e panos / toalhas industriais sujas de óleo e graxas que terão outro

enquadramento conforme letras D e E.

Panos / toalhas industriais - Classe I perigoso de fonte não específica, conforme Anexo

A da NBR ABNT 10004 / 2004

Equipamentos de proteção individual a base de raspa de couro - Classe I perigoso de

fonte não específica, conforme Anexo A da NBR ABNT 10004 / 2004

Resíduo hospitalar - Classe I perigoso ( Patogenicidade ) , conforme Anexo A da NBR

ABNT 10004 / 2004

Óleo mineral saturado - Classe I perigoso de fonte não especifica, conforme Anexo A

da NBR ABNT 10004 / 2004

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Lâmpadas Fluorescentes, vapor de sódio e mista - Classe I perigoso Código F 044,

conforme Anexo A - da NBR ABNT 10004 / 2004

Efluente liquido sanitário – conforme Decreto 8468 08/09/76 ( Licenciamento

Ambiental ), Decreto 10.755, 22/11/77 – alterado pelo Decreto 39.173, 08/09/94 (

Efluente liquido / lançamento em corpos d´água ) e ABNT 10004 / 2004, também

considerado, para efeito de descarte em curso de água.

3.3 - Caracterização dos resíduos

Após realização de caracterização dos resíduos e divisão dos mesmos em grupos

passou-se então a próxima etapa, a definição de locais para a devida destinação e disposição

final, conforme Memorando CETESB Nº 011/96/CM, de 07/03/1997.

Depois dos acertos financeiros, definiu-se a estimativa anual de geração dos resíduos

em seus respectivos grupos e procedeu-se a confecção de documentação necessária para inicio

de todo o processo.

Para os resíduos recicláveis e não recicláveis sem contaminação ou periculosidade ou

patogenicidade, apenas a elaboração de contrato formal de envio e comprovação de

documentação dos receptores foram necessários, haja visto a não obrigatoriedade de outros

documentos mais formais pela CETESB, para tal.

Já para todos os outros grupos de resíduos perigosos a documentação obrigatória e

outras providencias foram tomadas;

1. O acerto financeiro / logístico, passando por formas de pagamento e quantidade de retiradas,

entre outras providencias

2. A solicitação de documentação referente a declaração de aceite do receptor dos resíduos

especificados

3. Confecção de Memorial de Caracterização do Empreendimento, com citações do gerador e

receptor

4. Laudos de caracterização e classificação de resíduos, elaborado por empresa e profissional

específico

5. Preenchimento de formulário de solicitação de CADRI ( Certificado de Aprovação de

Destinação de Resíduos Industriais ), em duas vias

6. Junção de cópia de Licenças de Operação do receptor e do gerador

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7. Protocolo de solicitação de CADRI, com a apresentação de toda a documentação necessária,

conforme itens 2, 3, 4 , 5 ,6 , 7

8. Pagamento de taxas estaduais fixadas para liberação de CADRI.

Depois de todos os protocolos formais realizados, recebeu-se então os documentos

obrigatórios para o inicio do envio dos resíduos perigosos e patogênicos para os locais

designados nos CADRIs, a saber;

CADRI nº 60000487 ( Resíduo de ambulatório médico e enfermaria ) – Pioneira

Saneamento e Limpeza Urbana Ltda ( Suzano – SP ), com cadastro CETESB 672

00352 – 6, LO 26 000 964

CADRI nº 60000466 ( Resíduo de Lâmpadas fluorescentes ) – Apliquin equipamentos

e Produtos Químicos Ltda ( Paulinia – SP ), com cadastro CETESB 513 00006 – 8,

LO nº 37 000042

CADRI nº 60000468 ( Mix de contaminados com óleos e graxas, tintas e outros

resíduos perigosos de classe não específica ) – Resicontrol S/A ( Sorocaba – SP ), com

cadastro CETESB 669 00958 – 0, LO nº 084216

CADRI nº 60000467 ( Resíduo de óleo mineral usado ) – Lwart Lubrificantes Ltda (

Lençois Paulista – SP ), com cadastro CETESB 416 00051 – 3, LO nº 002754

CADRI nº 60000476 ( Panos / Toalhas industriais com óleos e graxas ) – Alsco

Toalheiro Brasil Ltda ( Arujá – SP ), com cadastro CETESB 188 00114 – 5, LO nº 16

122 009

CADRI nº ( em análise ) - ( Equipamentos de proteção individual usados e

contaminados com óleos e graxas ) – Alsco Toalheiro Brasil Ltda ( Arujá – SP) , com

cadastro CETESB 188 00114 – 5, LO nº 16 122 009

Com o devido atendimento a todos os requisitos especificados, iniciou-se o envio dos

resíduos para seus respectivos destinos em Setembro de 2006

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3.4 - Conscientização para a separação, segregação e armazenamento dos Resíduos

Inicialmente construiu-se uma área para recebimento dos diversos resíduos gerados na

empresa, ou seja, a CRDR ( Central de Recebimento e Destinação de Resíduos ) com

dimensões conforme levantamento inicial

Na seqüência foram desenvolvidos parceiros para o recebimento dos resíduos e

providenciado os documentos necessários, aplicáveis, para a destinação.

Terminado esta parte iniciou-se a próxima e mais difícil fase, a conscientização dos

colaboradores em geral para a separação dos resíduos e armazenamento correto nos

vasilhames recém adquiridos.

Figura 3.10 – Ponto de coleta de resíduos

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O profissional responsável pelos assuntos ambientais, com a ajuda de outras pessoas

da empresa, começou então o trabalho de conscientização de todos os colaboradores através

de palestras e treinamentos diversos em todos os níveis hierárquico da mesma, atingindo com

isto uma conscientização ambiental considerável.

Figura 3.11 – Caçambas Estacionárias para armazenamento temporário de resíduos

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ponderando-se as necessidades de adaptação da empresa nos parâmetros citados em

Norma para as questões dos resíduos, pode se afirmar tranquilamente que o processo de

gerenciamento, passando por todas as fases de implantação e resultados, foram

consideravelmente válidos.

Tal fato pode ser afirmado pela comprovação visual das condições estéticas hoje

observadas e analisadas em processos de auditorias internas, de clientes e de Orgãos

Certificadores, em diversas oportunidades durante o tempo percorrido desde a implantação do

sistema / processo.

Alem de considerar o aspecto de atendimento a Legislações pertinentes, deve-se

salientar a importância do trabalho de gerenciamento dos resíduos gerados pela empresa no

contexto da prevenção da poluição, pelo fato do trabalho não só de coletagem e disposição,

mais também nos estudos da diminuição da geração dos mesmos ou de mudança de

classificação.

Durante o processo adaptações foram feitas e atualmente todos os resíduos gerados

pela Indústria Metalúrgica Baptistucci Ltda tem seu gerenciamento totalmente adequado a

suas características e atividades em relação a tipos, classificação e quantidades

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5 - CONCLUSÃO

Conclui-se que com o presente trabalho que o programa de gerenciamento de resíduos

da empresa elevou a um amadurecimento de todos os envolvidos direta ou indiretamente com

o assunto e que, portanto foi totalmente válido o mesmo.

O trabalho realizado levou a empresa e patamares de conscientização ambiental

relevante no sentido de gerenciar totalmente um dos seus maiores aspectos ambientais que

pelo contrário não fosse gerenciado corretamente transformaria e sérios impactos ambientais

ao serem dispostos de forma e em locais inadequados.

Alem do aspecto físico visual do armazenamento e todo manejo dos resíduos ora

observado, leva-se a observar uma imensa e positiva mudança em relação aos parâmetros

registrados antes da implementação e finalização do programa de gerenciamento de resíduos

da empresa, ou seja, a evolução foi notadamente concreta.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 – http://www.ambientebrasil.com.br ( acesso 01/09/2008 )

2 - http://www.cetesb.org.br ( acesso em 02/09/2008 )

3 - ABNT – NBR 10004 / 2004 ( Resíduos sólidos classificação )

4 - RDC 306 ANVISA

5 - ABNT – NBR 12809 / 93 ( Manuseio de resíduos de serviço de saúde )

6 - Decreto Estadual nº 8.468 de 08 de setembro de 1976

7 - Lei Estadual nº 997 de 31 de Maio de 1976

8 - ABNT – NBR 12810 / 93 ( Coleta de resíduos de serviço de saúde )

9 - ABNT – NBR 13463 / 95 ( Coleta de resíduos sólidos )

10 - http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/2397

11- http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisaObraForm.do.htm

12 - http://www.ecolews.com.br/analisar/inventario-cetesb.htm ( acesso 13/09/2008 )

13 - http://www.resol.com.br ( acesso 13/09/2008 )

MARQUES, ALINE ROLIN. A reciclagem de resíduos plásticos pós-consumo em oito empresas do Rio Grande do Sul. 2000. 142 f. Dissertação (Pós-Graduação em Administração) - Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 2000.