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Universidade São Francisco Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental RESÍDUOS SÓLIDOS: SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA Bragança Paulista 2008

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Universidade São Francisco Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

RESÍDUOS SÓLIDOS: SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS BRASIL

LTDA

Bragança Paulista 2008

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Universidade São Francisco Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

RESÍDUOS SÓLIDOS: SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS BRASIL

LTDA

Autor: Luciano Aparecido de Alvarenga Orientador: Carlos Henrique Gianezi

Relatório de estágio apre-sentado na disciplina de Estágio Supervisionado, do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, da Universidade São Francis-co, Sob orientação da Professora Doutora Sheila Cristina Canobre.

Bragança Paulista 2008

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Universidade São Francisco Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

RESÍDUOS SÓLIDOS: SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS BRASIL

LTDA

Autor: Luciano Aparecido de Alvarenga

____________________________________________

Sheila Cristina Canobre Presidente da Banca Examinadora

____________________________________________

Angela Sanches Domingues

____________________________________________

Câncida Maria Costa Baptista

____________________________________________

Jean Ferreira Silva

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À Neusa, minha mãe, a quem tudo devo, pelo meu caráter e

competência;

À Claudete Paula, minha querida e amada esposa, pelo incentivo e

apoio, ao qual, me fez chegar onde estou hoje;

Ao meu querido e amado pai, Celestino, in memorian, que já não

posso abraçá-lo, mas, posso sentir seu carinho, seu apoio, seu

orgulho, que jamais esquecerei.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus e a Nossa Senhora por este momento tão solene

em minha vida;

À Universidade São Francisco e a todos os professores que contribuíram para meus

conhecimentos e realização profissional e pessoal, adquiridos durante o curso;

À empresa Tyco Electronics, onde trabalho e realizei meu estágio, da qual muito me

orgulho, manifesto minha gratidão em nome de todos que de alguma forma me ajudaram,

especialmente, ao engenheiro de meio ambiente, Carlos Henrique Gianezi, orientador e

colega, Luis Antonio Duarte;

À todos os colegas de sala, em especial à Sara que muito contribuiu para realização

do presente trabalho;

À minha família, em especial ao meu irmão, Marcelo, sua esposa Adriana e meu

amado sobrinho Lorenzo;

Em fim, à todas as pessoas que me cercam e fazem parte da minha vida, que de

alguma forma contribuíram para meu crescimento e para esta realização, muito obrigado.

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“ A terra não herdamos de nossos pais, a herdam os de nossos filhos” (provérbio indígena)

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RESUMO

A questão dos resíduos sólidos vem ganhando força na discussão ambiental. Cada vez mais, resíduos das mais variadas espécies, são gerados, tornando-se um problema a sua disposição final. Os resíduos sólidos industriais são complexos e dependem de cuidados especiais, pois, em sua maioria são perigosos. O gerenciamento de resíduos sólidos industrial é um sistema adotado pelas industrias para controlar e administrar os resíduos gerados, a fim de atender as normas da legislação vigente, bem como aperfeiçoar e garantir a qualidade do meio ambiente. O presente trabalho visa abordar o que são resíduos sólidos, como são classificados e dispostos. Mais, ainda, tem por objeto abordar os principais aspectos de um gerenciamento de resíduos industrial por meio de pesquisa na Industria Tyco Electronics. A pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Nos dois primeiros capítulos verificaremos a apresentação da Empresa Tyco Electronics, bem como aspectos teóricos inerentes aos resíduos sólidos. Já no terceiro capítulo adentraremos no sistema de gerenciamento de resíduos da Tyco, entre outros, abordando os processos do gerenciamento e procedimento experimental. Finalmente poderemos constatar nos resultados e discussão a importância de um sistema de gerenciamento, não só para os envolvidos no processo mas para a sociedade com um todo. Palavras-chave: Resíduos sólidos, gerenciamento, Tyco Electronics

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SUMMARY

The question of the solid residues comes gaining force in the ambient quarrel. Each time more, residues of the most varied species, are generated, becoming a problem its final disposal. The industrial solid residues are complex and depend on cares special, therefore, in its majority they are dangerous. The management of solid residues industrial is a system adopted for the industries to control and to manage the residues generated, in order to take care of the norms of the current law, as well as perfecting and guaranteeing the quality of the half environment. The present work aims at to approach what they are solid residues, as is classified and made use. More, still, it has for object to approach the main aspects of an industrial management of residues by means of research in the Industry Tyco Electronics. The research was carried through by means of bibliographical survey and research of field. In the two first chapters we will verify the presentation of the Company Tyco Electronics, as well as inherent theoretical aspects to the solid residues. No longer third chapter we will adentraremos in the system of management of residues of the Tyco, among others, approaching the processes of the management and experimental procedure. Finally we will be able to evidence in the results and quarrel the importance of a management system , not only for the involved ones in the process but for the society with one all. Word-key: Solid residues, management, Tyco Electronics

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................01

1.1 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS

1.1.1 Origem evolução.........................................................................................................02

1.1.2 Seguimentos...............................................................................................................02

1.1.3 Localização.................................................................................................................03

1.1.4 Estrutura da Unidade de Bragança Paulista..............................................................04

1.1.5 Funcionários...............................................................................................................04

1.1.6 Clientes.......................................................................................................................04

1.1.7 Excelência Operacional..............................................................................................05

1.1.7.1Seis Sigma......................................................................................................05

1.1.7.2 CPT................................................................................................................05

1.1.7.3 DQP................................................................................................................06

1.1.7.4 Kaisen.............................................................................................................06

1.1.7.5 5S....................................................................................................................06

1.1.8 Qualidade e meio ambiente...........................................................................................07

1.1.8.1 Política de qualidade.......................................................................................07

1.1.8.2 Política de meio ambiente...............................................................................07

1.1.8.2.1 Departamento de EHS..........................................................................07

1.1.8.2.2 Responsabilidade dos colaboradores...................................................08

1.1.8.2.3 ISO 1400...............................................................................................08

1.1.8.2.4 Resultado das práticas ambientais.......................................................08

1.2 Aspectos Teóricos............................................................................................................10

1.2.1 Resíduos Sólidos...............................................................................................10

1.2.2 Conceito.............................................................................................................10

1.2.3 Estimativa de geração de resíduos no Brasil.....................................................10

1.2.4 Conseqüências .................................................................................................10

1.2.5 Classificação......................................................................................................11

IX

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1.2.5.1 Lixo doméstico.....................................................................................11

1.2.5.2 Lixo Comercial.....................................................................................11

1.2.5.3 Lixo Público.........................................................................................12

1.2.5.4 Lixo Especial.......................................................................................12

1.2.5.5 Lixo Hospitalar....................................................................................12

1.2.5.6 Lixo Industrial......................................................................................12

1.2.5.6.1 Resíduos Perigosos.........................................................................13

1.2.5.6.2 Resíduos não inertes.......................................................................13

1.2.5.6.3 Resíduos inertes..............................................................................14

1.2.6 Manuseio, Acondicionamento e Armazenamento dos resíduos Industriais..................14

1.2.6.1 Treinamento de pessoal..................................................................................14

1.2.6.2 Segregação.....................................................................................................15

1.2.6.3 Acondicionamento...........................................................................................15

1.2.6.4 Armazenagem.................................................................................................16

1.2.6.5 Procedimento de emergência.........................................................................17

1.2.7 Transporte de resíduos..................................................................................................17

1.2.7.1 Tratamento de resíduos industriais................................................................18

1.2.8 Disposição Final adequada.........................................................................................18

2 - OBJETIVOS.....................................................................................19

3 - MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Disposições Gerais...............................................................................................20

3.2 Procedimento Experimental..................................................................................20

3.2.1 Setores verificados.............................................................................................20

3.2.2 Área de Descarte...............................................................................................22

3.2.3 Disposição Final.................................................................................................22

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Situação atual do sistema.................................................................................................23

4.1.2 Documentos aplicáveis......................................................................................23

4.1.3 Referência normativa.........................................................................................23

4.1.4 Formulários aplicáveis.......................................................................................24

4.1.5 Processo do sistema atual.................................................................................24

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4.1.5.1 Classificação.......................................................................................24

4.1.5.2 Identificação e controle.......................................................................25

4.1.5.3 Manuseio, Movimentação...................................................................25

4.1.5.4 Armazenagem.....................................................................................26

4.1.6 Transporte dos resíduos....................................................................................26

4.1.7 Reciclagem / disposição final.............................................................................26

4.2 Teoria do 3R’s e sua aplicabilidade..................................................................................32

4.3 Minimização de perdas e custos......................................................................................32

4.4 Levantamento de dados ..................................................................................................32

4.5 Pesquisa de campo..........................................................................................................33

CONCLUSÃO..................................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................35

FIGURA 4.1............................................................................................................................27

FIGURA 4.2............................................................................................................................28

FIGURA 4.3............................................................................................................................28

FIGURA 4.4............................................................................................................................29

FIGURA 4.5............................................................................................................................29

FIGURA 4.6............................................................................................................................30

FIGURA 4.7............................................................................................................................30

FIGURA 4.8............................................................................................................................31

FIGURA 4.9............................................................................................................................31

FIGURA 4.10..........................................................................................................................31

FIGURA 4.11..........................................................................................................................31

XI

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1 - INTRODUÇÃO

Há muitos anos, a população vem produzindo lixo sem se preocupar com sua

destinação e com a forma pela qual é disposto. Atualmente, um dos maiores problemas da

humanidade é a crescente quantidade de resíduos sólidos, principalmente, dos urbanos.

Outro grande problema é encontrado quando se trata de resíduos sólidos industriais.

A cultura de uma sociedade condicionada, cada vez mais, ao consumo e ao descarte leva a

produção de toneladas de lixo que, na maioria das vezes, não têm destino adequado.

O aumento do consumo também está intrinsecamente ligado à produção industrial.

Por isso, o lixo gerado pelas industrias é tão ou mais grave quanto o resíduo doméstico.

Principalmente, porque a maior parte do setor industrial produz resíduos perigosos.

Desta forma, em relação à disposição desses resíduos, a dificuldade é ainda maior,

pois, são necessários locais tecnicamente adequados e controlados para essa destinação.

Ressalte-se que a consciência e a cultura a respeito do manejo de resíduos sólidos,

ainda, são muito deficientes. No entanto, ainda que a passos lentos, a conscientização

ambiental tem conseguido mudar tal postura, tornando-se cristalino o caminho para a

solução dos problemas gerados pelos resíduos sólidos, qual seja, a educação ambiental.

Os resíduos industriais por demandarem tamanha importância e preocupação serão

enfatizados no presente trabalho.

Por meio da análise do gerenciamento de resíduos sólidos da empresa Tyco

Electronics Ltda, verificaremos como são gerados e processados, bem como, a situação

atual do sistema, assim, analisaremos sua importância, e possíveis melhorias a serem

aplicadas.

Com isso, ao menos no setor industrial poderemos caminhar para a excelência na

preservação ambiental e ainda buscar alternativas de reaproveitamento dos resíduos

gerados, valorizando a matéria prima, reduzindo custos, e conseqüentemente auxiliando o

crescimento econômico da empresa, mas sobre tudo, minimizando os riscos de danos

ambientais.

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1.1 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA TYCO ELECTRONICS

1.1.1 Origem e evolução

A Tyco Electronics é uma empresa multinacional fundada em 1941, em “New York”

(estado de Nova Jersey) como “Aero-Marine Products” (AMP), fabricando conectores para o

governo dos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial, sua finalidade era criar, projetar e

fabricar terminais e conectores sem solda, para serem utilizados nos navios e aviões

militares.

No Brasil, foi instalada em 1972. Em 1976, foi inaugurada a fábrica em Bragança

Paulista . Posteriormente, em 1981 sua sede foi inaugurada na Lapa, São Paulo. Em 1999,

foi incorporada ao grupo norte-americano Tyco Electronics.

Atualmente, a Tyco Electronics desenvolve, produz e comercializa produtos

avançados, de alta performance e tecnologia de ponta incluindo conectores de alta

velocidade, fibra óptica, relés, tubos termocontráteis, sistemas de gerenciamento de

potência “PolySwitch”, fios e cabos, produtos para redes, “touchscreens”, produtos sem fio e

ferramental de aplicação.

Segundo informações de circulação interna da empresa, no setor de eletrônicos, a

Tyco Electronics está entre as seis empresas mais admiradas do mundo.

1.1.2 Seguimentos

Os negócios da empresa são conduzidos em quatro seguimentos operacionais, quais

sejam:

Electronic Components é a maior fornecedora mundial de componentes eletrônicos passivos, que incluem conectores e sistemas de interconexão, relés, interruptores, dispositivos para proteção de circuito, telas de toque, sensores, fios e cabos. Os nossos produtos são utilizados principalmente nos mercados automotivo, de computadores, de equipamentos de comunicação, de maquinário industrial, aeroespacial e de defesa, de eletrodomésticos, de produtos eletrônicos de consumo, de equipamentos comerciais, médicos e de instrumentação. Network Solutions é uma fornecedora global de componentes e sistemas de infra-estrutura para os mercados de provedores de serviços de comunicação, de redes em edifícios e de energia. Os nossos produtos incluem conectores, proteções de superfície e subterrâneas, tubos termorretráteis, acessórios para cabos, pára-raios, cabeamento de fibra óptica, cabeamento de cobre, racks para redes de cobre e fibra.

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Undersea Telecommunications é líder mundial em desenvolvimento, fabricação, instalação e manutenção das mais avançadas redes de fibra óptica submarinas do mundo. A nossa tecnologia é encontrada em mais de 420.000 quilômetros de sistemas de cabos de fibra óptica em todo o mundo. Uma empresa pioneira no setor, temos mais de 50 anos de experiência em pesquisa de rotas, projeto de sistemas, desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de sistemas, serviços marinhos, manutenção e reparo. Wireless Systems é líder no desenvolvimento de sistemas de comunicação críticas em larga escala com base na tecnologia de protocolo de Internet (IP, Internet Protocol) para clientes nos setores de segurança pública, empresas concessionárias, de trânsito e de serviços públicos. Os usuários de primeiros socorros e de serviços públicos confiam em nossos sistemas de comunicação para poder fornecer comunicação confiável, segura e com condições de interoperabilidade em situações de emergência e para poder dar apoio a operações do dia-a-dia. (CATÁLOGO DE CIRCULAÇÃO INTERNA)

Conforme verificado acima, a Tyco Electronics atende aos seguintes mercados:

Automotivo, Telecomunicações, Energia, Entreterimento, Eletrodomésticos, Automação

Industrial, Equipamentos Médicos, Aeroespacial e Militar.

1.1.3 Localização

A Tyco encontra-se em vários países da América, Europa, Ásia e África.

No Brasil, a Tyco Electronics está instalada em vários locais, estando sua área

comercial localizada na Rua Ado Benati, 53, Bairro da Lapa - São Paulo, Telefone: 011-

3611-1311 (PABX), Fax: 055 11-3611-0397, sob a denominação Tyco Electronics Brasil

Ltda.

Suas filiais estão distribuídas nas seguintes localidades:

Tyco Electronics Brasil Ltda.

Rua Ampere, 304, Distrito Industrial, Bairro da Penha, Bragança Paulista - SP.

Fone: 011 4034-6000 (PABX) Fax: 055 11 4034-6091

Tyco Electronics Brasil Ltda.

Rua Dr. José Adriano Marrey Jr,1309, Distrito Industrial I, Bairro da Penha,

Bragança Paulista - SP.

Fone: 011 4034-6000 (PABX).

Tyco Electronics Brasil Ltda.

Itabiba- SP (Centro de Distribuição)

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Tyco Electronics Brasil Ltda.

Estrada Particular, Sadae Takagi, 2600, Cooperativa São Bernardo do Campo - SP

Fone: 011 2141-6100, Fax: 011 2141-6112.

1.1.4 Estrutura da Unidade de Bragança Paulista

A unidade possui um terreno de 39.545 m2, com uma área construída de 22.285 m2

ocupada por 9.826 m2 de chão de fábrica, 1908 m2 da parte administrativa, 291 m2 de

salas de treinamento, 141 m2 de Anfiteatro e 480 m2 de refeitório.

1.1.5 Funcionários

Segundo o catálogo informativo, de circulação interna, a Tyco Electronics possui

aproximadamente 92.000 funcionários distribuídos em todo o mundo.

No Brasil, a empresa conta com aproximadamente 1600 colaboradores efetivos, no

ramo automotivo, nas unidades de Bragança Paulista, Itatiba, São Paulo e Santo André.

Conta, ainda, com empresas terceirizadas que prestam serviços dentro e fora da Tyco, além

de estagiários contratados. Na unidade de Bragança Paulista são aproximadamente 200

empresas terceirizadas e 30 estagiários.

A Tyco prima pelo trabalho em equipe e valoriza seus colaboradores, pois acredita

que a força está nas pessoas motivadas, capacitadas, integradas à filosofia de gestão e

comprometimento com os resultados planejados.

Sendo uma empresa de ponta que investe em tecnologia reconhece que a base para

o crescimento e o sucesso está nos colaboradores. Assim, um ponto essencial na estratégia

da empresa é a capacitação e o desenvolvimento contínuo da Rede Humana.

1.1.6 Clientes

Segundo informações de circulação interna, nos seguimentos em que atua possui

como principais clientes as seguintes empresas:

- Automotivo: Fiat, Ford, General Motors, VW, GM, Mercedes Benz, Volvo.

- CC&CE: Gradiente, LG, Siemens, Ericson, Panasonic, Semp Toshiba.

- Elo Touch: Brasil Games, Itautec, Philco, Procomp, Rede Espoleto, ABCG

Informática.

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- Energia: Alston, Petrobrás, AES Sul, Eletropaulo, Companhia Paulista de Força e

Luz (CPFL).

- GIC: Brastemp, Arno, Philips, Bosch, Embraer.

- MA/COM: Petrobrás, Exército Brasileiro, CPFL, Companhia Energética e Secretaria

da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará.

- Netconnect: Petrobrás, HSBC, Senado Brasileiro em Brasília, Casas Bahia, Atento

do Brasil.

- Power Componentes: Solectron, Sanmina, APC, Elco Arros.

- Power System: Siemens.

A empresa tem por missão superar as expectativas dos clientes, alcançando a

liderança do mercado e operando com excelência, aumentar o valor da empresa e o

portfólio global de diferentes marcas.

1.1.7 Excelência Operacional

1.1.7.1 Seis Sigma

“Seis Sigma” é uma metodologia estruturada. Tem por objetivo incrementar a

“qualidade por meio da melhoria contínua dos processos envolvidos na produção de um

bem ou serviço, levando em conta todos os aspectos importantes de um negócio”

É também uma “metodologia rigorosa que utiliza ferramentas estatísticas para definir

os problemas e as situações a melhorar, medir para obter a informação e os dados, analisar

a informação coletada, incorporar os processos ou produtos existentes, com a finalidade de

alcançar etapas ótimas, o que por sua vez irá gerar um ciclo de melhoria

contínua.”(Informativo interno de Integração)

1.1.7.2 CPT

Trata-se do Programa de Conservação Produtiva Total. Tem por objetivo a

“conservação do sistema de produção com o envolvimento de todos, desde a concepção até

o fim da vida útil da instalação dos equipamentos, com a finalidade de alcançar perda zero

no equipamento e zero defeito no produto, participando da meta global da empresa que é

a produtividade.” (Informativo interno de Integração)

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1.1.7.3 DQP

Desempenho de Qualidade na Produção. “É um índice de acompanhamento de

performance de qualidade nas áreas produtivas, que visa medir a evolução destas áreas em

relação ao histórico anterior de cada uma e comparar com as demais”.(Informativo interno

de Integração)

Participam do DQP os seguintes setores: Estamparia, Montagem I e II, injeção

Plástica, Montagem de Relés, Galvanoplastia.

1.1.7.4 Kaisen

“Kaizen” significa melhoria contínua. É uma filosofia de trabalho que acredita que a

criatividade das pessoas é infinita e que por melhor que esteja, sempre é possível melhorar

ainda mais.

1.1.7.5 5S

“5S” é um programa que vem das iniciais de palavras japonesas que significam o

seguinte:

“SEIRI” – Senso de Utilização.

“SEITON” – Senso de Arrumação.

“SEISO” – Senso de Limpeza.

“SEIKETSU” – Senso de Padronização.

“SHITSUKE” – Senso de Auto-Disciplina.

A Tyco Electronics preza por seu ambiente organizado e limpo. Desta premissa,

utiliza-se do programa “5S”, contando com a contribuição de todos os seus colaboradores.

1.1.8 Qualidade e Meio Ambiente

A Tyco Electronics prima por qualidade com crescimento sustentável. Desta forma,

dentre outras Políticas da empresa é de suma importância ressaltarmos duas, quais sejam:

Política de Qualidade e Política de Meio Ambiente.

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1.1.8.1 Política de Qualidade

A Tyco tem por “Política de Qualidade” fornecer produtos e serviços sem erros e no

prazo. Além disso, tem por responsabilidade pessoal melhoria contínua, qualidade e

satisfação do cliente.

Observa-se que “Qualidade” é essencial para a Tyco. Por isso, o compromisso com a

Excelência da Qualidade está baseado em princípios que orientam a maneira como são

feitos os negócios e definem a linha de produtos e serviços que são fornecidos. Tais

princípios também asseguram o sucesso em um mercado global e ajudam a construir um

relacionamento eficaz com Clientes, Colaboradores, Fornecedores e a Comunidade.

“Através do esforço contínuo de nossos profissionais, a Tyco Electronics do Brasil

conseguiu conquistar ao longo dos anos, as mais importantes Certificações de Qualidade

reconhecidas internacionalmente”(Informativo interno de Integração), quais sejam: ISO –

9001:00 E ISO/TS – 16949:02 (automotiva).

1.1.8.2 Política de Meio Ambiente

A Tyco Electronics tem por compromisso gerenciar seus negócios de forma

ambientalmente responsável. Isto é feito por meio do “SGA”, Sistema de Gestão Ambiental,

capaz de assegurar , não somente a conformidade com a legislação vigente, mas também a

melhoria contínua dos processos industriais.

A Tyco produz a conexão do futuro: Qualidade com Preservação Ambiental.

1.1.8.2.1 Departamento de EHS

Através do Departamento de “EHS”, “Enviromental Health & Safety, a Tyco gerencia

mundialmente a performance ambiental de suas unidades industriais espalhadas pelos cinco

continentes do mundo. O gerenciamento é feito de forma a garantir o atendimento às leis

ambientais internacionais, bem como as leis dos países onde está instalada.

A preservação ambiental é uma realidade efetiva dentro da empresa. O processo de

Melhoria Contínua permite elevar a consciência ambiental dos colaboradores, parceiros e

fornecedores, bem como, interagir positivamente com a sociedade.

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1.1.8.2.2 Responsabilidades dos Colaboradores

A contribuição dos colaboradores para a preservação do meio ambiente é de suma

importância.

Assim a Tyco atribui aos colaboradores as seguintes responsabilidades:

- Utilizar conscientemente os recursos oferecidos pela empresa;

- Colaborar com as sistemáticas de coleta seletiva de resíduos;

- Estar atento e comprometido com as políticas, leis e especificações ambientais.

Cabe, ainda, ressaltar que a orientação é a de que, surgindo qualquer dúvida ou

sugestão, a área de meio ambiente deverá ser contatada.

1.1.8.2.3 ISO 14001

“ISO 14001” é o Certificado de Aprovação do Sistema de Gestão Ambiental.

Motivo de muito orgulho, a Tyco Electronics foi a primeira indústria da América Latina

a conquistar a certificação ISO 14001. A certificação ocorreu em abril de 1998.

O Sistema de Gestão Ambiental é aplicável a: Desenvolvimento, Projeto, Fabricação

de Conexões, Eletro-Eletrônicas, Acessórios para Cabos, Sistemas de Aplicação, Relés,

Eletromecânicos, Pára-Raios de Alta Tensão e atividades associadas ao site.

1.1.8.2.4 Resultados das Práticas Ambientais

As práticas ambientais da Tyco são motivos de orgulho dentro e fora da empresa.

Embora sempre haja por fazer e melhorar o sucesso dos resultados é decorrente do

engajamento de todos os colaboradores da empresa. O referido sucesso pode ser

observado na pesquisa publicada pela Análise Editorial, a qual, após detalhada pesquisa

sobre Gestão Ambiental entre mais de mil empresas brasileiras, selecionou 500 como as

que aplicam as melhores práticas, dentre elas, a Tyco.

Segundo informações do informativo interno da empresa “Notícias Brasil”,

a Tyco Electronics foi a única de seu segmento a possuir a Certificação ISO 14001 há mais de 9 anos, além de estarmos em um grupo ainda mais exclusivo de apenas 100 empresas que já ganharam uma premiação ambiental. Neste sentido cabe-nos também lembrar, que nenhum concorrente foi selecionado entre as 500 melhores nas Práticas de Gestão Ambiental no Brasil, o que mais uma vez evidencia nossa ética, integridade e liderança no mercado.(...), passaram pela avaliação de especialistas de diversas áreas ambientais, como por exemplo, representantes de ONG’s

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como WWF, Greenpeace, de Entidades Normativas de peso como a ABNT, e o INMETRO, dentre outros.

Desta forma, a Tyco Electronics segue com suas metas trabalhando com seriedade e

competência visando sempre garantir a sustentabilidade ambiental, conforme se verificará

nos próximos capítulos.

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1.2 ASPECTOS TEÓRICOS

1.2.1 Resíduos Sólidos

1.2.2 Conceito

Resíduo é todo material que já não tem mais utilidade para seu possuidor. Há quem

o denomine, simplesmente, de lixo.

Segundo definição do dicionário Aurélio, lixo é “aquilo que se varre da casa, do

jardim, da rua, e se joga fora; entulho. Tudo aquilo o que não presta e se joga fora. Sujidade,

sujeira, imundice. Coisas ou coisas inúteis, velhas, sem valor”, FERREIRA;1988.

O fato é que vivemos numa sociedade de consumo, onde, a maior parte do que é

produzido acaba por se transformar em lixo.

Diariamente, existem resíduos sendo lançados no meio ambiente. São originados de

todos os estágios da atividade econômica, quais sejam: extração, processamento,

distribuição e consumo. Isso ocorre por parte das empresas e também dos consumidores.

Os resíduos são lançados de forma direta ou indireta. A primeira ocorre a partir da

pessoa que o gerou. A segunda ocorre quando a destinação final é feita por terceiros

( transportadores, sucateiros, catadores).

1.2.3 Estimativa de geração de resíduos no Brasil

Segundo notícia do site IG – Educação, artigo de Isis Nóbile Diniz, cada brasileiro

produz mais de um quilo de lixo por dia.

No Brasil, todos os dias são gerados cerca de 170.000 mil toneladas de resíduos

sólidos urbanos. Noticia, ainda, o artigo que “segundo dados da Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), apenas um pouco mais

de 140.000 toneladas urbanas são coletadas, o demais possui destino incerto. Para piorar

toda essa sujeira, apenas 39% dos municípios brasileiros dão tratamento adequado a esse

resíduo, como enviá-lo para aterros controlados” DINIZ.

1.2.4 Conseqüências

Os resíduos sólidos, de maneira geral, quando mal cuidados provocam diversos

danos ao ambiente, como, contaminação do solo, subsolo e do lençol freático;

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contaminação das águas; propagação de insetos como moscas e mosquitos, que são

responsáveis pela transmissão de várias doenças, tais como: diarréias infecciosas, febres

tifóides e paratifóide, amebíases, etc.,. Além de outros males causados em decorrência dos

criadouros de ratos e bactérias geradas à partir do lixo doméstico.

No entanto, o mesmo lixo que causa tantos males pode ter conseqüências positivas,

quando, reaproveitado adequadamente, gerando, assim, benefícios econômicos e

ambientais.

1.2.5 Classificação

A ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, regulamenta a classificação

dos resíduos, através da NBR 10004, de MAIO/2004- RESÍDUOS SÓLIDOS -

CLASSIFICAÇÃO, que classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais, ao meio

ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação

adequados.

A classificação dos resíduos sólidos pode se dar de varias formas: composição

química, natureza física, riscos potencias, quanto à origem.

Podemos classificá-lo, de forma simplificada como orgânico e não inorgânico, seco e

molhado e, quanto a origem veremos a seguir:

1.2.5.1 Lixo doméstico

São constituídos, por restos de alimentos, garrafas, embalagens, produtos

deteriorados, papéis em geral (higiênico, revistas, jornais), além de diversos outros itens

originários da vida diária das residências.

Cabe ressaltar, que muitos dos resíduos podem conter substâncias tóxicas.

1.2.5.2 Lixo Comercial

É denominado lixo comercial aquele originado nos estabelecimentos comerciais e de

serviços. Citemos como exemplo os restaurantes, supermercados, bares, lojas, bancos, etc.

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1.2.5.3 Lixo Público

É aquele, também, chamado de Varrição. É originado, da limpeza de vias públicas,

praças, jardins.

É composto dos mais variados tipos de resíduos, tais como: papéis, embalagens,

folhas, cigarros, etc.

1.2.5.4 Lixo Especial

São aqueles compostos por componentes tóxicos e por isso necessitam de coleta

especial. Podemos citar como exemplo os entulhos resultantes de construção civil, grandes

volumes como animais, etc.

1.2.5.5 Lixo Hospitalar

É aquele, originado por hospitais, clínicas, laboratórios, clínicas dentárias e

veterinárias, farmácias, etc. Consiste, basicamente, de materiais utilizados no tratamento de

pessoas e animais.

1.2.5.6 Lixo Industrial

A indústria é responsável por grande quantidade de lixo.

“As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir energia sem que

mantenha seu estilo de vida. As atividades industriais abrangem processamento de

alimentos, mineração, produção petroquímica e de plástico, metais e produtos químicos,

papel e celulose e a manufatura de bens de consumo, como a televisão.” (JAMES, 1997).

ROCCA,1993, preleciona que são considerados resíduos sólidos industriais,

resíduos em estado sólido e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se os lodos provenientes das instalações de tratamento de águas residuárias, aqueles gerados em equipamentos de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam , para isto, soluções economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível.

Afirma ainda, As decisões técnicas (manuseio, acondicionamento, armazenagem coleta, transporte e disposição final) deverão estar fundamentadas na classificação dos mesmos. Com base nesta classificação serão definidas as medidas especiais de proteção necessárias em todas as fases, bem como os custos envolvidos.

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Devemos ressaltar que boa parte do lixo industrial pode ser perigoso ao homem e

aos ecossistemas, pois, produtos químicos como cianureto; solventes; pesticidas; asbestos

e metais como mercúrio e cádmio são eliminados.

Um dos maiores problemas enfrentados é justamente quanto à eliminação destes

resíduos, os quais muitas vezes são irregularmente jogados no meio ambiente.

Contudo, a ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas) editou um conjunto

de normas para padronizar, a nível nacional, a classificação dos resíduos e para com base

nesta classificação serem adotadas medidas para a eliminação dos mesmos, observando-

se, sempre, as normas de legislação ambiental.

Segundo (ROCCA, 1993), “a norma NBR 10004 ‘Resíduos Sólidos – Classificação’,

classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde

pública, indicando quais resíduos devem ter manuseio e destinação mais rigidamente

controlados”.

Basicamente, conforme a Norma NBR 10004, os resíduos são agrupados em três

classes:

Resíduos Classe I – perigosos;

Resíduos Classe II – não inertes e

Resíduos Classe III – inertes.

1.2.5.6.1 Resíduos Perigos

São classificados como resíduos perigosos ou Classe I, os resíduos que podem

apresentar risco à saúde pública e, ou, apresentar efeitos adversos ao meio ambiente,

quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. Normalmente caracterizam-se pela

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

1.2.5.6.2 Resíduos Não inertes

São classificados como resíduos não inertes ou Classe II, os resíduos sólidos ou

mistura que não se enquadram na Classe I ou na Classe III. Caracterizam-se por poder

conter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.

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1.2.5.6.3 Resíduos Inertes

São classificados como resíduos inertes ou Classe III, os resíduos que quando

submetidos ao teste de solubilização, não tenham nenhum de seus constituintes

solubilizados, em concentrações superiores aos padrões definidos na Listagem 8 (Padrões

para o teste de solubilização). O teste é disciplinado pela Norma NBR 10006 –

( “Solubilização de Resíduos – Procedimento”).

São exemplos destes materiais: rochas, tijolos, vidros e certos plásticos, bem como

borrachas que não são facilmente decompostos.

1.2.6 Manuseio, Acondionamento e Armazenamento dos Resíduos

Industriais

Normalmente, a maior parte dos resíduos industriais, principalmente, aqueles

classificados como perigosos são tratados ou dispostos em locais distantes de onde são

gerados.

O envio do resíduo do local de onde é gerado para o seu destino final envolve,

geralmente, a coleta, o acondicionamento, o transporte até o local de tratamento ou

disposição. Nesta operação, muitas vezes, são envolvidos terceiros contratados,

responsáveis por tais procedimentos. Desta forma, vale ressaltar que a legislação vigente

torna o industrial co-responsável por qualquer acidente de contaminação que eventualmente

venha a ocorrer. Portanto, os resíduos devem ser adequadamente gerenciados pelo

industrial em todas as fases, devendo este observar a contratação de empresas idôneas,

cadastradas bem como aprovadas e licenciadas pelo órgão de controle ambiental.

Segundo ROCCA, 1993, “toda empresa deve possuir um sistema de coleta,

manuseio e armazenamento para seus resíduos.” – (Sistema de Gestão de Resíduos

Sólidos).

Afirma ainda que, “na elaboração desse sistema os aspectos mais importantes a

serem considerados são: treinamento de pessoal, segregação, dos resíduos,

acondicionamento, transporte interno, armazenamento e procedimento de emergência.”

1.2.6.1 Treinamento de Pessoal

É de grande importância, que os operários de uma indústria sejam informados dos

riscos inerentes ao trato de cada resíduo, bem como treinados para a execução das tarefas

de coleta, acondicionamento, transporte e armazenagem.

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Outro fator essencial é a utilização dos equipamentos de transporte e de proteção

individual, os quais devem ser colocados à disposição. Devem ainda, serem, principalmente,

treinados quanto aos procedimentos de emergência, em casos de acidentes ou

derramamentos.

É recomendado, que tais tarefas sejam subordinadas a uma área técnica da

indústria, preferencialmente, ao departamento ambiental.

Atualmente, órgãos representativos de funcionários ou das Comissões Internas de

Prevenção de Acidentes – CIPA’s, em conjunto a um esforço maior do Estado, por meio de

seus órgãos trabalhista, de higiene e ambiental, têm exercido pressão, visando uma forma

mais eficiente de conscientização dos empresários quanto aos riscos da omissão na

orientação e treinamento dos funcionários.

Cabe, também, salientar que a colaboração e atuação dos funcionários são de suma

importância. Assim todos engajados se caminhará para o sucesso em todas as fases do

gerenciamento de resíduos sólidos.

1.2.6.2 Segregação

A segregação dos resíduos sólidos é de grande importância e tem como objetivos

básicos, evitar a mistura de resíduos incompatíveis, contribuir para o aumento da qualidade

dos resíduos que possam ser recuperados ou reciclados, bem como diminuir o volume de

resíduos perigosos ou especiais a serem tratados ou dispostos.

1.2.6.3 Acondicionamento

Para o acondicionamento de resíduos sólidos devem ser utilizados recipientes

adequados, construídos com material compatível, com capacidade de conter os resíduos no

seu interior, apresentar resistência física, durabilidade e compatibilidade com o equipamento

de transporte, seja em termos de forma, volume e peso.

Normalmente, a escolha do tipo de recipiente mais adequado irá depender das

características do resíduo, das quantidades geradas, do tipo de transporte a ser utilizado, da

necessidade ou não de tratamento e da forma de disposição a ser adotada.

Segundo ROCCA, 1993,

É importante adequar o recipiente à forma de remoção, porque, se removido por um homem, o seu peso, quando cheio, não deve ser superior a 30 ou 40 Kg; deve ainda possuir bordas arredondadas e alças que permitam o seu manuseio. Se, por outro lado, o recipiente for removido por empilhadeira mecânica é imprescindível colocá-lo sobre um estrado, metálico ou de madeira.

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Na área de armazenagem, de modo geral, usam-se containers e/ou tambores, tanques, ou, então os resíduos são armazenados a granel, como acontece em muitas indústrias. A adoção de um sistema de contenção e armazenagem deve levar em conta também o tipo de equipamento de transporte e o modo do seu carregamento.

1.2.6.4 Armazenagem

O armazenamento de resíduo, basicamente, define-se na contenção temporária em

área autorizada pelo órgão de controle ambiental, à espera de reciclagem, tratamento ou

disposição final adequada, devendo atender, às condições básicas, legais e de segurança.

ROCCA, 1993, leciona que “o armazenamento dos resíduos deverá atender à

Portaria Minter nº 124 de 20/08/80 e ser executado conforme as condições estabelecidas

nas seguintes normas:

NB 1183 “Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos – Procedimento” – ABNT;

NB 1264 “Armazenamento de Resíduos Sólidos Classes II e III” – ABNT;

NB 98 “Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis”;

Instrução Normativa SEMA/STC/CRS nº 001 de 10/06/83 – Dispõe sobre as

condições de manuseio, armazenamento e transporte de bifenilas policloradas (PCB’s)e de

resíduos contaminados com PCB’s.”

Um adequado projeto de armazenamento de resíduos, deve observar critérios

mínimos para a escolha da localização, bem como condições de segurança como:

isolamento, sinalização e controle de operação. Deve ainda, considerar as formas de

identificação, acondicionamento e segregação dos resíduos, dentro da própria área de

estocagem.

Devemos ressaltar que em relação aos critérios a serem adotados para a escolha e a

seleção de local para implantação de armazenamento, deve se levar em conta não só a

legislação e normas vigentes, mas também, alguns aspectos:

- Para não acarretar danos ao meio ambiente e à saúde pública, o impacto ambiental

deve ser minimizado ao máximo;

- A aceitação da vizinhança é de grande importância de maneira, a evitar problemas

durante o funcionamento;

- Devem ser obedecidas as restrições estabelecidas para a proteção de mananciais

hídricos de lençóis freáticos, bem como de núcleos populacionais, e

- Devem ser evitados locais onde existe maior risco de ocorrência de fenômenos

naturais, bem como os de alto risco de incidência de acidentes, ou seja, faíscas, vapores

reativos, umidade excessiva, tráfego intenso, etc.

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Devem ser verificados, ainda, quanto à proteção ambiental, a necessidade de

adoção de medidas como impermeabilização inferior da área; colocação de cobertura;

instalação de sistemas de drenagem de águas pluviais e de líquidos percolados, bem como

de derramamentos acidentais; construção de bacias de contenção e de poços de

monitoramento de qualidade de águas subterrâneas.

Normalmente, nas áreas de armazenagem os resíduos são acondicionados em

tambores ou container, tanques ou à granel.

1.2.6.5 Procedimento de emergência

Toda e qualquer área da industria está sujeita a acidentes de várias espécies e

diferentes intensidades. Não é diferente com os locais de estocagem de resíduos. Portanto,

a existência desses riscos potenciais faz com que as empresas tenham de desenvolver um

sistema de prevenção e controle de acidentes.

Basicamente, um plano de emergência é um conjunto de instruções e ações

preestabelecidas a serem imediatamente adotadas em casos de acidente (ROCCA, 1993).

Objetiva-se com este sistema, minimizar os danos, proteger a integridade física dos

funcionários, o meio ambiente, as instalações da empresa, etc.

Segundo ROCCA, 1993, o plano deve conter as informações de possíveis incidentes

e das ações a serem tomadas, a indicação da pessoa que deve atuar como coordenador e

seu substituto, indicando, ainda, seus telefones e endereços, bem como a lista de todos os

equipamentos existentes, incluindo localização, descrição do tipo e capacidade. Ressalta,

ainda, a importância de que os dados estejam atualizados e que a forma de apresentação

do plano siga a NBR-10157.

1.2.7 Transporte de Resíduos

Quanto ao transporte dos resíduos sólidos, existem, basicamente três modalidades

quais sejam: marítimo ou fluvial, ferroviário e rodoviário.

No Brasil, para o transporte de resíduos sólidos são utilizadas as instruções do

transporte de cargas perigosas do Decreto Lei Federal nº 96044 de 18 de maio de 1988 e as

seguintes normas da ABNT: NBR 7500 – Transporte de cargas perigosas – simbologia; NBR

7501 – Transporte de cargas perigosas – terminologia; NBR 7502 – Transporte de cargas

perigosas – classificação; NBR 7503 – Fichas de emergência para o transporte de cargas

perigosas; NBR 7504 – Envelope para Transporte de cargas perigosas – Dimensões e

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utilizações; PN 1:603.04-003 – Transporte de Resíduos, uma vez que não há instruções

específicas para resíduos.

1.2.8 Tratamento de Resíduos Industriais

Diversos são os tipos de tratamentos destinados aos resíduos sólidos, quais sejam:

Secagem e desidratação de lodos; Incineração; Estabilização e Solidificação; Sistemas

Landfarming de tratamento de resíduos; Métodos de tratamento químico como: Oxidação,

Redução, Neutralização, Precipitação, Troca Iônica, Recuperação Eletrolítica, Extração por

Solventes, Flotação, Adsorção, Osmose Reserva, Eletrodiálise, Ultrafiltração, etc.

1.2.9 Disposição Final Adequada

Existem várias formas de disposição final de resíduos industriais, dentre elas,

incluem-se a disposição em aterros sanitários ou industriais, a injeção em poços profundos e

a colocação em minas abandonadas.

Atualmente a forma mais comum é a disposição em aterros, uma vez que as outras

formas, ainda, são pouco difundidas.

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2 - OBJETIVOS DO TRABALHO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar os conhecimentos

adquiridos por meio do estágio realizado no Departamento Ambiental, da empresa Tyco

Electronics, visando enfatizar a importância do gerenciamento de resíduos sólidos da

indústria. Para tanto, se fez necessário, nos dois primeiros capítulos, a apresentação da

empresa e uma pequena abordagem teórica sobre resíduos sólidos para posterior análise

do funcionamento do sistema de gerenciamento de resíduos da Tyco Electronics, a ser

verificado.

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3 - MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Disposições gerais

O método de pesquisa empregado no presente trabalho pode ser compreendido em

duas partes: pesquisa de dados e estudo de campo. A pesquisa de dados envolve

levantamento bibliográfico sobre o objeto de estudo (ABNT, 1987; ROCCA, 1993;

JAMES,1997), este levantamento permite a compreensão e definição necessários para

desenvolvimento do objeto de estudo, qual seja, gerenciamento de resíduos sólidos em uma

indústria.

Para este estudo, foram pesquisados dados sobre resíduos sólidos, gestão

ambiental na empresa, meio ambiente, etc. em livros acadêmicos, periódicos e banco de

dados de bibliotecas.

A elaboração de estudo de campo na empresa Tyco Electronics foi elaborada sob

orientação do responsável pelo departamento ambiental. Para buscar informações foram

aplicadas entrevistas com responsáveis pelos setores pesquisados, coletadas informações

de informativos internos e catálogos direcionados aos funcionários, bem como, verificados

relatórios e formulários aplicáveis ao atual sistema de gerenciamento de resíduos sólidos,

conforme se verá adiante.

3.2 Procedimento Experimental

O procedimento experimental consistiu em pesquisa de campo, onde, buscou-se o

entendimento de todo processo de gerenciamento de resíduos sólidos da empresa Tyco

Electronics.

Inicialmente formam pesquisados todos os relatórios e normas internas inerentes aos

resíduos sólidos da empresa, bem como, verificou-se os resíduos gerados pela mesma.

Com base nas informações, iniciou-se uma pequena abordagem por alguns

principais setores aos quais podem ser identificados no fluxograma abaixo:

3.2.1 Setores verificados:

Estamparia: Verificou-se que o processo da estamparia é a fabricação de terminais,

no qual consiste em corte, dobra e aplicação. São gerados aparas e sobras de todos os

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materiais utilizados, os quais são: latão, cobre, inox, bronze, zinco etc., sendo estes

resíduos armazenados em locais apropriados para posterior disposição final.

Galvanoplastia: Verificou-se que o processo da galvanoplastia é a geração de lodo

galvânico. É gerado a partir de banhos em peças e terminais no tratamento químico, sendo

armazenado em local próprio para posterior disposição final, a qual é terceirizada, por uma

empresa americana denominada WRC.

Energia: Verificou-se que o processo da energia consiste na geração de peças e

terminais de alta e baixa tensão, tendo como material utilizado: alumínio, cobre, tubo termo-

retratil, etc. São gerados os seguintes resíduos: retalhos e aparas de todo o material

utilizado, sendo armazenas em locais apropriados para posterior reciclagem edisposição

final.

Plástico: Verificou-se que o processo do plástico consiste na fabricação de terminais

e peças, a qual utiliza polímeros plásticos. São gerados os seguintes resíduos: sobras

como: peças falhas, galhos (ramificações do molde plástico), etc. que muitas vezes passam

por um processo de moagem onde são reaproveitados na fabricação de novas peças,

internamente.

Reles: Verificou-se que o processo dos reles consiste na montagem de peças

plásticas e aplicação de terminais plásticos ou metais. São gerados resíduos plásticos e

metais, sendo armazenados em locais apropriados para posterior reciclagem e disposição

final.

Usinagem: Verificou-se que o processo de usinagem consiste na confecção de

peças e moldes. São utilizadas matérias-prima como: aço, ferro, cobre, bronze e alumínio.

Os resíduos gerados são: cavacos e sobras (retalhos) que são armazenados em locais

apropriados para posterior disposição final.

Cozinha, Refeitório e banheiros: Verificou-se que são gerados mais variados

resíduos como: papéis, embalagens, plásticos, bem como, resíduos orgânicos como resto

de alimentos.

Os materiais provenientes destas áreas são removidos pelo serviço de limpeza

pública, acionado pelo setor de Segurança/Serviços Gerais.

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Varrição: Verificou-se que o processo de varrição aplica-se a todos os setores da

indústria, gerando grande quantidade de resíduos dos mais variados tipos. Os resíduos são

separadamente (por espécie) armazenados para posterior e correta disposição final.

3.2.2 Área de descarte

Constatou-se que o descarte é efetuado em baias de alvenaria, tambores e

caçambas, identificadas e apropriadas para cada tipo de resíduo.

As condições para o descarte são eficientes, de maneira simples e eficaz,

enquadrando-se nas normas da legislação vigente.

3.2.3 Disposição final

Constatou-se que muitos resíduos gerados são reaproveitados dentro da própria

empresa. Contudo aqueles que não são passíveis de reaproveitamento são destinados à

disposição final.

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Situação atual do sistema

A situação atual do sistema de resíduos sólidos na Tyco Electronics conta com as

especificações de Meio Ambiente, tendo como objetivos estabelecer procedimentos de

controle de geração, classificação, movimentação, armazenamento e destino final de

resíduos sólidos gerados na planta de Bragança Paulista, que sejam solicitados pela

CETESB e/ ou previstos na legislação vigente.

Quanto à aplicação, a especificação é destinada a todos os setores que geram e

armazenam resíduos sólidos.

É de responsabilidade das Gerências e Supervisores de todos os departamentos /

divisões da unidade de Bragança Paulista, que gerem e/ou armazenem resíduos sólidos,

cumprir tais especificações.

4.1.2 Documentos aplicáveis

Os documentos são identificados por códigos, sendo aplicado às especificações de

Meio Ambiente os seguintes:

102-37005 – Avaliação / Monitoramento de Fornecedores;

102-37017 – Retenção de Registros da Qualidade e Gestão Ambiental;

103-37124 – Equipamento da estação de tratamento de efluentes;

123-37001 – Comunicação de Incidentes;

123-37002 – Manual de Planos Emergenciais;

123-37003 – Tratamento de efluentes Galvânicos – (Concentrados);

123-37004 – Tratamento de efluentes Galvânicos (Diluídos);

124-37002 – Produtos Químicos.

4.1.3 Referência Normativa

As especificações de Meio Ambiente por base as seguintes referências Normativas:

Resolução CONAMA 006 de 15/06/88

Resolução CONAMA 023 de 12/12/96

Resolução CONAMA 05 DE 05/08/93

Resolução CONAMA 257 de 30/06/99

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Lei Federal 9605 de 12/02/98 – Lei de Crimes Ambientais

NB 1264 – Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes

NBR 10004 – Classificação de resíduos sólidos quanto a riscos potenciais ao Meio

Ambiente

NB 1183 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos

Decreto nº 96044 – Regulamento para transporte rodoviário de produtos perigosos.

Cabe ressaltar que todo transporte, movimentação, armazenagem e manuseio

interno de resíduos sólidos perigosos só deve ser realizado por pessoal devidamente

treinado. Além disso, o departamento de compras somente poderá contratar

transportadoras qualificadas de acordo com as especificações 102-37005 ( Avaliação /

Monitoramento de Fornecedores).

4.1.4 Formulários Aplicáveis

No sistema atual, seguindo as especificações de Meio Ambiente, são aplicáveis os

seguintes formulários:

- Relatório Mensal de Resíduos – Tyele 143;

- SS – Solicitação de Serviços – Modelo 567;

- Registro de Movimentação de Resíduo Sólido Perigoso – modelo Tyele 707;

- Etiqueta de Identificação, modelo Tyele 926 (Resíduo Sólido Perigoso) e modelo

Tyele 927 (Resíduo Sólido);

- “Check-List”: Armazenamento de Resíduo Sólido, modelo Tyele 142

- Controle de Expedição de Resíduos Sólidos para terceiros, modelo Tyele 140;

- Inventário de Resíduos Sólidos, modelo Tyele 141.

4.1.5 Processo do sistema atual

No procedimento do sistema atual, verifica-se a classificação; identificação e

controle; manuseio, movimentação; armazenagem e registros.

4.1.5.1 Classificação

A classificação de novos resíduos deve ser solicitada ao setor de Meio Ambiente

pelos responsáveis dos setores que os geram.

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A solicitação deve ser formal e conter as seguintes informações: Descrição do

resíduo ( produtos químicos envolvidos, fase do processo que gera o resíduo) e

Quantidade/Periodicidade.

O setor de Meio Ambiente efetua a classificação conforme procedimentos aplicáveis

e procede periodicamente, ou após mudanças de processo significativas, à reclassificação

dos resíduos classe I e II.

4.1.5.2 Identificação e Controle

Os resíduos gerados devem ser identificados e controlados nos seguintes aspectos:

Fonte originária;

Quantidade gerada mensalmente;

Tipo de resíduo gerado e

Nome e visto do responsável.

Tais informações devem ser documentadas no formulário modelo Tyele 143

(Relatório Mensal de Resíduos) e comunicadas mensalmente ao Setor de Meio Ambiente,

pelos responsáveis dos setores

Cabe ao setor de Meio Ambiente preencher o formulário modelo Tyele 141(inventário

de Resíduos Sólidos) a partir dos dados obtidos no modelo Tyele 143.

4.1.5.3 Manuseio, Movimentação

Todas as embalagens contendo resíduos perigosos, segundo as especificações de

Meio Ambiente, devem ser manuseadas com cuidado a fim de evitar ruptura dou vazamento

de produto que possa causar dano a saúde ou meio ambiente.

Os funcionários novos são supervisionados por pessoal autorizado para execução de

qualquer tarefa pertinente a movimentação de resíduos perigosos, durante seis meses. Nete

período o pessoal autorizado será responsável pela condução das atividades.

Há, ainda, especificações para o manuseio e/ou movimentação das embalagens de

produtos perigosos, resíduos não inertes e inertes, bem como para embalagem de produtos

não perigosos.

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4.1.5.4 Armazenagem

Para a armazenagem dos resíduos, perigosos ou não, várias regras devem ser

obedecidas. Além disso, a área é identificada e somente pode ser acessada por pessoal

autorizado. Não há resíduos incompatíveis ou classificados como não perigosos estocados

no mesmo local dos perigosos.

Inspeções mensais são conduzidas pelo setor de segurança visando verificação de

não conformidades, através de “check-list”.

Cabe ressaltar que nenhum resíduo deve ser retirado da armazenagem sem a

autorização do departamento de Materiais.

4.1.6 Transporte dos resíduos

O transporte dos resíduos perigosos obedece aos seguintes critérios:

- São identificados e embalados de forma segura protegendo a saúde e o Meio

Ambiente.

- Somente produtos compatíveis são transportados juntos.

- São transportados por empresas autorizadas, conforme legislação vigente.

- A expedição é documentada quanto a data, quantidade, tipo de resíduo e destino.

Os resíduos não inertes ou inertes para serem expedidos para fora da empresa

obedecem aos seguintes critérios:

- Os materiais provenientes de cozinha, refeitório, banheiro são removidos pelo

serviço de limpeza pública, acionado pelo setor de Segurança/Serviços Gerais.

- O Departamento de Materiais é responsável por remover, via terceiros, os resíduos

armazenados nesta área.

- Os carregamentos são conferidos e liberados pelo setor de Almoxarifado de

matéria-prima.

- O setor de Segurança/Serviços Gerais encaminha um funcionário (segurança) para

acompanhamento e fiscalização na pesagem da carga.

4.1.7 Reciclagem / Disposição final

Segundo as especificações de meio ambiente, quanto aos perigosos e não inertes,

os resíduos somente poderão ser encaminhados para a reciclagem ou disposição final após

a obtenção do CADRI (Certificado de Aprovação de Disposição de Resíduos Industriais)

pelo setor de Meio Ambiente, junto à CETESB.

É proibida a disposição final de resíduos perigosos no solo.

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Pela divisão de Movimentação de Materiais deverá ser solicitada uma comunicação

escrita, da empresa destinatária, acusando o recebimento da carga residual perigosa e

enviar uma cópia ao setor de Meio Ambiente, denominado MTR – Manifesto de Transporte

de Resíduos.

Quanto aos resíduos inertes o departamento de Materiais é responsável pela

reciclagem externa ou disposição final, devendo registrar a saída dos materiais em

formulário próprio e enviar os dados ao setor de Meio Ambiente.

Quanto a sucata metálica o departamento de Produção, divisão fabricação deverá

segregar a sucata gerada no processo, dispondo-as em caçambas identificadas . Sempre

que necessário, a divisão de Movimentação de Materiais providenciam a pesagem das

caçambas e emitem a T.P. (Transferência de Produto) para o Almoxarifado. A divisão de

Compras providencia o reprocessamento da sucata metálica através de empresa

especializada ou emite edital de concorrência de compra desta sucata a empresa

recicladoras.

Quanto há sucata plástica, o setor almoxarifado de matéria prima armazena e

dispõe os materiais remoídos em lotes recicláveis ou vendáveis, seguindo orientação

técnica da Engenharia de Manufatura.

Há, ainda, as sucatas gerais de Materiais não Produtivos como papel, papelão,

vidros, plásticos, fios de corte, ferro e aço. Toda essa sucata, gerada na planta é disposta

em tambores disponíveis nos setores. Periodicamente este material é recolhido ao Box de

sucata, especialmente designado, aguardando a venda para empresa recicladora.

Os itens expostos podem ser identificados pelo seguinte fluxograma e imagens:

Figura 4.1 – Fluxograma de processo do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos da Empresa Tyco Electronics

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Figura 4.3 - coleta seletiva

Figura 4.2 - coleta seletiva

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Figura 4.4 - coleta seletiva

Figura 4.5 - coleta seletiva

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Figura 4.7 – coleta de pilhas e baterias

Figura 4.6 - coleta seletiva

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Figura 4.8 – Armazenagem da Galvanoplastia

Figura 4.9 – Armazenagem da Galvanoplastia

Figura 4.10 – setor da Galvanoplastia

Figura 4.11 – Armazenagem de óleo

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4.2 Teoria do 3R’s e sua aplicabilidade

A teoria do 3R’s tem como objetivo solucionar ou pelo menos minimizar os impáctos

causados pelos resíduos sólidos.

Sua política é: Reduzir, Reutilizar e Reciclar, buscando sempre a Educação

Ambiental.

Quanto à sua aplicabilidade aos resíduos internos é perfeitamente possível. A

empresa Tyco Electronics já aplica a teoria do 3R’s, como por exemplo através da educação

e conscientização de seus funcionários, da coleta seletiva de resíduos etc. A teoria tem um

papel fundamental na minimização de perdas e custos.

4.3 Minimização de perdas e custos

Para minimização de perdas e custos é necessário as seguintes orientações:

Redução na fonte da geração de resíduos;

Redução das perdas de matéria prima e insumos;

Conscientização ambiental dos funcionários;

Diminuição dos riscos ambientais e sanções legais;

Identificação de receptores corretos ambientalmente;

Tratamento e ou destinação adequada dos resíduos gerados na empresa;

Implantação do sistema de coleta seletiva;

Facilidade da obtenção da renovação da licença de operação;

Elaboração do Inventário de resíduos.

Conforme verificado em pesquisa de campo, o gerenciamento de resíduos sólidos da

Tyco Electronics aplica e busca aperfeiçoar os meios de minimização de perdas e custos,

estando aberta à sugestões e boas práticas, visando sempre a excelência do sistema de

gestão de resíduos.

4.4 Levantamento de dados

Por meio do levantamento de dados bibliográficos foi possível a compreensão dos

resíduos sólidos como: conceito, classificação, identificação das mais variadas espécies de

resíduos, principalmente, os industriais. Constatou-se ainda que as normas são aplicáveis

visando garantir à saúde e meio-ambiente. Contudo, ainda, há muito a ser feito. Muitos,

ainda, não respeitam as normas vigentes e não utilizam de critérios necessários para tratar

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os resíduos sólidos. Além disso, a conscientização é pequena perto do tamanho do

problema que pode ser gerado pelos resíduos inadequadamente dispostos.

4.5 Pesquisa de campo

O procedimento experimental propiciou o acompanhamento direto de um sistema de

gerenciamento de resíduos sólidos industriais.

Todo o processo é rigorosamente acompanhado e obedece a critérios e normas

internamente pré-estabelecidas em conformidade com a legislação vigente e política

ambiental da empresa.

Como resultado, verifica-se que, embora o gerenciamento de resíduos industriais

seja eficaz e atenda a todas as especificações de meio ambiente, a busca por melhorias é

constante.

Uma das melhorias possíveis identificada no procedimento experimental é a

ampliação da aplicação da teoria dos 3R’s em setores passíveis de sua utilização. Esta

melhoria poderá resultar de um maior controle e conscientização de pessoal, grande

responsável pela eficácia da teoria. Vislumbra ainda, maior eficácia na coleta seletiva, por

meio de investimento na conscientização dos funcionários, como por exemplo a criação de

um programa de coleta externa como os resíduos das residências, onde os resultados

obtidos com a disposição poderiam ser revertidos à fundos sociais, ao passo que se estaria

investindo na conscientização e educação ambiental dos funcionários.

De forma geral, o processo de gerenciamento é um exemplo a ser seguidos por

muitas empresas, sejam elas: pequenas, médias ou grandes, que ainda não adotam o

sistema, dispondo os resíduos de forma inadequada.

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5 - CONCLUSÃO

Nos dias atuais a preocupação com o Meio Ambiente envolve todas as nações do

planeta.

Verificou-se no presente trabalho que os resíduos sólidos, seja de qual espécie for,

dispostos inadequadamente podem provocar muitos problemas. Sobretudo, os industriais,

devido aos tipos e quantidades, podem causar maior impacto.

Atualmente as indústrias, de forma geral, têm se preocupado com o Meio Ambiente.

Não se trata, tão somente, de tender à legislação vigente. Na verdade chega a ser um

problema social, pois, envolve todo um processo desde a fabricação até a destinação final

do produto. Assim, as empresas que não tem uma visão ambiental, nos dias de hoje, são

desfavorecidas comercialmente.

Conclui-se, no presente trabalho, que o gerenciamento de resíduos sólidos industrial

é necessário e de grande importância para o Meio Ambiente e social.

O gerenciamento deve estar sempre atento às correções necessárias para eficiência

do sistema bem como às possíveis melhorias a serem adotadas. Desta forma estará

contribuindo para o avanço e excelência ambiental.

Constatou-se, ainda, que o gerenciamento de resíduos sólidos da empresa Tyco

Electronics é eficiente e está sempre em busca de aperfeiçoamento, sendo exemplo para

muitas industrias do setor.

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6 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR 10004:2004. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Resíduos Sólidos,

Coletânea de Normas, 2ª ed., 2004.

BIDONE, Francisco Ricardo Andrade. Residuos solidos provenientes de coletas

especiais: eliminacao e valorização. Porto Alegre : Programa de Pesquisa em Saneamento

Basico, 2001.

DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2ed. – São Paulo: Atlas, 1999.

JAMES, Bárbara. Lixo e reciclagem. São Paulo: ed. Scipione, 1997.

Meio Ambiente Industrial: Sao Paulo : Tocalino v. 4, n. 22 (Jan./Fev. 2000).

NETO, Joao Tinoco Pereira. Manual de compostagem : processo de baixo custo.1996.

SCARANSI, Renato. Perspectivas econômicas da reciclagem dos resíduos sólidos no

município de Braganca Paulista.

SISINNO, Cristina Lucia Silveira. Residuos solidos, ambiente e saude : uma visao

multidisciplinar. Rio de Janeiro : Editora Fiocruz, 2003.

www.ig.com.br/edução

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