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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF CURSO DE FISIOTERAPIA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PROTOCOLOS DE TRATAMENTO PARA SÍNDROME DA DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR – RELATO DE CASO BRAGANÇA PAULISTA - SP 2010

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF

CURSO DE FISIOTERAPIA

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PROTOCOLOS DE

TRATAMENTO PARA SÍNDROME DA DISFUNÇÃO

FEMOROPATELAR – RELATO DE CASO

BRAGANÇA PAULISTA - SP

2010

Gabriela Vasconcellos Marson

Soraia Angelina Pereira de Moura

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PROTOCOLOS DE

TRATAMENTO PARA SÍNDROME DA DISFUNÇÃO

FEMOROPATELAR – RELATO DE CASO

BRAGANÇA PAULISTA - SP

2010

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação do Prof. Ms. Cláudio Fusaro como exigência para conclusão do curso de graduação.

MARSON, Gabriela Vasconcellos ; MOURA, Soraia Angelina Pereira. Estudo

Comparativo entre Protocolos de Tratamento para Síndrome da Disfunção

Femoropatelar – Relato de Caso. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2010.

_____________________________________________________________ Prof. Ms. Cláudio Fusaro USF – Orientador Temático _____________________________________________________________ Prof.ª Dra. Rosimeire Simprini Padula USF – Orientadora Metodológica

_____________________________________________________________ Prof. Ms. Sérgio Jorge USF – Examinador

DEDICATÓRIA

Ao meu filho, quem me mostrou que eu sempre posso ir mais além. Aos meus

pais e familiares que contribuíram para o término de minha formação.

Gabriela Vasconcellos Marson

Dedico minha formação acadêmica a muitas pessoas, que durante estes quatro

anos me deram força, coragem, incentivo para seguir em frente, em especial a duas

pessoas essenciais em minha vida: minha avó e meu avô (in memória). Sei que de onde

ele estiver esta torcendo por mim.

Soraia Angelina Pereira de Moura

AGRADECIMENTOS

Aos nossos pais, por nunca deixarem de acreditar em nós.

Ao Prof. Ms. Cláudio Fusaro, pela orientação, apoio, paciência em todas as

etapas dessa pesquisa, pelo incentivo na busca de conhecimentos, pela serenidade e

segurança diante das barreiras enconcontradas no desenvolvimento de nosso trabalho,

fizeram de você um exemplo a ser seguido.

A Prof. Dra. Rosimeire Padula, pela paciência, carinho, ajuda e esclarecimentos

importantes no desenvolvimento desse trabalho.

Ao Prof. Ms. Sérgio Jorge, por ter aceitado participar da Banca Examinadora.

Ao Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário da

Universidade São Francisco, pelo apoio e participação em nosso trabalho.

A Natália, pela tardes alegres que nos proporcionou.

Aos colegas, Camilo, Bruna, Daniele, por contribuírem na realização desse

trabalho.

Aos voluntários dessa pesquisa pela boa vontade e grande auxílio.

A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para realização

deste.

O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. “A sabedoria se

aprende é com a vida e com os humildes.”

Cora coralina

MARSON, Gabriela Vasconcellos ; MOURA, Soraia Angelina Pereira. Estudo

Comparativo entre Protocolos de Tratamento para Síndrome da Disfunção

Femoropatelar – Relato de Caso. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2010.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar os resultados obtidos com aplicação de três protocolos de tratamento propostos para as disfunções presentes em pacientes com Síndrome da Disfunção Femoropatelar (SDFP). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade São Francisco. Participaram do estudo 3 voluntários de ambos os sexos, 1 homem e 2 mulheres, portadores da SDFP, faixa etária de 28,3 anos (±7), peso médio 67 Kg (± 13). Os sujeitos foram avaliados previamente norteando-se os procedimentos através de uma ficha de avaliação funcional que possibilitou enquadrar os voluntários dentro dos critérios de inclusão e exclusão. Todos os voluntários apresentavam acometimento bilateral. Os 3 voluntários selecionados assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido sendo alocados de forma randomizada em três grupos: Grupo Controle (GC), Grupo Taping Patelar (GTP) e Grupo Eletroestimulação (GEE). Os resultados demonstraram melhora do quadro álgico nas atividades de correr, subir e descer escadas, sentados com joelhos fletidos e ao agachar, mas não observada melhora para as condições de hipermobilidade e crepitação da patela. Observou-se aumento da circunferência da coxa nos 3 grupos. Em relação aos encurtamentos foi observado aumento da flexibilidade no grupo GTP comparando-se os grupos. Houve diminuição do ângulo Q somente para os grupos GC e GEE. Os testes especiais alteraram seu resultado positivo para negativo nos seguintes testes: sinal de clarke, apreensão e thomas. No RX axial – 45° houve aparente melhora no posicionamento da patela para os 3 grupos. Dentro das condições experimentais utilizadas, os resultados obtidos sugerem que o protocolo de tratamento para SDFP do grupo GTP apresenta condições mais satisfatórias para a reabilitação, entretanto, por ser um estudo de caso, sugerimos a realização de novos estudos com um número maior de voluntários.

Palavras-chaves: SDFP, Taping patelar, Eletroestimulação.

ABSTRACT The objective of this study was to verify the results obtained with application of three treatment protocols proposed for the dysfunction present in patients with patellofemoral pain syndrome (PFPS).The project was approved by the Ethics Committee in Research of San Francisco University. Study participants were three volunteers of both sexes, one man and two women with PFPS, age group 28.3 years (± 7), weight 67 kg (± 13). Subjects were evaluated before guiding the procedures through a functional assessment form that enabled the volunteers fit within the criteria of inclusion and exclusion. All volunteers had bilateral involvement and each volunteer was allocated randomly into one of three groups: control group (CG) Group Patellar Taping (GTP) and electro stimulation Group (GHG) emissions. The results HAD demonstrated improvement of pain on activities of running, climbing and descending stairs, sitting with knees bent and crouching, but not observed to improve the conditions of hyper mobility and patella crepitation. Observed increase in thigh circumference in three groups. Regarding shortening was observed in the GTP group increased flexibility comparing the groups. Decreased Q angle only for the CG and GHGs. Special tests changed their positive to negative results in the following tests: Clarke signal, Thomas and Seizure. In RX - 45 ° there was an apparent improvement in the positioning of the patella for the three groups. Within the experimental conditions used, the results suggest that the treatment protocol for PFPS group of GTP provides more satisfactory conditions for rehabilitation, however, to be a case study, suggest new studies with a larger number of volunteers. Key-words: PFPS, Patellar taping, Electro stimulation.

LISTA DE SIGLAS

CCA Cadeia Cinética Aberta

CCF Cadeia Cinética Fechada

EENM Estimulação Elétrica Neuromuscular

GC Grupo Controle

GEE Grupo Estimulação Elétrica

GTP Grupo Taping Patelar

SDFP Síndrome da Disfunção Femoropatelar

VM Vasto Medial

VL Vasto Lateral

VLL Vasto Lateral Longo

VLO Vasto Lateral Oblíquo

VML Vasto Medial Longo

VMO Vasto Medial Oblíquo

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Legg Press Horizontal (Marca Tonus)

FIGURA 2A: ENDOPHASIS I (Marca KLD Biossistemas)

FIGURA 2B: ENDOPHASIS R (Marca KLD Biossistemas)

FIGURA 2C: Laser AsGa (Marca KLD Biossistemas)

FIGURA 3: Step

FIGURA 4: Esparadrapos para Taping Patelar

FIGURA 5A: Fita métrica

FIGURA 5B: Goniometro Universal Plástico (Marca FERNANDES)

FIGURA 6: Dispositivo Adutor

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Análise da dor através da escala visual analógica do grupo GC, grupo

GTP, e grupo GEE durante as atividades de correr, subir e descer escadas, quando

sentados com joelhos fletidos e ao agachar, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 2: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo

GC, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 3: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo

GTP, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 4: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo

GEE, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 5: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GC, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 6: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GTP, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 7: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GEE, pré e pós tratamento

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Análise da perimetria da coxa do MID a 4 cm, 1/3 médio e final da borda

superior da patela, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE pré e pós tratamento.

TABELA 2: Análise da perimetria da coxa do MIE a 4 cm, 1/3 médio e final da borda

superior da patela, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE pré e pós tratamento.

TABELA 3: Análise do encurtamento muscular do MID e MIE dos músculos

Isquiotibiais, Reto Femoral e Tríceps Surral, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE

diferença entre pré e pós tratamento.

TABELA 4: Análise da positividade dos testes especiais do grupo GC, grupo GTP, e

grupo GEE de MID pós tratamento.

TABELA 5: Análise da positividade dos testes especiais do grupo GC, grupo GTP, e

grupo GEE de MIE pós tratamento

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 17

2.1. Objetivo geral ................................................................................................... 17

2.2. Objetivo específico ........................................................................................... 17

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 18

3.1. Desenho do estudo ............................................................................................ 18

3.2. População do estudo ......................................................................................... 18

3.2.1 Critérios de Inclusão ......................................................................... 18

3.2.2 Critérios de Exclusão ........................................................................ 18

3.3. Instrumentos ..................................................................................................... 19

3.4. Equipamentos ................................................................................................... 19

3.5 Demais Materiais ............................................................................................... 22

3.6 Procedimentos ................................................................................................... 23

3.7 Análise de Dados ............................................................................................... 24

4. RESULTADOS ...................................................................................................... 25

5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 33

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 37

8. ANEXOS ................................................................................................................ 42

Anexo I. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................................ 42

Anexo II .Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................................... 45

Anexo III. Ficha de Avaliação .................................................................................... 48

Anexo IV. Protocolo de Tratamento ........................................................................... 53

1. INTRODUÇÃO

A articulação Femoropatelar é frequentemente um local de disfunção do joelho.

A porção distal e anterior do fêmur, a patela, as superfícies articulares e estruturas locais

de suporte constituem essa articulação (SAY, 2005). A patela é o maior osso sesamóide

do corpo humano (MAGEE, 2005), é o componente essencial do joelho, pois aumenta a

vantagem mecânica do músculo quadríceps femoral (FEHR, 2007), protege a cartilagem

articular da tróclea e dos côndilos femorais (PULZATTO, 2005) e distribui as forças

compressivas que atuam sobre o fêmur (FEHR, 2007).

Durante a flexão do joelho, o contato entre a patela e o fêmur se torna mais

proximal à medida que o ângulo de flexão aumenta (MAGEE, 2005). No inicio da

flexão (10º- 20º) a região póstero-inferior da patela entra em contato com a superfície

súpero-lateral do fêmur, aos 20º de flexão a face lateral da patela entra em contato com

a face lateral do sulco troclear femoral, aos 30 - 45º a patela está centralizada,

aproximadamente aos 90º a patela entra em contato com o fêmur. Aos 135º de flexão do

joelho, a face Ímpar da patela (odd facet) faz contato com a face lateral do côndilo

medial do fêmur (SAY, 2005; FEHR, 2007).

A cinemática da patela entre os côndilos femorais depende de dois mecanismos

estabilizadores patelares, o mecanismo estático e dinâmico (PULZATTO, 2005). Os

estabilizadores dinâmicos compreendem os músculos da pata de ganso,

semimenbranoso, bíceps femoral, adutores longo e magno (PULZATTO, 2005), o trato

iliotibial e o quadríceps (SAY, 2005), sendo esse último composto pelo vasto medial

(VM), vasto lateral (VL), vasto intermédio e reto femoral (BRUSTON, 2001/ SAY,

2005; FERH, 2007). O vasto medial é dividido em duas porções, vasto medial longo

(VML) e vasto medial oblíquo (VMO), essas duas porções apresentam diferenças

anatômicas, funcionais e histoquímicas (BEVILAQUA-GROSSI et al., 2004). O VMO

é o principal estabilizador dinâmico da patela (BEVILAQUA-GROSSI et al., 2004;

RIBEIRO et al., 2005). Assim como o vasto medial, o vasto lateral também possui duas

porções, o vasto lateral longo (VLL) e o vasto lateral oblíquo (VLO) (BEVILAQUA-

GROSSI et al., 2004).

Os estabilizadores estáticos constituem das superfícies articulares da patela e do

fêmur, os retináculos mediais e laterais e os ligamentos articulares (PULZATTO

, 2005).

Uma vez que a articulação Femoropatelar é constituída por tecidos moles,

acredita-se que o alinhamento mecânico da patela em relação ao fêmur pode se

modificar (FEHR, 2007), qualquer influência ou desequilíbrio de forças entre

estabilizadores dinâmicos poderá causar desalinhamento patelar e contribuir para a

aparição de disfunções nesta articulação (SAY, 2005; FEHR, 2007; BEVILAQUA-

GROSSI, 2008).

A Síndrome da Disfunção Femoropatelar (SDFP) frequentemente denominada

de Síndrome do Estresse Femoropatelar ou Disfunção da Articulação Femoropatelar

(SOUZA, 2005), é caracterizada pelo mau alinhamento (FEHR, 2007) e pela

instabilidade desta articulação (YANG, 2007). A SDFP é uma das condições mais

freqüentes na prática clínica (LOBATO et al 2005), acomete pacientes de todas as

idades, especialmente atletas, adolescentes e adultos jovens (NAKAGAWA, 2008) entre

a faixa etária de 10 a 35 anos (SOUZA, 2005) sendo mais comum nas mulheres que nos

homens (SOUZA, 2005; SANTOS, 2007). Apresenta-se por dor difusa anterior ou

retropatelar, freqüentemente referida após a realização de atividades como subir ou

descer escadas, ajoelhar-se, agachar-se, permanecer por muito tempo na posição sentada

e durante a prática de atividades esportivas (SANTOS et al., 2008).

A etiologia da dor patelofemoral é multifatorial e muitas teorias têm sido

propostas para explicá-la (SAY, 2005), entre os fatores associados citados na literatura

está o aumento do ângulo Q, tensão das estruturas laterais do joelho, do músculo

gastrocnêmico e das estruturas anteriores do quadril, posicionamento inadequado da

patela, insuficiência do vasto medial obliquo, fraca ativação das fibras posteriores do

glúteo médio, pronação excessiva da articulação subtalar que leva as compensações

biomecânicas com sobrecarga da articulação patelofemoral (VENTURINI et al., 2006; NAKAGAWA

et al., 2008).

Uma abordagem terapêutica conservadora através da fisioterapia é o tratamento

eletivo para SDFP (LAM et al., 2001), com a finalidade de recuperar o equilíbrio e

função dos músculos extensores do joelho e restituir estabilidade à articulação

(BEVILAQUA-GROSSI et al., 2005). Os exercícios em CCA e CCF têm sido

empregados na maioria dos programas de reabilitação dos distúrbios femoropatelares

(FEHR, 2007). No entanto, os exercícios em CCF são mais eficazes comparados com os

em CCA (FEHR et al., 2006), pois proporcionam maior ativação do músculo VMO

(PULZATTO et al., 2005) enquanto nos exercícios em CCA o músculo quadríceps atua

de forma isolada favorecendo o aumento das forças de compressão femoropatelares

(LAM et al., 2001). Os exercícios em agachamento, movimento funcional presente nas

atividades de vida diária (SAY et al., 2006), proporcionam equilíbrio entre as porções

medial e lateral dos estabilizadores dinâmicos da patela, o agachamento wall slide 60º

apresenta maior ativação das porções do quadríceps, quando comparado ao

agachamento wall slide a 45º (SOUZA, 2005). Os exercícios em step causam menor

estresse femoropatelar (BEVILAQUA-GROSSI et al., 2004), as atividades de subida

posterior no step com flexão de joelho a 45º proporciona maior vantagem do músculo

VMO em relação as seus antagonistas (PULZATTO et al., 2005), sendo indicado no

tratamento da SDFP (BEVILAQUA-GROSSI et al., 2004).

A eletroestimulação é um recurso disponível no tratamento da SDFP

(AUGUSTO et al., 2008), considerando que a principal hipótese para a indicação desta

é o desequilíbrio do VMO e VL (MCCONELL, 2002) se faz uso da Estimulação

Elétrica Neuromuscular - EENM do tipo corrente Russa, devido ao seu efeito favorável

na intensidade de ativação do músculo VMO (AUGUSTO et al., 2008). Outra forma de

facilitar a atividade do VMO é por meio do tapping patelar (JARDIM, 2008), essa

técnica permite correção da patela dentro da tróclea femoral, promove um aumento das

áreas de contato, diminui o estresse articular (MCCONELL, 2002) resultando na

diminuição da dor e rápida recuperação (SALGADO et al., 2002).

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

A proposta deste trabalho consiste em verificar os resultados obtidos com a

aplicação do protocolo de tratamento proposto para as disfunções presentes em

pacientes com SDFP.

2.2 Objetivos Específicos

Verificar se um dos 3 tipos de tratamentos distintos resultará em alterações dos

parâmetros avaliativos iniciais quando comparados aos parâmetros finais.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Desenho do estudo

O presente estudo se trata de relato de 3 casos, onde cada voluntário foi

randomizado para entrada em um dos três grupos.

3.2 Sujeitos

Participaram do estudo 3 voluntários de ambos os sexos, 1 homem e 2 mulheres,

portadores da SDFP, faixa etária de 28,3 anos (±7), peso médio 67 Kg (± 13). Todos os

voluntários apresentavam acometimento bilateral.

Os voluntários foram encaminhados pela equipe de ortopedistas especializados

do Hospital Universitario da Universidade São Francisco.

3.2.1 Critérios de Inclusão

Apresentar pelo menos 3 sinais referentes a disfunção femoropatelar, sendo os mais

comuns referentes a dor:

• Dor anterior ou retropatelar no joelho;

• Dor ao agachar por tempo prolongado;

• Dor ao subir ou descer escadas, ajoelhar e correr;

• Dor ao permanecer muito tempo sentado;

• Dor durante a contração isométrica de quadríceps;

• Dor durante a prática de esporte.

3.2.2 Critérios de Exclusão

• Apresentar sinais de qualquer outra lesão osteomioarticulares no joelho,

meniscos, ligamentos;

• Cirurgia prévia do complexo do joelho;

• Tratamento fisioterapêutico nos últimos seis meses ou em andamento;

• 2 faltas sem reposição do atendimento ao protocolo;

• Luxação recorrente e crônica da patela e edema persistente da patela;

O estudo foi encaminhado e aprovado pelo Comite de Ética e Pesquisa da

Universidade São Francisco, todos os voluntários selecionados assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexos I e II). Protocolo CAAE: 0194.0.142.000-

09.

3.3 Instrumentos

Para avaliação dos voluntários, utilizou-se de uma ficha de avaliação funcional

(Anexo III), que contém:

• Dados Pessoais;

• Ananmese;

• Exame Físico: medida de comprimento de membros inferiores, perimetria da

coxa (trofismo), padrões posturais da patela, torções (femural e tibial),

encurtamentos musculares, pronação subtalar.

• Testes Especiais; (MAGEE, 2005)

Também foram realizados Raio-X axial de Joelho em 45° de flexão de joelho

para verificação de 3 parâmetros de posicionamento da patela, que foram solicitados

pelo serviço de ortopedia do ambulatório de especialidades da Universidade São

Francisco.

3.4 Equipamemtos

• Legg Press Horizontal (marca Tonus) – (FIGURA 1).

• ENDOPHASIS I (Marca KLD Biossistemas) – (FIGURA 2A).

• ENDOPHASIS R (Marca KLD Biossistemas) – (FIGURA 2B).

• Laser AsGa (Marca KLD Biossistemas) – (FIGURA 2C).

• Step – (FIGURA 3).

FIGURA 1: Legg Press Horizontal

FIGURA 2A: ENDOPHASIS I

FIGURA 2B: ENDOPHASIS R

FIGURA 2C: Laser AsGa

FIGURA 3: Step

3.5 Demais Materiais

• Esparadrapos para Tapping Patelar – (FIGUARA 4).

• Fita métrica – (FIGURA 5 A).

• Goniômetro Universal Plástico (FERNANDES). (FIGURA 5B).

• Dispositivo Adutor (FIGURA 6).

FIGURA 4: Esparadrapos

FIGURA 5A : Fita métrica FIGURA 5B: Goniômetro

FIGURA 6: Dispositivo adutor

3.6 Procedimentos

Os sujeitos foram avaliados previamente norteando-se os procedimentos através

de uma ficha de avaliação funcional que possibilitou enquadrar os voluntários dentro

dos critérios de inclusão e exclusão. Os 3 voluntários enquadrados nos critérios de

inclusão foram divididos em três grupos, sendo 1 voluntário no grupo controle,

denominado GC, utilizando como tratamento conservador a utilização de exercícios em

Cadeia Cinética Fechada (CCF), consagrados como a forma mais utilizada de

tratamento para a SDFP, 1 voluntário no grupo com CCF associado ao Taping Patelar,

denominado grupo GTP e 1 voluntário no terceiro grupo: CCF associado à EENM

(Estimulação Elétrica Neuromuscular), através da Corrente Russa, grupo denominado

GEE (ANEXO IX).

Os voluntários compareceram na clínica da Faculdade de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, 3 vezes semanais.

Da 1ª à 3a sessão os sujeitos integrantes dos 3 grupos realizaram parte de um

mesmo tratamento, sendo estes compostos de condutas de cinesioterapia e

eletroestimulação neuromuscular. Os voluntários foram submetidos a tricotomização e

higienização da pele com álcool a 70% a fim de reduzir a impedância da pele (SANTOS

et al., 2008; AUGUSTO et al., 2008.). Dentre as condutas iniciais de cinesioterapia os

exercícios foram os alongamentos dos músculos reto da coxa, isquiotibiais, trato

iliotibial, tríceps sural - com 3 séries de 30 segundos em cada estrutura (Técnica:

sustentar-relaxar), e para o retináculo lateral - 10 séries de 10 segundos, e mobilização

patelar com 3 minutos. Já a Estimulação Elétrica Transcutânea consistiu da aplicação da

Corrente Interferencial Vetorial (Corrente Portadora - 4000 Hz, AMF - 150 Hz, ∆ F -

75Hz, Slope - 6/6, Tempo - 20 minutos, Técnica de aplicação - bipolar, eletrodos: 1/3

distal anterior de coxa, 1/3 proximal anterior de coxa) e Laser Asga (4 Joules, técnica

pontual nas faces medial e lateral da patela), sendo estes recursos utilizados a principio

para modulação da dor e regeneração tecidual respectivamente.

Da 4ª à 6ª sessão ainda foram utilizados a estimulação elétrica neuromuscular

(EENM) e cinseioterapia, porém acrescentando o mini-agachamento (45º com 3x8

repetições) e step (anterior e posterior), para os três grupos. Na 7ª, 8ª e 9ª sessão foi

realizada a cinesioterapia (alongamentos, mini-agachamento e step), e acrescentou-se o

legg-press + adução. A partir da 10ª sessão os grupos se diferenciaram no seu protocolo

de tratamento. O GC permaneceu seguindo o tratamento descrito até 9a sessão, enquanto

que os outros dois grupos começaram a diferenciar as condutas de seus protocolos. O

GTP acrescentou a esparadrapagem até o final da 18ª sessão, seguidos de exercícios de

fortalecimento e propriocepção. Já para o grupo GEE acrescentou-se ao seu tratamento

a eletroestimulação pela corrente russa. Segundo Augusto et al (2008); o efeito mais

favorável para a ativação do músculo VMO foi conseguida com os seguintes parâmetros

forma de pulso retangular, bifásico, simétrico com freqüência de onda portadora de

2500Hz, modulada em 50 bursts por segundo, duração de pulso 200µs, intervalo

interburst de 10 ms, também seguindo até a 18ª sessão.

3.7 Análise dos dados

Para avaliar diferenças entre GC e GTP e GEE obtidas no exame funcional e

pelos resultados de posicionamento da patela (em graus e cm) no RX axial a 45°, para a

análise de cada caso foi realizado individualmente e os dados foram registrados de

forma descritiva a partir da ficha de avaliação.

4. RESULTADOS

A amostra foi composta de três indivíduos distribuídos aleatoriamente em três

grupos: grupo GC , grupo GTP, e grupo GEE com idade média de 28,3 anos (±7), peso

médio 67 Kg (± 13).

Os 3 grupos apresentavam, inicialmente, dor difusa e em repouso na articulação

femoropatelar bilateral. No Grupo GC o local da dor era retropatelar, faceta lateral e

medial, pólo inferior da patela, os sintomas eram exacerbados ao realizar atividades

como subir e descer escadas e ao agachar. No Grupo GTP, o local da dor era

retropatelar, faceta lateral e medial, pólo inferior da patela, e sua incidência aumentava

ao subir e descer escadas, e ao agachar. No Grupo GEE a dor estava presente no pólo

inferior da patela e retropatelar, e era exacerbada ao correr, subir e descer escadas, na

posição sentada com joelhos fletidos e ao agachar. Ao final do tratamento os 3 grupos

obtiveram melhora destes sinais, observando uma diminuição dos valores de dor na

EVA. (GRÁFICO 1).

GRÁFICO 1: Análise da dor através da escala visual analógica do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE durante as atividades de correr, subir e descer escadas, quando sentados com joelhos fletidos e ao agachar, pré e pós tratamento.

Na análise da perimetria da musculatura da coxa à 4 cm, 1/3 médio e 1/3 distal

da borda superior da patela, foi verificado um pequeno aumento da perimetria da coxa

nos 3 grupos após tratamento (TABELA 1 e 2).

0

2

4

6

8

10

12

GC GTP GEE

ES

CO

RE

DE

DO

R

PRÉ

PÓS

TABELA 1: Análise da perimetria da coxa do MID a 4 cm, 1/3 médio e final da borda superior da patela, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE pré e pós tratamento. GC GTP GEE Pré Pós Pré

Pós

Pré

Pós

4 cm 41 42,5 40 41,5 35 37 1/3 médio 54 56 52 55 48 49 1/3 distal 57 60 62 65 53 56

TABELA 2: Análise da perimetria da coxa do MIE a 4 cm, 1/3 médio e final da borda superior da patela, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE pré e pós tratamento. GC GTP GEE Pré

Pós

Pré

Pós

Pré

Pós

4 cm 41 42,5 41 42 35 37 1/3 médio 55 57 53 55 49 50 1/3 distal 57 60 62 65,5 53 55

Na análise dos sinais clínicos da patela, não houve melhora na sintomatologia

entre os grupos em relação à hipermobilidade, entretanto em relação à crepitação houve

diminuição nos grupos GC e GTP (GRÁFICOS 2 e 3). Já em relação ao grupo GEE não

houve diminuição satisfatória da crepitação. (GRÁFICO 4).

GRÁFICO 2: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo GC, pré e pós tratamento.

GRÁFICO 3: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo GTP, pré e pós tratamento.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

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CLÍ

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Hipermobilidade

Crepitação

GRÁFICO 4: Análise da hipermobilidade e crepitação da patela em MMII do grupo GEE, pré e pós tratamento.

Na análise do encurtamento muscular dos músculos Isquiotibiais, Reto Femoral

e Tríceps Sural, foi verificada uma diferença entre os grupos, visto que no grupo GTP a

diferença foi maior quando comparada entre os grupos, sendo 10°, 10º, 5°

respectivamente (TABELA 3 ).

TABELA 3: Análise do encurtamento muscular do MID e MIE dos músculos Isquiotibiais, Reto Femoral e Tríceps Sural, do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE diferença entre pré e pós tratamento. MID MIE

Isquiotibiais Reto Femoral

Tríceps Sural

Isquiotibiais Reto Femoral

Tríceps Sural

GC 5° 5° 1° 2° 5° 3° GTP 10° 10° 5° 10° 10° 5° GEE 5° 3° 0° 5° 3° 0°

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

PRÉ PÓS

SIN

AIS

CLI

NIC

OS

DA

PA

TE

LA -

GE

E

Hipermobilidade

Crepitação

No gráfico 5, expõe-se a análise do Ângulo Q do grupo GC, observa-se uma

diminuição deste de 2º para MID e MIE.

GRÁFICO 5: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GC, pré e pós tratamento.

No gráfico 6, expõe-se a análise do Ângulo Q do grupo GTP, verifica-se que o

valor deste após tratamento manteve-se o mesmo.

GRÁFICO 6: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GTP, pré e pós tratamento.

No gráfico 7, expõe-se a análise do Ângulo Q do grupo GEE, observa-se uma

diminuição deste de 1° para MID e MIE.

13,5

14

14,5

15

15,5

16

16,5

17

17,5

18

18,5

GC - MID GC - MIE

ÂN

GU

LO Q

PRÉ

PÓS

0

2

4

6

8

10

12

14

16

GTP - MID GTP - MIE

ÂN

GU

LO Q

PRÉ

PÓS

GRÁFICO 7: Análise dos valores do Ângulo Q do grupo GEE, pré e pós tratamento.

13,4

13,6

13,8

14

14,2

14,4

14,6

14,8

15

15,2

GEE - MID GEE - MIE

ÃN

GU

LO Q

PRÉ

PÓS

Em relação a positividade dos testes especiais, o teste de Stress valgo de MID e

MIE nos grupos GC e GEE pós tratamento mantiveram-se positivos, já no grupo GTP

para MID e MIE a resposta foi negativa. O teste de Stress varo não foi alterado com o

tratamento proposto nos três grupos. Os testes de Gaveta anterior, Gaveta posterior e

Apley nos três grupos permaneceram negativos após o tratamento. O Sinal de Clarke e o

teste de Apreensão nos grupos GC e GTP passaram de resposta positiva para negativa,

já o grupo GEE não obteve tal resultado. O teste de Ober manteve-se inalterado em

todos os grupos. Já o teste de Thomas alterou sua resposta no grupo GC de positiva para

negativa (TABELAS 4 e 5).

TABELA 4: Análise da positividade dos testes especiais do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE de MID pós tratamento.

TABELA 5: Análise da positividade dos testes especiais do grupo GC, grupo GTP, e grupo GEE de MIE pós tratamento.

Testes Especiais Respostas MID GC GTP GEE Pré Pós Pré Pós Pré Pós Stress valgo + + - - + + Stress varo + + - - + + Gaveta anterior - - - - - - Gaveta posterior - - - - - - Sinal de Clarke + - + + + + Apreensão + - + - - + Apley + - + - + - Ober - - - - - - Thomas + - - - - -

Testes Especiais Respostas MIE GC GTP GEE Pré Pós Pré Pós Pré Pós Stress valgo + + - - + + Stress varo + + - - + + Gaveta anterior - - - - - - Gaveta posterior - - - - - - Sinal de Clarke + - + + + + Apreensão + - + - + - Apley + - + - + - Ober - - - - - - Thomas + - - - - -

No Rx 45° sugere-se melhora no posicionamento da patela nos três grupos. No

grupo GC no pré tratamento a patela se apresentava lateralizada bilateral, no grupo GEE

a patela encontrava-se lateralizada e alta em MIE, e lateralizada em MID, no grupo GTP

a patela estava alta em MID e MIE; ao final do tratamento os grupos apresentaram

posicionamento centralizado da patela.

5. DISCUSSÃO

Apesar do número elevado de técnicas difundidas para o tratamento das

disfunções femoropatelares, pouco se sabe a respeito dos efeitos isolados de algumas

intervenções sobre a qualidade de vida dos sujeitos acometidos pela SDFP (FEHR,

2007).

A instabilidade femoropatelar se manifesta clinicamente com dor e fraqueza

muscular (Correa et al., 2006). Segundo Reis et al. (2009) uma das atividades da vida

diária mais comum é subir e descer escadas. No presente estudo foi avaliado a dor no

período pré e pós tratamento por meio da EVA de 10 cm, segundo Say (2005) a EVA é

um método considerado válido e mais sensível para avaliar a dor. Os dados dessa

pesquisa revelaram que após tratamento os três grupos obtiveram redução na

intensidade de dor e melhora no desempenho nas atividades funcionais. Lembrando que

os três protocolos de tratamento desse estudo eram compostos de exercícios CCF, pois

aumentam a estabilidade articular e reduzem as forças de compressão articular (FEHR

et al., 2006), além de reproduzirem movimentos funcionais do MMII por meio de

contrações concêntrica e excêntrica dos músculos envolvidos nos movimentos das

articulações do quadril, joelho e tornozelo (CABRAL et al., 2003). Os grupos GC e

GTP mostraram-se superiores ao GEE na análise da diminuição da dor. Estes achados

estão de acordo com FEHR et al. (2006), que após submeterem 24 indivíduos a oito

semanas de tratamento utilizando exercícios em CCA e CCF observaram redução da dor

e ganho funcional em ambos os grupos estudados, porém, o grupo submetido aos

exercícios em CCF obteve melhores resultados.

No estudo de LOBATO et al. (2002), foi realizado treinamento muscular em

duas sessões semanais por quatro semanas, os valores obtidos em relação a força

muscular e perimetria da musculatura da coxa a 4 cm, do 1/3 médio e inferior da patela

após o treinamento muscular, tanto nos indivíduos com SDFP como nos indivíduos

clinicamente normais, não apresentaram diferença significativa em relação aos valores

do pré treinamento. O mesmo não se aplica a esse estudo, observando as tabelas 01 e

02 nota-se diferença no pré e pós tratamento para os três grupos, os resultados obtidos

evidenciaram diferença nos valores da perimetria da coxa, havendo um aumento da

perimetria na região analisada de aproximadamente 1 cm após o treinamento nos três

grupos.

CABRAL et al. (2007) mostrou em seu estudo que o encurtamento dos músculos

isquiotibiais apresentou diminuição significante após tratamento de indivíduos com

SDFP com alongamento segmentar de curta duração (30 segundos). Já no presente

estudo houve um pequeno aumento da ADM de aproximadamente 5º para GC e 3° para

GEE. GRANDI (1998) também não obteve diferenças significativas em alongamentos

de 30 segundos de manutenção. No GTP observamos aumento de 10º na ADM para

isquiotibiais, podendo ser explicado pela aplicação do tapping patelar, segundo Mc

CONNEL (2002) a técnica facilita o recrutamento do VMO através de sua influência na

relação comprimento-tensão do tecido muscular.

A instabilidade do aparelho extensor de joelho seja por joelho valgo, ângulo Q

aumentado, instabilidade do côndilo femoral lateral, patela alta, torção femoral interna,

retração do retináculo lateral muitas vezes acompanhada de hipermobilidade patelar,

pode levar a instabilidade lateral da patela em vários graus (BALSINI, 2006).

TANG et al. (2001) ressalta a inconsistência entre ângulo Q e os sinais e

sintomas clínicos da SDFP, quer seja pela falta de consenso em mensurar o ângulo Q

(sentado, decúbito dorsal, posição ortostática), quer seja pela sugestão de que o aumento

do ângulo Q, possa existir, apenas, numa sub população da SDFP, isto é, que não são

todos os indivíduos com SDFP que apresentam aumento desse ângulo. O mesmo foi

visto por SACCO et al. (2006) que não constataram diferença significativa no ângulo Q

após tratamento de cinco semanas. Estes resultados podem ser confrontados com os

encontrados no estudo atual, no qual o grupo GTP não apresentou diferença no valor do

ângulo Q após tratamento, já os grupos GC e GEE apresentaram uma pequena

diminuição desse ângulo.

O tratamento conservador fisioterápico da SDFP tem como objetivo promover

por meio de exercício o equilíbrio entre as porções do músculo quadríceps,

especialmente os estabilizadores patelares mediais (VMO, VLO, VLL) (SAY et al.,

2006). No entanto LAM (2001) relata que a rotação medial do quadril favorece ativação

do VMO durante o agachamento em indivíduos com SDFP. Essas informações vão de

encontro com o estudo agora apresentado, visto que no protocolo de tratamento dos três

grupos foi realizado exercício de agachamento.

GUIRRO et al. (2000), afirmaram que é necessário um tempo mínimo de

aplicação de 30 minutos, além de aumentos regulares da amplitude da corrente dentro

da mesma sessão de treinamento e por todo período de treinamento para que ocorra um

aumento da força muscular efetivo por meio da aplicação de EENM. O autor relata a

necessidade de tempo maior para EENM, o que não coincide com o que foi realizado

nesse estudo, no qual foi utilizado tempo de estimulação de 20 minutos, porém está de

acordo em relação aos aumentos da amplitude, que eram realizados durante toda sessão

e todo tratamento. Com isso pode-se supor que a mudança de posicionamento patelar

deve-se ao tratamento conservador realizado.

Finalmente, o presente estudo sugere que o protocolo realizado para o grupo

GTP apontou melhoras no quadro clínico quando comparado com os resultados obtidos

com os protocolos do grupo GC e GEE, essa melhora pode ser explicada pelo aumento

de propriocepção nos joelhos causado pelo taping.

6. CONCLUSÃO

Os dados desta pesquisa, dentro das condições experimentais utilizadas, sugerem

que o protocolo de tratamento para SDFP do grupo GTP obteve resultados mais

satisfatórios para a reabilitação, favoreceu a diminuição da dor, melhora do desempenho

para atividades funcionais e modificação do posicionamento da patela, enquanto que os

três protocolos obtiveram resultados pouco satisfatórios para aumentar a perimetria de

coxa e diminuir o encurtamento muscular.

Em decorrência do número de voluntários utilizados neste estudo, não podemos

concluir que os protocolos foram eficazes para a reabilitação da SDFP e, portanto,

sugerimos a necessidade da realização de novos estudos com número maior de

voluntários em estudos posteriores.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudo Comparativo Entre Protocolos de Tratamento Para Síndrome

da Disfunção Femoropatelar – Relato de Caso

Responsável: Professor Ms. Cláudio Fusaro

Rg: 18.621.336 / CPF: 163173248-08

Av.São Franscisco de Assis, 218 – Fone: 4034-8133

Bragança Paulista / SP

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua participação é muito importante, entretanto, a autorização para a participação não deve ser realizada contra sua vontade. Leia com muita atenção as informações contidas neste documento e faça qualquer pergunta que considerar necessária para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.

Eu,____________________________________RG:________________ responsável pelo menor: __________________________Idade:__________ Enedereço: ____________________________________________________________________

Declara que é de livre e espontânea vontade permitir que o menor sob sua

responsabilidade participe do projeto de pesquisa supracitado, de responsabilidade do

Fisioterapeuta Professor Ms. Cláudio Fusaro, da Faculdade de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, estando ciente de que:

I. O objetivo da pesquisa é comparar os resultados obtidos pela aplicação de

protocolos para o tratamento da Síndrome da disfunção femoropatelar (SDFP),

comparando o uso da cadeia cinética fechada, tratamento consagrado para tal

disfunção, com protocolo contendo a aplicação de taping patelar e outro

protocolo contendo a aplicação de eletroestimulação neuromuscular (EENM);

II. Antes de se iniciar o estudo e logo após o término do estudo deverá comparecer

à clínica de fisioterapia da USF onde serão procedidas medidas de exame físico:

perimetria da coxa (trofismo), padrões posturais da patela, torções (femural e

tibial), encurtamentos musculares e pronação subtalar e também será

encaminhado ao ambulatório de Ortopedia para ser submetido a Raio-X axial de

Joelho em 45° de flexão de joelho para verificação de 3 parâmetros de

posicionamento da patela;

III. Deverá comparecer 3 (três) vezes semanais, durante 6 semanas, em dias

previamente estabelecidos, com o propósito de se submeter à aplicação do

tratamento descrito no item IV, que será oferecido gratuitamente.

IV. A participação neste estudo tem o objetivo de submeter o voluntário a um

tratamento terapêutico para a SDFP, sendo alocado em uma das formas de

tratamento a seguir: um grupo controle, denominado GC, utilizando tratamento

conservador em Cadeia Cinética fechada (CCF), um grupo com CCF associado

ao Taping Patelar, denominado grupo GTP e um grupo: CCF associado à EENM

(Estimulação Elétrica Neuromuscular), através da Corrente Russa, grupo

denominado GEE. Todos os 3 protocolos produzem resultados terapêuticos os

quais são esperados benefícios à saúde do voluntário e conseqüente melhoria da

condição da SDFP.

V. Não são esperadas reações adversas ou qualquer outra condição de dano à saúde

do voluntário, que sejam resultado da aplicação dos protocolos propostos.

VI. Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a participação no referido projeto de pesquisa.

VII. Tem a liberdade de desistir ou interromper a participação neste estudo no

momento em que desejar, sem necessidade de explicações ou motivos, e sem

que isto venha a interferir no seu atendimento na clínica de fisioterapia, não

causando prejuízo em posteriores atendimentos ou cuidados necessários pela

equipe de profissionais da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco.

VIII. O pesquisador poderá retirar o voluntário do estudo caso presencie uma das

seguintes razões: não adesão às exigências determinadas no protocolo de estudo;

presença de quaisquer eventos adversos, sintomas, ou sinais de provável dano ou

mal ocasionado ao paciente, que por ventura não tenha feito com que o

voluntário solicitasse a sua retirada, porém, considerada pelo pesquisador como

prejudicial à saúde do voluntário; lesão musculoesquelética nos membros

inferiores que ocorra durante o transcorrer do estudo, determinando a precaução

ou contra-indicação ao uso dos procedimentos terapêuticos executados no

estudo; relato de gravidez durante o período de estudo e presença de qualquer

outra condição que, a critério do pesquisador responsável, evidencie o interesse

de manutenção da saúde do voluntário.

IX. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e a equipe

de profissionais da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco não

identificará o voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.

X. Poderá contatar o responsável pelo estudo sempre que necessário pelo telefone

(0XX11) 4034-8133.

XI. O profissional responsável pela pesquisa, componente da equipe de profissionais

da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco o manterá informado e

prestará qualquer tipo de esclarecimento em relação ao progresso da pesquisa,

conforme solicitação do voluntário.

XII. Poderá contatar o comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco

para apresentar recursos ou reclamações em relação ao ensaio clínico pelo

telefone (0XX11) 4034-8442.

XIII. Este termo de consentimento livre e esclarecido consta de 2 vias, sendo uma

delas entregue ao voluntário.

_________________________________ _______________

Assinatura do voluntário Data

ou de seu Responsável

_________________________________ _______________

Prof. Ms. Cláudio Fusaro Data

Responsável pelo projeto

ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudo Comparativo Entre Protocolos de Tratamento Para Síndrome

da Disfunção Femoropatelar – Relato de Caso

Responsável: Professor Ms. Cláudio Fusaro

Rg: 18.621.336 / CPF: 163173248-08

Av.São Franscisco de Assis, 218 – Fone: 4034-8133

Bragança Paulista / SP

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua participação é muito importante, entretanto, a autorização para a participação não deve ser realizada contra sua vontade. Leia com muita atenção as informações contidas neste documento e faça qualquer pergunta que considerar necessária para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.

Abaixo assinado:

Nome completo:_______________________________________________________

Idade:______________________

RG:________________________

Endereço:____________________________________________________________

Declara que é de livre e espontânea vontade que está participando ou permitindo que o

menor sob sua responsabilidade participe do projeto de pesquisa supracitado, de

responsabilidade do Fisioterapeuta Professor Ms. Cláudio Fusaro, da Faculdade de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, estando ciente de que:

XIV. O objetivo da pesquisa é comparar os resultados obtidos pela aplicação de

protocolos para o tratamento da Síndrome da disfunção femoropatelar (SDFP),

comparando o uso da cadeia cinética fechada, tratamento consagrado para tal

disfunção, com protocolo contendo a aplicação de taping patelar e outro

protocolo contendo a aplicação de eletroestimulação neuromuscular (EENM);

XV. Antes de se iniciar o estudo e logo após o término do estudo deverá comparecer

à clínica de fisioterapia da USF onde serão procedidas medidas de exame físico:

perimetria da coxa (trofismo), padrões posturais da patela, torções (femural e

tibial), encurtamentos musculares e pronação subtalar e também será

encaminhado ao ambulatório de Ortopedia para ser submetido a Raio-X axial de

Joelho em 45° de flexão de joelho para verificação de 3 parâmetros de

posicionamento da patela;

XVI. Deverá comparecer 3 (três) vezes semanais, durante 6 semanas, em dias

previamente estabelecidos, com o propósito de se submeter à aplicação do

tratamento descrito no item IV, que será oferecido gratuitamente.

XVII. A participação neste estudo tem o objetivo de submeter o voluntário a um

tratamento terapêutico para a SDFP, sendo alocado em uma das formas de

tratamento a seguir: um grupo controle, denominado GC, utilizando tratamento

conservador em Cadeia Cinética fechada (CCF), um grupo com CCF associado

ao Taping Patelar, denominado grupo GTP e um grupo: CCF associado à EENM

(Estimulação Elétrica Neuromuscular), através da Corrente Russa, grupo

denominado GEE. Todos os 3 protocolos produzem resultados terapêuticos os

quais são esperados benefícios à saúde do voluntário e conseqüente melhoria da

condição da SDFP.

XVIII. Não são esperadas reações adversas ou qualquer outra condição de dano à saúde

do voluntário, que sejam resultado da aplicação dos protocolos propostos.

XIX. Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a participação no referido projeto de pesquisa.

XX. Tem a liberdade de desistir ou interromper a participação neste estudo no

momento em que desejar, sem necessidade de explicações ou motivos, e sem

que isto venha a interferir no seu atendimento na clínica de fisioterapia, não

causando prejuízo em posteriores atendimentos ou cuidados necessários pela

equipe de profissionais da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco.

XXI. O pesquisador poderá retirar o voluntário do estudo caso presencie uma das

seguintes razões: não adesão às exigências determinadas no protocolo de estudo;

presença de quaisquer eventos adversos, sintomas, ou sinais de provável dano ou

mal ocasionado ao paciente, que por ventura não tenha feito com que o

voluntário solicitasse a sua retirada, porém, considerada pelo pesquisador como

prejudicial à saúde do voluntário; lesão musculoesquelética nos membros

inferiores que ocorra durante o transcorrer do estudo, determinando a precaução

ou contra-indicação ao uso dos procedimentos terapêuticos executados no

estudo; relato de gravidez durante o período de estudo e presença de qualquer

outra condição que, a critério do pesquisador responsável, evidencie o interesse

de manutenção da saúde do voluntário.

XXII. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e a equipe

de profissionais da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco não

identificará o voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.

XXIII. Poderá contatar o responsável pelo estudo sempre que necessário pelo telefone

(0XX11) 4034-8133.

XXIV. O profissional responsável pela pesquisa, componente da equipe de profissionais

da clínica de fisioterapia da Universidade São Francisco o manterá informado e

prestará qualquer tipo de esclarecimento em relação ao progresso da pesquisa,

conforme solicitação do voluntário.

XXV. Poderá contatar o comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco

para apresentar recursos ou reclamações em relação ao ensaio clínico pelo

telefone (0XX11) 4034-8442.

XXVI. Este termo de consentimento livre e esclarecido consta de 2 vias, sendo uma

delas entregue ao voluntário.

_________________________________ _______________

Assinatura do voluntário Data

ou de seu Responsável

_________________________________ _______________

Prof. Ms. Cláudio Fusaro Data

Responsável pelo projeto

ANEXO III

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF

CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO EM SÍNDROME DA DOR PATELOFEMURAL

DADOS PESSOAIS

Voluntário N°: ___ Data da avaliação: __/__/__

Nome: ___________________________________________________________

Idade: ____ anos

Sexo: ( ) F ( ) M Etnia: _____________

Profissão: ____________

Altura: ____m Peso: ___kg

Examinador: __________________

ANAMNESE

Questionário:

1. Há quanto tempo apresenta dor? ( ) meses.

2. Presença de dor na articulação femoropatelar no último mês?

• ( ) Sim ( ) Não

• ( ) Difusa ( ) Localizada

3. Dor femoropatelar:

• ( ) Bilateral ( ) Unilateral

• ( ) D ( ) E

4. Local da dor?

• ( ) Retropatelar

• ( ) Faceta Lateral

• ( ) Faceta medial

• ( ) Pólo Inferior da Patela

5. Como ela se apresenta?

______________________________________________________________

6. Apresenta dor em repouso?

• ( ) Sim ( ) Não

7. Quais atividades aumentam a dor?

• ( ) Pedalar

• ( ) Correr

• ( ) Subir-descer escadas

• ( ) Quando sentados com joelhos fletidos por muito tempo

• ( ) ao agachar

8. Já teve episódio(s) de luxação ou subluxação patelar?

• ( ) Sim ( ) Não

• Quantas vezes? ( ) vezes

EXAME FÍSICO

MEDIDA DE COMPRIMENTO DOS MEMBROS INFERIORES: (MAGEE, 2005)

Membro inferior direito Membro inferior esquerdo

Real (cm)

Aparente (cm)

PERIMETRIA DA COXA – TROFISMO:

MID MIE

1/3 proximal de coxa

1/3 médio de coxa

à 4 cm da patela

PATELA:

Patela Direita Patela Esquerda

Normal

Hipermóvel

Hipomóvel

Presença de creptação

Alta

Medializada

Lateralizada

TORÇÕES:

Torção Medial Torção Lateral

Fêmur

Tíbia

ENCURTAMENTOS:

Músculos MID MIE

Isquiotibiais

Reto Femoral

Triceps sural

Retináculo Lateral

Banda Iliotibial

PRONAÇÃO SUBTALAR:

• ( ) sim

• ( ) não

TESTES ESPECIAIS

JOELHO: (MAGEE, 2005)

Joelho direito Joelho esquerdo

Ângulo Q - graus - graus

Stress valgo - 0°

- 30°

- 0°

- 30°

Stress Varo - 0°

- 30°

- 0°

- 30°

Gaveta Anterior - rotação neutra:

- rotação interna:

- rotação externa

- rotação neutra:

- rotação interna:

- rotação externa:

Gaveta Posterior - rotação neutra:

- rotação interna:

- rotação neutra:

- rotação interna:

PATELA: (MAGEE, 2005)

Patela direita Patela esquerda

Sinal de Clarke

Teste de Apreensão

COMPRESSÃO E DISTRAÇÃO: (MAGEE, 2005)

MID MIE

Teste de Apley

PROVA DE RETRAÇÃO MUSCULAR: (MAGEE, 2005)

MID MIE

Prova de Ober

Prova de Thomas ( ) Reto femoral

( ) Iliopsoas

( ) Reto femoral

( ) Iliopsoas

ESCORE DE DOR

0 10

Pré tratamento

0 10

Pós tratamento

EXAMES COMPLEMENTARES

Raio-X axial de MI com 45° de flexão de joelho

ANEXO IV PROTOCOLOS DE TRATAMENTO NA SÍNDROME

DE DOR PATELOFEMORAL

Grupo I CCF Grupo II CCF + Taping Patelar Grupo III CCF + EENM (Russa)

Grupo I

Grupo II Grupo III

1ª à 3ª sessão

1.Corrente Interferencial Vetorial (PRENTICE, 2002). Corrente Portadora: 4000 Hz AMF: 150 Hz �F: 75 Hz Slope: 6/6 Tempo: 20 min. Técnica de Aplicação: Bipolar (Eletrodo 1/3 distal anterior de coxa, eletrodo 1/3 proximal anterior de perna) 2.Laser AsGa (PRENTICE, 2002). 4 Joules Técnica Pontual Facetas medial e lateral da patela 3.Alongamento (3x30” cada estrutura)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

• Retináculo lateral (10x10”)

4. Mobilização Patelar (3’)

4ª à 6 ª sessão

1. .Laser AsGa 4 Joules Técnica Pontual Facetas medial e lateral da patela

2. Alongamento (3x30” cada estrutura)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

• Retináculo lateral (10x10”)

3. Mini-agachamento - 45° (3X8 rpt) 4. Step (Anterior e Posterior)

7ª à 9ª sessão

1. Alongamento sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral (10x10”)

3. Mini-agachamento - 45° (3X8 rpt) 4. Step (Anterior e Posterior) 5. Legg-Press + Adução

10ª à 12ª sessão

1. Alongamento

sustentar-relaxar

(3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”) 3. Mini-agachamento -

45° (3X8 rpt) 4. Step (Anterior e

Posterior) 5. Legg-Press + Adução

1. Alongamento

sustentar-relaxar

(3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”) 3. Mini-agachamento -

45° (3X8 rpt) 4. Step (Anterior e

Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. Taping Patelar

1. Alongamento

sustentar-relaxar

(3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”) 3. Mini-agachamento -

45° (3X8 rpt) 4. Step (Anterior e

Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. EENM

13ª à 15ª sessão

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. Taping Patelar

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. EENM

16ª à 18ª sessão

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. Taping patelar

1. Alongamento

sustentar-relaxar (3x)

• Reto da Coxa • Isquiotibiais • Trato íliotibial • Tríceps sural

2. Retináculo lateral

(10x10”)

3. Agachamento - 60° (3X8 rpt)

4. Step (Posterior) 5. Legg-Press + Adução 6. EENM