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UNIVERSIDADE REGIONAL DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES
URI - CAMPUS DE ERECHIM
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS
EMPREGO DA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS NA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CONGELAMENTO IQF DE CORTES DE
FRANGO
Caroline Fátima Casanova
Erechim, Março de 2011.
CAROLINE FÁTIMA CASANOVA
EMPREGO DA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS NA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CONGELAMENTO IQF DE CORTES DE
FRANGO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós Graduação em Engenharia de Alimentos da
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões – Campus de Erechim como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Alimentos
Orientadores: Marcio A. Mazutti
Helen Treichel
Erechim, Março de 2011.
Caroline Fátima Casanova
EMPREGO DA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS NA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CONGELAMENTO IQF DE CORTES DE
FRANGO
Dissertação de Mestrado submetida à Comissão Julgadora do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Alimentos como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre
em Engenharia de Alimentos, Área de Concentração: Engenharia de Alimentos.
Comissão Julgadora:
____________________________________
Prof. Marcio Antonio Mazutti, D. Sc
Orientador (UFSM)
____________________________________
Profa. Helen Treichel, D. Sc.
Orientador (URI)
__________________________________
Clarissa Dalla Rosa, D. Sc
Membro Interno (URI)
____________________________________
Altemir J. Mossi, D. Sc
Membro Externo (UFFS)
Erechim, 25 Março de 2011.
À Deus por tudo tornar possível.
À minha família, pelo amor incondicional
desprendido em todos os momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS
À Deus, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele.
À minha família, especialmente aos meus pais, que muitas vezes abriram mão de seus sonhos
para que eu pudesse realizar os meus e não mediram esforços para que eu chegasse a mais
uma etapa da minha vida. A vocês, minha eterna gratidão e amor.
À Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e da Missões – Campus de Erechim, mais
precisamente ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos pela oportunidade
de realização desse trabalho.
Aos meus orientadores Marcio Mazutti e Helen Treichel, pela disposição para auxiliar na
construção desse trabalho, pelo apoio e inspiração no amadurecimento dos meus
conhecimentos e conceitos que me levaram a execução e conclusão deste trabalho.
À empresa a qual faço parte do quadro de funcionários, que confiou e oportunizou a chance de
especializar-me utilizando ferramentas da empresa.
À secretária do Mestrado em Engenharia de Alimentos, Andréia, pela disponibilidade e
competência.
À todos os meus amigos e amigas, cada qual com uma contribuição especial: conselhos, tempo
desprendido, disposição e principalmente pela amizade, sem a qual tudo seria mais difícil.
Aos demais professores do Curso de Engenharia de Alimentos, que fizeram parte da minha
caminhada aos quais foram tão importantes na construção da minha formação acadêmica e no
desenvolvimento deste trabalho.
Resumo da Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Alimentos como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia de Alimentos.
EMPREGO DA METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS NA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CONGELAMENTO IQF DE CORTES DE
FRANGO
Caroline Fátima Casanova
Março / 2011
Orientadores: Marcio Antonio Mazutti
Helen Treichel
As exigências pela qualidade da carne de frango são cada vez maiores, tanto em relação ao
mercado interno como o externo, e o consumidor está cada vez mais atento aos atributos de
qualidade em relação à essa carne. Tais exigências refletiram em mudanças na gestão de
setores envolvidos com o agronegócio da carne de frango e melhoria na cadeia produtiva,
principalmente no que se refere ao alto padrão dos processos de congelamento. O presente
trabalho tem como objetivo avaliar os parâmetros do processo de congelamento individual de
cortes de frangos, também conhecido como: individual quick freezing – IQF. Foi empregada a
metodologia de planejamento de experimentos na avaliação das condições de congelamento
IQF (temperatura do giro – freezer e tempo de congelamento) de cortes de frango, tais como:
coxa de frango, coxinha da asa de frango, meio da asa de frango, filezinho de frango e frango
a passarinho (partes de coxa/sobrecoxa e peito). Os dados experimentais obtidos em termos da
temperatura final de congelamento foram usados para gerar um modelo quadrático do
processo para cada corte de frango, o qual foi validado pela análise de variância (ANOVA),
permitindo assim a construção de curvas de contorno e superfície de resposta, possibilitando
uma análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos
através da análise do planejamento de experimentos mostraram que o tamanho e a espessura
de cada peça de frango determinam o tempo e temperatura de congelamento. O presente
estudo contribui para determinação de parâmetros importantes para o processo de
congelamento individual, que permitem uma melhor operação e controle desta etapa e maior
garantia de qualidade.
Palavras-chave: Carne de frango; Congelamento Individual (individual quick freezing – IQF);
Planejamento de Experimentos.
Abstract of Dissertation presented to Food Engineering Program as a partial fulfillment of the
requirements for the Master in Food Engineering
USE OF EXPERIMENTAL DESIGN METHODOLOGY TO EVALUATE THE
PROCESS VARIABLES ON INDIVIDUALLY QUICK FROZEN OF CHICKEN CUTS
Caroline Fátima Casanova
Março / 2011
Advisors: Marcio Antonio Mazutti
Helen Treichel
The requirements for the quality of chicken meat are increasing, both on the intern and extern
markets, since the consumers are increasingly aware of the quality attributes in relation to such
meat. These requirements reflected in changes in management of agribusiness sectors involved
with the chicken meat and improvement in the supply chain, especially with regard to the high
standard of the freezing process. The present study is focused on the evaluation of process
variables on individually quick frozen (IQF) of chicken cuts. It was used the experimental
design methodology to evaluate the process variables (temperature of the freezer and freezing
time) on IQF of several chicken cuts. The experimental data related to the final temperature of
frozen cuts were used to generate a quadratic model of the process for each cut of chicken.
These models were validated by analysis of variance (ANOVA), allowing the construction of
contour lines and surface response, making possible a visual analysis of the interaction
between the two independent variables. The results obtained showed that the size and
thickness of each chicken cut determine the time and final temperature of the cut. This study
contributes to the determination of important parameters for the IQF of chicken cuts, which
provide better control and operation of this stage and greater assurance.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12
1.0 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 14 1.1 Frango de corte............................................................................................................ 14
1.1.1 Histórico ............................................................................................................... 14 1.2 Mercado Da Carne ...................................................................................................... 15
1.2.1 Consumo de Carne ............................................................................................... 18 1.2.2 Mercado interno da carne de frango congelada ..................................................... 21
1.2.3 Mercado externo da carne de frango congelada ..................................................... 22 1.2.4 Normas técnicas e legislação vigente para a comercialização da carne de frango no
Brasil ............................................................................................................................ 24 1.2.5 Teor nutricional da carne de frango ....................................................................... 24
1.3 Padrões de Qualidade .................................................................................................. 26 1.3.1 Processo de conservação: Cadeira de frio da carne de frango ................................ 27
1.3.2 Congelamento....................................................................................................... 29 1.3.2.1 Influência do congelamento sobre a carne de frango ...................................... 32
1.3.3 Sistemas de congelamento com convecção forçada ............................................... 33 1.3.4 Curvas de congelamento ....................................................................................... 36
1.3.5 Parâmetros do Processo de Congelamento de Alimentos ....................................... 37 1.3.5.1 Tempo de Congelamento ............................................................................... 37
1.3.5.2 Temperatura Inicial de Congelamento ............................................................ 38 1.4 Controle Estatístico de Processo .................................................................................. 40
1.4.1 Planejamento de Experimentos na Industria .......................................................... 41 2.0 – MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 44
2.1 Descrição do processo ................................................................................................. 44 2.1.1 Faixas operacionais do giro freezer ....................................................................... 45
2.2 Descrição dos produtos ............................................................................................... 46
2.2.1 Coxa ..................................................................................................................... 47 2.2.2 Filezinho .............................................................................................................. 47
2.2.3 Coxinha da asa ..................................................................................................... 47 2.2.4 Meio da asa .......................................................................................................... 48
2.2.5 Frango à passarinho .............................................................................................. 48 2.4 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS ................................................................ 49
3.0 – RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 50 3.1 – AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO SOBRE A
TEMPERATURA FINAL DO PRODUTO ....................................................................... 50 3.1.1 Coxa ......................................................................................................................... 50
3.1.2 Coxinha da asa ......................................................................................................... 53 3.1.3 Meio da asa .............................................................................................................. 55
3.1.4 Filezinho .................................................................................................................. 58 3.1.5 Frango à Passarinho – coxa e sobrecoxa ................................................................... 61
3.1.6 Frango à Passarinho - Peito....................................................................................... 64 4.0 – CONCLUSÕES ........................................................................................................... 69
5.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 71
6.0 – ANEXOS ..................................................................................................................... 82
Anexo I ............................................................................................................................. 82
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 –
TABELA 2 –
TABELA 3 –
Produção mundial de carne............................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Consumo de carne per capta.....................................................................
Informações nutricionais em 100g de frango sem pele............................
19
19
24
TABELA 4 – Comparação entre os valores nutricionais de diferentes tipos de carne
(por 100g)...........................................................................................
25
TABELA 5 – Níveis dos fatores investigados nos planejamentos experimentais
seqüenciais..............................................................................................
48
TABELA 6 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF de Coxa.................
49
TABELA 7 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF de coxinha da asa..
52
TABELA 8 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF do meio da asa.......
55
TABELA 9 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF do Filezinho..........
58
TABELA 10 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF de frango à
passarinho (coxa e sobrecoxa)..................................................................
61
TABELA 11 – Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de
duas variáveis independentes no congelamento IQF de frango à
passarinho (peito).....................................................................................
64
TABELA 12 – Comparação da melhor condição para temperatura mais adequada......... 66
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Evolução do consumo de carne bovinha, frango e suína ao longo dos
anos................................................................................................
18
FIGURA 2 – Sistema de Congelamento Descontínuo Estático. 1: Isolamento. 2:
conjunto motor ventilador, 3: evaporador, 4: produto, 5: direção do fluxo
de ar, 6: divisória................................................................................
32
FIGURA 3 – Sistema Contínuo Automático.................................................................... 33
FIGURA 4 – Sistema Contínuo Espiral ou giro freezer: 1: esteira, 2: fluxo de ar, 3:
entrada do produto, 4: saída do produto......................................................
34
FIGURA 5 – Curvas típicas de congelamento de alimentos a diferentes taxas de
congelamento.......................................................................................
35
FIGURA 6 –
FIGURA 7 –
Fluxograma processo de produção frigorífico de aves................................
Partes do frango...........................................................................................
43
45
FIGURA 8 – Coxa de frango................................................................................. 46
FIGURA 9 – Filezinho de frango............................................................................ 46
FIGURA 10 – Coxinha da asa de frango....................................................................... 47
FIGURA 11 – Meio da asa de frango........................................................................ 47
FIGURA 12 – Peito de frango cortado para frango a passarinho...................................... 48
FIGURA 13 – Coxa de frango cortara para frango a passarinho...................................... 48
FIGURA 14 –
FIGURA 15 –
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento de coxa.............................................
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para coxa.....................................................................................................
50
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FIGURA 16 –
FIGURA 17 –
FIGURA 18 –
FIGURA 19 –
FIGURA 20 –
FIGURA 21 –
FIGURA 22 –
FIGURA 23 –
FIGURA 24 –
FIGURA 25 –
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento da– coxinha da asa...........................
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para coxinha da asa......................................................................................
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento do meio da asa..................................
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para meio da asa..........................................................................................
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento do – filezinho...............................
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para filezinho...............................................................................................
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento de frango à passarinho (coxa e
sobrecoxa)..................................................................................................
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para frango à passarinho – coxa e sobrecoxa..............................................
Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre
a temperatura final de congelamento de – frango à passarinho (peito).......
Superfície de resposta para temperatura final do produto mostrando a
interação entre temperatura do giro freezer e tempo de congelamento
para frango à passarinho – peito..................................................................
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12
INTRODUÇÃO
A avicultura brasileira é considerada atualmente como uma das mais modernas do
mundo, apresentando índices de produtividade além dos esperados, no que se diz respeito a
países em desenvolvimento. Essa modernização deu-se graças aos programas de qualidade
implementados em todos os elos da cadeia produtiva e industrial, com ênfase na genética,
nutrição, manejo, biossegurança, boas práticas de produção, rastreabilidade, logística,
programas de bem-estar animal e de preservação do meio ambiente (UBA, 2008).
As exigências pela qualidade da carne de frango são cada vez maiores, tanto em
relação ao mercado interno como externo, e o consumidor está cada vez mais atento ao que
vem a ser atributos de qualidade em relação a essa carne. Tais exigências refletiram em
mudanças na gestão de setores envolvidos com o agronegócio da carne de frango e melhoria
na cadeia produtiva, principalmente no que se refere ao alto padrão dos processos de
congelamento e da logística na comercialização deste produto (Vieira, 2007).
Para atender às exigências dos mercados a qualidade da carne de frango é preciso
otimizar fatores como a velocidade de resfriamento e a temperatura. A demanda desse
produto depende da percepção de qualidade do cliente consumidor. São considerados como
critérios objetivos para sua boa aceitação os itens: a aparência, a capacidade de retenção de
água, suculência, maciez, cor da pele, cor da carne, perdas de peso por cozimento e vida útil
(Bueno, 2008).
A conservação da carne de frango através da cadeia de frios - resfriamento e
congelamento - bem como da maioria dos alimentos, tem sido recomendada, por sua grande
capacidade de manter as características químicas, organolépticas e nutritivas do produto o
mais próximo possível das características iniciais, e ainda dificulta a ação nociva dos
microorganismos e enzimas (Vieira, 2007).
Tanto Brasil (2005) como Lobo et al (2001) referem que estudos realizados têm
mostrado e enfatizado como os alimentos produzidos, processados e conservados em
condições inadequadas favorecem a transmissão de microrganismos patogênicos ao homem e
podem, a partir do seu consumo, acarretar ou não algum risco a saúde. No entanto, as
infecções alimentares de origem microbiana têm se mostrado como um problema de saúde
pública mais abrangente no mundo atual e causa importante na diminuição da produtividade,
13
das perdas econômicas que afetam os países, empresas e simples consumidores (Michelotti,
2002; Nascimento, 2007).
O presente trabalho de caráter experimental tem como objetivo analisar os efeitos do
congelamento rápido, sobre a temperatura final do produto, analisando em paralelo os efeitos
da temperatura ambiente em que o produto é submetido e o tempo que o mesmo permanece
dentro do giro freezer.
O trabalho está dividido em cinco capítulos incluindo introdução, a qual é o primeiro
capítulo dessa dissertação. No segundo capítulo serão descritos assuntos que fazem parte da
revisão de literatura. Dentro os temas abordados têm-se o histórico da avicultura de corte,
trazendo informações sobre o consumo da carne e padrões nutritivos, bem como o mercado da
carne (interno e externo), além da legislação vigente para comercialização da carne de frango
no Brasil e os diferentes tipos de congelamento, incluindo o congelamento individual, também
conhecido como congelamento individual rápido ou individual quick freezing – IQF, também
é apresentado neste referencial informações sobre o Controle Estatístico de Processo (CEP).
No terceiro capítulo serão descritos os materiais e métodos utilizados para a execução do
presente estudo. No quarto capítulo é feito referências aos resultados obtidos, através dos
testes realizados para a construção do presente trabalho de conclusão de curso. Finalmente no
quinto e último capítulo serão abordadas as considerações finais, salientando os principais
ganhos da aplicação da técnica de congelamento rápido individual dos produtos, em uma
indústria de alimentos.
14
1.0 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo será apresentada uma breve revisão da literatura referente ao histórico
do frango de corte, mercado da carne de frango, bem como os padrões de qualidade exigidos
pelos mercados: interno e externo. Além disso, a pesquisa fará referência ao controle
estatístico de processo o qual tem por objetivo fundamentar a pesquisa em relação à
produção de frango de corte sob condições de congelamento rápido.
1.1 FRANGO DE CORTE
Ao longo dos anos a avicultura brasileira vem se destacando em sua produção, com o
aumento da exportação e do consumo interno, a carne de frango deixou de ser uma carne
nobre destinada exclusivamente às classes superiores, hoje este alimento está difundido por
todas as classes.
1.1.1 Histórico
A criação de aves para o abate teve, na história recente da economia brasileira, um
aumento de abates significativo, que esta intimamente ligada ao avanço tecnológico e,
principalmente, a criação na esfera industrial que marginalizou a chamada avicultura
tradicional. O marco inicial da avicultura industrial foi na década de 50, época na qual
começou a substituição da antiga avicultura comercial que tivera iniciado nos anos 20 e 30
(Sorj, 1982). Os grandes frigoríficos que detinham a hegemonia na época no processo
extensivo, cederam lugar, sobretudo para os grupos que conseguiam dominar a nova
integração de grãos e carnes brancas. Tal processo industrial dependia minimamente das
condições naturais externas, o que resultava em um processo de produção de aves muito
similar à um sistema de produção industrial propriamente dito, dada a previsibilidade de sua
produção (Ipardes, 2002).
A produção de frangos de corte em escala industrial no Brasil surgiu após a segunda
Guerra Mundial. Linhagens híbridas americanas eram importadas por empresas
estabelecidas em São Paulo e Rio de Janeiro, essas empresas não utilizavam a integração de
15
forma que cada etapa da cadeia produtiva do frango pertencia a diferentes empresas que
agiam de forma independente.
A partir do início dos anos 60, surge no sul do país, uma avicultura integrada
contratualmente. Esta estratégia de integração conduz as empresas a algumas vantagens
como, por exemplo, ganho de qualidade na matéria prima, abastecimento constante, redução
dos custos industriais nas operações de abate, padronização da carcaça, dentre outras. Estas
empresas integradoras poderiam repassar parte do custo da crise aos produtores enquanto as
empresas tradicionais, baseadas em relações de hierarquia com o produtor, estariam
mantendo ocioso um montante muito alto em capital fixo para o avicultor. (Castro, 2003).
Algumas vantagens apontadas para a mudança no sistema de trabalho seriam: maior
produtividade, redução dos custos de produção e maior rentabilidade, formação de um
plantel básico de reprodutores de alto valor zootécnico e garantia de comercialização da
produção com conseqüente diminuição de seu risco. O caráter da estrutura agrária, formado
por pequenos produtores disponíveis e em condições sociais que não apresentavam outras
opções, as empresas integradoras impuseram muito facilmente suas formas de
relacionamento contratual (Sorj, 1982).
Na década de 1970, a indústria brasileira de carne de frango foi formada através da
instalação de diversas empresas dispersas por algumas regiões brasileiras (Rizzi, 2004). A
partir de 1980, ocorreram importantes modificações no sistema produtivo avícola, que
podem ser atribuídas a fatores tecnológicos, como as contribuições advindas da
biotecnologia, da microeletrônica e da automação. Essas mudanças influenciaram a
capacidade competitiva das empresas, gerando um bom desempenho nos mercados interno e
externo. Esse bom desempenho também pode ser atribuído à redução do custo das matérias
primas e ao atendimento das necessidades específicas dos consumidores. Com isso, a
produção agroindustrial cresceu significativamente nos últimos 30 anos, permitindo que o
frango fosse incorporado ao hábito alimentar da grande parcela da população.
1.2 MERCADO DA CARNE
Embora o produto frango seja considerado um mercado de commodities, onde o
preço é a variável principal de concorrência, há uma clara segmentação desse mercado que
16
demanda uma ação dirigida da empresa (Farina, 1997). O fator preço não deve ser o único
determinante da competitividade da agroindústria do frango. É preciso que as empresas
trabalhem sua estratégia de marketing, identificando nichos de mercado, diferenciando
produtos para satisfazer esses nichos, valorizando a qualidade nutricional de seu produto
final, a qualidade dos insumos e a conservação do meio ambiente (Santos Filho, 1996).
As empresas processadoras de carne de frango, acompanhando as necessidades dos
consumidores, passaram a oferecer o frango industrializado, que antes era encontrado no
mercado apenas como o tradicional frango inteiro. A mudança nos hábitos do consumidor
influenciou na oferta de produtos em maior número e mais elaborados. Para se obter
produtos mais elaborados, é preciso que a indústria, no seu sistema produtivo, garanta altos
padrões de qualidade em todas as etapas do processo produtivo, ou seja, desde o
fornecimento dos insumos de produção agrícola e industriais até a venda no varejo. (Alves,
1996)
Como a agroindústria no Brasil é um ramo de atividade sujeita à concorrência em
nível internacional, é necessário produzir a custos menores, mas também incrementar a
qualidade dos produtos, concentrar esforços nos industrializados, antecipar-se às principais
tendências do mercado consumidor e articular-se comercialmente para conseguir se
apropriar dos resultados de investimentos em qualidade e produtividade. (Gonçalves, 2005).
Diante do aumento da competição entre as empresas e um esforço maior pela
sobrevivência, exige-se maior capacidade de gestão e controle dos negócios, o que indica a
necessidade de profissionalização e planejamento estratégico, com definição clara de
objetivos e condições para atingi-los. O consumidor passa a ter um papel central na
agroindústria e as empresas devem procurar satisfazer suas necessidades, diferenciando
produtos, oferecendo melhores serviços e inovando (Santos Filho, 1996).
Estratégias de diferenciação de produtos têm sido adotadas pelas empresas nacionais
de grande porte com o intuito de atender às mudanças nos hábitos e tendências alimentares
dos consumidores, aumentando sua capacidade de concorrência no mercado. As empresas de
menor porte, quando inovam em produtos, começam processando alguns cortes de frango e
embutidos. (Gonçalves, 2005).
O consumidor tem a sua disposição um produto barato e de excelente qualidade
sanitária e nutricional, com uma gama elevada de produtos “in natura” e processados, como
17
frango inteiro e cortes congelados, resfriados e industrializados, na forma de empanados,
marinados, temperados, cozidos e outros. Os produtos de maior valor agregado que se
encontram nos supermercados, geralmente, são de exclusividade das grandes empresas. No
mercado interno brasileiro, a ave inteira é responsável por 54% das vendas, as partes ou
cortes de frango por 40% e os produtos industrializados por apenas 6%, enquanto no
mercado internacional os cortes representam 58,7% das vendas nacionais (Martinelli, et al,
2005).
Deve-se ressaltar que a avicultura brasileira é reconhecida hoje como das mais
desenvolvidas aviculturas do mundo, com índices de produtividade realmente excepcionais.
Atingimos esse patamar graças a programas de qualidade implementados em todos os elos
da cadeia nos últimos anos, com destaque para genética, nutrição, manejo, biosseguridade,
boas práticas de produção, rastreabilidade e programas de bem-estar animal e de preservação
do meio ambiente (Canever, 1997).
A cadeia produtiva da avicultura de corte é, provavelmente, uma das cadeias
produtivas brasileiras com maior nível de coordenação, conferindo-lhe grande
competitividade no mercado mundial. Estima-se que 75% da produção nacional de frangos
estejam sob a coordenação de grandes players mundiais ou nacionais. Entretanto, a garantia
da sustentabilidade da cadeia passa pela distribuição dos ganhos por ela obtidos ao longo de
toda a sua extensão, ou seja, todos os agentes econômicos envolvidos devem ser
devidamente remunerados, para, primeiro, permanecer na atividade e, segundo, continuar a
fazer os investimentos necessários ao aumento da competitividade da cadeia produtiva como
um todo (Carletti Filho, 2005).
Nas últimas duas décadas, a produção de frango de corte tem evoluído de forma
bastante significativa no Brasil. O dinamismo da atividade avícola está atrelado aos
constantes ganhos de produtividade, sobretudo, através da melhora dos índices de conversão
alimentar, dos ganhos nutricionais, da pesquisa em genética, da maior automação dos
aviários e de um melhor manejo (Martinelli, et al, 2005).
O consumo do frango industrial produziu grandes modificações nos hábitos de
consumo popular, pois antes, o frango dito caipira era o preferido pelo consumidor. O frango
industrial impõe-se primeiramente nos supermercados com um público consumidor
fundamentalmente de classe média. Com o decorrer do tempo esse alimento chega a
18
ingressar no consumo popular a ponto de ser considerado uma das âncoras de sustentação da
nova política econômica (Santos Filho, 1996).
1.2.1 Consumo de Carne
A demanda por carne de frango no Brasil não é influenciada pelos preços das carnes
bovina e suína, mas induzem fortes mudanças na demanda por esses outros tipos de carnes,
ou seja, é um importante determinante do ajustamento do mercado de carnes. O período
entre 1986 e 2004, o consumo per capita da carne de frango passou de cerca de 10 kg para
perto de 35 kg/ano, quase igualando a quantidade consumida de carne bovina (Girotto,
2004). A magnitude deste crescimento tende a transformar o Brasil de um país
preponderantemente consumidor de carne bovina para um país consumidor também de carne
de frango. Comparativamente com os outros tipos de carnes, a substituição foi apenas
relativa e não absoluta. O preço, junto com a qualidade do produto ofertado no mercado e a
facilidade no seu preparo, importante nos dias de hoje, contribui para o excepcional
crescimento do consumo interno de carne de frango.
O consumo médio mundial é de 11kg/hab/ano, sendo Hong Kong o maior
consumidor per capita do mundo, enquanto o Brasil ocupa o quarto lugar. A carne de frango
já ocupou o lugar da carne bovina como segundo tipo de carne mais consumida
mundialmente, atrás somente da carne suína. Este bom desempenho pode ser atribuído a
quatro fatores principais:
a) seu baixo preço relativo diante das outras carnes;
b) sua imagem de produto saudável junto ao consumidor;
c) sua aceitação pela maioria das culturas e religiões;
d) a gama mais variada de produtos à base de frango (principalmente produtos ditos
de conveniência) (Ipardes, 2002).
O consumo mundial de carne de frango deve ultrapassar o consumo de carne suína e
de carne bovina nos próximos 20 anos. A carne suína deverá crescer ao redor de 2% ao ano
no período, enquanto a carne bovina está sujeita a um crescimento de 1% e a carne de frango
de 2,5% a 3% ao ano (ABEF, 2010).
A carne suína tende a prevalecer por um longo tempo como a carne mais consumida,
mas a taxa de crescimento do consumo de carne de frango será superior à de outras carnes.
19
As projeções de aumento do consumo per capita de carnes feitas pelo analista estão sujeitas
aos cenários macroeconômicos, mas em linha geral esse incremento está sendo atribuído ao
aumento de renda da população mundial (Santos Filho, 1996).
Em 1990, foram produzidas 51,34 milhões de toneladas equivalente carcaça e carne
bovina. Nesse mesmo ano a produção de carne de frango foi de 27,89 milhões e a de carne
suína, 65,74 milhões. Os dados são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos). Desde então, a produção de carne bovina cresceu 10,3% e deve chegar aos 56,6
milhões de toneladas este ano. O incremento na produção de carne suína ficou em 55,8%, o
que garantiu a manutenção da primeira colocação dentre as proteínas animais. O
crescimento da produção de frango foi o mais expressivo no período, com aumento de
165%, entre 1990 e o estimado para o ano de 2010. Em 2001 a produção de carne de frango
superou a carne bovina. Em 1990 a produção de carne suína equivalia a 2,4 vezes a
produção de carne de frango. Hoje esta relação encurtou e está em 1,4 (USDA, 2004).
Fonte: USDA/FAS
Figura 1: Evolução do consumo de carne bovinha, frango e suína ao longo dos anos.
Ainda que em ritmo bem mais lento que no período pré-crise econômica, a produção
mundial de carnes segue continuamente crescente e caminha para novo recorde de produção.
Em relação a 2010, especificamente, o USDA projeta expansão de 1,5%. Neste caso e como
tem ocorrido com freqüência nos últimos anos, menos mal para a carne de frango, com
20
potencial de crescimento de 2,3%. Para a carne suína é previsto incremento de 1,9%,
enquanto a carne bovina permanece em decréscimo em 2011, de 0,2% (ABEF, 2010).
Tabela 1: Produção Mundial de Carnes
Produção Mundial de Carnes
(em mil toneladas)
2009 2010 2011
Bovina 57,431 56,7763 56,663
Suína 100,473 101,507 103,392
Avícola 77,031 79,427 81,254
Total 234,935 237,7103 241,309
Fonte: USDA/FAS
Um dos fatores que contribuíram para o crescimento da avicultura brasileira em 2010
foi o crescimento do mercado interno. Segundo a CONAB a disponibilidade de frango deve
atingir a marca de 8,4 milhões de toneladas, o que representou uma alta de 14% e leva o
consumo per capta para um novo patamar de 43,6 quilos (Tabela 2).
Tabela 2: Consumo de carne per capta
Ano
Produção
(milhões de toneladas)
Exportações
(milhões de toneladas)
Disponibilidade interna
(milhões de
toneladas)
Consumo
(kg/per capta)
Produção
pintos (bilhões)
2005 9,35 2,85 6,5 35,5 4,7
2006 9,35 2,71 6,64 35,7 4,58
2007 10,31 3,29 7,02 37,4 5,15
2008 11,03 3,65 7,39 39 5,47
2009 11,02 3,63 7,39 38,6 5,56
2010 12,2* 3,8* 8,4* 43,6* 6,05**
Elaboração: Análise da Novus do Brasil, 2010. Fonte: UBABEF, APINCO, CONAB, USDA
* Estimativa CONAB / ** Projeção da Novus do Brasil baseadas em sérias históricas da APINCO
Fonte: AviSite
21
1.2.2 Mercado interno da carne de frango congelada
O consumo interno de carne de frango tem apresentado tendência favorável ao
crescimento devido aos atributos de carne saudável, baixo preço e aumento da
comercialização de derivados prontos para o consumo (Talamini, et al, 2005). A carne de
frango é a segunda carne mais consumida no Brasil e a segunda mais produzida no mundo.
Seu consumo per capita aumentou da década de 80 até os dias atuais.
No Brasil, a carne de frango é comercializada na forma de carcaças e cortes frescos
ou congelados (Mennucci, 2006). A carência de proteína animal, em grande parte da
população mundial, tem forçado um estímulo cada vez maior às especializações e à adoção
de determinadas tecnologias, no sentido de se conseguir uma máxima produção, com menor
custo, em menor tempo, na menor área possível. Diante desse contexto, a avicultura
engloba-se perfeitamente como atividade produtora de proteína animal, sendo as aves uma
das espécies zootécnicas mais eficientes em transformar alimentos vegetais em alimentos de
alto valor protéico para o homem (Moro, et al, 2005).
O frango industrial é definido pelo Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA),
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como sendo a ave criada
pelas granjas comerciais por um modelo consagrado de manejo, que lança mão de
antibióticos e promotores de crescimento para obter altos índices de produtividade. O abate
de frangos deste tipo ocorre entre o 42º e 45° dia e os frangos pesam cerca de 2,5 kg (UBA,
2008). O modelo de produção industrial requer hoje conhecimentos e investimentos nas
mais diversas áreas que compõem a avicultura (nutrição, genética, sanidade, ambiência e
tecnologia de abate).
O saldo para produção de frangos de corte foi negativo em relação à quantidade de
reais investidos para a quantidade de kg de frango produzido no ano de 2007. Desta forma,
torna-se necessário utilizar meios que reduzam o custo na produção e no abate do frango de
corte mantendo a qualidade do produto. Um destes meios é o uso racional e a conservação
de energia elétrica desde a produção até o abate. Na literatura há carência de trabalhos que
diagnostiquem o uso de energia em frigoríficos de frangos de corte e consequentemente
faltam formas de implementação do uso racional ,diminuindo o consumo de custo de energia
elétrica (UBA/ABEF, 2007).
22
A produção nacional de carne de frango tem sido crescente. Se não fosse assim, o
Brasil não poderia se tornar o maior exportador mundial. No ano de 2007, cresceu 10,2%,
com produção correspondente a 951 mil toneladas.
1.2.3 Mercado externo da carne de frango congelada
As vendas para o mercado externo da carne de frango brasileira, em 2003, tenderam
a ser relativamente concentradas, apesar de o conjunto de países importadores ser de
aproximadamente 120. Entretanto, as exportações mais importantes da produção de carne de
frango foram efetuadas pela Arábia Saudita, com 15% do total, em seguida aparecem Honk
Kong, Japão e Rússia, com 10% cada. Esses quatros países consumiram o total de 45% de
todas as exportações brasileiras. A receita brasileira total com exportações foi de US$ 1,8
bilhões, em 2003 (Triches, Siman, Caldart, 2004).
Em 2003 houve uma clara tendência de um maior crescimento no volume das
exportações brasileiras, em função do reflexo do surgimento da doença conhecida com
influenza ou gripe aviária, na produção de frango, em alguns países asiáticos e nos Estados
Unidos. Tal obstáculo tendeu a contrair as exportações desses países, bem como o seu
consumo doméstico. Ressaltou-se ainda que os resultados das exportações brasileiras de
frango poderiam ter sido melhores, se não houvesse as barreiras protecionistas impostas pela
União Européia, cuja sobretaxa oscila na faixa de 15% a 75% (Triches, Siman, Caldart,
2004).
A participação competitiva no comércio internacional de alimentos exige a
adequação de produtos e processos, de acordo com normas específicas. Quando um país
exige uma determinada certificação na área alimentar muitas vezes isto é visto como uma
barreira sanitária, porém, é uma forma do país garantir a segurança dos alimentos oferecidos
à sua população (UBA, 2008). Existem exigências formais que devem ser cumpridas e
destacadas no certificado sanitário emitido pelo MAPA, quando do embarque de um produto
de origem animal, em conformidade às características dos acordos técnico-comerciais
estabelecidos com os países importadores, constituídos pelos regulamentos, de cumprimento
compulsório à habilitação ao mercado destino (Triches, Siman, Caldart, 2004).
Os processos de auditoria de qualidade nas empresas produtoras ou que pretendam
fornecer produtos, buscando evidenciar a conformidade em produzir alimentos seguros para
23
seus clientes, com continuidade de propósitos. Esses processos são conduzidos pelos
principais players nos mercados de maior valor agregado. No entanto por estarem ligados à
empresa no Brasil que criou, abateu e industrializou este frango, os clientes monitoram o
cumprimento de todos os acordos, na quantidade, na apresentação e na qualidade
combinados.
Freqüentemente estão no Brasil para inspecionar a criação, apanha, abate e transporte
do produto final pelos frigoríficos brasileiros (França, 2006). As empresas que não têm a
inovação tecnológica como prioridade, sendo ou não cooperativas, caso queiram participar
deste mercado, estão em desvantagem, uma vez que o tempo de resposta no incremento das
imposições pelas barreiras técnicas é relativamente maior, pelo fato de que não atuam de
modo massivo nestes mercados, comprometendo sua competitividade, ou ainda, quando
comparadas à atuação das empresas líderes na exportação de carne de frango (França, 2006).
A partir dos lucros advindos do mercado internacional, a produção de carne de
frango de corte tem crescido de forma bastante significativa nos últimos anos no Brasil, que
atingiu o lugar no ranking mundial de segundo maior produtor e exportador de carne de aves
do mundo (UBA, 2008). Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de
Frango (ABEF), até junho de 2008 foi embarcado 1,8 milhão de toneladas de carne de
frango, correspondendo a um crescimento de 19% quando comparado ao mesmo período no
ano anterior. A receita final cresceu aproximadamente 58% na mesma comparação,
totalizando US$ 3,4 bilhões (ABEF, 2010).
Com o aumento das exportações, os clientes estrangeiros, cada vez mais estão
exigindo qualidade e inocuidade da carne de frango, buscando informações a respeito de
novos produtos (derivados), quais técnicas de tratamento desde a produção, abate e
industrialização (congelamento e resfriamento). São exigidos também selos de qualidade,
data de validade e suas características organolépticas (cor, cheiro e textura) certificados pela
legislação brasileira em toda a cadeia do agronegócio (inclui procedimentos de campo, de
abate e de processamento, rotulagem, diagnóstico e certificação de produtos), a fim de evitar
a transmissão da salmonela para outros animais e seres humanos (Brasileiro, et al, 2008).
Segundo a ANVISA, os alimentos de origem avícola devem apresentar ausência de
Salmonella sp em 25 gramas de produtos. O diferencial competitivo da cadeia avícola é
influenciado por estes aspectos, caracterizando como estratégico a interpretação de normas e
24
certificações (Brasileiro, Oliveira, Passos, Santos, 2008). O cumprimento dos regulamentos
de habilitação e certificação de qualidade é um diferencial competitivo na exportação de
carne de frango, porém a capacidade de interpretação, desdobramento e aplicação de
possíveis normas técnicas, no menor espaço de tempo pelas empresas, torna estas mais
competitivas, potencializando a fidelidade pelo cliente, através da credibilidade
oportunizada pela empresa fornecedora (França, 2006).
Em relação ao mercado internacional, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial
de frangos, precedido pelos Estados Unidos e pela China e é o quarto consumidor, pois a
União Européia consome mais que o Brasil, além dos já citados (Rodrigueri, 2008).
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – United States Department of
Agriculture (USDA), o Brasil manteria a primeira posição de país exportador em 2007
suplantando os Estados Unidos em 18% e crescendo 10%.
Um ponto essencial para o bom direcionamento dos negócios brasileiros
relacionados à carne de frango junto a outros países é a inexistência de barreiras sanitárias
em países de outros continentes. Segundo Baasch e Lopes (2004) "De modo geral, o Brasil
vem conseguindo vencer as barreiras sanitárias impostas por países compradores, por ter as
áreas produtoras voltadas ao mercado externo livres de febre aftosa e vaca louca
(bovinocultura), peste suína clássica e mal de Aujeszky (suinocultura) e influenza aviária
(avicultura)”.
1.2.4 Normas técnicas e legislação vigente para a comercialização da carne de
frango no Brasil
A Portaria n° 210 de 10 de novembro de 1998 (MAPA), determina entre outros o
“Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico-Sanitária de Carne de Aves”
(Anexo I).
1.2.5 Teor nutricional da carne de frango
Classificada como um alimento saudável, a carne de frango é utilizada na
alimentação, por apresentar rico teor de proteínas de boa qualidade e é recomendado, seu
consumo, a pessoas de todas as faixas etárias. Pode ainda ser consumida, sem pele, por
aqueles que tenham riscos cardiovasculares, pois contem uma baixa taxa de colesterol. Na
25
realidade, a carne de frango rica em aminoácidos indispensáveis, constitui uma fonte
importante de proteínas, as quais têm, por conseguinte, um bom valor biológico que é
comparável ao das outras carnes (Venturini, Sarcinell, Silva, 2007).
A carne de frango caracteriza-se pelas proteínas que a compõem, não somente do
ponto de vista quantitativo, como também qualitativo. Apresenta uma abastança em relação
os aminoácidos essenciais, além de água, gordura, vitaminas, glicídios e sais minerais, que
se caracterizam como elementos nutritivos complementares. Esses são fundamentais para a
formação de músculos, enzimas, células como anticorpos e leucócitos, hormônios, e
auxiliam no processo de cicatrização de alguns tecidos, estando envolvidas com todo o
funcionamento do organismo humano (Azevedo, 2004).
A carne de frango constitui uma fonte não negligenciável em ferro visto que se trata
de ferro hemínico que é a forma do ferro melhor assimilada pelo organismo e são
consideradas fonte importante de vitaminas do grupo B, principalmente, B2 e B12. Estas
vitaminas são indispensáveis, visto que ajudam na síntese de energia a partir dos nutrientes
ingeridos. Na Tabela 3 são mostradas as informações nutricionais da carne de frango
(Venturini, Sarcinell, Silva, 2007).
Tabela 3: Informações nutricionais em 100g de frango sem pele.
Nutrientes Quantidade em 100g
Proteínas 25 g
Calorias 129 kcal
Gordura 3,75 g
Gordura Saturada 1,07 g
Ferro 1,61 g
Fonte: Venturini, Sarcinell, Silva, 2007.
Em uma comparação realizada em relação aos valores nutricionais de diferentes tipos
de carne (Tabela 4), a partir de dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), observa-se que a carne de frango em 100g, é uma das que possui maior
teor calórico e valores próximos de proteínas (18,1) e gorduras (18,7). No ranking
26
nutricional, a carne de frango (2,46 kcal/g) está em segundo lugar como a carne de maior
valor calórico, perdendo apenas para a carne suína que possui 2,76 kcal/g.
Tabela 4: Comparação entre os valores nutricionais de diferentes tipos de carne (por 100g)
Tabela Nutricional
Espécie Calorias (kcal) Proteínas (g) Gorduras (g)
Avestruz 126 25,5 2,7
Boi 225 19,4 15,8
Búfalo 131 26,8 1,8
Codorna 184 18,0 12,5
Coelho 162 21,0 8,0
Cordeiro 206 17,1 14,8
Frango 246 18,1 18,7
Jacaré 108 22,8 1,2
Perdiz 118 21,2 3,1
Suíno 276 16,7 22,7
Fonte: http://calangobikers.wordpress.com (2008)
1.3 PADRÕES DE QUALIDADE
A qualidade da carne de frango é cada vez mais exigida, devido a uma série de
mudanças no hábito de consumo, como cortes e produtos desossados de carne que estão
sendo mais procurados para o processamento, crescimento do consumo de produtos de
preparo rápido (Vieira, 2007).
A qualidade da carne de frango congelada depende da temperatura do tecido
muscular e da velocidade de resfriamento após o abate, sendo que as velocidades das
reações bioquímicas são reduzidas em baixas temperaturas. Essa qualidade é identificada
através de parâmetros físico-químicos, tais como: aparência, textura, suculência, pH, sabor
entre outros (Venturini, Sarcinell, Silva, 2007).
Dentre os aspectos que mais chamam a atenção do consumidor final em relação à
qualidade da carne de frango são a textura e a cor. Importante ressaltar que, ao se garantir a
alta qualidade da carne de frango produzida, diminui-se o índice de perdas econômicas
27
durante todo o processo da agroindústria da carne de frango e garante-se a satisfação dos
consumidores (Vieira, 2007).
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) determina
que a carne de aves para o consumo deve obedecer aos critérios relativos daquelas aves
domésticas de criação, como a de frango. A carne de frango fornece nutrientes de acordo
com a raça, idade e condições higiênicas do animal. A coloração da carne varia de espécie e
está relacionada com a atividade física do animal, sabendo que o componente que confere
cor à carne é a mioglobina, a qual determinará a cor mais escura a partir do tamanho e
atividade muscular do animal. A coloração da carne pode ser influenciada pela idade, sexo,
alimentação e habitat do frango (Venturini, Sarcinell, Silva, 2007).
Quando a carne de frango ainda está fresca serve como extraordinária substância para
o desenvolvimento de microrganismos e vermes. Por isso, o local de abate e processamento
da carne deve seguir as normas higiênicas. A sanitização da carcaça é considerada como
operação de rotina, no processo de abate de frangos para consumo humano, visando
eliminar, ou no mínimo reduzir, incidência desses contaminantes. Alguns microrganismos
que aderem à carcaça, durante o abate, podem ser removidos após lavagem com água
potável ou sanitização com o acido acético e lático, pois estes apresentam baixa toxidade
para os humanos e alta para os microrganismos. Esses ácidos podem manter em melhores
condições a carne de frango nas prateleiras (Venturini, Sarcinell, Silva, 2007).
A durabilidade e a qualidade da carne de frango sofrem influências de vários fatores
internos e externos. Um desses fatores é o método de conservação da carne de frango por
refrigeração utilizado, seja conservação em gelo, em CO2, resfriamento e congelamento.
Com inúmeras vantagens sobre os outros modos de conservação de alimentos, o
congelamento quando é feito de maneira adequada, geralmente possibilita a manutenção da
cor, sabor e das qualidades nutricionais, bem como, quando o processo de armazenagem
segue todos os critérios necessários para que o produto mantenha sua qualidade (Vieira,
2007).
1.3.1 Processo de conservação: Cadeira de frio da carne de frango
A grande maioria dos alimentos de origem animal pode se deteriorar com facilidade.
Por isso, no transcurso dos séculos se pesquisou a preservação de alimentos através de
28
vários métodos. Alguns desses métodos permaneceram até os dias atuais como, por
exemplo, a secagem, a defumação, o emprego do sal, do vinagre, os quais eram empregados
no passado.
No início do século XIX surgiram as técnicas modernas de conservação de alimentos
(Bastos, 2008). Para se conservar os alimentos adequadamente deve-se impedir toda
alteração devida aos microorganismos. O desenvolvimento dos microorganismos é possível
somente em ambiente nutritivo, com taxa de umidade, oxigênio, temperatura e outras
condições favoráveis, segundo a espécie microbiana. Os processos de conservação são
fundamentados na eliminação total ou parcial dos agentes que alteram os produtos ou na
modificação ou supressão de um ou mais fatores essenciais, de modo que o meio não se
torne favorável a qualquer manifestação destes microorganismos. (Batos, 2008).
O mercado de alimentos congelados no Brasil apresenta um grande potencial, que
está em alto desenvolvimento, no entanto perde no ranking para os Estados Unidos e países
europeus (Sarantopoulos, Oliveira, Canavesi, 2001). É no processo de cadeia fria, que os
alimentos são expostos a baixas temperaturas, geralmente através de um túnel de
congelamento, fazendo com que os mesmos atinjam na maior brevidade possível a
temperatura adequada ao armazenamento congelado, com temperatura final igual ou inferior
a – 18Cº, com o conseqüente processo de cristalização (Vieira, 2007).
O processo de conservação por meio do congelamento pode alterar fisicamente a
carne de frango promovendo alterações nos vários componentes (Souza, 2007). No entanto,
o congelamento prolonga o tempo de conservação da carne de frango, diminuindo ou
paralisando a deterioração causada por microorganismos, enzimas ou agentes químicos.
Associado a isso, o congelamento é um dos melhores métodos para se manter alguns
atributos da carne, como a cor, o aroma e a aparência dos alimentos, que corroboram para a
identificação da boa qualidade do produto alimentício a ser comercializado (Vieira, 2007).
A cadeia do frio relaciona-se com a qualidade do produto final sob dois diferentes
aspectos, porém complementares. O primeiro é a contaminação microbiológica dos
alimentos e o risco associado à saúde humana. O segundo, com as características
organolépticas e sensoriais do produto final (Borré, Agito, 2005).
Devido ao crescimento das exportações de alimentos congelados, dentre eles a carne
de frango, o aumento da capacidade frigorificada no Brasil ocorreu entre 1972 e 1995. A
29
partir de dados da Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada
(ABIAF), há um crescimento médio de 10% ao ano no setor, mas suportam várias
flutuações, com importantes momentos de estagnação, atribuídos, sobretudo, às dificuldades
financeiras resultantes de crises econômicas, deficiências de gestão e falta de remuneração
adequada dos serviços prestados (Amaral, et al, 2006).
Durante o processo de congelamento, a água da solução é transformada para os
cristais de gelo, o que resulta na concentração de quase todos os constituintes não aquosos
em uma quantidade muito pequena de água não congelada (Borré, Agito, 2005).
O termo "Cadeia do Frio" incide basicamente em resfriar o produto a partir da sua
produção e mantê-lo frio ao longo de todo processo até o consumo final. Para transportar
produtos conservados por cadeia de frio, é preciso estabelecer um desequilíbrio térmico
entre o interior do contêiner e o meio ambiente. O mercado de armazéns refrigerados até
2005 era constituído por um grupo de aproximadamente 110 organizações, a maior parte
delas centralizadas nos estados do Sudeste ou nas grandes capitais do Brasil (Borré, Agito,
2005). Já em dados atuais oferecidos pela ABIAF, há um total de 153 empresas neste setor
que permitem ao cliente possibilidade de se ajustar às variações do mercado, sem riscos,
permitindo que o mesmo utilize espaços frigorificados para seus produtos, compatíveis com
a realidade de determinado momento (Penteado Júnior, 2008).
1.3.2 Congelamento
O emprego do congelamento para a preservação de alimentos foi notada pelos
homens primitivos desde o período da pré-história. Estes findaram em reconhecer que em
temperaturas climáticas baixas os alimentos perecíveis podiam manter suas qualidades
praticamente inalteradas por longos períodos, (Colla, Prentice-Hernandez, 2003). Sabe-se
atualmente, que modificações estruturais nos diferentes componentes dos alimentos
congelados, ocasionam mudanças sensoriais que diminuem a qualidade do produto final
após esse processo (Colla, Prentice-Hernandez, 2003).
Os processos de conservação da carne de frango através do congelamento podem
alterá-la fisicamente e modificar seus componentes, mesmo espaçando seu tempo de
conservação e prolongando sua vida útil e de seus derivados. Na medida em que a
temperatura é reduzida as reações físicas, químicas e bioquímicas que alteram estes
30
produtos, passam a ocorrer em baixa velocidade, apesar de não serem completamente
paralisadas mesmo quando o alimento é armazenado a – 30º C (Vieira, 2007).
No processo de congelamento de alimentos há três etapas que merecem a atenção do
profissional em alimentos que são o congelamento propriamente dito, a estocagem e o
descongelamento. Estudos em relação aos métodos de congelamento têm sido realizados
com a finalidade de minimizar as alterações químicas e físicas que são provocadas aos
alimentos submetidos ao processo de congelamento, e principalmente, no que se refere às
carnes. Como principal fator desses estudos tem-se a velocidade de congelamento influência
nas características do produto final (Funk, Francisco, 2006), o que indiretamente requer
conformidade da infraestrutura para o adequado acondicionamento.
A esta temperatura parte dos microorganismos deterioradores deixa de se multiplicar,
sendo que a maioria das bactérias e fungos não continuam a se desenvolver em -8Cº, e uma
parte deles é destruída.
São os congeladores que induzem o produto à temperatura esperada para o
congelamento ideal da carne de frango, e esses podem ser classificados em cinco grupos:
circulação forçada de ar, placas, criogênico, imersão e refrigerante líquido. Destes, os dois
primeiros são os mais amplamente utilizados, seguidos pelo criogênico. O congelamento é
realizado através de processo rápido, o que evita a formação de grandes cristais de gelo na
carne de frango. O túnel de congelamento deve apresentar temperatura de -35° a -40°C, com
tempo de retenção da maioria dos produtos de quatro horas, para que o produto atinja a
temperatura de -18°C e seja bem conservado (Gonçalves, 2008).
Nos túneis de congelamento a temperatura constante é de -36ºC, e o processo de
congelamento deve variar de acordo com produto que está sendo congelado. Em relação à
carne do frango, sabe-se que a peça inteira leva cerca de 10h para atingir a temperatura de -
25ºC a -35ºC e sair do túnel de congelamento dentro do padrão para comercialização, pronta
para receber sua embalagem final e seguir no processo. Já o túnel de congelamento de cortes
e miúdos leva cerca de 15h para o congelamento dos produtos, e estes seguirem no processo
(Gonçalves, 2008).
Nas indústrias os problemas nas variações de temperaturas das câmaras são
observados cuidadosamente, pois podem repercutir na depreciação da qualidade dos
produtos submetidos ao processo de congelamento. Em contrapartida, o descongelamento de
31
alimentos torna-se importante pelo fato das diferenças existentes entre a forma como se
processa o congelamento, a qual não é a mesma que ocorre no descongelamento. No
decorrer do congelamento, a flora de microrganismos presente diminui espantosamente,
podendo aumentar se a operação de descongelamento não foi realizada corretamente (Colla,
Prentice-Hernandez, 2003).
As carnes congeladas são aquelas conservadas em temperaturas abaixo de seu ponto
de congelamento (-1,5 °C), o qual é a forma de conservação, a longo prazo, que menos
deprecia o valor nutritivo e a qualidade sensorial da carne “in natura”. A carne de frango
congela-se dentro de uma grande variação de temperatura dependendo da concentração de
sais e água em suspensão coloidal na célula. A carne magra, contendo em torno de 75% de
água inicia seu congelamento a temperaturas inferiores a -1,5 °C. A -5 °C, aproximadamente
75% da água cristaliza-se, a -10 °C, cerca de 82%, a -20 °C, em torno de 85%, e a -30 °C,
aproximadamente 87%. Cerca de 12% da água total encontra-se de tal forma ligada às
proteínas que não se congelam, ainda que a temperaturas muito baixas (Bastos, 2008).
O congelamento não destrói completamente a microflora do produto, mas o número
de células viáveis é reduzido durante o processo e armazenagem. As células que continuam
viáveis após o congelamento vão, gradualmente, tornando-se inviáveis durante o
armazenamento. O declínio no número de microrganismos viáveis é relativamente rápido a
temperaturas abaixo do ponto de congelamento, mas é menor em temperaturas inferiores,
sendo bastante lento a temperaturas menores que -20 °C (Sarantopoulos, Oliveira, Canavesi,
2001).
O congelamento em corrente de ar (em túneis) é o método mais utilizado na indústria
de carnes. A velocidade de congelamento, que pode ser rápida ou lenta, afeta as
propriedades físicas e químicas da carne. Durante o congelamento lento, a temperatura do
produto permanece próximo ao ponto de congelamento inicial durante bastante tempo. A
velocidade de congelamento está em torno de 0,05ºC minuto -1.
Já no congelamento rápido, a temperatura do produto cárneo a ser congelado cai
rapidamente abaixo do ponto de congelamento inicial, causando menos efeitos prejudiciais
do que o congelamento lento. A velocidade de congelamento está em torno de 0,5 ºC por
minuto -1 (Roça, 2000).
32
1.3.2.1 Influência do congelamento sobre a carne de frango
A utilização de gelo, durante o processo de congelamento tem aspectos benéficos e
prejudiciais à carne de frango. Dentre os benefícios incluem o fortalecimento das estruturas
e a remoção da água livre. Em contrapartida os efeitos prejudiciais incluem as conseqüências
da formação de cristais de gelo, como rompimento das estruturas celulares por perfurações,
a desidratação parcial do tecido em contato com o cristal do gelo e a concentração dos
reagentes (Vieira, 2007).
Geralmente, a carne congelada possui como parâmetro de qualidade, o grau de
desnaturação protéica que ocorre durante o armazenamento. A desnaturação de proteínas
ocorre devido às condições do congelamento e descongelamento e oscilações na temperatura
de armazenamento. Com a desnaturação, as proteínas perdem a capacidade de reter água, o
que irá alterar a textura da carne após o descongelamento e suas propriedades funcionais,
além de desidratação da superfície, oxidação de gordura e alterações na cor (Sarantopoulos,
Oliveira, Canavesi, 2001).
Outra desvantagem para a qualidade da carne de frango no processo de
congelamento é a desidratação superficial ou queima pelo frio, que ocorre quando a carne
perde a umidade para o ambiente de estocagem através da embalagem. Em resumo, os
principais fatores pela queima são as oscilações de temperatura durante a estocagem e as
diferentes etapas de distribuição que podem resultar no desenvolvimento de cristais de gelo
na superfície dos produtos embalados em materiais impermeáveis ao vapor d’água quando
há um descongelamento parcial ou total da carne de frango durante as flutuações de
temperatura (Vieira, 2007).
No que se refere à influência do processo de congelamento sobre microrganismos,
sabe-se que a temperatura limite para o desenvolvimento de microrganismos em alimentos é
de -5ºC a -8ºC, e de até -11 abaixo para as leveduras. Quando a temperatura utilizada para a
estocagem de alimentos é em torno de -18ºC tem-se a garantia de que não haverá o
crescimento de microrganismos, no entanto, são encontrados nas mesmas condições o
Pseudomonas sp e leveduras do tipo basidiomicetos, mas sem apresentar crescimento
(Vieira, 2007; Araújo, 2004).
33
1.3.3 Sistemas de congelamento com convecção forçada
Os congeladores industriais são classificados em: convecção forçada de ar, a placas,
criogênico, por imersão e por refrigerante líquido. Destes, o mais empregado atualmente na
área de frigoríficos é o sistema com convecção forçada. Este pode ainda ser descontínuo,
semi-contínuo ou contínuo de acordo com a necessidade de cada processo. O sistema com
convecção de ar forçada está baseado no princípio de transferência de calor por convecção,
utilizando ar com alta velocidade e baixas temperaturas (-25 a -45ºC) e são construídos nas
mais diferentes configurações (Neves, 1991).
Um destes sistemas, conhecido por sistema descontínuo estático, consiste em uma
câmara com evaporadores onde o produto é disposto sobre estantes, bandejas de carrinhos
ou paletes. A distribuição do ar pode ser feita através de ventiladores instalados ao longo do
comprimento do túnel de forma que o gradiente de temperatura do ar será menor e com
valores relativamente constantes. A Figura 2 mostra um sistema descontínuo e alguns de
seus elementos (Roça, 2006).
Fonte: Roça (2006).
Figura 2: Sistema de Congelamento Descontínuo Estático. 1: Isolamento. 2: conjunto motor
ventilador, 3: evaporador, 4: produto, 5: direção do fluxo de ar, 6: divisória.
No sistema semi-contínuo o produto é transportado ao longo do túnel através de
sistemas mecânicos de forma a permanecer o tempo exigido para congelamento. Podem
34
utilizar carrinhos, onde à medida que se abastece o túnel, do outro lado, obrigatoriamente
terá de sair em outro carrinho (Roça, 2006).
Outra versão deste sistema é o contínuo automático, que promove o deslocamento do
produto sob uma estrutura semelhante a uma bandeja. Como pode ser visualizado na Figura
3, há vários níveis de bandejas sendo que as mesmas se deslocam de forma horizontal. O
sistema de abastecimento deste modelo de túnel inicia-se com o carregamento de uma
bandeja, a mesma desloca-se como um elevador até o nível (andar) programado pelo
operador. Ao mesmo tempo em que esta bandeja desloca-se horizontalmente para entrar no
nível programado, do outro lado do túnel, porém, no mesmo nível, saíra uma bandeja que
fora abastecida algumas horas antes. Assim, sucessivamente a cada nova bandeja que
abastece certo nível, do outro lado, uma bandeja com produto congelado será descarregada
do túnel. A velocidade de deslocamento pode ser alterada de acordo com a necessidade de
congelamento. O fluxo de ar deste modelo percorre sentido contrário ao sentido de
deslocamento das bandejas (Roça, 2006).
Fonte: Roça (2006).
Figura 3: Sistema Contínuo Automático
Outro conceito de sistema contínuo, também conhecido como congelamento
individual rápido ou individual quick freezing, requer espaço menor que os sistemas
horizontais, conforme apresentado na figura 4. Este congelador é utilizado principalmente
para congelar produtos ainda desprovidos de embalagens o que proporciona congelá-los em
questão de minutos (Wolfe, 2006).
35
Fonte: Wolf (2006).
Figura 4: Sistema Contínuo Espiral ou giro freezer: 1: esteira, 2: fluxo de ar, 3: entrada do
produto, 4: saída do produto.
O congelamento pelo sistema I.Q.F. (Individual Quick Freezing - Congelamento
Individual Rápido) reduz as perdas por desidratação dos produtos tais como: hambúrgueres,
camarões, pescados em geral, cortes de frango/suínos, frutas, etc. O tempo de retenção de
cada produto deve ser controlado através de um variador de frequência instalado no painel
elétrico, variando a velocidade da esteira que pode ser de aço inoxidável ou plástica
modular. Os produtos a serem congelados/resfriados, são dispostos sobre a esteira
manualmente ou diretamente através de máquina. Os produtos são transportados no interior
do túnel com o tempo requerido pelo produto.O tempo de retenção dos produtos varia
conforme o tipo e o tamanho do produto, controlado por um variador de freqüência instalado
dentro do quadro elétrico com gabinete em chapa de aço inoxidável. O produto ao sair do
túnel está pronto para ser embalado e armazenado em câmara de estocagem de congelados
ou resfriados (Neves, 1991).
A literatura nos traz referencia à produtos congelados individualmente tais como:
frutas, carnes, legumes, queijo, etc. Um estudo analisou a viabilidade econômica da
exploração de uma linha de congelamento rápido (IQF) na área do condado. Esta linha de
36
processamento vegetal tem por objetivo agregar valor aos seus produtos e auxiliá-los na
captação de uma maior porcentagem de propagação de preços agrícolas (Wolfe, 2006).
1.3.4 Curvas de congelamento
Segundo Karel (1975), as curvas típicas do processo de congelamento se encontram
na Fìgura 5. A curva com um longo patamar representa o comportamento de um
congelamento lento, com baixas taxas de congelamento, enquanto as outras curvas
descrevem o comportamento e um congelamento rápido a altas taxas de congelamento. No
congelamento lento, o processo é normalmente dividido em três etapas. O trecho A – S
representa um resfriamento inicial, onde há a remoção de calor sensível. O ponto S é
conhecido como ponto de super resfriamento e nem sempre é aparente. Na etapa seguinte,
segmento B – C, ocorre a transição de fase líquido – sólido, onde aproximadamente dois
terços da água do alimento é cristalizada. Finalmente, no trecho C – D, o alimento possui
menor quantidade de água para congelar e a remoção de uma dada quantidade de energia
afeta mais a redução de temperatura neste trecho comparada com o trecho anterior.
Fonte: Karel (1975).
Figura 5: Curvas típicas de congelamento de alimentos a diferentes taxas de congelamento.
Na literatura encontram-se trabalhos (Salvadori, Mascheroni, 1996) que utilizaram as
curvas de congelamento de morangos embalados em diferentes caixas para determinar o
tempo de congelamento. O tempo de congelamento foi também calculado com a equação de
Plank, que superestimou os valores obtidos experimentalmente.
37
Ribeiro et. at., (2006) utilizaram curvas de congelamento para determinar a
temperatura inicial de congelamento em queijo muzzarella através do perfil de tempertatura.
Os autores verificaram a influência da concentração de NaCl na temperatura inicial de
congelamento e concluíram que o método utilizado foi eficiente, preciso e de baixo custo.
1.3.5 Parâmetros do Processo de Congelamento de Alimentos
1.3.5.1 Tempo de Congelamento
A determinação do tempo de residência de um produto em um sistema de
congelamento é tão relevante quanto a predição do tempo exato de congelamento em
temperaturas de estocagens para alimentos congelados.
O tempo de congelamento é o fator mais crítico associado com a seleção do sistema
de congelamento para garantir a qualidade do produto. Para realizar o processo de
congelamento se deseja tempos de congelamento curtos, a média de temperatura ambiente
deve ser necessariamente menor que a temperatura final desejada no produto e altos valores
de coeficiente de convecção de transferência de calor são criados para remover o calor
sensível e latente resulta numa redução de temperatura do produto assim como a uma
conversão da água em estado líquido para sólido. Na maioria dos casos, aproximadamente
20% da água permanece em estado líquido mesmo em estocagens de produtos congelados
(Singh, Heldman, 1993).
De acordo com a equação de Plank, o tamanho dos produtos influenciará diretamente
no tempo de congelamento. Entretanto, o parâmetro que mais influencia no tempo de
congelamento é o coeficiente de transferência de calor convectivo hc. Esse parâmetro pode
ser usado para influenciar o tempo de congelamento através do projeto do equipamento e
deve ser analisado cuidadosamente. Em baixas magnitudes do coeficiente de transferência
de calor convectivo, pequenas mudanças neste coeficiente irão influenciar o tempo de
congelamento de maneira significativa.
Para o congelamento de alimentos dentro de caixas, valores obtidos pela literatura
têm mostrado que os coeficientes de transferência de calor superficiais variam notavelmente,
quando a medida é feita em diferentes localizações ao longo das camadas de produto no
interior da caixa. Assim, os valores dos coeficientes são diferentes entre o topo e o fundo da
38
caixa e, portanto, estudos que ignoram estas variações devem ser tratados com bastante
cuidado (Resende et. al, 2001).
A temperatura inicial e final do produto irá influenciar pouco no tempo de
congelamento, mas isso não é avaliado na equação original de Plank. Por outro lado, a
influência de algumas propriedades do produto como TF (Ponto inicial de congelamento), ρ
(densidade do produto), Ř (condutividade térmica) é considerada na referida equação. Uma
análise detalhada de todos os fatores que influenciam o tempo de congelamento foi
apresentada por Singh e Heldamn (1993).
Processos os quais envolveram uma mudança de fase entre líquido e sólido
(congelamento e descongelamento) são de importância na produção e preservação dos
sistemas aquosos dos alimentos. Uma questão típica é a determinação do tempo de
congelamento e descongelamento. Também é projeto do curso de otimizado da temperatura
para os processos de congelamento e descongelamento com suas respectivas diferenças de
temperatura (entre o ambiente e superfície) e tempo de processo são importantes (Franke,
1999).
1.3.5.2 Temperatura Inicial de Congelamento
Um parâmetro crítico para predizer as propriedades termofísicas é o ponto inicial de
congelamento Tf. O modelo de predição de Sman e Boer (2004) foi baseado na relação de
Clausius-Clapeyron e na lei de Raoult, para o qual o estado do ponto inicial de
congelamento é relacionado à fração molar da água livre ou atividade de água. De acordo
com esses modelos, a água que não congela deveria ser distinguida em duas partes: água
livre e água fortemente ligada. A água fortemente ligada é a água responsável pela
hidratação dos biopolímeros solúveis como proteínas e carboidratos. Alguns autores
comparam a água fortemente ligada à água não congelada, definida como fração de água não
congelada a -40ºC. E mesmo em menores temperaturas a água não congelada não poderá
formar gelo (Funck, 2006).
Na literatura, informava-se que a fração em massa de água fortemente ligada em
produtos cárneos chegava a 5%. No entanto, em estudos mais recentes, encontram-se relatos
de que esse valor chega a 20%. Porém, esse estado de que a equivalência entre água
fortemente ligada e água que não congela é errôneo. Água que não congela pode também ser
39
formada se o alimento resistir à transição vítrea, onde a água que não congela forma um
“vidro” e não pode congelar (Funck, 2006).
Os produtos cárneos possuem alta temperatura vítrea, a qual fica entre -14 até -20ºC.
Conseqüentemente, a quantidade de água não congelada medida com Ressonância
Magnética Nuclear (NMR) e Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) pode realmente
ser maior que a quantidade de água fortemente ligada. Sman e Bôer (2004) comentam em
seu estudo que embora a literatura não seja conclusiva sobre a quantia existente de água
fortemente ligada nos produtos cárneos, é sabido que a mesma é um pré-requisito para a
predição da temperatura inicial de congelamento ou da atividade de água dos produtos
cárneos. Eles também comentam sobre alguns modelos de predição da temperatura de
congelamento relacionados à contribuição não-ideal do teor de NaCl na atividade de água.
Eles assumem também que os biopolímeros afetam a atividade de água somente via água
fortemente ligada e que embora exista efeito de interação entre os sais e biopolímeros na
quantidade de água fortemente ligada, ela é irrelevante (Sman e Boer, 2004).
A maioria dos alimentos possui grande quantidade de água. Quando esses alimentos
são resfriados abaixo de 0ºC, a temperatura pode sofrer um pequeno aumento no momento
que a água esta sendo convertida em gelo em função da inércia térmica do processo. A não
ser , água pura, toda a água no alimento não se transforma em gelo na mesma temperatura
devido à presença de diferentes solutos. A temperatura inicial de congelamento do alimento
é a maior temperatura na qual o gelo poderá existir nesse equilíbrio térmico. Esse é uma das
mais importantes propriedades termodinâmicas requeridas para a predição das propriedades
térmicas e físicas de alimentos congelados. Valores da temperatura inicial de congelamento
podem ser usados para calcular propriedades como peso molecular efetivo, atividade de
água, água congelada, livre ou fortemente ligada e entalpia abaixo do congelamento. No
entanto, conhecer a temperatura inicial de congelamento é muito importante para analisar o
congelamento e descongelamento dos alimentos. A temperatura de congelamento é afetada
principalmente pela concentração de solutos de baixo peso molecular (Ribeiro, Abreu,
2006).
A curva de congelamento é um dos métodos mais seguros e mais utilizados para
medir a temperatura inicial de congelamento dos alimentos (Rahmn et at, 2002). A ampla
aplicação desse método é devido a sua precisão e simplicidade. A temperatura de
40
congelamento é derivada do platô de temperatura relativamente longo, o qual segue por um
super-resfriamento em um gráfico de temperatura por tempo. O abrupto aumento de
temperatura devido à liberação do calor de fusão depois do início do super-resfriamento
representa o início da cristalização do gelo.
1.4 CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO
A estatística é, sem dúvidas, uma ferramenta de trabalho poderosíssima para quem
trabalha em controle da qualidade e processo. A aplicação de técnicas estatísticas tem por
principal objetivo oferecer aos responsáveis pela tomada de decisões, referências relativas ao
grau de confiabilidade dos resultados gerados pelos controles e aos riscos envolvidos nas
decisões tomadas. A sistematização dos dados de controle que normalmente é feita sob a
forma de “gráficos de controle” tem por objetivo facilitar a “visualização” dos resultados.
A definição de controle estatístico de processo pode ser realizada através da junção
dos significados de cada uma das palavras.
Controle – manter algo dentro dos limites (padrões) ou fazer algo se comportar de
forma adequada.
Estatística – obter conclusões com base em dados e números que trazem
informações.
Controle Estatístico – fazer com que os resultados se mantenham conforme o
previsto pelos padrões com a ajuda de dados numéricos.
Processo – é a combinação necessária entre o homem, os materiais, as máquinas, os
equipamentos e o meio ambiente para fabricar um produto qualquer. Mais especificamente,
um processo é qualquer conjunto de condições ou conjunto de causas (sistema de causas)
que trabalham simultaneamente para produzir um determinado resultado (Vieira, 1999).
Portanto, Controle Estatístico de Processo (CEP) é um método preventivo de se
comparar, continuamente, os resultados de um processo com os padrões, identificando a
partir de dados estatísticos as tendências para variações significativas, a fim de
eliminar/controlar essas variações. O objetivo principal no CEP é reduzir cada vez mais a
variabilidade de um processo (Montgomery, 1997).
41
Em termos gerais, o controle estatístico de processo é utilizado na detecção de
alterações inusitadas de uma ou mais características de um processo ou produto. Em outras
palavras, é uma ferramenta estatística que desperta para a presença de causas especiais
grandes na linha de produção. O paradigma tradicional é o processo industrial analisado
através do tempo (séries temporais), mas hoje em dia a ferramenta já se espalhou para
processos administrativos e de serviços, e para dados classificados como seções cruzadas
(por exemplo, os setores na empresa no mesmo ponto no tempo) (Montgomery, 1997).
O processo de implementação de controle estatístico de processo na empresa não é
uma tarefa fácil, e existe somente uma única maneira para fazê-lo: passo a passo.
Procedimentos têm que ser desenvolvidos no nível de “caso a caso” para encaixar novos
procedimentos nos procedimentos já existentes, e isso em geral exige um gasto grande em
esforço e dinheiro, mas em quase todos os casos o retorno é considerável (Vieira, 1999).
A aplicação de controle estatístico de processo leva a empresa de “fazer certo a
primeira vez”, os benefícios disso são grandes. Nesta linha de raciocínio, é importante que a
colocação de gráficos de controle deva ser enfatizada no inicio do processo e não no final.
No final do processo o valor adicionado pelo processo de fabricação já é grande e qualquer
rejeição nessa altura do jogo tem implicações desastrosas em termos de custos. No inicio do
processo, a elaboração do produto quase não começou e, portanto a rejeição e retrabalho têm
custos triviais (Vieira, 1999).
1.4.1 Planejamento de Experimentos na Industria
Dentro da indústria, muitas vezes é necessário obter informações sobre produtos e
processos empiricamente. Neste momento o trabalho das pessoas envolvidas com o
problema assemelha-se ao de pesquisadores ou cientistas que precisam projetar
experimentos, coletar dados e analisá-los. Experimentos são empregados para resolver
problemas de fabricação, decidir entre diferentes processos de manufatura, diferentes
conceitos de produto, entender a influência de determinados fatores, etc... Além disso esta
tarefa torna-se cada vez mais importante na medida que se intensifica a base tecnológica dos
produtos e as exigências governamentais e de clientes aumentando a necessidade de
emprego de experimentos durante todas as etapas do ciclo de vida do produto.
42
O Planejamento de Experimentos (em inglês Design of Experiments, DOE) é uma
técnica utilizada para se planejar experimentos, ou seja, para definir quais dados, em que
quantidade e em que condições devem ser coletados durante um determinado experimento,
buscando, basicamente, satisfazer dois grandes objetivos: a maior precisão estatística
possível na resposta e o menor custo. É, portanto, uma técnica de extrema importância para
a indústria pois seu emprego permite resultados mais confiáveis economizando dinheiro e
tempo, parâmetros fundamentais em tempos de concorrência acirrada. A sua aplicação no
desenvolvimento de novos produtos é muito importante, onde uma maior qualidade dos
resultados dos testes pode levar a um projeto com desempenho superior seja em termos de
suas características funcionais como também sua robustez.
No entanto, deve-se ficar claro que esta ferramenta não substitui o conhecimento
técnico do especialista da empresa sobre o assunto e nem mesmo trata-se de uma “receita de
bolo” de como realizar um planejamento. O domínio do problema é de fundamental
importância. O conhecimento do especialista sobre o problema conjugado com a técnica
(em casos especiais somando-se ainda o auxílio de especialistas em planejamentos de
experimentos) é que irá permitir bons planejamentos de experimentos, ou seja,
planejamentos mais rápidos (menos pontos), de menor custo e que possibilitem aos seus
idealizadores responderem, baseado em inferência estatística, a resposta a seus problemas.
Apesar de novas, as principais técnicas de planejamento de experimentos já existiam e
potencialmente poderiam estar sendo sistematicamente aplicadas na indústria desde muitos
anos. Porém, a grande maioria destas técnicas requer uma quantidade exaustiva de cálculos
tornando fundamental o emprego dos recursos de informática. Um fator que tem
impulsionado a aplicação industrial do planejamento de experimentos são as ferramentas
computacionais de análise estatística e soluções corporativas que cada vez mais facilitam a
realização das análises e manutenção e gerenciamento de dados. Neste sentido a tendência é
que tais técnicas tornem-se cada vez mais próximas de aplicações práticas e, portanto, cada
vez mais utilizadas.
Na literatura encontram-se trabalhos (Silva, Sant’Anna, 2007) que utilizaram
planejamento de experimentos (DoE) na indústria farmacêutica, não apenas para a
otimização de resultados e a redução da variabilidade dos processos, mas, também, para
aumentar o conhecimento sobre processos críticos. É relatada uma aplicação em que ganhos
43
em confiabilidade e robustez estatística foram atingidos através de um planejamento fatorial
desenvolvido. Também foi utilizado o planejamento de experimento por Valduga et. at.,
(2008) para a avaliação de efeitos dos parâmetros de processo de extração do óleo de soja
em uma industria de extração de óleos vegetais. Os autores mostraram que a eficiência da
extração do óleo de soja foi otimizada, sem prejuízo da qualidade do óleo de soja.
A constituição de novas metodologias utilizando controle estatístico de processo para
a produção de frangos de corte IQF é resultado da pressão por aumento da eficiência
produtiva e por conquista de novos mercados a que às indústrias estão submetidas. O novo
modelo pode ser mais vantajoso do ponto de vista técnico e econômico da produção, pela
própria utilização de tecnologias mais avançadas vis-à-vis à redução dos custos de produção
e, em paralelo há uma elevação da produtividade.
44
2.0 – MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo será apresentada a descrição do processo de produção, bem como a
metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo, sendo que a mesma
contempla as faixas de operação do giro freezer e os produtos utilizados na realização dos
testes.
2.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO
O processo de abate de aves segue um fluxo praticamente idêntico em todos os
frigoríficos (Figura 6), sendo respeitada a seqüência e os devidos cuidados em cada fase do
abate. O fluxograma abaixo demonstra o processo de abate de aves:
Figura 6: Fluxograma processo de produção frigorífico de aves
O processo de produção de um frigorifico de abate do frango se inicia no setor da
pendura, neste setor é feita a pendura ainda viva da ave, a qual é levada através de um
transportador aéreo, chamado de nórea para um tanque contendo água e corrente elétrica, onde
45
nesse ponto a ave vai ser insensibilizada, após a insensibilização ocorre a sangria da ave,
através de um disco automático ou corte manual. Depois de sangrado o frango é imerso em um
tanque de escaldagem, o qual tem por objetivo facilitar a retirada das penas da ave, passando
pelas depenadeiras onde é feita a retirada por completo das penas. Após o frango estar livre
das penas, é feita a evisceração da ave, onde nessa parte do processo é feita a separação da
carcaça e das vísceras sendo que a carcaça vai então para o setor de pré-resfriamento, onde a
mesma passa da temperatura ambiente em torno de 38ºC para uma temperatura média em
torno de 7ºC. A carcaça resfriada pode então ser embalada inteira ou pode ser realizado o
porcionamento da carcaça, sendo que os cortes obtidos podem ser embalados e posteriormente
congelados ou pode ser realizado o processo de congelamento das partes antes do produto ser
embalado, o qual dá-se o nome de produto congelado individualmente (IQF - Individuality
Quick Frozen).
Agregado ao setor de cortes ocorre à produção de produtos congelados
individualmente (IQF - Individuality Quick Frozen), o produto é colocado em uma esteira
individualmente que conduzirá o produto para o giro freezer (túnel de congelamento em
espiral) onde irá congelar o produto em tempo reduzido a uma temperatura de controlada, após
congelado o produto sai por uma esteira e então é embalado.
IQF - Individuality Quick Frozen) é uma forma de Congelamento Rápido Individual,
sendo que os produtos são congelados com as partes separadas, não sendo necessário
descongelar todo pacote para o consumo de apenas parte dos produtos, dando assim melhor
aparência ao produto.
2.1.1 Faixas operacionais do giro freezer
Sendo o giro freezer um túnel de congelamento rápido, o controle de temperatura é
fundamental para que o processo de congelamento ocorra. A faixa de temperatura do giro
freezer pode variar entre -25ºC até – 40ºC, sendo variável em função do tempo de
permanência do produto dentro do túnel de congelamento (giro-freezer). Os produtos ao
saírem do giro-freezer estão congelados, sendo que para verificar a temperatura dos mesmos, é
necessária a utilização de um instrumento específico o qual perfura os produtos.
46
O tempo de permanência dos produtos para o atendimento da temperatura ideal (-12ºC) é
diretamente ligado a temperatura utilizada no túnel de congelamento, o qual também pode ser
controlado, podendo variar de 22 minutos até 48 minutos.
2.2 DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS
Uma vez apresentada as etapas constituintes do processo produtivo do frigorífico de
aves, serão apresentados os produtos elaborados a partir da carcaça do frango. Dependendo da
necessidade do mercado, o frango é vendido inteiro, em partes (cortes), também podendo ser
processado industrialmente. A figura 6 mostra a carcaça do frango, bem como suas partes e os
miúdos.
Fonte: Coave (2010).
Figura 7: Partes do frango
47
Os testes foram realizados com diferentes tipos de cortes, os quais apresentam
diferentes tamanhos e respectivos pesos, sabendo que os pesos são variáveis em função do
peso médio da ave.
2.2.1 Coxa
A coxa faz parte da perna do frango, pesa em torno de 140 gramas com osso, e possui
em torno de 13 centímetros, como mostra a figura 8, tais dados considerando um frango
apresentando um peso médio vivo de 2,450 kg.
Figura 8: Coxa de frango
2.2.2 Filezinho
O filezinho é a parte interna do filé de peito, pesa em torno de 115 gramas, e possui em
torno de 18 centímetros (figura 9), tais dados considerando um frango apresentando um peso
médio vivo de 2,450 kg.
Figura 9: Filezinho de frango
2.2.3 Coxinha da asa
A coxinha da asa é uma das partes da asa do frango a qual se divide em ponta, meio e
coxinha da asa, pesa em torno de 60 gramas com osso (figura 10), e possui cerca de 12
centímetros, tais dados considerando um frango apresentando um peso médio vivo de 2,450
kg.
48
Figura 10: Coxinha da asa de frango
2.2.4 Meio da asa
O meio da asa é também é parte da asa do frango a qual se divide em ponta, meio e
coxinha da asa, pesa em torno de 40 gramas com osso, e possui 12 centímetros (figura 11), tais
dados considerando um frango apresentando um peso médio vivo de 2,450 kg.
Figura 11: Meio da asa de frango
2.2.5 Frango à passarinho
O frango à passarinho é constituído por várias partes do frango, sendo elas: meio da asa,
coxinha da asa, peito (cortado em partes e com osso) e perna do frango (coxa e sobrecoxa
cortada em partes e com osso), como a coxinha e o meio da asa fazem parte dos produtos
analisados, somente será estudados o peito (figura 12), o qual é cortado em parte sendo que as
mesmas pesam em torno de 190 gramas com osso, e possui 40 centímetros, e a perna (figura
13), cortada em partes, as quais pesam em torno de 150 gramas com osso, e possui 40
centímetros, tais dados considerando um frango apresentando um peso médio vivo de 2,450kg.
49
Figura 12: Peito de frango cortado para frango a passarinho
Figura 13: Coxa de frango cortara para frango a passarinho
2.4 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS
A Tabela 5 apresenta as variáveis e a faixa de estudo para os delineamentos
experimentais realizados. A resposta avaliada em todos os experimentos foi a temperatura do
produto final e os resultados foram avaliados por meio do software Statistica 6.0 (StatSoft,
Inc., 2001).
Tabela 5: Níveis dos fatores investigados nos planejamentos experimentais seqüenciais,
para todos os produtos.
Níveis
Variáveis -1.41 -1 0 1 1.41
Temperatura (ºC) -40 -36 -33 -27 -25
Tempo (min) 22 32 40 45 48
50
3.0 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse capitulo são apresentados os resultados referentes aos testes realizados para
otimização do processo de produção dos produtos IQF. O tempo de congelamento foi definido
como necessário para que a temperatura interna do produto atinja -18ºC para mercado externo
e -12ºC para produtos destinados para o mercado interno. Estas temperaturas foram adotadas
devido aos procedimentos internos da empresa e à legislação vigente que não permite que o
produto exceda a esse valor de temperatura.
3.1 – AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO SOBRE
A TEMPERATURA FINAL DO PRODUTO
3.1.1 COXA
A Tabela 6 apresenta os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF
de coxa de frango. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto variaram de
-1,12ºC até -4,32ºC.
Tabela 6: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF de Coxa
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -1.58
2 -29 32 -1.12
3 -38 47 -3.60
4 -29 47 -4.32
5 -40 40 -2.43
6 -27 40 -2.10
7 -35 24 -2.07
8 -35 55 -4.23
9 -35 40 -2.22
10 -35 40 -3.58
11 -35 40 -2.48
51
Com os dados da Tabela 6 foram usados para a determinação dos efeitos dos termos do
modelo quadrático usado para representar o processo, considerando um nível de significância
de 85%, uma vez que foi verificada uma variação de 15% na temperatura de operação do giro-
freezer, isto é, durante a realização dos experimentos, a temperatura estipulada não era fixa, a
mesma oscilava tanto para cima, quanto para baixo. A condição testada a qual apresentou o
resultado mais satisfatório foi utilizando a temperatura do giro freezer de -29ºC com um tempo
de 47 minutos, e o pior resultado obtido foi na condição -29ºC e o tempo foi de 32 minutos,
mostrando que a temperatura foi a mesma tanto para melhor condição quanto para pior
condição, porém o que determinou a melhor e pior temperatura obtida do produto foi o tempo.
A Figura 14 apresenta os resultados obtidos, onde pode ser visto que o tempo apresenta
influência significativa negativa, isso mostra que quanto maior o tempo utilizado menor é a
temperatura obtida.
.1249141
-.744029
-1.01385
1.066429
-5.02918
p=0.15
Efeito Estimado
(1)Temperatura(L)
Tempo(Q)
1L x 2L
Temperatura(Q)
(2)Tempo(L)
Figura 14: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento de coxa
52
O modelo apresentado na Figura 14 foi validado pela análise de variância (ANOVA), o
que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta, possibilitando uma
análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 15. Os resultados obtidos não atendem a temperatura padrão de
mercado interno e mercado externo (-12ºC e -18ºC respectivamente), sendo que para se atingir
a temperatura ideal, é necessário que os produtos passem por um nova etapa dentro do sistema
de congelamento rápido, até o atendimento do padrão.
Coxa
> -1 < -1 < -1.5 < -2 < -2.5 < -3 < -3.5 < -4 < -4.5 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55
Tem
po (
min
)
Figura 15: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para coxa.
53
3.1.2 COXINHA DA ASA
A Tabela 7 apresenta os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF
de coxinha da asa de frango. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto
variaram de
-3,87ºC até -12,50ºC.
Tabela 7: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF de coxinha da asa
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -5.63
2 -29 32 -3.87
3 -38 47 -12.50
4 -29 47 -12.33
5 -40 40 -9.70
6 -27 40 -5.65
7 -35 24 -6.02
8 -35 55 -11.88
9 -35 40 -11.52
10 -35 40 -10.65
11 -35 40 -9.97
Os dados da Tabela 7 foram usados para a determinação dos efeitos dos termos do
modelo quadrático usado para representar o processo, considerando um nível de significância
de 85%, uma vez que foi verificada uma variação de 15% na temperatura de operação do giro-
freezer. A tabela 7 mostra que a temperatura padrão de -12ºC para mercado interno, foi
atendida na condição de 47 minutos e -38ºC de temperatura, a condição testada a qual
apresentou o pior resultado foi -29ºC de temperatura e o tempo de 32 minutos, sendo que a
temperatura da peça ficou muito abaixo do padrão (-3,87ºC). A Figura 16 apresenta os
resultados obtidos, onde pode ser visto que o tempo apresenta influência significativa
54
negativa, isso mostra que quanto maior o tempo utilizado menor é a temperatura obtida. A
temperatura também é uma variável significativa, tanto quanto a temperatura linear.
-.582307
1.412641
1.981568
2.524424
-6.11875
p=0.15
Efeito estimado
1L x 2L
Tempo(Q)
(1)Temperatura(L)
Temperatura(Q)
(2)Tempo(L)
Figura 16: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento da– coxinha da asa
O modelo apresentado na Figura 16 foi validado pela análise de variância (ANOVA), o
que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta, possibilitando uma
análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 17. Os resultados obtidos atendem a temperatura padrão de mercado
interno (-12ºC), porém não atendem a temperatura padrão de mercado externo (-18ºC), sendo
que para ser atingido a temperatura ideal, os produtos passam por um nova etapa dentro do
sistema de congelamento rápido, até o atendimento do padrão.
55
Para o atendimento da temperatura padrão de mercado interno pode-se trabalhar em
diferentes faixas de tempo e temperatura do giro freezer. O tempo pode variar de 45min a
55min e a temperatura pode variar em torno de -30ºC até -38ºC.
Coxinha
> 0 < 0 < -2 < -4 < -6 < -8 < -10 < -12 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55
Tem
po (
min
)
Figura 17: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para coxinha da asa.
3.1.3 MEIO DA ASA
A Tabela 8 apresenta os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF
de meio da asa de frango. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto variaram
de -7,62ºC até -16,97ºC.
56
Tabela 8: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF do meio da asa
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -7.72
2 -29 32 -6.60
3 -38 47 -16.97
4 -29 47 -14.18
5 -40 40 -16.63
6 -27 40 -10.13
7 -35 24 -7.62
8 -35 55 -12.17
9 -35 40 -14.35
10 -35 40 -13.67
11 -35 40 -12.77
A tabela 8 mostra que a temperatura considerada pior, ou seja, a qual não atingiu o
padrão de -12ºC para o mercado interno, foi obtida na condição de 32 minutos e -29ºC, e a
melhor condição testada, onde a temperatura do produto final foi de -16,97ºC foi no tempo de
47 minutos e na temperatura do giro-freezer de -38ºC. Os efeitos dos termos do modelo
quadrático usado para representar o processo, foram obtidos através dos dados da Tabela 8,
considerando um nível de significância de 85%, uma vez que foi verificada uma oscilação na
temperatura de operação do giro-freezer. A Figura 18 apresenta os resultados obtidos, onde
pode ser visto que o tempo apresenta influência significativa negativa, isso mostra que quanto
maior o tempo utilizado menor é a temperatura obtida. A temperatura também é uma variável
significativa, tanto quanto a temperatura linear quanto a temperatura quadrática.
57
.2156992
.4362177
2.383125
2.41858
-4.29989
p=0.15
Efeito estimado
Temperatura(Q)
1L x 2L
Tempo(Q)
(1)Temperatura(L)
(2)Tempo(L)
Figura 18: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento do meio da asa
Através da análise de variância (ANOVA), o modelo apresentado na Figura 18 foi
validado, o que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta,
possibilitando uma análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os
resultados obtidos são apresentados na Figura 19. Os resultados obtidos atendem a
temperatura padrão de mercado interno, porém não atendem a temperatura padrão de mercado
externo, sendo que para ser atingido a temperatura ideal, os produtos passam por um nova
etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o atendimento do padrão.
Para o atendimento da temperatura padrão de mercado interno pode-se trabalhar em
diferentes faixas de tempo e temperatura do giro freezer. O tempo pode variar de 37min a
55min e a temperatura pode variar em torno de -35ºC até -40ºC.
58
Meio
> -4 < -4 < -6 < -8 < -10 < -12 < -14 < -16 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55
Tem
po (
min
)
Figura 19: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para meio da asa.
3.1.4 FILEZINHO
A Tabela 9 apresenta os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF
de coxa de frango. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto variaram de
-4,10ºC até -18,97ºC.
59
Tabela 9: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF do Filezinho
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -11.85
2 -29 32 -9.08
3 -38 47 -18.97
4 -29 47 -17.80
5 -40 40 -16.78
6 -27 40 -10.86
7 -35 24 -4.10
8 -35 55 -14.65
9 -35 40 -15.27
10 -35 40 -17.18
11 -35 40 -16.12
Foi considerado um nível de significância de 85% para todos os testes realizados, devido
a variações da temperatura de operação do giro-freezer. Os dados da Tabela 9 foram usados
para a determinação dos efeitos dos termos do modelo quadrático usado para representar o
processo. O melhor resultado testado para o item filezinho foi obtido na temperatura de -38ºC
e no tempo de 47 minutos, sendo que a temperatura do produto final obtida foi de -18,97ºC, tal
temperatura atende os padrões tanto de mercado interno (-12ºC), quanto de mercado externo (-
18ºC). A temperatura a qual apresentou o pior resultado foi obtida no tempo de 24 minutos e a
temperatura de -35ºC. A Figura 20 apresenta os resultados obtidos, onde pode ser visto que o
tempo apresenta influência significativa negativa, isso mostra que quanto maior o tempo
utilizado menor é a temperatura obtida.
60
Filezinho
-.394064
.5460892
2.143048
3.152684
-5.35719
p=0.15
Efeito estimado
1L x 2L
Temperatura(Q)
(1)Temperatura(L)
Tempo(Q)
(2)Tempo(L)
Figura 20: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento do – Filezinho
O modelo apresentado na Figura 20 foi validado pela análise de variância (ANOVA), o
que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta, possibilitando uma
análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 21. Os resultados obtidos atendem a temperatura padrão de mercado
interno e mercado externo.
Para o atendimento da temperatura padrão de mercado interno e mercado externo pode-
se trabalhar em diferentes faixas de tempo e temperatura do giro freezer. O tempo pode variar
de 38min a 55min e a temperatura pode variar em torno de -28ºC até -40ºC.
61
Filezinho
> -2 < -2 < -4 < -6 < -8 < -10 < -12 < -14 < -16 < -18 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55T
em
po (
min
)
Figura 21: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para filezinho.
3.1.5 FRANGO À PASSARINHO – COXA E SOBRECOXA
A Tabela 10 apresenta os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF
de coxa de frango. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto variaram de
-3,07ºC até -6,05ºC.
62
Tabela 10: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF de frango à passarinho (coxa e sobrecoxa)
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -3.68
2 -29 32 -3.12
3 -38 47 -6.05
4 -29 47 -5.62
5 -40 40 -4.77
6 -27 40 -3.80
7 -35 24 -3.07
8 -35 55 -5.98
9 -35 40 -4.03
10 -35 40 -4.72
11 -35 40 -3.90
Os dados da Tabela 10 foram usados para a determinação dos efeitos dos termos do
modelo quadrático usado para representar o processo, considerando um nível de significância
de 85%, uma vez que foi verificada uma variação de 15% na temperatura de operação do giro-
freezer. O produto frango à passarinho – coxa e sobrecoxa, apresenta um espessura grande
quando comparado por exemplo com o produto filezinho, devido a isso o mesmo apresenta
uma dificuldade maior no atendimento da temperatura ideal, a condição a qual o resultado foi
mais satisfatório foi no tempo de 47 minutos e na temperatura de -38ºC, e a pior temperatura
do produto final obtida foi de 3,07ºC na condição de 24 minutos e -35ºC. A Figura 22
apresenta os resultados obtidos, onde pode ser visto que o tempo apresenta influência
significativa negativa, isso mostra que quanto maior o tempo utilizado menor é a temperatura
obtida. A temperatura linear também apresenta efeito significativo.
63
Frango à Passarinho - Coxa e Sobrecoxa
-.193445
-.619503
-1.46982
2.484473
-9.45558
p=0.15
Efeito estimado
1L x 2L
Temperatura(Q)
Tempo(Q)
(1)Temperatura(L)
(2)Tempo(L)
Figura 22: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento de frango à passarinho (coxa e sobrecoxa)
O modelo apresentado na Figura 22 foi validado pela análise de variância (ANOVA), o
que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta, possibilitando uma
análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 23. Os resultados obtidos não atendem a temperatura padrão de
mercado interno e mercado externo, sendo que para ser atingida a temperatura ideal, os
produtos passam por um nova etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o
atendimento do padrão.
64
Frango à Passarinho - Coxa e Sobrecoxa
> -3 < -3 < -3.5 < -4 < -4.5 < -5 < -5.5 < -6 < -6.5 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55T
em
po (
min
)
Figura 23: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para frango à passarinho – coxa e
sobrecoxa.
3.1.6 FRANGO À PASSARINHO - PEITO
Os resultados experimentais obtidos durante o congelamento IQF de coxa de frango, são
apresentados na Tabela 11. Conforme pode ser visto as temperaturas finais do produto
variaram de -2,10ºC até -8,93ºC.
65
Tabela 11: Temperatura final do produto obtida no DCCR para avaliar o efeito de duas
variáveis independentes no congelamento IQF de frango à passarinho (peito)
Exp. Temperatura do Giro Freezer
(ºC) Tempo de congelamento
(min) Temperatura final do Produto
(ºC)
1 -38 32 -3.20
2 -29 32 -2.65
3 -38 47 -6.53
4 -29 47 -8.93
5 -40 40 -4.63
6 -27 40 -2.10
7 -35 24 -4.03
8 -35 55 -7.93
9 -35 40 -4.32
10 -35 40 -5.48
11 -35 40 -5.43
Como ocorre com o frango à passarinho - partes da coxa/sobrecoxa, ocorre também com
partes do peito, sendo a espessura grande quando comparado com os demais produtos
testados, os resultados obtidos não atendem o padrão de comercialização de mercado interno
nem de mercado externo (-12ºC e -18ºC respectivamente), a condição testada a qual
apresentou o melhor resultado foi no tempo de 47 minutos e na temperatura de -29ºC e a
condição testada que apresentou o pior resultado foi no tempo de 40 minutos com a
temperatura do giro-freezer de -27ºC. Para a determinação dos efeitos dos termos do modelo
quadrático, foram usados os dados da Tabela 11, considerando um nível de significância de
85%, uma vez que foi verificada uma variação de 15% na temperatura de operação do giro-
freezer. A Figura 24 apresenta os resultados obtidos, onde pode ser visto que o tempo
apresenta influência significativa negativa, isso mostra que quanto maior o tempo utilizado
menor é a temperatura obtida.
66
Frango à Passarinho - Peito
.4972018
-1.20184
-1.20608
1.3437
-4.37444
p=0.15
Efeito estimado
(1)Temperatura(L)
Tempo(Q)
1L x 2L
Temperatura(Q)
(2)Tempo(L)
Figura 24: Gráfico de pareto mostrando os efeitos das variáveis independentes sobre a
temperatura final de congelamento de – frango à passarinho (peito)
O modelo apresentado na Figura 24 foi validado pela análise de variância (ANOVA), o
que permite a construção de curva de contorno e superfície de resposta, possibilitando uma
análise visual da interação entre as duas variáveis independentes. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 25. Os resultados obtidos não atendem a temperatura padrão de
mercado interno e mercado externo, sendo que para ser atingido a temperatura ideal, os
produtos passam por um nova etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o
atendimento do padrão.
67
Frango à Passarinho - Peito
> -1 < -1 < -2 < -3 < -4 < -5 < -6 < -7 < -8 < -9 -40 -38 -35 -29 -27
Temperatura (C)
24
32
40
47
55T
em
po (
min
)
Figura 25: Curva de contorno para temperatura final do produto mostrando a interação entre
temperatura do giro freezer e tempo de congelamento para frango à passarinho – peito.
Tabela 12: Comparação da melhor condição para temperatura mais adequada
Peça Peso peça
(g) Tempo de
congelamento (min) Tº congelamento
giro-freezer ºC Temperatura
do produto ºC
Coxa 140 47 -29 -4,32
Coxinha da asa 60 47 -38 -12,5
Meio da asa 40 47 -38 -16,97
Filezinho 115 47 -38 -18,97
Frg pass. Coxa / sobrecoxa 190 47 -38 -6,05
Frg pass. Peito 150 47 -29 -8,93
Fazendo a comparação do resultado mais satisfatório dentre as condições testadas para
todos os produtos (coxa, coxinha da asa, meio da asa, filezinho e frango à passarinho –
coxa/sobrecoxa e peito), pode-se observar que o tempo de congelamento é igual para todos os
68
produtos, ou seja, 47 minutos, também pode ser observado que a temperatura do giro-freezer
não variou muito entre os produtos, para obtenção do melhor resultado, ficando entre -29 e -
38ºC. Apesar das peças apresentarem pesos e espessuras diferentes, o melhor resultado é
obtido quase sempre nas mesmas condições, o que altera é que nem sempre o melhor resultado
dos testes é o resultado ideal.
Algumas peças o melhor resultado obtido não possui temperatura suficiente para o
atendimento dos padrões de comercialização (-12ºC para mercado interno e -18ºC para
mercado externo), sendo que o processo de passar os produtos pelo giro freezer se repete.
Devido à capacidade de frio do giro – freezer, não tem como testar os mesmos produtos em
condições de temperaturas mais drásticas, mas através dos resultados dos testes, pode-se
observar que o fator que mais influência é o tempo de permanência do produto dentro do giro-
freezer.
69
4.0 – CONCLUSÕES
A competitividade do mercado de carne de frango e o comportamento dos consumidores
obrigam a indústria avícola a desenvolver produtos cada vez mais elaborados, buscando uma
maior qualidade. Diante das evidências apresentadas neste estudo em relação à cadeia
produtiva do frango brasileiro, tanto nos segmentos da produção dos mercados nacional e
internacional, acredita-se que a tendência quanto a expansão deste agronegócio seja positiva.
A temperatura final do produto foi estudada a partir de duas variáveis independentes,
sendo elas tempo de congelamento do produto e temperatura do giro-freezer, a partir dos
resultados do planejamento de experimentos pode-se determinar parâmetros importantes para
o processo de congelamento individual, o que permitiu uma melhor operação e controle do
processo em conseqüência a garantia de qualidade dos padrões de mercado interno e mercado
externo.
Os resultados obtidos através da análise do planejamento de experimentos mostraram
que o tamanho e a espessura de cada peça de frango determinam o tempo e temperatura de
congelamento. Os produtos estudados no presente trabalho foram: coxa de frango, sendo que
os dados obtidos não atendem a temperatura padrão de mercado interno e mercado externo
(12ºC e -18ºC respectivamente). Sendo que para ser atingida a temperatura ideal, os produtos
passam por uma nova etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o atendimento do
padrão.
Para coxinha da asa do frango os resultados obtidos atendem a temperatura padrão de
mercado interno, porém não atendem a temperatura padrão de mercado externo, sendo que
para ser atingida a temperatura ideal, os produtos passam por um nova etapa dentro do sistema
de congelamento rápido, até o atendimento do padrão. Para o atendimento da temperatura
padrão de mercado interno pode-se trabalhar em diferentes faixas de tempo e temperatura do
giro freezer. O tempo pode variar de 45min a 55min e a temperatura pode variar em torno de -
30ºC até -38ºC.
O meio da asa foi estudado sendo que os resultados obtidos para este produto atendem a
temperatura padrão de mercado interno, porém não atendem a temperatura padrão de mercado
externo, sendo que para ser atingida a temperatura ideal, os produtos passam por um nova
etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o atendimento do padrão. Para o
70
atendimento da temperatura padrão de mercado interno pode-se trabalhar em diferentes faixas
de tempo e temperatura do giro freezer. O tempo pode variar de 37min a 55min e a
temperatura pode variar em torno de -35ºC até -40ºC.
O produto filezinho, que representa parte do peito do frango, apresentou os melhores
resultados dos testes analisados, sendo que a temperatura final do produto atende aos padrões
tanto de mercado interno quanto mercado externo. Para o atendimento da temperatura padrão
de mercado interno e mercado externo pode-se trabalhar em diferentes faixas de tempo e
temperatura do giro freezer. O tempo pode variar de 38min a 55min e a temperatura pode
variar em torno de -28ºC até -40ºC.
O produto frango a passarinho também foi estudado, sendo que o mesmo contempla
partes de coxinha da asa e meio da asa (os quais já foram estudados), para tanto foram
somente estudados os demais itens que compõem o produto que são o peito e coxa/sobrecoxa
cortados em partes. Para ambos os produtos os resultados obtidos não atendem a temperatura
padrão de mercado interno e mercado externo, sendo que para ser atingido a temperatura ideal,
os produtos passam por um nova etapa dentro do sistema de congelamento rápido, até o
atendimento do padrão.
A indústria tem muito a ganhar com a aplicação do planejamento de experimentos dentro
dos processos já existentes, observa-se nos resultados obtidos que a empresa apresenta ganhos
ao ter controle do processo, pois quando se quer aumentar a produtividade pode-se reduzir a
temperatura de operação do giro – freezer reduzindo tempo de permanência do produto no
processo de congelamento individual. A empresa tem opção de ganho em redução de energia,
quando se aumenta a temperatura utilizada no processo de congelamento, em conseqüência o
tempo de permanência do produto aumenta. Mostrando que o controle do processo é
fundamental na escolha de maior lucratividade dentro de uma indústria.
71
5.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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estatísticos sobre as exportações de carne de frangos, assim como os principais produtores
mundiais. Disponível em: http://www.abef.com.br. Acesso em 03 de abril de 2010.
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82
6.0 – ANEXOS
ANEXO I
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA.
PORTARIA N° 210 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1998.
O SECRETARIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o artigo
83, item IV do Regimento Interno da Secretaria, aprovado pela Portaria Ministerial Nº 319, de
06 de maio de 1996,
Considerando a necessidade de Padronização dos Métodos de Elaboração de Produtos
de Origem Animal no tocante às Instalações, Equipamentos, Higiene do Ambiente, Esquema
de Trabalho do Serviço de Inspeção Federal, para o Abate e a Industrialização de Aves;
Considerando que o Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico
Sanitária de Carnes de Aves foi apresentado aos segmentos da cadeia produtiva de Carne de
Aves e suas entidades representativas, discutido e aprovado;
Considerando que o progresso e o desenvolvimento do setor exige a atualização da
Portaria nº 04, de 27 de junho de 1988, resolve:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e HigiênicoSanitária
de Carne de Aves.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor sessenta dias após a data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
ENIO ANTONIO MARQUES PEREIRA.
83
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA.
ANEXO I
REGULAMENTO TÉCNICO DA INSPEÇÃO TECNOLÓGICA E
HIGIÊNICOSANITÁRIA DE CARNE DE AVES
1. DEFINIÇÕES:
INSTALAÇÕES: refere-se ao setor de construção civil do estabelecimento propriamente dito
e das dependências anexas, envolvendo também sistemas de água, esgoto, vapor e outros.
EQUIPAMENTOS: refere-se a maquinaria e demais utensílios utilizados nos
estabelecimentos.
RIISPOA: Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal,
aprovado pelo Decreto Nº 30.691, de 29.03.1952, que regulamentou a Lei Nº 1.283, de
18.12.1950, alterado pelo Decreto Nº 1.255, de 25.06.1962, alterado pelo Decreto Nº 1.236, 58
de 02.09.1994, alterado pelo Decreto Nº 1.812, de 08.02.1996, alterado pelo Decreto Nº 2.244,
de 04.06.1997, regulamentado pela Lei Nº 7.889, de 23.11.1989.
DIPOA: Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da Secretaria Nacional de
Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
SIF: Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, exercido pelo DIPOA (em
cada estabelecimento industrial).
AVES: entenda-se como as aves domésticas de criação:
a. Gênero Gallus: galetos, frangos, galinhas e galos.
b. Gênero Meleagridis: perus e perus maduros.
c. Gênero Columba: pombos.
d. Gênero Anas: patos e patos maduros.
84
e. Gênero Anser: gansos e gansos maduros.
f. Gênero Perdix: perdiz, chucar, codorna.
g. Gênero Phaslanus: faisão
h. Numida meleagris: galinha D´Angola ou Guiné.
CARNE DE AVES: entende-se por carne de aves, a parte muscular comestível das aves
abatidas, declaradas aptas à alimentação humana por inspeção veterinária oficial antes e
depois do abate.
CARCAÇA: entende-se pelo corpo inteiro de uma ave após insensibilização ou não, sangria,
depenagem e evisceração, onde papo, traquéia, esôfago, intestinos, cloaca, baço, órgãos
reprodutores e pulmões tenham sido removidos. É facultativa a retirada dos rins, pés, pescoço
e cabeça.
CORTES: entende-se por corte, a parte ou fração da carcaça, com limites previamente
especificados pelo DIPOA, com osso ou sem osso, com pele ou sem pele, temperados ou não,
sem mutilações e/ou dilacerações.
RECORTES: entende-se por recorte a parte ou fração de um corte. MIÚDOS: entende-se
como miúdos as vísceras comestíveis: o fígado sem a vesícula biliar, o coração sem o saco
pericárdio e a moela sem o revestimento interno e seu conteúdo totalmente removido.
RESFRIAMENTO: é o processo de refrigeração e manutenção da temperatura entre 0ºC (zero
grau centígrado) a 4ºC (quatro graus centígrados positivos) dos produtos de aves (carcaças,
cortes ou recortes, miúdos e/ou derivados), com tolerância de 1ºC (um grau) medidos na
intimidade dos mesmos.
PRÉ-RESFRIAMENTO: é o processo de rebaixamento da temperatura das carcaças de aves,
imediatamente após as etapas de evisceração e lavagem, realizado por sistema de imersão em
água gelada e/ou água e gelo ou passagem por túnel de resfriamento, obedecidos os
respectivos critérios técnicos específicos.
85
CONGELAMENTO: é o processo de refrigeração e manutenção a uma temperatura não
maior que -12ºC, dos produtos de aves (carcaças, cortes ou 2 recortes, miúdos ou derivados)
tolerando-se uma variação de até 2ºC (dois graus centígrados), medidos na intimidade dos
mesmos. 59
TEMPERADO: é o processo de agregar ao produto da ave condimentos e/ou especiarias
devidamente autorizados pelo DIPOA, sendo posteriormente submetido apenas a refrigeração
(resfriamento ou congelamento).
DESINFECÇÃO: designa a operação realizada depois de uma limpeza completa e destinada a
destruir os microrganismos patogênicos, bem como reduzir o número de microrganismos a um
nível que não permita a contaminação do produto alimentício, utilizando-se agentes químicos
/ou físicos higienicamente satisfatórios. Se aplica ao ambiente, pessoal, veículos e
equipamentos diversos que podem ser direta ou indiretamente contaminados pelos animais e
produtos de origem animal.
ROTULAGEM: entende-se como o processo de identificação do alimento através do rótulo.
RÓTULO: é toda a inscrição, legenda, imagem ou toda a matéria descritiva ou gráfica que
esteja escrita, impressa, estampada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a
embalagem do alimento (Artigo 795 – RIISPOA, alterado pelo Decreto N° 2.244 de 04.06.97,
publicado no DOU em 05.06.97).
EMBALAGEM: qualquer forma pela qual o alimento tenha sido acondicionado, empacotado
ou envasado.
EMBALAGEM PRIMÁRIA: qualquer embalagem que identifica o produto primariamente.
EMBALAGEM SECUNDÁRIA: ou "plano de marcação" entende-se pela identificação de
continentes de produtos já totalmente identificados com rótulo primariamente, sejam quais
forem a natureza da impressão e da embalagem.
86
CONTINENTE: todo o material que envolve ou acondiciona o alimento, total ou
parcialmente, para comércio e distribuição como unidade isolada.
CLASSIFICAÇÃO: entende-se o critério científico ou comercialmente adotado para
estabelecer a classe do alimento, como tal indicado no respectivo padrão de identificação e
qualidade.
LOTE DE AVES: entende-se um grupo de aves da mesma procedência e alojados em um
mesmo local e/ou galpão.
COMESTÍVEL: entende-se como toda matéria-prima e/ou produto utilizado como alimento
humano.
NÃO COMESTÍVEL: entende-se como toda a matéria-prima e/ou produtos adulterados, não
inspecionados ou não destinados ao consumo humano.
ENCARREGADO DA IF: é o Médico Veterinário responsável pelo Serviço de Inspeção
Federal (SIF) no estabelecimento registrado no DIPOA. Todas as definições acima
mencionadas, bem como todas as disposições constantes na presente norma estão em
consonância com o Código Internacional Recomendado de Práticas de Higiene para a
Elaboração de Carne de Aves (CAC/RCP 14-1976) CODEX ALIMENTARIUS. 60
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA.
ANEXO II
6. INSTALAÇÕES FRIGORÍFICAS
6.1. Este conjunto é constituído de antecâmara(s), câmara(s) de resfriamento, câmara(s) ou
túnel de congelamento rápido, câmara(s) de estocagem e local para instalação do equipamento
87
produtor de frio;
6.2. Essas instalações serão proporcionais à capacidade de abate e produção;
6.3. As antecâmaras servirão apenas como área de circulação, não sendo permitido o seu uso
para outros fins e deverão ser climatizadas;
6.4. Excepcionalmente, a operação de retirada das carcaças dos continentes onde foram
congeladas, para o acondicionamento em sacos ou outros continentes secundários, poderá ser
permitida, desde que a área assim o comporte e sem prejuízo das operações normais;
6.5. Nas câmaras de resfriamento, não será permitida a estivagem de carcaças, entendendo-se
como tal, a deposição das carcaças sem seus recipientes (caixas, bandejas, etc.);
6.6. As carcaças depositadas nas câmaras de resfriamento, deverão apresentar, temperatura ao
redor de -1ºC (menos um grau centígrado) a 4ºC, tolerando-se no máximo, variação de um
grau centígrado:
6.7. A estocagem de aves congeladas deverá ser feita em câmaras próprias, com temperatura
nunca superior a -18ºC (dezoito graus centígrados negativos);
6.8. Mesmo temporariamente ou por razões de ordem técnica, não será permitido o
congelamento de aves nas câmaras de estocagem, quando carcaças congeladas anteriormente,
aí estiverem depositadas;
6.9. As carcaças de aves congeladas não deverão apresentar, na intimidade muscular,
temperatura superior a -12ºC (doze graus centígrados negativos), com tolerância máxima de
2ºC (dois graus centígrados);
6.10. As instalações frigoríficas deverão apresentar, ainda, as seguintes características:
6.10.1. antecâmara com largura mínima de 2,00 m (dois metros);
6.10.2. paredes de fácil higienização, resistentes aos impactos e/ou protegidos parcialmente
por estrutura metálica tubular, destinada a amortecer os impactos dos carrinhos sobre as
mesmas;
6.10.3. sistema de iluminação do tipo "luz fria", com protetores à prova de estilhaçamento;
88
6.10.4. portas com largura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) de vão livre, de
superfície lisa e de material não oxidável;
6.10.5. dispor de termômetro e, quando exigidos, de outros aparelhos de mensuração e
registro;
6.10.6. excepcionalmente, serão permitidos estrados de madeira nas câmaras de estocagem de
congelados, para depósito de produtos com embalagem secundária.