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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR
ANDRÉIA DE CÁSSIA PADILHA
JAQUELINE SCARIOT DE LIMA
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TURISMO HEDONISTA NA ATIVIDADE
TURÍSTICA E DE EVENTOS
CASCAVEL
2008
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O TURISMO HEDONISTA NA ATIVIDADE TURÍSTICA
E DE EVENTOS
Andréia de Cássia Padilha¹
Jaqueline Scariot de Lima²
Ligia Fiedler³
RESUMO
O presente artigo se propõe a realizar um estudo sobre o hedonismo, que é entendido como a busca pelo prazer, filosofia esta de origem grega que teve como seus percussores Aristipo de Cirene e Epicuro. Em grande parte a filosofia hedonista consiste em viver a vida de uma forma prazerosa e satisfatória, podendo tornar-se uma atividade propulsora para o turismo e para os eventos. Pretende-se com tal estudo disponibilizar informações sobre o turismo hedonista, demonstrando de que forma é realizado e quais as necessidades de quem o pratica. Verifica-se que o turismo hedonista ainda é pouco conhecido e divulgado, mas que por ser uma atividade onde a satisfação dos prazeres é o objetivo principal, o seu desenvolvimento tende a ser positivo podendo proporcionar rentabilidade para os empreendimentos do setor turístico potencializando o segmento de eventos, devido às festas realizadas serem diferenciadas, temáticas e exclusivas para satisfazer o público participante.
Palavras-chave: hedonismo, prazer, eventos, turismo.
ABSTRACT
The present article is proposed to carry out a study about hedonism, which is understood as the search for the pleasure, this philosophy is from Greek origin and had as its precursor Aristipo from Cirene and Epicuro. Largely the hedonistic philosophy consists in living the life in a pleasurable and satisfactory form, being able to become a propelling activity for the tourism and for events. This study aimed disposables informations about hedonistic tourism, demonstrating how it is carried out and which are the necessities of whom practice it. It is possibly to verify that the hedonistic tourism is still not much known and spread, but being an activity where the pleasures satisfaction is the principal objective, its development has a tendency to be positive and can provided profitability for the tourism undertakings powering the segment of events, due to parties being differentiated, thematic and exclusive to satisfy this public.
Key-words: hedonism, pleasure, events, tourism.
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¹ Graduada em Turismo e Hotelaria pela Universidade Paranaense – UNIPAR e pós-graduanda em Planejamento e Gestão de Eventos pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Rua Fortaleza, 3446 – Cascavel/PR. E-mail: [email protected].² Graduada em Turismo e Hotelaria pela Universidade Paranaense – UNIPAR e pós-graduanda em Planejamento e Gestão de Eventos pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Rua Belém, 2042 – Cascavel/PR. E-mail: [email protected]³ Turismóloga, Administradora, Pós-graduada em Marketing e Comunicação Empresarial, docente nos cursos de Turismo e Hotelaria, Administração e Moda da Universidade Paranaense - UNIPAR e Orientadora do Artigo Científico.
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Introdução
Com este trabalho propõe-se considerar de que forma o turismo hedonista
influencia na atividade turística e de eventos. Buscando divulgar essa filosofia para
despertar o interesse nas pessoas em praticá-lo. Em virtude da globalização e dos
avanços tecnológicos, o turismo vem sendo explorado pelas pessoas sob uma nova
ótica. Por disponibilizarem de mais tempo livre as pessoas estão buscando
aproveitá-lo de forma diferenciada, por meio de práticas alternativas que façam com
que elas não tenham apenas momentos de lazer, mas também sintam prazer.
Esta busca pelo prazer vem sendo intensificada através do hedonismo,
palavra de origem grega hedone (prazer), uma doutrina ética onde o único bem é o
prazer e o único mal a dor. Situa no prazer a felicidade dos homens.
Para Onfray (1999), o prazer particular é em si uma virtude e a felicidade não
o é por si, mas pelos prazeres particulares que a compõem. A felicidade não é o que
realmente torna uma pessoa realizada, satisfeita e plena, o que a faz sentir-se assim
é somente o prazer.
Para atender esse novo segmento e as necessidades desse público
hedonista surge o turismo hedonista, que são atividades voltadas para essa busca
do prazer através de encontros, festas, atividades exclusivas e glamorosas onde as
pessoas vão ter experiências jamais vivenciadas anteriormente. O público hedonista
está sempre à procura de atividades inéditas.
Dentre as atividades turísticas realizadas, o setor de eventos merece
destaque devido à sua importância para essa nova modalidade. A maioria das
atividades praticadas por esse público hedonista está voltada para os eventos, nota-
se que em virtude da exclusividade das festas, o requinte e a modernidade desses
eventos, grandes somas de dinheiro estão envolvidas para o planejamento e
execução dos mesmos.
O turismo hedonista ainda é pouco conhecido e conseqüentemente pouco
praticado. Contudo já existem empreendedores que perceberam o quanto essa
atividade pode ser promissora e rentável, prova disso são alguns resorts (hotéis de
lazer), no exterior que já desenvolvem e organizam eventos hedonistas. No Brasil
essa atividade ainda é pouco conhecida e explorada, mas nosso país tem potencial
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para a prática hedonista devido as nossas paisagens paradisíacas, nosso clima
propício e a hospitalidade de nosso povo.
Para realização deste estudo, foi utilizado como instrumento de coleta de
dados um questionário misto com oito questões, sendo quatro questões fechadas e
quatro questões abertas. Os questionários foram aplicados para os alunos do 3º e 4º
ano do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade Paranaense – UNIPAR,
campus Cascavel.
1 Turismo
O turismo teve início quando o homem motivado principalmente por
necessidades comerciais começou a viajar. Ao pensarmos em turismo temos que
relacioná-lo com as viagens e a visita de lugares diferentes da residência. Contudo
não podemos considerar todas as viagens como turismo, dessa forma para
conhecer um pouco mais sobre o turismo iremos apresentar algumas definições.
Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo), turismo é o
deslocamento de pessoas para fora do local de residência por um período superior a
24 horas e inferior a 60 dias motivados por razões não econômicas. Dessa forma,
podemos afirmar que o turismo está relacionado à busca pelo prazer, lazer,
satisfação, bem estar e a qualidade de vida desde que supere 24 horas e não
ultrapasse 60 dias.
Varias são as definições utilizadas para conceituar o turismo. Bormann, (1939
Apud Barreto, 1995, p.10), define que o turismo é um conjunto de viagens que tem
por objetivo o prazer ou motivos comerciais, profissionais ou análogos, durante os
quais é temporária a ausência das pessoas de sua residência habitual.
Ao realizar uma viagem diferentes serviços serão utilizados até o momento
em que a mesma acabe. Esses serviços vão desde o planejamento da viagem por
meio de agentes de viagens, serviço de transporte, meios de hospedagem,
alimentação, lazer e demais prestadores de serviços. Segundo Andrade (2000),
turismo é o complexo de atividades e serviços relacionados aos deslocamentos
como transportes, alojamentos, alimentação, circulação de produtos típicos,
atividades relacionadas aos movimentos culturais, lazer e entretenimento.
Ao se falar em turismo, não se pode deixar de citar a relação existente entre o
turismo e o lazer. Por muito tempo o homem foi mantido como escravo do trabalho
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submetendo-se a longas jornadas diárias que podiam durar até 16 horas, porém ao
longo da história foi dada aos poucos uma libertação desta rotina, quer por vontade
própria ou imposta pelo empregador. Muitos trabalhadores não aceitavam a redução
da carga horária porque isso diminuiria sua renda mensal. Esta redução aconteceu
em razão de inovações tecnológicas e organizacionais. Antes trabalhava-se mais e
produzia-se menos, hoje acontece exatamente o contrário.
Com este tempo livre a tendência é que o homem após ter realizado suas
obrigações diárias com o trabalho, disponha desse tempo livre e busque preenchê-lo
com momentos que sejam agradáveis e prazerosos, ou seja, procuram atividades de
lazer.
Através do lazer, o turismo vem se destacando com o aumento do número de
viagens e maior fluxo de pessoas tanto a nível nacional como internacional. Para
Bahl (2003), em razão da maior disponibilidade de tempo para o lazer, as
perspectivas de expansão e desenvolvimento da área são concretas, uma vez que o
turismo é uma atividade que se beneficia diretamente do tempo livre. Por isso,
conseguimos visualizar que a prática das atividades turísticas beneficia o indivíduo,
mentalmente e fisicamente, e a sociedade economicamente e culturalmente.
1.2 Tipos de Turismo
O turismo por ser um fenômeno social que se apresenta de maneira complexa e
diversificada compreende diversos tipos de turismo, diferentes critérios e diferente
segmentação da demanda.
Barretto classifica o turismo de acordo com:
A origem: emissivo e receptivo; nacionalidade: nacional ou estrangeiro; volume: de minorias e de massas; composição social: classes privilegiadas, de classe média ou popular; autonomia: livre ou dirigido; duração: de fim de semana, de férias e de tempo indeterminado; freqüência: regular ou esporádico; quanto ao alojamento: divide-se em hoteleiro e extra-hoteleiro; pelo meio de transporte: rodoviário, ferroviário, aéreo e aquático; modo de viajar: coletivo ou particular; quanto à faixa etária: infanto-juvenil, adulto, para a terceira idade e familiar; permanência: estável ou itinerante; âmbito geográfico: de litoral, rural, de montanha ou urbano; financiamento: autofinanciado, social ou gratuito; quanto ao objetivo, ou motivação pode ter muitas classificações: descanso, lazer, cura, desportivo, gastronômico, de natureza, cultural, religioso, negócios e de eventos. (BARRETTO, 1995, p.17)
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Como podemos observar muitos são os motivos e os fatores que fazem as
pessoas viajar, possibilitando identificar uma variedade de tipos de turismo. Para
satisfazer suas necessidades as pessoas se deslocam para diversos locais onde
irão encontrar os atrativos que realizem seus desejos. Dessa forma um destino pode
simultaneamente pelas características e diversidade de atrativos que possui
satisfazer a diferentes tipos de motivações, sejam elas culturais, profissionais,
desportivas, de lazer entre outras.
Ao se identificar os tipos de turismo é possível adequar à oferta ou criar
mecanismo que atendam as necessidades da demanda, surgindo assim novas
motivações que poderão se tornar o sucesso de um destino turístico.
1.3 Turismo e Prazer
O turismo e o prazer têm uma ligação direta. Na atividade turística as pessoas
por livre e espontânea vontade procuram o prazer. Muitas vezes um dos principais
motivos que faz as pessoas se deslocarem em busca de bens e serviços é o prazer
que irão obter com aquela atividade.
Ao escolher um destino para visitar ou uma atividade turística a ser
desenvolvida existe uma expectativa, através dos desejos e das fantasias criadas,
que se relacionam aos prazeres intensos que são desenvolvidos por meio de
sentidos e percepções diferentes em cada pessoa. Quando pensamos nos turistas
temos que imaginar uma variedade de tipos de turistas e de experiências turísticas
que deverão ser realizadas, sendo assim, atividades diferenciadas, atrativos e
dinâmicas devem ser pensadas diariamente para proporcionar o prazer desejado por
estas pessoas.
Segundo Urry (2001), o turismo é uma divisão binária básica entre o ordinário,
o cotidiano e o extraordinário. As vivências turísticas envolvem situações,
experiências prazerosas que se forem comparadas com a vida diária vão muito além
do habitual.
As pessoas buscam vivenciar prazeres diferentes e particulares onde sentidos
distintos estarão envolvidos ou situados em escalas que não se deparam com sua
vida cotidiana. A satisfação das pessoas nasce da expectativa, da procura do prazer
que está situada na imaginação. Dessa forma as pessoas procuram vivenciar na
realidade coisas que já foram vivenciadas em sua imaginação, porém a realidade
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jamais poderá propiciar os mesmos prazeres causados pelas fantasias, dessa forma
os indivíduos sempre buscam o consumo de novos produtos e atrativos cada vez
mais novos para atingir sua satisfação.
O contato que as pessoas têm com o mundo globalizado faz com que as
necessidades de consumo material, físico e emocional sejam muitas vezes
exageradas. Dessa forma, a dedicação ao prazer tem se tornado um estilo de vida
para muitas pessoas, pois o prazer pode estar ligado a alguma necessidade de
consumo, e ao adquirir produtos ela tem sua necessidade satisfeita.
Podemos dizer que o prazer pode estar na forma como nos relacionamos com
o universo. Para muitos o turismo tem sido uma imposição de cultura e de prazer.
Vivemos em um ritmo muito acelerado, determinado pelas tendências de
comportamento exigindo uma adaptação constante as mudanças.
O prazer está em tudo o que fazemos desde que não estejamos atendendo
pedidos, ou seja, a vontade tem que partir do próprio indivíduo sem pressão ou
imposição do meio ou de outras pessoas, o prazer está em sentir.
Buscando as atividades que proporcionam o prazer um segmento que vem se
destacando dentro da indústria do turismo é o setor de eventos. Sua importância se
dá por atender uma demanda diferenciada com apelos e necessidades específicas.
Essas necessidades podem ser de cunho político, científico, cultural, social, entre
outros, de modo que proporcionem o prazer que as pessoas buscam.
1.4 Turismo e eventos
Para Canton (2002), historicamente, desde a mais remota existência do ser
humano verificaram-se encontros entre homens. Os planos de caça, as atividades
de guerra já eram discutidas, dentro de uma área preestabelecida e com objetivos
definidos. Os assuntos já eram discutidos em encontros e reuniões, que de forma
bem informal já eram pequenas demonstrações de eventos. Com o decorrer do
tempo os eventos foram se desenvolvendo e seu crescimento foi constante,
chegando aos dias atuais onde os eventos já são reconhecidos na atividade turística
e necessários para atender a sociedade.
De acordo com o Dicionário Aurélio, os eventos são qualquer coisa que
aconteça diferente de algo que exista ou uma ocorrência, especialmente de grande
importância. Os eventos são acontecimentos importantes que ocorrem em
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ambientes diferenciados de pequeno, médio e grande porte. Eles são diversificados
e estão inseridos no campo do turismo, do lazer e dos negócios.
Dentro do panorama histórico dos eventos, o Brasil iniciou o desenvolvimento
do segmento com as feiras paulistas e mineiras e com a exposição do café em
Curitiba, em 1953. Em 1960, os eventos se desenvolveram significativamente por
intermédio da iniciativa privada, concentrada em São Paulo com a realização da
Fenit – Feira Nacional da Indústria Têxtil, a primeira feira brasileira de negócios e do
Salão do Automóvel. Surge então nessa época o Anhembi Morumbi, considerado
ainda hoje o mais importante centro de exposições da América Latina. O Instituto
Brasileiro de turismo – EMBRATUR, a partir de 1970 começou a investir em outras
cidades e estados do país, pois o desenvolvimento acontecia com maior potencial
em São Paulo. A construção de espaços e investimentos tecnológicos favoreceu o
crescimento dos eventos em vários estados do Brasil.
A idéia de que os eventos e todo este setor era somente uma alusão a festas,
reuniões comemorativas ou diversão eventual ficou para trás. Hoje, está cada vez
mais claro que o mercado de eventos agrega e pode alçar vôos ainda mais altos na
economia brasileira, porque cada vez mais o público participa e o retorno para os
investidores é positivo. Seja nos negócios, nos esportes e na cultura, aliados a alta
tecnologia, meios de comunicação de massa, à expectativa dos investidores em
aumentarem seus lucros e a busca por reconhecimento financeiro e profissional.
Dessa forma os eventos atingiram um patamar essencial dentro da sociedade que
vivemos hoje.
Os eventos têm papel importante na economia do país. Para Martin (2007), o
setor de eventos no país vem revelando uma previsão média em 7% de crescimento
anual, com uma expansão bem acima dos indicadores econômicos básicos.
Compondo 3% do PIB brasileiro em 2001, esse mercado turístico apresentou
movimento físico de 80 milhões de pessoas, distribuídas em mais de 320 mil
eventos, com 70% de concentração nas regiões sudeste e sul.
Com a evolução, cada vez mais cresce a disputa por mercados gerada pela
concorrência. Hoje a maioria das empresas estão preocupadas com a imagem que a
opinião pública irá criar sobre seus ambientes e dessa forma vão em busca dos
organizadores de eventos para se promover e se manter ativos no mercado, pois os
eventos são uma importante estratégia de marketing para as empresas e essa
integração tem papel fundamental no desenvolvimento econômico dos eventos.
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No setor de eventos o lazer também se enquadra, e por ser um dos direitos
sociais assegurados no artigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil,
todas as pessoas deveriam ter acesso ao lazer, mas mesmo sendo um direito está
distante de muitas pessoas que não tem condições para praticá-lo e a falta de
profissionais capacitados para o gerenciamento e execução dessas atividades
também dificulta ainda mais a prática do lazer.
Atualmente novas tecnologias têm proporcionado mudanças na sociedade
como um todo. O mundo de hoje possibilita que o entretenimento e o lazer tenham
muitas faces e a complexidade e o dinamismo fazem com que surjam muitas
novidades para a prática do lazer. O lazer é um produto de massa, sem ele não se
consegue viver bem nos dias de hoje porque as pessoas passaram a ter mais tempo
livre e com isso elas procuram utilizar esse tempo com atividades que não remetam
à rotina e procuram viver momentos lúdicos melhorando assim sua qualidade de
vida. A indústria do entretenimento tem crescido muito e vem realizando muitos
investimentos em complexos de lazer que faz com que surjam os eventos de
entretenimento e também os eventos sociais, que acabam por atrair ainda mais
participação do público.
Canton (2002), considera um evento como o conjunto de atividades
destinadas a otimização de ações profissionais em busca de resultados qualificados
e quantificados junto ao público alvo, seu organizador deve possuir, conhecimentos
e habilidades para lidar com situações diversas. Ao organizar qualquer tipo de
evento é importante planejar, dirigir, organizar e controlar recursos físicos, humanos,
materiais e financeiros visando atingir as metas e os objetivos que já foram
previamente estabelecidos.
Para que os eventos se concretizem três momentos deverão ser
considerados: o antes que é o momento onde se identifica o produto, ou seja, o
evento. Nesta hora deve-se fazer uso da criatividade, previsão, planificação,
organização e mapeamento dos recursos disponíveis; durante é o momento da
direção, do comando e da execução; depois momento de controle e avaliação.
Essas três etapas são muito importantes e exigem um elevado nível de seriedade e
competência profissional.
A criatividade é muito importante no setor de eventos e ela está presente em
todas as escolhas que se relacionam a eles, dessa forma ser criativo é essencial
nesse setor. De acordo com Melo Neto (2001), a criatividade em eventos é um
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processo de pensar sobre novas formas de diversão para o público. Tendo como
principio básico o de oferecer diversão, a criatividade em eventos principia uma
reflexão sobre as áreas de atenção. Estas áreas correspondem aos diferentes
aspectos do processo de diversão que inclui entretenimento, lazer, esportes, cultura
e artes em geral.
Pode-se dizer que o evento é um produto de valor elevado porque não pode
ser testado e nem tocado é uma perspectiva de satisfação da expectativa do cliente
porque a prestação desse serviço é intangível e heterogênea. Dessa forma trabalhar
com eventos se torna um missão complexa, por ser uma atividade repleta de
detalhes, que trabalha as expectativa do cliente.
Independente do tipo de evento, eles reúnem grupos de pessoas em torno
dos mesmos interesses o que ajuda a desenvolver o turismo, afinal, atraem pessoas
de outras cidades ou regiões, incentivam a economia e enriquecem a vida cultural
onde são realizados.
Para Giacaglia, ao se organizar um evento é fundamental classificá-lo de
acordo com os seguintes critérios:
Dimensões, data, perfil dos participantes e objetivo. Quanto à dimensão pode ser um macroevento, de médio e de pequeno porte. Quanto à data pode ser fixa móvel e esporádica. O perfil dos participantes também é importante pode ser geral, dirigido ou específico. O objetivo pode ser de cunho científico cultural e comercial. Todos esses critérios devem ser pensados para ter sucesso no evento. (GIACAGLIA, 2003, p. 40)
Existem inúmeras possibilidades e tipos de eventos capazes de atender a
objetivos específicos e complexos. É importante ao se optar por determinado tipo de
evento, elaborar em harmonia os planos de comunicação para que a imagem gerada
por eles seja percebida.
Cada evento deve ser tratado de acordo som suas particularidades,
atendendo característica e necessidades próprias que devem ser identificadas e
atendidas para garantir o sucesso e a qualidade dos eventos. Os eventos são
classificados nos seguintes tipos: feiras, convenções, congressos, roadshows,
workshops, eventos sociais, culturais, desportivos, seminários, simpósios,
convenções, exposições, salões, conferências, fórum, colóquio, encontro, jornada,
competição e festas.
Os eventos de cunho social estão tendo bastante destaque por permitirem
inúmeras possibilidades de eventos que acabam por atingir os propósitos desejados
de forma eficaz e prazerosa ao mesmo tempo. Busca-se alternativas que quebrem a
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frieza e a formalidade dos eventos. Os organizadores de eventos captaram o anseio
das pessoas por um tratamento mais próximo e voltado ao lado humano e social.
Muitas empresas têm escolhido esse tipo de evento devido à preocupação com a
qualidade de vida, estão buscando quebrar o rígido limite existente entre o trabalho
e o lazer. Devido à necessidade das pessoas se socializarem, confraternizarem,
este tipo de evento se consolida com forte potencial.
Os eventos atraem muitos turistas movimentando somas relevantes para
todas as empresas ligadas ao setor. É um segmento propulsor para o
desenvolvimento turístico de um país e ajuda a estabilizar períodos ociosos na baixa
estação.
Inserido dentro dos eventos sociais podemos citar uma nova modalidade de
turismo que está se desenvolvendo, é o chamado “Turismo Hedonista” que se
destaca pela organização de festas direcionadas para pessoas que buscam o
prazer.
1.5 Turismo e Hedonismo
De acordo com FLocker (2007), o hedonismo é uma palavra de origem grega,
hedone que significa prazer e surgiu há 25 séculos. É uma teoria ou doutrina
filosófica moral que afirma ser o prazer individual e imediato, o supremo bem da vida
humana. Surgiu na Grécia Antiga na época pós-socrática.
Na tradição ocidental Aristipo de Cirene é considerado o pai e defensor da
doutrina hedonista. Para ele o prazer supõe o movimento, sendo o prazer um
movimento suave e a dor um movimento violento que leva o indivíduo a buscar o
agradável e fugir do desagradável. Os seguidores de Aristipo são denominados
cirenaicos, e para eles um prazer não diferiria do outro, ou seja, não existiria uma
hierarquização de prazeres o que importaria seria o gozo que levaria à felicidade
presente. Tal posição pode ser classificada como um hedonismo absoluto, pois o
prazer é o centro das significações e em relação a ele somente há uma
diferenciação de grau, não de natureza.
Para o filosofo grego Epicuro, o objetivo de todos os nossos atos deveria ser
o de alcançar o prazer, que prazer era o supremo bem e o verdadeiro caminho para
a felicidade. A teoria epicurista entende que o prazer espiritual é mais importante
que o prazer sensível. Esta filosofia hedonista é considerada mais adequada porque
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dá mais importância ao espírito sobre a matéria. Nascia assim o hedonismo que
tinha como princípio buscar o prazer e aproveitar a vida.
Segundo Galvão (2005), várias são as doutrinas hedonistas que podem ser
destacadas, as mais importantes são: o hedonismo cirenaico, o epicurismo, o
hedonismo milleano e a atual proposta de Michel Onfray.
O hedonismo de Stuart Mill consiste na liberação do critério quantitativo dos
prazeres, assume o critério da qualidade e formula a lei do interesse pessoal ou
princípio hedonístico: cada indivíduo procura o bem e a riqueza e evita o mal e a
miséria. Fica claro na teoria de milleano que ele da ênfase ao prazer adquirido por
bens materiais e que tudo implica em cada uma de suas escolhas.
Para Flocker (2007), o hedonismo é uma doutrina que considera o prazer ou a
felicidade como o único ou principal bem da vida, é um estilo de vida de iluminação e
gozo. Uma perspectiva muito agradável. Dessa forma, a felicidade e o prazer
deveriam ser considerados como os princípios que regeriam a vida.
Em grande parte a filosofia hedonista consiste em viver a vida de uma forma
prazerosa e satisfatória, isso relacionado com todas as formas do prazer, tanto a
liberdade sexual, os vícios e a total responsabilidade de decisão sob sua própria
vida. Os hedonistas acreditam que a verdadeira essência da felicidade é o prazer
extremo. O Dicionário Houaiss, define felicidade como “sentir ou demonstrar prazer
ou contentamento”. Gozar é “ter prazer em”. Assim parece que a felicidade e o gozo
têm suas raízes no próprio princípio do prazer.
Para um hedonista o lazer não é somente um luxo ou extravagância, mas é
uma verdadeira necessidade e é durante esse tempo tranqüilo que as melhores
coisas da vida acontecem. O lazer e o prazer são palavras que rimam, mas que tem
significado diferenciado. É muito mais fácil as pessoas terem lazer do que sentirem
prazer. Lazer é tudo o que não é dever. Ao assistir um show, ouvir música, namorar,
conversar, você está tendo momentos de lazer. Diferentemente do lazer, o prazer
não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer está dentro das
pessoas no modo como elas se relacionam com o mundo. No caso do turismo, as
pessoas passam horas na fila para ver um atrativo, fazem reservas meses antes e
na hora pouco desfrutam, fazem essas atividades apenas por solicitações culturais
demasiadas, é como se fosse uma obrigação consumir o que está em evidência e se
é uma obrigação não é um prazer. O prazer está em tudo o que fazemos sem estar
atendendo a pedidos. O prazer não está em ler um livro, mas na sensação de estar
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aprendendo algo, não está em ver um filme, mas na expectativa do que ele pode te
trazer, não está em conquistar alguém, mas no encontro das almas.
Cada vez mais as pessoas estão buscando as sensações proporcionadas
pelo prazer. Futuramente, quando um historiador analisar nossa sociedade
perceberá como ponto marcante não o desenvolvimento tecnológico, mas o
crescimento do hedonismo, o modo de vida que valoriza antes de qualquer coisa o
prazer pessoal.
Filosofia nascida na Grécia, pregando o prazer como o bem supremo da vida,
o hedonismo sempre encontrou pessoas dispostas a seguir esta doutrina e que
mesmo sem nunca ter ouvido falar de seu maior defensor, o filósofo Epicuro
estavam dispostos a colocar sua teoria em prática. O que é de se admirar hoje, é
que o culto ao prazer não é mais privilégio de poucos bem sucedidos e nem ousadia
de algumas pessoas, virou um comportamento cada vez mais difundido e enaltecido
nas classes médias de várias partes do mundo, mesmo que para desfrutar desses
prazeres as pessoas tenham que pagar em pequenas parcelas. Na busca por uma
vida que se parece com um filme, as pessoas vão atrás de cenários perfeitos,
querem unir o charme de uma praia deserta com o conforto de um hotel cinco
estrela, portanto o luxo está mudando de lugar, está mais ligado ao bem estar
pessoal que a ostentação.
A indústria do hedonismo tem que criar novidades cada vez mais atraentes
para um público que conhece cada vez mais lugares e vivenciam situações inéditas,
pois as pessoas estão revendo o que vale a pena, valorizando o prazer e o tempo,
isso explica porque muitos profissionais estão preferindo ter mais férias abrindo mão
do dinheiro.
Para o professor de filosofia da Universidade de São Paulo, Franklin Leopoldo
e Silva, o desejo hedonista de hoje muitas vezes é determinado pelo mercado. Não
é raro ver as pessoas buscando prazeres e momentos especiais com a velocidade
de quem troca de canal de televisão, sem tempo para apreciar a experiência. As
pessoas não vão em busca do prazer absoluto da original filosofia hedonista, mas
vão em busca das tendências impostas pelo mercado que geram um prazer
momentâneo de consumo imposto por uma sociedade capitalista.
Segundo o sociólogo francês Michel Mafessoli, professor do Centro de
Estudos sobre o Atual e o Cotidiano (Ceaq), da Sorbonne, em entrevista para a
revista Época diz que estamos entrando em um período dedicado ao desejo, onde a
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busca pelo prazer será a principal marca dos nossos tempos, aonde as novas
gerações vão empregar seu tempo fazendo da própria vida uma obra de arte.
Prova disso é o fato do turismo hedonista estar se desenvolvendo em alguns
países. De acordo com um relatório da Consultoria Euromonitor International,
apresentado no maior evento de turismo mundial (a Word Travel Market, 2007),
afirma que os viajantes entre 25 e 34 anos estão redefinindo o conceito de férias e
trocando o descanso por festas que duram dias inteiros.
A Consultoria Euromonitor International, relatou que o turismo hedonista está
em desenvolvimento principalmente nos Estados Unidos, onde hotéis de Las Vegas
e companhias de cruzeiros oferecem festas regadas a muito álcool, visitas a clubes
de strip-tease e passeios de limusine. Alguns hotéis já oferecem festas à beira da
piscina em que cabanas privadas com cadeiras e mesas são vendidas por até US$ 5
mil (cerca de R$ 8,7 mil), e uma garrafa de bebida pode chegar a US$ 400 (R$ 700).
Atualmente Estados Unidos com Las Vegas como a capital do hedonismo e o Caribe
estão entre os destinos mais procurados neste segmento. Além destes, Buenos
Aires, Cidade do Cabo, Vietnam e Dubai começam a ganhar destaque para este tipo
de roteiro. O hedonismo em Dubai é caro, mas as atrações são inúmeras como a
vida noturna que apresenta DJS renomados, boa música eletrônica, clubes
badalados com clientes dispostos a pagar.
Procurando sempre superar a última festa, esses turistas, que estão ficando
mais velhos e ganhando mais, vão continuar buscando atividades e experiências
especiais, tornando o turismo hedonista uma tendência de longo prazo passando de
geração em geração.
De acordo com Beni (2001), turismo hedonista é uma fruição da viagem pelo
prazer de viajar. Os turistas que praticam este tipo vivenciam e introjetam no corpo e
na mente todas as expressões dos ambientes e das culturas visitadas; com um grau
de liberdade pessoal bastante flexível, geralmente não adotado pela maioria dos
turistas.
Não é por acaso que a prática dessa modalidade de turismo vem
despontando na área de eventos por apresentar um amplo leque de atividades
propulsoras para o setor (meios de hospedagem, transportes, alimentos e bebidas e
eventos).
Por ter principalmente como adeptos pessoas com um elevado nível cultural e
econômico, a prática do turismo hedonista proporciona para o setor de eventos
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estabilidade no que tange o acontecimento do evento, pois esses eventos deverão
gerar uma ampla satisfação dos desejos e dos prazeres dos participantes. Portanto,
é necessário criar produtos e proporcionar serviços exclusivos, para conseguir
manter essa clientela e atrair cada vez mais participantes dessa nova modalidade de
turismo que tem como objetivo principal a satisfação do prazer.
Os organizadores de eventos para atender esse novo segmento, devem estar
sempre informados sobre o que está acontecendo com o turismo hedonista pelo
mundo. Porque para organizarem eventos para esse público eles tem que estar
sempre buscando algo inédito, não para satisfazer somente os olhos, mas para
saciar o eterno prazer que os hedonistas buscam em cada atividade que praticam.
Para esse público quanto mais luxuoso, sofisticado e exclusivo for o atendimento e
principalmente o evento em si, mais satisfeito esse cliente ficará.
Alguns hotéis já tiveram a percepção de como o turismo hedonista é
propulsor. Os resorts e clubes de hedonismo são voltados exclusivamente para os
que querem se divertir e passar momentos agradáveis, alegres, conhecer outras
pessoas, tudo sem obrigações. Nos clubes hedonistas as únicas restrições são o
uso de drogas e a falta de respeito com o próximo todos têm de ser tratados com
educação e cordialidade. Qualquer espaço desses hotéis podem ser utilizados para
por em prática as fantasias, desejos e prazeres.
Por enquanto os únicos resorts onde a prática do hedonismo é aberta e
encorajada ficam na Jamaica, em um dos mais belos cenários caribenhos. São eles
o Hedonism II e o Hedonism III, que fazem parte da rede internacional de Resorts
SuperClubs, que funcionam no sistema tudo incluso. Os clubes oferecem atividades
extras como: esqui aquático, mergulho, vela, tênis e outros esportes. Fazem parte
do cenário desses clubes praias paradisíacas, florestas e cachoeiras, por todo o
complexo existem redes para o uso dos casais e se você se sentir no clima os
resorts também organizam seu casamento com direito ao bolo, flores e champanhe.
Fazendo sucesso a mais de duas décadas, esses resorts apostam em lemas que
atrairiam qualquer pessoa disposta a dormir até tarde, esquecer de cortar calorias,
tomar drinks antes de deitar, conversar com estranhos, não arrumar a cama ao
acordar, não ter que ligar para a mãe todos os dias, não pagar por nada por causa
do sistema all-inclusive (tudo incluso).
No Brasil o turismo hedonista é pouco praticado e pouco difundido. Existe um
único clube de hedonismo conhecido e é chamado de Hedonism Club Brazil, em
16
Guaratiba, no Rio de Janeiro. Está aberto a homens e mulheres, conta com uma
equipe de entretenimento, responsáveis pela coordenação de concursos, jogos e
espetáculos. Alguns eventos como festas temáticas são organizadas para garantir a
satisfação dos prazeres.
Acredita-se que o País possui destinos que podem ser explorados para a
prática do turismo hedonista, por apresentar cenários paradisíacos, clima agradável,
paisagens maravilhosas e habitantes receptivos. É necessário que haja um maior
planejamento e conscientização das pessoas sobre essa nova prática de turismo
para que essa modalidade se concretize de forma positiva e proporcione
crescimento econômico e maior desenvolvimento para o setor de eventos.
O turismo hedonista é uma prática pouco difundida em nosso país e pouco
conhecida inclusive no meio acadêmico, para verificar o nível de conhecimento
sobre o assunto foram aplicados junto aos acadêmicos do 3º e 4º ano do curso de
Turismo e Hotelaria da Universidade Paranaense – UNIPAR, campus Cascavel,
questionários contendo questões pertinentes ao tema proposto no trabalho.
2 Análise e interpretação dos dados coletados
Como o tema da pesquisa é ainda muito recente o que causou dificuldades
para a revisão bibliográfica do mesmo, o método mais apropriado foi o estudo
exploratório, recomendado para as pesquisas cujo objeto tem conhecimento restrito.
Para Palagi (2004), a pesquisa exploratória é caracterizada pela primeira
aproximação do pesquisador com os fatos e fenômenos, confirmando ou não a real
importância do problema. A pesquisa consistiu-se num estudo, que por meio de
questionários, buscou verificar o conhecimento dos futuros bacharéis em Turismo e
Hotelaria, alunos do 3º e 4º ano do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade
Paranaense – UNIPAR, campus Cascavel, sobre o hedonismo.
Foi realizada uma aplicação piloto do questionário buscando identificar
possíveis falhas, sendo aplicado um número de quatro questionários para alunos do
3º ano e três questionários para o 4º ano. Esse primeiro momento teve a finalidade
de verificar a aplicabilidade do questionário, considerando se as perguntas
colocadas estavam condizentes com a realidade dos informantes. Feito isso, o
questionário foi refeito buscando adequar-se para facilitar a aplicação da pesquisa.
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Foram aplicados 31 questionários nas duas turmas, contendo oito questões, sendo
quatro fechadas e quatro abertas.
Procuramos identificar inicialmente por meio dos questionários o perfil dos
entrevistados, através do sexo, profissão, idade e estado civil.
GRÁFICO I: REPRESENTAÇÃO POR SEXO DOS ENTREVISTADOS.
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
De acordo com o Gráfico I, 68% são do sexo feminino e 32% do masculino.
Estes dados apontam para uma participação mais expressiva das mulheres, na
situação que vem sendo identificada nas últimas duas décadas com a inserção da
mulher nos diferentes segmentos da sociedade, tais como: política, campo de
trabalho, estudo, lazer, entre outros. Colocando assim as mulheres em pé de
igualdade com os homens.
GRÁFICO II: PROFISSÃO DOS ENTREVISTADOS
19%
3%
3%9%29%
9%
16%3%
9%
Agente de viagens
Autonomo
Aux. Adm/Financeiro
Empresario
Estagiários de turismo
Estudante
Org. de Eventos
Recepcionista
Vendedor
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
68%
32%
Feminino
Masculino
18
O que pode se verificar no gráfico II, é que a maior parte do grupo é
composta por profissionais que já atuam na área do turismo mesmo sem ter
concluído a graduação e por estudantes. Um montante de 29% são estudantes.
Também se observou que 19% dos entrevistados são agentes de viagens, e 16%
atuam no setor de hospedagem, como recepcionistas. Constatamos ainda que, 9%
são estagiários de turismo que estão buscando aprimorar seus conhecimentos e por
em prática o que aprenderam, através dos estágios, se preparando para atuar no
mercado de trabalho.
GRÁFICO III: FAIXA ETÁRIA DOS ENTREVISTADOS
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
Conforme o Gráfico III, 52% possuem idade entre 20 a 25 anos, destacamos
também as pessoas entre 18 a 20 anos (26%). Com percentual menor 16%, com
idade entre 25 a 30 anos. Apenas 6% possuem idade superior a 30 anos e nenhum
entrevistado tem idade abaixo de 18 anos, isso nos mostra que a maior parte dos
entrevistados são jovens.
0%26%
52%
16%6%
Abaixo de 18 anos
18 a 20
20 a 25
25 a 30
Acima de 30
19
GRÁFICO IV: ESTADO CIVIL DOS ENTREVISTADOS
3% 3%
91%
3%0%
Casado
Divorciado
Solteiro
Viuvo
Outros
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
No gráfico IV, os resultados indicam que a maioria dos entrevistados são
solteiros (91%), isso se da devido aos alunos ingressarem muito jovens na faculdade
e a faixa etária ser baixa como observamos no gráfico III, a maior parte tem entre 20
e 25 anos (52%). Muitos se dedicam ao estudo se preparando para atuar no
mercado de trabalho. Esses dados nos revelam que por serem jovens e solteiros,
não possuindo responsabilidades tendem a simpatizar mais com o turismo
hedonista.
GRÁFICO V: CONHECIMENTO DOS ENTREVISTADOS SOBRE O
HEDONISMO
42%
58%
Sim
Não
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
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Como podemos observar através do gráfico V, 58% dos entrevistados nunca
ouviram falar em Hedonismo. Por outro lado 42% dizem que sim. Alguns dizem que
sabem pouco sobre o assunto, outros que o hedonismo é uma prática que busca o
prazer ao extremo, que é a busca do prazer absoluto independente da situação
financeira de quem o pratica, que é uma modalidade de turismo onde a pessoa
busca a satisfação plena. Outros citam que no hedonismo são as pessoas que
buscam o prazer pessoal, não remetido somente ao sexo, mas a algo que lhe ajude
a melhorar a qualidade de vida. Citam também que já ouviram falar de hedonismo
em pacotes turísticos para estrangeiros no nordeste brasileiro.
GRÁFICO VI: CONHECIMENTO DOS ENTREVISTADOS SOBRE O
TURISMO HEDONISTA
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
Como podemos observar através do gráfico VI, 90% dos entrevistados nunca
ouviram falar em Turismo Hedonista. Isso ocorre porque essa modalidade de
turismo é recente e ainda não é muito difundida no Brasil. As publicações e os
noticiários sobre o assunto são escassos. O Turismo Hedonista possui muitos
adeptos em países estrangeiros. Apenas 10% dos entrevistados já leram ou viram
notícias sobre o Turismo Hedonista. Dizem que leram sobre essa modalidade de
turismo em folder que divulga o segmento de cruzeiros temáticos, viram em matérias
na televisão e na internet e em sites de turismo.
90%
10%
Não
Sim
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GRÁFICO VII: INTERESSE EM REALIZAR O TURISMO HEDONISTA
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
Analisando o gráfico VII, concluímos que 87% dos entrevistados teriam
interesse em praticar o Turismo Hedonista. Os motivos que os levariam a praticar
seriam: o enriquecimento profissional, o fato da busca pelo prazer ser interessante,
as novas experiências que podem ser adquiridas, porque toda forma de turismo é
interessante, por ser um tipo de turismo que busca a satisfação de prazeres que é
uma área diferente, pela busca da satisfação e dos prazeres momentâneos, para
obter conhecimento sobre o assunto, para ter momentos de relaxamento, fuga da
rotina e uma forma de quebrar paradigmas, por ser uma nova tipologia mostrando a
diversidade da área, divertimento, ser novo e porque é comum ser praticado em Las
Vegas. Apenas 13%, dizem não ter interesse em conhecer porque não tem
conhecimento sobre o assunto e por não se encaixar nesse perfil de consumidor e
devido a seus princípios religiosos não serem a favor da prática. Constatamos que
as informações sobre o assunto são muito importantes e influenciam na decisão das
pessoas.
87%
13%
Sim
Não
22
GRÁFICO VIII: A PRÁTICA HEDONISTA É PROMISSORA PARA O
TURISMO DE EVENTOS E LAZER
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
Por meio do gráfico VIII, constatamos que 83% consideram que a prática
hedonista pode ser promissora para o desenvolvimento do turismo de eventos e de
lazer. Os entrevistados acreditam que o turismo de eventos e lazer será muito
promissor pelos seguintes motivos: pelo crescimento dessa prática, muitas pessoas
procuram satisfação e elas acharão ótimo ter prazer quando praticarem uma
atividade seja uma festa ou outro tipo de atrativo, que esse público deve ser
aproveitado, pois pode ser uma prática muito rentável. O novo além de provocar
curiosidade também chama a atenção, os lugares que oferecerem essa nova
modalidade poderão atrair turistas e cria novos empregos. Porque quando as
pessoas procuram o lazer podem estar buscando satisfazer vontades e desejos e
todo turista está nesta busca. A humanidade evolui cada vez mais e os gostos e
preferências também propiciam mais opções para a prática, existem diversas
pessoas procurando opções para sair da rotina e se descontrair e essa é uma ótima
opção, pois é um diferencial. É uma nova tendência e as pessoas estão querendo
extravasar mais e sair sem rumo para aproveitar, também consideraram que é uma
variação e as pessoas estão sempre em busca de novas opções. Embora essa
atividade seja uma modalidade de turismo que diferencia quem a pratica, pode vir a
ter um público alvo diferenciado. A atividade é promissora não só para o turismo de
eventos e de lazer, mas também para o turismo social. Muitos são os motivos
segundo os entrevistados para que essa modalidade seja promissora. Apenas 17%
dos entrevistados, consideram que a prática hedonista não será promissora para o
turismo de eventos e lazer.
83%
17%
Sim
Não
23
GRÁFICO IX: INTERESSE DOS FUTUROS TURISMÓLOGOS EM SE
APEFEIÇOAR PARA ATENDER ESSE NOVO SEGMENTO DE MERCADO
74%
26%
Sim
Não
Fonte: dados coletados junto aos alunos do curso de Turismo e Hotelaria
Um dos objetivos desse estudo foi verificar o interesse dos futuros bacharéis
em Turismo e Hotelaria de se aperfeiçoar para atender esse novo segmento. De
acordo com o gráfico IX, 74% dos entrevistados têm interesse em se aperfeiçoar
para atender esse novo segmento, por considerarem uma nova modalidade que tem
grandes chances de dar certo e se difundir pelo mundo. Com percentual de 26%, os
entrevistados que não tem interesse de atuar nesse novo segmento por estarem
atuando em outros setores do turismo.
Em nossas análises podemos constatar que o hedonismo é ainda pouco
conhecido pelos alunos entrevistados, mas que o turismo hedonista desperta
interesse por estar relacionado com o prazer que é o que muitos procuram quando
realizam atividades turísticas. O assunto desperta interesse nas pessoas por ser
uma nova modalidade, que ainda é desconhecida especialmente em nosso país.
Contudo é necessário que mais informações sobre essa nova modalidade sejam
divulgadas, para que as pessoas possam saber do que se trata e assim começar a
se interessar a praticar o turismo hedonista que tem chances de atrair muitos
adeptos.
24
Considerações Finais
A partir da pesquisa realizada pode-se concluir que o turismo hedonista
realmente é pouco conhecido, mas que esta filosofia por ser marcante e expressiva
faz com que seus seguidores busquem vivenciá-la intensamente.
Muitas pessoas teriam interesse em praticar o turismo hedonista, por estar
ligado a busca do prazer, que no íntimo é o que muitas pessoas procuram quando
realizam qualquer atividade.
O turismo hedonista pode trazer grandes benefícios econômicos para a
destinação onde ele está inserido, devido a toda estrutura envolvida no
planejamento e na execução das atividades realizadas para gerar a satisfação dos
prazeres desse público.
Por meio desta pesquisa e das considerações feitas não tivemos a pretensão
de fazer conclusões definitivas a respeito do tema. Pelo contrário, nosso objetivo foi
chamar a atenção para quão promissor pode ser o hedonismo para a atividade
turística e de eventos. Para tal, faz-se necessário amplos investimentos em estrutura
e na divulgação dessa nova modalidade que ainda é pouco conhecida, para que as
pessoas conheçam realmente do que se trata o hedonismo e a essência dessa
prática de modo que atraia cada vez mais adeptos e se torne uma atividade
consolidada e reconhecida.
Com este estudo, conhecemos uma filosofia de vida interessante, inovadora,
porém já existente há alguns séculos. Nos proporcionou ampliar a visão para uma
nova modalidade do turismo, que poderá ser rentável para o setor de eventos e
outras atividades relacionadas.
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REFERÊNCIAS
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PALAGI, Ana Maria Marques [et al]. Manual para elaboração de trabalhos científicos. Cascavel, PR: Igol, 2004.
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WATT, David C. Gestão de Eventos em lazer e turismo. (Trad.) Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Bookman, 2004.
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Apêndice
Questionário aplicado junto aos alunos do 3º e 4º ano do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade Paranaense – UNIPAR – campus Cascavel/PR, para realização do trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em Planejamento e Gestão de Eventos.
1- Dados de identificaçãoa - Sexo do entrevistado: ( ) masculino ( ) femininob - Profissão: ________________________________________________________
2 – Faixa etária dos entrevistados( ) abaixo de 18 anos( ) 18 a 20( ) 20 a 25( ) 25 a 30( ) acima de 30 anos
3 – Estado Civil:( ) casado( ) solteiro( ) divorciado( ) viúvo( ) outros
4 – Você já ouviu falar em Hedonismo?( ) Sim ( ) NãoSe sim o que sabe sobre o assunto?_________________________________________________________________________________________________________
5 – Já leu algum artigo, matéria de revista, jornal ou matérias na internet que falem sobre o Turismo Hedonista?( )Sim ( ) NãoOnde leu e que informação leu?__________________________________________
6 – Você teria interesse em realizar o turismo hedonista? ( ) Sim ( ) NãoPor quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________
7 – Você acredita que essa nova prática hedonista seja promissora para o turismo de eventos?( )Sim ( ) NãoPor quê?___________________________________________________________
8 – Você como futuro turismólogo teria interesse em se aperfeiçoar para atender esse novo segmento? ( )Sim ( )Não