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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE NUTRIÇÃO EMÍLIA DE JESUS FERREIRO LUANNA RODRIGUES DA COSTA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO MINERAL ÓSSEA EM RATOS WISTAR MACHOS TRATADOS COM DIETA CONTENDO FARINHA DE LINHAÇA (LINUM USITATISSINUM) DESDE O PERÍODO DA LACTAÇÃO ATÉ OS 180 DIAS DE IDADE. NITERÓI, RJ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE NUTRIÇÃO EMÍLIA DE JESUS FERREIRO

LUANNA RODRIGUES DA COSTA

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO MINERAL ÓSSEA EM RATOS WISTAR MACHOS

TRATADOS COM DIETA CONTENDO FARINHA DE LINHAÇA (LINUM

USITATISSINUM) DESDE O PERÍODO DA LACTAÇÃO ATÉ OS 180 DIAS DE IDADE.

NITERÓI, RJ

2016

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LUANNA RODRIGUES DA COSTA

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO MINERAL ÓSSEA EM RATOS WISTAR

MACHOS TRATADOS COM DIETA CONTENDO FARINHA DE LINHAÇA

(LINUM USITATISSINUM) DESDE O PERÍODO DA LACTAÇÃO ATÉ OS 180 DIAS

DE IDADE.

Trabalho de Conclusão do Curso de

Graduação em Nutrição da Faculdade de

Nutrição Emília de Jesus Ferreiro, da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial à obtenção do título de

Nutricionista.

Orientador:

Prof. Dr. Carlos Alberto Soares da Costa

Coorientador:

Prof. Dr. Gilson Teles Boaventura

NITERÓI, RJ

2016

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LUANNA RODRIGUES DA COSTA

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO MINERAL ÓSSEA EM RATOS WISTAR

MACHOS TRATADOS COM DIETA CONTENDO FARINHA DE LINHAÇA

(LINUM USITATISSINUM) DESDE O PERÍODO DA LACTAÇÃO ATÉ OS 180 DIAS

DE IDADE.

Trabalho de conclusão do curso de

Graduação em Nutrição da Faculdade de

Nutrição Emília de Jesus Ferreiro, da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial à obtenção do título de

Nutricionista.

Aprovado em 21 de julho de 2016

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Soares da Costa - UFF

Orientador

______________________________________________________________________

Prof. Teresa Palmisciano Bedê

______________________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Vivian Wahrlich

NITERÓI, RJ

2016

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C837 Costa, Luanna Rodrigues da

Avaliação da composição mineral óssea em ratos wistar machos tratados com dieta

contendo farinha de linhaça (Linum usitatissinum) desde o período de lactação até os

180 dias de idade / Luanna Rodrigues da Costa; orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto

Soares da Costa, co-orientador: Prof. Dr. Gilson Teles Boaventura. – Niterói: [s.n.],

2016.

58 f.:il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Universidade Federal

Fluminense, 2016.

Bibliografia: f. 48-58.

1. Ratos wistar. 2. Farinha de linhaça. 3. Composição óssea. I. Costa, Carlos Alberto

Soares da [orien.]. II. Boaventura, Gilson Teles [co-orien.]. III.Título.

CDD 612.664

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Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos

seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos;

feliz será, e te irá bem.

(Sl 128:1,2)

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, à Deus pois não seria e nem teria nada se não fosse por Ele na minha vida.

Aos meus pais, Francinete e Bomfim, pelo seu amor, apoio e dedicação nos momentos bons e

ruins, sem medir esforços para me educar da melhor forma possível.

Ao meu namorado, Wellington, pelo seu carinho, amor, paciência, compreensão e por sempre

estar ao meu lado me incentivando e apoiando em tudo.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Alberto Soares da Costa, por me ajudar sempre que

precisei durante este projeto, me guiando, me ensinando, me aconselhando e me mostrando

que não devemos desistir fácil dos nossos planos. Obrigada pela paciência e por ser um

exemplo de pesquisador, cientista e professor pra mim.

Ao meu coorientador, Prof. Dr. Gilson Teles Boaventura, por me dar a oportunidade de estar

me dedicando durante dois anos no LABNE e por depositar sua confiança em mim.

À Mestranda Maíra Duque, por me guiar e ter paciência em me passar tudo que sabe, sem

hesitar em me auxiliar neste projeto.

À toda a equipe do LABNE, em especial às doutorandas Aline e Daniele, à mestranda Letícia,

e as técnicas Zoraide, Fernanda e Solange pela disposição em me ajudar nos procedimentos

no Laboratório.

Às minhas lindas amigas Gabrielle Gracio, Doralice Batista, Nicolle Venturi, Fernanda

Marques, Gabrielle Eulino, Mariana Sodré e Thaiany de Carvalho por serem pessoas que

marcaram minha vida para sempre, me acompanharem durante todos esses anos me apoiando,

me ajudando e fazendo meus dias mais felizes.

A professora Gabrielle de Souza Rocha pelos conselhos, apoio e por ser em exemplo de

profissional e de mulher virtuosa pra mim.

Ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Enfim, a todos que fizeram parte da minha trajetória até aqui.

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RESUMO

A saúde óssea e a ingestão alimentar estão diretamente relacionadas às mudanças fisiológicas

durante a vida. Pois a nutrição inadequada nas fases da vida com maior demanda óssea, pode

influenciar no desenvolvimento precoce de osteopenia. Com o avanço dos anos, o processo de

formação óssea em indivíduos adultos se torna menos efetivo em relação à remodelação

óssea. Predispondo este individuo a um aumento de fraturas e o desenvolvimento de

osteoporose, caracterizada pela redução da massa e aumento da fragilidade óssea, afetando

diretamente sua qualidade de vida. Diversos estudos relacionam a ingestão da linhaça com a

melhora da qualidade óssea, por ser fonte de ômega-3 logo, atuando na redução da progressão

da perda óssea. Então, nosso trabalho objetivou a avaliação dos efeitos da farinha de linhaça

sobre a composição mineral óssea em ratos Wistar machos, desde a lactação, até completarem

180 dias de idade. Sendo realizado a divisão dos ratos no momento do nascimento, em grupo

controle (C) e grupo experimental tratado com farinha de linhaça (FL). Aos 21 dias, houve o

desmame destes e a manutenção das respectivas dietas até o final do experimento. Aos 180

dias de idade, os grupos foram anestesiados, sacrificados e realizado a retirada do Fêmur e da

Quarta Vértebra Lombar para análise de densitometria óssea, pelo aparelho de Dual-Energy

X-Ray Absorptiometry (DXA), e a análise da composição mineral óssea (cálcio, magnésio e

fósforo) por um método colorimétrico. Foram avaliados: Ingestão média durante o

experimento; massa e comprimento corporal; Conteúdo e Densidade mineral das peças

ósseas; Dimensões ósseas; e a composição mineral óssea. Todos os resultados foram

expressos como média ± erro-padrão da média (EPM), considerando o nível de significância

de P<0,05. O grupo FL apresentou massa corporal maior (FL: 549,20±13,35g e

C:485,20±15,10g; p<0,05), mas sem diferença significativa em relação ao comprimento

(FL:45,73±0,15cm e C:46,11±0,07cm) e ingestão (CL:121,00±5,35g e GC:122,40±5,94g).

Em relação aos parâmetros ósseos, somente a Densidade Mineral Óssea (FL:0,2097±0,0028

g/cm2 e C:0,1992±0,0028 g/cm

2; p<0,05) e a Largura da diáfise no fêmur do grupo FL

apresentaram valores maiores (FL:6,74±0,073 mm e C:6,234±0,111 mm; p<0,05). A

composição mineral óssea de cálcio, magnésio e fósforo apresentaram valores mais elevados

no grupo FL, tanto no fêmur (FL:85,53±0,25 mg/dL; 56,99±1,04 mg/dL e 19,37±0,79 mg/dL

e C:76,85±0,5187mg/dL, 16,54±0,9876mg/dL, 38,98±0,8536mg/dL; p<0,05,

respectivamente) quanto na Quarta Vértebra Lombar (FL: 63,23±0,41; 44,69±1,37 e

5,46±0,16 e C:57,57±0,4537 mg/dL, 4,617±0,1689mg/dL, 28,84±0,3639 mg/dL; p<0,05,

respectivamente). O atual estudo evidenciou efeitos benéficos sobre o desenvolvimento e a

manutenção óssea, desde o período da lactação até em idades mais avançadas em ratos wistar

machos. Portanto, podemos concluir que o consumo de farinha de linhaça durante este

período promoveu maior composição mineral.

Palavras-chave: Ratos Wistar; Linhaça; Composição Mineral; Estrutura Óssea

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ABSTACT

Bone health and food intake are directly related to physiological changes during life. Because

inadequate nutrition in the stages of life with higher bone demand can influence the early

development of osteopenia. With advancing years, the process of bone formation in adults

becomes less effective in relation to bone remodeling. Predisposes that individual to an

increase in fractures and osteoporosis development, characterized by reduced mass and

increased bone fragility, directly affecting their quality of life. Several studies have linked

intake of flaxseed with improved bone quality, a source of omega-3 logo, aimed at reducing

the progression of bone loss. So our work aimed to evaluate the effects of flaxseed meal on

bone mineral content in male Wistar rats, from lactation until they are 180 days old. It is

carried out the division of the mice at birth, in the control group (C) and experimental group

treated with flaxseed meal (FL). At 21 days, there was weaning and maintenance of these

respective diets by the end of the experiment. At 180 days of age, the groups were

anesthetized, sacrificed and accomplished the removal of Femur and Fourth Lumbar Vertebra

bone densitometry analysis, the unit of Dual-Energy X-Ray Absorptiometry (DXA), and

analysis of bone mineral composition (calcium, magnesium and phosphorus) by a

colorimetric method. Were evaluated: average intake during the experiment; mass and body

length; Content and mineral density of bone pieces; bone dimensions; and bone mineral

composition. All results were expressed as mean ± standard error of the mean (SEM)

considering the significance level P <0.05. The group FL had higher body mass (FL: 549.20 ±

13,35g and C: 485.20 ± 15,10g; p <0.05), but no significant difference in the length (FL:

45.73 ± 0,15cm and C: 46.11 ± 0,07cm) and ingestion (CL: 121.00 ± 5,35g and GC: 122.40 ±

5,94g). Regarding bone parameters, only the bone mineral density (FL: 0.2097 ± 0.0028 g /

cm2 and C: 0.1992 ± 0.0028 g / cm2, p <0.05) and diaphysis in width FL group femur showed

higher values (FL: 6.74 ± 0.073 mm and C: 6.234 ± 0.111 mm; p <0.05). Bone mineral

composition of calcium, magnesium and phosphorus showed higher values in the FL group,

both in the femur (FL: 85.53 ± 0.25 mg / dL; 56.99 ± 1.04 mg / dL and 19.37 ± 0.79 mg / dL

and C: 76.85 ± 0,5187mg / dL ± 16.54 0,9876mg / dL ± 38.98 0,8536mg / dL; p <0.05,

respectively) as in the fourth Lumbar vertebra (FL: 63.23 ± 0.41, 44.69 ± 1.37 and 5.46 ± 0.16

and C: 57.57 ± 0.4537 mg / dL, 4,617 ± 0,1689mg / dL, 28.84 ± 0.3639 mg / dL; p <0.05,

respectively). The current study showed beneficial effects on bone development and

maintenance, since the period of lactation until more advanced ages in male Wistar rats.

Therefore, we conclude that the flaxseed meal consumption during this period promoted

greater mineral composition.

Keywords: Wistar Rats; Linseed; Mineral Composition; Bone Structure

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Seção longitudinal de um osso longo f 18

Figura 2 Esquematização mostrando parte de um sistema de Havers e

osteócitos

f 18

Figura 3 Corte de um osso seco: Osso compacto e esponjoso f 19

Figura 4 Resumo dos principais efeitos do aumento do PTH, em

resposta da diminuição plasmática de Cálcio

f 22

Figura 5 Ganho inicial e perda óssea posterior f 23

Figura 6 Diferença entre o Osso íntegro e o osso osteoporótico f 24

Quadro 1 Composição Centesimal da semente de linhaça e a média

da Recomendação Dietética Adequada (RDA) ou

Adequada Ingestão (AI) de micronutrientes, para homens

de 18 ate 30 anos de idade.

f 28

Figura 7 Perfil de ácidos graxos em diversos óleos alimentares f 29

Figura 8 Esquematização da via de biossíntese dos ácidos graxos

poliinsaturados.

f 30

Quadro 2 Valores recomendados de para a razão dos ácidos graxos

ω-6:ω-3 na dieta

f 31

Figura 9 Delineamento Experimental f 36

Figura 10 Medição das Dimensões Ósseas do Fêmur f 37

Figura 11 Ingestão alimentar (a), massa (b) e comprimento corporal (c)

aos 180 dias

f 39

Figura 12 Análise da Composição Mineral óssea de Cálcio (a), Fósforo

(b) e Magnésio (c) do Fêmur

f 41

Figura 13 Análise da Composição Mineral óssea de Cálcio (a), Fósforo

(b) e Magnésio (c) da Quarta Vértebra Lombar

f 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição nutricional das dietas f 35

Tabela 2 Estrutura do Fêmur avaliado nos animais aos 180 dias de

idade

f 40

Tabela 3 Avaliação da estrutura óssea do Fêmur e da Quarta

Vértebra Lombar (4VL) nos animais aos 180 dias de

idade

f 40

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LISTA DE ABREVEATURAS

4VL Quarta Vértebra Lombar

AA Ácido Araquidônico

ABRASSO Associação Brasileira de Avaliação Óssea e

Osteometabolismo

AI Adequada Ingestão

ALA Ácido α-linolênico

BRAZOS Brazilian Osteoporosis Study

C Grupo Controle

CMO Conteúdo Mineral Ósseo

DHA Docosahexaenóico

DMO Densidade Mineral Óssea

DNA Deoxyribonucleic Acid

DXA Dual-Energy X-Ray Absorptiometry

EPA Ácido Eicosapentaenoico

FL Grupo Experimental (Farinha de Linhaça)

FOSHU Foods for Specified Health

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IL-6 Interleukin

LA Ácido linoléico

LABNE Laboratório de Nutrição Experimental

LANUF Laboratório de Avaliação Nutricional e Funcional

LT Leucotrienos

LT5 Leucotrienos da Série 5

MUFA Ácido Graxos Monoinsaturados

PG Prostaglandinas

PG2 Prostaglandinas da série 2

PG3 Prostaglandinas da Série 3

PTH Paratormônio

PUFA Ácido Graxo Poliinsaturado

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RDA Recomendação Dietética Adequada

RNA Ribonucleic Acid

TNF Tumor Necrosis Factor

TX Tromboxanos

UFF Universidade Federal Fluminense

WHO/FAO World Health Organization/ Food and Agriculture

Organization

ω-3 Ômega 3

ω-6 Ômega 6

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17

2.1 FISIOLOGIA ÓSSEA ................................................................................................ 17

2.1.1 Estrutura …………………………………………………………………………….. 18

2.1.2. Remodelação Óssea ……………………………………………………………….... 19

2.1.3 Metabolismo Mineral ……………………………………………………………….. 20

2.1.4 Pico Ósseo ………………………………………………………………………….. 22

2.2 OSTEOPOROSE ......................................................................................................... 23

2.2.1 Fisiopatologia ……………………………………………………………………….. 24

2.2.2 Epidemiologia ………………………………………………………………………... 24

2.2.3 Fatores de risco e prevenção ……………………………………………………….... 25

2.3 LINHAÇA ………………………………………………………………………….. 26

2.3.1 Propriedades Funcionais ……………………………………………………………. 27

2.3.2 Composição …………………………………………………………….................... 28

2.3.3 Ação do Ômega-3 sobre a saúde óssea ……………………………………………... 32

3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 33

3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 33

3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 33

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 34

4.1 Animais ........................................................................................................................ 34

4.2- Ração ………………………........................................................................................ 34

4.3 Delineamento Experimental .......................................................................................... 35

4.3.1 Massas e comprimento corporal .................................................................................. 36

4.3.2 Anestesia …………………………………………………………………………….. 36

4.3.3 Análise das Dimensões Ósseas, da Densidade e do Conteúdo Mineral Ósseo ………. 37

4.3.4 Avaliação da composição de Cálcio, Fósforo e Magnésio ........................................... 37

4.3.5 Carcaças ....................................................................................................................... 38

4.3.6 Analise Estatística ......................................................................................................... 38

5 RESULTADOS ........................................................................................................... 39

6 DISCUSSÃO ............................................................................................................ 42

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 47

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 48

9 ANEXO ...................................................................................................................... 59

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14

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo fisiológico natural que envolve diversas

transformações biológicas, ocorrendo de maneira gradativa devido às necessidades evolutivas,

e muitas vezes são acompanhadas com um aumento na prevalência de doenças relacionadas à

idade. Geralmente são silenciosas e incapazes de gerar qualquer incapacidade inicialmente,

embora possam causar prejuízos futuros durante as realizações de atividades básicas da vida,

gerando uma influencia social e intelectual. Dentre elas, estão as doenças osteomusculares

degenerativas, como a osteoporose, que tem levantado grande preocupação mundial devido ao

aumento da sua prevalência na população mais velha. Com isso, tem-se buscado novas

estratégias de prevenir e tratar esta doença, a fim de melhorar a qualidade de vida desta

população (ESQUENAZI, 2013; MOREIRA et al., 2002).

A estrutura óssea é continuamente modificada conforme as forças mecânicas e aos

processos metabólicos aplicados a ele, por meio de mecanismos de remodelação adaptativa.

Dentre as principais funções (apoio, locomoção, proteção, hematopoese), o tecido ósseo serve

como armazenamento corporal de alguns minerais, como o cálcio, fosforo e magnésio

(GARTNER e HIATT , 2002). Entretanto, com o avanço dos anos, há um desequilíbrio neste

metabolismo ósseo, de modo que velocidade do processo de mineralização reduz, com o

ajuste da resistência e da homeostase óssea. Isso pode ocasionar a redução da mineralização e

o aumento da perda da massa óssea, logo após o alcance do pico ósseo (KRUGER, 2010;

SZEJNFELD, 2001). Diversos fatores estão associados a este quadro, como genética, hábitos

de vida e alimentação. Possibilitando a maior fragilidade óssea, ocasionando a osteoporose

com a incidência de fraturas, reduzindo a qualidade de vida deste indivíduo, além dos efeitos

sobre os custos com a saúde, com elevado impacto sobre a economia do país (VOSER, 2006).

A osteoporose é uma doença osteometabólica que envolve a perda da massa óssea com

a alteração da microarquitetura e deterioração estrutural óssea, podendo acarretar em fraturas

osteoporóticas principalmente no fêmur, coluna e quadril (GUYTON e HALL, 2011,

PINHEIRO et al., 2010). No Brasil, esta doença já atinge cerca de 10 milhões de pessoas de

pessoas, sendo a osteoporose considerada um problema de saúde pública (ABRASSO, 2016).

As melhores estratégias para a prevenção deste quadro seria medidas que incluíssem

alterações no estilo de vida, como a prática de atividade física, diagnóstico precoce e o

cuidado com a alimentação, priorizando alimentos que fornecem benefícios à saúde óssea.

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15

Com o avançar dos anos, ocorre uma redução da biodisponibilidade de alguns

nutrientes. E, por isso, deve-se ter atenção à ingestão de uma dieta equilibrada que contenha

alimentos com nutrientes implicados no metabolismo ósseo ao longo da vida, de modo a

prevenir ao aumento da osteopenia e a incidência da osteoporose. Mesmo instalado esta

patologia no indivíduo, o fornecimento de nutrientes como minerais (cálcio, fósforo, potássio,

magnésio), vitaminas (D, K, B12) e ácidos graxos essenciais (ácido linolênico, ácido

linoleico), tem gerado efeitos benéficos sobre o tratamento da osteoporose (HUGHES e

HARRIS, 2002; MANOLAGAS, 2000).

O Linum usitatissimum é a semente do linho, conhecida como linhaça, pertencente à

família da Linacea, originada da Ásia, possui aproximadamente 60 cm de altura, com caules

finos e fibrosos. Os seres humanos têm consumido a semente de linhaça desde o início das

primeiras civilizações, sendo usada com propósitos medicinais na antiga Grécia e no Egito e

principalmente como fonte energética. Atualmente, é encontrada na sua forma íntegra como

semente, moída ou processada como óleo. Podendo ser incorporada em diversas preparações

com pães, bolos, biscoitos e em outras comidas. (RUBILAR, 2010; MORRIS, 2001). Seu

consumo vem ganhado destaque devido aos seus diversos efeitos benéficos sobre a saúde,

correlacionando seu uso com a prevenção e tratamento de diversas doenças, sendo nomeado

popularmente como um “alimento funcional” (OOMAH, 2006; CASSANI, 2009; COUTO e

WICHMANN, 2011).

A semente é considerada um alimento com propriedades funcionais, pois além de

possuir alguns nutrientes básicos em sua composição contém compostos bioativos, como as

lignanas e ácidos graxos essenciais, que são os principais responsáveis pela sua função

fisiológica sobre organismo. Tendo um perfil lipídico rico em Ácido Graxo Poliinsaturado

(PUFA), esta semente contém elevada concentração de ácido linolênico (ALA), em

comparação a concentração de ácido linoleico (LA), produzindo efeitos positivos na

prevenção de diversas doenças (RUXTON, 2004; MORRIS, 2001). Alguns relatos científicos

têm estimulado o aumento da ingestão de alimentos ricos em ALA, e a redução da relação

Ômega-6 para Ômega-3 (ω-6:ω-3), auxiliando na prevenção de doenças inflamatórias e na

redução da perda óssea (KRUGER, 2010; CORWIN, 2003).

Quando consumidos em quantidades apropriadas, esses ácidos graxos produzem

efeitos benéficos para a saúde óssea. Onde a maior razão de ω-6:ω-3 esta agregado à efeitos

negativos sobre o tecido ósseo, gerando maior estímulo para a reabsorção óssea, via

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osteoclástos. Isto gera uma excessiva produção de Prostaglandinas da série 2 (PG2), onde o

LA é seu principal precursor, afetando diretamente a remodelação óssea, reduzindo a

diferenciação dos pré-osteoblastos, elevando o recrutamento de pré-osteoclastos, e sua

maturação, e ainda retardando a apoptose dos osteoclastos. No entanto, a menor proporção ω-

6:ω-3 está associada com melhora da formação óssea (KRUGER , 2010; WEISS, 2005;

JOHNSON , 1997). Pois o ALA é o precursor do Ácido Eicosapentaenoico (EPA) e do Ácido

Docosahexaenóico (DHA), que auxilia na síntese de Prostaglandinas da Série 3 (PG3) e de

Leucotrienos da Série 5 (LT5), que contribuem para a redução da síntese de PG2,

possibilitando o recrutamento de pré-osteoblastos, sua diferenciação e maturação,

contribuindo para a formação óssea. Paralelamente, ocorre a apoptose dos osteoclastos,

devido à ação dos percursores do ALA que induz a redução do tempo de vida média destas

células (KRUGER, 2010).

As fibras solúveis presente na linhaça auxiliam na prevenção de diversas doenças, tais

como o diabetes e arteriosclerose. Apresentando ações anti-hipercolesterolêmicas, atuando

para a diminuição do colesterol sérico do organismo e no aumento do bolo fecal (MARQUES

et al., 2011; RUBILAR 2010). As lignanas, são fitoestrógenos estruturalmente parecidos ao

estrogênio, tem ação antioxidante, sequestrando os radicais livres, levando à diminuição das

condições oxidantes, prevenindo a lesão de DNA (Deoxyribonucleic Acid), a peroxidação

lipídica e a redução na taxa de reabsorção óssea (DECKELBAUM et al., 2006; ARJMANDI

et al., 2001).

Além disso, a maior prevalência de osteopenia esta relacionada com a baixa ingestão

de alimentos fontes de alguns minerais, principalmente de cálcio, durante a vida. Com isso, a

linhaça possui valores elevados de cálcio e de outros minerais, como fósforo, zinco, cobre e

magnésio, que repercurtem positivamente sobre a mineralizaçao óssea. Podendo fazer parte de

estratégias de prevenção e tratamento da osteoporose, somado a uma alimentação equilibrada,

hábitos saudáveis e a prática regular de atividades físicas (UNICAMP, 2011, FRANCIS et al.,

2009).

Com isso, o presente estudo buscou avaliar a composição mineral em diferentes peças

ósseas, tendo em vista suas funções estruturais distintas e específicas, associado à ingestão da

farinha de linhaça e seus benefícios sobre a integridade óssea.

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17

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. FISIOLOGIA ÓSSEA

A estrutura óssea possui múltiplas funções relacionadas à movimentação, proteção

dos órgãos internos, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue (eritrócitos,

leucócitos e plaquetas), reserva corporal de cálcio, fósforo e outros minerais (COSTA et al.,

2011). Esta estrutura é formada por um material extracelular calcificado, a matriz óssea,

contendo uma parte orgânica e outra inorgânica, e por células, como os osteoblastos,

osteoclastos e osteócitos. A matriz óssea é composta por tecido conjuntivo formado por uma

fração inorgânica, com sais de cálcio e de fosfato, depositados em combinação com íons de

hidroxila, formando cristais de hidroxiapatia, além de magnésio, potássio e sódio. E por uma

fração orgânica contendo basicamente fibras colágenas, constituídas de colágenos do tipo I, e

por pequena quantidade de substâncias fundamentais amorfas, formada por glicoproteínas e

proteoglicanas. A combinação destas frações conferem ao tecido ósseo maior resistência e

flexibilidade contra danos mecânicos (JÚNIOR,2013; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).

As células ósseas são derivadas de células osteoprogenitoras localizadas na medula

óssea, no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos (Figura 1). As

células osteoprogenitoras multiplicam e diferenciam-se em osteoblastos, osteócitos e

osteoclastos. Os osteoblastos são células jovens responsáveis pela síntese da matriz orgânica e

localizam-se na superfície óssea. Os osteócitos são formas de osteoblastos envoltos pela

matriz, com a função de manutenção da matriz e ao longo dos anos são destruídos, devido à

redução do fornecimento sanguíneo e com o processo de remodelação óssea provocada pelos

osteoclastos. Estes são células maiores e móveis, que ficam localizadas em lacunas de

Howship, que são cavidades formadas devido à digestão óssea provocada por estas células,

formando sítios de reabsorção óssea, dando origem ao sistema de Havers (Figura 2)

(JUNIOR, 2013).

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Figura. 1: Seção longitudinal de um osso longo (Fonte: Adaptado de WEISBRODE, 2007)

Figura 2: Esquematização mostrando parte de um sistema de Havers e osteócitos (Fonte: Adaptado de

JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004)

2.1.1. Estrutura

Macroscopicamente, a arquitetura óssea é formada por uma parte externa mais

compacta, que também é denominada osso cortical e uma camada mais interna de tecido

esponjoso ou trabecular (Figura 3) (WEHRLI, 2007).

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Figura 3: Corte de um osso seco: Osso compacto e esponjoso (Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).

Quando comparado aos ossos corticais, os ossos trabeculares são menos consistentes,

pois são formados de cavidades intercomunicantes, estando presente em maior quantidade nas

extremidades dos tecidos ósseos longos, nas vértebras e nas regiões que protegem a medula

óssea. Os ossos com maior presença de tecido cortical, como a diáfise ou a extensão do fêmur,

sofrem lenta remodelação óssea, contribuindo para a manutenção da integridade estrutural

(NOVAKOFSKI,2012; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004) (Figura 3).

Entretanto, nos ossos trabeculares, como presente nas vértebras, localizado nas

epífises ou nas extremidades dos ossos longos, possuem propriedades de resistência a cargas

mecânicas e sofrem maior remodelação. Pois são locais onde há maior suprimento sanguíneo

e atividade celular, quando comparado às estruturas ósseas corticais. Além disso, os

osteoblastos que estão neste local, tem mais contato com as células da cavidade medular, que

produz inúmeras citocinas osteotrópicas, contribuindo para mineralização óssea (DENNY E

BUTTERWORTH, 2000; FAVUS, 2003). Sendo assim, fraturas que abrange as epífises

ósseas tende a se estabelecer mais rapidamente do que aquelas restritas a diáfise óssea.

2.1.2. Remodelação Óssea

O processo de remodelação óssea é o equilíbrio constante entre a reabsorção e a

formação óssea, que é influenciado por esforços sobre o esqueleto, reparo de microlesões,

alterações no estilo de vida e ingestão alimentar (MARTIN, 2006; GALI, 2001).

A remodelação óssea se inicia com o recrutamento de pré-osteoclastos para a

superfície óssea, na qual se fundem e diferenciando-se em osteoclastos multinucleados. Desta

forma ocorre a remoção da camada de osteóides não-mineralizados pelos osteoblastos,

seguido por ativação dos osteoclastos, degradação enzimática dos componentes minerais e a

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liberação de fragmentos minerais ósseos e colágeno (ROODMAN, 1996; KAWAMOTO,

2000).

Completado o ciclo de reabsorção, os osteoclastos secretam proteínas que servirão

como substrato para a fixação dos osteoblastos, iniciando a fase de reversão. Onde esta

superfície é preparada por células mononucleares da linhagem monócitos e macrófagos para a

adesão dos osteoblastos se aderirem e iniciarem o processo de formação óssea. Esta fase

envolve uma serie de eventos que culminam na diferenciação de células percursoras

osteoblásticas, sua maturação e ativação, com formação de matriz e mineralização óssea.

Ocupando esta cavidade com osteóide lamelar, colágeno e outras proteínas da matriz óssea

(KOBAYASHI, 2005; BANDEIRA, 2000).

2.1.3. Metabolismo Mineral

O funcionamento da fisiologia do metabolismo ósseo mineral está interligado à

regulação hormonal. Mantendo níveis adequados de cálcio, fósforo, magnésio e outros

minerais no sangue, retirando ou fornecendo esses elementos do osso para o organismo. Estes

processos ocorrem principalmente nas estruturas trabeculares que constituem o principal

reservatório destes minerais. Os principais hormônios que participam desta regulação são o

Paratormônio (PTH), Calcitriol (1,25-di-hidroxi-vitamina D3 ou vitamina D) e a Calcitonina

(GARCIA e SILVA, 2008).

Cerca de 99% do cálcio corporal total esta armazenado no esqueleto (na forma de

hidroxiapatia), com 0,1% no líquido extracelular e aproximadamente 1% nas células e

organelas. Tornado os ossos um amplo reservatório deste mineral, liberando em caso de queda

plasmática, como a baixa ingestão de cálcio pela dieta, havendo elevação do PTH, gerando

uma maior reabsorção óssea, e armazenando-o em caso de excessos (HEANE, 2006). No

plasma ele esta presente sob três formas: Combinado com proteínas plasmáticas (41%),

principalmente com albumina, não difusíveis; Complexado (9%) com substâncias aniônicas

do plasma (como citrato ou fósforo) e difusível com a membrana dos capilares; e Ionizado

livre (50%) no plasma, sendo esta a forma fisiologicamente ativa para exercer a maior parte

das funções no organismo, inclusive sobre a formação óssea. As funções do cálcio envolvem

condução neuromuscular, contração do musculo esquelético, cardíacos e lisos; coagulação

sanguínea; mineralização óssea; na regulação das glândulas exócrinas e endócrinas; na

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preservação da integridade da membrana celular e na permeabilidade da troca de sódio e

potássio pela membrana celular e participação no metabolismo do glicogênio (GUYTON e

HALL, 2011). Além disso, valores adequados de cálcio podem desacelerar a evolução de

osteoporose, pois o cálcio suprime a reabsorção óssea (FREIRE e ARAGÃO, 2004).

O fósforo, quando combinado ao cálcio e ao magnésio (fornece maior resistência ao

osso, sob a forma de hidroxiapatia (compondo 90% do fósforo corporal total). Além de

participar do metabolismo de carboidratos e de lipídios; manutenção da integridade celular,

regulação de algumas enzimas e do transporte de oxigênio; e atua com agente tampão no

plasma e na urina (MOTTA, 2009).

Do magnésio total corporal, 67% esta armazenado no osso sob a forma de

hidroxiapatia, e o restante encontra-se no plasma, no musculo esquelético, cardíaco, rim e

fígado. Este mineral exerce um papel importante na manutenção da estrutura molecular do

RNA (Ribonucleic Acid), DNA e na síntese protéica; também participa da glicólise,

fosforilação oxidativa, biossíntese protéica, contração muscular e coagulação sanguínea. A

deficiência deste mineral é encontrado frequente em pacientes com osteoporose. Visto que um

estudo observou uma relação de dietas pobres em magnésio com a redução do crescimento

ósseo e o aumento do número dos osteoblastos, com perda de osso trabecular (MOTTA, 2009;

SCHAAFSMA, 2001).

O PTH, hormônio secretado pelas glândulas paratioroidianas, tem um potente

mecanismos sobre o controle das concentrações de cálcio, fósforo e magnésio. Ele atua à

nível renal, através da excreção renal e das trocas destas substâncias entre o líquido

extracelular e o osso. Em resposta a redução de cálcio no plasma sanguíneo, ele estimula a

reabsorção óssea, liberando cálcio para o líquido extracelular; eleva a reabsorção renal de

cálcio, diminuição da reabsorção de fósforo e o aumento da excreção de fósforo; e participa

na conversão da vitamina D (calcitriol), que estimula a absorção de cálcio e de fósforo no

intestino (Figura 4) (GARCIA e SILVA, 2008).

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Figura 4: Resumo dos principais efeitos do aumento do PTH, em resposta da diminuição plasmática de Cálcio

(Fonte: Adaptado de GUYTON e HALL, 2011).

A Calcitonina é um hormônio secretado pela glândula da tireóide (ou células C), sua

secreção é ativada quando há um aumento nas concentrações de cálcio ionizado e reduzido

com baixos teores sanguíneos deste íon. Tendo, portanto efeitos opostos ao do PTH. Inibindo

a reabsorção óssea, pelos osteoclastos, e a reabsorção renal de fósforo e cálcio, sendo

considerado um importante biomarcador da remodelação óssea (GUYTON e HALL, 2011;

MOTA, 2009).

2.1.4. Pico Ósseo

A estrutura óssea não é estática, sendo caracterizada pela contínua reestruturação

adaptativa, na qual ocorre renovação de tecido pré-existente, através da reabsorção óssea e

subsequente formação de tecido novo (MARCU, 2011; FATTORE, 2010).

Durante o crescimento a taxa de formação óssea é mais elevada que de reabsorção,

atingindo o acúmulo máximo de massa ou de conteúdo mineral ósseo, denominado de pico de

massa óssea. Isso ocorre, pois os osteoblastos estão metabolicamente ativos do que os

osteoclastos (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Este processo tende a ser exponencial ate,

aproximadamente, 20 anos de idade e se consolidando por volta dos 30 anos (Figura 5)

(ANDERSON, 2010; NOVAKOFSKI,2012).

Absorção

de Ca ++

Absorção

de PO4

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Figura 5: Ganho inicial e perda óssea posterior (Fonte: Adaptado de NOVAKOFSKI, 2012).

Cessando o crescimento e o pico de massa óssea nesta fase da vida há uma

diminuição gradual da massa óssea, podendo ser afetado por fatores como dieta, atividade

física, gênero, fatores genéticos, ambientais e hormonais (ANDERSON et al., 2002; WOSJE

& SPECKER, 2000). Com o avanço dos anos, o desequilíbrio nesses processos tende a ser

maior, com o predomínio progressivo da perda sobre o ganho ósseo. Predispondo este

indivíduo a redução da massa e um aumento da sua fragilidade óssea, com o desenvolvimento

de osteopenia seguida por osteoporose, elevando a incidência de fraturas ósseas, afetando

diretamente sua qualidade de vida (KRUGER, 2010).

2.2. OSTEOPOROSE

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), a osteoporose foi definida como

redução da Densidade Mineral Óssea (DMO), utilizando como critério o exame de

densitometria óssea (DXA- Dual-Energy X-Ray Absorptiometry). Frequentemente, esta

doença se desenvolve de forma silenciosa ao longo dos anos, sem a presença de sintomas ou

dor, ate a ocorrência de fraturas. Essas lesões ósseas são mais comuns nas vértebras, fêmur e

antebraço, havendo dor crônica incapacidade e piora da qualidade de vida, causando

complicações graves, principalmente em pacientes idosos (IOF,2016).

A redução da DMO é um processo fisiológico natural, mas não é considerado

patológico por ter uma redução gradual da massa óssea que, entretanto, permanece

mineralizado. A progressão desta perda pode estabelecer um quadro de osteoporose,

resultando na incidência de fraturas ósseas (RAMALHO e CASTRO, 1999).

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2.2.1 Fisiopatologia

Esta doença é caracterizada como um distúrbio osteometabólico, provocando uma

desordem da microarquitetura óssea. Isto ocorre, pois há um aumento da atividade

ossteoclastica, combinado com a redução progressiva do processo de mineralização óssea

devido a baixa atividade das células que realizam a mineralização óssea. Ocasionando um

balanço negativo no processo de remodelamento ósseo, criando uma cavidade osteoporótica

tão profunda que os osteoblastos não são capazes de preencher com o processo de

mineralização normal. Com a diminuição da espessura das trabéculas, perfuração e supressão

da conectividade, os ossos ficam mais porosos, resultado no aumento da fragilidade óssea e

risco de fraturas (Figura 6) (GUYTON e HALL, 2011; RAMALHO e CASTRO, 1999).

Figura 6: Diferença entre o Osso íntegro e o osso osteoporótico (Fonte: ADAM, 2016).

2.2.2 Epidemiologia

O envelhecimento populacional e o consequente aumento na prevalência de

osteoporose são considerados problemas de saúde pública mundial, devido a elevada

prevalência, suas consequências sobre a saúde física e psicossocial, além dos prejuízos

financeiros com tratamentos (VOSER, 2006).

Esta doença causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo, sendo

50% destes casos só nas Américas e na Europa, com 75 milhões de pessoas só nos Estados

Unidos, Japão e Europa (WHO, 2004). De acordo com a Associação Brasileira de Avaliação

Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO, 2016), cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com

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osteoporose no Brasil, principalmente mulheres na pós-menopausa, ocorrendo incidências de

fraturas em cada três segundos.

De acordo com Carvalho e colaboradores (2004), em 1980 havia cerca de 7,5

milhões de brasileiros que apresentavam osteoporose, aumentando para 15 milhões no ano

2000 e acometendo 35% a 52% das mulheres e 19% a 39% dos homens com mais de

cinquenta anos de idade. Além disso, relataram a redução da expectativa de vida em 36% para

homens e 21% para mulheres, durante esses anos. Estudos estimam que até o ano de 2020,

cerca de 20% dos 17,9 milhões de idosos, terão osteoporose no país (KOMATSU, 2004;

CLARK et al, 2009).

2.2.3 Fatores de risco e prevenção

Visto tal impacto da osteoporose dentro da população brasileira, é importante buscar

estratégias de forma a identificar e prevenir os fatores de risco para o desenvolvimento desta

doença.

O Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS) foi um estudo projetado para a

identificação dos principais fatores de risco associados com fraturas por fragilidade óssea em

uma amostra representativa da população brasileira. Neste estudo foi identificado que os

hábitos de vida (atividade física, tabagismo e ingestão alimentar), idade avançada, história

familiar de fratura de quadril e diabetes mellitus, estão diretamente relacionados com

deterioração da qualidade óssea (PINHEIRO et al, 2010).

Uma das formas de prevenção seria a abordagem nutricional, devido a associação da

ingestão de alimentos que produzem efeitos positivos sobre a saúde óssea durante o

crescimento e a proteção do esqueleto contra a perda de cálcio à longo prazo. Uma dieta

equilibrada, em quantidades adequadas de calorias e nutrientes, fornece um bom

desenvolvimento e manutenção da qualidade óssea, assim como a prevenção e tratamento da

osteoporose (MOEIRA, 2002; NHI, 2000).

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2.3 LINHAÇA

O linho é uma planta pertencente à família das lináceas, tendo como nome científico

Linum usitatissimum. Desta planta podem-se extrair fibras, para a fabricação de tecidos, além

de sementes oleaginosas denominada Linhaça. Suas origens provem da Ásia, tendo sido

cultivada a mais de 4000 anos e, deste de então, vem sendo usada como matéria-prima para

produção de óleo e farelos. Entretanto, não se sabe certo o inicio do seu cultivo, mas, fatos

históricos relatam sua utilização entre 5000 a 2500 anos a.C. na Mesopotâmia e em outros

países, para fins medicinais. Seu cultivo no Egito foi referido no Livro de Moisés, devido a

perda da colheita de linho como uma praga ou desgraça, visto tamanha importância na vida

destas populações (VIEIRA et al, 2012; RURAL SEMENTES, 2016)

Atualmente o maior produtor e exportador mundial de linhaça é o Canadá, com uma

produção de 0,42 milhões de toneladas em 2010 correspondendo à quase 80% do comércio

global desta semente, logo depois é a China, Estados Unidos, Índia e Etiópia (GOYAL et al,

2014). Em relação ao Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) sobre a produção agrícola municipal, trazendo o Rio Grande do Sul com principal

produtor. Em 2014 a produção desta semente alcançou 4.839 toneladas, com um plantio de

8.860 hectares e obtendo um rendimento médio de 546 Kg/hectare (BRASIL, 2016). Contudo,

segundo Trucom (2016), o país ainda exporta a linhaça do Canadá, USA, China e Argentina

para os ajustes de preços nacionais deste produto.

O surgimento dos novos hábitos alimentares dos consumidores preocupados com a

prevenção de doenças, gerou um aumento da demanda do mercado dos produtos naturais e

ainda influenciou muitos pesquisadores a buscar evidências de seus benefícios para a saúde

(ANJO, 2004; BARROSO et al, 2014; RIBEIRO et al, 2014). Neste contexto foram

denominados os “alimentos funcionais” aqueles que possuem componentes fisiologicamente

ativos que demonstram benefícios à saúde (CARRARA, 2009). Considerada como um

alimento que possui propriedades funcionais, a linhaça se destaca por conter em sua

composição substancias como lignanas, ALA, fibras e alguns minerais (cálcio, fósforo,

potássio, entre outros), que repercutem beneficamente sobre a saúde e na redução dos riscos

de algumas doenças (TARPILA et al, 2002; CASSANI, 2009; ORCHARD et al, 2012) .

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2.3.1 Propriedades Funcionais

Segundo Anjo (2004), as pesquisas com esses alimentos com propriedades funcionais

tiveram inicio com a investigação da baixa incidência de doença cardíaca nos esquimós,

aliados com a sua alimentação a base de peixes e produtos do mar ricos em ω-3 e ω-6. Tal

como os franceses, com o consumo de vinho tinto, e também com o povo oriental, que

consumiam muitos produtos a base de soja, apresentavam baixa prevalência de câncer de

mama.

Em 1980 o Japão, em decorrência da elevada expectativa de vida e dos estudos para

desenvolver produtos alimentícios, que incentivem a redução dos gastos com a saúde pública

deste país, foi o precursor da elaboração da regulamentação específica para os alimentos

considerados funcionais. Com isso, houve a formulação do Foods for Specified Health Use

(FOSHU) definindo “alimentos que contenham ingredientes com funções para a saúde e

oficialmente aprovados para reivindicar seus efeitos fisiológicos no corpo humano, se

destinando a ser consumido para a manutenção / promoção da saúde.” (JAPÃO, 2016), além

de ter um selo que comprova a aprovação deste produto pelo Ministério da Saúde e Bem-

estar japonês. Contudo as estas denominações variam conforme a regulamentação de cada

pais (HASLER, 1998; ARAYA e LUTZ, 2003).

No Brasil, não há legalmente definição para este termo, contudo há uma alegação de

características funcionais e de propriedade de saúde, também as condições desta utilização,

que consta na Resolução nº 19 de 1999 da ANVISA (BRASIL, 1999). Neste documento

estabelece que as alegações funcionais estejam relacionadas com a função fisiológica que o

nutriente ou o ingrediente presente no alimento exerce no crescimento, desenvolvimento e

funções normais organismo e, ou sobre a manutenção geral da saúde e a redução de risco de

doenças, além de ser seguro para o consumo sem a supervisão médica (STRINGHETA et

al.,2007).

Tendo em vista isso, a linhaça é considerada um alimento com propriedades

funcionais, pois contêm substâncias como ALA e LA, que entre outros aspectos, auxiliam

para a redução do risco de câncer e de doenças cardiovasculares, redução da pressão arterial,

possuem ação anticarcinogênica atuando como antioxidante com redução fatores de

proliferação e nutrição celular e com efeito anti-inflamatório agindo, desta forma sobre a

prevenção de diversos tipos de câncer. Contendo fibras que reduzem os níveis de colesterol

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endógeno e de triglicerídeos no sangue; e também lignanas que possuem efeitos

fitoestrogênico exercendo forte influência sobre o risco de câncer de mama (ANJO, 2004;

GOMES et al.,2012; CORDEIRO, 2009; CARRARA,2009). Entretanto para que estes efeitos

sejam mais eficazes, deve-se aliar este consumo com uma dieta equilibrada, prática de

atividades físicas e hábitos saudáveis.

2.3.2 Composição

A linhaça é uma oleaginosa rica em lipídios, proteínas e fibras. Contudo sua

composição pode variar de acordo com a genética, meio ambiente, processamento e método

de análise da semente. Mas geralmente, possui 41% de gordura, 20% de proteína, 28% de

fibra dietética total, 7,7% de umidade, 3,4% de cinzas e 1% de açúcares simples (MORRIS,

2007). Tomando como exemplo o Quadro 1, pode-se notar que em 100g de semente de

linhaça,14g são de proteína (9,78%), 32,3g de carboidrato (22,5%) e 43,3g de lipídios

(67,7%), sendo desses lipídios, 22,8g de ω-3 e 5,9 de ω-6 (UNICAMP, 2011; GOMES et al.,

2012).

Nutrientes

Semente

de linhaça

RDA * ou

AI**(3)

Calorias (Kcal)(1)

495,0

Proteinas (g)(1)

14,1

Carboidratos (g) (1)

32,3

Lipidios (g) (1)

43,3

Fibras alimentares (g) (1)

33,5 38**

Ômega-3 (g) (2)

22,8 1,6**

Ômega-6 (g) (2)

5,9 17**

Vitamina E (mg) (2)

20,6 15*

Magnésio (mg) (1)

347 400*

Fósforo (mg) (1)

615 700*

Cobre (mg) (1)

1,09 900*

Zinco (mg) (1)

4,4 11*

Manganes (mg)(1)

2,81 2,3**

Cálcio (mg) (1)

211,5 1000

Quadro 1. Composição Centesimal da semente de linhaça e a média da Recomendação Dietética Adequada

(RDA)* ou Adequada Ingestão (AI)** de micronutrientes, para homens de 18 ate 30 anos de idade (Fonte:

Adaptado de UNICAMP, 2011(1), de GOMES et al., 2012(2) e de PANDOVANI et al, 2006(3) )

Sendo pobre em gordura saturada (9% do ácidos graxos totais) , com 18 % de Ácido

Graxos Monoinsaturados (MUFA) e 73% de PUFA. Do total de PUFA em sua composição,

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40-60% são de ácido graxo essencial ALA e com 16% de ácido graxo essencial LA.

Caracterizando este alimento com um perfil único de ácido graxo, pois este elevado teor de

ω-3 resulta em uma razão de ω-6:ω-3 benéfico para o organismo (NOVELLO, 2011). Um

exemplo desta proporção seria a comparação de diferentes óleos em relação ao teor de ácidos

graxos em cada um, apresentado na figura 7 (MORRIS, 2007).

Figura 7: Perfil de ácidos graxos em diversos óleos alimentares (Fonte: Adaptado de MORRIS, 2007).

Estes ácidos graxos são denominados essenciais, pois o organismo humano não é

capaz de sintetiza-los, sendo necessária sua ingestão. O ω-3 é um importante percursor do

EPA e o DHA, que estão relacionados com a proteção cardiovascular, manutenção óssea,

desenvolvimento cerebral e nervoso. Além de participar da síntese de PG, LT e Tromboxanos

(TX) que produzem efeitos antiinflamatórios, anticoagulantes, vasodilatadores e

antiagregantes (RODRÍGUEZ, 2003; COETZEE, 2007). Auxiliando no tratamento de

diversas doenças como artrite, osteoporose, cardiovasculares, câncer, mal de Alzheimer e

entre outros. O LA é biossintetizado no organismo humano em Ácido Araquidônico (AA),

exercendo papel fisiológico relevante sobre a permeabilidade dos vasos sanguíneos, com ação

inflamatória e funções plaquetareas, participando da estrutura das membranas celulares e

sobre a viscosidade sanguínea (MORAES e COLLA, 2006). Contudo, tanto o AA, EPA e

DHA são produtos das desaturases, fazendo com que haja uma competição pelas mesmas

enzimas durante as reações de dessaturação e alongamento (Figura 8), mesmo sabendo que

estas enzimas possuem maior afinidade pelos ácidos graxos da família ω-3. Os percursores

dos eicosanóides, o AA e o EPA atuam como moduladores em diversos processos biológicos

(MARTINS et al., 2008).

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Figura 8: Esquematização da via de biossíntese dos ácidos graxos poli-insaturados (Fonte: MARTINS et al.,

2008).

Sabendo que esta conversão é intensamente influenciada pelos níveis de LA na

alimentação, então uma dieta com maior teor de ω-3 reduz a transformação de ω-6 em AA.

Este balanço deve ser proporcionalmente equilibrado para gerar tais efeitos sobre a saúde, no

tratamento e prevenção destas doenças. Pois o aumento da razão de ω-6:ω-3, vai elevar a

produção de PG e LT, sintetizados a partir do AA, que são mediadores pró-inflamatórios e

trombóticos, suscetibilizando a maior prevalência de aterosclerose, obesidade, diabetes e

outras patogêneses (SIMOPOULOS, 2016). Sendo assim, a ingestão diária de alimentos

fontes destas substâncias reflete diretamente sobre a saúde das pessoas. Contudo há varias

recomendações estabelecidas por órgãos e estudos, em diferentes países, como na Alemanha e

Suécia que estabelece uma razão de 5:1, no Japão com 2:1 e a atual Food and Agriculture

Organization (FAO) estabelecendo uma recomendação de 5:1 até 10:1, respectivamente para

a proporção de ω-6:ω-3 (Quadro 2).

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Quadro 2: Valores recomendados de para a razão dos ácidos graxos ω-6:ω-3 na dieta (Fonte: Adaptado de

SANTOS et al., 2013).

Em relação à porção de fibras na linhaça, a sua maioria é composta por fibra solúvel

conhecida como mucilagem que corresponde à 25% da fibra dietética total. Além das funções

básicas de auxiliar nos processos intestinais, como na redução dos níveis de glicemia e de

colesterol sanguíneo, ela também é rica em lignana, que seria um composto fenólico que atua

com um fitoestrógeno, possuindo características e estrutura química semelhante ao estrogênio.

Evitando as reações inflamatórias, por meio do bloqueio da liberação de fatores de ativação de

plaquetas (CUPERSMID et al., 2012; CASSANI, 2009; MACIEL, 2006).

Por ser isenta de amido, ela não causa aumento significativo da glicemia capilar, uma

vez tendo um teor considerável de carboidrato. A albumina compõe 20% do total de proteínas

da linhaça e com, aproximadamente 74% de globulina, sob lisina que seria menos solúvel que

a albumina. Os aminoácidos presentes nesta oleaginosa é a arginina, ácido aspártico e ácido

glutâmico (NOVELLO e POLLONIO, 2011; MARCONE, 1998).

O quadro 1, destaca a elevada composição de minerais presentes na linhaça,

correspondendo à 211,5 mg de Cálcio, 615 mg de Fósforo e 347 mg de Magnésio. Tornando

esta semente, uma fonte significativa destes minerais, associados a melhora da qualidade

óssea.

2.3.3 Ação do Ômega-3 sobre a saúde óssea.

SRC, 1990

SIMOPOULOS, 2016

SCHAEFER, 2002

CHARDIGNY, 2001

KRIS-ETHERTON, 2000

NCM, 2012

FAO, 2010

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Os principais efeitos na saúde estão relacionados à suas ações anti-inflamatórias e

imuno-moduladores. Alguns mediadores inflamatórios estão intimamente relacionados com

as doenças osteometabólicas, tais como a osteoporose, e tem desafiado pesquisadores a

descobrirem a relação do ALA com o desenvolvimento ósseo. Isso ocorre, pois com o

envelhecimento há um aumento das expressões de citocinas pró-inflamatórias e anti-

inflamatórias que interagem, regulando hormonalmente, a diferenciação e a atividade dos

osteoblastos e osteoclastos. Desenvolvendo os mecanismos da inflamação crônica e

contribuindo para a patogênese da osteoporose (DAWCZYNSKI et al., 2009; KRUGER et

al., 2010; HOFBAUER e SCHOPPET, 2004).

Uma dieta rica em PUFA é favorável à saúde e a manutenção óssea, tendo sido

evidenciado em diversos estudos experimentais (WATKINS et al., 2000; GREEN et al.,

2004). Entretanto, é necessário que haja atenção a quantidade destes ácidos graxos presente na

alimentação, pois como foi visto quanto menor a proporção de ω-6:ω-3 melhor será a

manutenção óssea (CORWIN, 2003; WEISS et al., 2005).

O aumento da ingestão de alimentos fontes de LA, induz o processo de remodelação

óssea. O principal percussor do ω-6, o AA, é convertido em PG2 e LT4,que possuem ação pró-

inflamatória e são potentes moduladores da remodelação óssea. Pois o aumento da síntese de

PGE2 irá estimular o recrutamento de pré-osteclastos e sua maturação, reduzindo a

diferenciação dos pré-osteoblastos (WATKINS et al., 2000; LIU e DENBOW, 2001). Em

contra partida, o ω-3 induz a produção de EPA e DHA que auxilia durante a modulação óssea.

De forma que, estes eicosanoides são convertidos em PGE3 e LT5, diminuindo a síntese de

PGE2 atua inibindo a produção de algumas citocinas (Tumor Necrosis Factor: TNF-α e

Interleukin 6: IL-6), representando potentes agentes antiinflamatórios. Esta resposta gera o

maior recrutamento de pré-osteoblastos, sua maturação e, sugerindo consequentemente, o

favorecimento do processo de formação óssea (KRUGER et al., 2010; GARFÓLO &

PETRILLI, 2006).

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Avaliar a composição mineral óssea em animais alimentados com ração contendo 25% de

farinha de linhaça, desde a lactação, até completarem 180 dias de idade.

3.2 Objetivos Específicos:

Avaliar a ingestão alimentar e o desenvolvimento do corporal durante o período

experimental;

Análise da Densidade e do Conteúdo Mineral Ósseo;

Avaliar as dimensões ósseas da Quarta Vértebra Lombar e do Fêmur;

Avaliar a composição de cálcio, magnésio, fósforo da quarta vértebra lombar e do

fêmur.

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4. MÉTODOS

4.1 Animais

O projeto foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal Fluminense

com o número: 209/2012. Todos os procedimentos atenderam às exigências previstas no

projeto de lei nº 11.794/2008, que estabelece procedimentos para o uso científico de animais

(ANEXO 1).

Ratos Wistar (Rattus novergicus), foram obtidos a partir de colônias do Laboratório de

Nutrição Experimental da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense e

mantidos em condições controladas de temperatura (23 ± 1ºC), de ciclo claro-escuro artificial

(luzes acesas de 7 às 19 horas) e umidade (60 ± 10%). Fêmeas nulíparas (3 meses de idade)

foram acasaladas com ratos machos. Após o acasalamento, confirmando a gestação, cada

fêmea foi alocada em gaiola individual, com livre acesso à água e ração comercial (Nuvilab-

CR1, Paraná, Brasil).

4.2 Ração

A ração controle e a experimental, para cada 100g contém, respectivamente: 20g e

14,11g de caseína; 52,95g e 45,84g de amido de milho; 7ml e 0ml de óleo de soja; 5g e 0g de

celulose. A ração experimental contém 25g de farinha de linhaça. As duas dietas apresentaram

a mesma quantidade de mix mineral, vitamínico, celulose e sacarose (Tabela 1). As dietas

foram manufaturadas semanalmente e estocadas a 4°C, de acordo com as recomendações da

American Institute of Nutrition (AIN-93G) (REEVES, 1997). Ambos os grupos tiveram livre

acesso à água e ração. A Ingestão alimentar (g) dos animais foi avaliado semanalmente até

completarem 180 dias de idade (COSTA, 2012).

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Tabela 1. Composição nutricional das dietas.

Ingredientes (g/100g) Controle Experimental

Caseína 20 14,11

Farinha de linhaça 0 25

Amido de Milho 52,95 45,84

Açúcar 10 10

Óleo de Soja 7 ---

Celulose 5 ---

Mix Mineral, AIN-93G 3,5 3,5

Mix Vitamínico 1 1

L-Cistina 0,3 0,3

Bitartarato de Colina 0,25 0,25

Terc-Butil-hidroquiniona 0,0014 0,0014

Total 100 100

Proteína 7,0 7,0

Carboidrato 54,06 49,0

Energia (Kcal) 347,20 327,0

Dietas formuladas de acordo com as recomendações da American Institute of Nutrition (AIN-93G, REEVES 1997). Na dieta

experimental Farinha de Linhaça contem: 17% de proteína, 45% de carboidrato e 26% de gordura;

4.3 Delineamento Experimental

Nas primeiras 24 horas após o nascimento, os filhotes em excesso foram removidos de

modo que apenas seis filhotes machos, foram mantidos por ninhada, com o intuito de

maximizar o desempenho lactotrófico (FISHBECK e RASMUSSEN, 1987).

No dia do nascimento, ocorreu a divisão dos filhotes em dois grupos:

Controle (C, n=12), cujas ratas lactantes alimentadas com ração controle;

Linhaça (FL, n=12), cujas ratas lactantes alimentadas com ração experimental,

contendo farinha de linhaça.

Ao final de 21 dias de lactação os filhotes foram desmamados e mantidos com as

respectivas dietas, consumidas no período de lactação até completarem 180 dias de idade

(Figura 9):

Grupo controle alimentado com ração controle (C, n=12);

Grupo experimental alimentado com ração experimental (FL, n=12), contendo farinha

de linhaça.

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Figura 9: Delineamento Experimental. Grupo experimental Farinha de Linhaça (FL), Grupo controle (C). Com

no total 12 ratos wistar machos por grupo, sendo acompanhados desde o nascimento ate aos 180 dias de idade.

4.3.1 Massas e comprimento corporal

Ao final do período experimental (180 dias de idade), foi avaliada a massa (g), com

auxílio de balança digital (Filizola ® MF-3, sensibilidade de 0,5) e o comprimento corporal

(em cm, medidos pela distância entre a ponta do nariz até a ponta do rabo).

4.3.2 Anestesia

Após a avaliação da massa e do comprimento corporal, os animais foram submetidos à

oito horas de jejum e anestesiados com injeção intraperitoneal de Thiopentax® (Tiopental

sódico 1G, Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos LTDA, Brasil) a 5% (0,15 ml/100g

p.c., i.p.). Em seguida, foram sacrificados por exsanguinação total.

Desmame

Ração controle (C, n=12) Sacrifício, 180 dias

n = 12

Filhotes machos

Ração Farinha de Linhaça (FL, n=12) Sacrifício, 180 dias

n = 12

Filhotes machos

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4.3.3 Análise das Dimensões Ósseas, da Densidade e do Conteúdo Mineral Ósseo

Então foi feita a retirada do fêmur e da quarta vértebra lombar (VL4) que foram

preservados a -80°C, para posterior análises. Foram mensuradas, com o auxílio de um

paquímetro de calibre com legibilidade de 0.01mm, as dimensões ósseas: distância entre

epífises (Figura 10.a) (cm, distância entre o maior trocânter e o côndilo lateral) e largura do

ponto médio da diáfise (cm) (Figura 10.b). Em seguida, foi realizado a avaliação da

Densidade Mineral Óssea (DMO, g/cm2) e o Conteúdo Mineral Ósseo (CMO, g), através da

densitometria óssea, com auxílio do DXA (dual-energy X-ray absorptiometry, Lunar DXA

200368 GE instrument, Lunar, Wisconsin, USA) e com um software específico (Encore 2008

version 12.20 GE Healthcare). A avaliação radiológica foi realizada no Laboratório de

Avaliação Nutricional e Funcional (LANUF/Faculdade de Nutrição/UFF).

Figura 10: Medição das Dimensões Ósseas do Fêmur, (a) distância entre epífises (cm) e (b) largura do ponto

médio da diáfise (cm).

4.3.4 Avaliação da composição de Cálcio, Fósforo e Magnésio.

Após a secagem à 25°C em uma estufa (Quimis Q-317B), as peças (fêmures e

vértebras) foram alocadas em uma mufla (Quimis Q-318B), à 550 ºC e avaliado seus pesos,

com auxílio de uma balança analítica (Sartorius TE214S, Chicago, USA) ate alcançarem

pesos secos constantes. Depois foi acrescido 3 mL de ácido nítrico em cada amostra, e

transferidas para um termostato por 30 minutos a 80°C. Passados 15 minutos, foi adicionada

água deionizada, feito à filtração da solução e a análise de cálcio, fósforo e magnésio com uso

de kit comercial (Bioclin, Belo Horizonte, Brazil) para espectofotometria (Bioespectro SP-

220) (CECCHI, 1999; SILVIA et al., 2014).

(a) (b)

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4.3.5 Carcaças

As carcaças foram armazenas em freezer -20°C para descarte, como lixo biológico. E

foram recolhidas pela UFF e encaminhadas para PESAGRO-Rio (Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro) onde foram incineradas.

4.3.6 Analise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software Graph Pad Prism

versão 5,00, 2007 (San Diego, CA, EUA). Os dados obtidos até o presente relatório, foram

analisados com o método de Student T teste. Todos os resultados foram expressos como

média ± erro padrão da média com nível de significância de 0,05

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5. RESULTADOS

Durante o acompanhamento da ingestão alimentar, foi observado nenhuma diferença

significativa no padrão de consumo (g) (Figura 11.a) e no desenvolvimento do comprimento

corporal (cm) (Figura 11.c) no grupo tratado com dieta experimental, contendo Farinha de

Linhaça (FL), quando comparado ao grupo controle (C) até completarem 180 dias de idade.

No entanto, foi observado que o grupo FL, apresentou maior (p<0,05) acréscimo de massa

corporal (Figura 11.b) com relação ao grupo C (Figura 11).

C FL

0

50

100

150

(a)

ing

estã

o m

éd

ia (

g)

C FL

0

200

400

600(b) *

Massa C

orp

ora

l (g

)

C FL

0

10

20

30

40

50(c)

Co

mp

rim

en

to

co

rpo

ral

(cm

)

Figura 11. Ingestão alimentar (a), massa (b) e comprimento corporal (c) aos 180 dias. Grupo controle (C, n= 12),

alimentados com dieta controle. Grupo experimental (FL, n= 12) alimentados com 25g/100g de dieta de linhaça,

durante o período de lactação e após o desmame até 180 dias de idade. * Os valores são médias (teste t de

Student, P <0,05). C, grupo de controle; FL, farinha de linhaça.

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Em relação à avaliação das dimensões ósseas não houve diferença significativa entre a

distância entre as epífises (mm) do grupo FL quando comparado com o grupo controle.

Contudo, houve maior (p<0,05) espessura no ponto médio da diáfise do grupo FL (Tabela 2).

Tabela 2. Estrutura do Fêmur avaliado nos animais aos 180 dias de idade.

C FL

Média Epm Média Epm

Distância entre as epífises (mm) 40,61 0,35 39,58 0,78

Largura do ponto médio da diáfise (mm) 6,234 0,111 6,742 0,073*

Grupo controle (C, n = 12), alimentados com dieta controle, Grupo experimental (FL, n= 12) alimentados com

25g/100g de dieta de linhaça, durante o período de lactação e após o desmame até 180 dias de idade. * Os

valores são médias (teste t de Student, P <0,05). C, grupo de controle; FL, farinha de linhaça.

Após a avaliação da massa, e da densidade óssea com o auxílio do DXA, foi

observada que o grupo FL apresentou maior (p<0,05) DMO no fêmur. Em relação à 4VL, não

foi observado nenhuma diferença significativa (Tabela 3).

Tabela 3. Avaliação da estrutura óssea do Fêmur e da Quarta Vértebra Lombar (4VL) nos

animais aos 180 dias de idade.

C FL

Média Epm Média Epm

Fêmur

Massa (g) 1,265 0,021 1,286 0,035

DMO (g/cm2) 0,1992 0,0028 0,2097 0,0028*

CMO (g) 0,6222 0,0147 0,6333 0,0188

4VL

Massa (g) 0,4440 0,011 0,4734 0,0117

DMO (g/cm2) 0,1748 0,0038 0,1747 0,0034

CMO (g) 0,1889 0,0111 0,1917 0,0083

Grupo controle (C, n = 12), alimentados com dieta controle. Grupo experimental (FL, n= 12) alimentados com

25g/100g de dieta de linhaça, durante o período de lactação e após o desmame até 180 dias de idade. * Os

valores são médias (teste t de Student, P <0,05). C, grupo de controle; FL, farinha de linhaça.

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A avaliação da composição mineral óssea apresentou maior (P<0,05) quantidade de

cálcio, fósforo e magnésio no Fêmur (Figura 12) e na 4VL (Figura 13), no grupo

experimental.

Figura 12. Análise da Composição Mineral óssea de Cálcio (a), Fósforo (b) e Magnésio (c) no Fêmur, aos 180 dias de idade.

Grupo controle (C, n = 12), alimentados com dieta controle. Grupo experimental (FL, n= 12) alimentados com 25g/100g de

dieta de linhaça, durante o período de lactação e após o desmame até 180 dias de idade. * Os valores são médias (teste t de

Student, P <0,05). C, grupo de controle; FL, Farinha de Linhaça.

Figura 13. Análise da Composição Mineral óssea de Cálcio (a), Fósforo (b) e Magnésio (c) na Quarta Vértebra Lombar

(VL4), aos 180 dias de idade. Grupo controle (C, n = 12), alimentados com dieta controle. Grupo experimental (FL, n= 12)

alimentados com 25g/100g de dieta de linhaça, durante o período de lactação e após o desmame até 180 dias de idade. * Os

valores são médias (teste t de Student, P <0,05). C, grupo de controle; FL, Farinha de Linhaça.

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6. DISCUSSÃO

Os cuidados com a alimentação deve começar ainda infância, para resultar em um

envelhecimento saudável. Sabe-se que, em média, durante os primeiros 20 anos de um

indivíduo o organismo prioriza as atividades de crescimento e desenvolvimento. O principal

determinante desta circunstância seria a formação do pico de massa óssea (CARVALHO,

2004; SILVA, 2004). Pois indivíduos que totalizarem um elevado acúmulo de massa óssea,

ainda na juventude, terão baixo risco de desenvolver alguma doença osteometabolica com o

passar dos anos. Neste sentido, o presente estudo buscou avaliar como a ingestão da farinha

de linhaça influenciou nos parâmetros corpóreos e ósseos de ratos wistar, desde a lactação até

completarem 180 dias de idade, correspondendo à idade humana de um adulto jovem (RBB,

2016).

Costa et al. (2015), realizaram um estudo administrando uma dieta com farinha de

linhaça em ratos durante o período de lactação ate os 21 dias de idade e evidenciaram o

aumento da massa e comprimento corporal, associado ao aumento do conteúdo mineral e

maior resistência óssea, além da elevação das concentrações séricas de Osteoprotegerina

(OPG), Osteocalcina (OC), ALA, EPA e DHA e menores níveis de AA e colesterol no soro, e

com menor área dos adipócitos. Associando a melhora dos parâmetros ósseos, da composição

e da adiposidade corporal, com a ingestão desta dieta. No atual estudo, foi observado, que ao

final dos 180 dias de idade, houve um aumento de 13% (p<0,05) na massa corporal e uma

diferença significativa sobre a DMO no grupo FL. Apesar deste aumento da massa corporal,

não houve relação com o aumento da ingestão, uma vez que ambos os grupos não

evidenciaram diferença significativa.

O ganho de peso corporal proporcionado pelos diversos ácidos graxos da dieta, é

diretamente influenciado pelo tipo de lipídio ingerido. A ingestão elevada de ALA, pode

estimular a peroxidação lipídica, que por sua vez induz o aumento da produção de espécies

reativas de oxigênio (EROs), aumentado a concentração de mediadores inflamatórias

(adipocitocinas, TNF e IL-6) e infiltração de células imunes para os tecidos adiposo, oque

contribui para o desenvolvimento de diversas patologias (FERNANDES et al., 2010; FAN,

2013). Neste contexto, a linhaça se destaca por conter, além da grande quantidade de ácidos

graxos essenciais, compostos fenólicos, como as lignanas, e Vitamina E que produzem efeitos

antioxidantes. Um dos mecanismos sugestionados, seria que a lignana induziria a inativação,

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enquanto a Vitamina E atua carreando, os radicais livres e as EROs, auxiliando na redução da

taxa de oxidação produzida por este ácidos graxos, potencializando os efeitos antioxidante

desta semente (KINNIRY et al., 2006; SMITH e GOGUS, 2010). A associação da lignana

com a fibra na linhaça, ainda ajuda no controle dos níveis de colesterol e promove maior

saciedade, auxilia no controle adipogênico e na prevenção de diversas doenças

cardiovasculares, obesidade e câncer (LIMA, 2007). Além disso, os osteoblastos e as células

dos adipócitos provêm da mesma linhagem mesenquimal, aliado a estudos que apontam o

consumo de fontes de LA com a hipertrofia dos adipócitos e maior reabsorção óssea

(JÚNIOR, 2013; COSTA et al., 2015). Embora não tenha avaliado a composição corporal e a

adiposidade intra-abdominal, os dados do presente estudo sugerem que o aumento da massa

corporal também participa na mineralização óssea, observada no grupo experimental, através

da maior ação mecânica que contribui na remodelação óssea (COSTA et al., 2011).

Atualmente a densitometria óssea é considerado como padrão ouro para avaliar a

Densidade Mineral Óssea (DMO), principalmente sobre a coluna, o fêmur e corpo inteiro, e

ainda pode identificar fraturas ósseas e o diagnostico da osteoporose (SANTOS, 2016;

SILVEIRA, 2016). Como dito anteriormente, a principal técnica validada e reconhecida pelo

WHO (2007), para quantificar a DMO seria o DXA. Por este motivo, realizamos avaliações

dos aspectos estruturais e parâmetros ósseos, por meio do DXA, revelando que a ingestão da

farinha de linhaça agregou efeitos positivos sobre o desenvolvimento ósseo. Apesar de

somente a DMO e a largura do ponto médio da diáfise do fêmur mostrarem um aumento

significativo no grupo que consumiu a farinha de linhaça, pode-se notar que as outras

características ósseas também apresentaram uma tendência ao aumento, como a massa, CMO

da 4VL e do Fêmur, assim como a DMO da 4VL, comparado ao grupo que receberam dieta

C. Demonstrando os efeitos funcionais da linhaça sobre a mineralização óssea.

Diversos estudos tem apontado a relação da ação da ingestão da linhaça sobre a

densidade mineral óssea, utilizando o DXA para avaliar a DMO. Em modelos animais, tendo

sido ofertado farinha de linhaça em ratas lactantes, foi observada nos parâmetros ósseos

avaliados, tanto sobre a densidade, conteúdo e composição mineral do fêmur e da vértebra

lombar, assim como uma melhora, sobre o controle do peso, perfil bioquímico e adiposidade

corporal no período pós-natal, de ambos os grupos (RIBEIRO et al., 2014). Pessanha, et al.

(2016), observaram que aos 60 dias de idade foi visto maior rigidez e resistência óssea, assim

como uma diferença significativa da largura da diáfise dos fêmures do grupo que recebeu

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farinha de linhaça. Outro trabalho evidenciou que aos 90 dias de idade, a oferta de farinha de

linhaça resultou no aumento da DMO do fêmur neste grupo e maior resistência à ruptura,

quando comparado ao grupo que recebeu dieta padrão (COSTA et al., 2016). No presente

estudo, aos 180 dias, foi observado a elevação dos parâmetros ósseos, tanto avaliado pelo

DXA quanto pela analise da composição mineral óssea. Evidenciando que o tratamento com a

farinha de linhaça promoveu a mineralização óssea de ratos em idades mais avançadas.

Dado essas evidências, pode-se associar os efeitos da linhaça ao seu perfil de ácidos

graxos único. Pois este alimento possui uma razão baixa de ω-6:ω-3, contribuindo para a

manutenção óssea. Elevando ou mantendo a massa óssea adequada para a realização da

remodelação óssea, aumentando a diferenciação dos osteoblastos, sua ativação e assim

contribuindo para a formação óssea. Este efeito ocorre devido a semente de linhaça ser uma

ótima fonte de ALA, produzindo um efeito protetor sobre a saúde óssea, reduzindo a atividade

dos osteoclastos e, logo, a reabsorção óssea (ALMEIDA et al., 2011)

Tanto o desenvolvimento estrutural, conteúdo mineral e a área óssea, podem apontar

para a melhora da manutenção óssea, visto que ambos constituem a DMO. Em paralelo a isso,

a ingestão, a absorção e o armazenamento de minerais estão diretamente relacionados com a

saúde óssea. Pois quanto maior a ingestão de alimentos fontes de minerais, durante a infância

e a adolescência maior será o acumulo mineral ósseo, ou seja o pico ósseo e a redução dos

riscos de osteopenia nos anos seguintes (FLYNN, 2003). De acordo com os estágios da vida,

são necessários ajustes alimentares, sendo maiores durante a infância e adolescência, na

lactação, gestação e no envelhecimento. Entretanto, o baixo consumo de alguns minerais

essenciais para o metabolismo ósseo, pode resultar em um desvio para outras funções

fisiológicas vitais, como a manutenção da calcemia (MONTILLA, 2004). Como visto

anteriormente, 100g da semente de linhaça, proporciona 211,5 mg de Cálcio, 615 mg de

Fósforo e 347 mg de Magnésio (UNICAMP, 2011), podendo sugerir uma contribuição

positiva sobre o processo de mineralização óssea, aliado a uma dieta equilibrada e a prática de

atividade física de acordo com as diferentes fases da vida.

Entretanto, apesar das vantagens da utilização do DXA e outros métodos para avaliar

os parâmetros ósseos, há limitações nessas técnicas que afetam a precisão de seus resultados,

como com a medição da DMO pelo DXA. Sendo realizado por base projetando a área

bidimensional (cm2) do osso e, assim, o resultado é expresso como uma densidade regional

(g/cm2), ou seja, a DMO sendo o conjunto da área óssea e o conteúdo mineral ósseo, sem

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especificar a quantidade mineral óssea (PACCINI e GLANER, 2008). Costa et al.(2012),

evidenciaram que a ingestão de uma dieta com uma baixa razão de ω-6:ω-3 induziu uma

menor área óssea corporal, não diferindo a DMO corporal, femoral e da 4VL, em ambos os

grupos, entretanto com a massa óssea do fêmur maior que a da 4VL, além de apresentar maior

largura da epífise. Ao ser submetido a um método mais específico (tomografia

computadorizada) de análise para a densidade óssea, evidenciaram melhor diferenciação entre

os compartimentos ósseos, não sendo possível pelo DXA, resultando em uma redução da

densidade mineral óssea nas diáfises do fêmur e na 4VL do grupo tratado com a dieta com

menor proporção de ω-6:ω-3. Sendo estes dados comprovados na literatura em relação à

maior taxa de remodelação óssea nestas partes trabeculares, tanto em modelos animais quanto

em humanos (KANIS et al., 2001; LOPES et al., 2007). Quando comparado ao método de

avaliação bioquímica do conteúdo mineral óssea, utilizado no presente estudo, o DXA se

limita a quantificar o conteúdo de cálcio na imagem obtida, desconsiderando os demais

minerais ósseos. Logo, o método bioquímico possibilita quantificar, além do cálcio, o

magnésio e fósforo presentes na estrutura.

Silvia, et al. (2014), realizaram a análise da composição mineral do fêmur de ratas

fêmeas alimentadas com dieta hiperproteica. Foi observada uma redução do cálcio nas

amostras do grupo que recebeu a ração protéica, com valores elevados de magnésio neste

grupo. Em relação à avaliação sérica mineral, houve redução nas concentrações séricas de

cálcio no grupo que recebeu dieta hiperproteica, com níveis semelhantes de magnésio e

fósforo entre os grupos avaliados. Sugerindo que uma dieta com elevada concentração de

proteína animal, está relacionado com prejuízos sobre a saúde óssea, de modo que eleva a

produção de acidose metabólica, devido ao aumento dos corpos cetônicos, estimulando a

reabsorção óssea e inibindo a atividade dos osteoblastos. Em contra partida, nosso estudo

avaliou um alimento contendo proteína vegetal, associado ao teor de ALA presente na

linhaça, resultando em um benefício sobre a integridade óssea, tanto para a densidade quanto

para a composição mineral óssea.

Apesar das evidências, ainda são escassos os estudos que avaliam bioquimicamente a

quantidade mineral óssea. Além disso, como visto anteriormente, a linhaça possui efeitos

benéficos sobre a manutenção óssea, não apenas por se fonte de ALA, mas também pela sua

composição, principalmente de cálcio e fosforo, produzindo efeitos significativos sobre a

saúde óssea. Analisando a composição mineral, entre ambas peças ósseas, pode-se verificar

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que houve maior concentração de cálcio, fósforo e magnésio no fêmur que na 4VL, no grupo

FL. Além do presente estudo ter demonstrado aumento nos principais parâmetros ósseos no

fêmur, quando associado estes achados aos dados da literatura, podemos relacionar esta

diferença estrutural ao fato de que nos ossos corticais, como presente em maior quantidade no

fêmur, há uma maior propensão para a formação óssea, com aumento da concentração de

cálcio e de outros minerais, desempenhando função de proteção e suporte ósseo (JUDAS et

al., 2012). Os dados do nosso estudo se assemelham ao de outros autores, aonde evidenciaram

o aumento da DMO, da largura da epífise e do CMO, correlacionado com uma tendência a

maior resistência e rigidez óssea, em dietas com farinha de linhaça, estando diretamente

relacionado com a deposição mineral neste sítio (COSTA et al., 2015; PESSANHA et al.,

2016; TAI et al., 2015; SZEJNFELD, 2001). Podendo sugerir, que houve uma melhor

agregação estrutural óssea, levando em consideração a maior largura da epífise no grupo FL

como sendo um sinalizador da menor reabsorção óssea (COSTA et al., 2011)

O maior armazenamento e mobilização de cálcio, e de outros minerais, sob cristais de

hidroxiapatia para o sangue, ocorre principalmente nos ossos trabeculares, como nas

vértebras. Entretanto, como estes locais possuem maior atividade metabólica, sendo

proporcional ao aumento na taxa de reabsorção óssea, eles tendem a maiores perdas ósseas

que nos ossos corticais (HENN, 2010). Foi observado um aumento de cálcio, fósforo e

magnésio e da massa da 4VL, no grupo alimentado com FL, demonstrando melhor perfil de

mineral ósseo.

Com isso, o conjunto de dados sugerem que a ingestão da farinha, desde a lactação,

esta associada a efeitos benéficos sobre a saúde óssea em ratos com 180 dias de idade,

contribuindo para o aumento da composição mineral óssea nestes modelos experimentais.

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7. CONCLUSÃO

Através da inclusão da farinha de linhaça, o atual estudo evidenciou efeitos benéficos

sobre o desenvolvimento e a manutenção óssea, desde o período da lactação até em idades mais

avançadas em ratos wistar machos. Portanto, podemos concluir que o consumo de farinha de

linhaça durante este período promoveu maior composição mineral, associados aos melhores

parâmetros em diferentes peças ósseas, que por sua vez, desempenham funcionalidades

específicas e distintas. Entretanto são necessários estudos clínicos para orientar sobre o modo de

ingestão da farinha de linhaça e seus efeitos na integridade óssea em indivíduos adultos.

8. REFERÊNCIAS:

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9. ANEXO

Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Animal: