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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS ANACELI DUARTE DA SILVA CARAÚBAS-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO DE

CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS

ANACELI DUARTE DA SILVA

CARAÚBAS-RN

2016

ANACELI DUARTE DA SILVA

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS

Artigo científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro

de Educação, da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia,

sob a orientação do professor Ms. Venâncio

Freitas de Queiroz Neto

CARAÚBAS-RN

2016

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS

Por

ANACELI DUARTE DA SILVA

Artigo Científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade a distância, do

Centro de Educação, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título de

Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Ms. Venâncio Freitas de Queiroz Neto (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Dra. Rouseane da Silva Paula Queiroz

Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

______________________________________________________

Dra. Zoraia da Silva Assunção

Universidade Potiguar

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO

DE CRIANÇAS DE 4 E 5 ANOS

Anaceli Duarte da Silva – UFRN

Orientador Venâncio Freitas de Queiroz Neto - UFRN

Resumo

Por muito tempo, perdurou um pensamento em relação à ludicidade, de que essa prática

servia apenas de passa tempo, para brincadeiras e não como uma forma inovadora e

positiva de aprendizagem. Por isso surgiu o objetivo desse estudo, de analisar o uso de

práticas lúdicas no processo de ensino aprendizagem em uma sala de nível II da Educação

Infantil com a faixa etária de 05 e 06 anos na Escola e Creche Municipal Governador

Aluízio Alves. Iniciou-se com observação em sala de aula; posteriormente realizou-se um

questionário com os professores da sala de aula em questão. Buscou-se também,

compreender o que postulam alguns autores sobre a prática lúdica como: Vygotsky,

Kishimoto e Antunes, dentre outros que tratam dessa temática por considerarmos de

fundamental importância para o andamento deste trabalho. Por fim com as análises dos

dados obtidos, podemos perceber que a ludicidade trás bons resultados para o processo

ensino aprendizagem.

Palavras-chave: Ludicidade, educação, infância.

ABSTRACT

For a long time, he has endured a thought regarding the playfulness that this practice

served only to spend time to play and not as an innovative and positive way of learning. So

arose the objective of this study to analyze the use of recreational practices in teaching and

learning process in a level II room from kindergarten to age 05 and 06 years in the School

and Municipal Creche Governor Aluízio Alves. It began with observation in the classroom;

subsequently conducted a questionnaire with teachers in the classroom in question. It also

sought to understand what some authors postulate about the playful practice as Vygotsky,

Kishimoto and Antunes, among others that treat this theme because we consider of vital

importance to the progress of this work. Finally with the analysis of data, we can see that

playfulness back good results for the learning process.

KEY-WORDS: Playfulness, education, childhood.

INTRODUÇÃO

A ludicidade é uma rica ferramenta de ensino, pois ela dá vida à todos os momentos

de mediações de aulas, chamando atenção e encantando os alunos com suas brincadeiras,

jogos, movimento e interação que ela os proporciona. Mas, nem sempre ela foi vista assim,

julgavam-na apenas como forma de diversão e passa tempo, não se percebia que através

dela poderia existir aprendizagem. Com isso, percebemos que essa visão aos poucos vem

sendo modificada para melhor, pois começando pelos professores já é vista como

facilitadora da aprendizagem, onde chama a atenção dos alunos despertando o desejo de

sempre aprender mais.

As atividades lúdicas quando realizadas com fins pedagógicos oferecem diversas

maneiras que contribuem positivamente na vida do aluno, como: aprendizagem, diversão,

interação, aquisição de conhecimento, imaginação, apreensão de regras, por fim, o

desenvolvimento da criança nas diversas atividades cotidianas. Contudo, vemos que o

lúdico além de proporcionar o prazer e a diversão nas crianças, muito mais ele interfere na

aprendizagem tanto dentro de sala como o capacita para fora de sala, para qualquer

situação problema que ele precise desenrolar na convivência do seu dia a dia.

O presente artigo tem por objetivo, analisar o uso de práticas lúdicas no processo de

ensino aprendizagem em uma sala de nível II da Educação Infantil, pois entende-se que o

lúdico é uma ferramenta pedagógica onde os professores podem utilizar em sala de aula

para tornarem suas aulas, mais prazerosas e atrativas. Entretanto, essa problemática se

gerou foi pela percepção da não utilização do lúdico por parte da maioria dos professores,

mesmo sendo de Educação Infantil, o nível de mais precisão da ludicidade, estes por sua

vez, desenvolvem práticas pedagógicas tradicionais, sem dinamismo ou algo diferente que

chame a atenção dos pequeninos.

Assim este trabalho está organizado da seguinte maneira: primeiramente foi-se

procurado investigar como funciona a prática da ludicidade numa sala de aula de alunos na

faixa etária de 04 e 05 anos da Educação Infantil na Escola e Creche Municipal

Governador Aluízio Alves da cidade de Patu-RN. Iniciamos com observação em sala de

aula. Em seguida, a fim de obtermos mais informações de como a ludicidade é trabalhada

na sala de aula, solicitamos aos professores que respondessem um breve questionário, para

sabermos a compreensão, a importância e a visão dos mesmos a respeito do lúdico,

principalmente no jogo e na brincadeira.

Para a base teórica serão usados como principais autores, Vygotsky (1998),

Kishimoto (1994) e RCNEI, (1998), onde serão conversados os fundamentos das teorias dos

mesmos com o que foi pesquisado. O trabalho será dividido em dois tópicos e alguns

subtópicos, o primeiro tópico falará sobre a importância do lúdico em si para a Educação

Infantil, fundamentando em mais dois subtópicos sobre a importância dos jogos e a

importância da brincadeira, em seguida com o segundo tópico que falará sobre a prática de

aula observada e a coleta de dados.

1- O SURGIMENTO DO LÚDICO

Desde os primórdios há ludicidade, existe a presença de jogos e brincadeiras que

estão em volta das crianças, mas, nem sempre esses jogos e brincadeiras foram vistos com

educativo, ou como algo que deveria fazer parte do desenvolvimento infantil e do

desenvolvimento das crianças, em seus diferentes aspectos, como por exemplo: seu

cognitivo, equilíbrio corporal, motricidade, socialização, raciocínio lógico e autonomia.

Aos poucos é que esta rica ferramenta foi sendo aceita na vida das crianças, depois de

muitas observações, estudos e experimentos.

Sabe-se que no Brasil há uma grande mistura de povos e raças de diferentes lugares

do mundo, formando assim, um país misto onde temos misturas de crenças, culturas e

educação, assim, enriquecendo ainda mais o país com tantos conhecimentos. Com isso, os

jogos e as brincadeiras do nosso país, se deu origem através dessa miscigenação, com

tantas culturas juntas em um só lugar, cooperou para o surgimento, assim, da ludicidade na

vida das crianças.

Com isso, o lúdico a partir das atividades de caça, dança, pescas e lutas de acordo

com Antunes (2005, p.56) na Grécia antiga, dizia que Platão assegurava que deveriam ser

ocupados por jogos, os primeiros anos de vida das crianças.

Além disso, Antunes (2005, p.34) retrata que a concepção da cultura lúdica é uma

noção historicamente construída ao longo do tempo e, consequentemente, foi mudando

conforme as sociedades, não se mantendo da mesma forma dentro das sociedades e épocas.

Mostra-nos, que assim como tudo evolui, a visão da cultura lúdica também teve seus

avanços, foi ganhando espaço e importância nos estudos e no desenvolvimento das

crianças.

A ludicidade com seus altos e baixos, chega à uma época com o cristianismo que os

jogos são proibidos na vida das crianças e também dos adultos, pois são considerados

profanos, sem significação. Então, o que era valorizado na Grécia Antiga, passou a ser

insignificante para o cristianismo, com isso, nos lembramos das palavras de Antunes

(2005, p.57) que “a cultura lúdica é historicamente construída.” Porém, Antunes (2005,

p.58) diz que “foi a partir do século XVI, os humanistas começam a valorizar novamente o

jogo educativo, percebendo a importância do processo lúdico na formação da criança”.

Contudo, percebe-se que a ludicidade está presente desde os primórdios, quiseram

interromper por um tempo, mas que logo voltou e continua construindo sua evolução e sua

importância na vida das crianças, de maneira tão relevante. Pois Ariès (1981) diz que:

Assim, não havia uma separação tão rigorosa entre os jogos destinados ás

crianças e aos adultos, nem mesmo uma separação por idade, pois a

criança ainda não era reconhecida como alguém que possuísse

necessidades diferentes das dos adultos, mas sim, como um adulto de

dimensões reduzidas, ou seja, um adulto em miniatura (Ariès, 1981).

Ariès (1981) revela a mínima importância que se davam as necessidades

respectivas das crianças em si, pois não havia nada separado só para as elas, eram tudo

misturado, juntamente com os adultos, como fala o autor acima. Nos jogos, não havia

diferença para os de adultos e para crianças e assim eram também as roupas, os

comportamentos e a atenção. As crianças não tinham seu espaço e não era dada

importância à suas necessidades ou anseios, eram apenas para obedecer, as roupas de

meninos e meninas eram iguais a dos adultos, ou seja, não havia espaço para a infância,

eram crianças adultizadas.

Segue assim, nos jogos e brincadeiras e em tudo o que dizia respeito ao mundo

infantil. Mas, de acordo com Antunes (2005), a partir do século XVI que começaram a

valorizar novamente o jogo educativo e a ludicidade na formação da criança. O lúdico

agora começa a ressurgir com um novo olhar, com uma importância na vida das crianças,

fazendo parte de sua distração, educação e desenvolvimento, pois essas são algumas coisas

que a ludicidade auxilia na vida das crianças.

Com essa aceitação do lúdico e sua importância na vida das crianças, tem se

refletido até os dias de hoje, pois muitas das brincadeiras e jogos desses tempos

primórdios, têm se mantido de geração em geração. Muitas brincadeiras e brinquedos de

antigamente não são diferente dos de hoje, alguns foram apenas alterados em pequenas

coisas com o tempo e sua modernidade e a grande criatividade que vem sendo despertada

em nossa geração, tanto em adultos como em crianças, como por exemplo, as brincadeiras

de: empinar pipa, brincar de casinha, pular corda, pião, brincadeiras de roda, brincadeira do

saco, jogar pedra e etc. Todas essas fazem parte do início da história das brincadeiras que

duram até hoje, com menos frequência, mas ativas e conhecidas por todas as crianças das

gerações atuais.

Vemos que as brincadeiras estão na historia da humanidade desde longos tempos, e

que vão fazendo parte da construção do país e de um novo povo e que se renova

constantemente em todos os âmbitos como na cultura, no esporte, na saúde e na educação.

Assim, é notável a evolução do brincar/lúdico, comparando-se aos tempos passados, ele

passou de algo sem valor e atividade contrário ao aprendizado como era visto, para uma

ferramenta importante na construção do conhecimento e no desenvolvimento das crianças.

Com isso esse pensamento está explicito na fala de Almeida (1990, p. 57), quando diz que:

“Brincar não significa passatempo. A criança se utiliza da brincadeira

para conhecer o mundo que a cerca. Através do jogo a criança desenvolve

a sua imaginação e seu pensamento abstrato. Através das brincadeiras a

criança poderá ter um bom desenvolvimento psicomotor e psicossocial,

assim como as levará à socialização e à contribuição para a sua vida

afetiva. As atividades lúdicas encorajam também o desenvolvimento

intelectual, através da atenção e da imaginação, facilitando a sua

expressão.”

Passamos a perceber a valorização dos jogos e brincadeiras na vida das crianças,

chega o momento que a ludicidade é vista como importante no desenvolvimento da

imaginação, do pensamento abstrato, a psicomotricidade, a relação social dentre outros

fatores facilitando sua convivência e crescimento como ser humano. Contudo, podemos

perceber que o lúdico pode ser desenvolvido de diversas formas na vida das crianças ou em

sala de aula como nos jogos, pinturas, brincadeiras, numa contação de histórias, desenhos

e/ou em qualquer atividade que proporcione na criança o prazer, a diversão, a interação, o

conhecimento, o desenvolver das habilidades, e em levar o aluno a conhecer o verdadeiro

significado do que é ser criança, de desfrutar da infância diferentemente daquela época que

a criança era considerada um mini adulto, sem sua própria cultura e sem seu verdadeiro

valor. Assim, o professor passa a utilizar dessas estratégias junto com o lúdico para ajudar

suas crianças a raciocinar melhor, propor desafios, instigar a curiosidade desenvolvendo

assim nele a criticidade para inserção nesse mundo moderno.

1.1 - PORQUE UTILIZAR O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O lúdico ganhado sua importância e seu espaço na sociedade principalmente

educativa, tem mostrado que sua utilização pode despertar além do que pensavam, que era

apenas o entretenimento. A visão que possuíam da ludicidade em sala de aula ou em suas

próprias casas, eram de que deveria existir a hora de brincar e a hora de aprender, pois não

percebiam que daria para juntar as duas coisas e tornar um aprendizado prazeroso e

significativo para a criança além de desenvolver suas habilidades e desenvolver alguns

conceitos enquanto brincava.

Para Vygotsky o desenvolvimento do ser humano se dá a partir do aprendizado

mediado direta ou indiretamente por outras pessoas, sendo preciso que esta mediação seja

criativa de modo que possa fazer a diferença no processo de aprendizado da criança. E

ainda apresenta que o jogo e suas regras proporcionam ao aluno uma zona de

desenvolvimento proximal (ZDP). A Zona de Desenvolvimento Proximal para Vygotsky

(1999) o caminho que a criança percorre até alcançar um nível de amadurecimento real, no

qual ele chama de (ZDR) zona de desenvolvimento real, neste nível a criança é

independente para realizar tarefas.

Assim, Vygotsky nos confirma que o processo de aprendizagem e desenvolvimento

da criança se dá com a relação humana, quando umas interagem com as outras, mas ainda

ressalta que não é de qualquer maneira e sim de uma forma criativa, onde percebemos a

presença da ludicidade com seus jogos e suas brincadeiras, auxiliando na zona de

desenvolvimento proximal, na qual é a ponte que liga a criança a chegar na zona de

desenvolvimento real, onde começará a realizar suas tarefas e responsabilidades com

autonomia.

O lúdico sendo utilizado a partir da Educação Infantil causará desde cedo um

impacto relevante para seu amadurecimento autônomo e crítico, em que começarão desde

pequenos a resolver problemas, respeitar regras de jogos, saber perder e ganhar, respeitar o

próximo, saber socializar, vencer a timidez, aguçar sua criatividade e serem independentes

em suas opiniões. A ludicidade ainda trás consigo aulas práticas, divertidas e criativas para

o dia a dia dos professores, resultando em aprendizagens significativas e prazerosas na vida

das crianças.

Assim sendo, conforme afirma Vygotsky (1989) o brincar cria a chamada zona de

desenvolvimento proximal impulsionando a criança para além do estágio de

desenvolvimento que ela já atingiu. Ou seja, o brincar, quando bem mediado na escola

pode apresentar-se para a criança como sendo um meio que proporciona ir além do

esperado para a sua idade, ou seja, a criança realiza ações além do comportamento

habitual. Para Vygotsky (1999) o brincar também libera a criança das limitações do mundo

real, permitindo que ela crie situações imaginárias. Ao mesmo tempo é uma ação simbólica

essencialmente social, que depende das expectativas e convenções presentes na cultura.

Quando duas crianças brincam de escolinha, por exemplo, elas fazem uso da imaginação,

mas, ao mesmo tempo, não podem se comportar de qualquer forma, devem, sim, obedecer

às regras do comportamento esperado para uma sala de aula, como um professor e um

aluno se comporta, dentro de sua cultura. Caso não o façam, correm o risco de não serem

compreendidas pelo companheiro de brincadeira. Ainda segundo Vygotsky (apud

WAJSKOP, 2009, p. 32), é na brincadeira que:

[...] a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade,

além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência

no brinquedo como se ela fosse maior do que é na realidade. Para este

pesquisador, o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das

necessidades e da consciência da criança. A ação infantil na esfera

imaginativa, em uma situação imaginária, a criação das intenções

voluntárias e a formação dos planos de vida real e motivações volitivas

aparecem no brinquedo, que se constitui no mais alto nível de

desenvolvimento pré-escolar.

No entanto, a criança encara a utilização do brinquedo ou brincadeira como algo

real, ela começa por seu imaginário, mas levando o momento para algo concreto,

idealizando sua realidade, como os adultos e as crianças de seu meio se comportam a sua

volta e etc. Com isso, o que a criança encara de dificuldades e problemas, ela procurar

raciocinar nessa vivência de brincadeira, tentando buscar a solução de suas dificuldades e

assim, ela própria analisar e criar uma postura de consciência e autonomia de sempre

perceber que existe uma saída, com força de vontade e atitude para vencer. Percebemos

que a partir da infância que se começa a formar o caráter do indivíduo, um cidadão ativo e

participativo em sua sociedade, sendo assim, o professor que utiliza da ludicidade que

instiga a criança observar sua realidade através dos brinquedos e das brincadeiras, está

auxiliando no desenvolvimento como ser humano para uma vida toda, como alguém que

estará disposto a observar e procurar resolver os problemas que forem encontrados pela

vida.

Os jogos nos apresenta um método em que estão na ajuda do desenvolvimento

intelectual, criativo e físico das crianças, pois ao se utilizar de jogos a criança está

explorando esses meios que possuem em cima delas e como ela está em processo constante

de adaptação, os jogos lhe auxiliam neste momento de desenvolvimento e adaptação de

variadas realidades.

Analisando por essas lógicas é importante, que os educadores em suas práticas

docentes saibam como utilizar o lúdico para que ele seja usado para fins educativos, como

métodos de ensino, com planejamento, rotina e objetivo, não apenas como brincadeiras ou

um passa tempo, com isso, torna-se relevante que o professor analise quais benefícios o

aluno irá tirar da prática lúdica. Kishimoto (2002) apresenta que: “O brincar se torna uma

ferramenta essencial e necessária ao processo de desenvolvimento humano”. Portanto,

através dos jogos e das brincadeiras, onde os dois encontram-se unidos de maneira

educativa, pode-se oferecer as crianças um aprendizado qualitativo, significativo,

divertido, interativo.

Contudo, podemos observar que os jogos e as brincadeiras têm sua importância no

desenvolvimento psicológico, cognitivo e sociocultural da criança. Assim, o brincar deve

estar presente no cotidiano da vida da criança, já que as brincadeiras são um exercício

educativo, devem estar presentes nas salas de aula. Através da brincadeira é que as crianças

vão mudando seus conhecimentos, na medida em que brincam, formam novas opiniões de

assuntos em que se tratam na brincadeira. Por essas e outas afirmações, é importante

sempre discutirmos dobre a brincadeira no desenvolvimento infantil, pois é através do

brincar que a criança encontra significado nos papeis que assumem.

1.2 - A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ao falar de jogos em si, tanto para adultos, quanto para crianças e qualquer

condição de jogo e tentarmos pensar o que eles causam ou com o que eles mexem no

indivíduo, logo nos lembramos do raciocínio lógico, resolução de problemas, percepção e

do cognitivo, que realmente envolve tudo isso e muito mais. Os jogos sendo eles

trabalhados individualmente ou em grupos, não importa como, sempre deixará sua lição na

vida de quem está construindo, de quem procura resolvê-lo. Os jogos assim como as

brincadeiras, estimulam o cognitivo através do imaginário, da criatividade, da prática e a

resolução de problemas, pois sempre estão na busca de algo novo e diferente, mesmo que

estejam em um momento de diversão, mas sem perceber estão exercitando suas mentes e

seu futuro caráter como cidadão.

O jogo em seu sentido integral é o mais eficiente meio estimulador das

inteligências. O espaço do jogo permite que a criança (e até mesmo o

adulto) realize tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o

indivíduo e quem quer que seja, ordena o que quer ordenar, decide sem

restrições. Graças a ele, pode obter a satisfação simbólica do desejo de

ser grande, do anseio de ser livre (ANTUNES, 2002 p.17).

De acordo com Antunes (2002), todo indivíduo quando estão na prática do jogo,

estão em um meio estimulador de inteligências, pois esse meio permite-os que realizem o

que desejas, saia de sua realidade de limitações e construa e viva por aqueles momentos o

mundo no qual reine suas opiniões e suas vontades, criando suas próprias soluções. Sendo

assim, já que pode causar uma infinidade de resultados positivos em um adulto, o que dirá

então na criança, em que elas ainda estão sendo formadas em tudo, pensamento e caráter.

Percebemos que os jogos e as brincadeiras aos poucos foram fazendo parte das

práticas educativas das escolas, não como um passa tempo ou apenas brincadeiras, mas

como parte do planejamento do professor, levado para os alunos de maneira

contextualizada e interdisciplinar, trazendo consigo aulas prazerosas para os alunos,

despertando neles a vontade de estudar e retornar a escola no dia seguinte, pois tem

tornado a forma de aprendizagem divertida e que ao mesmo tempo vem chamando a

atenção das crianças. Por isso para Kishimoto:

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos

para a relevância desse instrumento para situações de ensino-

aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a

criança pré-escolar aprende de modo intuitivo adquire noções

espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro

com cognições, afetivas, corpo e interações sociais, o brinquedo

desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la. (1997.

p.36).

Kishimoto nos afirma que o jogo ou brincadeira realizado com os fins pedagógicos,

para o desenvolvimento na aprendizagem do aluno, ele terá bons resultados, diferente dos

jogos que são levados apenas para passar o tempo ou ocupar a criança. E esse benefício

que os jogos planejados trás, são desde a pré-escola, no entanto, é algo a ser planejado e

levado a sério desde o início da escolarização do indivíduo, pois desde já as crianças são

incentivadas através do seu intuitivo, envolvendo todo o seu lado humano.

É na educação infantil, que se faz necessário ter uma boa base de todos os

conhecimentos e desenvolvimentos, sejam eles físicos ou intelectuais que garantam um

melhor desenrolar futuro na vida de todo indivíduo. E também na educação infantil é

considerada a primeira etapa da educação básica, assegurado na Lei 9394/96 em seu artigo

29. Para atender a legislação, criou-se o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil, que é um instrumento importante orientar a prática pedagógica. Assim,

de acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e

significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças

recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo

que estão brincando. Nas brincadeiras, as crianças transformam os

conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com

os quais brinca. (1998, p.27)

Isso nos mostra que a criança quando se encontra no ato de brincar, está

reconstruindo os conhecimentos que trazem de casa, ou seja, aprimorando-os de maneira

autônoma, crítica e que aprendem a resolverem idoneamente os conflitos do dia a dia, pois

os jogos são representações de práticas do cotidiano em que nos fazem enxergar e aprender

a lidar com as situações de modo criativo e prazeroso.

Portanto, esses gestos do ato de brincar e jogar nas crianças no momento da

aprendizagem valem muito mais do que apresenta ser, pois o impacto que vemos que essas

práticas causam nas crianças, vão além de um estereótipo infiltrado no que pensam sobre

as brincadeiras que não ajudam na aprendizagem. O lúdico quebra as barreiras do

tradicionalismo, levando as crianças a conhecerem e explorarem um mundo mágico,

divertido, cheio de conhecimento, aguçando a imaginação, expandindo o pensamento para

vários jeitos em todas as situações que são levadas a vivenciar através da aula prática, com

os jogos e as brincadeiras, desenvolvidos e orientados pelo professor buscando um melhor

ensino aprendizagem em sua prática, refletindo assim, na vida educacional do educando

como em sua vida secular.

1.3 - A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Quando pensamos em Educação Infantil, lembramo-nos de crianças, quando

pensamos em crianças, lembramo-nos do brincar, em todas as brincadeiras possíveis que

vier a mente, todas aquelas que fizeram parte de nossas infâncias. Com isso, não se dá pra

pensar em uma sala de Educação Infantil sem os atrativos das brincadeiras que a ludicidade

proporciona em todos os âmbitos das vidas das crianças.

Na visão do RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil)

defende o brincar como uma atividade necessária em âmbito escolar, isso porque o mesmo

possibilita às crianças diversos momentos de experiências novas descobertas do mundo

que a cercam. Por meio desse ato, há um desenvolvimento de diferentes aspectos na

criança, como sua autonomia, linguagem, a cognição entre outros, pois através das

brincadeiras as mesmas podem participar, criar e recriar situações, interagir entre si e

resolver situações que venham a surgir durante a execução das atividades, melhorando sua

compreensão e capacidade de lidar e resolver problemas.

Brincar é realmente uma das atividades fundamentais para o

desenvolvimento da identidade e autonomia. O fato de a criança, desde

muito cedo, se comunicar por meio de gestos, sons, e mais tarde

representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva

sua imaginação. (RCNEI, 1998, v. 2, p. 22).

Assim como relata o RCNEI, a criança como todo indivíduo, precisa ter um espaço

em que ela possa ser respeitada e ter a liberdade de fazer o que ela deseja, assim os

professores juntamente com a escola, oferecem este espaço, no momento certo, na hora das

brincadeiras, em que estão construindo sua autonomia educativa e divertidamente. Para

que a criança tenha a sua capacidade de imaginar, criar e expressar seus próprios desejos é

preciso que sejam apresentadas a uma grande diversidade de elementos que constituem o

mundo real, pois tudo o que for exposto a criança precisa ser divertido de modo que lhe

chame atenção, e assim surgir a curiosidade de aprender.

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial

com aquilo que é o “não-brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre

no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o

domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver

consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade

imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para

brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal

forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a

imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no

plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente

vivenciada. (RCNEI, vol. 1, 1998, p.27)

Sendo assim, isto implica no momento em que o professor irá planejar a brincadeira

a ser levada para as crianças, pois no ato de brincar elas levam para a realidade, não dá

para levar uma brincadeira com fatos e objetos que não façam parte de sua vivência ou de

sua cultura.

O brincar com objetivos tem relação direta com a realidade da criança, fazendo ela

expandir seus conhecimento, recriar ou transformar ideias que tinham sobre determinadas

ações. E se a brincadeira for elaborada apenas em favor do imaginário, é bom ter o cuidado

para que as crianças saibam identificar e diferenciar do que é sua realidade ou apenas uma

brincadeira simbólica que faz parte de uma expansão para melhor aprendizagem na aula.

Mas, a brincadeira também adentra na vida das crianças com os dois propósitos, de levar a

realidade em conjunto com a imaginação, sendo com a imaginação imitando a realidade.

Com isso, quando a criança brinca, ela cria uma ligação entre o que é real e a

imaginação, a brincadeira abre as portas do imaginário fazendo com que a própria criança

conduza uma situação criada por ela. É ai que a brincadeira passa a ser uma linguagem

infantil, pois é durante as suas imaginações que a criança começa a dominar certas ações,

ela usa a brincadeira para demonstrar seus desejos e desprazeres. Quando a criança está

brincando, ela simplesmente da um novo significado, e passa a usar aquele objeto de

acordo com o que ela queira no momento. Mas essa imaginação faz parte do dia a dia da

criança, quando as meninas brincam de fazer comidinha, cuidarem das bonecas, e os

meninos fazem cenas de briga com seus bonecos, batem seus carrinhos com violências,

elas reproduzem representações reais do seu cotidiano.

Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já

possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por

exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança

deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos

provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência

vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de

um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em

livros etc. (RCNEI, vol 1, 1998, p.27)

De acordo com a citação do RCNEI, é observando que a criança aprende, é nas

brincadeiras do cotidiano que ela vai aumentando seu mundo e também seus

conhecimentos. A curiosidade que a acompanha faz com que a criança vá além do que é

real, através de suas observações diárias, ela vai passar a imitar tudo o que acontece ao seu

redor, quando a criança brinca ela demonstra toda sua realidade em forma de imaginação,

uma pessoa que ela ver diariamente e admira passa a ser o personagem de uma sena

imaginária, mas, por trás de toda encenação, estão inseridos acontecimentos reais do seu

dia a dia.

Sendo assim, através das brincadeiras em que elas reproduzem suas vivências,

começam a imaginar e a reproduzir uma nova realidade, uma nova história para ela mesma,

assim ela vai além de sua realidade observando conforme outras realidades diferentes da

dela, mas que sonha um dia mudar. A sociedade desse modo, ganhará indivíduos

sonhadores e ativos, com a vontade e disposição de um novo mundo, para elas mesmas e

toda a sua comunidade, a brincadeira traz consigo essa importância, de ajudar as crianças a

viver, reconstruir e modificar o seu meio, crescendo com ampla visão, sobre sua realidade.

2 - ANÁLISE DE DADOS

Esta pesquisa tem como lócus de estudo a Escola Creche Municipal Governador

Aluízio Alves, localizada no conjunto João Pereira em Patu/RN. Foi escolhido apenas uma

sala de aula de alunos na faixa etária de 05 (cinco) e 06(seis) anos distribuídos em (05)

meninos e (12) meninas. Esta pesquisa se deu através de observação em sala de aula, em

seguida realizamos um questionário destinado aos professores da sala de aula escolhida,

com a finalidade de coletar dados para a efetivação desse estudo. Na ocasião entrevistamos

aos dois professores que lecionam na referida turma. O questionário é composto de (03)

três perguntas relacionadas ao tema estudado. Além disso, colhemos dados da escola como

forma de ampliarmos nosso trabalho.

A creche onde realizou-se a pesquisa funciona apenas no turno/ matutino, com 100

(cem) alunos distribuídos em 04 salas de aula. Sendo o quadro docente composto por 08

(oito) professores, 04 (quatro) deles possuem o curso de pedagogia, e 04 tem apenas o

Ensino Médio, magistério, mas uma delas está concluindo a graduação em Pedagogia e 01

(um) fez pós-graduação. Os professores entrevistados lecionam há bastante tempo, sendo

um deles o professor Antônio Tarcio Soares de Moura há 18 (dezoito) anos e a outra

Alvanir Dias de Sales a 28 (vinte e oito) ambos sempre trabalharam na Educação Infantil.

Os professores entrevistados concluíram sua graduação em Pedagogia pelo Proformação na

UERN e por todos esses anos de ensino são efetivos do município de Patu/RN.

Quanto à escola, esta dispõe de espaço externo de lazer, vemos isto como fator

importante para que a ludicidade possa ser posta em prática. Consideramos esse espaço

propício para que sejam realizadas atividades lúdicas diversas como: gincanas,

brincadeiras, desfiles e eventos culturais que possam desenvolver as capacidades das

crianças trabalhando a interação com as demais. Neste sentido, percebemos que as

professoras em questão, utilizam deste espaço para por em prática suas atividades lúdicas.

A escola também dispõe de uma grande variedade de materiais didáticos

pedagógicos, tais como jogos, livro de contos infantis, DVD's dentre outros, que bem

utilizados enriquecerão cada vez mais o desenvolvimento e a criatividade das crianças.

Durante a observação podemos perceber que estes materiais têm grande valia no

desenvolvimento do processo aprendizagem. Vale lembrar que o objetivo desta pesquisa é

saber como funciona a ludicidade na sala pesquisada e que importância os professores dão

a esta prática. A partir das respostas obtidas, pretendemos fazer uma analogia entre a teoria

e a prática, para que dessa forma, possamos dar consistência ao discutido. Assim, para a

identificação das professoras, resolvemos identificá-las como professor "A" (PA) e

professor "B" (PB).

QUESTÃO DE Nº. 01

2.1 O OLHAR DOS DOCENTES SOBRE A LUDICIDADE:

O que é ludicidade para você?

PROFESSOR "A":

É uma maneira criativa de mediar o conhecimento, principalmente na educação infantil,

onde o que chama mais atenção é o visual e o concreto.

PROFESSOR "B":

É uma ponte em que o aluno aprende a conciliar a brincadeira e o aprendizado, buscando o

conhecimento.

Podemos perceber no conhecimento do professor “A” diz que a ludicidade é uma

maneira criativa de mediar o conhecimento. Com isso, podemos afirmar que o PA não foge

da pergunta e está segura no que diz, pois realmente na atividade lúdica o aluno aprende

brincando. Para dar sustentação ao discutido nos reportamos aos postulados de Borba

(2007, p.34), por se referir a brincadeira como fazendo parte da vida infantil: “A

brincadeira é uma palavra estritamente associada à infância e às crianças”.

Na resposta do professor "B" vemos a ludicidade como uma nova perspectiva da

educação, pois retrata a ludicidade como uma forma de aprender brincando, ou seja, o PB

afirma que as crianças aprendem brincando. Sendo assim, percebemos que a ludicidade

não só possibilita a aprendizagem na escola, mas também fora dela, pois através da

imaginação em uma simples brincadeira, a criança pode fazer perspectivas futuras. De

acordo com os PCNs, educar com a ludicidade apresenta ser uma prática relevante visto

que:

Educar ludicamente tem um significado muito profundo e está

presente em todos os segmentos da vida. Existem inúmeras

possibilidades de incorporar a ludicidade na aprendizagem, mas

para que uma atividade pedagógica seja lúdica é importante que

permita a fruição, a decisão, a escolha, as descobertas, as perguntas

e as soluções por parte das crianças e dos adolescentes, do

contrário, será compreendida apenas como mais um exercício.

(BRASIL, 2006 p.43)

Podemos Perceber que o lúdico é uma metodologia multiuso, pois não somente nas

escolas pode ser usado, mas em outros ambientes de caráter educativo, que oferecem a

criança um meio diferenciado de proporcionar aprendizagem e valores, além de oferecer a

criança oportunidades de viver a sua infância, de não perder a essência de ser criança, em

questão de brincar e ter a liberdade de ser feliz.

QUESTÃO 02

2.2 OS BENEFÍCIOS QUE O LÚDICO PODE TRAZER PARA APRENDIZAGEM DA

CRIANÇA.

Quais os benefícios você acha que o lúdico pode trazer à criança?

PROFESSOR "A"

Interesse e vontade de ir à escola em busca de novos conhecimentos.

PROFESSOR "B"

Entendimento através de brincadeiras, onde a criança consegue memorizar com

rapidez.

O professor "A" relatou em sua resposta que o lúdico oferece interesse ao aluno e

vontade de ir à escola em busca de conhecimentos A sua resposta faz sentido, pois o lúdico

quando bem utilizado na sala de aula traz grandes benefícios para a vida das crianças, mas

vale destacar que não se pode restringir o lúdico apenas no interesse, na construção dos

saberes escolares, mas também facilitar o fluir da imaginação infantil. Kishimoto (1993,

p.102) apresenta que: “Quando desenvolvido livremente pela criança, a brincadeira tem

efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral”. Dessa forma, vemos que se as

atividades lúdicas se forem mediadas sem pressão trará muito mais benefícios que sendo

dirigidas somente pelo professor.

Já de acordo com o professor “B” aborda o entendimento da criança, que a cada

olhar sobre as atividades lúdicas, podem-se ver diferentes benefícios, o que nos mostra a

imensidão de possibilidades que a ludicidade pode oferecer à criança. O professor também

ressalta que através dessas atividades a criança memoriza com rapidez, através deste

depoimento percebemos que diferentemente do ensino tradicional, as crianças não

precisam ficar repetindo a tarefa várias vezes, já que existem jogos, músicas ou

brincadeiras que as ajudam nesta memorização.

QUESTÃO 03

2.3 UM OLHAR SOBRE O LÚDICO X PRÁTICA TRADICIONAL

Que prática você acha mais produtiva na aprendizagem do aluno, a prática de forma lúdica,

ou a pratica tradicional? Por quê?

PROFESSOR "A"

De forma lúdica, porque é onde percebemos o interesse pela aprendizagem vindo da

parte dos alunos.

PROFESSOR "B"

A lúdica, porque a criança é capaz de despertar o interesse pela aprendizagem.

Entendemos na fala da professora "A" que vê mais produtividade na prática lúdica,

porque através desta prática consegue ver o interesse e a aprendizagem por parte dos

alunos. Sendo assim, percebe-se que a prática lúdica vem conquistando seu espaço, pois

vemos através da referida professora que os alunos se interessam pelas atividades, e sentem

prazer em frequentar a escola.

Neste questionamento o Professor "B" apresenta a mesma opinião que o "PA".

Vendo igualmente a ludicidade como uma forma mais produtiva na aquisição da

aprendizagem. Podemos perceber que vários professores aderiram a esta metodologia de

ensino, pois durante muito tempo, foi utilizado o método tradicional de ensino nas escolas,

nessa época as crianças eram obrigadas a aprender, ou melhor, decorar o que era repassado

para elas. Por isso, as crianças não iam para a escola por vontade de aprender, e sim

obrigadas pelos pais que desejavam um futuro melhor para seus filhos. Então, com o

desenvolvimento tecnológico e, sobretudo social que vem acontecendo na sociedade em

que o indivíduo cada vez mais anseia por coisas novas passou-se a almejar por um método

educacional que fizesse despertar na criança o interesse pela aprendizagem, e assim foi

sendo adotado o método construtivista, em que é utilizada a ludicidade como forma de

ensino-aprendizagem. Esta metodologia vem funcionando nas escolas. Percebemos que os

alunos sentem o prazer de voltar à aula no dia seguinte.

Com esses relatos, pode-se perceber que as atividades pedagógicas quando

acompanhadas da ludicidade conseguimos levar a criança ao universo da aprendizagem e

novos conhecimentos por meio da diversão, transformando o processo ensino

aprendizagem em um procedimento prazeroso, obtendo efeitos positivos.

Contudo, para que haja essas práticas com tantos efeitos positivos na vida das

crianças, é importante que o planejamento dos professores venha conter sempre que

possível a ludicidade, com aulas criativas que estejam chamando atenção dos seus

discentes em prol de uma boa contribuição no desenvolvimento educacional e social na

vida de cada um. Pois a aula quando não é planejada pode ter como consequência, uma

aula monótona, desorganizada, desinteressante para as crianças, retirando delas o estímulo

pelo conteúdo. Sugestivamente, um bom planejamento, servirá de norte para que sejam

realizadas atividades contextualizadas e, sobretudo, atraentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pôde-se perceber durante o decorrer de toda a pesquisa e diálogo com os teóricos,

que o trabalhar com crianças é um processo delicado porque se refere à vida escolar de um

sujeito que está começando a conhecer o mundo e o que há nele ou mesmo a sua volta, que

precisa de preparação para sua inserção na vida em sociedade. Por isso a Educação Infantil

é vista como a base de todo o processo de formação da vida escolar e social, pois é nela

que as crianças aprendem seus primeiros princípios em que levaram para toda a vida.

Assim, a escola como um dos primeiros e principais ambientes que a criança

possui de entrar em contato com a aprendizagem, ela deve se importar de levar aulas

lúdicas sendo vista como um dos lugares que oferece à criança, perspectivas de vida. Além

disso, sabemos que grandes estudiosos da pedagogia como Vygotsky, Piaget dentre outros,

apresentam em seus estudos a importância do lúdico para o processo de ensino

aprendizagem. Com base nesses autores reforçamos nossos conhecimentos, a respeito da

importância da prática lúdica no processo de aprendizagem.

Com base nas observações e nos questionários realizados com os professores, que

foram o público alvo desta pesquisa, podemos aprender os bons resultados trazidos com a

ludicidade, por constatarmos nas suas falas e práticas, a ênfase que fazem para as práticas

lúdicas que funcionam como metodologia motivadora no processo ensino aprendizagem.

Embora também salientarem que algumas vezes estas atividades não atraem a atenção de

todos, porém, concluímos que uma boa prática pedagógica depende de um bom

planejamento, de conhecimento da sala de aula, de saber que atividades agradam a turma,

da adaptação dos conteúdos e brincadeiras.

Durante as observações em sala de aula, foi visto práticas onde os alunos eram

lhes chamados atenção automaticamente no momento das atividades lúdicas, por exemplo,

em uma aula que foram para a área externa da escola onde é à sombra de árvores ao ar

livre, para que lhes fosse falado sobre as plantas, a importância delas e essa aula aconteceu

com músicas, danças, com a planta real perto deles, atividades de construção com materiais

reciclado para formarem uma planta com a ajuda de todos para essa montagem.

Já diferentemente de dias em que as aulas eram apenas de ouvir e fazer uma

atividade simples, como de escrever ou pintar, pois eles nas aulas lúdicas via-se como se

fossem desafiados a construir e resolver algo ou viam coisas novas e sentiam-se curiosas

para o novo. Enfim, as práticas observadas apenas confirmaram a importância e a

relevância que faz a ludicidade na prática educativa nos resultados dos professores, como

na aprendizagem e motivação dos alunos no quesito de querer sempre aprender mais e de

estar sempre na curiosidade de conhecer algo novo e de nunca se conformar apenas com o

que já conhece, mas buscar o desconhecido.

Logo, a finalidade desta pesquisa, foi conhecer como a prática lúdica é trabalhada

em uma sala de aula do nível II, e vemos o quão esta ferramenta é necessária para a

educação infantil. Por isso, esperamos que este trabalho possa ter contribuído para os

professores entrevistados refletirem sobre qual a melhor maneira de chamar atenção da

criança para a construção do conhecimento de maneira prazerosa. Por fim, este estudo nos

serviu para reflexão sobre qual prática os professores estão utilizando nos dias de hoje, se

ainda prevalecem o tradicionalismo e se há a ludicidade, de que maneira ela está sendo

inserida nas aulas para melhor relacionar a teoria à prática.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. Novas Maneiras de Ensinar- Novas formas de Aprender. Rio de

Janeiro: Artmed, 2002.

_____________. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências: os jogos e os

parâmetros curriculares nacionais. Campinas: Papirus, 2005.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2ªed. Rio de Janeiro, RJ, 1981.

ALMEIDA, Paulo Nunes. O ensino globalizante em dinâmica de grupo, Saraiva, São

Paulo, 1990.

BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Brasil

MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de

seis anos de idade/ organização Janete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro

do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.

BRASIL, Ministério da Educação. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para

a inclusão de criança de seis anos de idade\Organização de documentos: Janete

Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: FNDE,

Estação Gráfica, 2006.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. – Brasília: MEC / SEF,

1998. Vol. 1

VYGOSTSKY, L. S. (1989). A formação social da mente: o desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores (J. C. Neto, L. S. M. Barreto & S. C. Afeche, Trans.).

São Paulo: Martins Fontes.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 7. Ed.São Paulo: Cortez, 2009.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.

__________________________. Jogos infantis: O jogo a criança e a educação.

Petrópolis: Vozes, 1993.

APÊNDICE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO: PEDAGOGIA EaD

PROFESSOR ORIENTADOR:

VENÂNCIO FREITAS DE QUEIROZ NETO

GRADUANDA: ANACELI DUARTE DA SILVA

QUESTIONÁRIO PARA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

1- O que é ludicidade para você?

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2- Quais os benefícios você acha que o lúdico pode trazer à criança?

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3- Que prática você acha mais produtiva na aprendizagem do aluno, a prática de forma

lúdica, ou a pratica tradicional? Por quê?

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