universidade federal do rio grande do norte prÓ … · depressÃo maior dissertação apresentada...

116
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE POS GRADUAÇÃO CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA RAÍSSA NÓBREGA DE ALMEIDA MODULAÇÃO SÉRICA DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) PELA AYAHUASCA: CONTRIBUIÇÕES PARA A DEPRESSÃO MAIOR NATAL/RN 2019

Upload: others

Post on 11-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE POS GRADUAÇÃO

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

RAÍSSA NÓBREGA DE ALMEIDA

MODULAÇÃO SÉRICA DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO

CÉREBRO (BDNF) PELA AYAHUASCA: CONTRIBUIÇÕES PARA A

DEPRESSÃO MAIOR

NATAL/RN

2019

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

RAÍSSA NÓBREGA DE ALMEIDA

MODULAÇÃO SÉRICA DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO

CÉREBRO (BDNF) PELA AYAHUASCA: CONTRIBUIÇÕES PARA A

DEPRESSÃO MAIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Psicobiologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

para obtenção do título de mestre em Psicobiologia.

(Área: Psicologia Fisiológica).

Orientadora: Profa. Dra. Nicole Leite Galvão Coelho

NATAL/RN

2019

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Almeida, Raíssa Nobrega de.

Modulação sérica do fator neurotrófico derivado do cérebro

(BDNF) pela ayahuasca: contribuições para a depressão maior / Raissa Nobrega de Almeida. - 2019.

115f.: il.

Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Biociências, Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia, Natal, 2019.

Orientador: Dra. Nicole Leite Galvão Coelho.

1. Ayahuasca - Dissertação. 2. Antidepressivo - Dissertação. 3.

BDNF - Dissertação. 4. Biomarcador - Dissertação. 5. Psicodélicos -

Dissertação. 6. Depressão - Dissertação. I. Coelho, Nicole Leite

Galvão. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 616.89

Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

RAÍSSA NÓBREGA DE ALMEIDA

MODULAÇÃO SÉRICA DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO

CÉREBRO (BDNF) PELA AYAHUASCA: CONTRIBUIÇÕES PARA A

DEPRESSÃO MAIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título

de Mestre em Psicobiologia. (Área: Psicologia Fisiológica).

COMISSÃO AVALIADORA

Profa. Dr

a Nicole Leite Galvão Coelho

Departamento de Fisiologia e Comportamento – UFRN (Orientadora)

Prof. Dr. Mario André Leocardio Miguel

Departamento de Fisiologia e Comportamento – UFRN (Membro interno)

___________________________________________

Prof Dr. Jaime Eduardo Cecílio Hallak

Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – USP (Membro externo)

Natal, 18 de janeiro de 2019

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

1

Aos pacientes, razão do nosso caminhar e principal fonte

motivacional. Minha mais sincera homenagem e eterna

gratidão.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

2

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos que participaram desta minha jornada e me incentivaram

a ser quem sou hoje.

Inicialmente gostaria de agradecer aos meus pais por todo carinho, força, apoio, amor

e incentivo dados ao longo da vida. Ao meu pai, que desde pequena me ensinou a priorizar os

estudos e a minha mãe, que além de monitorar se eu realmente estava estudando, sempre me

lembrava de comer, beber água, ajeitar a postura, dormir bem, rezar e me exercitar! Obrigada

por tudo.

À Diogo, que me apoiou nos momentos mais estressantes do mestrado, me trazendo,

paz, amor, carinho, milkshake de ovomaltine, sanduíches de bacon, pizza com borda recheada

e lasanha aos quatro queijos... Gostaria de agradecer por toda a atenção, cuidado e apoio.

Desde já fico no aguardo para o incentivo da academia.

À Nicole, minha chefe, professora, orientadora (algumas vezes desorientadora) e

vizinha. Obrigada pela confiança em mim depositada ao longo destes anos. Gostaria de

agradecer por toda transmissão de conhecimento e por exigir de mim muito mais do que eu

imaginava ser capaz de fazer. Obrigada por zelar pela minha saúde (me obrigando a sair do

sedentarismo e entrar na academia), por manter minha boa nutrição (me dedurando para a

personal / reclamando quando almoçava salgado) e por ser minha psicóloga/psiquiatra nas

crises de estresse e ansiedade. Muito obrigada por compartilhar comigo toda sua sabedoria,

tempo e experiência.

À minha família em Natal, vulgo povo do laboratório: Gostaria de confessar que estar

ao lado de vocês é um privilégio! Vocês que fazem meu trabalho virar diversão e alegria,

principalmente quando jogamos UNO, Gartic e GeoGuessr. Individualmente, gostaria de

agradecer a:

1. Cecília Galvão: Bomba serotoninérgica do lab. Por onde passa leva sorrisos e alegria!

Bailarina mais linda de Natal e companheira de TPM. Obrigada por me ajudar nas coisas

do mestrado, do laboratório e da vida.

2. Cecília de Renata (ou Cecília 2): Sem você não teria passado do primeiro semestre do

mestrado! Obrigada por me atualizar nos cronogramas, lembrar dos prazos fatais, me

avisar sobre às mudanças nos horários das aulas e das salas... Se não fosse você, nunca

teria me matriculado em nenhuma disciplina e até hoje não saberia enviar trabalhos pelo

SIGAA.

3. Érick: Companhia noturna do lab e grande conhecedor do R. Obrigada por todos os meus

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

3

gráficos! Saiba que sou eternamente grata pelo convite do TIM Beta. Espero que você

seja feliz no campo, correndo atrás dos macaquinhos e voltando queimado pro lab.

4. Flávia: Única pessoa do lab que realmente é calma e normal. Obrigada pelos conselhos e

pela transmissão de serenidade nos períodos difíceis! Com foco, força e fé, tenho certeza

de que um dia serei tão saudável quanto você.

5. Geovan: Google ambulante que só chega no lab no horário do lanche! Obrigada pelas

ajudas científicas e pelos leros ocasionais. Desculpe por me aproveitar de suas contas

abertas em todos os computadores do lab! É mais forte do que eu.

6. Mariana: Eternizada pelo jargão mais famoso do lab “Vai dar tudo certo (França,

2017)”. Companheira dos domingos à noite no Praia Shopping. Obrigada pela sua

amizade e companhia! Levarei todas as nossas conversas bestas pra sempre no meu

coração :)

Gostaria também de agradecer por todas as pessoas que indiretamente me apoiaram

nesta jornada e que se fazem presentes no meu dia a dia! À Draulio e a Fernanda pela

confiança e pela oportunidade de participar deste projeto tão maravilhoso e enriquecedor; à

Sylvia, pelos rápidos diálogos nos nossos encontros corridos e cronometrados; à Renata

Gonçalves que me acolheu no desespero da estatística com autoestima e bom-humor; às

moças que todos os dias preparam café quentinho e trazem pro nosso corredor; a Suelma, por

sempre deixar o laboratório limpinho e cheiroso; a Eronaldo, por nunca deixar faltar água no

nosso corredor e claro, ao sci-hub, essencial na vida de todos nós.

Por último lugar e não menos importante, gostaria de agradecer a todos os pacientes que

nos permitiram aprender, pesquisar e investigar em nome da ciência. Vocês que gentilmente

se disponibilizaram e criaram condições de concretizar este trabalho em um momento difícil

de sofrimento. Hoje eu quero agradecer a cada um dos voluntários, mesmo que eles não

tenham condições de ler o que escrevo e nem mesmo saibam que estou escrevendo para eles.

Quero agradecer pelo voto de confiança e pela esperança que depositaram em nós. Este

projeto é dedicado única e exclusivamente a vocês.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

4

“Quanto mais aumenta nosso conhecimento,

mais evidente fica nossa ignorância”.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

5

RESUMO

A Depressão Maior (DM) atinge cerca de 300 milhões de pessoas de todas as faixas etárias,

totalizando 5% da população mundial. Projeções americanas propõem uma incidência

cumulativa de DM de 13,6% entre os homens e 36,1% entre as mulheres, jovens. Além disso,

cerca de 30% dos pacientes não respondem ao tratamento. Recentemente, um ensaio clínico,

mostrou que a ayahuasca, um chá psicodélico de origem amazônica, induziu rápidos efeitos

antidepressivos em pacientes com DM resistente ao tratamento. Uma resposta clínica foi

observada 24 horas após a sua administração, com efeitos estatisticamente diferente do

placebo 7 dias após a dose. Especula-se que esta ação antidepressiva esteja relacionada ao

aumento dos níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF: Brain-Derived

Neurotrophic Factor), polipeptídeo relacionado com a neurogênese e a neuroplasticidade. A

fim de melhor compreender a ação antidepressiva da ayahuasca, esse estudo investigou os

níveis séricos de BDNF na mesma amostra desse ensaio clínico, voluntários controles

saudáveis (H= 20; M= 25) e pacientes com DM (H= 7; M= 21), antes e 48 horas (D2) após

ingestão de uma dose única de ayahuasca (AYA) ou placebo (PLA), a fim de relacionar

possíveis alterações do BDNF com os sintomas depressivos e o cortisol plasmático. A

pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica do Hospital Universitário

Onofre Lopes (processo nº 579.479) e registrada como ensaio clínico nº NCT02914769.

Todas as coletas de sangue foram realizadas por volta das 07:00 horas da manhã a fim de

reduzir variações circadianas. Antes da administração da AYA/PLA, encontramos níveis

séricos de BDNF semelhantes entre os pacientes (P) e controles (C). Porém, detectamos níveis

mais baixos de BDNF em um subgrupo de voluntários (P e C) que apresentavam

hipocortisolemia (n= 31), com relação aqueles com eucortisolemia (n= 38). Além disso, uma

correlação negativa entre o BDNF e o cortisol foi observada nos voluntários com

eucortisolemia. Após o tratamento (D2) observamos maiores concentrações de BDNF nos

voluntários (P e C) que ingeriram a AYA (n = 35) quando comparados ao PLA (n = 34).

Além disso, apenas os pacientes tratados com AYA (n= 14), e não com PLA (n= 14),

apresentaram uma correlação negativa significativa entre os níveis séricos de BDNF e os

sintomas depressivos, aferidos pela Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS).

Poucos ensaios clínicos avaliaram os níveis séricos de BDNF de pacientes em resposta a

tratamentos com antidepressivos e seus resultados não são conclusivos. Este é o primeiro

ensaio clínico, duplo cegorandomizado placebo-controlado, a investigar a relação do BDNF e

a resposta clínica em pacientes com depressão, após tratamento com um psicodélico que

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

6

apresenta potencial antidepressivo. Observamos uma relação entre o BDNF e o cortisol que

corrobora a literatura vigente. Além disso, os resultados sugerem uma ligação entre os efeitos

antidepressivos induzidos pela ayahuasca e o BDNF sérico. Assim, esse estudo contribui com

uma visão emergente do uso de drogas psicodélicas no tratamento da DM resistente a

tratamento, assim como da relação entre o BDNF e o efeito antidepressivo induzido pelos

fármacos para tratamento da DM.

Palavras chave: Ayahuasca, antidepressivo, BDNF, biomarcador, cortisol, psicodélicos,

tratamento-resistente, depressão.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

7

ABSTRACT

The Major Depression (MD) reaches about 300 million people of all age, totalizing 5% of the

world population. American projections suggest a cumulative incidence of DM of 13.6%

among men and 36.1% among women. In addition, about 30% of patients do not respond to

treatment. Recently, a double-blind, placebo-controlled randomized clinical trial showed that

ayahuasca, a psychedelic tea from Amazonian, induced rapid antidepressant effects in patients

with treatment-resistant MD. A clinical response was observed 24 hours after it ingestion,

with effects statistically different from placebo 7 days post dose. It is speculated that this

antidepressant action is related to increased levels of brain-derived neurotrophic factor

(BDNF), polypeptide related to neurogenesis and neuroplasticity. In order to better understand

the antidepressant action of ayahuasca, this study investigated the serum levels of BDNF in

the same sample of this clinical trial, healthy control volunteers (M = 20, W = 25) and MD

patients (M = 7, W = 21), before and 48 hours (D2) after ingestion of a single dose of

ayahuasca (AYA) or placebo (PLA), in order to associate possible changes in BDNF with

depressive symptoms and serum cortisol. The research was approved by the Ethics

Committee in Medical Research of the University Hospital Onofre Lopes (process nº

579.479) and registered as clinical trial no. NCT02914769. All blood collections were

performed around 7:00 a.m. in order to reduce circadian variations. Prior to administration of

AYA / PLA, we found similar serum BDNF levels between patients (P) and controls (C).

However, in baseline we detected lower levels of BDNF in a subgroup of volunteers (P and

C) who presented hypocortisolemia (n = 31), compared to those with eucortisolemia (n = 38).

Moreover, was observed a negative correlation between BDNF and cortisol in these

volunteers with eucortisolemia. After treatment (D2) we observed higher levels of BDNF in

volunteers (P and C) who ingested AYA (n = 35) when compared to PLA (n = 34). In

addition, only patients treated with AYA (n = 14), and not with PLA (n = 14), had a

significant negative correlation between serum BDNF levels and depressive symptoms

measured by the Depression Scale of Montgomery-Asberg (MADRS). Few clinical trials

evaluated serum BDNF levels in patients in response to antidepressant treatments and their

results are inconclusive. This is the first double-blind, randomized, placebo-controlled clinical

trial to investigate the relation of BDNF and the clinical response of patients with depression

after treatment with psychedelic that shows antidepressant potential. We observed a

relationship between BDNF and cortisol that corroborates the current literature. In addition,

the results suggest a link between ayahuasca-induced antidepressant effects and serum BDNF.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

8

Thus, this study contributes with an emerging view of the use of psychedelic drugs in the

treatment of treatment-resistant DM, as well as the relationship between BDNF and the drug-

induced antidepressant effect for DM treatment.

Keywords: Ayahuasca, antidepressant, BDNF, biomarker, cortisol, psychedelics, treatment-

resistant, depression.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

9

LISTA DE FIGURAS

METODOLOGIA:

Figura 1 – Após a inclusão no estudo, os voluntários foram admitidos no hospital para

pernoitar (D-1). Nesse dia, a Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS) foi

aplicada para os pacientes a fim de se obter a pontuação dos sintomas depressivos. No dia

seguinte, nomeado como dia basal (B), antes da sessão de tratamento, todos os voluntários

foram avaliados com a MADRS. Por volta das 10 horas da manhã ocorreu o tratamento com

uma dose única de 1ml / kg de ayahuasca (AYA) ou placebo (PLA), em proporção de 1:1. A

pontuação da MADRS foi novamente obtida 48 horas (D2) e 7 dias (D7) após o tratamento.

Amostras de sangue para dosagem de BDNF e cortisol séricos foram coletadas às 7:00 horas

da manhã em B e no D2, sempre com os voluntários em jejum de 8 horas........................... 28

ARTIGO 1

Figura 1 – Média ± erro padrão dos níveis séricos de BDNF (pg/mL) na fase basal dos pacientes

(DM, n= 28) e controles (GC, n= 41) .................................................................................................. 55

Figura 2 - Média ± erro padrão dos níveis séricos de BDNF (pg/mL) na fase basal para

voluntários com hipocortisolemia (HC, n= 31) (cortisol sérico <15mcg / dL) e eucortisolemia

(EC, n= 38) (15 mcg / dL <cortisol sérico <43 mcg / dL) .......................................................... 56

Figura 3 - Correlação negativa significativa entre os níveis séricos de BDNF e os níveis séricos de

cortisol para voluntários eucortisolêmicos (DM e GC) na fase basal (n= 38; teste de Spearman, p <0,05

rho = - 0,39)......................................................................................................................................... 57

Figura 4 - Média ± erro padrão dos níveis séricos de BDNF (pg / mL) de todos os voluntários (GC e

DM) na fase basal e 48 horas após a dosagem (D2) com ayahuasca (AYA, n= 35) ou placebo (PLA,

n= 34) .................................................................................................................................................. 58

Figura 5 - Correlação negativa significativa entre os níveis de BDNF e os escores da MADRS em D2

para pacientes que foram tratados com ayahuasca (n = 14; teste de Spearman, p ≤ 0,05 rho = -0,55).59

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

10

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

Símbolos

β Beta

μ Mi

σ1R Receptor Sigma 1

(Sigma 1 Receptor)

> Maior

< Menor

* Resultado significativo

≤ Menor ou igual

± Mais ou menos

Siglas e Abreviaturas

5-HT2A 5-hidroxitriptamina 2A

(5-hydroxytryptamine 2A)

5-MeO-DMT 5-metoxi-N, N-dimetiltriptamina

(5-methoxy-N,N-dimethyltryptamine)

AG Ana Cecília Galvão

AMPA alfa-amino-3-hidroxi-metil-5-4-isoxazolpropiónico

(α-amino-3-hydroxy-5-methyl-4-isoxazolepropionic acid receptor)

AYA Ayahuasca

BDNF Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro

(Brain Derived-Neurotrophic Factor)

BL Bruno Lobão Soares

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

D-1 Admitidos no hospital

(Admitted on hospital)

D2 48 horas após a sessão do tratamento

(48 hours after the dosing session)

D7 7 dias após a sessão do tratamento

(7 days after the dosing session)

DBA Draulio Barros de Araújo

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

11

df Grau de liberdade

(Degrees of freedom)

EC Eucortisolemia

F Fisher

FN Fatores Neurotróficos

FP Fernanda Palhano-Fontes

FS Flávia Santos da Silva

CG ou GC Grupo controle de indivíduos saudáveis

(Control group of healthy individuals)

GLM Modelo Linear Geral

(General Linear Model)

H Homem

HAM-D Escala de Depressão de Hamilton

(Hamilton depression scale)

HC Hipocortisolemia

HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes

JP João Paulo Maia de Oliveira

M Mulher

m-BDNF BDNF maduro

(Mature BDNF)

MADRS Escala de Depressão de Montgomery–Åsberg

(Montgomery–Åsberg Depression Rating Scal)

ml/kg Mililitros/quilograma

iMAO Inibidor de Monoamina Oxidase

(Monoamine Oxidase Inibitor)

µg/dL Micrograma/decilitro

MAO Monoamina Oxidase

MD ou DM Grupo de pacientes em depressão resistente ao tratamento

(Group of patients with treatment resistant major depression)

Met Metionina

mTOR Proteína alvo da rapamicina em mamíferos

(Mammalian target of rapamycin)

n Número de indivíduos

N, N-DMT N, N dimetiltriptamina

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

12

(N, N dimethyltryptamine)

NG Nicole Leite Galvão-Coelho

NR Não respondedores

(Non – responders)

NRr Pacientes não remissivos

(Non - remitted patients)

p Statistic significant

pg/mL picogramas/millilitros

PLA Placebo

pro-BDNF Precursor do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro

(Brain-derived Neurotrophic Factor Precursor)

p75NTR

Receptor pan-neurotrofina 75

(Pan-neurotrophin receptor 75)

R Respondedores

(Responders)

rho Coeficiente de correlação de postos de Spearman

Spearman's rank correlation coefficient

RN Raíssa Nóbrega de Almeida

RNA Ácido Ribonucleico

(Ribonucleic acid)

rpm Rotações por minuto

(Revolutions per minute)

Rr Pacientes remissivos

Remitted patients

TrkB Receptores de Tropomiosina Quinase B

(Tropomyosin receptor kinase B)

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Val Valina

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

13

SUMÁRIO

Introdução Geral .................................................................................................................... 16

O Histórico da Depressão Maior ......................................................................................................... 16

O Tratamento para Depressão ............................................................................................... 19

A Fisiopatologia da Depressão Maior .................................................................................. 20

A Ayahuasca ......................................................................................................................... 22

Justificativa ............................................................................................................................. 24

Objetivo Geral ........................................................................................................................ 25

Objetivos Específicos .............................................................................................................. 25

Hipóteses e Predições.............................................................................................................. 26

Metodologia ............................................................................................................................. 27

Desenho do estudo .............................................................................................................................. 27

Dosagens de moléculas químicas .......................................................................................... 29

Artigo 1: O Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro & a Depressão Maior .................. 30

Resumo ................................................................................................................................................ 31

As neurotrofinas .................................................................................................................... 32

O BDNF ................................................................................................................................ 32

Os moduladores da expressão gênica do BDNF ................................................................... 35

O BDNF e a Depressão Maior ............................................................................................... 37

O BDNF e a ação antidepressiva ........................................................................................... 40

O BDNF como biomarcador da Depressão Maior ................................................................ 41

Conclusão ............................................................................................................................. 42

Referências ........................................................................................................................... 42

Artigo 2: Modulation of serum brain-derived neurotrophic factor by a single dose of

ayahuasca: observation from a randomized controlled trial ............................................. 50

Abstract ................................................................................................................................................ 51

Introduction .......................................................................................................................................... 52

Material and Methods........................................................................................................................... 55

Study design ...................................................................................................................... 55

Chemical molecules dosages............................................................................................. 56

Statistical analysis ............................................................................................................. 56

Results ................................................................................................................................................. 57

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

14

Baseline assessments ......................................................................................................... 57

After-treatment assessments ............................................................................................. 60

Discussion ........................................................................................................................................... 62

Conflict of Interest .............................................................................................................................. 67

Author contribuitions .......................................................................................................................... 67

Author Agreement Statement .............................................................................................................. 67

Funding ............................................................................................................................................... 67

Non-standart abbreviations ................................................................................................................. 67

Acknowledgments ............................................................................................................................... 68

References ............................................................................................................................. 68

CONSORT grupo controle ..................................................................................................................... 82

CONSORT grupo DM ........................................................................................................................... 83

Discussão geral e Conclusão .................................................................................................. 85

Referências Gerais .................................................................................................................. 88

Grupo de pesquisa HUOL / LMH ......................................................................................... 97

Apêndices e anexos ................................................................................................................. 98

Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa .................................................................................................. 98

Termo de Consentimento Livre e Esclarescido (TCLE) - Controles ................................................... 102

Termo de Consentimento Livre e Esclarescido (TCLE) - Pacientes .................................................... 107

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

15

APRESENTAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação de mestrado foi construída em formato de artigo científico,

composta por uma revisão de literatura e um ensaio clínico com dados inéditos.

A revisão aberta de literatura foi realizada a fim de melhor embasar teoricamente e

atualizar os pesquisadores envolvidos no estudo sobre o tema investigado. Essa deve ser

publicada em português, em um jornal on-line brasileiro denominado Revista Brasileira de

Psiquiatria (ISSN on-line: 1809-452X) e foi intitulada “O Fator Neurotrófico Derivado do

Cérebro & a Depressão Maior”. Essa revisão de literatura teve como principal objetivo

relacionar a depressão maior e o BDNF, apresentando desde informações históricas sobre o

descobrimento dessa neurotrofina, até as mais recentes descobertas da relação entre o BDNF,

a fisiopatologia e o tratamento dessa psicopatologia.

O artigo científico, intitulado “Modulation of serum brain-derived neurotrophic factor

by a single dose of ayahuasca: observation from a randomized controlled trial”, foi submetido

à publicação na Frontiers in Psychology. Esse manuscrito é parte dos resultados de um estudo

longitudinal desenvolvido entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2016. Esse ensaio clínico foi

realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), vinculado à Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal-RN, Brasil. Os objetivos desse estudo foram;

comparar o BDNF sérico dos pacientes portadores de depressão maior resistente a tratamento

com o de voluntários saudávies do grupo controle, antes do tratamento agudo com uma dose

de ayahuasca ou placebo. Investigar as possíveis alterações agudas do BDNF sérico após a

dose aguda de ayahuasca ou placebo, tanto nos pacientes quanto no grupo controle.

Correlacionar o BDNF sérico com à severidade da depressão, aferida por medidas

psicométricas, antes e após a dose de ayahuasca ou placebo. Assim como, investigar possíveis

correlações entre o BDNF e o cortisol plasmático.

Antes dos artigos, a fim de introduzir o leitor no tema dessa dissertação, foi elaborada

uma breve introdução que contextualiza historicamente a depressão maior, seu tratamento e

sua fisiopatologia. Por fim, após o manuscrito do ensaio clínico, ao final desta dissertação,

com o propósito de integrar os resultados obtidos nesse estudo aos temas discutidos na revisão

de literatura e ao contexto local de realização da pesquisa, uma conclusão geral foi inserida.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

16

INTRODUÇÃO GERAL

O humor é um processamento emocional cognitivo caracterizado pela capacidade de

encontrar aspectos positivos em situações lúdicas ou eventos, os quais são percebidos como

engraçados e podem ser expressos por meio de risos e comportamentos de alegria. Assim, o

humor também é uma forma de comunicação que tem como finalidade aumentar as relações

sociais com parceiros de interação, induzindo a diversão (Martin & Ford, 2018; Bieg &

Dresel, 2018; Wellenzohn, Proyer & Ruch, 2018). A forte capacidade de captação e

processamento destes tipos de estímulos sociais acontece em decorrência do aprimoramento

resultante de um longo processo histórico, sendo este responsável por modelar o cérebro

humano ao decorrer dos anos, com alto grau de especialização e precisão (Dunbar, 2009).

Por outro lado, distúrbios de humor são preditivos de dificuldade de interação social

e característicos de desordens psiquiátricas (Porcelli et al., 2018). O relato mais encontrado

acerca das alterações relacionadas ao humor, é o humor deprimido, o qual está relacionado,

dentre outras patologias, a depressão maior (DM). A depressão maior (DM) é uma

psicopatologia que afeta aproximadamente 350 milhões de pessoas ao redor do mundo e

lidera da lista do DALY (Disability-Adjusted Life Year - Anos de Vida Ajustados por

Incapacidade) segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017; Rice et al., 2019;

Montalvo-Ortiz, Kranzler, Zhao, Zhang & Gelernter, 2018). Esta métrica é responsável por

quantificar o ônus emanado pela soma dos anos de vida perdidos devido a problemas de

saúde, incapacidade ou morte prematura (WHO, 2017).

Apesar da palavra “depressão” ser bastante utilizada no cotidiano, ela é

relativamente nova na história, foi usada pela primeira vez no século XIX (Rousseau, 2000).

A partir de então, a forma de como a doença é encarada pela sociedade já passou por

grandes modificações, sofrendo continuas adaptações e atualizações.

O Histórico da Depressão Maior

Hipócrates (460 a.C. - 377 a.C.), médico grego conhecido como o pai da medicina, foi

o primeiro a elaborar o conceito da “Melancolia” (grego: melan = negro, cholis = bile) (Juver

& Verçosa, 2008), uma patologia cuja sintomatologia muito se assemelha a depressão maior.

A melancolia era fisicamente expressada por insônia e vertigem, além de aborrecimentos

contínuos, medo e tristeza por longos períodos e ainda, em casos mais graves, ideação suicida

(Bate, 2017). Em sua teoria Hipócrates propunha que a vida era decorrente do equilíbrio entre

quatro tipos de humores: a bile amarela, o fleuma, o sangue e a bile negra, e o desequilíbrio

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

17

era a causa das patologias coléricas, fleumáticas, sanguíneas e melancólicas, respectivamente.

Fisiologicamente, a melancolia era considerada o resultado de uma intoxicação cerebral por

meio do desequilíbrio da bile negra, substância de consistência espessa, fria e seca de

temperamento (Band & Reichel, 2017). O tratamento recomendado para este tipo de paciente

incluía mudança no hábito alimentar, passeios (essenciais para manutenção do bem estar),

aumento na frequência do exercício físico e mental, massagens, ervas e purgantes (Lawlor,

2013; Christos & Kleisiaris, 2014). Fazia-se necessário ainda o aumento de interações sociais

com o portador da doença, a fim de não deixá-lo sozinho (Vieira, 2005).

O colapso das ideias Hipocráticas ocorreu com a queda do Império Romano do

Ocidente e ascensão do Cristianismo, responsável pela disseminação de crenças demoníacas

sobre todo o conhecimento de doenças mentais conhecidas até então (Mariano, 2014; Cordás

& Emilio, 2017). A melancolia se transformou em algo perigoso, causado pela falta de amor

divino e possessão satânica. O tratamento recomendado para estes casos era o isolamento do

doente, trabalho manual e penitência (Matias, 2015). Os tratamentos farmacológicos

hipocráticos eram conflitantes com os dogmas da igreja e por este motivo perderam sua força,

caindo em desuso (Santa Clara, 2009).

A ascensão do Iluminismo ocasionou, aos poucos, a substituição da subjetividade

dedutiva pelo empirismo (Costa & Bernardes, 2012). Nesse período William Cullen

(15/04/1710 – 05/02/1790), químico e psiquiatra britânico, sugeriu que as doenças mentais

estavam relacionadas ao sistema nervoso e que a melancolia era oriunda de um desequilíbrio

cerebral, resultando no comprometimento do indivíduo (Barbosa, 2012). Segundo Cullen, a

melancolia é “uma alteração da função nervosa, e não, como outrora se pensava, uma

alteração dos humores” (Cordás & Emilio, 2017). Por outro lado, ideias com do químico e

médico alemão, Friedrich Hoffmann (19/02/1660 – 12/11/1742), também ganhavam destaque.

Ele sugeria que a melancolia, o desespero e o suicídio eram gerados pelo estado relaxado do

corpo e que a cura era alcançada por meio do trabalho duro (Solomon, 2014).

No século XIX houve diversas descobertas nas áreas de física, biologia, química,

anatomia, neurologia e bioquímica que permitiram o aprimoramento dos conhecimentos

acerca das doenças mentais, fortalecendo sua relação com o cérebro. Houve o ressurgimento

dos conceitos de Hipócrates e cada vez mais as autópsias eram comuns (Salomon, 2014). A

palavra “depressão” surge em meados do século XIX e por volta de 1860 começa a aparecer

nos dicionários médicos (Cordás & Emílio, 2017, McGuinness, Dutton & Smith, 2017),

quando foi proposto que apenas pessoas com conhecimentos de anatomia cerebral

participassem da busca sobre os cuidados necessários dos pacientes com depressão, deixando

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

18

de lado os filósofos e moralistas (Vieira, 2005). A psiquiatria social foi criada foi Wilhelm

Griesinger (29/07/1817 – 26/10/1868) neurologista e psiquiatra alemão (Gnoth, Glaesmer &

Steinberg, 2018; Lanska, 2014) e Johann Christian August Heinroth (17/01/1773 –

26/10/1843), psiquiatra alemão, foi o pioneiro na disciplina “Terapia Psíquica” na

Universidade de Leipzig, precursora da atual disciplina de Psiquiatria. (Steinberg &

Himmerich, 2012).

O século XX foi marcado pela consolidação da psiquiatria por meio de antidepressivos

e psicoterapias (Quetel, 2014). Em 1952, o comitê de estatística da Associação Americana de

Psicologia (APA) criou o primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

(DSM), o qual foi posteriormente denominado DSM-I. Nesse a desordem que mais se

assemelhava ao que sabemos hoje sobre DM, chamava-se “Reação Depressiva”, a qual tinha

como principal característica o sentimentos de culpa, que era ocasionado por falhas ou ações

passadas de pessoas que perderam um grande amor ou uma grande posse (Kawa & Giordano,

2012; Lima-Ojeda, Rupprecht & Baghai, 2018). Ao longo dos anos, a prática clínica e a

pesquisa científica foram aprofundando os conhecimentos sobre a DM, os quais foram sendo

atualizados nas edições posteriores do DSM.

Na edição mais recente do DSM (DSM-5) a DM integra a seção “Transtornos

depressivos”, que foram separados dos “Transtornos Bipolares”, marcando uma divisão no

que era conhecido como “transtornos de humor”. Nesse, o diagnóstico de DM pode ser

realizado se o paciente tiver cinco ou mais sintomas: Os principais sintomas da DM são;

humor deprimido, diminuição de interesse ou do prazer nas atividades frequentemente

realizadas, perda ou ganho significativo de peso, insônia ou hipersônia, agitação ou retardo

psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou

inapropriada, capacidade diminuída para se concentrar, pensar ou indecisão, além de

pensamentos recorrentes de morte ou ideação suicida. Ainda é necessário que o paciente

apresente esses cinco sintomas quase todos os dias, por pelo menos duas semanas, sendo um

deles humor deprimido ou perda de interesse ou prazer (anedonia). Além disso, para se

realizar o diagnóstico de DM, os sintomas devem causar sofrimento ou prejuízo na vida do

paciente (APA, 2014).

De modo geral, a DM pode surgir em qualquer idade, sendo mais provável após a

puberdade, atingindo um pico de incidência na faixa etária dos 20 a 30 anos. Os principais

fatores de risco relacionados são neuroticismo, experiências adversas na infância, eventos

estressantes ao longo da vida e genética (herdarbilidade em torno de 40%). Em geral, a

patologia atinge mais mulheres e as principais comorbidades são transtornos relacionados a

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

19

substâncias, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia nervosa, bulimia

nervosa e transtorno da personalidade borderline (APA, 2014).

O Tratamento para Depressão

Em 1950, Roland Kuhn (04/03/1912 - 10/10/2005), psiquiatra suíço e

psicofarmacologista, percebeu pela primeira vez que, além dos efeitos anti-histamínicos,

anticolinérgicos e sedativos, a imipramina possuía também efeito antidepressivo, podendo

também ser utilizada no tratamento de episódios depressivos (Steinberg & Himmerich, 2012).

Devido a esta reviravolta da prática clínica, a década de 1950 ficou conhecida como a “década

de ouro” da psicofarmacologia mundial (Bittencourt, Caponi & Maluf, 2013).

A partir daí, surgiram os estudos que deram suporte para a descoberta e produção de

novas substâncias antidepressivas similares a imipramina, os tricíclicos (ADT’s). Os ADT´s

atuam bloqueando a recaptação, pela célula pré-sináptica de monoaminas presentes na fenda

sináptica, aumentando assim a concentração destes neurotransmissores na fenda (Behere, Das

& Behere, 2019).

Nathan Schellenberg Kline (22/03/1916 – 11/02/1983), pesquisador e médico

psiquiatra americano, iniciou o uso da iproniazida, um fármaco inibidor da enzima

monoaminas oxidase (iMAO), enzima essa que metaboliza as monoaminas, no tratamento da

depressão severa (The Lasker Foundation, 2019). Essa descoberta de sucesso foi rapidamente

introduzida na prática clínica e milhares de americanos se estabilizaram na doença,

conseguindo, assim, se reintegrar na sociedade (Chirita & Cristofor, 2017).

Os ADT´s e os iMAO foram classificados como antidepressivos de primeira geração.

Por possuírem ação sobre vários sistemas de neurotransmissores, esses antidepressivos

provocam efeitos colaterais impactantes ao indivíduo (Behere 2019; Hong & Li, 2019). Os

ADT´s podem induzir retenção urinária, constipação intestinal, hipotensão ortostática, ganho

de peso, sonolência e arritmias cardíacas (Behere, Das & Behere, 2019). Já os iMAO,

apresentam como efeito colateral mais comum o risco de crises hipertensivas, estimulada pela

sua ingestão junto à tiramina, uma substância simpatomimética presente em alta concentração

em alguns alimentos e que é metabolizada pela MAO (Hong & Li, 2019). Logo, pacientes que

fazem uso de iMAO devem ter uma dieta pobre em tiramina, consumindo poucos alimentos

como queijos, bebidas alcoólicas, alimentos em conserva, frios e algumas frutas, como banana

e abacate (Hong & Li, 2019). Em suma, os efeitos colaterais induzidos pelos iMAOs são mais

fortes e graves que dos ADT´s, por isso os antidepressivos tricíclicos tornaram-se mais

utilizados (Behere, Das & Behere, 2019; Hong & Li, 2019).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

20

Diante da extensa lista de efeitos colaterais desencadeados pelos antidepressivos de

primeira geração, houve a necessidade de desenvolver fármacos mais seletivos e com ação

mais específicas. Na década de 1980, os estudos com antidepressivos voltaram-se para a

serotonina, levando o surgimento dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS).

Em seguida, surgiram os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina

(ISRN) e os duais, que atuam em dois sistemas de neurotransmissão, como; os inibidores da

recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Esses ficaram conhecidos como

antidepressivos de segunda geração (Finkelstein et al., 2018).

Outros antidepressivos, que apresentam diferentes mecanismos de ação, também

foram desenvolvidos e são hoje também utilizados na clínica, dentre eles a mirtazapina, que

atua como antagonista noradrenérgico α2 pré-sináptico e antagonista de receptores de

serotonina (5HT 2 e 5HT 3) (García-Muñoz & Licona-Galicia 2018).

Apesar dos novos antidepressivos serem mais seguros, ainda apresentam efeitos

colaterais, embora menores. Por exemplo, a disfunção sexual que é a queixa mais comum

associada o uso dos ISRS, enquanto o sono excessivo e ganho de peso estão mais associados

ao uso da mirtazapina (García-Muñoz & Licona-Galicia 2018; Bala, Nguyen & Hellstrom,

2018). Uma vez que a eficácia entre todos os antidepressivos comercializados e utilizados na

clinica terapêutica é semelhante, a designação do medicamento é feita através da avaliação

dos efeitos colaterais, segurança, tolerabilidade, preferências individuais do paciente,

qualidade de ensaios clínicos disponíveis e o custo (Conceição 2018). Atualmente os ISRS

são fármacos mais utilizados no tratamento da DM (Bushnell et al., 2018; Vieta, Sluth &

Olsen, 2018; Tritschler, Gaillard, Gardier, David & Guilloux, 2018).

Além dos indesejáveis efeitos colaterais, aproximadamente 30% a 40% dos pacientes

tratados com antidepressivos não apresentam remissão mesmo após quatro tratamentos

sistêmicos, o que leva ao agravamento da doença, que passa a se expressar de forma

recorrente. Além disso, os antidepressivos normalmente demoram em torno de duas semanas

para iniciar os efeitos terapêuticos desejados (Dubovsky, 2018; Machado-Vieira et al., 2010).

Por esta razão, há uma crescente busca por novos tratamentos para a DM, seja novas

substâncias de ação antidepressiva mais rápida e potente, ou terapias alternativas como a

atividade física ou psicoterapias (Witkin, Knutson, Rodriguez & Shi, 2018; Pilkington 2018).

A Fisiopatologia da Depressão Maior

Os estudos sobre as bases biológicas da DM começaram a surgir após a descoberta do

efeito antidepressivo da imipramina. A compreensão dos mecanismos farmacológicos da

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

21

droga deu origem a primeira hipótese sobre a fisiopatologia da DM (López-Muñoz & Alamo,

2009). A hipótese da disfunção monoaminérgica foi proposta ainda na “década de ouro” da

psicofarmacologia e é a mais antiga, consolidada e aceita, apesar disso essa teoria não explica

como surge tal disfunção e a baixa efetividade dos tratamentos com fármacos indutores

imediatos da disponibilidade das monoaminas na fenda sináptica (Lima-Ojeda, Rupprecht &

Baghai, 2018).

Assim, vários estudos foram desenvolvidos a fim de melhor elucidar a fisiopatologia

da DM. Em 1965, o psiquiatra americano Joseph Schildkraut (22/03/1896 – 21/01/1964)

postulou que a causa da DM era proveniente de alterações exclusivas das catecolaminas

cerebrais (Schildkraut, 1965). Dois anos depois, em 1967, Alec Coppen (29/01/1923 - atual)

sugeriu que a origem da DM relacionava-se a um desbalanço da serotonina no cérebro e não

de catecolaminas (Coppen, 1967). Porém, estudos posteriores com animais experimentais

apontaram em favor das catecolaminas, nesses foi observado que interferências no

metabolismo das catecolaminas causavam reduções na locomoção e em comportamento de

busca de recompensas (comportamento dito como semelhante à depressão), enquanto

interferências em vias serotoninérgicas causavam insônia e comportamentos hiperagressivos

(Baldessarini, 1972; Mendels & Frazer, 1974). Por fim, na década de 1980, foi demonstrado

que certos pacientes sofriam de depressões do receptor noradrenérgico, enquanto outros

sofriam de depressões dos receptores serotoninérgicos (Stahl, 1984).

A grande divergência entre os estudos centrados nas monoaminas favoreceram ao

surgimento de outras hipóteses, como a inflamatória, a da desregulação do eixo hipotálamo-

pituitária-adrenal (HPA) e a neurodegenerativa (Müller 2018; Høifødt et al 2019; Boku,

Nakagawa, Toda & Hishimoto, 2017; Lima-Ojeda, Rupprecht & Baghai, 2018). Apesar da

compreensão de que o entendimento fisiopatológico da DM é de suma importância para

auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos e biomarcadores para essa patologia, não

existe ainda um consenso sobre esta.

Na verdade, a fisiopatologia da DM parece envolver a integração dessas múltiplas

teorias, posto que a ativação crônica do eixo HPA induz um desequilíbrio do sistema

imunológico, gerando inflamação. Ao mesmo tempo, as citocinas pró-inflamatórias atuam

hiperestimulando o eixo HPA e reduzindo a serotonina. Além disso, tanto o aumento crônico

dos níveis inflamatórios e dos glicocorticóides estão envolvidos com a redução da

neurogênese e neuroplasticidade (Dean & Keshavan 2017).

Nos ultimos anos o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF: Brain-Derived

Neurotrophic Factor), um polipeptídeo relacionado com a neurogênese e a neuroplasticidade,

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

22

vem sendo estudado como biomarcador de diagnóstico e tratamento da DM (Park, Young-

Min & Bun-Hee Lee, 2018).

A ayahuasca

Devido a baixa efetividade dos tratamentos para a DM com os fármacos indutores

imediatos da disponibilidade das monoaminas na fenda sináptica (Lima-Ojeda, Rupprecht &

Baghai, 2018), diversos grupos de pesquisa procuram por novos tratamentos para essa

psicopatologia. Nesse contexto, as pesquisas com psicodélicos vêm ganhando destaque nos

últimos anos (Johnson et al., 2018). Dentre esses, tem-se a ayahuasca, um chá composto pela

decocção do cipó Banisteriopsis caapi e da rubiácea Psychotria viridis (Galvão et al, 2018)

Estudos bioquímicos e farmacológicos realizados em ambas as plantas apontam que a

B. caapi contém as β-carbolinas (tetrahidroharmina, harmina e harmalina), que são inibidores

reversíveis da monoamina oxidase (MAO), e a tetrahidroharmina também atua como um

inibidor da recaptação de serotonina. Enquanto a P. viridis contém N, N dimetiltriptamina (N,

N-DMT) que é um agonista do receptor 5-hidroxitriptamina 2A e receptor sigma 1. A ação

desses compostos sobre receptores e transportadores serotoninérgicos, assim como seus

efeitos inibitórios sobre a MAO, sugerem que essa substância poderia ser útil no tratamento

da DM (Palhano-Fontes et al., 2018).

Originária da Amazônia, a ayahuasca é tradicionalmente utilizada por povos indígenas

em religiões sincréticas, como a Barquinha, o Santo daime e a União do vegetal, as quais são

oriundas de fusões entre o cristianismo popular, as tradições indígenas amazônicas e as

religiões afro-brasileiras (Labate, Beatriz & Araújo, 2002). A expansão do uso da ayahuasca

para os centros urbanos é considerada o fenômeno mais importante da cultura das drogas

enteogênicas (substâncias psicoativas consideradas sagradas), na última década. Além da

expansão brasileira, sabe-se também da disseminação de seu uso ao redor do mundo, embora,

esse seja proibido em vários países, devido a legislação anti-drogas (Goulart, 2004).

No entanto, somente no Brasil, o uso da ayahuasca em rituais religiosos é legalmente

protegido pela resolução de 4 de novembro de 2004 do Conselho Nacional Antidrogas

(Conselho Nacional Antidrogas 2004, Coutinho 2013). Em 2010, o Conselho Nacional de

Políticas sobre Drogas divulgou uma resolução que estabelece regras e princípios éticos para

o usuário da ayahuasca em rituais e proíbe a comercialização, o consumo ilícito ou terapêutico

de chá. No entanto, esta resolução estimula a pesquisa científica sobre o uso terapêutico da

ayahuasca, pois no contexto religioso os usuários regulares da ayahuasca mostraram baixo

nível de psicopatologias (Barbosa et al 2009; Bouso et al 2012), baixas pontuações nas

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

23

escalas estaduais relacionadas ao pânico e desesperança (Santos et al 2007) bem como bons

desempenhos em testes neuropsicológicos cognitivos (Bouso et al 2015, 2013). Além disso,

este chá não apresenta tolerância à dose e não é viciante (Halpern et al. 2008; Fábregas et al.

2010; Barbosa et al 2012).

Nos últimos anos, um número crescente de estudos demonstram o potencial

antidepressivo para a ayahuasca, ou seus compostos, em modelos animais (Silva et al., 2018;

Cameron et al., 2018; Ebrahimi-Ghiri, Mohaddeseh, Mohammad Nasehi & Mohammad-Reza

Zarrindast. 2019). Além disso, ensaios clínicos, apontaram reduções dos sinais de

desesperança, tristeza e de pânico, após administração aguda da ayahuasca (dos Santos et al.,

2007; Coe & McKenna, 2016). Recentemente, ensaio clínico, duplo cegorandomizado

placebo-controlado, conduzido em pacientes com DM resistente ao tratamento, mostrou uma

resposta clínica 24 horas após a administração aguda da ayahuasca, com efeitos

estatisticamente diferente do placebo 7 dias após a dose.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

24

JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Diante do exposto percebe-se que apesar dos importantes avanços a cerca do

diagnóstico, da compreensão da fisiopatologia e do tratamento para a DM, ainda existe uma

série de questões a serem respondidas, gerando inúmeras demandas nessas áreas. Diante do

aumento crescente da incidência e prevalência da DM no mundo, principalmente nas gerações

mais novas, dos incontáveis gastos públicos e privados demandado por essa patologia e do

grande risco de morte por suicídio associado a ela, compreende-se que os estudos sobre a DM

devem ser valorizados e executados, principalemnte aqueles que buscam por novas vias de

tratamento e que auxiliem na validação de biomarcadores.

A ayahuasca é um chá com propriedades psicodélicas, de origem amazônica, que é

usado legalmente em rituais religiosos e cuja pesquisa científica é unicamente autorizada a ser

desenvolvida no Brasil. A ayahuasca é composta por cipós e folhas de ampla atuação no

sistema serotoninérgico, o qual está envolvido na fisiopatologia da DM, e, por isso, discute-se

seu potencial antidepressivo, que aqui será investigado associado ao BDNF, uma neurotrofina

que vem sendo apontada como potencial biomarcador da DM e de seu tratamento.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

25

OBJETIVOS

Objetivo geral

Este estudo tem como objetivo principal investigar os níveis séricos do BDNF em um

ensaio clínico duplo-cego, randomizado placebo controlado, antes e após o tratamento com

dose única de ayahuasca ou placebo, em pacientes portadores de depressão maior resistente ao

tratamento e em um grupo controle formado por voluntários saudáveis.

Objetivos específicos

I. Comparar o BDNF sérico antes do tratamento em pacientes com depressão e no

grupo controle de voluntários saudáveis.

II. Investigar possíveis correlações entre os níveis de BDNF e cortisol sérico antes do

tratamento.

III. Investigar as possíveis alterações agudas do BDNF sérico de pacientes com

depressão e no grupo controle, após a ingestão de dose única de ayahuasca ou

placebo.

IV. Analisar possíveis correlações entre os sintomas depressivos e o BDNF após o

tratamento com a ayahusca ou o placebo.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

26

HIPÓTESES E PREDIÇÕES

HIPÓTESE 1: Há diferença na concentração sérica de BDNF basal entre pacientes e

controles.

PREDIÇÃO 1: Os pacientes possuirão concentrações de BDNF sérico mais baixas que os

voluntários controles

HIPÓTESE 2: A concentração sérica de BDNF basal apresenta correlação a concentração

sérica de cortisol basal.

PREDIÇÃO 2: Haverá uma correlação negativa entre BDNF e o cortisol sérico.

HIPÓTESE 3: Os níveis de BDNF após o tratamento variam de acordo com o tratamento

recebido.

PREDIÇÃO 3: Os voluntários tratados com a ayahuasca possuirão níveis mais altos de BDNF

plasmático em relação aos voluntários tratados com placebo.

HIPÓTESE 4: Os pacientes tratados com dose única de ayahuasca apresentam uma redução

dos sintomas depressivos, que se relaciona com os níveis de BDNF plasmático pós-tratamento

PREDIÇÃO 4: Os sintomas depressivos após o tratamento se correlacionarão inversamente

com os níveis séricos de BDNF pós-tratamento.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

27

METODOLOGIA

Desenho do estudo

Esta pesquisa é parte de um grande estudo randomizado duplo-cego controlado por

placebo (Palhano-Fontes et al., 2018), realizado na clínica de psiquiatria do Hospital

Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal de Rio Grande do Norte

(UFRN). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica do HUOL pelo

número 579.479 e foi registrado em http://clinicaltrials.gov (NCT02914769). Os

procedimentos deste trabalho estão de acordo com os padrões éticos dos comitês nacionais e

institucionais relevantes para experimentação humana e com a Declaração de Helsinque de

1975, revisada em 2008. Todos os sujeitos forneceram consentimento informado por escrito

antes da participação.

Setenta e três voluntários participaram do estudo: um grupo controle de indivíduos

saudáveis (GC, n = 45; 20 homens e 25 mulheres) e um grupo de pacientes com depressão

maior resistente ao tratamento (DM, n = 28; 7 homens e 21 mulheres). O GC foi formado por

indivíduos sem histórico ou diagnóstico real de transtornos psiquiátricos. O grupo DM foi

composto por pacientes com depressão maior, apresentando respostas inadequadas a pelo

menos dois medicamentos antidepressivos de diferentes classes. Todos os pacientes estavam

em um episódio depressivo moderado a grave atual no início do estudo, com base na Escala

de Depressão de Hamilton (HAM-D) (Hamilton, 1960) e Montgomery-Åsberg Depression

Rating Scale (MADRS) (Montgomery & Åsberg, 1979). Eles estavam em período de wash-

out por 2 semanas e, portanto, não estavam tomando antidepressivos durante o estudo. Todos

os participantes tinham pelo menos 18 anos de idade sem histórico de abuso de drogas ou

dependência de substâncias. A gravidez também foi um critério de exclusão.

Após a inclusão no estudo, os voluntários foram admitidos no hospital para pernoite

(D-1), neste dia a escala MADRS foi aplicada para os pacientes. No dia seguinte, dia basal

(B) todos os indivíduos foram avaliados com o MADRS, imediatamente antes da sessão de

tratamento. Por volta das 10 horas da manhã, os voluntários foram tratados com uma dose

única de 1 ml/kg de ayahuasca (AYA) ou placebo (PLA) em uma proporção de 1 : 1. Os

escores da MADRS foram novamente obtidos 48 horas (D2) e 7 dias (D7) após a sessão de

tratamento (Figura 1).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

28

Figura 1: Após a inclusão no estudo, os voluntários foram admitidos no hospital para

pernoitar (D-1). Nesse dia, a Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS) foi

aplicada para os pacientes a fim de se obter a pontuação dos sintomas depressivos. No dia

seguinte, nomeado como dia basal (B), antes da sessão de tratamento, todos os voluntários

foram avaliados com a MADRS. Por volta das 10 horas da manhã ocorreu o tratamento com

uma dose única de 1ml / kg de ayahuasca (AYA) ou placebo (PLA), em proporção de 1:1. A

pontuação da MADRS foi novamente obtida 48 horas (D2) e 7 dias (D7) após o tratamento.

Amostras de sangue para dosagem de BDNF e cortisol séricos foram coletadas às 7:00 horas

da manhã em B e no D2, sempre com os voluntários em jejum de 8 horas.

As amostras de sangue para dosagem de BDNF e do cortisol séricos foram coletadas

no B e no D2. Para reduzir a oscilação circadiana, as amostras foram coletadas sempre às 7:00

horas da manhã e os voluntários estavam em 8 horas de jejum.

Um único lote de ayahuasca foi preparado por um ramo da religião Barquinha em Ji-

Paraná, Roraima, Brasil, e usado durante todo o estudo. Os principais alcalóides de ayahuasca

foram quantificados usando espectroscopia de massa e a estabilidade foi medida em dois

momentos diferentes ao longo do estudo. A substância utilizada como placebo foi um líquido

inerte produzido pelo Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte e destinava-se a simular as propriedades organolépticas da ayahuasca (Palhano-Fontes

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

29

et al., 2018).

Para mais detalhes sobre os métodos usados no en

saio clínico, ver Palhano-Fontes et al (2018).

Dosagens de moléculas químicas

As amostras de sangue foram analisadas no Laboratório de Medidas Hormonais da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As amostras de sangue foram centrifugadas

(10 minutos, 4 ° C a 3000 rpm) e o soro foi distribuído em alíquotas de 0,300µL e

armazenado em freezers a -80 ° C. Utilizou-se o kit CYT306 ELISA da Merck Millipore para

dosagem de BDNF, o qual consiste de um ensaio do tipo sanduíche. Para dosagem do cortisol

sérico, usamos o kit DGR-SLV 1887 ELISA, que é um ensaio do tipo competitivo direto. A

absorbância foi lida usando um leitor de microplacas espectrofotômetro (Epoch, Biotek

industries, Highland Park, EUA) com uma interface de software de Análise de Dados Gen5.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

30

ARTIGO 1

O Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro & a Depressão Maior

Raíssa Nóbrega de Almeida1,2

& *Nicole Leite Galvão-Coelho1,2,3*

1 Laboratório de Medidas Hormonais, Departamento de Fisiologia e Comportamento,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal - RN, Brasil.

2 Programa de pós-graduação em Psicobiologia, Departamento de Fisiologia e

Comportamento, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal- RN, Brasil.

3 Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina, Brazil.

Título abreviado: O BDNF na Depressão Maior;

Páginas: 18

Palavras: 3.997

Referências: 31

Figuras: 0

Tabelas: 0

*Correspondência:

Nicole Leite Galvão-Coelho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de

Fisiologia e Comportamento.

Caixa Postal, 1511

CEP: 59078-970 Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Phone: +55 84 3215-3410

E-mail: [email protected]

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

31

Resumo

A Depressão Maior (DM) é a quarta causa de incapacidade no mundo, atingindo cerca de 300

milhões de pessoas e custando à economia global aproximadamente 1 trilhão de dólares.

Sabe-se que a fisiopatologia desta desordem está relacionada com as alterações no sistema de

neurotransmissão monoaminérgico e no funcionamento do eixo Hipotálamo-Pituitária-

Adrenal, principal eixo endócrino do sistema de resposta ao estresse. Porém, observações em

pacientes depressivos de alterações anatômicas e funcionais em algumas áreas do cérebro,

como hipocampo e córtex pré-frontal, fez emergir uma nova hipótese para a etiologia da DM:

a neurodegenerativa. A partir de então, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma

proteína solúvel, pertencente à classe das neurotrofinas e que é amplamente distribuída no

sistema nervoso central, passou a ser investigado em diversos estudos relacionados à DM, já

que esse se associa a processos de plasticidade e sobrevivência neuronal. Diante disso, esta

revisão aberta de literatura abordará o processo histórico de descoberta dessa molécula, a

síntese das diferentes isoformas do BDNF (pro-BDNF, BDNF maduro e o pró-peptídeo-

BDNF), os moduladores da expressão gênica dessa neurotrofina, seus diferentes receptores e

a funcionalidade dos mesmos. Além disso, será discutida a relação entre o BDNF, a

fisiopatologia da DM e os antidepressivos, além do seu promissor papel como biomarcador

desta desordem.

Palavra chave: Fator neurotrófico derivado do cérebro; depressão maior, fisiopatologia,

antidepressivos, biomarcador.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

32

1. As neurotrofinas

Os fatores neurotróficos (FN) são uma família de proteínas sintetizadas por neurônios

e células da Glia, altamente conservadas nos mamíferos, que regulam processos de

plasticidade e sobrevivência neuronal por meio de vias de sinalização retrógradas e

anterógradas, tanto durante o desenvolvimento quanto na vida adulta. Os FN atuam por meio

da modulação da intensidade e do número de sinapses, assim como, por meio da promoção de

neurogênese, do crescimento axonal e de processos de apoptose (Phillips, 2017; Foltran &

Diaz, 2016; Serra-Millàs, 2016).

Os FN foram descobertos em 1949, pela pesquisadora italiana Rita Levi-Montalcini,

médica e neuroanatomista (22/04/1909 - 30/12/2012), a qual ganhou o prêmio Nobel da

Fisiologia e Medicina em 1986 por esse feito. A primeira proteína dessa família a ser

purificada foi o, Fator de Crescimento Nervoso (Nervous Growth Factor- NGF). Anos mais

tarde, outros fatores da mesma família foram descobertos, como o Fator Neurotrófico

Derivado do Cérebro (Brain Derived-Neurotrofic Factor - BDNF) em 1982, a Neurotrofina 3

(NT-3) em 1990, a Neurotrofina 4/5 (NT-4/5) em 1991, o Fator Neurotrófico Derivado de

uma Linha de Células da Glia (Glial Cell Line-derived Neurotrophic Factor - GDNF) em

1993, a Neurotrofina 6 (NT-6) em 1994 e a Neurotrofina 7 (NT-7) em 1998, sendo os dois

últimos encontrados somente em peixes (Bothwell, M., 2014; Fujimura et al., 2002).

Nos mamíferos, os fatores neurotróficos são proteínas homodiméricas que atuam por

meio da ligação específica com os receptores de tirosinas quinases (Trk) e p75NTR

. Acredita-

se que as neurotrofinas maduras ligam-se preferencialmente aos receptores Trk, por exemplo,

o NGF liga-se ao TrkA; o BDNF e a NT-4 ligam-se a TrkB; e o NT-3 liga-se ao TrkC,

enquanto as neurotrofinas não maduras (pró-neurotrofinas), em processo de síntese, tem maior

preferência de ligação ao receptor p75NTR

. Apesar dessas preferências de ligação, é

importante ressaltar que as neurotrofinas maduras, ou não, se ligam a ambos os tipos de

receptores e a ligação das neurotrofinas maduras ou das pró-neurotrofinas ao Trk promove

modulação sináptica, sobrevivência e crescimento neuronal, enquanto a ligação dessas ao

p75NTR

é responsável pela indução à apoptose celular (Scott-Solomon & Kuruvilla, 2018;

Diniz, 2018; Foltran & Diaz, 2016; Serra-Millàs, 2016).

2. O BDNF

O BDNF é uma das neurotrofinas mais abundantes e a mais estudada nos últimos

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

33

anos, principalmente em função do seu possível envolvimento com a fisiopatologia de vários

distúrbios neuropsiquiátricos. Amplamente distribuído no sistema nervoso central (SNC), é

encontrado principalmente no córtex, hipocampo, amígdala, cerebelo e hipotálamo (Huang et

al., 2018; Phillips, 2017; Skibinska et al., 2018).

Atualmente também se reconhece a síntese e armazenamento de BDNF em outros

tecidos não-neurais, como; no timo, no musculo liso vascular, no coração, no fígado, no

pulmão e no baço, além de algumas células do sistema imunológico. Porém, acredita-se que a

contribuição desses seja marginal em comparação a das plaquetas. Apesar da função do

BDNF nos tecidos periféricos ainda não está totalmente elucidada, acredita-se que o BDNF

participa de processos de crescimento e de migração celular. Algumas células dos tecidos

periféricos possuem ainda a capacidade de secretar BDNF para o sangue, como as musculares

lisas e os fibroblastos, porém, são também as plaquetas que possuem maior capacidade ativa

de secreção de BDNF. Além disso, as plaquetas ainda apresentam a capacidade de captação

do BNDF sanguíneo para armazenamento, o que as tornam as células com maior

concentração de BDNF perifericamente. A concentração de BDNF sérico é de 100 a 200

vezes maior em relação ao BDNF plasmático, devido a sua liberação no processo de

coagulação (Skibinska et al., 2018; Serra-Millàs, 2016; Fujimura et al., 2002).

Flutuações circadianas de BDNF sanguíneo foram observadas em humanos. Maiores

concentrações foram observadas por volta das 08:00 horas da manhã, e menores valores à

meia noite. Por outro lado, o BDNF cerebral atinge seu pico em torno da meia-noite,

indicando assim que o BDNF possui padrão de secreção em fases diferentes no cérebro e no

sangue. Aponta-se que o BDNF é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, por

intermédio de um transportador bidirecional saturado de alta capacidade. Em camundongos,

os níveis de RNA mensageiro de BDNF no núcleo supraquiasmático também apresenta

variação circadiana, porém em fase oposta à dos humanos. Assim, percebe-se que a secreção

do BDNF também parece ser espécie-especifica (Liang et al., 1998; Pan et al., 1998;

Begliuomini et al., 2008).

Nos humanos, o gene do BDNF é constituído por pelo menos oito promotores

distintos, responsáveis por iniciar a transcrição de múltiplos transcritos de RNA mensageiro,

que resulta na codificação de um único produto proteico, o pré-pro-BDNF. O pré-pro-BDNF é

formado no retículo endoplasmático rugoso (RER) de células neuronais e não neuronais e é

constituído por aproximadamente 250 aminoácidos. Essa proteína sofre uma clivagem no

domínio N terminal, assim, o pré-pró-BDNF se transforma em pró-BDNF (32kDa), o qual

pode permanecer na célula ou ser secretado. Quando o pró-BDNF permanece no RER, ele

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

34

pode ser novamente clivado formando o BDNF truncado (28 kDa), cuja função ainda não foi

esclarecida. Porém, boa parte do pró-BDNF é transportada em vesícula até o complexo de

Golgi, onde furinas ou convertases promoverão uma nova clivagem proteolítica, originando o

BDNF maduro (m-BDNF) ou C-terminal. Mais recentemente uma nova isoforma do BDNF

foi descoberta, durante a clivagem do pro-BDNF à m-BDNF, uma parte da molécula clivada

origina o pró-peptídeo-BDNF. Esta molécula é armazenada nas vesículas centrais de núcleo

denso nos terminais pré-sinápticos excitatórios das fibras musgosas do hipocampo, sendo

considerado um novo modulador sináptico do SNC (Phillips, 2017; Foltran & Diaz, 2016;

Diniz et al., 2018; Serra-Millàs, 2016).

O m-BDNF é armazenado em vesículas e é secretado por duas vias: 1. via constitutiva,

no qual as vesículas fundem-se espontaneamente com a membrana plasmática libertando

assim o seu conteúdo; 2. ou via regulada, que é a mais comum, onde as neurotrofinas são

libertadas em resposta a determinados estímulos. Além do m-BDNF, o pro-BDNF também

pode ser secretado da célula. No meio extracelular essa neurotrofina imatura pode se ligar

diretamente aos receptores ou ainda e ser Diniz, clivada por proteases, como a plasmina,

gerando o m-BDNF (Diniz et al., 2018; Foltran & Diaz, 2016; Serra-Millàs, 2016).

Classicamente, o BDNF é sintetizado no corpo celular dos neurônios, empacotado em

vesículas e liberado pelo terminal axônico do neurônio pré-sináptico na fenda sináptica, onde

deve interagir com receptores específicos nos dendritos dos neurônios pós-sinápticos. Além

dessa via de liberação anterógrada clássica, o BDNF também pode agir por meio de

sinalização retrógrada, sendo secretado pelos dendritos do corpo celular do neurônio pós-

sináptico, ligando-se a receptores pré-sinápticos. Quando ocorre a ligação do BDNF ao

receptor, o complexo é endocitado e direcionado, através dos microtúbulos e microfilamentos

do citoesqueleto, ao corpo celular e dendritos do neurônio pré-sinaptico. A ação retrograda do

BDNF também é fundamental para o crescimento e a sobrevivência celular (Scott-Solomon &

Kuruvilla, 2018; Serra-Millàs, 2016; Foltran & Diaz, 2016).

A preferência de ligação das diferentes isoformas do BDNF pelos receptores Trk e

p75NTR

ocorre da seguinte maneira: o pro-BDNF e o pró-peptídeo-BDNF liga-se

preferencialmente ao receptor p75NTR

, induzindo apoptose celular, enquanto o m-BDNF liga-

se ao TrkB estimulando neuroplasticidade e neurogênese, porém, as isoformas maduras

também podem se ligar ao receptor p75NTR

, assim como o pró-BDNF pode se ligar ao TrkB.

Apesar de possuírem baixa afinidade, estas ligações são biologicamente ativas, estimulando a

cascata do respectivo receptor (Foltran & Diaz, 2016; Diniz et al., 2018).

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

35

3. Os moduladores da expressão gênica do BDNF

Vários fatores reguladores podem modular a expressão gênica do BDNF, dentre eles

os hormônios gonadais (progesterona, estrógenos e testosterona), hormônios adrenais

(dehidroepiandrosterona [DHEA] e cortisol) e as monoaminas (Rubio et al., 2018; Atwi et al.,

2016; Quinn et al, 2018; Mifsud & Reul 2018; Numakawa et al., 2017; Kronenberg et al.,

2015).

Os efeitos neuroprotetores dos compostos estrogênicos e da progesterona têm sido

amplamente relatados em modelos experimentais. Foi demonstrado que os hormônios sexuais

femininos estimulam a produção de BDNF, de seus receptores específicos e

consequentemente, a neurogênese. Além da ação da progesterona sobre os neurônios, é

interessante destacar que essa também é responsável pela liberação significativa de BDNF da

Glia (Rubio et al., 2018).

Por outro lado, poucos estudos examinaram a relação entre testosterona e o BDNF.

Porém, em ratos machos a modulação androgênica tem efeitos sobre a estrutura e a função

hipocampal, através da indução do crescimento neuronal e do aumento da plasticidade

sináptica por meio da expressão do BDNF. Além disso, camundongos com depleção de

andrógenos por castração mostra um avanço neurodegenerativo, enquanto a reposição da

testosterona acima dos níveis normais impede significativamente a perda neuronal (Atwi et

al., 2016).

Apesar da compreensão acerca os benefícios dos hormônios sexuais para

manutenção e crescimento neuronal, a prevenção ou tratamento por reposição hormonal de

doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson, ou de psicopatologias onde

há reconhecidamente a perda de neurônios ou ausência de neurogênese, como na depressão

maior, não são utilizados rotineiramente na clínica médica, apesar da melhoria de alguns

sintomas, há também uma série de efeitos colaterais (Rubio et al., 2018; Atwi et al., 2016;

Quinn et al, 2018; Mifsud & Reul 2018; Numakawa et al., 2017).

A desidroepiandrosterona (DHEA), e seu metabólito de sulfato (DHEA-S), são os

hormônios esteroides circulantes mais abundantes em humanos, secretados principalmente

pelas glândulas adrenais, hoje se sabe que esses neuroesteroides também são sintetizados por

neurônios e células da Glia. Ambos são relacionados à melhora do bem-estar físico e

psicológico, força muscular, densidade óssea e redução da gordura corporal. Estudos com

modelos animais e em humanos mostram que o DHEA aumenta os níveis BDNF no SNC,

mediando os efeitos neuroprotetores do DHEA (Quinn et al, 2018).

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

36

Outros hormônios adrenais, os glicocorticoides, também estão envolvidos na

regulação da expressão do BDNF. O cortisol é o principal glicocorticoide nos humanos e é

um importante mediador da resposta ao estresse. Esse é secretado pelo córtex das glândulas

adrenais, as quais são controladas pelo eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), e atua

através de dois receptores; os glicocorticoides (GR) e os mineralocorticoides (MR). Além de

ampla distribuição periférica, esses receptores também são encontrados no sistema nervosos

central, sendo em maior concentração na amígdala, no córtex pré-frontal e no hipocampo.

Tais receptores desempenham uma série de funções diretas e indiretas no SNC, através de

vias genômicas e não genômicas, que suportam o funcionamento cerebral, dentre elas; a

modulação da transmissão do sinal neural, a plasticidade sináptica, o metabolismo cerebral,

dentre outros (Mifsud & Reul 2018; Jiang et al, 2017). Alterações nos níveis de cortisol, tanto

hiper quanto hipocortisolemia, são observadas em pacientes portadores de psicopatologias,

como a depressão maior (DM) (Rondón, 2015).

A expressão do BDNF é modulada pelo cortisol por meio da região promotora do gene

do BDNF que apresenta elementos responsivos aos glicocorticoides. Níveis intermediários de

cortisol são imprescindíveis para a expressão adequada do BDNF, entretanto, alterações nas

concentrações de cortisol, decorrentes da atividade crônica do eixo HPA, desregulam a

expressão do BDNF. Altas concentrações de cortisol são responsáveis pela redução da

expressão de BDNF, da mesma forma em que baixas concentrações desse hormônio também

interferem negativamente na expressão do mesmo, existindo assim uma relação de curva em

U invertido entre os níveis de cortisol e BDNF (Numakawa et al., 2017).

Além disso, sugere-se que haja interação entre a atividade dos receptores TrkB e GR.

Quando os níveis de cortisol estão elevados ocorre uma maior ocupação dos GR, Porém,

sugere-se que para que o receptor TrkB seja ativado pelo BDNF, é necessário que o receptor

GR seja acoplado ao mesmo, formando o complexo BDNF-TrkB-GR. Quando há níveis

elevados de cortisol, o cortisol se liga ao seu receptor GR e retira o mesmo do complexo,

reduzindo o potencial de resposta do BDNF (Numakawa et al., 2017)

As monoaminas são neurotransmissores sintetizados a partir de aminoácidos,

formados através do processo de descarboxilação. Dentre elas, as que mais se destacam são as

catecolaminas (dopamina, norepinefrina e epinefrina), a serotonina e a histamina, originárias

respectivamente da tirosina, triptamina e histidina (Elhwuegi, 2004; Erdag et al., 2018). As

monoaminas participam da regulação da neuroplasticidade durante o desenvolvimento do

indivíduo e em cérebros maduros (Doboszewska, et al., 2017). Indivíduos com DM

apresentam desequilíbrio no sistema monoaminárgico (Kim et al., 2019), sendo observadas

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

37

principalmente reduções nos níveis de serotonina (Healy 2015). Além disso, pacientes com

DM recorrente apresentam uma redução significativa de algumas áreas de tecido cerebral,

como o hipocampo (Liu et al., 2017). A tentativa de restauração da área neural por meio do

aumento serotoninérgico extracelular resulta em um aumento do volume da área dendrítica,

reforçando a hipótese de interação entre estes sistemas e a neuroplasticidade (Alenina &

Klempin, 2015). Mais especificamente, observa-se que o aumento extracelular de serotonina,

induzido, por exemplo, por meio de um inibidor de receptação, aumenta os níveis de BDNF,

através da ativação e do aumento da expressão de adenosina 3',5'-monofosfato cíclico

(AMPc), que resulta no acionamento da proteína quinase A (PKA) e do fator de transcrição

CREB, levando à síntese de BDNF. O ciclo é completado à medida que o BDNF sintetizado,

por sua vez, ativa o TrkB e dá início as cascatas intracelulares que regulam a

neuroplasticidade (Kronenberg et al., 2015).

4. O BDNF e a Depressão Maior

A depressão maior é uma desordem de humor caracterizada por episódios recorrentes,

com pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure mais tempo),

envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas. Segundo

a organização mundial da saúde (World Health Organization- WHO), a DM é a quarta

principal causa de incapacidade em todo o mundo, atingindo cerca de 300 milhões de pessoas

de todas as faixas etárias, com probabilidade para que em 2020 se torne a segunda principal

causa de incapacidade da população. Nas Américas, aproximadamente 50 milhões de pessoas

são portadoras desta desordem, resultando numa parcela de 5% da população. Entretanto, a

prevalência da DM entre os jovens é maior, cerca de 11%. Estima-se que aproximadamente

800.000 pessoas cometem suicídio por ano, sendo esta a segunda causa de morte de pessoas

entre 15 e 29 anos. Em uma perspectiva mais abrangente, as desordens de cunho depressivo

custam, anualmente, 1 trilhão de dólares a economia global (WHO, 2017; ONU, 2017).

De modo geral, as mulheres são duas vezes mais propensas ao diagnóstico de DM em

relação aos homens. A busca para esta explicação envolveu pesquisas em diversas áreas.

Inicialmente, os estudos genéticos não conseguiram encontrar uma susceptibilidade no

cromossomo X, porém, foi proposta uma hipótese que relaciona a interação gene x ambiente,

e os resultados mostraram que os fatores genéticos têm efeitos pleiotrópicos, conferindo assim

suscetibilidade à adversidade ambiental. Por outro lado, estudos na área de endocrinologia

porpõe que os hormônios sexuais podem ser desencadeadores desse dimorfismo sexual na

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

38

incidência da DM, já que é conhecido que os hormônios sexuais modulam tanto as vias de

neurotransmissão serotoninérgicas e dopaminérgicas, assim como o eixo HPA e a expressão

do BDNF, os quais estão amplamente envolvidos com a fisiopatologia da depressão (Kuehner

2017).

Alguns estudos buscam compreender a fisiopatologia da DM, e apesar do grande

avanço nas investigações, ainda não existe um consenso, havendo ainda diversas lacunas que

limitam o entendimento pleno da desordem. Isso é principalmente decorrente da

heterogeneidade em termos de apresentação da DM. Dentre as várias hipóteses que tentam

explicar a fisiopatologia da DM, existem quatro que são mais consolidadas. A mais antiga e

amplamente aceita é a “Hipótese Monoaminérgica”, a qual propõe que a DM é causada por

uma neurotransmissão inadequada de monoaminas, (principalmente serotonina e

noradrenalina) (Matthysse & Baldessarini, 1972; Mendels, 1974; Stahl, 1984). Várias

gerações de antidepressivos, inclusive os mais utilizados na atualidade, foram desenvolvidas

com base nessa hipótese. Esses induzem maior disponibilidade das monoaminas na fenda

sináptica (Jesulola et al., 2018). Acredita-se que a fisiopatologia desta desordem esteja

relacionada a um polimorfismo funcional de repetição de três pares de bases na região

promotora do transportador de serotonina, denominado 5-HTTLPR. Utilizando a

demominação “s” para braço curto e “l’ para braço longo, podemos dizer que a presença do

alelo “s” em monozigoze ou heterozigose está associado à redução da transcrição do gene 5-

HTTLPR e redução da captação de serotonina quando comparado com o genótipo do tipo l/l

(Vergne & Nemeroff, 2006).

O estresse crônico de natureza psicossocial também apresenta alta correlação com a

ocorrência da DM, assim, também é proposto que alterações endócrinas envolvendo o eixo

HPA fazem parte da fisiopatologia dessa desordem. Em pacientes com DM observa-se

principalmente a presença de hipercortisolemia, possivelmente decorrente da resistência do

receptor GR localizados na adeno-hipofise e no hipotálamo (Pariante, 2017). Porém grupos

específicos têm apresentado hipocortisolemia, que pode ser decorrente da falha adrenal após

extensos períodos de atividade da glândula (Juruena et al., 2004). Diante desse conhecimento,

o teste de supressão com dexametasona (TSD), que provoca uma supressão do eixo HPA em

indivíduos sadíos, foi proposto para auxiliar no diagnóstico da DM, uma vez que os pacientes

com resistência do GR iriam se destiguir desses por não apresentar resposta de supressão do

eixo. Apesar deste teste ter sido apontado como tendo uma alta especificidade para a DM,

algumas observações clínicas demonstraram diferenças entre pacientes na resposta ao mesmo,

onde alguns eram do tipo supressores e outros, não-supressores, assim o teste caiu em desuso

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

39

(Jesulola et al., 2018; Schmidt et al., 2011; Johnson & Bhimji 2018). Um polimorfismo de

nucleotídeo único no gene NR3C1 localizado no cromossomo 5q31.3 que codifica o receptor

de GR (22/23 EK, 9β, N363S, TthIIIl, NR3C1-1 e BclI) e outro no gene NR3C2 localizado no

cromossomo 4q31.1 que codifica o receptor MR (−2 G/C e I180V) estão associados a uma

redução na sensibilidade desses receptores, que resulta em alterações do feedback negativo do

eixo HPA, levando a um aumento na secreção do fator liberador da corticotrofina e

consequentemente hipercortisolemia, a qual é associada à fisiopatologia da DM (Hardeveld et

al., 2015; Plieger ET AL., 2018).

A terceira hipótese sobre a fisiopatologia da DM, apresenta evidências de presença

de um perfil inflamatório crônico nos pacientes, que se manifesta pelo aumento das

concentrações de citocinas pró-inflamatórias, como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a

interleucina 1 (IL-1) e a interleucina -6 (IL-6) (Jesulola et al., 2018; Schmidt et al., 2011). A

quarta hipótese sobre a fisiopatologia da DM, a hipótese glutamatérgica, aponta que pacientes

com depressão maior possuem maiores concentrações de glutamato em certas áreas corticais

quando comparados aos indivíduos sadios (Paul & Skolnick, 2003). Apesar de essas hipóteses

serem aceitas cientificamente, existem ainda algumas questões que permanecem a serem

resolvidas, por exemplo; a causa do distúrbio glutamatérgico, monoaminérgico e a

refratariedade ao tratamento antidepressivo com os fármacos indutores imediatos de

monoaminas na fenda sináptica, a divergência na disfunção do eixo HPA e do perfil

inflamatório em subgrupos específicos de pacientes deprimidos, o insucesso de tratamentos

para DM com anti-inflamatórios em monoterapia (Jesulola et al., 2018).

Diante de tais lacunas e da observação de que pacientes deprimidos apresentam

alterações anatômicas e funcionais em algumas áreas do cérebro, sendo as mais frequentes

reduções do volume do hipocampo, e do córtex pré-frontal, surgiu mais recentemente uma

nova hipótese sobre a fisiopatologia da DM, a hipótese neurodegenerativa. Sugere-se que a

perda do volume hipocampal observado nos pacientes, principalmente nos mais graves, não é

apenas induzida pela morte neuronal do hipocampo, mas também pela diminuição da

neurogênese (Phillips, 2017; Schmidt et al., 2011).

A fim de compreender melhor tais observações, foram realizados diversos estudos

com modelos animais e ensaios clínicos que procuraram relacionar o BDNF à hipótese

neurodegenerativa. Estudos mostraram que a elevação dos níveis de monoaminas na fenda

sináptica desencadearia uma série de alterações neuroquímicas intracelulares capazes de

provocar modificações na expressão gênica, levando ao aumento da síntese de fatores

neurotróficos e consequentes efeitos na neuroplasticidade, como o aumento da neurogênese

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

40

no núcleo denteado, aumento da sobrevida e arborização neuronal. Além disso, foi observado

que pacientes não- medicados possuiam uma menor concentração de BDNF sérico em relação

aos pacientes tratados. Observa-se ainda que estudos genéticos sobre o polimorfismo do

BDNF demonstram que os indivíduos portadores do alelo Met, ou seja; Val66Met ou

Met66Met, são mais vulneráveis ao desenvolvimento da DM (Phillips, 2018; Schmidt et al.,

2011).

Porém os achados de redução do BDNF sérico em pacientes com DM não são

unânimes (Skibinska et al., 2018; Schmidt et al., 2011). Assim como, a redução do volume de

áreas cerebrais, por exemplo, a amígdala aumenta de tamanho na DM e isso parece envolver

uma maior síntese de BDNF nessa região. Portanto, mais estudos precisam ser desenvolvidos

para melhor compreender a relação do BDNF sérico e central com a fisiopatologia da DM

(Phillips, 2017).

Apesar dessas inconsistências, por outro lado, tanto em modelos animais de depressão

quanto em pacientes, a eficácia dos antidepressivos parece está relacionada ao aumento do

BDNF. Pacientes crônicos tratados com antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da

recaptação da serotonina (ISRS) passaram a apresentar níveis séricos de BDNF similar ao de

pessoas saudáveis (Phillips, 2017; Schmidt et al., 2011).

5. O BDNF e a ação antidepressiva

Apesar dos avanços no desenvolvimento de antidepressivos, estes ainda apresentam

efeitos colaterais e não induzem uma resposta eficiente em todos os pacientes, de 30% a 40%

dos pacientes tratados não apresentam remissão mesmo após vários tratamentos sistêmicos, o

que leva ao agravamento da doença, que passa a se expressar de forma recorrente. Além

disso, os antidepressivos normalmente demoram de 2 a 4 semanas para iniciar os efeitos

terapêuticos desejados, apresentando assim uma grande latência de indução de resposta

(Dubovsky , 2018; Machado-Vieira et al., 2010).

Estudos com modelo animal de depressão sugerem que a latência para início da resposta

dos antidepressivos se relaciona com o tempo necessário para o aumento da expressão do

BDNF. Tratamentos prolongados com antidepressivos clinicamente utilizados, como o ISRS e

o inibidor seletivo de recaptação de noradrenalina (ISRN), aumentam a expressão do BDNF e

seu receptor TrkB no córtex pré-frontal e no hipocampo. Porém, essa resposta não é imediata

e não ocorre de forma concomitante ao aumento das monoaminas na fenda sináptica. O

aumento das monoaminas ativam vias intracelulares que envolvem a adenosina 3',5'-

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

41

monofosfato cíclico (AMP cíclico) e o íon cálcio, as quais após semanas culminam na maior

expressão do BDNF, que correlaciona-se com a redução dos sintomas/comportamentos

depressivos (Diniz, 2018; Numakawa et al., 2017; Jesulola et al., 2018).

Acredita-se que o polimorfismo de nucleotídeo único (substituição da Metionina pela

Valina) no exon 66 (Val66Met) do BDNF esteja relacionado com maior a suscetibilidade à

DM. Além disso, sujeitos portadores da variante Met possuem uma melhor resposta ao

tratamento da DM em relação aos sujeitos homozigóticos (Val/Val) (Zou et al., 2010). Além

disto, é relatado que os pacientes com o alelo Val possuem uma menor taxa de remissão após

o tratamento antidepressivo (Colle et al., 2015). Apesar de possuir diversas pesquisas na área,

este achado ainda não é consistente (Hwang et al, 2006).

Além dos efeitos colaterais, grande latência para início dos efeitos terapêuticos e baixa

responsividade dos antidepressivos, alguns estudos vêm apontando que muitos

antidepressivos não se diferenciam dos placebos quando se considera uma discussão em

termos de relevância para a melhora clínica e não estatística (Hengartner & Plöderl, 2018).

Assim, vários grupos de pesquisa intensificaram a busca por novos tratamentos para a DM e

alguns estudos vêm demonstrando o potencial terapêutico para DM de substâncias

psicodélicas, como; o dietilamida do ácido lisérgico (LSD), a ayahuasca, a psilocibina e a

mescalina (Palhano et al. 2018).

Diferentemente dos antidepressivos clássicos, a ação antidepressiva induzida pelos

psicodélicos parece ser rápida e duradoura. Um ensaio clínico randomizado duplo-cego com

chá de ayahuasca mostrou que os efeitos antidepressivos iniciam horas após ingestão, com

duração dos efeitos de aproximadamente 7 dias (Palhano et al. 2018). Ademais, estudos

mostram alguns componentes da ayahuasca, como as β-carbolinas, induzem proliferação,

migração e diferenciação de neurônios, enquanto a harmina induz o aumento do BDNF no

hipocampo de roedores (Morales-García et al., 2017).

6. O BDNF como biomarcador da depressão maior

O entendimento das bases biológicas da depressão, além de auxiliar no

desenvolvimento de novos medicamentos, contribui também para a elucidação de

biomarcadores que podem auxiliar no manejo clínico da DM (Dean & Keshavan, 2017).

Por definição, entende-se por biomarcador parâmetros laboratoriais controlados e

padronizados a fim de auxiliar o médico em uma decisão clínica e que precisam ser validados

nos seguintes aspectos: confiabilidade, sensitividade e custos. Podem ser classificados como

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

42

biomarcadores preditivos, aqueles estão relacionados aos riscos de contrair doenças;

biomarcadores de diagnóstico, associados a uma doença presente ou biomarcadores de

prognóstico, associado à evolução da doença. Além destes tipos, encontramos também os que

estão associados aos tratamentos, responsáveis por relatar sua eficiência perante o paciente,

mostrando de maneira mais clara ao médico, a resposta orgânica personalizada. De modo

geral, podem ser considerados biomarcadores bioquímicos as amostras histológicas,

anatômicas, células específicas, moléculas, genes, enzimas ou hormônios (Hutchinson &

Lotan, 2017; Schmidt et al., 2011).

Apesar dos estudos apontarem que a concentração de BDNF encontra-se reduzido no

soro/plasma de pacientes com DM, outros também apontam essa alteração em diferentes

transtornos psiquiátricos (Cattaneo et al., 2016). Sendo assim, o BDNF de forma exclusiva

não pode ser um biomarcador de diagnóstico da DM. Além disso, ainda há necessidade de

discutir qual seria o limiar laboratorial para definir o estado fisiológico e alterado das

concentrações de BDNF? As mudanças de baixo grau são clinicamente significativas? O quão

forte é a associação entre BDNF e diagnostico/tratamento? (Polyakova et al., 2015).

Para consolidação do BDNF como biomarcador de tratamento da DM, ainda são

necessários estudos adicionais que abordem principalmente a força da associação entre os

níveis de BDNF sanguíneo e a eficiência do tratamento. Além disso, é necessário um maior

foco na sensibilidade e especificidade do BDNF na resposta ao tratamento, que devem ser

investigadas a partir da variação percentual do BDNF (Polyakova et al., 2015).

Ademais, o uso de métodos de mensuração sensíveis às diferentes isoformas do BDNF

e com baixa reação cruzada abriria caminho para uma melhor compreensão do papel do

BDNF como biomarcador da DM. Apesar dos estudos avançados na área, ainda não se sabe

com precisão a razão fisiológica entre o pro-BDNF/m-BDNF (Polyakova et al., 2015; Foltran

& Dias, 2016).

7. Conclusão

Diante do exposto, nota-se que o BDNF emerge como uma molécula com amplo

envolvimento com a fisiopatologia da depressão maior. Além disso, a sugestão do aumento

dos níveis de BDNF relacionados ao início dos efeitos antidepressivos, induzido por

tratamentos farmacológicos, e ao mesmo tempo, associados ao aumento da neuroplasticidade

cerebral, é um bom indicador de relação clínica entre BDNF e depressão maior. Porém, apesar

dos avanços, ambas as áreas necessitam de mais estudos, principalmente no que concerne as

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

43

diferentes isoformas do BDNF, pois assim vias e mecanismos de ação mais precisos podem

ser elucidados, auxiliando de maneira mais precisa na compreensão da fisiopatologia da DM e

na busca por novos tratamentos.

8. Referências

Alenina, N., & Klempin, F. (2015). The role of serotonin in adult hippocampal neurogenesis.

Behavioural Brain Research, 277, 49-57. doi:10.1016/j.bbr.2014.07.038

Atwi, S., McMahon, D., Scharfman, H., & MacLusky, N. J. (2016). Androgen modulation of

hippocampal structure and function. The Neuroscientist, 22(1), 46-60.

doi:10.1177/1073858414558065

Begliuomini, S., Lenzi, E., Ninni, F., Casarosa, E., Merlini, S., & Pluchino, N. et al. (2008).

Plasma brain-derived neurotrophic factor daily variations in men: correlation with cortisol

circadian rhythm. Journal Of Endocrinology, 197(2), 429-435. doi:10.1677/joe-07-0376

Bothwell, M. (2014). NGF, BDNF, NT3, and NT4. Neurotrophic Factors, 3-15.

doi:10.1007/978-3-642-45106-5_1

Cattaneo, A., Cattane, N., Begni, V., Pariante, C. M., & Riva, M. A. (2016). The human

BDNF gene: peripheral gene expression and protein levels as biomarkers for psychiatric

disorders. Translational psychiatry, 6(11), e958.

Céspedes Rubio, Á., Pérez-Alvarez, M., Lapuente Chala, C., & Wandosell, F. (2018). Sex

steroid hormones as neuroprotective elements in ischemia models. Journal Of Endocrinology,

237(2), R65-R81. doi:10.1530/joe-18-0129

Colle, R., Gressier, F., Verstuyft, C., Deflesselle, E., Lépine, J., & Ferreri, F. et al. (2015).

Brain-derived neurotrophic factor Val66Met polymorphism and 6-month antidepressant

remission in depressed Caucasian patients. Journal Of Affective Disorders, 175, 233-240.

doi:10.1016/j.jad.2015.01.013

Dean, J., & Keshavan, M. (2017). The neurobiology of depression: An integrated view. Asian

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

44

Journal Of Psychiatry, 27, 101-111. doi:10.1016/j.ajp.2017.01.025

Diniz, C., Casarotto, P., Resstel, L., & Joca, S. (2018). Beyond good and evil: A putative

continuum-sorting hypothesis for the functional role of proBDNF/BDNF-propeptide/mBDNF

in antidepressant treatment. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 90, 70-83.

doi:10.1016/j.neubiorev.2018.04.001

Doboszewska, U., Wlaź, P., Nowak, G., Radziwoń-Zaleska, M., Cui, R., & Młyniec, K.

(2017). Zinc in the Monoaminergic Theory of Depression: Its Relationship to Neural

Plasticity. Neural Plasticity, 2017, 1-18. doi:10.1155/2017/3682752

Dubovsky, S. L. (2018). What Is New about New Antidepressants? Psychotherapy and

Psychosomatics, 87(3), 129–139. doi:10.1159/000488945

Elhwuegi, A. (2004). Central monoamines and their role in major depression. Progress In

Neuro-Psychopharmacology And Biological Psychiatry, 28(3), 435-451.

doi:10.1016/j.pnpbp.2003.11.018

Erdag, D., Merhan, O., & Yildiz, B. (2018). Biochemical and Pharmacological Properties of

Biogenic Amines. In Biogenic Amines. IntechOpen.

Foltran, R., & Diaz, S. (2016). BDNF isoforms: a round trip ticket between neurogenesis and

serotonin?. Journal Of Neurochemistry, 138(2), 204-221. doi:10.1111/jnc.13658Scott-

Solomon & Kuruvilla, 2018

Fujimura, H., Chen, R., Nakamura, T., Nakahashi, T., Kambayashi, J., & Sun, B. et al. (2002).

Brain-derived Neurotrophic Factor Is Stored in Human Platelets and Released by Agonist

Stimulation. Thrombosis And Haemostasis, 87(04), 728-734. doi:10.1055/s-0037-1613072

Hardeveld, F., Spijker, J., Peyrot, W., de Graaf, R., Hendriks, S., & Nolen, W. et al. (2015).

Glucocorticoid and mineralocorticoid receptor polymorphisms and recurrence of major

depressive disorder. Psychoneuroendocrinology, 55, 154-163.

doi:10.1016/j.psyneuen.2015.02.013

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

45

Healy, D. (2015). Serotonin and depression. BMJ, 350(apr21 7), h1771-h1771.

doi:10.1136/bmj.h1771

Hengartner, M., & Plöderl, M. (2018). Statistically Significant Antidepressant-Placebo

Differences on Subjective Symptom-Rating Scales Do Not Prove That the Drugs Work:

Effect Size and Method Bias Matter!. Frontiers In Psychiatry, 9.

doi:10.3389/fpsyt.2018.00517

Huang, P., Gao, T., Dong, Z., Zhou, C., Lai, Y., & Pan, T. et al. (2018). Neural circuitry

among connecting the hippocampus, prefrontal cortex and basolateral amygdala in a mouse

depression model: Associations correlations between BDNF levels and BOLD – fMRI

signals. Brain Research Bulletin, 142, 107-115. doi:10.1016/j.brainresbull.2018.06.019

Hutchinson, R., & Lotan, Y. (2017). Diagnostic, Prognostic, and Predictive Biomarkers on

Bladder Tissue and Blood. Molecular Pathology Library, 117-136. doi:10.1007/978-3-319-

64769-2_7

Hwang, J., Tsai, S., Hong, C., Yang, C., Lirng, J., & Yang, Y. (2006). The Val66Met

polymorphism of the brain-derived neurotrophic-factor gene is associated with geriatric

depression. Neurobiology Of Aging, 27(12), 1834-1837.

doi:10.1016/j.neurobiolaging.2005.10.013

Jesulola, E., Micalos, P., & Baguley, I. (2018). Understanding the pathophysiology of

depression: From monoamines to the neurogenesis hypothesis model - are we there yet?.

Behavioural Brain Research, 341, 79-90. doi:10.1016/j.bbr.2017.12.025

Johnson, D., & Bhimji, S. (2018). Dexamethasone. Statpearls Publishing. Retrieved from

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK482130/

Juruena, M., Cleare, A., & Pariante, C. (2004). O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, a função

dos receptores de glicocorticóides e sua importância na depressão. Revista Brasileira De

Psiquiatria, 26(3), 189-201. doi:10.1590/s1516-44462004000300009

Kim, T., Xu, C., & Amsterdam, J. (2019). Relative effectiveness of tricyclic antidepressant

versus monoamine oxidase inhibitor monotherapy for treatment-resistant depression. Journal

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

46

Of Affective Disorders, 250, 199-203. doi:10.1016/j.jad.2019.03.028

Kronenberg, G., Mosienko, V., Gertz, K., Alenina, N., Hellweg, R., & Klempin, F. (2015).

Increased brain-derived neurotrophic factor (BDNF) protein concentrations in mice lacking

brain serotonin. European Archives Of Psychiatry And Clinical Neuroscience, 266(3), 281-

284. doi:10.1007/s00406-015-0611-3

Kuehner, C. (2017). Why is depression more common among women than among men? The

Lancet Psychiatry, 4(2), 146–158. doi:10.1016/s2215-0366(16)30263-2

Liang, F. Q., Walline, R., & Earnest, D. J. (1998). Circadian rhythm of brain-derived

neurotrophic factor in the rat suprachiasmatic nucleus. Neuroscience letters, 242(2), 89-92.

https://doi.org/10.1016/S0304-3940(98)00062-7

Liu, W., Ge, T., Leng, Y., Pan, Z., Fan, J., Yang, W., & Cui, R. (2017). The Role of Neural

Plasticity in Depression: From Hippocampus to Prefrontal Cortex. Neural Plasticity, 2017, 1-

11. doi:10.1155/2017/6871089

Machado-Vieira, Rodrigo, Jacqueline Baumann, Cristina Wheeler-Castillo, David Latov,

Ioline Henter, Giacomo Salvadore, and Carlos Zarate. 2010. "The Timing Of Antidepressant

Effects: A Comparison Of Diverse Pharmacological And Somatic Treatments".

Pharmaceuticals 3 (1): 19-41. MDPI AG. doi:10.3390/ph3010019.

Matthysse, S., & Baldessarini, R. J. (1972). S-adenosylmethionine and catechol-O-

methyltransferase in schizophrenia. American Journal of Psychiatry, 128(10), 1310-1312.

Mendels, J. (1974). Brain Biogenic Amine Depletion and Mood. Archives Of General

Psychiatry, 30(4), 447. doi:10.1001/archpsyc.1974.01760100019004

Mifsud, K. R., & Reul, J. M. (2018). Mineralocorticoid and glucocorticoid receptor-mediated

control of genomic responses to stress in the brain. Stress, 21(5), 389-402.

https://doi.org/10.1080/10253890.2018.1456526

Morales-García, J., de la Fuente Revenga, M., Alonso-Gil, S., Rodríguez-Franco, M.,

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

47

Feilding, A., Perez-Castillo, A., & Riba, J. (2017). The alkaloids of Banisteriopsis caapi, the

plant source of the Amazonian hallucinogen Ayahuasca, stimulate adult neurogenesis in vitro

. Scientific Reports, 7(1). doi:10.1038/s41598-017-05407-9

Numakawa, T., Odaka, H., & Adachi, N. (2017). Actions of Brain-Derived Neurotrophic

Factor and Glucocorticoid Stress in Neurogenesis. International Journal Of Molecular

Sciences, 18(11), 2312. doi:10.3390/ijms18112312

Organização das Nações Unidas (ONU) (2017) Brasil. Depressão afeta mais de 300 milhões

de pessoas e é doença que mais incapacita pacientes, diz OMS. Recuperado de

https://nacoesunidas.org/depressao-afeta-mais-de-300-milhoes-de-pessoas-e-e-doenca-que-

mais-incapacita-pacientes-diz-oms/

Palhano-Fontes, F., Barreto, D., Onias, H., Andrade, K. C., Novaes, M. M., Pessoa, J. A., ... &

Tófoli, L. F. (2018). Rapid antidepressant effects of the psychedelic ayahuasca in treatment-

resistant depression: a randomized placebo-controlled trial. Psychological medicine, 1-9.

https://doi.org/10.1017/S0033291718001356

Pan, W., Banks, W., Fasold, M., Bluth, J., & Kastin, A. (1998). Transport of brain-derived

neurotrophic factor across the blood–brain barrier. Neuropharmacology, 37(12), 1553-1561.

doi:10.1016/s0028-3908(98)00141-5

Paul, I., & Skolnick, P. (2003). Glutamate and Depression. Annals Of The New York

Academy Of Sciences, 1003(1), 250-272. doi:10.1196/annals.1300.016

Phillips, C. (2017). Brain-Derived Neurotrophic Factor, Depression, and Physical Activity:

Making the Neuroplastic Connection. Neural Plasticity, 2017, 1-17.

doi:10.1155/2017/7260130

Plieger, T., Felten, A., Splittgerber, H., Duke, É., & Reuter, M. (2018). The role of genetic

variation in the glucocorticoid receptor (NR3C1) and mineralocorticoid receptor (NR3C2) in

the association between cortisol response and cognition under acute stress.

Psychoneuroendocrinology, 87, 173-180. doi:10.1016/j.psyneuen.2017.10.020

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

48

Polyakova, M., Stuke, K., Schuemberg, K., Mueller, K., Schoenknecht, P., & Schroeter, M.

(2015). BDNF as a biomarker for successful treatment of mood disorders: A systematic &

quantitative meta-analysis. Journal Of Affective Disorders, 174, 432-440.

doi:10.1016/j.jad.2014.11.044

Pariante, C. (2017). Why are depressed patients inflamed? A reflection on 20 years of

research on depression, glucocorticoid resistance and inflammation. European

Neuropsychopharmacology, 27(6), 554-559. doi:10.1016/j.euroneuro.2017.04.001

Quinn, T. A., Robinson, S. R., & Walker, D. (2018). Dehydroepiandrosterone (DHEA) and

DHEA Sulfate: Roles in Brain Function and Disease.

http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.71141

Rondón, M. B. (2015, October). Salud mental y aborto terapéutico. In Anales de la Facultad

de Medicina (Vol. 76, No. 4, pp. 407-411). UNMSM. Facultad de Medicina.

Schmidt, H., Shelton, R., & Duman, R. (2011). Functional Biomarkers of Depression:

Diagnosis, Treatment and Pathophysiology. Neuropsychopharmacology, 36(12), 2375-2394.

doi:10.1038/npp.2011.151

Scott-Solomon, E., & Kuruvilla, R. (2018). Mechanisms of neurotrophin trafficking via Trk

receptors. Molecular And Cellular Neuroscience, 91, 25-33. doi:10.1016/j.mcn.2018.03.013

Serra-Millàs, M. (2016). Are the changes in the peripheral brain-derived neurotrophic factor

levels due to platelet activation?. World journal of psychiatry, 6(1), 84

Skibinska, M., Kapelski, P., Rajewska-Rager, A., Pawlak, J., Szczepankiewicz, A., Narozna,

B., ... & Dmitrzak-Weglarz, M. (2018). Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) serum

level in women with first-episode depression, correlation with clinical and metabolic

parameters. Nordic journal of psychiatry, 72(3), 191-196.

https://doi.org/10.1080/08039488.2017.1415373

Stahl, S. M. (1984). Regulation of neurotransmitter receptors by desipramine and other

antidepressant drugs: The neurotransmitter receptor hypothesis of antidepressant action. The

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

49

Journal of Clinical Psychiatry, 45(10, Sect 2), 37-44.

Vergne, D., & Nemeroff, C. (2006). The interaction of serotonin transporter gene

polymorphisms and early adverse life events on vulnerability for major depression. Current

Psychiatry Reports, 8(6), 452-457. doi:10.1007/s11920-006-0050-y

World Health Organization. (2017). Depression and other common mental disorders: global

health estimates.

Zou, Y., Ye, D., Feng, X., Su, H., Pan, F., & Liao, F. (2010). Meta-analysis of BDNF

Val66Met polymorphism association with treatment response in patients with major

depressive disorder. European Neuropsychopharmacology, 20(8), 535-544.

doi:10.1016/j.euroneuro.2009.12.005

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

50

Artigo 2

Modulation of serum brain-derived neurotrophic factor by a single dose of ayahuasca:

observation from a randomized controlled trial

Raíssa Nóbrega de Almeida1,2

, Ana Cecília de Menezes Galvão1,2

, Flávia Santos da

Silva1,2

, Erick Allan dos Santos Silva1, Fernanda Palhano-Fontes

4,5, João Paulo Maia-de-

Oliveira3,5,7

, Dráulio Barros de Araújo4,5

, Bruno Lobão Soares3,6

, Nicole Leite Galvão-

Coelho1,2,3*

1Laboratory of Hormone Measurement, Department of Physiology and Behavior, Federal

University of Rio Grande do Norte, Natal- RN, Brazil.

2Postgraduate Program in Psychobiology and Department of Physiology and Behavior,

Federal University of Rio Grande do Norte, Natal- RN, Brazil.

3National Institute of Science and Technology in Translational Medicine, Brazil.

4Brain Institute, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brazil.

5Onofre Lopes University Hospital, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN,

Brazil.

6Department of Biophysics and Pharmacology, Federal University of Rio Grande do Norte,

Natal-RN, Brazil.

7Department of Clinical Medicine, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal- RN,

Brazil.

Pages: 22

Words: 4.624

Tables: 0

Figures: 6

Appendix: 2

References: 113

*Correspondence:

Nicole L. Galvão-Coelho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Fisiologia e

Comportamento.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

51

Caixa Postal, 1511

59078-970 NATAL- RN, BRAZIL

Phone: +55 84 3215-3410

E-mail: [email protected]

Abstract

Serotonergic psychedelics are emerging as potential antidepressant treatment tools, as

suggested in a recent randomized controlled trial with ayahuasca for treatment-resistant

depression. Preclinical and clinical studies have shown that serum brain-derived neurotrophic

factor (BDNF) levels increase after treatment with serotoninergic antidepressants. However,

the exact role of BDNF as a biomarker for diagnostic and treatment of major depression needs

to be better explored. In this study, registered at http://clinicaltrials.gov (NCT02914769), we

investigated serum BDNF levels in healthy controls (N= 45) and patients with treatment

resistant depression (N = 28), before (baseline) and 48 hours after (D2) a single dose of

ayahuasca or placebo. We found similar baseline levels of serum BDNF in both patients and

healthy individuals. We detected lower levels of BDNF at baseline in a subgroup of subjects

who also presented hypocortisolemia, with respect to individuals with eucortisolemia.

Moreover, we found a baseline negative correlation between BDNF and serum cortisol in

volunteers with eucortisolemia. After treatment (D2) we observed higher BDNF levels in both

patients and controls that ingested ayahuasca (N= 35) when compared to placebo (N= 34).

Moreover, in D2 just patients treated with ayahuasca (N= 14), and not with placebo (N= 14),

presented a significant negative correlation between serum BDNF levels and depressive

symptoms (MADRS scores). Few previous randomized controlled trials have evaluated serum

BDNF levels in response to antidepressant treatments and their results are not conclusive.

This is the first clinical trial to explore the modulation of BDNF in response to a psychedelic

with antidepressant potential, and the results suggest a potential link between the observed

antidepressant effects of ayahuasca and changes in serum BDNF, which contributes to the

emerging view of using psychedelic substances in the treatment of resistant depression.

Keywords: Ayahuasca, antidepressant, BDNF, biomarker, cortisol, psychedelics, treatment-

resistant, depression.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

52

1. Introduction

Most antidepressants act enhancing monoaminergic synaptic efficiency. This process, which

can be specific or not to one monoamine, occurs by increasing the concentration of

neurotransmitters in the synaptic cleft via the inhibition of their metabolism or reuptake,

through the activation of post-synaptic monoamine receptors (Umukoro et al., 2018; Zhao et

al., 2018), or by the antagonism of the pre-synaptic autoreceptors (Gram et al., 2013).

In spite of several reports of statistical differences between placebo and antidepressants in

treatment efficacy of major depression, the effect size of this difference is low and the real

relevance to clinical improvement is discussed (Hengartner & Plöderl, 2018). Large part of

patients with mild or moderate depression has minimal or no antidepressant benefit after drug

treatment (Aherne et al., 2017). Antidepressant drugs appear to act more efficiently than

placebo mainly in severe major depression, but it is supposed to occur through a smaller

response of placebo than by specifically an increase in antidepressant efficacy (Kirsch, 2014).

Moreover, the latency between administration and the response of the antidepressants can take

weeks (Strawn et al., 2018), and suicidal tendencies may arise within this critical period

(Ferrari & Villa, 2016).

In this scenario, several research groups have intensified their search for new antidepressants,

including psychedelics (Santos et al., 2016). Some serotonergic psychedelics, from natural or

synthetic origin, present a similar action mechanism to those of certain commercial

antidepressants (Sanchez, 2018). Therefore, there is an increasing number of studies testing

the antidepressant effects of psychedelics in humans and animal models (Osório et al., 2015;

Sanches et al., 2016; Carhart-Harris et al., 2017; Palhano-Fontes et al., 2018; Ross et al.,

2016; Griffiths et al., 2016; Silva et al., 2018).

Despite of the peculiarity of each psychedelic, it is known that several pathways of neuronal

plasticity are activated by these compounds (Winkelman, 2017). The induction of

neuroplasticity and neurogenesis by psychedelics are relevant aspect of their action as

potential antidepressants since several studies have shown that the efficacy of clinical

antidepressants is related to an increase in hippocampal plasticity induced after

monoaminergic enhancement (Ardalan et al., 2017; Dakic et al., 2016; Morales-García et al.,

2017).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

53

The activation of the serotonergic receptor 5-hydroxytryptamine 2A (5-HT2A) and tyrosine

kinase B receptor (TrkB) by some psychedelics induce neuroplasticity through rapamycin

(mTOR) signaling pathway (Ly et al., 2018; Collo & Pich, 2018). On the other hand, the

sigma-1 receptor (σ1R), which is involved in the modulation of several neurotransmitter

systems, such as monoaminergic and glutamatergic pathways (Inserra, 2018), modulates

neuroplasticity and neurogenesis by intracellular calcium-dependent signal (Tsai and Su,

2017). The elevation of glutamatergic activity in the prefrontal cortex by alpha-amino-3-

hydroxy-methyl-5-4-isoxazolpropionic (AMPA) receptor increases in neuroplasticity by

BDNF (Marek, 2017; Yang et al., 2018; Vollenweider & Kometer, 2010). Moreover, cortisol,

the main stress hormone, also modulates a BDNF expression, as well as the activity of BDNF

receptor, TrkB, in central nervous system (Kunugi et al. 2010).

Ayahuasca is a brew from Amerindians whose antidepressant effects have been recently

tested in open label and randomized controlled clinical trials (Osório et al., 2015; Sanches et

al., 2016; Palhano-Fontes et al., 2018). Its components act in several pathways involved in the

etiology of depression (Carbonaro and Gatch, 2016): β-carbolines (tetrahydroharmine,

harmine and harmaline) are reversible inhibitors of monoamine oxidase (MAOi) (Horák et al.,

2018) and tetrahydroharmine also acts as a serotonin reuptake inhibitor, while N, N

dimethyltryptamine (N,N-DMT) is a 5-HT2A and σ1R agonist (Carbonaro and Gatch, 2016).

Despite the agonistic action of ayahuasca on σ1R and 5-HT2A were already demonstrated,

there is still a demonstration of the direct relationship between ayahuasca and neuroplasticity

or neurogenesis in humans. Some in vitro studies show that β-carbolines of ayahuasca induce

proliferation, migration and differentiation of neurons (Morales-García et al., 2017) and 5-

methoxy-N,N-dimethyltryptamine (5-MeO-DMT) prompt formation of dendritic spines

(Dakic et al., 2017). Moreover, one study with harmine showed increases in BDNF in the

hippocampus of rodent animal models after treatment (Brierley and Davidson, 2012;

Fortunato et al., 2010). Thus, taking these evidences into account, we postulate that a key

molecule for establishing this direct link between ayahuasca and neuroplasticity may be

BDNF.

BDNF is a neurotrophin synthesized by neurons and glial cells that has been strongly

correlated with the alteration of the volume of brain areas in patients with major depression

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

54

(Foltran and Diaz, 2016). Depressive patients present neurodegeneration and smaller

hippocampal and prefrontal cortex volume (Brown et al., 2018; Roody et al., 2018; Iimori et

al., 2018) and these reductions are not only due to the increase of neuronal death, but also

caused by decreased neuroplasticity and neurogenesis secondary to reduction in the

expression of neurotrophic factors, such as BDNF (Jesulola et al., 2018; Kraus et al., 2017).

On the other hand, recent studies show that there is an increase in the expression of BDNF in

some brain areas, such as the amygdala and nucleus accumbens, which is related to changes in

the normal functioning of these areas and possibly induce anxiety, negative emotional valence

and anhedonia (Phillips, 2017).

In addition to these central alterations in BDNF expression, some preclinical and clinical

studies show that depressive patients tend to present lower levels of serum BDNF (Ma et al.,

2019; Wilkinson et al., 2018), which can be reversed after treatment with some antidepressant

drugs (Molendijk et al., 2018; Brunoni et al., 2017). However, not all studies observed

decreased levels of baseline serum BDNF in depressive patients (Elfving et al., 2012;

Papakostas et al., 2011; Molendijk et al., 2011; Jevtovic et al., 2011) and changes in BDNF

levels after treatment with antidepressants of different classes are not consensus in the

literature (Kreinin et al., 2015; Sheldrick et al., 2017; Wilkinson et al., 2018). This

inconsistency in results lead to a growing necessity for research in the field, in order to better

explore the role of BDNF in the etiology and treatment of depression.

Therefore, this study investigated serum BDNF levels in a recent randomized placebo-

controlled trial that tested the potential antidepressant effect of a single dose of ayahuasca in

treatment-resistant depression patients (Palhano-Fontes et al., 2018). We expected that

patients with major depression should disclose lower baseline levels of serum BDNF when

compared to healthy volunteers. Moreover, as suggested in recent works, BDNF levels should

be correlated with serum cortisol. In addition, we hypothesize that volunteers treated with

ayahuasca could present higher levels of serum BDNF than those treated with placebo, and

the improvement of depression symptoms would be correlated to BDNF levels after

treatment.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

55

2 Material and Methods

2.1 Study design

The study is part of a large randomized double-blinded placebo-controlled trial using a

parallel arm design (Palhano-Fontes et al., 2018), which was conducted at the psychiatry

clinic at University Hospital Onofre Lopes (HUOL) of Federal University of Rio Grande do

Norte (UFRN). The study was approved by the Ethics Committee on Medical Research of

HUOL by number 579.479 and was registered at http://clinicaltrials.gov (NCT02914769).

The procedures of this work comply with the ethical standards of the relevant national and

institutional committees for human experimentation and with the Declaration of Helsinki of

1975, revised in 2008. All subjects provided written informed consent prior to participation.

Seventy-three volunteers participated in the trial: a control group of healthy individuals (CG,

n = 45; 20 men and 25 women) and a group of patients with treatment-resistant major

depression (MD, n = 28; 7 men and 21 women). The CG was formed by individuals without

history or actual diagnosis of psychiatric disorders. The MD group was composed by patients

with major depression, exhibiting inadequate responses to at least two antidepressant

medications from different classes. All patients were in a current moderate to severe

depressive episode at baseline, based on the Hamilton Depression Scale (HAM-D) (Hamilton

1960) and Montgomery–Åsberg Depression Rating Scale (MADRS) (Montgomery & Åsberg,

1979). They were in wash-out period for 2 weeks, and therefore were not taking

antidepressants during the study. All participants were at least 18 years old without history of

drug abuse or substance dependency. Pregnancy was also an exclusion criteria.

After inclusion on study, the volunteers were admitted on hospital for sleep-in (D-1), in this

day MADRS scale was applied for patients. In the following day, all subjects were evaluated

with the MADRS right before the treatment session (baseline), and around 10 a.m. they were

treated with either a single dose of 1ml/kg of ayahuasca (AYA) or placebo (PLA) in a 1:1

ratio. MADRS scores were again obtained 48 hours (D2) and 7 days (D7) after the dosing

session. Blood samples for dosage of serum BDNF and serum cortisol were collected at

baseline and at D2. In order to avoid circadian oscillation, samples were collected always at

7:00 a.m. and volunteers were in 8 hours of fasting.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

56

A single batch of ayahuasca was prepared by a branch of the Barquinha religion in Ji-Paraná,

Roraima, Brazil, and used throughout the study. The main ayahuasca alkaloids were

quantified using mass spectroscopy and the stability was measured at two different times

along the study. The substance used as a placebo was an inert liquid produced by the

Department of Pharmacy at Federal University of Rio Grande do Norte and was intended to

simulate the organoleptic properties of ayahuasca (Palhano-Fontes et al., 2018).

For more details on the methods used in the clinical trial, see Palhano-Fontes et al (2018).

2.2 Chemical molecules dosages

Blood samples were analyzed in the Laboratory of Hormone Measurements of the Federal

University of Rio Grande do Norte. Blood samples were centrifuged (10 minutes, 4°C at 3000

rpm) and the serum were distributed in aliquots of 0.300µL and stored in freezers at - 80°C.

We used the CYT306 ELISA kit for BDNF dosage, obtained from Merck Millipore, which

used a sandwich technique of measurement. For serum cortisol dosage we used the DGR-SLV

1887 ELISA kit that is a direct competitive ELISA. The absorbance was read using a

spectrophotometer microplate reader (Epoch, Biotek industries, Highland park, USA) with a

Gen5 Data Analysis software interface.

2.3 Statistical analysis

Both groups (MD and CG) were categorized with respect to baseline levels of serum cortisol

in three groups, according to Annane et al. (2006): eucortisolemia (EC) (15 µg/dL< cortisol <

43 µg/dL), hypercortisolemia (cortisol > 44 µg/dL) and hypocortisolemia (HC) (cortisol ≤ 15

µg/dL). We excluded of study individuals with hypercortisolemia (MD = 0, CG = 4) due to

insufficient sample size to statistical analyzes.

After treatment (AYA or PLA), patients were classified with respect of treatment response, as

responders (R) or non-responders (NR). The response of treatment criterion was defined as a

reduction of 50% or more in MADRS scores of D-1. Remission rates were also examined and

were defined as MADRS scores ⩽10 (Rr = remitted patients and NRr = non - remitted

patients).

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

57

The General Linear Model (GLM) and the Fisher post-hoc were used to analyze between-

group changes in the levels of BDNF (CG and MD as independent categorical variable),

cortisol levels (EC and HC, as independent categorical variable), sex (independent categorical

variable), treatment (AYA and PLA, as independent categorical variable), response at D2 (R

and NR, as independent categorical variable) and remission at D2 (Rr and NRr, as

independent categorical variable).

Discriminant analyze was used to attempt associate serum BDNF levels and treatment (AYA

or PLA) to treatment response and remission at D2 and D7.

Spearman correlation test was used to analyze the relationship between serum BDNF and

serum cortisol for all volunteers and between serum BDNF and clinical outcomes, as the

number of depressive episodes, disease duration (in years) and MADRS scores, only for

patients.

BDNF and cortisol concentrations were converted to fit the logarithm scale; for analyses of

treatments we performed residues adjustment and for treatment response analyses in D2 was

used the bootstrap tool.

Statistical analysis was conducted in Statistic 12.5. Graphics were built in R 3.4.1 (RStudio).

The level of significance was p ≤ 0.05 (two-tailed).

3 Results

3.1 Baseline assessments

The diagrams 1 and 2 of the supplementary material show the consolidated standards of

reporting trials (CONSORT) of this study for patients and controls, respectively.

All volunteers were Brazilians and adults (MD: 41.57 ± 11.40 years, CG: 31.56 ± 9.90 years),

most was women (MD: 75%, CG: 51.22%), for MD with secondary education (MD: 39.29%,

CG: 34.15%) and for CG with higher education (MD: 21.43%, CG: 56.10%). Most patients

(57.14%) presented between 1 and 10 years depression (28.57% 11 - 17 years, 14.28% 20 - 40

years). All patients were previously treated with different antidepressants and did not present

remission; most of them (75%) used among 2 and 4 drugs before and 25% of them used 5 or

more. All patients had been treated already with a selective serotonin reuptake inhibitors

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

58

(SSRI’s), 64,28% used tricyclic antidepressants (TCA’s), 53,57% serotonin–norepinephrine

reuptake inhibitor (SNRI), and 25% had tried norepinephrine-dopamine reuptake inhibitor

(NDRI). The percentages of antidepressants used do not add up to 100% because of the

overlapping of previous antidepressants treatments.

No significant difference of serum BDNF levels was observed at baseline, between MD (n =

28; μ = 11478.34 ± 819.85 pg/mL) and the CG (n = 41; μ = 11412.78 ± 586.92 pg/mL)

(GLM; Group*: F = 0.01 df = 1 p = 0.93), or between sex (Men: n = 27; μ = 11678.75 ±

824.95 pg/mL; Woman: n = 42; μ = 11212.37 ± 579.72 pg/mL) (GLM; Sex*: F = 0.02 df = 1

p = 0.88; Group*Sex: F = 2.03 df = 1 p = 0.15) (Figure 1).

Figure 1. Mean ± standard error of serum BDNF levels (pg/mL) at baseline for patients (MD,

n= 28) and controls (CG, n=41). GLM test and Fisher post-hoc, p > 0.05. The gray lines

represent the density of samples distributed over the graph. The colored circles represent the

samples (blue: CG and red: MD).

No significant correlations were observed for patients at between baseline BDNF and:

baseline MADRS (n= 28; Spearman test, p > 0.05 rho = 0.25), MADRS of D-1 (n= 28;

Spearman test, p > 0.05 rho = 0.05), number of depressive episodes (n= 28; Spearman test, p

> 0.05 rho = -0.01) and disease duration (n= 28; Spearman test, p > 0.05 rho = 0.07).

We observed that all volunteers, regardless of the group (MD or CG) and sex, with

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

59

hypocortisolemia (n = 31; μ = 10299.57 ± 506.92 pg/mL) had lower levels of BDNF than

those with eucortisolemia (n = 38; μ = 12574.62 ± 680.59 pg/mL) (GLM; Cortisol levels, F =

7.91 df = 1 p = 0.006/ Cortisol levels*sex, F = 3.20 df = 1 p = 0.078) (Figure 2).

Moreover, for individuals with eucortisolemia, a significant negative correlation was found

between serum BDNF and serum cortisol (n = 38; Spearman test, p < 0.05 rho = - 0.39)

(Figure 3). Correlations between BDNF and cortisol were not observed for the volunteers

with hypocortisolemia (n = 31; Spearman test, p> 0.05 rho = -0.27).

Figure 2. Mean ± standard error of serum BDNF levels (pg/mL) at baseline for volunteers

with hypocortisolemia (HC, n= 31) (serum cortisol < 15mcg/dL) and eucortisolemia (EC, n=

38) (15 mcg/dL< serum cortisol < 43 mcg/dL). GLM test and Fisher post-hoc, * = p ≤ 0.05,

statistically significant difference between-groups. The gray lines represent the density of

samples distributed over the graph. The colored circles represent the samples (blue: CG and

red: MD).

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

60

Figure 3. Significant negative correlation between serum BDNF and serum cortisol levels for

eucortisolemic volunteers (DM and CG) in baseline (n = 38; Spearman test, p < 0.05 rho = -

0.39)

3.2 After-treatment assessments

We found that subjects treated with ayahuasca, both patients and controls, (n = 35; μ =

117981± 652.21 pg/mL) had higher levels of BDNF at D2, than those treated with placebo (n

= 34; μ = 10229.54 ± 633.58 pg/mL), regardless of the group (MD or CG) (GLM; Treatment:

F = 4.81 df = 1 p = 0.031) (Figure 4a). The effect sizes (Cohen-d) between AYA and PLA

after treatment was 0.53. In baseline was not observed this difference between-groups

treatment (GLM; Treatment: F = 3.72 df = 1 p = 0.058) (Figure 4a). No within-groups

variation in serum BDNF levels were observed, for either MD or CG after treatment (GLM;

Treatment*Phase: F = 0.09 df = 1 p = 0.767/ Treatment*Group*Phase: F = 3.90 df = 1 p =

0.053) (Figure 4b).

We found a negative correlation for patients treated with AYA between BDNF and MADRS

at D2 (n= 14; Spearman test AYA, p ≤ 0.05 rho = -0.55) (Figure 5), which was not the case

for patients treated with PLA (n= 14; Spearman test, PLA, p > 0.05 rho = -0.27).

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

61

Figure 4. Mean ± standard error of serum BDNF levels (pg/mL) of all volunteers (CG and

DM) at baseline and 48 hours after dosing (D2) with ayahuasca (AYA, n= 35) or placebo

(PLA, n= 34). A) Significant statistical difference in between-groups treatment (AYA and

PLA). B) No significant statistical difference considering within-groups treatment (AYA and

PLA). GLM test and Fisher post-hoc, * = p ≤ 0.05, statistically significant difference between

treatment. The gray lines represent the density of samples distributed over the graph. The

colored circles represent the samples (blue: CG and red: MD).

We did not find statistical significant difference in serum BDNF levels between patients

responders (R: n = 21; μ = 12394.91 ± 1175.91 pg/mL; AYA: n = 12; μ = 12293.83 ± 1607,38

pg/mL; PLA: n = 9; μ = 12528.24 ± 1823,61 pg/mL) and no-responders (NR: n = 7; μ =

9554,30 ± 1258,52 pg/ml; AYA: n = 2; μ = 8294.83 ± 3291,08 pg/mL; PLA: n = 5; μ =

10058.09 ± 1421,60 pg/mL), considering and not the type of treatment (AYA ou PLA)

(GLM; Responsiveness: F = 2.81 df = 1 p = 0.106; Responsiveness*Treatment: F = 0.37 df =

1 p = 0.549). Likewise, we did not find statistical significant difference in BDNF levels

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

62

between patients remitters (Rr: n = 11; μ = 12787.27 ± 1548.52 pg/mL; AYA: n = 4; μ =

11998.85 ± 1959.27 pg/mL; PLA: n = 7; μ = 13237.79 ± 2256.21 pg/mL) and no-remitters

(NRr: n = 17; μ = 10970.61± 1218.45 pg/ml; AYA: n = 10; μ = 11612.02 ± 1953.99 pg/mL;

PLA: n = 7; μ = 10054.29 ± 1093.26 pg/mL), considering and not the type of treatment (AYA

ou PLA) (GLM; Remission: F = 1.11 df = 1 p = 0.303; Remission*Treatment: F = 0.22 df = 1

p = 0.640).

Discriminant analysis did not show statistical significance prediction of serum BDNF levels

to treatment response of patients (Discriminant function analysis D2: X² = 2.30 df = 1 p =

0.12/ D7: X² = 0.086 df = 1 p = 0.77) nor patients’ remission (Discriminant function analysis

D2: X² = 0.88 df = 1 p = 0.34/ X² = 0.96 df = 1 p = 0.32), both in D2 and D7.

Figure 5. Significant negative correlation between BDNF levels and MADRS scores in D2 for

patients that was treated with ayahuasca (n= 14; Spearman test, p ≤ 0.05 rho = -0.55).

4 Discussion

In this study, before dosing treatment (at baseline), individuals with hypocortisolemia, both

patients and controls, presented lower serum BDNF levels when compared to volunteers with

eucortisolemia (patients and controls). Moreover, we found a negative correlation between

serum cortisol and serum BDNF in eucortisolemic volunteers. Forty-eight hours after

treatment (D2), we observed higher BDNF levels in both groups (patients and controls) who

were treated with ayahuasca, compared to those treated with placebo. In addition, also at D2

patients treated with ayahuasca, and not with placebo, presented a negative significant

correlation between BDNF levels and MADRS scores.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

63

These results corroborate in part our initial hypotheses. As expected, we found a relationship

between serum cortisol and serum BDNF at baseline. Among the various glucocorticoid-

induced responses, direct modulation of cortisol on BDNF appears to be extremely significant

in understanding the etiology and treatment of major depression (Dai et al., 2018). It is known

that one interaction between these two molecules occurs at the level of messenger RNA, and

the expression of BDNF in the central nervous system is modulated by various brain

molecules, including cortisol (Chou et al., 2016; Tapia-Aranciba et al., 2004). It is observed

that high concentrations of cortisol induce reduction of BDNF expression, and hippocampal

and neocortex neurogenesis (Lupien et al., 2007; Schwabe et al., 2012; Ozan et al., 2010;

Duman & Monteggia, 2006). Analogously, low concentrations of the cortisol interfere

negatively in the expression of BDNF. An inverted U-curve relationship between cortisol and

BDNF has been proposed, where intermediate levels of cortisol are the most suitable for the

expression of BDNF (Tapia-Aranciba et al., 2004).

Even though most studies suggest that the serum BDNF levels of patients with depression is

significantly lower than healthy controls (Alves & Rocha, 2018; Gersner et al., 2014; Wagner

et al., 2017; Huang et al., 2017), this finding is not unanimous (Elfving et al., 2012;

Papakostas et al., 2011; Molendijk et al., 2011; Hellweg et al., 2008; Jevtovic et al., 2011). In

our study, baseline BDNF levels did not revealed significant between-groups difference (MD

and CG), even considering the influence of sex. Furthermore, we did not find significant

correlation at baseline between BDNF levels and clinical characteristics.

Reduced wash-out periods may mask the expected reduced BDNF levels in depression, as it is

been proposed that antidepressants stimulate BDNF synthesis (Wilkinson et al., 2018). In fact,

studies indicate that the reduction of BDNF is only observed after a 4-week wash-out period

(Yip et al., 2017; Brunoni & Fregni, 2008) or in severe untreated patients (Kreinin et al.,

2015). Herein, the patients were in a 2-week wash-out period, which might not have been

enough to allow the detection of lower BDNF levels at baseline.

BDNF is a broad-acting neurotrophin that plays important roles in protection, differentiation,

viability and growth of new neurons (Lopes et al., 2017), and its effects go beyond the central

nervous system (Wolkowitz et al., 2011; Pius-Sadowska & Machaliński, 2017). Outside of

nervous system, the BDNF is mainly synthesized in platelets, which also is the main storage

site of peripheral tissues (Nurden, 2018). Rodent studies point out the existence of

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

64

bidirectional transport of BDNF in the blood-brain barrier (Tharmaratnam et al., 2018; Khalin

et al., 2016; Xing et al., 2016), and peripheral administration of BDNF enhances hippocampal

neurogenesis in mice, indicating that blood levels of BDNF are significant for brain function

(Schmidt e Duman, 2010), nevertheless there are still controversies regarding correlation

between blood and central BDNF levels. There is no consensus in the literature about how far

human blood BDNF reflects accurately the concentration of BDNF in the central nervous

system (Sen et al., 2008; MacQueen, 2009).

In addition, it is important to notice that more recently three isoforms of BDNF were

identified. The intracellular synthesis of BDNF is initiated as the pre-pro-BDNF precursor

form, and then the pre-region is removed resulting in the pro-BDNF form (Mizui et al. 2014,

Foltran and Diaz, 2016), which after a new cleavage forms mature BDNF (m-BDNF) and

BDNF pro-peptide. In vitro assays suggest that pro-BDNF is the major secreted form, not m-

BDNF (Mowla et al., 2001; Kowiański, 2017), but in the extracellular medium, the pro-

BDNF may undergo cleavage by the action of plasmin (Diniz et al., 2018). Both m-BDNF,

BDNF pro-peptide and pro-BDNF can interact with Trk and p75NTR

receptor, although each

one exhibits different biological activities (Mizui et al. 2014, Porcher et al., 2018). The m-

BDNF has high affinity for TrkB receptors (Li et al., 2018) and its activation has been

implicated in neural excitability and increased synaptic strength (Jiang et al., 2017). On the

other hand, pro-BDNF and BDNF pro-peptide performs its biological actions mainly through

the binding to p75NTR

neurotrophin receptors and has been described as an inhibitor of

excitability and facilitator of synaptic depression (Mizui et al. 2014, Phillips, 2017).

The commercial kit used in our study to measure BDNF is not specific for BDNF isoforms,

and the measurement is related to the demonstration of total BDNF amount, both described

isoforms. The pro-BDNF/m-BDNF ratio seems to be critical for the determination of

physiological or pathological conditions (Yoshida et al., 2012; Foltran and Diaz, 2016;

Angoa-Perez et al., 2017). Increased pro-BDNF levels in the prefrontal cortex and ventral

tegmental area, and reduced levels of m-BDNF in the prefrontal cortex and hippocampus are

observed in different studies using animal models of depression (Hashimoto, 2016; Zhao et

al., 2016; Lippmann et al., 2007; Shirayama et al., 2015). Despite this, studies with humans

that analyze pro-BDNF/m-BDNF ratio in blood are infrequent, and few studies showed

changed ratio in patients with major depression (Yoshida et al., 2012; Zhou et al., 2013;

Sodersten et al., 2014; Zhao et al., 2017).

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

65

We initially supposed that ayahuasca would modulate BDNF levels, and this was observed.

After dosing (D2) we found higher levels of BDNF in the individuals treated with ayahuasca

compared with placebo, regardless of the group (MD or CG). The between-group effect size

was medium. Additionally, patients that were treated with ayahuasca, and not with placebo,

presented a negative significant correlation between BDNF levels and MADRS scores at D2:

higher serum BDNF levels were correlated with lower depression symptomatology, after the

session with ayahuasca.

N, N dimethyltryptamine (N,N-DMT), the main active compound of ayahuasca, activates 5-

HT2A and σ1R pathways involved in neuroplasticity (Inserra, 2018; Fields & Mitchell, 2017).

Ayahuasca also induces an acute increase of cortisol levels (Santos et al., 2011; Galvão et al.,

2018). Specifically, these same volunteers showed an increase of approximately 100% of

salivary cortisol 1h 40min after ayahuasca intake, which probably was important to reach

physiological levels of this hormone in hypocortisolemic volunteers (Galvão et al., 2018).

Thus, the cortisol pathway could be critically implied in the mechanism related to how

ayahuasca modulation of BDNF molecule. Although this study suggests higher levels of

BDNF in volunteers treated with ayahuasca than those treated with placebo, a detailed

explanation of specific pathways possibly involved in ayahuasca modulation of serum BDNF

expression needs further pre-clinical and clinical investigation. Nevertheless, the early

association between ayahuasca treatment and BDNF found herein 48 hours after dosing, gives

support to a potential mechanism behind the observed antidepressant effects of ayahuasca. In

this sense, it is also important highlight that previous studies also described significant

increases in serum BDNF levels just after a longer period of antidepressant treatment, i.e.,

after 8 to 12 weeks (Gonul et al., 2003; Aydemir et al., 2005), only psychedelics with

antidepressant potential that demonstrate rapid action via BDNF synthesis and secretion

(Kavalali & Monteggia 2015; Harmer et al., 2017).

Although we did not find a relationship between BDNF and treatment response and remission

at D2, it is important to highlight that we also did not observe significant between-group

(AYA and PLA) differences in response and remission rates at D2 (Palhano-Fontes et al.,

2018). Stronger effects and significant between-group differences in response and remission

were observed only at D7 (Palhano-Fontes et al., 2018). In the present analysis, no significant

correlations were observed between BDNF and MADRS scores at D7. Most probably, the

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

66

chosen frequency and time point for the investigation of serum BDNF, being just one

sampling and specifically at 48 hours after intake, may have limited observation of relation

between BDNF levels and clinical improvement induced by ayahuasca at D7.

Despite previous findings indicating a positive correlation between antidepressant effects and

the expression of BDNF (Zhou et al., 2017), not all studies support this finding (Halaris et al.,

2015; Castren & Rantamaki, 2008; Piccinni et al., 2008). Few studies using double-blind

placebo-controlled design have investigated BDNF in major depression (Brunoni et al., 2014;

Teche et al., 2013), and studies with psychedelic substances evaluating depression patients are

more scarce. Ketamine, an anesthetic with psychedelic proprieties, have been tested in

depressive patients and animal models (Ly et al., 2018; Lepack et al., 2014; Haile et al., 2014;

Allen et al., 2015). In treatment-resistant depression patients, ketamine increased plasma

BDNF only in responder patients between 4 hours after intake until 1 week later (Haile et al.,

2014; Allen et al., 2015).

In addition to some limitations discussed above, other restrictions in the present study should

be considered. First, the genetic factor related to BDNF was not considered in this work.

Some studies suggest that major depressive disorder is directly linked to single nucleotide

functional polymorphism of BDNF, leading to valine (Val) substitution by methionine (Met)

at codon 66 (Val66Met), and heterozygous patients presenting the Val66Met polymorphism

have more promising responses to antidepressants when compared to Val/Val homozygotes

(Brandl & Walter, 2017; Kao et al., 2018). Second, serum cortisol and BDNF were measured

only once, and considering that these molecules have circadian rhythm (Cain et al., 2017;

Wright et al., 2015), studies that cover sequential measurements throughout the day and

during different days could point to more precise results.

This was the first double-blind randomized placebo-controlled trial that investigated changes

in BDNF levels after an intervention with a psychedelic substance. The results point to

important observations, such as the report of different baseline serum BDNF levels in respect

to serum cortisol, the higher levels of BDNF in volunteers treated with ayahuasca than

placebo 48 hours after dosing, as well a clear association between higher serum BDNF and

lower symptoms of depression in D2. However, other important questions are still a gap in the

field, which, in turn, open path for the development of future research. Thus similar studies

could be conduced to better understand the relationship between BDNF and major depression

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

67

and how ayahuasca exert the direct modulation of this neurotrophin, thus contributing both to

the elucidation of the etiology and treatment of depression.

5 Conflict of Interest

The authors declare that the research was conducted in the absence of any commercial or

financial relationships that could be construed as a potential conflict of interest.

6 Author Contributions

NG, BL, DB, JP and FP designed the experiments; RN and AG measured hormonal data; RN,

FP, ES and AG collected experimental data, carried out statistical analysis and prepared the

figures; RN, AG, FS, NG, BL and FP prepared the manuscript.

7 Author Agreement Statement

We confirm that the manuscript has been read and approved by all named authors and that

there are no other persons who satisfied the criteria for authorship but are not listed. We

further confirm that the order of authors listed in the manuscript has been approved by all of

us.

8 Funding

This study was funded by the Brazilian National Council for Scientific and Technological

Development (CNPq, grants #466760/2014 & #479466/2013), and by the CAPES Foundation

within the Brazilian Ministry of Education (grants #1677/2012 & #1577/2013).

9 Non-standard abbreviations

AYA: ayahuasca;

CG: control group of healthy individuals;

D-1: admitted on hospital

D2: 48 hours after the dosing session;

D7: 7 days after the dosing session;

EC: eucortisolemia;

HC: hypocortisolemia;

MD: patients with treatment-resistant major depression;

NR: non-responders;

NRr: non - remitted patients;

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

68

PLA: placebo;

R: responders;

Rr: remitted patients;

10 Acknowledgments

The authors would like to express their gratitude to all patients who volunteered for this

experiment, and to the Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), from the Federal

University of Rio Grande do Norte, Brazil, for institutional support.

11 References

Aherne D, Fitzgerald A, Aherne C, Fitzgerald N, Slattery M, Whelan, N. (2017). Evidence for

the treatment of moderate depression: a systematic review. Irish Journal of Psychological

Medicine. 34: 7. doi:10.1017/ipm.2017.10

Allen, A., Naughton, M., Dowling, J., Walsh, A., Ismail, F., & Shorten, G. et al. (2015).

Serum BDNF as a peripheral biomarker of treatment-resistant depression and the rapid

antidepressant response: A comparison of ketamine and ECT. Journal Of Affective Disorders,

186, 306-311. doi:10.1016/j.jad.2015.06.033

Alves, LPC & Rocha, NS. (2018). Lower levels of brain-derived neurotrophic factor are

associated with melancholic psychomotor retardation among depressed inpatients. Bipolar

Disorders. doi:10.1111/bdi.12636

Annane D, Maxime V, Ibrahim F, Alvarez JC, Abe E, Boudou P. (2006). Diagnosis of adrenal

insufficiency in severe sepsis and septic shock. Am J Respir Crit Care Med. 174: 7. doi:

10.1164/rccm.200509-1369OC

Angoa-Perez M, Anneken JH, Kuhn DM. (2017). The Role of Brain-Derived Neurotrophic

Factor in the Pathophysiology of Psychiatric and Neurological Disorders. Journal of

Psychiatry and Psychiatric Disorders, 1: 17. doi:10.26502/jppd.2572-519X0024

Ardalan M, Wegener G, Rafati AH, Nyengaard JR. (2017). S-Ketamine Rapidly Reverses

Synaptic And Vascular Deficits Of Hippocampus In Genetic Animal Model Of

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

69

Depression. International Journal Of Neuropsychopharmacology. 20: 9.

doi:10.1093/ijnp/pyw098.

Aydemir O, Deveci A, Taneli F. (2005). The effect of chronic antidepressant treatment on

serum brain-derived neurotrophic factor levels in depressed patients: a preliminary study.

Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 29: 4. doi:10.1016/j.pnpbp.2004.11.009

Brandl, EJ & Walter, H, (2017). From pharmacogenetics to imaging pharmacogenetics:

elucidating mechanisms of antidepressant response. Pharmacogenomics. 18:10. doi:

10.2217/pgs-2017-0082.

Brierley DI, Davidson C. (2012). Developments in harmine pharmacology — Implications for

ayahuasca use and drug-dependence treatment. Progress in Neuropsychopharmacology and

Biological Psychiatry, 39: 9. doi:10.1016/j.pnpbp.2012.06.001

Brown, GM, McIntyre RS, Rosenblat J, Hardeland R. (2018). Depressive Disorders:

Processes Leading To Neurogeneration And Potential Novel Treatments. Progress In Neuro-

Psychopharmacology And Biological Psychiatry 80: 15. doi:10.1016/j.pnpbp.2017.04.023.

Brunoni, AR., Boggio, PS., De Raedt, R., Benseñor, IM., Lotufo, PA., Namur, V. &

Vanderhasselt, MA. (2014). Cognitive control therapy and transcranial direct current

stimulation for depression: a randomized, double-blinded, controlled trial. Journal of affective

disorders, 162. doi: 10.1016/j.jad.2014.03.026.

Brunoni AR, Lopes M, Fregni F. (2008). A systematic review and meta-analysis of clinical

studies on major depression and BDNF levels: implications for the role of neuroplasticity in

depression. International Journal of Neuropsychopharmacology. 11: 11.

Brunoni AR, Moffa AH, Sampaio-Júnior B, Gálvez V, Loo CK. (2017). Treatment-emergent

mania/hypomania during antidepressant treatment with transcranial direct current stimulation

(tDCS): a systematic review and meta-analysis. Brain stimulation. 10: 2. doi:

https://doi.org/10.1016/j.brs.2016.11.005

Cain, S. W., Chang, A. M., Vlasac, I., Tare, A., Anderson, C., Czeisler, C. A., & Saxena, R.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

70

(2017). Circadian rhythms in plasma brain-derived neurotrophic factor differ in men and

women. Journal of biological rhythms, 32:1, 75-82.

Carbonaro TM, Gatch MB. (2016). Neuropharmacology of N, N-dimethyltryptamine. Brain

research bulletin. 126: 14. doi: 10.1016/j.brainresbull.2016.04.016.

Carhart-Harris, R., Roseman, L., Bolstridge, M., Demetriou, L., Pannekoek, J., & Wall, M. et

al. (2017). Psilocybin for treatment-resistant depression: fMRI-measured brain mechanisms.

Scientific Reports, 7:1. doi:10.1038/s41598-017-13282-7

Castren E, Rantamaki T. (2008). Neurotrophins in depression and antidepressant effects.

Novartis Found Symp. 289:43–52. https://doi.org/10.1002/9780470751251.ch4

Chou YH, Lirng JF, Hsieh WC, Chiu YC, Tu YA, Wang SJ. (2016). Neither cortisol nor

brain-derived neurotrophic factor is associated with serotonin transporter in bipolar

disorder. European Neuropsychopharmacology. 26: 7. doi: 10.1016/j.euroneuro.2015.12.011

Collo G, Pich EM. (2018). Ketamine enhances structural plasticity in human dopaminergic

neurons: possible relevance for treatment-resistant depression. Neural Regeneration

Research 13: 645. doi:10.4103/1673-5374.230288.

Dai TT, Wang B, Xiao ZY, You Y, Tian SW. (2018). Apelin-13 Upregulates BDNF Against

Chronic Stress-Induced Depression-Like Phenotypes By Ameliorating HPA Axis And

Hippocampal Glucocorticoid Receptor Dysfunctions. Neuroscience 390: 9.

doi:10.1016/j.neuroscience.2018.08.018.

Diniz, CRAF, Casarotto PC, Resstel L, Joca SRL. (2018). Beyond good and evil: a putative

continuum-sorting hypothesis for the functional role of pro BDNF/BDNF-propeptide/mBDNF

in antidepressant treatment. Neuroscience & Biobehavioral Review. 90: 12.

doi:10.1016/j.neubiorev.2018.04.001.

Dakic, V., Maciel, R., Drummond, H., Nascimento, J., Trindade, P., & Rehen, S. (2016).

Harmine stimulates proliferation of human neural progenitors. Peerj, 4, e2727.

doi:10.7717/peerj.2727

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

71

Dakic, V., Minardi Nascimento, J., Costa Sartore, R., Maciel, R., de Araujo, D., & Ribeiro, S.

et al. (2017). Short term changes in the proteome of human cerebral organoids induced by 5-

MeO-DMT. Scientific Reports, 7:1. doi:10.1038/s41598-017-12779-5

Duman RS, Monteggia LM. (2006). A neurotrophic model for stress-related mood

disorders. Biological psychiatry. 59: 12.

Elfving B, Buttenschøn HN, Foldager L, Poulsen PH, Andersen JH, Grynderup MB et al.

(2012). Depression, the val66met polymorphism, age, and gender influence the serum BDNF

level. Journal of Psychiatric Research 46: 8. doi:10.1016/j.jpsychires.2012.05.003.

Ferrari, F & Villa, R. (2016). The Neurobiology of Depression: an Integrated Overview from

Biological Theories to Clinical Evidence. Molecular Neurobiology, 54:7.

doi:10.1007/s12035-016-0032-y

Fields D, Mitchell G. (2017). Divergent cAMP signaling differentially regulates serotonin-

induced spinal motor plasticity. Neuropharmacology. 113: 7.

doi:10.1016/j.neuropharm.2016.09.018

Foltran RB, Diaz SL. (2016). BDNF isoforms: a round trip ticket between neurogenesis and

serotonin? Journal of neurochemistry, 138: 17. doi: 10.1111/jnc.13658

Fortunato, J., Réus, G., Kirsch, T., Stringari, R., Fries, G., & Kapczinski, F. et al. (2010).

Chronic administration of harmine elicits antidepressant-like effects and increases BDNF

levels in rat hippocampus. Journal Of Neural Transmission, 117:10. doi:10.1007/s00702-010-

0451-2

Galvão ACM, Almeida RN, Silva EAS, Freire FA, Palhano-Fontes F, Onias H et al. (2018).

Cortisol modulation by ayahuasca in patients with treatment resistant depression and healthy

controls. Frontiers in psychiatry. 9: 10. https://doi.org/10.3389/fpsyt.2018.00185

Gersner R, Gal R, Levit O, Moshe H, Zangen A. (2014). Inherited behaviors, BDNF

expression and response to treatment in a novel multifactorial rat model for depression. The

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

72

International Journal of Neuropsychopharmacology 17: 11.

doi:10.1017/s1461145714000030.

Gonul A, Akdeniz F, Taneli F, Donat O, Eker C, Vahip S. (2003). The effect of treatment on

serum brain-derived neurotrophic factor levels in depressed patients. European

Neuropsychopharmacology. 13: S203. doi:10.1016/s0924-977x(03)91777-9

Gram LF, Balant LP, Meltzer HY, Dahl SG. (Eds.). (2013). Clinical pharmacology in

psychiatry: Strategies in psychotropic drug development (Vol. 10). Springer Science &

Business Media.

Griffiths, R., Johnson, M., Carducci, M., Umbricht, A., Richards, W., & Richards, B. et al.

(2016). Psilocybin produces substantial and sustained decreases in depression and anxiety in

patients with life-threatening cancer: A randomized double-blind trial. Journal Of

Psychopharmacology, 30:12, 1181-1197. doi:10.1177/0269881116675513

Haile, C., Murrough, J., Iosifescu, D., Chang, L., Al Jurdi, R., & Foulkes, A. et al. (2014).

Plasma brain derived neurotrophic factor (BDNF) and response to ketamine in treatment-

resistant depression. The International Journal Of Neuropsychopharmacology, 17:02, 331-

336. doi:10.1017/s1461145713001119

Halaris A, Sharma A, Meresh E, Pandey G, Kang R & Sinacore J. (2015). Serum BDNF: A

Potential Biomarker for Major Depressive Disorder and Antidepressant Response Prediction.

J Depress Anxiety 4:179. doi:10.4172/2167-1044.1000179

Hamilton M. (1960). A rating scale for depression. Journal of neurology neurosurgery, and

psychiatry, 23: 6.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

73

Harmer, C., Duman, R., & Cowen, P. (2017). How do antidepressants work? New

perspectives for refining future treatment approaches. The Lancet Psychiatry, 4(5), 409-418.

doi:10.1016/s2215-0366(17)30015-9

Hashimoto K. (2016). Regulation of brain-derived neurotrophic factor (BDNF) and its

precursor proBDNF in the brain by serotonin. Eur Arch Psychiatry Clin Neuroscience. 266:

2. doi:10.1007/s00406-016-0682-9

Hellweg R, Ziegenhorn A, Heuser I, Deuschle M. (2008). Serum concentrations of nerve

growth factor and brain-derived neurotrophic factor in depressed patients before and after

antidepressant treatment. Pharmacopsychiatry. 41: 5. doi:10.1055/s-2007-1004594.

Hengartner, M., & Plöderl, M. (2018). Statistically Significant Antidepressant-Placebo

Differences on Subjective Symptom-Rating Scales Do Not Prove That the Drugs Work:

Effect Size and Method Bias Matter!. Frontiers In Psychiatry, 9.

doi:10.3389/fpsyt.2018.00517

Horák M, Hasíková L, & Verter N. (2018) Therapeutic Potential Ascribed to Ayahuasca by

Users in the Czech Republic. Journal of Psychoactive Drugs. 30: 7.

doi: 10.1080/02791072.2018.1511878

Huang X, Zhou Y, He H, Mei F, Sun B, … & Zhang XY. (2017). Association of serum bdnf

levels with psychotic symptom in chronic patients with treatment-resistant depression in a

chinese han population. Psychiatry Research. 257: 4. doi:10.1016/j.psychres.2017.07.076.

Iimori T, Nakajima S, Miyazaki T, Tarumi R, Ogyu K, Noda Y. (2018). Effectiveness of the

prefrontal repetitive transcranial magnetic stimulation on cognitive profiles in depression,

schizophrenia, and alzheimer's disease: a systematic review. Progress In Neuro-

Psychopharmacology And Biological Psychiatry. 88: 9. doi:10.1016/j.pnpbp.2018.06.014.

Inserra A. (2018). Hypothesis: the psychedelic ayahuasca heals traumatic memories via a

sigma 1 receptor-mediated epigenetic-mnemonic process. Frontiers In Pharmacology. 9: 330.

doi:10.3389/fphar.2018.00330.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

74

Jesulola E, Micalos P, Baguley IJ. (2018). Understanding The Pathophysiology Of

Depression: From Monoamines To The Neurogenesis Hypothesis Model - Are We There

Yet? Behavioural Brain Research. 341: 11. doi:10.1016/j.bbr.2017.12.025.

Jevtović, S., Karlović, D., Mihaljević-Peleš, A., Šerić, V., Vrkić, N., & Jakšić, N. (2011).

Serum brain-derived neurotrophic factor (BDNF): the severity and symptomatic dimensions

of depression. Psychiatria Danubina, 23:4

Jiang H, Chen S, Li C, Lu N, Yue Y, Yuan Y. (2017). The serum protein levels of the tpa-

bdnf pathway are implicated in depression and antidepressant treatment. Translational

Psychiatry. 7: e1079. doi:10.1038/tp.2017.43.

Kao, C., Liu, Y., Yu, Y., Yang, A., Lin, E., Kuo, P., & Tsai, S. (2018). Gene-based analysis

of genes related to neurotrophic pathway suggests association of BDNF and VEGFA with

antidepressant treatment-response in depressed patients. Scientific Reports, 8:1.

doi:10.1038/s41598-018-25529-y

Kavalali, E., & Monteggia, L. (2015). How does ketamine elicit a rapid antidepressant

response?. Current Opinion In Pharmacology, 20. doi:10.1016/j.coph.2014.11.005

Khalin I, Alyautdin R, Wong TW, Gnanou J, Kocherga G, Kreuter J. (2016). Brain-derived

neurotrophic factor delivered to the brain using poly (lactide-co-glycolide) nanoparticles

improves neurological and cognitive outcome in mice with traumatic brain injury. Drug

Delivery, 23: 8. doi: 10.1080/10717544.2016.1199609.

Kirsch I. (2014). Antidepressants and the Placebo Effect. Zeitschrift Für Psychologie, 222: 7.

doi:10.1027/2151-2604/a000176

Kowiański P, Lietzau PG, Czuba E, Waśkow M, Steliga A, Morys J. (2017). BDNF: a key

factor with multipotent impact on brain signaling and synaptic plasticity. Cellular And

Molecular Neurobiology 38: 14. doi:10.1007/s10571-017-0510-4.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

75

Kraus C, Castrén E, Kasper S, Lanzenberger R. (2017). Serotonin and neuroplasticity – links

between molecular, functional and structural pathophysiology in depression. Neuroscience &

Biobehavioral Reviews. 77: 9. doi:10.1016/j.neubiorev.2017.03.007.

Kreinin, A., Lisson, S., Nesher, E., Schneider, J., Bergman, J., & Farhat, K. et al. (2015).

Blood BDNF Level Is Gender Specific in Severe Depression. PLOS ONE, 10:5, e0127643.

doi:10.1371/journal.pone.0127643

Kunugi, H., Hori, H., Adachi, N., & Numakawa, T. (2010). Interface between hypothalamic-

pituitary-adrenal axis and brain-derived neurotrophic factor in depression. Psychiatry And

Clinical Neurosciences, 64: 5. doi:10.1111/j.1440-1819.2010.02135.x

Lepack, A., Fuchikami, M., Dwyer, J., Banasr, M., & Duman, R. (2014). BDNF Release Is

Required for the Behavioral Actions of Ketamine. International Journal Of

Neuropsychopharmacology, 18:1 pyu033-pyu033. doi:10.1093/ijnp/pyu033

Li YJ, Li YJ, Yang LD, Zhang K, Zheng KY, … & Wu YM. (2018). Silibinin exerts

antidepressant effects by improving neurogenesis through BDNF/Trkb pathway. Behavioural

Brain Research. 348: 7. doi:10.1016/j.bbr.2018.04.025.

Lippmann M, Bress A, Nemeroff CB, Plotsky PM, Monteggia L. M. (2007). Long‐term

behavioural and molecular alterations associated with maternal separation in rats. European

Journal of Neuroscience. 25: 7. doi:10.1111/j.1460-9568.2007.05522.x

Lopes, CD, Gonçalves NP, Gomes CP, Saraiva MJ, Pêgo AP. (2017). BDNF gene delivery

mediated by neuron-targeted nanoparticles is neuroprotective in peripheral nerve

injury. Biomaterials. 121: 13. doi:10.1016/j.biomaterials.2016.12.025.

Lupien SJ, Maheu F, Tu M, Fiocco A, Schramek TE. (2007). The effects of stress and stress

hormones on human cognition: implications for the field of brain and cognition. Brain and

cognition, 65: 28. Doi:10.1016/j.bandc.2007.02.007

Ly C, Greb AC, Cameron LP, Wong JM, Barragan EV, ... & Duim WC. (2018). Psychedelics

Promote Structural and Functional Neural Plasticity. Cell reports. 23: 12.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

76

doi:10.1016/j.celrep.2018.05.022.

Ma L, Xu Y, Wang G, Li R. (2019). What do we know about sex differences in depression: a

review of animal models and potential mechanisms. Progress In Neuro-Psychopharmacology

And Biological Psychiatry. 89: 8. doi:10.1016/j.pnpbp.2018.08.026.

MacQueen GM. (2009). Magnetic resonance imaging and prediction of outcome in

patients with major depressive disorder. Journal of psychiatry & neuroscience: JPN. 34: 7.

doi: PMC2732740

Marek GJ. (2017). Interactions of hallucinogens with the glutamatergic system:

permissive network effects mediated through cortical layer V pyramidal neurons. Current

Topics in Behavioral Neurosciences, 36: 28. doi:10.1007/7854_2017_480

Mizui, T., Ishikawa, Y., Kumanogoh, H., Lume, M., Matsumoto, T., Hara, T. & Uegaki, K.

(2015). BDNF pro-peptide actions facilitate hippocampal LTD and are altered by the common

BDNF polymorphism Val66Met. Proceedings of the National Academy of Sciences,

201422336. doi: 10.3390/ijms18051042.

Molendijk ML, Bus BA, Spinhoven P, Penninx BW, Kenis G, … & Elzinga BM. (2011).

Serum levels of brain-derived neurotrophic factor in major depressive disorder: state–trait

issues, clinical features and pharmacological treatment. Molecular Psychiatry 16: 7.

doi:10.1038/mp.2010.98.

Molendijk M, Molero P, Sánchez-Pedreño FO, Van der Does W, Martínez-González MA.

(2018). Diet quality and depression risk: a systematic review and dose-response meta-analysis

of prospective studies. Journal of affective disorders. 226:8. doi: 10.1016/j.jad.2017.09.022.

Montgomery, S., & Asberg, M. (1979). A new depression scale designed to be sensitive to

change. The British Journal Of Psychiatry, 134:4, 382-389. doi:10.1192/bjp.134.4.382

Morales-García, J., de la Fuente Revenga, M., Alonso-Gil, S., Rodríguez-Franco, M.,

Feilding, A., Perez-Castillo, A., & Riba, J. (2017). The alkaloids of Banisteriopsis caapi, the

plant source of the Amazonian hallucinogen Ayahuasca, stimulate adult neurogenesis in vitro

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

77

. Scientific Reports, 7:1. doi:10.1038/s41598-017-05407-9

Mowla SJ, Farhadi HF, Pareek S, Atwal JK, Morris SJ & Murphy RA. (2001). Biosynthesis

and post‐translational processing of the precursor to brain‐derived neurotrophic factor. J. Biol.

Chem. 276: 6.

Nurden AT. (2018). The Biology Of The Platelet With Special Reference To Inflammation,

Wound Healing And Immunity. Pubmed - NCBINcbi.Nlm.Nih.Gov. [Preprint]. Available at:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28930569 (Accessed September 18, 2018).

Osório, F., Sanches, R., Macedo, L., dos Santos, R., Maia-de-Oliveira, J., & Wichert-Ana, L.

et al. (2015). Antidepressant effects of a single dose of ayahuasca in patients with recurrent

depression: a preliminary report. Revista Brasileira De Psiquiatria, 37:1, 13-20.

doi:10.1590/1516-4446-2014-1496

Ozan E, Okur H, Eker Ç, Eker ÖD, Gönül AS, Akarsu N. (2010). The effect of depression,

BDNF gene val66met polymorphism and gender on serum BDNF levels. Brain research

bulletin. 81: 61-65. doi: 10.1016/j.brainresbull.2009.06.022.

Palhano-Fontes F, Barreto D, Onias H, Andrade KC, Novaes MM, ... & Araujo DB (2018).

Rapid Antidepressant Effects Of The Psychedelic Ayahuasca In Treatment-Resistant

Depression: A Randomized Placebo-Controlled Trial. Psychological Medicine, 15: 9.

doi:10.1017/s0033291718001356.

Papakostas GI, Shelton RC, Kinrys G, Henry ME, Bakow BR & Bilello JA. (2011).

Assessment Of A Multi-Assay, Serum-Based Biological Diagnostic Test For Major

Depressive Disorder: A Pilot And Replication Study. Molecular Psychiatry. 18: 8.

doi:10.1038/mp.2011.166.

Phillips C. (2017). Brain-derived neurotrophic factor, depression, and physical activity:

Making the neuroplastic connection. Neural plasticity. 2017: 7260130. doi:

10.1155/2017/7260130

Piccinni A, Marazziti D, Catena M, Domenici L, Del Debbio A, ... & Mariotti A. (2008).

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

78

Plasma and serum brain-derived neurotrophic factor (BDNF) in depressed patients during 1

year of antidepressant treatments. 105: 4. doi:10.1016/j.jad.2007.05.005

Pius-Sadowska E, Machaliński B. (2017). BDNF – A Key Player In Cardiovascular

System. Journal of Molecular And Cellular Cardiology 110: 54-60.

doi:10.1016/j.yjmcc.2017.07.007.

Porcher C, Medina I, Gaiarsa JL. (2018). Mechanism of BDNF modulation in gabaergic

synaptic transmission in healthy and disease brains. Frontiers In Cellular Neuroscience. 12: 9

doi:10.3389/fncel.2018.00273.

Ross, S., Bossis, A., Guss, J., Agin-Liebes, G., Malone, T. & Cohen, B., et al. (2016). Rapid

and sustained symptom reduction following psilocybin treatment for anxiety and depression

in patients with life-threatening cancer: a randomized controlled trial. Journal Of

Psychopharmacology, 30:12, 1165-1180. doi:10.1177/0269881116675512

Roddy DW, Farrell, C., Doolin, K., Roman, E., Tozzi, & O’Hanlon E. (2018). The

Hippocampus In Depression: More Than The Sum Of Its Parts? Advanced Hippocampal

Substructure Segmentation In Depression. Biological Psychiatry.

doi:10.1016/j.biopsych.2018.08.021.

Santos R, Osório F, Crippa J, Riba J, Zuardi A, Hallak J. (2016). Antidepressive, anxiolytic,

and antiaddictive effects of ayahuasca, psilocybin and lysergic acid diethylamide (LSD): a

systematic review of clinical trials published in the last 25 years. Therapeutic Advances In

Psychopharmacology. 6: 20. doi:10.1177/2045125316638008

Santos, R., Valle, M., Bouso, J., Nomdedéu, J., Rodríguez-Espinosa, J., & McIlhenny, E. et

al. (2011). Autonomic, Neuroendocrine, and Immunological Effects of Ayahuasca. Journal Of

Clinical Psychopharmacology, 31:6, 717-726. doi:10.1097/jcp.0b013e31823607f6

Sanches, R. F., de Lima Osório, F., Dos Santos, R. G., Macedo, L. R., Maia-de-Oliveira, J. P.,

Wichert-Ana, L. & Hallak, J. E. (2016). Antidepressant effects of a single dose of ayahuasca

in patients with recurrent depression: a SPECT study. Journal of clinical

psychopharmacology, 36:1, 77-81. doi: 10.1097/JCP.0000000000000436.

Sanchez M. (2018). An Evaluation of Traditional and Non-Traditional

Psychopharmacological Treatments for Major Depression. Accessed: 13 September 2018.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

79

Available in. < https://scholarworks.gvsu.edu/honorsprojects/679/>.

Silva FS, dos Santos Silva, EA, de Sousa Junior GM, Maia-de-Oliveira JP, Rachetti VDPS &

Galvao-Coelho NL. (2018). Acute antidepressant effect of ayahuasca in juvenile non-human

primate model of depression. Brazil J. Psychiatry. 2018: 9. doi:10.1590/1516-4446-2018-

0140

Schmidt HD, Duman RS. (2010). Peripheral BDNF produces antidepressant-like effects in

cellular and behavioral models. Neuropsychopharmacology. 35: 13. doi:

10.1038/npp.2010.114

Schwabe L, Joëls M, Roozendaal B, Wolf O, Oitzl M. (2012). Stress effects on memory: An

update and integration. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 36: 9.

doi:10.1016/j.neubiorev.2011.07.002

Sen S, Duman R, Sanacora G. (2008). Serum brain-derived neurotrophic factor, depression,

and antidepressant medications: meta-analyses and implications. Biological psychiatry. 64: 5.

doi: 10.1016/j.biopsych.2008.05.005.

Sheldrick A, Camara S, Ilieva M, Riederer P, Michel T. M. (2017). Brain-Derived

Neurotrophic Factor (BDNF) And Neurotrophin 3 (NT3) Levels In Post-Mortem Brain Tissue

From Patients With Depression Compared To Healthy Individuals – A Proof Of Concept

Study. European Psychiatry. 46: 6. doi:10.1016/j.eurpsy.2017.06.009.

Shirayama Y, Yang C, Zhang J, Ren Q, Yao W, Hashimoto K. (2015). Alterations in brain-

derived neurotrophic factor (BDNF) and its precursor proBDNF in the brain regions of a

learned helplessness rat model and the antidepressant effects of a TrkB agonist and

antagonist. European Neuropsychopharmacology, 25: 8.

doi:10.1016/j.euroneuro.2015.09.002

Sodersten K, Palsson E, Ishima T, Funa K, Landén M & Agren H. (2014) Abnormality in

serum levels of mature brain-derived neurotrophic factor (BDNF) and its precursor proBDNF

in mood-stabilized patients with bipolar disorder: a study of two independent cohorts. J Affect

Disord. 160: 9. doi: 10.1016/j.jad.2014.01.009

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

80

Strawn, J., Mills, J., Sauley, B., & Welge, J. (2018). The Impact of Antidepressant Dose and

Class on Treatment Response in Pediatric Anxiety Disorders: A Meta-Analysis. Journal Of

The American Academy Of Child & Adolescent Psychiatry, 57:4, 235-244.e2.

doi:10.1016/j.jaac.2018.01.015

Tapia-Arancibia L, Rage F, Givalois L, Arancibia S. (2004). Physiology of BDNF: focus on

hypothalamic function. Frontiers in neuroendocrinology. 25: 30.

Teche, S. P., Nuernberg, G. L., Sordi, A. O., de Souza, L. H., Remy, L., Ceresér, K. M. M., &

Rocha, N. S. (2013). Measurement methods of BDNF levels in major depression: a qualitative

systematic review of clinical trials. Psychiatric Quarterly, 84:4, 485-497.

Tharmaratnam T, Tabobondung T, Tabobondung T, Doherty S. (2018). Synergistic Effects Of

Brain-Derived Neurotrophic Factor (BDNF) And Exercise Intensity On Memory In The

Adolescent Brain: A Commentary. Environmental Health And Preventive Medicine. 23: 12.

doi:10.1186/s12199-018-0701-8.

Tsai S, Su T. (2017). Sigma-1 receptors fine-tune the neuronal networks. Advances In

Experimental Medicine And Biology. 964: 5. doi:10.1007/978-3-319-50174-1_7

Umukoro S, Adebesin A, Agu G, Omorogbe O, Asehinde SB. (2018). Antidepressant-like

activity of methyl jasmonate involves modulation of monoaminergic pathways in

mice. Advances In Medical Sciences. 63: 7. doi:10.1016/j.advms.2017.07.005.

Vollenweider FX, Kometer M. (2010). The neurobiology of psychedelic drugs: implications

for the treatment of mood disorders. Nature Reviews Neuroscience. 11: 9. doi:

10.1038/nrn2884.

Wagner S, Kayser S, Engelmann J, Schlicht KF, Dreimüller N & Lieb K. (2018). Plasma

brain-derived neurotrophic factor (pBDNF) and executive dysfunctions in patients with major

depressive disorder. The World Journal of Biological Psychiatry. doi: 10.1080 /

15622975.2018.1425478

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

81

Wilkinson ST, Kiselycznyk C, Banasr M, Webler RD, Haile C, Mathew SJ. (2018). Serum

And Plasma Brain-Derived Neurotrophic Factor And Response In A Randomized Controlled

Trial Of Riluzole For Treatment Resistant Depression. Journal Of Affective Disorders. 241: 5.

doi:10.1016/j.jad.2018.08.075.

Winkelman MJ. (2017). The mechanisms of psychedelic visionary experiences: hypotheses

from evolutionary psychology. Frontiers in neuroscience. 11: 539.

doi: 10.3389/fnins.2017.00539

Wolkowitz OM, Reus VI, Mellon SH. (2011). Of sound mind and body: depression, disease,

and accelerated aging. Dialogues in Clinical Neuroscience. 13: 14.

Wright Jr, K. P., Drake, A. L., Frey, D. J., Fleshner, M., Desouza, C. A., Gronfier, C., &

Czeisler, C. A. (2015). Influence of sleep deprivation and circadian misalignment on cortisol,

inflammatory markers, and cytokine balance. Brain, behavior, and immunity, 47.

Xing, Y., Wen, C. Y., Li, S. T., & Xia, Z. X. (2016). Non-viral liposome-mediated transfer of

brain-derived neurotrophic factor across the blood-brain barrier. Neural Regeneration

Research. 11: 5. doi:10.4103/1673-5374.180747.

Yang C, Kobayashi S, Nakao K, Dong C, Han M, Qu Y, ... & Yamaguchi JI. (2018). AMPA

receptor activation–independent antidepressant actions of ketamine metabolite (S)-

Norketamine. Biological Psychiatry. 84: 9. doi:10.1016/j.biopsych.2018.05.007.

Yip AG, George MS, Tendler A, Roth Y, Zangen A, Carpenter LL. (2017). 61% Of

Unmedicated Treatment Resistant Depression Patients Who Did Not Respond To Acute TMS

Treatment Responded After Four Weeks Of Twice Weekly Deep TMS In The Brainsway

Pivotal Trial. Brain Stimulation. 10: 2. doi:10.1016/j.brs.2017.02.013.

Yoshida T, Ishikawa M, Iyo M, Hashimoto K. (2012). Serum levels of mature brain-derived

neurotrophic factor (BDNF) and its precursor proBDNF in healthy subjects. The Open

Clinical Chemistry Journal. 10: 39.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

82

Zhao G, Zhang C, Chen J, Su Y, Zhou R & Fang Y. (2016). Ratio of mBDNF to proBDNF

for Differential Diagnosis of Major Depressive Disorder and Bipolar Depression. Molecular

Neurobiology, 54: 9. doi:10.1007/s12035-016-0098-6

Zhao, M., Chen, L., Yang, J., Han, D., Fang, D., Qiu, X. & Jiang, S. (2017). BDNF Val66Met

polymorphism, life stress and depression: a meta-analysis of gene-environment interaction.

Journal of affective disorders. doi: 10.1016/j.jad.2017.10.024.

Zhao X, Liu Q, Cao S, Pang J, Zhang H & Li H. (2018). A meta-analysis of selective

serotonin reuptake inhibitors (ssris) use during prenatal depression and risk of low birth

weight and small for gestational age. Journal of Affective Disorders. 241: 8.

doi:10.1016/j.jad.2018.08.061.

Zhou L, Xiong J, Lim Y, et al. (2013) Upregulation of blood pro-BDNF and its receptors in

major depression. J Affect Disord. 150: 8. doi: 10.1016/j.jad.2013.03.002.

Zhou C, Zhong J, Zou B, Fang L, Chen J & Lei T. (2017). meta-analyses of comparative

efficacy of antidepressant medications on peripheral bdnf concentration in patients with

depression. PLOS ONE. 12: e0172270. doi:10.1371/journal.pone.0172270.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

83

CONSORTs

Supplementary Material

CONSORT: CONTROL GROUP

Assessed for eligibility

(n = 110)

Randomized (n = 50)

Allocated to ayahuasca (n = 26)

Received allocated intervention (n = 24)

Did not receive allocated intervention (n = 2)

- Dropped out

Excluded (n = 60)

- Excluded pre-screening (n = 50)

- Not meeting inclusion criteria (n = 3)

- Refused to participate (n = 7)

Analysed (n = 21)

Excluded after analysis (n = 3)

- Hypercortisolemia (n = 2)

- Responsiveness of treatment (n = 1)

En

roll

men

t

Pat

ien

ts

All

oca

tio

n:

Pat

ien

ts

An

aly

sis

Pati

ents

Analysed (n = 20)

Excluded after analysis (n = 3)

- Hypercortisolemia (n = 2)

- Responsiveness of treatment (n = 1)

Allocated to placebo (n = 24)

Received allocated intervention (n = 23)

Did not receive allocated intervention (n = 1)

- Dropped out

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

84

Supplementary Material

CONSORT: MAJOR DEPRESSION GROUP

Assessed for eligibility

(n = 218)

Randomized (n = 35)

Allocated to ayahuasca (n = 17)

Received allocated intervention (n = 14)

Did not receive allocated intervention (n = 3)

- Dropped out (n = 1)

- Didn’t meet criteria for depression after

wash-out (n = 2)

Excluded (n = 183)

- Not meeting inclusion criteria (n = 143)

- Refused to participate (n = 26)

- Other reason (n = 14)

Analysed (n = 14)

En

roll

men

t

Pat

ien

ts

All

oca

tio

n:

Pat

ien

ts

Anal

ysi

s

Pat

ients

Analysed (n = 14)

Allocated to placebo (n = 18)

Received allocated intervention (n = 14)

Did not receive allocated intervention (n = 3)

- Didn’t meet criteria for depression after

wash-out (n = 3)

- Insufficient sample (n = 1)

-

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

85

Discussão geral e conclusão

O resgate do passado propociona um embasamento teórico-científico que facilita a

capacidade de modificar o futuro. Diversas pessoas ao longo da história procuraram

compreender e definir as patologias que atingem a humanidade. A análise, a interpretação e

entendimento do processo histórico das patologias auxiliam na compreensão da transformação

do conhecimento, sendo este a base para todas as tomadas de decisão, possuindo um papel

chave para o avanço científico. O molde do conhecimento ao longo das eras, aliado às novas

tecnologias, permitem recriar um futuro promissor, com novas perspectivas e soluções

inteligentes, projetando atitudes relevantes para as gerações futuras.

Assim, a introdução geral dessa dissertação resgatou as informações do processo

histórico desde a identificação da melancolia como doença até a caracterização clínica da

depressão maior. Além disso, foi realizada uma análise crítica da evolução gradual da

compreenção da fisiopatologia e tratamento dessa doença.

Apesar do avanço científico ocorrido desde sua caracterização como psicopatologia,

ainda não há um consenso acerca da fisiopatologia da depressão maior, assim como um

tratamento rápido, completamente eficaz e sem efeitos colaterais, o que é preocupante uma

vez que essa é uma desordem considerada como a quarta causa de incapacidade no mundo,

atingindo aproximadamente 300 milhões de pessoas.

Na busca pelas respostas científicas para essas questões ainda em aberto, que

recentemente foi proposta uma nova hipótese para a fisiopatologia da depressão maior: “A

hipótese neurodegenerativa”, a partir da qual se originou o conhecimento de possíveis

mecanismos fisiológicos de ação dos antidepressivos. Esse novo conhecimento foi revisado

no manuscrito chamado: “O Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro & a Depressão Maior”.

A eleboração dessa revisão de literatura foi se suma importância para embasar o estudo

clínico realizado nesse mestrado, assim como para a discussão dos resultados oriundos desse.

Porém, espera-se que com a publicação do manuscrito em lingua portuguesa, esse possa ser

usado como referência bibliografica para estudantes principalmente de graduação que

desejam aprender sobre a depressão maior, proporcionando aos mesmos uma literatura

atualizada a cerca do tema. Além disso, espera-se contribuir para o fortalecimento das revistas

e jornais científicos nacionais.

Além disso, alguns resultados relevantes foram observados no primeiro ensaio clínico

duplo cego, randomizado placebo-controlado, a investigar a relação do BDNF e a resposta

clínica em pacientes com depressão, após tratamento com um psicodélico que apresenta

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

86

potencial antidepressivo. Antes do tratamento, foi encontrada uma relação entre o BDNF e o

cortisol séricos que corrobora a literatura vigente e confirma nossa hipótese. Entretanto, não

obervamos diferença estatística significativa entre os níveis basais de BDNF sérico dos

voluntários controles e com depressão maior, o que foi contra a nossa hipótese. Especulamos

alguns fatores que possam ter levado a tal rezultado, como: tempo do wash-out, uso de

antideprevissos previamente ao estudo, ou ainda, o método de dosagem do BDNF. Após o

tratamento observamos maiores concentrações de BDNF nos voluntários, tanto pacientes

quant controles, que foram tratados com a AYA, quando comparados ao PLA. Além disso,

apenas os pacientes tratados com AYA, e não com PLA, apresentaram uma correlação

negativa significativa entre os níveis séricos de BDNF e os sintomas depressivos, aferidos

pela Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS). Os resultados após o tratamento

confirmam as nossas hipóteses, demonstrando uma interação entre o BDNF e a melhora

clínica induzida pela ayahuasca.

O uso indiscriminado de psicodélicos pela população levou à proibição de sua

autilização na década de 1970, tornando-as substâncias ilegais, isso limitou as investigações

científicas, o que impossibilitou o estudo dos mecanismos neurobiológicos e da ação

terapêutica dessas drogas (Sessa 2005, Nutt et al., 2013). Na ultima década, o retorno das

pesquisas científicas com essas substâncias reabriu um leque de opções para que comunidade

científica pudesse testar novas formas de tratamentos (Selvaraj et al., 2018; Roseman,

Demetriou, Wall, Nutt & Carhart-Harris, 2018; Larsen, 2018). Hoje já podem ser observados

alguns resultados, como o da presente dissertação, que reconhecem a importância sobre o uso

clínico de alguns psicodélicos no tratamento de psicopatologias.

Apesar do consumo mundial da ayahuasca, somente no Brasil que a sua utilização em

práticas religiosas é legalmente regulada, pela resolução de 4 de novembro de 2004 do

Conselho Nacional Antidrogas (Conselho Nacional Antidrogas, 2004; Coutinho, 2013). As

leis brasileiras também permite o desenvolvimento de pesquisas científicas com a ayahuasca,

por isso que o Brasil é o pioneiro em estudos sobre essa rica substância. Além da depressão

maior (Silva et al., 2018; Palhano-Fontes et al., 2015; Galvão et al., 2018), os primeiros

passos do potencial terapêutico dos psicodélicos estão sendo apontados em estudos com

dependentes de alcool, tabaco, transtorno de estresse pós- traumático, dentre outros

(Wolfgang & Wilkes, 2018; Nielson, May, Forcehimes & Bogenschutz, 2018; Sessa, 2018;

Johnson, Garcia-Romeu, Johnson & Griffiths, 2017).

Conclui-se assim que a realização e os resultados desta pesquisa de mestrado são de

grande relevância para a comunidade científica não só do Brasil, como também do mundo.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

87

Porém, apesar dos interessantes efeitos clínicos e fisiológicos (especificamente nos níveis de

BDNF) induzidos pela ayahuasca que aqui observamos em pacientes com depressão maior

resistente ao tratamento, antes de sua real utilização clínica é importante que sejam

desenvolvidas outras pesquisas, por exemplo; avaliando a resposta dos pacientes frente a

ingestão crônica desta substancia e investigando outras isoformas de BDNF. Os estudos de

longo prazo são importantes para se averiguar a segurança da droga, os efeitos colaterais,

adictivos, fisiológicos e farmacológicos. A investigação destas lacunas pode fornecer

resultados clinicamente viáveis, obtendo, dessa maneira, maior representatividade diante uma

perspectiva real de utilização da ayahuasca como antidepressivo de ação rápida no tratamento

da depressão maior resistente ao tratamento.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

88

REFERÊNCIAS GERAIS

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de

transtornos mentais. Artmed Editora.

Baldessarini RJ. Biogenic amines and behavior. Annu Rev Med. 1972;23(5):343–54.

Barbosa, S. L. R. (2012). A experiência de depressão na contemporaneidade: uma

compreensão fenomenológico-existencial (Master's thesis, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte).

Band, I. C., & Reichel, M. (2017). Al Rhazes and the Beginning of the End of Smallpox.

Jama dermatology, 153(5), 420-420.

Bala, A., Nguyen, H., & Hellstrom, W. (2018). Post-SSRI Sexual Dysfunction: A Literature

Review. Sexual Medicine Reviews, 6(1), 29-34. doi:10.1016/j.sxmr.2017.07.002

Barbosa, P. C. R., Cazorla, I. M., Giglio, J. S., & Strassman, R. (2009). A six-month

prospective evaluation of personality traits, psychiatric symptoms and quality of life in

ayahuasca-naïve subjects. Journal of Psychoactive Drugs, 41(3), 205-212.

Barbosa, P. C. R., Mizumoto, S., Bogenschutz, M. P., & Strassman, R. J. (2012). Health

status of ayahuasca users. Drug testing and analysis, 4(7-8), 601-609.

Bate, J. (2017). The Anatomy of Melancholy revisited. The Lancet, 389(10081), 1790-1791.

doi:10.1016/s0140-6736(17)31152-2

Behere P.B., Das A., Behere A.P. (2019) Antidepressants. In: Clinical Psychopharmacology.

Springer, Singapore. DOI https://doi.org/10.1007/978-981-13-2092-7_1

Bieg, S., & Dresel, M. (2018). Relevance of perceived teacher humor types for instruction and

student learning. Social Psychology Of Education, 21(4), 805-825. doi:10.1007/s11218-

018-9428-z

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

89

Bittencourt, S. C., Caponi, S., & Maluf, S. (2013). Farmacologia no século XX: a ciência dos

medicamentos a partir da análise do livro de Goodman e Gilman. História, Ciência,

Saúde-Manguinhos, 20(2).

Boku, S., Nakagawa, S., Toda, H., & Hishimoto, A. (2017). Neural basis of major depressive

disorder: Beyond monoamine hypothesis. Psychiatry And Clinical Neurosciences, 72(1),

3-12. doi:10.1111/pcn.12604

Bouso, J. C., González, D., Fondevila, S., Cutchet, M., Fernández, X., Barbosa, P. C. R., ... &

Riba, J. (2012). Personality, psychopathology, life attitudes and neuropsychological

performance among ritual users of ayahuasca: a longitudinal study. PLoS One, 7(8),

e42421.

Bouso, J. C., Fábregas, J. M., Antonijoan, R. M., Rodríguez-Fornells, A., & Riba, J. (2013).

Acute effects of ayahuasca on neuropsychological performance: differences in executive

function between experienced and occasional users. Psychopharmacology, 230(3), 415-

424.

Bushnell, G., Compton, S., Dusetzina, S., Gaynes, B., Brookhart, M., & Walkup, J. et al.

(2018). Treating Pediatric Anxiety. The Journal Of Clinical Psychiatry, 79(1), 16m11415.

doi:10.4088/jcp.16m11415

Cameron, Lindsay P., Charlie J. Benson, Lee E. Dunlap, and David E. Olson. 2018. "Effects

Of N,N-Dimethyltryptamine On Rat Behaviors Relevant To Anxiety And Depression".

ACS Chemical Neuroscience 9 (7): 1582-1590. American Chemical Society (ACS).

doi:10.1021/acschemneuro.8b00134.

Chirita R, Cristofor AC. (2017) Antidepressants: a history of their development. Bulletin of

Integrative Psychiatry. Mar 1;23(1):11-6.

Christos F. Kleisiaris, I. (2014). Health care practices in ancient Greece: The Hippocratic

ideal. Journal Of Medical Ethics And History Of Medicine, 7. Retrieved from

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4263393/#b22-jmehm-7-6

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

90

Claude Quetel (2014) História Da Loucura, V.1: DA ANTIGUIDADE À INVENÇÃO DA

PSIQUIATRIA. Editora TEXTO & GRAFIA. ISBN 9898285982, 9789898285980. 272

páginas

Coe, M., & McKenna, D. (2016). The Therapeutic Potential of Ayahuasca. Evidence-Based

Herbal And Nutritional Treatments For Anxiety In Psychiatric Disorders, 123-137.

doi:10.1007/978-3-319-42307-4_7

Conceição, T. B. R. (2018). Os efeitos de terapias baseadas em mindfulness e doses de

ayahuasca em traços de depressão e ansiedade (Bachelor's thesis, Universidade Federal

do Rio Grande do Norte).

CONSELHO NACIONAL ANTIDROGAS. (2019). Cesnur.org. Retrieved 7 January 2019,

from https://www.cesnur.org/2004/daime1.htm

Coppen, A. (1967). The biochemistry of affective disorders. The British Journal of

Psychiatry, 113(504), 1237-1264. https://doi.org/10.1192/bjp.113.504.1237

Cordás, T. A., & Emilio, M. S. (2017). História da melancolia. Artmed Editora.

Costa, M. & Bernardes, A. (2012). A produção de saude como afirmação da vida. Saúde Soc.,

21(4), 822-835.

Coutinho, T. (2013). A questão da legitimidade e da legalidade dos usos contemporâneos da

ayahuasca: Um estudo de caso. Dilemas - Revista De Estudos De Conflito E Controle

Social, 6(2), 331-355. Retrieved from

https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/7429

Dean, J. & Keshavan, M. 2017. The neurobiology of depression: an integrated view. Asian

journal of psychiatry, 27, 101-111.

Dubovsky, S. L. (2018). What Is New about New Antidepressants? Psychotherapy and

Psychosomatics, 87(3), 129–139. doi:10.1159/000488945

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

91

Ebrahimi-Ghiri, Mohaddeseh, Mohammad Nasehi, and Mohammad-Reza Zarrindast. 2019.

"Anxiolytic And Antidepressant Effects Of ACPA And Harmaline Co-Treatment".

Behavioural Brain Research 364: 296-302. Elsevier BV. doi:10.1016/j.bbr.2019.02.034.

Fábregas, J. M., González, D., Fondevila, S., Cutchet, M., Fernández, X., Barbosa, P. C. R., ...

& Bouso, J. C. (2010). Assessment of addiction severity among ritual users of ayahuasca.

Drug and alcohol dependence, 111(3), 257-261.

Finkelstein, Y., Macdonald, E. M., Li, P., Mamdani, M. M., Gomes, T., & Juurlink, D. N.

(2018). Second-generation anti-depressants and risk of new-onset seizures in the elderly.

Clinical Toxicology, 1-6. https://doi.org/10.1080/15563650.2018.1483025

Galvão, A., de Almeida, R., Silva, E., Freire, F., Palhano-Fontes, F., & Onias, H. et al. (2018).

Cortisol Modulation by Ayahuasca in Patients With Treatment Resistant Depression and

Healthy Controls. Frontiers In Psychiatry, 9. doi:10.3389/fpsyt.2018.00185

García-Muñoz, E., & Licona-Galicia, D. (2018). Usos potenciales de la mirtazapina en

cuidados paliativos más allá de su efecto antidepresivo. Revista De La Sociedad Española

Del Dolor, 25(1), 37-44. Retrieved from

http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1134-80462018000100037

Gnoth, M., Glaesmer, H., & Steinberg, H. (2018). The views of Wilhelm Griesinger (1817–

68) on suicidality or ‘self-murder.’ History of Psychiatry, 29(4), 470–477.

https://doi.org/10.1177/0957154X18793591

Halpern, J. H., Sherwood, A. R., Passie, T., Blackwell, K. C., & Ruttenber, A. J. (2008).

Evidence of health and safety in American members of a religion who use a

hallucinogenic sacrament. Medical Science Monitor, 14(8), SR15-SR22.

Høifødt, R., Waterloo, K., Wang, C., Eisemann, M., Figenschau, Y., & Halvorsen, M. (2019).

Cortisol levels and cognitive profile in major depression: A comparison of currently and

previously depressed patients. Psychoneuroendocrinology, 99, 57-65.

doi:10.1016/j.psyneuen.2018.08.024

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

92

Hong, R., & Li, X. (2019). Discovery of monoamine oxidase inhibitors by medicinal

chemistry approaches. Medchemcomm. doi:10.1039/c8md00446c

Johnson, M. W., Garcia-Romeu, A., Johnson, P. S., & Griffiths, R. R. (2017). An online

survey of tobacco smoking cessation associated with naturalistic psychedelic use. Journal

of Psychopharmacology, 31(7), 841-850. https://doi.org/10.1177/0269881116684335

Juver, J. P., & Verçosa, N. (2008). Depressão em pacientes com dor no câncer avançado.

Revista Brasileira de Anestesiologia, 58(3).

Kawa, S., Giordano, J. (2012). A brief historicity of the Diagnostic and Statistical Manual of

Mental Disorders: issues and implications for the future of psychiatric canon and practice.

Philos Ethics Humanit Med, 7, 2.

Labate, Beatriz C. e ARAÚJO, Wladimir S. 2002. "O uso ritual da ayahuasca".

FAPESP/Mercado das Letras. 686 p. 1ª edição. ISBN 8585725915

Lanska, D. (2014). Griesinger, Wilhelm. Encyclopedia Of The Neurological Sciences, 482-

483. doi:10.1016/b978-0-12-385157-4.00895-2

Larsen, J. (2018). LSD treatment in Scandinavia: the early enthusiasm and the resurgent

interest. Clinical Pharmacology And Toxicology Research, 1(2). Retrieved from

https://www.pulsus.com/abstract/lsd-treatment-in-scandinavia-the-early-enthusiasm-and-

the-resurgent-interest-4338.html

Lawlor, C. (2013) Da melancolia ao Prozac: uma história da depressão . Nova York, Oxford

University Press, 2012. xi, 265 pp., Illus. - Gerald N. Grob, Ph.D. Revista de História da

Medicina e Ciências Afins , Volume 68, Edição 2, páginas 305–307,

https://doi.org/10.1093/jhmas/jrs065

Lima-Ojeda, J. M., Rupprecht, R., & Baghai, T. C. (2018). Neurobiology of depression: a

neurodevelopmental approach. The World Journal of Biological Psychiatry, 19(5), 349-

359. https://doi.org/10.1080/15622975.2017.1289240

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

93

López-Muñoz, F., & Alamo, C. (2009). Monoaminergic neurotransmission: the history of the

discovery of antidepressants from 1950s until today. Current pharmaceutical design,

15(14), 1563-1586. https://doi.org/10.2174/138161209788168001

Machado-Vieira, Rodrigo, Jacqueline Baumann, Cristina Wheeler-Castillo, David Latov,

Ioline Henter, Giacomo Salvadore, and Carlos Zarate. (2010). "The Timing Of

Antidepressant Effects: A Comparison Of Diverse Pharmacological And Somatic

Treatments". Pharmaceuticals 3 (1): 19-41. MDPI AG. doi:10.3390/ph3010019.

Mariano, M. R. C. P. (2014). A educação da antiguidade aos nossos dias–em busca de

indícios da origem das avaliações. Revista Tempos e Espaços em Educação.

Matias, K. D. (2015). A Loucura na Idade Média. Ensaio Sobre Algumas Representações

(Master's thesis).

Martin, R., & Ford, T. (2018). Introduction to the Psychology of Humor. The Psychology Of

Humor, 1-32. doi:10.1016/b978-0-12-812143-6.00001-1

McGuinness, K., Dutton, S., & Smith, P. (2017). Mood Disorders: Evidence-Based Integrated

Biopsychosocial Treatment of Dysthymia and Adjustment Disorder with Depression.

Cognitive Behavioral Psychopharmacology: The Clinical Practice of Evidence-Based

Biopsychosocial Integration, 85.

Mendels, J., & Frazer, A. (1974). Brain biogenic amine depletion and mood. Archives of

General Psychiatry, 30(4), 447-451. doi:10.1001/archpsyc.1974.01760100019004

Montalvo-Ortiz, J., Kranzler, H., Zhao, H., Zhang, H., & Gelernter, J. (2018). F123. Genome-

Wide Epigenetic Signatures of Major Depressive Disorder in Women. Biological

Psychiatry, 83(9), S285.

Müller, N. (2018). Clinical Trials of Anti-Inflammatory Treatments of Major Depression.

Inflammation And Immunity In Depression, 489-507. doi:10.1016/b978-0-12-811073-

7.00028-3

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

94

Nielson, E., May, D., Forcehimes, A., & Bogenschutz, M. (2018). The Psychedelic

Debriefing in Alcohol Dependence Treatment: Illustrating Key Change Phenomena

through Qualitative Content Analysis of Clinical Sessions. Frontiers In Pharmacology, 9.

doi:10.3389/fphar.2018.00132

Nutt, D., King, L., & Nichols, D. (2013). Effects of Schedule I drug laws on neuroscience

research and treatment innovation. Nature Reviews Neuroscience, 14(8), 577-585.

doi:10.1038/nrn3530

Palhano-Fontes, F., Andrade, K., Tofoli, L., Santos, A., Crippa, J., & Hallak, J. et al. (2015).

The Psychedelic State Induced by Ayahuasca Modulates the Activity and Connectivity of

the Default Mode Network. PLOS ONE, 10(2), e0118143.

doi:10.1371/journal.pone.0118143

Pilkington, K. (2018). Current research on complementary and alternative medicine (CAM) in

the treatment of depression: evidence-based review. In Understanding Depression (pp.

311-322). Springer, Singapore. DOI https://doi.org/10.1007/978-981-10-6577-4_23

Porcelli, S., Van Der Wee, N., van der Werff, S., Aghajani, M., Glennon, J., & van

Heukelum, S. et al. (2018). Social brain, social dysfunction and social withdrawal.

Neuroscience & Biobehavioral Reviews. doi:10.1016/j.neubiorev.2018.09.012

Rice, F., Riglin, L., Lomax, T., Souter, E., Potter, R., & Smith, D. et al. (2019). Adolescent

and adult differences in major depression symptom profiles. Journal Of Affective

Disorders, 243, 175-181. doi:10.1016/j.jad.2018.09.015

Roseman, L., Demetriou, L., Wall, M., Nutt, D., & Carhart-Harris, R. (2018). Increased

amygdala responses to emotional faces after psilocybin for treatment-resistant depression.

Neuropharmacology, 142, 263-269. doi:10.1016/j.neuropharm.2017.12.041

Rousseau, G. (2000). Depression's forgotten genealogy: notes towards a history of depression.

History of Psychiatry, 11(41), 71-106.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

95

Sánchez, C., & Bouso, J. C. (2015). Ayahuasca: From the Amazon to the global village.

Transnational Institute.

Santa Clara, C. (2009). Melancolia: da antiguidade à modernidade - uma breve análise

histórica. Mental, 7(13), x-x. Retrieved from

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272009000200007

Santos, R., Landeira-Fernandez, J., Strassman, R., Motta, V., & Cruz, A. (2007). Effects of

ayahuasca on psychometric measures of anxiety, panic-like and hopelessness in Santo

Daime members. Journal Of Ethnopharmacology, 112(3), 507-513.

doi:10.1016/j.jep.2007.04.012

Santos, R. G. (2007). Ayahuasca: neuroquímica e farmacologia. SMAD-Revista Eletrônica

Saúde Mental Álcool e Drogas, 3(1), 01-11.

Schildkraut, J. J. (1965). The catecholamine hypothesis of affective disorders: a review of

supporting evidence. American journal of Psychiatry, 122(5), 509-522.

https://doi.org/10.1176/ajp.122.5.509

Selvaraj, S., Ramakrishnan, N., Murphy, N., Durkin, K., Selek, S., Soares, J., & Cho, R.

(2018). T159. Effect of Ketamine on Prefrontal Cortex Excitability in Treatment

Resistant Depression. Biological Psychiatry, 83(9), S189-S190.

doi:10.1016/j.biopsych.2018.02.496

Sessa, B. (2005). Can psychedelics have a role in psychiatry once again?. British Journal Of

Psychiatry, 186(06), 457-458. doi:10.1192/bjp.186.6.457

Sessa, B. (2018). Why MDMA therapy for alcohol use disorder? And why now?.

Neuropharmacology, 142, 83-88. doi:10.1016/j.neuropharm.2017.11.004

Silva, Flávia S., Erick A.S. Silva, Geovan M. de Sousa Jr., João P. Maia-de-Oliveira, Vanessa

de Paula Soares-Rachetti, Draulio B. de Araujo, Maria B.C. Sousa, Bruno Lobão-Soares,

Jaime Hallak, and Nicole L. Galvão-Coelho. 2018. "Acute Effects Of Ayahuasca In A

Juvenile Non-Human Primate Model Of Depression". Brazilian Journal Of Psychiatry.

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

96

FapUNIFESP (SciELO). doi:10.1590/1516-4446-2018-0140.

Silva, F., Silva, E., Sousa Jr., G., Maia-de-Oliveira, J., Soares-Rachetti, V., & de Araujo, D. et

al. (2018). Acute effects of ayahuasca in a juvenile non-human primate model of

depression. Brazilian Journal Of Psychiatry. doi:10.1590/1516-4446-2018-0140

Solomon, Andrew. (2014). O Demônio Do Meio-Dia: Uma anatomia da depressão. 2 ed. São

Paulo: Companhia das Letras, 579p.

Stahl, S. M. (1984). Regulation of neurotransmitter receptors by desipramine and other

antidepressant drugs: the neurotransmitter receptor hypothesis of antidepressant action.

The Journal of clinical psychiatry.

Steinberg, H., & Himmerich, H. (2012). Roland Kuhn—100th Birthday of an Innovator of

Clinical Psychopharmacology. Psychopharmacology bulletin, 45(1), 48.Tritschler, L.,

Gaillard, R., Gardier, A., David, D., & Guilloux, J. (2018). Conséquences de l’inter-

relation des systèmes monoaminergiques dans l’activité antidépressive. L'encéphale,

44(3), 264-273. doi:10.1016/j.encep.2018.05.001

The Lasker Foundation (2018). Iproniazid for the treatment of severe depression. Retrieved

24 December 2018, from http://www.laskerfoundation.org/awards/show/iproniazid-for-

the-treatment-of-severe-depression/

Vieta, E., Sluth, L., & Olsen, C. (2018). The effects of vortioxetine on cognitive dysfunction

in patients with inadequate response to current antidepressants in major depressive

disorder: A short-term, randomized, double-blind, exploratory study versus escitalopram.

Journal Of Affective Disorders, 227, 803-809. doi:10.1016/j.jad.2017.11.053

Vieira, C. A. (2005). Depressão: experiência de pessoas que a vivenciam na pós-modernidade

(Doctoral dissertation). Universidade de São Paulo (USP). DOI 10.11606/D.7.2005.tde-

07022006-084532. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7134/tde-

07022006-084532/pt-br.php

Wellenzohn, S., Proyer, R., & Ruch, W. (2018). Who Benefits From Humor-Based Positive

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

97

Psychology Interventions? The Moderating Effects of Personality Traits and Sense of

Humor. Frontiers In Psychology, 9. doi:10.3389/fpsyg.2018.00821

Witkin, J. M., Knutson, D. E., Rodriguez, G. J., & Shi, S. (2018). Rapid-acting

antidepressants. Current pharmaceutical design, 24(22), 2556-2563. DOI:

https://doi.org/10.2174/1381612824666180730104707

Wolfgang, A., & Wilkes, S. (2018). The Next Chapter: MDMA-Assisted Psychotherapy for

Chronic Treatment-Resistant PTSD. American Journal of Psychiatry Residents' Journal,

13(5), 11-11. https://doi.org/10.1176/appi.ajp-rj.2018.130505

World Health Organization. (2017). Depression and other common mental disorders: global

health estimates.

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

98

GRUPO DE PESQUISA HUOL / LMH:

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

99

APÊNDICES E ANEXOS

1. PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Avaliação de Marcadores Eletrofisiológicos, de Neuroimagem,

Neuropsicológicos e Bioquímicos sobre o Potencial Terapêutico de uma

nova Substância para a Depressão Maior.

Pesquisador: Dráulio Barros de Araújo

Área Temática: Área 3. Fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos novos

(fases I, II e III) ou não registrados no país (ainda que fase IV), ou quando a

pesquisa for referente a seu uso com modalidades, indicações, doses ou vias

de administração diferentes daquelas estabelecidas, incluindo seu emprego em

combinações.

Versão: 4

CAAE: 01266012.8.0000.5292

Instituição Proponente: Hospital Universitário Onofre Lopes

Patrocinador Principal: CONS NAC DE DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO

E TECNOLOGICO Instituto do Cérebro

FUND COORD DE APERFEICOAMENTO DE PESSOAL DE

NIVEL SUP

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

100

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 579.479

Data da Relatoria: 29/11/2013

Apresentação do Projeto:

Trata-se de um estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado, envolvendo 60 sujeitos

(40 pacientes

internados na enfermaria de psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL, que

apresentem

diagnóstico de transtorno depressivo recorrente e 20 indivíduos sem história de diagnostico de

doenças

psiquiátricas. O estudo será duplo cego para os avaliadores e para o paciente, com respeito ao

tratamento que eles receberão.

Objetivo da Pesquisa:

Verificar o efeito de dose única do DMAOi em pacientes com diagnóstico de depressão maior

por meio da avaliação de diferentes marcadores bioquímicos, de eletroencefalografia,

polisonografia, imagem por ressonância magnética, medidas psicométricas e testes

neuropsicológicos. ESPECÍFICOS:

a. Validar liofilização e encapsulamento de composto DMAOi para uso clínico.

b. Correlacionar a severidade da depressão aferida por medidas psicométricas com alterações

quantitativas de diferentes marcadores bioquímicos, de eletroencefalografia, polisonografia,

de imagem por ressonância magnética e testes neuropsicológicos na fase basal (antes da

sessão experimental com DMAOi).

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

101

c. Observar diferenças em medidas quantitativas de marcadores bioquímicos, de

eletroencefalografia, polisonografia, de imagem por ressonância magnética e testes

neuropsicológicos e psicométricos entre o grupo controle e o grupo de pacientes com

depressão antes da sessão experimental.

d. Investigar as possíveis alterações agudas dos diferentes marcadores bioquímicos, de

eletroencefalografia, polisonografia, de imagem por ressonância magnética, testes

neuropsicológicos e medidas psicométricas nos pacientes com depressão refratária a

medicação e submetidos à ingestão pontual de DMAOi.

e. Correlacionar a possível redução aguda de sintomas depressivos aferidos por medidas

psicométricas nos pacientes tratados com DMAOi, com alterações quantitativas dos

biomarcadores sanguíneos, de eletroencefalografia e testes neuropsicológicos.

f. Identificar possíveis alterações em biomarcadores sanguíneos, de eletroencefalografia,

polisonografia, de imagem por ressonância magnética, testes neuropsicológicos e medidas

psicométricas em função do tratamento com DMAOi nos pacientes depressivo.

g. Contribuir para validação de biomarcadores sanguíneos, de eletroencefalografia,

polisonografia, de imagem por ressonância magnética e testes neuropsicológicos e

psicométricos para diagnóstico e acompanhamento de terapia medicamentosa da depressão.

h. Buscar por correlações, usando estratégias de bioinformática, entre os marcadores

bioquímicos, eletroencefalográficos, de imagem por ressonância magnética,

neuropsicológicos e psicométricos a fim de identificar conjunto de medidas características da

clínica depressão.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Bem redigidos e claros.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Não há

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

102

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

todos presentes e claros

Recomendações:

Não há

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Adequado

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

NATAL, 03 de Abril de 2014

Assinador por:

Paulo Moreira Silva Dantas

(Coordenador)

2.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARESCIDO (TCLE)

CONTROLES

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

103

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

NOME DA PESQUISA: Avaliação de Marcadores Eletroencefalográficos, de

Neuroimagem, Neuropsicológicos e Bioquímicos sobre o potencial terapêutico do uso de um

novo fármaco para a Depressão Maior.

PESQUISADORES RESPONSÁVEIS:

Prof. Dr. João Paulo Maia de Oliveira CRM: 4807

Prof. Dr. Dráulio B. De Araújo

Descrever abaixo as informações dadas aos pacientes sobre:

01 - A justificativa e objetivo da pesquisa;

02 - Os procedimentos que serão utilizados e seu propósito, bem como a identificação

dos procedimentos que são experimentais;

03 - Os desconfortos e riscos esperados;

04 - Os benefícios que se pode obter.

Você está sendo convidado a participar de um estudo de pesquisa. Antes que você

decida é importante que você entenda o porquê desta pesquisa está sendo feita e o que

significa participar dela. Por favor, leia atentamente as informações a seguir e discuta as

mesmas com outras pessoas que você considere importantes e que possam lhe ajudar a

decidir, se assim o desejar. Caso você tenha alguma dúvida durante a leitura, não se acanhe

em perguntar para que eu possa esclarecê-la. Leve o tempo que for necessário para tomar sua

decisão se irá participar ou não deste estudo.

Apesar de existirem várias medicações disponíveis para o tratamento da depressão,

muitas pessoas não melhoram com essas medicações. Além disso, todas as medicações

existentes demoram várias semanas para fazer efeito. Nós acreditamos que seja possível

ajudar as pessoas a melhorarem dos sintomas da depressão através da administração de uma

nova substância. A substância que será testada neste estudo é mais conhecida como

Ayahuasca, mas aqui chamaremos de DMAOi. Ela é produzida a partir do cipó Banisteriopsis

caapi e das folhas do arbusto Psychotria viridis. Estudos recentes indicam que essas

substâncias parecem melhorar sintomas de depressão e ansiedade. O presente estudo pretende

avaliar essa teoria.

Misturas produzidas a partir dessas duas plantas têm sido utilizadas há séculos em

diversos rituais, inicialmente por tribos indígenas e por curandeiros ou vegetalistas em toda

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

104

Amazônia e no início do século 20 por diferentes religiões brasileiras, como o Santo Daime e

a União do Vegetal.

Os efeitos indesejados mais comuns dos componentes do DMAOi são náuseas,

vômitos e suores excessivos. Aumentos da pressão do sangue também podem acontecer, mas

não ultrapassam valores considerados seguros.

A substância em estudo pode levar a estimulação da visão e audição, gerando

alterações temporárias da percepção sobre o mundo externo e sobre o próprio corpo. As

pessoas que a utilizam podem ter visões de formas geométricas, de caráter religioso e

sensações de estar sonhando acordado. Podem ocorrer ainda estados emocionais

introspectivos, de alegria exagerada ou medo, que ocorrem principalmente enquanto

mantemos os olhos fechados.

Caso concorde em participar desta pesquisa, você poderá fazer parte de um dos dois

grupos de tratamento: DMAOi ou placebo (o placebo consistirá de um líquido inerte, que

não contém nenhum remédio ativo). Você não será informado se participará do grupo

placebo ou DMAOi. Essa divisão em dois grupos é importante para que se possa comparar o

efeito entre o DMAOi e o placebo e saber qual o melhor.

Consideramos importante ressaltar que participarão deste estudo tanto pessoas sem

problemas psiquiátricos (“voluntários saudáveis”) quanto pessoas que sofrem de depressão e

seus resultados serão comparados entre si.

Você participará de uma única sessão em que receberá uma única dose de DMAOi ou

de placebo. Para medir as mudanças que podem acontecer nos sintomas e sinais que você

apresenta, faremos alguns testes antes e depois que você tomar a substância em estudo. Estes

testes incluirão a aplicação de escalas de sintomas psiquiátricos, avaliação psicológica, um

teste para avaliar a qualidade do seu sono, exame de imagem por ressonância e coleta de

sangue e saliva.

Um esquema com os procedimentos aos quais você será submetido durante este estudo

pode ser encontrado no quadro a seguir.

No Dia 1, você será submetido aos seguintes procedimentos: aplicação por cerca de 1

hora de questionários para medir sintomas psiquiátricos (6 questionários), avaliação através

de 3 testes psicológicos com 15 a 20 minutos de duração, exame de imagem de ressonância

magnética (45 minutos), exame de polissonografia durante toda a noite.

No Dia 2, será realizada coleta de saliva e de sangue. Em seguida, ocorrerá a administração do

DMAOi (ou placebo). Nas 4 horas seguintes à administração, serão repetidos os questionários para

medir sintomas psiquiátricos (6 questionários), e você estará sendo monitorado através de

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

105

eletroencefalografia. Ao final dos exames verificaremos se você estará bem e você irá para casa.

No Dia 3, você será submetido novamente a todos os procedimento do primeiro dia

(Dia 1).

No Dia 4, você coletará novamente saliva e sangue. Haverá uma última entrevista com

o psiquiatra, e em seguida você será liberado.

A avaliação por questionários psiquiátricos e teste psicológicos pode gerar cansaço

físico e mental, bem como constrangimento em responder. Não se preocupe com suas

respostas, pois apenas os profissionais que estarão lhe entrevistando saberão o que você disse,

e suas informações serão confidenciais. Além disso, garantimos a privacidade de suas

informações pessoais de modo que através dos resultados que este estudo irá gerar você não

poderá ser identificado. Durante o exame de imagem você poderá apresentar claustrofobia que

é um medo e desconforto por locais fechados. Para minimizar a chance de quaisquer

problemas, será perguntado a respeito de sua história médica antes de você iniciar no estudo.

O pesquisador e a instituição devem assumir a responsabilidade de dar assistência integral às

complicações e danos decorrentes dos riscos previstos.

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4

Manhã

Livre Coleta de saliva e

sangue

Administração do

DMAOi ou placebo

Livre Coleta de saliva e

sangue

Avaliação

psiquiátrica

Tarde

Avaliação psiquiátrica

– 1h

Avaliação psicológica

– 15 min

Exame de ressonância

Magnética – 45min

Avaliação

psiquiátrica

Eletroencefalografia

Avaliação psicológica

– 15 min

Exame de ressonância

Magnética – 45min

Livre

Noite

Polissonografia – a

noite toda

Livre Polissonografia – a

noite toda

Livre

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

106

Se você for diretamente prejudicado pela pesquisa, lhe é garantido o acesso ao

tratamento para qualquer situação provocada pela substância pesquisada.

Você terá a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. Caso você se interesse, os

resultados dos seus exames e da pesquisa serão fornecidos, assim que disponíveis.

A informação que este estudo irá gerar poderá ajudar no desenvolvimento de

tratamentos mais efetivos para portadores de depressão.

______________________________________

João Paulo Maia de Oliveira - CRM: 4807

Eu _________________________________________, R.G.__________________, abaixo

assinado, tendo recebido as informações acima, e ciente dos meus direitos abaixo

relacionados, concordo em participar.

1. A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida

acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa e o

tratamento a que serei submetido;

2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no

estudo sem que isso me traga prejuízo;

3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial da

informação relacionada à minha privacidade;

4. O compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que esta

possa afetar minha vontade de continuar participando;

5. A disponibilidade de tratamento médico e a indenização que legalmente teria direito, por

parte da Instituição à saúde, em caso de danos que a justifiquem, diretamente causados pela

pesquisa e;

6. Que se existirem gastos adicionais estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa.

Tenho ciência do exposto acima e desejo participar do estudo citado.

Natal, _____ de _________________________ de __________

__________________________________________________________________

ASSINATURA DO PARTICIPANTE

Contato:

Pesquisadores Responsáveis: Dr. João Paulo Maia de Oliveira- CRM: 4807, Prof. Dr. Dráulio

Barros de Araújo.

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

107

Hospital Universitário Onofre Lopes, Centro de Diagnóstico por Imagem. 2o andar. Tel: (84)

3342-5000

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes – CEP/HUOL Av. Nilo

Peçanha, 620 – Petrópolis ▪ CEP 59.012-300 ▪ Natal/RN ▪ Fone: (84) 3342 5003 ▪ E-mail:

[email protected]

2.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARESCIDO (TCLE)

PACIENTES

2.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARESCIDO (TCLE)

PACIENTES

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

NOME DA PESQUISA: Avaliação de Marcadores Eletroencefalográficos, de

Neuroimagem, Neuropsicológicos e Bioquímicos sobre o potencial terapêutico do uso de um

novo fármaco para a Depressão Maior.

PESQUISADORES RESPONSÁVEIS:

Prof. Dr. João Paulo Maia de Oliveira CRM: 4807

Prof. Dr. Dráulio B. De Araújo

Descrever abaixo as informações dadas aos pacientes sobre :

01 - A justificativa e objetivo da pesquisa;

02 - os procedimentos que serão utilizados e seu propósito, bem como a identificação dos

procedimentos que são experimentais;

03 - os desconfortos e riscos esperados;

04 - os benefícios que se pode obter.

Você está sendo convidado a participar de um estudo de pesquisa. Antes que você decida é

importante que você entenda o porquê desta pesquisa está sendo feita e o que significa

participar dela. Por favor, leia atentamente as informações a seguir e discuta as mesmas com

outras pessoas que você considere importantes e que possam lhe ajudar a decidir, se assim o

desejar. Caso você tenha alguma dúvida durante a leitura, não se acanhe em perguntar para

que eu possa esclarecê-la. Leve o tempo que for necessário para tomar sua decisão se irá

participar ou não deste estudo.

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

108

Apesar de existirem várias medicações disponíveis para o tratamento da depressão, muitas

pessoas não melhoram com essas medicações. Além disso, todas as medicações existentes

demoram várias semanas para fazer efeito. Nós acreditamos que seja possível ajudar as

pessoas a melhorarem dos sintomas da depressão através da administração de uma nova

substância. A substância que será testada neste estudo é mais conhecida como Ayahuasca,

mas aqui chamaremos de DMAOi. Ela é produzida a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das

folhas do arbusto Psychotria viridis. Estudos recentes indicam que essas substâncias parecem

melhorar sintomas de depressão e ansiedade. O presente estudo pretende avaliar essa teoria.

Misturas produzidas a partir dessas duas plantas têm sido utilizadas há séculos em diversos

rituais, inicialmente por tribos indígenas e por curandeiros ou vegetalistas em toda Amazônia

e no início do século 20 por diferentes religiões brasileiras, como o Santo Daime e a União do

Vegetal.

Os efeitos indesejados mais comuns dos componentes do DMAOi são náuseas, vômitos e

suores excessivos. Aumentos da pressão do sangue também podem acontecer, mas não

ultrapassam valores considerados seguros.

A substância em estudo pode levar a estimulação da visão e audição, gerando alterações

temporárias da percepção sobre o mundo externo e sobre o próprio corpo. As pessoas que a

utilizam podem ter visões de formas geométricas, de caráter religioso e sensações de estar

sonhando acordado. Podem ocorrer ainda estados emocionais introspectivos, de alegria

exagerada ou medo, que ocorrem principalmente enquanto mantemos os olhos fechados.

Caso concorde em participar desta pesquisa, após sua internação na enfermaria de psiquiatria

do Hospital Universitário Onofre Lopes, você poderá fazer parte de um dos dois grupos de

tratamento: DMAOi ou placebo (o placebo consistirá de um líquido inerte, que não

contém nenhum remédio ativo). Você não será informado se participará do grupo placebo

ou DMAOi. Essa divisão em dois grupos é importante para que se possa comparar o efeito

entre o DMAOi e o placebo e saber qual o melhor.

Consideramos importante ressaltar que participarão deste estudo tanto pessoas que sofrem de

depressão quanto pessoas sem problemas psiquiátricos (“voluntários saudáveis”) e seus

resultados serão comparados entre si.

Você participará de uma única sessão em que receberá uma única dose de DMAOi ou de

placebo. Para medir as mudanças que podem acontecer nos sintomas e sinais que você

apresenta, faremos alguns testes antes e depois que você tomar a substância em estudo. Estes

testes incluirão a aplicação de escalas de sintomas psiquiátricos, avaliação psicológica, um

teste para avaliar a qualidade do seu sono, exame de imagem por ressonância e coleta de

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

109

sangue e saliva.

Um esquema com os procedimentos aos quais você será submetido durante este estudo pode

ser encontrado no quadro baixo.

No Dia 1 pela manhã, você será internado na enfermaria de psiquiatria do Hospital

Universitário Onofre Lopes (D1). Durante o dia, você será submetido aos seguintes

procedimentos: aplicação por cerca de 1 hora de questionários para medir sintomas

psiquiátricos (6 questionários), avaliação através de 3 testes psicológicos com 15 a 20 minutos

de duração, exame de imagem de ressonância magnética, exame de polissonografia durante

toda a noite.

No Dia 2, será realizada coleta de saliva e de sangue. Em seguida, ocorrerá a

administração do DMAOi (ou placebo). Nas 4 horas seguintes a essa administração, serão

repetidos os questionários para medir sintomas psiquiátricos (6 questionários), e você estará

sendo monitorado através de eletroencefalografia. Ao final dos exames verificaremos se você

estará bem e você retornará à enfermaria e às atividades normais do hospital.

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4

Manhã

Internação na

enfermaria de

psiquiatria do

Hospital

Universitário

Onofre Lopes

Coleta de saliva e

sangue

Administração do

DMAOi ou placebo

Coleta de saliva e

sangue

Avaliação

psiquiátrica

Alta

Tarde

Avaliação

psiquiátrica – 1h

Avaliação psicológica

– 15 min

Exame de ressonância

Magnética – 45min

Avaliação

psiquiátrica

Eletroencefalografia

Avaliação psiquiátrica

– 1h

Avaliação psicológica

– 15 min

Exame de ressonância

Magnética – 45min

Livre

Noite

Polissonografia – a

noite toda Livre

Polissonografia – a

noite toda Livre

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

110

No Dia 3, você será submetido novamente a todos os procedimento do primeiro dia (Dia 1).

No Dia 4, você coletará novamente saliva e sangue. Haverá uma última entrevista com o

psiquiatra, e em seguida você retornará à enfermaria.

A avaliação por questionários psiquiátricos e teste psicológicos pode gerar cansaço físico e

mental, bem como constrangimento em responder. Não se preocupe com suas respostas, pois

apenas os profissionais que estarão lhe entrevistando saberão o que você disse, e suas

informações serão confidenciais. Durante o exame de imagem você poderá apresentar

claustrofobia que é um medo e desconforto por locais fechados. Para minimizar a chance de

quaisquer problemas, será perguntado a respeito de sua história médica antes de você iniciar

no estudo. O pesquisador e a instituição devem assumir a responsabilidade de dar assistência

integral às complicações e danos decorrentes dos riscos previstos.

Se você for diretamente prejudicado pela pesquisa, lhe é garantido o acesso ao tratamento

para qualquer situação provocada pela substância pesquisada.

Durante o período do estudo, você será cuidado pelos médicos da pesquisa e pela equipe

técnica da enfermaria na qual esteja internado, que estarão disponíveis 24 horas por dia, todos

os dias da semana, se necessário for.

Você terá a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar

do estudo sem que isso lhe traga qualquer prejuízo quanto a seu tratamento neste hospital.

Caso você se interesse, os resultados dos seus exames e da pesquisa serão fornecidos, assim

que disponíveis.

É esperado que o tratamento ajude você, embora isso não possa ser garantido. A informação

que este estudo irá gerar poderá ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais efetivos para

portadores de doenças como a sua no futuro. Garantimos a privacidade de suas informações

pessoais de modo que através dos resultados que este estudo irá gerar você não poderá ser

identificado.

Se você não concordar em participar do estudo, seu tratamento não terá qualquer alteração,

sendo garantido seu seguimento no Hospital Universitário Onofre Lopes.

______________________________________

João Paulo Maia de Oliveira CRM: 4807

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

111

Eu _________________________________________, R.G.__________________, abaixo

assinado, tendo recebido as informações acima, e ciente dos meus direitos abaixo

relacionados, concordo em participar.

1. A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida

acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa e o

tratamento a que serei submetido;

2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no

estudo sem que isso traga prejuízo à continuidade do meu cuidado e tratamento;

3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial da

informação relacionada à minha privacidade;

4. O compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que esta

possa afetar minha vontade de continuar participando;

5. A disponibilidade de tratamento médico e a indenização que legalmente teria direito, por

parte da Instituição à saúde, em caso de danos que a justifiquem, diretamente causados pela

pesquisa e;

6. Que se existirem gastos adicionais estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa.

Tenho ciência do exposto acima e desejo participar do estudo citado.

Natal, _____ de _________________________ de __________

_____________________________________________________

ASSINATURA DO PACIENTE

_____________________________________________________

ASSINATURA DO FAMILIAR (OU RESPONSÁVEL LEGAL)

Contato:

Pesquisadores Responsáveis: Dr. João Paulo Maia de Oliveira- CRM: 4807, Prof. Dr. Dráulio

Barros de Araújo.

Hospital Universitário Onofre Lopes, Centro de Diagnóstico por Imagem. 2o andar. Tel: (84)

3342-5000

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ … · DEPRESSÃO MAIOR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio

112

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes – CEP/HUOLAv. Nilo

Peçanha, 620 – Petrópolis ▪ CEP 59.012-300 ▪ Natal/RN ▪ Fone: (84) 3342 5003 ▪ E-mail:

[email protected].